SALÃO LICENCIAMENTO

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    1/17

    PROPOSTAS DE MELHORIA SEGUNDA

    TICA DO SISTEMA DE GESTOAMBIENTAL: O CASO DE UM SALODE BELEZA NORTERIOGRANDENSE

    Amanda Amorim Andrade(UFRN)

    Aretha F ernandes Monte de Souza(UFRN)

    Jssica Monyk Tiburcio de Souza(UFRN)

    Kal ine Nayara Medeir os da Sil va(UFRN)

    ResumoA prtica de utilizao de um Sistema de Gesto Ambiental (SGA)corrobora para o controle e minimizao dos riscos ambientaisadvindos das atividades produtivas das organizaes. com base nissoque o artigo tem como objetivo geral identifficar, caracterizar eavaliar os aspectos e impactos ambientais relacionados a um salo debeleza natalense, a fim de propor objetivos e metas que representemaes de melhoria para que prticas ambientais passem a serrealidade dentro da empresa, configurando, assim, um sistema de

    gesto ambiental. A problemtica de pesquisa insere-se nas prticasambientais das empresas e a opo metodolgica selecionada foi oestudo de caso. Os resultados da pesquisa esto pautados naelaborao do SGA para a empresa estudada, o que proporcionou aconcluso sobre a importncia dessa ferramenta para a

    competitividade da organizao, bem como para a sustentabilidadeempresarial.

    Palavras-chaves: Gesto Ambiental; Sustentabilidade; Sistema degesto ambiental; Salo de beleza.

    20, 21 e 22 de junho de 2013

    ISSN 1984-9354

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    2/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    2

    1. IntroduoA preocupao ambiental no constitui tema recente, mas foi somente nas ltimas trs

    dcadas do sculo XX que ela passou a ser debatida com mais profundidade (Jabbouret al.,

    2006).Com relao ao panorama brasileiro, apesar de o meio empresarial ainda apresentar

    problemas ambientais secundrios (Seiffert, 2007), a partir de 1980, as organizaes passaram

    a sofrer influncia direta da regulamentao governamental, proporcionando, com isso, uma

    mudana progressiva em seu ambiente de negcios.

    De acordo com a PNUD (1998) toda a ao produtiva deve ser realizada de maneiraconsciente, respeitando o meio ambiente e preservando os recursos; possibilitando assim a

    recuperao do equilbrio ambiental, econmico e social. Ainda assim, em conformidade com

    Sanches (2000), a maioria das empresas industriais, tanto no Brasil quanto nos pases

    desenvolvidos, no esto dando a necessria importncia questo ambiental bem como suas

    implicaes para suas atividades de negcios.

    Inseridos nesse contexto, os sales de beleza so grandes viles da preservao ambiental.

    Seja por uma questo de cultura, de falta de conhecimento, ou mesmo de interesse, boa parte

    das organizaes desse ramo no tratam de maneira benfica e eficiente os resduos

    provenientes de sua existncia. A quantidade de lixo gerado pelos sales, e a falta de

    separao do mesmo, assim como gasto de energia e gua, so exemplos de grandes prejuzos

    tanto para o meio ambiente, quanto para o empresrio.

    com base nisso, que o presente artigo tem como objetivo geral identificar, caracterizar e

    avaliar os aspectos e impactos ambientais relacionados a um salo de beleza natalense, a fim

    de propor objetivos e metas que representem aes de melhoria para que prticas ambientais

    passem a ser realidade dentro da empresa, configurando, assim, um sistema de gesto

    ambiental.

    Dessa maneira, a problemtica de pesquisa do artigo gira em torno do seguinte

    questionamento: Qual modelo de sistema de gesto ambiental seria capaz de ocasionar

    mudanas de cultura da organizao, vindo a contribuir para que suas atividades estejam de

    acordo tambm com os aspectos ambientais? Para responder a essa questo, foram realizadas

    visitas in locopara observaes posteriormente processadas com a tica da gesto ambiental.

