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Utopia Um novo paradigma

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Utopia

Um novo paradigma

Utopia – definição do dicionário

(latim tardio utopia, palavra forjada por Thomas More

para nomear uma ilha ideal em A Utopia, do grego

ou-, não + grego tópos, ou, lugar)

1. País imaginário em que tudo está organizado de

uma forma superior.

2. Sistema ou plano que parece irrealizável.

3. Fantasia.

1ª concepção de sociedade perfeita

Contexto social:

Platão (428-347 a.C.) chegou a participar na Democracia Ateniense e tornou-se um dos maiores críticos da democracia do seu tempo..

Assistiu ao julgamento e condenação à morte do seu Mestre Sócrates, que foi injustamente acusado de ter corrompido a juventude ateniense através da educação.

Platão repudiava o modo de vida ateniense, com a promiscuidade social, a ganância, o luxo e os vícios dos homens ricos.

A primeira “utopia”…

«A República» (séc IV a.C.) por Platão

Sociedade ideal por Platão

Valores

• Justiça

• Igualdade

• Valorização do trabalho.

• Produção de acordo com as necessidades.

• Propriedade comum (abolição da riqueza privada).

• Despojo de luxo.

Partes da alma Virtudes Classes sociais

O apetite Temperança Trabalhadores

A coragem Valor Guardiães

A razão Sabedoria Governantes

Sociedade ideal por Platão

Classes sociais

Platão considerava absurdo que os homens com mais votos pudessem assumir cargos da mais alta importância, pois nem sempre o mais votado é o melhor preparado.

Para Platão o conhecimento humano vinha de três fontes principais – o desejo, a emoção, e o conhecimento.

Num homem apto a governar, estes factores deveriam estar em equilíbrio, com a predominância do conhecimento e apenas os filósofos preenchiam estes requisitos.

Sociedade ideal por Platão

Governantes

“Enquanto os

filósofos deste mundo

não tiverem o espírito

e o poder da filosofia,

a sabedoria e a

liderança não se

encontrarão no

mesmo homem, e as

cidades sofrerão os

males". (Platão)

Sociedade ideal por Platão

Educação

Todos teriam oportunidades iguais

• Até aos10 anos: • Educação física (aperfeiçoa o

corpo)

• Educação musical (aperfeiçoa o espírito)

• Dos 10 aos 20 anos: • Educação mais abrangente.

(consolidação da base psicológica e fisiológica)

• Aos 20 anos: • Teste prático e teórico para a

“Grande Eliminação”, ou seja, para a divisão por classes da República.

• Segregação social consoante o resultado do teste da “Grande Eliminação” • Reprovados: designados para o

trabalho económico.

• Aprovados: designados para o estudo da filosofia.

• Depois de estudar a filosofia, apenas os que fossem considerados aptos testariam os seus conhecimentos no mundo real (trabalhar para comer)

• Aos 50 anos: • Sobreviventes: designados para

governantes do Estado.

Sociedade ideal por Platão

Religião

A crença em Deus é a

base moral e a fonte e

coragem e conforto da

sociedade

Apesar de só fazer

bem, a crença em Deus

não deve ser

demonstrada.

No tempo de Platão, as famílias eram ordenadas em poderosos clãs com interesses particulares que muitas vezes colidiam com os interesses gerais da pólis.

Platão defendia:

• O casamento monogâmico deveria ser abolido e substituído por cerimónias nupciais colectivas - o himeneu colectivo – cujo objectivo seria meramente reprodutivo.

• Idades específicas para a procriação: homens entre os 30 e os 45 anos e mulheres entre os 20 e os 40 anos.

• Os filhos destes casamentos seriam considerados indistintamente filhos da comunidade. As crianças deviam ser retiradas aos pais para as proteger dos maus hábitos.

Sociedade ideal por Platão

Família

O legado de Platão

• «A República» de Platão é um grande projecto de engenharia social e foi uma fonte de inspiração para muitas outras teorias sobre a sociedade perfeita. • Por exemplo, é inegável sua

influência na obra de Thomas More, «A Utopia» (1516).

