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S E R V I Ç O S FENACON em Ano VII Edição 81 Setembro 2002 Publicação Mensal da Federação Nacional das Empr esas de Serviços Contábeis e das Empr esas de Assessoramento, Perícias, Infor mações e Pesquisas dirigida a empr esários de prestação de serviços - Valor Unitário - R$ 2,50 Brasil S/A Sugestões para um novo modelo de sistema tributário brasileiro, todos têm. Soluções para os problemas da saúde, educação, assim como programas voltados para o crescimento das micro e pequenas empresas, também. E o perfil ‘gerencial’ e de ‘liderança’ para implementar as mudanças necessárias diante da ordem econômica do mundo globalizado, quem tem? Nesta Edição Entrevistas exclusivas com os candidatos à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes ELEIÇÕES 2002 Reflexão sobre as empresas de serviços no IV Enescap/ Nordeste

S E R V I ÇO S · R. Dr.Albino Magalhães, 185 57050-080 ... Alicindo Carlos Moroti Rua Osvaldo Cruz, 341 - Centro ... José Antonio de Godoy

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S E R V I Ç O SFENACON em

Ano VIIEdição 81

Setembro2002

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Brasil S/ASugestões para um novo modelo desistema tributário brasileiro, todostêm. Soluções para os problemasda saúde, educação, assim comoprogramas voltados para ocrescimento das micro e pequenasempresas, também.E o perfil ‘gerencial’ e de ‘liderança’para implementar as mudançasnecessárias diante da ordem econômicado mundo globalizado, quem tem?

Nesta EdiçãoEntrevistas exclusivas

com os candidatosà presidência daRepública, Luiz

Inácio Lula da Silvae Ciro Gomes

ELEIÇÕES 2002

Reflexão sobre asempresas de serviços

no IV Enescap/Nordeste

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Sindicatos das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento,Perícias, Informações e Pesquisas filiados à FENACON

SESCAP - Acre

Pres.: Sergio CastagnaAv. Getúlio Vargas, 130, sala 205 - Centro69900-660 – Rio Branco/ACTel.: (68) [email protected]

SESCON - AlagoasPres.: Anastácio Costa MotaR. Dr.Albino Magalhães, 18557050-080 - Maceió/ALTelefax (82) [email protected]/sescon-al

SESCAP - Amapá

Pres.: Aluisio Pires de OliveiraRua Cândido Mendes, 374, sala B68900-100 - Macapá - APTelefone: (96) [email protected]

SESCON - Amazonas

Pres.: Wilson Américo da SilvaR. Monsenhor Coutinho, 485 - sala 3 - Centro69010-110 - Manaus/AMTel.: (92) [email protected]/sescon-am

SESCON - ApucaranaPres.: Alicindo Carlos MorotiRua Osvaldo Cruz, 341 - Centro86800-720 - Apucarana - PRTel. (43) 422-7908 / [email protected]

SESCON - Bahia

Pres.: Fernando César Passos LopoAv. Antonio Carlos Magalhães, 2573 - 12°andar,sl. 1205/1206 - Candeal de Brotas -40289.900 - Salvador/BATelefax. (71) 452.4082/[email protected]

SESCON - Blumenau

Pres.: Carlos Roberto VictorinoR.15 de novembro, 550 - Sl 100989010-901 - Blumenau/SCTelefax. (47) 326.0236 - [email protected]

SESCON - Caxias do SulPres.: Moacir CarboneraR. Ítalo Victor Bersani, 113495050-520 - Caxias do Sul/RSTel. (54) 228.2425 - Fax: (54) [email protected]

SESCON - CearáPres.: Urubatam Augusto RibeiroAv. Washington Soares, 1.400 - sl. 40160811-341 - Fortaleza/CETel.(85) 273.4341Fax: (85) [email protected]

SESCON - Distrito Federal

Pres.: Elizer Soares de PaulaSHC Sul, Qd. 504, Bloco C,Loja 64, Subsolo70331-535 – Brasília/DFTel.: (61) 226-1269/ [email protected]/sescon-df

SESCON - Espírito Santo

Pres.: Luiz Carlos de AmorimR. Quintino Bocaiuva, 16, s. 90329010-903 – Vitória/ESTel. (27) 3223.4936/ [email protected]

SESCON - Goiás

Pres. Edson Cândido PintoAv. Goiás, 400 - 6º and. - Sl. 67 - Centro74010-010 - Goiânia - GOTelefax: (62) [email protected]/sescon-go

SESCON - Grande Florianópolis

Pres.: Walter Teófilo CruzR. Felipe Schmidt, 303, 9º andar, Centro88010-903 - Florianópolis/SCTelefax: (48) [email protected]

SESCON - Londrina

Pres.: Paulo BentoR. Senador Souza Naves, 289 - sobreloja86010-914 - Londrina / PRTelefax. (43) [email protected]

SESCON - Maranhão

Pres. Gilberto Alves RibeiroAv. Gerônimo de Albuquerque, s/n° - sala 201Retorno do Calhau - Casa do Trabalhador65051-200 - São Luís / MATelefax: (98) 3082-7972 / (98) [email protected]/sescon

SESCON - Mato Grosso do Sul

Pres.: Laércio José JacomélliRua Elvira Pacheco Sampaio, 68179071- 030 - Campo Grande - MSTelefax: (67) 387-6094/[email protected]/sescon-ms

SESCON - Mato Grosso

Pres.: Elynor Rey ParradoR. São Benedito, 851 - 1o andar78010-800 - Cuiabá/MTTel. (65) 623-1603 / Fax. [email protected]/sescon-mt

SESCON - Minas GeraisPres.: João Batista de AlmeidaAv.Afonso Pena, 748 - 24º andar30.130-003 - Belo Horizonte/MGTelefax.: (31) [email protected]

SESCON - ParáPres.: Carlos Alberto do Rego CorreaAv. Presidente Vargas, 640 - 5° andarSala 01 - Campina66017-000 - Belém/PATelefax: (91) [email protected]/sescon-pa

SESCON - ParaíbaPres.Aderaldo Gonçalves do Nascimento Jr.R. Rodrigues de Aquino, 267 - sala 70358013-030 - João Pessoa/PBTelefax (83) [email protected]/sescon-pb

SESCAP - ParanáPres.: Valdir PietrobonR.Marechal Deodoro, 500 -11º andar80010-911- Curitiba/PRTelefax (41) [email protected]

SESCON - PernambucoPres.: Almir Dias de SouzaR. José Aderval Chaves, 78 Sls 407/40851111.030 - Recife/PETelefax: (081) [email protected]/sescon-pe

SESCON - PiauíPres.: Tertulino Ribeiro PassosR. Honório de Paiva, 607 - Piçarra64001-510 - Teresina/PITelefax: (86) [email protected]

SESCON - Ponta GrossaPres. Luiz Fernando SaffraiderR. Comendador Miró, 860 - 1º andar84010-160 - Ponta Grossa/PRTel. (42) 222.1096 - Fax: (42) [email protected]

SESCON - Rio de JaneiroPres.: José Augusto de CarvalhoAv. Presidente Vargas, 542 - sl.190620071-000 - Rio de Janeiro/RJTel. (21) 2233-8868 - Fax. (21) [email protected]/sescon-rj

SESCON - Rio Grande do NortePres.: Edson Oliveira da SilvaR. Segundo Wanderley, 855-B, sala 122,Barro Vermelho59030-050 - Natal/RNTel.: (84) [email protected]

Empresário de Serviços, entre em contato com seu sindicato através de e-mail. É mais fácil, rápido e econômico.Critique, reivindique, opine, faça sugestões aos seus dirigentes. Eles querem trabalhar por você, em defesa de sua empresa.

2 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 81

SESCON/ Rio Grande do Sul

Pres.: Tadeu Saldanha SteimerR. Augusto Severo, 16890240-480 - Porto Alegre - RSTelefax: (51) [email protected]

SIECONT - Rondônia

Pres.: Antonio Sivaldo CanhinAv. Carlos Gomes, 2292 - Sl 478901-200 - Porto Velho/ROTel. (69) 224.4842 - Fax: (69) [email protected]

SESCON - Roraima

Pres.: Maria de Fátima Bezerra da SilvaAv.Getútio Vargas, 687-W - Centro/Anexo69301.030 - Boa Vista/RRTelefax. (95) [email protected]

SESCON - Santa Catarina

Pres.: Vilson WegenerAv. Juscelino Kubitschek, 410 - bl.B - sl.30689201-906 - Joinville/SCTelefax (47) 433.9849/[email protected]

SESCON - São Paulo

Pres.: Carlos José de Lima CastroAv. Tiradentes, 960 - Ponte Pequena01102-000 - São Paulo - SPTelefax: (11) 3328-4900/[email protected]

SESCON - Sergipe

Pres.: Wladimir Alves TorresR. Siriri, 496 - sl. 4 - 1º andar49010-450 - Aracaju/SETelefax (79) 214.0722 - (79) [email protected]/sesconse

SESCON - Sul Fluminense

Pres. Fulvio Abrami StagiR. Orozimbo Ribeiro, 14, 2º and., Centro27330-420 - Barra Mansa - RJTelefax (24) [email protected]

SESCON - Tocantins

Pres.: Antônio Luiz Amorim AraújoACNO I - Lote 20 - Cj 3 - Sl 2577013.020 - Palmas/TOTelefax (63) [email protected]

Atualizado em 06.09.2002

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expediente

Diretoria da Fenacon 2001/2003

PresidentePedro Coelho Neto

Vice-Presidente - Região SudesteAntônio Marangon

Vice-Presidente - Região NordesteJosé Geraldo Lins de Queirós

Vice-Presidente - Região SulMário Elmir Berti

Vice-Presidente - Região Centro-Oeste/NorteAntônio Gutenberg Moraes de Anchieta

Diretor FinanceiroHorizon Donizeth Faria de Almeida

Diretor AdministrativoRoberto Wuthstrack

Diretor InstitucionalHaroldo Santos Filho

Diretor de EventosJosé Rosenvaldo Evangelista Rios

Diretor de Assuntos Legislativos e do TrabalhoSauro Henrique de Almeida

Diretor de Tecnologia e NegóciosNivaldo Cleto

SuplentesJosé Eustáquio da FonsecaLuiz Valdir Slompo de LaraAnastácio Costa MotaMaciel Breno SchifflerOrival da CruzCleodon de Brito SaraivaIzabel Rodrigues LiipkeCarlos Alberto do Rego CorreaLeomir Antonio MinozzoWilliam de Paiva Motta

Conselho Fiscal

EfetivosJodoval Luiz dos SantosJosé Carmelo FariasAntonio José Papior

SuplentesIrany Barroso de Oliveira FilhoAluísio Beserra de MendonçaLuis Carlos Freitas

Representação na CNC

EfetivosPedro Coelho NetoEliel Soares de Paula

SuplentesJosé Augusto de CarvalhoMaria Elzira da Costa

R. Augusta, 1939 - Cjs 42 e 4301413.000 - São Paulo - SPTelefax (11) 3063.0937

Editor Responsável: André Luiz de Andrade

Direção de Arte e Diagramação: Marcelo A. Ventura

Colaboração: Cassia Aulisio

Conselho Editorial:Pedro Coelho NetoAntonio MarangonNivaldo CletoMário Elmir BertiGerson Lopes FontelesSérgio Approbato MachadoJosé Antonio de Godoy

Redação ◆ Assinaturas ◆ Anúncios

Revista Fenacon em SERVIÇOSRua Augusta, 1939 - Cj 42 e 43Cep 01413-000 - São Paulo - [email protected] (11) 3063.0937

3082.22183088-5774

A revista Fenacon em SERVIÇOS é uma publicaçãomensal da Federação Nacional das Empresas de ServiçosContábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias,Informações e Pesquisas.

Home Page: http://www.fenacon.org.br

Tiragem: 50 mil exemplares

Auditoria de Circulação: Villas Rodil Auditores Independentes

Circulação: nacional - empresas de setores de serviçosligadas ao Sistema Fenacon, instituições de ensino superior,órgãos governamentais, representantes dos podereslegislativos e assinantes em geral.

A Revista Fenacon em Serviços não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas matérias ou artigos assinados

FENACON

■ espaço do leitor .............................................................................04■ palavra do presidente ................................................................... 05

. Eleições: a hora da verdade

■ programa de recuperação fiscal .....................................................06. Refis: uma questão social

■ eleições 2002 ................................................................................08. Afinados com o setor de serviços

■ entrevista especial com o candidato à presidência darepública, Luiz Inácio Lula da Silva ...............................................10. “Nosso sistema tributário é arcaico, ineficiente e injusto”

■ entrevista especial com o candidato à presidência darepública, Ciro Gomes ..................................................................12. “Sem as reformas tributária e da previdência a estabilidade estará ameaçada”

■ legislação ......................................................................................14. Novo Código Civil muda o perfil das sociedades comerciais

■ à luz do direito ..............................................................................16. Prazo para a constituição de créditos tributários - tributos sujeitos a lançamento porhomologação

■ publicado & registrado ..................................................................17. Fenacon se pronuncia sobre escândalos contábeis na mídia nacional

■ tecnologia da informação ..............................................................19. Handhelds: mil e uma utilidades

■ enescap/nordeste ...........................................................................20. Amplo leque de palestras é o destaque do IV Enescap/Nordeste

■ conselho de representantes ...........................................................24. Diretores financeiros participam de Seminário de Integração e Aperfeiçoamento em Fortaleza

■ eventos ..........................................................................................25. 18º Encontro das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo foi sucesso de público em Ribeirão Preto. VII Esinco

■ desenvolvimento pessoal ...............................................................26. O fim justifica os meios ?

FENACON em Ano VII - Edição 81

S E R V I Ç O SSetembro de 2002

índice

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4 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 81

espaço do leitor

Endereço de e-mails para esta seção: [email protected] mensagens somente serão publicadas com a devida identificação do leitor: Nome, Endereço Completo e Telefone.

Por motivos de espaço, a redação se reserva o direito de publicar de modo resumido o conteúdo das cartas e e-mails dos leitores.

