Roberto Brandão O problema do suprimento de combustíveis para termoelétricas

Roberto Brandão

O problema do suprimento de combustíveis para termoelétricas

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Sumário

1. A crise do gás.2. A volatilidade do despacho das

térmicas3. A volatilidade e o abastecimento de

combustíveis

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A crise do gás

Inquietações sobre o abastecimento de eletricidade no Brasil estão ligadas à dificuldades para fornecimento de gás:

Fim da importação via CIEN; Dificuldades com térmicas de Uruguaiana e

Cuiabá; Termo de compromisso Aneel-Petrobrás.

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A crise do gás. Causas principais:

1. Boom de crescimento do consumo de gás na Argentina sem investimentos correspondentes.

2. Instabilidade política e regulatória na Bolívia.

3. Dificuldade da Petrobrás em expandir a oferta de gás no mesmo ritmo da demanda.

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A crise do gás. Outras causas:

Termoelétricas são grandes consumidoras potenciais, mas se mostraram más clientes para o setor de gás:

“Crise do apagão” levou à diminuição na demanda de eletricidade com a consequente paralisação da geração térmica.

Porém, mesmo em situações normais é muito difícil prever o consumo de combustíveis para geração termoelétrica no Brasil.

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Parque térmico em 2012.Não inclui Leilões de 2008 (Reserva e A-3)

Dados do Parque de Térmeletricas Quant. UnidadePotência Instalada Efetiva 23.172 MWDisponibilidade 20.737 MWmédDisponibilidade de Energia Inflexível 4.790 MWmédDisponibilidade de Energia Flexível 15.947 MWméd

Fonte: EPE, Estudos para a Licitação da Expansão da Geração. Garantia Física dos Empreendimentos Termelétricos do Leilão de Compra de Energia Nova de A-3 de 2008. Eleboração: Gesel-IE-UFRJ

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Simulando o despacho térmico

É possível estimar o despacho termoelétrico a partir de cenários de preços do Newave.

Foi simulado o despacho de térmicas com vários custos de geração no sub-mercado SE-CO.

Foram usados tanto cenários de preços do Plano Decenal 2007-2015 quanto do PMO de Agosto de 2008.

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Simulação do despacho a partir doPlano Decenal 2007-2015

Planilhas do Plano Decenal foram utilizadas para seleção de projetos nos leilões de 2008.

São duas mil séries com preços mensais, abrangendo um período de oito anos.

Média do PLD é de R$ 94,58 por MWh.Mediana do PLD é R$ 57,81 por MWh.

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Plano Decenal: Despacho anual médio esperado em oito anos

CVG Despacho70 43,0%

110 26,2%150 15,9%200 10,1%250 7,7%350 4,8%500 3,3%

Fonte: EPE, Planilha de PLD do Plano Decenal 2007-2016. Elaboração Gesel-IE-UFRJ.

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Plano Decenal: Probabilidades para diversos níveis de despacho anual médio

CVG Zero 1-3 meses 4-6 meses 7-9 meses 10-12 meses70 30,5% 18,5% 9,8% 10,9% 30,3%

110 49,9% 17,9% 8,5% 8,5% 15,2%150 63,3% 17,1% 6,8% 5,3% 7,5%200 73,5% 14,3% 4,6% 3,2% 4,4%250 78,9% 12,0% 3,4% 2,3% 3,4%350 86,2% 8,3% 2,0% 1,6% 2,0%500 91,0% 5,2% 1,3% 1,1% 1,5%

Fonte: EPE, Planilha de PLD do Plano Decenal 2007-2016. Elaboração Gesel-IE-UFRJ.

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Distribuição de freqüência do despacho anual de térmica com CVG de R$ 70/MWh

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Meses de despacho por ano

Freq

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cia

(% d

as sér

ies)

Despacho anual médio

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10%

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30%

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50%

60%

70%

80%

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Freq

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as sér

ies)


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Percentual da capacidade de geração em cada faixa de CVG

Custo Variável de Geração %Menos que R$ 90 14,7%De R$ 90 a R$ 160 12,9%De R$ 160 a R$ 200 19,4%De R$ 200 a R$ 280 20,2%De R$ 280 a R$ 450 16,6%De R$ 450 a R$560 10,8%Mais que R$ 560 5,5%Fonte: EPE, Garantia Física dos Empreendimentos Termelétricos do Leilão de Compra de Energia Nova de A-3 de 2008. Eleboração: Gesel-IE-UFRJ.

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Simulação do despacho a partir doPMO de Agosto de 2008

As mesmas estatísticas foram compiladas com as planilhas do Programa Mensal de Operação do ONS.

Foram usados preços entre Agosto de 2009 e Julho de 2010 (menos influenciados pela hidrologia de curto prazo e por futuros leilões de energia nova).

Média do PLD é de R$ 160,56 por MWh.Mediana do PLD é R$ 106,16 por MWh.

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Despacho anual médio esperado para térmicas com diversos níveis de CVG

CVG Média70 67,4%

110 55,9%150 45,3%200 34,8%250 26,9%350 15,9%500 9,0%

Fonte: PMO de Agosto 2008. Elaboração Gesel-IE-UFRJ.

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PMO 08/2008: Probabilidades para diversos níveis de despacho anual médio

CVG Zero 1-3 meses 4-6 meses 7-9 meses 10-12 meses70 6,1% 10,4% 20,4% 14,8% 48,5%

110 13,7% 15,0% 20,5% 14,1% 36,8%150 23,7% 17,8% 18,6% 13,3% 26,7%200 36,6% 16,5% 17,1% 11,6% 18,4%250 47,6% 14,9% 16,2% 9,3% 12,2%350 63,7% 14,2% 10,5% 5,9% 5,9%500 77,2% 9,9% 6,9% 3,5% 2,6%

Fonte: PMO de Agosto de 2008. Elaboração Gesel-IE-UFRJ.

Médias calculadas para o período de 08/2009 a 07/2010.

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Freq

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10%15%20%25%30%35%40%45%50%

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Freq

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Volatilidade do despacho das térmicas. Conclusões

1. Previsões de despacho têm pouco significado dada a dispersão dos cenários de preços.

2. Previsões de consumo de combustíveis também tem alto grau de incerteza.

3. Fornecedores de combustível têm que remunerar investimentos necessários para atender térmicas sem contar com previsões de consumo minimamente confiáveis.

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Volatilidade do despacho das térmicas. Conclusões

4. É difícil garantir fornecimento sem contrapartida em previsões de volume. Setor de petróleo não pratica contratos “por disponibilidade” (com receita fixa independente do suprimento).

5. Padrão de despacho encarece geração térmica.

6. Custo do despacho térmico também é imprevisível.

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