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Rodrigo Andrade
ROTEIRO DE ESTUDOS
Direito Civil
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lum
e
3 Direito dos
Contratos
Versão 2.0 | 2017.1 www.rodrigoandrade.pro.br
Rodrigo Andrade www.rodrigoandrade.pro.br
www.direitolevadoaserio.com.br
ROTEIRO DE ESTUDOS
Direito Civil
Volume 3
Direito dos Contratos
Versão 2.0 2017.1 Atualizado em 17/12/2016
APRESENTAÇÃO
Este material foi desenvolvido pelo Prof. Rodrigo Andrade, para ser utilizado durante as aulas presenciais de Direito dos Contratos.
Como o próprio nome o indica, trata-se de um roteiro de estudos: sua finalidade é dinamizar as aulas, deixando já à sua mão os slides utilizados pelo professor e os dispositivos normativos correlatos, de modo a que você possa se concentrar em fazer suas anotações e esclarecer eventuais dúvidas, ao invés de se preocupar em copiar o que está na lousa.
Ao longo das aulas, o professor projetará diversos slides. Cada infográfico neste roteiro corresponde a um slide projetado durante os encontros presenciais.
Abaixo de cada infográfico, você encontrará a transcrição dos dispositivos constitucionais, legais e jurisprudenciais relacionados ao assunto ali tratado. Eventualmente, podem constar excertos doutrinários ou outras informações complementares.
Em meio aos assuntos, haverá exercícios que deverão ser realizados em sala, durante as aulas. No momento adequado, o professor o instruirá a respeito deles. Esses exercícios têm como objetivo auxiliá-lo ou auxiliá-la na adequada compreensão da matéria, bem como facilitar o processo de aprendizagem, sempre que possível, através de atividades de natureza lúdica.
Ao final de cada bloco de assuntos, você encontrará exercícios de fixação, que deverão ser respondidos em casa, e levados para as aulas de revisão em sala, onde serão corrigidos.
Sempre que possível, haverá também, ao final de cada unidade, questões de concursos públicos, para que você possa desenvolver a habilidade de responder a questões de múltipla escolha e já possa ir se preparando para provas, como o Exame de Ordem e concursos das mais variadas carreiras.
Para que tenha melhor proveito deste material, sugere-se que você o imprima, encaderne e leve para todas as aulas. Assim, poderá facilmente acompanhar o desenvolvimento dos assuntos ao longo do período letivo, o que facilitará sobremaneira seus estudos.
É óbvio que este material não substitui o estudo dos livros da melhor doutrina, que será oportunamente indicada ao longo do texto, nem dispensa sua presença nas aulas presenciais: é indispensável que você estude com afinco as lições dos grandes mestres, e leve suas inquietações para os encontros presenciais, a fim de que você, seus colegas e seu professor possam, juntos, construir o conhecimento.
Com isso, o Prof. Rodrigo Andrade espera que você possa aproveitar ao máximo o convívio e as atividades propostas neste Roteiro de Estudos.
Salvador, 17 de dezembro de 2016.
RODRIGO ANDRADE
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 2
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4 O Código Civil brasileiro e a disciplina dos Contratos ....................................................... 4 Metodologia .......................................................................................................................... 4
O QUE É UM CONTRATO ........................................................................................................... 5 1.1 Conceito de contrato .................................................................................................... 5 1.2 Paradigmas do Direito dos Contratos ......................................................................... 9
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS ......................................................................................... 11
PRINCÍPIOS DO DIREITO DOS CONTRATOS ...........................................................................21
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS ............................................................................................... 29
CONTRATOS EM RELAÇÃO A TERCEIROS ............................................................................. 32
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS ...................................................................................... 36
GARANTIAS LEGAIS ................................................................................................................. 39 7.1 Garantia contra Vício Redibitório .............................................................................. 39 7.2 Garantia contra Evicção ..............................................................................................40
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS................................................................................................. 44
INTRODUÇÃO
O Código Civil brasileiro e a disciplina dos Contratos
Os contratos costumam ser conceituados como o instrumento jurídico para a circulação social da propriedade. Isso significa que os contratos ocupam um papel de fundamental importância não apenas no Direito Civil, mas também na Economia.
Boa parte dos contratos comumente celebrados estão nominados e disciplinados no Código Civil brasileiro. São, pois, contratos típicos.
Não obstante, muitos tipos contratuais estão disciplinados em legislação extravagante, e alguns sequer encontram disciplina jurídica específica (são contratos atípicos).
De qualquer maneira, releva o estudo da Teoria dos Contratos, que tratará de seus elementos, classificação e requisitos de validade que se aplicam tanto às modalidades típicas quanto às atípicas.
Não há dúvida de que esse estudo deve ser feito criticamente, considerando-se os princípios gerais do direito e do sistema constitucional brasileiro.
Metodologia
Além do clássico método expositivo, o presente Direito dos Contratos será abordado por meio dos mais diferenciados métodos, sempre com o intuito de proporcionar, para o estudante, a melhor e mais eficiente experiência de aprendizagem. Assim, por exemplo, este Roteiro de Estudos é composto por inúmeros exercícios, que contemplam desde questões de concursos públicos a atividades lúdicas, como caça-palavras, palavras cruzadas, exercícios de associação e questões discursivas, a serem resolvidas durante os encontros em sala de aula, individual ou coletivamente.
