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Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 8 de Maio de 2006 | N.º 37 | SEMANAL | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt [campus/Bolonha] Coimbra vai entrar com cuidado na aventura Bo- lonha. O reitor Fernando Rebelo explica porquê. P. 3 [ zoom ] RUC. Quem sabe o que quer dizer? É uma rádio, é universitária e está de parabéns. P. 8/9 PARABÉNS AO MU Na próxima quinta-feira, o teu companheiro da mesa da cantina comemora dois anos de vida. Obrigado à fiel e inestimável comunidade MU! O Rei da Queima QUIM BARREIROS Mais de vinte anos a percorrer os palcos das Semanas Académicas de norte a sul do país é obra. Será da pimenta na língua, que esconde debaixo de um bigode tão carismático? P. 5 MÓNICA MOITAS PUB

RUC. Quem sabe o que Na próxima quinta-feira, quer dizer ... · soma... e de que maneira. Proponho, ... nos eventos com um investimento na ordem dos 1,25 ... Em sete anos, o peso

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Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 8 de Maio de 2006 | N.º 37 | SEMANAL | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt

[campus/Bolonha]Coimbra vai entrar comcuidado na aventura Bo-lonha. O reitor FernandoRebelo explica porquê.P. 3

[ zoom ]RUC. Quem sabe o quequer dizer? É uma rádio,é universitária e estáde parabéns. P. 8/9

PARABÉNS AO MUNa próxima quinta-feira, o teu companheiro da mesa da cantina comemora dois anos de vida. Obrigado à fiel einestimável comunidade MU!

O Rei da QueimaQUIM BARREIROS

Mais de vinte anos a percorrer os palcos das SemanasAcadémicas de norte a sul do país é obra. Será da pimenta na língua, que esconde debaixo de um bigode tão carismático?P. 5

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[ radar ]2 | 8 MAIO 2006

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O MU FAZ DOIS ANOS DEVIDA na próxima quinta-fei-ra, dia 11. Um Quim Barrei-ros na capa, uma piscadelaa Bolonha ou uma visita auma rádio com uma históriainteressante no meio univer-sitário são os frutos de umadoce salada que saborea-mos juntos em mais umaedição.

Dá que pensar, esta coisade ser quase obrigatórioassinalar datas. Visto bem, oque se é nos restantes diasdo ano também conta para asoma... e de que maneira.

Proponho, podemos cha-mar-lhe assim, o exercíciodas datas. Diz-se por aí abom pulmão que aos 18 seatinge a meta que comandaa corrida dos “teen”. Queaos vinte se começa a viververdadeiramente a liberdadedos 18. E que, pelos vintes afora é o tempo em que seconsegue deslizar no pânta-no das angústias com asmaiores certezas do mundo.Mas, se aos trinta não setem uma imagem de estabili-dade – cão, casa, namorocerto, emprego, férias naTailândia – então corre-se orisco de as costas começa-rem a curvar com a pressãodo apontar de dedo alheio.E, se não damos conta, cur-vam mais, mais, e mais ain-da e chega mesmo a ser umproblema.

Voltamos ao mesmo, istodas datas tem muito que selhe diga. Nesta época doano, o importante mesmo édesejar muita sorte aos fina-listas que se preparam paraenfrentar o desafiante mer-cado de trabalho. Por agora,nada mais há a fazer paraalém de gozar bem a Quei-ma e ajudar a encher de ale-gria a vida das cidades.Levantem o copo e toquemaqui.... “À vossa!”

Raquel Louçã Silva

Chefe de Redacção

[email protected]

Para quem pensava que a crise económica que sesente no país não é para todos, desenganem-se.Também nas festas académicas, a realizar precisa-mente nesta época do ano, o mau momento econó-mico e financeiro que o país atravessa se faz sentir,tendo-se assistido a uma diminuição nos orçamen-tos das tradicionais queimas das fitas de 2006.Depois de alguns anos relativamente imunes aopanorama que se vive no país, este ano os cortesnas despesas foram inevitáveis e apenas a semanaacadémica de Aveiro constitui excepção a um cená-rio generalizado de contenção orçamental – esteano a Associação Académica de Aveiro gastou mais20 mil euros na semana académica em relação aoano passado. Só para se ter uma ideia, em conjunto,Coimbra, Lisboa e Faro gastaram nos festejos de2006 menos 650 mil euros do que em 2005 e, numbalanço geral, serão gastos menos 3,8 milhões deeuros nas maiores queimas do país (falamos de Bra-ga, Aveiro, Algarve, Coimbra, Lisboa e Porto). Semsurpresa, Coimbra continua a ser a que mais gastanos eventos com um investimento na ordem dos 1,25milhões de euros, número que todavia fica aquém dos1,6 milhões gastos no ano passado. Na semana aca-démica de Lisboa deste ano houve uma poupança de100 mil euros. DTF

Em sete anos, o peso do ensino supe-rior privado diminuiu cerca de nove porcento e, hoje, apenas quatro em cadadez vagas são preenchidas. O que jáconduziu ao encerramento de 17 insti-tuições até ao início do ano passado. Anotícia foi avançada em primeira mãopelo Diário Económico, na passada ter-ça-feira. De acordo com um relatórionacional preparado pelo Governo (e queservirá de base a uma avaliação exter-na da OCDE ao ensino superior portu-guês), o sector privado acolhia, em1997/1998, 34 por cento dos alunos,enquanto em 2004/2005 recebia menosde 25 por cento. O curso de Direito é omais prejudicado, com uma quebra de60 pontos percentuais. LM

Isto dasdatas....

Ensino privadoem apuros

Os primeiros cartões Id < 30 vão ser dis-tribuídos durante o V Encontro Mundialde Jovens Lusodescendentes, a realizarentre 22 e 26 de Maio, em Lisboa. Masjá se pode solicitar o cartão via internet:no domínio ld30.juventude.gov.pt. O Id <30, desenvolvido numa acção concerta-da entre a Secretaria de Estado dasComunidades Portuguesas e a Secreta-ria de Estado de Juventude e do Des-porto confere descontos aos lusodes-cendentes com idades entre os 12 e os29 anos, quando vêm a Portugal. LM

Cartão jovem paralusodescendentes

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Editorial

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior acredita que oestudo da OCDE sobre a economia portuguesa «ocasionará refor-mas internas» nos estabelecimentos de ensino superior «e tambémno sistema no qual cada um opera, tanto em termos legislativoscomo institucionais». O MU gostava de saber se a opinião deMariano Gago implica o aumento de propinas sugerido no ditorelatório.

Um trabalho de duas economistas da Universidade do Porto concluique as ligações entre empresas e universidades no país são fracas.Entre os questionários recebidos, 47 por cento das firmas afirma-ram ter tido contacto com instituições entre 2001 e 2003; 61,2 porcento das quais disseram não estar interessadas em mantê-los.Todos defendem uma maior proximidade entre ambas, na prá-tica o que se vê é a lógica do “faz tu!”.

A Faculdade de Ciências da Saúde e Medicina da UBI foi inaugura-da, com pompa e circunstância, pelo primeiro-ministro. Ao mesmotempo, um grupo de estudantes cabo-verdianos manifestava-se afavor de um conterrâneo que teve a melhor nota a EngenhariaAeronáutica, mas não ganhou bolsa de estudo. Quem não leu aúltima parte do artigo do DN provavelmente nem deu por nada (e oMU não encontrou mais referências ao incidente). Será que, paranão estragar a festa, o “lápis azul” entrou em acção?

COMO É QUE É?!Crise na Queima

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[ campus ]| 38 MAIO 2006

Após a entrevista ao reitor da UniversidadeNova de Lisboa, instituição onde só doiscursos não vão estar reestruturados já nopróximo ano lectivo, o MU vira-se para oextremo oposto. Em Coimbra, apenasEngenharia Informática e Psicologia serãoapresentadas sob as novas regras deBolonha. O que não deve ser consideradoum fracasso. Fernando Rebelo, reitor daUniversidade de Coimbra (UC), insiste na«falta de dados essenciais que permitamtomar as melhores decisões». E sem medode perder o comboio, o Senado decidiu sercauteloso.

