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Nº 15 Rtro Portuguese Fashion & Lifestyle Magazine, Revista de Moda & Lifestyle Portuguesa
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rtro
mag
azin
eEditorial
Eis que Abril chega, meio solarengo, meio chuvoso. Uma indecisão que nos invadirá assim que chegar a hora de escol-hermos como interpretar o próximo Inverno. Afinal, Março e os seus infindáveis desfiles nas capitais da Moda trouxeram-nos um leque de possibilidades infinitas. Possibilidades que in-cluímos na edição deste bimestre, para que se tenha uma ideia abrangente do que abalou Paris, Milão, Londres e Nova Iorque. Não nos esquecemos, contudo, dos palcos nacionais: a nossa Lisboa e o nosso Porto, e os seus cada vez mais proeminentes Moda Lisboa e Portugal Fashion. Mas a Moda não acaba na roupa, o que nos levou a incluir uma rubrica de decoração de interiores, que poderão espreitar mais à frente. Tivemos ainda a oportunidade de entrevistar a blogger Mónica Lice, do conhecido blogue “mini-saia”. Blogues que assumem uma importância de tal modo notória, que levam à organização de eventos onde se juntam bloggers de Moda de todo o país. Foi o caso do Fashion Bleeting, cujo testemunho encontrarão nas nossas páginas.
Ainda olhando para trás e revendo o que Março nos trouxe, seleccionámos o melhor da Moda dos Óscares.
Numa era em que o digital se instala confortavelmente no nosso quotidiano, questionámos o lugar da Televisão nos nos-sos dias. E numa civilização que se alimenta de imagens como as crianças de doces, olhámos um pouco para o fenómeno dos vídeoclipes e o seu impacto na indústria musical.
Se os vossos sentidos se encontrarem subitamente inebri-ados, é porque esta RTRO cheira a Opium, uma fragrância que revisitámos. Ou isso, ou será o olhar magnético de Baptiste Giabiconi que vos perseguirá na leitura da revista.
Estas são apenas algumas das propostas da casa RTRO para Abril/Maio. Sem passerelle, sem estilista principal, sem aplausos no fim. Apenas a certeza de que a paixão cobre todas as páginas como um manto de veludo e sonhos.
Boa leitura!
Margarida CunhaEditora
rtro
mag
azin
e
EditoraMargarida Cunha
RedactoresAdriana Couto
Ana DiasAna Rodrigues
Catarina OliveiraCátia Marques
Joana FernandesJoana VilaçaJosé Pinheiro
Liliana FerreiraMargarida Cunha
Mónica DiasPatricia SilvérioPedro ResendeSílvia Cardoso
FotografiaCatarina Oliveira
PaginaçãoManuel Costa
Ana Dias
Modelo CapaAna Oliveira
rtrostaff
A rtro está sempre à pro-cura de modelos, fotógrafos,
stylists, maquilhadores, designers, que queiram
colaborar, expor os seus tra-balhos, se achas que tens o que é preciso contacta-nos
para o nosso email.
www.rtromagazine.com [email protected]
Jovens TalentosSilvestre Sil
Smells likeOpium
Índice Color meCoral
It boy!Baptiste Giabiconi
Focus on Designerbest sunday dress®
Blogger Chatthegirlchic.com
6 16
60
12
It girl! Clémence Poésy
64
104
Raf SimonsThe last show at Jil Sander
5654
T-shirts Estampadas
94BonecaShowroom
98Fashion Bleeting
118
Moda Lisboa & Portugal Fashion
ID Valuesfor the gentleman
Vídeoclipes Que papel desempenham na índústria musical?
Svart Støy
Semanasda Moda
34 50
68 80
Ler. Ver. Ouvir. Ir...
112
22 44
WishlistChic vs Cheap!
116
TelevisionY U rule the nation?
Óscaresfashion review
74Houseclear and
minimalist
90
por Sílvia Cardoso www.laissezmoi.blogspot.com
bEst sunday drEss®
Focus on
Designers
O Domingo deixou de ser chato
6 – 7 | rtro
“E ao sétimo dia descansarás”, diz-nos a Bíblia. Eu digo que o sétimo dia ganhou todo um novo sig-nificado e dimensão, cunhado por modernidade e sofisticação através da emergência da marca “best sunday dress®” que inaugura o Focus on Designer falado por novos talentos em Portugal.
Nasceu em 2010 pelas mãos da Paula Valé-
rio Marques mas o grande empurrão foi
dado no início deste ano. Quem as veste
é a mulher citadina: a que trabalha ou vai às au-
las, anda de metro e lancha com as amigas e quer,
em qualquer ocasião, estar confortável sem que
isso signifique cair na vulgaridade ou no desleixo.
A Paula conta-nos que “quis ter uma marca que
definisse e transmitisse” o seu “ponto de vista es-
tético” e nós sabemos que não é só pela roupa que
isso acontece. Daí trabalhar em colaboração com
uma designer responsável por toda a imagem
gráfica e comunicação da marca.
Numa altura em que se fala em desenvolvi-
mento sustentável, é importante lembrar que ele
também passa pela moda. Não é por acaso que na
confecção das roupas da ”best sunday dress®” são
utilizadas malhas orgânicas com fibras naturais
e respiráveis que, para além de protegerem o am-
biente, ainda têm melhor qualidade. Quem não
quer ser fashionably conscious?
O ano tem quatro estações mas as colecções
lançadas não as acompanham. Para manter a in-
dividualidade e a noção de exclusividade cada vez
que é comprada uma peça, são criadas edições lim-
itadas ao longo do ano. A Primavera trouxe-nos a
“mineral blooms” embrulhada, como nos descreve,
“num design limpo, linhas rectas e fluidas, cortes e
acabamentos em bruto, numa palete de cores de
branco, cru , vermelho cereja, cinza e preto”.
É 100% portuguesa mas pode andar pelo
mundo. Em breve, todas as colecções estarão dis-
poníveis para venda nacional e internacional na
loja on-line que mora neste endereço:
bestsundaydressclothing.com.
Nunca foi tão bom ser sunday.
8 – 9 | rtro
Coral foi a cor escolhi-da para esta edição da RTRO. Não é apenas
uma mistura entre rosa e laranja. É um apelo ao calor, à frescura e aos sorvetes. É uma cor tão rica que não poderia ficar de fora.
12 – 13 | rtro
Oficialmente tendência para 2012,
coral está em todo o lado. Nos acessórios,
blusas, vestidos, saias, sapatos... É uma
cor que liga muito bem com transparên-
cias e tecidos bastante finos, marcando
a posição na estação primaveril. O de-
safio está, não só na forma de combi-
nar, mas também na definição desta cor.
Variando entre uma tonalidade mais
rosada e outra mais forte, podemos
definir coral como algo que atrai boas
energias. É forte e convidativa ao dina-
mismo. Não é de certeza uma cor calma.
Coral pode ser à partida associada a
algo tropical. Há inclusive corais desta cor
nas águas do mar. É uma cor feminina e vi-
brante, que cria dramatismo sem se sepa-
rar da delicadeza (proveniente dos tecidos,
por exemplo). O ideal é associá-la com
pastéis, por exemplo, para criar efeito de
color blocking ou com branco, para quem
não quiser soar demasiado arriscado. No
entanto, os designers modernos levam
esta cor a um patamar acima: conjuntos
totalmente em coral. É o caso das fantás-
ticas sugestões de Jill Stuart e Christian
Siriano para esta estação, como se vê nas
imagens.
Acima de tudo tem um potencial des-
contraído que não devemos ignorar. O im-
portante é ter pelo menos uma peça desta
cor no armário e começar já a vestir, pois o
calor está a bater à porta! c
Color Me
Coral
Antes
1 Christian Siriano - Primavera/Verao 2012
Aqui
2 Jill Stuart - Primavera/Verao 2012
3 Sugestões Coral
inlovewithfashion.com
topshop.com
thierry lasry net-a-porter.com
vincecamuto.com
missselfridge.com
proenzaschoulerwww.forwardforward.
com
jill sandernet-a-porter.com
wallis.co.uk
14 – 15 | rtro
Blogger Chat
www.THEGIRLCHIC.COM
O T heGirlC hic é um espaço arejado, como se alguém tivesse
lá aberto uma janela enorme com cortinados brancos a
esvoaçar e a deixar entrar um dia luminoso. É assim que o
vejo, na primeira pessoa, enquanto fã deste blogue. É arrumado, é
inovador e realmente chic na sua simplicidade. Assim o é a autora:
uma loura cheia de pinta. Diz-se simples e metódica mas sonha
com a lua que é para onde o caminho a leva, aos poucos e aman-
do sempre muito. O lema do blogue e da vida falam em uníssono:
“conhecer, amar e sonhar ”. Na cabeceira, tem Fernando Pessoa e
o “Livro do Desassossego”, desassossego esse que transporta para
a vida que a inquieta pela sociedade em que está inserida. Veste,
essencialmente, preto mas a viagem preferida é Cuba, aquele país
cheio de cor. 2012 a 2022 viverá a década dos 30 precedida por uns
20 em pleno e empacotada em novos desafios. L adies and gentlemen,
a ver y chic g irl !
Who’s that girl?por Sílvia Cardoso www.laissezmoi.blogspot.com
Descreve-nos a GirlChic que ainda não conhecemos.
Sou uma rapariga simples, com um rosto normal e uma vontade de conquistar o mundo, só isso. A personalidade e os desejos estão latentes no blo-gue, o resto por enquanto é meu e privado. Acho que lá só não mostro o rosto. Sinceramente acho as minhas costas mais interessantes, deixam margem para imaginação! Durante algum tempo achavam que era morena, é giro isso, haver imagens mentais de ti, baseadas apenas naquilo que escreves.
