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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral 1 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo FMDUL I INTRODUÇÃO 1. Definição de paralisia cerebral A Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de perturbações do movimento e da postura, que limitam a atividade, sendo atribuídas a distúrbios não progressivos que ocorrem no cérebro imaturo e em desenvolvimento. Os distúrbios motores são frequentemente acompanhados por alterações na sensação, cognitivas, na comunicação, na perceção, e/ou no comportamento, e/ou por convulsões (Bax e col., 2005). Nesta doença existe um enorme espetro de gravidade (Reddihough e Collins, 2003). Assim, alguns indivíduos podem ter perturbações ligeiras, quase impercetíveis, enquanto outros podem ter uma grave incapacidade, sendo totalmente dependentes nas rotinas diárias da vida quotidiana. 2. Alguns dados epidemiológicos sobre a paralisia cerebral A prevalência da PC, segundo alguns dados da Austrália, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos da América, varia entre 1,0 e 3,0 por cada 1000 nados vivos (Russel e Kinirons, 1992; Reddihough e Collins, 2003; Carvalho e col., 2011; Jackson e col., 2011). As classes sociais mais altas e o sexo masculino, numa proporção 1,4:1 são os mais afetados (Russel e Kinirons, 1992; Rodrigues dos Santos e col., 2003). Nos países subdesenvolvidos, a prevalência é semelhante e, em alguns casos, até inferior (Dougherty, 2009). Em Portugal, dados disponíveis dos Censos de 2001, do Instituto Nacional de Estatística, revelaram que a população portadora de deficiência correspondia a 6,1% da população, contribuindo a PC para 0,1% desses casos (INE, 2002). Alguns investigadores defendem que, devido aos melhores cuidados de saúde e, consequentemente, com a diminuição das taxas de mortalidade perinatal e neonatal, bem como pelo aumento da incidência de partos múltiplos, de baixo peso à nascença e de nascimentos prematuros, as taxas de incidência da PC não têm diminuído (Reddihough e Collins, 2003; Rodrigues dos Santos e col, 2003; Dougherty, 2009). Por outro lado, com a melhoria nos cuidados de saúde nas últimas décadas e na população em geral, a esperança média de vida sofreu um aumento significativo. No caso específico dos doentes com PC este aumento também se verifica.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

1 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

I – INTRODUÇÃO

1. Definição de paralisia cerebral

A Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de perturbações do movimento e

da postura, que limitam a atividade, sendo atribuídas a distúrbios não progressivos que

ocorrem no cérebro imaturo e em desenvolvimento. Os distúrbios motores são

frequentemente acompanhados por alterações na sensação, cognitivas, na comunicação,

na perceção, e/ou no comportamento, e/ou por convulsões (Bax e col., 2005).

Nesta doença existe um enorme espetro de gravidade (Reddihough e Collins,

2003). Assim, alguns indivíduos podem ter perturbações ligeiras, quase impercetíveis,

enquanto outros podem ter uma grave incapacidade, sendo totalmente dependentes nas

rotinas diárias da vida quotidiana.

2. Alguns dados epidemiológicos sobre a paralisia cerebral

A prevalência da PC, segundo alguns dados da Austrália, Suécia, Reino Unido e

Estados Unidos da América, varia entre 1,0 e 3,0 por cada 1000 nados vivos (Russel e

Kinirons, 1992; Reddihough e Collins, 2003; Carvalho e col., 2011; Jackson e col.,

2011). As classes sociais mais altas e o sexo masculino, numa proporção 1,4:1 são os

mais afetados (Russel e Kinirons, 1992; Rodrigues dos Santos e col., 2003). Nos países

subdesenvolvidos, a prevalência é semelhante e, em alguns casos, até inferior

(Dougherty, 2009). Em Portugal, dados disponíveis dos Censos de 2001, do Instituto

Nacional de Estatística, revelaram que a população portadora de deficiência

correspondia a 6,1% da população, contribuindo a PC para 0,1% desses casos (INE,

2002).

Alguns investigadores defendem que, devido aos melhores cuidados de saúde e,

consequentemente, com a diminuição das taxas de mortalidade perinatal e neonatal,

bem como pelo aumento da incidência de partos múltiplos, de baixo peso à nascença e

de nascimentos prematuros, as taxas de incidência da PC não têm diminuído

(Reddihough e Collins, 2003; Rodrigues dos Santos e col, 2003; Dougherty, 2009).

Por outro lado, com a melhoria nos cuidados de saúde nas últimas décadas e na

população em geral, a esperança média de vida sofreu um aumento significativo. No

caso específico dos doentes com PC este aumento também se verifica.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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Aproximadamente 85% a 93% das crianças com PC chegam à idade adulta (Hennequin

e col., 2000; Dougherty, 2009; Santos e col., 2010).

3. Etiologia e fatores de risco da paralisia cerebral

A etiologia da PC pode ter origem no período pré-natal, peri-natal ou pós-natal.

Em 75% dos casos, as causas estão relacionadas com o desenvolvimento intra-uterino,

por exposição a tóxicos, infeções ou alterações congénitas. No momento e após o

nascimento as principais causas são asfixia, partos prematuros e recém-nascidos com

baixo peso, traumatismos cranianos e sequelas de infeções. Contudo, em mais de 30%

dos casos, a etiologia e os fatores de risco não são completamente conhecidos

(Reddihough e Collins, 2003; Rosenbaum, 2003; Jones e col., 2007).

4. Classificação da paralisia cerebral

O tipo de alterações motoras encontradas associa-se a uma

anomalia/lesão/alteração em determinada área do cérebro e, assim, a PC pode ser

classificada em espástica, atetósica e atáxica (Rethlefsen e col., 2010).

O tipo espástica (PCE) decorre de uma lesão no córtex cerebral e é o mais

comum, contribuindo para 70% a 80% dos casos. Caracteriza-se por um tónus muscular

aumentado, com capacidade limitada de relaxamento muscular e deficiência cognitiva

em aproximadamente 30% dos indivíduos (Jones e col., 2007; Thorogood e Alexander,

2007). De acordo com as partes do corpo afetadas, a PCE pode ainda ser subclassificada

em tetraplégica, diplégica, hemiplégica e paraplégica (Jones e col., 2007; Dougherty,

2009). A PCE tetraplégica atinge todas as extremidades, bem como o tronco e a

musculatura oral, na PCE diplégica são afetadas partes correspondentes de ambos os

lados do corpo, frequentemente, ambos os membros inferiores. Na PCE hemiplégica,

são atingidos os membros superior e inferior do mesmo lado do corpo e na PCE

paraplégica só uma parte do corpo (perna ou braço ou tronco) está afetada. Por ordem

decrescente, a PCE diplégica representa 30 a 40% dos casos, a hemiplégica 20 a 30%, a

tetraplégica 10 a 15% e a paraplégica é rara.

