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Caros coordenadores, trabalhadores da rede, usuários e familiares, estudantes e demais companheiros da Reforma Psiquiátrica Brasileira, Neste boletim, editado ao findar da gestão do governo Lula, buscaremos apresentar sucintamente os principais avanços do campo em 2010. Para compreendermos estes avanços, no entanto, é preciso que olhemos para trás. Se enormes são e serão os desafios que teremos pela frente para a edificação de uma rede de atenção em saúde mental que esteja à altura dos princípios e diretrizes do SUS, podemos ter a certeza de que muito foi realizado nos últimos anos, graças à dedicação de todos aqueles que, de diferentes perspectivas e pontos de inserção, se engajaram nesta conquista cidadã. Neste período de governo do presidente Lula, a ampliação e difusão territorial dos novos serviços de saúde mental foi extraordinária. Os CAPS se quadruplicaram, com incremento importante do número de trabalhadores de saúde mental. Temos hoje 66% de cobertura em saúde mental, com 1604 CAPS em todo o país, e chegaremos a 1620 no final de dezembro. Isto significou grande aumento no acesso à atenção em saúde mental – ao final do ano de 2002, a cobertura em saúde mental era de 21%. Este aumento de cobertura, seguido do fechamento de leitos, da mudança do perfil dos hospitais psiquiátricos, cada vez menores, e da implementação de políticas de inclusão social, foram estruturais para outros tipos de mudanças decisivas: mudanças no modo de trabalho, nos processos de construção do cuidado e nas tecnologias em saúde mental no SUS. Os espaços de atenção hoje não são mais consultórios; eles se dispersam no território da vida cotidiana, no cenário da saúde pública, e caracterizam uma nova arquitetura do cuidado. Usuários e familiares se apropriaram definitivamente dos processos da Reforma e de construção das políticas sociais e de saúde. Finalmente, o campo da saúde mental não pode mais deixar de ser apreendido como transversal a 1 SAÚDE MENTAL NO SUS Informativo da Saúde Mental MS/DAPES/Coordenação Geral de Saúde Mental Ano VIII, nº 30 (janeiro a dezembro de 2010) 01/01/10 a 23/12/10 – Brasília – DF

SAÚDE MENTAL NO SUS Informativo da Sa …...Caros coordenadores, trabalhadores da rede, usuários e familiares, estudantes e demais companheiros da Reforma Psiquiátrica Brasileira,

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Page 1: SAÚDE MENTAL NO SUS Informativo da Sa …...Caros coordenadores, trabalhadores da rede, usuários e familiares, estudantes e demais companheiros da Reforma Psiquiátrica Brasileira,

Caros  coordenadores,   trabalhadores  da   rede,  usuários  e   familiares,   estudantes  e  demais 

companheiros da Reforma Psiquiátrica Brasileira,

Neste   boletim,   editado   ao   findar   da   gestão   do   governo   Lula,   buscaremos   apresentar 

sucintamente os principais avanços do campo em 2010. Para compreendermos estes avanços, no 

entanto, é preciso que olhemos para trás. Se enormes são e serão os desafios que teremos pela 

frente para a edificação de uma rede de atenção em saúde mental que esteja à altura dos princípios 

e diretrizes do SUS, podemos ter a certeza de que muito foi realizado nos últimos anos, graças à 

dedicação de todos aqueles que, de diferentes perspectivas e pontos de inserção, se engajaram nesta 

conquista cidadã.

Neste período de governo do presidente Lula, a ampliação e difusão territorial dos novos 

serviços   de   saúde   mental   foi   extraordinária.   Os   CAPS   se   quadruplicaram,   com   incremento 

importante do número de trabalhadores de saúde mental. Temos hoje 66% de cobertura em saúde 

mental, com 1604 CAPS em todo o país, e chegaremos a 1620 no final de dezembro. Isto significou 

grande aumento no acesso à atenção em saúde mental – ao final do ano de 2002, a cobertura em 

saúde mental era de 21%. 

Este aumento de cobertura,  seguido do fechamento de  leitos,  da mudança do perfil  dos 

hospitais psiquiátricos, cada vez menores, e da implementação de políticas de inclusão social, foram 

estruturais para outros tipos de mudanças decisivas: mudanças no modo de trabalho, nos processos 

de construção do cuidado e nas tecnologias em saúde mental no SUS. Os espaços de atenção hoje 

não são mais consultórios; eles se dispersam no território da vida cotidiana, no cenário da saúde 

pública, e caracterizam uma nova arquitetura do cuidado.  Usuários e familiares se apropriaram 

definitivamente   dos   processos   da   Reforma   e   de   construção   das   políticas   sociais   e   de   saúde. 

Finalmente, o campo da saúde mental não pode mais deixar de ser apreendido como transversal a 

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SAÚDE MENTAL NO SUSInformativo da Saúde MentalMS/DAPES/Coordenação Geral de Saúde MentalAno VIII, nº 30 (janeiro a dezembro de 2010)01/01/10 a 23/12/10 – Brasília – DF

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várias políticas. Os processos do campo da saúde mental não podem mais ser pensados fora da 

intersetorialidade, como afirmaram enfaticamente os mais de 1.500 participantes da IV Conferência 

Nacional de Saúde Mental – Intersetorial.

Todas  estas  mudanças,  ainda em curso,   se  dão,  no entanto,  num cenário   complexo,  de 

terceirização e precarização do emprego, de diversificação do movimento antimanicomial, de nova 

ênfase, por parte da psiquiatria, no modelo biomédico, e de pânico social gerado pela campanha da 

mídia em torno do uso do crack no país.  Temos hoje,  ao final  de 2010,  um cenário de maior 

complexidade política e institucional que tínhamos ao início do primeiro governo Lula.

Por esta razão, foi fundamental a realização, em 2010, da IV Conferência Nacional de Saúde 

Mental – Intersetorial (IV CNSM­I) com ampla participação popular. Nela foi reafirmada de forma 

unívoca e incondicional a defesa dos princípios mais gerais da reforma psiquiátrica em curso no 

país.  As  propostas  aprovadas  manifestaram­se  contrárias   a   todas  as   formas    de  privatização  e 

terceirização de serviços, na direção de um sistema estritamente público e estatal de serviços de 

saúde mental  e  alinharam­se  definitivamente   às  ações  e  estratégias  de  promoção e  defesa dos 

Direitos Humanos. Ainda, reafirmaram a necessidade da presença e participação ativa dos usuários 

na rede de serviços, na produção do próprio cuidado em saúde mental, e no ativismo junto aos 

serviços e aos dispositivos de controle social. Finalmente, afirmaram que o enfrentamento do novo 

cenário no campo da saúde mental exige estratégias necessariamente intersetoriais. 

