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19 1. APRESENTAÇÃO O presente Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) é um modo de desenvolver junto às famílias assentadas do Projeto de Assentamento União I, a consciência de preservação e recuperação ambiental, revertendo em ampliação de renda através de sistemas de produção agroflorestal e agrosilvipastoril, bem como melhorar os aspectos sócio-econômico-cultural e a infraestrutura do assentamento, para tanto existe a intervenção orientada para o Projeto de Assentamento União I, instituído no ano de 2008, com adoção do código de SIPRA RO 0182000, que atualmente não apresenta a condição de pleno desenvolvimento sustentável. Por conseguinte, o PDA resume-se num conjunto de ações planejadas para garantir ao Projeto de Assentamento - PA União I o nível desejado de desenvolvimento sustentável, a curto, médio e longo prazo, proporcionando crescimento da renda aos seus beneficiários, geração de empregos, aumento da produção e melhores condições de vida e cidadania, preconizando os requisitos considerados básicos para o alcance do esperado desenvolvimento, através das possíveis soluções levantadas nas dimensões: social, infraestrutura, econômica e ambiental, resultantes da intervenção de políticas governamentais e de parcerias institucionais e privadas. Neste documento são identificados os problemas e potencialidades do assentamento a partir do diagnóstico participativo elaborado pelas famílias assentadas (homens, mulheres, idosos, jovens e crianças) com apoio da assessoria técnica, social e ambiental, seguido da definição da agenda de prioridades para cada dimensão citada acima, contudo salvo as responsabilidades dos assentados envolvidos e prazos estabelecidos para condução do plano, de forma que assegurem o desenvolvimento do PA União I, dada devida atenção à legislação ambiental vigente no país.

ROTEIRO BÁSICO PARA O PLANO DE RECUPERAÇÃO DO …...infraestrutura do assentamento, para tanto existe a intervenção orientada para o Projeto de Assentamento União I, instituído

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1. APRESENTAÇÃO

O presente Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) é um

modo de desenvolver junto às famílias assentadas do Projeto de Assentamento

União I, a consciência de preservação e recuperação ambiental, revertendo em

ampliação de renda através de sistemas de produção agroflorestal e

agrosilvipastoril, bem como melhorar os aspectos sócio-econômico-cultural e a

infraestrutura do assentamento, para tanto existe a intervenção orientada para

o Projeto de Assentamento União I, instituído no ano de 2008, com adoção do

código de SIPRA RO 0182000, que atualmente não apresenta a condição de

pleno desenvolvimento sustentável.

Por conseguinte, o PDA resume-se num conjunto de ações planejadas

para garantir ao Projeto de Assentamento - PA União I o nível desejado de

desenvolvimento sustentável, a curto, médio e longo prazo, proporcionando

crescimento da renda aos seus beneficiários, geração de empregos, aumento

da produção e melhores condições de vida e cidadania, preconizando os

requisitos considerados básicos para o alcance do esperado desenvolvimento,

através das possíveis soluções levantadas nas dimensões: social,

infraestrutura, econômica e ambiental, resultantes da intervenção de políticas

governamentais e de parcerias institucionais e privadas. Neste documento são

identificados os problemas e potencialidades do assentamento a partir do

diagnóstico participativo elaborado pelas famílias assentadas (homens,

mulheres, idosos, jovens e crianças) com apoio da assessoria técnica, social e

ambiental, seguido da definição da agenda de prioridades para cada dimensão

citada acima, contudo salvo as responsabilidades dos assentados envolvidos e

prazos estabelecidos para condução do plano, de forma que assegurem o

desenvolvimento do PA União I, dada devida atenção à legislação ambiental

vigente no país.

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1.1. OBJETIVOS

1.1.1. GERAL

Identificar os evidentes problemas e potencialidades, levantados de

modo participativo, com o envolvimento e comprometimento da comunidade,

inerentes às dimensões: econômica, social, ambiental e infraestrutura. Planejar

e implantar ações no intuito de solucionar de forma coerente os problemas

priorizados pelos atores.

1.1.2. ESPECÍFICOS

- Incluir ao máximo a participação das famílias rurais assentadas

para reflexão e análise crítica sobre a realidade socioeconômica do

assentamento dentro da proposta do desenvolvimento sustentável.

- Preconizar a união e interação da comunidade na priorização de

problemas coletivos;

- Estabelecer estratégias disponíveis em busca da transformação da

realidade atual, a serem realizadas pelas famílias assentadas, organizações

sociais, em parceria com INCRA, SEDAM, IDARON, CEPLAC, EMBRAPA,

EMATER, PREFEITURA e suas secretarias, e demais órgãos que possam ser

inseridos, objetivando a melhoria na qualidade de vida e sustentabilidade para

as 62 famílias de pequenos produtores rurais existentes no PA União I.

2. METODOLOGIA

2.1. Da Elaboração do Plano

A elaboração deste documento originou-se a partir do CRT. 3000/2014,

com a participação de três técnicos da Associação de Assistência Técnica e

Extensão Rural do Estado de Rondônia (EMATER), contratada para prestação

de serviços de Assessoria Técnica e Extensão Rural nos Projetos de

Assentamentos do município de Parecis, sob coordenação da

Superintendência Regional do INCRA/RO.

O segundo estágio do trabalho ocorreu mediante treinamento e

nivelamento entre a equipe técnica de campo, equipe técnica de assessoria a

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escrita do PDA do PA União I, equipe técnica de revisão e coordenador

regional de ATER/EMATER.

Para início do plano no PA União I, equipe técnica de ATER-

INCRA/EMATER do núcleo Parecis adotou a seguinte estratégia de conduzir

os trabalhos em local centralizado dentro do PA na execução das oficinas,

sendo estas realizadas no período de junho a dezembro de 2014, para que

todos os agricultores fossem contemplados a participar diretamente do PDA.

Logo mais, nos próximos encontros, o trabalho passou a ser aplicado em

grupos, pois o intuito foi estabelecer dentre os assentados a formação de

quatro comissões dentro do PA, cada qual representando uma dimensão:

social, econômica-produtiva, infraestrutura e ambiental. Os problemas foram

priorizados em cada uma das quatro dimensões.

Primeiro Momento

No primeiro momento das oficinas, foram desenvolvidas técnicas de

sensibilização e mobilização dos beneficiários do assentamento União I. O

processo teve início com apresentação de técnicos de ATER e posteriormente

dos agricultores, falando o nome, a linha que residia e o tempo de moradia no

assentamento.

Figura 1: Apresentação da Equipe ATER/INCRA Figura 2: Apresentação Individual

Técnica “Nos Conhecendo”

A atividade inicial de integração utilizou-se da técnica de inclusão

intitulada “Nos Conhecendo” com objetivo de estimular reflexão sobre si

própria e propiciar a identificação com os outros membros do grupo, ao

mencionar informações sobre si mesmo que os outros, possivelmente

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desconheçam. Procedimento simples de entrega a cada participante uma

folha contendo as questões:

1. Qual o nome pelo qual é conhecido (apelido)?

2. Qual o nome do sítio? E o porquê do nome?

3. Eu sou: dizer uma característica pessoal

4. Eu gosto: partilhar uma preferência pessoal

5. Qual seu sonho perante o assentamento União I?

Na sequência o questionário respondido é lido frente a plenária, os

técnicos auxiliaram os agricultores que apresentaram maior grau de

dificuldade devido déficit literário.

Figura 3: Técnica de inclusão “Nos conhecendo”

Técnica do olho mágico

Esta dinâmica tem por objetivo sensibilizar os participantes à

necessidade do conhecimento do assentamento como um todo. É iniciada com

apresentação de um álbum seriado construído de papel, que mostra no

primeiro momento uma pequena imagem sem definição a qual vai ampliando-

se à medida que o álbum é folheado.

Figura 4: Técnica do Olho Mágico

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Neste momento os agricultores são estimulados a falar o que

perceberam com a apresentação da técnica, e foi observada a visão

centralizada que eles têm em relação ao assentamento, pois a maioria deles

está preocupado apenas com os problemas relacionados ao seu lote, ou no

máximo a linha em que moram.

Técnica do desenho dos mapas: passado, presente e futuro

Neste primeiro encontro, foi realizada, também, a técnica do desenho

dos mapas representando o passado, presente e futuro. Os assentados foram

divididos em três grupos: um formado pelos agricultores mais antigos para o

desenho do mapa do passado; outro grupo destinado á desenhar o mapa do

presente e o outro responsável em desenhar o mapa do futuro, de forma que

retratassem o assentamento que eles almejam. Para realização dessa

atividade, os grupos receberam papel madeira, pincéis atômicos e giz de cera,

e no final apresentaram seus mapas explicando em ordem cronológica.

No mapa do passado foi observado a luta dos pioneiros do PA União I.

Segundo relado do grupo, há aproximadamente 16 anos atrás, os agricultores

enfrentaram dificuldades como falta de infraestrutura, a exemplo falta de

energia elétrica. Foi muito interessante perceber na fala destes agricultores o

nível de organização que se estabeleceram entre eles. Todos tinham um único

objetivo, a conquista da terra. Estas pessoas no início estavam sozinhas,

porém posteriormente trabalhavam em grupo, cada um era responsável por

alguma atividade. Existia um grupo que abria a picada, outro grupo escolhia os

lotes e outros cuidavam da preparação dos alimentos. Durante o relato foi

exposta à questão da saúde, a malária era comum na época. A presença dos

animais silvestres também foi comentada de maneira mais singela, a caça fazia

parte da sobrevivência do grupo, no entanto o imóvel denominado Lote 52 que

deu origem ao PA União I encontrava-se desmatado em sua maior porção,

sendo o solo ocupado por área de pastagens.

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Figura 5: Desenho do mapa do passado

Na apresentação do mapa do presente, o grupo destacou a situação do

assentamento em relação à infraestrutura, tanto nos avanços como nas

dificuldades. Os agricultores identificaram as linhas que possuem energia,

estradas abertas, pontes quebradas, barracão de associação, tanques de leite,

caminhão, ônibus escolar e igrejas.

Figura 6: Desenho do mapa do presente

O grupo responsável pelo desenho do mapa do futuro teve maior

dificuldade em expor seus propósitos para o futuro, o que almejam ainda é

pouco, ficando claro a falta de perspectiva existente no meio rural dos

assentamentos de reforma agrária, se contentando com resolução das

necessidades básicas, pensando em resolver apenas os problemas mais

comuns, como: recuperação de estrada e pontes, construção de escola e de

espaço de lazer, não conseguindo ter uma visão mais progressista. Esta

atividade do desenho dos mapas confirma a situação apática do assentamento.

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Figura 7: Desenho do mapa do futuro

Técnica do Balão

Cada agricultor recebeu um balão, depois de inflados, foram orientados

a não deixá-los estourar. Percebeu-se que a maioria preocupou-se em cuidar

apenas do seu balão, não se importando com os outros. Após a atividade, a

equipe de ATER recolheu-os e convidou os participantes para uma reflexão.

Cada balão representava os problemas do assentamento. Em geral, às

pessoas estão mais preocupadas em resolver os problemas que lhes afetam, e

apenas a criticar a situação precária do PA, recusando-se de participar

ativamente do processo para resolução do problema.

Esta técnica revela exatamente, que se as pessoas passarem a se

ajudar, sem pensar somente em si, e sim, como uma comunidade organizada,

todos com um propósito comum, seria bem fácil manter os problemas mais

leves. Diferente se houver poucos representantes para resolver muitos

problemas.

Figura 8: Técnica do Balão

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Segundo momento

No segundo momento foi realizada a sensibilização voltado a origem das

famílias assentadas no PA União I e para o trabalho em grupo, fortalecendo a

união entre os assentados.

Técnica do mapa das famílias

Nesta técnica cada família recebe uma targeta de cartolina em formato

retangular para escrever o sobrenome familiar, quantos membros existem no

âmbito familiar e de onde vieram (Município, Estado e/ou País). Em seguida

ocorrem as apresentações da origem das famílias assentadas e constrói-se o

mapa das famílias.

Figura 9: Técnica da origem familiar

Figura 10: Mapa das famílias

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Técnica da “Qualidade”

Na sequência fez-se a técnica da “qualidade”, cada participante

anota em um pedaço de papel a qualidade que acha importante em uma

pessoa. Em seguida todos colocam os papéis no chão virado a parte

escrita para baixo, montando como um quebra cabeça em forma quadrada.

Após é chamado um beneficiário por vez para pegar um papel fazer a

leitura e apontar rapidamente a pessoa que tem esta qualidade. O objetivo

desta dinâmica é que todos beneficiários possam conhecer melhor as

qualidades uns dos outros.

Figura 11: Técnica da “Qualidade”

Técnica do conto “O rato e a ratoeira”

Para iniciar as atividades em grupo, aplicou-se a técnica do conto do

ratinho, que trata-se do conto da história de um ratinho preocupado com a

aquisição de uma ratoeira pelo casal de agricultores rurais afim de dar cabo no

ratinho. Então, este desesperado solicita ideias e ajuda por parte dos amigos

existentes na propriedade rural, sendo a galinha, o porco e a vaca, que muito

desinteressados, se dizem alheios ao problema, que no transcorrer da história,

leva a todos a reflexão de que todos precisamos uns dos outros na resolução

de problemas.

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Figura 12: Técnica do conto “O rato e a ratoeira”

Foram distribuídas tarjetas com numeração de 1 a 4, representando

cada dimensão, sendo elas: dimensão social, infraestrutura, econômica-

produtiva e ambiental.

Figura 13: Divisão dos grupos e respectivas dimensões

Técnica da corrida no pano

Em seguida formando-se grupo de quatro agricultores representantes de

cada dimensão para conquistar brindes, participando da técnica da corrida no

pano, de maneira que ao final, o grupo que melhor desempenhasse a técnica

sem retirar os pés do pano, recebia a premiação. Convidados a reflexão, sendo

observado pelos demais as estratégias no empenho para a conquista de

soluções dos problemas presentes no PA União I.

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Figura 14: Técnica da corrida no pano

Levantamento de Problemas e Potencialidades

Ao tratar dos problemas do assentamento, a interatividade e a

participação são imprescindíveis, pois gera uma ansiedade para possíveis

resoluções dos problemas. Quanto às potencialidades, poucas são destacadas

e outras por vezes nem percebidas.

Figura 15: Levantamento de problemas e potencialidades

A dimensão social trata de aspectos relacionados à assistência de saúde

na atenção primária, secundária e terciária prestada no município de Parecis e

consequentemente, no Projeto de Assentamento.

A situação educacional também é um fator muito discutido, sendo este,

relacionado ao transporte escolar, qualidade dos professores e merenda

escolar. Incluindo, também, a organização social, cultura e lazer.

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A dimensão infraestrutura aborda os investimentos no conjunto das

instalações necessárias às atividades do homem rural, como exemplo: as

estradas, pontes, energia elétrica, posto de saúde, ausência de estrutura física

de escola no PA, ônibus escolar, igrejas, campos de futebol, barracão de

Associação, tanques de leite, botija de inseminação, construção e reforma das

casas, saneamento básico e instalações para atividades produtivas (tulha,

terreirão, curral, barracão de ordenha e cerca).

Figura 16: Dimensão social Figura 17: Dimensão infraestrutura

A dimensão econômica está diretamente relacionada à produção do

assentamento gerando fatores que interferem na geração de renda, tais como:

comercialização e escoamento de produtos, qualidade do solo, ataque de

pragas e doenças, falta de investimento na agricultura, linhas de créditos,

culturas anuais e perenes, instalação de agroindústrias e sistema pecuário.

A dimensão ambiental fala dos aspectos ambientais perante a lei, como:

área degradada, SAF’s (Sistemas Agroflorestais), APP (Área de Preservação

Permanente), queimadas, recursos hídricos, fauna e flora do assentamento,

desmatamento e matas ciliares.

Figura 18: Dimensão econômica-produtiva Figura 19: Dimensão ambiental

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Técnica da “FOFA”

Os participantes foram divididos em 02 grupos para a realização da

técnica da FOFA, um grupo citou fortalezas (fatores internos que contribuem

para o seu melhor desempenho) e as oportunidades (fatores externos quem

poderiam influir positivamente no desenvolvimento do PA) e o outro grupo, as

fraquezas (fatores internos que influem negativamente sobre o desempenho) e

ameaças (fatores do meio externo quem influem negativamente e não podem

ser controlados). Esta técnica é realizada no intuito de nivelar o entendimento

sobre o verdadeiro sentido do levantamento de problemas e potencialidades

presentes no PA União I, haja visto a dificuldade em visualizar e elencar as

potencialidade existentes.

Figura 20: FO - Fortalezas e Oportunidades Figura 21: FA - Fraquezas e Ameaças

Figura 22: Técnica da “FOFA” – montagem final

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Técnica “Tocando em frente”

A continuidade das atividades deu-se pela técnica intitulada “Tocando

em frente” que se refere a letra de uma música que tem por objetivo sensibilizar

para o tipo de trabalho que a equipe passa a desenvolver, juntamente com as

famílias assentadas, de maneira contínua e sequenciada, que é a elaboração

do plano de desenvolvimento do assentamento, introduzindo elementos para

reflexão, por meio da música de Renato Teixeira: Tocando em frente.

A música é um excelente meio de se obter a participação dos

assentados. Vale salientar que os beneficiários relacionam os trechos da

música com às próprias vidas, sendo observado que a citação “ando devagar”,

faz analogia ao caminho a percorrer em busca da resolução dos problemas do

PA, bem como ao se tratar de “paz e união”, os levando a reflexão de que

esses são ingredientes importantes na relação com os companheiros.

Figura 23: Técnica “Tocando em frente”

Técnica do Diagrama de Venn

A aplicação do diagrama do Venn tem como objetivo colocar em

evidencia as relações que se estabelecem entre os membros do

assentamento e as instituições para reconhecer a importância destes

fatores nos processos de decisão e desenvolvimento comunitário.

Levando em consideração o envolvimento de alguns parceiros:

INCRA; EMATER; SENAR; prefeitura municipal e suas secretarias;

sindicato rural; SEDAM; IBAMA e organizações como comércio e

associação.

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No diagrama há quatro círculos e os beneficiários colam as tarjetas

conforme visualizam o envolvimento dos parceiros relacionados acima, se

está próximo ou longe do PA União I. Se existe alguma ligação ou forma de

contato, vínculo e/ou acesso.

Figura 24: Técnica Diagrama de Venn

Técnica das palavras

Em papel A-4 recortado em tiras foram escritas 25 palavras (amor,

paz, Deus, alegria, tristeza, felicidade, perdão, dentre outras), sendo as

tiras dobradas e colocadas em um recipiente, para que cada um

participante, retire uma tira e relate o significado da palavra escrita nesta

em relação a sua vida. Nesta técnica é possível observar o ponto de vista

dos atores envolvidos e se existe viabilidade em implantar projetos

almejados pelo público.

Figura 25: Técnica das palavras

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Terceiro momento

Elaboração das perguntas.

Para o trabalho de elaboração das perguntas para a “Pesquisa-ação”1,

todos reuniram-se começando as atividades com a divisão dos grupos de

acordo com a dimensão que cada um havia participado nos encontros

anteriores. Antes da elaboração das perguntas, foram relembrados os

problemas apontados nas dimensões: social, ambiental, econômica-produtiva e

de infraestrutura, sendo orientados a elaborarem perguntas objetivas, e que

estivesse de acordo com os problemas levantados. Depois de elaborado o

caderno de pesquisa-ação e cada pesquisador em sua respectiva dimensão,

ficaram estes, responsáveis em pesquisar a sua linha.

Figura 26: Questionário da pesquisa-ação

_______________________

1 Pesquisa-ação é uma metodologia baseada na INPA, a qual ajuda a impulsionar os processos de

desenvolvimento e a mantê-los em andamento, principalmente porque os participantes descobrem muitas coisas sobre sua realidade, aprendem como lidar com os problemas e a tentar resolvê-los, aumentando a própria consciência da realidade e da realidade social mais ampla, o que lhes permite encontrar soluções mais duradouras. A discussão, tendo como ponto de partida o cotidiano de vida e a própria linguagem é aprofundada, permitindo que os participantes expandam seu saber e sua competência (Furtado e Furtado, 2000).

Furtado, R; Furtado, E. A Intervenção Participativa dos Atores – INPA: uma metodologia de capacitação para o desenvolvimento local sustentável. Instituto Interamericano de Cooperação

para a Agricultura (IICA), Brasília, 2000. 180p.

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No cadastramento foram envolvidas 79 unidades familiares. Enquanto

que para a pesquisa-ação foi realizada uma amostragem de 35% das famílias

do PA, sendo considerada para efeito de cálculo a relação de beneficiários do

INCRA estabelecida no plano de trabalho de ATER, que é de 62 famílias,

totalizando o envolvimento de 22 famílias na pesquisa-ação. Metodologia

adotada mediante amostragem do tipo teia, em que os colaboradores de cada

linha indicam as famílias a serem entrevistadas naquela localidade. O

questionário de pesquisa-ação de cada dimensão foram aplicados pelos

assentados com o acompanhamento técnico ATER/INCRA/EMATER.

Figura 27: Pesquisa-ação

Em seguida, os dados são tabulados e analisados para apresentação

do resultado da pesquisa-ação, validação do diagnóstico, bem como a

identificação e a proporcionalidade de problemas e potencialidades.

Quarto momento.

O quarto encontro do PDA reuniu os agricultores e foram apresentados

todos os problemas identificados no assentamento União I durante as

oficinas. Este encontro possibilitou uma retrospectiva desde a primeira

oficina realizada. Os agricultores relembraram a importância da organização

social e o trabalho em grupo para facilitar o processo de resolução dos

problemas.

Em seguida uma reflexão possibilitou os agricultores à compreensão do

processo para a primeira etapa que resultará na elaboração do plano de

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ação. Nesta etapa foi realizada a priorização dos problemas de acordo com

as dimensões, ficando priorizados cinco problemas para cada dimensão.

Logo após, os problemas foram apresentados para a plenária, sendo a

priorização realizada em formato de votação com caricaturas de expressões

diferentes que representavam à gravidade dos problemas.

Figura 28: Priorização dos problemas

Cada agricultor recebeu três carinhas ( Triste Sério Alegre), e a

cada problema apresentado por dimensão era votado, cada um votava com

apenas uma carinha. A contagem dos votos foi feita pelos técnicos

juntamente com dois agricultores que estavam na posição de fiscais para

firmação da seriedade da priorização dos problemas, afinal, o início do

processo de evolução do Assentamento União I deu-se neste momento.

A técnica de votação através de carinhas que representam emoções

diferentes de tristeza, sisudez e alegria, facilita o entendimento do grau dos

problemas para a priorização, visto que cada um possui um peso diferente

na vida de cada agricultor.

Figura 29: Técnica de votação “carinhas”

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Após o fechamento da votação, foi feita a contagem de quais problemas

haviam recebido o maior número de carinhas tristes, das quais representava

maior nível de gravidade. Os três problemas mais votados foram priorizados.

Figura 30: Problemas priorizados

Após priorização dos problemas nas dimensões: social, ambiental,

infraestrutura e econômica-produtiva é interessante que logo ocorra a eleição

por aclamação das coordenadorias e/ou comissões das dimensões, da

coordenadoria geral e secretariado, pois estes serão os gestores do plano na

resolução dos problemas identificados e elencados como prioridade no

assentamento.

Figura 31: Formação das comissões

Mediante candidatura voluntária, ocorre a eleição por aclamação e a

anotação dos nomes dos coordenadores eleitos frente a missão que os

mesmos abraçaram, que é a busca pela resolução dos problemas nas

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respectivas dimensões. Ao término desta fase recebem uma salva de palmas

pela atitude tomada.

Figura 32: Anotação das comissões estabelecidas

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TABELA 1: Identificação e Priorização dos problemas do PA. União I, Parecis - RO PROBLEMAS SOCIO-ECONÔMICO-AMBIENTAIS E DE INFRAESTRUTURA TOTAL TOTAL TOTAL

Falta segurança no transporte escolar

Falta de incentivo na comercialização dos produtos agrícolas

41

39

02

04

00

00

Falta de escola para alfabetização de adultos

Ausência de associação de mulheres rurais

36

06

06

24

01

02

Ausência de posto telefônico no PA 05 02 32

Má conservação das estradas e pontes 40 02 01

Pouca disponibilidade de água potável 38 02 03

Infraestrutura inadequada da sede da associação

Falta de meio de transporte para escoamento da produção

37

37

04

04

01

02

Inexistência de agroindústria no PA

Terra fraca (solo ácido e pobre em nutrientes)

30

42

10

01

03

00

Dificuldade de acesso ao financiamento

Baixa produtividade das lavouras

40

39

01

03

02

01

Falta de investimento em sistemas de irrigação 39 05 00

Falta de máquinas e implementos para piscicultura 36 04 02

Ataque de pragas e doenças

Desmatamento de beiras de rios

43

31

00

10

00

02

Falta conscientização e educação ambiental

Erosão dos rios

22

20

04

20

13

02

Uso demasiado de agrotóxicos 19 21 01

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Técnica da construção do plano de ação

Para construção do plano de ação os participantes foram divididos

em grupo conforme as dimensões: social, ambiental, infraestrutura e

econômica-produtiva trabalhadas anteriormente, afim de facilitar o

entendimento e a condução dos trabalhos, já que os mesmos encontravam-

se familiarizados com os problemas priorizados.

Figura 33: Divisão de grupo por dimensão

Sendo orientados a estabelecer diretrizes inerentes a resolução dos

problemas priorizados, identificando o problema, a provável solução, o que

fazer, quem é responsável em fazer e quando colocar em prática essa

decisão, depois deve-se transcrever em papel madeira e apresentar a

plenária, esta técnica tem o objetivo de apontar a devida importância e o

papel desempenhado por cada um deles na comunidade.

Figura 34: Construção do plano de ação

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2.2. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento a Implantação do Plano

O PDA representa a realidade do Assentamento, devendo ser

coerente e estar ao alcance da comunidade, para que esta possa contribuir

na implementação das ações. Para alcançar esses objetivos realizou-se a

aplicação do Auto-diagnóstico participativo para análise do sistema sócio-

econômico, ambiental e de infra-estrutura.

A participação dos assentamentos é fundamental no processo do

Auto-diagnóstico, pois garante aos assentados:

Que os resultados estejam conforme a própria realidade;

A apropriação do conhecimento;

A representação dos interesses da comunidade local na proposta

de desenvolvimento;

A escolha do projeto de acordo a sua aptidão;

A implementação do plano elaborado.

O método permite a caracterização e o diagnóstico da área de influência

do Projeto de Assentamento União I, a identificação dos problemas e

potencialidades segundo levantamento de informações a partir da participação

da comunidade na construção da proposta de desenvolvimento, análise e

aprovação do plano subdividido nos programas setoriais (organização espacial,

produtivo, social, ambiental), para que seja elencada a prioridade dentre os

principais problemas e agendada as possíveis soluções, desencadeadas em

ações e/ou projetos a curto, médio e longo prazos, traçados pelas famílias

assentadas (homens, mulheres, idosos, jovens e crianças) com apoio da

assessoria técnica, através de um processo participativo reflexivo e integrador,

possibilitando aos atores realizar uma análise crítica da realidade coletiva, para

proporcionar a tomada de decisão favorável ao alcance futuro do

desenvolvimento local e rural sustentável, priorizando a agricultura familiar, a

evolução social e a consciência ambiental.