Porque é que a UC decidiuavançar com a reestrutura-ção de apenas dois cursos?Entendemos que não nos de-víamos precipitar. O decreto-leique regulamenta a Lei de Ba-ses que permite às universida-des fazer as reformulações decursos à luz de Bolonha foipromulgado e conhecido for-malmente pelas universidadesjá perto do final de Março pas-sado, quando a data limite paraentrega dos processos de can-didatura era o último dia da-quele mês. Não quero fazer juí-zos de valor ou de intençõesmas para nós era impossívelreestruturar 63 licenciaturas e138 mestrados nesse espaçode tempo. Os estudantes espe-ram que a universidade façareformas com os pés assentesna terra, o que fizemos.

Considera que algumas daspropostas de reformulaçãoapresentadas a 31 de Marçoforam elaboradas à pressa?Das cerca de mil propostasapresentadas (licenciaturas emestrados), julgo que boa par-te não foi preparada conve-nientemente. Mas o sistemavai acabar por se adaptar. Unsterão entendido que deveriamavançar de forma mais segura,outros mais depressa. É possí-vel que alguns tenham de vol-tar atrás e reorientar as suasopções. Não o encaro comdramatismos e acho que den-tro de dois ou três anos estafase transitória terá sido ultra-passada e iremos todos encon-trar-nos ao mesmo nível.

Vê a adaptação às regras deBolonha com muito optimis-mo... É um grande desafio e, emgrande parte, está nas nossasmãos introduzir alterações, noâmbito da leccionação, quepossam melhorar alguns dosaspectos que precisam de re-formas profundas. Refiro-me

nomeadamente à relação pe-dagógica entre professores eestudantes (que deveria sermais próxima), a uma forma deleccionar com recurso menossistemático a aulas magistraisou à tentativa de aumentarcomponentes laboratoriais.Mas duvido que o objectivo se-ja alcançado na generalidade,já que também depende de cir-cunstâncias que nos são exter-nas. Vou-lhe dar exemplos decomo estamos a decidir semter acesso a dados essenciais.Quais vão ser os requisitos daAdministração Pública quantoao nível habilitacional para acontratação dos seus funcioná-rios? Em que medida é que asordens profissionais vão man-ter a actual exigência, em al-guns casos de cinco anos, pa-ra acreditarem os seusprofissionais? Mas há outraquestão igualmente importante.O que está a ser pedido é queas instituições tomem decisõessem estar a par das conse-quências no plano financeiro.O que, de certa forma, é umaviolência, se considerarmosque o processo devia ser defi-nido com base em critérios ex-clusivamente pedagógicos ecientíficos. Como estes não es-tão definidos, a vertente orça-mental acaba por inquinar todaa discussão.

Acha que a implementaçãodo processo de Bolonha estáameaçada?Penso que faltam dados paraque as universidades possamtomar as melhores decisões.Este seria o momento adequa-do para coordenar devidamen-te o sistema de Ensino Supe-rior em Portugal, definindo afronteira entre ensino universi-tário e politécnico.

Segundo um dos seus dis-cursos, podia aproveitar-se areestruturação, para «racio-nalizar a oferta». Quem deve-ria orientar este processo?Mil e oitocentas designações

de licenciaturas é uma anor-malidade sem fundamento queprecisa de ser regulada. Em to-dos os países que conheço,esse papel compete ao Estado.No nosso, pretende-se que asinstituições se auto-regulem.Friso que isto não é uma críticaà concorrência. Considero-aútil e positiva, desde que ba-seada em regras conhecidas enum sistema correctamente re-gulado. O que não aconteceem terras lusitanas. Não com-preendo que, num país relati-vamente pequeno, seja possí-vel a mesma licenciatura, coma mesma designação, ter dura-ções diferentes em instituiçõesdiferentes. Também não com-preendo que seja possível aum jovem entrar num curso deEngenharia sem ter demons-trado conhecimentos de Mate-mática. O sistema é deixado li-vre, quando não se pode pediraos jogadores (instituições deensino superior) que substi-tuam o árbitro. Até agora, aideia subjacente é que cadaapartamento se vai mantendoarrumado, enquanto todo oprédio está, de certa forma, porarrumar.

Disse ainda que existe uma«diferença entre liderança eprecipitação», no contextoem que esta última «pode fe-char caminhos de consensoe inibir contribuições váli-das». Podia desenvolver estaideia? Já se começaram a ver, nosjornais, páginas inteiras dedi-cadas a certas universidadescom a ideia do «nós é que va-mos à frente». É lamentávelque assim seja quando há tan-tas incertezas no sistema. Naminha opinião, quem lidera équem faz as coisas com quali-dade e sem precipitação. Pen-so que os estudantes e respec-tivas famílias vão saber“desnatar” esta questão, e per-ceber que as boas instituiçõesvão continuar a leccionar cur-sos de qualidade.

Coimbra só reformula dois cursos em 2006/2007

| POR LINA MANSO |[email protected] |

«Quem lidera é quem faz as coisascom qualidade e sem precipitação»

Mónica Moitas

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4 8 MAIO 2006

[email protected] ou contra-ataca! Envia a tua opinião sobre o que te apetecer. Nós publicamos!Não te esqueças de enviar: > artigo até 1500 caracteres> fotografia tipo-passe> nome da faculdade onde estudas

[ poder à palavra ]

Carlos CalretasEngenharia Zootécnica, da Universidade de É[email protected]

Que será que anda mal?Por que razões, nos tempos em quecorrem, as pessoas se ouvem cadavez menos? A mim parece-me que acapacidade de socializar está cadavez mais reduzida! Esta falta de capa-cidade, ou mesmo incapacidade,reflecte-se em tudo, na política, nodesporto, na sociedade. Hoje em dia,as pessoas vêem muita TV! Trocamuma boa conversa de café pela dor-mência confortável que a televisão e osofá lhes proporcionam. Preferem tro-car o desabafo intelectual e casual,que é uma conversa de café e o con-

vívio com os amigos, por um realityshow em que aparece um homemlésbico com uma vestimenta justa aocorpo a fazer rodar arcos à cintura! Oupor um episódio de uma novela por-que vai haver uma revelação: ver queo Júlio afinal gosta da Alice, mas este-ve enrolado com a Joana que, por serlésbica, aturou o sexo hetero apenaspara fazer ciúmes a Bianca… MEUDEUS!!! E preferem isto a estar comos amigos. Acabam por viver e sentiremoções transmitidas pela TV, masque são falsas. E fazem julgamentos

de valor, e dizem que não gostamdeste ou daquele actor, porque faziade vilão nesta ou naquela novela. Nãovivem a própria vida. Vivem a de pes-soas fictícias, vida que não existe (fic-tício = inventado, boa?). E depoisvemos oposições políticas que sóapontam os maus caminhos que seseguem, em vez de apresentaremcaminhos alternativos. Esta Primaverapeço às pessoas que saiam mais, quese divirtam em conjunto! Socializem,conversem, instruam-se, há semprealguém que sabe algo. Abraço.

VIDA MALVADADIÁRIO DE UM ESTUDANTE

Quase que me tiram a vontade deme levantar da cama de manhã.Quando pensava que esta choldraa que chamam Portugal já nãopodia piorar, lá arranjam maneiraaprofundar o estado comatoso dopaís. Então para um estudante uni-versitário como eu, as coisas assu-mem proporções verdadeiramentedantescas. Primeiro, foram as quantidadesindustriais de cursos criados poresse país fora. Durante uns bonsanos, alguém espirrava no Ministé-rio da Educação e aparecia um cur-so novo. Até parecia que nasciamlicenciaturas nas árvores. Conse-quência: no final de cada ano, hámais licenciados portugueses doque recém-nascidos chineses e,por conseguinte, dá a impressãoque a nível curricular quase que émelhor não ter curso do que tê-lo(nestas coisas a minoria dá sempremelhor aspecto).Depois temos a falta de empregopara jovens. Um gajo formar-se earranjar posição profissional na suaárea é tão provável como o MárioSoares conseguir ouvir um discur-so oficial sem adormecer. Difícil...muito difícil. Como se tudo isto não bastassepara mergulhar a juventude portu-guesa numa depressão colectivasem precedentes,temos agora estahistória da falência da segurançasocial, se não se proceder a umareestruturação imediata do siste-ma. Entenda-se por reestruturaçãoum cenário futuro em que as pes-soas vão ter de trabalhar mais paradepois receberem menos de refor-ma. Yuupi! É como a cereja no topodo bolo. Pena é que seja umacereja podre. Estúpido sou eu. Infeliz ideia a mi-nha de ter decidido deixar defumar. Se viver até aos 127 anostenho a quem culpar. A mim.