WebCaro Nivaldo, parabenizo por mais

uma excelente matéria na revista daFenacon - ‘Liberdade Acompanhada(Tecnologia da Informação - RFS - 79)’.Eu estou no seu time. Sou contra orecebimento de mensagens desnecessáriase navegação extra-trabalho.

Antes mesmo de ler sua reportagem, crieiuma conta minha de e-mail gratuito, @bol,e mandei a todas as pessoas do meu catálogode endereço informando que mensagensdivinas, alerta de vírus, fotos de pessoasdesaparecidas, pedido de contribuições,mensagens positivas, correntes de feli-cidades, filmes, propagandas, etc são [email protected] em vez do meu e-mail profissional.

Em meu escritório, temos ADSL e, hámais de 3 meses, disponibilizamos aosfuncionários e estagiários horário extra dotrabalho para pesquisas e envio de men-sagens particulares, mas, dentre 8, apenas1 está fazendo isto. Você sabe qual omelhor programa para escritórios pe-quenos monitorarem a navegação dopessoal?

Sergio Henrique Miranda de SousaCalc Perícia, Auditoria e [email protected]

Nivaldo Cleto: prezado Sergio Hen-rique, aos poucos, os profissionais estãose conscientizando da importância daseriedade na Web. Na minha empresa,instalei um sistema de gerenciamento deemails, o programa ‘Brmultiaccess’. Vocêpode obter maiores informações no sitehttp://www.brc.com.br/. A empresa que feza instalação foi a Greco.com, provedorada web da Fenacon (www.greco.com.br).O sistema é excelente. Você não vai searrepender.

CRF-FGTSO prazo da CRF-FGTS deve ser

aumentado, pois a validade de 30 dias faz

com que as filas da CEF sejam enormes.E, a cada dia que passa, fiquem cada vezmaiores, levando-se em conta que muitasempresas têm que comprovar suasrestrições nas agências bancárias daCaixa. Peço que a Fenacon reivindiquejunto à CEF um aumento no prazo daCertidão Negativa do FGTS. Isso poderáresolver muito a demora do atendimentonas agências, aumentando a validade dasCRF-FGTS, como antes (até 6 meses).

Luciano Antonio StuartContábil [email protected]

DCTF ISr. Pedro Coelho, permita-nos, por

favor, debruçar profundos agradecimentose elogios às suas palavras publicadas naRevista Fenacon - edição 79. Achamos detamanha propriedade suas ponderaçõesacerca do tema ‘Em cartaz: a saga daDCTF’, mormente quando alude dizendo:“Pasmem! A Receita Federal, só agora em2002, está cruzando as informações dasDCTFs, de 1997, com os dados ar-mazenados nos seus computadores...”.

Entendemos, também, que é sim-plesmente um absurdo tal morosidade,pois, como o Sr. mesmo disse - com outraspalavras, expõe e denigre a imagem doscontabilistas, além de aumentar subs-tancialmente os nossos serviços contábeis,pelos quais, diga-se de passagem, namaioria das vezes, não temos condiçõesde cobrar. Sendo assim, portanto, o Sr. ea Fenacon estão de parabéns por esta ma-téria, a qual arbitramos o título de de-sabafo da categoria contábil.

Geraldo Ney - Diretor-GeralSolution Consultoria e AuditoriaEmpresarial [email protected]

DCTF IISr. presidente Pedro Coelho Neto,

parabéns pela matéria na Revista Fenacon

em Serviços em relação ao tema acima.Como sempre o Sr. fazendo grandesobservações e nos defendendo das gran-des dificuldades colocadas pela ReceitaFederal.

Somente neste meses que se passaram,nossa empresa teve que prestar contas demuitos autos de infração de 1997, sendovários esses infundados e sabe-se láquanto tempo ficaram presos essesprocessos administrativos até que algumfuncionário pudesse analisá-los.

Isso me faz lembrar da burocracia emse retificar DCTF. Tenho em meu poderalgumas que há 5 anos estão para seranalisadas pelo fisco.

É uma pena que a Receita seja umórgão tão informatizado e já demonstrouseus equipamentos até para paísesestrangeiros, no entanto internamenteesteja caminhando a passo de formiga(frase essa de um atendente do CAC -Central de Atendimento ao Contribuinte).No mais é um prazer ler suas matérias.

Ignez Maulliam Schauffert Dé[email protected]

DCTF IIICaro Pedro Coelho, muito me orgulha

ser empresário contábil e mais ainda terdirigentes como você à frente da Fenacon.Me manifesto dessa forma pelas suasações junto aos órgãos públicos em defesade nossa classe, bem como de seuseditoriais na revista, principalmente o quefala da saga da DCTF. Parabéns.

Nilson José Gö[email protected]

DCTF IVCongratulo-me e solidarizo-me com o

Sr. presidente da Fenacon por sua oportunae brilhante opinião sobre ‘A saga da DCTF(Palavra do presidente - RFS 79)’.

Ruylino [email protected]

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 81 - 5

Pedro Coelho Neto

palavra do presidente

Eleições: a hora da verdadeG

onza

lo C

árca

mo

brasil político

Estamos às vésperas das eleições paraescolha do Presidente da República, dosgovernadores, dos senadores, dos depu-tados federais e dos deputados estaduais.O acontecimento, pela sua importânciapara o futuro do nosso País, deveria ser oassunto do momento em todas as esferasda sociedade. Entretanto, o que se observaé uma certa apatia por parte dos eleitoresque têm se mostrado pouco entusiasma-dos com o que está para vir.

Parece que a crise econômica queinsiste em se instalar por aqui estároubando a cena, ofuscando os debatesque deveriam estar acontecendo, paramelhor conhecimento dos candidatos porparte da população. Uma das peculia-ridades desse processo eleitoral é a es-colha para vários cargos, o que irá difi-cultar, sobremaneira, o exercício do votopelo eleitor menos letrado. Serão nadamenos que cinco nomes escolhidos, ouseja, uma verdadeira prova de aritméticapara a maioria do povo brasileiro, mesmocom direito a ‘cola’.

Com este quadro desenhado, nós quefazemos parte da fatia esclarecida dapopulação, temos o dever de, com lin-guajar acessível, tentar traduzir para asociedade brasileira o que está acon-tecendo de positivo e negativo no Brasil.

Realmente, existiram ações do atual

“Parece que a crise

econômica que insiste em se

instalar por aqui está

roubando a cena, ofuscando

os debates que deveriam

estar acontecendo, para

melhor conhecimento dos

candidatos por parte

da população”

governo que merecem aplausos. O exer-cício da democracia, a aberturaeconômica, a implantação de controlesdos gastos pelos municípios, os inves-timentos na área de educação, a inten-sificação das relações internacionais,dentre outras. Mas, muita, muita coisamesmo, deixou de ser feita enquantooutras foram feitas em detrimento danação brasileira e do seu povo.

A festejada estabilidade econômica,por exemplo, transformou o nosso Paísem refém de especuladores estrangeiros,levou a nossa dívida externa à estra-tosfera, manteve o funcionalismo pú-blico a pão e água e por aí vai.

As privatizações ou venda dasparticipações da União a empresas,cujos resultados foram utilizados paraamortização e/ou pagamento do serviçoda dívida, apresentadas como sendouma saída para o País, de fato, em nadaou quase nada contribuíram para reduziro nosso endividamento.

A globalização ou abertura demercado, instrumento de contenção dospreços internos, foi um veneno letal paramilhares de empresas que tiveram quefechar as portas, engrossando a legiãode desempregados que já ultrapassa os7,5% (fonte IBGE-julho de 2002) dapopulação ativa.

A aceitação pura e simples dostermos contratuais da dívida externa,com canalização de bilhões de dólarespara os bancos estrangeiros, foi outrofator causador da sangria que ocasionouo baixo nível de investimentos em in-fra-estrutura e manutenção da já exis-tente, ocasionando perdas incomensu-ráveis para o País.

São assuntos como estes, de difícilentendimento até mesmo por parte depessoas letradas, que precisam serdiscutidos com o povo, pois o desem-prego, a falta de segurança, a falta demoradia, o sistema de saúde precário, afalta de estradas e tudo mais de ruimafeta, em primeiro lugar, a grande massade eleitores.

Além dessa análise sobre o Governofindo, caberia, igualmente, ajudar osmenos esclarecidos a entenderem aspropostas dos principais candidatos parao Governo que pretendemos para onosso País, nos próximos anos. A nossaresponsabilidade, repetimos, é grandee, por isso, precisamos ser criativos afim de disseminar um espírito crítico,pelo menos junto àqueles com os quaisconvivemos.

Pedro Coelho Neto épresidente da Fenacon

[email protected]

Horário eleitoral

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6 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 81

programa de recuperação fiscal

Quando o Refis - Programa deRecuperação Fiscal foi implantado pelogoverno federal, em abril de 2000, foirecebido como uma boa oportunidadepara milhares de empresas brasileirasquitarem suas pendências com a ReceitaFederal e o INSS. Não contavam, porém,com a lei 10.189/01, aprovada quase umano depois, que instituiria critérios bas-tante severos, sob o ponto de vista fi-nanceiro, para os interessados. Resultado:hoje em dia, mais de 70% dos inscritosforam excluídos do programa por falta depagamento.

“Muitas empresas foram excluídas doRefis, mas precisam do programa”, comentaMoacir Carbonera, presidente do Sescon/Caxias do Sul. “Acho que houve muito rigor.Não se levou em consideração as dificuldadesque estas empresas tinham e que as fizeramprocurar o Refis”. Com base neste ponto devista, Carbonera e Vilson Wegener, presidentedo Sescon/SC, iniciaram gestões junto àFenacon para o encaminhamento de ofícioaos parlamentares federais, solicitando aaprovação da MP 38.

A Medida Provisória dispõe sobre aprorrogação de prazos e a flexibilização

Refis: uma questão socialCom mais de 70% das empresas originalmente inscritas excluídas do Refis, o Programa de Recuperação Fiscaldo governo federal acabou se transformando em uma armadilha para muitas delas ao não oferecer alternativas.Fenacon e sindicatos filiados lutam para mudar este quadro

das regras para o pagamento de dívidasque as empresas tenham junto ao poderpúblico. Elementos vitais para qualquerrenegociação de pendências financeiras.

A solicitação dos dois dirigentes foiprontamente atendida pelo presidente daFenacon, Pedro Coelho Neto, que, no dia1º de agosto, oficiou manifesto aos con-gressistas, individualmente, pedindo es-pecial atenção para a importânciada regulamentação da medida,editada originalmente em 14 demaio deste ano.

Questão de justiçaA entidade alertava

para a necessidade dareabertura de prazo paraa adesão ao Refis e aampliação dos prazosde recolhimento doscréditos tributários, jus-tificando: “pelo menos70% das empresas bra-sileiras que aderiram aoRefis foram excluídas porinadimplência, ou seja, dei-

xaram de pagar os impostos devidos apósa sua adesão, dentre outros motivos, pelacrise do dólar, a queda do consumo eretração econômica do País”.

O ofício destacou ainda que, comoconseqüência, a empresa fica refém deuma situação que não a permite orequerimento de um novo parcelamentopara os débitos não recolhidos após a

adesão, o que a exclui de participar deconcorrências, por não conseguir

obter certidões negativas.“A ampliação dos Prazos de

Recolhimento dos CréditosTributários acarretaria um alentoao pequeno e micro empresário,

evitando que este, por nãopossuir crédito para captar

recursos no mercado fi-nanceiro, seja le-vado a uma situa-ção quase fali-mentar”, finaliza odocumento.

Moacir Carbonera, pres.do Sescon/Caxias do SulFoto: arquivo Fenacon

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 81 - 7

Falta de acordofracassa votação

Segundo avaliação de Sauro Henriquede Almeida, diretor de assuntosLegislativos da Fenacon, o ‘recesso branco’vivido pelas duas casas do Congresso nesteano eleitoral tornaria as coisas maisdifíceis. “Vejo como uma possível saída aemissão de uma outra MP, já que o prazode 31 de agosto para aprovação desta podese tornar curto”, avaliava Sauro, alguns diasantes da votação. E acertou.

Com o prazo de votação vencendo esem acordo, a medida não foi votada. Aquestão é que, já no final de agosto, devidoàs muitas dúvidas, polêmicas e diver-gências em torno da matéria, os de-putados, capitaneados por Miro Teixeirado PDT carioca, resolveram apresentarrequerimento e retirar, no dia 28 de agosto,a MP da pauta de votação. A medidatrancou de vez os trabalhos dos con-gressistas, que só voltarão ao assunto emoutubro, após o 1º turno das eleições.

Segundo anúncio, no final de agosto,do próprio ministro-chefe da Casa Civil,

Pedro Parente, o Governo já estudavanaquele momento a possibilidade de editarnova MP sobre o mesmo tema antes queacabe a vigência da atual. A atual MP, nãotransformada em lei pela falta de consensoentre os parlamentares, perderá a validade em12 de outubro. Pelo texto em vigor, só podemser parcelados tributos vencidos até 31 dedezembro do ano passado e o prazo para pediro parcelamento acabou em 30 de junho.

Questão de sobrevivênciaPara Vilson Wegener, o interessante seria

viabilizar a possibilidade de reabertura doprograma do Refis. Talvez com uma novaregulamentação. “Podemos definiresta como uma questão muitodelicada”, avaliou. “Muitasempresas têm hoje o seu capi-tal de giro comprometido,o que as torna ope-racionalmente inviá-veis”, complementou opresidente do Sescongaúcho, Moacir Car-bonera.

Em outra frente, algumas empresas vêmconseguindo, através de mandados desegurança, a reinclusão no programa e opróprio Ministério da Fazenda, emconjunto com a Receita Federal, já baixouinstruções normativas para recebê-lasnovamente no Refis.

Mas para aquelas que não têm recursossuficientes ou disposição para brigar na

Justiça resta como única saídacontar com a boa vontade de

congressistas e dos téc-nicos do Planalto. “Se ogoverno está preocupado

em gerar renda e empregotem que aprovar alguma

coisa o mais rápidopossível, independen-temente do ano elei-toral. Não é uma questãode política, é uma ques-tão social”, conclamouCarbonera.