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    3/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    3

    O artigo est dividido em captulos e subcaptulos, iniciados com a introduo, seguido do

    referencial terico onde so apresentados os temas pertinentes. Posteriormente apresentada a

    metodologia de pesquisa, destacando os meios pelos quais a pesquisa foi realizada. Aps, as

    observaes do estudo de caso - onde esto inseridos os resultados da pesquisa -, e, logo aps,

    as consideraes finais. O trabalho encerrado com o referencial bibliogrfico.

    2. Referencial terico

    2.1. Sustentabilidade e desenvolvimento sustentvel

    Sustentabilidade pode ser entendida pelo desenvolvimento econmico baseado no equilbrio

    entre as dimenses ecolgica, social e econmica. Representa o potencial para uma novaabordagem do setor privado em relao ao desenvolvimento criando negcios rentveis que,

    simultaneamente, elevam a qualidade de vida dos pobres do mundo, respeitam a diversidade

    cultural, e conservam a integridade do planeta para as futuras geraes. Isso significa fazer

    uma importante contribuio social ao mesmo tempo em que se cria valor para os acionistas.

    Pressupe a reduo ou otimizao do uso de recursos naturais, a minimizao de impactos

    sobre o meio ambiente e a sociedade no decorrer do ciclo de vida de produtos e processos

    produtivos, e a melhoria da qualidade de vida de todos os seres (CEBDS, ConselhoEmpresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentvel).

    Tambm de acordo com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

    Sustentvel, a sustentabilidade, entendida no ambiente corporativo como fator estratgico

    para a sobrevivncia dos negcios, bem mais que um princpio de gesto ou uma nova onda

    de conceitos abstratos. Representa um conjunto de valores e prticas que deve ser incorporado

    ao posicionamento estratgico das empresas para definir posturas, permear relaes e orientar

    escolhas. S depois se espera que esteja presente nos discursos proferidos pelos porta-vozes.

    A mudana para uma viso de sustentabilidade se baseia em trs pilares:ambiental, econmica

    e social, para que uma empresa ou um processo seja vlido, ou seja, ambientalmente

    compatvel, economicamente rentvel e socialmente justo, implica a adoo de modelos de

    gesto que identifiquem as causas dos problemas ambientais para evitar a necessidade de

    medidas de carter corretivas, reduzindo os impactos provocados por estes no meio ambiente,

    possibilitando a definio de alternativas que sejam viveis economicamente e que

    contribuam efetivamente para a melhoria da qualidade de vida na Terra (KIPERSTOK, 2002).

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    4/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    4

    2.2. Sistemas de gesto ambiental

    A Gesto Ambiental surgiu da necessidade do ser humano organizar melhor suas diversas

    formas de se relacionar com o meio ambiente (MORALES, 2006). Ou ainda, a GestoAmbiental consiste na administrao do uso dos recursos ambientais, por meio de aes ou

    medidas econmicas, investimentos e potenciais institucionais e jurdicos, com a finalidade de

    manter ou recuperar a qualidade de recursos e desenvolvimento social (CAMPOS, 2002).

    Tachizawa (2002) conceitua gesto ambiental como o processo de ordenamento do espao

    com base na formalizao de um sistema de planejamento, diagnosticando o ambiente,

    integral, sistmica e continuamente.

    Barbieri (2007) afirma que os termos administrao, gesto do meio ambiente, ou

    simplesmente gesto ambiental sero aqui entendidos como as diretrizes e as atividades

    administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direo, controle, alocao de

    recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente,

    quer reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas aes humanas, quer

    evitando que eles surjam.

    De acordo com a Fundao Brasileira para o Desenvolvimento Sustentvel, Sistema de

    Gesto Ambiental (SGA) parte integrante do sistema geral de gesto (administrao) de uma

    empresa, abordando os aspectos da gesto que planejam, desenvolvem, realizam,

    implementam, controlam e melhoram a poltica ambiental da empresa, otimizando seus

    objetivos e metas de reduo de impactos (danos) ambientais provenientes de suas atividades,

    alm de ser essencial e indispensvel para o processo de certificao da norma ISO 14001.

    2.3 Aspectos e impactos ambientais

    De acordo com a norma ISO 14001, aspecto ambiental se define como um elemento dasatividades, produtos ou servios de uma organizao que pode interagir com o meio ambiente.