Gustavo [email protected]

http://vidamalvadadiariodeumestu-dante.blogspot.com

Joana MarquesCiências da Comunicação,Faculdade de Ciências Sociais e Humanas,Universidade Nova de [email protected]

Bombas RelógioCarlos Daniel da Costa Oliveira RegoComunicação Social, EscolaSuperior de Educação de [email protected]

Almas, Pianoe Lápis Azuis

É sem dúvida um dos maiores fla-gelos a atingir a população universi-tária: ter de dormir ao lado deautênticas bombas relógio, prestesa explodir a qualquer momento(habitualmente, naquela fase dosono em que parece que adormece-mos há 2 minutos). A verdade é queas há de todas as formas e feitios,com ou sem rádio, mais ou menosresistentes ao choque (quando asatiramos ao chão), mas os seusefeitos são sempre devastadores.Elas arrancam-nos abruptamentedo conforto dos lençóis, interrom-pem sem pedir l icença aquelemomento do sonho em que íamosfinalmente salvar o mundo, insti-gam-nos a colocar as primeirasdúvidas existenciais do dia (dogénero “porquê eu?!”). Mas esta é,ainda assim, a solução mais pacífi-ca, como que um tratado de paz

matinal, no qual não hasteamos abandeira branca mas quanto muitoa almofada, partindo rapidamentepara outra, seja o banho ou opequeno-almoço. Mais complicadassão as contendas que se prolon-gam, instaurando-se verdadeirasguerras civis nos nossos quartos,com investidas da parte do desper-tador, da nossa mão direita, dosnooze, da nossa mão esquerda, doalarme do telemóvel, do nosso dedopolegar, de alguém que nos chamaou nos abre de rompante os estores(golpe baixo!), dos nossos braços apuxar os lençóis até às orelhas,enfim, um fogo cruzado capaz deacordar todo o prédio, mas insufi-ciente para perturbar o sonodescansado (e merecido) de quemtem aulas às 8 da manhã! As dessedia já lá vão, mas perder uma bata-lha nunca foi perder a guerra!

Bailam almas ao som do pianoVoam letras, cantam anjosFolhas brancas passam, belasMisto de clássico e modernidadeOs lápis azuis são cavalheiros mascarados

Vinho fino e poesiaSão convidados para a soiret Todos os sentimentos são abandonados

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[ 20 valores ]| 58 MAIO 2006

Diz-se que «não há festa académica semQuim Barreiros». Porquê?Já há vinte e tal anos que toco em Coimbra ea partir daí as outras vieram por arrasto. Achoque é porque a minha música é popular e temaquele piripíri que a rapazeada gosta.

Como é que surgiu o primeiro convite? Acho que em Coimbra começaram a estarsaturados dos estrangeiros e então alguém selembrou de mim. Depois houve um episódioque acabou por contribuir para o meu sucessojunto dos estudantes. Não sei se foi no primei-ro ou no segundo ano… recordo-me que erauma noite de terça-feira e houve um vendavale uma grande banda de Lisboa conhecida (eunem digo o nome!) recusou-se a tocar. Erampara aí umas onze da noite e eu via os estu-dantes com amplificadores e caixotes às cos-tas, no meio daquela multidão. Arranjaram umaaparelhagem de um conjunto ali de Coimbra,montaram rapidamente o palco e eu fiz a festasozinho ate às cinco da manhã.

É um homem extrovertido, correcto?Não, acho que não sou extrovertido. Eu souatrevido, que é diferente (risos).

Gostava de ter tirado um curso superior? Eu tirei o sétimo ano do antigamente e tenhosido muito feliz, portanto, não vale a pena estara pensar se gostava ou não de ter sido univer-sitário.

Neste momento, acha essencial tirar-se umcurso superior?Acho que sim. Para a formação das pessoas.Embora acredite que a formação actualmenteé mais branda do que antigamente. Às vezesfico preocupado quando me deparo com umuniversitário que dá erros.

Faz 59 anos este ano. Quantos discos já edi-tou?Eh pá, tenho mais de 50 mil (risos)!

Com esse CVé inevitável falar do Quim Bar-reiros como uma referência? Aqui não há referências. Eu abracei a músicapopular portuguesa, aquela música que nin-guém ia buscar porque era fácil de mais. Recor-do-me que, quando cheguei a Lisboa, no finaldos anos 60, com uma concertina e um acor-deão, já se falava que não havia trabalho. E eudizia, porque é que vocês não vão para a emi-gração e não tocam o Malhão Malhão? E a res-posta era: então nós, uns clássicos que pas-samos nove horas por dia a tocar lá em casa,vamos pôr-nos a tocar o Malhão Malhão?

Nunca teve medo que esse caminho fossepouco prestigiante?A mim tudo me fica bem… toque o que tocar,fale bem ou diga uma asneirada, as pessoasriem-se e não me levam a mal.

Passa muitas horas por dia a ensaiar?Não…já há anos que não ensaio. Já toqueimuito bem acordeão, mas hoje serve para meacompanhar a cantar. Dou acordes para acom-panhar o Quim Barreiros cantor.

No que é que APadaria é diferente do discoanterior?Não é diferente…é igual aos outros, os temasé que variam. Desta vez fui buscar a Padariaporque quando uma garota passa na rua e temum rico rabo nós dizemos uns para os outros«olha que rica padaria ali vai!» (risos).

A língua portuguesa é uma fonte inesgotá-vel de trocadilhos…Eu nasci no meio desse vocabulário, portantoé fácil chegar lá. Este tipo de malandragem, dasegunda intenção, já vem das cantigas deescárnio e maldizer e das cantigas à desgar-rada. É engraçado, porque nós levámos issopara o Nordeste brasileiro e hoje, como souconhecido por acordeonistas de lá, tambémgravo muita coisa que me mandam. Assimcomo também há pessoas de cá que me

manda coisas para gravar. E cada vez se tornamais fácil.

Que música é que ouve para se inspirar?Música portuguesa e brasileira, tudo o quetenha uma segunda intenção…. Embora nosúltimos discos eu já esteja mais fino. Antiga-mente, gravava as dez faixas de duplo senti-do. Nos últimos discos já me dou ao luxo degravar aquilo de que gosto.

Quem é o homem para lá do palco?São os outros 50 por cento doQuim Barreiros, não basta sócantar. Há colegas meusque têm uma grande equi-pa à sua volta…. Eu não,sou empresário, condu-tor, compositor…isto dátudo muito trabalho! Souum homem casado ehoje [dia 3 de Maio] faço31 anos de casado.

E lembou-se?Eu ia-me lembrar, masacordei e o telefone jáestava a tocar… era aminha mulher.

Se voltasse a ter vinteanos o que é que faria?Voltava a casar com aminha mulher. E seguiaexactamente amesma vida. E querosó dizer à malta paraestudarem, se fazfavor. Lembrar-lhesque os pais fazemsacrifícios para elesestudarem, portanto,logo após a semana aca-démica, toca a trabalhar outravez!

«Não sou extrovertido, sou atrevido»

Há mais de 20 anos que, semana académica que se preze, tem de incluir os acordes apimentadosde Quim Barreiros. Este ano não é excepção e de norte a sul do país aí anda ele com a garantiade pôr toda a gente a repetir «Ai, ai Maria gosto d’ir à tua padaria», o novo sucesso do homem dochapéu e bigode bem cuidado. Aprendeu a tocar acordeão com o pai tinha 9 anos e já andou poresses palcos fora a cheirar o bacalhau da Maria e a incitar a Teresa a chupar o gelado deframboesa. «A mim tudo me fica bem», garante o rei das semanas académicas.

