Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ESPECIAZAÇÃO EM TEOLOGIA REFORMADA
RODRIGO MOREIRA DA SILVA
JOHN WYCLIFFE, UM HOMEM INTEGRO FRENTE A PESTILÊNCIA MORAL DO CLÉRO DA IGREJA CATÓLICA
Panorama - SP 2019
ESPECIAZAÇÃO EM TEOLOGIA REFORMADA
RODRIGO MOREIRA DA SILVA
JOHN WYCLIFFE, UM HOMEM INTEGRO FRENTE A PESTILÊNCIA MORAL DO CLERO DA IGREJA CATÓLICA
Bibliografia apresentada Pró-Reitoria de Pesquisa e Especialização, Faterge Faculdade de Teologia Reformada Genebra, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista – Área de concentração: Teologia Reformada
Orientador: Dra. Angélica Masano Garcia Nome completo do Professor Orientador
Panorama- SP 2019
SILVA, Rodrigo Moreira da.
JOHN WYCLIFFE, UM HOMEM INTEGRO FRENTE A PESTILÊNCIA MORAL DO CLERO DA IGREJA CATÓLICA / Rodrigo Moreira. – Panorama, 2019.
24p f.: il. Dissertação (Em Especialização) - Faterge – Faculdade de Teologia Reformada Genebra - SP, 2019. Bibliografia.
Orientador: Dra. Angélica Masano Garcia
1. Teologia. 2. Papado. 3. Reforma. I. Título.
Catalogação na Fonte: Nome do Bibliotecário - CRB
RODRIGO MOREIRA DA SILVA
JOHN WYCLIFFE, UM HOMEM INTEGRO FRENTE A PESTILÊNCIA MORAL DO CLÉRO DA IGREJA CATÓLICA
Bibliografia apresentada Pró-Reitoria de Pesquisa e Especialização, Faterge- Faculdade de Teologia Reformada Genebra, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista. - Área de Concentração: Teologia Reformada
Panorama, SP 29 de agosto de 2019.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
Prof. Orientador Dra. Angélica Masano Garcia Faterge – Faculdade de Teologia Reformada Genebra Panorama -SP
DEDICATÓRIA
Primeiramente dedico a Deus, que é o meu Senhor e Criador. Pois por Ele fui
criado para servi-lo e honrá-lo.
Dedico ao Seu Filho Jesus, pois és o meu Senhor e Salvador, pois por Ele fui
salvo e liberto do pecado, para este mundo eu poder proclamá-lo e fazê-lo
conhecido por todos.
Ao Amado Espírito Santo, Senhor e Consolador, que me fortalece e capacita, me
consolando e impulsionando a perseverar até o fim!
“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir
por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” Isaías 6:8
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela oportunidade de conhecer um homem tão notável quanto
John Wycliffe, que em uma época tão conturbada e difícil, onde a sociedade
estava tão moralmente corrupta e fragilizada pela peste, não desistiu de seus
ideais.
Agradeço a Deus, pelas horas gastas nessa pesquisa onde me ensinou que o
chamado de um homem não pode ser negligenciado, e que todo o esforço que se
possa fazer, nunca será o suficiente para se conhecer a Deus.
Agradeço também a Deus pela minha mãe, maior investidora do meu ministério,
sempre aconselhando e me corrigindo, agindo sem reservas para o meu
crescimento na obra do Senhor.
Agradeço a Deus pela minha Família, pelo apoio e incentivo.
Agradeço a Deus pelos meus pastores, que me mostraram que a vida de um
ministro é dura e solitária, mas que o nosso galardão está em Deus, e não nas
riquezas que poderíamos obter nessa terra.
Agradeço a Deus, pelas pessoas que passaram na minha vida, que me ajudaram
a crescer e a me aproximar mais de Deus através de suas vidas.
Agradeço a Deus, pela Faterge, que me confiou essa oportunidade de poder
aumentar o meu conhecimento, e me preparando para o combate, Deus seja
louvado por cada membro dessa instituição servente do Senhor!
“Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo daí graças, porque esta é a
vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. “1 Ts 5:16-18
RESUMO
JOHN WYCLIFFE, UM HOMEM INTEGRO FRENTE A PESTILÊNCIA MORAL DO CLERO DA IGREJA CATÓLICA
Este artigo traz à tona uma questão importante da real situação do
cristianismo moderno, de como o cristianismo se deixou contaminar com doutrinas
criadas por homens, movimentos heréticos e líderes corruptos, que ao longo das
eras foram corrompendo os antigos mandamentos divinos, e menosprezando os
feitos apostólicos, e ignorando a herança histórica dos movimentos protestantes,
direcionando aos perdidos qual o caminho a ser retornado e para os novos
convertidos o caminho a ser seguido.
Além de mostrar toda a vida ministerial do precursor inglês, pastor,
professor, mestre e exímio estudante das Escrituras Sagradas, John Wycliffe,
destaca as principais doutrinas teológicas, críticas, e toda o seu embate teológico
contra igreja católica e os abusos do clero.