    Segundo a Resoluo CONAMA n 001/86, considera-se impacto ambiental qualquer

    alterao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por

    qualquer forma de matria ou energia resultante das atividades humanas, que direta ou

    indiretamente, afetam-se: a sade, a segurana e o bem-estar da populao; as atividades

    sociais e econmicas; a biota; as condies estticas e sanitrias do meio ambiente e a

    qualidade dos recursos naturais.

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    5/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    5

    A Resoluo CONAMA n 001/86 ainda estabelece a exigncia de elaborao de Estudo de

    Impacto Ambiental (EIA) e respectivoRelatrio de Impacto Ambiental (RIMA) para

    o licenciamentode diversas atividades modificadoras do meio ambiente, bem como as

    diretrizes e atividades tcnicas para sua execuo.

    3. Metodologia

    A metodologia utilizada para chegar aos objetivos propostos constituiu em um estudo de caso

    do tipo descritivo. Yin (2001) afirma que o estudo de caso trata de uma investigao cientfica

    que investiga um fenmeno contemporneo dentro de seu contexto da vida real,

    especialmente quando os limites entre o fenmeno e o contexto no esto claramente

    definidos; enfrenta uma situao tecnicamente nica em que haver muito mais variveis de

    interesse do que pontos de dados e, como resultado, baseia-se em vrias fontes de evidncia

    (...) e beneficia-se do desenvolvimento prvio de proposies tericas para conduzir a coleta

    de anlise de dados.

    A pesquisa foi realizada em um salo de beleza situada na cidade de Natal/RN. A forma de

    abordagem qualitativa por identificar e analisar os aspectos e impactos causados pelo local

    do presente estudo, e tambm quantitativa, com finalidade de indicar e priorizar as melhorias

    a serem feitas em cima dos impactos que forem considerados negativos e significativos.

    Utilizou-se a pesquisa bibliogrfica como meio de fornecer conhecimentos a respeito do

    assunto pesquisado. A coleta dos dados se deu em 8 dias consecutivos, no perodo de

    23/01/2012 30/01/2012 atravs da ao conversacional e observacional. Com intuito de

    identificar, caracterizar e avaliar os aspectos e impactos ambientais relacionados a um salo

    de beleza, objetivo do presente estudo, utilizou-se do Modelo para avaliao dos aspectos e

    impactos ambientais a partir dos dados coletados na pesquisa in loco com base na tica da

    gesto ambiental. Os resultados da presente pesquisa apresentam limitaes quanto implantao da opo metodologia em demais empresas do setor ou fora dele por se tratar de

    um caso especfico, com caractersticas organizacionais e geogrficas particulares, no

    descartando a possibilidade de empreendedores se motivarem busca de respostas e

    melhorias sobre a temtica abordada.

    4. Estudo de caso

    4.1 Caracterizao da empresa e principais processos

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    6/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    6

    A empresa objeto de estudo do caso est inserida no setor de salo de beleza e localizado na

    cidade de Natal/RN, bairro onde predominam as classes A, B e C. Atua no ramo de esttica

    desde 2009 e possui em seu portflio os seguintes servios: escovas, corte, colorao,

    manicure, depilao. Sendo considerada pelo Servio Brasileiro de Apoio s Micro e

    Pequenas Empresas (SEBRAE) como microempresa, pois a mesma possui cinco

    colaboradores, dentre eles esto: 1 (Uma) Proprietria/Administrativo-Financeira, 1(Uma)

    Secretria, 2 (Duas) manicures, 1 (Uma) Depiladora. A proprietria tambm atua na parte

    operacional do salo de beleza, sendo responsvel pela realizao de escovas, alisamentos,

    cortes, colorao, etc. Dentre os processos realizados, destacam-se os de manicure, corte,

    escova, escova progressiva e colorao como principais, os quais sero analisados no presente

    artigo.

    4.2 Identificao dos aspectos e impactos ambientais

    Sejam caracterizados como de pequeno, mdio ou grande porte, os sales de beleza so

    estabelecimentos que renem vrios itens a serem identificados e analisados quando o assunto

    aspecto e impacto ambiental. Essa diversidade explicada pela pluralidade de servios,

    mtodos e produtos empregados nas atividades rotineiras de funcionamento do local.

