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Monografia de Investigação do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária Margarida Maria Ferraz Martins de Almeida Maia Porto, 2019

Saúde oral e seus determinantes numa população …...Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária Monografia

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Monografia de Investigação do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do

Porto

Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um

programa de escovagem diária

Margarida Maria Ferraz Martins de Almeida Maia

Porto, 2019

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Monografia de Investigação do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Autor: Margarida Maria Ferraz Martins de Almeida Maia

Estudante do 5º ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina

Dentária da Universidade do Porto

Endereço de correio eletrónico: [email protected]

Orientadora: Professora Doutora Maria de Lurdes Ferreira Lobo Pereira

Professora Auxiliar da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Endereço de correio eletrónico: [email protected]

I

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Índice Resumo ................................................................................................................................. 1 Abstract ................................................................................................................................ 2 Introdução ............................................................................................................................. 3 Materiais e Métodos .............................................................................................................. 5

População de estudo .......................................................................................................... 5 Desenho do estudo ............................................................................................................ 5 Análise estatística .............................................................................................................. 6 Considerações éticas do estudo .......................................................................................... 6

Resultados............................................................................................................................. 7 Discussão ............................................................................................................................ 15 Conclusão ........................................................................................................................... 19 Bibliografia ......................................................................................................................... 20 Agradecimentos .................................................................................................................. 25 ANEXOS ............................................................................................................................ 26

ANEXO I ........................................................................................................................ 27 Parecer da Orientadora ................................................................................................ 28

ANEXO II....................................................................................................................... 29 Declaração da aluna..................................................................................................... 30

ANEXO III ..................................................................................................................... 31 Parecer da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto ........................................................................................................................... 32

ANEXO IV ..................................................................................................................... 33 Aprovação pela Comissão da Proteção de Dados da Universidade do Porto ................. 34

ANEXO V ...................................................................................................................... 37 Explicação do Estudo ao participante .......................................................................... 38

ANEXO VI ..................................................................................................................... 39 Declaração de Consentimento Informado .................................................................... 40

ANEXO VII .................................................................................................................... 41 Questionário ................................................................................................................ 42

ANEXO VIII................................................................................................................... 48 Ficha de registos .......................................................................................................... 49

ANEXO IX ..................................................................................................................... 50 Cartões entregues às crianças....................................................................................... 51

II

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Índice de tabelas

Tabela I - Caracterização sociodemográfica da amostra........................................................ 7

Tabela II - Caracterização do consumo de bebidas potencialmente cariogénicas .................. 7

Tabela III - Frequência do consumo de bebidas potencialmente cariogénicas ....................... 8

Tabela IV - Momento do consumo de bebidas potencialmente cariogénicas ......................... 9

Tabela V - Caracterização do consumo de alimentos potencialmente cariogénicos ............... 9

Tabela VI - Frequência do consumo de alimentos potencialmente cariogénicos.................. 10

Tabela VII - Momento do consumo de bolos e bolachas..................................................... 10

Tabela VIII - Caracterização dos hábitos bucais ................................................................. 11

Tabela IX - Caracterização das idas ao dentista .................................................................. 11

Tabela X - Caracterização dos hábitos de higiene oral ........................................................ 12

Tabela XI - Caracterização do interesse e conhecimento dos Encarregados de Educação em

relação à saúde oral ............................................................................................................. 13

Tabela XII - Impacto do programa de escovagem no Índice de placa avaliado pelo Índice de

Wilcoxon ............................................................................................................................. 14

III

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Resumo Introdução: Uma boa saúde oral é um aspeto essencial para a saúde geral e bem-estar. A cárie

dentária é uma das doenças mais prevalentes em crianças em todo o mundo, sendo um dos seus

principais fatores de risco uma higiene oral deficiente. A escovagem dentária incorreta pode

levar ao aparecimento desta doença. Assim, a escola poderá ter um papel fundamental na

educação para a saúde oral, já que as doenças orais poderão ser facilmente prevenidas com

corretos hábitos de higiene.

Objetivos: Este trabalho teve como objetivo a caracterização dos hábitos de higiene oral das

crianças do pré́-escolar e dos seus determinantes, assim como a avaliação do efeito de um

programa de escovagem diária na escola no estado de saúde oral (índice de placa bacteriana e

história passada e presente de cárie) nas mesmas.

Materiais e Métodos: Esta investigação foi realizada em crianças com idades entre os 2 a 6

anos, pertencentes ao Centro Escolar de Cabanelas, do Agrupamento de Escolas de Prado. Para

a concretização do estudo existiram dois momentos distintos: o primeiro incluiu uma entrevista

aos Encarregados de Educação, com recurso a um questionário estruturado e aplicado pela

investigadora, e a realização de um exame clínico aos participantes do estudo. Foi introduzida

a escovagem diária na escola, depois do almoço, entre janeiro de 2019 e março de 2019. O

segundo momento consistiu na realização de um novo exame clínico, para avaliação da

repercussão da implementação da escovagem.

Resultados: A amostra apresentou uma percentagem de prevalência de cárie dentária de

51,7%. Verificou-se uma diferença significativa no índice de placa após a implementação da

escovagem, tendo este reduzido de 73,28% para 31,72%.

Conclusões: A implementação da escovagem diária na escola é um método que pode contribuir

positivamente para uma boa saúde oral das crianças.

Palavras-chave: escovagem; cáries; placa bacteriana; saúde oral; higiene oral; programas

escovagem na escola.

1

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Abstract Introduction: A good oral health is an essential aspect of overall health and well-being. Dental

caries is one of the most prevalent disease in children worldwide and one of its greatest risk

factors is a deficient oral hygiene. Incorrect toothbrushing and an inappropriate oral hygiene

may lead to this disease. Thus, schools may play a pivotal role in education towards oral health,

since oral diseases may easily be prevented by appropriate oral hygiene habits.

Objectives: This work aimed to characterize the oral hygiene habits of children in pre-school,

as well as its determinants. Furthermore, it aimed to evaluate the effect of a daily toothbrushing

programme at school in the children’s oral health (dental plaque index and past and present

history of caries).