• Acima de tudo defendeu a ideia de que é possível alcançar uma sociedade perfeita exclusivamente com recursos humanos e não divinos.

A «Utopia» (1516) de Thomas More

Contexto social:

• Thomas More (1478-1535) viveu na Idade Média com uma realidade de fome, doenças, trabalho duro e injustiças sociais, na Inglaterra dominada pelo rei Henrique VIII.

• A obra de ficção «Utopia» constitui uma verdadeira crítica social, política e religiosa à sua época, apresentando uma sociedade ideal completamente oposta à sociedade feudal do seu tempo.

A «Utopia» (1516) de Thomas More • A fictícia Ilha da Utopia, no livro

de Thomas More, é fruto de uma imagem criada a partir de histórias contadas sobre a exuberância da América, por reais desbravadores do continente americano quando voltavam à Europa.

• Para Thomas More essa sociedade era inatingível dado o próprio jogo de palavras que utilizava: • Utopia = Não-Lugar

• Rio Anidro = Rio sem água

• Príncipe Ademo = Príncipe sem Povo

• Amauroto (nome da capital) = miragem

Sociedade ideal por Thomas More

Valores

Liberdade de expressão

Liberdade religiosa

Propriedade comum (Bem individual é submetido ao bem colectivo)

Educação

Toda a comunidade é uma “grande família”

Eliminação de:

Propriedade privada

Luxo

Injustiça

Orgulho

Vaidade

Violência

Dinheiro

Liberdade religiosa

Embora o Deus utópico fosse similar ao cristão, omnipotente e omnipresente, a sociedade tolerava outros cultos e religiões.

A ética e a religião baseavam-se na busca do prazer e da felicidade, sem prejudicar o bem comum.

Sociedade ideal por Thomas More

Religião

• Classes diferenciadas com funções específicas necessárias ao bem comum.

• Todos os homens livres trabalhavam apenas 6 horas diárias.

• Todos os homens livres tinham direito à educação, gratuita e de qualidade.

• Escravos: criminosos ou soldados vencidos estrangeiros. Mas todos mereciam uma segunda oportunidade para ser livres: • Os criminosos verdadeiramente arrependidos;

• Os soldados que absorvessem a cultura da ilha;

• Os filhos de escravos não seriam escravos.

• Para abolir a ideia da propriedade individual e absoluta, os habitantes trocavam de casa de 10 em 10 anos e tiravam à sorte a que lhes coubesse na partilha.

Sociedade ideal por Thomas More

Sociedade e Propriedade

O legado de Thomas More

Ainda hoje sonhamos com a sociedade da Ilha

Utopia idealizada há 5 séculos…

Os seus valores são comuns aos do socialismo

moderno, tendo como base uma sociedade mais

digna, justa, fraterna, igualitária, onde os direitos

humanos são respeitados.

Visão do Quinto Império por P. António

Vieira

Padre António Vieira (1608-1697)

foi para o Brasil aos 6 anos e lá

viveu grande parte da sua vida.

Voltou para Portugal após a

libertação do domínio espanhol

na denominada "embaixada de

fidelidade" ao novo rei D. João

IV.

P. António Vieira foi orador,

diplomata, missionário, foi

defensor da liberdade dos

oprimidos (ex.: escravos, “novos-

cristãos”) e um defensor do reino.

Visão do Quinto Império por P. António

Vieira A referência ao Quinto Império surge na Bíblia e torna-se um mito

ao longo dos tempos. Em Portugal, Padre António Vieira (1608-1697) e Fernando Pessoa (1888-1935) reformulam o mito.

Portugal criara uma forte rede de comunicações por todo o mundo, através das conquistas, das trocas comerciais, das missões católicas. Quando se pensava em Império Universal, Portugal surgia como referência obrigatória e simbólica do seu papel na civilização ocidental.

Para P. António Vieira, o

Quinto Império é o

Império Universal

Cristão, que havia de

chegar um dia, liderado

pelo Rei de Portugal.

O Quinto Império consiste no estado perfeito e

realizado ou consumado do Reino de Cristo em

todo o mundo.

Cristo será adorado e obedecido por todos.

Paz universal e segurança.

Justiça universal, bem-estar pleno e desaparecimento de todas

as qualidades humanas negativas.

Estado de sobriedade (não existirão gozos carnais).

Visão do Quinto Império por P. António

Vieira

O legado da visão de P. António Vieira

do Quinto Império

P. António Vieira profetizou uma sociedade

baseada nos valores que defendia verdadeiramente.

A sua “utopia” continua a ser executada por homens,

mas vive no campo espiritual.

Profetizou um “sonho maior do que uma Nação” que

ainda hoje nos inspira.

ARRET - O Diário da Viagem (2009)

de J. A. Dal Col • J. A. Dal Col ganhou motivação e

inspiração para escrever a sua visão utópica do mundo (ARRET – nome do nosso planeta ao contrário) em meados de Janeiro de 1999, durante a grande crise que atingiu o Plano Real e a esperança dos brasileiros.

• O livro consiste num diário de viagem pormenorizado que relata os 3 dias de preparação do Autor numa nave e 41 dias de levantamentos num planeta da Constelação de Órion, onde conheceu as suas principais instituições e assistiu a documentários sobre a história do seu povo.

• Pressupostos do livro: • Não somos os únicos seres “inteligentes” no

universo, uma vez este contém uma infinidade de galáxias.

• Crença numa energia criadora que mantém e transforma o universo – Deus.

Sociedade em ARRET

• O idioma é único e o governo é planetário

• Todos têm direito a alimentação, vestuário, habitação, saúde, educação e lazer.

• Não existem classes sociais, proprietários, sistema financeiro, religiões, nem outras instituições terrestres.

• Todos se consideram irmãos e cada um se esmera para fazer aos outros aquilo que gostaria que fizessem a si mesmo.

Educação em ARRET

• A educação é um valor máximo para os arretianos.

• A educação assenta na promoção do desenvolvimento das relações humanas para um relacionamento harmonioso, valorizando a participação, a interacção social, o livre arbítrio e a ausência de competitividade.

• Qualquer pessoa de qualquer idade é bem-vinda ao sistema de ensino, sendo permitida a dispensa do trabalho e garantida a manutenção de todos os seus direitos anteriores.

• O sistema educativo do planeta ARRET: – Não tem frequência obrigatória;

– Não tem avaliação;

– Não são emitidos certificados de conclusão.

Educação em ARRET Divide-se em 3 ciclos:

Escola de Primeiro Grau – Destinada a crianças de 7 a 14

anos (mas pode ser frequentada por alunos de qualquer idade)

– É uma escola de informação que disponibiliza cursos de curta duração de variadas áreas.

Escola de Segundo Grau – Destinada a jovens a partir dos

14 anos e adultos de qualquer idade;

– Oferece cursos de graduação que fornecem as ferramentas para começar a trabalhar após a sua conclusão.

Escola de Terceiro Grau – Destinada a alunos com mais

de 17 anos.

– Oferecem cursos de especialização.

– Duração com variação de 6 meses a 4 anos.

– Aulas em sofisticados laboratórios com avançados recursos tecnológicos, para grupos de 3 a 7 alunos com professor exclusivo.

Se fosse necessário, os alunos poderiam realizar cursos mais avançados em planetas que já detivessem tecnologia específica.

1/3 da população

frequentaria o ensino do

terceiro grau e, destes,

metade concluiria até aos

22 anos

Todos os arretianos com

mais de 18 anos já teriam

o ensino de segundo grau

concluído.

1. Para cada tema são apresentadas diferentes visões através da projecção de vídeos.

2. Os professores coordenam uma discussão entre os alunos, muito participativa e divertida.

3. Segue-se uma discussão intragrupo para gerar consenso.

4. Discussão em aula para consenso geral ou continuar com as suas ideias iniciais

Educação em ARRET

Método de ensino – Teórico

Educação em ARRET

Método de ensino – Prático As escolas são equipadas com a melhor tecnologia e disponibilizam os

espaços – salas ou espaços exteriores – adequados para uma aprendizagem harmoniosa.

As aulas práticas reproduzem fielmente a realidade do trabalho.

Educação em ARRET

Lazer As escolas estão apetrechadas com equipamentos de lazer para permitir que

os alunos que não queiram assistir às aulas possam aproveitar o tempo para se divertir.

Utopia – Conclusão

«A utopia pode ser vista como um desafio capaz de

desestruturar as organizações reinantes em nome

da realização de outras organizações e de outras

ordens susceptíveis de despertarem consciências.»

«No fundo pede-se que em prol da mudança se

destrua uma determinada ordem para instaurar uma

outra desenvolvendo, para o efeito, uma acção

reguladora sobre o presente.»

Estatuto filosófico e sentido pedagógico da utopia http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1797.pdf

Exercício “utópico”

Contexto social

•Crise financeira com sucessivas medidas de

austeridade

•Crise axiológica ou crise de valores

Algumas considerações sobre uma sociedade ideal Respeito por todos;

Todas as opiniões seriam unânimes;

Todos os cidadãos participariam activamente nas questões colectivas;

Não existiria dinheiro pois todos trabalhariam para um bem comum;

Teria como lema: o amor, a honestidade e a liberdade individual;

Não existiria guerra nem armas;

Todos os habitantes viveriam em fraternidade, respeitando as suas diferenças, fossem elas políticas, religiosas ou sexuais;

Ausência de medo e preconceito.

Sociedade perfeita

na “Terra dos Sonhos”

Sistema de ensino

na “Terra dos Sonhos”

Inteiramente gratuito e aberto a todos.

Principais valores transmitidos:

A honestidade

A lealdade

A participação na comunidade

O conhecimento.

Não existiria avaliação.

O ensino seria dividido em 3 fases:

A escola da infância (dos 6 aos 14 anos)

A escola profissional (dos 15 aos 18 anos)

A escola de especialização (a partir dos 18 anos)

Sistema de ensino na “Terra dos Sonhos”

A escola da infância (dos 6 aos 14 anos)

Os pais teriam um papel importantíssimo na educação dos filhos:

também seriam seus professores na vida e para os valores da sociedade.

Pais e professores organizavam debates e discussões.

Escolas espaçosas, com muitos parques de diversão para as crianças;

As disciplinas leccionadas seriam:

O respeito,

A honestidade,

Os valores da humanidade,

A cidadania

A iniciação à participação colectiva na sociedade

Escolas espaçosas e equipadas com alta tecnologia;

Valorização máxima do conhecimento. Para tal, a

escola disponibilizaria uma enorme variedade de

mini-cursos, de acordo com as necessidades da

comunidade.

Os alunos poderiam frequentar todos os cursos que

quisessem.

No final do ensino profissional os alunos teriam a

hipótese de trabalhar na área que mais gostassem

ou prosseguir os estudos mediante a realização de

um único exame de acesso – teste vocacional.

Sistema de ensino na “Terra dos Sonhos”

Escola profissional (dos 15 aos 18 anos)

Escola bem equipada, com as melhores condições

para o melhor ensino.

A entrada em cada curso de especialização só era

permitida se o aluno revelasse vocação para a área

pretendida.

A oferta variada de cursos: medicina, direito,

engenharia, política, etc., com duração

indeterminada.

Durante o curso, o aluno poderia desempenhar

simultaneamente o papel de professor.

Caso fosse a sua vontade, os alunos poderiam

frequentar a escola durante toda a vida, estudando e

leccionando.

Sistema de ensino na “Terra dos Sonhos” Escola de especialização (a partir dos 18 anos)