    A identificao dos aspectos ambientais e a anlise dos impactos associados de importnciasignificativa para toda organizao, devido grande oportunidade de envolvimento de todos

    os setores com a implementao do SGA. A empresa deve ainda garantir que os aspectos

    relacionados aos impactos significativos sejam levados em considerao na definio de seus

    objetivos ambientais. Para se trabalhar essas questes no salo em que foi realizada a

    pesquisa, foram selecionados os processos produtivos mais procurados pelos clientes, ou seja,

    aqueles que ocorrem com maior frequncia.

    Para apresentar e identificar cada um dos processos escolhidos, juntamente com seus aspectose impactos ambientais relacionados, elaborou-se o quadro 1.

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    7/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    7

    Quadro 1Atividades, aspectos e impactos ambientais no salo de beleza

    Atividades/Operao Aspecto Ambiental Impacto Ambiental

    Corte

    Escova

    Colorao

    Manicure

    Escova progressiva

    Corte

    Escova

    Colorao

    Manicure

    Escova progressiva

    Corte

    Escova

    Colorao

    Manicure

    Escova progressiva

    Corte

    Escova

    Colorao

    Manicure

    Escova progressiva

    Corte

    Escova

    Colorao

    Manicure

    Escova progressiva

    Corte Cabelo Contaminao do meio ambiente

    Escova

    Escova progressiva

    Colorao Metais pesadosDestruio da fauna e da flora de ecossistemas

    aquticos, contaminao da gua potvel

    Madeira

    Plstico

    Acetona

    Algodo

    IDENTIFICAO

    Desperdcio de energia eltrica

    Uso do condicionador de ar

    Resduos de produtos qumicos

    Rudo

    Manicure

    Consumo de guaDesperdcio, esgotamento de fonte no renovvel,

    presso sobre os recursos naturais

    LixoContaminao do meio ambiente, proliferao de

    insetos

    Presso sobre os recursos naturais

    Liberao de dixido de carbono e dixido de enxofre

    Poluio de efluentes, poluio do solo

    Impactos no ar, gerao de lixo no degradvel,

    contaminao do lenol fretico

    Interferncia na sade auditiva humana, alterao da

    qualidade do ar

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    8/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    8

    4.3 Requisitos legais

    Atividades/OperaoAspecto

    AmbientalImpacto Ambiental Requisitos legais

    CorteEscova

    ColoraoManicure

    Escova progressivaCorte

    Escova

    ColoraoManicure

    Escova progressivaCorte

    EscovaColoraoManicure

    Escova progressiva

    Escova

    Escova progressiva

    Colorao Metais pesados

    Destruio da fauna e daflora de ecossistemas

    aquticos, contaminaoda gua potvel

    RESOLUOCONAMA n 397, de

    03 DE ABRIL DE2008

    Desperdcio deenergia eltrica

    Presso sobre os recursosnaturais

    PROCEL - Decreto de18 de julho de 1991

    IDENTIFICAO

    LixoContaminao do meio

    ambiente, proliferao deinsetos

    Lei N 12305/2010 -Poltica Nacional deResduos Slidos;

    Resduos deprodutosqumicos

    Poluio de efluentes,poluio do solo

    RESOLUOCONAMA n 5, de 5

    de agosto de 1993

    Rudo Interferncia na sadeauditiva humana, alteraoda qualidade do ar

    Decreto-lei n.259/2002 de 23 de

    Novembro (RegimeLegal sobre a PoluioSonora (RLPS), revoga

    o decreto-lein292/2000).

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    9/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    9

    Quadro 2Requisitos legais

    4.4 Avaliao de importncia dos aspectos e impactos ambientais

    Devidamente identificados os aspectos e impactos ambientais provenientes dos processosprodutivos escolhidos para trabalhar-se no salo, chegada a hora de realizar a avaliao de

    importncia dos mesmos.

    O modelo para avaliao dos aspectos e impactos so expressos no quadro 3, que apresenta o

    modelo proposto por Seiffert (2007), com dados da atividade e operao da empresa,

    caracterizao, verificao de importncia, avaliao da significncia, e controles j

    existentes, permitindo uma avaliao severa e criteriosa da importncia dos aspectos e

    impactos ambientais. Os critrios utilizados para o preenchimento do quadro 3 soapresentados no quadro 4.