Os próximos anos ainda trazem muitos desafios para o campo da saúde mental. O que os 

atores   do   campo   da   saúde   mental   querem   para   as   políticas   de   saúde   mental   do   país   estará 

registrado no Relatório Final da IV CNSM­I, que deverá ser divulgado amplamente em janeiro de 

2011. 

Um ciclo foi cumprido, que vai da III à IV Conferências, tendo se implantado efetivamente 

boa parte das diretrizes da Politica Nacional de Saúde Mental nos 8 anos de Governo Lula. É preciso 

agora arregaçar as mangas para consolidar e qualificar o novo modelo de atenção à saúde mental 

no país. Sustentar os avanços conquistados, aprofundar os mudanças, seguir avançando.

Feliz 2011 !

Pedro Gabriel Delgado

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      IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial 

A   IV   Conferência   Nacional   de   Saúde   Mental   –  Intersetorial   (IV   CNSM­I)  foi 

convocada pelo Decreto de 29 de Abril de 2010 e teve sua etapa nacional  realizada em 

Brasília, entre os dias 27 de junho a 01 de julho de 2010, no Centro de Convenções Ulysses 

Guimarães. A etapa estadual  da IV CNSM­I 

foi realizada de 26 de abril a 23 de maio de 

2010  e   a   etapa   municipal   ou   regional   foi 

realizada no período entre  08 de março a 15 

de abril de 2010. 

Mesmo   com   pouco   tempo   para   a 

organização   da   Conferência,  que,   pela 

primeira vez, foi intersetorial,  houve grande 

participação   de   usuários,   trabalhadores   e 

gestores   do   campo   da   saúde   e   de   outros 

setores ­ sua realização deve muito à Marcha 

dos Usuários de Saúde Mental, realizada em 

Brasília,   em   setembro  de  2009.    Ao   todo, 

foram realizadas 359 conferências municipais e 205 regionais, com a participação de cerca 

de 1200 municípios. Além disto,  todos os estados realizaram conferências estaduais, com 

exceção  do  estado  de  São  Paulo,   que   realizou   somente  uma  Plenária,  convocada  pelo 

Conselho Estadual de Saúde,  em função da conferência estadual não ter sido convocada 

pelo Governo do Estado. Estima­se a participação, em todo o processo, de cerca de 46.000 

pessoas.

O tema da IV CNSM­I ­  “Saúde Mental direito e compromisso de todos: consolidar 

avanços e enfrentar desafios” ­ foi discutido em todas as etapas da conferência a partir de 

três eixos de discussão:

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Dados Gerais da IV CNSM­I

*359 Conferências municipais

*205 Conferências regionais

*Cerca de 1.200 municípios participantes

*Cerca de 46.000 pessoas envolvidas nas fases municipal, estadual e nacional

*1.267 propostas votadas na sessão plenária final da etapa nacional

*1.148   propostas   aprovadas   na   sessão plenária final da etapa nacional.

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Eixo I   ­ Saúde Mental e Políticas de Estado: pactuar caminhos intersetoriais ­ onde 

foram discutidas  as questões relacionadas à  organização, consolidação e qualificação da 

rede, bem como sua sustentabilidade política e financeira em 9 sub­eixos.

               Plenária da

               IV CNSM­I

Eixo II – Consolidar a rede de atenção psicossocial e fortalecer os movimentos sociais 

­ onde foram debatidos temas relacionados ao cotidiano dos serviços que compõe a rede de 

atenção   psicossocial,   o   protagonismo   dos   usuários,   o   fortalecimento   dos  movimentos 

sociais,  o cuidado no território,  a clínica ampliada,  os desafios  da atenção  integral  aos 

usuários   de   álcool   e   outras   drogas   e   da   saúde   mental   infanto­juvenil,  a 

desinstitucionalização  e o enfrentamento de desigualdade e iniquidades. Nove sub­eixos 

guiaram as discussões.

Eixo III –  Direitos humanos e cidadania como desafio ético e intersetorial ­ onde 

foram  discutidos  os   temas  mais  diretamente   relacionados   à   intersetorialidade,  também 

através de 9 sub­eixos: a garantia de direitos, a inserção no trabalho, a intervenção na e 

com a cultura, a habitação, a articulação das políticas sociais no campo da saúde mental, 

entre   outros.A   Programação   da   IV   CNSM­I   foi   composta   por   mesas­eixo,   painéis 

simultâneos, painéis específicos, grupos de trabalho (GTs) e plenária final. Alguns painéis 

específicos foram prejudicados no dia 28 de junho –  dia de  jogo do Brasil  na Copa do 

Mundo de futebol. Apesar deste contratempo, a programação da Conferência foi cumprida 

a contento, promovendo espaços democráticos para a discussão do temário e formulação de 

propostas.   Como   parte   da   programação,   foi   realizada   a   “Mostra   Solidária:   trabalhar, 

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construir direitos e produzir valores na perspectiva do cooperativismo social e da economia 

solidária”, com a participação de 22 expositores do campo da saúde mental de todo o país.

A Plenária Final foi realizada no dia 1º 

de julho, com a apreciação das propostas dos 

Grupos de Trabalho e das Moções propostas 

pelos   delegados.   Os   trabalhos   da   Sessão 

Plenária Final da IV CNSM­I terminaram às 3 

horas do dia 2 de julho.

O   Relatório  Final   foi  apresentado e 

aprovado pelo  pleno do Conselho  Nacional 

de  Saúde no  dia  9  de  dezembro  de  2010, 

mas   só   será   divulgado   após   eventuais 

alterações de forma, a serem sugeridas pelos Conselheiros e Comissão Organizadora até o 

dia 30 de dezembro de 2010. 

Esta Conferência foi histórica, pois se realizou de forma intersetorial, pela primeira 

vez em uma conferência nacional de saúde, e também porque pôde avaliar um período de 8 

anos e meio de construção e consolidação da Política Nacional de Saúde Mental no SUS, 

tendo como fundamento seus avanços e desafios para a próxima década.

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Ministro Temporão na IV CNSM-I

Apresentação das Meninas de Sinhá de Belo Horizonte­ MG, grupo que resgata a alegria das mulheres e das antigas cantigas de roda e ciranda, durante a IV CNSM­I. 