O plano envolveu a equipe multidisciplinar do núcleo de Parecis do

programa de ATER/INCRA/EMATER, onde atuam no Projeto de Assentamento

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União I. A equipe é formada por três técnicos: um engenheiro agrônomo, uma

Assistente Social e um técnico em agropecuária.

Participaram como parceiros da elaboração do plano a Secretaria

Municipal de Educação de Parecis, no fornecimento de dados secundários e

participação direta no transporte dos agricultores com os ônibus escolares;

participou também no fornecimento de dados secundários os seguintes órgãos,

INCRA, EMATER, Prefeitura Municipal de Parecis, Secretaria Municipal de

Ação Social; Secretaria Municipal de Agricultura; Secretaria Municipal de

Saúde; Secretaria Municipal de Obras; SEDAM e IDARON.

3. CARATERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO – PA UNIÃO I

3.1. Geral

Projeto de Assentamento União I, polígono com perímetro de

17.839,22m e área total de 1.975,8403 ha, situado no setor 05 na gleba

Corumbiara, no município de Parecis - RO, imissão de posse por interesse

social para fins de reforma agrária, pelo processo INCRA/SR-17/RO nº

54300.002277/2008-87, cuja matrícula sob nº 755, folhas 353 do livro 2 RG do

Cartório do Registro Geral de Imóveis da Comarca de Pimenta Bueno-RO.

A área apresenta recursos hídricos, com alguns igarapés permanentes e

nascentes que formam boa malha hidrográfica. Os solos apresentam uma

fertilidade natural de fraca a média, porém dentro do padrão de solo comum no

Estado, prestando-se para exploração voltada ao mercado de consumo, desde

que observadas as adequações técnicas.

A criação do Projeto de Assentamento União I possibilitou o

assentamento de 93 unidades agrícolas familiares, proporcionando um

benefício direto e imediato à aproximadamente 372 (trezentas e setenta e

duas) pessoas, e deu-se diante da necessidade de terra para assentamento de

famílias em Rondônia, surgiu como alternativa para atendimento a parte das

famílias que encontravam-se em acampamentos em condições de absoluta

precariedade aguardando o posicionamento definitivo do INCRA-RO.

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3.2. Específica

Denominação do Imóvel: Lote 52 Setor 05 Gleba Matriz Corumbiara.

Denominação do Assentamento: Projeto de Assentamento União I.

Reintegração de posse: Processo Judicial nº 2003.41.00.004266-2, cuja matrícula sob nº 755, folhas 353 do livro 2 RG do Cartório do Registro Geral de Imóveis da Comarca de Pimenta Bueno-RO.

Data de Imissão de Posse: 06 de maio de 2008, conforme consta no Auto de Imissão de Posse sob o Nº 018.2008.000498-7.

Portaria INCRA/Data de Criação: MEMO/INCRA/SR-17/Nº 320 de 06 de agosto de 2008, formaliza o Projeto Oficial de Criação sob o código 73.601. RESOLUÇÃO/INCRA/SR-17/Nº 021 de 19 de dezembro de 2008, regulamenta a proposta sob Carta Precatória Nº 0032/2008/SEPOD/1ª Vara. PORTARIA/INCRA/SR-17/Nº 129 de 22 de dezembro de 2008, aprova a criação do Projeto de Assentamento União I sob o SIPRA RO 0182000, publicada no Diário Oficial Nº 249, seção 1, página 148 em 23 de dezembro de 2008.

Distância sedes municipais: 10 km da sede do município de Parecis e 604 km de Porto Velho.

● Valor total dos investimentos realizados em benfeitorias e créditos (após imissão de posse): R$ 770.048,69

Valor da Terra Nua: R$ 2.000,00 /ha

Área Total: 1.975,8403 ha

Área Registrada: 1.975,8403 ha

Área Medida: 1.975,8403 ha

Área Requerida na lei de Reserva Legal: 987,9202 ha

Área Efetiva de Reserva Legal: 598,9092 ha

Área Requerida na lei de Preservação Permanente: 80,6447 ha

Área Efetiva de Preservação Permanente: 56,7861 ha

Área Média por Família: 25,0000 ha

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Capacidade do Imóvel: 93 parcelas

Número de Famílias Atual: 61

Existem 61 unidades agrícolas familiares atualmente identificadas, no

entanto a capacidade do assentamento prevista na portaria de criação é de

93 unidades agrícolas familiares.

Entidades representativas dos assentados INCRA - INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA UNIDADE AVANÇADA DE PIMENTA BUENO-RO CNPJ: 00.375.972/0024-57 Endereço: Av. Marechal Rondon, 1815 - centro de Pimenta Bueno/RO Telefone/fax: (069) 3451-2222 EMATER - ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE RONDÔNIA ESCRITÓRIO LOCAL DE PARECIS-RO CNPJ: 05.888.813/0001-83 Endereço: Av. Sete de Setembro, 578 – centro de Parecis/RO Telefone/fax: (069) 3447-1196 E-mail: [email protected] SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE PARECIS-RO CNPJ: 04.182.628/0001-06 Endereço: Av. Carlos Gomes, S/N – centro de Parecis/RO Telefone: (069) 3447-1207 ASPRAU-ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS DO ASSENTAMENTO UNIÃO I CNPJ: 03.305.641/0001-42 Endereço: Linha Kapa 06 Km 20 PA União I – zona rural de Parecis/RO Data de fundação: 19/03/1.999 Presidente: José Maurício Santana Números de sócios: 50

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4. DIAGNÓSTICO RELATIVO À ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PA 4. 1. Localização e Acesso

O município de Parecis (Figura 35) pertence a mesorregião leste

rondoniense e a microrregião de Vilhena, também localiza-se dentro da faixa

de fronteira de 66 Km, distanciado a 558,6 Km da capital do estado de

Rondônia, Porto Velho, via BR-364, demarcado as coordenadas geográficas

61o36'05” de longitude WGr e 12o11'46” de latitude S.

Figura 35: Localização de Parecis - RO (IBGE, 2008)

O projeto de Assentamento União I (Figura 36), localiza-se no município

de Parecis, distante a 10 Km da sede do referido município, e 604 Km da

capital do Estado. O acesso principal se dá através da BR-364, sentido

Parecis/RO, partindo de Primavera ao sentido do município Parecis, a 50 Km

adentra-se pela K-24 até o PA.

Figura 36: Croqui de localização do PA União I (INCRA, 2008)

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4.1.1. Posição Geográfica

Extremo Norte: E 662.429 e N 8.648.443; ao norte o PA União I limita-se

com o lote 42 do Setor 05 da gleba Corumbiara.

Extremo Sul: E 666.400 e N 8.648.418; ao sul o PA União I confronta-se

com o lote 62 do Setor 05 da gleba Corumbiara.

Extremo Leste: E 666.366 e N 8.643.460; no sentido leste o PA União I

confronta-se com o lote 53 do Setor 05 da gleba Corumbiara.

Extremo Oeste: E 662.425 e N 8.643.474; no sentido oeste o PA União I

limita-se com o lote 51 do Setor 05 da gleba Corumbiara.

4.2. Contexto Socioeconômico e Ambiental da Área de Influência do Projeto de Assentamento União I 4.2.1. Condições Climáticas

Por sua localização nas baixas latitudes (em torno de 10º Latitude Sul) e

por suas baixas altitudes, (em torno de 100 metros, com os níveis mais altos na

Chapada dos Parecis e na Serra dos Pacaás-Novos, pequenas áreas

ultrapassando os níveis de 600m), o Estado de Rondônia se caracteriza pelo

predomínio de altas temperaturas. A temperatura média anual resulta de 24º

em Vilhena a 25,5º em Porto velho. Não são raras, em qualquer mês, máximas

diárias de 35ºC (na planície) e de 32ºC (na Chapada), já tendo atingido 40º e

36º, respectivamente.

Entretanto, as máximas e as médias não podem ocultar a notável

regularidade de fortes decréscimos de temperatura no inverno, nas últimas

horas da noite: em alguns anos, as mínimas diárias são inferiores a 18ºC nas

planícies, e a 9ºC sobre as Chapadas. O projeto ABRACOS, Reserva Biológica

Federal do Rio Jaru, revela que nos meses de junho, julho e agosto, as

mínimas diárias na maioria dos dias são inferiores a 18ºC chegando em alguns

casos até os 14ºC.

As menores mínimas de inverno resultam da ocorrência do fenômeno da

friagem. Segundo informações do Atlas de Rondônia de 1985, a temperatura

mínima já atingiu 9,3ºC em Porto Velho e até -1,4ºC em Vilhena.

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47

Portanto, se por um lado a constância de altas temperaturas em

qualquer mês torna a amplitude térmica anual insignificante (as diferenças

entre os valores médios mensais são inferiores a 1ºC), os decréscimos

noturnos de temperatura resultam em amplitudes diárias relativamente

notáveis, especialmente no inverno: média anual de 12ºC em Porto Velho e de

19ºC em Vilhena.

A média anual de umidade relativa do ar observada, pela Rede de

Estação Meteorológica Automáticas de Rondônia (REMAR) em 2008 (Figura

37), foi de 81,3%. Os valores de umidade superiores a 81% ocorrem no

período de novembro a maio e valores inferiores a 71% de julho a setembro,

sendo agosto o mês mais seco com média de 68,1%.

Figura 37: Umidade Relativa média anual (%) (REMAR, 2008)

A distribuição do total médio anual da precipitação para o estado de

Rondônia consta que os maiores valores foram registrados no setor norte, e os

menores na região oeste e sudoeste (Figura 38).

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Figura 38: Precipitação total anual (mm) (REMAR, 2008)

A distribuição da precipitação ao longo do ano é bastante irregular. Nos

meses de novembro até março resulta numa concentração média de 1.477 mm

em Porto Velho, de 1.473 mm em Vilhena e de 1.900 mm no município de

Parecis, ou seja, ao redor do 70% do total da precipitação anual, enquanto que

a menor participação dessas depressões barométricas no inverno (junho-julho-

agosto) torna essa estação geralmente bastante seca: 146 mm (Porto Velho) e

58 mm (Vilhena), isto é 6,5% e 3% do total anual. Os índices

termopluviométricos (Figura 39) definem o inverno como uma estação

ecologicamente seca.

Figura 39: Índices termopluviométricos da microrregião de Vilhena (SEDAM, 2014)

As escassas chuvas do verão, devem-se quase que unicamente à

chegada das frentes polares. A abundante precipitação de novembro até março

resulta diretamente: a) da alta frequência de chuvas, com média de 95 dias de

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chuvas, que representam 60% da ocorrência anual, enquanto junho-julho-

agosto, com apenas 10 dias, representam 6%; b) da frequência muito maior de

chuvas pesadas, porque enquanto as chuvas de concentração (superior a 10

mm/24 horas) são raras no inverno, no período de novembro-março são

comuns, atingindo, não muito raramente, precipitações superiores a 70 mm/dia.

4.2.2. Hidrografia

A hidrografia de Rondônia é constituída por três bacias principais (bacia

hidrográfica do rio Madeira, bacia hidrográfica do rio Guaporé/Mamoré e bacia

hidrográfica do rio Ji-Paraná ou Machado) e uma bacia secundária do rio

Roosevelt. Sendo que a hidrografia do município de Parecis (Figura 40) é

formada pelas bacias do rio Guaporé e do rio Machado, entre os principais rios

da bacia do rio Guaporé que banham a região, destacam-se os rios: Guaporé,

São Miguel, São Francisco e Cautarinho, apresentando as sub-bacias do rio

Escondido e do rio Branco, que juntando com os demais formam a drenagem

do tipo dentrítica. Quanto a bacia hidrográfica do rio Machado ou Ji-Paraná,

constituído pela junção dos rios Pimenta Bueno e Comemoração, representa a

drenagem mais importante da região, recebendo como afluentes os rios

Riozinho e São Pedro. O rio Apidiá possui suas nascentes na Serra dos

Parecis, em sua margem direita, recebe como afluentes cursos d’água de

pequeno porte, destacando-se apenas o igarapé Araçá.

Figura 40: Mapa hidrográfico do município de Parecis-RO (IBGE,2007)

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50

4.2.3. Relevo e Solos

A caracterização morfológica adotada atualmente permite estabelecer

três unidades distintas de relevo: agradacionais, degradacionais e residuais. O

relevo cárstico não está evidenciado no município, embora estejam presentes

unidades carbonáticas. Os relevos agradacionais distribuem-se ao longo da

rede de drenagem atual, nas planícies aluviais e terraços tércio quaternários,

constituídos por superfícies de acumulação arenosa a argilo-arenosa, com

matéria orgânica disseminada.

Os relevos degradacionais, dominantes no território, variam amplamente

em suas formas, ocupando desde áreas arrasadas a suavemente ondulada

(Depressão Interplanáltica), planaltos dissecados e os chapadões areníticos

realçados na topografia (Planalto dos Parecis). A Depressão Interplanáltica

quando está escavada em rochas sedimentares apresenta um relevo arrasado

onde se destacam colinas semi-tabulares, interflúvios planos e vales amplos e,

quando escavado em rochas cristalinas torna-se suavemente ondulado. Por

fim, o Planalto dos Parecis constitui o relevo mais expressivo da região,

representado por uma superfície estrutural dissecada em patamares e alojada

em arenitos e pelitos.

Os relevos residuais, de ocorrência restrita a alguns morrotes de topo

plano e platôs, sendo constituídos por rochas lateríticas terciárias, onde se

destacam os horizontes concrecionário e o colunar, sustentando localmente o

relevo.

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Figura 41: Relevo do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)

Em função da diversidade litológica e do relevo (Figura 41), os solos

apresentam grandes variações em suas propriedades morfológicas, físicas,

químicas e mineralógicas (Figura 42). Na região mais montanhosa ou que

apresenta relevo ondulado com influência de rochas intermediárias ou básicas

são predominantes os solos Podzólicos Vermelho-Amarelos Eutróficos e

Distróficos, com menor frequência ocorrem os Latossolos Vermelhos e

Vermelho-Amarelos Distróficos, todos solos bem drenados, com predomínio de

textura argilosa ou muito argilosa. Nas depressões interplanálticas, em

ambientes ainda dissecados com relevo de topos aplainados ou em encostas

que drenam para os cursos d´água, ocorrem os solos predominantes na área

de estudo, Latossolos Amarelos Distróficos, ácidos e com alta saturação por

alumínio.

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52

Figura 42: Mapa de classes de solos do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)

Esses solos quando sofrem alguma influência de rochas intermediárias

podem apresentar caráter mesoférrico. Os solos formados de lateritos

imaturos, quando apresentam plintita ou petroplintita no perfil, são

classificados como Latossolos ou Argissolos plínticos (no quarto nível

categórico) ou até mesmo Plintossolos Argilúvicos e Pétricos, esse solos são

mais comuns nos terços médios e inferiores de encostas, onde afloram as

plintitas, porém também podem ocorrer em relevos aplainados,

predominantemente as Areias Quartzosas.

Nos terraços aluviais, próximos aos igarapés, formados de sedimentos

do quaternário, ocorrem Cambissolos.

4.2.4. Vegetação e Fauna

O Estado de Rondônia apresentava 53,7% de sua cobertura vegetal

original como Floresta Ombrófila Aberta. Apenas 3,9% era Floresta Ombrófila

Densa. A Floresta Estacional Semidecídua tomava 2,1%, savana (5,5%),

áreas pioneiras sob influência fluvial (3,7%), zona de transição (8,3%),

formações aluviais (0,24%) e outras formações (22,56%). No município de

Parecis, a formação vegetacional dominante é a Floresta Semidecidual, na

fronteira com os municípios de São Felipe D’Oeste e Primavera de Rondônia

há uma faixa de Floresta Ombrófila Densa, áreas de Savana e de Tensão

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Ecológica (contatos entre tipos de vegetação). Parecis apresenta regiões

antropizadas caracterizada pela retirada da vegetação nativa para exploração

agropecuária, e quando abandonada formam capoeiras representadas pela

vegetação secundária (Figura 43).

Figura 43: Mapa das classes de vegetação do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)

A fauna é representada pela zona ZZ5, correspondente à região ao norte

da serra dos Pacaás Novos, a leste do Mamoré, ao sul do Madeira e a oeste do

rio Machado ou Ji-Paraná. A Mastofauna e a Avifauna são bem delimitadas em

todos os limites menos ao leste, feito pelo rio Machado ou Ji-Paraná. Espécies

que representam essa zona são, aves como, mutum (Mitu tuberosa), Jacamim

(Psophia viridis), tiriba (Pyrrhua perlata), araçari (Selenidera gouldi), primatas

como, macaco aranha (Ateles chamek), macaco prego (Cebus apelia);

jaguatirica (Leopardus pardalis), porco-do-mato (Pecari tajacu).

4.2.5. Unidades de Conservação

O Estado de Rondônia possui uma área de 23.851.280,00 ha, da qual

19,83% destinam-se às Unidades de Conservação. Atualmente o Estado conta

com 59 Unidades de Conservação, sendo: 25 Reservas Extrativistas

(1.390.196,99 ha), quatro Estações Ecológicas (245.241,60 ha), oito parques

(1.717.492,32 ha), quatro Reservas Biológicas (629.895,60 ha), 13 florestas

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(756.280,86 ha), quatro Reserva Particular do Patrimônio Nacional (2.760,59

ha) e uma Área de Proteção Ambiental (6.141,00 ha). As Unidades de

Conservação dividem-se em dois grupos, Unidades de Uso Sustentável e

Unidades de Proteção Integral.

O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes

categorias de Unidades de Conservação: Estações Ecológicas, Reservas

Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos Naturais e Refúgios de Vida

Silvestre. Salienta-se que no Estado de Rondônia não são encontradas as

duas últimas categorias acima citadas.

O grupo das Unidades de Uso Sustentável possui as seguintes

categorias de Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental,

Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento

Sustentável, Reservas de Fauna e Áreas de Relevante Interesse Ecológico,

sendo as Reservas de Fauna e Áreas de Relevante Interesse Ecológico não

presentes no Estado.

As Unidades de Conservação são de responsabilidade dos Governos

Federal, Estadual, Municipal ou de Domínio Particular, de acordo com o

decreto de criação das mesmas, o Estado de Rondônia possui: três Unidades

de Conservação Municipais, 41 Unidades de Conservação Estaduais, 11

Unidades de Conservação Federais e quatro Unidades de Conservação de

Domínio Particular (Quadro 1). Existe hoje, no IBAMA, proposta de criação de

uma Floresta Nacional e uma Reserva de Rendimento Sustentado.

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Quadro 1: Situação legal das Unidades de Conservação do Estado de Rondônia.

A unidade de conservação existente na região e com proximidade com o

PA União I é a Reserva Indígena KWAZÁ (Figura 44).

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Figura 44: Terra Indígena KWAZÁ no município de Parecis-RO (IBGE, 2007)

4.2.6. Situação Social e Demográfica

A rede urbana do Estado é composta, basicamente, pelos núcleos

demográficos ao longo da BR-364, destacando-se, além da capital Porto Velho,

as cidades do centro-sul do Estado, em função de certo dinamismo

agroindustrial. São os casos de Ji-Paraná e Cacoal, que disputam à liderança

do interior, mas com clara vantagem para a primeira.

Havia, de início, apenas os núcleos tradicionais ao norte e noroeste do

Estado, respectivamente Porto Velho e Guajará-Mirim, oriundos da ferrovia

Madeira-Mamoré. Em seguida surgiram os núcleos pioneiros ao longo da BR-

364, em torno dos antigos postos telegráficos (Ji-Paraná, Pimenta Bueno e

Vilhena) e/ou por conta dos projetos de colonização (Ouro Preto do Oeste). Por

último, as cidades surgem nas novas áreas de assentamento ao longo dos

eixos secundários da expansão colonizadora (Rolim de Moura). A urbanização

territorial rondoniense, constata que 63% da população do Estado reside em

cidades e 36% nas dez maiores cidades, sendo Porto Velho, Guajará-Mirim, Ji-

Paraná, Ariquemes, Cacoal, Vilhena, Jaru, Pimenta Bueno, Ouro Preto D’Oeste

e Rolim de Moura.

Esse sistema de povoamento é balizado por dois modos de produção do

espaço geográfico, duas dimensões de velocidade de mudança: um histórico,

ligado à evolução dos processos de exploração ecológica, isto é, da produção

do urbano propriamente dito, e outro tecnológico, em função da conectividade

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57

às redes informais responsáveis pela contração do espaço-tempo (PUMAIN,

1997). Os projetos de colonização agrícola consistiram como o principal

atrativo a ocupação do Estado, então se esperava que a comercialização de

produtos agrícolas e a prestação de serviços à população rural fossem as

principais funções das pequenas cidades que cresceram no ultimo decênio.

Contudo, embora dada a devida importância à essas funções, a urbanização

também está relacionada ao crescimento da atividade industrial, tanto no

domínio da economia formal como na informal.

Não há dúvidas que o processo de ocupação territorial a partir de 1980,

quando ocorreu acentuada imigração para a região, caracteriza-se pela

crescente urbanização da população, mesmo assim, mais de dois terços da

população residia em áreas rurais (38%), no entanto sabe-se que uma parcela

significativa das famílias de pequenos proprietários rurais reside nas cidades e

vilas, então é possível que exista um contingente maior que dependa das

atividades rurais e agrícolas, embora residindo nas cidades.

4.2.7. Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico

Segundo o Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico de Rondônia

(ZSEE-RO), em Parecis, a Zona 1 é predominante, apresentando sub-zona 1.1,

que se classifica como região de grande potencial social e em acelerado

processo de ocupação. Esta sub-zona ocupa boa parte da extensão territorial

do município e por isso exige posturas de uso do solo e manejo em

conformidade com o ZSEE-RO, para que o futuro da região seja seguro,

também apresenta áreas característica da sub-zona 1.4, que compreende

ecossistemas de relevante interesse para conservação dos recursos naturais,

passiveis de uso sob manejo sustentável.

Parecis também conta com área institucional, Zona 3 formada pela sub-

zona 3.3, constituída de terras indígenas KWAZÁ.

4.2.8. Uso da terra, Economia e Sistemas de Produção

Segundo o IBGE (1999), o sistema de Classificação de uso da terra leva

em consideração o tipo de uso da terra na data do mapeamento, o manejo

empregado e a estrutura da produção (relações sociais de produção).

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58

De qualquer forma, pode-se agrupar as categorias em três grandes

blocos: vegetação nativa (floresta e cerrado), ocupando 18.427.242 ha,

representando 77,61% da área territorial do Estado; áreas de serviço (cidades

e vilas, área construída e áreas de expansão urbana), somando 32.863 ha,

0,14% da área do Estado; e áreas produtivas que atinge 5.069.633 ha,

significando 21,35% da área do Estado.

Dentre as categorias que compõem a área aberta, o que mais se

expandiu foi a de pastagens plantadas, um aumento de quase 1,7 milhões de

hectares (293%). A porcentagem da área desmatada ocupada com pastagens,

passou de 55,2% para 76,8% da área aberta. Ocorreu comportamento

diferente com a área ocupada por lavouras, dentre estas, as principais culturas

(arroz, feijão, mandioca, milho, cacau e café), cerca de -18,4%. Os dados

indicam um acentuado processo de pecuarização do Estado, por um lado, e a

redução da área de lavouras, por outro. A evolução do rebanho bovino e as

quantidades produzidas dos produtos agrícolas reforçam esta tendência.

TABELA 2: Área ocupada com lavouras e pastagem por município no Território

Rio Machado (IBGE, 2000)

Municípios

Área

Lavoura (ha) Pastagem (ha) Lavoura (%) Pastagem (%)

Pimenta Bueno

3.294

164.501

1,96

98,04

Cacoal

43.062

137.363

23,87

76,13

Espigão do Oeste

11.992

128.408

8,54

91,46

Parecis

3.142

61.306

4,88

95,12

Ministro Andreazza

15.681

27.411

36,39

63,61

Primavera de Rondônia 6.177

32.270

16,07

83,93

São Felipe D'Oeste 6.448 33.917 15,97 84,03

Em todos os municípios existe uma predominância da área ocupada

com pastagem (Tabela 2). Mas existem municípios onde há boa relação entre a

área ocupada com pastagem e a ocupada com agricultura. Os municípios cuja

relação é mais equilibrada são: Ministro Andreazza, Cacoal e São Felipe do

Oeste.

O processo de colonização estimulou a construção civil, devido à

migração ter provocado a demanda por obras públicas e o crescimento do

mercado habitacional. Além do segmento da construção civil, as atividades do

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setor secundário abrangem ainda o seguimento madeireiro, e seu

desdobramento na indústria moveleira, e a mineração, acompanhando esse

processo, vem se desenvolvendo a indústria de alimentos, laticínios e

agroindústrias como farinheira, abatedouro de frangos criados em sistema

colonial, defumados e pescado, devido ao potencial da exploração da atividade

de piscicultura com a riqueza de recursos hídricos no Estado. Importante

ressaltar que existe a pretensão de implantação da Usina mineradora de

calcário em Parecis.

5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO UNIÃO I

5.1. Condições Físicas e Edafo-Climáticas do PA UNIÃO I

5.1.1. RELEVO

O relevo da área (Figura 45) é descrito como relevos degradacionais,

dominantes no território, variam amplamente em suas formas, ocupando

desde áreas arrasadas a suavemente ondulada (Depressão Interplanaltica) e

sofre influência do Planalto dos Parecis.

Figura 45: Mapa das unidades agroambientais com relevo do PA União I (INCRA/ATER/EMATER, 2014)

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A Depressão Interplanáltica da Amazônia Meridional apresenta

altimetria em torno de 200 e 300 metros, e caracteriza-se por constituir uma

superfície rebaixada, entalhada por drenagem incipiente, sobre litologia Pré-

cambriana. Em meio à área dissecada, sobressaem alguns conjuntos de

relevo residual, com altimetria mais elevada e com características bem

diferenciadas. De maneira geral, os rios seguem padrão de drenagem

dendrítico, mostrando barrancos em suas margens (EMBRAPA, 1982; e

RIOTERRA, 2007).

Planalto dos Parecis, a constituição geológica dessa área é

caracterizada pela presença de terrenos sedimentares de arenito vermelho e

amarelo contendo cimento feldespático com concentração siliciosas.

O relevo predominante no PA União I é o suave ondulado. A Tabela 3

demonstra como se apresenta estimativamente o relevo no PA União I.

TABELA 3: Classificação do relevo no PA União I (INCRA, 2008)

Classes de Relevo

Classes de Declividade Área do Imóvel

(%) (Graus) (%) (ha)

Plano 0 a 2 0 - 1º08'45" 30 600

Suave Ondulado 2 a 5 1º08'45" - 2º51'45" 30 600

Moderadamente Ondulado 5 a 10 2º51'45" - 5º42'38" 0 0

Ondulado 10 a 15 5º42'38" - 8º31'51" 40 800

Fortemente Ondulado 15 a 45 8º31'51" - 24º13'40" 0 0

Montanhoso 45 a 70 24º13'40" - 34º59'31" 0 0

Escarpado > 70 > 34º59'31" 0 0

5.1.2. SOLOS

Segundo o mapa de levantamento de reconhecimento de intensidade

dos solos do Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Rondônia

(Figura 46), os solos que ocorrem no imóvel PA União I são os seguintes:

- PVe4 - PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO ABRÚPTICO

EUTRÓFICO – Tb A moderada textura arenosa/média fase florestal

subperenifólia relevo ondulado.