Dom Quim,da QueimaReio

| POR RAQUEL LOUÇÃ SILVA |

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DESPORTO. Era para ter começado ameio de Abril, mas a natureza não colaborou. À espera

de bons ventos, o Campeonato Nacional de Kitesurf em ondas temassim início previsto para os próximos dias 13 e 14 e dele tudo se espera. | POR DIOGO TORGAL FERREIRA | [email protected] |

MODA. Desde sempre que o ser humano o sonhou. Holly-wood já o tentou várias vezes. A cantora Cher perguntou-seo que faria se conseguisse turn back time. Mas quem real-mente o consegue fazer é o MU. Nesta edição, falámos comalgumas das caras mais conhecidas do nosso país para des-cobrir como se vestiam nos seus tempos de Universidade.Entra connosco na máquina do tempo e conhece alguns dossegredos das figuras públicas. Seriam eles reconhecíveis? | POR MANUEL ARNAUT MARTINS | [email protected] |

[ lifestyle ]6 | 8 MAIO 2006

PAPAGAIOS

MÁQUINA

radicais

do Tempo

Os dias decisivosDe acordo com o formato standing,

para o Kite Wave Tour 2006 estão pre-

vistas as seguintes datas possíveis:

• 1.ª Etapa – Moledo: 13 e 14 de Maio;

• 2.ª Etapa – Guincho: 2 e 3, 9 e 10,

16 e 17 ou 23 e 24 de Setembro;

• 3.ª Etapa – Peniche: 7 e 8, 14 e 15,

21 e 22 ou 28 e 29 Outubro.

Mais informações disponíveis em

www.apkite.pt

Organizado pela Associação Portuguesade Kite (APKITE) está previsto o começo dasegunda edição do Kite Wave Tour 2006, jápara o próximo fim-de-semana. Fala-se emprevisão porque, à semelhança do que acon-teceu na edição do ano passado, a provadeste ano será realizada a partir do sistemade standing. Ou seja, de modo a efectuar asetapas nas melhores condições naturaispossíveis, haverá três fins-de-semana parapossível realização de cada uma delas.Composto por três etapas e com um prizemoney de 1000 euros por cada uma, o cam-peonato irá decorrer durante os meses deMaio, Setembro e Outubro e as praias anfi-triãs serão as de Moledo, Guincho e Penicherespectivamente (ver caixa).Em declarações ao MU, o presidente daAPKITE, Dinis Diogo, salienta que a grandeprioridade é «ter boas ondas e vento fortepara reunir as duas condições essenciais

para este tipo de evento», sem deixar deacreditar que este ano se irá «superar onúmero de inscritos em relação à edição doano passado». Recorde-se que em 2005 par-ticiparam cerca de trinta riders em cada umadas duas etapas.Para o presidente da APKITE, este tipo deeventos é fundamental no sentido de «divul-gar o Kitesurf nacional e abrir portas à suaprática e, nomeadamente, mostrar ao públi-co que existem várias modalidades dentro doKite e que, reunidas as condições perfeitas,Wave ou Freestyle são ambas espectacula-res». No que diz respeito às condições dopaís para a prática, Dinis Diogo não se fazrogado e considera que «Portugal tem dasmelhores condições para a prática do Kite-surf a nível europeu, incluindo imensaspraias, já com bastante renome no meio».São exemplo as escolhidas para as váriasetapas.

Estamos acostumados a vê-los arranjados e bem vestidos. Em eventossociais sorriem para a câmara como ninguém. Teriam uma imagem assimtão polida nos seus tempos de Universidade, em que a primeira aula damanhã começava às oito horas?

| Lili, eterna extravagante |Lili Caneças, que se confessou como umaexcelente aluna, sempre deu nas vistas.Disse-nos que «era uma das mais boni-tas» e que os professores se «babavamsempre» por si, talvez por «ser loira, lindae maravilhosa numa altura em que nãohavia loiras, nem lindas nem maravilho-sas». Lili era uma grande apreciadora deescritores como Boudoir e Jean Paul Sar-tre, em quem se inspirava para criar o seuestilo “existencialista”. Com Ana Salazar,uma das suas melhoras amigas na altu-ra, tinha em comum um estilo “wild”: Ves-tiam preto, «numa altura em que ninguémusava preto» e «pulôveres de bico vira-dos para trás». Lili era nessa altura «omáximo da extravagância».

| Margarida e ascompras em Milão |Foi com bastante menos extravagância que foram vivi-dos os tempos de Universidade da escritora MargaridaRebelo Pinto. Quando caloira, a autora de Não Há Coin-

cidências, «pensava muito pouco emmoda, muito menos que agora».Hoje considera-se uma mulher Sexand the city mas quando estudava«ainda andava à procura de um esti-lo». O facto de não ter estilo próprio

não a impedia de «ir a Milão comprartudo», porque «há vinte anos, tiran-

do Ana Salazar e Tenente, nãohavia ninguém de jeito». O que

é certo é que esta“geração das cal-ças largas” é bemdiferente da sua.

| Daniel,o irreverente |Daniel Nascimento, apresentador de televi-são, não partilhava com Margarida R. Pintoestas dúvidas existenciais estilísticas: «o meuestilo sempre foi irreverente. Tanto no meurelacionamento com as pessoas como naforma como me vestia.» Consciente de que«a roupa tem muito que ver com o que sen-timos e como nos relacionamos com osoutros» não procura nada na moda, pois é opróprio quem faz a sua. Daniel Nascimentoconsidera as tendências «engraçadas», masnem nos tempos de estudante seguia «dita-mes e regras impostas por terceiros». Cons-ciente de que nem tudo lhe fica bem, pois tem«a noção do ridículo», sempre se procurou«sentir confortável e parecer minimamentebem aos olhos dos outros». Concluímos,assim, que cada um é como cada qual.

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Ao entrar na Associação Académica deCoimbra, é impossível não reparar noambiente animado. Distribuídos porvárias mesas, alguns grupos de amigosalegram-se com cervejas, para ajudar aconversa a fluir. Alguma desorientaçãonos corredores e dois lances de escadasmais tarde, estamos em frente das por-tas de vidro da RUC. O edifício é o mesmo de há 20 anos, aequipa é que se vai renovando. «O maiorfeito da RUC nestes anos todos foi terconseguido sobreviver, porque é umarádio amadora, que se faz de pessoasque chegam aqui e querem dar algumacoisa, descobrem que gostam disto»,explica a presidente Inês Patrão. «Amaior parte das rádios passa a músicaque as editoras lhes pagam para passa-rem. Nós não dependemos disso, esco-lhemos aquilo que queremos ouvir»,acrescenta. É uma liberdade que se con-cretiza a vários níveis e permite à RUCdestacar-se das rádios “sérias”: « A cen-sura chega pela boca de amigos e de nóspróprios. Os gostos musicais vão-se cri-ticando nos corredores. »Dentro dos estúdios têm rédeas largaspara se deixarem influenciar pelos gos-tos pessoais, como explica a vogal CarlaLopes: «O bom da RUC é podermos pas-sar o lado B de um single, uma faixaescondida dos álbuns, explorar músicasmelhores mas menos conhecidas dasbandas... Não há restrições, aproveita-mos todo o tipo de ideias e a nossa gre-lha é um puzzle de diversificação.»

| Companheirismo e galhofa |São muitas horas de convívio intenso,frustrações partilhadas em conjunto egotas de suor que escorrem em simultâ-neo. Será que na RUC se dão todosbem? Inês ri-se e responde: «Não, claroque não. Às vezes andamos às cabeça-das, porque enquanto administraçãotemos de discutir coisas menos agradá-veis, questões internas.» As picardiassurgem naturalmente, mas «faz tudo

parte», até porque «regra geral há bomambiente, somos amigos lá fora e háum ou dois jantares da RUC por ano,em festas de lançamentos de grelhase aniversário».Para além disso, as infatigáveis horasde trabalho “no ar” reservam sempremomentos de diversão, embaraço, ecumplicidade vividos em directo noestúdio. As típicas “gaffes” não se con-seguem evitar. Equívocos «perfeita-mente normais e que têm piada», naopinião de Inês. As já conhecidas“brancas” acontecem e não há nada a

fazer se não tentar disfarçar, «carregarno botão errado ou esquecer o queestávamos a dizer... » são casos bemtípicos.