“Serei sempre uma eterna sonhadora, que fez replay a muitos filmes com finais felizes. Tento construir o meu percurso feliz, uns dias mais empenhada, outros mais a deixar o tempo fluir.”
O teu primeiro post foi em Outubro. Disseste “back for business”. Meses depois, tens qua-se 600 seguidores e milhares de visitas no contador. Esmagada pelo sucesso?
Não considero sucesso mas percurso. Foi tudo um processo gradual e normal marcado por uma in-terrupção. Eu disse “back for business” porque já tinha cá estado mas a verdade é que não tive cora-gem para continuar. Por isso já devia ter uns 200 visitantes dessa prévia incursão neste mundo.
Esse passado faz com que não me leve muito a sé-rio. Costumo dizer que sou uma rookie e que blog-gers são aqueles que têm blogues que já levam mais que 12 meses disto, que resistem independente-mente das circunstâncias.
Quem te acompanha há mais tempo sabe que os símbolos do teu blogue significam “conhe-cer, amar e sonhar”. É neste sentido que con-duzes a tua vida?
Sempre. Uma vez escrevi no blogue “só tenho uma oportunidade de viver cada dia, porquê ficar pelo céu se posso ir à lua?” E na verdade acho que só conseguimos ir à lua se sonharmos com ela, se amarmos o suficiente para termos o combustível necessário, e se conhecermos para sabermos o ca-minho. Serei sempre uma eterna sonhadora, que
fez replay a muitos filmes com finais felizes. Tento construir o meu percurso feliz, uns dias mais em-penhada, outros mais a deixar o tempo fluir.
Tens o blogue dividido por categorias e fazes mental maps semanalmente. É como se per-corrêssemos uma linha de metro só tua: or-ganizada mas com paragens que podem levar ao desconhecido. Também já me disseste que gostas das coisas planeadas. Nessa organiza-ção há improbabilidade?
Devo confessar que pouca. Sou tradicionalmente metódica, organizada. Os mental maps estão a reve-lar-se uma verdadeira obsessão para me organizar, permitem-me analisar as semanas, tirar sumo desta incursão na blogosfera e principalmente ajudam-me a sintetizar. Acho que vou gostar muito de os ler da-qui a um tempo. São textos egoístas e muitas vezes resultado de pensamentos anotados no iPhone.
Como evoluiu o teu estilo? Qual foi o teu pior fashion mistake?
Para o mundo, devo ter tido muitos. A identidade é um caminho progressivo, que se conquista através de experiências. E eu, como qualquer outra pessoa, passei por várias fases, até me começar a definir. Mas no fundo eu não acredito muito em erros, há pessoas que têm a capacidade de vestir os erros mais icónicos e estarem simplesmente incríveis. Eu certamente que não estive sempre incrível, mas sempre assumi aquilo que vestia. Tenho que gostar. Não visto, nem uso algo em que não me reveja.
“A identidade é um caminho progressivo, que se conquista através de experiências.”
O que torna uma girl, chic?
Atitude, personalidade, timing e empowerment! Esqueçam o resto! Podes vestir uma t-shirt bá-sica e umas calças rasgadas e ser mais chic que alguém que veste Chanel head-to-toe! Acredito muito nisto. Mas sem nunca esquecer o contex-to – onde? quando? com quem?.
Blogger Chat
“Não gosto de ir a um blogue e ler press-releases, são como as playlists da rádio, retiram qualquer criatividade que possa existir no locutor e não dei-xam que nasçam coisas novas.”
O que é que gostas mais e menos na blogosfera em Portugal?
Prefiro não fazer muitos juízos de valor sobre a blogos-fera, porque conheço uma fracção pequena. Na maior parte das vezes são espaços pessoais, e quem sou eu para criticar isso? Mas quando pensei em voltar a isto, pensei sempre que se alguém clicasse no meu blogue, pelo menos devia ler algo novo e ver uma imagem preparada para ali. Claro que pontualmente também agrego conteúdos mas tem que haver alma por trás. Sejamos sinceras, agregadores de conteúdos há mui-tos e profissionais. Por isso, o TheGirlChic tem que acrescentar um ponto. Não sei se acrescenta, espero que sim, tento que sim. Não gosto de ir a um blogue e ler press-releases, são como as playlists da rádio, reti-ram qualquer criatividade que possa existir no locutor e não deixam que nasçam coisas novas.
Descobriste alguma coisa sobre ti desde que começaste o blogue?
O TheGirlChic principalmente deu-me um espaço novo, onde posso ser mais criativa e menos presa a dogmas sociais. É fácil aos 30 anos sermos influen-ciados e às vezes usar óculos opacos em relação à realidade, e o mesmo em relação à moda. Precisava disto, apenas para me expressar sem objectivo al-gum. Sabes, sou uma pessoa que define muito fa-cilmente objectivos e os torna metas alcançáveis, e isso é cansativo, às vezes é preciso ter algo em que não se pensa, age-se. Acho que no blogue não pen-so, escrevo. Acabo por ser mais sincera. E às vezes oiço críticas interessantes sobre a minha escrita, logo eu que sempre achei que escrevia mal.
18 – 19 | rtro
Quais são as tuas fontes de inspiração?
No dia-a-dia inspira-me o amor, a paixão e a de-dicação. Sou daquelas pessoas que acredita que se morre por amor. Isso inspira-me a querer chegar aos 90 anos com a sensação de ter amado muito, não me quero perder na rotina.
Na moda inspiram-me as pessoas com atitude, Kate Lanphear no mundo editorial e por exemplo Angelica Blick na blogosfera.
Hoje em dia, optas, maioritariamente, pelo pre-to e pelos tons neutros. Vem aí o Verão. Conti-nuarás no modo “Did you say black again?”
Sempre fui uma pessoa de preto. Herdei da mi-nha mãe. Trata-se de uma opção inteligente, para alguém que se cansa muito facilmente de tudo o que tenha padrões ou cor. O preto sou eu, sempre fui! Sou muito básica e não arrisco muito em co-res e padrões, arrisco sim em acessórios e sapatos. Aí gosto de um pouco de extravagância. Assumo muito as skinny pretas, com uma camisa ou uma t-shirt preta, um bomber e uns saltos bem arrisca-dos. “Simple yet edgy” - sinceramente se tivesse que me enquadrar era aí. De qualquer modo não gosto de rótulos e prefiro pensar que o meu estilo sou eu, e que não se define.
Mas haverá sempre espaço para cor naquilo que vis-
to. O Verão passado teve muito de fluo e até pastel.
Com tanta profusão este ano, não sei se conseguirei
vestir tanto. Apesar de não me limitar por tendên-
cias, confesso que gosto de novidades, e aquilo que é
tendência raramente é novidade. Não sou nenhuma
hipster mas simpatizo com o conceito.
Coisas banais. Qual é a tua viagem, música, filme, comida do momento?
A minha viagem preferida vai ser sempre aque-la que me leva à minha verdadeira casa. Quando vejo a placa Alentejo, sinto que é ali que pertenço.
Mas respondendo mesmo à tua questão e sequen-cialmente: Cuba, Foster The People - Pumped Up Kicks AllSaints Basement Sessions, José e Pilar, Salada de rúcula, requeijão e salmão, com pão a acompanhar (tenho o pão nos genes).
Andas a ler o “Livro do Desassossego”. Queres partilhar um verso connosco? E dizer-nos o que te desassossega?
O que me fascina mais no “Livro do Desassossego” é que Pessoa, por Bernardo Soares, escreve-nos trechos que podiam ser ditos hoje. A actualidade é incrível. "Quando nasceu a geração a que perten-ço, encontrou o mundo desprovido de apoios para quem tivesse cérebro, e ao mesmo tempo coração. O trabalho destrutivo das gerações anteriores fi-zera que o mundo, para o qual nascemos, não ti-vesse segurança que nos dar na ordem religiosa, esteio que nos dar na ordem moral, tranquilidade que nos dar na ordem política. Nascemos já em plena angústia e a verdade é que lhes tenho dado pouca atenção!”.
“Na moda inspiram-me as pessoas com atitude, Kate Lanphear no mun-do editorial e por exemplo Angelica Blick na blogosfera.”
Sou desassossegada por natureza. Acho que a mi-nha alma é inquieta. Desassossega-se por coisas boas mas também por aquilo que precisa de mudar.
Blogger Chat
A sociedade inquieta-me muito. Perdemos tempo a discutir vírgulas e não olhamos para o conteúdo, para os ideais. Vivemos muito com base em ideias pré-estabelecidas. Por exemplo, desassossega-me muito os direitos femininos. Não acredito, nem compactuo com nada que não tenha fundamen-tos de igualdade. E isso não quer dizer que queira mulheres à semelhança de homens (muito menos quotas), nada disso, apenas as mesmas oportuni-dades. Chateia-me que tudo o que tenha uma fe-minilidade associada seja considerado fútil. Acho que isso comprova o quão machista é a sociedade em que vivemos, o que muitas vezes começa nas mulheres e no papel a que se delegam. Temos que mudar. Chateia-me que sejam passos tão pequenos os que se dão, mas chateia-me mais que sejam tão pouco valorizados.
Balanço dos 20 e desafios para os 30! Quero que me contes tudo.
Cada ano que vivi entre 2002 e 2012 conquistei muito. Considero-me uma privilegiada em muitos
aspectos mas também trabalho muito por alcançar o que quero. Sinto-me realizada mas sempre com aquela sensação a dizer-me que me falta qualquer coisa. É isso que me faz vibrar. Durante os 30, que-ro ter a coragem para prosseguir à procura do que me falta (ainda), não ceder à rotina, e claro conti-nuar a querer ir à lua diariamente. Quero trabalhar por fazer quem me rodeia sentir-se especial, trans-mitir boas vibrações, ser cada vez mais confiante e principalmente deixar o tal improviso entrar, dei-xar levar-me ao sabor do vento quando for preciso.