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- PEa4 - PODZÓLICO VERMELHO ESCURO ABRÚPTICO ÁLICO

EPIDISTRÓFICO – Tb A moderada textura arenosa/média fase florestal

subperenifólia relevo ondulado.

- Re1 - SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS - Tb A chernozêmico textura

média fase florestal subcaducifólia relevo ondulado

- PVe6 - Associação de PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO

EUTRÓFICO + PODZÓLICO VERMELHO ESCURO ÁLICO EPIDISTRÓFICO

ambos A moderado textura arenosa/média fase floresta subperenifólia +

SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A chernozêmico textura média fase

florestal tropical subcaducifólia substrato arenito todos Tb relevo ondulado.

Os Podzólicos Vermelho Amarelo, atualmente denominados de

Argissolos (EMBRAPA, 1999), são definidos como um grupo de solos bem

desenvolvidos, bem drenados, ácidos, tendo delgada camada orgânica

(horizonte O) e horizonte organo-mineral A1 assentado sobre um horizonte A2

ligeiramente descolorido, o qual por sua vez repousa sobre um horizonte B

vermelho, vermelho-amarelado ou amarelo, com concentração de argila.

Figura 46: Mapa levantamento de solos do PA União I (ZEE - INCRA/ATER/EMATER, 2014)

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O Solo PVe6 é uma associação entre os solos PVe4, PEa4 e Re1. O

Solo tipo PVe4 ocorre em áreas de relevo ondulado, com declividade de 10 a

20%, configurando muitos riscos de erosão, devendo estar sempre coberto por

pastagens ou vegetação natural para atenuar risco. O Solo PEa4 apresenta

maior quantidade de argila, favorecendo o escoamento superficial das águas

pluviais, acelerando a erosão, é indicado para o aproveitamento de uso

agrícola, o que torna este solo mais indicado para pastagens. As

características da classe Re1 (solos litólicos), com relevo ondulado e a pouca

espessura desse solo, impedem seu aproveitamento dentro de um sistema de

manejo desenvolvido, pois apresenta limitações à mecanização da agricultura,

sua fertilidade natural permite que seja utilizado para fins agrícolas, num

sistema de manejo pouco desenvolvido, baseado na tração animal e no

trabalho braçal.

Entre as características morfológicas principais destes solos podem ser

citadas: diferença textural marcante entre os horizontes A e B; presença de A2

(ou não) pouco evoluído; transição clara e gradual e por vezes difusa entre os

horizontes; horizonte Bt estruturado, contendo blocos subangulares e/ou

angulares, moderada e fortemente desenvolvida; e presença de películas

(filmes) de argila no horizonte B (VIEIRA, 1983).

Enquanto que no mapa de levantamento de solos do Projeto RADAM

Brasil (Figura 47), os solos que ocorrem no imóvel PA União I são os

seguintes:

- PVD1 - PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO e LITOSSOLO textura

arenosa/média fase floresta subperenifólia relevo ondulado.

- LLD18 - LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO DISTRÓFICO textura

argilosa fase floresta subperenifólia relevo plano a suave ondulado.

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Figura 47: Mapa levantamento de solos do PA União I (RADAM - INCRA/ATER/EMATER, 2014)

Compreende solos não hidromórficos com horizonte A moderado e B

latossólico em um perfil normalmente profundo, onde o teor de argila se dilui

lentamente em profundidade. Tratam-se de solos envelhecidos, normalmente

ácidos a fortemente ácidos, de boa drenagem apesar de serem argilosos.

As características fundamentais dizem respeito a natureza e constituição

do material do solo, que indica o caminho seguido pelos processos

intempéricos, que consiste de sesquióxidos, argilas minerais silicatadas de

retículo 1:1, quartzo e outros minerais silicatados altamente resistentes à

intemperização. Os óxidos livres de alumínio podem estar ou não presentes,

assim como também concreções de óxidos de ferro, manganês, alumínio ou

titânio. O conteúdo de silte é geralmente baixo, sendo normalmente menor que

8% ou 15% para solos da formação barreiras (VIEIRA, 1983).

Os Latossolos Vermelho Amarelo são normalmente distróficos, sendo

estes denominados atualmente como Latossolos Vermelho Amarelo Distróficos

(EMBRAPA, 1999), apresentando declividade média de 2 a 8%, ocorrem em

relevo plano a suave ondulado, podendo também, com menos freqüência,

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aparecer em áreas onduladas ou forte onduladas, a vegetação pode ser de

floresta densa, aberto ou mista com palmeiras, semi-caducifólia ou caducifólia.

As principais características destes solos são: transição difusa ou

gradual entre os horizontes, exceto quando existir Ap; ausência ou escassez de

cerosidade nos peds; baixa capacidade de troca catiônica das argilas;

colorações vermelhas, avermelhadas, amarelas ou brunadas no horizonte B;

ausência ou quase ausência de argila natural com cargas negativas em parte

do horizonte subsuperficial, que apresenta baixa relação carbono/argila (menor

que 0,015); o conteúdo de argila natural é normalmente baixo (grau de

floculação próximo a 100%), no horizonte B2 é menor que 1%, exceto quando o

Ki for muito baixo e o pH em KCl for mais alto que o pH em H2O; ausência ou

quase ausência de desenvolvimento estrutural. A estrutura, quando aparece, é

muito reduzida ou pouco desenvolvida, sendo na grande maioria maciça; solo

muito friável a friável quando úmido; apresenta alta porosidade e alta

permeabilidade; possui normalmente baixo conteúdo de fósforo assimilável;

apresenta normalmente baixa saturação de bases no perfil e alta porcentagem

de saturação com alumínio nos solos distróficos; o valor de Ki deve ser menor

que 2,2, sendo normalmente encontrado menor que 2,0; os minerais primários

sujeitos à intemperização estão praticamente ausentes, compreendem, em

conjunto, uma quantidade menor que 4% de minerais intemperizáveis ou 6%

de muscovita, na fração areia, podendo conter na fração menor que 0,05 mm

(silte+argila) não mais que traços de alofana, ou argilominerais do grupo

esmectita e somente pequena quantidade de ílita, sendo que a clorita

aluminosa aparece com freqüência; a relação silte/argila deve ser menor que

0,7 nos solos de textura média e 0,6 nos solos de textura argilosa; a relação

Al2O3/Fe2O3 aparece com valores altos, igual a 9,0; o Fe2O3 compreende 5 a

11% da fração argila; e a capacidade de troca catiônica é menor que 13

meq/100g de argila (VIEIRA, 1983).

5.1.3. Recursos Hídricos

A microbacia do PA União I (Figura 48 – MAPA A1) é formada pela sub-bacia

do rio Pimenta Bueno ou Apidiá (nome indígena), ramificado por igarapés

permanentes, entre eles, o igarapé do boi, igarapé Água Milagrosa e igarapé

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Paraguaio. Existe boa disponibilidade de águas superficiais, porém existem

propriedades que não possui curso de águas como: rios, nascentes ou outras

fontes naturais.

Figura 48: Mapa dos recursos hídricos do PA União I (ATER/INCRA/EMATER, 2014)

O uso atual dos recursos hídricos no assentamento restringe-se apenas

ao consumo humano, higiene, lavagem de roupa e pesca, inclusive os rios e

igarapés correspondem a 53% das fontes de água (Figura 49).

Figura 49: Principais fontes de água do PA União I (INCRA/ATER/EMATER, 2014)

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5.1.4. FLORA

O Projeto de Assentamento União I apresenta em sua biodiversidade,

entre as espécies mais comuns pode-se encontrar: Farinha Seca

(Dimorphandra mollis), Bolão (Schistostemon retusum), cumaru ferro (Dipteryx

odorata Willd.), sumaúma (Ceiba pentandra), garapeira (Apuleia Leiocarpa

(Vog.) Macbr), bandarra (Schizolobium amazonicum), pinho cuiabano (Parkia

Multijuga), imbireira (Deguelia Hartschabachii), copaíba (Copaífera multijuga),

faveiro (Dimorphandra mollis Benth), embaúba (Cecropia tubulosa), além de

uma grande variedade de palmeiras (Palmaceae), como babaçu (Orbignya

phalerata), e muitas outras espécies, juntamente com a grande diversidade de

bromélias (Bromeliaceae), orquídeas (Orchidaceae) e plantas sarmentosas.

Figura 50: Babaçu (O. phalerata) Figura 51: Embaúba (Cecropia sp.)

Madeiras de lei como cedro rosa (Cedrella odorata), freijó (Cordia

goeldiana) e ipê (Tabebuia serratifolia), foram exploradas antes da

desapropriação, pelos madeireiros de forma desordenada e sem controle dos

órgãos competentes (IBAMA e SEDAM).

Figura 52: Plantas nativas Figura 53: Área preservada

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5.1.5. FAUNA

O Assentamento pertence à zona ZZ5 (Distribuição geográfica dos

animais), representada por uma grande diversidade de animais, mamíferos,

aves, peixes, insetos e répteis.

De acordo com o depoimento dos assentados, foram constatadas as

existências das seguintes espécies:

Entomofauna – Caracterizado por uma rica biodiversidade, abelhas

indígenas e européias (Hymenopteras – Apis mellifera spp.), corta paus e

escaravelhos (Coleopteros).

Avifauna – Jandaia (Aratinga leucophthalmus), periquito (Brotogeris),

papagaio (Erythrura psittacea), jacamim (Psophia viridis), inhambu (Tinamus

tão), macuco (Tinamus solitarius), jacu (Tayassu pecari), gavião (Heterospizios

meridionalis) dentre outras espécies de aves.

Figura 54: Papagaio (Erythrura psittacea)

Ictiofauna – Acará (Geophagus brasiliensis), lambari (Astyanax sp),

traíra (Hoplias malabaricus), peixe-elétrico (Apteronotus albifrons), piau

(Leporinus), mandi (Pimelodus maculatus), dentre outros.

Herpetofauna – Cobra coral (Micrurus Lemniscatus), pico de jaca

(Lochesis Muta), jararaca (Bothrops jararaca), jacaré (Caiman yacaré).

Mastofauna – Macaco (Ateles chaguarouba), anta (Tapirus terrestris),

irara (Eira barbara), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), cutia (Myoprocta

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exilis), paca (Agonti Paca), veado vermelho (Mazana americana), queixada

(Tayassu pecari), cateto (Pecari tajacu), tatu (Priodontes maximus), dentre

outros mamíferos.

Em relação aos animais silvestres foram citados alguns que são vistos

com frequência no assentamento, dentre eles, lobete, gambá, gavião, macaco,

cobras, cateto, anta, capivara, jacutinga, cutia, paca, tatu e veado. Sobre o

consumo de carne de caças, 25% dos entrevistados afirmaram que existe e

destacam as espécies paca, tatu, cateto e veado.

5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal

O inevitável impacto ambiental provocado pela ação antrópica visível no

MAPA A2 (Figura 55), foi em decorrência da instalação das famílias

assentadas no PA, pois efetuaram pequenas derrubadas, área aberta para a

construção das primeiras instalações (casa, galinheiros, chiqueiros) e

implantação dos cultivos, porém as famílias assentadas normalmente

implantam sistemas agrícolas nos moldes da agricultura itinerante (derruba e

queima), observando-se superficialmente as condições de solo, sua estrutura,

condições topográficas do terreno, os recursos hídricos, bem como outras

especificações da região, e sem a preocupação de conter os agentes de

erosão, com o uso da prática rotação de culturas, consórcios e manutenção de

cobertura vegetal, e, ainda, sem a manutenção da fertilidade do solo, o que não

contribui para a recuperação das características químicas do solo.

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Figura 55: Mapa da cobertura vegetal e uso da terra do PA União I (ATER/INCRA/EMATER, 2014)

Mas a maior proporção da área aberta está relacionada com a expansão

das áreas ocupadas por pastagens cultivadas (Tabela 4), que no território

brasileiro, a partir da década de 1970, deveu-se principalmente à expansão da

pecuária na região de Cerrado e da Amazônia (FARIA et al., 1971).

TABELA 4: Distribuição do uso e ocupação do solo no Projeto de Assentamento União I, Parecis - RO

ÁREA Unidade (ha)

APP preservada 56,7861 APP à recuperar 23,8586 Corpos D’Água 16,2291 Vegetação Nativa 598,9092 Cobertura Vegetal/Capoeira 444,6216 Área Antropizada/Pastagens 835,4357 Estradas Vicinais Total

11,09 Km 1.975,8403

Fonte: INCRA (2008)

Esse aumento deveu-se, em parte, ao aumento do cultivo de espécies

de gramíneas do gênero Brachiaria. No PA União I a área ocupada por

pastagens, dentre os cultivares de Brachiaria, uma das mais utilizadas é o

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capim-Marandu [Brachiaria brizantha (A. Rich.) Stapf cv. Marandu],

caracterizado por formar touceiras, com hábito de crescimento prostado, possui

mérito especial pela sua resistência às cigarrinhas (Zulia spp. E Deois

flavopicta), bom valor nutritivo, alta produção de matéria seca e de sementes,

persistência e com distribuição estacional da produção em cerca de 30% na

seca e 70% no período das chuvas.

No que se refere à área cultivada, pode-se observar que parece haver

uma desarmonia entre a agricultura que se pratica e a que se adaptaria melhor

aos solos do assentamento, sendo notório que solos de potencial produtivo, ou

são hoje abandonados, ou são usados de maneira inadequada.

5.1.7. Reserva Legal e Área de Preservação Permanente

No Projeto de Assentamento União I, constatou-se 33,17% da área total

de Reserva Legal preservada, sendo 2,87% Áreas de Preservação Permanente

(Figura 56).

As árvores mais encontradas são utilizadas para madeira de cerca. Os

agricultores ressaltam que, para que se possa fazer um reflorestamento, que

exista algum meio para que eles possam estar adquirindo as mudas, tanto por

parte do governo que poderia estar fornecendo estas.

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Figura 56: Situação Atual da Área de Preservação do PA União I (EMATER/SEDAM, 2014)

Dada à evolução do uso das terras (aumento das áreas de culturas

perenes e manutenção das áreas de culturas anuais) o total das superfícies

queimadas tenderia a diminuir, no entanto a queimada ainda é utilizada como

prática agrícola por 9% dos assentados entrevistados, para realizar a limpeza

de pasto e controle do ataque das cigarrinhas-de-pastagens. O outro motivo é

a falta de recursos financeiros para aquisição de insumos externos para

correção e manutenção das pastagens, onde o frete também encarece os

custos.

Os assentados ressaltam que a falta de informações e de conhecimento

sobre Legislação Ambiental, na implantação do PA União I, foi o principal fator

que acarretou a degradação e o mau uso dos recursos naturais, desmatamento

de áreas de mata ciliar, encostas e morros, resultando na situação atual da

realidade ambiental do assentamento.

5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agro-Ecossistemas

A paisagem constitui uma determinada porção do espaço que resulta da

combinação dinâmica e complexa dos elementos físicos, biológicos e

antrópicos, sendo um conjunto único e indissociável em perpétua evolução. O

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72

conteúdo da paisagem é encontrado nas qualidades físicas da área que são

importantes para o homem e nas formas do uso do solo na área. É possível

observar no PA União I áreas com relativa homogeneidade na paisagem a

partir da análise das interações entre os elementos solo, relevo, vegetação, uso

e ocupação do solo. Essas porções do espaço que apresentam relativa

homogeneidade ambiental constituem as unidades ou estratos da paisagem.

Quanto ao solo, são comuns Latossolos e Podzólicos que apresentam,

geralmente, como fator limitante, baixa fertilidade natural, ou seja pobres em

nutrientes e de baixa capacidade de troca catiônica. A classe Latossolo

Vermelho Amarelo é bastante comum do tipo distrófico e ampla no que se

refere à coloração e teores de Fe2O3. A classe de Podzólico Vermelho Amarelo

ocupa na paisagem, via de regra, as áreas de relevo mais acidentado, com

superfícies pouco suaves e também em áreas de relevo suave mais jovens. No

entanto, apresenta potencial para o cultivo de plantas perenes nativas ou

cultura especial, a exemplos: pimenta-do-reino e maracujá, que se mantém

melhor, bem como as pastagens da espécie Brachiaria.

Figura 57: Paisagem típica de área Figura 58: Paisagem típica de área de

de Latossolos solos podzólicos (Argissolos)

Desta maneira, o CROQUI A3 inerente à estratificação de ambientes

apresenta grande importância não só por possibilitar a análise e melhor

entendimento das suas características e dinâmica, mas também por viabilizar o

planejamento do uso de diversos territórios, em variadas escalas. Este fato

torna-se ainda mais relevante por acreditar-se que a combinação entre estes

dois saberes: técnico e local, além de serem complementares, podem gerar um

planejamento compartilhado diferente da forma verticalizada e imposta dos

planejamentos convencionais. Destacando-se que a litoestrutura (Figura 59)

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condiciona o relevo e a vegetação, portanto, há uma integração entre os

elementos geologia, geomorfologia, pedologia e uso e ocupação do solo que

compõem a paisagem.

Figura 59: Croqui da Estratificação Ambiental dos Agroecossistemas do PA União I (ATER/INCRA/EMATER, 2014)

Ao elaborar-se o mapa na oficina de autodiagnóstico, utiliza-se da noção

de “lugar”. Lugar, enquanto categoria geográfica constitui uma porção do

espaço com a qual um indivíduo ou uma comunidade possui laços afetivos e de

identidade.

As bases sobre as quais os lugares são construídos é a própria vivência

do cotidiano. Consiste, portanto, na espacialização daquilo que se vive e se

conhece a partir do dia a dia. Apesar de algumas informações contidas no

mapa constituem algo previamente existente, como no caso do nome dos

lugares representados, a organização das informações e da localização dos

elementos é algo que é construído a partir do espaço vivido, seja individual ou

coletivamente.

Neste contexto, o contato com a natureza de maneira direta permitem o

desenvolvimento de laços afetivos com o meio bastante específicos, além de

conhecimentos peculiares acerca da lida e características da “terra”. Em

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campo, o mapa da sub-bacia do Rio Pimenta Bueno foi elaborado de maneira

comunitária pelos moradores do PA União I. Cinco elementos receberam

destaque: o relevo acidentado e a área das nascentes, os principais caminhos

e acessos, as casas, as igrejas que compõem a comunidade e a rede de

drenagem principal. Estes elementos estão fortemente presentes na vida dos

moradores.

O relevo acidentado, em inúmeros morros, constitui um marco

referencial que delimita não só o campo visual da comunidade, mas também

permite o desenvolvimento de uma singularidade típica. Os morros estão

associados às nascentes, responsáveis por abastecer a comunidade.

Os caminhos e acessos são percorridos diariamente pelos moradores ao

se deslocarem para o trabalho, ou ao se movimentarem dentro da própria

comunidade. Foram desenhadas casas e estruturas físicas como pontes, a

exemplo, com o nome do morador mais próximo. Isto denota o forte laço de

vizinhança existente entre os moradores. A drenagem é algo muito presente no

dia a dia, considerando que uma das nascentes existentes no PA União I

origina-se na parcela rural nº 25 e atravessa as parcelas rurais 45 e 46, sendo

a parcela rural de nº 46, totalmente dependente dessa disponibilidade de água

por gravidade, pois o lote apresenta déficit hídrico. Foram lembradas também

áreas em que são úteis à prática da agricultura por apresentarem solos mais

férteis, bem como interessante a ressalva de que o uso do solo é basicamente

destinado ao cultivo de pastagens devido a criação e exploração da

bovinocultura leiteira. Ressalta-se, ainda, que todos os elementos foram

abordados e representados sempre de maneira integrada pelos moradores. Os

morros foram associados às nascentes. Estas, por sua vez, foram associadas

aos cursos d’água. Aos riachos e córregos estavam ligadas as estradas e

principais vias de acesso à comunidade. O mapa resume esta integração dos

elementos que estão presentes na vida dos moradores: o relevo, os riachos, as

estradas e as igrejas estão misturados em uma representação tridimensional.

Os outros elementos como os tipos de solo foram lembrados principalmente

quando é feita alusão ao uso da terra, e a vegetação quanto a exigência

mínima da legislação ambiental, como conservação de Áreas de Preservação

Permanente e Reserva Legal. Não ocorre comumente a compartimentação ao

meio acadêmico. É relatado o que veem de modo relacionado, sendo lembrado

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dos pontos mais altos, associados ao relevo da bacia, e montaram o mapa

utilizando a ocupação – estradas, igrejas, associação, além dos rios, sempre os

relacionando com o cotidiano.

5.1.9. Capacidade de Uso do Solo

De acordo com o Sistema de Classificação da Capacidade de Uso no

MAPA A4 (Figura 60), sendo este possivelmente o sistema mais influente de

todos, sendo este estruturado pelo Serviço de Conservação do Solo dos EUA

para agrupar solos em classes de capacidade de uso para planejamento

agrícola, principalmente sob um enfoque de produção sustentável, isto é, uso

sem degradação socioecológica, com formas de controle de erosão e poluição

ambiental.

Figura 60: Mapa da Capacidade de Uso do Solo do PA União I (ATER/INCRA/EMATER, 2014)

Este sistema agrupa os solos em oito classes, sendo que os solos do PA

União I (Tabela 5) podem ser agrupados nas classes III, IV, V, VI e VIII sendo

classes caracterizadas no Mapa Aptidão Agrícola das Terras para Proposta de

Uso (2010).

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76

Classe III – São solos que requerem medidas intensivas ou

complexas a fim de poderem ser cultivados seguro e permanente com

produção de colheita entre média e elevadas, com problemas complexos de

conservação.

Classe IV – São terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou

em extensão limitada, com sérios problemas de conservação.

Classe V – São terras cultiváveis apenas em casos especiais

de algumas culturas permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem ou

reflorestamento, sem necessidade de práticas especiais de conservação.

Classe VI – São terras cultiváveis apenas em casos especiais

de algumas culturas permanentes e adaptadas, com problemas especiais de

conservação.

Classe VIII - São terras impróprias para culturas, pastagens ou

reflorestamento, podendo ser destinadas à preservação da flora e da fauna

silvestres ou para fins de recreação, turismo ou de armazenamento de água.

TABELA 5: Classes de Capacidade de Uso dos solos do PA União I,

Parecis/RO (INCRA, 2008)

Classes de Capacidade de Uso I II III IV V VI VII VIII

Área (%) 45 20 5 10 20

Classificação do Solo Fertilidade Natural

X Profundidade Efetiva

Drenagem Interna

X Deflúvio Superficial

Pedregosidade Fatores Risco de Inundação

X Declividade %

X X

X Erosão

Textura Seca Edafológica

Restrição Legal de Uso X

E conforme o Sistema FAO/Brasileiro, criado no Brasil, no início da

década de 60, sendo este um sistema de classificação de aptidão agrícola,

esse sistema considera implicitamente na sua estrutura, os denominados níveis

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77

de manejo, reconhecendo que os problemas de solo não são igualmente

importantes para o grande e o pequeno produtor, de fato para uma agricultura

mecanizada os problemas relativos aos impedimentos à mecanização são

fundamentais, enquanto que para agricultura familiar, que em geral não usa

máquinas, isto já não é tão importante.

Esse sistema de classes de aptidão agrícola, também considera uma

estimativa de viabilidade de redução dos problemas através do uso de capital e

técnicas, vale ressaltar que existem problemas mais complexos que outros, e

que possivelmente por falta de capital, contexto de agricultura familiar, para os

mesmos não haverá técnicas de redução, porém existem técnicas de

convivência, as quais sintetizam as qualidades do ecossistema em relação a

cinco parâmetros: nutrientes, água, oxigênio, mecanização e erosão, sendo

manejos aplicáveis à agricultura familiar, proporcionando, dessa forma, uma

produção satisfatória.

Os solos do Projeto de Assentamento União I são classificados

conforme a aptidão agrícola das terras para proposta de uso, delineados da

seguinte maneira:

1aB(c) – são solos que apresentam classe de aptidão regular sob o

sistema de manejo A, classe de aptidão boa sob o sistema de manejo B e

classe de aptidão restrita sob o sistema de manejo C.

Significando que são solos que apresentam como alternativa de

utilização, o cultivo de lavouras e pastagem plantada, salvo as devidas

restrições de uso nos níveis de manejo de média a intensa viabilidade de

melhoramento e conservação do solo, sendo a classe b considerada

economicamente compensadora.

5sn – são solos que, de modo geral, são inaptas para lavouras e

pastagem plantada, porém apresentam classe de aptidão regular para serem

utilizadas para silvicultura quanto para pastagens naturais.

Ao recorrer à tabela-guia da classificação de aptidão agrícola da região

tropical úmida (Resende et al., 2002), foi possível verificar que os solos do PA

União I podem ser classificados com aptidão regular para os parâmetros

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nutrientes, oxigênio e erosão, enquanto que para água e mecanização são

classificados como inaptos. No entanto existem práticas de manejo pertinentes

às classes de viabilidade de melhoramento, conforme cada parâmetro, para a

questão de deficiência de nutrientes, existe as técnicas, correção da acidez do

solo, adubação verde, adubação com NPK, adubação foliar, incorporação de

esterco e rotação de culturas. Para deficiência de água, recomenda-se o

plantio em faixas, ajustamento de cultivos à época das chuvas, seleção de

culturas adaptadas à falta de água, principalmente no período da seca. Para

suscetibilidade à erosão, realizar o mínimo de preparo do solo (aração mínima

e gradagem leve), enleiramento de restos culturais e terraços em nível, cultivos

em contorno, pastoreio controlado, em casos de maiores declives,

interceptores e controle de voçorocas. Quanto aos impedimentos a

mecanização, realizar a limpeza e sistematização do terreno, remoção de

pedras e de restos vegetais (troncos e raízes), em casos de solos friáveis,

drenagem.

Uma característica representativa dos solos do PA União I, trata-se da

relação entre o tipo de horizonte B e utilização em agricultura evidencia a

validade do uso desta característica diferencial (B textural ou B latossólico), em

classificação de solos, que no caso dos Latossolos, a principal limitação é a

carência de nutrientes, as outras condições de solos que interessam ao uso,

como os atributos físicos, são bons ou, pelo menos, razoáveis. Desse modo,

com a mudança nos aspectos socioeconômicos, é possível tornar esses solos

bastante produtivos.

É possível que este fato tenha maior importância para o futuro da

população local do que se pode pensar, visto que grande parte das áreas do

município e, consequentemente, do território do Projeto de Assentamento

União I, estão embasadas em solos com as características acima.

5.1.10. Análise Sucinta dos Potenciais e Limitações dos Recursos Naturais e da Situação Ambiental do Assentamento

Os recursos naturais como água, solo e floresta, constituem-se no maior

e mais importante patrimônio produtivo disponível no PA, porém precisam ser

conservados.

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79

Para se implantar um modelo de desenvolvimento sustentável no

assentamento, considerando os aspectos socioeconômicos e ambientais,

depende da avaliação do impacto ambiental provocado pela ação antrópica

decorrente das atividades agropecuárias sem a adoção de práticas de

conservação ambiental, haja vista, a ocorrência de derrubadas às margens de

rios e igarapés, em áreas de declividade acentuada, bem como o plantio de

culturas perenes de forma a não considerar o relevo predominante (plantio em

nível).