Todos os dias há episódios novos paracontar, porque a equipa já funciona comoum todo, em piloto automático. «Dá-memais gozo fazer os programas quandoestamos muitos em estúdio. Às vezes dei-xamo-nos levar pela galhofa e só repara-mos depois. Pensamos que os ouvintesdevem achar uma seca brutal! Mas nósdivertimo-nos imenso».

| Flash-back |Foi em 1986 que, com muitos projectos epoucos meios para os concretizar, nasceua Rádio Universidade de Coimbra, rapi-

damente popularizada no seu petit nomsimples e sonante – RUC. Desde logocomeçou a conquistar o ouvido estudantilde Coimbra e arredores, com uma pro-

[ zoom ]8 | 8 MAIO 2006

Vinte anos de

107.9 FMRádio Universidade de Coimbra

A Rádio Universidade de Coimbra (RUC) celebrou, no passado dia 1 de Março, 20 anos de existência. Para assinalar condignamentea data, o MU foi a Coimbra conhecer as instalações e falar com quem faz a máquina mexer. Duas décadas de emissões e muita ima-ginação à mistura têm ajudaddo a servir servir os estudantes e a fazer História em estúdio.

| POR MARIANA SERUYA CABRAL |

[email protected] |

Foram 20 anos a dar tempo de antenaa dezenas e dezenas de estudantes.Dos estúdios da RUC saíram os nomesilustres de Sansão Coelho, Braga daCruz, Rui Avelar, entre muitos outros. O MU foi falar com Sandy Gageiro, ex-RUCiana e jornalista actual da Antena1, para trazer à tona algumas memó-rias da RUC de antigamente. «Houve sempre muitas situaçõesdivertidas e de grande camaradagem.Sinto alguma nostalgia em relação àsemissões da Queima das Fitas, sem-pre muito dinâmicas e cheias de peri-pécias com artistas e público. Tenhosaudades do renault 5 velhíssimo queconduzíamos nas reportagens e queavariou comigo na noite das eleiçõespresidenciais de 1996. Mesmo asemissões em estúdio tinham sempreuma margem de improviso muito esti-mulante», recorda Sandy. A transiçãopara uma rádio de referência nacionalnão deixou de criar estranheza, conta:«na Antena 1 não há espaço para a irre-

verência e para o inesperado tão carac-terísticos da RUC. As abordagens sãooutras, o público-alvo também. NaRUC todos os pontos de vista erampossíveis, na Antena 1 tem que sertudo muito mais ponderado».Já nessa altura, era difícil harmonizaras exigências de tempo, «implicavamuitas vezes decidir entre as aulas ea rádio e gerir isso da melhorforma…ou não. Consegui acabar ocurso em quatro anos sem grandemédia, mas não me arrependo nada». A vida de estudante pode fazer partedo passado, mas ficaram as experiên-cias que em muito contribuiram parao “ensaio geral” de um futuro trabalhoprofissional na rádio. Fica «o interes-se pela música, pela diversidade depontos de vista, pela cultura, o senti-do de humor, os companheiros daRUC que faziam programas de grandequalidade. Acima de tudo, a capacida-de de comunicar que a RUC tem», con-clui.

RUC, CATAPULTA DE TALENTOS

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gramação feita por estudantes e para estu-dantes. Dar música à vida académica dacidade era apenas uma das muitas valên-cias desta rádio-embrião: na ânsia derecrutar locutores e alargar o staff, procu-raram explorar a vertente pedagógica,abrindo as portas da rádio a cursos de locu-ção e programação. O projecto formativoacabou por se tornar na mais dura pedrabasilar da RUC? «foram 20 anos a fazeras pessoas perceberem que, se gostamde rádio, a RUC é uma oportunidade única,que tem uma liberdade que não há nou-tros sítios», explica Inês Patrão.

| «Isto dá muito trabalho» |O facto de ser gerida por estudantes e denunca se desfazer do seu cunho amadorjá não serve de argumento para rotular aRUC como um suporte menos “sério”. 20anos de feedback ? não só de ouvintes dacidade como de estudantes coimbrões emErasmus, através a RUC online ? confir-mam a variedade, rigor e profissionalismoda grelha musical e informativa. «Da óperaà música pimba, tentamos variar pelosnossos próprios meios» remata Carla. No entanto, deparam-se com as dificulda-des habituais de um meio de comunica-ção com pouca difusão: embora seja com-plicado o acesso a determinadas perso-nalidades e fontes de informação, «há pro-dutoras e editoras que já nos conhecem ejá sabem o tipo de artistas que nós gosta-mos de entrevistar. Temos conseguidoboas entrevistas e credenciais para con-certos. Nem sempre é fácil, mas acho quenão é fácil para toda a imprensa», explicaInês, e Carla ainda acrescenta:«o peso

dos 20 anos da marca RUCtambém ajuda. É uma rádiomais alternativa, e que dáespaço a muita música que nãopassa em mais lado nenhum.Conseguimos estabelecer umcerto à-vontade com os artistasdesses ramos.»E como um dia são 24 horas,a vida continua fora dasinstalações da RUC.Inês trabalha à sema-na como enfermeirano Hospital da Uni-versidade, e Carlaainda frequenta o últi-mo ano do curso deArquitectura. Tantoelas como os restan-tes membros da RUCse agarram afincada-mente ao “amor àcamisola”, que lhes dáfôlego e voz para dedi-carem tantas horaspor semana a prepa-rar grelhas de pro-gramas, organizaremissões e escolherlistas de músicas. Osresultados estão à vista, dia-riamente, na frequência 107.9 FM deCoimbra. Perguntamos se é difícil conci-liar as duas coisas, e respondem-nos, comalgum humor, «é, mas ninguém morre porisso». Como se costuma dizer, «quemcorre por gosto não cansa». Resta espe-rar que a RUC corra por muitos e bonsanos.

| 98 MAIO 2006

[ zoom ]

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Maldispert – é o programa «à base deextracto de música, informação, pas-satempos e ervas secas», como ospróprios membros o descrevem.Ingredientes escolhidos a dedo paraum verdadeiro elixir de estímulo, per-feitos para superar a neura matinal.Ruc’n’Roll – As guitarras entram emcena, os decibéis aumentam e umamistura explosiva de cinco locutoresjunta-se em estúdio para concretizar ahomenagem ao rock, versão RUC.Santos da Casa – é uma ode à produ-ção nacional que, de segunda a sexta,

passa desde os grandes clássicos“tugas” aos singles menos conheci-dos das bandas promissoras. «O queé nacional é bom», note-se.Origami – Dance. Soul. Rap. Programade música mexida e ritmada, sem dúvi-da o momento de eleição para, disfar-çadamente, dar um pezinho de dança.Culturama – Um espaço de pausa parafalar sobre as últimas novidades domundo cultural, num olhar sobre tea-tro, poesia, dança, cinema, escultura.ciência, fotografia, por aí fora.www.ruc.pt

Carla Lopes, vogal da RUC

Inês Patrão, a presidente

Tiago Eiras, do departamento de programação

PROGRAMAS MAIS EMBLEMÁTICOS

Rui Miguel Godinho Psicólogo clí[email protected]

Em 1999, os ministros de 29países europeus, incluindo Por-tugal, reuniram-se em Bolonhae assinaram a declaração queestabelece a criação de umEspaço Europeu de EnsinoSuperior até 2010.Esta Declaração tinha comoobjectivos primários: aumentara competitividade dos referidossistemas de ensino, e promovera mobilidade e a empregabilida-de no espaço europeu.No entanto esta alteração sóserá plena se for alterado oparadigma de ensino, abando-nando um sistema de ensinobaseado na ideia da transmis-são de conhecimentos por um

sistema baseado no desenvolvi-mento de competências.A alteração formal, tenho a certezaque será conseguida, à semelhançade todas as grandes obras portugue-sas, promovendo inaugurações comas obras ainda a decorrer (Expo 98,

Porto Capital Europeia da Cultura,Casino de Lisboa ?, etc...), nem queseja à base de um lifting curricular:mais ou menos antropologia cultural,mais ou menos Termodinâmica, Análi-se Numérica qb!Quanto à alteração de conteúdo, tenhomuito mais reservas (especialmente noEnsino Público), visto os currículos dasdisciplinas muitas das vezes seremmoldados de acordo com o umbigodos Professores, sendo alguns cursosuma espécie de caleidoscópio narcísi-co em vez de formarem um todocoerente.É fundamental que os cursos se apro-ximem da realidade profissional, alian-do o saber teórico a uma experimenta-ção prática.Se assim não for, esta será mais umaoportunidade perdida, nas palavras doPríncipe de Salina (na obra de Lampe-dusa “O Leopardo”, imortalizada nocinema por Luchino Visconti) “é preci-so que alguma coisa mude, para tudocontinuar na mesma”.