A revista chama-se RTRO. Que conceito atri-buis à palavra “retro”?
Inspiração versus saudosismo. A favor do primei-ro e renitente sobre o segundo. c
“A sociedade inquieta-me muito. Per-demos tempo a discutir vírgulas e não olhamos para o conteúdo, para os ideais. Vivemos muito com base em ideias pré-estabelecidas.”
20 – 21 | rtro
por Margarida Cunha
Fotografia Catarina OliveiraStyling e Maquilhagem Cátia Marques
Modelo Ana Oliveira
Television,Y U rule the nation?
22 – 23 | rtro
“Television! Teacher, mother, secret lover”.
Trata-se de uma mítica afirmação de Homer
Simpson, patriarca de um clã que dispensa
apresentações. De facto, um estudo con-
duzido pela Ofcom (a autoridade britânica
independente para a regulação dos media),
e que foi divulgado em 2011, concluiu que
44% do público em geral (dos 16 aos 64 anos)
sentiria mais falta da TV do que da Internet
(17%), caso lhe fossem retiradas. Por outro
lado, um inquérito levado a cabo este ano
pelo Boston Consulting Group perguntou aos
internautas de que estariam dispostos a ab-
dicar para se manterem ligados. Na primeira
posição surgiu o chocolate, com 77% dos vo-
tos, seguindo-se o álcool (73%), o café (69%)
e, por último, o sexo (21%) (durante um ano).
Afinal, o que nos prende tanto ao ecrã?
Quando a “caixinha mágica” surgiu em
meados da década de 20 – e como é expec-
tável no aparecimento de algo novo – poucos
a conheciam e lhe tinham acesso. Teríamos
de esperar até ao final da década de 40 para
assistir a uma revolução no mercado. Já nos
anos 50 surge a televisão a cores. Não foi
preciso mais do que isso para que, em 1954,
se tornasse na maior plataforma mediática
a difundir publicidade. A sedução da fusão
das componentes áudio e visual tornou-se
evidente, embora a sua recepção não fosse
consensual. Pensadores como Arnheim afir-
maram que “a televisão é um novo e rigoroso
teste para a nossa sabedoria”.
Já a Escola de Frankfurt, popularizada
por Adorno e Horkheimer, defendia que os
mass media (de que a TV era expoente máx-
imo) eram instrumentos de poder usados
para manipular e alienar a população. Com
efeito, ver televisão é uma actividade de re-
duzida exigência: basta observar e absorver
os conteúdos que desfilam perante os nossos
olhos; o estímulo mental é escasso e o efeito
Television, Y U rule the nation?
Numa era que alia os valores do individualismo à democratização das ferramentas tecnológicas, es-tar calado é uma carta fora do baralho.
Television, Y U rule the nation?
é imediato: tudo à volta desaparece e os prob-
lemas da realidade parecem-nos subitamente
tão longe. Um potencial de tal modo poderoso
que justifica a hegemonia da televisão relati-
vamente a outros media e que se manteve ina-
balável até há bem pouco tempo. Afinal, o que
pode ser melhor do que uma plataforma audi-
ovisual que nos entretém e informa? Simples:
uma plataforma audiovisual que faça tudo isso
e ainda permita a nossa participação – bem-
vindos à era da Internet. Com a chegada da era
digital, as massas já não têm de assumir um
papel meramente passivo, podendo contribuir
activamente para a produção de conteúdos.
Um exemplo dessa participação é precisa-
mente o revolucionário canal YouTube, surgi-
do em 2005. Segundo Jean Burgess e Joshua
Green, esta plataforma possibilitou o surgi-
mento de vídeos amadores, tornando o utili-
zador em produtor e realizador de conteúdos.
Uma vez dotado da capacidade de intervir
e orientar as suas escolhas mediáticas, o inter-
nauta dificilmente abdicaria dessa prerrogativa.
Tal levou a que muitos preconizassem o fim da
TV, desconhecendo o seu voraz instinto de so-
brevivência. Algo de que as cadeias televisivas
e os gigantes da comunicação rapidamente se
aperceberam. Como tal, não demorou muito a
28 – 29 | rtro
que a TV mostrasse as suas capacidades ad-
aptativas: agora, não só é possível assistir aos
programas da nossa eleição, como nos é per-
mitido interagir com os mesmos – seja através
de chamadas telefónicas, emails, SMSs ou
comentários nas redes sociais, podemos par-
ticipar em concursos, votações ou expressar
a nossa opinião. Numa era que alia os valores
do individualismo à democratização das ferra-
mentas tecnológicas, estar calado é uma carta
fora do baralho. Características que a televisão
soube ler para criar novas estratégias. Com a
TV interactiva, podemos escolher ângulos,
comprar filmes, gravar e/ou rever programas
e até, mais recentemente, criar o nosso próp-
rio canal. Uma outra estratégia da inteligência
televisiva prende-se com o desenvolvimento
da televisão em dispositivos móveis – a mobile
TV. Nada melhor do que poder acompanhar as
actualizações dos nossos conteúdos favoritos
ao minuto, enquanto estamos no comboio.
Tudo isto sem termos de batalhar pela posse
do comando da TV.
De facto, a televisão com que muitos de
nós crescemos – que se limitava a repro-
duzir conteúdos para nossa absorção pas-
siva – pode estar bem perto do fim. Mas
subestimar a capacidade de adaptação da
plataforma mediática mais influente da
História seria ingénuo. Afinal, ainda que
abominemos a qualidade dos seus conteú-
dos, muitos de nós continuamos a não dis-
pensar o barulho de fundo, a companhia que
proporciona. O que talvez explique que, nos
EUA, mais de 80% da população que possui
um smartphone ou tablet afirme já ter usado
esses dispositivos enquanto via TV. Como
afirmava a dupla electrónica francesa Daft
Punk na música com o mesmo nome, “tele-
vision rules the nation”. E o que é um smart-
phone ou um tablet senão uma reprodução
em miniatura de uma caixinha mágica só
nossa, com que podemos interagir? c
Television, Y U rule the nation?
E o que é um smartphone ou um tablet senão uma reprodução em miniatura de uma caixinha mágica só nossa, com que podemos interagir?
Março e Setembro são meses tradi-
cionalmente preenchidos. As Se-
manas da Moda de Nova Iorque,
Londres, Paris e Milão chegam em todo o
esplendor, materializando projectos, visões
e conceitos criativos de meses e até anos.
Março de 2012 não foi excepção e revelou
ao mundo as propostas dos criadores para a
próxima estação fria. A RTRO resume aqui
as tendências que desfilaram nos principais
palcos mundiais e reserva ainda um olhar
para o que foi apresentado em Portugal.
Opondo-se à liberdade e fluidez das
estações quentes, as propostas de Outo-
no e Inverno colocaram a tónica em looks
escuros, reservados e muito sóbrios. É o
caso de Givenchy, que pautou as suas cri-
ações por um estilo gótico. Presentes es-
tiveram também apontamentos militares,
que protagonizaram outras passerelles. O
rigor do frio inspirou alguns criadores a
apostarem em materiais mais aconche-
gantes, tais como Dior e os seus casacos
com muito pêlo, e o doce toque do veludo
que marcou algumas criações Gucci. Gu-
cci que apresentou o seu dark side numa
paleta onde predominaram a cor de vinho,
o preto ou o verde musgo. Já Alberta Fer-
retti apostou forte no preto, enquanto a
casa McQueen abusou do pêlo nas golas e
nas mangas. Criações pouco discretas que
se traduziram em vestidos muito folha-
dos e vistosos, em looks que muitos dizem
invocar Lady Gaga. Mas nem todas as in-
terpretações do Outono/Inverno foram
rigorosas e sóbrias. Uma das protagonis-
tas da estação foi a cor laranja. Foi a eleita
de nomes como Carolina Herrera – que a
usou em vestidos conjugados com luvas
pretas – ou Prada, que optou por looks
totais compostos por casacos apertados
Semanas da Moda
e calças curtas. Já Blugirl brincou com o
vermelho e azul nas suas propostas. Azul
que, ainda em Milão, surgiu na passerelle
Cavalli, a que se juntaram os bordados e os
casacos em pele. Mas se o tema é bordados,
falemos de Balmain. A casa desfilou verda-
deiras obras de arte, peças protagonizadas
por grandes bordados florais e brocados.
Subitamente o Inverno transforma-se
numa estação risonha e refinada! Por mo-
mentos, foi possível esquecer a crise e es-
capar para um universo em que o luxo e a
riqueza dos pormenores dominavam. Um
conceito adoptado igualmente por Dolce
& Gabbana. Para além das peças em preto,
adornadas por complementos angelicais e
em pérola, a dupla italiana de criativos en-
cheu as passerelles de flores, ao torná-las
nas protagonistas das suas criações. Estas
marcam forte presença em bordados nos
vestidos, bem como saias e casacos, acom-
panhadas por grandes brincos e malas
(também elas em flor). Um look romântico
que vai até aos sapatos e que confere à es-
tação fria uma outra leveza. Interpretação
que contrasta com a viagem de comboio
que nos propõe Louis Vuitton. Em looks
clássicos e burgueses, a casa francesa apos-
tou no look de viagem e fez desfilar ma-
las e sacos de todos os tamanhos e feitios,
sempre complementados por chapéus. Às
modelos competia apenas o papel de desfi-
lar a roupa, sendo que os funcionários, al-
guns passos atrás, carregavam a bagagem.
Já por sua conta, Marc Jacobs tornou os
chapéus nos grandes protagonistas da sua
colecção. De várias cores e feitios, mas so-
bretudo em materiais confortáveis como
o pêlo e o veludo, o criador certificou-se
sobretudo de que eram grandes e vistosos.
38 – 39 | rtro
Houve ainda criadores que apostaram
numa abordagem minimal. Foi o caso de
Giorgio Armani, que optou por um mascu-
lino chique de cortes simples e calças cinza.