Materials and Methods: This investigation was carried out in children of ages between 2 and

6 years old, belonging to the Centro Escolar de Cabanelas, Agrupamento de Escolas do Prado.

There were two distinct moments: the first included an interview with the parents/guardians,

with a questionnaire structured and applied by the investigator, and a clinical examination of

the children. Daily toothbrushing at school, after lunch, was implemented from January 2019

to March 2019. The second moment consisted of another clinical examination, in order to

measure the repercussions of this daily toothbrushing programme.

Results: The sample displayed a prevalence of caries of 51.7%. A significant difference was

found in the dental plaque index after the application of the programme. In fact, the dental

plaque index decreased from 73,28% to 31,72%.

Conclusion: The application of daily toothbrushing at school may contribute positively to a

good oral health in children.

Key-words: toothbrushing; caries; dental plaque; oral health; oral hygiene; toothbrushing

programme at school.

2

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Introdução A cárie dentária é uma das doenças mais prevalentes em crianças em todo o mundo (1-4).

Os principais fatores de risco são a dieta rica em carbohidratos fermentáveis, uma

higiene oral insuficiente e a exposição inadequada ao flúor (1, 2, 5-7). Adicionalmente, a literatura

descreve uma forte e consistente relação entre o estado socioeconómico e a prevalência de cárie (2, 6, 8), assim como uma relação entre o aparecimento de cárie e o nível de escolaridade dos pais (6, 9-11). Tem sido referido que níveis superiores de escolaridade dos pais estão associados a uma

maior frequência da escovagem nas crianças (9). Tanto as restrições económicas como a

limitação do acesso à informação e aos profissionais de saúde, por parte dos pais, podem ter

um papel condicionante na saúde oral das crianças (9). É de extrema importância a preservação da dentição primária isenta de cáries para

um normal crescimento da criança durante este período (12). O aparecimento de cáries, com a

eventual perda dentária precoce, poderá acarretar alterações graves no desenvolvimento da

dentição definitiva, podendo desencadear um impacto significativo na saúde física, social e

psicológica da criança (13). A dor e desconforto poderão surgir, fazendo com que as crianças

possuam dificuldades nas atividades diárias, como comer, falar e também dormir. Advirão,

portanto, consequências, como a falta de comparência às aulas devido à privação do sono (2, 6,

9, 13). Naturalmente, as atividades diárias dos pais também sofrerão alterações, com a

necessidade de adaptação a estas adversidades (2).

A infância é, portanto, uma fase crítica, onde podem ser adquiridos hábitos, corretos

ou não, de saúde oral.

Uma higiene oral adequada visa uma remoção eficaz da placa bacteriana e promoção

de uma boa saúde gengival e prevenção de cáries. A adesão à superfície dentária por parte dos

microrganismos constituintes da nossa flora oral, quando em crescimento excessivo, poderá

levar ao desenvolvimento de doença periodontal e cárie dentária (7, 14, 15), daí a necessidade de

um correto controlo da placa bacteriana.

Por conseguinte, existem diversos cuidados a tomar para prevenir o aparecimento

desta doença. Logo após o aparecimento do primeiro dente (aproximadamente entre os 6 e 12

meses de idade), a escovagem deverá ser introduzida (2). A escovagem reduz o impacto do

consumo de açúcares, hábito muito comum na infância, promovendo uma melhoria nos hábitos

de higiene oral (1).

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Os pais deverão estar conscientes das possíveis consequências para o desenvolvimento,

crescimento e qualidade de vida dos seus filhos que uma higiene oral deficiente poderá

provocar. A prevenção começa em casa e com a família, sendo por isso de extrema importância

alertar os pais (2, 7, 9, 13).

As crianças possuem uma enorme aptidão para ouvir e facilidade em adotar

comportamentos que tenham aprendido, sendo ótimos veículos para a divulgação de

informação para as suas famílias (15).

Adicionalmente, a escola poderá ter um papel fundamental na educação para a saúde oral

através da instrução das crianças, já que as doenças orais poderão ser facilmente prevenidas

com corretos hábitos de higiene. É de salientar que, em meios mais desfavorecidos, a escola é

por vezes o único veículo de informação. Os programas para a promoção de saúde oral em

escolas podem ser eficazes no alcance da atenção das crianças (5) . O reforço e repetição da

informação que queremos transmitir é um procedimento essencial para chegar aos alunos.

Assim, a implementação da escovagem diária (comportamento repetitivo) será mais facilmente

adotada, para posteriormente ser inserida na rotina das crianças e dificilmente será esquecida

(15).

Este trabalho teve como objetivo a caracterização dos hábitos de higiene oral das crianças

do pré-escolar e dos seus determinantes, bem como a caracterização do seu estado de saúde

oral (índice de placa bacteriana e história passada e presente de cárie das crianças).

Adicionalmente, foi implementado um programa de escovagem diária na escola, com a

avaliação do seu impacto no índice de placa bacteriana, após um período de dois meses.

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Materiais e Métodos

População de estudo

A população de estudo foram 29 crianças, de ambos os sexos, com idades

compreendidas entre os 2 e os 6 anos, pertencentes ao Centro Escolar de Cabanelas, do

Agrupamento de Escolas de Prado.

Desenho do estudo

O projeto foi desenvolvido num estudo longitudinal, realizado em dois momentos

distintos, com intervalo de dois meses.

Momento 1: Entrevista aos Encarregados de Educação e realização de um exame clínico

aos participantes do estudo.

Foi realizada uma entrevista aos Encarregados de Educação, com recurso a um

questionário (Anexo VII) estruturado e aplicado pela investigadora. No questionário, foram

avaliadas características sociodemográficas, entre as quais o ano de escolaridade da mãe e do

pai, dados pessoais da criança (sexo, nome e data de nascimento), questões relacionadas com

os hábitos alimentares das crianças (frequência e momento de consumo de alimentos com

potencial cariogénico) e hábitos relacionados com a higiene oral (frequência e momento de

escovagem, acompanhamento na escovagem, tipo de escova, forma e momentos de utilização

do dentífrico fluoretado). No que diz respeito à frequência de consumo de alimentos

cariogénicos, definiu-se “Raramente” como apenas nos dias de festa.