Ensino à Bolonhesa

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A intenção do evento é revelar os novos talentos em português. Na11.ª edição do Mundo Mix PT, a decorrer no próximo fim-de-semanaem Lisboa (Castelo de São Jorge) pretende-se descobrir criadoresdos vários países da lusofonia, que desenvolvam o seu trabalho emterritório nacional.«Moda, pintura, música, fotografia, todas as artes são bem-vindas»,anuncia o comunicado de imprensa. Um evento que em 2005 reu-niu 70 mil pessoas nas quatro cidades onde teve lugar e que podeservir de rampa de lançamento aos participantes. Como aconteceua Ricardo Preto, estilista que entretanto já participou no Portugal Fas-hion e Moda Lisboa.Outras iniciativas vão marcar o sábado e o domingo. Desde DJ’s aum mercado alternativo com aproximadamente 60 expositores(design, acessórios ou artesanato). Aorganização garante ainda quea entrada é gratuita para os residentes na capital, munidos do res-pectivo comprovativo. Ainda este ano a digressão continua para oPorto (1 e 2 de Julho), Lagos (3 e 4 de Agosto) e Cascais (30 Setem-bro e 1 de Outubro).

No que diz respeito aos cursos e horários disponíveis no anolectivo 2005/ 06 (a terminar em Julho), a «Dança Oriental (váriosníveis, todos os dias da semana) e a Salsa a Par (vários níveis,sexta-feira e sábado), continuam no topo das preferências»,adianta Magda Bialoborska (polaca), da Escola das 1001 Dan-ças. Contudo, refere que o núcleo Afromundi tem progressiva-mente ganho terreno. E neste domínio, aescolha é variada: desde o Kizomba& Cabo Verde Dances (terças esextas), Danças Brasileiras(terça), Afro Raízes (quarta), Afroa Par (quarta), Capoeira (segun-das e quartas ou sábados) até ao

Forró Universitário (sábado). Muitas hipóteses diferentes, osritmos quentes como denominador comum.Mas o leque de oferta é muito mais vasto… e sempre convida-tivo. Tango Argentino (para iniciados e avançados, ao domin-go), Danças Europeias (segunda), Flamenco (quintas e sextas)ou Afro-Contemporâneo (para iniciados e avançados, segun-das e quartas) estão também à disposição dos interessados.Quem quiser apenas experimentar pode inscrever-se numaúnica aula. Para Tango, Dança Oriental e Afro-Contemporâneaa aventura custa 10 euros, enquanto um “pezinho de dança”nas restantes “vale” cinco.E quando termina o ano lectivo? «As actividades não cessam»,frisa Magda Bialoborska. Por agora, e ainda com muito por pro-gramar, garante um curso intensivo de Dança Oriental nas duasprimeiras semanas de Agosto (pelo mestre egípcio MohamedElmasseri), além de um dia inteiramente dedicado às danças

africanas, ainda sem data definida, com professores devárias instituições lisboetas. Os formadores da esco-

la vão também marcar presença na 11.ª edi-ção do festival Andanças, em Carva-

lhais (concelho de SãoPedro do Sul).

[ acontece ]10 | 8 MAIO 2006

O MU SUGERE

LISBOA

OvoConcerto de música pop integradono ciclo “Canções Urbanas, NovosTalentos”.Jardim de Inverno do TeatroMunicipal São Luiz13 de Maio – 23h30

GalileuPeça de teatro da autoria de BertoltBrecht, onde o dramaturgo recriousituações paradigmáticas da vidade Galileu para problematizar ques-tões actuais.Sala Azul do Teatro Aberto10 de Maio até Julho – quartas--feiras a sábados, às 21h30 edomingos, às 16h00

PORTOI Workshop de DançaContemporâneada Universidade do Porto(em colaboração com a Academiade Bailado de Matosinhos) A for-madora já frequentou cursos noConservatório de Danças de Bru-xelas ou na Escola Coreográfica deKiev (não se exige experiência pré-via para participar).Faculdade de Desporto 20 de Maio – 10 às 13 h e das 14às 17 h (inscrições até 12 de Maio)

AVEIROFotógrafos da VidaSelvagem 06Exposição que resulta do mais pres-tigiado concurso de fotografia daNatureza do mundo (promovidopelo Museu de História Natural deLondres e pela revista BBC Wildli-fe).Fábrica – Centro de Ciência Viva Até 25 de Junho – de 3.ª à 6.ª –entre as 10h00 e as 18h00, fins--de-semana e feriados, das 11às 19h00.

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Uma comédia que «promete desassossegar o público, diver-ti-lo, comovê-lo, chocá-lo e demovê-lo da monotonia». Pala-vras de João Rosa, produtor, encenador e actor em Desas-sossego, uma peça em exibição até Julho, de quartas a sába-dos, às 22 horas, no Instituto Português da Juventude, loca-lizado no Parque das Nações (Lisboa). Como cenário, duasmulheres e um homem dentro de um apartamento. Um triân-gulo de relações amor/ ódio, apresentado num registo diver-tido onde o sexo é tema recorrente.

Desassossego

João Pedro George, autor de Couves & Alforrecas – OsSegredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto e ValterHugo Mãe, da editora Objecto Cardíaco, vão estar na pró-xima quinta-feira, na Fnac de Coimbra, para debater a polé-mica em torno da obra. A escritora (que já teria desafiadovários críticos a comentar a sua obra) e a editora Oficina doLivro interpuseram uma providência cautelar na tentativa deimpedir a sua publicação.

Couves & Alforrecas

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A oportunidade de te revelares

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Escola em Lisboa

Não sabes dançar mas queres aprender. Até sabes, mas gostavas de praticar mais. És simplesmentecurioso. Em todos estes casos, a Escola das 1001 Danças, no Ateneu Comercial de Lisboa, pode ser aquiloque procuras. Ali há de tudo: Tango argentino, danças ciganas e orientais, salsa, kizomba ou forróuniversitário. E é possível frequentar aulas regulares ou pagar apenas uma, a título de experiência.|POR LINA MANSO| [email protected] |

VAI UM PEZINHO DE DANÇA?

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Montmartre

Como é que foste parar a Paris? Eu cheguei a França devia ter uns 16anos. Antes disso, vivi em Bragança,Beja e Lisboa. Na época, fui para Pariscom a intenção de tirar uma licenciatu-ra na Sorbonne e regressar quando ter-minasse, mas a cidade traiu-me (risos).Fiz o curso de Línguas, Literatura e Civi-lizações Estrangeiras e depois um deJornalismo e outro de Comércio Inter-nacional. Paralelamente, comecei a darpassos profissionais em áreas como oensino e a rádio. A brincar a brincar, jáestou por lá há 17 anos.