           Sessão Plenária da IV CNSM­I

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Colegiado Nacional de Coordenadores de Saúde Mental 

No dia 06 de dezembro de 2010 foi publicada a Portaria GM 3.796,  que instituiu o  

Colegiado Nacional de Coordenadores de Saúde Mental. O Colegiado de Coordenadores de 

Saúde Mental é uma instância de articulação democrática do processo de gestão da Política 

Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Trata­se de um Colegiado de Gestores, 

que   em   reuniões   regulares   discutem   os   desafios,   avanços   e   prioridades   da   Política, 

estabelecendo pactuações de âmbito tripartite (Ministério da Saúde, Estados e Municípios). 

Criado no ano de 2003, só agora o Colegiado foi formalizado, tendo reunido­se 12 

vezes desde a sua criação. O ministro da saúde, José Gomes Temporão, assinou a portaria 

que formaliza este Fórum durante a última reunião do Colegiado, realizada em dezembro 

de 2010.

Participam do  Colegiado  Nacional  os  Coordenadores  Estaduais   e  de  Capitais,   os 

Coordenadores os municípios acima de 250.000 habitantes, as instâncias do SUS: CONASS, 

CONASEMS, CNS, Atenção Básica, Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde no Sistema 

Penitenciário e outras.

Como resultado da IV Conferência Nacional de Saúde Mental passaram a participar 

também os representantes intersetoriais, que antes eram somente convidados: Secretaria de 

Direitos   Humanos,   Ministério   da   Justiça,   Secretaria   Nacional   de   Economia   Solidária, 

Ministério  do   Desenvolvimento  Social   e  Combate   à   Fome,  Ministério   da  Cultura   e   da 

Educação.

Os usuários e familiares reivindicam sua participação no Colegiado Nacional, esta 

inclusão, se conseguida, representará um avanço para a construção da Política de Saúde 

Mental no Brasil.

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             Plano Crack

Em maio deste ano, o Governo Federal lançou o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack (decreto 7179), convocando a ação conjunta de diversos Ministérios e setores governamentais, com com vistas à prevenção do uso, ao tratamento e à reinserção social de usuários e ao enfrentamento do tráfico de crack e outras drogas ilícitas.

O Plano propôs o desenvolvimento de ações  de forma descentralizada e integrada, por meio da conjugação de esforços entre a União,  os Estados,  o Distrito Federal  e os Municípios,   observadas   a   intersetorialidade,   a   interdisciplinaridade,   a   integralidade,   a participação da sociedade civil e o controle social. 

Os     objetivos   são:   estruturar,   integrar,   articular   e   ampliar   as   ações   voltadas   à prevenção do uso, tratamento e reinserção social de usuários de crack e outras drogas e familiares, fortalecer a articulação e as ações de redes de atenção à saúde e de assistência SUS /SUAS, e ainda oferecer formação e capacitação continuada aos atores envolvidos com a questão, tanto da atenção, assistência e repressão. O plano objetiva ainda   promover e ampliar a participação comunitária nas políticas e ações e fomentar a multiplicação de boas práticas,   com   a   disseminação   de   informações   qualificadas   relativas   ao   crack   e   outras drogas; e   fortalecer as ações de enfrentamento ao tráfico em todo o território nacional, com ênfase nos Municípios de fronteira.

No   âmbito     do  Ministério  da  Saúde,   o   Plano  Crack  potencializou   as   ações   que estavam sendo desenvolvidas no Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras – PEAD (Portaria GM 1190, de 04 de junho de 2009) aos usuários de crack, álcool e outras drogas em especial aos públicos vulneráveis, entre outros, crianças,  adolescentes  e  população em situação de rua,  e   inaugurou novas propostas  e respostas que vieram a ampliar o acesso e a rede de serviços do SUS, oferecer suporte e capacitações ao profissionais e familiares, assim como fortalecer importantes parcerias inter e intra ministeriais, governamentais e sociais.

As ações do plano crack no âmbito do Ministério da Saúde contemplaram, até de dezembro de 2010,  2253 municípios nas 5 regiões do país (357 na região Norte, 427 na região Centro­Oeste, 848 na região Nordeste, 368 na região Sudeste e 253 na região Sul).

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Ações de saúde realizadas pelo Plano Crack:

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I ­ Ampliação do acesso:1. Criação dos NASF 32. Implantação de 92 Consultórios de Rua3. Incentivo financeiro para 33 CAPS para realização de ações de Redução de 

Danos4. Cadastramento de 55 novos CAPS, entre CAPS I, II, III, CAPSi e CAPSad5. Incentivo para a implantação de 112 novos CAPS, entre CAPS I, II, III, CAPSi e 

CAPSad

II ­ Leitos de Atenção integral:1. Incentivo para a implantação de 67 novos CAPSad III2. Financiamento de 248 leitos em Serviços Hospitalares de Referência para 

atenção integral aos usuários de Crack e Outras Drogas (em Hospitais Gerais)3. Incentivo para a implantação de 44 Casas de Acolhimento Transitório

III ­ Formação e capacitação:1.  80 projetos aprovados no PET Saúde Mental2. Aprovação de 49 Centros Regionais de Referência para Formação Permanente3. Incentivo financeiro para a realização de 36 Oficinas de Qualificação da Rede4. Incentivo financeiro para supervisão e matriciamento da rede Ad em 1066 

municípios de pequeno porte5. Recursos para 54 Escolas de Redutores de Danos6. Recursos para 15 Escolas de Supervisores7. Incentivo financeiro para 104 projetos de Supervisão de Rede AD

IV ­ Fomento e incremento das atividades em AD nos  CAPS:1. Recursos financeiros para a aquisição de material permanente e equipamento 

para os CAPS de 1097 municípios2. Incentivo financeiro para 195 projetos de arte, cultura e renda na rede de saúde 

mental 

V – Ações conjuntas, parceiras e convênios:

1. Ação conjunta com a SENAD – financiamento e qualificação de 985 leitos em Comunidades Terapêuticas selecionadas

2. Termo cooperação com UNODC para realização de pesquisas e outras ações3. Convênios com UFBA, UFRJ e FIOCRUZ para realização de pesquisas e 

supervisão de Consultórios de Rua4. Pesquisas em parceria com CNPQ

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Plano Crack apoia os pequenos municípios

Municípios com menos de 20.000 habitantes da Amazônia Legal e Centro­Oeste, e 

pequenos municípios em plena gestão das regiões Nordeste e de alguns estados do Sudeste, 

serão apoiados para qualificação da atenção integral às pessoas que fazem uso prejudicial 

de álcool ou outras drogas.