Também Diane Von Furstenberg enveredou
pela elegância e sobriedade no corte e nas
combinações, relegando a criatividade para
as clutches. Estas tomaram a forma de peças
de dominó e relógios ou apareceram lisas
com lábios desenhados em relevo. A tendên-
cia lady like também se fez notar pelas mãos
de Lagerfeld ou Victoria Beckham, que opta-
ram por peças seguras, em looks sóbrios e
pouco reveladores. Se a casa francesa Chanel
decidiu ocultar as pernas com vestidos com-
pridos ou tailleurs por cima de calças, a ex-
Spice Girl desenhou vestidos monocromáti-
cos em azul, verde ou vermelho, apenas
atravessados ocasionalmente por uma ou
duas riscas pretas e com golas Peter Pan.
Semanas da Moda
Duas das tendências de maior relevo
foram a cor verde esmeralda e a incor-
poração de jóias na roupa. Tendências
que Lanvin fundiu irrepreensivelmente.
A joalharia marcou presença quer a solo
(em colares), quer incrustada nas peças,
conferindo à colecção um requinte que
merece todo o destaque.
Felizmente, as interpretações da estação
fria são muitas e o leque de opções bastante
alargado, não se confinando ao estereótipo
de Outono e Inverno escuros, tapados e
rigorosos. Felizmente, a Moda soube voltar
às origens e fazer aquilo em que sempre se
destacou: a capacidade de nos levar para
qualquer lado sem termos de pertencer a
parte alguma. c
36-37
Givenchy
Gucci
Christian Dior
Alexander Mcqueen
38-39
Carolina Herrera
Prada
Balmain
Dolce & Gabbana
Cavalli
Louis Vuitton
40-41
Marc Jacobs
Diane Von Furstenberg
Giorgio Armani
Victoria Beckham
42-43
Lanvin
Semanas da Moda
Moda Lisboa & Portugal Fashion
por Margarida Cunha
Por cá, as principais tendências da estação também marcaram pre-sença, embora, geralmente, num
registo mais subtil. O que não impediu que os maiores eventos de Moda do país – o Moda Lisboa Freedom, que decorreu de 8 a 11 de Março; e o Portugal Fashion que, na sua 30ª edição, arrancou em Lis-boa e voltou à Invicta para os restantes 3 dias, preenchendo o calendário de 21 a 24 de Março – conferissem à paisagem cultural portuguesa um outro glamour.
Cor e Elegância à beira-mar plantadas
Na verdade, as interpretações dos cria-
dores foram múltiplas e até díspares, re-
flectindo as diferentes visões que desfila-
ram nas principais capitais da Moda. Se
Felipe Oliveira Baptista apostou em alguns
estampados em zebra e casacos com decote
em V acentuado, Carlos Gil privilegiou as
cores vivas, como laranja e roxo – laranja
que, recordemos, foi um dos protagoni-
stas da estação, tendo sido eleito por ca-
sas como Prada ou Carolina Herrera. Já
Luís Buchinho apresentou peças assimé-
tricas, como que recortes compostos de
diferentes materiais. Um dos nomes mais
internacionais da nossa praça, Fátima
Lopes – a quem coube abrir a conceituada
Semana da Moda de Paris – fez desfilar a
colecção “À flor da pele”. Desta constavam
vestidos e fatos femininos estampados, re-
cortados por apontamentos em pele e com
acessórios em vermelho (quase sempre
chapéus), em sintonia com os lábios das
modelos, sempre pintados dessa cor. Um
jogo de cores que nos transportou para o
Oriente. Já Susana Bettencourt, com a sua
“wEB – wide Entangled Being”, trouxe-nos
um Inverno que aposta no conforto, dando
prioridade aos estampados que jogam com
o azul e o vermelho, e os motivos étnic-
os. Mas foi com Teresa Martins e as suas
“Threads of Identity” que fizemos a viagem
mais multicultural. A estilista idealizou
um espectáculo que substituiu as modelos
por bailarinas, que apresentaram as cri-
ações ao som de “Hair” de Lady Gaga. Uma
fusão inesperada de cores e texturas que se
destina a “mulheres reais”.
Moda Lisboa & Portugal Fashion
Destaque ainda para Katty Xiomara.
Acompanhando a tendência cada vez mais
visível de que ser geek é cool, a luso-venezue-
lana acrescentou óculos de armação preta
pintados à mão no rosto das modelos. Óculos
que complementavam um look sóbrio (cami-
sola/casaco e saia) em malhas confortáveis,
em preto ou cinzento, sempre rematado por
um cabelo apanhado em cima. A caracteri-
zação dos corpos e rostos marcou também a
interpretação futurista de Valentim Quares-
ma. No Moda Lisboa, abriu o dia 10 de Março
desfilando armações em metal no rosto das
modelos. Apontamento a que se juntaram
troncos pálidos como estátua. Numa abord-
agem igualmente sóbria mas menos rigorosa,
Filipe Faísca explorou uma paleta à base de
tons neutros como preto, creme ou branco,
sempre com luvas pretas. Um registo ele-
gante mas geralmente contido, à excepção de
uma ou outra peça mais transparente. Ainda
no interior de um registo mais sombrio, Ma-
ria Gambina recriou ora jogos de vermelho e
azul, ora looks em preto que nos recordaram
Rooney Mara em “The girl with the dragon
tattoo”. Combinações que exibiram uma ca-
beça sempre tapada, seja por lenços, chapéus
ou gorros. Destacamos, por último, Miguel
Vieira. Tendo-se proposto vestir o Fado, a
sua colecção pautou-se pela sobriedade. So-
bressaíram, assim, fatos elegantes onde
dominaram o preto e o cinza, muitas vezes
pontuados por pormenores militares e aten-
uados por sapatilhas; o guarda-roupa femi-
nino foi também abundante em preto, com
detalhes em pêlo nas golas ou nas mangas e
sapatos metalizados à frente.
Moda Lisboa & Portugal Fashion
Apostado em olhar para o futuro, o Por-
tugal Fashion não se esqueceu do Espaço
BLOOM – que descreve como “uma pas-
serelle informal onde a criatividade dos
novos talentos se traduz em performances
de moda plenas de ousadia e originalidade”.
O destaque concedido nos media in-
ternacionais aos maiores eventos de Moda
em Portugal é o reflexo de um fenómeno
que passou de discreto a obrigatório no
calendário. Seja pela afluência de pessoas
que produz, pelo street style que nesses
dias se parece libertar ou pelas criações em
si, com o Moda Lisboa e o Portugal Fashion,
Lisboa tem sem dúvida mais encanto. c
Antes
Felipe Oliveira Batista
Carlos Gil
Luís Buchinho
Fátima Lopes
Susana Bettencourt
Aqui
Teresa Martins
Katty Xiomara
Valentim Quaresma
Filipe Faísca
Maria Gambina
Miguel Vieira
48 – 49 | rtro
Vídeoclipes Que papel desempenham
na indústria musical?
Já há muito que os music videos representam uma parte da indústria musi-cal numa mistura de artes que influencia gerações.
por Mónica Dias
À 1ª Arte, entendida como a arte do
som, segue-se a 2ª Arte, a da dança/ co-
reografia ou seja, a do movimento. É certo
que a música, por si só, é autónoma e con-
segue alcançar fronteiras. Já Ludwig van
Beethoven defendia que “a música é uma
revelação maior do que qualquer filoso-
fia”. Mas, se pudermos unir à audição a
emoção visual, juntamos-lhe um signifi-
cado, uma coerência entre as duas artes
que nos chama a atenção e nos prende
por alguns momentos. Os music videos
fazem exactamente isso: misturam estas
duas faculdades, alimentando fantasias,
influenciando estilos, chocando, lançan-
do tendências e tudo isso com o objectivo
único de dar um significado ao single que
está a ser promovido.
Os music videos podem então ser enten-
didos como um suporte visual. Um suporte
que hoje em dia é muito mais do que isso e
é tão importante como as músicas que apre-
sentam. Ao mesmo tempo que ajudam o
single a transmitir um significado ao espec-
tador, ajudam também o artista na criação
de uma identidade que o marca, distinguin-
do-o dos outros. É uma estratégia de mar-
keting que facilita em muito o aumento do
número de fãs e que faz com que estes an-
seiem não só o lançamento do single como
também o do videoclip, que hoje em dia já
não se limita aos 3 e 4 minutos e estende-
se por 15 ou mais para contar uma história.
São as necessidades da era digital em que
vivemos, necessidades que nós próprios fo-
mos estipulando com o passar dos tempos e
Music Videos
que não trazem só aspectos positivos. In-
felizmente, devido ao forte papel destes
vídeos e dos seus artistas na influência, e
por vezes até no lançamento de tendên-
cias, tem sido dada cada vez mais atenção
ao look e não tanto às aptidões artísticas
de quem os promove. No que respeita ao
factor look, as críticas foram elevadas à
mais alta fasquia sobretudo no mundo do
Pop. Podemos dizer que muitos artistas
desse género musical devem a sua carrei-
ra e reconhecimento aos videoclips que
lançaram, que prenderam a atenção de
milhares. Se não fosse isso, talvez mais
de metade das músicas que venderam
não teriam tanta adesão. O que começou
por ser uma forma de expandir a arte,
acabou por se tornar num jogo de “vamos
atrair as atenções para vender”. Os artis-
tas transformaram-se em produtos que
persuadem as emoções de cada um que se
deixa levar por utopias. Infelizmente, é
assim a sociedade de hoje mas, enquanto
existirem sonhadores, existirá sempre
quem se queira aproveitar deles. c
52 – 53 | rtro
por Pedro Resende
Smells like…
Opium!