Presidente do Sescon/SC, Vilson Wegener

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8 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 81

Haroldo Santos Filho

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eleições 2002

Afinados com o setor de serviçosNa sua luta em prol do desenvolvimento do setor de serviços, a Fenacon conta com o apoio de alguns nomes queacreditam nas causas defendidas pela entidade, lutam pelo aprimoramento da legislação tributária e auxiliamnas negociações junto ao Congresso Nacional e aos órgãos do governo, sejam nas instâncias municipais,estaduais ou federal. Mostraram, portanto, ao longo dos últimos quatro anos, que estão afinados com asnecessidades e reivindicações do setor

Germano RigottoCandidato ao Governo do

Rio Grande do Sul peloPMDB/RS

Germano Antônio Rigotto énatural de Caxias do Sul.Formou-se em Odontologia ecursou Direito na UFRGS.Ingressou na carreira políticaem 1976, quando elegeu-severeador pelo então MDB emsua cidade natal. Em 1982, foieleito deputado estadual, onde permaneceu pordois mandatos consecutivos. Em 1986, foireeleito. No ano de 1990, foi eleito deputadofederal, o segundo mais votado do RS,tornando-se líder do PMDB na Câmara em 93.

Em 94, foi reeleito deputado federal. Em1995, foi convidado pelo presidente FernandoHenrique Cardoso para ser líder do Governono Congresso. Reelege-se mais uma vezdeputado federal, em 1998. Foi presidente daComissão Especial de Reforma Tributária erelator de importantes matérias, como a LeiRouanet, que proporciona incentivos àcultura. Atualmente, é coordenador do Grupode Trabalho da Alca, presidente da Comissãode Reforma Tributária e integrante dasComissões de Finanças e Tributação;Economia e Relações Exteriores da Câmara.

“Desde a minha primeira eleição para aCâmara dos Deputados, tenho mantido umaforte luta para implantação de mudanças nonosso sistema tributário nacional, por entenderque somente com a sua modernização, teremoscondições de dar à indústria nacionalmecanismos de competição que coloquem oBrasil no mesmo nível de outros países, o quevai proporcionar o aumento da nossa produçãoe a criação de mais empregos, minimizandoassim, a crise social”, observa.

“Como tenho feito até agora, continuareiatuando no sentido de termos um sistema

Germano Rigotto

Na Câmara dos Deputados, Rigottofoi relator de importantes matérias,

como a Lei Rouanet.

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tributário mais simples e eficiente, quediminua a sonegação, amplie a basetributária e promova a justiça fis-cal”. O deputado peemedebista,que em 2002 concorre ao governodo RS, também vem se destacandopelo apoio a ampliação do Simplespara as empresas de serviços.Rigotto é ainda o atual presidentedo Núcleo Parlamentar de EstudosContábeis e Tributários - NPECT(2001 a 2002).

Haroldo Santos FilhoCandidato ao Governo do Estado do

Espírito Santo pelo PFL/ESO contador e engenheiro

Haroldo Santos filho, capixabade 35 anos, candidato ao go-verno do Espírito Santo, émembro da Executiva Regionaldo Partido da Frente Liberal(PFL-ES), é pós-graduado emContabilidade Gerencial emestre em AdministraçãoFinanceira pela Universidadede Brasília - UnB.

Na sua trajetória profissional, possuiinúmeras participações nas entidades or-ganizadas do segmento contábil. Atualmenteé membro efetivo do CRC-ES e diretorInstitucional da Fenacon (2001/2003).

Haroldo defende a redução da carga tribu-tária e apoia o segmento contábil, comprome-tendo-se a “analisar com especial atenção osprojetos reivindicados pela classe, adotando to-dos os que considerar bons e justos”. Uma des-tas sugestões é a obrigação das empresas pú-blicas de contratarem um profissionalcontabilista para cuidar das finançase demais peças contábeis.

Outro projeto envolvendo o seg-mento é valorizar a categoria, ocu-pando, com profissionais da área,todos os cargos destinados aoscontabilistas, como, por exemplo,o de Auditor Geral do Estado.

Outras propostas envolvem aadequação da máquina gover-

namental para que a Lei de ResponsabilidadeFiscal - LRF seja cumprida na íntegra, o rea-parelhamento do setor de Segurança Públicae a criação do Batalhão Ostensivo Noturno(BON) em todo o Estado do Espírito Santo.

Haroldo apoia o segmentocontábil, comprometendo-se a

“analisar com especial atenção osprojetos reivindicados pela classe”

Pedro EugênioCandidato a deputado federal pelo

PT/PEO pernambucano Pedro Eugênio de

Castro Toledo Cabral é mestre em Economiapela UFPE e, depois de ter exercidoo cargo de vice-presidente doConselho Federal de Economia,ingressou na carreira política.Assumiu a Secretaria de Agri-cultura, de Planejamento e, em1995, foi secretário da Fazenda noterceiro mandato de Miguel Arraes,como governador de Pernambuco.

Lá, Pedro Eugênio desenvolveu açõespara aumentar a arrecadação de impostos noEstado, através do combate aos “grandesesquemas de sonegação” nos setores decombustíveis, gesso, açúcar e ferro. Investiuno reaparelhamento do fisco estadual, infor-matizando, adquirindo novos veículos ereformando algumas Agências da ReceitaEstadual de Pernambuco. Para combater acorrupção na Fazenda, Pedro Eugênio ins-talou a Corregedoria Fazendária e criou a

Delegacia de Crimes Contraa Ordem Tributária, especí-fica para punir crimes desonegação fiscal.

Em 1998, foi eleito depu-tado federal com cerca de 40mil votos. Atualmente, vemdefendendo importantes ban-deiras na Câmara dos Depu-tados, relacionadas a defesado consumidor, defesa do

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Pedro Eugênio

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 81 - 9

meio ambiente, desenvolvimento eco-nômico e urbano e ampliação do Simplespara as empresas de serviços.

Participou intensamente da mobilizaçãopela aprovação do substitutivo à MP 22, quecorrigiu a tabela do IRPF em 17,5%,retirando o artigo 3º, que aumentavadrasticamente o peso dos tributos sobre osetor de serviços, majorando em quase200% a CSLL.

Pedro Eugênio participouintensamente da mobilização pela

aprovação do substitutivo à MP 22.

Rosenmann defende a reformatributária, visando a redução de

impostos sobre a produção

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Max Rosenmann

Max RosenmannCandidato a deputado federal pelo

PMDB/PRO advogado e administrador

de empresas Max Rosenmanné deputado federal pelo PMDB/PR e atualmente exerce o seuquarto mandato na Câmara.Com projetos voltados para amelhoria da qualidade de vida,foi homenageado pela Orga-nização Mundial da Família,ligada à ONU, pela promoçãosocial e defesa dos princípiosfamiliares.

Há 16 anos no parlamento, Rosenmanndefende no Congresso Nacional a reformatributária, visando a redução de impostossobre a produção e, com isso, a geração deemprego e renda. Na sua terceira reeleição,obteve o maior número de votos do Estadodo PR: 90.312.

Max Rosenmann foi o presidente doNúcleo Parlamentar de Estudos Contábeise Tributários - NPECT, de 1999 a 2000,grupo criado para auxiliar tecnicamente osparlamentares no Congresso Nacional emassuntos tributários, o qual integra desde suacriação, em 1996. Com a criação do Núcleo,diversas reivindicações das empresas deserviços, entre elas, a luta pela ampliaçãodo Simples, também ganharam respaldo erepresentação no Congresso.

Como deputado constituinte, foi autor de88 emendas da atual Constituição Brasileira.É titular da Comissão de Finanças eTributação da Câmara e suplente daComissão de Defesa do Consumidor, Meio

Ambiente e Minorias. Agora concorre pelaquinta vez ao cargo de deputado federal peloEstado do Paraná.

José Maria EymaelCandidato a deputado federal pelo

PSDC/SPO porto-alegrense José Maria

Eymael é formado em Direito eHistória Natural pelas Facul-dades de Direito e Filosofia daPUC-RS. Fez especialização emDireito Tributário e é empre-sário, há mais de 30 anos, nasáreas de Marketing, Comuni-cação e Informática. Em 1962ingressou na política, integran-do-se no PDC - Partido Democrata Cristão,onde atuou na Juventude Democrata Cristã.

No ano de 1985, pelo mesmo partido,disputou a prefeitura de São Paulo,construindo a base para o desen-volvimento partidário.

Em março de 1995, juntamente comlideranças democrata-cristãs de todoo país fundou o PSDC, incluindo o‘S’ na antiga sigla, destinado aenfatizar o compromisso do partidocom a justiça social, em especialcom a família. Foi presidente daexecutiva nacional do PSDC e, em

1998, concorreu à presidente da República.Foi eleito deputado federal por São Paulo,em 1986 (constituinte) e reeleito em 1990.Entre as 145 propostas apresentadas, muitasforam incorporadas ao texto constitucional.

Alguns dos dispositivosconstitucionais que protegem ocontribuinte contra o arbítrio emmatéria fiscal foram propostos

pelo deputado constituinte

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José Maria Eymael

Luiz CésarCandidato a deputado estadual em

Alagoas pelo PSDC/ALO contador Luiz César pretende ingressar

na Assembléia Legislativa de Alagoas paradefender os interesses da classe contábil. O

candidato foi presidente do Sindcont- Sindicato dos Contabilistas noEstado de Alagoas, no período de1994 a 1998, tendo seu trabalhoreconhecido pela ascensão do númerode associados ao sindicato.

Luiz César reivindica a neces-sidade de Alagoas ter um parlamentarque represente a categoria que somacerca de 5 mil profissionais contábeis

no Estado. “Desde 1999, os contabilistassentem a necessidade de ter representaçãopolítica no Congresso Nacional e nasassembléias legislativas”. Luiz César, doPartido Social Democrata Cristão, iniciousua trajetória política quando foi 1º vereadorsuplente do município de Boca da Mata.

Desde outubro de 2000é vice-presidente doSescon/AL e, dentro de seuplano de ações no Le-gislativo Estadual, está aconquista dos espaçospolíticos para a classe con-tábil, bem como a valori-zação e representação doprofissional de contabi-lidade. O candidato tam-

bém tem como meta: “a indicação daocupação de cargos importantes, que sãoprerrogativas da nossa profissão, taiscomo para a presidência da JuntaComercial, a Auditoria Geral do Estado,os conselhos tributários estadual e munici-pal, entre outros”.

A criação de um Núcleo Parlamentar deEstudos para Assuntos Contábeis na As-sembléia é outra promessa do candidato quepretende promover a discussão entre con-tabilistas e microempresários de todas aspropostas ligadas à legislação estadual doICMS e das micro e pequenas empresas.

O candidato pretende promover a

discussão entre contabilistas e

microempresários de todos as

propostas ligadas à legislação

estadual do ICMS e das micro e

pequenas empresas

Entre os dispositivos que protegem ocontribuinte contra o arbítrio em matéria fis-cal propostos pelo deputado, destacam-se aisenção de efeito de confisco nos tributos, apossibilidade de empréstimo compulsório,apenas através de Lei Complementar, igualtratamento tributário à contribuintes namesma situação e imunidade tributária paraos sindicatos de trabalhadores. O PSDC fezparte da bancada que votou contra o artigo3º da CSLL. Neste ano, José Maria Eymaelbusca seu terceiro mandato na Câmara epromete continuar zelando pelos interessesdo setor das empresas contábeis e deserviços.

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Luiz César

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10 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 81

entrevista especial

“Nosso sistema tributário é arcaico,ineficiente e injusto”

A Revista Fenacon em Serviços encerra, nesta edição, a série de entrevistas com osprincipais candidatos à presidência da República. As perguntas foram encaminhadasaos candidatos, através das respectivas assessorias, nos dias 4 e 5 de julho. O prazopara o envio das respostas foi o dia 20 de julho. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e JoséSerra (PSDB) solicitaram prazo maior, devido a grande agenda de compromissos.Ambas as entrevistas foram publicadas na ordem da seqüência de chegada. A entrevistade Ciro Gomes (PPS) foi enviada fora do prazo e sem a devida justificativa, sendo,portanto, publicada nesta edição, juntamente com a do candidato petista. A assessoriade Anthony Garotinho (PSB) não encaminhou as respostas e não justificou o motivo.

RFS: Qual a sua proposta de ReformaTributária? Que prioridade ela teria emseu governo?Luiz Inácio Lula da Silva: Assumi o com-promisso de enviar ao Congresso um projetode reforma tributária no primeiro ano degoverno que terá como objetivo reduzir ainjustiça. Quem ganhamais, vai pagar mais.Quem ganha menos, nãovai pagar ou pagarámenos. Vamos propor amodificação da inci-dência dos tributos,desonerando a produçãoe as exportações. Não hádúvida de que o Brasil precisa de uma reformatributária - e isso não é de hoje. Nosso sistematributário é arcaico, ineficiente e injusto. OBrasil é, por exemplo, um dos países que maistributa a produção e as exportações comimpostos que incidem várias vezes sobre omesmo produto. São os tributos em cascatacomo o PIS, Cofins e a CPMF. Uma reformatributária deveria, em primeiro lugar, simplificaro conjunto de tributos, reduzindo aqueles queincidem sobre a mesma base de arrecadação.Em segundo lugar, é preciso transformar ostributos sobre faturamento em tributos de valoragregado, de modo a desonerar uma parte da

produção. É preciso também aumentar atributação sobre grandes fortunas e transmissãode bens por herança. A reforma tributária temtambém como objetivo imprimir um caráterprogressivo à arrecadação. Hoje, o sistematributário tem o caráter regressivo, incidindomais sobre a população de baixa renda do que

sobre os seg-mentos de altarenda. Estudosmostram que apopulação querecebe até doissalários-míni-mos arca comcerca de 28%

de tributos. Sendo assim, entendemos que épreciso utilizar mais, por exemplo, o impostode renda ou impostos sobre a propriedade quepossam exercer um papel redistributivoimportante.