O exame clínico foi realizado de acordo com as normas de Organização Mundial de

Saúde (OMS) (16). O diagnóstico de cárie foi realizado através dos critérios do ICDAS II, (17)

e índice de placa foi avaliado através do Índice de Pass (18).

Foi implementada a escovagem diária neste centro escolar, no contexto de sala de aula,

entre janeiro de 2019 e março de 2019. As crianças e as educadoras foram instruídas a escovar

corretamente os dentes. A escovagem era supervisionada e realizada pelas educadoras.

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Momento 2: Realização de um novo exame clínico para avaliação do Índice de Pass.

Neste momento, foi realizada nova observação clínica e foi determinado o Índice de

Pass, de modo a avaliar a repercussão da implementação da escovagem diária no centro

escolar, no contexto de sala de aula, durante aquele período de tempo.

Foi entregue um cartão a cada criança (Vermelho – “Tens algumas cáries! É melhor

ires ao dentista!”; Amarelo – “Se nunca foste ao dentista, está na hora!”; Verde – “Está tudo

bem! Continua sempre assim!”) (Anexo IX), consoante a necessidade que cada criança

apresentou em ir ao Médico Dentista. Estes cartões tiveram como objetivo dar um feedback

aos Encarregados de Educação da observação clínica realizada.

Para além destes dois momentos, foi realizada uma palestra de promoção de saúde oral

para as crianças e para os Encarregados de Educação que assim o desejaram, com instruções

essenciais para adquirir bons hábitos de higiene oral, como por exemplo a importância da

escovagem duas vezes por dia, a utilização de dentífrico fluoretado, a utilização de fio dentário,

entre outros.

Análise estatística

As variáveis categóricas foram descritas através de frequências absolutas e relativas.

Para verificar o impacto da implementação da escovagem nos níveis de placa bacteriana, foi

utilizado o teste não paramétrico de Wilcoxon para comparar o Índice de Pass nos dois

momentos de avaliação. Usou-se um nível de significância de 0,05.

Considerações éticas do estudo

O projeto de investigação foi aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade de

Medicina Dentária da Universidade do Porto (Anexo III) e autorizado pela Comissão da

Proteção de Dados da Universidade do Porto (Anexo IV). Apenas foram incluídas as crianças

cujos pais tenham assinado a Declaração de Consentimento Informado (Anexo VI) para

efetivação da participação no estudo. Foi assegurado o anonimato dos participantes e a

confidencialidade dos dados recolhidos.

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Resultados

Na tabela I, mostram-se os dados sociodemográficos dos participantes. A maioria das

crianças, 65,5 %, era do sexo feminino.

Verificou-se que 11 mães (37,9%) e 15 pais (51,7%) apresentavam uma escolaridade

inferior ao 9ºano.

Em relação ao consumo de bebidas potencialmente cariogénicas (Tabela II), a bebida mais

consumida foi o sumo de frutos, com a percentagem de 58,6% (17), seguida de 51,7% (15) para

refrigerantes não gaseificados e 34,5% (10) para refrigerantes gaseificados.

Tabela II - Caracterização do consumo de bebidas potencialmente cariogénicas (n=29) n % Refrigerantes gaseificados Consome Raramente Não Consome

10 13 6

34,5

44,8 20,7

Refrigerantes não gaseificados Consome Raramente Não Consome

15 10 4

51,7 34,5 13,8

Sumos de frutos Consome Raramente Não Consome

17 8 4

58,6 27,6 13,8

7

Tabela I - Caracterização sociodemográfica da amostra (n=29) n % Sexo Masculino Feminino

10

34,5

19 65,5

Escolaridade Mãe < 9ºano ³ 9ºano

11

37,9

18 62,1 Escolaridade Pai < 9ºano ³ 9ºano

15

51,7

14 48,3

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Relativamente à frequência do consumo de bebidas cariogénicas (Tabela III), observou-

se que a maioria das crianças consumia bebidas potencialmente cariogénicas raramente ou uma a

duas vezes por semana. No sumo de frutos, contudo, 12 crianças (41,4%) consumiam uma a duas

vezes por semana. No que se refere aos refrigerantes não gaseificados, 4 (13,8%) crianças faziam-

no uma vez por dia, e 2 (6,9%) faziam-no duas ou mais vezes por dia. Quanto aos sumos de frutos,

2 (6,9%) crianças consumiam uma vez por dia, e em 3 (10,3%) crianças foi declarado que

consumiam duas ou mais vezes por dia.

Tabela III - Frequência do consumo de bebidas potencialmente cariogénicas (n=29) Refrigerantes gaseificados Não consome Raramente 2 ou mais vezes por dia 1 vez por dia 1 a 2 vezes por semana Refrigerantes não gaseificados Não consome Raramente 2 ou mais vezes por dia 1 vez por dia 1 a 2 vezes por semana Sumos de frutos Não consome Raramente 2 ou mais vezes por dia 1 vez por dia 1 a 2 vezes por semana

n 6

13 1 1 8 4

10 2 4 9 4 8 3 2

12

%

20,7 44,8 3,4 3,4

27,7

13,8 34,5 6,9

13,8 31,0

13,8 27,6 10,3 6,9

41,4

Em relação ao momento de consumo de bebidas potencialmente cariogénicas nos

intervalos das refeições (Tabela IV), 7 (24,1%) crianças consumiam sumos de frutos, 3 (10,3%)

refrigerantes não gaseificados e 4 (13,8%) refrigerantes gaseificados.

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Na Tabela V, mostram-se os resultados referentes ao consumo de alimentos

potencialmente cariogénicos. A maioria das crianças consumia alimentos sólidos. Apenas 2

crianças (6,9%) não consumiam chocolates.