F alar de perfumes é falar muito mais
da história de cada marca e mesmo
da humanidade do que alguma vez se
pôde imaginar. Prova disso é a capacidade
comunicativa que cada fragrância, nome ou
frasco possuem quando se associam ao seu
criador ou a um evento em particular. Que o
diga (ou dissesse) Yves Saint Laurent sobre
o seu Opium, que tanta polémica teve como
vendas ao longo dos anos. Lançado em 1977,
Opium foi talvez o nome mais pronunciado
de todos os que designaram as fragrâncias
da maison francesa, mas não pelos melhores
motivos. A ligação ao Oriente que o criador
expressou ao criar a fragrância trouxe me-
mórias de um passado que a China tentou es-
quecer. A dependência da população chinesa
da droga indiana trazida pelos britânicos, as
guerras que decorreram pelo mesmo motivo,
tudo recordações que a população do oriente
em geral tentou esquecer e que um ociden-
tal levantou de novo tão depressa quanto
abriu o frasco do seu novo perfume. E a po-
lémica surtiu efeito. O contrário! Em vez de
retirada conforme pretendido, as vendas da
provocatória fragrância dispararam sem se
perceber se pela qualidade, pela publicidade
ou pela provocação a um povo que ainda não
havia sido explorado na sua plenitude. Hoje,
Opium é já aceite e ostenta um status ine-
gável no campo da perfumaria. A novidade?
As campanhas. O destaque dado à fragrância
parece ser cada vez maior, e desta feita foi na
troca de rosto que incidiu a polémica, se as-
sim se pode chamar. Novo rosto e novo cor-
po, Emily Blunt (a eterna Emily de “O Diabo
Veste Prada”) dá, desde há uns meses, um
fulgor renovado a um perfume que fez diabo
um Yves Saint Laurent que, mais do que cria-
dor, se tornou lenda.
54 – 55 | rtro
por Ana Rodriguestoroseparade.blogspot.com
Raf Simons The last show at Jil Sander
Q uando vi o desfile Jil Sander Outono/inverno 2012 fiquei atónita. Dizia eu para mim
mesma: “Alguma vez conseguiria lembrar-me de utilizar tecidos, cortes e formas que re-
sultassem tão bem e, ainda assim, criar peças extremamente simples?”. A colecção está
absolutamente fantástica, onde se comprova a velha teoria less is more. Rosa claro, nude, preto
e vermelho vivo em peças minimalistas que primam pela atitude e elegância, caracterizam, sem
dúvida, a colecção apresentada. Os materiais são tecidos brilhantes, nos vestidos-camisola até ao
tornozelo, vinil e couro. As propostas são todas elas irresistíveis e foi, para mim, uma das mel-
hores colecções já apresentadas da marca, apesar de significar a despedida de Simons após todos
estes anos.
Nas imagens que merecem imediato
destaque estão presentes os maxi-casacos
com linhas simples e precisas em tons pas-
tel, os vestidos com cortes simétricos e ain-
da a mistura do vinil com outros materiais.
No que diz respeito a acessórios, para
completar cada um dos conjuntos apre-
sentados, a mistura de materiais foi tam-
bém aplicada aos sapatos (vinil e tecidos
de cores variadas) e malas num estilo vin-
tage. Simons despediu-se da marca com
um trabalho, no mínimo, emocionante.
Raf Simons nasceu na Bélgica em 1968
e formou-se em design industrial e mobil-
iário. O seu primeiro contacto com o mundo
da moda surgiu num trabalho de decoração
e apresentação dos desfiles de walter Van
Beirendonck. Imediatamente se tornou de-
signer de moda para homem em 1995, lan-
çando a sua própria marca: Raf Simons.
Apesar de ter passado uma época
afastado da companhia, em que surgiu
como professor no Departamento de
Moda da Universidade de Artes Aplicadas
de Viena, Áustria, volta a lançá-la em 2004
e, um ano depois, cria uma nova marca:
Raf by Raf Simons.
Os primeiros passos na Jil Sander sur-
giram em Julho de 2005, em que foi no-
meado director criativo da marca. Foram
anos de colecções espantosas recheadas
de criatividade, simplicidade (lema da
própria marca) e distinção que muito in-
spiraram todo o mundo da moda. c
Raf Simons
it boy!
Baptiste Giabiconi from boy to toy
A velha história do patinho feio que vira cisne
já é, de facto, um cliché dos mais habituais no
mundo da moda, mas parece ser das mais recor-
rentes a mais verídica. Baptiste Giabiconi pas-
sou por uma adolescência em que o seu visual não
o satisfazia nem a si nem aos outros e foi nesse cli-
ma que se aninhou do mundo num outro mundo,
só seu: a música. Homem dos sete ofícios (ou não
fosse apelidado de Boy Toy) passa pela indústria
aeronáutica antes de se industrializar a si próprio
como modelo e como imagem de marca.
Ginásio e uma mudança drástica na imagem
de si próprio, e o modelo estava pronto a ser desc-
oberto e a alcançar a fama que lhe valeu a mítica
frase de Naomi Campbell: “Todos temos defeitos!
Tu não tens nenhum!”. Mais ainda, valeu-lhe uma
ascensão rápida ao limiar da fama, que culminaria
já no ano de 2008 ao ser descoberto por Karl La-
gerfeld, do qual se tornaria inspiração e sonho idíl-
ico. Desde então, é rosto (e corpo!!) das diversas
campanhas Chanel, Fendi e Karl Lagerfeld. Tendo
recentemente apostado numa via diferente, en-
veredou por uma outra casa francesa de renome
que lhe viria a trazer o reconhecimento, além da
predilecção do mestre alemão: a Dior Homme.
Baptiste é, então, um Deus entre os Homens
ou um Homem entre os Deuses? É corpo, rosto e
alma de produtos e representações, fruto semióti-
co de uma sociedade que venera o corpo e a mente
em uníssono e cujos patinhos feios são admirados
na transformação que os torna cisnes e ícones de
beleza e estilo.
por Pedro Resende
60 – 61 | rtro
Antes
1 H&M Spring Summer 2011
Aqui
2 Chanell Spring Summer Accessories 2009
3 http://baptiste-giabiconi.eu
4 Com Lagerfeld por Bauer Griffin
5 Dior Homme Fall Winter 2011
62 – 63 | rtro
As mulheres francesas sempre foram con-
sideradas possuidoras de uma beleza celes-
tial: pele de porcelana, uma confiança asser-
tiva no andar e a consciência de um poder e
sensualidade arrebatadores.
A it girl com sotaque francês Clémence
Poésy representa a mulher com substância
que não se extingue apenas nas etiquetas que
tem nos armários, mas antes se afirma como
influente voz de estilo.
A actriz francesa conseguiu o seu primeiro
papel aos 14 anos de idade, por influência do
pai, que era actor/director de teatro. Desde
então decidiu estudar drama e dedicar-se in-
teiramente à carreira de actriz. Pode não ter
ficado mundialmente conhecida com os di-
versos filmes franceses que fez ou com um
pequeno papel, como feiticeira Fleur Delacour,
nos filmes de Harry Potter. Foi a sua partici-
pação em Gossip Girl que a evidenciou como
a francesa talentosa, linda e sofisticada.
Clémence, com 28 anos, destaca-se pelo
seu próprio estilo com a suas produções pre-
ocupadas. Sabe como aliar a sua beleza ao
guarda roupa escolhendo peças intemporais
e confortáveis, looks propositadamente des-
construídos, muitas sobreposições, muitos
chapéus e xailes. Para acompanhar os pés opta
por sapatos estilo boneca, oxfords e sandálias.
A It girl francesa habituou-nos a assistir
a uma mistura dos seus looks descontraídos
com os sofisticados, resultando na perfeição.
Não só vence na representação mas tam-
bém em campanhas publicitárias: em 2007
foi escolhida para ser um dos rostos da cam-
panha de uma nova fragrância para a Chloé
e, em 2008, representou algumas campanhas
da GAP. Por conta do seu estilo e simpatia,
Clémence já apareceu em inúmeras revis-
tas de moda, tais como Marie Claire, Tatler,
Vogue UK e Galamour UK.
Temporada após temporada, Clémence
é presença assídua em desfiles como Chloé,
Lanvin, Balenciaga e principalmente Chanel.
Obviamente esta actriz de estilo clássico, ca-
belos loiros e olhos azuis mostrou a alma e
elegância de uma jovem francesa.
It girl!
Clémence Poésypor Ana Dias
64 – 65 | rtro
Óscares fashion review
“And the Oscar goes to…”
Quando falamos nos Óscares pensamos inevitavel-
mente no mundo cinematográfico, nos melhores e
nos mais badalados filmes do ano. Porém, os Ósca-
res são muito mais do que uma gala atribuição de
prémios. É sem dúvida uma noite repleta de magia,
onde as maiores celebridades do mundo desfilam,
posam e fotografam na red carpet. Esta cerimónia,
é o momento perfeito, para as maiores estrelas de
cinema ostentaram os vestidos mais exclusivos
do Mundo. Este ano não poderia ser excepção: o
bom gosto e glamour foram as palavras de ordem.
Para além dos vestidos, os acessórios, o cabelo e a
maquilhagem devem apresentar-se irrepreensivel-
mente requintados. No entanto, a saber é que nem
todas as estrelas apresentaram-se imaculadas nes-
ta cerimónia tão especial. É neste contexto que nos
parece apropriado rever um pouco daquilo que se
destacou na passadeira vermelha, pelas melhores e
pelas piores razões.
por Joana Vilaçathefashiondreamcatcher.blogspot.com
74 – 75 | rtro
The best
Rooney Mara foi um dos focos
de atenção nesta edição dos Ós-
cares, tendo-se apresentado com
um vestido Givenchy, num look
muito igual a si própria. Foi sem
dúvida uma preferência arrisca-
da, mas que resultou muito bem,
combinou a sua beleza subtil com
um vestido bastante estruturado
e elaborado. A maquilhagem e o
cabelo não destoaram, acompa-
nhando perfeitamente a beleza
estonteante deste vestido.
