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magazine Nº 15

rtro 15

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Nº 15 Rtro Portuguese Fashion & Lifestyle Magazine, Revista de Moda & Lifestyle Portuguesa

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rtro

magazineNº 15

rtro

mag

azin

eEditorial

Eis que Abril chega, meio solarengo, meio chuvoso. Uma indecisão que nos invadirá assim que chegar a hora de escol-hermos como interpretar o próximo Inverno. Afinal, Março e os seus infindáveis desfiles nas capitais da Moda trouxeram-nos um leque de possibilidades infinitas. Possibilidades que in-cluímos na edição deste bimestre, para que se tenha uma ideia abrangente do que abalou Paris, Milão, Londres e Nova Iorque. Não nos esquecemos, contudo, dos palcos nacionais: a nossa Lisboa e o nosso Porto, e os seus cada vez mais proeminentes Moda Lisboa e Portugal Fashion. Mas a Moda não acaba na roupa, o que nos levou a incluir uma rubrica de decoração de interiores, que poderão espreitar mais à frente. Tivemos ainda a oportunidade de entrevistar a blogger Mónica Lice, do conhecido blogue “mini-saia”. Blogues que assumem uma importância de tal modo notória, que levam à organização de eventos onde se juntam bloggers de Moda de todo o país. Foi o caso do Fashion Bleeting, cujo testemunho encontrarão nas nossas páginas.

Ainda olhando para trás e revendo o que Março nos trouxe, seleccionámos o melhor da Moda dos Óscares.

Numa era em que o digital se instala confortavelmente no nosso quotidiano, questionámos o lugar da Televisão nos nos-sos dias. E numa civilização que se alimenta de imagens como as crianças de doces, olhámos um pouco para o fenómeno dos vídeoclipes e o seu impacto na indústria musical.

Se os vossos sentidos se encontrarem subitamente inebri-ados, é porque esta RTRO cheira a Opium, uma fragrância que revisitámos. Ou isso, ou será o olhar magnético de Baptiste Giabiconi que vos perseguirá na leitura da revista.

Estas são apenas algumas das propostas da casa RTRO para Abril/Maio. Sem passerelle, sem estilista principal, sem aplausos no fim. Apenas a certeza de que a paixão cobre todas as páginas como um manto de veludo e sonhos.

Boa leitura!

Margarida CunhaEditora

rtro

mag

azin

e

EditoraMargarida Cunha

RedactoresAdriana Couto

Ana DiasAna Rodrigues

Catarina OliveiraCátia Marques

Joana FernandesJoana VilaçaJosé Pinheiro

Liliana FerreiraMargarida Cunha

Mónica DiasPatricia SilvérioPedro ResendeSílvia Cardoso

FotografiaCatarina Oliveira

PaginaçãoManuel Costa

Ana Dias

Modelo CapaAna Oliveira

rtrostaff

A rtro está sempre à pro-cura de modelos, fotógrafos,

stylists, maquilhadores, designers, que queiram

colaborar, expor os seus tra-balhos, se achas que tens o que é preciso contacta-nos

para o nosso email.

www.rtromagazine.com [email protected]

Jovens TalentosSilvestre Sil

Smells likeOpium

Índice Color meCoral

It boy!Baptiste Giabiconi

Focus on Designerbest sunday dress®

Blogger Chatthegirlchic.com

6 16

60

12

It girl! Clémence Poésy

64

104

Raf SimonsThe last show at Jil Sander

5654

T-shirts Estampadas

94BonecaShowroom

98Fashion Bleeting

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Moda Lisboa & Portugal Fashion

ID Valuesfor the gentleman

Vídeoclipes Que papel desempenham na índústria musical?

Svart Støy

Semanasda Moda

34 50

68 80

Ler. Ver. Ouvir. Ir...

112

22 44

WishlistChic vs Cheap!

116

TelevisionY U rule the nation?

Óscaresfashion review

74Houseclear and

minimalist

90

por Sílvia Cardoso www.laissezmoi.blogspot.com

bEst sunday drEss®

Focus on

Designers

O Domingo deixou de ser chato

6 – 7 | rtro

Focus on Desingers

“E ao sétimo dia descansarás”, diz-nos a Bíblia. Eu digo que o sétimo dia ganhou todo um novo sig-nificado e dimensão, cunhado por modernidade e sofisticação através da emergência da marca “best sunday dress®” que inaugura o Focus on Designer falado por novos talentos em Portugal.

Nasceu em 2010 pelas mãos da Paula Valé-

rio Marques mas o grande empurrão foi

dado no início deste ano. Quem as veste

é a mulher citadina: a que trabalha ou vai às au-

las, anda de metro e lancha com as amigas e quer,

em qualquer ocasião, estar confortável sem que

isso signifique cair na vulgaridade ou no desleixo.

A Paula conta-nos que “quis ter uma marca que

definisse e transmitisse” o seu “ponto de vista es-

tético” e nós sabemos que não é só pela roupa que

isso acontece. Daí trabalhar em colaboração com

uma designer responsável por toda a imagem

gráfica e comunicação da marca.

Numa altura em que se fala em desenvolvi-

mento sustentável, é importante lembrar que ele

também passa pela moda. Não é por acaso que na

confecção das roupas da ”best sunday dress®” são

utilizadas malhas orgânicas com fibras naturais

e respiráveis que, para além de protegerem o am-

biente, ainda têm melhor qualidade. Quem não

quer ser fashionably conscious?

O ano tem quatro estações mas as colecções

lançadas não as acompanham. Para manter a in-

dividualidade e a noção de exclusividade cada vez

que é comprada uma peça, são criadas edições lim-

itadas ao longo do ano. A Primavera trouxe-nos a

“mineral blooms” embrulhada, como nos descreve,

“num design limpo, linhas rectas e fluidas, cortes e

acabamentos em bruto, numa palete de cores de

branco, cru , vermelho cereja, cinza e preto”.

É 100% portuguesa mas pode andar pelo

mundo. Em breve, todas as colecções estarão dis-

poníveis para venda nacional e internacional na

loja on-line que mora neste endereço:

bestsundaydressclothing.com.

Nunca foi tão bom ser sunday.

8 – 9 | rtro

Focus on Desingers

por Catarina Oliveiraqatch.wordpress.com

Color me

Coral foi a cor escolhi-da para esta edição da RTRO. Não é apenas

uma mistura entre rosa e laranja. É um apelo ao calor, à frescura e aos sorvetes. É uma cor tão rica que não poderia ficar de fora.

12 – 13 | rtro

Oficialmente tendência para 2012,

coral está em todo o lado. Nos acessórios,

blusas, vestidos, saias, sapatos... É uma

cor que liga muito bem com transparên-

cias e tecidos bastante finos, marcando

a posição na estação primaveril. O de-

safio está, não só na forma de combi-

nar, mas também na definição desta cor.

Variando entre uma tonalidade mais

rosada e outra mais forte, podemos

definir coral como algo que atrai boas

energias. É forte e convidativa ao dina-

mismo. Não é de certeza uma cor calma.

Coral pode ser à partida associada a

algo tropical. Há inclusive corais desta cor

nas águas do mar. É uma cor feminina e vi-

brante, que cria dramatismo sem se sepa-

rar da delicadeza (proveniente dos tecidos,

por exemplo). O ideal é associá-la com

pastéis, por exemplo, para criar efeito de

color blocking ou com branco, para quem

não quiser soar demasiado arriscado. No

entanto, os designers modernos levam

esta cor a um patamar acima: conjuntos

totalmente em coral. É o caso das fantás-

ticas sugestões de Jill Stuart e Christian

Siriano para esta estação, como se vê nas

imagens.

Acima de tudo tem um potencial des-

contraído que não devemos ignorar. O im-

portante é ter pelo menos uma peça desta

cor no armário e começar já a vestir, pois o

calor está a bater à porta! c

Color Me

Coral

Antes

1 Christian Siriano - Primavera/Verao 2012

Aqui

2 Jill Stuart - Primavera/Verao 2012

3 Sugestões Coral

inlovewithfashion.com

topshop.com

thierry lasry net-a-porter.com

vincecamuto.com

missselfridge.com

proenzaschoulerwww.forwardforward.

com

jill sandernet-a-porter.com

wallis.co.uk

14 – 15 | rtro

Blogger Chat

www.THEGIRLCHIC.COM

O T heGirlC hic é um espaço arejado, como se alguém tivesse

lá aberto uma janela enorme com cortinados brancos a

esvoaçar e a deixar entrar um dia luminoso. É assim que o

vejo, na primeira pessoa, enquanto fã deste blogue. É arrumado, é

inovador e realmente chic na sua simplicidade. Assim o é a autora:

uma loura cheia de pinta. Diz-se simples e metódica mas sonha

com a lua que é para onde o caminho a leva, aos poucos e aman-

do sempre muito. O lema do blogue e da vida falam em uníssono:

“conhecer, amar e sonhar ”. Na cabeceira, tem Fernando Pessoa e

o “Livro do Desassossego”, desassossego esse que transporta para

a vida que a inquieta pela sociedade em que está inserida. Veste,

essencialmente, preto mas a viagem preferida é Cuba, aquele país

cheio de cor. 2012 a 2022 viverá a década dos 30 precedida por uns

20 em pleno e empacotada em novos desafios. L adies and gentlemen,

a ver y chic g irl !

Who’s that girl?por Sílvia Cardoso www.laissezmoi.blogspot.com

16 – 17 | rtro

Descreve-nos a GirlChic que ainda não conhecemos.

Sou uma rapariga simples, com um rosto normal e uma vontade de conquistar o mundo, só isso. A personalidade e os desejos estão latentes no blo-gue, o resto por enquanto é meu e privado. Acho que lá só não mostro o rosto. Sinceramente acho as minhas costas mais interessantes, deixam margem para imaginação! Durante algum tempo achavam que era morena, é giro isso, haver imagens mentais de ti, baseadas apenas naquilo que escreves.

“Serei sempre uma eterna sonhadora, que fez replay a muitos filmes com finais felizes. Tento construir o meu percurso feliz, uns dias mais empenhada, outros mais a deixar o tempo fluir.”