A abordagem do conteúdo programático do componente curricular Direito dos Contratos contemplará, ainda, o emprego de metodologias ativas, aqui entendidas como o processo de ensino e aprendizagem cuja principal característica é a inserção do estudante como principal agente responsável por sua própria aprendizagem, comprometendo-se ativamente com o desenvolvimento das competências cognitivas, técnicas e comportamentais indispensáveis à sua formação.
Dentre as inúmeras ferramentas disponíveis, serão especificamente empregados o método do Estudo de Caso, a Aprendizagem Baseada em Problemas ou PBL (acrônimo para Problem-Based Learning) e a Metodologia para Projetos.
O que é um Contrato
5
Anotações
Unidade 1
O QUE É UM CONTRATO
1.1 Conceito de contrato
Segundo Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, contrato é
[...] negócio jurídico bilateral, por meio do qual as partes, visando a atingir determinados interesses patrimoniais, convergem as suas vontades, criando um dever jurídico principal (de dar, fazer ou não fazer), e, bem assim, deveres jurídicos anexos, decorrentes da boa-fé objetiva e do superior princípio da função social (GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: contratos: teoria geral, vol. 4, t. I. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 52).
INFOGRÁFICO I: ESPÉCIES DE FATOS JURÍDICOS
Código Civil
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - por alienação; II - pela renúncia; III - por abandono, IV - por perecimento da coisa; V - por desapropriação. Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis.
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
FATO
Fato Jurídico
Fato jurídico em sentido estrito
Ordinários
Extraordinários
Ato Jurídico
Ato Jurídico Lícito
Ato-Fato Jurídico
Ato Jurídico em sentido
estrito
Negócio Jurídico
Ato Jurídico Ilícito
Fato Ajurídico
O que é um Contrato
6
Anotações
INFOGRÁFICO II: FATO JURÍDICO VERSUS AUTONOMIA PRIVADA
INFOGRÁFICO III: DIMENSÕES DO NEGÓCIO JURÍDICO (ESCADA PONTEANA)
Código Civil
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Dimensões do Negócio Jurídico
Plano da Existência
Pressupostos de existência:
Presença de elementos
fundamentais para que o negócio jurídico seja
existente.
Plano da Validade
Requisitos de validade:
Aptidão do negócio jurídico para produzir
efeitos, em face do ordenamento
jurídico.
Plano da Eficácia
Fatores de eficácia:
Aptidão do negócio jurídico para produzir imediatamente efeitos, ou ficar
submetido a elementos acidentais.
O que é um Contrato
7
Anotações
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o
motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva. Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
ATIVIDADE PARA CLASSE 1
O. Q. C., brasileiro, capaz, recebeu em casa uma fatura de cobrança de serviços de telefonia fixa, móvel, internet e TV por assinatura. Ocorre que ele jamais contratara esse serviço e não fazia ideia do motivo de estar recebendo aquela cobrança. Como a empresa de telefonia, que argumentava que a contratação se deu por telefone, recusou-se a negociar e insistiu na cobrança, ameaçando, inclusive, inserir seus dados nos cadastros de devedores, O. Q. C. decidiu procurar um advogado, a fim de resolver judicialmente o conflito de interesses.
Analise o caso e responda: o contrato é existente, válido e eficaz? Explique, analisando os elementos constitutivos das dimensões do negócio jurídico em questão.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
O que é um Contrato
8
Anotações
INFOGRÁFICO IV: FORMAÇÃO VERSUS EFEITOS DOS CONTRATOS
INFOGRÁFICO V: CONTRATO COMO FONTE DE OBRIGAÇÕES
Constituição da República Federativa do Brasil
Art. 5º [...] XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento [...].
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] II - propriedade privada; III - função social da propriedade [...].
Contrato
Formação
Bilateral
Presença de duas partes (ao menos duas mani-festações de
vontade)
Plurilateral
Presença de duas ou
mais partes (ao menos duas mani-festações de
vontade)
Efeitos
Unilateral
O Contrato cria obriga-ções para
apenas uma das partes
Bilateral
O Contrato cria obriga-ções para as duas partes
Plurilaterais
O Contrato cria obriga-ções para todas as partes
Contrato
Obrigações Principais
Dar Fazer
Não fazer
Deveres Anexos
Boa-fé objetiva
Função Social do Contrato
O que é um Contrato
9
Anotações
Código Civil
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Código de Defesa do Consumidor
Art. 4º. A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: [...] III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores [...].
ATIVIDADE PARA CLASSE 2
Assinale a proposição correta:
1. A celebração de um contrato faz surgir para as partes
a) Apenas obrigações principais (dar, fazer ou não fazer); b) Obrigações principais (dar, fazer ou não fazer) e acessórias
(decorrentes da boa-fé objetiva e da função social do contrato), mesmo que estas não sejam expressamente pactuadas;
c) Obrigações principais (dar, fazer ou não fazer) e acessórias (decorrentes da boa-fé objetiva e da função social do contrato), desde que estas sejam expressamente pactuadas;
d) Apenas expectativas, mas não obrigações.
1.2 Paradigmas do Direito dos Contratos
INFOGRÁFICO VI: PARADIGMAS DO DIREITO DOS CONTRATOS
Paradigmas Contratuais
Pré-Modernos
Direito Romano
Paradigma Contratual Moderno
LiberalismoSegurança
JurídicaAutonomia da Vontade
Paradigma Contratual
Contemporâneo
Social Democracia
Função Social
Autonomia Privada
O que é um Contrato
10
Anotações
INFOGRÁFICO VII: FUNDAMENTO FILOSÓFICO DO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE
INFOGRÁFICO VIII: PARADIGMA CONTRATUAL MODERNO
INFOGRÁFICO IX: PARADIGMA CONTRATUAL CONTEMPORÂNEO
ATIVIDADE PARA CLASSE 3
Assinale a proposição correta:
1. A ideologia política e os princípios informadores do paradigma contratual moderno são:
a) Socialdemocracia, função social do contrato e autonomia privada. b) Socialdemocracia, segurança jurídica e autonomia da vontade. c) Liberalismo, função social do contrato e autonomia da vontade. d) Liberalismo, segurança jurídica e autonomia da vontade.
Liberdade
Homem
Instinto
Relação de causalidade
Resposta a estímulos
Razão
Possibilidade de rompimento com a
causalidade
Livre-Arbítrio
Demais Animais
Instinto
Relação de causalidade
Resposta a estímulos
Paradigma Contratual Moderno
IndividualismoAutonomia da
Vontade
Patrimonialismo Pacta sunt servanda
Paradigma Contratual Contemporâneo
Socialidade Autonomia Privada
Personalismo Eticidade
Classificação dos Contratos
11
Anotações
Unidade 2
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
INFOGRÁFICO X: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO AOS EFEITOS PESSOAIS
Código Civil
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 473. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.
INFOGRÁFICO XI: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO AOS EFEITOS PATRIMONIAIS
Código Civil
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Efeitos Pessoais
Contratos Unilaterais
Obrigações para apenas
uma das partes
Contratos Bilaterais
Imperfeitos
Unilateral na origem, torna-se bilateral na
execução
Contratos Bilaterais
Obrigações para ambas as
partes
Contratos Plurilaterais
Obrigações para todas as
partes
Efeitos Patrimoniais
Contratos Gratuitos
Apenas uma parte se submete a um sacrifício
patrimonial
Contratos Onerosos
Geram vantagens e sacrifícios para ambas as partes
Contratos Comutativos
As prestações são certas e determinadas para ambas
as partes
Contratos Aleatórios
Uma das prestações depende de evento futuro
e incerto
Classificação dos Contratos
12
Anotações
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
INFOGRÁFICO XII: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS ALEATÓRIOS
Código Civil
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
Alienação Aleatória
coisa futura, assumindo risco pela
existência (emptio spei)
O Adquirente assume o risco da coisa não
existir
coisa futura, não assumindo risco pela
existência (emptio rei speratae)
O Adquirente assume o risco da coisa existir
em quantidade ou qualidade inferior à
esperada
coisa presente, assumindo risco
pelo perecimento ou aniquilação
O Adquirente assume o risco da coisa deixar
de existir ou se deteriorar
Classificação dos Contratos
13
Anotações
INFOGRÁFICO XIII: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO À AUTONOMIA DAS PARTES
Código Civil
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Código de Defesa do Consumidor
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. §1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. §2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. §3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. §4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
INFOGRÁFICO XIV: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO À FORMA
Autonomia das Partes
Contrato Paritário
As partes têm iguais condições de
discutir as cláusulas do contrato
Contrato de Adesão
As cláusulas são determinadas
unilateralmente por uma das partes
Uniformidade Rigidez
Predeterminação Unilateral Posição de superioridade
Contrato Evolutivo
Parte das cláusulas é negociada e parte é definida pela lei
Forma
Imprescindibilidade da forma para a validade
Contratos Solenes
Validade depende de
forma especial
Contratos de Forma Livre
Validade independe de forma especial
Constituição do contrato
Contratos Consensuais
A declaração de vontade
gera o contrato
Contratos Reais
A tradição gera o contrato
Classificação dos Contratos
14
Anotações
Código Civil
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.
Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
INFOGRÁFICO XV: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO ÀS PESSOAS
INFOGRÁFICO XVI: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO AO TEMPO DA EXECUÇÃO
Código Civil
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua
Contratantes
Pessoa dos Contratantes
Pessoais
Celebrados em função da pessoa do
contratante
Impessoais
Celebrados em função do
resultado do contrato
Identificação dos Contratantes
Individuais
Contratantes individualmente
identificados
Coletivos
Contratantes abstratamente identificáveis
Tempo de Execução
Contratos Instantâneos
De execução imediata
Produção de efeitos ipso facto à
avença
De execução diferida
Produção de efeitos em data
posterior
Contratos de Duração
Determinada
Previsão de termo final ou condição
resolutiva
Indeterminada
Sem previsão de termo final ou
condição resolutiva
Classificação dos Contratos
15
Anotações
realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
INFOGRÁFICO XVII: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO À DISCIPLINA JURÍDICA
INFOGRÁFICO XVIII: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO À DISCIPLINA LEGAL ESPECÍFICA
INFOGRÁFICO XIX: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO À RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA
Código Civil
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Disciplina Jurídica
Contratos Civis Contratos Comerciais
Contratos de Trabalho Contratos de Consumo
Contratos Administrativos
Disciplina Legal Específica
Contratos Típicos Contratos Atípicos
Propriamente ditos Mistos
Relação de Dependência
Contratos Principais
Têm existência autônoma
Contratos Acessórios
Pressupõem a existência de outro contrato
Classificação dos Contratos
16
Anotações
Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.
INFOGRÁFICO XX: CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO À DEFINITIVIDADE
Código Civil
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.