O   governo   federal   determinou   a   implementação   de   medidas   emergenciais, 

articuladas entre diversos Ministérios, para ampliar as ações de Governo direcionadas ao 

problema do consumo prejudicial de crack e outras drogas. Variados   dispositivos   de 

atenção foram criados desde então, para qualificar as respostas de estados e municípios à 

questão do uso prejudicial de drogas, em especial do crack. Para garantir o acesso à atenção 

nos   municípios   de   pequeno   porte   (abaixo   de   20.000   habitantes),   foram   criados,   em 

setembro   de   2010,   no   âmbito   do   SUS,   os   Núcleos   de   Apoio   à   Saúde   da   Família   ­ 

Modalidade 3 – NASF 3, com a finalidade de promover a atenção integral em saúde e saúde 

mental, prioritariamente para usuários de crack, álcool e outras drogas na Atenção Básica. 

(Portaria nº 2.843, de 20 de setembro de 2010).

O cenário epidemiológico recente, no entanto, exige ações imediatas de qualificação 

dos pequenos municípios, que ainda se estruturam para atender às exigências do processo 

de   implantação   e   de   habilitação   dos   NASF   3.   O   consumo   prejudicial   de   algumas 

substâncias,   especialmente   álcool,   cocaína   (pasta­base,   crack,   merla)   e   inalantes,   se 

interiorizou no país, associando­se ao contexto de vulnerabilidade de crianças, adolescentes 

e   jovens   em   regiões   com   poucos   recursos   para   o   enfrentamento   do   problema.

Para atender a esta demanda, o Ministério da Saúde repassará recursos, em parcela 

única, de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para municípios com menos de 15.000 habitantes e 

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R$20.000,00 (vinte mil reais) para municípios entre 15.000 e 20.000 habitantes, para 

municípios de pequeno porte (abaixo de 20.000 habitantes) de regiões vulneráveis, 

conforme abaixo: 

a) Regiões da Amazônia Legal e Centro­Oeste ­ Todos os municípios com menos de 

20.000 habitantes dos estados que compõem a Amazônia Legal e da região Centro­Oeste 

receberão os recursos. Os municípios que não estão em gestão plena da saúde receberão os 

recursos através dos Fundos Estaduais de Saúde.

b) Região Nordeste ­ Todos os municípios com menos de 20.000 habitantes e em 

plena gestão da saúde receberão os recursos.

c) Região Sudeste ­ Municípios selecionados dos estados de MG, RJ e ES, com menos 

de 20.000 habitantes em plena gestão da saúde receberão os recursos.

Os recursos deverão ser utilizados em ações de supervisão e matriciamento da rede 

de atenção integral à saúde mental. Um total de 1066 municípios serão beneficiados. 

Novas informações sobre o repasse dos recursos serão divulgadas em breve.

Escola de Redutores de Danos

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A Escola  de  Redutores  de  Danos  (ERD)  do  SUS é  um projeto  de   fomento  e qualificação das ações de redução de danos municipais e intermunicipais. Trata­se de um dispositivo voltado para a capacitação teórica e prática de segmentos profissionais e populacionais da comunidade, para atuação  in lócus,  com atividades  voltadas para o fortalecimento da ampliação do acesso ao tratamento e qualificação da atenção integral aos   usuários   de   álcool   e   outras   drogas,   especialmente   em   contexto   de   extrema vulnerabilidade.

As ERD se propõem a desenvolver ações de redução de danos, em articulação com todos os dispositivos da rede voltada para Álcool e outras Drogas do município, formar redutores de danos e multiplicadores de formação, para atuação no SUS e ainda produção de  conhecimento ações de intercâmbio e formação permanente.  A  formação continuada de profissionais   redutores  de  danos  é  um mecanismo fundamental  e  imprescindível  da Rede SUS de ampliação do acesso e da adesão ao tratamento, de enfrentamento ao estigma, de qualificação das redes sociais e de saúde, de reconhecimento de determinantes biopsicossociais de vulnerabilidade, risco, padrões de consumo, além do desenvolvimento de fatores de proteção.

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Formação e Educação Permanente: PET/Saúde Mental

O PET/ Saúde Mental foi uma importante conquista da Política de Saúde Mental 

neste ano e representa um aprofundamento da relação da área com a Política Nacional de 

Formação e Educação Permanente no SUS.

O   Programa   de   Educação   pelo   Trabalho   PET   Saúde/   Saúde   Mental   tem   como 

objetivo a integração entre Universidade e Serviços como instrumento de qualificação dos 

profissionais e formação dos estudantes de graduação na área da saúde /saúde mental.

O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET­Saúde  ­  iniciou suas 

atividades   no   país   em   2009,   tendo   como   pressuposto   a   integração   ensino­serviço­ 

comunidade e o fortalecimento da atenção básica em saúde, a partir da formação de grupos 

de aprendizagem e pesquisa. Neste ano o Programa foi ampliado e a Portaria Conjunta nº 

6, de 17 de setembro de 2.010, instituiu o PET­Saúde/Saúde Mental/Crack 2011.

Por meio do Edital Conjunto nº 27, de 17 de setembro de 2.010, a Secretaria de 

Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério 

da Saúde e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas ­ SENAD/GSI/PR, bem como a 

Secretaria de Educação Superior, do Ministério da Educação, convidaram as Instituições de 

Educação Superior, em conjunto com Secretarias Municipais e/ou Estaduais de Saúde, a 

apresentarem projetos objetivando a formação de grupos PET no âmbito da Atenção em 

Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas.

O PET/ Saúde Mental recebeu 147 projetos de todas as regiões do país, totalizando 

339 grupos PET inscritos, fato que demonstra o interesse dos profissionais da saúde e da 

educação nessa área estratégica para o Sistema Único de Saúde. O Ministério da Saúde 

agradece   a   todos   que   se   mobilizaram   para   a   elaboração   desses   projetos   e   ressalta   a 

qualidade técnica e a pertinência das propostas para qualificação da área de Saúde Mental. 