A PC atetósica resulta de uma lesão nos gânglios basais e extrapiramidais, do

cérebro, sendo observada em 10 a 15% dos casos. Os movimentos descoordenados e

involuntários da face e das extremidades do corpo dominam o quadro clínico.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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Representando 5% dos casos, a PC atáxica manifesta-se por perturbações da

coordenação, postura e equilíbrio, decorrentes de uma lesão no centro do equilíbrio, o

cerebelo (Jones e col., 2007; Thorogood e Alexander, 2007; Dougherty, 2009).

5. Diagnóstico de paralisia cerebral

O diagnóstico de PC não é linear e não se baseia no aparecimento específico de

determinado sintoma. Suspeita-se de PC, após se ter excluído outro tipo de patologias,

por exemplo, anomalias cromossómicas, e quando há um agrupamento de sintomas e

padrões de movimento anormais. Normalmente há uma perturbação do movimento e da

postura de origem central e perturbações motoras. É também definida como uma doença

não progressiva, ou seja, o indivíduo não perde as competências adquiridas (Russman e

Ashwal, 2004; Jones, 2007).

6. Complicações associadas à paralisia cerebral

Apesar da PC se definir como uma patologia motora, 30 a 50% dos pacientes

apresenta défice cognitivo. Na literatura estão ainda descritas outras condições clínicas

subjacentes ao paciente com PC, nomeadamente, a presença de escoliose, luxação da

anca, perturbações visuais e auditivas, epilepsia, refluxo gastro esofágico, disfagia ou

afagia, malnutrição/atraso no desenvolvimento (Rosenbaum, 2003; Russman e Ashwal,

2004). Os problemas gastrointestinais, designadamente, disfagia, refluxo gastro

esofágico, gastrite, aspiração crónica pulmonar e obstipação, são os mais comuns,

encontrando-se em cerca de 90% destes indivíduos (Jones e col., 2007; Dougherty,

2009). Pacientes com afagia ou história de aspiração crónica pulmonar podem necessitar

ser alimentados através de um tubo nasogástrico, oroesofágico ou gástrico (Reilly e col.,

1996; Jones e col., 2007; Dougherty, 2009).

Os problemas neuromusculares, o défice cognitivo e outras condições clínicas

associadas podem dificultar o desempenho, a deteção e a memorização de atividades da

rotina diária, tais como, andar, tomar banho, vestir, escovar os dentes, comer e

conversar (Huang e col, 2010). Pelo exposto, muitos destes pacientes dependem dos

prestadores de cuidados para a realização das tarefas da sua rotina diária, incluindo as

rotinas de prevenção das doenças orais.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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7. A saúde oral no paciente com paralisia cerebral

As complicações acima abordadas parecem afetar, de forma significativa, a

saúde oral, nomeadamente, induzir alterações nas estruturas da região orofacial,

desenvolvimento de hábitos parafuncionais, problemas de alimentação e dificuldades na

manutenção da higiene oral (Ortega e col., 2007; Dougherty, 2009; Du e col., 2010). Os

movimentos descoordenados e involuntários, a presença de reflexos orais patológicos

(como morder e vomitar) e a incapacidade de manuseamento da escova de dentes

podem também contribuir para uma fraca higiene oral destes pacientes (Rodrigues dos

Santos e col, 2003; Ortega e col., 2007; Dougherty, 2009).

Na literatura há informações contraditórias sobre a incidência das doenças orais

nos doentes com PC (Rodrigues dos Santos e col., 2003). Alguns estudos referem que

estes pacientes apresentam um número elevado de dentes cariados, um baixo número de

dentes restaurados e/ou baixa qualidade das restaurações e inflamação periodontal grave

(Huang e col., 2010). Pelo contrário, Nielsen, em 1990, indica que o número de lesões

de cárie num doente com PC é semelhante ao da população em geral, no entanto, estes

pacientes têm um maior número de lesões não tratadas e um maior número de dentes

extraídos, indicativo das dificuldades de tratamento dos doentes com necessidades

especiais. Este último estudo afirmou ainda que, as estratégias preventivas, como a

instrução e motivação para a higiene oral, direcionada aos prestadores de cuidados, e a

exposição ao flúor, dos pacientes com PC, contribuíram para a um melhor nível de

saúde oral.

Os pacientes com PC podem apresentar maior incidência de doenças

periodontais e lesões de cárie devido à dificuldade no controlo de placa bacteriana,

consistência da dieta, maior consumo de alimentos e/ou bebidas açucaradas, medicação

açucarada e xerostomizante, deficiente tónus muscular facial, pouco controlo dos lábios

e língua, dificuldades na mastigação e deglutição (Santos e col., 2009). Estes têm

também maior probabilidade de ser respiradores bucais, bem como ter maloclusões

(Rodrigues do Santos e col., 2003; Dougherty, 2009; Carvalho e col., 2011).

O tipo de PC parece não estar relacionado com a frequência de escovagem nem

com os valores do índice de CPOs, talvez porque a higiene oral é efetuada,

maioritariamente, pelos prestadores de cuidados destes pacientes, que não apresentam

destreza manual suficiente para realizar estas tarefas (Nielsen, 1990; Camargo e

Antunes, 2008; Carvalho e col., 2011).

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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Um outro aspeto importante relativo à saúde oral, é que a gravidade da

deficiência motora e intelectual deve ser tida em conta quando se prestam tratamentos

dentários, pela incapacidade de comunicação e cooperação dos pacientes com PC

(Nielsen, 1990).

Pelo exposto, a prevenção das doenças orais e a manutenção de um bom estado

de saúde oral são importantes para os indivíduos com PC, por constituírem um grupo de

risco. Os prestadores de cuidados são um elo essencial para a melhoria da saúde oral

destes pacientes (Hennequin e col., 2000; Dougherty, 2009).

Estes pacientes são confrontados com um conjunto de barreiras sociais,

económicas, comportamentais/psicológicas e físicas no acesso às consultas de higiene

oral/medicina dentária. Os tratamentos dentários são mesmo considerados uma das

necessidades menos atendidas entre os doentes com necessidades especiais, levando à

degradação da saúde oral e, consequentemente, à da saúde geral (Hennequin e col.,

2000; Jackson e col., 2011). Por exemplo, a não integração de dentistas nas equipas de

tratamento multidisciplinar do paciente com PC, profissionais de saúde oral pouco

experientes e sem formação académica adequada sobre estes pacientes, não prestando

serviços também adequados e específicos são fatores que podem contribuir para a

diminuição ao acesso a consultas de medicina dentária e, consequentemente, diminuição

no sucesso dos tratamentos (Davis, 2009; Krause e col., 2010; Camargo e col., 2011).