ATIVIDADE PARA CLASSE 4
Em cada questão, assinale a proposição correta:
1. No que tange ao número de manifestações de vontade necessárias para a sua formação, os contratos civis podem ser:
a) unilaterais, bilaterais ou plurilaterais; b) unilaterais ou bilaterais, apenas; c) bilaterais ou plurilaterais, apenas; d) bilaterais, apenas.
2. Sobre a disciplina dos contratos no Código Civil Brasileiro vigente, os contratos civis são,
a) em regra, de forma livre, salvo nos casos em que a lei proíbe ou prescreve forma específica.
b) em regra, formais, salvo nos casos em que a lei autoriza sua celebração sem a necessidade de forma específica.
Definitividade
Contratos Preliminares
Têm por finalidade a celebração de outro
negócio jurídico
Contratos Definitivos
As partes pactuam as obrigações que atendem
a seus interesses
Classificação dos Contratos
17
Anotações
c) necessariamente formais, uma vez que é indispensável a declaração formal da vontade para a sua validade.
d) necessariamente informais, uma vez que vige, no direito civil, o princípio da autonomia privada.
3. Considerando seus efeitos pessoais, os contratos civis podem ser:
a) unilaterais, apenas; b) bilaterais, apenas; c) unilaterais ou bilaterais, apenas; d) unilaterais, bilaterais ou plurilaterais.
4. No que tange aos efeitos patrimoniais, os contratos podem ser
a) gratuitos, se nenhuma das partes se submeter a sacrifício patrimonial, ou onerosos, se uma das partes se submeter a sacrifício patrimonial.
b) gratuitos, se nenhuma das partes se submeter a sacrifício patrimonial, ou onerosos, se ambas as partes se submeterem a sacrifício patrimonial.
c) gratuitos, se ambas as partes se submeterem a sacrifício patrimonial, ou onerosos, se apenas uma das partes se submeter a sacrifício patrimonial.
d) gratuitos, se apenas uma das partes se submeter a sacrifício patrimonial, ou onerosos, se ambas as partes se submeterem a sacrifício patrimonial.
5. Considerando a classificação quanto aos efeitos patrimoniais, marque a assertiva correta:
a) os contratos onerosos podem ser comutativos ou aleatórios. b) os contratos gratuitos podem ser comutativos ou aleatórios. c) os contratos comutativos podem ser gratuitos ou onerosos. d) os contratos aleatórios podem ser gratuitos ou comutativos.
6. Na alienação aleatória,
a) o adquirente só pode assumir o risco pela quantidade da coisa futura, sendo-lhe vedado assumir o risco por sua existência.
b) o adquirente não pode assumir o risco nem pela existência, nem pela quantidade da coisa, uma vez que os contratos só podem ser comutativos;
c) o adquirente pode assumir o risco tanto pela existência quanto pela quantidade da coisa futura.
d) o adquirente só pode assumir o risco pela existência da coisa futura, sendo-lhe vedado assumir o risco por sua quantidade.
ATIVIDADE PARA CLASSE 5
Para cada questão, marque “C” para as proposições corretas e “E” para as erradas.
Classificação dos Contratos
18
Anotações
1. No que tange à quantidade de manifestações de vontade necessárias para sua formação, o contrato pode ser negócio jurídico unilateral, bilateral ou plurilateral.
2. Concernentemente aos efeitos pessoais, os contratos podem ser unilaterais, bilaterais imperfeitos, bilaterais ou plurilaterais.
3. Através da emptio spei, espécie de contrato aleatório, o adquirente assume o risco de ter de adimplir a sua prestação mesmo que a contraprestação não se concretize.
4. Os contratos solenes são a regra no ordenamento jurídico brasileiro e, excepcionalmente, admite-se a validade do contrato de forma livre.
5. Os contratos atípicos são aqueles não regulados em lei e que, portanto, não são admitidos pelo ordenamento jurídico brasileiro.
6. No que tange à quantidade de manifestações de vontade necessárias para sua formação, o contrato pode ser negócio jurídico bilateral ou plurilateral, inexistindo contrato unilateral quanto a esse critério de classificação.
7. Concernentemente aos efeitos pessoais, os contratos podem ser bilaterais ou plurilaterais, inexistindo contrato unilateral quanto a esse critério de classificação.
8. Os contratos onerosos podem ser comutativos, quando a prestação de ambas as partes é determinável desde a avença, ou aleatórios, quando uma ou ambas as partes não podem antever a vantagem que receberá em troca da prestação fornecida.
9. Através da emptio rei speratae, espécie de contrato aleatório, o adquirente assume o risco pela quantidade ou qualidade da coisa, mas não por sua existência.
10. Contratos instantâneos de execução diferida são os de duração, isto é, aqueles que se cumprem por meio de atos reiterados.
ATIVIDADE EXTRACLASSE 1
1. Explique a distinção entre contratos comutativos e contratos aleatórios.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Classificação dos Contratos
19
Anotações
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Explique quais características deve ter um contrato para ser classificado como de adesão.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Explique a distinção entre contratos paritários e contratos de adesão.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Explique a distinção entre o contrato bilateral e o contrato oneroso.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Explique a distinção entre o contrato unilateral e o contrato gratuito.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Classificação dos Contratos
20
Anotações
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Pessoa, Personalidade e Capacidade
21
Anotações
Unidade 3
PRINCÍPIOS DO DIREITO DOS CONTRATOS
INFOGRÁFICO XXI: PRINCÍPIOS DO DIREITO DOS CONTRATOS
Código Civil
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. §1º. Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. §2º. Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
INFOGRÁFICO XXII: PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS
Direito dos Contratos
Princípios Sociais
Função Social do Contrato
Boa-fé Objetiva
Equivalência Material
Princípios Individuais
Autonomia Privada
Relatividade dos efeitos do
contrato
Pacta sunt servanda
Direito Fundamental de Propriedade
Limites ao Direito Fundamental de Propriedade
Contrato como principal meio de circulação da propriedade
Função Social do Contrato
Pessoa, Personalidade e Capacidade
22
Anotações
Constituição da República Federativa do Brasil
Art. 5º [...] XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento [...].