RFS: Qual seria a política de incentivos eapoio para o fortalecimento do segmentodas micro e pequenas empresas no Brasil,destacadamente o setor de serviços?Luiz Inácio Lula da Silva: As pequenasempresas são as que mais geram empregos noBrasil e vamos dar a elas a atenção quemerecem. Vamos fortalecer muito esse setor e

estimular novas iniciativas, abrindo linhas decrédito acessíveis a quem tiver vontade deinvestir. Temos muita experiência nisso porqueé o que já estamos fazendo em nossasadministrações municipais e estaduais. Vamosestender essas experiências para o âmbito fed-eral. Podemos usar o BNDES para ampliar osrecursos necessários - e o que o nosso paísprecisa, nem é tanto quanto se pensa. É incrívelo que se pode fazer nessa área com poucodinheiro: muitas vezes, bastam dois, três, quatromil reais para a pessoa poder abrir um pequenonegócio e, de quebra, criar dois, três, quatroempregos. É o que chamamos de micro-crédito.Imagine o efeito que isso pode ter se es-palharmos esses programas por todo o país.Milhares ou milhões de pequenos em-preendimentos ajudando a combater o desem-prego, a distribuir a renda e a fortalecer o nossomercado e a nossa economia. Outra frente é ados juros. O governo estabilizou a inflação, masdeixou a economia em péssimas condições,com as taxas de juros num patamar que nem asgrandes empresas suportam, quanto mais aspequenas. O PIB cresceu um pouco, masmurchou ano após ano. Não é à toa que milharesde empresas quebraram e que 80% das micro epequenas empresas só conseguem sobrevivernos primeiros anos. Vamos baixar muito osjuros. E para pequenas e médias empresas,

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Luiz Inácio Lula da Silva tem 57 anos e nasceu em Vargem Grande (atual Caetés-PE),numa família de lavradores. Ainda pequeno, migra com a família para São Paulo. Aos 14anos, consegue seu primeiro emprego com carteira assinada numa metalúrgica. Em 1963,conclui curso de torneiro mecânico no Senai. Em 1966, ingressa no sindicalismo. Entre 1975e 1978, Lula é eleito duas vezes presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Didema, na Grande São Paulo, elidera as greves do ABC, em pleno regime militar. Em 10 de fevereiro de 1980, em SP, é lançado o manifesto que dá origem ao PT. Lulafunda o partido juntamente com outros sindicalistas, intelectuais e acadêmicos.

Em 1986, é eleito deputado federal com 650 mil votos, sendo o mais votado do país. Em 1989, os brasileiros, depois de quase trinta anos deregime militar, vão às urnas escolher o presidente da República. Lula perde em 2° turno para Fernando Collor de Mello. Em 1993, é derrotado pelasegunda vez na disputa à Presidência da República, desta vez para Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, disputa o cargo pela terceira vez. Obtém32% dos votos, mas FHC é reeleito. Com discurso mais moderado, aliando-se a forças políticas conservadoras, candidata-se, este ano, pela quartavez. Agora, tenta convencer o eleitorado de que, mais do que um discurso de oposição, possui as condições necessárias, a maturidade, o equilíbrioe propostas concretas para conduzir o Brasil, país com uma das maiores e também mais injustas economias do mundo globalizado.

Reforma tributária“Uma reforma tributária deveria, em primeiro

lugar, simplificar o conjunto de tributos,reduzindo aqueles que incidem sobre a mesma

base de arrecadação”

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 81 - 11

Microempresas“As pequenas empresas são as que maisgeram empregos no Brasil e vamos dar a

elas a atenção que merecem”

assim como agricultura familiar, tem que terjuro especial, mais baixo ainda.

RFS: Qual seria a política de concessãode crédito em seu governo (BNDES, CEF,Banco do Brasil, etc.)?Luiz Inácio Lula da Silva: Nosso plano éajudar as micro e pequenas empresas de todasas maneiras possíveis. Não só desbu-rocratizando o sistema de crédito, comotambém barateando os financiamentos ealterando o sistema tributário para dar maisfôlego aos empresários. Também pretendemosabrir espaço para eles nas compras do governoe feiras empresariais. Vamos dar apoio paraos que quiserem exportar e treinamento emgestão empresarial. Queremos ampliar aexperiência dos Bancos do Povo para darcrédito acessível aos pequenos negócios eestimular a economia solidária, através dascooperativas de produção.

RFS: As diretrizes econômicas quelevaram à estabilidade da moeda e aocontrole da inflação serão mantidas oupoderão sofrer ajustes?Luiz Inácio Lula da Silva: Já deixei claro omeu compromisso com o crescimento com es-tabilidade e responsabilidade social eminúmeras oportunidades. Nos últimos meses,por exemplo, reiterei esse meu compromissona Carta ao Povo Brasileiro, no comunicadoque divulguei após o governo brasileiroanunciar o novo acordo com o FMI e quandome encontrei com o presidente FernandoHenrique, no Palácio do Planalto. As mudançasque forem necessárias serão feitas demo-craticamente. Vamos ordenar as contas públicase mantê-las sob controle. Mas, acima de tudo,vamos fazer um compromisso pela produção,pelo emprego e por justiça social. O que nosmove é a certeza de que o Brasil é bem maiorque todas as crises. O país não suporta maisconviver com a idéia de uma terceira décadaperdida. O Brasil precisa navegar no mar abertodo desenvolvimento econômico e social. Édevido a essa convicção que tenho conclamadotodos os que querem o bem do Brasil a seunirem em torno de um programa de mudançascorajosas e responsáveis.

RFS: Como será a política de inserção doBrasil diante ordem econômica mundialGlobalizada e a relação com organismosfinanceiros internacionais? Como reduzira vulnerabilidade externa do País?Luiz Inácio Lula da Silva: Vamos fazer noBrasil aquilo que vem sendo praticado, emmaior ou menor escala, pela maioria dos paísesdo planeta. Só que cada país pratica um tipode política industrial adequada às suas neces-sidades. Aqui no Brasil precisamos de uma

política industrial que dê apoio à produção parao mercado interno e para exportação, cobrindoas deficiências de crédito que o empresárioenfrenta, assim como alivie a elevada cargafiscal que incide sobre a produção, e aindagaranta uma infra-estrutura mais eficiente,tanto para fornecer energia e combustíveisbaratos, quanto para o transporte dasmercadorias a custosreduzidos até o mer-cado consumidor.Vamos negociar me-lhores acordos comnossos parceiros co-merciais, mal acos-tumados em obterprivilégios no mercado brasileiro, sem a devidareciprocidade. Vamos criar uma Secretaria deComércio Exterior que tenha a autoridade eos instrumentos para impulsionar o comércioexterior brasileiro. Não basta termos osprodutos agrícolas mais competitivos doplaneta, como soja, suco de laranja, celulose,café, algodão e outras mais. É preciso elevaras exportações de manufaturados com maiorvalor agregado, dando as condições para quemais empresas brasileiras resolvam se aven-turar no mais difícil mercado externo.Aumentando o saldo comercial, reduziremosa nossa necessidade de financiamento externo.

RFS: O PT sempre se opôs à prorrogaçãoda CPMF, porém votou a favor dacontinuidade da contribuição. Como istose explica?Luiz Inácio Lula da Silva: Nós aprovamos acontinuidade da cobrança da CPMF para 2003por uma questão de responsabilidade. Ogoverno pretendia acabar com a cobrança doimposto a partir do ano que vem. Aconteceque no dia 1º de janeiro, o novo presidente vaitomar posse. Qualquer que seja ele, não podeassumir a presidência com um rombo de R$20 bilhões, como ocorreria com o fim dacobrança do tributo. Isso é impossível. A nossaidéia era aprovar a CPMF até 2004, e a partirdisso baixar a alíquota de 0,38 para 0,08. Issoresultaria numa queda de arrecadação, masseria uma forma concreta de fiscalização, semonerar a população. A nossa proposta para aCPMF é essa. Mas é preciso entender que esseprocesso faz parte de uma reforma tributáriaampla e responsável que iremos encaminharao congresso no nosso primeiro ano degoverno, como já disse.

RFS: Estima-se que metade da populaçãoeconomicamente ativa esteja na economiainformal. Como trazer essa massa detrabalhadores para a economia formal,sem sobrecarregar ainda mais o setorprodutivo, principalmente no que diz

respeito aos encargos que recaem sobrea folha de pagamento?Luiz Inácio Lula da Silva: De fato, atual-mente, nós temos uma economia informalmaior do que a formal. Ou seja, muita genteestá sem contribuir para a previdência social.É preciso, então, recuperar a capacidade dodinamismo da economia brasileira e

incentivar a for-malização do tra-balhador para queo incremento dasatividades eco-nômicas gere maisemprego, estimuleas empresas a con-

tratar mais gente e que isso seja feito comcarteira assinada. Temos que estimulartambém as contribuições de trabalhadoresautônomos, que vão precisar de apo-sentadoria quando envelhecer. Hoje, noBrasil, nós só temos 28 milhões detrabalhadores com carteira assinada e quecontribuem para a previdência social. Esse éo problema: um desequilíbrio entre o númerode contribuintes e aposentados. São 20milhões de aposentados para 28 milhões decontribuintes. É uma relação muito pequena.Seria preciso, pelo menos, 40 milhões de con-tribuintes para 20 milhões de aposentados.Com a retomada do crescimento, diminuiçãodo desemprego e estímulos para aformalização da mão-de-obra, esse déficit naprevidência social será preenchido.

RFS: Quais os caminhos para a retomadado crescimento econômico do Brasil?Luiz Inácio Lula da Silva: Para retomar ocrescimento econômico temos que estimularo desenvolvimento de um mercado internorobusto, investir a valer no setor produtivoe fortalecer o setor exportador. Asnecessidades básicas da grande maioria dapopulação e o crescimento sustentado daeconomia e do emprego são prioridades. Épreciso propiciar distribuição de renda emobilizar todos os meios disponíveis paraampliar de maneira significativa a oferta debens de consumo de massa, industriais eagrícolas, ampliando os serviços públicosessenciais. Os projetos Moradia, Fome Zero,Energia, entre outros, todos incorporados aonosso Programa de Governo, deixam clarocomo isso será feito. Eles estão disponíveisna íntegra em nosso endereço eletrônicowww.lula.org.br. A inclusão econômica esocial de cerca de 50 milhões de pessoasque vivem hoje abaixo da linha de pobrezadará um impulso significativo à nossaeconomia, favorecendo em especial odesenvolvimento das micro, pequenas emédias empresas.

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12 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 81

“Sem as reformas tributária e da previdência,a estabilidade estará ameaçada”

Ciro Ferreira Gomes nasceu em Pindamonhangaba, interior de SP. Aos 4 anos de idadetransfere-se com sua família para a cidade de Sobral, no sertão do Ceará, a 230quilômetros de Fortaleza. Foi em Sobral que Ciro deu os primeiros passos na política,incentivado pelo seu pai, que foi prefeito da cidade entre 1977 e 1983. Em 1976,classifica-se em primeiro lugar no vestibular da Faculdade de Direito da UFC, onde égraduado.

Torna-se professor das Universidades de Fortaleza (Unifor) e Vale do Acaraú (UVA), emSobral, ministrando as disciplinas de Direito Tributário e Finanças Públicas. Em outubrode 1982, com 24 anos, Ciro elege-se deputado estadual, reelegendo-se em 1986. Em1988, assume a prefeitura de Fortaleza. Em outubro de 1990, com 32 anos, é eleitogovernador do Estado.

Em setembro de 1994, convidado pelo então presidente Itamar Franco, Ciro Gomesrenuncia ao governo do Ceará e assume o Ministério da Fazenda. Em 1995, Ciro viajapara os EUA, onde, durante mais de um ano, estuda economia política na Universidade deHarvard. Em 1998, candidata-se à presidência da República pelo Partido PopularSocialista - PPS.

No momento, trava com o candidato governista a possibilidade de ir ao segundo turnocom o candidato petista. Só que, mais do que um confronto de idéias, a disputa entreCiro e Serra, já chega a esfera das ofensas pessoais. Resta saber, entremortos e feridos, quem irá se salvar.

RFS: Qual a sua proposta de ReformaTributária? Qual prioridade ela teria emseu governo?Ciro Gomes: O nosso projeto de reformatributária está baseado em 5 impostos:

Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) -Imposto sobre o valor das mercadorias,cobrado no ato da venda ao consumidor fi-nal e especificado na nota fiscal para acabarcom a sonegação.Os produtos dacesta básica e osaluguéis de casaspopulares estarãoisentos do IVA,beneficiando assimas pessoas queganham menos.

Imposto sobre o Consumo de Supérfluos(ICS) - Cobrado sobre o consumo de artigosde luxo e supérfluos como armas, munições,bebidas alcoólicas, cigarros, cosméticos,lanchas e carros de luxo e ainda sobre oconsumo excessivo de serviços detelecomunicações e energia elétrica.

Imposto Progressivo sobre o ConsumoPessoal (IPCP) - Imposto com alíquotaprogressiva, cobrado sobre o consumo dasfaixas de renda mais altas. Incide sobre asgrandes desigualdades de padrão de vida,enquanto protege e incentiva a poupança.

Imposto sobre Heranças e Doações(IHD) - Imposto com alíquotas progressivas,sem efeito confiscatório, incidente sobre ovalor real das heranças e doações.

Imposto sobre a Propriedade (IPR) -Imposto não declaratório a ser cobrado sobrea propriedade predial e territorial urbana e ru-ral, com alíquotas progressivas em função dotamanho, do uso e do valor real da propriedade,

incidindo pesada-mente sobre terras(latifúndio) impro-dutivas, o que vaiajudar a fazer areforma agrária, esobre o investi-mento imobiliárioespeculativo. Su-

bstituirá o ITR, o IPTU, o IPVA e o ITBI.Assim, haverá uma simplificação do

atual sistema tributário com eliminação devários deles que incidem sobre a cadeiaprodutiva. A lógica é deslocar da produçãopara o consumo o ônus da tributação sem,no entanto, elevar a carga tributária final.CPMF, IPI, ICMS, PIS, Cofins e etc. serãoextintos.