Assim sendo, justifica-se dar mais atenção a esta população, aprofundando o

conhecimento das condições e patologias médicas subjacentes, explorando os seus

hábitos alimentares e de higiene oral e conhecer quais os impeditivos às consultas de

medicina dentária. Munidos destas informações a abordagem do médico dentista poderá

ser mais especializada e com bases preventivas mais específicas, evitando assim

tratamentos mais invasivos e morosos, com todas as desvantagens inerentes ao paciente

com PC.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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II – Objetivos

Os objetivos deste trabalho são:

1) Caracterizar uma população com paralisia cerebral relativamente aos

comportamentos relacionados com a saúde oral: hábitos de higiene oral e de dieta, visita

ao dentista e razão da última visita ao dentista.

2) Conhecer, na mesma população, as barreiras destes pacientes

relativamente ao acesso aos cuidados de saúde oral.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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III – Materiais e Métodos

1. Tipo de Estudo

De acordo com os objetivos propostos, efetuou-se um estudo epidemiológico

observacional e transversal.

2. População e amostra do estudo

A população do estudo foi composta pelos prestadores de cuidados dos pacientes

com PC, fossem eles pais, outros familiares ou monitores/funcionários das instituições.

A amostra foi de conveniência e constituída por 35 indivíduos.

Não foram considerados quaisquer critérios de exclusão. Os questionários foram

entregues em várias instituições do país que trabalhavam com pacientes com

necessidades especiais, incluindo indivíduos com PC.

3. Recolha de dados

3.1 Elaboração do Questionário

O instrumento de recolha de dados foi um questionário (Anexo 2), de auto

preenchimento, composto por 24 perguntas. As perguntas foram agrupadas em 4

categorias: caracterização geral do paciente, higiene oral, alimentação e visitas ao

médico dentista/higienista oral.

A elaboração do questionário teve por base a análise de questionários e variáveis

abordadas noutros estudos semelhantes (Russel e Kinirons, 1993; Hennequin e col.,

2000; Rodrigues dos Santos e col., 2003; Huang e col., 2010). O questionário foi sujeito

à avaliação de três peritos na área (dois médicos dentistas e um higienista oral) de forma

a identificar alguns erros e testar o seu conteúdo.

3.2 Distribuição do questionário

O questionário foi disponibilizado em duas formas: em formato de papel,

entregue em algumas instituições que recebem pacientes com PC; ou, alternativamente,

através de um questionário de preenchimento on-line utilizando-se a plataforma Google

Docs. O questionário foi acompanhado por uma carta explicativa sobre o estudo, onde

foi dada informação sobre os objectivos do estudo (Anexo 3).

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10 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

O questionário em formato de papel foi entregue na consulta de pacientes

especiais da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), na

Associação Portuguesa de Pais e Amigos de Cidadãos com Deficiência Mental

(APPACDM) de Santarém e na Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças

inadaptadas da Moita e Barreiro (CERCIMB).

O link da plataforma Google Docs foi enviado a diversas instituições, sendo

posteriormente reencaminhado a alguns pais e monitores. No sentido de promover

maior adesão ao preenchimento do questionário, este foi enviado repetidamente, com

intervalos de um mês, para que mais pais e monitores tivessem conhecimento.

O preenchimento do questionário foi realizado pelo prestador de cuidados do

indivíduo com PC.

3.3 Descrição e explicação das variáveis do estudo

1) Identificação do responsável pelo preenchimento do questionário:

pai/mãe; outro familiar; monitor/funcionário do centro.

2) Para a caracterização geral do paciente foram identificadas as seguintes

variáveis:

2.1) Idade do paciente com PC (agrupada nos seguintes grupos etários: [0,15[,

[15,30[, [30,45[).

2.2) Sexo do paciente com PC: feminino ou masculino.

2.3) Presença e nível de atraso mental – na presença de atraso mental era

pedido que este fosse escalonado em grave, moderado, ligeiro ou não sei.

2.4) Identificação de outros problemas associados para avaliação da

morbilidade – refluxo gastro esofágico; epilepsia; doenças respiratórias; doenças

cardíacas; outra doença.

2.5) Capacidade de comunicação – não comunica; fala com dificuldade,

comunica por gestos; comunicação normal.

2.6) Grau de dependência – autonomia ou não autonomia na maioria das

tarefas diárias.

2.7) Grau de mobilidade – sem dificuldade; com dificuldade; ou dependente

na mobilidade em cadeira de rodas.

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3) Para a avaliação dos hábitos de higiene oral foram efetuadas as seguintes

questões:

3.1) Frequência de escovagem do paciente com PC – nunca; nem todos os

dias; uma vez por dia; duas ou mais vezes por dia.

3.2) Ajuda para efetuar higiene oral – com ajuda; sem ajuda; não deixa.

3.3) Altura da escovagem dos dentes – nunca; antes do pequeno-almoço;

depois do pequeno-almoço; após as refeições; ao deitar antes da última refeição;

ao deitar depois da última refeição.

3.4) Local da escovagem dos dentes – casa; escola; instituição.

3.5) Uso do fio dentário – se usa ou não fio dentário.

3.6) Uso de pasta com flúor – se usa ou não pasta com flúor; não escova; não

sabe.

4) Para avaliação dos hábitos alimentares indagou-se sobre:

4.1) Frequência de ingestão de alimentos e bebidas açucaradas – nunca; às

vezes; diariamente à refeição; diariamente entre refeições; diariamente antes de

deitar.

4.2) Frequência de consumo de medicação – consome todos os dias; consome,

mas poucas vezes por mês; não consome.

4.4 Padrão de alimentação – normal, se mastiga bem alimentos sólidos como

pão, fruta, carne); líquida/mole, se come papas, comida triturada ou sopas;

através de sonda/tubo nasogástrico.

5) Os motivos, frequência e barreiras na visita ao médico dentista foram

avaliados através da colocação das seguintes questões:

5.1) Presença de dor de dentes no último ano – no caso de resposta positiva e se

o paciente não se tivesse dirigido ao médico dentista, pedia-se que fosse

identificada a principal razão para tal.

5.2 Regularidade de visitas ao médico dentista/higienista oral – nunca foi;

regularmente, mesmo sem queixas; só quando tem queixas.

5.3 Principal razão da última visita ao dentista.

5.4 Barreiras sentidas no acesso às consultas de medicina dentária.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

12 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

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3.4. Questões éticas

O questionário foi distribuído pelas instituições após ter sido dada autorização.

O seu preenchimento foi realizado de forma voluntária e com explicação dos objectivos

e procedimentos do estudo numa carta anexa ao questionário.