O mérito dos projetos apresentados fez com que buscássemos ampliar os recursos 

financeiros inicialmente previstos de R$ 5 milhões e, numa mobilização a Área Técnica de 

Saúde Mental,  chegou a um total  da ordem de R$ 8 milhões,  a ser destinado ao PET­

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Saúde/Saúde Mental/Crack 2011 para  o pagamento  das  bolsas  de   tutores  acadêmicos, 

preceptores e estudantes de graduação, no período de um ano. Importante esclarecer que 

cada grupo PET/Saúde Mental é formado por 1 (um) tutor acadêmico, 3 (três) preceptores 

e 12 (doze) estudantes, que pode envolver diferentes cursos de graduação e desenvolver 

diversas   ações   e   mais   de   uma   pesquisa,   sempre   tendo   em   perspectiva   os   objetivos, 

diretrizes, e prioridades da área de saúde mental, álcool e outras drogas.

Estamos   convencidos   de   que   teremos   bons   frutos   deste   processo,   contribuindo 

efetivamente para a qualificação da Rede de Atenção em Saúde Mental/ Álcool e outras 

Drogas e para a transformação e integração com as Instituições de Ensino Superior. Desta 

forma, reafirmamos o nosso empenho em aprofundar e ampliar os dispositivos de formação 

e educação permanente em saúde mental para 2011. 

Chamadas para seleção de projetos de supervisão

Em 2010   foram divulgadas  duas   chamadas  para   seleção  projetos  de   supervisão  clínico­

institucional dos CAPS e da Rede de Atenção Psicossocial. Com a V Chamada, que seguiu os moldes 

das chamadas anteriores, foram apoiados mais 110 serviços. A VI Chamada, que fez parte do Plano 

Crack e teve como diferencial a supervisão da rede de atenção aos usuários de álcool e outras 

drogas, apoiou 104 municípios e teve incentivo diferenciado no valor de 20 mil para municípios das 

regiões sul e sudeste e 25 mil para municípios das regiões norte, nordeste e centro­oeste. Com as 

novas chamadas, os projetos apoiados financeiramente pelo Ministério da Saúde nos termos da 

Portaria nº 1174/GM de 7 de julho de 2005, passam de 539, em 2009, para 753, em 2010.

A primeira parcela para os serviços selecionados pela V Chamada para Supervisão Clínico­

Institucional dos CAPS e da Rede de Atenção Psicossocial, no valor de R$ 4.000,00, foi repassada 

em 23 de novembro de 2010 e o repasse para os municípios selecionados pela VI Chamada de 

supervisão da Rede AD está previsto para o final de dezembro de 2010.

O   Ministério   da   Saúde   está   preparando   para   o   primeiro   semestre   de   2011   uma   nova 

chamada para seleção de projetos. Para mais informações acesse: www.saude.gov.br/saudemental

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Diversificação da rede 

Novos serviços, dispositivos e estratégias estão se estruturando para qualificar a rede de   atenção   à   saúde  mental,   sobretudo  para  dar  uma   resposta   eficiente   e   adequada   à complexidade da  questão do uso abusivo do  álcool  e  de outras  drogas.  Conheça essas estratégias e saiba como são financiadas:

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Consultórios de Rua

Consultórios   de   Rua   são   dispositivos públicos   componentes   da   rede   de   atenção substitutiva   em   saúde   mental,   tendo   como público alvo prioritário crianças e adolescentes em situação de Rua usuárias de álcool e outras drogas, oferecendo ações  no espaço da rua. 

As abordagens feitas no local de uso de álcool   e   outras   drogas   possibilitam   ações preventivas,   de   promoção   da   saúde   e   de cuidados clínicos primários, além de aproximar essa população, quando necessário e de forma sistêmica   e   integrada,   a   outros   serviços   de tratamento   para   o   consumo   de   substâncias psicoativas. 

As equipes dos Consultórios de Rua são compostas  por  profissionais  da saúde mental, da atenção básica, e pelo menos um profissional da área de assistência social. Uma característica   importante  dos  Consultórios  é  a  proposta de desenvolvimento de ações intersetoriais para construção de estratégias de enfrentamento das demandas e da extrema vulnerabilidade social. 

O Ministério da Saúde realizou 3 chamadas de seleção de projetos de Consultório de Rua.  A primeira selecionou 15 projetos, a segunda selecionou 20 projetos e terceira, além   de  refinanciar  os   35   projetos  anteriormente  existentes,  financiou  57   novas unidades, totalizando 92 Consultórios de Rua no SUS em 2010.

Os projetos  já   implantados demonstram resultados satisfatórios,  com relevante produção de assistência primária, prevenção, melhora do acesso aos serviços de saúde e promoção de qualidade de vida. São experiências exitosas sob supervisão e avaliação científica,   cujo   repertório   permite   sua   intensificação,   ampliação   e  diversificação   das ações  orientadas  para  prevenção,  promoção da   saúde e   redução  dos   riscos  e  danos sociais e à saúde.

Redutora de Danos conversa com uma usuária em rua da cidade de João Pessoa­PB.

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Casas de Acolhimento Transitório - CAT

As Casas de Acolhimento Transitório são dispositivos de atenção psicossocial voltadas para usuários de álcool e outras drogas, inseridos na rede de atenção AD, que se encontrem em situação de extrema vulnerabilidade e risco, e que necessitem de atenção e de cuidados de modo integral e protegido.  Constituem­   se   como espaços  que  permitem abrigamento   temporário,   acolhimento  e proteção social, no contexto de um Projeto Terapêutico Individualizado.

As   CATs   procuram   ampliar   os   recursos   da   rede   oferecendo   a   estes   usuários   cuidados contínuos referenciados aos Centros de Atenção Psicossocial, em articulação com a atenção básica e com dispositivos   intersetoriais   (saúde,   assistência   social,   direitos  humanos,   justiça,   educação,   e outros). São três as modalidades das Casas de Acolhimento Transitório: CAT I (até 10 leitos), CAT II (até 20 leitos) e CAT infanto­juvenil (para crianças e adolescentes; até 12 leitos).

As CATs deverão ter como referencia uma população municipal ou regional mínima a partir de 100.000 habitantes, sendo o período de permanência até 40 dias nas CAT I e II e até 90 dias na CAT ij, sempre dependendo do projeto terapêutico desenvolvido pela equipe de referência. 

Os serviços devem funcionar de forma integrada com a rede, sendo que a porta de entrada deverá  ser prioritariamente pela rede de saúde e ter dispositivos integrados da rede de atenção psicossocial, especialmente os CAPS AD. 