Gwyneth Paltrow surpreendeu
com um memorável vestido assi-
nado por Tom Ford e jóias Anna
Hu. O vestido minimal, mas
elegante e sofisticado, foi com-
plementado com uma capa, que
tornava o look ainda mais único
e especial. Os acessórios acompa-
nharam também a vertente mais
minimalista, com apontamen-
tos dourados e prata. Gwyneth
Paltrow, requintada e esbelta,
é apontada indubitavelmente
como uma das melhores vestidas
da noite.
Óscares fashion review
Mila Jovovich apostou num
look glamoroso, com um vestido
Elie Saab Couture, completan-
do o mesmo com jóias Jacob &
Co. O vestido one shoulder é sem
dúvida deslumbrante, com to-
dos os detalhes e brilhos que o
acompanham, tornaram assim
a actriz a epítome de elegância
nesta noite. O cabelo encontra-
va-se requintadamente apanha-
do, enquanto na maquilhagem
os lábios vermelhos à la Old
Hollywood destacavam-se.
Jessica Chastain brilhava num
vestido de Alexander McQueen,
com jóias Harry winston. Não
é fácil à priori compreender a
beleza única deste vestido, mas
é certo que a actriz destilava
beleza com o mesmo. Os deta-
lhes tornam-no numa peça de
arte única e maravilhosa, onde
o dourado e preto cruzam-se
para criarem elementos profun-
damente intrincados. O cabelo,
bem como a maquilhagem, esta-
vam bastante simples, já que um
vestido destes fala por si só.
Emma Stone numa proposta de
Giambattista Valli, jóias Louis
Vuitton, foi sem dúvida uma das
mais elegantes da noite. O vesti-
do vermelho e o seu laço bastan-
te dramático chamam a atenção
pelas razões mais positivas. Há
quem o compare ao emblemáti-
co vestido de Nicole Kidman nos
Óscares de 2007. Apesar das se-
melhanças, temos que reconhe-
cer que o sumptuoso laço torna
este look divinal. A actriz optou
por uma maquilhagem discreta,
enquanto o cabelo encontrava-
-se apanhado num simples mas
sofisticado toque.
76 – 77 | rtro
The worst
Meryl Streep, vencedora do Ós-
car para Melhor Actriz, não con-
venceu com um vestido Lanvin e
jóias Fred Leighton. Demasiado
brilhante, metálico e ofuscante,
não se traduzia em elegância. O
corte também não é o mais indi-
cado para a esta brilhante actriz.
Sandra Bullock desfilou pela
red carpret com um vestido Mar-
chesa e jóias Lorraine Schwartz.
O vestido não continha as pro-
porções certas, parecendo muito
largo na parte de cima e muito
justo na parte de baixo do mes-
mo. Não foi a escolha mais acer-
tada, sobretudo depois de termos
visto a mesma Sandra Bullock a
brilhar na passadeira com um
vestido Marchesa, como sucedeu
nos Óscares de 2010.
Óscares fashion review
The worst
Jennifer Lopez num vestido as-
sinado por Zuhair Murad, pecou
pelo excesso. Excesso esse que
é visível no profundo decote do
vestido e nas demais transparên-
cias. O sumptuoso cabelo, ainda
que apanhado numa forma ele-
gante, torna o look final ainda
mais exagerado e desconexo.
É de salientar que na passadeira
vermelha deste ano vislumbraram-
-se muitos brancos, pérolas e afins.
A tendência dos metálicos, bem
como os brilhos, nomeadamente
as lantejoulas, também se fizeram
sentir na passadeira vermelha. As
jóias no geral eram elegantes, pre-
valecendo as pulseiras e os brincos.
Quanto à maquilhagem pudemos
verificar que as estrelas de cine-
ma apostaram bastante nos lábios
vermelhos. Já os cabelos, salvo al-
gumas excepções, encontravam-se
apanhados, em simples mas sofis-
ticados penteados. c
Viola Davis num vestido
Vera wang, com jóias Lorraine
Schwartz, errou na escolha do
vestido, parecendo algo desele-
gante. Não foi a melhor opção, já
que os brilhos, os diferentes cor-
tes, o plissado, a cor, não se con-
jugam harmoniosamente.
Natalie Portman, vencedora
em 2011 com Óscar de melhor
actriz, não deslumbrou neste
vestido Christian Dior, com jóias
Harry winston. O padrão “polka
dots” é demasiado informal para
o evento como os Óscares, ainda
que o tom vermelho seja uma boa
opção, no geral neste vestido não
foi.
78 – 79 | rtro
A ID Values é uma marca de roupa exclusi-
vamente de homem, que nasceu em mea-
dos de 2006. Apresenta o refinar da arte da
melhor alfaiataria tradicional de luxo e daí nasce a
excelência do seu serviço personalizado, onde cada
pormenor, cada centímetro de corte, são pensados
individualmente para o universo de cada cliente…
ponto por ponto! A marca ID Values caracteriza-se
pela inspiração de cores e tecidos com origem nas
primeiras décadas do século XX; o corte de cada
peça procura reflectir a simplicidade, o pormenor, o
apontamento que define a excelência dos materiais
utilizados. O vintage mantém o seu lugar central no
“formal renovado”, reforçado pelo trespasse dos fatos,
pelos sobretudos com traços senhoriais e pela sua
perfeita conjunção com a modernidade e o carácter
exclusivo que definem cada coleção ID Values.
Somos saber quem é o homem que está por detrás
da marca de alfaiataria de luxo tradicional e também o
mentor de “Braga Capital da Moda Portuguesa”.
80 – 81 | rtro
Parícia: Como é que nasceu a marca ID Values?
Paulo Marques: É resultado de uma
abordagem e perspectiva da moda que vai
para além da sua utilização a nível profis-
sional ou social, tornando-se num apoio
sofisticado à individualidade e expressão
pessoal dos “New Perspective Seeker’s”.
WWW (World Wise Wear).
O projecto juntou um perspective seeker
que sentiu que era possível ir além da nor-
mal abordagem de roupa masculina e do seu
posicionamento e marketing; criadores que
adoram ilustração e que criam cada peça
para ser única (trabalhando no entanto em
múltiplas combinações); designers gráficos
que vêem a comunicação não apenas como
uma mensagem enviada a alguém, mas sim
um canal bidireccional que obriga a um
diálogo contínuo; fotógrafos que recusam
a publicidade pura e só aceitam as imagens
como forma de expressar a vida, e market-
ers que acreditam em oferecer, mais do que
imagens, valor real.
Parícia: Como é que define o homem ID Values?
Paulo Marques: Um homem que constrói e
molda o seu mundo, define o seu caminho
individual, o seu estilo de vida e tira o máx-
imo prazer de tudo o que faz. Reflecte a ex-
pressão pessoal de criatividade e liberdade
intelectual de homens com valores na vida e
comprometidos em criar valores para a vida.
Patrícia: A ID Values é a marca “mãe”
com uma clara orientação internacional,
enquanto a ID Tailoring é uma marca de
alfaiataria tradicional de luxo que trabal-
ha em exclusivo para o mercado nacional.
Como é que as define individualmente?
Paulo Marques: A marca é a mesma,
com dois conceitos complementares. A
marca “mãe” é um projecto mais vasto de
uma lógica de venda por colecção e escala
maior. É um projecto que se vai desenvol-
vendo com o desenrolar do tempo e com
a crescente visibilidade da marca que vai
abrindo “portas” no retalho internacional.
É um projecto a médio/longo prazo.
A vertente de Bespoke Tailoring é o
presente. É um serviço da marca, onde a
aposta é maior e mais focada, por ser o
posicionamento estratégico da marca no
médio prazo. Lembro que nesta vertente
junta algo que considero absolutamente
único em Portugal (admito que exista,
mas não conheço outro projecto) e difer-
enciador, isto é, alta alfaiataria com moda
e passarelle. Lembro que todas as peças
passadas nos nossos desfiles no Portugal
Fashion são peças de Bespoke Tailoring.
Patrícia: Qual é o mercado alvo que a
marca pretende atingir?
Paulo Marques: Homens... do, e no mundo!
ID Values
Patrícia: A marca já foi representada em
vários showrooms, Moda Lisboa e Portugal
Fashion. Como é que foi a experiência e o
feedback na sua participação nas semanas
da moda em Portugal?
Paulo Marques: Excelente a nível de ima-
gem de marca. Péssima a nível comercial.
Patrícia: A ID Values tem como sede prin-
cipal a cidade de Braga, e filiaos no Porto e
brevemente em Lisboa. Porquê Braga?
Paulo Marques: Braga tem um enorme
potencial de moda, na minha opinião. É
um excelente sítio, provavelmente único
em Portugal, para se testar tendências.
84 – 85 | rtro
Patrícia: O Paulo é o mentor do projecto “Braga
Capital da Moda”. Conte-nos como é que surgiu
este movimento…
Paulo Marques: Surge como forma de aproveitar
uma real lacuna de posicionamento no mercado
Português. É real: Braga deveria ser mesmo a Cap-
ital da Moda em Portugal, na mesma proporção
que, por exemplo, Milão é em Itália, ou Paris em
França. Assim, este projecto tem como objectivo
único estimular a intervenção cívica e política
para o desenvolvimento de uma estratégia, efecti-
va e concertada, no sentido de posicionar a cidade
de Braga como “Capital da Moda em Portugal”,
aproveitando as condições únicas e diferenciado-
ras da cidade.
Patrícia: O movimento “Braga Capital da Moda”
tem um perfil no Facebook. O feedback por parte
dos apoiantes atingiu os seus objectivos?