3.5. Análise dos dados

Os dados foram introduzidos e analisados com recurso ao Google Docs,

aplicativo do Google Inc., com funcionamento on-line. A base de dados foi formada

automaticamente a partir das respostas dadas on-line. As restantes respostas, em

formato de papel, foram posteriormente introduzidas na mesma base de dados pela

autora do estudo.

Com os dados obtidos, foi efetuada uma análise descritiva recorrendo-se à

própria ferramenta do Google Docs e também usando o Microsoft Office Excel 2007.

Calcularam-se as frequências relativas e absolutas de todas as variáveis.

Nas questões com hipóteses múltiplas de resposta, como nas variáveis doenças

associadas, altura da escovagem dos dentes, local de escovagem dos dentes e barreiras

sentidas no acesso às consultas de medicina dentária, o valor do número de indivíduos

pode ser superior ao da amostra (n> 35).

Pelo contrário, nas questões nas quais se verificou ausência de resposta, o

questionário foi na mesma incluído no estudo, mas leva a que possam existir variáveis

nas quais o “n” é menor que 35.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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IV – Resultados

1. Caracterização geral da amostra

No total foram recebidos 35 inquéritos, 51% foram preenchidos em papel e 49%

através do browser Google Docs. Os questionários foram, na sua maioria, preenchidos

por um monitor ou outro funcionário do centro (54%), sendo também respondidos pelo

pai ou mãe do paciente com PC (43%) (Figura 1).

Figura 1 – Distribuição da amostra pelo responsável do preenchimento dos questionários.

A amostra incluiu pacientes com PC com idades que variaram entre os 6 até aos

44 anos, com uma idade média de 21,7 (±10,7) anos (Figura 2) e foi constituída

maioritariamente por indivíduos do sexo masculino (74%).

Figura 2 – Distribuição dos pacientes com paralisia cerebral por idade.

43%

n= 15

3%

n= 1

54%

n= 19

Pai/Mãe

Outro Familiar

Monitor/Funcionário do

centro

34%

n= 12

43%

n= 15

23%

n= 8

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

[0-15[ anos [15-30[ anos [30-45[ anos

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

14 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

A maioria dos inquiridos revelou que o paciente com PC apresentava atraso

mental (83%). Destes, 55% afirmou que o atraso cognitivo era grave e 38% moderado

(Figura 3).

Figura 3 – Distribuição da amostra segundo o nível de atraso mental.

A epilepsia (41%) e as doenças respiratórias (38%) foram as patologias mais

referidas como associadas ao paciente com PC (Figura 4). A disfagia e hidrocefalia

foram as “outras doenças” subjacentes apontadas.

Figura 4 – Distribuição da amostra por doenças associadas ao paciente com paralisia cerebral.

55%

n= 16

38%

n= 11

3,5%

n= 1

3,5%

n= 1

Grave

Moderado

Ligeiro

Não sei

12%

n= 4

41%

n=14 38%

n=13

3%

n= 1

6%

n= 2 0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Refluxo gastro-

esofágico

Epilepsia Doenças

respiratórias

Doenças

cardíacas

Outras doenças

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

15 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

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Apenas 17% dos pacientes tinha capacidades de comunicação normais. A

restante amostra demonstrou algum tipo de dificuldade comunicativa, com 40% dos

indivíduos a não comunicar (Figura 5).

Figura 5 – Distribuição da amostra segundo capacidade de comunicação.

A maior parte dos pacientes não tinha autonomia nas tarefas de rotina diárias

(86%) (Figura 6).

Figura 6 – Distribuição da amostra segundo a autonomia nas tarefas diárias.

Um outro aspeto é que também a maioria destes pacientes depende de cadeira de

rodas para se mover (71%). Apenas 1 inquirido revelou que o seu filho/educando não

apresentava dificuldades de movimentação (3%) (Figura 7).

40%

n= 14

26%

n= 9

17%

n= 6

17%

n=6 Não comunica

Fala com

dificuldade

Comunicação por

gestos

Normal

14%

n= 5

86%

n= 30

Autónomo na

maioria das tarefas

Não autónomo

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

16 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

Figura 7 – Distribuição da amostra segundo a capacidade

de mobilidade do paciente com paralisia cerebral.

2. Higiene Oral

Mais de metade dos pais/educadores referiram que, os pacientes escovavam os

dentes duas ou mais vezes por dia (63%). Nenhum dos inquiridos referiu que o seu

filho/educando nunca escovava os dentes (Figura 8).

Figura 8 – Distribuição da frequência de escovagem do paciente com paralisia cerebral.

A altura do dia, da escovagem dos dentes, mais frequente referida foi “Ao deitar,

depois da última refeição” (36%), seguindo-se o momento “depois do pequeno-almoço”

(21,5%) e “após as refeições”(21,5%) (Figura 9).

3%

n= 1

26%

n= 9

71%

n= 25

Sem dificuldade

Com dificuldade

Cadeira de rodas

0%

n= 0

20%

n= 7

17%

n= 6 63%

n= 22

Nunca

Nem todos os dias

Uma vez por dia

Duas ou mais vezes

por dia

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

17 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

Figura 9 – Altura do dia em que é realizada a escovagem dos dentes.

Grande parte destes doentes precisavam de ajuda para executar a sua higiene

oral (88%), sendo esta efetuada, maioritariamente, em casa (69%). A escola foi o local

menos apontando pelos pais/educadores para a realização da escovagem (Figura 10).

Figura 10 – Local de realização da escovagem dos dentes.

A maior parte dos pacientes usava pastas dentífricas com flúor para escovar os

dentes (80%), mas não usava fio dentário (91%).

69%

n= 28

7%

n= 3

29%

n= 13

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Casa Escola Instituição

0%

14%

n= 8

21,5%

n= 12

21,5%

n= 12

7%

n= 4

36%

n= 20

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Nunca Antes do

pequeno almoço

Depois do

pequeno almoço

Após refeições Ao deitar antes

da última

refeição (por exemplo: leite

ou papa)

Ao deitar depois

da última

refeição

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

18 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

3. Dieta

Mais de metade dos pacientes com PC mastigava bem alimentos sólidos (57%),

enquanto 37% comia papas, comida triturada ou sopas (Figura 11).

Figura 11 – Distribuição da amostra segundo o padrão de alimentação.

A maioria dos participantes no estudo afirmou que o paciente com PC não

tomava frequentemente medicação (76%) (Figura 12).

Figura 12 – Distribuição da amostra segundo a frequência de medicação.