NASF 3Em setembro de 2010, a portaria 2.843/10 criou os NASF 3 ­ Núcleos de Apoio à Saúde da 

Família 3 – no SUS. Os NASF 3 são estabelecimentos que têm como objetivo promover a atenção integral em saúde e saúde mental, prioritariamente para usuários de crack, álcool e outras drogas na Atenção Básica.

Os NASF 3,  como todos os NASF, devem trabalhar com o matriciamento como lógica de atuação,   apoiando   as   Equipes   de   Saúde   da   Família   na   discussão   de   casos,   no   atendimento compartilhado e na construção conjunta de Projetos Terapêuticos Singulares. A especificidade dos NASF 3, no entanto, é o desenvolvimento de ações de atenção integral a usuários de crack, álcool e outras drogas. Estas ações devem ser orientadas para a prevenção e promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos.

O cenário  epidemiológico recente exige,  de fato,  ações  imediatas para a qualificação dos pequenos municípios na atenção às pessoas que fazem uso prejudicial do álcool ou de outras drogas, especialmente crianças e adolescentes mais vulneráveis. Por isto, os NASF 3 devem ser implantados em municípios com porte populacional pequeno, menor que 20.000 habitantes.

Por ser recente, o NASF 3 ainda está em processo de implantação. A expansão desses serviços poderá aumentar significativamente o acesso à atenção em saúde mental, especialmente no interior do país.

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CAPSad III

Foram criados com a proposta de ampliar os cuidados existentes nos CAPSad e na 

rede  SUS  de atenção em  álcool e outras drogas,  visando dar maior resolutividade e 

retaguarda  aos  usuários.   Instituídos  pela  PT  2841  de  20  de   setembro  de  2010,  os 

CAPSad III oferecem atenção integral e contínua a pessoas com transtornos decorrentes 

do uso abusivo e da dependência de álcool e outras drogas, com funcionamento durante 

as 24 horas do dia, inclusive nos feriados e finais de semana.

Além da atenção psicossocial diária de rotina dos CAPSad, os CAPSad III oferecem 

leitos de acolhimento noturno, nos feriados e finais de semana (podem ter no mínimo 8 

e, no máximo, 12 leitos), para realizar intervenções a situações de crise (abstinência 

e/ou   desintoxicação   sem   intercorrência   clínica   grave   e   comorbidades)   e,   também, 

repouso   e/ou   observação.   A   permanência   de   um   mesmo   paciente   no   acolhimento 

noturno, caso seja necessário prolongar­se para além do período médio de 2 a 5 dias, 

fica limitada a 10 dias corridos ou 14 (dias intercalados em um período de 30 dias.

Os CAPSad III deverão ser implantados levando em conta uma população mínima 

de   cobertura   de   200   mil   habitantes,   existindo   a   possibilidade   de   implantação   de 

CAPSad III Regional, que deverá ter somatório populacional (da região) igual ou maior 

que 200 mil habitantes, com pactuação no Colegiado Gestor Regional – CGR e ainda 

contar com uma Comissão Permanente de Regulação e Acompanhamento formada por 

representantes de todos os municípios pactuados.

Ainda recentes, os CAPSad III estão em processo de implantação. 67 municípios 

já   receberam   incentivo   financeiro   para   a   implantação   de   CAPSad   III   no   primeiro 

trimestre de 2011. 

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CAPS 1600

Em 17 de dezembro de 2010, 

foi publicada a Portaria nº 693/SAS, 

de   16   de   dezembro   de   2010,   que 

habilita 12 novos Centros de Atenção 

Psicossocial,   entre   eles   o   CAPS   nº 

1600, em Coari/AM.

O   Estado   do   Amazonas 

cadastrou no ano de 2010 seis novos 

CAPS, mais que dobrou o número de 

serviços e aumentou sensivelmente a cobertura assistencial em saúde mental. Com a nova 

portaria, o Estado passa a  ter  23% de cobertura  e sai da  última posição do  ranking  de 

cobertura CAPS/100.000 habitantes, que agora é ocupada pelo Distrito Federal.

Com   1600   CAPS,   a   rede   de   atenção   à   saúde   mental   no   Brasil   se   interioriza, 

alcançando regiões antes desassistidas. Até o fim de 2010, teremos 1620 CAPS cadastrados 

junto ao Ministério da Saúde.

                         Veja abaixo o ranking atual da cobertura em saúde mental:

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UF Total de CAPS Indicador CAPS/100.000 habParaíba 63 1,22Sergipe 31 1,11Rio Grande do Sul 140 1,01Ceará 99 0,93Alagoas 46 0,88Santa Catarina 75 0,87Rio Grande do Norte 32 0,84Piauí 37 0,80Bahia 166 0,80Paraná 92 0,72Rondônia 16 0,70Mato Grosso do Sul 21 0,69Mato Grosso 33 0,68Minas Gerais 162 0,65Maranhão 59 0,63Pernambuco 59 0,55São Paulo 246 0,55Rio de Janeiro 103 0,55Tocantins 10 0,47Amapá 3 0,45Espírito Santo 19 0,44Pará 43 0,43Goiás 29 0,41Roraima 2 0,33Acre 2 0,27Amazonas 10 0,23Distrito Federal 6 0,21Brasil 1604 0,66

CAPS de Melgaço, na Ilha de Marajó - PA

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Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental

No dia 12 de novembro de 2010, em Brasília­DF, foi realizada Reunião de Instalação 

do   Comitê   Executivo   do   Núcleo   Brasileiro   de   Direitos   Humanos   e   Saúde   Mental 

(NBDHSM), instituído pela Portaria interministerial 3.347, de 29 de dezembro de 2006.

O NBDHSM enfrentou diversas dificuldades desde 2006, ano em que  foi  instituído 

por portaria, até a sua  implementação, aprovada e apoiada pela plenária da IV CNSM­I. 

Com a instalação de seu Comitê Executivo, o NBDHSM passa a operar como um dispositivo 

misto   (composto   por   representantes   de   órgãos   governamentais,   da   sociedade   civil   e 

universidades) para garantir a não repetição de violações de direitos humanos no campo da 

assistência à saúde mental no Brasil. 

Na reunião de 12 de novembro,  o  Comitê  Executivo  do NBDHSM acolheu,  pela 

urgência,   pertinência   e   relevância   da   situação,   denúncia   sobre   o   funcionamento   da 

chamada  Unidade  Experimental  de  Saúde  de  São  Paulo   (criada  pelo  Decreto  Estadual 

53.427/2008),   em   aparente   desacordo   com   diversos   princípios   constitucionais   e 

infraconstitucionais (lei 10.216 e ECA). Na mesma ocasião, o NBDHSM acolheu o caso dos 

crimes de morte cometidos nos últimos meses contra 32 moradores de rua da cidade de 

Maceió­AL, em sua maioria usuários de drogas.