Conheceremos a Vida e as Obras de um dos precursores da Reforma
Protestante, alguém que inspirou o reformador alemão Martinho Lutero, que foi
chamado de a Estrela da Manhã da Reforma Protestante. Ainda conheceremos os
dois poderes mais usados na história da humanidade; o poder temporal e o
espiritual.
Palavras-chave: Teologia, Oxford, papado, clérigo, igreja, estado, reforma,
Inglaterra, dogmas, temporal, espiritual.
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 09
2 A ESTRELA DA MANHÃ CHAMADA, JOHN WYCLIFFE………......... 10
3 OS DOIS PODERES – A IGREJA E O ESTADO................................. 14
3.1 PODER TEMPORAL.............................................................................. 15
3.2 PODER ESPIRITUAL............................................................................. 16
4 JOHN WYCLIFFE E A IGREJA CATÓLICA.......................................... 18
4.1 A IGREJA E O ESTADO NÃO PODEM SER UNIFICADOS................. 18
4.2 A BÍBLIA É A ÚNICA DOUTRINA QUE DEVE SER ENSINADA......... 19
4.3 A IGREJA DE CRISTO NÃO PODE SER MACULADA........................ 19
4.4 CRISTO É O ÚNICO MEDIADOR DOS HOMENS A DEUS.................. 20
4.5 TODOS DEVEM TER ACESSO ÀS ESCRITURAS SAGRADAS......... 20
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 22
9
1. INTRODUÇÃO
Em uma era tão conturbada, em que o mundo se afunda em suas próprias
entranhas corruptas, e o mal assola todo o planeta, espalhando uma peste que
consome vidas por onde passa, nunca como nos dias de hoje se faz em tal
necessidade o levantar de homens que ajudem a guiar o rebanho por caminhos
difíceis. Homens que eram indubitavelmente dependentes de Deus, que não
agiam sem consultá-lo e que não viviam sem o seu Criador, homens esses que
são escassos em mundo caído. Homens que podem ser acrescentados na lista de
“homens que o mundo não era digno”, que sofreram e padeceram pela verdade e
justiça, que juntos foram usados como instrumentos de um dos mais importantes
movimentos cristãos da história da igreja pós-apostólica.
Homens piedosos, que sentiriam envergonhados de ver os “cristãos
modernos”, de ver como nós vivemos hoje, de como o evangelho de Cristo está
sendo tão deturpado e usurpado por homens que deram a sua palavra de
fidelidade, e que hoje não passam de palestrantes motivacionais, com as suas
teorias antropocêntricas, que visam o homem como centro do universo, que tiram
toda a responsabilidade do pecador, dizendo não haver mais pecado, e tornando o
homem um ser perfeito, digno de adoração.
A realidade hoje é a mesma de tempos atrás, onde o mundo com as suas
filosofias humanistas, e conceitos modernos, desviavam o povo, conduzindo-os a
um caminho de morte, que era sem volta e sem esperança, até que Deus levantou
tais homens e foram verdadeiras inspirações para o povo, homens que sangraram
para que as pessoas pudessem serem lavadas no sangue do Salvador, homens
que serviram de bases estruturais para que outros pudessem se apoiar, que se
deitavam no chão frio para outros pudessem atravessar o caminho difícil e
chegarem até Deus. Homens que não queriam saber nada além de Cristo e este
crucificado. Verdadeiramente homens dos quais o mundo não era digno…
10
2. A ESTRELA DA MANHÃ CHAMADA, JOHN WYCLIFFE
A Inglaterra tem uma forte influência e peso na história do Cristianismo
Moderno, sendo o “país mais exportador” de pastores, evangelistas, missionários
e teólogos da história, com tantos movimentos cristão reformados surgindo em
seu território e sendo expandidos para o mundo, mas muitos se esquecem ou
mesmo não conhecem a sua origem, como e onde tudo começou.
Fora numa pequena de Richmond no North Ridings por volta de 1324 a
1330, (não se sabe ao certo qual é a data real do seu nascimento, e muito
defendem 1324, 1328 ou 1330.) no condado de Yorkshire na Inglaterra, nascia o
precursor de um dos movimentos mais importantes da história da Igreja de Cristo
no mundo, a reforma protestante, seu nome era John Wycliffe membro de uma
família de origem saxã, era filho de Roger e Katherine Wycliffe, e irmão de William
Wycliffe, não há dados verídicos sobre seus pais, o mais provável é que seu pai
tenha sido um Lorde, dono de uma grande propriedade territorial no condado de
York.
John Wycliffe ingressará em Oxford quando jovem para estudar Ciências
Naturais, Matemática e Teologia, também estudou em Balliol College, onde obteve
o título de mestre de Balliol.
Durante os seus primeiros meses em Oxford, John Wycliffe se tornou um
ferrenho crítico das influências doutrinais da Igreja Católica e da autoridade do
papa sobre assuntos seculares, pois criticava que tais clérigos não tinham
“embasamento bíblico” para apoiarem suas atitudes imorais. John Wycliffe não era
um pacifista ou diplomático, ele era verdadeiramente “uma pedra no sapato” dos
clérigos e do papa. Criticar as autoridades da Igreja Católica parecia ser o seu
motivo de vida, pois além de não se abster de suas fortes convicções, denunciava
os abusos e desejos pelo poder e riquezas que os clérigos tinham, chegando ao
ponto de chamá-los de malignos e anticristãos; “Portanto, o papa corrupto é
anticristão e maligno, por ser a própria falsidade e o pai das mentiras”. Nem os
frades escaparam de suas críticas sendo os mesmos comparados com meretrizes.
Mesmo com as suas críticas e opiniões fortes, John Wycliffe acabou sendo
afastado de Oxford por seus colegas e líderes eclesiásticos, por seus radicais
ensinos, e pelas duras críticas ao papado.
11
John Wycliffe ainda escreveu duas grandes importantes obras intituladas
On divine lordship (Do senhorio divino) e On civil lordship (Do senhorio civil).além
de outras obras como; On the king's office (Do papel do rei), On the truth of the
Holy Scriptures (Da veracidade das Sagradas Escrituras), On the church (Da
igreja), On the power of the pope (Do poder do papa), On the eucharist (Da
eucaristia) e On the pastoral office (Sobre o cargo pastoral). E ainda defendia uma
tradução da Bíblia para uma linguagem mais popular para a compreensão do
povo, o que faria com que os clérigos fossem desmascarados e o povo liberto de
seus abusos.
Além disso, John Wycliffe viveu em um dos períodos mais tristes e terríveis
da história da Europa, a Peste Negra. Originária da Mongólia era transmitida
através de pulgas que se alojavam em roedores que acabaram se espalhando e
contaminando grandes regiões urbanas. Na Inglaterra e em outros países,
chegavam através de navios mercantes, por causa de suas situações de pouca ou
nenhuma higiene, muitos roedores entravam em busca de alimento, o que
acabaram encontrando um novo lugar para habitarem.
A peste em si atacava principalmente o sistema linfático, causando
inchaços nas regiões da virilha e axilas, e também no sistema respiratório levando
o indivíduo uma terrível dor seguida de morte num período de 2 a 7 dias depois da
infecção. Além disso, a grande quantidade de lixo, e o esgoto a céu aberto, sem
contar o banho que não fazia parte da rotina dos povos naquela época facilitou o
crescimento da proliferação da peste, levando o número de morte a terríveis 50
milhões de pessoas por toda a Europa, em pouco mais de 7 anos.
Muitos clérigos e reis atribuíam a peste a uma praga ou castigo divino, por
causa da corrupção moral da sociedade, o que poderiam terem sidos
influenciados pelos próprios clérigos e líderes religiosos. Além dessa terrível
situação, os clérigos na época viam uma forte possibilidade através da venda das
indulgências a oportunidade de enriquecimento através de uma situação
pecaminosa, como se alegassem que a culpa da peste no país é por causa do
pecado. Assim sendo a indulgência uma espécie de documento de absolvição,
elas proporcionavam ao portador uma garantia que o seu pecado era perdoado e
estava livre da culpa, o que para John Wycliffe era praticamente impossível, pois
acreditava que somente Deus era capaz de perdoar os pecados do homem.
12
Mas podemos entender que as principais críticas de John Wycliffe ao
papado eram as invenções e usurpações do verdadeiro evangelho que Cristo
deixou para os seus seguidores, invenções essas que causaram mais atrocidades
que a própria peste negra.
John Wycliffe “encarava” toda e qualquer ação católica que existia ou
poderia existir, ele chegou a criticar o Grande Cisma do Ocidente, por defender
heresias como a transubstanciação que alegava que no momento da ceia o pão
se tornava a carne real de Cristo e o vinho se tornava o próprio sangue de Jesus,
na verdade eles afirmavam que o exterior dos elementos da ceia permanecia os
mesmos, mas o seu interior ocasionava numa transformação divina na carne e no
sangue de Cristo.
Para John Wycliffe, tais coisas eram incabíveis em sua mente, pois o
mesmo conhecia e estudava afinco as Escrituras Sagradas, e sabia que os
elementos nunca poderiam se transformar a tal ponto. Mas o problema não era só
o que ele entendia ser errado ou certo, mas o que o papa e os clérigos levavam o
povo a pensar, pois sem poder consultar as Escrituras, pois somente o rei e sua
elite dos nobres, e também as autoridades da igreja católica tinham acesso a
Bíblia, o povo ficavam trancafiado num quarto escuro, e iam sendo guiados para o
abismo por tais “homens santos”.
Mas embora John Wycliffe tenha sido um ferrenho opositor do papado e de
seus ensinamentos, essas doutrinas heréticas e abusos por parte dos líderes
eclesiásticos não se remete somente ao seu tempo, devemos voltar alguns
séculos quando a igreja começou a se desviar dos caminhos trilhados pelos
Apóstolos de Cristo!
Durante os primeiros séculos do cristianismo no mundo pós apostólico,
houve muitas perseguições por parte de Roma, pois os cristãos não aceitavam o
culto aos seus governantes e imperadores e nem as suas tradições, além de não
prestarem cultos aos deuses romanos, por esta razão o imperador romano
Diocleciano, iniciou uma forte perseguição aos cristãos, muitas vezes obrigando-
os a renunciar a sua fé, através de castigos e torturas ou com terríveis mortes em
prisões e arenas como espetáculo público, onde eram estraçalhados e devorados
por feras, ou obrigados a lutarem pela própria vida, mas isso só fez aumentar o
número de adeptos desse novo movimento. Muitos morreram em prol do
evangelho, muitos foram assassinados brutalmente, mas não renunciavam ou
13
desistiam, iam até o fim, visando a sua herança no reino eterno. A igreja crescia
em números, tinham uma qualidade de vida verdadeiramente cristã, eram
verdadeiros servos de Deus, dando a si próprio, amando uns aos outros, vivendo
em comunhão diária, era a igreja de Cristo na terra. Mas ainda assim tinha os
seus problemas, mas tinham sabedoria e amor para resolvê-los.
Mas a perseguição romana foi se tornando cada vez mais difícil, pois o
cristianismo se espalhou de forma avassaladora, e foi deixando de ser uma
religião de classe baixa atingindo adeptos de classes superiores, o que ocorrera
na conversão do Imperador Constantino ao cristianismo após uma “visão divina”,
chegando a publicar o Edito de Milão em 313 d.C. concedendo o livre culto aos
cristãos, mas somente graças a Teodósio em 390 d.C. através do Edito de
Tessalônica, tornou o cristianismo a religião oficial do império romano. O que
parecia ser uma grande vitória se tornou ainda pior para os cristãos da época, pois
agora embora os cristãos tenham todos os direitos de proclamar a sua fé,
Constantino como imperador, começa a conceder benefícios, concessões e leis as
autoridades antes pagãs e agora “cristãs”, tornando-os cada vez mais poderosos,
o que resultou na corrupção moral da igreja.
Agora o cristianismo sendo a religião oficial do império romano, os bispos
exerciam uma autoridade inquestionável até mesmo pelo imperador, como sendo
eles “autoridades divinas”, tudo o que faziam ou desejavam se tornava lei para os
homens, pois ir contra a igreja era ir contra o império, ou melhor contra o
imperador. Sendo assim, muitos ensinos heréticos foram criados, com o fim de
arrecadar mais riquezas a igreja e ao império, ensinos esses que podemos
classificar como período pós-constantiniano, tais como; veneração de anjos e
santos mortos, a instituição da missa como forma de culto, adoração a Maria que
teve início no conselho de Efésios, a vestimenta dos padres como forma de se
diferenciarem do povo, o purgatório e as orações somente em latim, veneração do
papa e de objetos “sagrados” e muitas outras atrocidades heréticas, inclusive a
venda de indulgências e o poder temporal dos papas que garantiam a eles
autoridade como de imperadores e reis em assuntos políticos e triviais, o que John
Wycliffe condenava veementemente, pois ele entendia que o papa não podia se
intrometer em assuntos que só davam respeito ao rei resolver, para ele o papa
14
estava limitado aos assuntos referentes aos ensinos bíblicos e questões
espirituais.
Mesmo sabendo John Wycliffe, que toda autoridade terrena era constituída
por Deus, e era destinada para cada setor da humanidade tanto eclesiástico
quanto temporal, eles não podiam ser misturados, pois o temporal acabaria por
corromper o eclesiástico, o que traria males terríveis e irreversíveis para dentro da
igreja, podemos analisar esses dois poderes a seguir.
3. OS DOIS PODERES – A IGREJA E O ESTADO
Podemos remeter esse tema aos evangelhos de Cristo, quando o próprio
Jesus, declarou: “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.
(Mateus 22:21) Nessa passagem Jesus estava sendo inquirido pelos fariseus,
para que fosse pego em alguma falha e os mesmos pudessem acusá-lo, pois os
seus ensinamentos confrontavam diretamente as práticas dos fariseus. Mesmo
essa passagem se referindo basicamente aos impostos, Jesus mostrou que todo o
cristão tinha por dever respeitar as autoridades instituídas, mesmo que elas não
fossem cristãs, e que suas leis não afetassem os mandamentos de Deus.
Infelizmente na época de Cristo, a igreja e o estado já estavam tão
intrinsecamente ligados, que os mesmos fariseus e doutores da lei que tinham por
obrigação conduzir o povo nas leis mosaicas, serviam como intermediários entre o
povo e o império romano, facilitando assim os costumes e tradições pagãos que
os romanos queriam impor sobre os judeus. Tanto que foram os fariseus que
condenaram Cristo a cruz, através de suas artimanhas políticas e religiosas.
Cristo mais do que ninguém teve problemas com essa união da igreja e
estado, pois o povo na época estava sendo cativo pelos seus líderes religiosos em
prol de seus dominadores romanos. Mesmo assim o seu maior embate não foi
com o “estado” e sim com a igreja, pois de forma alguma Cristo se intrometeu nos
assuntos do império. O seu alvo sempre foi contra os abusos dos líderes que
exerciam uma forte opressão contra o seu próprio povo, colocando sobre eles um
jugo pesado demais, cobrando impostos altos, e exigiam do povo um estilo de vida
que eles mesmos não cumpriam, por essa razão Cristo foi firme em suas questões
contra os líderes judeus, para que as suas atitudes fossem reveladas perante os
15
homens, pois nenhum outro judeu ousava questionar ou criticar os seus líderes,
pois acreditavam que eram a própria autoridade de Deus.
Cristo, mesmo depois de sua morte, a “igreja” aqui então os fariseus se
reuniram para tentar abafar qualquer remanescente de seus ensinamentos,
juntamente com o estado no caso o império, iniciaram uma perseguição dos
discípulos de Cristo, para cessar todo e qualquer início de uma revolução que eles
julgavam ser contra Deus e contra o império. Aqui podemos ver que a influência
que os fariseus exerciam sobre o ego dos romanos era muito forte, como na
passagem de João 19:12, em que os fariseus pressionaram Pilatos a cumprir o
desejo deles de crucificar a Cristo, dizendo que se soltar este “não és amigo de
César”. Nesse momento mesmo diante da inocência de Cristo, o ego de Pilatos
falou mais alto, pois não queria que nada atrapalhasse se talvez houvesse uma
oportunidade de um dia ocupar uma posição mais elevada. Mas ainda precisamos
definir o que é poder temporal e poder eclesiástico, e quais são as suas
implicações e deveres.
3.1 PODER TEMPORAL
Temporal vem da palavra em latim temporalis, que significa transitório ou
algo que passa com tempo, algo que tem um fim, uma durabilidade, algo que não
dura para sempre. Pode ser definido também como algo terreno, como bens
materiais, algo que a traça e a ferrugem corrói.
O poder temporal é basicamente uma influência forte ou um poder político,
seja ele monárquico ou governamental, que tem como dever comandar e
administrar uma nação, proporcionando segurança, sustentabilidade e
desenvolvimento para a sua nação. O responsável por deter esse poder deve
assegurar uma melhor qualidade de vida, resolver problemas que atrapalhem o
bom andamento da nação, promover empregos e renda, além de assuntos
relacionados com a segurança pública e qualquer tipo de afronta de outros povos.
É um poder que é destinado a uma pessoa ou um grupo de pessoas, que não
estejam ligadas ou que exerçam uma outra forma de poder de natureza divina ou
espiritual.
16
Podemos ver esse tipo de poder em nossos dias atuais com prefeitos,
governadores e presidentes, ou até em alguns lugares um rei ou um primeiro
ministro, todos eles exercem um tipo de poder temporal em sua nação. Esse
poder é recebido basicamente através de uma eleição, onde um grupo de pessoas
indica alguém para se candidatar a esses cargos. É um poder secular, quer dizer
algo que não tenha caráter espiritual.
3.2 PODER ESPIRITUAL
Já o poder espiritual, podemos classificar como tudo que está relacionado
com alguma entidade ou no caso aqui com Deus, é uma autoridade concedida por
Deus, para pregar, ensinar e guiar um grupo de pessoas ou até mesmo uma
nação, na busca pelas ações divinas de Deus, como graça, misericórdia e benção,
além de guiar o povo para o reino de Deus.
No antigo testamento, temos os patriarcas, sacerdotes e os profetas que
eram os próprios arautos ou embaixadores de Deus para com os homens, que
comunicavam os mandamentos e ordenanças divinas para que o povo cumprisse,
e ainda eram consultados pelos reis, em algumas questões sobre a nação. Mas
mesmo assim eles não se intrometiam nos assuntos um do outro, a não ser
quando o povo se desviava dos caminhos de Deus, e precisavam ser
repreendidos, tanto o rei como o reino.
Vemos essa situação em 1 Samuel 15, quando Deus ordena através do
profeta Samuel, que Israel guerreie contra os amalequitas, e dá instruções claras
ao rei Saul quanto o que se devia fazer, como descrito no versículo 3: “Vai, pois,
agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe
perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos
de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos.” A
instrução fora clara para Saul e seu exército, e Saul cumpre parte das ordens
divinas, ele extermina todo povo, mas deixa vivo o rei de Amaleque e todo o seu
gado, levando assim a rejeição de Deus frente a sua desobediência, que acarretou
na perda do trono, e castigo para a nação de Israel.
Assim como no Antigo Testamento, o poder temporal agia em equilíbrio ao
poder espiritual, mas nunca juntos ou unificados, cada um cumpria sua função e
17
juntos mantinham o equilíbrio das coisas, mas quando um dos poderes tentava
superar o outro, havia conseqüências severas para a nação. Usando Israel como
exemplo, quando houve a separação do reino em dois grupos, vemos todas as
atrocidades que os israelitas cometiam por causa da junção dos poderes, guerras
e sacrifícios idolatras eram quase corriqueiros, além de outros males para a
nação, como o domínio de outras nações.
Já no Novo Testamento vemos uma nação completamente dominada por
outra nação, e continuamos a ver a unificação dos poderes, líderes religiosos
agindo como políticos, buscando benefícios e vantagens, em troca de submissão
total a nação dominada.
Mas na história vemos somente a igreja católica apreciar e usar a
unificação dos poderes a seu bel-prazer, pois em nenhuma outra nação vemos a
interferência de um poder sobre o outro. Durante toda era pós-apostólica, a igreja
católica usou de forma irresponsável o poder temporal, promovendo a “sua
verdade”, e fazendo política ao invés de promover o evangelho, temos como
exemplo disso as guerras santas.
Motivados por conquistas territoriais, as guerras santas ou cruzadas, tinham
como objetivo conquistar ou recuperar a cidade de Jerusalém dos muçulmanos,
além abrir uma rota de comércio no mar mediterrâneo, a igreja católica via
possibilidade de conquistar novos adeptos para o “cristianismo católico”, mas o
ponto de partida foi mesmo a retomada de Jerusalém dos turcos, uma vez que os
mesmo proibiam toda e qualquer peregrinação cristã.
Com as guerras santas ou cruzadas, a igreja católica criou várias ordens ou
grupos que eram responsáveis pela defesa dos peregrinos durante a viagem a
terra santa entre essas ordens tem os famosos templários, chamados de
Cavaleiros Templários, que eram um grupo de cavaleiros que protegiam os
peregrinos em todo o seu percurso, mas ao longo dos anos, foram também
usados para outras guerras, a relatos que a ordem dos cavaleiros tenha adquirido
uma enorme riqueza para igreja católica.
A igreja católica por anos crescia tanto em quantidade, poder e riquezas,
quanto por influência no meio político, papas se tornaram reis, e reis viraram
18
servos da “santa igreja católica”, pois agora ela detinha todo o poder e autoridade,
eram proprietária de muitas terras, e em todos os lugares eram cobrados impostos
para a igreja, para sustento de suas práticas e para as suas guerras e conquistas,
por anos a fio a igreja católica abandonou a sua missão primordial, para servir as
riquezas e ao poder no mundo conhecido.
Além disso, a igreja católica era considerada por seus sacerdotes como
soberana, a maior autoridade divina no mundo, e não admitia qualquer opinião
contrária às suas doutrinas e dogmas, qualquer um que questionasse a suas
ordens era perseguido, julgado e punido, pois de além de autoridade máxima,
ainda foi instituído na igreja católica um tribunal chamado de Tribunal do Santo
Ofício, que visava o julgamento de heresias e hereges, com punições de
excomunhão dos acusados.
Por todo esse domínio, conquistas e ambições desenfreadas foi que a
igreja católica obteve, além de julgamentos e punições e influências políticas, um
forte opositor, John Wycliffe que começou a se opor a todo abuso católico em sua
época, para John Wycliffe a igreja deveria ser pobre como na era apostólica, mas
ela possuía uma quantidade absurda de propriedades pela Inglaterra, enquanto a
população passa fome, os clérigos ficavam cada dia mais ricos e poderosos.
John Wycliffe levantou fortes críticas contra o papado e a igreja católica,
críticas quanto a sua doutrina e práticas e também contra os seus líderes.
4. JOHN WYCLIFFE E A IGREJA CATÓLICA
Em um período tão conturbado de sua vida e de seus conterrâneos, a peste
trouxe para John Wycliffe bem mais do que tristezas e mortes, trouxe uma
verdade divina, que o fez reavaliar a sua vida, para John Wycliffe o homem podia
ter o mais alto cargo no mundo, mas que não passava de um homem como ele, e
padeceria dos mesmo infortúnios que o resto dos homens, ninguém estava tão
acima de alguém que não sofreria das mesmas coisas, por causa disso John
Wycliffe iniciou o conflito doutrinário contra o papado. Podemos categorizar cinco
pontos nas críticas contra o papado:
19
4.1 A IGREJA E O ESTADO NÃO PODEM SER UNIFICADOS
A igreja e o estado, embora tenham funções distintas, não podem jamais se
unificarem e tornarem um único poder soberano, pelo simples fato de serem
administrados por homens, pois a igreja é uma ordenança divina, dada somente
aos que compõem uma vocação, assim como foram eleitos os apóstolos, e
responde diretamente a Deus, já o governo civil responde aos homens.
John Wycliffe via tal administração da igreja católica como uma afronta
direta a Deus, pois ela ia além das coisas relacionadas divinas que eram de
responsabilidade da igreja, para coisas terrenas que eram de responsabilidade do
rei, tal afronta essa que passa por cima da autoridade do próprio rei. Além de
corromper a igreja com ideais moralmente mundanos, a igreja junta com estado
deixaria a nação desequilibrada, sem uma direção. Para John Wycliffe, o papado
tinha usurpado a autoridade, por isso havia traído o seu chamado de servir a
Deus.
4.2 A BÍBLIA É A ÚNICA DOUTRINA QUE DEVE SER ENSINADA
Como um exímio estudante e mestre de teologia, John Wycliffe sabia que o
que causou a corrupção da igreja fora o afastamento das doutrinas bíblicas, ou a
interpretação errônea da mesma. Muitos líderes religiosos trocaram as doutrinas
bíblicas, para facilitar os seus abusos, e por isso o povo padecia pela negligência
da igreja em ensinar o que foi chamada para proclamar.
Com os ensinamentos dogmáticos da igreja católica, o povo era afastado
de Deus, e empobreciam tanto moral, financeiramente e espiritualmente. A Bíblia
deve ser o centro da igreja, como John Wycliffe defendia as Escrituras Sagradas,
pois acreditava que ela era as próprias palavras de Deus para humanidade, e que
deveria ser ensinada nas igrejas e paróquias da época.
O povo estava cego e preso num quarto escuro, e precisava ser liberto
dessa tirania eclesiástica, como diz em João 8:32 “E conhecereis a verdade, e a
verdade vos libertará.” para John Wycliffe, a Bíblia era o alimento necessário para
a vida da igreja.
20
4.3 A IGREJA DE CRISTO NÃO PODE SER MACULADA
Sendo ele mesmo zeloso nos seus estudos bíblicos e teológicos, sabia que
o único jeito de trazer a igreja de volta para os caminhos de Deus, era através de
uma reforma, mas para que isso acontecesse, ele precisava convencer o povo a
protestar contra os dogmas católicos e os abusos dos clérigos, mas vale lembrar
que absolutamente ninguém tinha audácia de criticar ou mesmo questionar um
líder eclesiástico, por causa de sua autoridade, ninguém queria ser contra a igreja,
pois pensavam que seriam contra Deus.
Mas a igreja não estava cumprindo o seu chamado, além de altos impostos,
abusos doutrinários, e um poder absoluto, ela não conseguia cuidar ou fazer
caridades, muitas pessoas foram negligenciadas pelas suas necessidades
básicas. Em Tiago 1:27 diz: A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como sincera
e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e,
especialmente, não se deixar corromper pelas filosofias mundanas. A igreja estava
corrupta por causa dos pecados dos líderes que abandonaram a verdadeira
religião para satisfazer os seus desejos.
4.4 CRISTO É O ÚNICO MEDIADOR DOS HOMENS A DEUS
Um dos maiores problemas da igreja na época de John Wycliffe foi à
idolatria que o papa recebia ou exigia do povo, para ele os súditos da Inglaterra
deveriam vê-lo como um santo, ou o substituto do filho de Deus na terra, e a igreja
o colocava nessa posição, como uma santa eminência.
Para John Wycliffe o verdadeiro mediador era Cristo e ninguém mais como
está dito em 1 Timóteo 2:5; “Portanto há um só Deus e um só Mediador entre
Deus e os homens, Cristo Jesus, homem...”, a questão é trocaram o Cristo, o
Salvador dos homens, por um pecador, corrupto e ganancioso, que certamente
estava levando o povo para o inferno.
4.5 TODOS DEVEM TER ACESSO ÀS ESCRITURAS SAGRADAS
Uma das grandes preocupações de John Wycliffe, era que o povo estava
cego, e estavam sendo guiados para o abismo, pois somente os poderosos tinham
acesso as Escrituras Sagradas, mas como nem mesmo eles contestavam os
21
clérigos, muitos nem liam a Bíblia, e também estavam sendo cativos do papa.
John Wycliffe provavelmente leu a passagem de Oséias 4:6, “O meu povo está
sendo destruído, porque lhe falta conhecimento.”, quando viu a situação do povo,
viu que não podiam compreender as Escrituras pois estavam em latim e não em
sua língua materna, muitos homens eram agricultores, lavradores e mercadores,
não tinham uma situação financeira para o aprendizado do latim, e muitos se
conformavam com a situação, mas John Wycliffe teve o sentimento contrário,
sabia que para reformar a igreja precisava reformar o povo, e decidiu que já
passada da hora do povo conhecer verdadeiramente o seu Salvador!