Em 77% dos casos, o paciente comia doces, bolachas, iogurtes ou outros

alimentos açucarados “às vezes”. No caso das bebidas e refrigerantes ou outras bebidas

açucaradas (por exemplo leite com chocolate, papa ou leite com açúcar), 66% dos

indivíduos bebiam também “às vezes” estes alimentos. Ninguém referiu comer ou beber

produtos açucarados “diariamente antes de ir deitar” (Figura 13).

57%

n= 20

37%

n= 13

6%

n= 2

Normal

Líquida/mole

Sonda/tubo

nasogástrico

12%

n= 4

12%

n= 4

76%

n= 26

Sim, todos os dias

Sim, mas poucas

vezes por mês Não

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

19 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

Figura 13 – Distribuição relativamente à frequência de ingestão de comida e bebidas açucaradas.

4. Visitas ao médico dentista/higienista oral

Mais de metade dos pacientes foram regularmente ao dentista, mesmo sem

queixas (63%) (Figura 14).

Figura 14 – Distribuição da amostra por frequência de visitas ao médico dentista/higienista oral.

A principal razão para a última visita ao dentista foi a presença de dor (35%),

seguida de outra razão (31%) e pela presença óbvia de lesões de cárie (22%). A “outra

razão” indicada pelos pais/educadores foram consultas de “rotina”, “revisão” e “limpeza

oral”. (Figura 15).

3%

n= 1

77%

n= 27

11%

n= 4

9%

n= 3

0%

n= 0

9%

n= 3

66%

n= 23

14%

n= 5 11%

n= 4

0%

n=0 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Nunca Às vezes Diariamente à

refeição

Diariamente entre

refeições

Diariamente antes

de ir deitar

Comida açucarada Bebida açucarada

14%

n= 5

63%

n= 22

23%

n= 8 Nunca foi

Regularmente, mesmo

sem queixas

Só quando tem

queixas

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

20 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

Figura 15 – Distribuição das respostas sobre a principal razão da última ida ao dentista.

Apenas 17% dos pais ou educadores afirmaram que o paciente com PC tinha

tido dor de dentes no último ano. Destes, quase nenhum foi ao dentista (83%),

apresentando como principal razão a dificuldade em encontrar um dentista vocacionado

para ver estes pacientes (40%). A dificuldade em encontrar transporte e o medo ou

ansiedade relacionados com a visita ao profissional de saúde oral não foram apontados

por nenhum dos pais/educadores (Figura 16).

Figura 16 – Razão de não ter ido ao dentista, apesar do paciente ter tido dor de dentes.

35%

n= 8

0%

n= 0

22%

n= 5

4%

n= 1

4%

n= 1

0%

n= 0

4%

n= 1

31%

n= 7

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

20% n= 1

20% n= 1

40% n=2

0% 0%

20% n= 1

0% 0% 5%

10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

21 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

A dificuldade em encontrar um profissional de saúde oral experiente em

tratamentos de pacientes com necessidades especiais foi a barreira mais frequentemente

indicada para o acesso às consultas de medicina dentária/higiene oral (38%). A esta

principal barreira, seguiram-se, e por ordem decrescente, as clínicas sem espaços

adequados (21%), os motivos económicos (18%) e o comportamento do paciente difícil

na consulta (14%) (Figura 17).

Figura 17 – Distribuição da amostra segundo as barreiras apontadas no acesso aos cuidados de saúde oral

A maior parte da amostra do estudo indicou entre uma a três barreiras no acesso

a cuidados de saúde oral (Tabela 1).

Tabela 1 – Número de barreiras, relativas ao acesso de cuidados de saúde oral, indicadas.

3% n= 2

14% n= 9

38% n= 25

18% n= 12 1%

n= 1 5%

n= 3

21% n= 14

0% n= 0

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Número de barreiras indicadas Frequência

(N)

Percentagem

(%)

Não indicou barreiras 3 9%

Uma barreira 13 37%

Duas barreiras 8 23%

Três barreiras 7 20%

Quatro barreiras 4 11%

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

23 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

V – DISCUSSÃO

1. Caracterização geral da amostra

Devido à pequena dimensão da amostra e ao facto de ser uma amostra de

conveniência, os dados deste estudo não devem ser generalizados, nem tomados como

representativos da população com PC. A dificuldade de diagnóstico de PC, pelo facto de

ser uma doença heterogénea, com manifestações clínicas diversas e com outras

patologias subjacentes, pode ter dificultado a obtenção de uma amostra maior, apesar de

se terem enviado repetidamente os questionários a várias instituições.

Poderia ter sido interessante caracterizar a população de prestadores de cuidados

destes pacientes, uma vez que foram estes a responder ao questionário e as suas

características podem influenciar a própria saúde oral dos pacientes com PC. Variáveis

como o nível de educação, financeiro, higiene oral, visitas ao médico dentista dos

prestadores de cuidados, podem constituir fatores de risco para os hábitos de higiene

oral e de dieta e frequência de visita ao dentista dos próprios pacientes com PC (Subasi

e col., 2007). Por exemplo, os prestadores de cuidados menos instruídos dispõem de

menos informação sobre saúde, sendo incapazes de evitar comportamentos prejudiciais

à saúde. Além disso, famílias com menos recursos económicos adiam mais os

tratamentos dentários, recorrendo aos serviços de saúde só em situação de emergência e

não em busca de cuidados preventivos (Rodrigues dos Santos e col., 2003; Camargo e

col., 2011).

Através da caracterização geral dos pacientes com PC foi possível verificar o seu

grau de morbilidade e dependência, características que podem também influenciar a

higiene oral e a dieta do próprio paciente. Estas características também podem

relacionar-se com a determinação das barreiras no acesso aos tratamentos dentários. A

maioria dos pais/educadores deste estudo confirmou que o paciente com PC tinha outras

patologias médicas subjacentes e não tinham autonomia para executar as suas tarefas

diárias. Os resultados deste estudo mostraram que esta população deslocava-se,

maioritariamente, em cadeira de rodas (71%), que só 17% não tem dificuldades em

comunicar e que 83% tem algum nível de atraso mental. Estas limitações cognitivas e

físicas afetam a execução de tarefas diárias, como a escovagem dos dentes, e associadas

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

24 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

a distúrbios da musculatura oral, que condicionam a limpeza natural dos dentes, vão

comprometer a saúde oral destes pacientes (Shaw e col., 1989). Os prestadores de

cuidados surgem assim como um elemento chave para a realização destas tarefas e, para

isso, devem ser instruídos e motivados, uma vez que a higiene oral dos pacientes com

PC depende dos seus conhecimentos, atitudes e ações (Cumella e col., 2000). Por

exemplo, a supervisão da escovagem em crianças com PC, o ensino de técnicas de

higiene oral às suas mães e visitas com intervalos de 6 meses ao dentista contribuíram

para menores valores do índice de CPOd comparativamente à população em geral

(Carvalho e col., 2011).