RFS: O Sr. defende a criação do IVA comoprincipal imposto federal, em substituiçãoaos impostos em cascata que oneram a

produção e recaem sobre a folha depagamento. Quais seriam as vantagens dessenovo imposto? Como seria implantado eaplicado? Substituiria que impostos?Ciro Gomes: Embora o IVA só possa serprogressivo dentro dos estritos limitesdeterminados pelo uso de alíquotas seletivas,ele traz grandes vantagens sociais eeconômicas. Em primeiro lugar, ele mune oEstado de recursos necessários para aumentaro investimento social. O que se tiver quesacrificar em progressividade do lado daestrutura da arrecadação, ganha-se em dobropelo efeito redistribuidor do gasto público. Emsegundo lugar, ao substituir todos os impostose encargos que oneram a folha salarial e querecaem em cascata sobre a produção, elefavorece a produção e o emprego. Em terceirolugar, ele evita intervenções pontuais quedistorcem os preços relativos e prejudicam aeficiência da economia. O efeito que atributação do consumo tiver sobre o nívelabsoluto de preços será relativamente neutro,já que a tributação do consumo será com-pensada pela desoneração da produção. Emquarto lugar, ele teria condições para dar pesocada vez maior no futuro a um imposto diretoe progressivo sobre o consumo individual: umtributo que incida especialmente sobre oconsumo supérfluo ou o alto padrão de vida(imposto Kaldor), gravando, em escala

Reforma tributária“A lógica é deslocar da produção

para o consumo o ônus da tributaçãosem, no entanto, elevar a carga tributária

final. CPMF, IPI, ICMS, PIS, Cofinsserão extintos”

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entrevista especial

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Microempresas“A nossa proposta de governopreconiza a democratização do

acesso ao crédito, à tecnologia e aoconhecimento para as

micro e pequenas empresas”

altamente progressiva a diferença entre a rendade cada contribuinte e sua poupança investida.

RFS: Haveriam modificações comrelação ao Simples Federal ou elecontinuaria como está?Ciro Gomes: A tendência, tendo em vista onovo regime tributário que propomos, éacabar gradualmente com o Simples.

RFS: O Sr. poderá ser eleito sem maioriano Congresso ou grande base de apoio nosEstados da Federação. Como mediar umnovo pacto federativo? Como conseguiraprovação da Reforma Tributária nasduas Casas Legislativas?Ciro Gomes: Todo presidente recém-eleitotem maioria no Congresso no seu início degoverno. É preciso aproveitar este momentopara encaminhar as reformas necessárias.

RFS: Uma de suas prioridades degoverno é oferecer aos pequenosempreendedores acesso aos instru-mentos e à oportunidade de produção(crédito, conhecimento, tecnologia emercados). Que tipo de apoios eincentivos o Sr. prevê para o segmentodas micro e pequenas empresas no Brasila partir dessas quatro bases?Ciro Gomes: A nossa proposta de governopreconiza a democratização do acesso aocrédito, à tecnologia e ao conhecimento paraas micro e pequenas empresas. Neste sentidoé fundamental construirmos, a partir dosbanco oficiais, das entidades públicas defomento e do Sebrae uma política dedemocratização das oportunidades daprodução, calcada na atuação de trêsconjuntos distintos de entidades:

a) Entidades de financiamento, que devemincluir fundos públicos (porém ad-ministrados de maneira profissional,independente e competitiva) que re-cebam poupança previdenciária e ainvistam em empreendimentos emer-gentes;

b) Entidades técnicas de apoio tecnológicoe informativo, que identifiquem asmelhores práticas e as inovações maispromissoras em cada cadeia produtiva eajudem a promovê-las e propagá-las;

c) Entidades de apoio à formação de redesde concorrência cooperativa entre aspequenas e médias empresas. Taisempresas farão mutirão de certosrecursos ao mesmo tempo quecontinuarão a competir entre si. Comisso, alcançarão economias de escala semsacrificar a flexibilidade estratégica.

A política de descentralização do acessoàs oportunidades e aos recursos da produção,calcada na atuação conjunta desses três tiposde entidades, não hesitará em recorrer à açãodo Estado. A iniciativa pública, porém, serásempre supletiva e estimuladora da açãoprivada. E será operada tanto quantopossível de centros efundos adminis-trados de maneiraindependente, pro-fissional e compe-titiva.

RFS: A estabili-dade da moeda e ocontrole da infla-ção são conquistasirreversíveis ou ainda sofrem algum tipode ameaça?Ciro Gomes: A estabilidade da moeda e ocontrole da inflação dependem da solvênciaa longo prazo do setor público. Assim, semas reformas necessárias - Reforma Tributáriae da Previdência - que relancem as bases definanciamento do Estado brasileiro, aestabilidade estará ameaçada.

RFS: Como será a política de inserção doBrasil diante da ordem econômicamundial Globalizada e a relação comorganismos financeiros internacionais? OSr. pretende impor algum controle ao fluxode capital estrangeiro? Como reduzir avulnerabilidade externa do País?Ciro Gomes: Não pretendemos adotarnenhum mecanismo de restrição à mo-bilidade de capitais. Queremos sim é umamelhor fiscalização para cobrir trânsito derecursos ilegais. A redução da dependênciaao capital externo tem três dimensões: Aprimeira diz respeito à diminuição drásticado déficit em conta corrente do País. Paraisto, propomos o resgate de uma políticaindustrial orientada para as exportações; asubstituição estratégica de importações; aredução do Custo Brasil; a atração seletivade investimentos diretos estrangeiros, e umapostura firme nas negociações inter-nacionais. A segunda dimensão é a apro-vação da Reforma Tributária conforme foiapresentada anteriormente que desonera etorna mais competitivo o produto brasileirono mercado internacional. E, finalmente, aterceira dimensão tem a ver com políticasde formação de poupança doméstica delongo prazo, o que será obtido através daReforma da Previdência.

RFS: Qual seria a política em relação àtaxa de juros?

Ciro Gomes: O Brasil somente conseguiráentrar numa trajetória de crescimentosustentado quando conseguir reduzir,permanentemente, a taxa real de juros.Enquanto esta for muito superior ao retornomédio dos negócios produtivos, especularno mercado financeiro e viver de renda será

bem mais lucrativoque produzir. E osjuros são altosporque precisamosatrair capitais parafinanciar o nossorombo externo.Equacionar o setorexterno e aprovar asreformas tributária eda previdência é a

chave para o Brasil voltar a crescer demaneira acelerada em sem sobressaltos.

RFS: A carga tributária brasileira jápassa de 34% do PIB. Diante do quadroeconômico mundial e da necessidade demanter o equilíbrio fiscal é possívelprever uma regressão desses percentuaisnos próximos anos? Como implantar umaredução paulatina?Ciro Gomes: Atualmente não há condiçõesde se reduzir a carga tributária no Brasil.Pode-se sim racionalizá-la. E é isto que onosso projeto de reforma tributária prevê.A nossa proposta de reforma tributária, quese baseia em apenas cinco impostos,desloca da produção e dos salários para oconsumo e os ganhos de capital a carga fis-cal.

RFS: O Sr. defende em seu programa degoverno “maior autonomia, aparelha-mento e outras condições de trabalho paraa Secretaria da Receita Federal”. Quaissão as propostas para o modelo de atuação,arrecadação e fiscalização do órgão?Ciro Gomes: A chave para a retomada dodesenvolvimento econômico no Brasilpassa, necessariamente, pela recuperaçãoda capacidade do Estado em investir emáreas estratégicas. E para recompor estacapacidade é necessário, sem dúvida ne-nhuma, incrementar suas fontes dereceitas. Para tanto, mais do que nunca, épreciso ter uma SRF que trabalhe comextrema competência, indo atrás dossonegadores onde quer que estejam. Nomeu governo, lugar de sonegador é nacadeia! Assim, não medirei esforços paraaparelhar a SRF com o que há de melhorem capital humano e físico. A SRF será,no meu governo, exemplo para toda aadministração pública.

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legislação

O próximo dia 11 de janeiro pode entrar para ahistória como um marco para o Direito brasileiro, deuma maneira geral, e especificamente para a nossasociedade, em muitos aspectos. Acontece que nestadata, após trinta anos de idas e vindas pelos corredoresdo Congresso, estará entrando em vigor o que vemsendo chamado pelos especialistas de NCC - o NovoCódigo Civil Brasileiro. Um conjunto de normas eleis que regulam os diversos atos da vida civil, taiscomo o casamento, a propriedade, o comércio e associedades ditas comerciais. Particularmente estassociedades sofrerão impactos significativos com onovo código, que serão perceptíveis já a partir doprimeiro dia de sua vigência.

Para que se tenha uma idéia destes impactos, noBrasil, cerca de 90% das empresas registradas nasJuntas Comerciais figuram como Sociedades porCotas Limitadas. A partir do próximo ano, todos ostrâmites para registro e controle de suas atividadesdeverão ser devidamente escriturados e arquivados,tornando-se de domínio público tão logo sejamentregues às mesmas Juntas onde firmaram suaspersonalidades jurídicas. Um procedimento

absolutamente inovador, se com-parado às práticas atuais. Entretanto,mudanças como estas são apenasalguns exemplos das muitas pre-vistas pelo NCC.

Estas transformações ampliarãoem muito as obrigações normatizadaspelo atual Código Civil, que é datadode 1916. “Podemos dizer que o novocódigo é um verdadeiro tratado dedireito privado”, explica o professorde MBA da USP e consultorempresarial Miguel Silva. “O antigocódigo tinha um foco maior voltadopara a sociedade civil, ficando as so-ciedades comerciais regidas peloCódigo Comercial. Agora não, oNCC regerá a vida das pessoasnaturais (físicas) e jurídicas”,completa.

Novo Código Civil muda o perfildas sociedades comerciaisApós trinta anos tramitando pelo Congresso, o Novo Código Civilentra em vigor no próximo ano, sinalizando mudanças profundas,principalmente para as sociedades comerciais por cota limitada

Por Márcio Sampaio de Castro

AnacronismoA verdade é que o atual Código Civil é muito

genérico quando trata das pessoas jurídicas, já oCódigo Comercial, mencionado por Silva, e aindaem vigor, foi promulgado em 1850 e, em sua redaçãooriginal apresentava conceitos considerados atual-mente como esdrúxulos, a exemplo da possibilidadede uma mulher abrir um negócio somente comautorização do marido. Anacronismos como estes,aliados às mudanças nas relações comerciais esociais, foram tornando as leis que regem o comércioabsolutamente desproporcionais às demandas domundo globalizado do século XXI. Como resultado,no próximo ano, três destas leis deixarão de existirparcial ou totalmente (veja box).

Todas estas mudanças previstas no corpo da novalei afetarão o cotidiano de empresários, advogados eparticularmente dos profissionais de contabilidade.Isto porque, muitos conceitos e procedimentospassarão por transformações que deverão ser adotadosjá no próprio dia 11 de janeiro de 2003. No que serefere a conceitos, pode-se citar o desaparecimentoda sociedade comercial e das chamadas associaçõescivis. Passam a existir em seus lugares as sociedadesempresárias e as sociedades simples.

Miguel Silva: “Sabemos que muitosoptantes pelo Simples acabam nãofazendo escrituração contábil,porém não há que se confundir alegislação tributária com o CódigoCivil”

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O Novo Código Civil, lei n° 10.406/2002, alémde revogar o atual Código (lei 3071/1916),revogará o Código Comercial (lei 556/1850) emsua parte primeira, que trata sobre as transaçõescomerciais. Deixam de ter validade também a MP1675-40/98, que alterou alguns artigos do atualCódigo e também o Decreto-Lei 3708/19, queregula as sociedades limitadas. Estas serãoreguladas pelos artigos 1052 a 1087 do NCC.

As Leis que serão revogadascom o Novo Código Civil

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Quem explica a questão é o sócio da Tozzini,Freitas, Teixeira e Silva Advogados, em Fortaleza,Marcos Viveiros: “É importante salientar que, nocaso da sociedade empresária, a mesma terá umespectro muito mais abrangente do que tinha asociedade comercial no antigo código. Todasociedade que for constituída para realizar umaatividade econômica organizada ou visando àprodução ou à circulação de bens e serviços, passaa ser considerada empresária”, esclarece.

ServiçosViveiros vê estas mudanças como particularmente

positivas para as empresas prestadoras de serviços. “Éinteressante observar que a prestação de serviçosabandonará a orfandade que amarga na legislaçãoatual, já que não se encaixa no critério, propriamentedito, civil ou ato comercial, no sentido estrito”, observa.Já as associações, que passam a ser consideradassociedades simples, serão aquelas que desenvolvematividades eminentemente intelectual, científica ouartística. Estas deverão ser registradas nos cartóriosde registro civil, enquanto as sociedades empresáriasserão registradas nas juntas comerciais, juntamentecom os dados individuais de cada empresário que fizerparte da sociedade. Algo como se o empresárioganhasse particularmente uma personalidade jurídica.

“É lógico que no mundo inteiro a questão daindependência da personalidade jurídica em relaçãoaos sócios existe”, afirma o sócio da Tozzini, queacrescenta: “e isto deve continuar existindo, pois ésaudável. Ocorre, porém, que a nova lei deixa muitoclaro que os sócios ou administradores passarão aresponder ilimitadamente por qualquer ato praticadocontra o contrato ou obter algum benefício de algu-ma ordem, através da fraude à lei ou da fraude a umcontrato, então, o manto dessa limitação de respon-sabilidade deixa de existir. O novo Código Civil émuito claro nisso”, conclui, ressaltando ainda quea sociedade poderá nomear um administrador nãosócio, caso entenda necessário.

Novos procedimentosNo campo dos procedimentos, a escrituração

contábil deverá merecer atenção especial, pois todasas sociedades por cotas limitadas deverão apurarbalanço, a exemplo das sociedades anônimas. Estesbalanços serão arquivados nas juntas comerciais eestarão à disposição de qualquer interessado.Segundo o professor Miguel Silva, já a escrituraçãoreferente ao ano de 2002 deverá ser transformadaem balanço e arquivada na Junta Comercial a partirdo próximo ano, independente do tamanho dasociedade. “Isso valoriza a classe contábil”, afirma.“Sabemos que muitos optantes pelo Simples acabam

não fazendo escrituração contábil, porémnão há que se confundir a legislaçãotributária com o Código Civil”, alerta.