O teu primeiro post foi em Outubro. Disseste “back for business”. Meses depois, tens qua-se 600 seguidores e milhares de visitas no contador. Esmagada pelo sucesso?

Não considero sucesso mas percurso. Foi tudo um processo gradual e normal marcado por uma in-terrupção. Eu disse “back for business” porque já tinha cá estado mas a verdade é que não tive cora-gem para continuar. Por isso já devia ter uns 200 visitantes dessa prévia incursão neste mundo.

Esse passado faz com que não me leve muito a sé-rio. Costumo dizer que sou uma rookie e que blog-gers são aqueles que têm blogues que já levam mais que 12 meses disto, que resistem independente-mente das circunstâncias.

Quem te acompanha há mais tempo sabe que os símbolos do teu blogue significam “conhe-cer, amar e sonhar”. É neste sentido que con-duzes a tua vida?

Sempre. Uma vez escrevi no blogue “só tenho uma oportunidade de viver cada dia, porquê ficar pelo céu se posso ir à lua?” E na verdade acho que só conseguimos ir à lua se sonharmos com ela, se amarmos o suficiente para termos o combustível necessário, e se conhecermos para sabermos o ca-minho. Serei sempre uma eterna sonhadora, que

fez replay a muitos filmes com finais felizes. Tento construir o meu percurso feliz, uns dias mais em-penhada, outros mais a deixar o tempo fluir.

Tens o blogue dividido por categorias e fazes mental maps semanalmente. É como se per-corrêssemos uma linha de metro só tua: or-ganizada mas com paragens que podem levar ao desconhecido. Também já me disseste que gostas das coisas planeadas. Nessa organiza-ção há improbabilidade?

Devo confessar que pouca. Sou tradicionalmente metódica, organizada. Os mental maps estão a reve-lar-se uma verdadeira obsessão para me organizar, permitem-me analisar as semanas, tirar sumo desta incursão na blogosfera e principalmente ajudam-me a sintetizar. Acho que vou gostar muito de os ler da-qui a um tempo. São textos egoístas e muitas vezes resultado de pensamentos anotados no iPhone.

Como evoluiu o teu estilo? Qual foi o teu pior fashion mistake?

Para o mundo, devo ter tido muitos. A identidade é um caminho progressivo, que se conquista através de experiências. E eu, como qualquer outra pessoa, passei por várias fases, até me começar a definir. Mas no fundo eu não acredito muito em erros, há pessoas que têm a capacidade de vestir os erros mais icónicos e estarem simplesmente incríveis. Eu certamente que não estive sempre incrível, mas sempre assumi aquilo que vestia. Tenho que gostar. Não visto, nem uso algo em que não me reveja.

“A identidade é um caminho progressivo, que se conquista através de experiências.”

O que torna uma girl, chic?

Atitude, personalidade, timing e empowerment! Esqueçam o resto! Podes vestir uma t-shirt bá-sica e umas calças rasgadas e ser mais chic que alguém que veste Chanel head-to-toe! Acredito muito nisto. Mas sem nunca esquecer o contex-to – onde? quando? com quem?.

Blogger Chat

“Não gosto de ir a um blogue e ler press-releases, são como as playlists da rádio, retiram qualquer criatividade que possa existir no locutor e não dei-xam que nasçam coisas novas.”

O que é que gostas mais e menos na blogosfera em Portugal?

Prefiro não fazer muitos juízos de valor sobre a blogos-fera, porque conheço uma fracção pequena. Na maior parte das vezes são espaços pessoais, e quem sou eu para criticar isso? Mas quando pensei em voltar a isto, pensei sempre que se alguém clicasse no meu blogue, pelo menos devia ler algo novo e ver uma imagem preparada para ali. Claro que pontualmente também agrego conteúdos mas tem que haver alma por trás. Sejamos sinceras, agregadores de conteúdos há mui-tos e profissionais. Por isso, o TheGirlChic tem que acrescentar um ponto. Não sei se acrescenta, espero que sim, tento que sim. Não gosto de ir a um blogue e ler press-releases, são como as playlists da rádio, reti-ram qualquer criatividade que possa existir no locutor e não deixam que nasçam coisas novas.

Descobriste alguma coisa sobre ti desde que começaste o blogue?

O TheGirlChic principalmente deu-me um espaço novo, onde posso ser mais criativa e menos presa a dogmas sociais. É fácil aos 30 anos sermos influen-ciados e às vezes usar óculos opacos em relação à realidade, e o mesmo em relação à moda. Precisava disto, apenas para me expressar sem objectivo al-gum. Sabes, sou uma pessoa que define muito fa-cilmente objectivos e os torna metas alcançáveis, e isso é cansativo, às vezes é preciso ter algo em que não se pensa, age-se. Acho que no blogue não pen-so, escrevo. Acabo por ser mais sincera. E às vezes oiço críticas interessantes sobre a minha escrita, logo eu que sempre achei que escrevia mal.

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Quais são as tuas fontes de inspiração?

No dia-a-dia inspira-me o amor, a paixão e a de-dicação. Sou daquelas pessoas que acredita que se morre por amor. Isso inspira-me a querer chegar aos 90 anos com a sensação de ter amado muito, não me quero perder na rotina.

Na moda inspiram-me as pessoas com atitude, Kate Lanphear no mundo editorial e por exemplo Angelica Blick na blogosfera.

Hoje em dia, optas, maioritariamente, pelo pre-to e pelos tons neutros. Vem aí o Verão. Conti-nuarás no modo “Did you say black again?”

Sempre fui uma pessoa de preto. Herdei da mi-nha mãe. Trata-se de uma opção inteligente, para alguém que se cansa muito facilmente de tudo o que tenha padrões ou cor. O preto sou eu, sempre fui! Sou muito básica e não arrisco muito em co-res e padrões, arrisco sim em acessórios e sapatos. Aí gosto de um pouco de extravagância. Assumo muito as skinny pretas, com uma camisa ou uma t-shirt preta, um bomber e uns saltos bem arrisca-dos. “Simple yet edgy” - sinceramente se tivesse que me enquadrar era aí. De qualquer modo não gosto de rótulos e prefiro pensar que o meu estilo sou eu, e que não se define.

Mas haverá sempre espaço para cor naquilo que vis-

to. O Verão passado teve muito de fluo e até pastel.

Com tanta profusão este ano, não sei se conseguirei

vestir tanto. Apesar de não me limitar por tendên-

cias, confesso que gosto de novidades, e aquilo que é

tendência raramente é novidade. Não sou nenhuma

hipster mas simpatizo com o conceito.

Coisas banais. Qual é a tua viagem, música, filme, comida do momento?

A minha viagem preferida vai ser sempre aque-la que me leva à minha verdadeira casa. Quando vejo a placa Alentejo, sinto que é ali que pertenço.

Mas respondendo mesmo à tua questão e sequen-cialmente: Cuba, Foster The People - Pumped Up Kicks AllSaints Basement Sessions, José e Pilar, Salada de rúcula, requeijão e salmão, com pão a acompanhar (tenho o pão nos genes).

Andas a ler o “Livro do Desassossego”. Queres partilhar um verso connosco? E dizer-nos o que te desassossega?

O que me fascina mais no “Livro do Desassossego” é que Pessoa, por Bernardo Soares, escreve-nos trechos que podiam ser ditos hoje. A actualidade é incrível. "Quando nasceu a geração a que perten-ço, encontrou o mundo desprovido de apoios para quem tivesse cérebro, e ao mesmo tempo coração. O trabalho destrutivo das gerações anteriores fi-zera que o mundo, para o qual nascemos, não ti-vesse segurança que nos dar na ordem religiosa, esteio que nos dar na ordem moral, tranquilidade que nos dar na ordem política. Nascemos já em plena angústia e a verdade é que lhes tenho dado pouca atenção!”.

“Na moda inspiram-me as pessoas com atitude, Kate Lanphear no mun-do editorial e por exemplo Angelica Blick na blogosfera.”

Sou desassossegada por natureza. Acho que a mi-nha alma é inquieta. Desassossega-se por coisas boas mas também por aquilo que precisa de mudar.

Blogger Chat

A sociedade inquieta-me muito. Perdemos tempo a discutir vírgulas e não olhamos para o conteúdo, para os ideais. Vivemos muito com base em ideias pré-estabelecidas. Por exemplo, desassossega-me muito os direitos femininos. Não acredito, nem compactuo com nada que não tenha fundamen-tos de igualdade. E isso não quer dizer que queira mulheres à semelhança de homens (muito menos quotas), nada disso, apenas as mesmas oportuni-dades. Chateia-me que tudo o que tenha uma fe-minilidade associada seja considerado fútil. Acho que isso comprova o quão machista é a sociedade em que vivemos, o que muitas vezes começa nas mulheres e no papel a que se delegam. Temos que mudar. Chateia-me que sejam passos tão pequenos os que se dão, mas chateia-me mais que sejam tão pouco valorizados.

Balanço dos 20 e desafios para os 30! Quero que me contes tudo.

Cada ano que vivi entre 2002 e 2012 conquistei muito. Considero-me uma privilegiada em muitos

aspectos mas também trabalho muito por alcançar o que quero. Sinto-me realizada mas sempre com aquela sensação a dizer-me que me falta qualquer coisa. É isso que me faz vibrar. Durante os 30, que-ro ter a coragem para prosseguir à procura do que me falta (ainda), não ceder à rotina, e claro conti-nuar a querer ir à lua diariamente. Quero trabalhar por fazer quem me rodeia sentir-se especial, trans-mitir boas vibrações, ser cada vez mais confiante e principalmente deixar o tal improviso entrar, dei-xar levar-me ao sabor do vento quando for preciso.

A revista chama-se RTRO. Que conceito atri-buis à palavra “retro”?

Inspiração versus saudosismo. A favor do primei-ro e renitente sobre o segundo. c

“A sociedade inquieta-me muito. Per-demos tempo a discutir vírgulas e não olhamos para o conteúdo, para os ideais. Vivemos muito com base em ideias pré-estabelecidas.”