2. Higiene oral do paciente com paralisia cerebral

A maioria dos pacientes deste estudo escova duas ou mais vezes por dia (63%),

sobretudo antes de ir deitar e depois das refeições. Apesar de ser o comportamento mais

indicado, é necessário confirmar se essa escovagem é feita eficazmente, com um bom

controlo mecânico da placa bacteriana. A escovagem dos dentes é efetuada mais

frequentemente em casa (69%) e, por essa razão, pode justificar que haja uma maior

percentagem de indivíduos a efetuá-la antes do paciente se ir deitar e antes ou depois do

pequeno-almoço. Dos 35 pacientes deste estudo, só 29% dos pacientes com PC

escovam os dentes nas instituições, que pode ser considerado um número baixo, pois

estas poderiam ter um papel importante nos cuidados de saúde oral, especialmente por

acolherem pacientes de risco, como é o caso dos pacientes com PC. Efetivamente,

alguns estudos admitem que a prevenção primária passa pela família e pelas instituições

e que os pacientes podem efetuar a sua própria higiene oral desde que encorajados,

motivados e supervisionados pelos pais ou monitores (Shaw e col., 1986; Santoro e col.,

1991; Cumella e col., 2000; Liu e col., 2010).

No presente estudo, 88% dos participantes afirmou que o paciente com PC

necessitava de ajuda para execução da sua higiene oral. A ajuda dos pais/monitores nas

tarefas diárias podem ser benéficas para a manutenção de uma boa saúde oral. Um

estudo de Huang e colaboradores (2010), verificou que as crianças com PC grave e

profunda tinham menor necessidade de tratamentos dentários e estes eram também mais

simples do que os com PC moderada, provavelmente devido à ajuda dos pais nestas

tarefas.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

25 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

O dentífrico fluoretado foi referido como sendo usado por 80% dos pacientes.

Este resultado é expectável, uma vez que a maior parte das pastas dentífricas existentes

no mercado têm na sua composição flúor. Seria também interessante conhecer a

exposição aos suplementos de flúor nesta população, visto que são considerados

indivíduos de maior risco para o desenvolvimento de cárie.

3. Hábitos dietéticos do paciente com paralisia cerebral

Uma alimentação cariogénica, constituída por hidratos de carbono fermentáveis

e açúcares, é um fator de risco para a cárie dentária, não só pela qualidade dos

alimentos, mas também pela frequência e momento de exposição (Sheiham, 2001;

Moynihan, 2002). Os resultados demonstraram que a maior parte dos indivíduos com

PC comia doces, bolachas, iogurtes ou outros alimentos açucarados (77%) e bebia

refrigerantes ou outras bebidas açucaradas “às vezes” (66%). Nenhum dos inquiridos

referiu que o paciente com PC consumia produtos açucarados diariamente antes de ir

dormir. Por outro lado, 37% dos pacientes com PC tinham uma alimentação à base de

papas, sopas e comida triturada e 6% necessitavam de um tubo/sonda para se

alimentarem, correspondendo ambos os tipos de alimentação a 43% da amostra. A

deficiente performance da língua, lábios e bochechas compromete a mastigação e

deglutição destes pacientes, ficando dependentes e necessitando de supervisão durante a

alimentação. Além de ficar presente comida residual na cavidade oral, as dificuldades

na mastigação podem levar a que alguns destes doentes se alimentem à base de

alimentos líquidos ou pastosos (Rodrigues dos Santos e col., 2003). A dieta líquida

apresenta alguns problemas, designadamente um alto potencial cariogénico, devido à

adição de suplementos nutricionais à base de açúcares (Camargo e col., 2011). Um

outro aspeto importante é que, como é digerida mais rapidamente, tem necessidade de

ser fornecida mais vezes (Santos e col., 2009). Ainda, os pacientes que se alimentam

através de sonda ou tubo podem mais frequentemente ter necessidade de efetuar

destartarizações, devido aos níveis mais elevados de cálculo (Lawton, 2002).

A medicação, para reduzir a espasticidade e controlar outras patologias

subjacentes, pode fazer parte do dia-a-dia de um doente com PC. A medicação pode

interferir com a manutenção de uma boa saúde oral, uma vez que pode ser apresentada à

base de xaropes ou pós à base de açúcar, pode alterar a flora oral ou provocar

xerostomia ou aumento do volume gengival (Meyer e col., 2010). No entanto, neste

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

26 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

estudo 76% dos inquiridos afirmaram que o seu filho ou educando não tomava

frequentemente medicação. É de salientar que a epilepsia foi, entre as patologias

subjacentes à PC, a mais apontada (41%). Quando necessário, esta patologia é muitas

vezes tratada com recurso a anti-convulsionantes, como por exemplo, a fenitoína,

descrita como a responsável pelo aumento de volume gengival (Jones e col., 1988; Dias

e col., 2010; Meyer e col., 2010).

4. Visitas ao médico dentista/higienista oral

As visitas ao médico dentista foram descritas como sendo realizadas com

regularidade. Todavia, 23% dos inquiridos só vai ao dentista quando tem queixas e 14%

nunca realizou qualquer consulta. Os pais podem atrasar a visita ao dentista devido à

incapacidade destes doentes em expressarem dor (Hennequin e col., 2000). No estudo

de Lo e colaboradores (1991), 68% das crianças com necessidades especiais não tinham

ido ao dentista no último ano pois, segundo os pais, “não se passava nada de errado”.

Ainda, no estudo de Hennequin e colaboradores (2000), comparou-se a necessidade de

tratamento e a dor/desconforto do doente estimada pelos pais/prestadores de cuidados e

em 99% dos casos foi subestimada a necessidade de tratamentos dentários. Mais uma

vez a educação dos pais, monitores/educadores e outros prestadores de cuidados de

saúde sobre saúde oral e a sua motivação para a realização de uma consulta de medicina

dentária de modo a ser realizado um diagnóstico precoce das lesões de cárie e outras

patologias da cavidade oral é importante, em especial para evitar que surja dor. Neste

estudo, 17% dos pacientes com PC apresentaram dor de dentes no último ano, mas,

apesar disso, 83% não foram ao médico dentista, sendo as principais razões apontadas: a

dificuldade em encontrar um dentista vocacionado para ver estes pacientes, ter sido

medicado pelo médico assistente, por ser caro e porque a dor tinha passado.