Outro alerta que Silva envia aos pro-fissionais e demais envolvidos é quanto àflexibilização de procedimentos. “Não cabeao profissional flexibilizar a aplicação da lei.O que está previsto, como o arquivamentode balanços na Junta, deve ser cumprido.Estes balanços deverão ser aprovados emreunião dos sócios e o contrato social nãopode absolver a sociedade da apresentação,elaboração de ata e arquivamento”, conclui.Aliás, as reuniões de sócios, mencionada porSilva, é outra inovação prevista pelo Códigoe que deverá ser acrescentada à redaçãooriginal dos contratos sociais, que, obri-gatoriamente, deverão ser revistos a partirde janeiro.

Pontos obscurosApesar de ser um entusiasta das diversas trans-

formações previstas para o próximo ano, trazidaspelo Novo Código Civil, Miguel Silva faz questãode deixar claro que existem muitos pontos con-troversos ou obscuros que precisam ser esclarecidos.“O novo Código Civil regula bem o presente, masquanto ao futuro eu diria que nem tanto”, declara oespecialista.

Os mesmos fatores que provavelmente levaram odeputado Ricardo Fiuza, relator do projeto na CâmaraFederal, a apresentar um projeto de lei que prevê aalteração de 188 artigos do novo Código. Modificaçõesque exigirão muito fôlego e consenso dos congressistase que, talvez, com um pouco de sorte, marquem janeirode 2003 como o começo de uma nova era para amodernização do Direito Civil Brasileiro e não o iníciode um período de mais trinta anos de alterações.

Nos novos contratos sociais, a serem redigidos a partir de janeiro de2003, deverão aparecer as seguintes informações:

● Cláusula que indique a lei 6404/76 (Lei das S/A) como norma supletivaao contrato social;

● Nas sociedades limitadas com até dez sócios, prever a regularidadecom que se realizarão as reuniões e não a assembléia de sócios;

● Estabelecer no contrato a possibilidade de administradores não sóciosgerirem a sociedade, caso aprovado em deliberação dos sócios;

● Regular no novo contrato a possibilidade do sócio ceder ou não suascotas a outro sócio ou estranho, segundo os interesses dos sócioscontratantes.

Marcos Viveiros: “Éinteressante observar que aprestação de serviçosabandonará a orfandade queamarga na legislação atual,já que não se encaixa nocritério, propriamente dito,civil ou ato comercial, nosentido estrito”

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Alguns procedimentos importantes a seremadotados pelos profissionais contábeis

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à luz do direito

Recentemente, a 1ª Seção do STJ, que uni-fica a jurisprudência do Tribunal, posicionou-se para que o prazo decadencial para a FazendaPública constituir créditos tributários relativosa tributos sujeitos a lançamento porhomologação tenha como termo inicial oprimeiro dia do exercício seguinte àquele emque se extinguir o direito de a Fazenda Públicarever e homologar o lançamento (Ac. 1ª SeçãoSTJ, EREsp n.º 169.246/SP, Relator MinistroMilton Luiz Pereira, DJU de 04.3.02).

Em outras palavras, conta-se cinco anos apartir da ocorrência do fato jurídico tributário,a título de prazo para revisão e homologação,nos termos do artigo 150, § 4º, do CTN; maiscinco anos contados do primeiro dia do exer-cício seguinte ao encerramento do primeiroprazo, de acordo com o artigo 173, inciso I,

deste mesmo Di-ploma. Ou seja,seguindo essa linhade raciocínio, aFazenda Pública,em regra, tem atéonze anos,dependendo dequando encerrar-seo primeiro prazo,para constituircréditos tributáriosrelativos a tributos

Prazo para constituição de créditos tributários -tributos sujeitos a lançamento por homologação

“As empresas que

mantiveram arquivados

documentos, tomando por base

o prazo de cinco anos para

constituição do crédito,

poderão estar sujeitas a

arbitramento das bases de

cálculo de tributos”

Ana Cláudia Akie Utumi e Renato Nunes

sujeitos a lançamento por homologação.Essa decisão contraria entendimento

manifestado pelo próprio STJ (Ac. 2ª TurmaSTJ RESp n.º 180.879/SP, Relatora MinistraEliana Calmon, DJU de 01.10.01), no qual a 2ªTurma deste Tribunal, em análise anterior daquestão, estabeleceu que a Fazenda Públicapoderia constituir créditos tributários relativosa tributos sujeitos a lançamento porhomologação em até cinco anos, contados daocorrência do fato jurídico tributário.

Cabe lembrar que o prazo para cons-tituição do crédito tributário - decadência nãose confunde com o prazo para cobrança docrédito tributário - prescrição. Os prazos dedez ou quinze anos referem-se à constituiçãodo crédito. Constituído o crédito tributário, aFazenda Pública ainda tem cinco anos para

ajuizar ação de cobrança deste, consoantedisposto no artigo 174 do CTN.

Isto pode representar problema seríssimopara as empresas não somente quanto àpossibilidade de cobrança de tributos devidosno início dos anos 90, mas com relação àmanutenção de documentação. Melhordizendo, as empresas que mantiveramarquivados documentos, tomando por base oprazo de cinco anos para constituição docrédito, poderão estar sujeitas a arbitramentodas bases de cálculo de tributos, cujadocumentação já tenha sido destruída, o que,invariavelmente, poderá implicar exigência detributos em montante superior ao que seriadevido, caso a apuração tivesse sido realizadacom base em documentação apropriada.

Considerando que, na imensa maioria dasempresas, aos contadores compete o cum-primento de obrigações tributárias, estes devempermanecer alertas ao prazo pelo qual sãomantidos documentos relativos à apuração detributos, haja vista o risco de as FazendasPúblicas abraçarem o novo entendimento doSTJ, ganhando com isso cinco anos a mais paraconstituição de créditos tributários.

Ana Cláudia Akie Utumi ([email protected])é sócia na Área de Direito Tributário da Tozzini,

Freire, Teixeira e Silva AdvogadosRenato Nunes ([email protected]) é

advogado na Área de Direito Tributário daTozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados

Ana Cláudia Akie Utumi

Renato Nunes

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publicado & registrado

Mídia nacional aborda escândalos contábeisOs escândalos contábeis em grandes

corporações norte-americanas foram mais umavez as manchetes dos jornais em todo o mundo,nos dois últimos meses, com a descoberta demanipulação no balanço da WorldCom e deoutras empresas. No Brasil, a Fenacon, atravésda sua diretoria, participou de diversas en-trevistas que analisaram o assunto e asconseqüências e reflexos para as empresasnacionais. Uma delas foi no programa ‘NoiteTotal’, da Rádio CBN, no dia 24 de julho. Oentrevistado foi o presidente da Fenacon.

Pedro Coelho Neto observou que o sistemade premiação dos altos executivos em funçãodo resultado das empresas tem levado a tais“práticas não recomendáveis”. “Não é umdefeito da contabilidade, da ciência contábil,porque existem normas, regras que têm que sercumpridas e não estão sendo aplicadascorretamente, ou seja, são forjadas para quesejam obtidos maiores prêmios”.

Os escândalos, segundo Pedro Coelho,geram o descrédito dessas empresas diante domercado de capitais, com conseqüências para

fornecedores, financiadores e a própriasociedade, quando compromete os milhares defuncionários dessas corporações. Sobre aresponsabilidade dos profissionais contábeis eauditores nesses episódios, Pedro criticou: “Elesdevem ser questionados do ponto de vista ético,porque deixaram de cumprir regras que sãoestabelecidas pelos órgãos reguladores”.

IndependênciaPedro Coelho avaliou ainda que existe um

problema de independência dos profissionaisenvolvidos. Grandes empresas de auditoria,lembrou, também possuem braços que atuamna área de consultoria, ambas atendendo a ummesmo cliente. “Se questiona até que ponto elesolham com olhos de auditores ou se olham comolhos de consultores”. Outro ponto importanteseria a harmonização das normas e princípioscontábeis. “Um balanço pode ter um resultadoaqui e outro nos EUA e isso dificulta qualqueranálise que se queira fazer”.

O diretor de Tecnologia e Negócios daFenacon, Nivaldo Cleto, também foi entre-

vistado sobre o mesmo tema em reportagemno Jornal da Noite, da TV Bandeirantes, nodia 24 de julho. Em um momento que severificava alta do dólar e queda nas bolsasem todo o mundo, Cleto destacou que oimpacto desses escândalos nas empresasbrasileiras é pequeno, pois o mercado deações no País é bem menor do que nos EUA.

“No Brasil, as companhias abertas, quenegociam ações no mercado, são em númeromuito inferior ao que ocorre nos EUA”,ratificou. O diretor falou também sobremecanismos de proteção existentes no País.“No Brasil foram criadas normas, inclusive,a Comissão de Valores Mobiliários - CVMfiscaliza com rigor o mercado de capitais e asSociedades Anônimas de Capital Aberto eo Banco Central fiscaliza os atos dasinstituições financeiras.

Nivaldo Cleto fala sobre o impacto, noBrasil, dos escândalos contábeis de

empresas norte-americanas, em entrevistaao Jornal da Noite, da TV Bandeirantes

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alimtecnologia da informação

Na última edição da Revista Fenacon emServiços, falei sobre alguns importantesrecursos dos handhelds ou palms, comotambém são conhecidos os assistentes pessoaisdigitais. Estes equipamentos de informáticavem conquistando usuários, sejam estudantes,empresários ou até mesmo empresas docomércio, como, por exemplo, os restaurantes,onde os garçons fazem o pedido à cozinharemotamente, através do palm.

A utilização é ilimitada posto que cada vezmais os aparelhos ganham mais capacidadede processamento e recursos, através de‘slots’ de expansão. Esses módulos podemincluir memória adicional, aplicativos, jogos,livros eletrônicos, imagens, grande base dedados, além de garantir a conexão com outrosperiféricos. Abaixo, apresento mais algumasdicas para a utilização dos recursos oferecidospelos handhelds disponíveis no mercadobrasileiro:

a)Converter textos Word, Excel, Htmlpara o formato PDA (Personal DigitalAssistant): qualquer texto gravado emWord, planilha eletrônica Excel, poderáser convertido e transferido para a palmcom a instalação do programa Docu-ments To Go (documentos para viagem- http://www.dataviz.com/).Na prática, eu utilizo este aplicativo paraconsultar as principais legislações,como, por exemplo, a Lei das S/As, Regulamento do Imposto deRenda, propostas, contratos, bemcomo longos textos, quando nãotenho tempo para ler no local detrabalho.Existem programas gratuitos para aconversão de textos, como o‘MakeDocW.exe’ que pode serbaixado no site: http://www.bibvirt.futuro.usp.br/programas/utilitarios/palm/MakeDocW.zip.Não deixe de instalar também o‘Aportis DocReader’ - programa para leiturade arquivos DOC no formato convertidopelo MakeDocW.

b)Enviando e recebendo emails: umaopção para as viagens, quando oprofissional não tem ou não pode levarseu laptop é o gerenciador de emails.

Handhelds:mil e uma utilidades Por Nivaldo Cleto

Utilizando-se de um modem, que é vendidoà parte, o usuário poderá enviar e receberemails através de linha discada. Nunca vivantagens nesta opção, pois geralmenteutilizo o webmail num computadorconectado à Internet para ler meus emailsfora da minha área.Com o lançamento da última geração detelefones celulares, encontramos no mercadonacional um telefone híbrido que acopla todasas funções das agendas com a tecnologia‘wireless’ (sem fio). O envio e recebimentode emails é interessante, nestes casos, quandovocê estiver fora da empresa e longe do acessoà Internet. Vide modelo ‘Kyocera QCP 6035’no site www.kyocera-wireless.com.br.

c) Transformando fotos digitais no formatoPDA: alguns modelos de PDAs, como o‘Sony Clié’, têm o aplicativo que permiteguardar na sua agenda uma cópia digital dasua carteira de identidade e de motorista,licenciamento do seu automóvel, fotos dafamília e outras imagens. Adquira o programa‘PictureGear 4.5 Lite’, juntamente com oaplicativo ‘PhotoStand 1.3’, da Sony.Com ele, você seleciona as imagens e asexporta para sua agenda num piscar de olhos.Lembre-se que, para manter esta base dedados, sua agenda deve ter no mínimo 8 Mbde memória ou, senão, ‘slots’ para ‘memory

stick’ (cartões de memórias) que permitem suaexpansão.

d)Conversão de filmes do formato digitalpara PDA: parece até ficção, mas já épossível transferir para as agendas, commaior memória, pequenos filmes digitais.Por exemplo, na câmera fotográfica dig-

ital Mavica, um filme de dez segundosocupa 670 K de memória da agenda.Adquira o programa ‘Kinoma Producer’(www.kinoma.com) para converter osfilmes. Teste antes com a versão válida poralguns dias (shareware). Para assistirapenas filmes que já estão convertidos, uti-lize o programa grátis ‘Kinoma Player’ quepode ser baixado no mesmo site.

e) Transformar arquivos Adobe emformato PDF (Portable Document Files)para visualização na agenda: no websiteda Adobe (www.adobe.com), clique naopção de baixar o arquivo ‘Adobe AcorbatReader’ para a plataforma ‘Palm OS’, nolink: http://download.adobe.com/pub/adobe/acrobatreader/win/palmos/arpos_winv20 enu.exe. Você escolhe oarquivo em PDF para converter e noprimeiro sincronismo entre sua agenda e oPC é feita a transferência.

Podemos encontrar ainda umainfinidade de programas e aplicativos paraa plataforma Palm OS nos seguintesendereços: www.hands.com.br, www.palmland. com.br, www.pocketbrasil.com.br. Asdicas acima são apenas uma pequenaamostra da grande utilidade destas miniagendas pessoais, pois elas já vem sendo

utilizadas nas indústrias, lojas dedepartamento, aeroportos, cons-trução civil, promotores de ven-das etc.