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por Margarida Cunha

Fotografia Catarina OliveiraStyling e Maquilhagem Cátia Marques

Modelo Ana Oliveira

Television,Y U rule the nation?

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Television, Y U rule the nation?

24 – 25 | rtro

“Television! Teacher, mother, secret lover”.

Trata-se de uma mítica afirmação de Homer

Simpson, patriarca de um clã que dispensa

apresentações. De facto, um estudo con-

duzido pela Ofcom (a autoridade britânica

independente para a regulação dos media),

e que foi divulgado em 2011, concluiu que

44% do público em geral (dos 16 aos 64 anos)

sentiria mais falta da TV do que da Internet

(17%), caso lhe fossem retiradas. Por outro

lado, um inquérito levado a cabo este ano

pelo Boston Consulting Group perguntou aos

internautas de que estariam dispostos a ab-

dicar para se manterem ligados. Na primeira

posição surgiu o chocolate, com 77% dos vo-

tos, seguindo-se o álcool (73%), o café (69%)

e, por último, o sexo (21%) (durante um ano).

Afinal, o que nos prende tanto ao ecrã?

Quando a “caixinha mágica” surgiu em

meados da década de 20 – e como é expec-

tável no aparecimento de algo novo – poucos

a conheciam e lhe tinham acesso. Teríamos

de esperar até ao final da década de 40 para

assistir a uma revolução no mercado. Já nos

anos 50 surge a televisão a cores. Não foi

preciso mais do que isso para que, em 1954,

se tornasse na maior plataforma mediática

a difundir publicidade. A sedução da fusão

das componentes áudio e visual tornou-se

evidente, embora a sua recepção não fosse

consensual. Pensadores como Arnheim afir-

maram que “a televisão é um novo e rigoroso

teste para a nossa sabedoria”.

Já a Escola de Frankfurt, popularizada

por Adorno e Horkheimer, defendia que os

mass media (de que a TV era expoente máx-

imo) eram instrumentos de poder usados

para manipular e alienar a população. Com

efeito, ver televisão é uma actividade de re-

duzida exigência: basta observar e absorver

os conteúdos que desfilam perante os nossos

olhos; o estímulo mental é escasso e o efeito

Television, Y U rule the nation?

26 – 27 | rtro

Numa era que alia os valores do individualismo à democratização das ferramentas tecnológicas, es-tar calado é uma carta fora do baralho.

Television, Y U rule the nation?

é imediato: tudo à volta desaparece e os prob-

lemas da realidade parecem-nos subitamente

tão longe. Um potencial de tal modo poderoso

que justifica a hegemonia da televisão relati-

vamente a outros media e que se manteve ina-

balável até há bem pouco tempo. Afinal, o que

pode ser melhor do que uma plataforma audi-

ovisual que nos entretém e informa? Simples:

uma plataforma audiovisual que faça tudo isso

e ainda permita a nossa participação – bem-

vindos à era da Internet. Com a chegada da era

digital, as massas já não têm de assumir um

papel meramente passivo, podendo contribuir

activamente para a produção de conteúdos.

Um exemplo dessa participação é precisa-

mente o revolucionário canal YouTube, surgi-

do em 2005. Segundo Jean Burgess e Joshua

Green, esta plataforma possibilitou o surgi-

mento de vídeos amadores, tornando o utili-

zador em produtor e realizador de conteúdos.

Uma vez dotado da capacidade de intervir

e orientar as suas escolhas mediáticas, o inter-

nauta dificilmente abdicaria dessa prerrogativa.

Tal levou a que muitos preconizassem o fim da

TV, desconhecendo o seu voraz instinto de so-

brevivência. Algo de que as cadeias televisivas

e os gigantes da comunicação rapidamente se

aperceberam. Como tal, não demorou muito a

28 – 29 | rtro

que a TV mostrasse as suas capacidades ad-

aptativas: agora, não só é possível assistir aos

programas da nossa eleição, como nos é per-

mitido interagir com os mesmos – seja através

de chamadas telefónicas, emails, SMSs ou

comentários nas redes sociais, podemos par-

ticipar em concursos, votações ou expressar

a nossa opinião. Numa era que alia os valores

do individualismo à democratização das ferra-

mentas tecnológicas, estar calado é uma carta

fora do baralho. Características que a televisão

soube ler para criar novas estratégias. Com a

TV interactiva, podemos escolher ângulos,

comprar filmes, gravar e/ou rever programas

e até, mais recentemente, criar o nosso próp-

rio canal. Uma outra estratégia da inteligência

televisiva prende-se com o desenvolvimento

da televisão em dispositivos móveis – a mobile

TV. Nada melhor do que poder acompanhar as

actualizações dos nossos conteúdos favoritos

ao minuto, enquanto estamos no comboio.

Tudo isto sem termos de batalhar pela posse

do comando da TV.

De facto, a televisão com que muitos de

nós crescemos – que se limitava a repro-

duzir conteúdos para nossa absorção pas-

siva – pode estar bem perto do fim. Mas

subestimar a capacidade de adaptação da

plataforma mediática mais influente da

História seria ingénuo. Afinal, ainda que

abominemos a qualidade dos seus conteú-

dos, muitos de nós continuamos a não dis-

pensar o barulho de fundo, a companhia que

proporciona. O que talvez explique que, nos

EUA, mais de 80% da população que possui

um smartphone ou tablet afirme já ter usado

esses dispositivos enquanto via TV. Como

afirmava a dupla electrónica francesa Daft

Punk na música com o mesmo nome, “tele-

vision rules the nation”. E o que é um smart-

phone ou um tablet senão uma reprodução

em miniatura de uma caixinha mágica só

nossa, com que podemos interagir? c

Television, Y U rule the nation?

E o que é um smartphone ou um tablet senão uma reprodução em miniatura de uma caixinha mágica só nossa, com que podemos interagir?

Television, Y U rule the nation?

32 – 33 | rtro

por Margarida Cunha

Semanas da ModaUm bilhete de ida para a Estação Fria

34 – 35 | rtro

Março e Setembro são meses tradi-

cionalmente preenchidos. As Se-

manas da Moda de Nova Iorque,

Londres, Paris e Milão chegam em todo o

esplendor, materializando projectos, visões

e conceitos criativos de meses e até anos.

Março de 2012 não foi excepção e revelou

ao mundo as propostas dos criadores para a

próxima estação fria. A RTRO resume aqui

as tendências que desfilaram nos principais

palcos mundiais e reserva ainda um olhar

para o que foi apresentado em Portugal.

Opondo-se à liberdade e fluidez das

estações quentes, as propostas de Outo-

no e Inverno colocaram a tónica em looks

escuros, reservados e muito sóbrios. É o

caso de Givenchy, que pautou as suas cri-

ações por um estilo gótico. Presentes es-

tiveram também apontamentos militares,

que protagonizaram outras passerelles. O

rigor do frio inspirou alguns criadores a

apostarem em materiais mais aconche-

gantes, tais como Dior e os seus casacos

com muito pêlo, e o doce toque do veludo

que marcou algumas criações Gucci. Gu-

cci que apresentou o seu dark side numa

paleta onde predominaram a cor de vinho,

o preto ou o verde musgo. Já Alberta Fer-

retti apostou forte no preto, enquanto a

casa McQueen abusou do pêlo nas golas e

nas mangas. Criações pouco discretas que

se traduziram em vestidos muito folha-

dos e vistosos, em looks que muitos dizem

invocar Lady Gaga. Mas nem todas as in-

terpretações do Outono/Inverno foram

rigorosas e sóbrias. Uma das protagonis-

tas da estação foi a cor laranja. Foi a eleita

de nomes como Carolina Herrera – que a

usou em vestidos conjugados com luvas

pretas – ou Prada, que optou por looks

totais compostos por casacos apertados

Semanas da Moda

36 – 37 | rtro

Semanas da Moda

e calças curtas. Já Blugirl brincou com o

vermelho e azul nas suas propostas. Azul

que, ainda em Milão, surgiu na passerelle

Cavalli, a que se juntaram os bordados e os

casacos em pele. Mas se o tema é bordados,

falemos de Balmain. A casa desfilou verda-

deiras obras de arte, peças protagonizadas

por grandes bordados florais e brocados.

Subitamente o Inverno transforma-se

numa estação risonha e refinada! Por mo-

mentos, foi possível esquecer a crise e es-

capar para um universo em que o luxo e a

riqueza dos pormenores dominavam. Um

conceito adoptado igualmente por Dolce

& Gabbana. Para além das peças em preto,

adornadas por complementos angelicais e

em pérola, a dupla italiana de criativos en-

cheu as passerelles de flores, ao torná-las

nas protagonistas das suas criações. Estas

marcam forte presença em bordados nos

vestidos, bem como saias e casacos, acom-

panhadas por grandes brincos e malas

(também elas em flor). Um look romântico

que vai até aos sapatos e que confere à es-

tação fria uma outra leveza. Interpretação

que contrasta com a viagem de comboio

que nos propõe Louis Vuitton. Em looks

clássicos e burgueses, a casa francesa apos-

tou no look de viagem e fez desfilar ma-

las e sacos de todos os tamanhos e feitios,

sempre complementados por chapéus. Às

modelos competia apenas o papel de desfi-

lar a roupa, sendo que os funcionários, al-

guns passos atrás, carregavam a bagagem.

Já por sua conta, Marc Jacobs tornou os

chapéus nos grandes protagonistas da sua

colecção. De várias cores e feitios, mas so-

bretudo em materiais confortáveis como

o pêlo e o veludo, o criador certificou-se

sobretudo de que eram grandes e vistosos.

38 – 39 | rtro

Houve ainda criadores que apostaram

numa abordagem minimal. Foi o caso de

Giorgio Armani, que optou por um mascu-

lino chique de cortes simples e calças cinza.