Como principais problemas identificados no PA podem ser citados a

erosão dos rios, o uso indiscriminado de agrotóxicos e a falta de

conscientização ambiental para preservação das áreas de reserva legal e de

preservação permanente.

5.2. Organização Espacial Atual

O assentamento União I abrange um total de 06 estradas vicinais,

denominadas Linhas 80 e 85, Linhas Kapa 04, 06 e 08, e um travessão, com

uma capacidade para 93 parcelas rurais, totalizando 62 famílias assentadas

(Quadro 2).

Quadro 2: Descritivo da situação ocupacional do PA União I

Fonte: ATER/INCRA/EMATER (2014)

A infraestrutura demonstrada no MAPA B1 (Figura 61), dimensão

bastante dinâmica, portanto para melhor detalhamento da situação em que se

encontra o PA União I, está subdividida nos seguintes tópicos: estradas,

pontes, energia, galpão de associação, igrejas e fontes de água, sendo

também relatado no decorrer do presente plano de recuperação sobre grupos

informais, meios de comunicação e de transporte, sistema educacional e de

capacitação profissional.

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Figura 61: Mapa da Infraestrutura do PA União I (INCRA/ATER/EMATER, 2014)

Estradas

As estradas é um dos itens mais importante da infraestrutura, pois é dela

que os assentados dependem para o escoamento de seus produtos, acesso à

saúde, educação e todos os serviços oferecidos pelos órgãos das esferas

municipal, Estadual e Federal.

Figura 62: Estrada vicinal do PA União I

Pontes

A falta de manutenção de algumas pontes nas linhas causa grandes

transtornos aos agricultores, pois dificulta ou muitas vezes impossibilita a

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passagem de veículos, o que além de dificultar o tráfego dos agricultores,

prejudica o escoamento da produção. A Tabela 06 quantifica a necessidade de

conservação de bueiros e pontes no PA União I.

TABELA 6: Levantamento da quantidade de bueiros e pontes com

necessidade de recuperação (INCRA/ATER/EMATER, 2012)

Necessidade de Recuperação

LINHAS Bueiros Pontes

LINHA 80 4 0

LINHA KAPA 04 3 0

TRAVESSÃO 2 2

LINHA KAPA 06 1 3

LINHA KAPA 08 2 3

LINHA 85 0 5

TOTAL 12 13

Energia

O Governo Federal iniciou, em 2003, o desafio de acabar com a

exclusão elétrica no País, com a implantação do Programa Luz para Todos.

O PA União I é atendido pelo programa Luz para Todos do Governo

Federal, fornecido pela Eletronorte. De acordo com o levantamento de dados

todos os beneficiários tem acesso à eletrificação rural. Também encontrou-se

beneficiário que optou por utilização de placas de absorção de energia solar.

Figura 63: Captação de energia solar

Galpão de Associação

Atualmente, se faz presente no PA União I, a Associação de Produtores

Rurais do Assentamento União – ASPRAU, com estrutura básica para

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realização de suas reuniões. A Associação é uma forma de organização social

fundamental para o desenvolvimento econômico e social de uma comunidade

rural, pois é através dela que o repasse de benfeitorias acontece. Muitas

emendas parlamentares dependem de associação para que haja o repasse de

verbas. Um projeto de assentamento que não há associação ativa, a população

sofre muitas dificuldades em conseguir recursos e melhorar a infraestrutura

local.

Figura 64: Associação ASPRAU

Igrejas

As igrejas representam uma grande unidade de organização social no

meio rural, através delas os agricultores além de expressarem sua fé, resolvem

diversos problemas relacionados principalmente ao meio social da zona rural.

O PA União I possui três igrejas, sendo uma católica e duas evangélicas. É

através delas que a comunidade rural tem um acesso maior ao meio cultural e

de lazer, promovido através das festas comunitárias religiosas.

Figura 65: Igreja em construção

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83

Fonte de Água

O poço amazônico é uma forma de fonte de água no PA União I, apesar

da quantidade de recurso hídrico que o assentamento possui, em alguns locais

foi diagnosticada a falta de água no período da seca, até mesmo os poços

secam. Além da disponibilidade de água (Figura 67), vale ressaltar sobre a

reclamação por parte dos assentados inerente a qualidade da água também

(Figura 66). Esse é um problema social que está relacionado ao meio

ambiente.

Figura 66: Qualidade da água

Figura 67: Disponibilidade de água

5.3. Situação do Meio Socioeconômico e Cultural 5.3.1. HISTÓRICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO UNIÃO I

A trajetória da conquista da área deu-se através da evolução dos

acontecimentos de importância histórica, descrita pelos assentados durante a

dinâmica dos mapas, passado, presente e futuro:

*1997: Chegada das famílias rurais na área, localizada na Gleba

Corumbiara, Lote 52 do Setor 05;

*1997: A partir do mês de agosto, iniciou-se o processo de demarcação

através de picadas e distribuição de lotes. Também foi o início dos primeiros

plantios de lavoura branca.

*1998: Acompanhamento do processo jurídico, o policiamento chegou a

vir, mas não houve despejo.

*2008: Criação do Projeto de Assentamento União I; Construção em

madeira de Igrejas. O INCRA entregou os primeiros cadastros de SIPRA;

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Ocorreu a abertura e construção de 5 Km de estradas vicinais (Kapa 04) e

dando continuidade três anos depois na construção de mais 5 Km (Kapa 06).

*2012: Implementação de créditos do Fomento e Adicional, Apoio Mulher

e de Instalação e a assistência técnica INCRA/ATER/EMATER através do

Contrato 8.000/2012.

*2014: Demarcação oficial das parcelas rurais; Construção em alvenaria

da Igreja Católica e do Posto de Saúde;

*2014: Continuação do Programa de Assessoria Técnica e Extensão

Rural INCRA/ATER/EMATER pelo Contrato 3.000/2014 e implementação de

créditos de habitação. Recuperação de malhas viárias através do Programa

Estadual FITHA. Iniciou implementação das linhas de crédito PRONAF em

diferentes modalidades.

5.3.2. População e Organização Social

A população do assentamento está representada na sua maioria por

casais, entre casados e os que vivem em união estável, representando um total

de aproximadamente 73% da população (Figura 68). A zona rural é um

ambiente predominantemente familiar, cujos casais trabalham em parceria para

produção e sustentabilidade da família. A mulher do campo tem tomado lugar

de destaque na agregação de valor dos produtos rurais, como queijos, doces,

pães, compotas, e artesanatos. A geração de renda por parte das mulheres

tem contribuído para o desenvolvimento sustentável da família rural. O governo

acreditando na potencialidade das mulheres criou linhas de créditos específicos

a elas, para que as mesmas possam contribuir cada vez mais com a renda

familiar.

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85

Figura 68: Estado Civil dos Beneficiários (Autodiagnóstico, 2014)

Analisando a quantidade de famílias existentes no PA, observa-se que o

número de membros por cada família é de baixa à média, já que em sua

maioria possui média de quatro membros, fora o casal. Para o perfil de uma

agricultura familiar, quando o número de membros é muito baixo, de uma a

duas pessoas, isto dificulta o processo de produção, pois reduz a quantidade

de mão de obra. Porém um dos motivos para o baixo número de membros por

família é o êxodo rural dos jovens que vão para a cidade em busca de

trabalhos assalariados. A ida dos jovens rurais para a cidade é um dos maiores

problemas sociais que acontece às famílias integradas a agricultura familiar no

país. Devido à dificuldade em gerar renda, ou até mesmo valores culturais, em

que os pais não possuem o costume de repassar parte da renda oriunda do

trabalho do jovem no lote, para o mesmo, então este sai o quanto antes de

casa.

Origem

Observando a Figura 69, nota-se que além do Estado de Rondônia, o

predomínio da origem dos assentados é da região Sudeste e Sul do país, isto

tem um peso importante nos valores socioculturais e até mesmo de produção

da comunidade.

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Figura 69: Naturalidade da População do PA União I (Autodiagnóstico, 2014)

Um dos costumes observado na produção agrícola, que é oriunda de

regiões frias, é a aragem do solo. Esta é uma técnica empregada pelos

agricultores vindos dessas regiões, porém não deveria ser utilizada, ou utilizar-

se o mínimo possível, visto que a aragem interfere nos atributos físicos do solo,

sabido que o excesso de mecanização pode provocar com o decorrer dos

anos, a compactação do solo, o que futuramente prejudicará a produtividade

local. No entanto, outros valores culturais contribuem com o desenvolvimento

do assentamento, como a produção de alimentos derivados de leite, pois a

maioria das famílias possui a habilidade em produzir esses produtos,

repassada empiricamente de uma geração para outra.

Grupos informais

Os grupos informais são formas de organizações sociais

importantíssimas para o desenvolvimento do assentamento. Foi diagnosticada

a presença de um grupo de mulheres rurais que apresenta o interesse em

formalizar uma nova associação no assentamento.

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Figura 70: Grupo de mulheres rurais

Benefícios Sociais

Dentre os benefícios fornecidos pelo governo federal, a Bolsa família

ainda é o programa que beneficia o maior número de famílias no PA União I

(Figura 71), porém não é o suficiente para gerar qualidade de vida, o benefício

apenas contribui para a fome zero entre os cidadãos brasileiros.

Figura 71: Distribuição dos benefícios sociais (Autodiagnóstico, 2014)

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5.4. Infraestrutura Física, Social e Econômica

Quadro 3: Infraestrutura física, social e econômica do PA União I

INFRA-ESTRUTURA Locais Quantidade TOTAL

Associação Rural Kapa .06

01

01

Tanque resfriador de leite

Kapa 04. 06 e 08 08 tanques

08

Maquinário agrícola Kapa 06 01 Trator Associação 01 Trator Particular

02

Implementos agrícolas Kapa 06 01 Carretilha 01Distribuidor de CaCO3

01 Plantadeira 01Grade de discos

04

Posto de Saúde Kapa 06 01 01

Campo de Futebol Kapa 06 01 01

Igrejas Kapa 04, 06 e 08

03 03

Fonte: ATER/INCRA/EMATER (2014)

Figura 72: Trator e implementos agrícolas Figura 73: Granelização do leite

Meios de Comunicação

No Assentamento União I, o meio de comunicação mais utilizado é a

Antena Rural, que permite que telefones móveis funcionem através da

conecção a antena. A operadora existente no local é a Tim . Existe outro meio

de comunicação bem representativo no assentamento, é o rádio, onde as

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informações são repassadas por duas emissoras locais (AM e FM), sendo

programas destinados diretamente aos ouvintes produtores rurais, diariamente.

Além do meio de comunicação televisivo, existem os informativos

realizados pelas igrejas, bem como as conversas informais entre os

assentados realizadas nos terreiros das moradias, ou no “boteco” do

assentamento, lembrando, ainda, das informações repassadas nas reuniões da

associação.

Figura 74: Meios de comunicação existentes no PA (Pesquisa-ação, 2014)

5.5. Sistemas Produtivos

O Projeto de Assentamento União I, na sua base agrícola destaca como

principais culturas: o feijão (Phaseolus vulgaris), o milho (Zea mays), a

mandioca (Manihot sp.), a banana (Musa spp.) e o café (Coffea canephora)

(Tabela 7), sendo estas as principais fontes de proteínas e carboidratos de

origem vegetal, as quais fazem parte da alimentação da população local.

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TABELA 7: Produção vegetal do PA União I, referente à safra de 2012.

Culturas Área plantada

Área colhida

Produção (t)

Rendimento kg/ha

Feijão 97,07 97,07 39,41 406

Milho 94,65 94,65 141,97 1500

Mandioca 140,40 140,40 2.386,80 17000

Banana 100,40 100,40 698,78 6960

Café 289,60 289,6 159,85 552

Fonte: EMATER (2012)

Desde o período pioneiro da colonização de Rondônia, a cafeicultura é a

lavoura mais expressiva em área plantada. Em todos os municípios do Estado

cultiva-se café Conilon, com relação ao perfil tecnológico da cafeicultura

rondoniense, admite-se que a atividade cafeeira seja explorada em pequenas

propriedades rurais, em geral de 25 a 100 hectares (ha), abrangendo cerca de

30 mil unidades de produção, ou seja, 25% dos estabelecimentos rurais

cadastrados em Rondônia, portanto a cafeicultura, representa, juntamente com

a pecuária bovino leiteira, as principais fontes de renda financeira para as

famílias da zona rural. No Projeto de Assentamento União I esse diagnóstico

não difere, sendo estas as principais atividades agropecuárias exploradas.

Figura 75: Lavoura Cafeeira

Quanto o cultivo cafeeiro, vale salientar que área média dos cafezais é

de 2,5 a 5,0 hectares, utilizando de espaçamentos variados, desde 2,0 m x 1,0

m até 4,0 m x 2,0 m, sendo que a produção média gera em torno de 10 sacas

de 60 kg por hectare, ainda observa-se que o cafezal em grande parte das

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propriedades encontra-se com baixa produtividade, devido à idade da lavoura e

a ausência da aplicabilidade de tratos culturais, como poda, desbrota e recepa,

além da questão da adubação de manutenção e da correção da acidez do solo

na ocasião do plantio. São precárias as condições de infraestrutura de apoio a

produção de café, utilizando-se de terreiro compactado (chão batido) e tulha

rústica, e ainda a comercialização é realizada diretamente aos atravessadores,

que geralmente desvalorizam o valor comercial do produto.

Figura 76: Orientação sobre poda do cafeeiro Figura 77: Derriça no pano (Colheita)

Em se tratando de preparo do solo (Figura 78), principalmente no caso

de cultivo de culturas anuais, a maioria dos agricultores opta pelo método

manual por conta do custo da mecanização. Já na questão de utilização de

insumos, poucos fazem uso de adubos orgânicos, como casca de café e

esterco bovino, geralmente, disponíveis na parcela, e quando o fazem, utilizam

em hortas domésticas ou frutíferas ao redor da moradia, alguns compram e

usam insumos inorgânicos, mas a maioria não utiliza nenhum tipo de insumo

como mostra a Figura 79.

Figura 78: Preparo do solo (Pesquisa-ação)

Figura 79: Uso de insumos (Pesquisa-ação)

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Figura 80: Cultivo do feijoeiro Figura 81: Feijão grão armazenado

Verifica-se também a implantação pontuais de SAF’s e café (Coffea

canephora) consorciado com essências florestais, lavoura de pupunha (Bactris

gasipaes), açaí (Euterpe oleracea), banana (Musa spp.), coco (Cocos nucifera),

pimenta do reino (Piper nigrum L.) e urucum (Bixa orellana), bem como as

lavouras de mandioca (Manihot sp.), milho (Zea mays), arroz (Oryza sativa) e

feijão (Phaseolus vulgaris), em regime de subsistência (Figura 82), e o

excedente é comercializado.

Figura 82: Levantamento de áreas plantadas de culturas exploradas no PA

(Autodiagnóstico, 2014)

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Figura 83: Cultura do coqueiro Figura 84: Cultivo de citrus

Após as reuniões de distribuição de sementes (Figura 85),

principalmente de hortaliças, observou-se a aceitação dos assentamentos em

cultivá-las, e ainda melhorou a questão da segurança alimentar e nutricional

das famílias.

Figura 85: Distribuição de sementes de hortaliças

Figura 86: Pimenta-do-reino

Figura 87: Horta Doméstica

Quanto à diversificação da propriedade rural no PA União I, ainda está

incipiente, porém existe expressiva quantidade de agricultores que deseja

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diversificar a produção em seus lotes, no intuito de melhorar a renda e a

qualidade de vida familiar, conforme consta na Figura 88.

Figura 88: Proporção da população com interesse na diversificação de produção

(Pesquisa-ação, 2014)

A Tabela 8 representa o sistema pecuário do PA União I, que na sua

base pecuária destaca a criação e comercialização dos seguintes animais:

bovinos, ovinos e caprinos, equídeos, suínos e aves.

TABELA 8: Levantamento das espécies animais de interesse zootécnico no

PA União I, Parecis – RO

Espécie Total

Bovinos 1.912 Ovinos/Caprinos 49 Equídeos 74 Suínos 208 Aves 2.449

Fonte: Dados cadastrais (ATER/INCRA/EMATER, 2012)

A pecuária leiteira é uma das principais atividades econômicas

desenvolvidas no PA União I e o uso de pastagens como base da alimentação

do rebanho proporciona redução nos custos de produção em comparação com

sistemas que utilizam grãos na dieta. No entanto, foi diagnosticado pelos

produtores que um grande entrave a produção do leite é a estacionalidade da

produção forrageira, bem como o intenso ataque de cigarrinha das pastagens,

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e também a degradação das pastagens, reduzindo a produção de forragem, e

consequentemente, a produção de leite.

Figura 89: Bovinocultura Leiteira

A baixa produção animal nos trópicos é atribuída, principalmente, a uma

nutrição inadequada, em consequência da sazonalidade na produção

forrageira. Durante os meses de alta precipitação, o pasto apresenta maior

velocidade de rebrota, o que resulta em adequado desempenho animal.

Entretanto, durante a seca ocorre perda de peso, em consequência do baixo

consumo de matéria seca digestível, atribuído ao fato do pasto estar maduro e

a baixa disponibilidade de forragem (EUCLIDES et al., 1990 citado por

Monteiro, 2009).

Figura 90: Manejo de pastagem

Conforme Gomide et al. (1985) citado por Monteiro (2009), após 6

meses de forragem abundante, sobrevém o período de seca em que os pastos,

se submetidos ao subpastejo, completam seu ciclo e tornam-se fibrosos, com

baixo valor nutritivo; se superpastejado oferecem quantidades desprezíveis de

forragem para o rebanho. Em qualquer dos casos, o resultado é a subnutrição

e comprometimento da saúde, fertilidade e produtividade do rebanho.

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Em muitas das propriedades a expansão das áreas de pastagens

chegou ao seu limite, e o crescimento da atividade agropecuária depende da

intensificação e tecnificação do uso da terra. Espécies forrageiras que

aumentem a produtividade animal e ajudem na recuperação de pastagens

degradadas são de fundamental importância para a sustentabilidade da

atividade agropecuária, pois a produtividade e a perenidade das pastagens

decorrem, entre outros fatores, da capacidade de reconstituição ou de

manutenção da área foliar após a desfolhação.

Desse modo, técnicas de manejo, como correção e adubação de

pastagens, piquetiamento das pastagens e uso de métodos alternativos de

irrigação no período de seca, devem ser desenvolvidas para o uso mais

eficiente da forragem produzida, sem prejuízos à persistência da planta

forrageira na pastagem e o desenvolvimento de modelos que permitam a

simulação de cenários diferentes, como a formação e manejo racional de

capineiras, tanto de cana-de-açúcar (Saccharum L.), quanto de capim-elefante

(Pennisetum purpureum Schum.), o uso de banco de proteína com espécies de

leguminosas, como leucena (Leucaena leucocephala), feijão guandu (Cajanus

cajan) e mucuna preta (Mucuna aterrima), e a conservação da forragem

excedente, respeitada as técnicas adequadas para as diferentes espécies

passíveis desse processo, poderão ser de grande valia para o planejamento do

sistema produtivo e no suporte de tomada de decisões dentro da propriedade,

podendo favorecer a produção de forragens gramíneas e leguminosas

(quantitativa e qualitativamente), não só visando um incremento na produção

animal, mas também, na eficiência global do sistema produtivo.

No entanto, é ínfimo o número de propriedades que apresente uma

pequena área de capineira, seja de cana ou capim-elefante (variedades

encontradas: Napier e Roxo), e quando a possui pouco se usa, ou ainda, se

usa de maneira tradicional, com apenas um corte na época de estiagem

prolongada, não aproveitando ao máximo o potencial produtivo dessas

gramíneas, e fornecendo uma forragem com baixo valor nutritivo. Segundo

Whiteman (1980) citado por Monteiro (2009), o valor nutritivo da forragem

decresce quando a planta atinge a maturidade. Com o avanço da idade da

planta, ocorre o aumento da proporção de colmo comparado com a de folha,

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97

reduzindo o valor nutritivo da forragem, visto que a digestibilidade da fração

colmo é 46% inferior à da folha.

Figura 91: Capineira de cana-de-açúcar

A prática utilizada expressivamente para complementar a alimentação

do rebanho é a suplementação mineral (Figuras 92 e 93), através da oferta da

mistura de sal mineral com sal branco, os quais são comprados no comércio

local de Parecis e/ou por vendedores, que passam nas propriedades

oferecendo estes suplementos aos produtores.

Figura 92: Realização de suplementação Figura 93: Suplementação alimentar animal

Um fator limitante observado pelos assentados é que não utilizam

técnicas de melhoramento genético animal, no entanto apresentam interesse

em aderir à prática de inseminação artificial, no intuito de melhorar a genética

do rebanho voltada para aumento da produção de leite.

Quanto à criação de pequenos animais, destacam-se a avicultura

(galinhas) e suinocultura, para o consumo e comercialização do excedente. O

sistema de criação de aves é extensivo (soltas no terreno) destinado à

produção de carne e ovos.

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98

Figura 94: Criação de aves

Quanto aos Suínos, os produtores utilizam manejo e instalações rústicas

(pocilgas) e a produção é destinada ao consumo das famílias tendo como

objetivo a segurança alimentar. Nesse contexto, constatou-se que a

comercialização desses animais é realizada esporadicamente, e apenas

algumas famílias o fazem, quando apresentam excedentes.

Figura 95: Instalações rústicas (pocilgas)

Constata-se ainda a caprinocultura e ovinocultura pontuais, sendo que

existe grande potencial produtivo para criação e exploração destes pequenos

ruminantes, além de que a carne poderia ser consumida pelos assentados,

garantindo a segurança alimentar e nutricional, pois além de ser saborosa,

apresenta qualidade anticarcinogênica. Em se tratando da piscicultura

apresenta o interesse em sistemas produtivos rústicos e de pequena escala.

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99

Figura 96: Criação de ovinos

Figura 97: Tanque para piscicultura

Destaca-se ainda a pesca artesanal para a subsistência das famílias

assentadas, seja em córregos, lagoas e rios presentes nas áreas e adjacências

do assentamento.

Outra observação, bastante interessante, retrata a origem da renda das

famílias assentadas, estima-se que 36% destas, retiram a renda para o

sustento familiar apenas de esforços aplicados dentro do lote (Figura 98),

sendo que 64% dos produtores do PA União I apresentam mão-de-obra

diversificada, além das atividades agrícolas desenvolvidas no assentamento,

foi observada a existência de produtores que exerce outras atividades, através

da prestação de serviços, que englobam as seguintes funções: pintor, pedreiro,

carpinteiro, diarista e mecânico.

Figura 98: Origem da renda familiar (Pesquisa-ação, 2014)

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100

5.5.1. Análise Sucinta dos Sistemas Produtivos

Em relação ao sistema agrícola convém relatar que dentre os problemas

enfrentados nos empreendimentos rurais destacam-se o escoamento deficiente

da produção, devido falta de transporte, junto com a falta de recursos

financeiros para a aplicação das alternativas tecnológicas adequadas,

englobando a dificuldade de acesso à linha de crédito, desconhecimento das

práticas de uso e conservação de solo, beneficiamento e comercialização da

produção, além dos problemas causados por ataques de pragas e doenças. Os

sistemas produtivos do PA União I, tanto no que tange agricultura e pecuária,

quanto em silvicultura, há possibilidade de melhoria de produção em qualidade

e quantidade, sendo necessária aplicabilidade de técnicas culturais e práticas

de manejo a diferentes espécies cultivadas e exploradas no assentamento,

como exemplo, práticas de adubação de manutenção adequada as culturas,

poda e desbrota dos cafezais, plantio em curva de nível, respeitar o

espaçamento adequado as culturas exploradas, replantio e desbaste em

hortaliças folhosas, a prática do amontoa em tubérculos, preservação de mata

nativa (habitat natural dos inimigos naturais), uso de cultura isca e caldas

agroecológicas para o combate de pragas e doenças, aperfeiçoar instalações

das criações de animais, disponibilizar bebedouro e comedouro suficientes,

rotacionar pastejo, dentre outras práticas como vacinação e desvermifugação

dos animais.

Figura 99: Sigatoka em bananais

Figura 100: Ataque de cupins em cafezais

De maneira geral, foi diagnosticado que os produtores PA União I

utilizam agrotóxicos, principalmente herbicidas, normalmente nas áreas de

pastagens para controle de ervas daninhas. A situação mais crítica é que os

mesmos não fazem uso de equipamentos de proteção individual (EPI), apenas

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101

usam bota de borracha ou botina, ficando desprotegidos, principalmente as

vias respiratórias e demais mucosas, contra este tipo de pesticida. Ainda foi

diagnosticado, que a devolução das embalagens não é entregue em seu total

ao posto de recolhimento, tendo destinos inapropriados.

Figura 101: Uso irracional de agrotóxicos

Para tanto deve ser trabalhado questão de consciência ambiental,

transição agroecológica, questão da responsabilidade socioambiental, saúde

humana e do meio ambiente, utilizando essas temáticas em palestras, reuniões

e visitas técnicas para que os assentados visualizem a problemática e se

sintam envolvidos a mudar o cenário com ações práticas em sua rotina de

afazeres na propriedade e na comunidade através de mutirões e campanhas

englobando a população local na mesma visão holística para a perspectiva de

qualidade de vida.

5.6. Serviços de Apoio à Produção 5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa

INCRA

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) é uma

autarquia federal com a missão prioritária de realizar a reforma agrária, manter

o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União.

Nos últimos anos, o INCRA incorporou entre suas prioridades a

implantação de um modelo de assentamento com a concepção de

desenvolvimento sustentável. O objetivo é implantar modelos compatíveis com

as potencialidades e biomas de cada região do País e fomentar a integração

espacial dos projetos. As atividades desenvolvidas são: Programa Terra Sol,

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102

Projeto Cartão Verde e emissão de DAP (Declaração de Aptidão ao PRONAF-

A).

Figura 102: Reunião sobre crédito instalação

EMATER

A EMATER, Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do

Estado de Rondônia, vem implementando programas e projetos da política

agrícola do Estado, sem custo ao agricultor e visa, única e exclusivamente, o

desenvolvimento sustentável, através de prestação de serviço qualificado,

eficiente e tecnológico. Disponibiliza de programas que possibilitam o

desenvolvimento econômico, social e cultural, levando às famílias rurais a

possibilidade de melhoria significativa na quantidade e qualidade de produção,

que consequentemente, proporciona melhoria na qualidade de vida. Os

esforços da EMATER englobam as atividades: reuniões, palestras, visitas

técnicas, capacitação profissional do agricultor, através de cursos e

demonstração de técnicas agropecuárias.

Figura 103: DM - Amostragem de solo Figura 104: Curso - Segurança Alimentar

Além de executar os programas voltados à bovinocultura leiteira, que

preconiza o aumento da produção e melhoria da qualidade higiênica do leite, o

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103

manejo integrado de pastagens e o combate à cigarrinha-das-pastagens, o

programa Inseminar, através do abastecimento de nitrogênio as botijas de

sêmen, o programa de Mecanização Agrícola à Agricultura Familiar que

disponibiliza horas de maquinário para construção de tanques para atividade

de piscicultura quando a propriedade rural encontra-se regularizada na questão

ambiental e a ATER (Assessoria Técnica e Extensão Rural à Reforma Agrária),

que envolve a assessoria técnica, social e ambiental.