9

Tabela IV - Momento do consumo de bebidas potencialmente cariogénicas (n=29) Refrigerantes gaseificados Não consome Raramente Durante as refeições Intervalo das refeições Refeições e intervalo das refeições Refrigerantes não gaseificados Não consome Raramente Durante as refeições Intervalo das refeições Refeições e intervalo das refeições Sumos de frutos Não consome Raramente Durante as refeições Intervalo das refeições Refeições e intervalo das refeições

n %

6

20,7 13 44,8 6 20,7 4 13,8 0

4 10 10 3 2

4 8 8 7 2

0

13,8 34,5 34,5 10,3 6,9

13,8 27,6 27,6 24,1 6,9

Tabela V - Caracterização do consumo de alimentos potencialmente cariogénicos (n=29) Bolos e bolachas Consome Raramente Não consome Caramelos, Gomas, rebuçados Consome Raramente Não consome Chocolates Consome Raramente Não consome

n

25 4 0

24 5 0

16 11 2

%

86,2 13,8

0

82,8 17,2

0

55,1 37,9 6,9

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

No que diz respeito à frequência de consumo de alimentos potencialmente cariogénicos

(Tabela VI), 11 crianças (37,9%) consumiam chocolate raramente, número igual ao que

respondeu “1 a 2 vezes por semana”. Contudo, nas restantes categorias os valores são

superiores, tendo 18 crianças (62,1%) referido comer guloseimas uma a duas vezes por semana

e 12 (41,4%) referido comer bolos e bolachas todos os dias. Por fim, 4 crianças (13,8%)

comiam bolos e bolachas duas ou mais vezes por dia.

Tabela VI - Frequência do consumo de alimentos potencialmente cariogénicos (n=29) Bolos e bolachas Não consome Raramente 1 vez por dia 2 ou mais vezes por dia 1 a 2 vezes por semana Caramelos, Gomas, rebuçados Não consome Raramente 1 a 2 vezes por semana Mais do que 2 vezes por semana Todos os dias Chocolates Não consome Raramente 1 a 2 vezes por semana Mais do que 2 vezes por semana Todos os dias

n %

0

0 4 13,8 12 41,4 4 13,8 9

31

0 0 5 17,2 18 62,1 5 17,2 1

3,5

2 6,9 11 37,9 11 37,9 5 17,2 0 0

Já no que ao momento do consumo concerne (Tabela VII), 21 crianças (72,4%) fazem-

no durante o intervalo das refeições.

Tabela VII - Momento do consumo de bolos e bolachas (n=29) Bolos e bolachas Não consome Raramente Durante as refeições Intervalo das refeições Refeições e intervalo das refeições

n

%

0 0 4 13,8 2 6,9 21 72,4 2 6,9

10

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Nas questões relacionadas com a caracterização dos hábitos bucais (Tabela VIII),

apurou-se que 58,6% da amostra não possui hábitos bucais. A utilização de chupeta e o hábito

de roer as unhas apresentaram a percentagem de 10,3%.

Tabela VIII - Caracterização dos hábitos bucais (n=29) n % Ausentes 17 58,6 Chupeta 3 10,3 Chuchar o dedo 1 3,4 Roer as unhas 3 10,3 Outros 5 17,2

Na Tabela IX, encontram-se caracterizados os hábitos de saúde oral, nomeadamente na

frequência e motivo de Consulta de Medicina Dentária. Observou-se que 48,3% da amostra

nunca foi ao dentista. Para além disso, das 15 crianças que já foram a uma consulta, 3 (20%)

foram devido a dor.

Tabela IX - Caracterização das idas ao dentista Visitas da criança ao dentista (n=29) Nunca foi ao dentista Só quando precisa No último ano foi uma vez No último ano foi mais do que uma vez Motivo da consulta (n=15) Para ver se está tudo bem (rotina) Dor Outro motivo

n

14 3 6 6

9 3 3

%

48,3 10,3 20,7 20,7

60,0 20,0 20,0

Relativamente aos hábitos de higiene oral (Tabela X), a maioria das crianças (51,7%)

escova os dentes apenas 1 vez por dia, 79,3% não escova depois do jantar e 37,9% não escova

antes de dormir.

Uma percentagem de 44,8% das crianças escova os dentes sempre sozinha, 72,3% começou a

escovar com idades superior aos 12 meses de idade e apenas 31% coloca pasta em quantidade

suficiente para cobrir a escova toda.

11

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Tabela X - Caracterização dos hábitos de higiene oral (n=29)

n % Número de vezes que escova os dentes por dia Não escova todos os dias 1 vez por dia 2 vezes por dia Mais do que 2 vezes por dia Depois do pequeno-almoço Não Sim Depois do almoço Não Sim Depois do jantar Não Sim Antes de dormir Não Sim Ajuda para escovar os dentes Nunca. Ele escova sempre sozinho Ajudo sempre que escova Ajudo ás vezes Ajudo uma vez por dia Tipo de escova Manual Elétrica Meses em que começou a usar escova dos dentes 0-6 6-12 >12 Meses em que começou a usar pasta dos dentes 0-6 6-12 >12 Pasta fluoretada Não respondeu/não sabia Sim

2

6,9

15 51,7 11

1

17 12

22 7

23 6

11 18

13 6 7 3

28 1 1 7

21 1 5

23 9

20

37,9 3,4

58,6 41,4

75,9 24,1

79,3 20,7

37,9 62,1

44,8 20,7 24,1 10,3

96,6 3,4

3,4 24,1 72,3

3,4 17,2 79,3

31 69

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Quantidade de pasta que coloca na escova Suficiente para cobrir toda a escova Quantidade do tamanho de uma ervilha (+/- 1 cm) Quantidade igual ao tamanho da unha do dedo mindinho do seu filho/a

9

13 7

31,0 44,8

24,1

Observou-se que 37,9 % dos Encarregados de Educação não teve acesso a informação

acerca dos cuidados a ter com a higiene oral do seu filho e que 86,2% apresentou interesse em

assistir a uma palestra relacionada com este tema, tendo apenas 4 (13,8%) negado o interesse

(Tabela XI).