Também Diane Von Furstenberg enveredou

pela elegância e sobriedade no corte e nas

combinações, relegando a criatividade para

as clutches. Estas tomaram a forma de peças

de dominó e relógios ou apareceram lisas

com lábios desenhados em relevo. A tendên-

cia lady like também se fez notar pelas mãos

de Lagerfeld ou Victoria Beckham, que opta-

ram por peças seguras, em looks sóbrios e

pouco reveladores. Se a casa francesa Chanel

decidiu ocultar as pernas com vestidos com-

pridos ou tailleurs por cima de calças, a ex-

Spice Girl desenhou vestidos monocromáti-

cos em azul, verde ou vermelho, apenas

atravessados ocasionalmente por uma ou

duas riscas pretas e com golas Peter Pan.

Semanas da Moda

40 – 41 | rtro

Duas das tendências de maior relevo

foram a cor verde esmeralda e a incor-

poração de jóias na roupa. Tendências

que Lanvin fundiu irrepreensivelmente.

A joalharia marcou presença quer a solo

(em colares), quer incrustada nas peças,

conferindo à colecção um requinte que

merece todo o destaque.

Felizmente, as interpretações da estação

fria são muitas e o leque de opções bastante

alargado, não se confinando ao estereótipo

de Outono e Inverno escuros, tapados e

rigorosos. Felizmente, a Moda soube voltar

às origens e fazer aquilo em que sempre se

destacou: a capacidade de nos levar para

qualquer lado sem termos de pertencer a

parte alguma. c

36-37

Givenchy

Gucci

Christian Dior

Alexander Mcqueen

38-39

Carolina Herrera

Prada

Balmain

Dolce & Gabbana

Cavalli

Louis Vuitton

40-41

Marc Jacobs

Diane Von Furstenberg

Giorgio Armani

Victoria Beckham

42-43

Lanvin

Semanas da Moda

42 – 43 | rtro

Moda Lisboa & Portugal Fashion

por Margarida Cunha

Por cá, as principais tendências da estação também marcaram pre-sença, embora, geralmente, num

registo mais subtil. O que não impediu que os maiores eventos de Moda do país – o Moda Lisboa Freedom, que decorreu de 8 a 11 de Março; e o Portugal Fashion que, na sua 30ª edição, arrancou em Lis-boa e voltou à Invicta para os restantes 3 dias, preenchendo o calendário de 21 a 24 de Março – conferissem à paisagem cultural portuguesa um outro glamour.

Cor e Elegância à beira-mar plantadas

Na verdade, as interpretações dos cria-

dores foram múltiplas e até díspares, re-

flectindo as diferentes visões que desfila-

ram nas principais capitais da Moda. Se

Felipe Oliveira Baptista apostou em alguns

estampados em zebra e casacos com decote

em V acentuado, Carlos Gil privilegiou as

cores vivas, como laranja e roxo – laranja

que, recordemos, foi um dos protagoni-

stas da estação, tendo sido eleito por ca-

sas como Prada ou Carolina Herrera. Já

Luís Buchinho apresentou peças assimé-

tricas, como que recortes compostos de

diferentes materiais. Um dos nomes mais

internacionais da nossa praça, Fátima

Lopes – a quem coube abrir a conceituada

Semana da Moda de Paris – fez desfilar a

colecção “À flor da pele”. Desta constavam

vestidos e fatos femininos estampados, re-

cortados por apontamentos em pele e com

acessórios em vermelho (quase sempre

chapéus), em sintonia com os lábios das

modelos, sempre pintados dessa cor. Um

jogo de cores que nos transportou para o

Oriente. Já Susana Bettencourt, com a sua

“wEB – wide Entangled Being”, trouxe-nos

um Inverno que aposta no conforto, dando

prioridade aos estampados que jogam com

o azul e o vermelho, e os motivos étnic-

os. Mas foi com Teresa Martins e as suas

“Threads of Identity” que fizemos a viagem

mais multicultural. A estilista idealizou

um espectáculo que substituiu as modelos

por bailarinas, que apresentaram as cri-

ações ao som de “Hair” de Lady Gaga. Uma

fusão inesperada de cores e texturas que se

destina a “mulheres reais”.

Moda Lisboa & Portugal Fashion

46 – 47 | rtro

Destaque ainda para Katty Xiomara.

Acompanhando a tendência cada vez mais

visível de que ser geek é cool, a luso-venezue-

lana acrescentou óculos de armação preta

pintados à mão no rosto das modelos. Óculos

que complementavam um look sóbrio (cami-

sola/casaco e saia) em malhas confortáveis,

em preto ou cinzento, sempre rematado por

um cabelo apanhado em cima. A caracteri-

zação dos corpos e rostos marcou também a

interpretação futurista de Valentim Quares-

ma. No Moda Lisboa, abriu o dia 10 de Março

desfilando armações em metal no rosto das

modelos. Apontamento a que se juntaram

troncos pálidos como estátua. Numa abord-

agem igualmente sóbria mas menos rigorosa,

Filipe Faísca explorou uma paleta à base de

tons neutros como preto, creme ou branco,

sempre com luvas pretas. Um registo ele-

gante mas geralmente contido, à excepção de

uma ou outra peça mais transparente. Ainda

no interior de um registo mais sombrio, Ma-

ria Gambina recriou ora jogos de vermelho e

azul, ora looks em preto que nos recordaram

Rooney Mara em “The girl with the dragon

tattoo”. Combinações que exibiram uma ca-

beça sempre tapada, seja por lenços, chapéus

ou gorros. Destacamos, por último, Miguel

Vieira. Tendo-se proposto vestir o Fado, a

sua colecção pautou-se pela sobriedade. So-

bressaíram, assim, fatos elegantes onde

dominaram o preto e o cinza, muitas vezes

pontuados por pormenores militares e aten-

uados por sapatilhas; o guarda-roupa femi-

nino foi também abundante em preto, com

detalhes em pêlo nas golas ou nas mangas e

sapatos metalizados à frente.

Moda Lisboa & Portugal Fashion

Apostado em olhar para o futuro, o Por-

tugal Fashion não se esqueceu do Espaço

BLOOM – que descreve como “uma pas-

serelle informal onde a criatividade dos

novos talentos se traduz em performances

de moda plenas de ousadia e originalidade”.

O destaque concedido nos media in-

ternacionais aos maiores eventos de Moda

em Portugal é o reflexo de um fenómeno

que passou de discreto a obrigatório no

calendário. Seja pela afluência de pessoas

que produz, pelo street style que nesses

dias se parece libertar ou pelas criações em

si, com o Moda Lisboa e o Portugal Fashion,

Lisboa tem sem dúvida mais encanto. c

Antes

Felipe Oliveira Batista

Carlos Gil

Luís Buchinho

Fátima Lopes

Susana Bettencourt

Aqui

Teresa Martins

Katty Xiomara

Valentim Quaresma

Filipe Faísca

Maria Gambina

Miguel Vieira

48 – 49 | rtro

Vídeoclipes Que papel desempenham

na indústria musical?

Já há muito que os music videos representam uma parte da indústria musi-cal numa mistura de artes que influencia gerações.

por Mónica Dias

50 – 51 | rtro

À 1ª Arte, entendida como a arte do

som, segue-se a 2ª Arte, a da dança/ co-

reografia ou seja, a do movimento. É certo

que a música, por si só, é autónoma e con-

segue alcançar fronteiras. Já Ludwig van

Beethoven defendia que “a música é uma

revelação maior do que qualquer filoso-

fia”. Mas, se pudermos unir à audição a

emoção visual, juntamos-lhe um signifi-

cado, uma coerência entre as duas artes

que nos chama a atenção e nos prende

por alguns momentos. Os music videos

fazem exactamente isso: misturam estas

duas faculdades, alimentando fantasias,

influenciando estilos, chocando, lançan-

do tendências e tudo isso com o objectivo

único de dar um significado ao single que

está a ser promovido.

Os music videos podem então ser enten-

didos como um suporte visual. Um suporte

que hoje em dia é muito mais do que isso e

é tão importante como as músicas que apre-

sentam. Ao mesmo tempo que ajudam o

single a transmitir um significado ao espec-

tador, ajudam também o artista na criação

de uma identidade que o marca, distinguin-

do-o dos outros. É uma estratégia de mar-

keting que facilita em muito o aumento do

número de fãs e que faz com que estes an-

seiem não só o lançamento do single como

também o do videoclip, que hoje em dia já

não se limita aos 3 e 4 minutos e estende-

se por 15 ou mais para contar uma história.

São as necessidades da era digital em que

vivemos, necessidades que nós próprios fo-

mos estipulando com o passar dos tempos e

Music Videos

que não trazem só aspectos positivos. In-

felizmente, devido ao forte papel destes

vídeos e dos seus artistas na influência, e

por vezes até no lançamento de tendên-

cias, tem sido dada cada vez mais atenção

ao look e não tanto às aptidões artísticas

de quem os promove. No que respeita ao

factor look, as críticas foram elevadas à

mais alta fasquia sobretudo no mundo do

Pop. Podemos dizer que muitos artistas

desse género musical devem a sua carrei-

ra e reconhecimento aos videoclips que

lançaram, que prenderam a atenção de

milhares. Se não fosse isso, talvez mais

de metade das músicas que venderam

não teriam tanta adesão. O que começou

por ser uma forma de expandir a arte,

acabou por se tornar num jogo de “vamos

atrair as atenções para vender”. Os artis-

tas transformaram-se em produtos que

persuadem as emoções de cada um que se

deixa levar por utopias. Infelizmente, é

assim a sociedade de hoje mas, enquanto

existirem sonhadores, existirá sempre

quem se queira aproveitar deles. c

52 – 53 | rtro

por Pedro Resende

Smells like…

Opium!