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] II - propriedade privada; III - função social da propriedade [...].
Código Civil
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
INFOGRÁFICO XXIII: PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº 4.657/1942)
Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Código de Processo Civil
Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. CPC/73: art. 243.
Consolidação das Leis do Trabalho
Art. 796. A nulidade não será pronunciada: [...] b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
Código Civil
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.
Boa-fé Objetiva
Função interpretativa e integrativa
Função criadora de
deveres anexos
Lealdade e confiança recíprocas
Cooperação
Informação Confiden-cialidade
Função reativa
Venire contra factum proprium
Supressio
Surrectio Tu quoque
Exceptio doli
Função delimitadora do exercício de
direitos subjetivos
Pessoa, Personalidade e Capacidade
23
Anotações
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição
Código de Defesa do Consumidor
Art. 4º. A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: [...] III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores [...].
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; V - (Vetado); VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. §1º. Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que: I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. §2°. A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. §3°. (Vetado). §4°. É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o
Pessoa, Personalidade e Capacidade
24
Anotações
disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Conselho da Justiça Federal
Enunciado 24. Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa.
Enunciado 26. Art. 422 NCC: A cláusula geral contida no art. 422 do novo Código Civil impõe ao juiz interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-fé objetiva, entendida como a exigência de comportamento leal dos contratantes.
INFOGRÁFICO XXIV: PRINCÍPIOS INDIVIDUAIS DOS CONTRATOS
ATIVIDADE PARA CLASSE 6
Para cada questão, marque “C” para as proposições corretas e “E” para as erradas.
1. Em virtude do disposto no art. 422 do Código Civil vigente, firmou-se o entendimento, na doutrina e jurisprudência, de que o princípio da boa-fé objetiva incide apenas na fases de conclusão e execução do contrato.
2. A supressio é um subprincípio decorrente da boa-fé objetiva, que representa a vedação do comportamento contraditório de uma das partes do contrato, quebrando a confiança e a expectativa legitimamente gerada na outra parte.
3. O princípio da função social do contrato representa uma forma de limitação social à autonomia privada.
Princípios Individuais do Contrato
Autonomia Privada
Liberdade de Contratar
Faculdade de escolher com
quem contratar
Faculdade de realizar ou
não um contrato
Liberdade Contratual
Possibilidade de
estabelecer o conteúdo do
contrato
Força obrigatória
Relatividade subjetiva
Pessoa, Personalidade e Capacidade
25
Anotações
4. O princípio da boa-fé objetiva é um referencial hermenêutico para que se possa extrair da norma ou cláusula contratual o sentido normalmente mais recomendável e socialmente mais útil.
5. O venire contra factum proprium é subprincípio decorrente da boa-fé objetiva, que faz surgir para uma das partes de um contrato um direito exigível, em decorrência lógica do comportamento de uma das partes.
6. A despeito de sua grande importância para a atual sistemática do direito dos contratos, o princípio da função social do contrato está submetido ao princípio maior da autonomia privada.
ATIVIDADE EXTRACLASSE 2
1. Explique em que consiste o princípio contratual da função social dos contratos.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Explique em que consiste o princípio contratual da boa-fé objetiva.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. A redação do art. 422 do Código Civil Brasileiro é objeto de intensa crítica da doutrina juscivilística pátria. Explique o fundamento de tal crítica.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Pessoa, Personalidade e Capacidade
26
Anotações
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Explique, no contexto do direito dos contratos, o que significa a função criadora de deveres anexos, atribuída ao princípio da boa-fé objetiva.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Explique em que consiste o princípio contratual segundo o qual nemo potest venire contra factum proprium ou, como a doutrina costuma chamá-lo, abreviadamente, venire contra factum proprium.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. No contexto do direito dos contratos, explique em que consiste o princípio tu quoque.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7. Explique em que consiste o princípio contratual da autonomia privada.
Pessoa, Personalidade e Capacidade
27
Anotações
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. No que concerne ao direito dos contratos, explique a distinção entre os institutos da supressio e surrectio.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9. Explique o que é o princípio da relatividade subjetiva dos efeitos dos contratos e cite uma exceção a esse princípio, explicando-a.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10. Explique em que consiste a função delimitadora do exercício de direitos subjetivos, atribuída ao princípio da boa-fé objetiva.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11. No que respeita ao direito dos contratos, explique a relação existente entre o princípio da autonomia privada e a função social do contrato.