Os principais motivos de consulta no estudo de Hennequin e colaboradores

(2000) foram dor (67%), inchaço (26%) e presença óbvia de lesões de cárie (7%). No

presente estudo, os resultados também são semelhantes sendo a principal razão da visita

ao dentista a dor (35%), no entanto seguida das consultas de rotina (31%) e depois a

presença óbvia de lesões de cárie (22%). Apesar de vários artigos referirem a elevada

prevalência de bruxismo e hipersalivação neste tipo de populações (Rodrigues dos

Santos e col., 2003; Ortega e col., 2007; Dougherty, 2009), neste estudo estes problemas

não constituíram razões importantes para visitar o médico dentista.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

27 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

5. Barreiras no acesso aos cuidados de saúde oral

Apesar da maioria dos inquiridos apresentar entre uma a três barreiras no acesso

às consultas de medicina dentária, estas parecem não ser muito impeditivas para a visita

ao dentista, pois a maior parte dos indivíduos ia regularmente ao médico dentista (63%).

No estudo de Gordon e colaboradores (1998), as barreiras mais citadas para os

pacientes com necessidades especiais não procurarem tratamentos dentários foram o

custo económico (40,9%), medo/ansiedade (17,2%) e considerarem que não havia

necessidade (12,5%). Os autores do estudo admitem que estas mesmas barreiras são

partilhadas com a população em geral, no entanto, podem ser de maior magnitude nos

pacientes com necessidades especiais.

O presente estudo apresenta a dificuldade em encontrar um profissional de saúde

oral experiente em tratamentos de pacientes com necessidades especiais como a

principal barreira para o acesso às consultas de medicina dentária (38%). De facto, a

grande maioria dos médicos dentistas generalistas pode não ter formação, nem

experiência adequada para prestar cuidados de saúde oral a estes pacientes (Russel e

Kinirons, 1993; Casamassimo e col., 2004; Davis, 2009).

A falta de autonomia e o facto de se deslocarem em cadeira de rodas podem

justificar a barreira “clínica sem espaços adequados” como a segunda barreira mais

indicada (21%). De modo semelhante, a situação atual de crise económica e/ou os

elevados custos médicos necessários para os cuidados destes pacientes podem justificar

a barreira “motivos económicos” como a terceira principal barreira (18%).

A barreira “comportamento difícil do paciente na consulta “ (14%), podendo ser

traduzida por dificuldades comunicativas e movimentos incontroláveis e

descoordenados, pode constituir, sob o ponto de vista dos prestadores de cuidados,

barreiras a um tratamento dentário bem sucedido. Esta barreira pode levar a que a

população com PC apresente um maior número de dentes não tratados, tal como

apontam alguns estudos (Nielsen, 1990; Pope e Cruzon, 1991; Anders e Davis, 2010;

Huang e col., 2010).

Ainda no estudo de Gordon e col., 1998, mesmo que menos significativo, o facto

de considerarem que o paciente não tinha necessidade de ir ao dentista (12,5%) e a

presença de outros problemas médicos subjacentes (3,4%) parecem revelar que a saúde

oral não é prioritária. Porém, no presente estudo apenas 3% dos inquiridos apontou que

a saúde oral não era prioritária.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

28 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

29 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

VI – CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos neste estudo podem retirar-se as seguintes

conclusões:

1. A maioria dos indivíduos apresentava uma dependência dos pais ou de

outros prestadores de cuidados para as tarefas de rotina, incluindo para os cuidados com

a higiene oral. Assim, os prestadores de cuidados são um elo essencial para a prevenção

e manutenção dos cuidados de saúde oral nos pacientes com PC.

2. A realização da higiene oral nas instituições é pouco significativa

comparativamente ao peso que estas têm na vida dos pacientes com necessidades

especiais, incluindo os de PC. Deste modo, deveriam ser implementadas campanhas de

prevenção nas instituições, de modo a promover a saúde oral, envolvendo não só os

monitores, mas também os pais. Estas campanhas devem incluir instrução, motivação e

demonstração para que seja efetuado um bom controlo de placa nos pacientes com PC,

sobre exposição adequada ao flúor, limpeza interproximal e dieta apropriada.

3. Apesar da maior parte dos participantes neste estudo ter afirmado que o

paciente com PC só consumia alimentos e bebidas açucaradas “às vezes”, quase metade

tinha uma alimentação liquida, potencialmente cariogénica.

4. De forma correta, a maioria destes pacientes visitava regularmente o

médico dentista/higienista oral. Uma vez que são considerados um grupo de risco, as

vistas, com os intervalos a serem determinados consoante as necessidades individuais,

podem evitar tratamentos mais invasivos e morosos, dificultados pelas particularidades

comportamentais inerentes.

5. A dor, as consultas de rotina e a presença de lesões de cárie foram as

principais impulsionadoras para a última visita ao médico dentista.

6. Os aspetos sociais, económicos e físicos são referidos como barreiras

para aceder a consultas de medicina dentária. A dificuldade em encontrar um

profissional adequado para prestar serviços a pacientes com necessidades especiais foi a

barreira mais frequentemente mencionada. Por essa razão, poderiam ser implementados

no currículo dos alunos de medicina dentária programas educativos sobre pacientes com

necessidades especiais ou programas de pós-graduação com vista à especialização nesta

área.

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

30 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

31 Rute Sofia Henriques Pombo Sequeira Rosendo

FMDUL

VII – BIBLIOGRAFIA

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VIII – Anexos

Anexo 1 – Índice de figuras e tabelas

Anexo 2 – Questionário

Anexo 3 – Carta aos pais

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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Anexo 1 – Índice de figuras e tabelas

Figura 1 - Distribuição da amostra pelo responsável do preenchimento dos questionários

13

Figura 2 - Distribuição dos pacientes com paralisia cerebral por idade

13

Figura 3 - Distribuição da amostra segundo o nível de atraso mental

14

Figura 4 - Distribuição da amostra por doenças associadas ao paciente com paralisia

cerebral

14

Figura 5 - Distribuição da amostra segundo capacidade de comunicação

15

Figura 6 - Distribuição da amostra segundo a autonomia nas tarefas diárias

15

Figura 7 - Distribuição da amostra segundo a capacidade de mobilidade do paciente com

paralisia cerebral

16

Figura 8 - Distribuição da frequência de escovagem do paciente com paralisia cerebral

16

Figura 9 - Altura do dia em que é realizada a escovagem dos dentes

17

Figura 10 - Local de realização da escovagem dos dentes

17

Figura 11 - Distribuição da amostra segundo o padrão de alimentação

18

Figura 12 - Distribuição da amostra segundo a frequência de medicação

18

Figura 13 - Distribuição relativamente à frequência de ingestão de comida e bebidas

açucaradas

19

Figura 14 - Distribuição da amostra por frequência de visitas ao médico dentista/higienista

oral

19

Figura 15 - Distribuição das respostas sobre a principal razão da última ida ao dentista

20

Figura 16 - Razão de não ter ido ao dentista, apesar do paciente ter tido dor de dentes

20

Figura 17 - Distribuição da amostra segundo as barreiras apontadas no acesso aos cuidados

de saúde oral

21

Tabela 1 - Número de barreiras, relativas ao acesso de cuidados de saúde oral, indicadas

21

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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Anexo 2 - Questionário

Mestrado Integrado em Medicina Dentária

CARACTERIZAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS RELACIONADOS COM A SAÚDE ORAL NUMA

POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL

Questionário a prestadores de cuidados do paciente com Paralisia Cerebral

POR FAVOR, PRENCHA O QUESTIONÁRIO ESCREVENDO A RESPOSTA OU ASSINALANDO COM UMA CRUZ A RESPOSTA QUE MELHOR SE ADEQUA À REALIDADE DO PACIENTE.