Paulo Marques: Crescente. Todos os dias mais
pessoas se juntam e apoiam.
Patrícia: Do seu ponto de vista, o que é que falta
para a cidade de Braga evoluir em relação à capital?
Paulo Marques: À capital portuguesa? A nível de
moda, absolutamente nada. Na minha opinião,
bastantes “furos” acima. Neste contexto Braga é
única no contexto nacional. O que falta a Braga
é a “cidade” nas suas diversas dimensões gostar
mais de si própria. Não compreendo porquê, mas
Braga tem uma imagem menos boa quando “fala”
dela própria.
Patrícia: Em breve ocorrerá em Braga, o Encon-
tro Nacional de Alfaiates. Como é que surgiu esta
ideia?
Paulo Marques: Será algo único em Portugal.
Surge como resposta e iniciativa já enquadrada
neste universo de “Capital da Moda”. Em breve
teremos novidades, já consolidada a iniciativa. c
ID Values
● Não existe ainda nenhuma cidade em Portugal que tenha assumido este posi-cionamento de “Capital da Moda”;
● Cidade com elevado índice de juventude;
● Cidade de inovação e empreendedorismo;
● Localização geográfica que lhe permite estar no coração da indústria têxtil nacional;
● Bom gosto e gosto pela moda dos cidadãos;
● Capacidade de compra dos habitantes e visitantes;
● Centro histórico com tecido empresarial de excelência;
● Forte capacidade e potencial turístico;
● Capital Europeia da Juventude 2012;
...
BRAGA CAPITAL DA MODA ARGUMENTOS FAVORÁVEIS SEGUNDO PAULO MARQUES
86 – 87 | rtro
Info
Morada:Rua D. Paio Mendes, 77
4700-424 BragaTelefone:
+351 910 318 378email:
http://www.idvalues.com/Facebook Boneca:
https://www.facebook.com/iDVALUES
FotografiasID Values, Patrícia Silvério e João Mota
Numa altura em que o estilo minimalista está tanto em voga surgem diversas ideias no que diz respeito
a design de interiores. Dar um toque clear aos espaços da casa faz parecer que o que importa no momento
é utilizar apenas o essencial, criar um ambiente que cumpra os objectivos primários. Branco é a cor chave
e, quando conjugado com móveis de linhas simples, obtemos belíssimos resultados. Organizar e arrumar
aquilo que não nos faz tanta falta e em que a regra principal é a ordem.
90 – 91 | rtro
As propostas que a RTRO vos apresenta este mês são algumas das ideias DIY - do it yourself - inspiradas
no blog da Ivania Carpio para conseguir criar espaços do género. Num estilo minimalista, a Ivania construiu
sistemas de arrumação para roupa bastante simples e que funcionam muito bem quando utilizados neste
tipo de decoração. Na imagem que se segue, estão duas dessas propostas: o floating e o branche clothing rack.
House: clear and minimalist
São ambos fáceis de obter: para o primeiro são apenas precisos um tubo de madeira (ou outro material,
conforme o resultado que se pretenda obter) e um cabo de metal; e para o segundo, um tronco assimétrico,
tinta branca e um cabo de metal. Os resultados estão à vista e são fantásticos.
Outra das ideias que a Ivania apresenta no seu blog são caixas para arrumação transparentes e o resul-
tado é também bastante agradável.
São ideias que acompanham as tendências que têm surgido no mundo da moda e que se enquadram
em muitos estilos de vida em que apenas procuramos o mínimo necessário para viver. Propostas aces-
síveis que são sinónimo de originalidade e funcionalidade. c
92 – 93 | rtro
Q uem de nós não tem uma ou outra
t-shirt estampada algures perdida
no armário? Pelo menos perdida,
pois elas há muito invadiram o nosso dia-a-dia.
Desde as que têm frases, às de desenhos, assim
como caras ou referências da nossa infância e
adolescência. Muitas delas deixam-nos com um
sorriso na cara se nos cruzamos com a sua frase
engraçada na rua ou então porque nos recorda
algo “de bom”. Além das habituais frases, um
pouco cliché até, vistas (e revistas) nas lojas de
fast fashion , ainda existem aquelas t-shirts do
concerto memorável ao qual fomos, a t-shirt do
irmão ou do namorado, não esquecendo as de
lembrança das viagens. Elas estão realmente por
todo o lado e um olhar mais atento faz-nos cons-
tatar isso mesmo. Além destas, agora cria-se
também um nicho neste mercado onde se brinca
um pouco com a crise e torna aquilo que é mais
cinzento um pouco mais colorido. Há para todos
os gostos e, se não encontra o estampado que
se pretende, pode ainda fazer-se o seu próprio,
pois já existem lojas da especialidade em todo
país. De seguida ficam alguns exemplos dos te-
mas mais vistos.
por Liliana Ferreirawww.chicreaction.com
T-SHIRTS ESTAMPADAS
www.truffleshuffle.co.uk/
www.stylistki.pl/
www.singer22.com/
www.wonhundredatcoggles.com
www.net-a-porter.com
T-shirts Estampadas
O showroom Boneca aconteceu no passado dia
25 de Fevereiro em Braga, onde clientes e ad-
miradores desta loja única puderam ver de per-
to algumas propostas para a nova estação. O evento con-
tou com a presença da actriz Catarina Gouveia que, na
novela “Doce Tentação”, interpreta o papel de Núria Frei-
tas. Confessa: “Quando fui fazer o teste de imagem fiquei
encantada com as peças. Os tops e os vestidos Manoush
são lindíssimos, muito femininos e distintos”. Também
Amélia Nunes – cujas criações se encontravam expostas –
compareceu no evento. Outras presenças notáveis foram
as de diversas bloggers, que assumem uma crescente im-
portância no mundo da Moda. Exemplo disso mesmo é
Mónica Lice. A blogger subiu da capital até a cidade de
Braga, onde foi uma convidada especial no showroom
Boneca. Formada em Direito, criou o blogue “mini-saia”
na Guiné – Bissau em 2006. Actualmente o espaço com
dicas para mulheres já gerou um livro intitulado “Dicas
de Beleza”. A blogger e também consultora de imagem
viu a sua vida dar uma volta de 180º com o sucesso do
blogue, que inicialmente surgiu como um refúgio do quo-
tidiano. A RTRO Magazine esteve no showroom Boneca e
conversou com ela.
por Patricia Silvériopumpsfashionpatriciasilverio.blogspot.com
Joana Vilaçathefashiondreamcatcher.blogspot.com
BonecaShowroom
Colecção Primavera/Verão 2012
98 – 99 | rtro
Patricia: Como é que nasceu o blogue a Mini- Saia?
Mónica Lice: O Blogue nasceu por acaso - quan-
do estava na Guiné-Bissau a dar aulas de Direito.
Estive por lá cerca de cinco anos e quando comecei
a ter Internet em casa surgiu a ideia de criar um
blogue - uma espécie de revista de Moda e Beleza,
que servisse de escape ao meu dia-a-dia, pouco
rosa, de vida em África. Como lá não tinha acesso
a nada de moda ou beleza, o blogue começou a ser
a ponte para esse mundo, mais cor-de-rosa e per-
mitiu tornar os meus dias mais animados. Criei,
assim, um hobby.
Patricia: A Mónica esteve na Guiné- Bissau e afirmou que "Por lá passei 5 anos, enquan-to docente e por lá criei este blog. O que co-meçou por brincadeira acabou por se tornar num caso mais sério, que me deu a volta à vida, aquando do meu regresso a Portugal
(em Outubro de 2008)." Dava aulas de Direi-to e de repente o blogue mudou-lhe a vida!? De que forma? Como é que caracteriza a sua vida antes e depois do blogue?
Mónica Lice: A mudança de vida deu-se depois
de regressar a Portugal - nessa altura, equacionei
deixar o Direito e dedicar-me em exclusivo ao blo-
gue e à Moda e Imagem. Foi por isso que tirei um
curso de styling e outro de consultoria de imagem
e comecei a tentar rentabilizar o blogue, de modo
a conseguir mudar de vida. Essa mudança acabou
por ser bem sucedida e hoje posso dizer que sou
blogger profissional e que o que antes era um ho-
bby é agora o meu trabalho. Claro que, antes do
blogue a vida era um pouco diferente - não comu-
nicava com tanta gente, via Internet. Na Guiné,
por exemplo, sentia-me conectada com vários
pontos do globo, e isso acabava por colmatar, de
certa forma, o isolamento e a vida num dos países
mais pobres do mundo.
Boneca Showroom
Info
Morada:Rua D. Gonçalo Pereira, 21, Braga
Telefone:253 092 820
Horário:Seg-Sab 10h-19h.
Site: http://www.gabrieladeazevedo.com
Facebook Boneca: https://www.facebook.com/pages/
BONECA/285250258162441Facebook mini-saia:
https://www.facebook.com/minisaiaSite mini-saia:
http://mini-saia.blogs.sapo.pt/
FotografiasFacebook Boneca, Patrícia Silvério
Patricia: Salvo erro, o Mini - Saia tem 6 anos de existência. Como é que consegue manter este espaço sempre activo e interessante?
Mónica Lice: Procuro escrever sempre sobre as-
suntos interessantes, que possam ir de encontro
às preferências de quem me lê. Como mulher que
sou, sempre procurei escrever sobre coisas que
me interessam e que, penso, serão também do
interesse de outras mulheres. Há sempre muita
coisa interessante a acontecer, o que dá óptimos
pretextos para bons posts. O fundamental é sa-
ber agarrar esse material e trabalhá-lo bem.
Patricia: A Mónica foi uma convidada especial no showroom Boneca em Braga. Fez uma re-portagem intensiva sobre a nova colecção pri-mavera/verão do evento. O conceito da loja é fenomenal. O que é que a deslumbrou mais?