Com a popularização da tec-nologia ‘Bluetooth’ ou ‘DenteAzul’ (nome dado à tecnologia detransmissão para redes sem fio -‘wireless’), que oferece conexõessem limites entre as handehelds,celulares, PCs e pontos de acesso,poderemos acessar a Internet nosprincipais aeroportos, pedir umlanche num estádio de futebol,

pagar abastecimento em postos de gasolina,localizar ruas no meio do trânsito, recebernotícias em tempo real, dentre outrasnovidades que irão surgindo.

Nivaldo Cleto é empresário contábil e diretorde Tecnologia e Negócios da Fenacon

[email protected]

Handhelds para todos os gostos: esq. p/ a dir, os modelosHP Jornada540, Palm M515 e Itautec PocketWay

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20 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 81

enescap/nordeste

Amplo leque depalestras é o destaque doIV Enescap/NordesteTemas como sucessão presidencial, novas ferramentas tecnológicas ecapacitação nas empresas são debatidos por 250 empresários de serviçose estudantes em dois dias de evento

O secretário de Finanças do município deFortaleza, Marcos Clésio, fala na abertura

do IV Enescap/Nordeste. A mesa dasolenidade foi composta ainda, da esq. p/ a

dir., pelos pres. do Sindicato dosContabilistas do CE, Manoel Pinheiro

Cavalcante, e do CRC/CE, Amândio Ferreirados Santos, pelo representante do CFC,

Mauro Nóbrega, pelos pres. do Sescon/CE,Urubatam Augusto Ribeiro, da Fenacon,

Pedro Coelho Neto, e do Sescon/RN, EdsonOliveira da Silva (representando os pres.

dos sindicatos filiados à federação), e pelovice-presidente da Fenacon (Região

Nordeste), José Geraldo Lins de Queirós

Com a participação de 250 empresáriosde serviços e estudantes, foi realizado, nosdias 22 e 23 de agosto, em Fortaleza-CE, oIV Encontro das Empresas de ServiçosContábeis e das Empresas de Asses-soramento, Perícias, Informações e Pesquisas- IV Enescap/Nordeste. Sob o tema central“Reflexão sobre as empresas de serviços’, oevento contou com um total de 8 palestrassobre temas como ‘Cenário políticobrasileiro’, ‘Tecnologia nas empresas’,‘Educação e capacitação - uma nova visãoempresarial’ e ‘Qualidade de vida’.

“O conhecimento dos problemasinerentes às empresas de serviços é quenos leva a participar da qualificação delaspara este novo milênio que se inicia. Oevento visa, também, estimular a troca deexperiências e estabelecer debates de

assuntos que circundam os empresáriosde serviços em vários cenários, como aparticipação ativa nas questões políticas;a atualização das ferramentas de in-formações e a responsabilidade social”,destacou o anfitrião, o presidente doSescon/CE, Urubatam Augusto Ribeiro,na solenidade de abertura.

Ribeiro ressaltou ainda, em seudiscurso, que as discussões apresentadasem eventos como os Enescaps “é de fun-damental importância para a atualizaçãodos profissionais, cuja tomada de decisãose faz cada vez mais rápida”. O IVEnescap/ Nordeste teve o apoio daFenacon, do Sebrae-CE, do CRC/CE e foico-realizado pelos Sescons da Bahia,Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba,Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.

“Cenário político do Brasilapós eleição”

Luiz Orlando CarneiroApós a cerimônia de abertura, o

jornalista Luiz Orlando Carneiro, proferiua palestra magna ‘Cenário político do Brasilapós eleição’, dando início a programaçãotécnica do IV Enescap/Nordeste. A distânciaentre os discursos oposicionistas e arealidade da ordem econômica atual, a quala maioria dos países são submetidos, foi opano de fundo da palestra do diretor dasucursal do Jornal do Brasil, em Brasília.

Carneiro citou a mudança do tom dacrítica dos candidatos à Presidência daRepública quanto ao acordo do Brasil como FMI que prevê injetar US$ 30 bilhões naeconomia nacional até 2003. Ele lembrouque os discursos, que antes eram veemente

Reflexão sobre as empresas de serviçoscontra o acordo, após o anúncio da liberaçãodos recursos, tornaram-se mais amenos.

“Nos encontros que os candidatostiveram com o atual presidente, ficou claroque todos eles já estão falando de maneirabem diversa do quefalavam há pouco mais de20 dias”, disse o jornalista.Para o diretor do JB, o de-bate em torno do acordocom o FMI, que passou aser um dos principais temasda campanha, reflete a pró-pria posição que o Paísocupa no cenário mundial.“O Brasil tem hoje um pesoespecífico no chamadoconcerto das nações, nestemundo cada vez maisglobalizado. Ao meu ver,

qualquer que seja o eleito, uma coisa é o‘discurso de campanha’, outra será a ge-rência dessa grande instituição internacionalque é o ‘Brasil S/A’”.

Isso significa, segundo Carneiro, que,quem quer que ganhe aeleição estará, no dia 1º dejaneiro, como ator im-portante no palco do mundoglobalizado, “quer ele e nósqueiramos ou não, temosque coexistir com a talglobalização”. Citou oexemplo do jogo duplo daChina que, apesar de um re-gime de esquerda, já fazparte da OrganizaçãoMundial do Comércio e éum dos 15 maiores sóciosdo FMI.

O pres. do Sescon/CE,Urubatam Augusto Ribeiro(à dir.) - coordenador dapalestra magna deabertura, com o palestranteLuiz Orlando Carneiro

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“Nem Lula, nem Ciro, se eleitos, terãocondições de mexer na linha-mestra denossa política externa. Em primeiro lugar,porque a comunidade internacional, hojeliderada pelos EUA e a União Européia,não deixaria. Ou melhor, não daria amenor bola para gritarias nacionalistasinflamadas, sem qualquer substância oupossibilidade de êxito”, apostou o pa-lestrante.

“A importância do setor deserviços no PIB”

André NassifO economista do BNDES,

André Nassif, abriu sua palestra,destacando que, nos países de-senvolvidos do mundo glo-balizado, o setor de serviços é omais presente e o mais impor-tante, principalmente quandorelacionado à geração de conhe-cimento (pesquisa) e à tecnologia.

“A maior parte do valor adicionado daeconomia americana vem do setor deserviços”, exemplificou e completou: “aocontrário de países pobres ou em desenvol-vimento que têm a economia baseada naagricultura e na indústria”.

Nassif citou que, no Brasil, o setor deserviços aumentou expressivamente suaparticipação relativa no PIB (cerca de 55 %do total, em 1995), tendo sido o que maiscontribuiu para a geração de novos postos detrabalho no País. Por outro lado, suacontribuição para a geração de valoradicionado por pessoa ocupada ainda é muitoreduzida, apenas superior à da agropecuária,mas bastante inferior à da indústria econstrução civil, ou seja, o setor de serviçosno Brasil é marcado pela baixa produtividade.

André Nassif destacou ainda que a saídapara a dependência da economia brasileiraao capital externo é a retomada docrescimento das exportações. Ele defendeque não existem soluções rápidas paradinamizar as exportações, mas lembra queé possível, em curto prazo, investir emprodutos brasileiros competitivos no exte-rior, como os agrícolas e de confecção,“mas é preciso resolver o custo Brasil”,destaca, citando os imposto que incidemem cascata e que oneram a produção.

Para ele, a primeira ação de longo prazo éo investimento em produtos de valor a-gregado, como os de tecnologia. Com relação

aos produtos que oBrasil não tem compe-titividade, como oseletroeletrônicos, eleaconselha alianças comempresas estrangeiras.“A estratégia é o Brasilgerar parte da tecno-logia, para não ser umamera plataforma deprodutos de montagem,finaliza”.

“A empresa, fator dedesenvolvimento do

ser humano”Albigenor Militão

O psicólogo e consultor de processoshumanos e organizacionais AlbigenorMilitão abordou, em sua palestra, diversosconceitos que envolvem a relação serhumano/excelência na empresas. “Em-presas excelentes sempre têm pessoas ex-celentes”. Mas destacou que a excelênciatambém não é tudo. Segundo ele, as em-presas devem ter, por exemplo, a percepçãodo que é proativo e reativo.

Pessoa proativa, segundo ele, é aquela quese antecipa, tem iniciativa e traz soluçõesrápidas. “É tão interessante quando percebe-mos pessoas que superam nossas expecta-tivas. E isso vale para as empresas”, alerta.As pessoas reativas são aquelas que só con-seguem fazer a tarefa criteriosamente so-licitada, ou seja, são centradas em procedi-mentos. Podem ser eficientes - fazem correto,mas não eficazes - as que fazem a coisa certa.

Outro ponto importante a ser observadonas equipes é a diferença entre participaçãoe envolvimento. “Se uma pessoa nãoconseguir dar o melhor de si, não vai ha-André Nassif

Acima, momen-to da palestrade AlbigenorMilitão. Ao lado, o palestrante, com ocoordenador da mesa, o pres. do Sescon/BA, Fernando César Passos Lopo

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enescap/nordeste

ver envolvimento, comprometimento comos resultados”, ressalta e acrescenta: “pensequais são os tipos de pessoas que trabalhamcom você”. Para Militão, a receita para oalcance de objetivos deve incluir o desejo,a determinação e a disciplina.

Sobre a competição, o psicólogo destaca:“em empresas perdedoras, as pessoascompetem entre si, nas vencedoras, asequipes competem com as equipes de outrasempresas”. E aconselha: fazer benchmarking(copiar o que é bom), estabelecer parcerias,antecipar-se às mudanças e afinar oinstrumento - “quanto a gente tem lido sobreo nosso negócio, estudado?” Por fim, pedepara que as pessoas jamais se limitem a fazerapenas o que deve ser feito: “nunca deixe decava um metro a mais”.

“Educação e capacitação -uma nova visão empresarial”

Genival Ferreira da SilvaO presidente do CRC/PE, Genival

Ferreira da Silva, iniciou sua apresentaçãodiferenciando os con-ceitos de formaçãoprofissional e capaci-tação. O primeiro, paraele, tem uma ladoquantitativo, objetivo etécnico; o segundo, decompreensão e habi-litação. Ferreira falouainda sobre a formaçãohumanista, que temcomo objetivo a qua-lificação de sentimen-tos legítimos da ética e da moral e devalores sociais e de solidariedade humana.“O sucesso empresarial só se sustenta como progresso da sociedade”, justificou.

“Tecnologia nas empresas”

Nivaldo CletoUm grande leque de dicas para se

utilizar a informática como instrumentogerencial e de agilização dos trabalhos naprática do cotidiano. Assim foi a palestrado diretor de Tecnologia e Negócios daFenacon, Nivaldo Cleto. Ele mostrou asfacilidades trazidas pelos notebooks, co-mo, por exemplo, a possibilidade de levaros principais arquivos a diversos locaisjuntamente com os aplicativos (Word,Excel, Acrobat etc.), permitindo a

realização detarefas que re-queiram maisconcentraçãofora do ambi-ente de traba-lho (perícias,atas, trabalhosde pesquisa).

Cleto tam-bém destacouos benefíciosdo escaner paraos trabalhos do dia-a-dia, como arquivareletronicamente os principais documentospessoais e de clientes (contratos, pas-saportes, contas e impostos quitados, iden-tidades, cartões CNPJ etc.). “Existemprogramas que gerenciam os arquivos deimagens, facilitando a localização”, citou,se referindo aos sistemas de gerenciamentoeletrônicos de documentos - GED,disponíveis no mercado.

A disponibilidade, cada vez maior, deacessar serviços, principalmente de órgãos

públicos, online, também me-receu destaque. O diretor daFenacon citou casos como ossites da SRF, Previdência Social,e do Posto Fiscal Eletrônico(Decas, Gias, parcelamentos,etc...), da Secretaria da Fazendade SP. Nivaldo Cleto falou aindasobre programas imprescindíveispara o nosso dia-a-dia e mostrouas facilidade trazidas pelos sitesde busca e pelos serviços deagenda gratuitos na Internet.

“ISO nas empresas deserviços”

Mário Elmir BertiMais do que uma vantagem competitiva,

o ISO é hoje uma necessidade para que asempresas de serviçospossam estar prepa-radas para as rápidasmudanças da atual eratecnológica e demandasdo mercado. Com esseenfoque, o vice-presi-dente da Fenacon (Re-gião Sul), Mário ElmirBerti, deu um verda-deiro depoimento daexperiência obtida com

a certificação da qualidade daempresa a qual dirige, aOrganização Pardal, de SãoJosé dos Pinhais-PR.

Berti ressaltou que osistema da qualidade deve seratraente, inteligente e agregarvalor. “Não se pode pensarnum sistema que seja extre-mamente burocrático”. Entreos passos para se obter a certi-ficação, ele destaca: vontade;motivação e perseverança na

manutenção da normas - “mais complicadoque conseguir a certificação”; engajamentoda equipe e não ter medo de enfrentar osproblemas.

A implantação de um sistema daqualidade traz, entre os resultados práticos:normatização de procedimentos - “eliminao estilo pessoal de fazer a tarefa”; motivaçãoda equipe - “se sentem mais orgulhosos defazer parte do sistema”; e estabelecimentode metas. Entre os benefícios indiretos, citouque a certificação da qualidade pode serusada como instrumento de marketing efuncionar como um ‘selo de credibilidade’.

Ciclo de vida dasorganizações

César AbicalaffeAvaliar as causas de fracassos e os

caminhos para o sucesso de empresas e deprofissionais brasileiros foi o foco da palestrado contador e economista César Abicalaffe.Segundo ele, as empresas de um só dirigentesempre terão poucas chances de sobreviver.“Deveriam ser quatro, com uma mentemestra”. Ou seja, um sonhador (em-preendedor), um implementador (produtor)- “um com a cabeça nas nuvens e o outrocom os pés no chão”, um investigador (admi-nistrador) e um flexível (integrador).

“A empresa não precisa crescer e en-velhecer e pode se manterjovem para sempre”, ga-rante. Um dos segredospara a vida longa de umacorporação, segundo ele, éa contabilidade. “Noventae cinco por cento dasempresas brasileiras nãosabem a importância dacontabilidade. Pensam queela é para cumprir obri-gações fiscais”.