Tabela XI - Caracterização do interesse e conhecimento dos Encarregados de Educação em relação à saúde oral (n=29) n % Acesso a informação acerca dos cuidados a ter com a higiene oral do seu filho Não Sim Interesse numa palestra relacionada com este assunto Não Sim

11 18

37,9 62,1

4 25

13,8 86,2

Na tabela XII, mostram-se os resultados relativos aos valores medianos do Índice de

Pass antes e depois da implementação do programa de escovagem.

Observou-se uma diferença significativa no índice de placa após a implementação da

escovagem. A mediana do Índice de Pass baixou significativamente de 73,28% para 31,72%

após a implementação da escovagem depois do almoço.

13

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Tabela XII - Impacto do programa de escovagem no índice de placa avaliado pelo Índice de Wilcoxon n Mínimo Máximo Média Z p

Índice de Pass pré intervenção

29 20 100 73,28

-4,707

< 0,005

Índice de Pass pós intervenção

29

5 70 31,72

No nosso estudo, a prevalência de cárie observada foi de 51, 7%, isto é, a maioria das

crianças observadas apresentava pelo menos um dente cariado.

14

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Discussão

A cárie precoce de infância é uma doença infeciosa muito comum na idade pré-escolar,

podendo ser prevenida logo a partir dos primeiros anos de vida (6, 19-21). Consiste na

desmineralização dos tecidos duros da peça dentária, existindo uma interação complexa entre

diversos fatores: flora autóctone da cavidade oral, indivíduo/dente suscetível, bactérias

cariogénicas e substrato (20, 22). O desenvolvimento da cárie reflete a atividade metabólica da

placa bacteriana devido ao desequilíbrio originado pela dieta rica em hidratos de carbono, como

os doces, gomas, bolos, chocolates, e a presença de bactérias cariogénicas. Deste modo, há

decomposição dos alimentos por parte das bactérias, e subsequente formação de ácidos,

provocando uma descida acentuada do pH da placa bacteriana e originando a dissolução da

superfície mineral dentária e aparecimento da lesão de cárie (20, 21, 23). Este estudo demonstrou

uma prevalência de cárie na amostra de 51,7%, tendo mais de metade das crianças pelo menos

um dente cariado.

Uma escovagem dentária incorreta e uma higiene oral inapropriada podem levar ao

aparecimento desta doença. A escovagem é uma ação mecânica simples e eficaz na remoção

mecânica e desagregação da placa bacteriana, prevenindo a cárie dentária e a doença

periodontal (7, 24) . Deste modo, um comportamento e hábito a adquirir desde cedo é esta ação

mecânica pelo menos duas vezes por dia, durante dois minutos (6, 7, 9, 13).

No presente estudo, pudemos averiguar que 51,7% da amostra escova apenas uma vez

por dia e uma pequena percentagem não escova todos os dias. Uma percentagem considerável,

mais de um terço da amostra, não escova antes de dormir. É referido, na literatura, que uma

das escovagens deve ser obrigatoriamente realizada antes de dormir (21, 25). Até aos 7 anos, a

criança deverá sempre usufruir do auxílio e supervisão dos pais para a obtenção de uma correta

escovagem (2, 6, 7) . Neste estudo, uma percentagem elevada escova os dentes sempre sozinha,

e, para além disso, a maioria começa a escovar os dentes muito tarde, acima dos 12 meses de

idade. A escovagem deverá ser introduzida logo após o aparecimento do primeiro dente

temporário, quer com uma escova macia ou com uma gaze (19). Uma percentagem de 31% da

amostra coloca pasta dentífrica em excesso, o suficiente para cobrir a escova toda. O excesso

de flúor poderá levar ao aparecimento de fluorose dentária, pelo que é importante colocar as

quantidades recomendadas (26).

15

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

A quantidade de dentífrico fluoretado (1000-1500 ppm) deverá ser semelhante ao tamanho da

unha do 5ºdedo da criança ou de uma ervilha (27, 28).

A utilização de flúor em concentração adequada e de uma forma regular é responsável

por um menor desenvolvimento de novas cáries dentárias (25, 28).

Para que possa ocorrer uma diminuição da incidência de cárie, a promoção de saúde

oral pode ter um papel fundamental. Programas comunitários de promoção de saúde oral são

uma mais valia nas creches e jardins de infância, não só para os educadores, como também

para os pais e crianças (19, 21, 23, 29). Vários estudos revelaram a importância da realização de

procedimentos interativos e interventivos nas escolas (8, 9, 15, 19). As crianças devem ser educadas

acerca dos seus dentes, da importância da escovagem e das possíveis consequências

decorrentes de uma higiene oral deficiente. Por sua vez, nas escolas, as educadoras devem ser

instruídas de modo a transmitirem bons hábitos de higiene aos seus alunos. Os pais também

necessitam de ser informados sobre os corretos métodos de escovagem e procedimentos

preventivos a ter com os seus filhos (19) . O fornecimento precoce de informação a todos os

prestadores de cuidados sobre as crianças é um fator importante para o controlo de

comportamentos negativos associados à saúde oral (21) .

A aquisição de hábitos e comportamentos saudáveis deve ser introduzido, desde cedo

na infância. A prevenção começa em casa, com a família (2, 9). São os hábitos estabelecidos

precocemente que prevalecem, pois ficam facilmente memorizados no intelecto da criança, o

que ajudará à adoção permanente de bons métodos de higiene oral ao longo da vida, através da

sua aptidão para ouvir e aprender (15, 24).

Esta investigação demonstrou uma redução significativa no índice de placa através da

implementação da escovagem diária, após o almoço. Este resultado, apesar da reduzida amostra

e consequente parca validade externa, cimenta a importância da escovagem dentária diária na

vida das crianças e a repercussão positiva que pode ter na sua saúde oral. A escovagem diária

na escola, por vezes a única por dia, poderá ter efeitos muito positivos na saúde oral destas

crianças. A desorganização da placa, mesmo que realizada uma vez por dia, poderá ser

vantajosa para a diminuição da prevalência de cárie dentária. A escola poderá ter um papel

fundamental na educação para a saúde oral das crianças que não possuem práticas adequadas

em casa (29-31).