Na   reunião   do   dia   10   de   dezembro,   foram   definidas   parte   das   ações   a   serem 

implementadas para a atenção aos casos  acolhidos pelo NBDHSM: ações voltadas para a 

garantia de não repetição dos casos e de diminuição situações de vulnerabilidade; ações de 

capacitação   e   sensibilização  de   profissionais   e   instituições;   ações   de   atenção   aos 

sobreviventes.

Nova reunião do Comitê Executivo do Núcleo está agendada para março de 2011. A 

Drª Tânia Kolker assumiu a Secretaria Executiva do Comitê.

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Supervisão clínico­institucional de processos de 

desinstitucionalização

Dentre as várias ações propostas pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, no 

ano   de   2010,   para   o   fortalecimento   da   rede   de   atenção   psicossocial,   destaca­se   o 

lançamento da VII Chamada para Seleção de Projetos de Supervisão Clínico­Institucional de 

Processos de Desinstitucionalização. Tal ação foi proposta com o intuito de aprofundar a 

reestruturação da assistência hospitalar psiquiátrica no SUS, com a aceleração do processo 

de fechamentos dos hospitais psiquiátricos, de modo a intensificar a desinstitucionalização 

e inclusão social de pessoas longamente internadas.

A   supervisão   clínico­institucional   dos   processos   de   desinstitucionalização   é   um 

dispositivo de qualificação das equipes técnicas dos diversos serviços que compõem a rede 

de atenção psicossocial, devendo ser voltada para a reformulação da assistência em saúde 

mental  em municípios ou regiões onde se encontram hospitais psiquiátricos (HPs) e/ou 

Hospitais   de   Custódia   e   Tratamento   Psiquiátrico   (HCTPs)   que   necessitem   iniciar   ou 

intensificar as ações de desinstitucionalização.

A   VII   Chamada   de   Supervisão   Clínico­Institucional   para   processos   de 

desinstitucionalização recebeu 45 projetos de supervisão, das diferentes regiões do país. Foi 

previsto no Edital a seleção de 20 projetos de supervisão, contudo, foram selecionados 27 

projetos, levando em consideração a pertinência das propostas apresentadas e objetivando 

maior cobertura da supervisão.

Agradecemos a todos que se empenharam nesta iniciativa, acreditando que este será 

mais um esforço para reduzir (e zerar!) o número de pacientes moradores de hospitais 

psiquiátricos no país.

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Formação e Educação Permanente: O Projeto “Escola de 

Supervisores Clínico­Institucionais”

Os processos  de   supervisão  clínico­institucional  dos  CAPS,  nos  últimos  cinco 

anos, têm como um dos maiores entraves, principalmente nas regiões e cidades distantes de 

centros formadores, a falta de profissionais com as qualificações necessárias para atuar na 

função de supervisor.

O  projeto   “Escola   de   Supervisores   Clínico­Institucionais”   visa  enfrentar   este 

problema, formando novos profissionais, qualificando a prática dos que já estão atuando e 

promovendo  o   debate,   a   construção   e  a  avaliação   permanente   da   supervisão   clínico­

institucional, na rede de atenção integral à saúde mental/ álcool e outras drogas.

Esta   “Escola”   pretende   ser   um   espaço   de   encontro   freqüente   entre   os 

supervisores dos Estados/municípios, que congregue e potencialize a atuação de cada um, 

promovendo a formação de um quadro de supervisores e profissionais de apoio às redes de 

atenção  psicossocial/álcool   e   outras   drogas.  A   “Escola”  deve   contribuir  para  que  estes 

profissionais possam realizar a supervisão de redes que se entrelaçam com as outras redes 

de saúde e intersetoriais. 

A  “Escola de Supervisores Clínico­Institucionais” terá  a missão de sustentar o 

dispositivo da supervisão clínico­institucional, promover a qualificação dos supervisores e 

dar suporte à ampliação da rede e às inovações, que ocorrem no campo da saúde­saúde 

mental no SUS. 

O Ministério da Saúde realizou uma chamada para financiar projetos de Escolas 

de Supervisores Clínico – Institucionais.  Na primeira chamada foram apresentados 25, e 

aprovados 15 projetos de Escolas de Supervisores.  Cada projeto receberá  R$150.000,00 

para   investir   durante   o   ano   de   2011   nas   ações   aprovadas.  Em   2011,   a   Coordenação 

Nacional   promoverá   a   primeira   Oficina   Nacional   de   Escolas   de   Supervisores   Clínico­

Institucionais do SUS. Veja a seguir as Escolas financiadas.

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Escolas financiadas:

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AL ­ Escola de Supervisores Clínico Institucionais de Alagoas‐

CE  ­  Escola de Supervisores Clínico Institucionais  da Rede de Atenção Psicossocial,‐  Álcool e Outras Drogas do Ceará

GO  ­  Escola de Supervisores Clínico Institucionais de Rede de Atenção Psicossocial,‐  Álcool e Outras Drogas de Goiás

MA ­ Escola de Supervisores Clinico Institucionais‐

MS ­ Escola de Supervisores Clínico Institucionais do Pantanal‐

MG  ­ Escola de Supervisores da Rede de Atenção em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Estado de Minas Gerais – SES/ESP – MG

MG/MONTES CLAROS  ­  Escola de Supervisores Clínico  Institucionais  da Rede de‐  Atenção Psicossocial, Álcool e Outras Drogas do Norte de Minas Gerais

PE  ­  Escola  de  Formação  de  Supervisores   Clínico Institucionais   –   Recife   e   Região‐  Metropolitana

PI­   Escola   de   Supervisores   Clínico Institucionais   da   Rede   de   Atenção   Psicossocial,‐  Álcool e Outras Drogas do Piauí

RJ  ­ Escola de Supervisores do Estado do Rio De Janeiro: Micropolíticas, Cuidado e Produção de Coletivos em Saúde Mental

RJ ­ Escola de Saúde Mental do Rio de Janeiro (ESAM­SMS Rio­UFRJ)

RN  ­   Projeto  Escola  de  Supervisores   em Redes  de  Saúde  Mental,  Álcool  e  Outras Drogas do Rio Grande do Norte

RS  ­   “Escola   de   Supervisores   Clínico Institucionais   em   Saúde   Mental   e   Rede   de‐  Atenção Psicossocial do Rio Grande Do Sul”

SC  ­  Formação de Supervisores Clínico Institucionais  da Rede de Saúde Mental do‐  Estado de Santa Catarina.

