Upload
dubequimao
View
253
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE EQ III
Roteiro do Experimento Trocador de Calor de Placas
1. OBJETIVO GERAL
Determinar o coeficiente global de troca térmica em um trocador de calor de placas
e a transição do regime de escoamento de laminar para turbulento.
2. TEORIA
O processo de troca de calor entre dois fluidos a diferentes temperaturas, separados
por uma parede sólida possui extensa aplicação na engenharia. O equipamento
empregado para tal processo é denominado trocador de calor.
Trocadores de calor são classificados quanto ao tipo do escoamento e sua
construção. O mais simples dentre estes equipamentos é aquele onde dois fluidos, um
quente e outro frio, escoam em direções opostas ou não, em um tubo concêntrico. No
arranjo em paralelo, os fluidos, quente e frio entram e saem pelo mesmo lado e escoam na
mesma direção. Enquanto que no arranjo em contracorrente, eles entram, escoam e saem
em direções opostas, como mostra o esquema na Figura 1.
Figura 1: Tipos de escoamento em um trocador de calor: (a) paralelo (b) contracorrente
Os principais tipos de trocadores de calor: o casco tubo, tubos concêntricos e de
placas. Este experimento será realizado em um trocador de placas da Alfa Laval modelo
CB26-54H.
Este tipo de trocador é composto de placas corrugadas, onde o fluido quente escoa
em uma direção em câmaras alternadas, enquanto que o fluido frio em contracorrente nas
outras câmaras. Um diagrama esquemático desse trocador encontra-se na Figura 2. Os
fluidos são direcionados para suas respectivas câmaras utilizando-se uma gaxeta ou uma
solda. O trocador de placas é usado quase que exclusivamente para transferência de calor
entre líquidos, embora atualmente este venha sendo utilizado em aplicações onde ocorre
mudança de fase (condensação e vaporização).
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE EQ III
Roteiro do Experimento Trocador de Calor de Placas
Figura 2: Diagrama de um trocador de placas em contracorrente
A determinação do coeficiente global de troca térmica é um dos principais pontos
na análise de um trocador. Este coeficiente é definido como a resistência térmica total entre
os dois fluidos, e é determinado considerando a resistência de ambos os fluidos à condução
e à convecção.
Trocadores de calor de placas possuem coeficiente global de transferência que
chegam a ser de 3 a 5 vezes maiores que os de trocadores casco e tubo projetados para o
mesmo fim, o que resulta em uma área de troca bem menor para uma mesma aplicação.
Estes valores altos para o U se devem à indução de fluxo turbulento entre as placas o que
também contribui para reduzir problemas relacionados à incrustação.
Como a resistência à transferência de calor, dada pelo inverso do coeficiente global,
é a soma das resistências individuais à transferência de calor, o coeficiente global de
transferência pode ser obtido por:
placafq k
x
hhU
111
O termo
placak
x representa a resistência do material ao processo de transferência de
calor por condução, sendo x a espessura da placa e placak a condutividade térmica do
material da placa e qh e fh são os coeficientes convectivos de transferência de calor dos
fluido quente e frio, respectivamente.
Entrada fluido frio
Entrada fluido
quente
Parede
externa
Saída fluido frio
Saída fluido
quente
Placa
s
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE EQ III
Roteiro do Experimento Trocador de Calor de Placas
O coeficiente de transferência de calor convectivo pode ser calculado utilizando
números adimensionais como na seguinte correlação:
k
hDaNu cb PrRe
O valor do parâmetro c pode ser considerado igual a 0,4. Os valores do parâmetro b
dependem do tipo de regime de escoamento. A região de transição em trocadores de
placas lisas normalmente é maior que em trocadores de placas corrugadas. Os parâmetros
a e dependem do tipo do escoamento, laminar ou turbulento.
3. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
Trocador de calor de placas confeccionado em aço inoxidável, com medidores de
temperatura na entrada e saída dos fluidos quente e frio.
Tanque pulmão com resistência elétrica para armazenamento de água quente.
Bomba para circulação do fluido quente.
Medidores de vazão.
Painel de aquisição de dados.
Tubulações, válvulas e mangueiras.
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para se determinar essas constantes a e b variam-se as vazões das correntes fria e
quente, anotando também as temperaturas de entrada e saída de cada uma delas,
quando o sistema estiver operando em regime permanente. Com a vazão das correntes
serão obtidas as velocidades das mesmas e consequentemente os valores do número de
Reynolds e de Prandtl.
5. CÁLCULOS
O grupo deverá definir uma aplicação industrial de troca térmica, contextualizada
em um determinado processo químico, a qual utilizará água como fluido frio, devendo
definir as condições de operação de cada corrente e a partir daí, utilizando os valores
obtidos para os parâmetros a e b, dimensionar um trocador de calor de placas que irá
realizar a aplicação definida.
Ainda, no relatório referente à prática realizada deverão constar:
descrição detalhada dos equipamentos (modelo, fabricante, faixa de medida,
incertezas) utilizados;
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE EQ III
Roteiro do Experimento Trocador de Calor de Placas
um esquema da montagem experimental com identificação das partes componentes e
uma legenda;
análise crítica do experimento, com sugestões de possíveis melhorias e principalmente
uma análise de todas as fontes de erros experimentais que o grupo julgar importantes e
significativas, com uma projeção das variáveis que mais influenciam nos cálculos das
grandezas desejadas;
determinação do coeficiente global de transferência de calor, os parâmetros a e b para
cálculo do Nu e a quantidade de calor trocada.
análise e discussão dos resultados obtidos e também comentários sobre a influência da
vazão de escoamento dos fluidos quente e frio;
comparação entre os dados experimentais obtidos e dados da literatura, discutindo as
causas de possíveis diferenças encontradas entre eles;
sugestões para próximos trabalhos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Kern, D., “Processos de Transferência de Calor”, McGraw Hill, 1999.
Perry’s Chemical Engineers’ Handbook. 7ª ed. McGraw-Hill Book Company, New York, 1999).
Coulson, Richardson. Chemical Engineering. vol. 6. 3ª ed. Butterworth Heinemann. Oxford,
2003
Incropera, F.P.; Dewitt, D.P.; “Transferência de calor e de massa”; 5a. ed, Rio de Janeiro:
Editora LTC, 2003.