Pessoa, Personalidade e Capacidade
28
Anotações
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
12. Explique, no contexto da despatrimonialização e repersonalização do Direito Civil brasileiro, a relação existente entre os princípios individuais e os princípios sociais do direito dos contratos.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
13. Explique o que é o princípio contratual da autonomia privada e sua aplicação nos contratos de adesão.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Formação dos Contratos
29
Anotações
Unidade 4
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
INFOGRÁFICO XXV: CONTRATO COMO RELAÇÃO PROCESSUAL
INFOGRÁFICO XXVI: FASES DE FORMAÇÃO DO CONTRATO
INFOGRÁFICO XXVII: FASE DE PUNTUAÇÃO
INFOGRÁFICO XXVIII: FASE DE POLICITAÇÃO
Fase Pré-Contratual
• Puntuação
• Policitação
• Aceitação
Fase Contratual• Execução
dos deveres
Fase Pós-Contratual
Puntuação Policitação Aceitação
Fase de puntuação
Não vinculação das partes (liberdade de
contratar)
Incidência da boa-fé objetiva
Policitação
Princípio da obrigatoriedade da proposta (art. 427)
Exceções: arts. 427 e 428
Oferta ao público (art. 429)
Formação dos Contratos
30
Anotações
Código Civil
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
INFOGRÁFICO XXIX: FASE DE ACEITAÇÃO
Código Civil
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
INFOGRÁFICO XXX: CONTRATOS ENTRE AUSENTES
Código Civil
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Aceitação
Aceitação fora do prazo ou modificada: contraproposta
Dever de informação (boa-fé objetiva)
Contrato entre Ausentes
Teoria da Cognição Teoria da Agnição
Teoria da declaração propriamente dita
Momento da reda-ção ou declaração da
aceitação
Teoria da Expedição
Data da expedição da aceitação
Teoria da Recepção
Data do recebimento (A.R.)
Formação dos Contratos
31
Anotações
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado.
INFOGRÁFICO XXXI: LOCAL DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO ENTRE AUSENTES
ATIVIDADE PARA CLASSE 7
Marque “C” se a proposição estiver correta e “E” se errada.
1. Na fase de puntuação, as partes ainda não estão vinculadas a uma relação jurídica obrigacional, a despeito de incidir, já nessa fase, o princípio da boa-fé objetiva.
ATIVIDADE PARA CLASSE 8
1. Acerca do processo de formação dos contratos civis, marque a assertiva correta:
a) na fase de puntuação, não há vinculação entre as partes, salvo se houver violação ao princípio da boa-fé objetiva.
b) na fase de policitação não há, em regra, vinculação entre as partes. c) a aceitação vincula o policitante, ainda que feita fora do prazo. d) a oferta ao público não vincula, em regra, o ofertante.
ATIVIDADE EXTRACLASSE 3
1. Indique quais são as fases da formação dos contratos, explicando as principais características de cada uma delas.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Lugar da formação dos contratos
Art. 435
Contratos em relação a terceiros
32
Anotações
Unidade 5
CONTRATOS EM RELAÇÃO A TERCEIROS
INFOGRÁFICO XXXII: EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE SUBJETIVA DOS EFEITOS DOS CONTRATOS
INFOGRÁFICO XXXIII: ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Código Civil
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
Princípio da relatividade subjetiva dos efeitos do contrato (exceções)
Estipulação em favor de terceiro
Promessa de fato de terceiro
Contrato com pessoa a declarar
Estipulante Promitente
Contrato
Beneficiário
Contratos em relação a terceiros
33
Anotações
INFOGRÁFICO XXXIV: PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Código Civil
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
INFOGRÁFICO XXXV: CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
Código Civil
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Estipulante ou Promitente
Contratante
Contrato
Terceiro
Contratante Contratante
Contrato
Terceiro
Contratos em relação a terceiros
34
Anotações
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
ATIVIDADE PARA CLASSE 9
Em cada questão, assinale a proposição correta:
1. Num contrato em que há estipulação em favor de terceiro, o beneficiário:
a) não pode exigir do promitente o cumprimento da obrigação, em nenhuma hipótese.
b) pode exigir do promitente o cumprimento da obrigação, se anuir às condições e normas do contrato.
c) pode exigir do estipulante o cumprimento da obrigação, se anuir às condições e normas do contrato.
d) pode exigir do promitente o cumprimento da obrigação, independentemente de anuir às condições e normas do contrato.
2. Num contrato em que há promessa de fato de terceiro,
a) o terceiro responde pelas perdas e danos decorrentes do inadimplemento, mesmo que não tenha se comprometido a cumprir a obrigação.
b) o terceiro não responde pelas perdas e danos decorrentes do inadimplemento em nenhuma hipótese.
c) o terceiro responde pelas perdas e danos decorrentes do inadimplemento, se se comprometeu a cumprir a obrigação.
d) o promitente responde pelas perdas e danos decorrentes do inadimplemento em qualquer hipótese.
ATIVIDADE EXTRACLASSE 4
1. Enumere e explique as três exceções ao princípio contratual da relatividade subjetiva dos efeitos do contrato.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Contratos em relação a terceiros
35
Anotações
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Num contrato em que ocorre a promessa de fato de terceiro, quem pode ser responsabilizado pelo descumprimento, pelo terceiro, da obrigação?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Num contrato em que haja estipulação em favor de terceiro, explique quem pode exigir do promitente do cumprimento da obrigação, e em que circunstâncias.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Interpretação dos Contratos
36
Anotações
Unidade 6
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
INFOGRÁFICO XXXVI: TEORIAS SOBRE A INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
Código Civil
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias,
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
INFOGRÁFICO XXXVII: INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS NO DIREITO BRASILEIRO
ATIVIDADE PARA CLASSE 10
1. No que concerne à interpretação dos contratos, o Código Civil vigente adota a teoria
a) da vontade, segundo a qual, no caso de divergência entre a vontade real e a vontade declarada, deve prevalecer a primeira.