F alar de perfumes é falar muito mais

da história de cada marca e mesmo

da humanidade do que alguma vez se

pôde imaginar. Prova disso é a capacidade

comunicativa que cada fragrância, nome ou

frasco possuem quando se associam ao seu

criador ou a um evento em particular. Que o

diga (ou dissesse) Yves Saint Laurent sobre

o seu Opium, que tanta polémica teve como

vendas ao longo dos anos. Lançado em 1977,

Opium foi talvez o nome mais pronunciado

de todos os que designaram as fragrâncias

da maison francesa, mas não pelos melhores

motivos. A ligação ao Oriente que o criador

expressou ao criar a fragrância trouxe me-

mórias de um passado que a China tentou es-

quecer. A dependência da população chinesa

da droga indiana trazida pelos britânicos, as

guerras que decorreram pelo mesmo motivo,

tudo recordações que a população do oriente

em geral tentou esquecer e que um ociden-

tal levantou de novo tão depressa quanto

abriu o frasco do seu novo perfume. E a po-

lémica surtiu efeito. O contrário! Em vez de

retirada conforme pretendido, as vendas da

provocatória fragrância dispararam sem se

perceber se pela qualidade, pela publicidade

ou pela provocação a um povo que ainda não

havia sido explorado na sua plenitude. Hoje,

Opium é já aceite e ostenta um status ine-

gável no campo da perfumaria. A novidade?

As campanhas. O destaque dado à fragrância

parece ser cada vez maior, e desta feita foi na

troca de rosto que incidiu a polémica, se as-

sim se pode chamar. Novo rosto e novo cor-

po, Emily Blunt (a eterna Emily de “O Diabo

Veste Prada”) dá, desde há uns meses, um

fulgor renovado a um perfume que fez diabo

um Yves Saint Laurent que, mais do que cria-

dor, se tornou lenda.

54 – 55 | rtro

por Ana Rodriguestoroseparade.blogspot.com

Raf Simons The last show at Jil Sander

Q uando vi o desfile Jil Sander Outono/inverno 2012 fiquei atónita. Dizia eu para mim

mesma: “Alguma vez conseguiria lembrar-me de utilizar tecidos, cortes e formas que re-

sultassem tão bem e, ainda assim, criar peças extremamente simples?”. A colecção está

absolutamente fantástica, onde se comprova a velha teoria less is more. Rosa claro, nude, preto

e vermelho vivo em peças minimalistas que primam pela atitude e elegância, caracterizam, sem

dúvida, a colecção apresentada. Os materiais são tecidos brilhantes, nos vestidos-camisola até ao

tornozelo, vinil e couro. As propostas são todas elas irresistíveis e foi, para mim, uma das mel-

hores colecções já apresentadas da marca, apesar de significar a despedida de Simons após todos

estes anos.

56 – 57 | rtro

Nas imagens que merecem imediato

destaque estão presentes os maxi-casacos

com linhas simples e precisas em tons pas-

tel, os vestidos com cortes simétricos e ain-

da a mistura do vinil com outros materiais.

No que diz respeito a acessórios, para

completar cada um dos conjuntos apre-

sentados, a mistura de materiais foi tam-

bém aplicada aos sapatos (vinil e tecidos

de cores variadas) e malas num estilo vin-

tage. Simons despediu-se da marca com

um trabalho, no mínimo, emocionante.

Raf Simons nasceu na Bélgica em 1968

e formou-se em design industrial e mobil-

iário. O seu primeiro contacto com o mundo

da moda surgiu num trabalho de decoração

e apresentação dos desfiles de walter Van

Beirendonck. Imediatamente se tornou de-

signer de moda para homem em 1995, lan-

çando a sua própria marca: Raf Simons.

Apesar de ter passado uma época

afastado da companhia, em que surgiu

como professor no Departamento de

Moda da Universidade de Artes Aplicadas

de Viena, Áustria, volta a lançá-la em 2004

e, um ano depois, cria uma nova marca:

Raf by Raf Simons.

Os primeiros passos na Jil Sander sur-

giram em Julho de 2005, em que foi no-

meado director criativo da marca. Foram

anos de colecções espantosas recheadas

de criatividade, simplicidade (lema da

própria marca) e distinção que muito in-

spiraram todo o mundo da moda. c

Raf Simons

58 – 59 | rtro

it boy!

Baptiste Giabiconi from boy to toy

A velha história do patinho feio que vira cisne

já é, de facto, um cliché dos mais habituais no

mundo da moda, mas parece ser das mais recor-

rentes a mais verídica. Baptiste Giabiconi pas-

sou por uma adolescência em que o seu visual não

o satisfazia nem a si nem aos outros e foi nesse cli-

ma que se aninhou do mundo num outro mundo,

só seu: a música. Homem dos sete ofícios (ou não

fosse apelidado de Boy Toy) passa pela indústria

aeronáutica antes de se industrializar a si próprio

como modelo e como imagem de marca.

Ginásio e uma mudança drástica na imagem

de si próprio, e o modelo estava pronto a ser desc-

oberto e a alcançar a fama que lhe valeu a mítica

frase de Naomi Campbell: “Todos temos defeitos!

Tu não tens nenhum!”. Mais ainda, valeu-lhe uma

ascensão rápida ao limiar da fama, que culminaria

já no ano de 2008 ao ser descoberto por Karl La-

gerfeld, do qual se tornaria inspiração e sonho idíl-

ico. Desde então, é rosto (e corpo!!) das diversas

campanhas Chanel, Fendi e Karl Lagerfeld. Tendo

recentemente apostado numa via diferente, en-

veredou por uma outra casa francesa de renome

que lhe viria a trazer o reconhecimento, além da

predilecção do mestre alemão: a Dior Homme.

Baptiste é, então, um Deus entre os Homens

ou um Homem entre os Deuses? É corpo, rosto e

alma de produtos e representações, fruto semióti-

co de uma sociedade que venera o corpo e a mente

em uníssono e cujos patinhos feios são admirados

na transformação que os torna cisnes e ícones de

beleza e estilo.

por Pedro Resende

60 – 61 | rtro

It boy! Baptiste Giabiconi

Antes

1 H&M Spring Summer 2011

Aqui

2 Chanell Spring Summer Accessories 2009

3 http://baptiste-giabiconi.eu

4 Com Lagerfeld por Bauer Griffin

5 Dior Homme Fall Winter 2011

62 – 63 | rtro

As mulheres francesas sempre foram con-

sideradas possuidoras de uma beleza celes-

tial: pele de porcelana, uma confiança asser-

tiva no andar e a consciência de um poder e

sensualidade arrebatadores.

A it girl com sotaque francês Clémence

Poésy representa a mulher com substância

que não se extingue apenas nas etiquetas que

tem nos armários, mas antes se afirma como

influente voz de estilo.

A actriz francesa conseguiu o seu primeiro

papel aos 14 anos de idade, por influência do

pai, que era actor/director de teatro. Desde

então decidiu estudar drama e dedicar-se in-

teiramente à carreira de actriz. Pode não ter

ficado mundialmente conhecida com os di-

versos filmes franceses que fez ou com um

pequeno papel, como feiticeira Fleur Delacour,

nos filmes de Harry Potter. Foi a sua partici-

pação em Gossip Girl que a evidenciou como

a francesa talentosa, linda e sofisticada.

Clémence, com 28 anos, destaca-se pelo

seu próprio estilo com a suas produções pre-

ocupadas. Sabe como aliar a sua beleza ao

guarda roupa escolhendo peças intemporais

e confortáveis, looks propositadamente des-

construídos, muitas sobreposições, muitos

chapéus e xailes. Para acompanhar os pés opta

por sapatos estilo boneca, oxfords e sandálias.

A It girl francesa habituou-nos a assistir

a uma mistura dos seus looks descontraídos

com os sofisticados, resultando na perfeição.

Não só vence na representação mas tam-

bém em campanhas publicitárias: em 2007

foi escolhida para ser um dos rostos da cam-

panha de uma nova fragrância para a Chloé

e, em 2008, representou algumas campanhas

da GAP. Por conta do seu estilo e simpatia,

Clémence já apareceu em inúmeras revis-

tas de moda, tais como Marie Claire, Tatler,

Vogue UK e Galamour UK.

Temporada após temporada, Clémence

é presença assídua em desfiles como Chloé,

Lanvin, Balenciaga e principalmente Chanel.

Obviamente esta actriz de estilo clássico, ca-

belos loiros e olhos azuis mostrou a alma e

elegância de uma jovem francesa.

It girl!

Clémence Poésypor Ana Dias

64 – 65 | rtro

It Girl! Clémence Poésy

Antes

images.bruce-juice.com

Aqui

Fotos from www.clemence-poesy.org

66 – 67 | rtro

Fotografia Daniela Alveshttp://daniela-alves.pt.vu

Modelo Estefânia Silva (Just Models)

Svart Støy

68 – 69 | rtro

70 – 71 | rtro

72 – 73 | rtro

Óscares fashion review

“And the Oscar goes to…”

Quando falamos nos Óscares pensamos inevitavel-

mente no mundo cinematográfico, nos melhores e

nos mais badalados filmes do ano. Porém, os Ósca-

res são muito mais do que uma gala atribuição de

prémios. É sem dúvida uma noite repleta de magia,

onde as maiores celebridades do mundo desfilam,

posam e fotografam na red carpet. Esta cerimónia,

é o momento perfeito, para as maiores estrelas de

cinema ostentaram os vestidos mais exclusivos

do Mundo. Este ano não poderia ser excepção: o

bom gosto e glamour foram as palavras de ordem.

Para além dos vestidos, os acessórios, o cabelo e a

maquilhagem devem apresentar-se irrepreensivel-

mente requintados. No entanto, a saber é que nem

todas as estrelas apresentaram-se imaculadas nes-

ta cerimónia tão especial. É neste contexto que nos

parece apropriado rever um pouco daquilo que se

destacou na passadeira vermelha, pelas melhores e

pelas piores razões.

por Joana Vilaçathefashiondreamcatcher.blogspot.com

74 – 75 | rtro

The best

Rooney Mara foi um dos focos

de atenção nesta edição dos Ós-

cares, tendo-se apresentado com

um vestido Givenchy, num look

muito igual a si própria. Foi sem

dúvida uma preferência arrisca-

da, mas que resultou muito bem,

combinou a sua beleza subtil com

um vestido bastante estruturado

e elaborado. A maquilhagem e o

cabelo não destoaram, acompa-

nhando perfeitamente a beleza

estonteante deste vestido.