Só deve assinalar uma hipótese de resposta, excepto quando indicado.

Quem preenche o questionário?

Pai/Mãe

Outro familiar

Monitor/Funcionário do centro

A. Caracterização geral do paciente

1. Idade do paciente com Paralisia Cerebral ___________ anos

2. Sexo:

Feminino

Masculino

3. Atraso mental: Sim Não

3.1 Se SIM, Qual o nível? Grave Moderado Ligeiro Não sei

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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4. Qual ou quais as doenças associadas à paralisia cerebral? (PODE ASSINALAR MAIS

DO QUE UMA HIPÓTESE):

Refluxo gastro-esofágico

Epilepsia

Doenças respiratórias

Doenças cardíacas

Outra doença – Qual? _____________________

5. Capacidade de comunicação:

Não comunica

Fala com dificuldade

Comunica por gestos

Normal

6. Grau de dependência:

Autónomo na maioria das tarefas

Não-autónomo

7. Grau de mobilidade:

Sem dificuldade

Com dificuldade

Cadeira de rodas

B. Higiene oral

1. Qual a frequência de escovagem dos dentes do paciente com Paralisia Cerebral?

Nunca

Nem todos os dias

Uma vez por dia

Duas ou mais vezes por dia

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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2. O paciente faz a sua higiene oral:

Com ajuda

Sem ajuda

Não deixa

3. Em que altura do dia o paciente escova os dentes? (PODE ASSINALAR MAIS DO

QUE UMA HIPÓTESE)

Nunca

Antes do pequeno-almoço

Depois do pequeno-almoço

Após as refeições

Ao deitar antes da última refeição (por exemplo: leite ou papa)

Ao deitar depois da última refeição

4. A escovagem dos dentes é realizada: (PODE ASSINALAR MAIS DO QUE UMA

HIPÓTESE)

Em casa Na escola Na instituição

5. Usa fio dentário: sim não

6. Usa pasta com flúor: sim não não escova não sei

C. Alimentação

1. Marque com uma cruz apenas uma das opções para cada questão:

Nunca

Às vezes

Diariamente à refeição

Diariamente entre as refeições

Diariamente antes de

deitar O paciente come doces, bolachas, iogurtes ou outros alimentos açucarados?

O paciente bebe refrigerantes ou outras bebidas açucaradas (por exemplo leite com chocolate ou papa, leite com açúcar)?

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Caracterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral numa população com Paralisia Cerebral

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2. O paciente toma frequentemente medicamentos em forma de xarope? (mais do

que uma vez por mês)

Sim, todos os dias

Sim, mas poucas vezes por mês

Não

3. O padrão de alimentação do paciente é:

Normal (mastiga bem alimentos sólidos como pão, fruta, carne)

Líquida/mole (come papas, comida triturada, sopas)

Através de sonda/tubo naso-gástrico

D. Visitas ao médico dentista/higienista oral

1. Durante o último ano o paciente teve dores de dentes? Sim Não

1.1 Se respondeu sim e o paciente não foi ao dentista indique qual a principal razão:

Foi medicado pelo médico assistente

Ir ao dentista é muito caro

É difícil encontrar um dentista vocacionado para ver estes pacientes

É difícil encontrar transporte para nos deslocarmos

Por medo ou ansiedade de ir ao dentista

A dor passou

Outra razão. Qual? _______________________________________________

2. Com que regularidade o paciente vai ao dentista/higienista oral?

Nunca foi

Regularmente, mesmo sem queixas

Só quando tem queixas

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3. Qual a principal razão da última visita ao dentista?

Dor

Inchaço/abcesso

Presença óbvia de lesões de cárie

Hemorragia gengival

Mau hálito

Hipersalivação

Range os dentes (bruxismo)

Outra razão. Qual? __________________________________________

4. Qual ou quais as barreiras sentidas no acesso a uma consulta de medicina

dentária ou de higiene oral? (PODE INDICAR MAIS DO QUE UMA HIPÓTESE)

A saúde oral não é prioritária

O comportamento do paciente é muito difícil na consulta

Dificuldade em encontrar um profissional de saúde oral experiente em

tratamentos de pacientes com necessidades especiais

Motivos económicos (as consultas são muito caras)

Falta de tempo

Dificuldades no transporte

Clínicas sem espaços adequados para estes pacientes (por exemplo: entrada do

paciente no consultório, ausência de elevadores, presença de escadas)

Outra. Qual? ___________________________________________________

Obrigado pela sua colaboração!

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Anexo 3 – Carta aos Pais/Monitor

A Saúde Oral numa população com Paralisia Cerebral

Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL)

Lisboa, Março de 2012

CARO PAI OU MONITOR DO PACIENTE COM PARALISIA CEREBRAL

Os problemas neuromusculares inerentes aos doentes com Paralisia Cerebral podem afetar de forma significativa a sua saúde oral. Por exemplo, na dificuldade em manter uma boa higiene oral e na existência de barreiras para o acesso aos tratamentos dentários.

A FMDUL está a fazer um estudo sobre saúde oral em pacientes com paralisia cerebral. Este estudo pretende recolher dados sobre os comportamentos relacionados com a sua saúde oral, designadamente sobre os hábitos de higiene oral e hábitos dietéticos e quais as principais barreiras encontradas no acesso a consultas de medicina dentária/higiene oral.

Gostaríamos de contar com a sua colaboração. Por favor, preencha o questionário em anexo, que demora cerca de 5 minutos a responder. A sua participação será voluntária e a confidencialidade dos dados será sempre mantida.

Caso aceite participar neste estudo, preencha o questionário associado ao seguinte link: https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dFBaNWxYLUxua2M5NGFfQm1qdzJRNEE6MQ

Muito obrigado pela sua participação.

Qualquer dúvida, sugestão ou crítica não hesite contactar o responsável pelo estudo:

Rute Rosendo Tel: 918794187 e-mail: [email protected] Morada: Rua Dr. Virgílio Arruda, 2, 1º Direito, 2000-217 Santarém

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