Mónica Lice: Gostei muito da loja, das peças,
da mistura que é feita entre o nacional e o inter-
nacional. Acho que a loja Boneca é um excelente
exemplo do que existe de bom fora dos grandes
centros urbanos que são Lisboa e Porto. Infeliz-
mente, há uma ideia, errada, de que a Moda se
concentra nessas grandes cidades, mas a Bone-
ca vem provar o contrário e mostra que, mesmo
em cidades mais pequenas, como Braga, se pode
vestir muito bem e encontrar peças de renome, a
nível mundial.
Patricia: A cidade de Braga é a Capital Euro-peia da Juventude, é jovem e cheia de estilo. Gostou da sua estadia?
Mónica Lice: Sim, gostei muito. Já é a terceira
ou a quarta vez que visito Braga e gosto sempre
de cá voltar. Descubro sempre coisas novas, a
cada visita. Vejo sempre gente gira na rua, com
muito estilo. É, por isso, um destino a reter e a
voltar, sem dúvida! c
102 – 103 | rtro
RTRO - O que é te levou a ingressar no mundo da moda?
Silvestre Sil: Tudo começou por mera
brincadeira por volta dos meus 18 anos,
tendo na altura concorrido em conjunto
com um grupo de amigos. Consequente-
mente, gostei da experiência e adquiri o
"bichinho". Desde então comecei a efectuar
alguns desfiles e o gosto foi aumentando.
Foi também há 3 anos que participei na
primeira edição do Face Model of the Year,
concretizando-se na minha agenciação.
Assim sendo, intriguei-me ainda mais pelo
mundo da moda, tendo-me sido concedida
a oportunidade de vivenciar momentos
fantásticos, ao mesmo tempo que conhe-
cia pessoas interessantes. Em suma, o que
me levou mesmo a entrar neste mundo foi
a paixão, a emoção, a competitividade que
existe, contrastando com algum compan-
heirismo que encontrei em pessoas que se
tornaram grandes amigos.
Jovens Talentos: Silvestre Sil
RTRO - Descreve-nos a sensação que experimentaste aquando do teu anún-cio enquanto vencedor do University Fashion’10?
Silvestre Sil: Fiquei completamente
boquiaberto, não estava à espera. Havia
um enorme potencial em cada finalista,
e ficaria igualmente contente se tivesse
sido qualquer um dos meus colegas. É
claro que fiquei imensamente feliz e agra-
decido por ter sido eu, embora o grande
prémio tenha sido ganho por todos nós,
já que passámos uma semana fantástica
em Guimarães. Deste modo foi este o
galardão que todos recebemos.
RTRO - Que tipo/géneros de tra-balhos tens realizado nos tempos mais recentes?
Silvestre Sil: Actualmente tenho tido
"saída" tanto em fotografia como em pas-
serelle, participando nas edições do Moda
Lisboa/Portugal Fashion, para além de al-
guns editoriais/ catálogos. c
106 – 107 | rtro
Fashion BleetingNo dia 11 de Fevereiro realizou-se o Fash-ion Bleeting, que ficou marcado como o
primeiro encontro oficial de bloggers de
moda em Portugal e o Hotel Altis, situado
mesmo no centro de Lisboa, foi o local es-
colhido para os acolher. Como blogger de
moda, não pude deixar de estar presente!
O evento foi organizado por dois bloggers
de moda, Sara Mangeon e Pedro Portela,
cujo objectivo foi reunir e aproximar os
bloggers num local físico, onde todos pu-
dessem partilhar a mesma paixão: a moda.
O evento contou com a presença de mais
de 100 bloggers de todos os cantos do país
e foi marcado por 4 palestras, iniciadas
pelos testemunhos de Mónica Lice do blog
“mini-saia” e Susana Marques do blog “The
Stiletto Effect” sobre o seu percurso e ex-
periência como bloggers profissionais. De
seguida, Paulo Faustino, autor do livro
“De desconhecido a pro-blogger”, apresen-
tou algumas dicas práticas de como gerar
dinheiro com o blog (para os interessados)
e, por último, Pedro Crispim falou do seu
percurso como modelo, stylist, e personal
adviser, e deu-nos a conhecer o seu projec-
to mais recente: o “Atelier Styling Project”
que oferece uma série de cursos profissio-
nais e workshops na área.
por Cátia Marqueshttp://behindcatiseyes.blogspot.pt/
02/2012
Assistimos a tudo ao sabor do vinho
"Bastardo” e os nossos looks foram capta-
dos pela objectiva da fotógrafa Sofia Quin-
tas da “Foi Assim”.
Foi sem dúvida uma experiência
agradável! Pessoalmente, acho este tipo de
eventos muito interessante pois permite-
nos conhecer as pessoas que estão por de
trás dos blogs que lemos frequentemente
e ao mesmo tempo dar-nos a conhecer
novos blogs e estilos muito inspiradores
que por lá passam.
Inicialmente, o objectivo dos organiza-
dores era tornar o evento anual mas este
foi de tal forma um sucesso que ponderam
já realizar a próxima edição em Setembro
deste ano e não apenas em Fevereiro do
próximo ano.
Tudo indica que este evento veio para
ficar, e com ele a importância acrescida
à moda em Portugal através dos bloggers
já que, segundo Pedro Crispim, “naquela
sala estavam, não somente bloggers Portu-
gueses, mas muitos dos futuros profissio-
nais da indústria de moda...”.
108 – 109 | rtro
Urban Sketchers em Lisboa
desenhando a cidade
Autor: Eduardo Salavisa
Editora: Quimera
Ano: 2011
O prazer da arte de desenhar uniu cerca de duzentas pes-
soas de mais de vinte países na cidade de Lisboa com o
único intuito de desenharem e falarem sobre desenho.
Dezoito espaços no Chiado e zonas envolventes foram
objecto da observação e do registo por parte destes apa-
ixonados, que usam o caderno como suporte para este
tipo de desenho de observação. O livro é o resultado des-
sa troca de experiências.
Ler
ir...
BARCELOS Música
O quê? La La La Ressonanc Quando? 21 de Abril Onde? Claustro da Câmara Municipal de Barcelos
BRAGA
Cinema
O quê? Festival Fast forward Quando? 21 de Abril Onde? Velha-a-branca e Theatro Circo
GUIMARÃES
Exposição O quê? Missão Fotográfica: Paisagem Trangénica Quando? Até 19 de MaioOnde? Palácio Vila Florpor Ana Dias
112 – 113 | rtro
Ver
We Bought a Zoo
Realização: Cameron Crowe
Ano: 2012
Género: Comédia/Drama
we Bought a Zoo é um filme para ver em família, inspirado
nas memórias de Benjamin Mee, realizado por Cameron
Crowe. É um filme com factos verídicos, em que um pai de
família (Matt Damon) decide começar de novo as suas vid-
as, após ter passado um momento delicado: o falecimento
da sua esposa. Não só tem de lidar com o luto, mas tam-
bém com a revolta do filho mais velho Dylan (Colin Ford),
com quem tem uma relação um pouco conturbadora com a
doce e pequena Rosie (Maggie Elizabeth Jones). Decididos
a ter uma vida nova, mudam-se para um zoológico em pés-
simo estado de conservação que, com a ajuda dos trabal-
hadores do zoo, como Kelly Foster (Scarlett Johansson),
tentam fazer com que o local retome ao seu esplendor, já
desaparecido. Se é amante de um bom drama/comédia fa-
miliar aconselho a ver este filme, não só pela mensagem
que o realizador quer transmitir ao espectador mas tam-
bém pelo grande elenco que tem. É um típico filme que nos
faz fazer pensar sobre as lições da vida e sobre as relações
de uma família; só a história em si já nos prende a atenção.
Além disso, é um filme com belas paisagens, capazes de
cortar a respiração e de fazer sentir várias coisas de uma só
vez. Mas, como sempre, os filmes quando se baseiam em
factos verídicos, sofrem umas pequenas transformações,
justificadas, pois, se não houvesse esse tipo de modifi-
cações, teríamos um filme muito “maçudo”.
por Joana Fernandes
Ler.Ver.Ouvir.Ir...
Ouvir
Born to die
Musico: Lana del Rey
Editora: Universal
Ano: 2012
Controverso, o álbum apresenta 15 faixas que exploram
a cantora como uma personagem sensual inspirada nos
anos 60. Fugindo da trivialidade presente em boa parte da
música pop actual, Lana Del Rey refugia-se num som com
contornos épicos, sonoridade depressiva e melancólica,
mas ao mesmo tempo com uma insuspeita felicidade. Com
este álbum mostra que sabe fazer algo na linha indie pop,
com arranjos orquestrais bem produzidos.
PORTO
Exposições
O quê? Massa Falhada, de André AlvesQuando? Até 3 de Março Onde? Galeria Dama Aflitawww.damaaflita.com
Música
O quê? The Magnetic FieldsrQuando? 1 de MaioOnde? Casa da Musica
O quê? Russian Circles +Deafheaven Quando? 12 de MaioOnde? HardClub
Teatro
O quê? A Farsa da Rua WQuando? 27 a 29 AbrilOnde? Teatro Carlos Alberto
Exposições
O quê? 250 Anos de Imprensa Literária Quando? Até 30 de AbrilOnde? Museu Nacional Da Imprensa
VILA NOVA DE FAMALICÃO
Música
O quê? B FachadaQuando? 28 de AbrilOnde? Casa das Artes
VILA NOVA DE GAIA
Música
O quê? Festival de Jazz eBlues de GaiaQuando? 27 e 28 de Abril Onde? Gaia Municipal Auditorium
por Ana Dias
114 – 115 | rtro
vspor Ana Rodriguestoroseparade.blogspot.com
1
2
3
4
Chic
Wishlist
1Acne, 834€
2Alexander Wang, 225€
3Acne, 158€
4Maison Martin Mar-
giela, 395€