Genival Ferreira da Silva

Nivaldo Cleto com o coordenador damesa da palestra, o pres. da ProsoftTecnologia, José Garcia Mompeam

O coordenador da palestra, o vice-presidente Administrativo doSescon/SP, Reinaldo Franco, ao ladodo palestrante, Mário Berti, à dir.

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 81 - 23

Paulo Veras, à dir., com o coordenador damesa, o presidente do Sescap/PR, ValdirPietrobon

Ou seja,segundo A-bicalaffe ,poucos em-presas usu-fruem daciência con-tábil comogeradora deinformaçõesgerenciais.“A partemais feia daprofissão éa fiscal, aqual estácom os dias contados. O empresário temque olhar para a verdadeira contabi-lidade”. Mas para isso, defende que oprofissional contábil comece a dominaruma outra ciência: o marketing. “Preci-samos emergir para a sociedade. Fazer osempresários olharem para nós”.

“Qualidade de vida”Paulo Veras

O administrador de empresase consultor da Qualidade daFenacon, Paulo Veras, encerroua programação técnica do IVEnescap/Nordeste, brindando aplatéia, mais uma vez, com umaexposição cheia de humor esensibilidade. Ele lembrou quea qualidade de vida vem de

dentro para fora. “Desconfiem demétodos oferecidos de fora paradentro”.

Mas observou a importância do‘compartilhar’ para a qualidade de vida. “Aparceria parte do pressuposto e do reco-nhecimento de que eu não posso tudo”.Apresentou o conceito da relação entre vidae ação sob três aspectos: impulso, estabilidadee direção. O corpo atenderia a cada um dessestrês aspectos, respectivamente, através da

Acima, CésarAbicalaffe falasobre as causasdo fracasso deempresas e deprofissionais brasileiros. No detalhe, opalestrante com o coordenador da mesa,o vice-presidente da Fenacon (RegiãoNordeste), José Geraldo Lins de Queirós

Mesa de encerramento: esq. p/ a dir., ocoordenador geral do evento, Cleodon de BritoSaraiva, o presidente do Sescon/CE, UrubatamAugusto Ribeiro, e o presidente da Fenacon,Pedro Coelho Neto. Na solenidade foi anunciadoque o V Enescap/Nordeste será em agosto de2004, em Teresina-PI

Acima, salão do La Maison Dunaslotado para a festa de

encerramento. Ao lado, diretoresda Fenacon e presidentes de

sindicatos filiados confraternizamdurante do jantar

‘Proibida a entrada da tristeza’na festa de encerramento doIV Enescap/Nordeste. Gruposfolclóricos da Região seapresentam no jantar deconfraternização. Na foto, àdir., o presidente da Fenacon,Pedro Coelho, com a esposaDna. Teresa, aprova a bandaque animou o baile

Estande da Fenacon: um dospontos de encontro dos

participantes do IV Enescap/Nordeste

Área de exposição do Imperial Othon Palace

força, resistência e flexibilidade; a mente: davontade, perseverança e entendimento e oespírito: da humildade, paciência e perfeição(espelhada em Deus).

“O serviço também se enquadra nesseconceito de vida e ação”. Nesse caso, im-pulso, estabilidade e direção seriam re-presentados pela necessidade, aceitaçãoe satisfação. “Quando eu estou servindo,em primeiro lugar eu sirvo a mim. Aquilome completa, me alegra, me satisfaz”.

Galeria de imagens

AC 1AL 9AM 4AP 1BA 16

CE 121DF 6ES 4MA 7

MG 3MS 2PA 2PB 1

PE 17PI 3PR 6RJ 7

Número de participantes por estadoRN 16RS 3SC 3SE 5SP 7

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24 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 81

conselho de representantes

No dia 20 de agosto, no Imperial OthonPalace, em Fortaleza-CE, por ocasião do IVEnescap/Nordeste, aconteceu a AssembléiaGeral Extraordinária da Fenacon. Um totalde 83 pessoas participaram, entre presidentesde sindicatos, diretores e convidados.

Simultaneamente à Assembléia, foirealizado o Seminário de Integração eAperfeiçoamento de Diretores Financeirosdos sindicatos integrantes do SistemaFenacon. Trabalhos específicos foramcoordenados pelo diretor Financeiro dafederação, Horizon Faria de Almeida.

O principal temaabordado foi a arre-cadação da contri-buição sindical anual2003. Um dos pontosdiscutidos foi a impor-tância do aprimora-mento dos cadastrosde empresas represen-tadas pelos sindicatos.

Horizon ressaltoutambém que, comuma relação de filia-dos melhor depurada,há a possibilidade deaumento da base deempresas. Isso podeser conseguido atra-vés de parcerias, por

Diretores financeiros participam de Semináriode Integração e Aperfeiçoamento em Fortaleza

exemplo, com cartórios e companhias te-lefônicas, as quais possuem bancos de dadosde empresas anunciantes.

2ª chamadaO diretor Financeiro da Fenacon chama a

atenção para a segunda reunião com os diretoresfinanceiros, prevista para ser realizada nasegunda quinzena do mês de setembro (dataainda não confirmada), em Brasília. “Pedimosque os sindicatos apoiem a participação de seusdiretores financeiros”. Nesta segunda etapa,haverá a presença de um técnico da CEF para

orientar sobre aimplantação do Sicas,sistema de controle dearrecadação sindicalgratuito.

“Com o progra-ma, o próprio sin-dicato tem condiçõesde emitir as guias, in-clusive, com códigode barras. Mas valeobservar que a uti-lização do programadepende do códigosindical”. Nesta se-gunda reunião tam-bém será discutida aimplantação do Pla-no de Contas Padro-

nizado, a partir de janeiro de 2003, por partedos sindicatos que compõem o SistemaFenacon.

Também no dia 20, na parte da tarde, emFortaleza, o advogado da CNC, EugenioGarcia, e a assessora sindical do órgão,Lidiane Nogueira, ministraram Curso deAperfeiçoamento de Dirigentes Sindicais,que se estendeu até o dia 21, durante todo odia. O curso foi dividido em módulos, sob ostemas: ‘Político-Constitucional’ e ‘Sindical’.

No dia 19 de agosto, a diretoria daFenacon realizou sua 82ª reunião. Os dire-tores deliberaram, entre outros temas, sobreproposta para a realização de nova pesquisasobre o perfil atualizado das empresas deserviços contábeis no Brasil.

Presidentes de sindicatos filiados e diretoresparticipam do Curso de Aperfeiçoamento deDirigentes Sindicais. No detalhe, o advogadoda CNC, Eugenio Garcia, e a assessora sindicaldo órgão, Lidiane Nogueira

O diretor Administrativo da Fenacon,Roberto Wuthstrack (à esq.) fala durante a

Assembléia do Conselho de Representantes,acompanhado pelo presidente da federação,

Pedro Coelho Neto

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 81 - 25

eventos

O Sescon/SP realizou, de 15 a 17 deagosto, no Centro de Convenções de RibeirãoPreto, o 18º Encontro das Empresas deServiços Contábeis - um dos maiores eventosda classe, que reuniu mais de 800 empresáriosda contabilidade. “O profissional contábilestá sendo visto como líder no topo dapirâmide do segmento empresarial, portantoé de extrema importância que a sociedadesaiba diferenciar quais são os bemsucedidos”, afirmou Carlos Castro,presidente do Sescon/SP.

Carlos Castro avaliou ainda que, para ocontabilista desenvolver suas funções coma seriedade e a ética exigidas, é necessárioque ele compreenda a atual situação políticabrasileira e tenha informações sobre outrossetores fundamentais para o corretodesenvolvimento das empresas.

Na abertura do evento, o jornalistaAlexandre Garcia, da TV Globo, analisou oatual quadro eleitoral e as possíveis tendênciaspara as próximas eleições. Uma das palestras

18º Encontro das Empresas de ServiçosContábeis de SP

mais aplaudidas foi ‘Negociando com osucesso’. Andral Nunes Tavares Filho falouda importância de uma comunicação eficazpara o sucesso das organizações. Segundo ele,a ordem do dia na agenda de um líder desucesso é aceitar as pessoas como elas são ecompreender cada um na sua individualidade.“O bom líder é aquele rápido, dinâmico, quetem disponibilidade de aprender com osacontecimentos”, acredita.

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Mesa de encerramento do evento: esq. p/ adir., o vice-presidente do CRC/SP, SérgioPrado de Melo; Arthur de Andrade, ex-pres.do Sescon/SP; os pres. do Sescon/SP,Carlos Castro, e da Fenacon, Pedro CoelhoNeto; e Heber Carvalho, delegado do CRC/Ribeirão Preto

VII EsincoAcontece nos dias 27 e 28 de setembro,

em Campo Grande, o VII Esinco - Encontrodos Sindicatos e das Empresas de ServiçosContábeis, Assessoramento, Auditoria,Perícias, Informações e Pesquisas do Estadodo Mato Grosso do Sul, evento promovidopelo Sescon/MS. O presidente da Fenacon,Pedro Coelho Neto apresentará a palestrade abertura.

O encontro têm como principal objetivoa valorização das empresas de prestação deserviços e a consolidação da profissão, bemcomo o aprimoramento tecnológico e aabertura de novos canais de conhecimentopara prestação de serviços. Segundo opresidente do Sescon/MS, Laércio Jacomelli,“o Esinco serve para aglutinar os pensa-mentos dos principais profissionais do Estadoe, consequentemente, disseminar o conhe-cimento adquirido em diversas experiências”.

Juntamente com o VII Esinco, aconteceráo V Encontro Estadual dos Contabilistas e oIV Encontro Estadual dos Administradores doEstado de Mato Grosso do Sul, que pretendereunir cerca de 400 líderes das áreas deadministração, economia e contabilidade.Mais informações podem ser obtidas noSescon/MS, através do telefone (67) 387-6094.

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26 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 81

desenvolvimento pessoal

É certo que você pouco avançará em suavida, em qualquer uma de suas dimensões,se não assumir compromissos verdadeiros,genuínos com a concretização de suas metas.É na hora de assumi-los que vejo dois gruposde pessoas distintos. Os que se com-prometem com os fins e aceitam a idéia deusar vários meios para alcançá-los e outrosque se comprometem com os meios eacabam chegando a fins nem sempreimaginados ou projetados, mas que sãoigualmente bons.

À primeira vista, parece-nos mais lógicoaceitarmos que o correto sempre será noscomprometermos com os fins, fazendo valera máxima que diz ‘O fim justifica os meios’.Isso é absolutamente válido para aqueles quejá têm um fim definido e traçado e absolutacerteza de que aquele é o fim que desejampara suas vidas. Normalmente, essas sãopessoas obstinadas que miram em um alvo ecaminham, correm com o foco bem definidosobre esse alvo.

O único risco que correm é que, no fim,o alvo ou objetivo esteja errado. Ou seja,ficaram tão obcecadas em atingir o alvo quetraçaram que não se permitiram ver que, naverdade, num determinado momento de suatrajetória, a estrada bifurcou e deveriam tertomado outro rumo.

Mas, existe um outro grupo que entra emcertas atividades ainda sem ter ao certo umfim definido. Essas pessoas se concentramna realização dos meios, mas, sinceramente,não sabem ao certo se o alvo no final destaestrada é o que realmente desejam. Apa-rentemente, elas estão a ermo, perdidas ouboiando. Mas, pensando bem, quantas vezesvocê já ouviu falar de pessoas que ‘caíram’por acaso em certas atividades ou trabalhose os desenvolveram com afinco?

O fim justifica os meios?“Quanto mais empenho, fervor,

dedicação, obstinação noaprendizado de uma nova

tarefa nós dedicarmos,melhor será o fim

que alcançaremos”E, por causa da característica peculiar de

serem obstinadas em fazer bem-feito e comprecisão qualquer tarefa que lhe incumbame, sem ter a certeza absoluta de a qual fimchegariam, se apaixonaram pelo queestavam fazendo e acabaram se trans-formando em grandes artistas, cientistas,professores, desportistas, etc?Pois saibam que foram muitas.Mas, tenha certeza que só con-seguiram isso porque estavamabertas para ver e experimentaroutras estradas. Não estavamcegas em só ver um único pontoou alvo.

Portando, nada de ficar achandoque a vida é umafórmula científica, umareceita de bolo, ondetodas as coisas sãoabsolutamente previsíveis.Nossas vidas, como a natureza, são regidaspor princípios. Um deles é que quanto maisempenho, fervor, obstinação no apren-dizado de uma nova tarefa nós dedicarmos,melhor será o fim que alcançaremos.Independentemente de termos noscomprometido com os meios ou com osfins.

E no seu caso? Todas as suas con-quistas foram absolutamente traçadas

como em um plano ou também algumasdelas surgiram naturalmente, à proporçãoque você foi desenvolvendo com maestriaas atividades para a qual estava sendodesignado ou se envolvendo esponta-neamente? Tenho quase certeza queocorreram os dois.

Portanto, se o fim justifica os meios, ouos meios justificam os fins, isso não importa.O que importa é o grau de envolvimento ecompromisso que você dedica às suas ati-vidades. Ignorando esse princípio, difi-cilmente você chegará a um fim glorioso,tenha sido ele objeto de um sonho ou doacaso. Veja bem, não confunda as bolas. Vocêpode descobrir por acaso um fim, mas jamais

o conquistará com glória por mero acaso.Lições de hoje:

1) Comprometa-se com o seu cres-cimento e em fazer com primor suastarefas de hoje, caso deseje chegar aum fim glorioso amanhã. Existem

pessoas que esperam sernotadas para começar a fazerbem feito suas tarefas. Doceengano.

2) Esteja aberto paraalterar seus rumos ou ca-

minhos, sempre que encontrarnovas estradas que lhe pareçam

mais atraentes. Mas cuidado paranão ficar pulando demais deestrada em estrada, sem dar odevido tempo para descobrir seestá ou não no caminho que lhelevará para sua realização pessoal.

Paulo Angelim é arquiteto, pós-graduadoem Marketing, palestrante especializadonas áreas de marketing, vendas e motivação

[email protected]

Paulo Angelim