Interpretação dos contratos
Teoria da vontade
Teoria da declaração
Teoria da responsabilidade
Teoria da confiança
CC 16
Art. 85. nas declarações de vontade se atenderá mais à
sua intenção do que ao sentido literal da linguagem.
Teoria da vontade: vontade subjetiva do contratante.
CC 02
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstan-
ciada do que ao sentido literal da linguagem.
Teoria da confiança: vontade objetiva do contrato
Interpretação dos Contratos
37
Anotações
b) da confiança, que procura interpretar a divergência entre a vontade real e a vontade declarada à luz do princípio da boa-fé objetiva.
c) da declaração, que defende que, não sendo a vontade psicológica objetivamente constatável, deve-se considerar apenas a declaração.
d) da responsabilidade, que reconhece que o declarante tem o ônus de manifestar adequadamente sua vontade.
ATIVIDADE PARA CLASSE 11
Para cada questão, marque “C” para as proposições corretas e “E” para as erradas.
1. Nas declarações de vontade se atenderá mais ao sentido literal da linguagem do que à intenção nelas consubstanciada.
2. No que tange à interpretação dos contratos, o Código Civil vigente adora a teoria da confiança, referindo-se não à vontade subjetiva, mas à vontade objetiva do contrato, isto é, a intenção comum que se materializou na declaração feita pelas partes.
ATIVIDADE EXTRACLASSE 5
1. Considerando as disposições do Código Civil Brasileiro vigente, bem como a abordagem da doutrina nacional sobre o tema, explique quais diretrizes devem guiar a interpretação dos contratos.
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2. No que tange à interpretação dos contratos, explique o que defende a teoria da confiança e aponte os motivos que determinaram sua adoção pelo direito brasileiro.
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Interpretação dos Contratos
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Anotações
3. No que tange à interpretação dos contratos, explique o que defende a teoria da declaração e aponte os motivos que determinaram sua inaplicabilidade no direito brasileiro.
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4. No que tange à interpretação dos contratos, explique o que defende a teoria da vontade e aponte os motivos que determinaram sua inaplicabilidade no direito brasileiro.
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Garantias Legais
39
Anotações
Unidade 7
GARANTIAS LEGAIS
7.1 Garantia contra Vício Redibitório
INFOGRÁFICO XXXVIII: ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO VÍCIO REDIBITÓRIO
Código Civil
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
INFOGRÁFICO XXXIX: AÇÕES EDILÍCIAS
Código Civil
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Elementos
Existência de um contrato comutativo
Defeito oculto, existente no momento da
tradição
Diminuição do valor econômico ou prejuízo à adequada utilização da coisa
Ações edilícias
Espécies
Ação redibitór
ia (art. 441)
Objeto: desfazi-
mento do contrato e devolução do preço
pago
Ação quanti minoris
(art. 442)
Objeto: abatimento ou desconto
no preço, propor-cional à
desvalori-zação
Perdas e Danos
(art. 443)
Prazo Decadencial
(art. 445)
Bem na posse do vendedor
Móvel
30 dias da tradição
Imóvel
1 ano da tradição
Bem na posse do adquirent
e
Móvel
15 dias da alienação
Imóvel
6 meses da
alienação
Garantias Legais
40
Anotações
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. §1º. Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. §2º. Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
7.2 Garantia contra Evicção
INFOGRÁFICO XL: ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA EVICÇÃO
Código Civil
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
INFOGRÁFICO XLI: EVICÇÃO
Código Civil
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Evicção
Requisitos
Aquisição onerosa de um bem
Prolação de sentença judicial
ou ato administrativo
Perda da posse ou propriedade
Espécies
Total Parcial
Evicção
Cláusula de não-evicção (art. 448)
Benfeitorias (art. 453)
Denunciação da lide
Garantias Legais
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Anotações
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
Art. 1.229. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Código de Processo Civil
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. §1º. O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. §2º. Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131.
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal
Garantias Legais
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Anotações
reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva.
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide. Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado.
ATIVIDADE PARA CLASSE 12
1. São elementos para a caracterização do vício redibitório a existência de contrato:
a) gratuito e a existência de um vício oculto, no momento da tradição.
b) comutativo e a existência de um vício, oculto ou aparente, no momento da tradição.
c) gratuito e a existência de um vício, oculto ou aparente, no momento da tradição.
d) comutativo e a existência de um vício oculto, no momento da tradição, resultando na diminuição do valor econômico do bem ou do uso a que se destina.
2. No caso da existência de um vício redibitório, o adquirente pode propor ação:
a) redibitória, que terá como objeto o desconto ou abatimento do preço, proporcional à desvalorização do bem.
b) redibitória, que terá como objeto a extinção do contrato, com devolução da coisa e ressarcimento dos valores pagos, acrescidos de eventuais perdas e danos.
c) quanti minoris, que terá como objeto a extinção do contrato, com o desconto ou abatimento do preço, proporcional à desvalorização do bem.
d) quanti minoris, que terá como objeto a extinção do contrato, com devolução da coisa e ressarcimento dos valores pagos, acrescidos de eventuais perdas e danos.
3. No tocante à evicção,
a) podem as partes inserir no contrato cláusula de não-evicção, hipótese em que o evicto não terá direito, em nenhuma circunstância, a receber o preço que pagou pela coisa evicta.
b) podem as partes inserir no contrato cláusula de não-evicção, mas o evicto terá o direito de receber o preço que pagou pela coisa evicta se não sabia do risco ou, mesmo que soubesse, não se responsabilizou por ele.
c) não podem as partes inserir no contrato cláusula de não-evicção, em nenhuma hipótese.
d) não podem as partes inserir no contrato cláusula de não-evicção, se for o contrato paritário.
Garantias Legais
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Anotações
ATIVIDADE PARA CLASSE 13
Para cada questão, marque “C” para as proposições corretas e “E” para as erradas.
1. É possível redibir um contrato, ainda que a coisa apresente vício oculto que não lhe diminua o valor econômico nem cause prejuízo à sua utilização.
2. A garantia contra vícios redibitórios só se aplica em contratos comutativos.
3. A garantia contra a evicção só se aplica em contratos onerosos.
4. No caso de evicção, as benfeitorias necessárias e úteis deverão ser abonadas pelo evictor; caso este não o faça, poderá o evicto pleiteá-la do alienante.
Referências
44
Anotações
Unidade 8
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
INFOGRÁFICO XLII: EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Código Civil
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o
permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Extinção
Natural
Cumprimento do pactuado
Verificação de fator eficacial
Posterior
Causa anterior ou contemporânea à
celebração
Nulidade (Rescisão)
Cláusula resolutiva
Direito de arrependimento Redibição
Causa posterior à celebração
Resilição Resolução
Morte de contratante
Caso fortuito ou de força
maior
Referências
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Anotações
INFOGRÁFICO XLIII: EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO
Código Civil
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
INFOGRÁFICO XLIV: RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
Código Civil
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. §1º. Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. §2º. Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Código de Defesa do Consumidor
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: [...] V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas.
Exceção de contrato não cumprido
Existência de contrato bilateral
Demanda de uma das partes pelo cumprimento
Prévio descumprimento da
prestação
Teoria da Imprevisão e Resolução por Onerosidade
Excessiva
Existência de contrato de execução continuada ou
diferida
Superveniência de circunstância imprevisível
Modificação da base econômica do contrato
Onerosidade excessiva
Referências
46
Anotações
ATIVIDADE PARA CLASSE 14
1. Ocorre a extinção natural do contrato se
a) as partes cumprem as respectivas obrigações, o objeto do contrato é exaurido ou se implementa algum fator eficacial previsto pelos contratantes.
b) em razão da existência de vício redibitório, o adquirente propõe a ação redibitória.
c) existir no contrato cláusula de arrependimento e uma das partes exercer o respectivo direito.
d) se tratar de contrato personalíssimo e o devedor morrer.
2. Sobre a extinção dos contratos, ocorre a:
a) resilição unilateral quando uma das partes pleiteia a extinção do contrato em razão do seu descumprimento pelo outro contratante.
b) resilição bilateral quando um contrato inicialmente unilateral se torna bilateral, em virtude de fatos imprevistos.
c) resolução quando uma das partes pleiteia a extinção do contrato de forma imotivada.
d) resolução quando uma das partes pleiteia a extinção do contrato em razão do seu descumprimento pelo outro contratante.
3. Nos contratos bilaterais
a) nenhum contratante pode, em nenhuma hipótese, exigir o cumprimento da obrigação do outro, antes de cumprir a sua própria obrigação.
b) um dos contratantes sempre pode exigir do outro o cumprimento da obrigação, mesmo que não tenha ainda cumprido a sua.
c) nenhum contratante pode exigir do outro o cumprimento da obrigação, antes de cumprir a sua própria obrigação, embora haja exceção a essa regra.
d) um dos contratantes pode exigir do outro o cumprimento da obrigação, mesmo que não tenha ainda cumprido a sua, ficando desobrigado de cumpri-la a partir da propositura da ação.
4. O contrato pode ser extinto por onerosidade excessiva, se for de execução
a) imediata e sobrevier, para uma das partes, dificuldade financeira decorrente de gastos imprevistos.
b) diferida e sobrevier, para uma das partes, dificuldade financeira decorrente de gastos imprevistos.
c) continuada ou diferida e, em razão de circunstância imprevisível, que altere a base econômica do contrato, este se tornar excessivamente oneroso para uma das partes.
d) imediata ou diferida e, em razão de circunstância imprevisível, que altere a base econômica do contrato, este se tornar excessivamente oneroso para uma das partes.
Referências
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Anotações
5. No caso de morte de um dos contratantes,
a) o contrato será extinto, se for personalíssimo e o morto for o devedor da obrigação infungível.
b) o contrato será extinto, independentemente de ser pessoal ou impessoal
c) as obrigações do de cujus serão transmitidas para seus herdeiros, independentemente de ser o contrato pessoal ou impessoal.
d) o contrato será extinto, se for impessoal
ATIVIDADE PARA CLASSE 15
Para cada questão, marque “C” para as proposições corretas e “E” para as erradas.
1. Resolução é uma forma de extinção do contrato, motivada pelo inadimplemento, culposo ou involuntário, absoluto ou relativo, da prestação de uma das partes.
2. A exceção de contrato não cumprido somente pode ser oposta em face de contratos bilaterais.
3. Resilição é uma forma de extinção do contrato motivada pelo inadimplemento de uma das partes.
4. A resolução por onerosidade excessiva só pode ser pleiteada em contratos de execução continuada ou diferida.