12
Anuidade O pagamento da anuidade de 2003 com desconto vai até o dia 30 de abril. Veja como pagar na página 2. Informativo da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores SOBRAMES-SP - Regional do Estado de São Paulo Ano XI - n° 125 - ABRIL de 2003 O Ba O Ba O Ba O Ba O Bandeira ndeira ndeira ndeira ndeirante nte nte nte nte Hélio Déstro sugere dois novos projetos para SOBRAMES-SP Um amplo concurso literário e um “stand” na próxima Bienal Internacional do Livro podem ser, na visão de nosso sócio Hélio José Déstro, boas alternativas para incrementar as atividades da SOBRAMES- SP. As sugestões chegaram em carta endereçada à diretoria e podem ser analisadas na página 12. Leia e dê sua opinião. Sabe quem está no Suplemento Literário desta edição? Como sempre, prosa e poesia da melhor qualidade foi selecionada para o deleito de nossos leitores. Confira a belíssima produção de Hélio José Déstro, Lígia Terezinha Pezzuto, Paulo E.Robarte de Abreu, William Moffitt Harris, Sônia Regina Andruskevicius de Castro e Sérgio Perazzo. Páginas 3 a 6. O que é escrito sem esforço é geralmente lido sem prazerSamuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William Seward Campos de Jordão Nossa próxima parada Nesta edição você comeca a conhecer um pouco de Campos de Jordão, cidade que sediará a VII Jornada Médico-literária Paulista da SOBRAMES-SP, entre os dias 25 e 28 de setembro. Enquanto estão sendo definidas as atividades do encontro, você pode antecipar o clima que o espera e se inspirar para produzir os trabalhos literários que inscreverá. Página 4 Evoé, momo! Sérgio Perazzo escreveu o poema vencedor da primeira Superpizza, “brincadeira” literária que promete agitar nossos encontros mensais.Veja na página 3. Próximos Temas: A segunda Superpizza, a ser realizada no dia 16 de maio, durante a Pizza Literária, terá como temas: Estrelasou Batalhas”. Para participar escolha um dos temas e apresente seu texto em prosa ou verso. Mostre seu talento! Empolgação não mede distância Ele mora em Tupã, cidade com cerca de 35 mil habitantes, no oeste do estado de São Paulo, distante 515 km da capital. Desde setembro de 2001, quando ingressou na SOBRAMES-SP, ele não faltou em nenhuma reunião mensal , apesar da distância. Com muito entusiasmo, o psiquiatra Alcione Alcântara Gonçalves vem divulgando nossa sociedade pelo interior paulista e por todos os lugares onde passa. Escolhido para inaugurar a seção, PERFIL que estréia nesta edição, Alcione nos conta um pouco de sua vida, de seus anseios, de seus desejos e do que pensa da SOBRAMES-SP. Leia mais nas páginas 9 e 10.

Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

Anuidade O pagamento da

anuidade de 2003 comdesconto vai até o dia30 de abril. Veja como

pagar na página 2.

Informativo da Sociedade Brasileira de Médicos EscritoresSOBRAMES-SP - Regional do Estado de São Paulo

Ano XI - n° 125 - ABRIL de 2003

O BaO BaO BaO BaO Bandeirandeirandeirandeirandeirantentententente

Hélio Déstro sugeredois novos projetospara SOBRAMES-SP

Um amplo concursoliterário e um “stand” napróxima BienalInternacional do Livropodem ser, na visão denosso sócio Hélio JoséDéstro, boas alternativaspara incrementar asatividades da SOBRAMES-SP. As sugestões chegaramem carta endereçada àdiretoria e podem seranalisadas na página 12.Leia e dê sua opinião.

Sabe quem está no Suplemento Literário desta edição? Como sempre, prosa e poesia da melhor qualidade foi selecionada para o deleito de nossos leitores.

Confira a belíssima produção de Hélio José Déstro, Lígia Terezinha Pezzuto, Paulo E.Robarte de Abreu,William Moffitt Harris, Sônia Regina Andruskevicius de Castro e Sérgio Perazzo. Páginas 3 a 6.

“O que é escrito sem esforço é geralmente lido sem prazer” Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William Seward

Campos de Jordão Nossa próxima paradaNesta edição você comeca a conhecer um

pouco de Campos de Jordão, cidade que sediaráa VII Jornada Médico-literária Paulista daSOBRAMES-SP, entre os dias 25 e 28 de setembro.Enquanto estão sendo definidas as atividades doencontro, você pode antecipar o clima que oespera e se inspirar para produzir os trabalhosliterários que inscreverá. Página 4

Evoé, momo!Sérgio Perazzo escreveu o poemavencedor da primeira Superpizza,

“brincadeira” literária que prometeagitar nossos encontros mensais.Veja

na página 3.

Próximos Temas:A segunda Superpizza, a ser realizada no dia 16 demaio, durante a Pizza Literária, terá como temas:

“Estrelas” ou “Batalhas”. Para participarescolha um dos temas e apresente seu texto em

prosa ou verso. Mostre seu talento!

Empolgação nãomede distância

Ele mora em Tupã, cidade com cerca de35 mil habitantes, no oeste do estado de SãoPaulo, distante 515 km da capital. Desdesetembro de 2001, quando ingressou naSOBRAMES-SP, ele não faltou em nenhumareunião mensal , apesar da distância. Commuito entusiasmo, o psiquiatra AlcioneAlcântara Gonçalves vem divulgando nossasociedade pelo interior paulista e por todosos lugares onde passa. Escolhido para inaugurara seção, PERFIL que estréia nesta edição,Alcione nos conta um pouco de sua vida, deseus anseios, de seus desejos e do que pensada SOBRAMES-SP.

Leia mais nas

páginas 9 e 10.

Page 2: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

editorial Texpediente

O BandeiranteANO XI - nº 125 - Abril 2003

Publicação da SOBRAMES-SP

Sociedade Brasileira de Médicos Escritores

Regional do Estado de São PauloSede: Rua Alves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP - telefax (11)

3062.9887 / 3062-3604

Editores: Flerts Nebó, Marcos Gimenes Salun /Redatores: Arlete M.M.Giovani, Carlos AugustoFerreira Galvão, Luiz Giovani, Marcos GimenesSalun / Jornalista Responsável: MarcosGimenes Salun - MTb 20.405 - SP

Correspondência: Av.Prof. Sylla Mattos, 652 -apto. 12 - Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP -CEP 04182-010 E-mail: [email protected]

Diretoria Gestão 2003/2004

Presidente: Luiz Giovani / Vice-presidente:

Milton Maretti / Primeiro-secretário: KarinSchmidt Rodrigues Massaro / Segundo-

secretário: Flerts Nebó / Primeiro-tesoureiro:

Arlete M.M.Giovani / Segundo-tesoureiro:

Marcos Gimenes Salun / Conselho Fiscal

Efetivos: Carlos Augusto Ferreira Galvão,Madalena J.G.M.Nebó, Aldo Miletto / Suplentes:

Sérgio Perazzo, José Jucovsky, ManlioM.M.Napoli

2 O Bandeirante - Abril 2003

chegouna redação

Preservando o idioma

No próximo dia 23 deste mês comemoraremos o DIA DOMÉDICO-ESCRITOR. Para ser médico se requer muito estudo, dedicaçãoplena, atualização acadêmica, estudo constante e continuado, alémde pesquisa permanente dentro dessa profissão que escolhemos paranossa vida. Ser um médico-escritor, não se levando em consideraçãoa parte científica, mas tão somente a literária, torna-se algoextremamente complexo e verdadeiramente difícil.

Escrever é, sem dúvida, uma arte. Escrever para agradar ao“ego” e ao mesmo tempo o leitor é, sem dúvida, muito mais que umasimples arte. A Literatura, assim como a Medicina, também tem suaevolução e há necessidade de ser constantemente atualizada, pois amaneira de se dizer as coisas hoje é bem diferente do modo como sedizia ou falava no inicio do século XX.

Lembremo-nos que os meios de comunicações encontram-senuma evolução constante e o que se fazia ontem, hoje já é arcaico,pois na Literatura há o perigo constante da “entrada” de novos ter-mos ligados à evolução das comunicações, obrigando o literato atuala uma permanente e constante atualização, não só na forma e nomodo de se escrever, mas sobretudo na depuração do emprego determos advindos de outros idiomas.

É nossa obrigação procurar defender o idioma pátrio e nãointroduzir, por “modismo”, palavras estrangeiras, quando temos emnossa língua palavras até melhores que as que, por acaso ou por em-prego comercial, passam a ser utilizadas.

O emprego de estrangeirismos e de termos cujo significadomuitas vezes ignoramos, deve ser fortemente combatido, comoestamos observando no linguajar de nossas crianças atualmente.

Devemos nos lembrar que a letra “a”, pronuncia-se “a” mes-mo e não “ei”; o “i” deve ser pronunciado “i” mesmo e não “ai”,assim como a letra “é” deve ser “é” mesmo e não “i”. Façamosfrente, imediatamente, a esse perigo, pois nosso idioma acabará indo“para o brejo” em pouco tempo.

Leia e escreva em português do Brasil e não em idiomas deoutros países, que freqüentemente não sabem que a nossa Capital éBrasília e não Buenos Aires ou ainda, quando lembram, falam de Riode Janeiro... Lutemos pelo que é nosso! Não nos vendamos a palavrasde outras plagas, pois Brasil se escreve com S e não Z de Zebra!

Flerts NebóFlerts NebóFlerts NebóFlerts NebóFlerts Nebó

Anuidade de 2003 continua igualNeste ano de 2003, a anuidade continua sendo R$100,00 (cemreais) até 30 de abril, passando após esta data para R$120,00(cento e vinte reais). A forma de pagamento escolhida pela

Diretoria como a mais eficiente foi a de depósito bancário emnome da Sociedade (por favor remeta-nos cópia do

comprovante de depósito bancário) ou, se preferir, enviecheque nominal para a tesouraria. A SOBRAMES – SP, para

honrar seus compromissos, necessita de sua atenção.Dados para depósito:

SOBRAMES-SPAGÊNCIA: 031-0 CONTA: 106730-3 BANCO: BRADESCO

Tesouraria:

Rua Lisboa 518 Ap 73 CEP 05413-000 J. América São Paulo

A carta que o dentista Dr. HélioJosé Déstro, nosso confrade,enviou para a redação, viroumatéria publicada na página 12desta edição. Ele sugere algumaspossibilidades de projetar aSOBRAMES-SP em outroshorizontes. Por quê não?***As publicações enviadas pelasnossas regionais ou por outrasentidades também acabam virandonotícia em nosso jornal. Somosfavoráveis ao intercâmbio deinformações e publicações.Veja napágina 11.***Você também tem uma carta paranos enviar? Ótimo! Use o seudireito e comunique-se com nossojornal: [email protected]

***

Page 3: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

O Bandeirante - Abril 2003 3

Cerca de 500 anos antes de Cristo,na era de Péricles, viveu nossoconhecidíssimo Hipócrates, o pai daMedicina. Era filho de um médico ecresceu praticando a nobre arte

entre os milhares de inválidos e turistas quevisitavam as águas termais de Cós. Desde oinício habituou-se a confiar mais naalimentação e nos exercícios do quepropriamente nos remédios. Hipócratesconquistou tal fama que chefes de Estados,como Perdicas da Macedônia e Artaxerxes I daPérsia, foram seus clientes.

O corpo, dizia ele, é um composto desangue, mucosidade, bílis amarela e bílisnegra. Quando esses elementos se achamdevidamente proporcionados e misturados, ohomem goza da mais perfeita saúde. A dorseria conseqüência da falta ou do excesso deum “humor”, ou do seu isolamento dos outros.Essa teoria só veio a ser abandonada no século

A MEDICINA NO TEMPO DE HIPÓCRATES

passado da nossa era! Talvez ainda sobrevivatransformada na moderna doutrina doshormônios ou secreções glandulares. Hipócratesescreveu um breve tratado sobre “Ares, Águase Lugares” em relação com a saúde. “Podemosexpor-nos sem receio ao frio”, dizia ele, “a nãoser depois das refeições e dos exercícios... Nãofaz bem ao corpo evitar o frio do inverno.”

A Medicina grega daquela épocaconquistou grandes progressos, tanto técnicoscomo sociais. Abriram-se consultórios,chamados iatreia e havia um grande número demédicas especialistas em moléstias de senhoras.Os governos contrataram médicos para a saúdepública e para dar atendimento aos pobres.Democedes, por exemplo, era contratado eganhava cerca de 2 talentos por ano! Issoeqüivale a mais ou menos R$24.000,00 ou seja,R$2.000,00 por mês! Como vocês podem ver, ascoisas não mudaram muito nos últimos 2500anos...

com a palavra, o presidente

Luiz Giovani*

A produção poética deste carioca, psiquiatra epsicodramatista de 60 anos, que também é músico - faz

parte da orquestra do Hospital Albert Einstein, comosaxofonista - está registrada no livroCROEMAS, publicado pela Scortecci Editoraem 2002. Quer dizer, nem toda sua obra estáregistrada neste esplêndido volume. Perazzoainda tem mais para dizer de sua poesia e

de sua vida do que aquilo que já estáregistrado em CROEMAS, uma vez que elemesmo garante que ambos, vida e poesia,são “coisas superpostas e indissociáveis”. Assim, quantomais se vive, mais se faz poesia. Ou seria vice-versa?

Para provar que vida e poesia caminham lado a lado

Perazzo escreveu um “conto-poema” utilizando um dostemas propostos para este exercício de criatividade: ocarnaval.

superpizza * Luiz Giovani é médico pediatra e presidente da SOBRAMES-SP

SