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LENÇÓIS PAULISTA - SP - SÁBADO, 17 DE NOVEMBRO DE 2012 - EDIÇÃO Nº 60 - ANO 2 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Máxima: 27C° Minina: 20C° TEMPO E TEMPERATURA Máxima: 30C° Minina: 15C° Máxima: 25C° Minina: 17C° TEMPO E TEMPERATURA HOJE AMANHÃ Fonte: Climatempo 3263-3432 NASCE UM NOVO JORNAL Sob protestos, Câmara aprova projetos que afetam administração de Mané Frias Cetesb notificará área com risco de contaminação BOREBI MEIO AMBIENTE CULTURA POPULAR PM apreende seis quilos de maconha na SP 300 Big Band faz show de lançamento da Amalp CANABIS | Erva esta- va recheando uma mala Uma iniciativa repleta de possibilidades, que pretende democratizar a cultura e con- tribuir com a transformação social em Lençóis, a Amalp (Associação de Música e Artes de Lençóis Paulista), foi lança- da na quinta-feira, dia 15, tendo como marco o show Recheio de Samba, com o Trio Abapuru e participação especial de Mirró, homenageando os cem anos de nascimento de Luiz Gonzaga. “Queremos facilitar e agregar ações sociais que valorizem arte e educação”, disse um dos idealizadores, José Aparecido dos Santos. Página 4 A região da Rocinha, nos fundos do bairro Maestro Júlio Ferrari, vem sendo prejudica- da com o descarte irregular de entulho, lixo e resíduos sólidos industriais. A Cetesb informou através de nota que o proprietário da área será notificado e caso não faça a limpeza do local será multado. O problema foi verificado pelo Jornal Sabadão e publicado na edição número 58. Esta sema- na, a equipe retornou ao local e verificou que os restos de de- molições e o lixo permanecem por lá. Todo tipo de resíduo e até animais mortos colocados em sacos de lixo transformam o lugar em um lixão a céu aberto. Página 4 Uma caminhonete S10, placas OZW 9933, tombou sobre a ponte do Rio Lençóis, na Rua Antonio Tedesco, após ser atingida por um veículo Saveiro, placas CWJ 1174, que teria ultrapassado o semáforo fechado, na Ave- nida 25 de Janeiro. O aciden- te ocorreu por volta das 8h de ontem. Quatro pessoas ocupavam a S10. Segundo o motorista, depois do choque, ele teria perdido o controle e ao manobrar para não cair no rio, o veículo tombou e rodopiou sobre a ponte. Não houve feridos graves. Tombou e rodopiou Entre a segunda-feira, dia 12, e a quarta, dia 15, a Câmara de Bore- bi realizou duas sessões e a maioria dos vereadores aprovou projetos que alteram o orçamento do Executivo e do próprio Legis- lativo para 2013, além de criar cargos nas duas esferas de governo. As mudanças gera- ram protesto entre os vereadores da base de apoio do prefeito eleito Manoel Frias (PR), mas, principalmente, uma grande manifes- tação de repúdio realizada pela população, na quarta-feira. Cerca de 50 pessoas lotaram as dependências da Câmara para protestar e outras 50 esperaram até que os vereadores Anderson Pinheiro de Góes (PMDB), o Chi- quinho, e o presidente da mesa Pedro Miguel de Araújo (PV) deixassem o prédio, cerca de uma hora e meia após o fim da sessão. Os dois são os responsáveis pelas mudanças no orçamento, criação de cargos e integram a base de apoio do prefeito derrotado nas últimas eleições Antonio Carlos Vaca (PSDB). Página 3 Fotos: Billy Mao Três homens foram presos por tráfico de drogas, na tarde de ontem, depois de um cerco da Polícia Militar à rodovia Marechal Rondon (SP 300), na altura do trevo de acesso a Alfredo Guedes. Com R.P., conhecido como ‘Bodão’, A. H. e L.P. foram encontrados quase sete quilos de maconha. A prisão contou com a parti- cipação de policiais militares de Botucatu, São Manuel, Areiópolis e Lençóis Paulista. Segundo o Tenente Torres, de Botucatu, que comandou a operação uma denúncia anônima indicou que um veí- culo Gol passaria com drogas pela rodovia entre Bauru e Areiópolis. Os policiais en- tão fizeram um cerco em três vicinais, que ligam a Usina Barra Grande, Alfredo Guedes e Areiópolis, além da SP 300. Por volta das 15h pararam o veículo com placas DQE 4820, de São Manuel, e den- tro de uma mala encontraram os tabletes de entorpecente. Os três homens foram presos em flagrante e seriam encaminha- dos para a cadeia de Duartina.

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Jornal semanal

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LENÇÓIS PAULISTA - SP - SÁBADO, 17 DE NOVEMBRO DE 2012 - EDIÇÃO Nº 60 - ANO 2 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

HOJE

Máxima: 27C°Minina: 20C°

TEMPO ETEMPERATURA

Máxima: 30C°Minina: 15C°

Máxima: 25C°Minina: 17C°

TEMPO ETEMPERATURA

HOJE AMANHÃ

Fonte: Climatempo

3263-3432NASCE UM NOVO JORNAL

Sob protestos, Câmara aprova projetos que afetam administração de Mané Frias

Cetesb notificará área comrisco de contaminação

BOREBI

MEIO AMBIENTE CULTURA POPULAR

PM apreende seis quilosde maconha na SP 300

Big Band faz show delançamento da Amalp

CANABIS | Erva esta-va recheando uma mala

Uma iniciativa repleta de possibilidades, que pretende democratizar a cultura e con-tribuir com a transformação social em Lençóis, a Amalp (Associação de Música e Artes de Lençóis Paulista), foi lança-da na quinta-feira, dia 15, tendo como marco o show Recheio de

Samba, com o Trio Abapuru e participação especial de Mirró, homenageando os cem anos de nascimento de Luiz Gonzaga. “Queremos facilitar e agregar ações sociais que valorizem arte e educação”, disse um dos idealizadores, José Aparecido dos Santos. Página 4

A região da Rocinha, nos fundos do bairro Maestro Júlio Ferrari, vem sendo prejudica-da com o descarte irregular de entulho, lixo e resíduos sólidos industriais. A Cetesb informou através de nota que o proprietário da área será notificado e caso não faça a limpeza do local será multado. O problema foi verificado pelo Jornal Sabadão e publicado na edição número 58. Esta sema-na, a equipe retornou ao local e verificou que os restos de de-molições e o lixo permanecem por lá. Todo tipo de resíduo e até animais mortos colocados em sacos de lixo transformam o lugar em um lixão a céu aberto. Página 4

Uma caminhonete S10, placas OZW 9933, tombou sobre a ponte do Rio Lençóis, na Rua Antonio Tedesco, após ser atingida por um veículo Saveiro, placas CWJ 1174, que teria ultrapassado o semáforo fechado, na Ave-nida 25 de Janeiro. O aciden-te ocorreu por volta das 8h de ontem. Quatro pessoas ocupavam a S10. Segundo o motorista, depois do choque, ele teria perdido o controle e ao manobrar para não cair no rio, o veículo tombou e rodopiou sobre a ponte. Não houve feridos graves.

Tombou erodopiou

E n t r e a segunda-feira, dia 12, e

a quarta, dia 15, a Câmara de Bore-bi realizou duas sessões e a maioria dos

vereadores aprovou projetos que alteram o orçamento do Executivo e do próprio Legis-lativo para 2013, além de criar cargos nas duas esferas de governo. As mudanças gera-ram protesto entre os vereadores da base de apoio do prefeito eleito Manoel Frias (PR), mas, principalmente, uma grande manifes-tação de repúdio realizada pela população, na quarta-feira. Cerca de 50 pessoas lotaram as dependências da Câmara para protestar e outras 50 esperaram até que os vereadores Anderson Pinheiro de Góes (PMDB), o Chi-quinho, e o presidente da mesa Pedro Miguel de Araújo (PV) deixassem o prédio, cerca de uma hora e meia após o fim da sessão. Os dois são os responsáveis pelas mudanças no orçamento, criação de cargos e integram a base de apoio do prefeito derrotado nas últimas eleições Antonio Carlos Vaca

(PSDB). Página 3

Fotos: Billy Mao

Três homens foram presos por tráfico de drogas, na tarde de ontem, depois de um cerco da Polícia Militar à rodovia Marechal Rondon (SP 300), na altura do trevo de acesso a Alfredo Guedes. Com R.P., conhecido como ‘Bodão’, A. H. e L.P. foram encontrados quase sete quilos de maconha. A prisão contou com a parti-cipação de policiais militares de Botucatu, São Manuel, Areiópolis e Lençóis Paulista.

Segundo o Tenente Torres, de Botucatu, que comandou a operação uma denúncia anônima indicou que um veí-culo Gol passaria com drogas pela rodovia entre Bauru e Areiópolis. Os policiais en-tão fizeram um cerco em três vicinais, que ligam a Usina

Barra Grande, Alfredo Guedes e Areiópolis, além da SP 300. Por volta das 15h pararam o veículo com placas DQE 4820, de São Manuel, e den-tro de uma mala encontraram os tabletes de entorpecente. Os três homens foram presos em flagrante e seriam encaminha-dos para a cadeia de Duartina.

Page 2: Sabadão_60

FALE CONOSCODiagramação e fotografia

Billy Mao

ReportagensTânia Morbi

(MTB 52.193) e Billy Mao(MTB 39650)

Tiragem3.000 exemplares

Artigos assinados não exprimem a

opinião do jornal e são de responsa-bilidade de seus

autores

Jornalista ResponsávelTânia Morbi

(MTB 52.193)

EXPEDIENTE CNPJ: 14.647.331./0001-22

IE: 416.050.229.111

Redação e administração Lençóis PaulistaAv. José Antonio Lorenzetti, 537–

Telefone – (14) [email protected]

[email protected]ão de Pautas: 9104.6460

LENÇÓIS PAULISTA, 17 DE NOVEMBRO DE 2012OPINIÃO2

EDITORIAL ANTENADO... para pensar

Sabadão online: issuu.com/billymao/docs/

Manifesto e democracia

Mario Ernesto Humberg

Vendendo gente

“Seja um padrão de qualidade. As pessoas não estão acostuma-

das a um ambiente onde o melhor é o esperado.”

STEVE JOBS

BILLY MAO

A responsabilidade ambiental de cada um

“Nas fusões e aquisições, é fundamental considerar o impacto sobre as pessoas envolvidas, o que exige experiência, compe-tência e sensibilidade de quem se encarrega do trabalho”

Antigamente, pessoas de grupos inimigos vencidos, ou de outras raças, eram vendidas nas praças ou em mercados. Depois tinham de trabalhar o resto da vida para o novo dono, a menos que fugissem ou fossem repassadas a outro comprador.

Hoje elas são vendidas como parte do acervo empresarial nas fusões e aquisições, as M&A. A situação melhorou muito, pois inexiste a obrigação de continuar trabalhan-do para o novo dono e, às vezes, a operação cria melhores oportunidades profissionais e é interessante para quem foi incluído na transação.

Trocar de camisa não é tão simples para quem foi comprado ou pertence à empresa minoritária na fusão, como muitos respon-sáveis por operações de M&A parecem crer. Mudam valores, forma de atuação, chefias, planos, política de RH e, às vezes, local de atuação ou função. Na maioria dos casos, passa-se a trabalhar para a empresa que era o concorrente a derrotar nas vendas, no atendimento, na promoção, nos preços e na qualidade.

Analogia interessante pode ser feita com o futebol, pensando no que ocorreria numa fusão – ou aquisição – envolvendo Palmei-ras e Corinthians em São Paulo, Fluminense e Flamengo no Rio, Internacional e Grêmio no Rio Grande do Sul, para ficar em três exemplos. Imaginemos que Corinthians e Palmeiras se fundem. O Corinthians tem maior torcida, logo o natural é seu nome continuar, talvez com a marca Palmeiras ficando como segunda marca, para o time reserva, ou para outro esporte, como muitas vezes acontece nas empresas.

A negociação seria divulgada com as tradicionais palavras usadas nesses pro-cessos: reunimos os melhores talentos do setor, fortalecemos as operações, teremos novas oportunidades de crescimento e agora estamos todos irmanados no mesmo obje-tivo: torcer juntos e trabalhar para fazer do novo Corinthians o grande nome do futebol brasileiro, para competir com as melhores equipes do mundo. É só imaginar como se sentiriam corintianos e palmeirenses ao saber da operação de fusão (ou aquisição) de seus antigos times, para ter ideia do que ocorre no íntimo de boa parte das pessoas envolvidas nesses processos.

Por mexer com sentimentos, expectati-vas e valores pessoais, fusões e aquisições devem ter o mesmo cuidado que se toma

nas due dilligences com tributos, contas, projeções de resultados, pendências e outros aspectos econômicos, financeiros e admi-nistrativos. Infelizmente, em boa parte dos casos isso não acontece, com intermediários e dirigentes ou proprietários das empresas envolvidas apenas preocupados com o que vão receber ou pagar, e com a continuidade do negócio depois de finalizada a fusão ou aquisição.

Vender e fundir empresas é uma tendência que seguirá crescendo por várias razões: os fundadores ficam velhos e não querem ou não podem continuar, o mercado precisa de empresas globalizadas que possam competir no país e fora, novas tecnologias exigem mudanças que a gestão tradicional não con-segue absorver e implementar etc.

Qualquer que seja a razão para o movi-mento, é fundamental considerar o impacto sobre as pessoas envolvidas, o que exige experiência, competência e sensibilidade de quem se encarrega do trabalho. Tanto pelo respeito devido a cada um que trabalha e ajudou a construir o negócio, como também para retenção e estímulo aos talentos, que podem ou não garantir o êxito da operação.

Mario Ernesto Humberg é consultor em comunicação, gestão de crises e ética nos negócios

NORBERTO PORTES

Tom Zé e as paredes

Quando eu era adolescente, Tom zé deveria ser também. Acompanhei parte de sua carreira, de longe. Pelo meu gosto eclético, sempre procurei ouvir aquilo que me agradava. Fosse o que fosse.

Bom, não perderia o show do Tom aqui perti-nho, em Lençóis. Fiquei chateado que não tenha acontecido na Concha Acústica, pois a tarde e a noite de domingo estavam tão agradáveis que, com uma divulgação a altura, lotaria a praça pública. Vi a discussão que ocorreu na internet sobre o local escolhido. Confesso que gosto do Clube, fui frequentador dali. Mas a escolha pelo local, seja pela direção da Casa de Cultura, seja pela produção do músico, colocou o cidadão comum, aquele que necessita e tem por direito ter acesso a cultura, em terceiro plano. Tudo bem que para os presentes ao show, aquele tipo de apresentação era extre-mamente estranha. Ficou evidente na primeira parte do show que pouquíssimas pessoas estavam entendendo o que estava havendo. Tanto que foi necessário a intervenção do próprio músico, Tom Zé, para colocar o público mais presente ao evento. “Se sintam em casa. Faz de conta que o clube é de vocês”, soltou.

Convenhamos que a qualidade musical e de composição da apresentação de Tom Zé é muito própria e não sei se a grande massa entenderia alguma coisa: “A ciência excitada/Fará o sinal da cruz/E acenderemos fogueiras/Para apreciar a lâmpada elétrica”. Um acalento à inteligência e a poesia. Concreta, disforme e imprevisível é a músi-ca de Tom. Não é todo dia que uma população tem a chance de ver um artista tão voráz como ele e também não é a todo momento que os príncipes da cultura lençoense têm a possibilidade de agraciar a peble com tão fina melodia.

Para falar o linguajar claro, que eu acho que já embromei demais esse artigo, é necessário uma visão mais popular nesses momentos. Existe uma contradição grande com quem trabalha com a cultura e em determinados momentos o “pão e circo” precisam ser para todos. Como excluir uma população julgando que ela não tem a sensibilida-de para apreciar determinados eventos se quando eles acontecem, ficam de fora. Dessa forma nunca terão acesso ao que é fino.

Falar que o evento era gratuito e os ingressos estavam disponíveis é o mesmo que dizer para o povo que “olha, você pode ir, mas é limitado. Não vá chamar seu tio de bengala, nem aquele amigo seu, meio estranho”. Se fosse na praça, até o Jacaré conheceria o Tom Zé e o Daniel iria curtir, pegando latinha com seu balde azul, que mais lembra o es-cudo de Dom Quixote. Sabe quem é Dom Quixote?

Norberto Portes é construtor

Você que lê este artigo teria coragem de dar a seu filho ou alguém que você ama, água suja, contaminada, para beber? Certamente que não! Mas é o que está acontecendo com um empresário da cidade. Ele está querendo contaminar as águas que abastecem toda a população lençoense, inclusive eu e você que lê estas palavras agora.

Digo que quer contaminar pelo simples fato de deixar que joguem e também jogar, lixo, entulho - que muitas vezes não sabe-mos o que os acompanha - e o pior, resíduos industriais com possíveis produtos contami-nantes a aproximadamente cinquenta metros do Rio Lençóis, acima do perímetro de cap-tação da água que vai para o tratamento e é consumida diariamente pelo lençoenses, na região da Rocinha. Quem me conhece sabe que sou eterno protetor e aguerrido defensor do meio ambiente e, principalmente, do Rio Lençóis.

Essa visão distorcida de que para ganhar mais e mais dinheiro é necessária a des-truição compulsiva dos recursos naturais não cabe mais no nosso dia a dia e nem nos ensinos escolares. Qualquer criança sabe que um plástico jogado na rua acarreta danos ao ambiente, que a poluição desmedida, por empresas descomprometidas com o habitat e com a vida, destrói o planeta a cada dia.

Então, eu quase sou redundante em minhas colocações quando aponto o que é mostrado a todo instante na tv e nas demais mídias: o desrespeito com o meio ambiente ceifa vagarosamente a vida no planeta Terra. Ou alguém imaginava em 1800, por exem-plo, que em 2012 seria a coisa mais normal do mundo comprar água engarrafada? Penso que ninguém. E não faz tanto tempo assim.

Mas voltando ao Rio Lençóis, é simples-mente inadmissível que tal ato ainda ocorra. Colocar em risco uma população inteira em função do enriquecimento abusivo. A Cetesb informou que tomará todas as providências possíveis para coibir esse tipo de ação e cabe também à diretoria de Meio Ambiente a fis-calização desses atos. Um dado importante colhido na assessoria da Cetesb é o fato de que os cidadãos se sentem ameaçados ou intimidados e temem sofrer retaliação por parte de quem comete crimes ambientais, quando se dispõem a denunciar. A assesso-ria afirma que qualquer ato que coloque em risco a população ou uma parcela dela deve ser denunciado.

Fico imaginando a quantidade de pessoas que já passaram pela estrada da Rocinha e viram aqueles entulho, lixo e resíduos industriais sendo jogados ali, a céu aber-to, e se quer ousaram pensar em avisar as

autoridades responsáveis. Ainda segundo a Cetesb, empresas que se prestam a esse papel, pagar para cometerem crimes am-bientais, também podem sofrer sansões por não destinar corretamente seus resíduos. Acontece que empresas que cometem esses atos denigrem a imagem de empresas que atuam corretamente.

A reportagem do Sabadão, que traz essa matéria na íntegra hoje, entrou em contato com o SAAE para saber se a autarquia tinha conhecimento desse risco à população e soube que a autarquia havia pedido que a diretoria tomasse providências sobre o caso e apresentasse uma solução. O SAAE infor-mou também que é feito diariamente um acompanhamento na composição da água que é distribuída para a população e quando qualquer alteração química é constatada automaticamente se busca a solução do pro-blema antes que ocorra uma contaminação.

Enquanto isso, vamos sendo testados diariamente pela falta de consciência de quem pensa apenas em sí e se quer em sua própria prole, já que os que cometem absurdos contra o meio ambiente, vivem e respiram em Lençóis Paulista.

Billy Mao é jornalista Repórter fotográ-fico do Jornal Sabadão

Desde as eleições de outubro, as sessões do Legislativo de Borebi concentram um fenômeno social importante, para uma cidade com pouco mais de dois mil habitantes, mas que poderia servir de exemplo para qualquer cidade brasileira. Um fenômeno que demonstra ainda o quanto o pais tem que evoluir na garantia dos direitos do cidadão, quando se trata de seus representantes. Borebi parece acordar de um torpor político de 20 anos e sua população se desvencilhar de laços que impediram que tivesse opinião até agora.

Na primeira sessão após as eleições, em 28 de outubro, pela primeira vez depois de décadas, o prédio da Câmara foi tomado por moradores, que acompanharam a volta aos trabalhos. Já na última semana, novamente os moradores voltaram ao Legislativo, agora para protestar contra projeto que cria cargo de confiança e que modifica ferramenta administrativa disponível para a próxima gestão da cidade.

Cartazes, narizes de palhaço e brados de “ver-gonha” e “palhaçada” tomaram o prédio da Câ-mara, em uma demonstração de democracia, que estampavam nos rostos de homens e mulheres a felicidade por poderem se expressar.

Os projetos contra os quais a população protes-tou foram aprovados. Mas, mais importante do que o resultado imposto pela maioria dos vereadores, a certeza de poder mostrar seu descontentamento, de opinar sobre um processo público e ir à rua e dizer que não aprova as decisões de seus diri-gentes, fizeram da noite de quarta-feira, dia 14 de novembro, uma noite histórica para a cidade e seu processo democrático, que começa a ser desenhado.

Page 3: Sabadão_60

HOJE 3LENÇÓIS PAULISTA, 17 DE NOVEMBRO DE 2012

Café na Câmara

CANETADA | Presidente assina Projeto que cria cargo de confiança na Câmara

CARRO - Na votação que esta-beleceria o Pátio Municipal para “armazenagem” de veículos apre-endidos no município os ânimos se alteraram quando os vereadores Tupã e Júnior Ticianelli usaram a Tribuna para se posicionarem a favor da votação.

AUSENTES - Tanto um quanto o outro questionaram a mesa pela ausência de três vereadores. Ma-nezinho, Nardeli e Formigão.

RECEITA - Nardeli saiu do plenário logo depois do início da sessão. Havia chegado meio abatido para os trabalhos. Na noite de domingo, o vereador passou mal e ainda es-tava sob efeito de medicamentos. Contrariando a indicação médica de que deveria repousar, resolveu ir para a Câmara, mas se sentiu mal e foi para a casa.

SOLIDÁRIO - Manoel dos Santos Silva, o Manezinho, não compa-receu para a sessão por estar em Rubião Júnior. Manezinho informou que foi levar um pessoal até a Faculdade da Unesp e como o atendimento foi demorado, avisou o presidente que não chegaria a tempo para a sessão.

PONTO - O vereador Ismael de Assis Carlos passou pela Câmara, assinou a presença e se retirou do recinto. Aliás, é um procedimento que o vereador esta repetindo já há pelo menos três sessões. Passa, assina o ponto e vai embora.

ESPETO II - A UME organizou um churrasco de confraternização para os paratletas que estiveram em Londres. O encontro, sob a responsabilidade da diretoria de Esportes, foi na chácara DADU, dos empresários Denilson Grecca e George Ribeiro. A festa foi concor-rida, por vários vereadores eleitos para a nova gestão da Câmara,

mas nem tantos flashs.

ESPETO - Para um vereador da atual legislatura, ao que pareceu, um certo “grupinho” já está sendo formado. “Chamam apenas parte da imprensa da cidade para fazer umas fotos e todos os vereadores eleitos. Dos antigos, ninguém se lembra”, disse.

FAROFA - Porém, Manezinho estava na confraternização e apro-veitou para colocar os assuntos políticos em dia. Tudo na base da descontração.

ALÔ - O telefone tocou esta sema-na na redação para receber uma ligação de um atento observador da política lençoense. O tal aponta que se a prefeita reeleita Izabel Lorenzetti não repensar alguns cargos de sua confiança à frente de determinadas diretorias, difi-cilmente conseguirá emplacar seu sucessor nas eleições de 2016.

BOIADA - Em Borebi, a atual Câ-mara trabalha de todas as formas para dificultar os trabalhos de Mané Frias na próxima gestão municipal.

NO ESCURO - A Câmara de lá trabalha e aprova todos os projetos meio no escuro. Não há Comissões específicas para discutir os projetos e dar pareceres, por exemplo, quanto à sua constitucionalidade.

PLACA - Muitos moradores de Borebi compareceram à Câmara para protestar pela criação do cargo de assessor parlamentar para a Câmara. Segundo os moradores, o cargo seria para que o vereador Chiquinho permanecesse na Casa. Isso, claro, na possibilidade da ala opositora ao governo Mané Frias ficar com a presidência da Casa. Seria uma jogada da oposição ao futuro prefeito, para manter o Legislativo com mais poder de veto, sem pensar na população.

Foto: Billy Mao

BOREBI

OPINIÃO

Tânia Morbi

Entre a segunda-feira, dia 12, e a quarta, dia 15, a Câ-mara de Borebi realizou duas sessões e a maioria dos ve-readores aprovou projetos que alteram o orçamento do Executivo e do próprio Le-gislativo para 2013, além de criar cargos nas duas esferas de governo. As mudanças geraram protesto entre os ve-readores da base de apoio do prefeito eleito Manoel Frias (PR), mas principalmente uma grande manifestação de repúdio realizada pela po-pulação, na quarta-feira (ver box). Cerca de 50 pessoas lotaram as dependências da Câmara para protestar e ou-tras 50 esperaram até que os vereadores Anderson Pinheiro de Góes (PMDB), o Chiqui-nho, e o presidente da mesa Pedro Miguel de Araújo (PV) deixassem o prédio, cerca de uma hora e meia após o fim da sessão. Os dois são os res-ponsáveis pelas mudanças no orçamento e criação de cargos e integram a base de apoio do prefeito derrotado nas últimas eleições Antonio Carlos Vaca (PSDB).

A primeira emenda apro-vada ao orçamento 2013, de autoria de Chiquinho, reduz de 20% para 6% a margem permitida ao Executivo para abrir crédito especial adicio-nal durante a execução do orçamento, restringindo as

possibilidades administrati-vas da próxima gestão. “Me estranha muito essa mudança ao orçamento ser apresentada nessa Casa de Leis nesse mo-mento de transição. Em cinco orçamentos aprovados desta atual administração nunca houve alterações”, afirmou o vereador José Roberto da Silva (PR).

O autor da emenda defen-deu que o Tribunal de Contas estabelece a possibilidade de abertura de crédito até 20%, por isso a emenda seria legal. “Se o futuro prefeito achar que deve aumentar, que mande novo projeto para a Câmara”, afirmou Chiquinho.

A segunda emenda ao orça-mento, também aprovada em duas votações, foi apresentada por Pedro Miguel e aumenta em R$ 180 mil o repasse anual que a Prefeitura faz ao Legis-lativo. Assim, o orçamento do Legislativo passará de R$ 372 mil para R$ 552 mil no ano que vem. Embora o valor esteja dentro do percentual legal, o vereador José Roberto questionou a vinculação do novo crédito, que segundo ele, possibilita que os recur-sos possam ser retirados de vencimento de servidores. No projeto consta como dotação para o repasse a manutenção de obras e serviços municipais e vencimentos e vantagens fixas, nesse último caso, que serão reduzidas de R$ 700 mil para R$ 600 mil.

Pedro Miguel também é autor do projeto que rees-trutura o Legislativo criando cargos eletivos de contador, advogado, escriturário e ser-viços gerais, além do cargo comissionado de assessor parlamentar, implantando a estrutura administrativa que o Legislativo borebiense não possui desde que o município foi emancipado, período em que foi administrado pelo atual prefeito Antonio Carlos Vaca (PSDB).

“Não sou contra que a Câ-mara possa representar bem a população de Borebi, mas sou contra a dotação que tira de salários para cobrir essa despesa. Não é dessa forma que se vai pressionar o gover-no que se inicia”, questionou José Roberto, que pediu a retirada da emenda para que fosse estudada juntamente com o novo governo do mu-nicípio. O autor e presidente da mesa, Pedro Miguel, man-teve a votação.

Em defesa do aumento do

Câmara aprova projetos que afetam administração de Mané Frias do PRProjetos de criação de cargos na Câmara e que altera orçamento de 2013 geraram protestos da população

Billy Mao

O que se viu em Borebi na noite de quarta-feira, dia 14 de novembro, é digno de uma pro-dução cinematográfica. Parte da população da cidade se indignou com a criação de cargos na Câ-mara Municipal e com a criação do cargo de assessor parlamentar. Uma cidade que desfruta hoje de uma população de pouco mais de dois mil habitantes, até pouquís-simo tempo, não se manifestava sobre nada na cidade. Muito menos sobre assuntos políticos.

Administrando a cidade com mão pesada e em um eterno revezamento, Antônio Carlos Vaca e sua esposa, Leila Ayub foram, até a eleição que aconteceu no dia 7 de outubro, como a realeza na cidade, ditando o que era certo ou não. E o que podia e o que não podia ser feito.

Em mais de 20 anos dessa administração, não se viu, se quer intenção de tal “afronta” ao Legislativo, se quer então, ao Executivo. Isso pelo fato de que o prefeito cuidava do Executivo e influenciava fortemente as decisões da Câmara. Gerencian-do a cidade da forma que bem entendesse.

Com a eleição de Mané Frias para a Prefeitura e a administração 2013-2016, o povo se viu liberto da mão de ferro e apto para partici-par da vida política do município. Até a esposa do atual vice-prefeito de Carlos Vaca, aderiu a mani-festação exibindo cartazes onde pedia vergonha aos vereadores.

Em princípio, o presidente da Câmara, Pedro Miguel, tentou evitar a manifestação das cerca de 50 pessoas que adentraram ao prédio da Casa de Leis, mas como estavam em silêncio, apenas com cartazes, resolveu deixá-los e chamar a Polícia Militar para acompanhar a sessão. Quem es-tava presente não acreditou que aquilo estaria acontecendo. Nem mesmo o presidente acreditou. Contou que ficou surpreso com tanta gente se mostrando indig-nada e que não esperava uma manifestação.

A Câmara de Borebi é formada por nove vereadores, deles, ape-nas dois fazem oposição ao atual governo de Vaca. O vereador José Roberto (PR) foi reeleito com a eleição de Mané Frias e questiona tudo que é colocado em votação. A manifestação popular deixou o vereador contente e afirmou que é o povo vivendo a verdadeira democracia. “Sinto-me realizado vendo que minha batalha não foi em vão e que tempos melhores virão para Borebi”.

Antes do início da sessão e quando ainda não havia mani-festantes em frente à Câmara, Leila Ayub passou com seu carro lentamente em frente ao recinto, que fica ao lado de sua residên-cia, sem esboçar qualquer reação sobre o que estava prestes a acontecer, como era de costume, ela dava duas buzinadas e dizia: “Coisa, essa nós já ganhamos”. Dessa vez, passou despercebida, como se fosse invisível.

Pelo que dizem os moradores de Borebi todos têm nome agora. Ninguém mais é chamado de “coiso” ou “coisa”.

Quanto ao projeto que criava os cargos, além de outros apro-vados, segundo o vereador José Roberto, são leis que podem ser questionadas, possivelmente, por sua inconstitucionalidade. Para o presidente da Mesa Diretora, a Câmara agiu corretamente.

Depois de mais de 50 minutos do fim da sessão, as 50 pessoas que estavam dentro da Câmara se juntaram com as outras 50 que aguardavam do lado de fora. Embora vigiado por três viaturas da Polícia Militar, entre elas uma unidade do Tático Móvel, pedidas em Lençóis Paulista para reforço da segurança , o grupo ficou aos gritos apontando os vereadores da situação e o presidente, soltando uma can-toria ritmada: “vergoonhaaaa, corruuuuptos...”, e coisas mais. Até que todos foram para casa e a calmaria voltou à cidade.

Pelo jeito, Borebi jamais vol-tará ser a mesma depois desse outubro de 2012.

Um grito adormecidode liberdade verdadeira

Cerca de 100 moradores de Borebi, acompanharam dentro e fora do prédio da Câmara à votação dos pro-jetos que criaram cargos no Legislativo e alteraram o orçamento de 2013. Alguns usavam narizes de palhaço, outros seguravam cartazes que pediam a não aprovação dos projetos. Com as apro-vações, uma grande vaia fez com que o presidente da mesa Pedro Miguel de Araújo (PV) tivesse que encerrar a sessão. A vaia durou cerca de meia hora e foram voltadas para Pedro Miguel e para o vereador Chiquinho, autores das propostas. Sob gritos de “vergonha” e “palhaçada” os

Moradores protestam: “vergonha” e “palhaçada”contra Chiquinho e ‘Seu Pedro’, na Câmara

orçamento da Câmara, Chiqui-nho, que não foi reeleito para o próximo mandato, afirmou que os recursos devem ser retira-dos da manutenção e serviços da secretaria de obras.

Nas duas emendas, José Ro-berto e José Eduardo Sanches Tosta (PMDB) votaram con-tra. “No encerramento do ano legislativo a gente se depara com duas emendas que tentam prejudicar o trabalho da nova administração. São emendas políticas. Mas, nós vamos ter condições de lutar com essas dificuldades. Não é essa mu-dança no orçamento que vai impedir o bom trabalho do novo prefeito”, declamou José Roberto.

Além das alterações no orçamento de 2013, a maio-ria dos vereadores, que apoia a administração do prefeito Vaca, também aprovou a criação do cargo de arquiteto urbanista para a administra-ção municipal, que deve ser preenchido através de concur-so público.

dois tiveram que esperar por mais de meia hora até que os manifestantes saíssem do pré-dio do Legislativo. Já na rua, os protestos continuaram até que os dois deixassem o local.

A Polícia Militar de Lençóis reforçou a frente do Legislati-

vo borebiense, mas nenhuma ocorrência foi registrada.

A manifestação foi um reflexo das mudanças ocor-ridas no município, após as eleições desse ano, segundo manifestantes ouvidos. “Nós estamos cansados, foram 20

anos de opressão e humilha-ção”, afirmou Cristiane Terra.

Luciane Terra, sua irmã, também desabafou durante o protesto. “As pessoas são re-voltadas, mas agora se sentem livres para se expressar”, disse.

Maria Flora Lopes que também protestava disse estar decepcionada com a votação dos projetos. “Isso não é coisa que se faça”, avaliou.

O presidente Pedro Mi-guel disse que a criação de cargos era necessária há algum tempo. “Faz tempo que estamos tentando andar com nossos próprios pés”. E que ficou surpreso com a manifestação. “Isso nunca aconteceu em Borebi”.

Tânia Morbi

Rápida e infrutífera. A ses-são da Câmara de Vereadores de Lençóis Paulista demorou menos de meia hora, na última segunda-feira, dia 12. Apesar de breve, o clima nada ameno e a falta de quórum levou o presidente da Mesa Ailton Rodrigues de Oliveira (PDT), o Juruna, a encerrar a sessão sem que nenhum projeto fosse discutido e aprovado.

O primeiro projeto da pauta e que gerou discussão entre os vereadores foi o que autoriza a Prefeitura a criar o serviço de pátio municipal. A proposta irá regular o recolhimento de

Vereadores divergem sobre criação do pátio e Juruna encerra sessão

veículos autuados por irregu-laridades pela Polícia Militar. Sua avaliação e aprovação foi motivo de uma reunião entre o promotor de Cidadania de Len-çóis Paulista Henrique Ribeiro Varonez, representantes da Pre-feitura, Polícias Militar e Civil. O promotor pediu sensibili-dade aos vereadores para que aprovassem o convênio entre a administração municipal e o Estado para criação do serviço.

O projeto do Executivo tramita na Câmara desde ju-nho desse ano. Na sessão do dia 5, o vereador Nardeli da Silva (PSC) questionou artigo do projeto que concede que a Prefeitura faça adequações

na implantação do serviço através de decreto. Com apoio de Sidney Bernardes (PMDB) e voto favorável de todos os outros vereadores o projeto foi adiado por mais uma semana. Durante esse período, houve a manifestação do Ministério Público por sua aprovação.

Ocorre que na última ses-são, além do próprio Nardeli, que se sentiu mal e deixou o recinto da Câmara logo na abertura dos trabalhos, em busca de apoio médico, ou-tros dois vereadores haviam faltado à sessão, Manoel dos Santos Silva (PSDB) e Ismael de Assis Carlos (PSDB).

Depois de manifestações

de descontentamento por parte dos vereadores presentes, o presidente Juruna encerrou a sessão, sem que outros proje-tos constantes do expediente e da ordem do dia fossem discutidos e votados, inclu-sive a proposta orçamentária do próximo ano, que estava no expediente para receber primeira votação.

Outros quatro projetos es-tavam na pauta para segunda votação, inclusive o que au-toriza convênio com a ALL (América Latina Logística) para implantação de sinali-zação nas passagens da linha férrea pelo centro da cidade e área rural.

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LENÇÓIS PAULISTA, 17 DE NOVEMBRO DE 2012GERAL4

CONTAMINA | Caminhões descarregam em área à céu aberto, a uma distância de 50 metros do Rio Lençóis, que abastece a população. Os montes de resíduos mais escuros, na foto, são derivados de indústria. Cetesb entrou no caso e fará vistoria e notificação no local

DIFÍCIL | Pessoas aproveitam o local para depositar irregularmente restos de construções

RÍTMOS | Zé conta que Big Band é só uma parte da Amalp e de projetos envolvem a sociedade. “A população vai se beneficiar”, diz

ACONTECE ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Tânia Morbi

[email protected]

3264.8998

Billy Mao

A região da Rocinha, nos fundos do bairro Maestro Júlio Ferrari, vem sendo prejudica-da com o descarte irregular de entulho, lixo e resíduos sólidos industriais. O proble-ma foi verificado pelo Jornal Sabadão, na semana passada, quando esteve na região para fazer uma reportagem sobre descarte de lixo. Esta semana, a equipe retornou ao local e verificou que os restos de de-molições e o lixo permanecem por lá. Pneus velhos, pedaços de borracha, latas enferru-jadas, embalagens de óleo diesel e até animais mortos, colocados em sacos de lixo, transformam o lugar em um lixão a céu aberto. Na área é possível sentir também o cheiro forte de lixo/churume. No chão, montes escuros de uma mistura de carvão e areia e outro produto não identifi-cado mancham a terra, o que sinaliza que uma quantidade considerável de restos do que parece ser fuligem de caldei-ra está sendo depositada no local, sem nunhuma preocu-pação com o ambiente e com a saúde do lençoense. O Rio Lençóis, naquele trecho, está a apenas 50 metros de distância das águas que abastecem a população.

A reportagem procurou novamente pelo diretor de Meio Ambiente de Lençóis Paulista e foi informada que a Prefeitura estaria tomando as devidas providências.

A equipe de reportagem apurou que o dono da área, às margens do Rio Lençóis, estaria cedendo o local para que empresas de caçamba depositem o entulho retirado da cidade. Para certificar quem

realmente estava jogando lixo no local, a reportagem permaneceu na margem do rio por um período e constatou que apenas caminhões de uma empresa, que não é de trans-porte de caçambas, circularam pelo local.

Diante do fato de que lixo e entulho estão sendo jogados à céu aberto - uma ironia quanto ao lixo, já que o caminhão de coleta passa na estrada da Rocinha, rumo ao bairro Maestro Júlio Ferrari - a repor-tagem procurou por algumas empresas que prestam o ser-viço de aluguel de caçambas para saber o destino dado aos entulhos que essas empresas coletam.

Luiz Eduardo Angélice é gerente responsável por uma empresa de coleta de entulhos

e aluguel de caçambas de Lençóis Paulista e informou à reportagem que todo o entulho coletado por seus caminhões são destinados para o aterro provisório situado em Alfredo Guedes. “Sei que lá não é o lugar totalmente adequado, é provisório, mas é o espaço que, em parceria com a Prefei-tura Municipal, encontramos para o depósito dos entulhos”. Luiz contou que a procura de um aterro para o despejo do entulho produzido na cidade é um problema como qual con-vive. “Temos o problema dos altos custos de transporte para Alfredo Guedes, seria muito mais fácial jogá-lo aqui próxi-mo à cidade, mas trabalhamos em parceria com a Prefeitura e depositamos apenas em locais apontados como sendo dentro

de normas ambientais, jamais despejaríamos esse material às margens do rio”, contou.

O gerente explicou também que com apenas seis meses no mercado, a empresa que gerencia queria adiquirir uma área homologada pelos órgãos competentes para o despejo do material recolhido, mas não conseguiu. “Pedimos para o diretor do Meio Ambiente nos ajudar nessa busca, mas não conseguimos encontrar um local que pudesse ser utilizado dentro das normas vigentes. Ainda estamos à procura”, contou.

Benedito Martins, diretor ambiental, disse estar preo-cupado principalmente com o despejo ilegal daquilo que ele chama de resíduos industriais ou rescaldo de caldeira que

está sendo despejado na área, no bairro Rocinha. “Esse tipo de resíduo não pode ser jogado em qualquer lugar, pelo fato de ser altamente poluente. Vamos descobrir de onde está saindo esses resíduos e a empresa será notificada tam-bém”, garantiu.

A Cetesb deverá fazer uma averiguação no aterro clandes-tino para levantar o nível de poluentes existentes no local e o quanto de prejuízo o despejo ilegal já acarretou ao meio ambiente lençoense. A infor-mação do órgão é de que o pro-prietário da área sera notificado por despejo ilegal de resíduos sólidos residencial e industrial e se constatada contaminação no lençol freático ou qualquer nascente, e mesmo nas águas de consumo da população, poderá haver multa.

A companhia, através de uma técnica ambiental, infor-mou que depois da notificação o proprietário terá um mês para limpar o local. “A Cetesb faz a vistoria para constatar se há alguma irregularidade, algo que esteja fora das normas ambientais. Dai é expedido

um ofício de notificação para que a área seja completamente limpa. Caso o proprietário não tome providência, ai é aplicada multas que poderão ser diárias. O Ministério Pú-blico toma conhecimento do problema também”, contou a técnica.

Segundo as normas da ABNT (Associação Brasi-leira de Normas Técnicas), resíduos sólidos industriais são todos os resíduos no estado sólido ou semisólido resultantes das atividades industriais, incluindo lodos, tortas e determinados líqui-dos, cujas características tornem inviável seu lança-mento na rede pública de esgotos, aterros sanitários ou à céu aberto, que exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis. A responsabilidade desses resíduos é da empresa que os produzem, porém, as em-presas pagam para coletores retirarem esses resíduos, passando a responsabilidade para os coletores que devem dar um fim ao resíduo, dentro das normas técnicas.

Uma iniciativa repleta de possibilidades, que pretende democratizar a cultura, como forma de contribuir com a transformação social em Len-çóis Paulista, a Amalp (Asso-ciação de Música e Artes de Lençóis Paulista), foi lançada na quinta-feira, dia 15, tendo como marco o show Recheio de Samba, com o Trio Aba-puru e participação especial de Mirró, homenageando os cem anos de nascimento de Luiz Gonzaga. O evento foi realizado no Espaço Cultural.

Embora a associação ain-da esteja de certa forma, em gestação, o objetivo de seus integrantes é muito claro e sólido. “Queremos facilitar e agregar ações sociais por meio de qualquer tipo de arte e da música, sempre garantindo a igualdade, valorizando a arte, educação e o profissional”, define dos idealizadores, José Aparecido Santos

Em entrevista ao Jornal Sabadão, José vai desenhando as diversas possibilidades de ação do grupo, formado prin-cipalmente por músicos inte-grantes da Orquestra Munici-pal de Sopros de Lençóis, que formataram a Amalp de forma que possa desde contribuir com o surgimento de novos talentos, nas diversas formas de arte, mas também valorizar a transformação social através da cultura. A ideia é ainda

assessorar e apoiar artistas que não têm acesso a possibi-lidades que podem contribuir com seu desenvolvimento, como concursos, editais e outras. “Eu sou de um bairro da periferia e quando se é mais novo, não se tem ideia de que é possível ir para a faculdade e voltar para mudar o local onde se vive. As ações que a gente pretende é desenvolver sentimentos nas pessoas que melhorem suas vidas. Preve-nir as coisas, por exemplo, despertar nas crianças afeto e cuidado, sentimentos que evi-tam que ela vá por caminhos

ruins. Mas também o que mais têm na periferia são talentos, só que o que mais chega para eles é algo que não melhora sua vida”, explicou José.

Para o músico, Lençóis durante alguns anos teve ca-rência de profissionais que contribuam com essa mu-dança social. “Escolhemos a música e a cultura porque é nossa área, mas a ideia que norteia a Amalp é não só descobrir grandes talentos, mas possibilitar que jovens e crianças tenham condição de se desenvolver, de que tenham uma vida digna, longe das

Show lança associação cultural lençoense Amalp

drogas e da violência, através dos projetos que pretendemos desenvolver”, define.

Formado pelo Conserva-tório de Tatuí, há três anos José dá aulas no Projeto Guri, além de aulas de musica na Casa da Cultura. Tem alunos de sete a 60 anos. “Daqui um tempo a gente vai ter objeti-vado melhor o nosso papel, mas temos muita disposição para trabalhar e desejo de mu-dar. O que eu quero através do meu conhecimento é me-lhorar, de forma pedagógica e adaptar as mudanças para Lençóis”, avalia.

Resíduo industrial pode contaminarRio Lençóis; Cetesb notificará área

MEIO AMBIENTE AGREDIDO

Cetesb informou que ações à margem de rios, como a que está ocorrendo, podem ser caracterizadas como crime ambiental

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GERAL LENÇÓIS PAULISTA, 17 DE NOVEMBRO DE 2012 5

SOLO | Indo para seu terceiro mandato, Júnior Ticianelli, acredita no trabalho que realiza no Legislativo lençoense

Billy Mao

ENTREVISTA

Júnior Ticianelli declara ser “excluído” deseu grupo político e “pedra no sapato”

Billy Mao

Gumercindo Ticianelli Jú-nior, DEM, está na política desde 2000 como vereador. Foi levado para a polítca através de seu pai, o Guma, que tam-bém foi vereador. Nesta época, Junior já exercia a profissão de dentista, com a qual ficou conhecido no meio político. Formado em cirurgião dentista em 1992, Júnior nunca deixou de exercer a profissão e mes-mo tendo uma vida pública há 12 anos, procurou manter sua agenda de dentista. Atende principalmente na UBS de Alfredo Guedes, onde teve 152 votos na última eleição, além de atender no Centro de Especialidades e no Pronto Atendimento do Núcleo Luiz Zillo. Todos os atendimentos através do SUS. Ticianelli recebeu a reportagem do Sa-badão na Câmara Municipal, onde contou parte de sua his-tória política e as dificuldades de se manter na vida pública, com pouco apoio, segundo ele.

Como o senhor entrou na vida pública?

Foi através de meu pai que saiu candidato a vereador. Tra-balhei para ele, que conseguiu se eleger. Em 1996 eu sai can-didato pelo PP e fui o quarto vereador mais votado. Como o PP não fez coligação nenhuma naquela eleição, eu fiquei de fora da vida pública. Mas eu era inocente. São mais de 20 anos envolvido em processos eleitorais, entre os que não fui eleito e esses que estive na Câmara. Penso que estou fazendo um bom trabalho, se

não, estaria fora novamente.

O senhor é lençoense, nasceu aqui?

Não, faz 30 anos que estou em Lençóis. Meu pai traba-lhava no banco e viemos para cá. Comecei atender no meu consultório que era ali no edifício Luiz Paccola e depois entrei na Prefeitura.

A política mudou sua vida?

Sim mudou. Antes eu só trabalhava no consultório. Depois que começei trabalhar na Prefeitura, eu atendia mais pelo SUS nos postos, que no meu consultório. Isso me co-locou em destaque junto à po-pulação e fui eleito vereador. Como vereador, denunciei o Caso das Dentaduras e isso me rendeu perseguições, pois cor-

taram todos meus convênios Ai ficou difícil de atender o povo de classe média e baixa, pois esse pessoal ia através dos convênios. Foi então que resolvi apostar em minha carreira como vereador e tra-balhar também apenas pelo SUS e fechei meu consultório.

Desde que o senhor é vere-ador, qual foi o período mais marcante no Legislativo?

O que marcou mais foi a questão da pressão popular pedindo que fosse instalada uma CEI contra o Juruna. Mas a questão que o povo não entendeu naquela épo-ca é que toda a pressão foi manipulada. O Juruna não tinha nada. Porque até en-tão, quem tinha problema com viagens, era o vereador Formigão (Ismael de Assis

Carlos) e não o Juruna. For-migão não foi nem citado para CEI. Foi uma jogada política naquela época para derrubar o Juruna e colocar outro na presidência, alguém que fosse manipulável. Foi um ato mais político que ad-ministrativo, porque quem tinha que resolver era o Ministér io Público. Um exemplo disso foi quando eu fiz uma denúncia sobre as dentaduras, no meu primei-ro mandato, o Tipó (Ailton Aparecido Tipó Laurindo) era o presidente. Então, a denúncia foi analizada jun-to com outros vereadores e achou-se melhor que o Promotor analizasse o caso, tirando a responsabilidade da Câmara. Não foi aberto CEI contra o Poder Execu-tivo da época e Tipó mandou

para o Ministério Público. E não foi feito pressão popular nenhuma em cima disso. Por isso foi um período que mar-cou. Numa situação, eu era a vítima, na outra, tinha que colocar a corda no pescoço de um companheiro. E eu não queria ficar como o autor que puxou a corda do Juruna.

Como o senhor viu esta última campanha e como vê essa nova safra que chega para a próxima gestão?

O que eu vi foi que a maioria dos candidatos dessa campanha fez seus palan-ques em cima da desgraça pela qual passou a Câmara no ano passado. Não todos, mas a maioria, inclusive alguns que foram eleitos. Ai vieram com aquela de que tem que mudar, tem que mu-dar, colocaram todos dentro de um saco só, generalizaram acusando que ninguém pres-tava e ninguém valia nada. E não são assim as coisas. Mas, agora o candidato que se ele-geu passa a ser uma vidraça. Vamos ver como ele vai su-portar algum tipo de pressão dentro da Câmara, vamos ver como ele vai trabalhar com a comunidade, como vai atender o povo. Quem entrou agora e esta batendo no peito que é o bam-bam--bam, terá quatro anos para mostrar serviço. Vamos ver. Eles chegam com a máxima de que vão mudar a Câmara. Mas, mudar o que? Isso que quero ver.

O que o senhor pensa sobre a eleição para presi-

dência da Câmara?Eu penso que os vereadores

eleitos na coligação que reele-geu a prefeita Izabel Lorenzet-ti têm mais chance de eleger o novo presidente. A não ser que um nome apareça e todos votem nele, mas penso que a situação leva a presidência. Penso que o assunto será mais na estratégia mesmo, na conversa entre as partes. Apesar de que vereador hoje está excluído dos planos da prefeita. Durante a gestão da prefeita Izabel até que fo-mos bem atendidos, mas no que diz respeito ao social, somos excluídos. Eu sinto isso. Não interessa para o Executivo que a Câmara te-nha visibilidade, nesses qua-tro anos, a visibilidade que tivemos foi muito pouca. A mídia, por exemplo, não dá prioridade aos projetos de vereadores, dá prioridade aos projetos do Executivo, isso sim. Meu medo é que a Mesa Diretora da Câmara seja formada pela base do PSDB, ai tem que entregar a chave da cidade nas mãos deles e vir aqui na Câmara apenas para tomar água e café, porque não vai ter mais nada para fazer.

O senhor vota com o PSDB para a presidência?

Até agora ninguém me procurou, estou ouvindo ai esse falando que quer ser presidente, aquele outro, mas niguém veio falar comigo. Parece que não precisam do voto do Júnior. É porque sou pedra no sapato de muita gente.

A Campanha Fique Saben-do, que incentiva a realização de testes rápidos de diagnós-tico para o vírus HIV, será realizada em Lençóis entre os dias 22 de novembro e 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

O objetivo da campanha é realizar os testes em pes-soas sexualmente ativas para diagnosticar preco-cemente os portadores do HIV e encaminhá-las para assistência especializada.

Segundo dados da co-ordenadoria DST/Aids da diretoria de Saúde, o número de testes rápidos realizados em Lençóis diminuiu nos dois últimos anos. Em 2010

foram 536, contra 322 em 2011. Nos anos anteriores o

número teve aumento consi-derável, passando de 69, em

2008, para 537, em 2009.Ainda segundo a coordena-

doria, em 25 anos de registros da Aids no município, entre os anos de 1987 e 2012, foram 60 mortes relacionadas à doença. A maioria dos casos de Aids em Lençóis está entre os hete-rossexuais, são 76 casos con-firmados contra apenas cinco casos entre homossexuais.

O mesmo perfil de desen-volvimento da doença mostra que a maior incidência está no grupo de pessoas com ensino fundamental (78,28%), com uma leve mudança neste ano, que já aponta, até o dia 7 de novembro, casos de pacien-tes com ensino médio. Entre janeiro e novembro de 2012

Uma nova lei federal, pu-blicada em julho desse ano, que modifica e unifica o processo de escolha de Con-selhos Tutelares em todo país, tem causado divergências na escolha de novos conselhei-ros. Em Lençóis, ao mesmo tempo em que o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente publicou edital abrindo um novo processo seletivo, tra-

Unificação de eleição do Conselho Tutelar gera dúvidas e divergências

mita na Câmara um projeto de lei que permite a prorro-gação do mandato dos atuais conselheiros.

A Resolução 152 do Co-nanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-lescente) define os parâmetros para a transição do processo de escolha. Assim, o primeiro processo de escolha unificado deve ocorrer em 4 de outubro de 2015, com posse no dia 10

de janeiro de 2016. Mas a Re-solução não deixa claro como os municípios devem agir em relação a mandatos que terminem durante o período de transição. Define apenas a prorrogação para aqueles que encerram em 2014.

Segundo a presidente do CMDCA de Lençóis, Telma Gutierrez, a saída foi lançar uma eleição para um mandato tampão de dois anos e 10 me-

ses, que vai coincidir com as novas eleições já no processo unificado. As inscrições para o concurso vão até o dia 23 desse mês e a posse está prevista para março de 2013. “Tanto o setor jurídico da Prefeitura, como o Ministério Público recomen-daram novas eleições, porque o município não tem como le-gislar sobre período de mandato dos Conselhos”, afirmou.

Já a proposta de alterações

municipais que tramita na Câ-mara e prevê a prorrogação do mandato cita o artigo 139 da Lei 8906, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Ado-lescente, que diz: “o processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será es-tabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabili-dade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização

do Ministério Público”.O projeto com a proposta de

prorrogação do mandato dos conselheiros tutelares é do ve-reador Nardeli da Silva (PSC). Na última sessão, estava na pauta com pedido de votação em regime de urgência, mas nem chegou a ser lida, já que a sessão foi encerrada antes que qualquer projeto fosse discu-tido. A proposta deve estar na pauta da próxima semana.

Maioria de casos em Lençóis ocorre entre heterossexuaisforam feitas oito notificações da doença, de pacientes na faixa etária de 26 a 51 anos, sendo sete homens e apenas uma mulher.

Em todos os casos, segundo a coordenadoria, a forma de contagio foi através do contato sexual, ou seja, relação sexual sem o uso do preservativo. O coordenado do Programa DST/Aids e Hepatites Virais, José Aparecido dos Santos, lembra que existe a possibi-lidade de o portador do HIV ser contaminado por outra variante do vírus, por isso a importância da utilização do preservativo, e caso a relação sexual ocorra sem uso da ca-misinha, é importante fazer o

teste. “Existem pessoas que transmitem o HIV por não saberem que são portadores. Neste caso, quando diagnos-ticado, o paciente passa por um aconselhamento realizado por equipe multiprofissional e recebe insumos e orientações sobre a prevenção”.

Serviço - O atendimento durante a campanha será das 7h às 17h em todas as unida-des. No período noturno, no PA do Núcleo, o atendimento será até às 21h, e no Ambu-latório de Especialidade, até às 19h. No sábado, 24/11, o atendimento na Cecap, Am-bulatório de Especialidades e no Museu poderá ser feito das 9h às 12h.

AIDS

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LENÇÓIS PAULISTA, 17 DE NOVEMBRO DE 2012GERAL6

A Casa Caiu

QUEIMA | Um veículo pegou fogo na Vila Ubirama, na Rua Borba Gato, altura do Nº53. Os bombeiros foram chamados, mas o fogo já havia sido apagado. Ninguém se feriu.

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Menor é pego com crack e cocaína no Núcleo

Homem rouba bolsa de mulher e atravessa rio para fugir

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Da redaçãoDepois de passar o último

fim de semana acampadas nas dependências da Fazenda Santo Henrique, em Borebi, as cerca de 300 mulheres in-tegrantes do MST (Movimento Sem Terra) deixaram o local, antes do prazo estabelecido pela Justiça. A ocupação ocorreu na madrugada de domingo, dia 11, a liminar de reintegração de posse foi expedida pelo juiz da 2ª vara cível de Lençóis Paulista, Mário Ramos dos Santos, na segunda-feira, dia 11, e o grupo se retirou da fazenda menos de 24 horas depois. A saída foi pacífica, assim como a ocupação e a permanência do grupo no local.

A fazenda Santo Henrique é arrendada pela Cutrale, indústria produtora de suco de laranja e fica na altura do km 77 da rodovia Osni Ma-teus. Foi ocupada em 2009 pelo MST, ocasião em que foram registrados danos a equipamentos e depredações de instalações, e segundo a empresa, cerca de 10 mil pés de laranja foram destruídos.

Em entrevista ao jornal Sabadão, ainda na manhã de domingo, a representante na-cional do MST Kelli Maforte defendeu que a fazenda está em área pública. Segundo ela, as terras pertencem ao Núcleo Colonial Monções, criado a partir do ano de 1909, quando a União adquiriu, no Estado de São Paulo, áreas para assenta-mento de colonos imigrantes.

Em seu despacho, o juiz Mário Ramos afirmou que se trata de propriedade privada, regularmente explorada. Ele diz que a invasão provoca embaraço no desempenho das atividades produtivas da área, ameaça aos moradores e ao risco de destruição do pa-trimônio, sendo que já houve o impedimento de realização de colheita de expressivo montante de laranjas.

A assessoria de imprensa da Cutrale informou que lamenta a ocorrência e que 450 colaboradores da unidade agrícola foram impedidos de dar continuidade ao trabalho, durante a ocupação.

A Polícia Militar acompa-nhou a saída do grupo, que se dirigiu em seguida pela rodovia Castelo Branco para

outra fazenda, na região de Iaras. Durante o percurso, o grupo de trabalhadoras rurais fez uma manifestação por volta das 14h, no km 287 da rodovia SP-280.

Atenção“Nós estamos na base do

movimento e sentimos na pele a paralisia da reforma agrária, por isso decidimos vir aqui, ocupar essa fazenda, que é uma fazenda de terras públicas, que foi invadida. A empresa foi notificada em 2005 pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que afir-ma que essas são terras da União e que pertencem à re-forma agrária. Mesmo assim, a empresa invadiu área, fez a plantação e age como se a

terra fosse particular, mas ela na verdade é publica e pela Legislação toda terra pública tem que ser arrecadada para fins de reforma agrária”, afir-mou a representante nacional do MST Kelli Maforte. Se-gunda ela, apenas no estado de São Paulo são cerca de duas mil famílias que perma-necem acampadas de forma improvisada sob lona, à es-pera da reforma agrária, em uma espera que em alguns casos já dura 10 anos. Apenas na região de Iaras são 40 mil hectares de terras públicas que deveriam ser repassadas para a reforma agrária. “Mas, a prioridade do governo do Estado e do governo Federal é o agronegócio, de grandes empresas, enquanto existem terra e famílias que querem ser assentadas”, defendeu.