Gwyneth Paltrow surpreendeu

com um memorável vestido assi-

nado por Tom Ford e jóias Anna

Hu. O vestido minimal, mas

elegante e sofisticado, foi com-

plementado com uma capa, que

tornava o look ainda mais único

e especial. Os acessórios acompa-

nharam também a vertente mais

minimalista, com apontamen-

tos dourados e prata. Gwyneth

Paltrow, requintada e esbelta,

é apontada indubitavelmente

como uma das melhores vestidas

da noite.

Óscares fashion review

Mila Jovovich apostou num

look glamoroso, com um vestido

Elie Saab Couture, completan-

do o mesmo com jóias Jacob &

Co. O vestido one shoulder é sem

dúvida deslumbrante, com to-

dos os detalhes e brilhos que o

acompanham, tornaram assim

a actriz a epítome de elegância

nesta noite. O cabelo encontra-

va-se requintadamente apanha-

do, enquanto na maquilhagem

os lábios vermelhos à la Old

Hollywood destacavam-se.

Jessica Chastain brilhava num

vestido de Alexander McQueen,

com jóias Harry winston. Não

é fácil à priori compreender a

beleza única deste vestido, mas

é certo que a actriz destilava

beleza com o mesmo. Os deta-

lhes tornam-no numa peça de

arte única e maravilhosa, onde

o dourado e preto cruzam-se

para criarem elementos profun-

damente intrincados. O cabelo,

bem como a maquilhagem, esta-

vam bastante simples, já que um

vestido destes fala por si só.

Emma Stone numa proposta de

Giambattista Valli, jóias Louis

Vuitton, foi sem dúvida uma das

mais elegantes da noite. O vesti-

do vermelho e o seu laço bastan-

te dramático chamam a atenção

pelas razões mais positivas. Há

quem o compare ao emblemáti-

co vestido de Nicole Kidman nos

Óscares de 2007. Apesar das se-

melhanças, temos que reconhe-

cer que o sumptuoso laço torna

este look divinal. A actriz optou

por uma maquilhagem discreta,

enquanto o cabelo encontrava-

-se apanhado num simples mas

sofisticado toque.

76 – 77 | rtro

The worst

Meryl Streep, vencedora do Ós-

car para Melhor Actriz, não con-

venceu com um vestido Lanvin e

jóias Fred Leighton. Demasiado

brilhante, metálico e ofuscante,

não se traduzia em elegância. O

corte também não é o mais indi-

cado para a esta brilhante actriz.

Sandra Bullock desfilou pela

red carpret com um vestido Mar-

chesa e jóias Lorraine Schwartz.

O vestido não continha as pro-

porções certas, parecendo muito

largo na parte de cima e muito

justo na parte de baixo do mes-

mo. Não foi a escolha mais acer-

tada, sobretudo depois de termos

visto a mesma Sandra Bullock a

brilhar na passadeira com um

vestido Marchesa, como sucedeu

nos Óscares de 2010.

Óscares fashion review

The worst

Jennifer Lopez num vestido as-

sinado por Zuhair Murad, pecou

pelo excesso. Excesso esse que

é visível no profundo decote do

vestido e nas demais transparên-

cias. O sumptuoso cabelo, ainda

que apanhado numa forma ele-

gante, torna o look final ainda

mais exagerado e desconexo.

É de salientar que na passadeira

vermelha deste ano vislumbraram-

-se muitos brancos, pérolas e afins.

A tendência dos metálicos, bem

como os brilhos, nomeadamente

as lantejoulas, também se fizeram

sentir na passadeira vermelha. As

jóias no geral eram elegantes, pre-

valecendo as pulseiras e os brincos.

Quanto à maquilhagem pudemos

verificar que as estrelas de cine-

ma apostaram bastante nos lábios

vermelhos. Já os cabelos, salvo al-

gumas excepções, encontravam-se

apanhados, em simples mas sofis-

ticados penteados. c

Viola Davis num vestido

Vera wang, com jóias Lorraine

Schwartz, errou na escolha do

vestido, parecendo algo desele-

gante. Não foi a melhor opção, já

que os brilhos, os diferentes cor-

tes, o plissado, a cor, não se con-

jugam harmoniosamente.

Natalie Portman, vencedora

em 2011 com Óscar de melhor

actriz, não deslumbrou neste

vestido Christian Dior, com jóias

Harry winston. O padrão “polka

dots” é demasiado informal para

o evento como os Óscares, ainda

que o tom vermelho seja uma boa

opção, no geral neste vestido não

foi.

78 – 79 | rtro

ID Valuesfor the gentleman

por Patricia Silvériopumpsfashionpatriciasilverio.blogspot.com

A ID Values é uma marca de roupa exclusi-

vamente de homem, que nasceu em mea-

dos de 2006. Apresenta o refinar da arte da

melhor alfaiataria tradicional de luxo e daí nasce a

excelência do seu serviço personalizado, onde cada

pormenor, cada centímetro de corte, são pensados

individualmente para o universo de cada cliente…

ponto por ponto! A marca ID Values caracteriza-se

pela inspiração de cores e tecidos com origem nas

primeiras décadas do século XX; o corte de cada

peça procura reflectir a simplicidade, o pormenor, o

apontamento que define a excelência dos materiais

utilizados. O vintage mantém o seu lugar central no

“formal renovado”, reforçado pelo trespasse dos fatos,

pelos sobretudos com traços senhoriais e pela sua

perfeita conjunção com a modernidade e o carácter

exclusivo que definem cada coleção ID Values.

Somos saber quem é o homem que está por detrás

da marca de alfaiataria de luxo tradicional e também o

mentor de “Braga Capital da Moda Portuguesa”.

80 – 81 | rtro

Parícia: Como é que nasceu a marca ID Values?

Paulo Marques: É resultado de uma

abordagem e perspectiva da moda que vai

para além da sua utilização a nível profis-

sional ou social, tornando-se num apoio

sofisticado à individualidade e expressão

pessoal dos “New Perspective Seeker’s”.

WWW (World Wise Wear).

O projecto juntou um perspective seeker

que sentiu que era possível ir além da nor-

mal abordagem de roupa masculina e do seu

posicionamento e marketing; criadores que

adoram ilustração e que criam cada peça

para ser única (trabalhando no entanto em

múltiplas combinações); designers gráficos

que vêem a comunicação não apenas como

uma mensagem enviada a alguém, mas sim

um canal bidireccional que obriga a um

diálogo contínuo; fotógrafos que recusam

a publicidade pura e só aceitam as imagens

como forma de expressar a vida, e market-

ers que acreditam em oferecer, mais do que

imagens, valor real.

Parícia: Como é que define o homem ID Values?

Paulo Marques: Um homem que constrói e

molda o seu mundo, define o seu caminho

individual, o seu estilo de vida e tira o máx-

imo prazer de tudo o que faz. Reflecte a ex-

pressão pessoal de criatividade e liberdade

intelectual de homens com valores na vida e

comprometidos em criar valores para a vida.

Patrícia: A ID Values é a marca “mãe”

com uma clara orientação internacional,

enquanto a ID Tailoring é uma marca de

alfaiataria tradicional de luxo que trabal-

ha em exclusivo para o mercado nacional.

Como é que as define individualmente?

Paulo Marques: A marca é a mesma,

com dois conceitos complementares. A

marca “mãe” é um projecto mais vasto de

uma lógica de venda por colecção e escala

maior. É um projecto que se vai desenvol-

vendo com o desenrolar do tempo e com

a crescente visibilidade da marca que vai

abrindo “portas” no retalho internacional.

É um projecto a médio/longo prazo.

A vertente de Bespoke Tailoring é o

presente. É um serviço da marca, onde a

aposta é maior e mais focada, por ser o

posicionamento estratégico da marca no

médio prazo. Lembro que nesta vertente

junta algo que considero absolutamente

único em Portugal (admito que exista,

mas não conheço outro projecto) e difer-

enciador, isto é, alta alfaiataria com moda

e passarelle. Lembro que todas as peças

passadas nos nossos desfiles no Portugal

Fashion são peças de Bespoke Tailoring.

Patrícia: Qual é o mercado alvo que a

marca pretende atingir?

Paulo Marques: Homens... do, e no mundo!

ID Values

82 – 83 | rtro

ID Values

Patrícia: A marca já foi representada em

vários showrooms, Moda Lisboa e Portugal

Fashion. Como é que foi a experiência e o

feedback na sua participação nas semanas

da moda em Portugal?

Paulo Marques: Excelente a nível de ima-

gem de marca. Péssima a nível comercial.

Patrícia: A ID Values tem como sede prin-

cipal a cidade de Braga, e filiaos no Porto e

brevemente em Lisboa. Porquê Braga?

Paulo Marques: Braga tem um enorme

potencial de moda, na minha opinião. É

um excelente sítio, provavelmente único

em Portugal, para se testar tendências.

84 – 85 | rtro

Patrícia: O Paulo é o mentor do projecto “Braga

Capital da Moda”. Conte-nos como é que surgiu

este movimento…

Paulo Marques: Surge como forma de aproveitar

uma real lacuna de posicionamento no mercado

Português. É real: Braga deveria ser mesmo a Cap-

ital da Moda em Portugal, na mesma proporção

que, por exemplo, Milão é em Itália, ou Paris em

França. Assim, este projecto tem como objectivo

único estimular a intervenção cívica e política

para o desenvolvimento de uma estratégia, efecti-

va e concertada, no sentido de posicionar a cidade

de Braga como “Capital da Moda em Portugal”,

aproveitando as condições únicas e diferenciado-

ras da cidade.

Patrícia: O movimento “Braga Capital da Moda”

tem um perfil no Facebook. O feedback por parte

dos apoiantes atingiu os seus objectivos?

Paulo Marques: Crescente. Todos os dias mais

pessoas se juntam e apoiam.

Patrícia: Do seu ponto de vista, o que é que falta

para a cidade de Braga evoluir em relação à capital?

Paulo Marques: À capital portuguesa? A nível de

moda, absolutamente nada. Na minha opinião,

bastantes “furos” acima. Neste contexto Braga é

única no contexto nacional. O que falta a Braga

é a “cidade” nas suas diversas dimensões gostar

mais de si própria. Não compreendo porquê, mas

Braga tem uma imagem menos boa quando “fala”

dela própria.

Patrícia: Em breve ocorrerá em Braga, o Encon-

tro Nacional de Alfaiates. Como é que surgiu esta

ideia?

Paulo Marques: Será algo único em Portugal.

Surge como resposta e iniciativa já enquadrada

neste universo de “Capital da Moda”. Em breve

teremos novidades, já consolidada a iniciativa. c

ID Values

● Não existe ainda nenhuma cidade em Portugal que tenha assumido este posi-cionamento de “Capital da Moda”;

● Cidade com elevado índice de juventude;

● Cidade de inovação e empreendedorismo;

● Localização geográfica que lhe permite estar no coração da indústria têxtil nacional;

● Bom gosto e gosto pela moda dos cidadãos;

● Capacidade de compra dos habitantes e visitantes;

● Centro histórico com tecido empresarial de excelência;

● Forte capacidade e potencial turístico;

● Capital Europeia da Juventude 2012;

...

BRAGA CAPITAL DA MODA ARGUMENTOS FAVORÁVEIS SEGUNDO PAULO MARQUES

86 – 87 | rtro

ID Values

Info

Morada:Rua D. Paio Mendes, 77

4700-424 BragaTelefone:

+351 910 318 378email:

[email protected]:

http://www.idvalues.com/Facebook Boneca:

https://www.facebook.com/iDVALUES

FotografiasID Values, Patrícia Silvério e João Mota

por Ana Rodriguestoroseparade.blogspot.com

Houseclear and minimalist

Numa altura em que o estilo minimalista está tanto em voga surgem diversas ideias no que diz respeito

a design de interiores. Dar um toque clear aos espaços da casa faz parecer que o que importa no momento

é utilizar apenas o essencial, criar um ambiente que cumpra os objectivos primários. Branco é a cor chave

e, quando conjugado com móveis de linhas simples, obtemos belíssimos resultados. Organizar e arrumar

aquilo que não nos faz tanta falta e em que a regra principal é a ordem.

90 – 91 | rtro

As propostas que a RTRO vos apresenta este mês são algumas das ideias DIY - do it yourself - inspiradas

no blog da Ivania Carpio para conseguir criar espaços do género. Num estilo minimalista, a Ivania construiu

sistemas de arrumação para roupa bastante simples e que funcionam muito bem quando utilizados neste

tipo de decoração. Na imagem que se segue, estão duas dessas propostas: o floating e o branche clothing rack.

House: clear and minimalist

São ambos fáceis de obter: para o primeiro são apenas precisos um tubo de madeira (ou outro material,

conforme o resultado que se pretenda obter) e um cabo de metal; e para o segundo, um tronco assimétrico,

tinta branca e um cabo de metal. Os resultados estão à vista e são fantásticos.

Outra das ideias que a Ivania apresenta no seu blog são caixas para arrumação transparentes e o resul-

tado é também bastante agradável.

São ideias que acompanham as tendências que têm surgido no mundo da moda e que se enquadram

em muitos estilos de vida em que apenas procuramos o mínimo necessário para viver. Propostas aces-

síveis que são sinónimo de originalidade e funcionalidade. c

92 – 93 | rtro

Q uem de nós não tem uma ou outra

t-shirt estampada algures perdida

no armário? Pelo menos perdida,

pois elas há muito invadiram o nosso dia-a-dia.

Desde as que têm frases, às de desenhos, assim

como caras ou referências da nossa infância e

adolescência. Muitas delas deixam-nos com um

sorriso na cara se nos cruzamos com a sua frase

engraçada na rua ou então porque nos recorda

algo “de bom”. Além das habituais frases, um

pouco cliché até, vistas (e revistas) nas lojas de

fast fashion , ainda existem aquelas t-shirts do

concerto memorável ao qual fomos, a t-shirt do

irmão ou do namorado, não esquecendo as de

lembrança das viagens. Elas estão realmente por

todo o lado e um olhar mais atento faz-nos cons-

tatar isso mesmo. Além destas, agora cria-se

também um nicho neste mercado onde se brinca

um pouco com a crise e torna aquilo que é mais

cinzento um pouco mais colorido. Há para todos

os gostos e, se não encontra o estampado que

se pretende, pode ainda fazer-se o seu próprio,

pois já existem lojas da especialidade em todo

país. De seguida ficam alguns exemplos dos te-

mas mais vistos.

por Liliana Ferreirawww.chicreaction.com

T-SHIRTS ESTAMPADAS

www.amomuito.com

www.stylistki.pl/

www.missselfridge.com

www.missselfridge.com

94 – 95 | rtro

www.truffleshuffle.co.uk/

www.stylistki.pl/

www.singer22.com/

www.wonhundredatcoggles.com

www.net-a-porter.com

T-shirts Estampadas

www.idontlikemondays.us

www.idontlikemondays.us

www.store.delias.com

www.topshop.com

96 – 97 | rtro

O showroom Boneca aconteceu no passado dia

25 de Fevereiro em Braga, onde clientes e ad-

miradores desta loja única puderam ver de per-

to algumas propostas para a nova estação. O evento con-

tou com a presença da actriz Catarina Gouveia que, na

novela “Doce Tentação”, interpreta o papel de Núria Frei-

tas. Confessa: “Quando fui fazer o teste de imagem fiquei

encantada com as peças. Os tops e os vestidos Manoush

são lindíssimos, muito femininos e distintos”. Também

Amélia Nunes – cujas criações se encontravam expostas –

compareceu no evento. Outras presenças notáveis foram

as de diversas bloggers, que assumem uma crescente im-

portância no mundo da Moda. Exemplo disso mesmo é

Mónica Lice. A blogger subiu da capital até a cidade de

Braga, onde foi uma convidada especial no showroom

Boneca. Formada em Direito, criou o blogue “mini-saia”

na Guiné – Bissau em 2006. Actualmente o espaço com

dicas para mulheres já gerou um livro intitulado “Dicas

de Beleza”. A blogger e também consultora de imagem

viu a sua vida dar uma volta de 180º com o sucesso do

blogue, que inicialmente surgiu como um refúgio do quo-

tidiano. A RTRO Magazine esteve no showroom Boneca e

conversou com ela.

por Patricia Silvériopumpsfashionpatriciasilverio.blogspot.com

Joana Vilaçathefashiondreamcatcher.blogspot.com

BonecaShowroom

Colecção Primavera/Verão 2012

98 – 99 | rtro

Patricia: Como é que nasceu o blogue a Mini- Saia?

Mónica Lice: O Blogue nasceu por acaso - quan-

do estava na Guiné-Bissau a dar aulas de Direito.

Estive por lá cerca de cinco anos e quando comecei

a ter Internet em casa surgiu a ideia de criar um

blogue - uma espécie de revista de Moda e Beleza,

que servisse de escape ao meu dia-a-dia, pouco

rosa, de vida em África. Como lá não tinha acesso

a nada de moda ou beleza, o blogue começou a ser

a ponte para esse mundo, mais cor-de-rosa e per-

mitiu tornar os meus dias mais animados. Criei,

assim, um hobby.

Patricia: A Mónica esteve na Guiné- Bissau e afirmou que "Por lá passei 5 anos, enquan-to docente e por lá criei este blog. O que co-meçou por brincadeira acabou por se tornar num caso mais sério, que me deu a volta à vida, aquando do meu regresso a Portugal

(em Outubro de 2008)." Dava aulas de Direi-to e de repente o blogue mudou-lhe a vida!? De que forma? Como é que caracteriza a sua vida antes e depois do blogue?

Mónica Lice: A mudança de vida deu-se depois

de regressar a Portugal - nessa altura, equacionei

deixar o Direito e dedicar-me em exclusivo ao blo-

gue e à Moda e Imagem. Foi por isso que tirei um

curso de styling e outro de consultoria de imagem

e comecei a tentar rentabilizar o blogue, de modo

a conseguir mudar de vida. Essa mudança acabou

por ser bem sucedida e hoje posso dizer que sou

blogger profissional e que o que antes era um ho-

bby é agora o meu trabalho. Claro que, antes do

blogue a vida era um pouco diferente - não comu-

nicava com tanta gente, via Internet. Na Guiné,

por exemplo, sentia-me conectada com vários

pontos do globo, e isso acabava por colmatar, de

certa forma, o isolamento e a vida num dos países

mais pobres do mundo.

Boneca Showroom

100 – 101 | rtro

Boneca Showroom

Info

Morada:Rua D. Gonçalo Pereira, 21, Braga

Telefone:253 092 820

Horário:Seg-Sab 10h-19h.

Site: http://www.gabrieladeazevedo.com

Facebook Boneca: https://www.facebook.com/pages/

BONECA/285250258162441Facebook mini-saia:

https://www.facebook.com/minisaiaSite mini-saia:

http://mini-saia.blogs.sapo.pt/

FotografiasFacebook Boneca, Patrícia Silvério

Patricia: Salvo erro, o Mini - Saia tem 6 anos de existência. Como é que consegue manter este espaço sempre activo e interessante?

Mónica Lice: Procuro escrever sempre sobre as-

suntos interessantes, que possam ir de encontro

às preferências de quem me lê. Como mulher que

sou, sempre procurei escrever sobre coisas que

me interessam e que, penso, serão também do

interesse de outras mulheres. Há sempre muita

coisa interessante a acontecer, o que dá óptimos

pretextos para bons posts. O fundamental é sa-

ber agarrar esse material e trabalhá-lo bem.

Patricia: A Mónica foi uma convidada especial no showroom Boneca em Braga. Fez uma re-portagem intensiva sobre a nova colecção pri-mavera/verão do evento. O conceito da loja é fenomenal. O que é que a deslumbrou mais?