    Com a observncia destes critrios foi confeccionado o quadro 5, com objetivo de definir uma

    hierarquia dos impactos e aspectos, possibilitando a priorizao de medidas preventivas e

    corretivas, partes integrantes do SGA.

    Quadro3Modelo para avaliao dos aspectos e impactos ambientais

    Atividades/Operao AspectoAmbiental ImpactoAmbiental Cdigo Situaooperacional Incidncia Classe Consequncia(pontos) Frequncia Probabilidade Categoria RequisitosLegais D PI O E E nqu adr ament o

    IDENTIFICAO CARACTERIZAO VERIFICAO DE IMPORTNCIA AVALIAO DE SIGNIFICNCIA

    CONTROLES

    EXISTENTES

    N Normal

    A Anormal

    E Emergncia

    SC Sob Controle

    SI Sob influncia

    B Benfico

    A Adverso

    Baixa 20 (local); 25(regional); 30(global).Mdia 40 (local); 45(regional); 50(global).

    Alta 60 (local); 65(regional); 70(global).Baixa 10Mdia 20Alta 30C Critico

    M Moderado

    D Desprezvel

    Incidncia

    Situao

    Classe

    Conseqncia

    Freqncia /Probabilidade

    Categoria

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    10/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    10

    Quadro 4Critrios para avaliao

    At ivid ad es/ Ope ra o Asp ect o A mbienta l Imp act o A mb ie nt al C d igoSituao

    operacionalIncidncia Classe

    Consequncia(pontos)

    Frequncia Probabilidade CategoriaRequisitos

    LegaisDPI OE Enquadramento

    CorteEscova

    Colorao

    ManicureEscova progressivaCorte

    EscovaColoraoManicure

    Escova progressivaCorte

    EscovaColorao

    ManicureEscova progressiva

    CorteEscova

    ColoraoManicure

    Escova progressivaCorte

    Escova

    ColoraoManicure

    Escova progressiva

    Corte CabeloContaminao do meio

    ambiente6 N SC A 40 30 30 C N Nenhum

    EscovaEscova ro ressiva

    1

    2

    3

    4

    7 N

    5 N

    N

    N

    N

    N

    N NenhumA

    S

    Nenhum

    Nenhum

    Nenhum

    Nenhum

    Nenhum

    S

    S

    N

    S

    X

    X

    X

    C

    C

    C

    C

    30

    30

    30

    30

    30

    30

    30

    30

    50

    20

    50

    70

    Presso sobre os recursos

    naturais

    Liberao de dixido decarbono e dixido de enxofre

    Poluio de efluentes, poluiodo solo

    Interferncia na sade auditivahumana altera o da ualidade

    SC

    SC

    SC

    SC

    A

    A

    A

    Desperdcio de

    energia eltrica

    Uso docondicionador de ar

    Resduos de produtosqumicos

    Rudo

    Consumo de guaDesperdcio, esgotamento defonte no renovvel, presso

    sobre os recursos naturais

    LixoContaminao do meio

    ambiente, proliferao deinsetos

    IDENTIFICAO CARACTERIZAO VERIFICAO DE IMPORTNCIA AVALIAO DE SIGNIFICNCIACONTROLESEXISTENTES

    3040

    40 30

    30

    30

    C

    C X

    SC

    SC

    A

    A

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    11/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    11

    Quadro 5 - Identificao e Avaliao de impactos/aspectos ambientais para o salo de beleza

    Todos os aspectos/impactos apresentados no quadro 5 foram caracterizados como normais,

    sob controle, adversos e crticos. Mesmo resguardados de requisitos legais especficos em sua

    maioria, h preocupao das partes interessadas e h visualizao desses como interesses

    estratgicos para a organizao.

    Dos 12 (doze) aspectos avaliados a partir das atividades da organizao, 9 (nove) deles tem

    como consequncia impactos enquadrados como significativos. Desses, os impactosrecorrentes so: desperdcio, esgotamento de fonte no renovvel, presso sobre os recursos

    naturais, contaminao do meio ambiente, proliferao de insetos, liberao de dixido de

    carbono e dixido de enxofre, poluio de efluentes, poluio do solo, destruio da fauna e

    da flora de ecossistemas aquticos, contaminao da gua potvel, impactos no ar, gerao de

    lixo no degradvel e contaminao do lenol fretico.

    Por fim, mostrado na tabela que no existe controle algum de todos os aspectos e impactos

    advindos dos processos produtivos da empresa.

    Terminada a avaliao, apresenta-se a seguir os objetivos e metas, bem como propostas de

    melhorias para que esses impactos sejam amenizados ou mesmo finalizados, com a inteno

    de garantir qualidade ao meio ambiente.

    4.5 Resultados e propostas de melhoria

    CDIGO OBJETIVO AES DATAS

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    12/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    12

    PREVISTAS

    AReduo do

    consumo de gua

    Trocar sada de gua no lavatrio de

    torneiras para duchas

    2012

    BDestinao

    apropriada do lixoColeta seletiva 2012

    C

    Diminuio do

    consumo de

    energia eltrica

    Manuteno dos aparelhos

    /Desconectar aparelhos eltricos dos

    interruptores quando no forem

    utilizados/ instalao de sensores de

    movimento nas reas internas/ utilizar

    estufa apenas 2 vezes ao dia

    2012

    D

    No entupimento

    da tubulao e no

    contaminao do

    lenol fretico com

    cabelo

    Colocar filtros de tecidos nos

    lavatrios2012

    EEliminar emisses

    de acetona

    Substituir acetona por removedor de

    esmaltes2012

    F

    Diminuio da

    explorao ilegal

    de madeira

    Utilizar lixas biodegradveis/

    Substituir paus de laranjeira por paus

    metlicos

    2012

    G

    Diminuio de

    resduos qumicos

    lanados no meio

    ambiente

    Utilizao de ferramentas que dosem

    a quantidade certa de produtos em

    cada tipo de cabelo/ utilizao de

    produtos naturais

    2012

    Quadro 6Objetivos x aes x datas previstas

    Cdigo A: Reduo do consumo de gua

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    13/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    13

    O lavatrio, local onde os clientes so destinados para a realizao de processos como lavar o

    cabelo, utilizado um grande consumo de gua. Atravs de aes observacionais, foi possvel

    concluir que um dos motivos para o grande consumo se deve a sada de gua ser constituda

    por uma torneira, o que no possibilita ao funcionrio controle do fluxo de gua corrente.

    Uma medida a qual deve ser aplicada neste caso a substituio da torneira por duchas, as

    quais possibilitaram maior controle do fluxo de gua. Essa ao deve ser tomada pelo

    responsvel do estabelecimento estudado at o maro de 2012, podendo ser comprovada a

    reduo do consumo de gua atravs do histrico da COSERN (Companhia de gua e

    Esgotos do RN) fazendo uma comparao entre os meses anteriores e posteriores a

    substituio do novo equipamento.

    Cdigo B: Destinao apropriada do lixo

    O lixo ou resduos fsicos gerados pela empresa possuem objetos no biodegradveis como,

    copos plsticos, sacolas plsticas, papel, embalagens de plstico e papelo, papel laminado,

    algodo, entre outros, todos altamente prejudiciais ao meio ambiente se no forem destinados

    para um local adequado, aumentando significativamente a poluio do solo, da gua e do ar.

    Diante desta percepo, foi observado que todo o lixo gerado pela empresa no possui

    nenhum tipo de medida ou ao que encaminhe os resduos para um local adequado. Paratanto, foi analisada a situao atual do bairro em que o estabelecimento est inserido a

    respeito de coleta seletiva, e constatou-se que o Governo disponibiliza para todo bairro este

    tipo de ao envolvida com a preservao do meio ambiente. Contudo, faz-se necessrio a

    adequao da empresa de modo imediato para que a coleta seletiva seja realizada de maneira

    eficiente e eficaz diariamente.

    Cdigo C: Diminuio do consumo de energia eltrica

    No dia-a-dia de qualquer empresa, o consumo de energia um dos principais aspectos

    caracterizados como crticos, tendo um nvel prejudicial ao meio-ambiente bastante elevado.