Kelli confirmou que a mo-vimentação do último fim de semana teve como objetivo chamar atenção da socie-dade para a paralisação do processo de reforma agrária, e que enquanto existe na Justiça Federal um processo movido pela União contra os proprietários particulares que estão nas terras do Núcleo Monções, como seria o caso da Fazenda Santo Henrique, cujo processo seria contra a Cutrale, o processo contra os integrantes que ocuparam a fazenda Santo Henrique, em 2009, foi arquivado.

“Naquela ocasião houve uma criminalização contra o movimento”, defendeu.

MST pede atenção para paralisaçãoda reforma agrária vigente no país“Por isso decidimos vir aqui, ocupar essa fazenda, que é uma fazenda de terras públicas”, diz porta-voz do MST; grupo deixou Santo Henrique na terça-feira, depois de decisão judicial

A Prefeitura Municipal vai inaugurar no dia 23 de novem-bro a creche Lúcio de Oliveira Lima, no Centro de Lençóis Paulista, próxima à Biquinha. O prédio onde funcionava a escola municipal de mesmo nome foi reformado e adaptado para abrigar a creche diurna para crianças com até quatro

A escola municipal Professora Amélia Benta do Nascimento Oliveira, na Vila Baccili, reali-zou mais uma oficina do projeto “Família Presen-te”. As mães dos alunos aprenderam a produzir sabão caseiro. Segundo a assessoria de imprensa da diretoria de Educa-ção, a diretoria da escola informou que o projeto tem objetivo de envolver os pais e motivar a par-ticipação deles na vida dos filhos. A iniciativa também contribui para a preservação do meio ambiente e ensina sobre economia doméstica.

Depois da confirmação de um caso de raiva em um morcego encontrado por mo-radores em uma residência na Vila Mamedina, o município passou a ser considerado com critério para realização da campanha de vacinação antirrábica. A Vigilância Epi-

demiológica de Bauru liberou 11.900 doses de vacinas para Lençóis e a campanha de vacinação em cães e gatos deve ocorrer ainda este ano, segundo a diretoria de Saúde, que não divulgou as datas da campanha.

A vacinação antirrábica não

é realizada em Lençóis Paulista desde 2009, por falta de repas-se das vacinas pelo Ministério da Saúde. Naquele ano, foram vacinados 5.230 cães e 1.789 gatos. Apesar das 11.900 doses já liberadas, segundo a asses-soria da Prefeitura, em 2012 a meta mínima é vacinar 12.384

cães e 3073 gatos.As equipes da Vigilância

Epidemiológica realizaram investigações no local onde foi diagnosticada a doen-ça para depois reivindicar a realização da campanha ao Instituto Pasteur de São Paulo e UNESP-Botucatu.

Creche no centro da cidade seráinaugurada no próxima semana

anos. Entre a reforma do prédio e a aquisição de mobiliário, a Prefeitura investiu aproxima-damente R$ 730 mil no local.

Segundo a assessoria da diretoria de Educação, cerca de 80 alunos poderão ser atendidos no novo espaço, mas o atendimento ocorrerá de forma gradativa. “A nova

creche foi pensada para au-xiliar as mães que trabalham no Centro, mas moram nos variados bairros da cidade”, divulgou a assessoria.

Ainda segundo a asses-soria, as obras contemplam 319,97 metros quadrados de construção, adequações dos sanitários, cozinha e sala dos

professores, revisão e substi-tuição das instalações elétricas e hidráulicas, além de troca de piso e revestimentos, pintura geral interna e externa e troca do telhado. O prédio também recebeu sistema para aque-cimento solar da água, um dispositivo que possibilita a economia de energia.

Saúde faz vacinação antirrábica este ano

Família Presentena “Amélia Bento”

Um menor envolvido foi apreendido no Núcleo Habitacional Luiz Zillo, durante patrulhamento na noite de terça-feira dia 13, por envolvimento de tráfico de drogas. De acordo com o registro da ocorrência, por volta das 23h, ao vi-sualizar a viatura, o menor dispensou uma quantia de entorpecentes e tentou fugir

com uma bicicleta. Após revista e busca pelo local, a polícia encontrou nove invólucros de cocaína, sete porções de crack embala-das e prontas para comer-cialização, além de R$ 26. O menor foi conduzido à delegacia, o entorpecente e o dinheiro foram apreen-didos, e o menor liberado para o responsável.

Uma mulher teve sua bolsa roubada, na manhã de segunda-feira, dia 12, en-quanto caminhava em uma rua do centro da cidade. O autor do roubo teria atraves-sado um rio para fugir, após o roubo.

Segundo a polícia, a víti-ma caminhava pela Avenida Lázaro Brígido Dutra, por volta das 9h30, quando foi surpreendida por P.H.F.D., 19 anos, (apenas iniciais foram divulgadas), que a ameaçou com um canivete e roubou sua bolsa, onde estavam telefone celular, documentos pessoais e di-nheiro (a quantia não foi informada).

Após o roubo, o acusado

fugiu por um matagal nas imediações até chegar à sua residência, tendo antes que atravessar o precisou atra-vessar o Córrego da Prata, para encurtar o caminho.

A polícia foi acionada e depois de realizar buscas pelo local localizou a casa do acusado, que já havia trocado de roupa. Durante vistoria no imóvel, a equipe recuperou a bolsa roubada e localizou a roupa usada durante o assalto, molhada e suja de terra, em uma má-quina de lavar.

Dian te das p rovas , P.H.F.D. foi levado à dele-gacia, onde ficou detido por roubo. A bolsa foi devolvida à vítima.

TERRA | Mulheres do MST estiveram na Fazenda Santo Henrique em ato de protesto

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POLÍTICALENÇÓIS PAULISTA, 17 DE NOVEMBRO DE 2012 7

Mundo Sustentável

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Pessoas mais experientes no trabalho devem dar conselhos úteis e isso pode trazer benefícios para sua carreira no futuro. Só tenha cuidado com o que fala e conta aos seus colegas. Use seu dinheiro com sabedoria.

Terá que ter muito cuidado com pessoas invejosas que podem colocar obstáculos no seu caminho, por isso, mantenha sigilo sobre sua vida tanto pessoal quanto profissional. Estará com um ótimo astral, aproveite para se divertir.

Abrace as oportunidades que vão surgir no seu trabalho. Mostre sua competência e criatividade e poderá chegar onde quer. Muito cuidado com seu dinheiro, não acredite em promessas de lucros fáceis.

Fique atento(a) para não perder prazos e se ver em apuros no trabalho. Concentre-se naquilo que é de sua responsabilidade. Em família, momentos de descontração vão fortalecer os vínculos afetivos, aproveite!

Terá disposição para realizar tarefas que exijam esforço. Mantenha a calma e a concentração em suas atividades e sua produtividade vai aumentar. Pessoas mais jovens podem precisar de sua ajuda.

Bom período para organizar papéis e documentos. Deixe tudo em ordem para quando precisar. Mantenha a concentração em suas atividades profissionais. Na vida pessoa, saia da rotina, invente coisas novas para fazer e vai se sentir melhor.

É hora de ser mais rígido(a) com suas finanças, corte gastos e administre melhor o que ganha. Tarefas que precisam de ajuda de outras pessoas podem render melhores resultados. Não acre-dite em promessas para não se decepcionar.

Se está procurando emprego, uma nova chance de colocação pode surgir. Boa semana para ganhar dinheiro ou lucrar mais com uma atividade extra.Não misture sua vida pessoal com a profissional, pois pode se queimar.

Tente não falar muito nesta semana e guarde seus planos para si, principalmente no ambiente de trabalho. Evite tomar qualquer decisão sem pensar bem. Em casa, saiba delegar tarefas para não se sobrecarregar.

Tente ser mais ágil no trabalho, mas preserve a qualidade das suas atividades. Evite se ex-por para não se envolver em uma polêmica entre os amigos. Dê mais atenção aos parentes próximos e dedique a algo que goste para relaxar.

Boa semana para falar com seus chefes ou superiores para falar do seu cargo ou do seu salário. Lute por suas ambições e confie no seu taco. Poderá ter contato com amigo que mora longe ou não vê há tempos.

Mostre seu talento e habilidades junto aos chefes e superiores. Fazer contatos poderá lhe trazer benefícios importantes. Terá momentos alegres em casa, mas procure ouvir as necessidades da sua família.

PEITO DE FRANGO

Receitaspara você!Por Paulo Campanholi [email protected]

INGREDIENTES DA RECEITA ACIMA VOCÊ ENCONTRA NO SUPERMERCADO TUPÃONDE VOCÊ ENCONTRA, ALÉM DE QUALIDADE, O MELHOR PREÇO. CONFIRA!

Ingredientes:• 1,1 kg de peito de frango, cortado em filés• sal e pimenta do reino para temperar o frango• 1 xícara de farinha de trigo• 3 ovos inteiros batidos ligeiramente• 1 xícara de queijo parmesão ralado fino• 1/2 xícara de farinha de roscaTempere o frango com sal e pimenta de reino. Passe pri-

meiro pela farinha de trigo, tire o excesso, passe pelos ovos e em seguida pelo parmesão misturado com a farinha de rosca apertando bem. Aqueça uma boa quantidade de óleo em uma panela alta e comece a fritar os filés de peito de frango até que estejam bem dourados. Coloque para escorrer no papel toalha e reserve.

Molho de Martini:• 1 xícara de Martini seco (pode substituir por Vodka ou Tequila)• 500 gr de creme de leite fresco• 2 colheres de sopa de manteiga• 1/2 xícara de cebola picadinha• 1/2 colher de chá de alho picadinho• 1 colher de chá de raspas de limão siciliano (opcional)• sal a gostoAqueça a manteiga, murche a cebola, junte o alho, mexa até dar uma leve dourada e em seguida acrescente o Martini.

Deixe ferver até que o líquido reduza pela metade, então junte o creme de leite fresco e cozinhe em fogo baixo por aproxima-damente 10 minutos, mexendo de vez em quando. O molho vai ferver e encorpar. Coloque as raspas de limão e apure o sal.

Disponha os pedaços de frango já fritos sobre um refratário, regue com o molho e sirva.

Peito de frango com crosta de parmesão ao molho de MartiniEssa é uma ótima receita pra incrementar o franguinho de todo dia! Esse molho de Martini

é muito saboroso e versátil, podendo também acompanhar uma massa!Um arroz branquinho e uma salada verde são companhias perfeitas pra esse frango!!

Tapera QueimadaA história de um vilarejo

Tânia Morbi

Pedido de casamento

Todos os dias, durante o percurso de cerca de dez quilô-metros da Fazenda Turvinho até a colônia de Tapera Queimada, o menino Dico contava à distância os oito olhos d’água que o pai lhe havia explicado onde ficavam. O caminho era percorrido até a escola mista do povoado, onde meninos e meninas aprendiam o a-e-i-o-u da cartilha infantil. A estrada de terra era transcorrida geralmente na carroça, guiada por um dos funcionários da fa-zenda. Em um desses dias, ele se lembrava do dia em que pediu a mão da pequena Diomar em casamento.

Dico saiu de sua casa acompanhado de um amigo da mesma idade e foram em dire-ção ao boteco de seu Hortêncio Guarido, que ficava na esquina da Rua 7 de Setembro, descendo do lado esquerdo, em Borebi.

O comerciante galego (imigrante da região da Galícia, na Itália) estava no balcão aten-dendo um freguês. Do lado de fora do balcão estavam duas meninas. Uma mais nova e magrinha, chamava-se Diomar, e a maior (e mais gordinha) era Belinha. Dico observou as meni-nas que sorriram se aproximou de Hortêncio Guarido e soltou: “O senhor deixa-me casar com a sua filha?” Ele tinha quatro anos de idade.

O menino era franzino, mas de olhos espertos, de quem olha o mundo, sempre como se fosse com o primeiro olhar do dia.

Observador, o garoto acom-panhava as mudanças ao seu redor. Principalmente as que ocorriam com mais rapidez, na vila de Tapera Queimada, que já algum tempo recebia gente diferente, que falava engraçado e se diferenciava principalmente pelos olhos. Dico se divertia per-cebendo as diferenças entre as crianças de olhos puxados que falavam enrolado, seus amigos, como Belinha e Diomar, e ele próprio, filho de trabalhadores rurais, administradores da Fa-zenda Turvinho, de propriedade de Ângelo Pinheiro Machado, homem importante e conceituado na região de Lençóis Paulista,

localizada no centro-oeste do Estado de São Paulo.

A fazenda de quatro mil al-queires, onde a família trabalha e morava, ficava no distrito de Borebi, distante cerca de 300 quilômetros da capital e fazia limite com o município de Agudos. Aquela era uma região fértil, onde o predomínio do café aos poucos abria espaço para as plantações de algodão, cultivo que teve naquela década o auge de sua produção.

No caminho até a escola, Dico ia admirando as diferenças entre o preto e o branco das planta-ções. As curvas das estradas era outra coisa que admirava. Com sentido de espaço aguçado, o menino poderia ser deixado ali mesmo, que encontraria o cami-nho de volta, para casa ou para Tapera. Se bem que ele preferis-se se divertir no povoado.

As crianças “de olhos puxa-dos”, que moravam na Tapera Queimada, eram filhos de imi-grantes japoneses que se insta-laram na região, aumentando o povoado, principalmente para tra-balhar nas lavouras de algodão.

Para o menino Dico o povoado era como uma cidade. Apesar da simplicidade das construções e dos costumes, havia muito movimento nas duas ruas da vila, entre crianças, mulheres e trabalhadores.

As casas do vilarejo eram construídas em grupos de cinco ou seis moradias cada. Havia vários grupos, com certa distância entre si. Na vila havia ainda três casas de comércio, escola, centro telefônico e igreja construídos com madeira retirada das ma-tas mais próximas, que por sua força, sustentava as importantes mudanças, naquele começo de século 20.

No meio delas estava o meni-no de sete anos, que em 1926, tentava decorar a música que todas as manhãs as crianças japonesas cantarolavam antes do início das aulas. Ele não sabia o que significavam as pa-lavras ditas em japonês, mesmo assim, entoava a canção, que anunciava mais um dia de aula na vila de Tapera Queimada, e iam cantando: “moshi, moshi cademo san...”

Túlio Bernardes

Bagaço de cana move tur-bina a vapor em termelétrica – Na Escola Politécnica (Poli) da USP, pesquisa mostra que o bagaço de cana-de-açúcar pode ser aproveitado pelas usinas de açúcar e etanol para produzir eletricidade em uma central termelétrica com turbi-nas a vapor. O estudo do en-genheiro eletricista Fernando Alves dos Santos estima que uma usina de médio porte ge-raria 42 megawatts de energia elétrica por hora, consumindo anualmente 500 mil toneladas de bagaço, usado como com-bustível das caldeiras que pro-duzem o vapor. A produção, além de suprir o abastecimen-to de energia da própria usina, gera excedentes que podem ser comercializados.

A pesquisa analisou o po-tencial da biomassa de cana na geração de energia elétrica, onde é produzida e como pode ser aproveitada. “A biomassa é composta pelo bagaço de cana-de-açúcar, um resíduo in-dustrial obtido após a moagem da cana para extração do caldo, que será usado na produção de açúcar e etanol”, diz Santos.

O bagaço é queimado em caldeiras produtoras de vapor, substituindo combustíveis de fontes não-renováveis, como gás natural e carvão. “O vapor alimenta uma turbina, movi-mentando hélices que geram energia mecânica”, conta o engenheiro. “Na extremidade da turbina há um gerador que

Bagaço e palha de cana são usados em caldeiras que produzem o vapor que move turbinas

converte a energia mecânicia em energia elétrica.”

A partir do ranking de pro-dução das usinas de médio porte no Estado de São Paulo, a pesquisa estimou uma média anual de 2 milhões de tonela-das de cana moídas por usina. “Com 500 mil toneladas de resíduos, cada termelétrica poderia produzir 42 mega-watts de eletricidade por hora, durante 4.600 horas por ano”, ressalta Santos. “Quanto mais cana é moída, maior é o poten-cial energético.”

Excedentes de energiaA instalação da termelé-

trica, além de poder suprir o consumo da própria usina, também abre a possibilidade de comercialização dos exce-dentes de energia. “Estima-se uma usina de médio porte con-suma cerca de 13 megawatts de eletricidade por hora”,

observa o engenheiro. “O que sobra pode ser comercializado em leilões de fontes de energia renováveis ou vendido a um consumidor cativo, como uma indústria de grande porte, que tenha o direito de comprar energia de um determinado produtor e não da concessio-nária local.”

Santos lembra que as usinas já necessitam de vapor em equipamentos como evapo-radores de caldo, cozedores e colunas de destilaria. “A energia gerada pela terme-létrica é um subproduto do processo produtivo, pois an-tes do vapor produzido nas caldeiras ser consumido, ele passa pela turbina”, diz. “Por isso se diz que esse sistema é de co-geração, pois aproveita a energia térmica consumida na indústria para produzir energia elétrica.”

A pesquisa apresenta cálcu-

los e indicações para os empre-sários interessados em instalar termelétricas nas usinas. “Uma das recomendações é melhorar a eficiência dos equipamentos consumidores de vapor usados na produção de açúcar e etanol, o que liberaria mais vapor para a geração de energia”, afirma Santos. O trabalho foi orien-tado pelo professor Luiz Natal Rossi, da Poli.

O engenheiro também su-gere o incremento da bio-massa com a adição de palha de cana ao bagaço. “A palha, ao invés de ser descartada no campo durante a colheita, seria trazida para a indústria”, aponta. “Misturada ao bagaço, a palha agrega menos umidade e aumenta o poder calorífico, ampliando o potencial de geração de vapor e conse-quentemente a capacidade de produzir energia.”(Com EcoDebate e Agência USP)

Billy Mao

AMBIENTE| Além de suprir energia interna, processo gera excedente

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AvilapanAvilapanPRODUTOS DE PADARIAS E CONFEITARIASFERMENTO FRESCO LEVASAF

Elson Avila

(14) 9643.4517 Rua Otaviano Brizola, 168 - Vila Mamedina _ Lençóis Paulista - SPFone: 14-3263.7300 - e-mail: [email protected]

LENÇÓIS PAULISTA, 17 DE NOVEMBRO DE 2012Sua Imagem8

3263-3432

Billy Mao João Castellano

O Presidente do Grupo Lwart, Carlos Renato Trecenti, e o Diretor Geral da Lwart Lubrificantes, Thiago Trecenti, apre-sentaram dia 5 de dezembro, para a imprensa, a nova linha de produção da Lwart, que fabrica o óleo básico do Grupo II.O início desta nova etapa representa um grande avanço para o setor de rerrefino no Brasil, que passa a ser um dos poucos países com tecnologia para transformar o óleo lubrificante usado em um produto de qua-lidade superior em razão dos altos índices de pureza e desempenho. “O processo de rerrefino fecha o ciclo da sustentabilidade à medida que reaproveita um resíduo perigoso e o transforma novamente em um produ-to nobre (óleo básico), principal matéria-prima para a formulação de óleo lubrificante”, diz o diretor da Lwart.

Informações de um lençoense em Brasília dão conta que o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo está com sau-

dades de Lençóis Paulista, depois que experimentou o ‘carneiro no buraco’, especialidade na Fazenda Dadu, de propriedade de Edenilson Grecca e George Ribeiro

Lima. “Assim que tiver uma folga, visitarei Lençóis para apreciar um carneiro”, teria dito o Ministro

Mané Frias, eleito prefeito de Borebi ao lado do Minis-tro da Saúde Alexandre Padilha, durante inauguração de uma UPA, em Bauru. Acompanhando Mané estava seu vice, Pastor Adilson Vera, os vereadores José Ro-

berto e Claudinho e ainda o companheiro Elías. A trupe não perde uma oportunidade de buscar recursos para a

cidade e estreitar laços de amizades

Com a Amalp (Associação de Música e Artes de Lençóis Paulista), lançada na última quinta-feira, a expectativa é que novas ações contribuam com a Cultura de Lençóis. Um pouco disso já pode ser visto no show de lançamento Recheio de Samba, com

o Trio Abapuru, Big Band e participação especial do sanfoneiro Mirró, homenageando os 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga. O público caiu no samba, em um delicioso clima no Espaço Cultural