Mónica Lice: Gostei muito da loja, das peças,

da mistura que é feita entre o nacional e o inter-

nacional. Acho que a loja Boneca é um excelente

exemplo do que existe de bom fora dos grandes

centros urbanos que são Lisboa e Porto. Infeliz-

mente, há uma ideia, errada, de que a Moda se

concentra nessas grandes cidades, mas a Bone-

ca vem provar o contrário e mostra que, mesmo

em cidades mais pequenas, como Braga, se pode

vestir muito bem e encontrar peças de renome, a

nível mundial.

Patricia: A cidade de Braga é a Capital Euro-peia da Juventude, é jovem e cheia de estilo. Gostou da sua estadia?

Mónica Lice: Sim, gostei muito. Já é a terceira

ou a quarta vez que visito Braga e gosto sempre

de cá voltar. Descubro sempre coisas novas, a

cada visita. Vejo sempre gente gira na rua, com

muito estilo. É, por isso, um destino a reter e a

voltar, sem dúvida! c

102 – 103 | rtro

Jovens Talentos

Silvestre Sil

Vencedor do

University Fashion’10

por José Pinheiro

104 – 105 | rtro

RTRO - O que é te levou a ingressar no mundo da moda?

Silvestre Sil: Tudo começou por mera

brincadeira por volta dos meus 18 anos,

tendo na altura concorrido em conjunto

com um grupo de amigos. Consequente-

mente, gostei da experiência e adquiri o

"bichinho". Desde então comecei a efectuar

alguns desfiles e o gosto foi aumentando.

Foi também há 3 anos que participei na

primeira edição do Face Model of the Year,

concretizando-se na minha agenciação.

Assim sendo, intriguei-me ainda mais pelo

mundo da moda, tendo-me sido concedida

a oportunidade de vivenciar momentos

fantásticos, ao mesmo tempo que conhe-

cia pessoas interessantes. Em suma, o que

me levou mesmo a entrar neste mundo foi

a paixão, a emoção, a competitividade que

existe, contrastando com algum compan-

heirismo que encontrei em pessoas que se

tornaram grandes amigos.

Jovens Talentos: Silvestre Sil

RTRO - Descreve-nos a sensação que experimentaste aquando do teu anún-cio enquanto vencedor do University Fashion’10?

Silvestre Sil: Fiquei completamente

boquiaberto, não estava à espera. Havia

um enorme potencial em cada finalista,

e ficaria igualmente contente se tivesse

sido qualquer um dos meus colegas. É

claro que fiquei imensamente feliz e agra-

decido por ter sido eu, embora o grande

prémio tenha sido ganho por todos nós,

já que passámos uma semana fantástica

em Guimarães. Deste modo foi este o

galardão que todos recebemos.

RTRO - Que tipo/géneros de tra-balhos tens realizado nos tempos mais recentes?

Silvestre Sil: Actualmente tenho tido

"saída" tanto em fotografia como em pas-

serelle, participando nas edições do Moda

Lisboa/Portugal Fashion, para além de al-

guns editoriais/ catálogos. c

106 – 107 | rtro

Fashion BleetingNo dia 11 de Fevereiro realizou-se o Fash-ion Bleeting, que ficou marcado como o

primeiro encontro oficial de bloggers de

moda em Portugal e o Hotel Altis, situado

mesmo no centro de Lisboa, foi o local es-

colhido para os acolher. Como blogger de

moda, não pude deixar de estar presente!

O evento foi organizado por dois bloggers

de moda, Sara Mangeon e Pedro Portela,

cujo objectivo foi reunir e aproximar os

bloggers num local físico, onde todos pu-

dessem partilhar a mesma paixão: a moda.

O evento contou com a presença de mais

de 100 bloggers de todos os cantos do país

e foi marcado por 4 palestras, iniciadas

pelos testemunhos de Mónica Lice do blog

“mini-saia” e Susana Marques do blog “The

Stiletto Effect” sobre o seu percurso e ex-

periência como bloggers profissionais. De

seguida, Paulo Faustino, autor do livro

“De desconhecido a pro-blogger”, apresen-

tou algumas dicas práticas de como gerar

dinheiro com o blog (para os interessados)

e, por último, Pedro Crispim falou do seu

percurso como modelo, stylist, e personal

adviser, e deu-nos a conhecer o seu projec-

to mais recente: o “Atelier Styling Project”

que oferece uma série de cursos profissio-

nais e workshops na área.

por Cátia Marqueshttp://behindcatiseyes.blogspot.pt/

02/2012

Assistimos a tudo ao sabor do vinho

"Bastardo” e os nossos looks foram capta-

dos pela objectiva da fotógrafa Sofia Quin-

tas da “Foi Assim”.

Foi sem dúvida uma experiência

agradável! Pessoalmente, acho este tipo de

eventos muito interessante pois permite-

nos conhecer as pessoas que estão por de

trás dos blogs que lemos frequentemente

e ao mesmo tempo dar-nos a conhecer

novos blogs e estilos muito inspiradores

que por lá passam.

Inicialmente, o objectivo dos organiza-

dores era tornar o evento anual mas este

foi de tal forma um sucesso que ponderam

já realizar a próxima edição em Setembro

deste ano e não apenas em Fevereiro do

próximo ano.

Tudo indica que este evento veio para

ficar, e com ele a importância acrescida

à moda em Portugal através dos bloggers

já que, segundo Pedro Crispim, “naquela

sala estavam, não somente bloggers Portu-

gueses, mas muitos dos futuros profissio-

nais da indústria de moda...”.

108 – 109 | rtro

Fashion Bleeting

110 – 111 | rtro

lEr. VEr. ouVir.

Urban Sketchers em Lisboa

desenhando a cidade

Autor: Eduardo Salavisa

Editora: Quimera

Ano: 2011

O prazer da arte de desenhar uniu cerca de duzentas pes-

soas de mais de vinte países na cidade de Lisboa com o

único intuito de desenharem e falarem sobre desenho.

Dezoito espaços no Chiado e zonas envolventes foram

objecto da observação e do registo por parte destes apa-

ixonados, que usam o caderno como suporte para este

tipo de desenho de observação. O livro é o resultado des-

sa troca de experiências.

Ler

ir...

BARCELOS Música

O quê? La La La Ressonanc Quando? 21 de Abril Onde? Claustro da Câmara Municipal de Barcelos

BRAGA

Cinema

O quê? Festival Fast forward Quando? 21 de Abril Onde? Velha-a-branca e Theatro Circo

GUIMARÃES

Exposição O quê? Missão Fotográfica: Paisagem Trangénica Quando? Até 19 de MaioOnde? Palácio Vila Florpor Ana Dias

112 – 113 | rtro

Ver

We Bought a Zoo

Realização: Cameron Crowe

Ano: 2012

Género: Comédia/Drama

we Bought a Zoo é um filme para ver em família, inspirado

nas memórias de Benjamin Mee, realizado por Cameron

Crowe. É um filme com factos verídicos, em que um pai de

família (Matt Damon) decide começar de novo as suas vid-

as, após ter passado um momento delicado: o falecimento

da sua esposa. Não só tem de lidar com o luto, mas tam-

bém com a revolta do filho mais velho Dylan (Colin Ford),

com quem tem uma relação um pouco conturbadora com a

doce e pequena Rosie (Maggie Elizabeth Jones). Decididos

a ter uma vida nova, mudam-se para um zoológico em pés-

simo estado de conservação que, com a ajuda dos trabal-

hadores do zoo, como Kelly Foster (Scarlett Johansson),

tentam fazer com que o local retome ao seu esplendor, já

desaparecido. Se é amante de um bom drama/comédia fa-

miliar aconselho a ver este filme, não só pela mensagem

que o realizador quer transmitir ao espectador mas tam-

bém pelo grande elenco que tem. É um típico filme que nos

faz fazer pensar sobre as lições da vida e sobre as relações

de uma família; só a história em si já nos prende a atenção.

Além disso, é um filme com belas paisagens, capazes de

cortar a respiração e de fazer sentir várias coisas de uma só

vez. Mas, como sempre, os filmes quando se baseiam em

factos verídicos, sofrem umas pequenas transformações,

justificadas, pois, se não houvesse esse tipo de modifi-

cações, teríamos um filme muito “maçudo”.

por Joana Fernandes

Ler.Ver.Ouvir.Ir...

Ouvir

Born to die

Musico: Lana del Rey

Editora: Universal

Ano: 2012

Controverso, o álbum apresenta 15 faixas que exploram

a cantora como uma personagem sensual inspirada nos

anos 60. Fugindo da trivialidade presente em boa parte da

música pop actual, Lana Del Rey refugia-se num som com

contornos épicos, sonoridade depressiva e melancólica,

mas ao mesmo tempo com uma insuspeita felicidade. Com

este álbum mostra que sabe fazer algo na linha indie pop,

com arranjos orquestrais bem produzidos.

PORTO

Exposições

O quê? Massa Falhada, de André AlvesQuando? Até 3 de Março Onde? Galeria Dama Aflitawww.damaaflita.com

Música

O quê? The Magnetic FieldsrQuando? 1 de MaioOnde? Casa da Musica

O quê? Russian Circles +Deafheaven Quando? 12 de MaioOnde? HardClub

Teatro

O quê? A Farsa da Rua WQuando? 27 a 29 AbrilOnde? Teatro Carlos Alberto

Exposições

O quê? 250 Anos de Imprensa Literária Quando? Até 30 de AbrilOnde? Museu Nacional Da Imprensa

VILA NOVA DE FAMALICÃO

Música

O quê? B FachadaQuando? 28 de AbrilOnde? Casa das Artes

VILA NOVA DE GAIA

Música

O quê? Festival de Jazz eBlues de GaiaQuando? 27 e 28 de Abril Onde? Gaia Municipal Auditorium

por Ana Dias

114 – 115 | rtro

vspor Ana Rodriguestoroseparade.blogspot.com

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4

Chic

Wishlist

1Acne, 834€

2Alexander Wang, 225€

3Acne, 158€

4Maison Martin Mar-

giela, 395€

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116 – 117 | rtro