    No salo de beleza do presente artigo, este aspecto tambm requer bastante ateno pelo alto

    consumo de energia eltrica devido ao uso de secadores, pranchas, ar-condicionado, estufas

    esterilizadoras, dentre outros. Para tanto, aps a observao e anlise do ambiente existente,

    foi possvel apresentar algumas aes que tero como consequncia uma reduo significativa

    do consumo de energia eltrica, como: Manuteno de todos os aparelhos eletroeletrnicos

    regularmente; desconectar aparelhos eltricos dos interruptores quando os mesmo noestiverem sendo utilizados; instalao de sensores de movimento nas reas internas (rea de

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    14/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    14

    depilao, banheiros, dispensa); utilizar estufa esterilizadora apenas duas vezes ao dia,

    contrrio ao que feito atualmente, sendo a mesma ligada durante todo o dia. Todas essas

    medidas podem ser tomadas em curto prazo, alm de esta reduo poder ser claramente

    observada pela proprietria do estabelecimento atravs do histrico da COSERN (Companhia

    Energtica do Rio Grande do Norte) fazendo uma comparao entre os meses anteriores e

    posteriores a realizaes das aes designadas.

    Cdigo D: No entupimento da tubulao e no contaminao do lenol fretico com cabelo.

    Alguns fios de cabelo que se soltam do couro cabeludo na hora da lavagem do cabelo descem

    direto pela tubulao. Com isso dois problemas podem ser gerados, mas tambm facilmente

    resolvidos, ao colocar uma tela de tecido impedindo a passagem de fios de cabelo, que podementupir o encanamento ou contaminar o lenol fretico, podendo ser recolhido e ter uma

    destinao correta.

    Cdigo E: Eliminar emisses de acetona

    Para a realizao do processo cabvel a manicure, necessria a utilizao de acetona para a

    remoo de esmaltes. No entanto, a emisso de acetona no ar, principalmente em locais

    fechados, considerado um impacto negativo para o meio ambiente local. Uma medida fcil

    de ser tomada a substituio de acetona por removedor de esmaltes, cuja composio noexiste substncias nocivas equiparadas acetona.

    Cdigo F: Diminuio da explorao ilegal de madeira

    Para a retirada de alguns produtos, a manicure usa paus de laranjeira, muitas vezes produzidos

    a partir de madeira ilegal. Uma resoluo simples para esse problema a troca por esptulas

    de ferro, que podem ser reaproveitadas, causando menos danos.

    Cdigo G: Diminuio de resduos lanados no meio ambienteSabe-se que os maiores causadores de impactos negativos ao meio ambiente se tratando de

    estabelecimentos na rea de sales de beleza so os resduos qumicos que podem ser

    encontrados em tintas, shampoo, condicionadores, entre outros. Quanto maior a quantidade de

    resduos qumicos lanados, maior a quantidade e a rea afetada pela eutrofizao, causando

    a destruio da fauna e da flora de muitos ecossistemas aquticos, transformando-os em

    esgotos a cu aberto. Diante desta realidade, analisaram-se medidas que podem ser tomadas

    para que haja a reduo de resduos lanados em locais inapropriados. Atualmente existemferramentas capazes de medir a quantidade necessria de produtos qumicos a ser utilizada

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    15/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    15

    para cada tipo de cabelo, sendo esta uma medida eficaz para reduzir os resduos

    desnecessrios para a manuteno do cabelo, alm de contribuir economicamente para a

    empresa. Alm disso, podem-se usar produtos qumicos que tenham em sua composio

    substncias naturais no nocivas ao meio ambiente. Essas medidas podem ser tomadas em

    curto prazo, reduzindo significadamente a agresso a natureza.

    5. Consideraes finais

    Os resduos, se descartados inadequadamente no ambiente, podem provocar alteraes

    intensas no solo, na gua e no ar, alm da possibilidade de causarem danos a todas as formas

    de vida, trazendo problemas que podem comprometer as geraes futuras. To importante

    quanto a destinao e o tratamento adequado, preciso produzir cada vez menos resduos e

    reaproveitar cada vez mais os que foram gerados, reduzindo o ndice de desperdcio e

    contribuindo para uma sociedade mais preocupada com todos.

    Com a implantao do SGA na empresa estudada, essa pode tornar-se mais competitiva, tendo

    em vista que o mercado est mais conscientizado e buscando empresas preocupadas com a

    sustentabilidade, uma vez que a maior penalidade que a humanidade poder receber pela

    inconsequncia da m utilizao dos recursos naturais e do tratamento inadequado dos

    resduos gerados por suas atividades ser a decisivamente a herana deixada s geraes

    futuras.

    Visto isso, pde-se afirmar que o objetivo geral do artigo foi cumprido e sua problemtica de

    pesquisa respondia, na medida em que se conseguiu identificar, caracterizar e avaliar os

    aspectos e impactos ambientais relacionados a um salo de beleza natalense, propondo

    objetivos e metas que representam aes de melhoria para que prticas ambientais passem a

    ser realidade dentro da empresa, configurando, assim, um sistema de gesto ambiental.

    A opo metodolgica da pesquisa no permite por si s que as singularidades apresentadas

    no caso possam ser estendidas para as demais empresas do setor ou de fora dele. Assim, fica o

    questionamento sobre quais outras empresas de outros setores podem modelar seus prprios

    sistemas de gesto ambiental, alm de trabalhar com o setor de sales com empresas de maior

    porte. Essas questes incentivam outros pesquisadores a explorar o tema, servindo de

    recomendaes para pesquisas posteriores.

    Referncias Bibliogrficas

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    16/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    16

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 14001: sistemas da

    gesto ambientalrequisitos com orientaes para uso. Rio de Janeiro.

    BARBIERI, J. C. Gesto Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e Instrumentos. 2.

    ed.So Paulo: Editora Saraiva, 2007.

    CAMPOS, L. M. S. Apostila de Auditoria Ambiental. Cascavel: UFSC, 2002.

    CEBDS, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentvel. Guia de

    comunicao e sustentabilidade. Disponvel em:

    . Acesso em: 03 de Fevereiro de 2012.

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resoluo n 001, de 23 de janeiro de

    1986, publicado no D. O U. de 17.2.86. Disponvel em:

    . Acesso em: 05 de Fevereiro

    de 2012.

    FBDS, Fundao Brasileira para o Desenvolvimento Sustentvel. Disponvel em:

    . Acesso em: 10 de Fevereiro de 2012.

    JABBOUR, C. J. C; SANTOS, F. C. A. Evoluo da gesto ambiental na empresa: uma

    taxonomia integrada gesto da produo e de recursos humanos. Revista Gesto &

    Produo, So Carlos-SP, v. 13. n. 3, set./dez. 2006.

    KIPERSTOK, A. et al. Preveno da poluio. Braslia: SENAI/DN, 2002.

  • 7/22/2019 SALO LICENCIAMENTO

    17/17

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO20, 21 e 22 de junho de 2013

    MORALES, Anglica Gis Mller. Formao do Educador Ambiental: (re)construindo uma

    reflexo epistemolgica e metodolgica frente ao curso de especializao em educao, meio

    ambiente e desenvolvimento. Curitiba: UFPR, 2006.

    PNUD/IPEA/FJP. Atlas do Desenvolvimento Humano e Condies de vida: Indicadores

    Brasileiros. 1998.

    SANCHES, C. S. Gesto ambiental proativa. RAE - Revista de Administrao de Empresas,

    So Paulo, v. 40, n. 1, jan./mar. 2000.

    SEIFFERT, M. E. B. ISO 14001 Sistemas de Gesto Ambiental: implantao objetiva e

    econmica. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2007.

    SEBRAE, Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas. Disponvel em:

    . Acesso em: 6 de Fevereiro de 2012.

    SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho cientfico. 21. Ed. So Paulo: Cortez, 2000.

    TACHIZAWA, T. Gesto ambiental e responsabilidade social corporativa? Estratgias de

    negcios focadas na realidade brasileira. So Paulo: Atlas, 2002.

    YIN, Robert K. Estudo de caso planejamento e mtodos. (2Ed.). Porto Alegre: Bookman.

    2001.