Figura 105: DM - Califórnia Teste Mastite Figura 106: Piscicultura - Qualidade da água

SEAGRI

A SEAGRI (Secretaria Estadual de Agricultura) atua com programas

como PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional

de Alimentação Escolar).

Figura 107: Incentivo à Agricultura Familiar

IDARON

A IDARON (Agência de Defesa Sanitária Agrosilvipastoril do Estado de

Rondônia) tem a função de fiscalizar a vacinação contra febre aftosa e

brucelose, no intuito de manter o rebanho bovino livre de doenças, também,

realiza o controle de trânsito dos animais e fiscaliza os estabelecimentos de

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104

abate, para que os animais não sejam transportados sem a Guia de Trânsito

Animal (GTA), garantindo aos consumidores, os produtos de origem animal

dentro das normas de qualidades estabelecidas mundialmente. Além de outras

atividades relacionadas à defesa sanitária vegetal e uso racional de defensivos

agrícolas como, emissão de permissão de trânsito de vegetais, fiscalização da

emissão de Certificado Fitossanitário de Origem – CFO, cadastramento de

agrotóxicos e coleta itinerante de embalagens vazias.

Figura 108: Coleta itinerante de embalagens de agrotóxicos vazias

A IDARON acompanha os estabelecimentos comerciais agropecuários,

verificando a temperatura das vacinas que são disponibilizadas aos produtores

rurais em período de campanha de vacinação e a comercialização de

agrotóxicos, que deve ser realizada mediante recomendação técnica

devidamente habilitada e apresentação de receituário agronômico.

EMBRAPA

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) é uma

instituição pública brasileira, vinculada ao MAPA, cujos objetivos são a

produção de conhecimento científico e desenvolvimento de técnicas de

produção para a agricultuta e a pecuária brasileira.

Tem como missão viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e

inovação para a sustentabilidade da agricultura em benefício da sociedade

brasileira. Está sob a sua coordenação o Sistema Nacional de Pesquisa

Agropecuária-SNPA, constituído por instituições públicas federais, estaduais,

universidades, empresas privadas e fundações, que, de forma cooperada,

executam pesquisas nas diferentes áreas geográficas e campos do

conhecimento científico. Além de realizar pesquisas e divulgar os resultados,

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105

também organiza eventos como Dia de Campo e Seminários, inserindo os

agricultores a esse universo de informações, e também disponibiliza e/ou

distribui sementes e mudas de espécies adaptadas a região, com cunho

cientifico e experimental.

5.6.2.Crédito

A Instrução Normativa INCRA Nº 93, de 5 de março de 2010, fixa

valores e normas gerais para a implementação do Crédito Instalação aos

beneficiários dos projetos da Reforma Agrária, que consiste no provimento de

recursos financeiros, sob forma de concessão de crédito, visando assegurar os

meios necessários para instalação e desenvolvimento inicial e/ou recuperação

dos projetos do Programa Nacional de Reforma Agrária. São modalidades de

concessão de Crédito Instalação: Apoio Inicial; Apoio Mulher; Aquisição de

Materiais de Construção; Fomento; Adicional do Fomento; Semi-árido;

Recuperação/Materiais de Construção; Reabilitação de Crédito Produção e

Crédito Ambiental.

Os valores e os objetivos das modalidades são os seguintes:

a)Apoio Inicial: R$ 3.200,00; visa suprir as necessidades básicas, bem

como ao fomento inicial de processo produtivo para sua instalação nos Projetos

de Assentamento da Reforma Agrária.

b)Apoio Mulher: R$ 2.400,00; concedida para utilização exclusiva da

mulher titular do lote, que compõe a unidade familiar, residentes e domiciliadas

no Projeto de Assentamento, visa o desenvolvimento de atividades agrícolas

e/ou comerciais no âmbito dos Projetos de Assentamento da Reforma Agrária.

No PA União I foram realizadas 20 adesões ao crédito Apoio Mulher,

sendo 04 para cultivo de maracujá, 04 para cultivo de abacaxi, 03 para

implantação de pomar, 04 para criação de frangos e 05 para bovinocultura

leiteira.

c)Aquisição de Materiais de Construção: R$ 15.000,00; concedida às

famílias assentadas, residentes e domiciliadas nos Projetos de Assentamento,

para auxiliar na construção de suas unidades habitacionais.

No PA União I foram realizadas 53 adesões para aquisição de materiais

de construção.

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106

Figura 109: Reunião sobre crédito habitação

d)Fomento: R$ 3.200,00; visa o fortalecimento das atividades produtivas

e ao desenvolvimento dos Projetos de Assentamento da Reforma Agrária.

e)Adicional do Fomento: R$ 3.200,00; visa a continuidade do

fortalecimento das atividades produtivas e ao desenvolvimento dos Projetos de

Assentamento da Reforma Agrária.

Em 2012, no PA União I foram realizadas 61 adesões entre os créditos

fomento e adicional.

f)Semi-árido: Até R$ 2.000,00; se destina a atender as necessidades de

segurança hídrica das famílias residentes e domiciliadas em Projetos de

Assentamento, localizados nas áreas circunscritas pelo Semi-árido,

reconhecidas pelo IBGE.

g)Recuperação/Materiais de Construção: até R$ 8.000,00; se destina a

recuperação das unidades habitacionais nos Projetos de Assentamento que

apresentem necessidade de reforma e/ou ampliação, após realização do laudo

de vistoria.

h)Reabilitação de Crédito de Produção: até R$ 6.000,00; se destina à

recuperação da capacidade de acesso a novos créditos, possibilitando a

quitação de financiamentos contraídos no âmbito do Programa Especial de

Crédito para Reforma Agrária - PROCERA.

i)Crédito Ambiental: R$ 2.400,00; se destina a financiar o plantio de

árvores e a realização dos tratos culturais, durante dois anos, a partir da

instalação de sistema agroflorestal - SAF, necessária à restauração ambiental

da área de reserva legal dos assentamentos.

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107

O Ministério do Desenvolvimento Agrário fomenta o Programa Nacional

de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, que é um programa do

Governo Federal criado em 1995, com o intuito de atender de forma

diferenciada os pequenos produtores rurais que desenvolvem suas atividades

mediante emprego direto de sua força de trabalho e de sua família. Tem como

objetivo o fortalecimento das atividades desenvolvidas pelo produtor familiar,

de forma a integrá-lo à cadeia de agronegócios, proporcionando-lhe aumento

de renda e agregando valor ao produto e à propriedade, mediante a

modernização do sistema produtivo, valorização do produtor rural e a

profissionalização dos produtores familiares.

As linhas de crédito do PRONAF com potencial de oferta aos

beneficiários são as seguintes:

Pronaf A – crédito destinado aos agricultores familiares assentados pelo

Programa Nacional de Reforma Agrária que não foram contemplados com

operação de investimento sob à égide do PROCERA ou com crédito de

investimento para estruturação no âmbito do PRONAF; e beneficiados por

programas de crédito fundiário do Governo Federal. Sendo o limite nessa linha

de crédito o valor de R$ 20.000,00, tendo a assistência técnica gratuitamente,

nos projetos de assentamento contemplados com o Programa de ATER.

Pronaf Alimentos – crédito especial para estimular a produção de cinco

alimentos básicos da mesa dos brasileiros – arroz, feijão, mandioca, milho e

trigo. Os agricultores terão 30% a mais de crédito para a produção dessas

culturas.

Pronaf Mulher – crédito especial de investimento relacionados com

projetos específicos de interesse das esposas ou companheiras dos

agricultores familiares, sempre que o projeto técnico ou a proposta contemplar

atividades agregadoras de renda e/ou novas atividades exploradas pela

unidade familiar, observadas as condições previstas para os Grupos “C”, “D” e

“E”, limitado a um crédito em cada grupo, independentemente dos tetos de

investimentos já concedidos à unidade familiar.

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108

Pronaf Jovem – crédito especial de investimento relacionados com

projetos específicos de interesse de jovens, de 16 a 25 anos, que tenham

concluído ou estejam cursando o último ano em centros familiares de formação

por alternância ou em escolas técnicas agrícolas de nível médio ou que tenham

participado de curso de formação profissional, filhos(as) dos agricultores

familiares enquadrados nos Grupos “C”, “D” e “E”, que apresentem projeto

técnico ou proposta contemplando as atividades agregadoras de renda e/.ou

novas atividades exploradas pela unidade familiar, observadas as condições:

juros 1% ao ano e prazo de pagamento de até 10 anos, com 5 anos de

carência e teto máximo de R$ 6.000,00, limitado a um crédito em cada grupo,

independentemente dos tetos de investimentos já concedidos a unidade

familiar.

Pronaf Florestal – Crédito especial de investimento destinados ao

financiamento de projetos de silvicultura e sistemas agroflorestais e exploração

extrativista sustentável, para produtores enquadrados nos Grupos “C” e “D”,

observadas as condições de juros de 4% ao ano, com bônus de adimplência de

25% na taxa de juros; prazo de até 12 anos, com até 8 anos de carência;

limites/tetos de R$ 4.000,00 (Grupo C) e R$ 6.000,00 (Grupo D), limitado a dois

créditos por unidade familiar independentemente dos tetos de investimentos já

concedidos a unidade familiar.

Pronaf Agroindústria – Créditos de investimento para Agregação de

renda à atividade rural (agroindústria), destinado a produtores enquadrados

nos Grupos “C” , “D” e “E”, cooperativas, associações ou outras pessoas

jurídicas e que comprovam, em projeto técnico, que mais de 70% da matéria

prima a ser beneficiada ou industrializada seja de produção própria ou de

associados participantes, observadas as condições: juros de 4% ao ano, com

bônus de adimplência de 25% na taxa de juros; prazo de pagamento de até 16

anos, quando envolvidos os recursos dos Fundos Constitucionais e até 8 anos,

com até 5 anos de carência, quando envolver as demais fontes de recursos.

O fomento de política pública ao crédito rural, em parceria com o Banco

BASA e Banco do Brasil, destaca-se a linha de crédito PRONAF (Programa

Nacional do Fortalecimento da Agricultura Familiar), sendo aplicado no Projeto

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109

de Assentamento União I, as modalidades PRONAF A e PRONAF mais

alimentos. Esses investimentos são empregados para iniciação ou ampliação

da pecuária leiteira e aumento na produção de alimentos, além de melhoria na

infraestrutura da propriedade, como curral e cerca.

5.6.3. Capacitação Profissional

O município de Parecis atualmente oferece diversos cursos

profissionalizantes, disponibilizados por diferentes entidades.

O SENAR atua com a missão de desenvolver atividades de Formação

Profissional Rural e atividades de Promoção Social voltadas para o "Homem

Rural", contribuindo com sua profissionalização, integração na sociedade,

melhoria da qualidade de vida e pleno exercício de cidadania. Através da

parceria com a EMATER/ATER tem disponibilizado cursos, ministrados dentro

do assentamento, nas temáticas: pintura em tecidos e fabricação de queijos e

doces.

Figura 110: Comercialização dos doces produzidos

A EMATER/ATER, constituída por equipes multidisciplinares,

acompanha os desejos dos agricultores dentro do assentamento, com isso,

vem organizando e ministrando cursos em diferentes dimensões, sendo na

produtiva, realizado no PA União I, os cursos sobre condução da lavoura

cafeeira, manejo do gado leiteiro e atividade de piscicultura. Na dimensão

socioeconômica, foram realizados os cursos sobre segurança alimentar e

nutricional, preparo de doces de origem vegetal. E na dimensão

socioambiental: palestras sobre preservação de matas ciliares.

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110

Figura 111: Capacitação rural

A UNIR em Rolim de Moura oferece cinco cursos de graduação

(Agronomia, Pedagogia, História, Medicina Veterinária e Engenharia Florestal),

com portas abertas para receber alunos dos assentamentos, dos distritos, dos

núcleos urbanos, do município e dos municípios vizinhos.

5.7. Serviços Sociais Básicos

Compete à Secretaria de Ação Social a execução as ações político-

administrativas com relação às esferas estadual e federal; o apoio às

atividades relacionadas a ações comunitárias; atuar na orientação e

recuperação social e integrar-se aos projetos sociais de outras políticas

públicas, que visem o desenvolvimento e o atendimento à população usuária.

O combate às consequências geradas pela pobreza como a exclusão

social, a garantia de acesso às políticas públicas essenciais para a vida como

educação, saúde, cultura, esporte e lazer e o desenvolvimento de uma política

de inclusão social das camadas mais pobres da população são as diretrizes da

Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS.

O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade

pública da política de assistência social, de base municipal, integrante do

SUAS, localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco

social, destinado à prestação de serviços e programas assistenciais de

proteção social básica às famílias e indivíduos. As atividades desenvolvidas

são:

-Emissão da CTPS;

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111

-Cursos profissionalizantes oferecidos pelo CRAS que ajudem no

aumento da renda familiar

-Emissão do Passe Livre Federal aos idosos com idade ≥ 60 anos;

-Emissão do Passe Livre Estadual aos idosos com idade ≥ 65 anos;

-Emissão de passe estadual para deficientes;

-Encaminhamento de pessoas encaminhadas ao INSS para recebimento

do BPC (Benefício de Prestação Continuada);

O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-

LOAS, é um benefício da assistência social, integrante do Sistema Único da

Assistência Social – SUAS, financiado pelo Governo Federal, cuja a

operacionalização do reconhecimento do direito é do Instituto Nacional do

Seguro Social – INSS e assegurado por lei, que permite o acesso de idosos e

pessoas com deficiência às condições mínimas de uma vida digna.

O idoso deverá comprovar que possui 65 anos de idade ou mais, que

não recebe nenhum benefício previdenciário, ou de outro regime de

previdência e que a renda mensal familiar per capita seja inferior a ¼ do

salário mínimo vigente.

O Programa Viver Melhor tem a intenção de proporcionar diversão,

assistência e qualidade de vida ao público da terceira idade. Através da

Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS), além do acompanhamento

físico serão desenvolvidas atividades recreativas, acompanhamento

psicológico e demais ações que proporcionem uma melhor qualidade da vida

para a terceira idade do município.

PAIF/CRAS

População em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza,

privação ou ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos,

com vínculos familiares, comunitários e de pertencimento fragilizados e

vivenciam situações de discriminação etária, étnica, de gênero ou por

deficiências, entre outros.

A secretaria de ação social oferece o auxílio funeral para famílias de

baixa renda com um salário mínimo, oferece abrigo para crianças e

adolescente em situação de vulnerabilidade social.

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112

5.7.1. Educação

A estrutura educacional do Município de Parecis é composta por três

escolas municipais, incluindo educação infantil e ensino fundamental, e uma

escola estadual com ensino fundamental e médio.

Quadro 4: Escolas existentes no município de Parecis - RO

Escola Esfera Ensino Alunos Funcionários

E.E.E.F.M Benedito Laurindo Gonçalves Estadual

Fundamental e Médio

325

33

E.M.E.I.E.F José Cestari Municipal Infantil e Fundamental

586

54

E.M.E.F Antônio Cândido Silveira Municipal Fundamental

28

02

E.M.E.F Dom Pedro II Municipal Fundamental 22 02

APAE Maria Divina Mercly Municipal Especial 21 05 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (2014)

O município oferece aos professores com intuito de aprimorar o

conhecimento dos profissionais cursos como: PROINFO, PROLETRAMENTO,

EDUCAÇÃO ATIVA e de GESTÃO. As escolas trabalham com projetos

políticos pedagógicos como PROEMI, Mais Educação e Atleta na Escola, e

apoio da supervisão geral do município.

O Projeto de Assentamento União I não possui nenhuma estrutura física

escolar. As escolas estão distribuídas da seguinte maneira, duas maiores

localizadas na zona urbana, ou seja, a população rural é dependente do

transporte coletivo escolar, e as duas menores na zona rural, sendo uma

localizada na linha 90 Kapa 00 e a outra na APROSAP do PA Rio São Pedro.

As aulas são diárias de segunda às sextas-feiras das 7:30 h a 11:30 h

período matutino e das 12:30 h as 16:45 h no período vespertino, há também

aula em alguns sábados para a conclusão e fechamento do calendário letivo.

De acordo com o levantamento de dados, um dos problemas do projeto

de Assentamento União I frente a educação é a necessidade de instalação de

infraestrutura escolar no assentamento para atender a demanda de

alfabetização de adultos. Os agricultores estão satisfeitos com a qualidade de

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113

ensino oferecida pelos professores, porém estão insatisfeitos com a falta de

segurança no transporte escolar.

Merenda Escolar

A alimentação da escola é atendida pelo PNAE – Programa Nacional de

Alimentação Escolar, porém ainda não há alimentos oferecidos pela agricultura

familiar da região, já que o programa exige a compra de no mínimo 30%

dessas famílias. O fato é que a produção dos assentamentos ainda é baixa, e a

utilização de agrotóxico é alta, visto que é uma exigência a não utilização

destes.

NÍVEL DE ESCOLARIDADE DO ASSENTAMENTO

Desde o início do século passado, pessoas que não podiam mais viver

do seu trabalho foram obrigadas a buscar alternativas em outras regiões. O

êxodo rural possibilitou a saída dos jovens muito cedo da casa de seus pais,

fazendo com que os mesmos tivessem que trabalhar como prestadores de

serviço para poder se manter, logo, o abandono dos estudos era previsível.

Outros na época eram impossibilitados de frequentassem a escola pelos

próprios pais, para que pudessem ajudar no roçado, gerando renda para o

sustento da família. Essa é uma realidade que perpetuou por muitos anos, e

que hoje faz parte da história da maioria dos agricultores do PA União I, do

qual em seus relatos, retratam uma vida de muita luta iniciado desde a infância

o trabalho no campo.

O retrato dos assentamentos da reforma agrária é representado por

agricultores que lutaram por muitos anos para conseguirem um pedaço de terra

na região amazônica, trabalharam o suficiente que não tiveram mais tempo de

parar e estudar. Conforme mostra a Figura 112, no projeto de Assentamento

União I a realidade não é diferente.

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114

Quadro 5: Grau de Escolaridade da população do PA União I por Faixa Etária

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

Figura 112: Escolaridade da população do PA União I (Autodiagnóstico, 2014)

Atualmente, a falta de oportunidade de educação para adultos é um

problema apontado pelas famílias que vivem no assentamento.

A descontinuidade dos estudos (Figura 113) representa uma taxa de

91% dos beneficiários do PA União I.

Figura 113: Descontinuidade dos estudos no PA União I (Autodiagnóstico, 2014)

FAIXA ETÁRIA

ANALFABETO

ESCOLARIDADE

ENSINO MÉDIO ENSINO

SUPERIOR Total EDUCAÇÃO

INFANTIL ENSINO FUNDAMENTAL

Até 6 1 1

7 a 10 6 1 7

11 a 14 9 3 12

15 a 17 6 6 12

18 a 24 2 1 11 14

25 a 40 1 19 16 1 34

+ de 40 9 50 12 71

TOTAL 10 78 45 21

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115

5.7.2. Saúde e Saneamento

Em Parecis, há um hospital Municipal de pequeno porte, com uma média

de oito leitos, porém não há divisão de alas, os leitos são separados de acordo

com os quartos. A seguir, o Quadro 6, caracteriza a infraestrutura do Hospital

Municipal, neste realiza-se exames laboratoriais de sangue, urina e fezes,

sendo os principais: hemograma completo, glicemia em jejum, colesterol, Aslo,

Psr (funções reumáticas) e Fr (fator reumático). No entanto, a maioria dos

casos, sendo estes mais graves, são encaminhados aos municípios vizinhos,

com São Felipe do Oeste, Cacoal ou até mesmo para Porto Velho.

Quadro 6: Caracterização da Infraestrutura do Hospital Municipal

INFRAESTRUTURA DO HOSPITAL FRANCISCO AMARAL DE BRITO

*01 sala de exame; *08 leitos; *01 autoclave; *01 estufa; *01 sala de ultrassom simples; *01 lavanderia; *01 almoxarifado de estoque de medicação; *01 farmácia básica; *01 sala de administração; *01 sala odontológica; *01 depósito de material de limpeza; *02 salas de distribuição; *01 sala de nutrição; *01 copa, 01 cozinha e 01 refeitório; *02 enfermarias; *01 laboratório de análise clínica;

Emergência:

*01 sala de recepção; *01 sala de espera; *01 sala de triagem; *01 sala de observação; *01 sala de pronto-atendimento;

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2014)

O atendimento hospitalar é feito por ordem de chegada ou grau de

gravidade, não há preferência de atendimento para a zona rural. No município

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é acompanhado o pré-natal e os RN’s (recém-nascidos) no hospital recebem

as devidas vacinas necessárias (Hepatite B e BCG).

As consultas que não são realizadas no município são agendadas pelo

próprio hospital para as cidades citadas anteriormente. Em relação aos

medicamentos, o município fornece os que estão de acordo com o protocolo do

SUS. O hospital dispõe de uma ambulância para o transporte de pacientes

transferidos ou encaminhados a outras localidades.

O PSF – Programa de Saúde da Família é realizado por duas equipes

de multiprofissionais, compostas por médico, clínico odontológico, técnico em

saúde bucal, enfermeiro, técnico de Enfermagem e Agente de Saúde.

Quadro 7: Quadro de funcionários da saúde no município de Parecis-RO

QUADRO DE FUNCIONÁRIOS HPP FRANCISCO AMARAL DE BRITO

*03 médicos; *01 enfermeira; *10 técnicos de enfermagem; *02 auxiliares; *01 bioquímico farmacêutico; *01 técnico em laboratório;

PSF: *01 médico; *01 técnico de enfermagem; *01 enfermeiro; *01 clínico odonto; *01 técnico em saúde bucal; *15 agentes comunitários de saúde;

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2014)

O projeto assentamento União I foi contemplado com uma Unidade

Básica de Saúde, que encontra-se em fase de conclusão da construção. O

projeto possui uma estrutura com uma sala de emergência/curativo; uma sala

de consulta médica; um almoxarifado; uma sala odontológica; uma sala de

consulta de enfermagem; uma sala de vacina e triagem; dois banheiros

(masculino e feminino) adaptados para idosos e deficientes físicos.

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117

Figura 114: Unidade Básica de Saúde PA União I

Situação da saúde no PA União I

No assentamento União I, o atendimento à saúde é oferecido pelo

programa de saúde da família, o qual os agricultores são acompanhados em

suas residências por um (a) agente de saúde.

Os principais programas de saúde do SUS que atendem ao município de

Parecis são:

-Programa da saúde da mulher que realiza o preventivo, pré-natal, e

orientações de saúde como o auto-exame das mamas, planejamento familiar e

etc.

-Hiperdia: programa que acompanha pacientes portadores de

hipertensão e diabetes. Fazendo o controle da glicemia e PA - Pressão Arterial

mensalmente.

-Bolsa família: a pesagem das crianças beneficiárias do programa bolsa

família é acompanhada mensalmente na unidade.

-PACS (Programa Agentes Comunitários de Saúde);

-SINAN (Sistema de Informação de Agravo e Notificação);

-SIM (Sistema de Informação de Mortalidade);

-SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional);

-SINASC (Sistema de Informação sobre nascidos Vivos);

-Programa Nacional de Controle da Hanseníase – MH;

Saneamento Básico

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o saneamento básico

é o gerenciamento ou controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos

nocivos ao homem, prejudicando seu bem-estar físico, mental e social.

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118

O Projeto de Assentamento União I não possui qualquer representação

mínima de saneamento básico, pois não há recolhimento de lixo doméstico,

abastecimento de água potável e esgotamento sanitário. O uso de fossa negra

é representado por 57% dos assentados e ocupantes (Figura 115). Com o

benefício do crédito instalação, para aquisição de materiais de construção

proporcionará a fossa séptica a 53 famílias do assentamento, este fator é uma

potencialidade do assentamento.

Figura 115: Destino do esgoto (Autodiagnóstico, 2014)

O destino do lixo é um fator preocupante tanto na área social de saúde,

quanto na área ambiental, apesar de estarem relacionados. O elevado índice

de famílias que utilizam do método de queimar o lixo como opção de destino

final (Tabela 9), o que contribui no desenvolvimento de doenças do aparelho

respiratório, principalmente em crianças e idosos, já que muitas vezes

embalagens tóxicas estão presentes no meio do lixo, como é o caso das

embalagens de agrotóxicos. A ATER/EMATER em parceria com a IDARON,

realizou no mês de junho de 2012, a coleta de embalagens vazias de

agrotóxicos no assentamento, para que fossem devolvidas ao posto de

recolhimento.

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TABELA 9: Destino do lixo orgânico e inorgânico e das embalagens de

agrotóxicos vazias no PA União I

Destino

Lixo Embalagens de

Orgânico Inorgânico agrotóxicos vazias

Adubação 7 Descarte 71 Aterro

7

Queima

71 6 Céu aberto

5 Reciclagem

Posto de Recolhimento

65 Reutilização

2 Outro

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

Tratamento de água

A água é uma das maiores fontes de proliferação de microrganismos. No

Assentamento PA União I, a predominância do uso de hipoclorito como

tratamento da água (Figura 116), em algumas situações não procede como o

melhor recurso, isso porque alguns agricultores não sabem a dosagem certa a

ser utilizada para que tenha eficácia. O número de agricultores que não fazem

nenhuma medida de tratamento é preocupante, uma proporção muito elevada,

representada por 28% das famílias do PA. Isso reflete no alto índice de

doenças causadas por verminoses.

Figura 116: Tratamento de água aplicado no PA União I (Autodiagnóstico, 2014)

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120

5.7.3. Cultura e Lazer

A falta de lazer no assentamento é um dos fatores sociais citados como

problema pelos assentados. Apesar das poucas opções, predomina no

Assentamento União I, os jogos esportivos (futebol), festas religiosas e festas

alusivas a datas comemorativas, como dia das mães, dos pais e das crianças e

festas juninas (Figura 117).

Figura 117: Participação em eventos sociais no PA União I (Autodiagnóstico, 2014)

Todo município tem a tradição em realizar as feiras comunitárias, tem

como atrativo as comidas típicas e comercialização de produtos agropecuários,

no ano de 2013 expôs os primeiros resultados oriundos da Assistência Técnica

e Extensão Rural – ATER/INCRA/EMATER, que tem sido parceira dos meios

culturais, onde agricultores do PA União I e demais assentamentos do

município de Parecis, puderam expor seus produtos de artesanato e produção

caseira de doces e pães, bem como a produção agrícola dos assentamentos.

Figura 118: Feira municipal

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121

A equipe de ATER/INCRA/EMATER, também proporcionou diferentes

eventos à comunidade, dentre as datas comemorativas do calendário nacional,

como Dias das Mães e Dia das Crianças.

Figura 119: Festa comunitária

O município de Parecis também oferece algumas opções de lazer como

à Exposição Agropecuária, que ocorre anualmente e atrai pessoas dos

municípios circunvizinhos, o que gera renda para o município. Além de trazer

artistas de outras regiões do país para abrilhantar o show do evento.

As belezas naturais também são pontos atrativos para o lazer e turismo,

pois a região de Parecis possui imensa riqueza em recursos hídricos, o que

representa um ponto forte para o Ecoturismo e pesca. A falta de condições

financeiras e dificuldade de acesso limitam o lazer dos assentados.