A música sempre fez parte da tuavida?Sempre. A música sempre foi uma pai-xão, mas curiosamente quando come-cei a escrever fi-lo para outras pessoas.Só de há uns anos para cá é que come-cei a pensar em compor para mim e foidaí que surgiu a ideia de formar umabanda. Através da minha vivência nocentro de Paris fui conhecendo osoutros cinco elementos da banda: trêsportugueses, dois franceses e uma bra-sileira. Como se pode ver, a lusofoniavence (risos).

Trata-se de um projecto eminente-mente cosmopolita. Isso é umainfluência no vosso som?Sem dúvida. Paris é uma cidade comum cosmopolitismo muito acentuado ecom um modo de estar e de se exprimirmuito especial. De facto, até à data con-seguimos fazer algo de muito coeso,personalizando todas essas múltiplasinfluências que há na cidade. Este discotem várias línguas e várias linguagensmusicais.

Uma coisa que senti ao ouvir o álbumfoi a total ausência de fronteiras. Estálá jazz, world music, rock progressi-vo, blues, spoken word... é assim queencaras a música? Nem mais. As coisas não são fecha-das... não têm fronteiras. Mesmo aovivo, não gostamos de reproduzir odisco ipsis verbis, mas sim trabalharnovas roupagens, outras tonalidades naexpressão vocal ou diversas formas deteatralização.

Fala-me um pouco das colaboraçõesno Montmartre?Em concreto, só temos uma contribui-

ção no disco, a do Adolfo Luxúria Cani-bal [Mão Morta] na vocalização de umadas músicas. Já com o António ManuelRibeiro [UHF], as coisas desenrolaram--se por causa de um desafio que ele noslançou uma vez em Paris. Perguntou--nos se queríamos revisitar algum temados UHF à nossa escolha. Embora nãofosse o nosso som, decidimos aceitar aproposta, até porque achámos piadapôr os elementos da banda não portu-gueses a ouvir a discografia toda deuma banda portuguesa (risos). Difícilmesmo foi a escolha de uma única músi-ca, que acabou por ser a Vivo na Fron-teira, porque a letra tinha muito a verconnosco. Fizemos uma coisa que nãotem nada a ver com UHF, até porquecopiar e refazer não vale a pena.

Porquê o título Montmartre?Tem a ver com a famosa colina pari-siense onde está a Basílica do SacréCoeur. É um lugar que para mim sem-pre funcionou como refúgio e que temum lado muito tranquilo, é quase umaaldeia. Sempre foi uma fonte de inspi-ração e pode-se dizer que foi lá que todaesta aventura começou.

Zero 7 The Garden 11 valoresO problema dos Zero 7 sempre foramas inevitáveis comparações com osfranceses Air, estes sim, verdadeiramente possuídos pelogénio. Ao terceiro álbum, intitulado The Garden, o projectoliderado pelos britânicos Henry Binns e Sam Hardaker con-tinua sem conseguir enxotar esse estigma e faz um discoonde a falta de sal é mais do que evidente. Nada de novoentão em relação às paisagens sonoras propostas, ondetudo parece datado, ou pior, ultrapassado. Nem sequer SiaFurler (cúmplice do costume) salva o ouvinte da completaindiferença. Chillout, downboeat ou ambient soul, chamem--lhe o que quiserem. Ao terceiro disco já não há desculpas.

[ acontece ]| 118 MAIO 2006

| Sugestão de cinema |

Semana de filmesde Israel

Depois de mais uma bem sucedidaedição do IndieLisboa, os cinéfilosda zona da Grande Lisboa voltam ater oportunidade de apreciar obrascinematográficas fora da órbita co-mercial. Desta vez, a iniciativa pertence àEmbaixada de Israel em Portugalque, entre os próximos dias 10 e 16de Maio, promove a Semana de Fil-mes de Israel, no Beloura Shoppingem Sintra. Com a exibição de um filme por dia,pretende dar-se a conhecer ao pú-blico português produções cinema-tográficas recentes, de origem israe-lita (ver caixa), todas realizadas porconceituados cineastas do país doMédio Oriente. De destacar as ses-sões de abertura e encerramentoque irão contar com a presença dosrealizadores de ambos os filmes:Dany Syrkin, com Out of Sight eEran Riklis com Syrian Bride, res-pectivamente. Quem aparecer podeinclusivamente trocar impressões nofinal dos visionamentos.

| Disco da Semana |

Os gajos da colina dePode ser um ilustredesconhecido em Portugal,mas o futuro e o novo“Montmartre” encarregar-se--ão de mudar essa situação.Patric Caseiro e o seugangue, mais conhecidoscomo Pat Kay & the Gajos,estiveram em Portugal paradar a conhecer a sua músicae o MU aproveitou para falarcom o líder de um projectoque percorre vários países,culturas e linguagens.

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |

[email protected] |

A Semana de Filmes de Israeldecorrerá entre os dias 10 e 16de Maio e terá o seguinte pro-grama:

• Out of Sight, de Daniel Syrkin –dia 10/05, às 21h00

• The Shwartz Dynasty, deShmuel Hasfari – dia 11/05, às20h00

• Metallic Blues, de Danny Verete– dia 12/05, às 20h00

• Year Zero, de Joseph Pitchhad-ze – dia 13/05, às 20h00

• Joy, de Julie Shles – dia 14/05,às 20h00

• Atash, de Tawfik Abu Wael – dia15/05, às 20h00

• Syrian Bride, de Eran Riklis – dia16/05, às 20h00

Sir Giant EP05 9 valores!Sir Giant é o nome que Tiago “Carraça”encontrou para o seu projecto musical.Responsável pela composição, produção, instrumentalização eprogramação, Sir Giant é mais um daqueles projectos domésti-cos seguidores da linha do it yourself que estão em voga desdeque a tecnologia a isso permite. E em relação a razões para lou-var EP05 ficamos por aqui. Ska, reggae, rock ou punk-rock sãoos terrenos por onde Tiago “Carraça” se movimenta sem nuncamostrar vontade de arriscar e caindo frequentemente nos luga-res-comuns dos géneros experimentados. Apesar do esforço edas boas intenções, o disco é apenas mais do mesmo tocado ecantado por alguém que ouviu Sublime a mais.

Montmartre

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12 | 8 MAIO 2006

[ 5.ª dimensão ]

ManhãsPorquê acor-dar ao somde tudo oque há demais irritanteneste mun-do.... Não hátelemóvel,despertador ouo que quer queseja, que soe tãobem como as músicas quemais gostamos. Por isso propomos este despertadormp3... para que os seus dias soem melhor logo pelamanhã. www.iwantoneofthose.com

Deslumbra no online e vale-se dosveículos e outras tantas revolucioná-rias alterações para acrescentar valorà série. O melhor dos SEALs acabade invadir os 128 bits da Sony. | POR MIGUEL ARAGÃO |

[email protected] |

É o único jogo de combate militar desenvolvidoem parceria com os US Navy SEALs. Com o propó-sito de emergir os jogadores na realidade dos com-bates dos nossos dias, SOCOM apresenta três no-vos palcos de guerra: Sul da Ásia, Norte de Africa eEuropa Oriental. Ao longo de mais de dez missões, os combatentesvirtuais vão deparar-se com áreas seis vezes supe-riores às apresentadas pelo anterior SOCOM, e, aomesmo tempo, com uma progressão mais acelera-da, graças aos vários save points espalhados peloscenários de guerra. Pela primeira vez na série, os veículos de terra e deágua assumem um papel preponderante. Quer se-jam conduzidos pelos próprios jogadores, quer pelaInteligência Artificial, cobrem agora um variado le-que de opções, entre carros civis e militares, incluin-do carrinhas especiais, Humvees dos Seals e bar-cos de assalto SOC-R. De resto, o combates na

água ganham um novo protagonismo, já que os jo-gadores podem agora esconder-se dos oponentessubmergindo, o que expande em boa medida o con-junto de tácticas do franchise SOCOM US NavySEALS.Outra das grandes novidades é o sistema de perso-nalização de armas. Ao todo, combinando 31 ar-mas autênticas e 21 acessórios, SOCOM 3 ofereceperto de mil combinações de dispositivos de com-bate diferentes. Com capacidade para reunir 32 jo-gadores de uma só vez, e ao contrário dos seuspredecessores, SOCOM faz do online a sua naisvaliosa arma. Misturando aspectos de Rainbow Sixe Battlefield, é um dos melhores jogos online dispo-niveis para a PlayStation2. No campo visual, enquanto alguns palcos desfilamem trajes deslumbrantes, outros apresentam-secom contornos demasiado básicos para agradaraos mais atentos. O objectivo de servir ambientesem que os jogadores realmente se sintam imersosem cenários de guerra, esse nunca é posto emcausa. E se é no online que o melhor de Socomvem ao de cima, nem por isso as missões em sin-gleplayer comprometem a consistência do resulta-do final. Quem gosta do género jamais se vai sentirdefraudado com estes Seals que prometem colaros fãs mais acérrimos durante largas horas aos te-levisores.