16

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Um nível de escolaridade dos pais reduzido também poderá ter consequências na saúde

oral das crianças (11).

Neste estudo, verificou-se que uma elevada percentagem de pais possuía escolaridade inferior

ao 9ºano, podendo ser considerado um nível de escolaridade relativamente baixo, uma vez que

não possuíam a escolaridade mínima obrigatória (32). A literatura afirma que o nível de

instrução dos pais é determinante para o aparecimento de cárie dentária. Níveis de instrução

mais baixos apresentam uma maior prevalência e gravidade de cárie dentária (6, 9-11).

Apenas uma baixa percentagem de Encarregados de Educação afirmou ter tido acesso

a informação acerca dos cuidados a ter com a higiene oral dos seus filhos. Este facto poderá

estar relacionado com a baixa frequência de ida ao Médico Dentista.

Vários estudos recomendam que a primeira consulta de medicina dentária deverá

ocorrer após o aparecimento do primeiro dente decíduo, durante o primeiro ano de vida (19, 33).

Na amostra estudada, verificou-se que aproximadamente metade das crianças nunca foi ao

dentista e que uma pequena percentagem compareceu na consulta devido a dor de dentes. A

primeira observação da cavidade oral é fundamental, tanto para a criança, como para os seus

cuidadores. As consultas de medicina dentária precoces são essenciais, tendo como justificação

a prevenção de cáries precoces de infância, a deteção de lesões incipientes de cárie em estadios

iniciais, a avaliação do crescimento dentário e craniofacial, entre outros. Os pais terão espaço

para fazer questões e tirar dúvidas. Ao longo da consulta, a criança poderá ambientar-se e o

seu comportamento no decorrer da consulta influenciará o seu comportamento nas consultas

seguintes (34). Deste modo, se a criança for ao médico dentista desde cedo, provavelmente não

irá apenas por motivo de dor. No decorrer da consulta, poderão ainda ser transmitidas

informações acerca dos hábitos de higiene oral apropriados e eficazes a adotar, como a dieta

equilibrada e o uso de flúor (28, 34).

Um outro fator determinante da cárie precoce de infância é a dieta. É necessária uma

escolha adequada e equilibrada dos alimentos para a prevenção desta doença. A ingestão de

uma dieta rica em açúcar é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento da cárie

dentária (1, 35, 36). O consumo crónico e prolongado de alimentos e bebidas açucaradas alimenta

incessantemente a formação de placa bacteriana.

17

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Vários fatores são considerados relativamente à dieta cariogénica de um indivíduo: a

quantidade de ingestão de açucares, a frequência e momento de ingestão, o tipo de substrato e

a consistência (21, 25, 35). O consumo elevado de alimentos pegajosos como as gomas, bolachas,

caramelos é considerado mais cariogénico do que os alimentos mais duros e menos pegajosos (21, 37, 38).

A percentagem de consumo de sumos de frutos foi muito elevada, sendo um fator

relevante para o desenvolvimento de cáries, pois muitos destes sumos têm açucares

adicionados (21, 23, 39). Uma percentagem de 20,7% das crianças consome refrigerantes não

gaseificados uma ou mais vezes por dia, 41,4% das crianças consome bolos e bolachas uma

vez por dia e 62,1% caramelos, gomas e rebuçados uma a duas vezes por semana.

Esta frequência elevada de consumo faz com que o pH da cavidade oral esteja continuamente

a descer abaixo do pH crítico (21, 40). Para além disso, verificou-se uma percentagem

considerável de consumo de bebidas e alimentos potencialmente cariogénicos nos intervalos

das refeições. Isto faz com que os períodos de desmineralização se tornem cada vez mais

frequentes e os períodos de remineralização não se realizem em quantidade suficiente para

compensar a perda de superfície dentária (21, 37, 38) .

Este estudo apresenta algumas limitações, nomeadamente o facto de a informação ter

sido recolhida pelo método de questionário, podendo estas não refletir a realidade das atitudes

dos participantes. Apesar de ser um estudo longitudinal, seria desejável observar os

participantes após períodos mais prolongados, para tentar perceber o impacto da

implementação da escovagem em outros parâmetros clínicos para além do índice de placa,

nomeadamente na prevalência da cárie dentária.

18

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Conclusão Através dos resultados obtidos, pudemos concluir que a escovagem diária foi eficaz na

redução do índice de placa. Apesar das limitações deste estudo, parece ser possível concluir

que a implementação da escovagem diária na escola é uma mais valia para a saúde oral destas

crianças, uma vez que reduz significativamente a placa bacteriana.

19

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Agradecimentos

À minha orientadora, Professora Maria de Lurdes, por toda a paciência, por todo o

apoio e por ter acreditado sempre em mim durante a realização deste trabalho.

Aos meus professores, que durante estes anos foram uma fonte de sabedoria para mim.

Aos colegas que me fizeram sorrir nos dias bons e dias maus, e um especial obrigada à

minha binómia Ju, pela forte amizade que fomos construindo ao longo destes anos.

Aos meu pais, pelos valores que me transmitiram e por serem sempre uma fonte de

confiança e segurança para mim. O seu apoio incondicional foi fundamental.

Aos meus irmãos Francisco, Luís e Zé, por serem os melhores do mundo e por serem

um exemplo para mim.

À Titia e Vovó Lu, por serem uma fonte de amor para mim no Paraíso.

Ao meu namorado Henrique, por todo o seu amor, carinho e compreensão, e por ter

estado sempre ao meu lado. Sem ele não seria possível.

Aos Gen e amigos, por estarem sempre presentes na minha vida.