No ano de 2013, a equipe técnica de ATER/INCRA/EMATER, organizou

um intercâmbio tecno-produtivo aos assentados do PA União I à Estrela de

Rondônia, contribuindo com a cultura e lazer dos agricultores.

Figura 120: Intercâmbio em Estrela de Rondônia

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122

5.7.4. Habitação

Com o objetivo de suprir as necessidades básicas, fortalecer as

atividades produtivas, desenvolver os projetos, auxiliar na construção de suas

unidades habitacionais, o INCRA oferece aos assentados das famílias dos

projetos de assentamento, o crédito Instalação que é concedido em várias

modalidades, dentre elas a aquisição de materiais para construção das casas e

aquisição de materiais para a reforma.

O assentamento é constituído de 100% das casas em madeira (Quadro

8) dezesseis anos atrás, aproximadamente, na abertura do PA União I, como

havia muita oferta de madeira na região, sendo então utilizada na construção

das casas pelos próprios assentados.

Quadro 8: Identificação do número, funcionalidade e qualidade das habitações no PA União I

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

As novas casas construídas nas regiões de assentamentos estão sendo

feitas de alvenaria. O Assentamento União I foi contemplado em 2014 com

adesão de crédito instalação para construção de 61 novas moradias.

O contrato de crédito instalação apresenta a cláusula obrigatória da

construção do banheiro no interior da moradia com as devidas instalações

hidrossanitárias adequadas. O restante das modificações fica a critério dos

moradores, podendo recuperar telhado, madeiramento, esquadrias, ou ainda,

ampliar cômodos, instalar cerâmica e etc. Este benefício proporcionará

conforto, saúde e qualidade de vida aos assentados. Para a realização deste

N.º Padrão da

Casa

Cobertura Piso Instalação sanitária Instalação Hidráulica

Instalação Elétrica

telha terra cimento cerâmica

sem privada sanitário S N S N

Alvenaria

Barro taipa

61 Madeira 61 7 54 14 24 23 17 44 61

Lona

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123

trabalho, a mão-de-obra pode ser aproveitada dos próprios beneficiários que

atuam, além de agricultores, como pedreiro, carpinteiro e eletricista.

Figura 121: Moradias no PA União I

5.8. Análise das limitações, potencialidades e condicionantes

As limitações variam conforme o nível de manejo do solo, bem como

florestal, e também conforme o contexto socioeconômico local, assim, diante

dos recursos escassos e com limitações intrínsecas relativas à união e

convivência coletiva, prevê-se que a criatividade será a solução, vivenciando a

idéia de que não existe ambiente ruim, há apenas usos inapropriados.

Segue abaixo a relação de problemas e potencialidades sugeridos pelas

famílias rurais durante o processo de autodiagnóstico do Projeto de

Assentamento União I, nas suas respectivas dimensões (social, infraestrutura,

econômica e ambiental):

DIMENSÃO SOCIAL Problemas:

-É difícil agendar consultas;

-Falta pediatra ;

-Falta medicamento;

-Faltam aparelhos de fazer exames no hospital;

-Falta segurança no transporte escolar;

-Falta uma quadra de esportes;

-Não tem espaço de lazer;

-Não tem aula noturna para os adultos;

-Falta atendimento médico no postinho;

-Dificuldade de acesso à ambulância;

-Falta atendimento odontológico no assentamento;

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124

-Faltam cursos profissionalizantes, a exemplo informática.

Potencialidades:

-Energia;

-Igrejas;

-Posto de saúde;

-merenda escolar;

-Festividades das igrejas;

-Associação;

-Campinho de futebol.

INFRAESTRUTURA Problemas:

-Falta de transporte de linha;

-Má conservação das estradas;

-Pontes em péssimo estado de conservação;

-Falta de disponibilidade de insumos agrícolas como calcário;

-Não tem transporte de escoamento da produção para comercialização

na feira municipal.

Potencialidades:

-Energia;

-Igreja;

-Associação;

-Tanque resfriador de leite;

-Área de Pastagem;

-Recuperação de pontes;

-Recuperação de estradas;

-Assessoria técnica da ATER/INCRA/EMATER;

-Trator;

-Transporte escolar.

DIMENSÃO ECONÔMICA Problemas:

-Solos fracos;

-Ataque de pragas (cigarrinhas, cupins, vaquinhas, lesmas, formigas);

-Falta de escoamento da produção;

-Baixo preço dos produtos agrícolas;

-Proibição das queimadas para fins agrícolas;

-Falta de investimento na agricultura;

-Morosidade da regularização fundiária;

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-Burocracia do INCRA

-Dificuldade de acesso ao crédito (burocracia).

Potencialidades:

-Terra para produzir;

-Produção leiteira;

-Granelização do leite;

-Suínos;

-Criação de aves;

-Produção cafeeira;

-Plantio de mandioca;

-Plantio de pimenta-do-reino;

-Hortas domésticas;

-Cultivo de frutíferas em pomar;

-Adubação orgânica;

-Feira municipal.

DIMENSÃO AMBIENTAL Problemas:

-Queimadas;

-Poluição do ar;

-Excesso de poeira;

-Assoreamento dos rios, devido derrubada nas margens;

-Secas prolongadas;

-Perda das produções;

-Enchentes;

-Desmatamento;

-Desaparecimento de espécies de animais silvestres;

-Falta do Licenciamento ambiental;

-Uso indiscriminado de agrotóxicos;

Potencialidades:

-Preservação das margens dos rios;

-Presença de animais silvestres;

-Solo;

-Clima;

-Beleza da paisagem natural;

-Extração de ervas medicinaiss;

-SAF’s (Sistemas Agroflorestais);

-Exploração de madeira para cerca;

-Coleta itinerante de recolhimento das embalagens de agrotóxico;

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126

6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO PROJETO DE ASSENTAMENTO UNIÃO I

6.1. Apresentação

Plano de Desenvolvimento do Projeto de Assentamento União I com a

participação do programa de Assistência Técnica e Extensão Rural à Reforma

Agrária ATER/INCRA/EMATER 2014, que dará direção às atividades sócio-

econômicas-ambientais, construído coletivamente mediante realização de

oficinas em que envolveram - se agricultores e agricultoras do PA União I.

Desta forma foi possível atingir a todos os responsáveis pelo comprometimento

de realizar ações nas dimensões: social, ambiental, infraestrutura e econômica

para o alcance do desenvolvimento do Assentamento.

Este plano de ação está apoiado numa análise ampla e interdisciplinar

que articula as distintas dimensões da realidade e envolve os diferentes atores,

desde os níveis governamentais até a comunidade organizada em torno de

propostas concretas na busca de soluções criativas.

A relevância do documento repousa principalmente no acúmulo de

discussões através das quais levantaram-se os desafios, necessidades e

expectativas da realidade do PA União I. Com base no Autodiagnóstico foram

estruturadas as políticas públicas e as estratégicas para promover ações de

proteção, recuperação e ampliação das necessidades sócio-econômico-

ambientais, visando ao desenvolvimento sustentável em níveis local, regional e

nacional.

Os programas constantes do documento pretendem articular a demanda

entre os agricultores e agricultoras do PA União I e os parceiros representantes

da sociedade no âmbito, local, regional e nacional, promovendo a auto-

sustentabilidade e oportunizando a participação direta dos atores envolvidos no

processo, promovendo o direito ao exercício da cidadania em seu ambiente.

O novo plano pretende enfrentar alguns desafios como: ampliar as

ações de programas que hoje já estão presentes no PA União I; criar novos

programas focando o fortalecimento do assentamento e sociedade civil;

aprofundando a inserção das políticas públicas, através da participação nas

diversas instâncias de representações na comunidade.

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127

Espera-se que o Plano de Desenvolvimento do Assentamento União I,

tendo em vista uma relação dialógica entre os sujeitos envolvidos, seja apenas

o começo da implementação do desenvolvimento sustentável no setor de

Desenvolvimento Agrário do Estado de Rondônia.

6.2. Objetivos e Diretrizes Gerais

● Contribuir para a melhoria da qualidade do meio rural do PA União I,

tendo como foco o fortalecimento da agricultura familiar, buscando a

competitividade da agricultura rondoniense, bem como adequando os produtos

às exigências dos consumidores;

● Estimular a produção de alimentos regionalmente adaptados, bem

como a diversificação de cultivos, visando alcançar a segurança alimentar

sustentável da população;

● Estimular e apoiar o desenvolvimento rural, através de ações de

caráter educativo, executadas conjuntamente com entidades parceiras públicas

e privadas, com vistas à execução e implementação de ATER, voltados para a

saúde, educação, nutrição, fomento, agroindústria, armazenagem,

comercialização e meio ambiente;

● Participação nas políticas agrícolas nas esferas Federal, Estadual e

Municipal;

● Adotar o planejamento das ações com base no território rural, sempre

considerando os aspectos econômicos, sociais, ambientais, culturais e políticas

de desenvolvimento sustentável;

● Apoiar os agricultores familiares no resgate do saber local, capaz de

servir como ponto de partida para ações transformadoras da realidade;

● Potencializar processos de inclusão social e de fortalecimento da

cidadania, levando em consideração os aspectos éticos, étnicos, culturais,

sociais, econômicos, políticos e ambientais;

● Estimular a utilização de tecnologias apropriadas e o aproveitamento

dos recursos naturais, com base no zoneamento socioeconômico e ecológico

do Estado;

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128

● Elaborar estudos estratégicos que visem agregar valores à produção e

favoreça maior eficácia produtiva e inovadora das organizações de produtores,

com intuito de projetá-las no ambiente competitivo;

● Contribuir na orientação dos processos de organização social rural e

de capacitação de produtores, de jovens e de mulheres rurais;

● Manter a sociedade informada do papel exercido pela ATER/ INCRA

no contexto da economia rondoniense, intensificando e ampliando a

comunicação social, a fim de criar uma imagem positiva da instituição,

sobretudo perante os beneficiários de ATER.

6.2.1. Organização Espacial

● Promover o fortalecimento da infraestrutura física, social e produtiva,

através de novas estruturas e/ou manutenção das existentes;

● Facilitar acesso a linhas de crédito que possam contemplar os projetos

produtivos;

● Trazer ao PA iniciativas públicas que viabilizem opções de lazer e de

práticas culturais no assentamento.

6.2.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos

● Promover a melhoria na qualidade de vida e das condições de trabalho

dos assentados através do fortalecimento dos serviços sociais básicos (saúde,

educação e saneamento);

● Viabilizar as famílias assentadas, educação de qualidade, por meio de

um programa de educação voltado para o meio rural adequado a realidade,

que respeite e valorize a cultura local; Erradicar o analfabetismo; Zelar pela

inclusão da população assentada nos programas de educação formal, especial

e continuada; Garantir capacitação profissional para atender aos programas

sociais e produtivos;

● Melhorar a circulação nas estradas internas e de acesso para atender

seguramente ao transporte escolar;

● Proporcionar o acesso a saúde através da implantação de estrutura

operacional e funcional de saúde para atender as famílias no PA, com serviços

gerais, principalmente de primeiros socorros e exames preventivos; Garantir o

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129

atendimento médico e odontológico da população através de programas

curativos (oferecidos pelo SUS) e preventivos (saneamento e tratamento da

água, entre outros);

● Estimular práticas esportivas, culturais e de lazer, através de

campeonatos, feiras, eventos religiosos, entre outros;

● Promover ações de inclusão das famílias assentadas em políticas

públicas, aos programas sociais, atividades cívicas e de regularização de

documentos.

6.2.3 - Sistemas Produtivos

● Melhorar a qualidade do sistema produtivo agrícola através da

incorporação dos princípios da agroecologia;

● Adotar tecnologias para recuperar áreas degradadas, e para

neutralização de acidez e fertilização do solo;

● Adotar tecnologias para agregação de valor da produção,

especialmente na produção de leite, mandioca, banana, abacaxi e maracujá;

● Melhorar a qualidade do sistema produção e criação de animais, com

tecnologias para a bovinocultura leiteira e a criação em sistema colonial de

aves e suínos;

● Desenvolver a capacidade produtiva dos assentados, através de

promoção de eventos de capacitação profissional e o fortalecimento da

assistência técnica contínua;

● Buscar nichos de mercado como os programas PAA e PNAE.

6.2.4. Meio Ambiente

● Estimular o uso racional dos recursos naturais renováveis, mediante

aplicabilidade de projetos de recuperação e conservação de reserva legal e

áreas de preservação permanente;

● Promover eventos de educação ambiental para sensibilização da

comunidade, a fim de promover a difusão de conhecimentos e adoção de

práticas conservacionistas de manejo do solo;

● Desenvolver projetos sustentáveis para evitar os danos ambientais

referentes ao uso indiscriminado de agrotóxicos.

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130

6.2.5. Desenvolvimento Organizacional

● Incentivar e fortalecer as formas de organizações sociais (associação

rural e grupo informal de mulheres rurais) existentes no PA;

● Estimular o envolvimento e participação ativa das mulheres e jovens

rurais na associação;

● Fortalecer e intensificar o trabalho da coordenação gestora do Plano

de Desenvolvimento do Assentamento.

6.2.6. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à Implantação do Plano

A equipe técnica de ATER está inserida na base da implantação do

plano de Desenvolvimento do assentamento, tendo em vista a execução do

programa. A participação dos técnicos nas negociações e discussões,

acontece de forma integrada dentro do que a sua competência técnica lhe

permite, acreditando que sem a participação integrada das famílias que são os

maiores interessados no processo, não há possibilidade de êxito do programa.

O objetivo principal é a assessoria técnica, social e ambientalmente às

famílias assentadas, tornando-os unidades de produção estruturadas, inseridas

de forma competitiva no processo de produção, voltadas para o agronegócio da

agricultura familiar.

A equipe técnica e assentados devem agir de forma integrada e

participativa, acreditando na trabalho de desenvolvimento dos parceiros

municipal e regional, de forma ambientalmente sustentável, tomando como

referência o PDA, o que será expresso nos projetos executivos para ampliação

do potencial produtivo e introdução de processos de beneficiamento, além dos

cuidados dirigidos à comercialização e aos grupos sociais.

Para as atividades sociais de implementação do Plano, a equipe técnica

atuará com ações que terão o sentido de identificar recursos, viabilizar a

formulação do projeto executivo, acompanhar processos e projetos para

construção e melhoria da situação ocupacional do assentamento. As atividades

relacionadas à saúde serão acompanhadas com trabalhos de educação

continuada, cujas famílias rurais receberão orientações sobre saúde sexual e

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reprodutiva; planejamento familiar; saúde do trabalhador rural; segurança

alimentar, saúde bucal e saúde preventiva através da atenção primária em

saúde, por meio de atividades com palestras, oficinas e dias especiais. Quanto

as atividades na dimensão econômica, a assessoria será realizada conforme

as técnicas de agroecologia, por meio de visitas, reuniões, palestras e cursos

nas temáticas recuperação de lavoura cafeeira, cultivo de hortaliças e

frutíferas, exigência nutricional e alimentar de matrizes leiteiras, manejo de

pastagem e formação de área de capineira. A assessoria técnica ambiental de

ATER do INCRA desenvolverá esforços que estimulem trabalhos de Educação

Ambiental, em parceria com o SEDAM/GEAV; promoverá visitas temáticas

sobre questões ambientais; subsidiará a identificação de demanda , elaboração

e aplicação do crédito ambiental, para apoiar o desenvolvimento de ações de

reposição de áreas de Reserva Legal, via implantação de SAF’s; promoverá

mutirão para coleta e destinação de embalagens de agrotóxicos (IDARON),

para estender aos agricultores, a devida destinação dos resíduos sólidos;

assessorará na implantação de viveiros de espécies frutíferas e florestais;

levará conhecimentos e esclarecimentos sobre os dispositivos legais inerentes

ao meio ambiente (CONAMA); sensibilizará parceiros e jovens agricultores

quanto às questões ambientais que ocorrem no PA; Facilitará o acontecimento

de cursos existentes nos diversos temas ambientais do SENAR. Os parceiros

para estas atividades orientadoras do processo de desenvolvimento

sustentável serão: SEMAGRI, Prefeitura Municipal de Parecis, SEDAM/GEAV,

SENAR demais entidades governamentais ou não governamentais afins.

6.3. Programas

O PDA é um plano estruturado em uma visão holística do Assentamento,

em que a articulação de todos em torno de um único objetivo, gera a promoção

do desenvolvimento sustentável visando a inclusão social das famílias do PA

União I.

A sensibilização dos agricultores e de suas famílias sobre o sentido da

reforma agrária promoveu um entendimento de que não é a penas uma política

que gera transformações na realidade do assentamento. Deste modo o objetivo

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132

desejado de sensibilização e participação ativa na implementação do plano por

parte das famílias, torna-se cada vez mais real.

As ações propostas convergem para a construção de um ambiente

favorável ao desenvolvimento do projeto de assentamento União I, zelando

pela responsabilidade na aplicação dos recursos públicos e pelo seu retorno

social.

O plano exigirá um modelo de gestão com distribuição de

responsabilidades entre as organizações sociais existente, com efetiva

participação dos agricultores e agricultoras, dos jovens, com os movimentos

sociais, com as entidades govenamentais e não-governamentais nas esferas

local, regional e nacional; com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária (INCRA) e a empresa de prestação de serviços de ATER, a

EMATER/RO. O modelo será detalhado no programa de desenvolvimento

organizacional de gestão do PDA.

6.3.1. Programa Organização Espacial

Conforme as premissas levantadas durante as oficinas coletivas, foi

possível verificar que a organização espacial do PA União I necessita melhoria

da estrutura física da organização social, com ambientes distintos para

reuniões, espaço para realização de capacitações profissionais e também área

de lazer, porém a maior preocupação está voltada para falta de disponibilidade

de água potável no assentamento. Outra questão priorizada está relacionada

ao escoamento da produção agrícola. Para estes três problemas priorizados

pelos assentados, acredita-se que o plano de ação preconizado na agenda de

prioridades da dimensão de infraestrutura (Tabela 10), estabelecido

coletivamente nas oficinas consiga concretizar as prováveis soluções. Além

destes, também foram elencados problemas na questão de regularização

fundiária e a necessidade de implantação de agroindústrias com a observação

de que a produção agropecuária fortemente presente no PA União I é a cadeia

do leite, seguida do cultivo de frutíferas, sendo então recomendado,

primeiramente a capacitação profissional das famílias dispostas a atuar na

condução dos trabalhos na agroindústria, quer seja na produção de derivados

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133

do leite, ou na produção de alimentos de origem vegetal, com potencial para

doces, compotas e geleias ou preparo de polpas de frutas.

TABELA 10: Agenda de prioridades e plano de ação da dimensão

infraestrutura

PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO INFRAESTRUTURA

Problema Solução Como fazer? Quem vai fazer? Até quando fazer?

I. Falta sede adequada Construir a sede

Elaborar projeto via associação dos produtores rurais Coordenadoria de 22/04/2.015

da associação da ASPRAU e encaminhar aos Infraestrutura e

parceiros: Prefeitura Equipe de ATER

e Governo do Estado

II. Falta água potável Perfurar cinco

Apresentar demanda através de encaminhamento Coordenadoria de 22/04/2.015

poços semi- para FUNASA Infraestrutura e

artesianos no PA

Equipe de ATER

III. Falta transporte para Ter acesso ao Solicitar mediante Coordenadoria de 22/04/2.015

escoamento da caminhão que ofício a Secretaria Infraestrutura e Produção transporte a Municipal de Equipe de ATER Produção Agricultura

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

O Programa de Cadastro de Terras e Regularização Fundiária viabiliza

aos agricultores familiares a permanência na terra, por meio da segurança

jurídica da posse do imóvel. Permite também o conhecimento da situação

fundiária brasileira, tornando-se um instrumento para o planejamento e a

proposição de políticas públicas locais, como o crédito rural e a assistência

técnica. São beneficiários do Programa os pequenos posseiros e os

proprietários dos imóveis rurais objetos da ação de cadastro e regularização

fundiária. As áreas prioritárias são aquelas nas quais há ocorrência de posses

passíveis de titulação, incidência de “grilagens”, concentração de pequenas

propriedades bem como as áreas onde existam projetos de desenvolvimento

territorial e local.

Com base nos cadastros literal e gráfico dos imóveis, os técnicos do

INCRA poderão identificar os imóveis passíveis de regularização. Aqueles que

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134

estiverem em terras devolutas, as quais deverão ser arrecadadas pelo Estado

para processo de regularização, poderão receber o título de posse. Mas, para

isso, o posseiro terá que comprovar por meio de documentos que mora na

terra, vive dela e pratica a agricultura familiar. O limite da área não deverá

ultrapassar 100 hectares, para terras devolutas federais ou de 100 a 250

hectares, para terras do estado.

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO PROJETO

DE ASSENTAMENTO

O programa tem a finalidade de promover ou recuperar projetos de

assentamentos rurais de infraestrutura básica necessária à viabilização do

processo produtivo e do desenvolvimento sustentável, tendo a função de

organização agrária. A priorização é feita a partir do levantamento das

demandas de infraestrutura, dos Projetos de Assentamento a serem

beneficiados com a implantação ou recuperação de estradas viciais, rede

elétrica, saneamento básico e sistemas de captação de e distribuição de água

e etc, visando proporcionar as condições físicas necessárias para o

desenvolvimento sustentável dos Assentamentos. Os trabalhos relativos ao

desenvolvimento do projeto de assentamento serão planejados e executados

com a efetiva participação da comunidade assentada, de modo a estimular a

organização comunitária. A infraestrutura será implantada, pela ordem de

prioridade, por meio de parcerias municipais, estaduais ou execução direta. A

Base Legal está contida na Constituição Federal; Lei 4.504/1964 e Medida

provisória nº 2.183-56/ 2001.

PROGRAMA TERRA SOL

O Terra Sol é uma ação de fomento à agregação de valor à produção.

Apoia a agroindustrialização e a comercialização por meio da elaboração de

planos de negócios, pesquisa de mercado, consultorias, capacitação em

viabilidade econômica e gestão e implantação/recuperação/ampliação de

agroindústrias. Atividades não agrícolas - como turismo rural, artesanato e

agroecologia, também são apoiadas. A Ação foi criada em 2004 e faz parte do

Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA) e do Plano Plurianual (PPA) que

define os programas prioritários do Governo Federal. A Ação Terra Sol visa

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135

propiciar o aumento de renda dos Projetos de Assentamentos da reforma

agrária, por meio de atividades socioeconômicas sustentáveis, valorizando as

características regionais, experiências e potencialidades locais, com ênfase na

Agroecologia.

Os assentados e assentadas da Reforma Agrária em Projetos de

Assentamento implantados ou reconhecidos pelo Incra podem participar do

Terra Sol, por meio de projetos coletivos, elaborados com a participação efetiva

dos beneficiários e proposto por suas entidades representativas. Projetos

realizados em parcerias com prefeitura municipal e o Estado são muito

importantes, especialmente para ações que envolvam aquisição de

equipamentos, construções e reformas. A proposta e o projeto devem nascer

da vontade das pessoas em trabalhar conjuntamente para agregar valor a seus

produtos aumentando assim sua renda. Com a organização dos interessados e

o apoio de sua entidade representativa, deverá ser elaborada uma proposta

contendo o Projeto Básico e o Plano de Trabalho a ser encaminhado para a

Superintendência Regional do Incra (SR) do Estado responsável pelo Projeto

de Assentamento envolvido. Este momento deve ser acompanhado pelo

técnico da assistência técnica (ATER) do Incra do Estado e de parceiros

interessados na implantação do projeto. Em princípio, pode ser proposto

qualquer negócio, desde que possibilite a agregação de renda para os

assentados e esteja dentro dos seguintes eixos: agroindustrialização,

comercialização, atividades pluriativas e agroecologia. Priorizam-se aqueles

negócios nos quais esteja prevista a utilização de matéria prima do próprio

assentamento, que trabalhe o desenvolvimento sustentável, a agroecologia e

que tenha a participação do maior número de famílias de assentados, incluindo

a mulher e o jovem.

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Quadro 9: Cronograma das atividades da organização espacial do PA União I

Nº. Atividade Meses

J

AN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

A

GO

SET

OUT

NOV

DEZ

1 Reunião com órgãos competentes

X X X

2 Elaboração de projetos para construção da sede da associação e das agroindústrias de derivados do leite e polpa de fruta

X X X X X X

3 Apresentar demanda da titulação ao INCRA

X X

4 Definir os pontos de distribuição de água

X X

5 Construir e concentrar as infraestruturas em âmbito central no assentamento

X X X X X X X X

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

6.3.2. Programa Produtivo

O modelo de produção agrícola proposto nas oficinas de planejamento

participativo compatibiliza a aptidão agrícola do solo, o perfil sociocultural e a

disponibilidade de força de trabalho das famílias, sendo observado no decorrer

do processo de diagnóstico, certa resistência por parte dos assentados em

adotar tecnologias diferentes das tradicionais, um dos pontos preconizados

pelos mesmos, foi o uso de calcário para corrigir a acidez do solo, bem como a

utilização de defensivos para controle de pragas e doenças e uso de

fertilizantes para adubação de produção.

No entanto, tem-se trabalhado na premissa de que as tecnologias

tradicionais devem ser adequadas à realidade do assentamento e aplicadas

racionalmente, pois para realizar a calagem e a adubação deve-se

primeiramente realizar a análise de solo, de modo que conforme o resultado e

interpretação da mesma evitarão a subestimação e a superestimação de

aplicação desses insumos externos, sendo que a subestimação não

proporcionará adequada neutralização da acidez do solo, fazendo com que a

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137

aplicação de fertilizantes seja desperdiçada devido fato da dinâmica de

absorção e disponibilidade de nutrientes do solo para a planta, dependa da

faixa de pH, geralmente entre 6,0 e 6,5 unidades de pH, além dos demais

parâmetros dos atributos físico-químicos do solo, como teor de argila (%), CTC

e poder tampão do solo.

Quanto à superestimação de calagem, se torna ainda mais dificultosa a

readequação da estrutura física do solo, sendo ainda mais preocupante em

solos que apresentam argilas caulinitas, provocando a perturbação no

esqueleto dimensional das argilas, o que causa a erosão do solo.

Na questão de utilização de defensivos, sabido da toxicidade destes, é

importante realizar a capacitação quanto a aplicação, que deve ser

preconizados os princípios de segurança, como uso de equipamentos

individuais de proteção, sabido dos agravos a saúde humana e do meio

ambiente, além desses defensivos serem utilizados somente no caso de

extrema necessidade, ou seja, quando o monitoramento de pragas e doenças

detectar a viabilidade econômica de uso e que o não controle dessas

infestações provocará perda total da produção, sendo sempre preferível

realizar a prevenção dos ataques, como realizar a rotação de culturas,

preservação de florestas como cultura isca para refúgio de pragas, além de

favorecer a condição do micro clima na lavoura.

Para recuperação da fertilidade natural dos solos e nutrição das plantas,

torna-se imprescindível a adoção de técnicas agroecológicas como, adubação

orgânica associada à adubação verde, uso de biofertilizantes e conservação do

solo.

De maneira que far-se-á a transição para uso da agroecologia na

temática de condicionante do solo, que além de melhorar a estrutura física do

solo através do incremento de matéria orgânica, automaticamente disponibiliza

nutrientes essenciais as plantas.