John Wycliffe acreditava que a Bíblia em inglês deveria ser uma posse
indispensável para todo o povo, por isso começou a tradução do Novo Testamento
e teve ajuda com o Antigo Testamento, mas o clero não aprovou essa tradução
declarando que havia erros doutrinários, mas mesmo assim agora a massa do
povo inglês tinha acesso a Bíblia, o que muitos dos seus opositores declararam: A
joia do clero tornou-se o brinquedo dos leigos".
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
John Wycliffe foi um homem excepcional em seu meio, não mediu esforços
para que todos conhecessem o seu Salvador, lutou, criticou, apanhou, mas não
desistiu, foi a inspiração para muitos, com suas ideias e seus objetivos, muitas
vidas foram salvas através de sua vida, embora tenha vivido e um dos piores
períodos da sua era, não se abateu, e teve o seu coração inundado por Deus. Ele
foi uma forte influência para o reformador alemão Martinho Lutero, uma verdadeira
inspiração e um impulso para o reformador, pois os seus ensinamentos se
proliferaram por toda a Inglaterra, além de possuir as características de um
verdadeiro reformador da igreja: a lealdade incondicional a Cristo e a sua
palavra...
Através de seus aprendizes os Lollardos, pregadores pobres, viajaram por
toda a Inglaterra pregando e ensinando o povo. Ele terminou os seus dias
traduzindo a Bíblia e pregando em Luttherworth, e teve uma morte das mais
honrosas, morreu no púlpito pregando durante um culto em 1384.
22
Mas infelizmente alguns anos depois de sua morte, a igreja católica o julgou
como herege e teve os seus ossos desenterrados e queimados, como relata o
historiador Martin Kintzinger: “Uma noite de inverno sombria e estrelada. Ao redor
das paredes da igreja paroquial de St. Mary, na pequena cidade mercantil de
Luttherworth, no condado de Leicestershire, assobia um vento gelado. Tudo
parece deserto e quieto. Somente dentro da igreja existe atividade. Lajes de pedra
são removidas, escavações escavam no chão. No escuro brilho de algumas velas,
partes esqueléticas – ossos do braço, da perna e do crânio – são desenterradas e
imediatamente queimadas em uma lareira. “Mas mesmo tendo o seu tumulo
aberto, e os seus ossos queimados, suas cinzas foram jogadas no pequeno
córrego chamado Swift, que desceram para o Rio Avon, passando para o Rio
Severn, passando pelos mares estreitos e finalmente para o oceano, um fim nobre
para a estrela da manhã da reforma protestante, John Wycliffe.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOXE, John. O Livro dos Mártires. 1ª Edição Eletrônica. São Paulo: Mundo
Cristão, 2013.
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos Séculos: uma história da igreja
cristã. São Paulo: Vida Nova, 1988.
CURTIS, A. Kenneth et al. Os 100 Acontecimentos mais importantes da história do
Cristianismo. São Paulo: Vida, 2003.
STACEY, John. John Wycliffe. Disponível em:
https://www.britannica.com/biography/John-Wycliffe Acesso em 13 de agosto de
2019.
23
OLSON, Roger. John Wycliffe. Disponível em: http://www.e-
cristianismo.com.br/historia-do-cristianismo/biografias/john-wycliff.html Acesso em
13 de agosto de 2019.
PINTO, Tales. John Wyclif e Jan Hus: precursores de Lutero. Disponível em:
https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/john-wyclif-e-jan-hus-
precursores-de-lutero.htm Acesso em 13 de agosto de 2019.
LLOYD, Donna Buller David F. John Wycliffe: Setting the Stage for Reform.
Disponível em: https://www.vision.org/biography-john-wycliffe-setting-stage-reform-
381 Acesso em 13 de agosto de 2019.
BILFELDT, Von Kirsten Serup. John Wyclif, Morgenstern der Reformation.
Disponível em: https://www.deutschlandfunk.de/john-wyclif-morgenstern-der-
reformation.2540.de.html?dram:article_id=390252 Acesso em 13 de agosto de
2019.
NEUENSCHWANDER, René. John Wycliff (1320-1384) Disponível em:
https://www.universdelabible.net/bible-et-histoire/les-reformateurs/134-john-wycliff-
1320-1384 Acesso em 13 de agosto de 2019.
BETTENCOURT, Dom Estevão. As 3 Grandes Ordens Religiosas Militares da
História da Igreja. Disponível em: <https://pt.aleteia.org/2018/05/28/as-3-grandes-
ordens-religiosas-militares-da-historia-da-igreja/ Acesso em 13 de agosto de 2019.
24
Tribunal do Santo Ofício. Artigos de apoio Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-
2019. Disponível na Internet:<https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$tribunal-do-
santo-oficio Acesso em 13 de agosto de 2019.
SOUSA, Rainer Gonçalves. "Peste Negra"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/pandemia-de-peste-negra-seculo-xiv.htm
Acesso em 13 de agosto de 2019.