25

“Se tentares viver de amor, perceberás

que, aqui na terra, convém fazeres a tua

parte. A outra, não sabes nunca se virá, e

não é necessário que venha. Por vezes,

ficarás desiludido, porém jamais perderás

a coragem, se te convenceres de que no

amor, o que vale é amar”

Chiara Lubich

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ANEXOS

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

ANEXO I Parecer da Orientadora

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ANEXO II Declaração da aluna

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ANEXO III Parecer da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina Dentária da

Universidade do Porto

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32

Pt)iit )FACULDM)E DEMLX2ttNA DENTAF1IAUN DADt 00 0F1TQ

Exma Senhora

Margarida Maria Ferraz Martins de Almeida Maia

Faculdade de Medicina Dentária da U. Porto

CD)122 FEV2

(CC à Orientadora Sra. Prof. Doutora Maria de Lurdes Pereira)

Assunto: Parecer relativamente ao Projeto de Investigação n 19/2018.(Saúde Oral e seus determinantes numa população pré-escolar - implementaçãode um programa de escovagem diária).

Informo V. Exa. que o projeto supracitado foi analisado na reunião da Comissão de Ética para a

Saúde, da FMDUP, no dia 1 de fevereiro de 2019.

A Comissão de Ética é favorável à realização do projeto tal como apresentado.

Subject: Recommendation on the research project n° 19/20 18.(Saúde Oral e seus determinantes numa população pré-escolar - implementação deum programa de escovagem diária).

1 hereby inform that the aforementioned project was analyzed on 1 st february, 2019 by the EthicsCommittee for Health ofthe Faculty of Dental Medicine,

The Ethics Committee is favourable to the project execution.

Com os melhores cumprimentos,

A Presidente da Comissão de Ética para a Saúde, da FMDUP

Prof. Doutora Inês Alexandra Costa Morais Catdas

RUA DA. MANUEL PEREIRA DA SILVA, 42D0-392 PORTO - PORTUGAL

TELEFONE: +351 2209011 00; FOJE: +3510901101;www.fOJd+p.pt

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ANEXO IV Aprovação pela Comissão da Proteção de Dados da Universidade do

Porto

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ANEXO V Explicação do Estudo ao participante

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação

de um programa de escovagem diária

Explicação do Estudo

Eu, Margarida Maria Ferraz Martins de Almeida Maia, estudante da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, estou a desenvolver um estudo que consiste na avaliação do impacto da implementação da escovagem diária em ambiente de sala de aula nos níveis de higiene oral das crianças do pré-escolar.

Adicionalmente, pretende-se caracterizar a saúde oral e os hábitos de higiene oral relacionados, em crianças com idades compreendidas entre os 2 e 6 anos do Centro Escolar de Cabanelas, pertencente ao Agrupamento de Escolas de Prado.

Para atingir os objetivos, será realizado um questionário em que se pretende avaliar as características sociodemográficas dos participantes e os hábitos relacionados com a saúde oral. A cada criança será realizado um exame oral onde serão avaliados o índice de placa bacteriana (verificar a existência de acumulação de bactérias sobre a superfície dentária) e a prevalência de cáries. Existe ainda a possibilidade de realização de um terceiro momento de recolha de dados, sensivelmente um ano após a primeira recolha, para efeitos de avaliação do sucesso do programa.

Este trabalho não acarretará qualquer risco e o possível desconforto será o associado ao preenchimento de um questionário e à realização de um exame oral.

Durante a realização deste estudo, serão consideradas as regras éticas, nomeadamente quanto ao tratamento e armazenamento de dados, sendo garantida a confidencialidade de toda a informação.

Todos os participantes têm tempo para refletir sobre o pedido e a liberdade para escolher se aceitam ou não participar.

Caso queira entrar em contacto com a investigadora, pode fazê-lo através do email [email protected] ou pelo número 965746485.

Em caso de dúvidas relacionadas com tratamento de dados pessoais poderá contactar a Encarregada de Proteção de Dados da Universidade do Porto – [email protected].

Agradeço, desde já, a sua atenção e a sua valiosa colaboração.

Atenciosamente, Margarida Maria Ferraz Martins de Almeida Maia

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

ANEXO VI Declaração de Consentimento Informado

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Consentimento

______________________________________________________________ (nome

completo), pai, mãe ou responsável pelo paciente

______________________________________________ ________________ (nome

completo), compreendi a explicação que me foi fornecida, por escrito e verbalmente, acerca da

investigação conduzida pela estudante Margarida Maria Ferraz Martins de Almeida Maia na

Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, para a qual é pedida a minha

participação.

Tomei conhecimento de que, de acordo com as recomendações da Declaração de Helsínquia,

a informação que me foi prestada versou os objetivos, os métodos, os benefícios previstos, os

riscos potencias e o eventual desconforto. Além disso, foi-me afirmado que tenho o direito de

decidir livremente aceitar ou recusar a todo o tempo a participação no estudo. Sei que posso

abandonar o estudo e que não terei que sofrer qualquer penalização, nem quaisquer despesas

pela participação no mesmo.

Foi-me dado todo o tempo de que necessitei para refletir sobre esta proposta de participação.

Nestas circunstâncias:

£ consinto que o/a meu/minha filho(a) participe neste projeto de investigação, tal como me foi apresentado pela investigadora responsável;

£ autorizo ser contactado em caso de eventual realização de um terceiro momento de recolha de dados;

£ autorizo que os dados deste estudo sejam utilizados para outros trabalhos científicos, desde que irreversivelmente anonimizados.

Data __/__/____ Assinatura do paciente/responsável pelo paciente _________________________________________

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

ANEXO VII Questionário

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Assinale com um X a opção correta nos espaços correspondentes. Questões relacionadas com os dados sociodemográficos dos pais da criança participante:

1. Ano de escolaridade da mãe:

2. Ano de escolaridade do pai:

3. Dados pessoais da criança:

Sexo:

☐1 Masculino

☐2 Feminino

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1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Ensino Superior

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º

1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Ensino Superior

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º

Caro Encarregado de Educação, Este questionário tem como objetivo a avaliação da saúde oral no pré-escolar, no Centro Escolar de Cabanelas, pertencente ao Agrupamento de Escolas de Prado, tendo por base a integração num projeto de dissertação de mestrado, no qual o seu educando será participante. Destina-se a conhecer alguns dos fatores que, de algum modo, poderão estar relacionados com a saúde oral das crianças e a caracterizar os conhecimentos dos pais sobre as atitudes relacionadas com a higiene oral dos seus filhos. Será efetuada uma avaliação clínica com o objetivo de avaliar o índice de placa bacteriana (verificar a existência de acumulação de bactérias sobre a superfície dentária) e a prevalência de cáries. O tempo estimado de resposta ao questionário é de aproximadamente 15 minutos. A participação no estudo é voluntária e toda informação fornecida é confidencial.