Um ponto bastante interessante dos modelos definidos pelos assentados

é a proposta da diversificação de atividades na unidade produtiva, associando

lavoura de culturas anuais e perenes, no sentido de garantir segurança

alimentar, renda mensal, renda sazonal e poupança para aplicação em

investimentos futuros. Apoia-se também no uso da biodiversidade, com suporte

de recursos biológicos e de paisagem, como a piscicultura.

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Assim, os modelos estão delineados para áreas médias de 5,0 ha,

representados em áreas de 1,0 ha (Tabelas 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e

20), associando as culturas adequadas para os tipos de solos do assentamento

e necessárias para o incremento de renda as famílias e garantia da segurança

alimentar e nutricional das mesmas, como: arroz, feijão, milho, mandioca,

melancia, café, banana, bem como para produção animal, para os produtos

carne e leite, ofertando a quantidade e qualidade de alimento volumoso de

acordo com as exigências nutricionais de ruminantes, no caso a recuperação

de pastagens, formação e manejo racional de capineiras.

Tabela 11: Custo de recuperação de 1 ha de pastagem. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago

Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Destoca/enleiramento serviço contratado h/t 2,0 140,00 280,00

Gradagem serviço contratado h/t 3,5 60,00 210,00

Aplicação de calcário mão de obra familiar D 2,0 30,00 60,00

Replantio mão de obra familiar h/t 1,0 60,00 60,00

Adubação de cobertura mão de obra familiar D 4,0 30,00 120,00

Pulverização mão de obra familiar D 2,0 30,00 60,00

Subtotal 790,00

2 Custo – insumos

Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Adubação orgânica Esterco bovino M3 30,0 8,75 262,50

Adubação de cobertura uréia Kg 100,0 1,00 100,00

Adubação de cobertura cloreto de potássio Kg 100,0 1,40 140,00

Calagem calcário c/ frete T 2,0 130,00 260,00

Replantio sementes Kg 12,0 5,00 60,00

Controle de ervas daninhas herbicida L 2,0 64,00 128,00

Subtotal 950,50

Custo de produção total 1.740,50

Fonte: EMATER (2012)

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139

Tabela 12: Custo de recuperação de lavoura cafeeira de 1 ha para produção estimada em 50 sc/ha/ano.

1 Custo - mão-de-obra e serviço pago Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Desbrota mão de obra familiar D 8,0 30,00 240,00

Poda mão de obra familiar D 10,0 30,00 300,00

Capina manual mão de obra familiar D 3,0 30,00 90,00

Capinas químicas mão de obra familiar D 4,0 30,00 120,00

Roçagem mecanizada mão de obra familiar D 2,0 30,00 60,00 Controle de pragas e doenças mão de obra familiar D 1,5 30,00 45,00

Espalhar palha de café mão de obra familiar D 1,0 30,00 30,00

Análise de solo serviço contratado Ud 1,0 35,00 35,00

Adubação de cobertura mão de obra familiar D 2,0 30,00 60,00

Calagem mão de obra familiar D 0,3 30,00 9,00

Colheita do café serviço contratado Latas 1100,0 1,50 1650,00

Secagem do café mão de obra familiar D 7,0 30,00 210,00 Transporte para beneficiamento serviço contratado sc ben. 55,0 2,00 110,00

Beneficiamento do café serviço contratado sc ben. 55,0 8,40 462,00

Subtotal 3421,00

2 Custo - insumos

Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Capina química herbicida glifosato L 2,0 26,00 52,00

Espalhar palha de café palha de café c/ frete m3 5,0 8,75 43,75

Adubação de cobertura uréia Kg 133,0 1,00 133,00

Adubação de cobertura cloreto de potássio Kg 44,0 1,40 61,60

Adubação de cobertura fte-br 12 Kg 25,0 3,50 87,50

Adubação de cobertura superfosfato triplo Kg 67,0 1,60 107,20

Calagem calcário c/ frete T 0,4 130,00 52,00 Controle de pragas e doenças oxicloreto de cobre Kg 4,0 23,00 276,00 Controle de pragas e doenças

inseticida organofosforado L 4,0 34,00 68,00

Colheita do café pano p/ colheita 6x3m Ud 1,0 25,00 50,00

Colheita do café saco p/ colheita Ud 25,0 1,00 25,00

Colheita do café peneira Ud 2,0 36,00 72,00

Colheita do café lata ud 2,0 2,00 4,00

Secagem do café saco p/ café em coco ud 143,5 0,80 114,80

Secagem do café lona 8x8 ud 4,0 25,00 100,00

Secagem do café rodo 60x20 ud 1,0 21,00 21,00

Subtotal 1267,85

Custo de produção total 4.688,85

Fonte: EMATER (2012)

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Tabela 13: Custo de implantação de 1 ha da cultura da banana.

1 Custo - mão-de-obra e serviço pago

Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00

Limpeza do terreno mão de obra familiar d 8,0 30,00 240,00

Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00

Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00

Gradagem serviço contratado h/t 1,5 60,00 90,00

Abertura das covas mão de obra familiar d 10,0 30,00 300,00

Adubação de plantio mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00

Preparo de mudas mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00

Plantio mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00

Adubação de cobertura mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00

Capina manual mão de obra familiar d 12,0 30,00 360,00

Aplicação de defensivos mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00

Desbaste mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00

Subtotal 1775,00

2 Custo – insumos

Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Adubação orgânica esterco de curral m3 30,0 8,75 262,50

Adubação de cobertura uréia kg 500,0 1,00 500,00

Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 400,0 1,40 560,00

Adubação de cobertura superfosfato triplo kg 200,0 1,60 320,00

Calagem calcário c/ frete t 0,8 130,00 104,00

Plantio Mudas ud 1220,0 0,80 976,00

Aplicação de defensivos fungicida L 1,0 100,00 100,00

Aplicação de defensivos inseticida kg 1,0 9,75 9,75

Subtotal 2832,25

Custo de produção total 4.607,25

Fonte: EMATER (2012)

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Tabela 14: Custo de implantação de 1 ha da cultura da melancia.

1 Custo - mão-de-obra e serviço pago Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00 Gradagem serviço contratado h/t 1,5 60,00 90,00 Coveamento mão de obra familiar d 5,0 30,00 150,00 Adubação de plantio mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00 Plantio mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00 Adubação de cobertura mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00 Pulverização mão de obra familiar d 8,0 30,00 240,00 Colheita mão de obra familiar d 40,0 30,00 1200,00 Subtotal 2160,00

2 Custo – insumos Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Adubação orgânica Esterco de galinha M3 5,0 8,75 43,75 Adubação de cobertura uréia kg 260,0 1,00 260,00 Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 200,0 1,40 280,00 Adubação de plantio fte-br 12 kg 50,0 3,50 175,00 Adubação de plantio superfosfato triplo kg 150,0 1,60 240,00 Calagem calcário c/ frete t 2,0 130,00 260,00 Plantio sementes kg 0,3 66,66 20,00 Controle de pragas e doenças oxicloreto de cobre kg 12,0 23,00 276,00 Controle de pragas e doenças

inseticida organofosforado L 2,0 34,00 68,00

Controle de pragas e doenças espalhante adesivo L 1,0 20,00 20,00 Subtotal 1642,75 Custo de produção total 3.802,75

Fonte: EMATER (2012)

Tabela 15: Custo de implantação de 1 ha da cultura do milho. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00 Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00 Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00 Gradagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00 Semeadura mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00 Pulverização mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00 Adubação de cobertura mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00 Aplicação de formicida mão de obra familiar d 0,1 30,00 3,00 Subtotal 458,00

2 Custo - insumos Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Calagem calcário c/ frete t 2,5 130,00 325,00 Adubação de plantio NPK 08-28-16 + Zn t 0,4 949,00 379,60 Adubação de cobertura NPK 30-0-20 t 0,3 905,00 271,50 Semeadura sementes sc 1,2 198,00 237,60 Aplicação de formicida formicida kg 2,0 9,75 19,50 Capina química herbicidas L 3,0 26,00 78,00 Controle de pragas inseticidas L 0,4 34,00 13,60 Subtotal 1324,80 Custo de produção total 1.782,80

Fonte: EMATER (2012)

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142

Tabela 16: Custo de implantação de 1 ha da cultura do arroz. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago

Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Análise de solo serviço contratado ud 1,0 50,00 50,00

Calagem serviço contratado h/t 1,0 60,00 60,00

Aração serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00

Gradagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00

Semeadura serviço contratado h/t 2,0 30,00 60,00

Pulverização mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00

Adubação de cobertura mão de obra familiar d 1,5 30,00 45,00

Capina manual mão de obra familiar d 0,1 30,00 3,00

Arranquio manual mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00

Amontoa manual mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00

Trilha em batedeira serviço contratado h/m 1,0 60,00 60,00

Secagem manual mão de obra familiar d 0,2 30,00 6,00

Subtotal 764,00

2 Custo - insumos

Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Calagem calcário c/ frete t 2,0 130,00 260,00

Adubação de plantio NPK 08-28-16 + Zn t 0,4 949,00 379,60

Adubação de cobertura NPK 30-0-20 t 0,3 905,00 271,50

Semeadura sementes sc 0,6 198,00 118,80

controle de doenças fungicidas L 3,0 100,00 300,00

Controle de pragas inseticidas L 0,4 34,00 13,60

Secagem sacaria ud 60,0 0,80 48,00 Subtotal 1391,50 Custo de produção total 2.155,50

Fonte: EMATER (2012)

Tabela 17: Custo de implantação de 1 ha da cultura do feijoeiro. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Análise de solo serviço contratado ud 1,0 50,00 50,00 Calagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00 Aração serviço contratado h/t 4,0 60,00 240,00 Gradagem serviço contratado h/t 4,0 60,00 240,00 Semeadura serviço contratado h/t 2,0 30,00 60,00 Pulverização mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00 Adubação de cobertura mão de obra familiar d 1,5 30,00 45,00 Capina manual mão de obra familiar d 0,1 30,00 3,00 Arranquio manual mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00 Amontoa manual mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00 Trilha em batedeira serviço contratado h/m 2,0 60,00 120,00 Secagem manual mão de obra familiar d 0,2 30,00 6,00 Subtotal 1124,00

2 Custo – insumos Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Calagem calcário c/ frete t 0,5 130,00 65,00 Adubação de plantio NPK 08-28-16 + Zn t 0,3 949,00 284,70 Adubação de cobertura NPK 30-0-20 t 0,2 905,00 181,00 Semeadura sementes sc 1,0 198,00 198,00 Aplicação de defensivo fungicidas L 0,4 100,00 40,00 Capina química herbicidas L 1,0 26,00 26,00 Secagem sacaria ud 30,0 0,80 24,00 Subtotal 818,70 Custo de produção total 1.942,70

Fonte: EMATER (2012)

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143

Tabela 18: Custo de implantação de 1 ha da cultura da mandioca. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago

Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00

Limpeza do terreno mão de obra familiar d 0,5 30,00 15,00

Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00

Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00

Gradagem serviço contratado h/t 1,5 60,00 90,00

Sulcação serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00

Sulcação e adubação mão de obra familiar d 0,8 30,00 24,00

Transporte de mudas mão de obra familiar d 0,6 30,00 18,00

Plantio mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00

Adubação de cobertura mão de obra familiar d 0,8 30,00 24,00

Capina manual mão de obra familiar d 8,0 30,00 240,00

Aplicação de formicidas

mão de obra familiar d 0,6 30,00 18,00

Colheita mão de obra familiar d 5,0 30,00 150,00

Subtotal 974,00

2 Custo - insumos

Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Adubação orgânica palha de café m3 5,0 8,75 43,75

Adubação de cobertura Uréia kg 60,0 1,00 60,00

Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 60,0 1,40 84,00

Adubação de cobertura superfosfato triplo kg 120,0 1,60 192,00

Calagem calcário c/ frete t 0,8 130,00 104,00

Plantio Mudas m3 6,0 6,00 36,00 Aplicação de formicidas formicidas kg 1,0 9,75 9,75

Subtotal 529,50

Custo de produção total 1.503,50

Fonte: EMATER (2012)

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144

Tabela 19: Custo de implantação de 1 ha de capineira de cana-de-açúcar. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago

Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00

Limpeza do terreno mão de obra familiar d 0,5 30,00 15,00

Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00

Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00

Gradagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00

Sulcação serviço contratado h/t 5,0 60,00 300,00

Sulcação e adubação mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00

Transporte de mudas mão de obra familiar ud 0,2 30,00 6,00

Plantio mão de obra familiar d 0,8 30,00 24,00

Fechamento de sulcos serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00

Adubação de cobertura mão de obra familiar d 0,2 30,00 6,00

Pulverização mão de obra familiar d 0,3 30,00 9,00

Aplicação de formicidas mão de obra familiar d 0,1 30,00 3,00

Subtotal 878,00

2 Custo – insumos

Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Capina química herbicidas L 6,0 26,00 156,00

Adubação orgânica esterco bovino m3 30,0 8,75 262,50

Adubação de cobertura uréia kg 300,0 1,00 300,00

Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 200,0 1,40 280,00

Adubação de cobertura fte-br 12 kg 50,0 3,50 175,00

Adubação de cobertura superfosfato triplo kg 200,0 1,60 320,00

Calagem calcário c/ frete t 3,0 130,00 390,00

Plantio Mudas t 10,0 50,00 500,00

Aplicação de formicidas formicidas kg 1,0 9,75 9,75

Subtotal 2393,25

Custo de produção total 3.271,25

Fonte: EMATER (2012)

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145

Tabela 20: Custo de implantação de 1 ha de capineira de capim-elefante. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago

Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00

Limpeza do terreno mão de obra familiar d 0,5 30,00 15,00

Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00

Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00

Gradagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00

Sulcação serviço contratado h/t 5,0 60,00 300,00

Sulcação e adubação mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00

Transporte de mudas mão de obra familiar ud 0,2 30,00 6,00

Plantio mão de obra familiar D 0,8 30,00 24,00

Fechamento de sulcos serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00

Adubação de cobertura mão de obra familiar D 0,2 30,00 6,00

Pulverização mão de obra familiar D 0,3 30,00 9,00

Aplicação de formicidas mão de obra familiar D 0,1 30,00 3,00

Subtotal 878,00

2 Custo – insumos

Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)

Capina química herbicidas L 3,0 26,00 78,00

Adubação orgânica esterco bovino m3 30,0 8,75 262,50

Adubação de cobertura uréia kg 200,0 1,00 200,00

Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 100,0 1,40 140,00

Adubação de cobertura fte-br 12 kg 50,0 3,50 175,00

Adubação de cobertura superfosfato triplo kg 150,0 1,60 240,00

Calagem calcário c/ frete T 3,0 130,00 390,00

Plantio Mudas T 5,0 50,00 250,00

Aplicação de formicidas formicidas Kg 1,0 9,75 9,75

Subtotal 1745,25

Custo de produção total 2.623,25

Fonte: EMATER (2012)

QUADRO 10: Desempenho econômico de 1 ha de produção das culturas: café, mandioca, banana, milho, arroz, feijão, pastagem, cana-de-açúcar e capim-elefante.

Fonte: EMATER (2012)

Produto

Produtividade Preço Valor da Custo Margem Relação Ponto de Margem

Estimada Produção Total Bruta B/C Nivelamento Segurança

(T) (T) (%)

Café 3 2.166,70 6.500,00 4.688,85 1.811,15 1,38 2,16 28,00

Mandioca 18 110,00 1.980,00 1.503,50 476,50 1,31 13,66 24,11

Banana 13 692,30 9.000,00 4.607,25 4.392,75 1,95 6,65 48,84

Milho 3 666,65 2.000,00 1.782,80 217,20 1,12 2,67 11,00

Arroz 3 777,75 2.333,35 2.155.50 177,85 1,08 2,77 7,66

Feijão 1,5 3.000,00 4.500,00 1.942,70 2.557,30 2,31 0,64 57,33

Pastagem 35 240,00 8.400,00 1.740,50 6.659,50 4,82 7,25 79,28

Cana 60 120,00 7.200,00 3.271,25 3.928,75 2,2 27,26 54,56

Capim-elefante 80 240,00 19.200,00 2.623,25 16.576,75 7,31 10,93 86,33

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146

Para os problemas priorizados pelos assentados foi construído um plano

de ação (Tabela 21), cuja função primordial é estimular o comprometimento

dos assentados para que sejam sujeitos das mudanças por eles sugeridas no

assentamento.

TABELA 21: Agenda de prioridades e plano de ação da dimensão econômico-produtiva do PA União I

PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO ECONÔMICA

Problema Solução Como fazer? Quem vai fazer? Até quando fazer?

I. Burocracia ao acesso Adesão ao crédito Levantar demanda Coordenadoria 30/04/2.015 da linha de crédito rural

para solicitar a Econômico-produtiva

PRONAF A

emissão da DAP e e Equipe de ATER

documento da terra pelo INCRA

II. Dificuldade de Aquisição de Realizar amostragem Coordenadoria 30/06/2.015 acesso a insumos insumos agrícolas e análise de solo Econômico-produtiva Agrícolas

Adquirir os insumos e Equipe de ATER

coletivamente e

solicitar da prefeitura

o transporte III. Falta incentivo a Ter acesso ao Solicitar mediante Coordenadoria 30/08/2.015

Produção caminhão que ofício a Secretaria Econômico-produtiva

transporte a Municipal de e Equipe de ATER

Produção Agricultura

Fonte: Autodiagnóstico( 2014)

A consolidação das ações estabelecidas no presente Plano de

Desenvolvimento do Assentamento União I conta com o apoio dos programas e

projetos relacionados abaixo, sendo estes justamente desenvolvidos para o

fortalecimento da agricultura familiar em âmbito nacional, estadual e municipal.

PROJETO DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL

A implantação do PA União I ocorreu em uma área de solos de baixa

fertilidade natural e com peculiaridades do ponto de vista ambiental. As práticas

agroecológicas incorporam cuidados específicos relativos ao ambiente e aos

problemas sociais e enfocam não somente a produção, mas também a

sustentabilidade ecológica. Todavia são tecnologias de baixo custo cabíveis

para a agricultura familiar. Objetiva o processo de transição agroecológica

através da capacitação de agricultores, estimulando a implantação de técnicas

alternativas para recuperação da fertilidade do solo e o uso de defensivos

naturais contra pragas e doenças, bem como a diversificação da produção.

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147

Conta com a parceria das instituições: INCRA, EMATER-RO, Secretaria

Municipal de Agricultura, Fundação Banco do Brasil, Projeto Padre Ezequiel e

EMBRAPA na realização de eventos como cursos, palestras e intercâmbios de

capacitação sobre ecologia, na implantação de hortas PAIS (Produção

Agroecológica Integrada e Sustentável) e na assessoria técnica sobre

consórcios culturais e preparo de compostagem.

PROJETO DE MANEJO DO SOLO

Os solos de terra firme da Amazônia, predomina em sua maioria, baixa

fertilidade natural, elevada acidez, incidência de alumínio tóxico e baixa

disponibilidade de fósforo, estes são fortes obstáculos para o desenvolvimento

de agrossistemas sustentáveis na região. O sistema de preparo do solo para

agricultura implantado no assentamento ao longo dos anos foi o tradicional.

Esse modelo apresenta certa vantagem no início pela ação da cinza em

disponibilizar temporariamente nutrientes as plantas, porém logo o sistema

torna-se insustentável, pois o solo da região é bastante intemperizado e de

baixa fertilidade natural. Nesse contexto, os agricultores tem encontrado

dificuldade em manejar estes solos de forma a garantir a produção ao longo do

tempo. Muitos cultivam por um ínterim e em seguida abandonam a área, para

que a capoeira se estabeleça. A problemática relacionada a insustentabilidade

produtiva é a falta de manutenção da fertilidade natural do solo através do uso

de práticas como a calagem e a adubação do solo, sendo a única

condicionante para execução do projeto, o custo elevado do transporte dos

insumos agrícolas, sabido que os assentados possuem acesso ao maquinário

para mecanização agrícola. A condução desse projeto depende da parceria

das seguintes instituições: INCRA, EMATER-RO, SEAGRI, Secretaria

Municipal de Agricultura, EMBRAPA e Associação ASPRAU.

PROGRAMA PARA BOVINOCULTURA LEITEIRA

O Estado de Rondônia possui uma área de aproximadamente 6.300

milhões de hectares de pastagens (EMATER, 2008), com um rebanho de

11.176.201 milhões de cabeças (IDARON, 2008). A produção anual estimada é

de 720.659.755 milhões de litros de leite (IBGE, 2008). A produtividade média

do rebanho é de 3,8 litros/vaca/dia. O programa enfatiza para a qualidade dos

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148

produtos da bovinocultura, através de cursos, dias de campo, encontros e

palestras, incentiva a melhoria genética de seus rebanhos e divulgação o

potencial da pecuária leiteira do estado de Rondônia. Promovido pelo Governo

Estadual, no âmbito da Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do

Desenvolvimento Econômico e Social – SEAPES, através da EMATER-RO e

parceiros, têm por objetivo promover o setor, envolvendo os agricultores da

atividade leiteira e obter conhecimentos sobre técnicas de produção de leite a

pasto e ainda, aprimorar o manejo dos animais.

PROGRAMA DE CONTROLE DAS CIGARRINHAS DAS PASTAGENS

As cigarrinhas são insetos sugadores das gramíneas (pastagens, cana-

de-açúcar, arroz, milho) e que durante o período de seca permanece na

pastagem na forma de ovo. Com o início do período chuvoso estes dão origem

às ninfas, que são as formas jovens das cigarrinhas. Atualmente as cigarrinhas

tem sido responsáveis por grande redução na produção de carne e leite, seus

danos variam de 15 a 100% dependendo da espécie da gramínea cultivada,

manejo e condições climáticas.

A implantação do laboratório para produção do fungo Metarhizium

anisopliae no Estado de Rondônia, utilizado no controle biológico das

cigarrinhas, uma equipe formada por técnicos da EMATER, SEAPES, IDARON,

Prefeitura de Pimenta Bueno e da Associação Rural de Pimenta, deu-se

através de com convênio firmado entre o Governo do Estado e a Associação

Rural de Pimenta Bueno com repasse de recursos financeiros à referida

entidade. A equipe composta por técnicos da IDARON, SEAPES, EMATER,

CEPLAC, SEDAM, EMBRAPA, DFA e Associações Rurais de Pimenta Bueno,

está elaborando um Programa de Controle das Cigarrinhas das Pastagens, o

qual será inserido nas políticas públicas do Governo do Estado voltadas para o

setor agropecuário.

PROGRAMA DE PISCICULTURA

É uma política estadual de base estruturante, com a participação da

Secretaria de Estado de Agricultura e EMATER no processo de gestão e

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149

execução, criada para fortalecer o segmento de aquicultores e piscicultores do

Estado, que exploram e desejam investir na atividade de forma econômica e

profissional, com a finalidade de possibilitar o beneficiamento de áreas rurais

previamente selecionadas, consideradas propícias a piscicultura, voltando suas

ações a construção e ampliação de tanques, com o intuito de potencializar a

produção e estimular o setor de pescado em Rondônia.

As atividades estão projetadas para um ano, considerando atividades de

curto e longo prazo. A cada ano/safra serão repetidas as mesmas ações.

Quadro 11: Cronograma de atividades do sistema produtivo.

Nº. Atividade Meses

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

O u t

Nov

Dez

1 Atividades de planejamento da produção

X X X X

2 Articulação agências de crédito/operadoras PRONAF

X X X X X

3 Formulação propostas de crédito X X X X X X X X X X X X

4 Acompanhamento do processo para liberação e ajustes

X X X X X X

5 Articulação com fornecedores e aquisição de insumos

X X X X X X

6 Instalação dos projetos e acompanhamento

X X X X X X X X X X

7 Oficinas de planejamento de colheita

X X X X X X

8 Articulação com os agricultores e formalização de termos de

compromisso com a Associação

X X X X X X X X X

9 Colheita, tratamentos pós-colheita, armazenamento e

entrega dos produtos comercializados

X X X X X X X X

10 Atividades de avaliação e programação da próxima safra

X X X X X X

11 Monitoramento X X X X X X X X X X X X

12 Capacitação de agricultores X X X X X X X X X X X X

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

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150

6.3.3. Programa de Garantias de Direitos Sociais

Quanto aos programas sociais necessários para melhorar a qualidade

de vida das famílias assentadas, sendo enfatizadas as áreas de educação,

saúde e cultura/lazer, de acordo com o diagnóstico são as áreas que

apresentam as principais carências. Há a necessidade de buscar formas

alternativas de atuação em saúde, como fitoterapia e homeopatia, como forma

de potencializar os recursos locais, reduzindo custos e promovendo a

participação comunitária. No intuito de garantir a população assentada acesso

a assistência médica convencional e alternativa, por meio de ações preventivas

e curativas. E para obtenção de sucesso na execução do plano de ação

(Tabela 22), devem ser dirimidas ações em sintonia aos programas

relacionados a seguir.

TABELA 22: Agenda de prioridades e plano de ação dimensão social do PA União I PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO SOCIAL

Problema Solução Como fazer? Quem vai fazer? Até quando fazer?

I. Falta segurança no Obter segurança Requerer maior Coordenadoria 20/03/2.015 transporte escolar no transporte atenção ao transporte Social

Escolar escolar junto a e Equipe de ATER

Secretaria Municipal de Educação

II. Dificuldade na Realização da feira Organizar junto a Coordenadoria 20/04/2.015 comercialização da Comunitária Secretaria Municipal Social

Produção Semanalmente de Agricultura e Equipe de ATER

o planejamento e a

execução da feira

Comunitária III. Falta escola de Construir um Realizar o projeto e Coordenadoria de 15/03/2.015

alfabetização para ambiente propício encaminhar a Social Adultos para alfabetizar Secretaria Municipal e Equipe de ATER Adultos de Educação

Fonte: Autodiagnóstico( 2014)

PRONERA

Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), do

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), tem a missão de

ampliar os níveis de escolarização formal dos trabalhadores rurais assentados.

Atua como instrumento de democratização do conhecimento no campo, ao

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151

propor e apoiar projetos de educação que utilizam metodologias voltadas para

o desenvolvimento das áreas de reforma agrária.

Os jovens e adultos de assentamentos participam de cursos de

educação básica (alfabetização, ensino fundamental e médio), técnicos

profissionalizantes de nível médio e diferentes cursos superiores e de

especialização. O Pronera capacita educadores, para atuar nas escolas dos

assentamentos, e coordenadores locais, que agem como multiplicadores e

organizadores de atividades educativas comunitárias.

O programa apoia projetos em todos os níveis de ensino, conforme

relacionado abaixo:

Educação de jovens e adultos (EJA) – Desenvolve-se por meio da

alfabetização e continuidade dos estudos escolares nos ensinos fundamental e

médio. Os projetos contêm três ações básicas:

•Alfabetizar e escolarizar jovens e adultos nos dois segmentos do ensino

fundamental;

•Capacitar pedagogicamente e escolarizar educadores no ensino

fundamental para que venham a atuar como agentes multiplicadores nas áreas

de reforma agrária;

•Formar e escolarizar os coordenadores locais para atuarem como

agentes sociais multiplicadores e organizadores de atividades educativas

comunitárias.

Ensino Médio e Técnico Profissionalizante – Destina-se à formação de

professores no curso Normal e à formação de Técnicos Jovens e Adultos nas

áreas de reforma agrária. Objetivam formar nos assentamentos profissionais

capazes de contribuir para a melhoria das condições de vida das comunidades

e promoção do desenvolvimento das áreas de reforma agrária.

Ensino Superior – Destina-se ao cumprimento da garantia de formação

profissional, mediante cursos de graduação ou pós-graduação, em diversas

áreas do conhecimento que qualifiquem as ações dos sujeitos que vivem e/ou

trabalham para a promoção do desenvolvimento sustentável dos

assentamentos. Promovem o diálogo e a pesquisa científica entre as

comunidades e as universidades, desenvolvendo metodologias apropriadas

para as diversidades territoriais.

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152

Para promover o desenvolvimento sustentável, as ações do programa

têm como base a diversidade cultural e sócio-territorial, os processos de

interação e transformação do campo, a gestão democrática e o avanço

científico e tecnológico. Já as práticas educacionais têm como princípios o

diálogo, a práxis e a transdisciplinaridade. O Pronera é uma parceria do Incra

com movimentos sociais e sindicais de trabalhadores e trabalhadoras rurais,

instituições públicas de ensino, instituições comunitárias de ensino sem fins

lucrativos e governos estaduais e municipais.

O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou o governo federal a

firmar convênios com entidades estaduais e municipais da área de educação

visando à promoção de cursos de alfabetização de jovens e adultos, formação

técnica e de nível superior. São ações que beneficiam assentados e filhos de

pequenos agricultores e fazem parte do Programa de Educação na Reforma

Agrária (Pronera), executado pelo Incra. A decisão foi confirmada no dia 1º de

dezembro de 2010, em seção extraordinária do plenário, cujo voto do relator,

ministro Augusto Nardes, recebeu apoio dos demais conselheiros.

ARCA DAS LETRAS

Criado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em 2003, o

programa Arca das Letras promove o acesso à leitura por meio da implantação

de bibliotecas nas comunidades rurais brasileiras. Atende famílias de

agricultores, assentados da reforma agrária, pescadores, quilombolas,

indígenas e populações ribeirinhas. Os agentes de leitura realizam as

atividades da biblioteca rural: empréstimo dos livros, incentivo à leitura e

campanhas de ampliação dos acervos. Todo o trabalho é voluntário. Os

agentes de leitura são moradores das comunidades atendidas e recebem a

biblioteca em suas casas ou em um local de fácil acesso, indicado pelas

famílias. Os livros são armazenados em móveis-bibliotecas, denominados

arcas. A fabricação segue um padrão cuidadosamente organizado para receber

o acervo inicial, que tem cerca de 200 livros, e também o material básico de

trabalho do agente de leitura. Entre nesta categoria para ter acesso às

instruções detalhadas do móvel-biblioteca.

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153

PNAE

O Programa Nacional de Alimentação Escolar –PNAE, conhecido como

Merenda Escolar, consiste na transferência de recursos financeiros do Governo

Federal, em caráter suplementar, aos estados, Distrito Federal e municípios,

para a aquisição de gêneros alimentícios destinados à merenda escolar, sendo

no mínimo 30% desta, oriunda da agricultura familiar .

Os beneficiários da Merenda Escolar são alunos da educação infantil

(creches e pré-escolas), do ensino fundamental, da educação indígena, das

áreas remanescentes de quilombos e os alunos da educação especial,

matriculados em escolas públicas dos estados, do Distrito Federal e dos

municípios, ou em estabelecimentos mantidos pela União, bem como os alunos

de escolas filantrópicas, em conformidade com o Censo Escolar realizado pelo

INEP no ano anterior ao do atendimento. O Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da

Educação, é o responsável pela normatização, assistência financeira,

coordenação, acompanhamento, monitoramento, cooperação técnica e

fiscalização da execução do programa.

O montante dos recursos financeiros a ser repassado será calculado

com base no número de alunos devidamente matriculados no ensino pré-

escolar e fundamental em escolas municipais e qualificadas como entidades

filantrópicas ou por elas mantidas, utilizando-se para esse fim os dados oficiais

de matrículas obtidos no censo escolar relativo ao ano anterior ao do

atendimento.

CAMINHO DA ESCOLA

O programa Caminho da Escola foi criado em 2007 com o objetivo de

renovar a frota de veículos escolares, garantir segurança e qualidade ao

transporte dos estudantes e contribuir para a redução da evasão escolar,

ampliando, por meio do transporte diário, o acesso e a permanência na escola

dos estudantes matriculados na educação básica da zona rural das redes

estaduais e municipais. O programa consiste na aquisição, por meio de pregão

eletrônico para registro de preços realizado pelo FNDE, de veículos

padronizados para o transporte escolar. Existem três formas para estados e

municípios participarem do Caminho da Escola: com recursos próprios,

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154

bastando aderir ao pregão; via convênio firmado com o FNDE; ou por meio de

financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES), que disponibiliza linha de crédito especial para a aquisição de ônibus

zero quilômetro.

TRANSPORTE ESCOLAR

O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) tem

por objetivo garantir o acesso e a permanência nos estabelecimentos escolares

dos alunos do ensino fundamental público residentes em área rural que utilizem

transporte escolar, por meio de assistência financeira, em caráter suplementar,

aos estados, Distrito Federal e municípios.

CASA DIGITAL

O Território Digital é parte do Território da Cidadania, estratégia de

desenvolvimento sustentável regional e garantia de direitos sociais

desenvolvida pelo Governo Federal em parceria com estados, municípios e a

sociedade civil. Espaços públicos e gratuitos com acesso a computadores e

internet, as Casas Digitais do projeto podem ser instaladas em assentamentos,

escolas agrícolas, comunidades tradicionais, sindicatos e Casas Familiares

Rurais.

A conexão das Casas Digitais à internet será feita por meio do Programa

Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), do Ministério

das Comunicações. Cada Casa está equipada com dez computadores,

mobiliário, impressora, webcam e servidor. Elas também possui tecnologia de

transmissão de voz pela internet (VoIP), serviço oferecido pelo Gesac que

propicia uma alternativa de comunicação a famílias que não possuem linha

telefônica.

PROJETO CULTURA E LAZER

As opções de lazer e eventos culturais no assentamento são bastante

limitadas. Para a melhoria da qualidade de vida da população rural essas

atividades devem ser valorizadas e promovidas. Os jovens muitas vezes

deixam a zona rural por falta de opções de entretenimento. O objetivo é

estimular a realização de atividades culturais e de lazer no assentamento,

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155

através da promoção de campeonatos de futebol e de seções de cinema no

campo, organização de feira da agricultura familiar, com apresentações

culturais, gincanas entre associações e exposição de produtos, incentivo a

eventos religiosos, festas típicas e demais manifestações culturais. Como

parceiros para realização deste projeto têm-se INCRA, EMATER-RO,

Prefeitura Municipal de Parecis e Secretaria Municipal de Esporte e Cultura.

Quadro 12: Cronograma de atividades da dimensão social.

Nº. Atividade Meses

J

an

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

dez

1 Melhorar estrutura de transporte escolar

X X X X

2 Implantar casa digital X X

3 Educação de Jovens e Adultos X X X X X X X

4 Educação a distância X X X

5 Campeonatos X X X X X

6 Feira da agricultura familiar X

7 Cinema no campo X X X X

8 Eventos religiosos X X X X X X X X X X X X

9 Festas típicas e outros X X X X X X X X X X X X

10 Capacitação sobre saúde preventiva

X X X X X

11 Curso de homeopatia X

12 Implantação de hortas medicinais

X X X X X X X

13 Campanhas de vacinação X X X

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais

As atividades ambientais previstas para este tópico foram definidas em

conjunto com os anseios dos agricultores, e será o assessoramento técnico

para a construção de viveiro temporário coletivo, incentivando trabalhos em

mutirões para a produção de espécies florestais e frutíferas, de acordo com as

Page 138: ROTEIRO BÁSICO PARA O PLANO DE RECUPERAÇÃO DO …...infraestrutura do assentamento, para tanto existe a intervenção orientada para o Projeto de Assentamento União I, instituído

156

necessidades dos produtores, para produção de mudas com fins de

recuperação de áreas degradadas, recomposição áreas de preservação

permanente, construção de pomares domésticos e implantação de Sistemas

Agroflorestais. Estão previstos também trabalhos práticos para a incorporação

de técnicas e práticas que utilizem insumos provenientes da própria parcela ou

abundantes no assentamento, para controle de pragas, nutrição vegetal

condizentes com as culturas a serem implantadas.

Ação: construção de viveiro para produção de mudas de espécies

florestais e frutíferas com fins de estabelecimentos de SAF’s e recuperação de

áreas degradadas.

Custo para produção de 5.000 mudas de espécies florestais em viveiros

temporários rústicos, nas proximidades das áreas a serem recuperadas, via

projetos de recuperação de áreas degradadas.

Quadro 13: Custo de produção de 5.000 mudas de espécies florestais em viveiro temporário rústico.

Discriminação

Unidade

Quantidade

Valor unitário

Valor total

Demarcação d/h 01 30,00 30,00

Limpeza d/h 03 30,00 90,00

Instalação de palanques

d/h 03 30,00 90,00

Cobertura d/h 03 30,00 90,00

Construção dos canteiros

d/h 02 30,00 60,00

Moirões unidade 20 25,00 500,00

Tábuas unidade 20 10,50 210,00

Palha de babaçu

unidade 100 1,00 100,00

Pregos Kg 05 3,50 17,50

Caibros unidade 24 9,00 216,00

Ripas unidade 24 4,00 96,00

Sacolinhas milheiro 05 26,00 130,00

Adubo orgânico Kg 250 0,25 62,50

Adubo químico Kg 20,6 2,20 45,32

Defensivos orgânicos

Litros 30 1,00 30,00

Preparo do substrato

d/h 05 30,00 150,00

Fonte: EMATER (2012)

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157

PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Considerando a educação ambiental um processo contínuo, a SEDAM

desenvolve programas e projetos que conjugam com os princípios gerais de

educação ambiental baseados na sensibilização, compreensão,

responsabilidade, competência e cidadania, a exemplo do Projeto Agente

Ambiental Voluntário; Educação Ambiental nas Escolas e Grupo de

Educadores Ambientais Voluntários.

As atividades e ações programadas, objetivam promover a

sensibilização da população sobre a importância e a necessidade da

preservação e da conservação do meio ambiente. Anualmente os educadores

ambientais da SEDAM realizam ações de acordo com o calendário de datas

ambientais como o Dia da Água, Dia Mundial do Meio Ambiente, Dia da Árvore,

Conferências do Meio Ambiente e Dia do Rio; essas datas também serão

usadas oportunamente para firmarmos trabalhos em parcerias com estes

agentes.

Este programa possui o objetivo de descrever e desenvolver atividades

conjuntas com os parceiros envolvidos no processo, direta ou indiretamente, de

forma a viabilizar as ações necessárias e orientadoras do processo de

desenvolvimento sustentável a curto e longo prazo conforme descrição da

agenda de prioridades e plano de ação da dimensão ambiental (Tabela 23).

TABELA 23: Agenda de prioridades e plano de ação da dimensão ambiental do PA União I

PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO AMBIENTAL

Problema Solução Como fazer? Quem vai fazer? Até quando fazer?

I. Ataque de pragas e Utilizar de técnicas Solicitar orientação e Coordenadoria 30/04/2.015 Doenças para o controle de capacitação técnica Ambiental

pragas e doenças profissional junto a e Equipe de ATER

EMATER e SENAR

II. Falta de conscienti- Orientação aos Solicitar campanhas Coordenadoria 30/12/2.015 zação ambiental e assentados sobre e palestras com a Ambiental

orientação dos órgãos responsabilidade participação da e Equipe de ATER Fiscalizadores socioambiental SEDAM e IDARON

III. Desmatamento de Recuperação das Construir viveiro para Coordenadoria de 30/09/2.015 APP's APP's desmatadas produção de mudas Ambiental

frutíferas e florestais e Equipe de ATER

Fonte: Autodiagnóstico( 2014)

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158

CRÉDITO AMBIENTAL – CARTÃO VERDE

Segue as premissas da NORMA DE EXECUÇÃO/INCRA/DD/N° 84 de

02 de setembro de 2009, a qual estabelece o fluxo operacional para

concessão, aplicação, fiscalização e prestação de contas do Crédito Instalação,

na modalidade Crédito Ambiental, no âmbito dos Projetos de Assentamento do

Programa de Reforma Agrária, que estabelece o fluxo operacional para

concessão, aplicação, fiscalização a prestação de contas do Credito Instalação,

na modalidade Credito Ambiental, no âmbito dos Projetos de Assentamento do

Programa de Reforma Agrária.

A caracterização da área de reserva legal - ARL a ser recuperada com o

SAF, as estratégias para recuperação e o cronograma de implantação e

desenvolvimento do SAF serão definidos por meio do Projeto de Recuperação

Ambiental.

O Projeto de Recuperação Ambiental pode ser elaborado por técnico do

INCRA, técnicos da equipe ATES, integrante de Termo de Cooperação Técnica

entidades contratadas ou conveniadas ou técnicos indicados pelos

beneficiários deverá prever a recuperação de, no mínimo, dois hectares por

unidade familiar.

Projeto de Recuperação Ambiental, de no mínimo dois hectares, por

unidade familiar, deve ser aprovado por técnico habilitado. Esse profissional

pode ser servidor do INCRA, ou de outros órgãos públicos federais, estaduais,

distritais ou municipais, integrantes do Termo de Cooperação Técnica ou

Convênio.

A modalidade Crédito Ambiental destinada a financiar, durante dois

anos, a implantação e o desenvolvimento de sistemas agroflorestais, para a

recuperação de área de reserva legal – ARL e de preservação permanente -

APP, concomitantemente em acordo da superintendência regional.

O valor do Credito Ambiental é definido e atualizado por Instrução

Normativa do INCRA.

A liberação é feita em até 24 (vinte a quatro) parcelas mensais, mediante

depósito em conta específica, aberta na agência de relacionamento do

assentado (a) beneficiário (a).

Ao INCRA cabe:

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159

I. Assegurar os recursos;

II. Selecionar os assentamentos a serem atendidos;

III. Definir o agente financeiro que gerenciara os recursos;

IV. Firmar contrato de prestação de serviços com o agente financeiro;

V. Enviar a relação dos assentados (as) beneficiários (as) ao agente

financeiro, mediante oficio a outros meios cabíveis;

VI. Prestar todas as orientações técnicas a legais aos demais participantes;

VII. Acompanhar a fiscalizar a aplicação dos recursos, por meio de seus

prepostos.

Quadro 14: Cronograma de atividades da dimensão ambiental.

Nº. Atividade Meses

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

1 Atividades de educação ambiental

X X X X X X X X X X X X

2 Elaboração de Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)

X X X

3 Elaboração projetos Cartão Verde

X

4 Escolha dos locais a recuperar X X

5 Aquisição de materiais X X X X X X X

6 Instalação de viveiro temporário X X

7 Semeadura X X X X X X

8 Rustificação e plantio X X X X

9 Mutirão para PRAD X

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

6.3.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano

O Programa de Desenvolvimento Organizacional de Gestão do Plano foi

elaborado da seguinte forma: as comissões e/ou coordenadorias foram

formadas a partir de votação em plenária com os agricultores do PA União I. As

comissões/coordenadorias são representadas por dimensões social, ambiental,

econômica e infraestrutura do assentamento. Para acompanhamento dos

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160

trabalhos e ações que serão realizadas no assentamento de acordo com as

propostas do plano, foi também oficializada a coordenadoria geral representada

por coordenador, vice-coordenador; secretário e vice-secretário. Cada qual

responsável em acompanhar as atividades do plano. As ações serão

desenvolvidas a partir das parcerias com instituições municipais e estaduais,

em especial os órgãos: INCRA, EMATER, IDARON, EMBRAPA, SEDAM,

Prefeitura e suas Secretarias.

Figura 122: Organograma do sistema gestor do PDA

Para gestão do Plano de Desenvolvimento do Assentamento União I,

são agendadas as reuniões nas instituições para tratar das negociações

oficialmente com cada representante das entidades. A principal condicionante

desse modelo de gestão é o paradigma instaurado em relação à organização

associativa. Por conseguinte, o acompanhamento do plano será contínuo,

assistida pela assistência técnica (ATER) com o INCRA até a resolução, que

terá um período de no máximo 5 anos para conclusão.

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161

6.3.6. Assessoria Técnica e Extensão Rural à Reforma Agrária – ATER/INCRA

A assistência técnica deverá ser prestada, preferencialmente, pelo

responsável pela formulação do PDA. O modelo de gestão do Plano prevê,

além do envolvimento do ATER e das famílias assentadas, a participação do

INCRA, de organizações públicas de ensino, pesquisa e assessoria técnica e

da sociedade civil. A construção de parcerias é relevante em todas as áreas,

sendo estes parceiros, a EMBRAPA, Secretaria de obras, Secretaria do Bem

estar Social, Secretaria de Educação, Secretaria de Agricultura, Secretaria de

saúde, SENAR, EMATER, INCRA, IDARON, INSS e SEDAM.

A evolução do desenvolvimento do Assentamento União I nas

dimensões social, econômica e ambiental depende principalmente da atuação

das comissões definidas para a gestão do PDA, nas dimensões: econômica,

social, infraestrutura e ambiental. Obviamente, que os técnicos participarão das

discussões, já no seu estágio inicial, considerando que a sua competência é

para execução dos serviços de ATER do planejamento à avaliação, mas de

forma integrada junto às famílias assentadas que são os atores principais e os

maiores interessados no sucesso do programa.

O objetivo básico é assessorar técnica, social e ambientalmente às

famílias assentadas, tornando-os unidades de produção estruturadas, inseridas

de forma competitiva no processo de produção, voltadas ao agronegócio da

agricultura familiar.

A equipe técnica e assentados deve agir de forma integrada à dinâmica

do desenvolvimento municipal e regional, de forma ambientalmente

sustentável, tomando como referência o PDA, para ampliação do potencial

produtivo e introdução de processos de beneficiamento, além dos cuidados

dirigidos à comercialização e aos grupos sociais.

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162

Quadro 15: Cronograma de atividades de ATER.

Nº. Atividade Meses

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

1 Oficinas participativas X X

2 Estabelecimento de parcerias X X X X X X X X

3 Orientação e monitoramento da equipe gestora do PDA

X X X X X X X X X X X X

4 Orientações técnicas X X X X X X X X X X X X

5 Capacitação dos assentados X X X X X X X X X X X X

6 Avaliação da execução do plano X

7 Relatório do plano X

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma e/ou Programa

A viabilidade econômica do Plano de Desenvolvimento do Assentamento

União I está estreitamente ligada à viabilidade dos modelos produtivos

individuais a serem adotados pelos assentados, a possibilidade do

desenvolvimento de atividades não agrícolas, como a fabricação de

artesanatos, principalmente efetuados pelas mulheres, ao potencial no

desenvolvimento de projetos coletivos tais como agroindústrias, aproveitando-

se do potencial produtivo de matérias-primas para estas, como leite e frutas, a

utilização produtiva das terras de acordo com a aptidão agrícola e ao uso

sustentável dos recursos naturais do Assentamento.

Os modelos produtivos apresentados neste PDA são oriundos das

oficinas participativas de planejamento realizadas para elaboração deste Plano.

A partir do Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico foi possível identificar

todas as possibilidades de exploração agrícola das terras do imóvel e também

as indicações quanto ao manejo adequado dos solos, tendo cuidado com as

técnicas aplicáveis para cada situação socioambiental, respeitando os atributos

de cada tipo de solo existente no PA União I.

Os modelos produtivos construídos em conjunto com os agricultores

familiares são economicamente viáveis e estão voltados para as oportunidades

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163

de mercado regional. É importante destacar que é fator condicionante para a

eficiência econômica: o nível tecnológico empregado na produção, o

acompanhamento técnico pela equipe de ATER e a preservação do meio

ambiente, tendo em vista a transição agroecológica como peça fundamental

para recuperação da fertilidade natural dos solos, considerando a melhoria da

condição físico-química e a conservação do solo. Neste PDA, foram

apresentados custos de produção para as culturas, café, mandioca, banana,

melancia, arroz, feijão, milho, pastagem, capineiras de cana-de-açúcar e de

capim-elefante, as três últimas para garantir a alimentação animal,

principalmente no período da seca, quando a falta de quantidade e qualidade

de alimento volumoso, provoca a queda da produção leiteira do PA União I,

sendo corrigido essa falha do setor pecuário do assentamento, poder-se-á

encaminhar para o melhoramento genético desses animais, foram

apresentados, também, os indicadores econômicos de forma preliminar como

ferramenta orientadora no processo de elaboração dos projetos produtivos por

parte da equipe de ATER. A necessária análise de Viabilidade Econômica

deverá ser realizada na ocasião da elaboração dos projetos executivos tais

como as linhas de crédito PRONAF. Vale ressaltar que os cálculos de

viabilidade econômica, através da avaliação do custo de produção, tratam-se

de valores aproximados, sendo estes alterados mediante o resultado e

interpretação da análise de solo.

7. Detalhamento dos Mapas/Croquis

A1 – Mapa da bacia ou sub-bacia de localização do projeto de

assentamento: apresentado na página 65 expõe uma visão geral do contexto

ambiental da área de inserção do Projeto de Assentamento União I, em

destaque as informações de uso do solo e cobertura vegetal.

A2 – Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal: exibido na

página 69 confirma de maneira detalhada as informações sobre o uso atual do

solo quando aponta a área antropizada constituída basicamente de áreas de

pastagens, também as áreas remanescentes de vegetação, reserva legal e as

áreas de preservação permanente.

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164

A3 – Croqui da Estratificação Ambiental dos Agros-Ecossistemas:

exposto na página 73 representa a distribuição espacial das unidades

agroambientais do PA União I, enfatizando o uso da terra e cobertura vegetal,

hidrografia existente e informações de curva de nível a fim de visualização

tridimensional de relevo.

A4 – Mapa da Organização Territorial Atual: anunciado na página 75

demonstra a organização espacial do assentamento, constata a localização

das áreas produtivas, evidenciando a atividade pecuária bovinocultura leiteira,

também expressa às áreas de reserva para preservação e conservação da

fauna e flora presentes no PA, e demais obras de infraestrutura, como: igrejas,

estradas vicinais e pontes.

B1 – Mapa do Anteprojeto de Parcelamento Incluindo Áreas de

Reserva Legal e Preservação Permanente e Infraestrutura Existente e

Projetada: ilustrado na página 80 contempla as áreas comunitárias como a

sede da associação que em seu entorno encontra-se a unidade básica de

saúde e o campo de futebol, além das demais obras de infraestrutura: casas,

igrejas, tanques de leite, estradas vicinais e pontes, também indica as áreas de

Reserva Legal e de Preservação Permanente, a hidrografia e índices do relevo.

8. Disposições Gerais

O Plano de Desenvolvimento do Assentamento União I foi elaborado

conforme os princípios do Manual Operacional de ATER. O plano será

disponibilizado para as instituições públicas e instituições privadas que

interagem com o PA União I, também para as associações e/ou representantes

das comissões das áreas temáticas do assentamento.

A partir dos problemas e potencialidades apresentados no item 5.8.1. ao

5.8.4., foram elaborados programas temáticos, com a participação dos

assentados. É interessante que estes programas se materializem em projetos e

ações concretas, pois foram formulados em estreita sintonia com a situação

diagnosticada para cada dimensão. Por assim ser, acredita-se que há

acessibilidade tanto em termos de compreensão quanto de execução e espera-

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165

se que sua operacionalização facilite e atenda satisfatoriamente os anseios dos

agricultores, os principais envolvidos, sendo suas vidas influenciáveis pelas

ações, subsidiando suas necessidades e trazendo benefícios para toda a

família e, consequentemente, para o assentamento em que vivem.

Espera-se, ainda, que as ações sugeridas neste documento (PDA) sirvam

de base para o desenvolvimento do assentamento, seu maior objetivo. E, que a

partir dele, os moradores possam sentir estimulados para continuar o processo

de mudança da realidade vivida por eles. Realizando as atividades propostas

de modo a transformar o real para o ideal.

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Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico de Rondônia: Um

instrumento de gestão ambiental a serviço do desenvolvimento

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sustentável de Rondônia. SEDAM. Governo de Rondônia. Porto Velho,

2007. 27p.

SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 5. Ed. São Paulo: Malheiros, 2004. Verdejo, Miguel Expósito. Diagnóstico Rural Participativo: guia prático DRP/ por Miguel Expósito Verdejo, revisão e adequação de Décio Cotrim e Lidjane Ramos – Brasília: MDA Secretaria da Agricultura Familiar, 2006. 62 p: il

VIEIRA, L. S. Manual de morfologia e classificação de solos. 2ª

edição. Editora Ceres. São Paulo, 1983. 313p.

WHITEMAN, P.C. Tropical pasture science. Oxford: Oxford University press, 1980. 392p.

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ANEXO I

(Questionário de Pesquisa-ação)

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Dimensão Social 01) Você acha importante participar de uma associação? ( ) Sim ( ) Não 02) Você participa de alguma associação? ( ) Sim ( ) Não

03) O que a associação faz? 04) As mulheres e jovens participam da associação?

( ) Sim ( ) Não

05) Você acha importante ter alfabetização e ensino fundamental para os adultos? ( ) Sim ( ) Não

06) Como você considera a qualidade de ensino? ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Regular

07) Qual a qualidade da água para o consumo? ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Regular

08) E quantidade da água? ( ) Suficiente ( ) Insuficiente

Dimensão Ambiental 01) Quais são os rios que existe no assentamento? 02) Tem matas na beira dos córregos, rios e igarapés? ( ) Sim ( ) Não 03) É importante a preservação dessas matas nas beiras dos rios? Por que? 04) Quais os animais que são vistos com frequência no assentamento? 05) No assentamento é consumida carne de caça? Quais? ( ) Sim ( ) Não Quais ________________________________ 06) O que você acha das queimadas? Elas podem causas danos ao meio

ambiente? 07) Você utiliza veneno? Qual é o mais usado? O que você faz com as

embalagens vazias?

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Dimensão Econômica 01) O que você gostaria de produzir em sua propriedade e por que não

produz?

02) Qual é o principal produto de sua propriedade?

03) Como você faz o preparo da terra? ( ) Mecanizado ( ) Manual ( ) Tração animal ( ) Fogo

04) Faz correção do solo? ( ) Sim ( ) Não

05) Qual adubação você faz em seu solo? ( ) Orgânico ( ) Mineral

06) Trabalha com algum tipo de melhoramento genético animal? ( ) Sim ( ) Não 07) Faz suplementação alimentar com seus animais?

( ) Sim ( ) Não Qual ________________________________

08) Você fez algum financiamento? Para que?

09) Você está com dificuldade em pagar as parcelas do financiamento? ( ) Sim ( ) Não

10) Você precisa de trabalhar fora de sua propriedade, para complementar sua renda? ( ) Sim ( ) Não

11) Tem assistência técnica? Está satisfeito com a assistência? ( ) Sim ( ) Não

Dimensão Infraestrutura 01) A família recebeu auxilio habitação?

( ) Sim ( ) Não

02) Como está a qualidade do ônibus escolar? ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Regular

03) Quais as estruturas de lazer existentes no assentamento?

04) Quais os principais meios de transporte?

05) Quais os principais meios de comunicação existente no assentamento?

06) Qual o documento da terra que você tem?