[ JOGOS ]

SOCOM 3: US Navy SEALs | PS2

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Quem tem

In In The Navy...Ainda que pos-

sa parecer um sim-ples kit de espionagempara os mais pequenos

brincarem às mensagenssecretas, esta esferográfica de tin-

ta invisível com luz UV (ultravioleta) éideal para marcar cartas e documentos

importanteswww.gadgets.com.pt

Escrita invisível

Para o escritório epara casa. Este

alta-voz inovador,além de fácil de usar,

vai surpreendê-lo quandose puser a pronunciar literal-

mente aquilo que o seu interlocu-tor está a dizer ao telemóvel. O

Telephone Lips é um pequenorobô alta-voz que tem efectivamente

boca para falar.www.gadgets.com.pt

boca...

em grande

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Três de Maio foi o dia escolhido para dar início ao Festival da Semana Acadé-mica de Lisboa, que durou até dia 6. A cabeça de cartaz para abrir as hostilidadesfoi o carismático Quim Barreiros, bem acompanhado por Quinzinho de Portugal,Delirium e Tino e Leonor. Foi essa a noite escolhida para irmos ver o que se pas-sava e, uma coisa é certa, as universidades de Lisboa estiveram bem representadas nasrespectivas barraquinhas e animaram o serão “pimba” que não parou até de madrugada.

Diz quem sabe

que até são

engraçados, mas

assim não vão lá!

Nã, nã!!

À esquerda,

o clã da Escola

Superior de

Educação!

À direita, os

meninos da

Lusófona.

Apanhados

a catrapiscar

as meninas

das Delirium...

[ bar aberto ]| 138 MAIO 2006

A verdadeda noite académica lisboeta

PU

B

Eferreá, Á!

Eferreé, É!

Eferrii, I!

Eferreó, Ó!

Eferriu, U!

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14 | 8 MAIO 2006

[ salada russa ]

Ricardo Gomes [email protected]

“Pormaior”numa covaA hora era a do costume, o local, àbeira-mar, numa esplanada perto denós. Os quatro elementos preen-chiam uma mesa-redonda de plásti-co. O Luís levanta-se e grita porquatro loirinhas de pressão. A meni-na que nos atendeu, a meu ver,era… simpática, educada e tinhaum sorriso bonito. Já o Filipe acha-va que, além destas qualidades,devia ser acrescentado o detalhedas grandas mamas! Sim, de facto,eram grandes, mas na realidade elaera toda grandinha. O sol estava aqueimar, e as cervejas deslizavammelhor do que água, vinham sem-pre em grupos de quatro. Era casopara dizer que já íamos em veloci-dade de cruzeiro, e o rumo da con-versa começou a tomar contornosredondos; cus, mamas, mamas ecus e todos os seus derivados. ORui, claramente o mais tarado, nãose calava com o cu de uma gajaque passeava atrás de nós enquan-to falava ao telefone. De facto, eraescultural, t inha a forma de umcoração bastante saudável. O Filipecontinuava a opinar sobre mamas,achava que era a essência da vida.Do nada, perguntei: então e ascovinhas? Olharam para mim com amesma cara que Paulo Portas fezquando foi nomeado ministro dosAssuntos do Mar. Covinhas!? Sim,respondi eu, nunca vos passou pelacabeça observarem as duas covi-nhas que preenchem o f im dascostas de algumas mulheres? Jápensaram na sensualidade daquelaimagem? São normalmente mulhe-res com bastante sex appeal e,falando da minha experiência pes-soal, garanto-vos que a qualidadena cama está assegurada. Sãoduas covinhas perfeitas para abra-çarmos quando elas, sentadassobre nós, provocam movimentoslentos, mas bem orientados, perfei-tamente harmonizados com as nos-sas mãos nas lombares, e os dedosmédios nas covinhas. Nesse preci-so momento, senta-se uma espéciecom tal característica mesmo à nos-sa frente, com um top bem curtinhodo tipo cai-cai. Lancei um olhar paratodos eles, e em seguida para ascostas dela. O sorriso na cara delesfoi longo, e fez-se acompanhar porum silêncio geral...

Ano de estreia?É muito recente. De facto, lança-mos o novo boletim em princípiosde Abril.

Periodicidade?A intenção é criar um boletim quesaia todos os meses, com umaperiodicidade fixa (o que não severificava em publicações anterio-res).

Preço?Gratuito.

Tiragem?Aproximadamente mil exempla-res.

Locais de distribuição?O Dito está a ser distribuído porpólos, bares, cantinas e residên-cias da universidade. É um bole-tim “caseiro”: a AAUE responsabi-l iza-se pelos processos deelaboração, impressão e distribui-ção.

Equipa?Temos cerca de seis colaborado-res da associação académica aproduzir os conteúdos (além daequipa de distribuição).

Linha editorial?Preocupamo-nos em transmitiruma informação transparente eacessível. O mais importante éesclarecer, apoiar, ouvir e repre-sentar os estudantes da Universi-dade de Évora.

Cavalos-de-batalha?Neste momento, todos os estu-dantes estão atentos ao processode Bolonha. Em Portugal, costu-mamos fazer tudo à pressa… emal. Vamos ver se esta reestrutu-ração não vai ser mais um exem-plo disso. Pela nossa parte, epara combater a desinformaçãosobre a matéria, pretendemos edi-tar uma série de cadernos, à partedo boletim.

As reformas de Sócrates

Rusga no Bairroda Torre tinhaoutros objectivos

Blogosferalipsedo sexo

Já despediu alguém? Ah, ainda não...

MacGuffin aka Carlos do Carmo Carapinha in www.contra-a-corrente.blogspot.comQuarta-feira, Abril 26, 2006

O Imprensa Falsa sabe que a rusga no Bairro da Torre, realizado namadrugada de ontem, tinha outros objectivos. Ao contrário do que foianunciado, que apontava para a busca de armas ilegais, a operaçãopolicial serviu para procurar Manuel Maria Carrilho, que está desapareci-do desde as últimas eleições autárquicas.O deputado socialista, que também foi candidato à Câmara Municipal deLisboa, é suspeito de ser o autor de vários sismos em Lisboa e rebenta-mentos de condutas. Têm chegado algumas imagens gravadas, àredacção do almanaque Borda d’Água, com declarações de Carrilho areivindicar os acontecimentos.Este último rebentamento de uma conduta de água, em Lisboa, tambémjá foi reivindicado por Carrilho. A polícia suspeitava que Carrilho estives-se escondido no Bairro da Torre, uma vez que as declarações de Carri-lho, nas gravações, eram interrompidas pela passagem de aviões. Apolícia não conseguiu descobrir Carrilho, que já avisou que estão a serpreparados novos ataques aos lisboetas. Um sol abrasador – promete odeputado socialista, em tom de ameaça.

zepiter inwww.imprensafalsa.blogspot.comQuarta-feira, Maio 3, 2006

| Cantinho dos Media |

A actual Associação Académica da Uni-versidade de Évora (AAUE) tomou pos-se em Fevereiro passado. Entre váriosprojectos, encontramos o Dito, e desco-brimo-lo com a ajuda de João Taleço,vice-presidente da AAUE.

E

¶ in / www.arioplano.blogspot.com/ Segunda-feira, Maio 1, 2006

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| 158 MAIO 2006

Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com

[ bd ]

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