Agradeço a sua disponibilidade e colaboração.

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Nome da criança:

Data de nascimento: __/__/___

Questões relacionadas com os hábitos alimentares do seu filho/a:

1. Refrigerantes gaseificados (Coca-cola, Fanta, Guaraná ou outros...)

☐1 Consome

☐2 Não consome

☐3 Raramente (apenas nos dias de festa)

Se colocou uma cruz em “Consome” na questão anterior, por favor, continue a responder:

2. Refrigerantes não gaseificados (Ice Tea ou outros...)

☐1 Consome

☐2 Não consome

☐3 Raramente (apenas nos dias de festa)

Se colocou uma cruz em “Consome” na questão anterior, por favor, continue a responder:

43

1 vez por dia 2 ou mais vezes por dia 1 a 2 vezes por semana

Durante as refeições Durante as refeições Durante as refeições

Intervalo das refeições Intervalo das refeições Intervalo das refeições

Refeições e intervalo das refeições Refeições e intervalo das refeições

1 vez por dia 2 ou mais vezes por dia 1 a 2 vezes por semana

Durante as refeições Durante as refeições Durante as refeições

Intervalo das refeições Intervalo das refeições Intervalo das refeições

Refeições e intervalo das refeições Refeições e intervalo das refeições

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

3. Sumos de frutos (Naturais ou Néctares ou outros ...)

☐1 Consome

☐2 Não consome

☐3 Raramente (apenas nos dias de festa)

Se colocou uma cruz em “Consome” na questão anterior, por favor, continue a responder:

4. Alimentos açucarados (bolachas, bolos ou outros ...)

☐1 Consome

☐2 Não consome

☐3 Raramente (apenas nos dias de festa)

Se colocou uma cruz em “Consome” na questão anterior, por favor, continue a responder:

5. Guloseimas (caramelos, gomas, rebuçados...)

☐1 Não consome

☐2 Raramente (apenas nos dias de festa)

☐3 1 a 2 vezes por semana

☐4 Mais do que 2 vezes por semana

☐5 Todos os dias

44

1 vez por dia 2 ou mais vezes por dia 1 a 2 vezes por semana

Durante as refeições Durante as refeições Durante as refeições

Intervalo das refeições Intervalo das refeições Intervalo das refeições

Refeições e intervalo das refeições Refeições e intervalo das refeições

1 vez por dia 2 ou mais vezes por dia 1 a 2 vezes por semana

Durante as refeições Durante as refeições Durante as refeições

Intervalo das refeições Intervalo das refeições Intervalo das refeições

Refeições e intervalo das refeições Refeições e intervalo das refeições

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6. Chocolates

☐1 Não consome

☐2 Raramente (apenas nos dias de festa)

☐3 1 a 2 vezes por semana

☐4 Mais do que 2 vezes por semana

☐5 Todos os dias

Questões relacionadas com os hábitos bucais do seu filho/a: 0-Ausentes 4-Morder o lábio 1-Chupeta 5-Outros 2-Chuchar o dedo 3-Roer as unhas

Questões relacionadas com as idas ao dentista:

Visitas da criança ao dentista:

☐1 Nunca foi ao dentista

☐2 Só quando precisa

☐3 Há mais de um ano

☐4 No último ano foi uma vez

☐5 No último ano foi mais do que uma vez Motivo da consulta:

☐1 Para ver se está tudo bem (rotina)

☐2 Dor

☐3 Aparelho para correção dentária

☐4 Outro motivo

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Questões relacionadas com os hábitos de saúde oral do seu filho/a:

Quantas vezes o seu filho/a escova os dentes por dia?

☐1 Não escova todos os dias

☐2 1 vez por dia

☐3 2 vezes por dia

☐4 Mais do que 2 vezes por dia

É habitual o seu filho/a ter a sua ajuda para escovar os dentes?

☐1 Nunca. Ele escova sempre sozinho

☐2 Ajudo sempre que escova

☐3 Ajudo às vezes

☐4 Ajudo uma vez por dia

Quando efetua a escovagem? (Pode escolher mais do que uma opção)

☐1 Depois do pequeno-almoço

☐2 Depois do almoço

☐3 Depois do jantar

☐4 Antes de dormir

Que tipo de escova usa?

☐1 Nenhuma

☐2 Manual

☐3 Elétrica

☐4 Outra

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Saúde oral e seus determinantes numa população pré-escolar – Implementação de um programa de escovagem diária

Com que idade o seu filho/a começou a escovar os dentes? Aos ________anos Aos ________meses

Com que idade o seu filho/a começou a usar pasta dos dentes? Indique a idade:____________

Que pasta dentífrica costuma usar? Marca: ___________ Idade indicada na embalagem: ____

Qual a quantidade de pasta que coloca na escova? ☐1 Suficiente para cobrir toda a escova

☐2 Quantidade do tamanho de uma ervilha (+/- 1 cm)

☐3 Quantidade igual ao tamanho da unha do dedo mindinho do seu filho/a

Já alguma vez foi informado acerca dos cuidados a ter com a higiene oral do seu filho/a? ☐1 Sim

☐2 Não Estaria interessado numa palestra relacionada com este assunto? ☐1 Sim

☐2 Não

Muito obrigada pela sua disponibilidade e colaboração!

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ANEXO VIII Ficha de registos

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ANEXO IX Cartões entregues às crianças

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Tens algumas cáries! É melhor ires ao dentista!

Se nunca foste ao dentista, está na hora!

Está tudo bem! Continua sempre assim!