SE ­ Escola Estadual de Supervisores Clínico Institucionais

TO  ­  Escola de Supervisores Clínico Institucionais da Rede de Atenção Psicossocial,‐  Álcool e Outras Drogas do Estado de Tocantins.

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Instrumentos e Ações Estratégias para a Sustentabilidade da Política Nacional de Saúde Mental 

                                Pedro Gabriel Delgado,  Tânia Grigolo,  Karime Porto

Na etapa atual  da Política Nacional  de Saúde Mental,  marcada pela  grande expansão e diversificação da   rede  de  atenção psicossocial,   é   fundamental  assegurar  a  qualidade  do  cuidado,  a consolidação   e   aprofundamento   dos   avanços   alcançados   e   a   sustentabilidade   política   da   Reforma Psiquiátrica Brasileira.

Alguns instrumentos já foram construídos neste percurso e novas ações estratégicas devem ser   pensadas   para   garantir   a   sustentabilidade   dos   dispositivos   implantados   e   fazer   avançar,   sem retrocessos, os âmbitos da política, gestão, qualificação técnica da rede, formação e da produção de conhecimento em saúde mental no SUS.

Neste sentido, há instrumentos importantes e ações estratégicas a serem consolidadas   ou desenvolvidas.

No âmbito da política:– a IV Conferência Nacional de Saúde Mental­ Intersetorial,– articulação com os Movimentos Sociais,– articulação com as instâncias do SUS, como CONASS e CONASEMS,– integração intersetorial,– instalação do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.– além de ações inovadoras de intervenção sobre o imaginário social, na cultura e na “opinião 

pública”.

No âmbito da Gestão:– o Colegiado Nacional de Coordenadores de Saúde Mental,– o GT de usuários e familiares,– e ações estratégicas a serem realizadas,   como o fortalecimento da estrutura de gestão da 

saúde mental no  Ministério da Saúde,  Estados e  Municípios.

No âmbito da qualificação da Rede de Atenção, através da formação e educação permanente: 

– o PET­Saúde Mental, que aproximará Universidades e Serviços.– os   Centros   Regionais   de   Referência   em   Formação   (que   estão   sob   gestão   da   SENAD, 

articulada ao MS) e visam promover a qualificação das ações de cuidado nos problemas relacionados ao álcool e outras drogas,

– o dispositivo de supervisão da rede que tem sido fundamental para o apoio aos profissionais que atuam nos serviços,

– Escolas de Supervisores Clínico­institucionais,– Criação do Cadastro Brasileiro de Supervisores Clínico­Institucionais,– Escolas de Redutores de Danos,– Estratégia de Matriciamento das Ações de Saúde Mental nos Pequenos Municípios.

No âmbito da produção de conhecimento:

– Pesquisas apoiadas pelo Ministério – através do DECIT/CNPq, que buscam articular a saúde mental com o campo da saúde pública com a Universidade brasileira,  na perspectiva de crítica e aperfeiçoamento da política de saúde mental  do SUS

– criação da Rede Brasileira de Pesquisa em Saúde Mental no âmbito da Saúde Pública– criação do Observatório Brasileiro de Saúde Mental e Atenção Básica.

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Saúde Mental no SUS – dezembro de 2010Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras DrogasDAPES/SAS/MSSAF/SUL Edifício Premium trecho 2 lote 05/06, Bloco F Torre II sala 13Brasilia­DF, 70.070­600

Contatos:Fone Geral: (61) 3306.8144Fax (61) 3306­8143/3315­8122

Endereços Eletrônicos:

Coordenador: Pedro Gabriel Godinho [email protected] 

Coordenadora Substituta: Karime da Fonseca Porto [email protected] 

Secretaria: [email protected] Administrativo: [email protected] Agenda/Reuniões/Eventos: [email protected] ; [email protected] Álcool e Outras Drogas: [email protected]   ;   [email protected]   ;   [email protected]   ;   [email protected] Atenção Básica: [email protected][email protected] (cadastramento, incentivo e qualificação):  [email protected][email protected];[email protected] PNASH e PRH: [email protected]   ; giselle.so   [email protected] Rede de Pesquisas em Saúde Mental, Crianças e adolescentes:  [email protected] Brasileira de Pesquisa em Psiquiatria, Saúde Mental e Saúde Pública (com DECIT/MS): [email protected][email protected][email protected]ças e adolescentes: [email protected][email protected] de Volta para Casa:  [email protected][email protected] Serviços Residenciais Terapêuticos: [email protected][email protected] de Formação Permanente:  [email protected] Solidária e Saúde Mental: [email protected]   ; [email protected]   v  .br    Violência/Aspectos Psicossociais: [email protected][email protected]égia de Prevenção ao Suicídio: [email protected] de Convivência e Cultura e outras intervenções culturais: [email protected]úde Mental e Direitos Humanos: [email protected][email protected]ômio Judiciário:  [email protected] Urgência/Emergência, articulação SAMU 192:  [email protected] de Atenção Integral em Hospitais gerais: [email protected]úde Mental em Dados: [email protected]égia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis: [email protected][email protected] Saúde Mental: [email protected] Boletim Saúde Mental no SUS: [email protected]

Consultores/Colaboradores: Ana Pitta,  Maria  Cristina Ventura  Couto, Cristina Loyola,  Décio Castro Alves,  Domingos Sávio, Elizabete Freitas, Fernanda Nicácio, Fernando Kinker, Flávio Resmini, Florianita Campos, Juarez Furtado, Luciano Elia, Madalena Libério, Marcela Lucena,  Marcelo Cruz, Neury Botega, Roberto Tykanori,  Sandra Fagundes,  Tarcísio Andrade,  Tereza Moneratt,  Mirian Gracie  Plena, Elisangela Onofre de Souza, Adriana Caldeira, Políbio Campos.

Comitês e Grupos de Trabalho: Comitê Assessor da Política de Álcool e Outras Drogas; Comitê Assessor para a estratégia de Redução de Danos (CNSM e Departamento de HIV­Aids, Hepatites Virais e Tuberculose);  GT Autismo; GT Demandas de Usuários e Familiares; GT de Prevenção do Suicídio.

Fechamento: 23/12/10

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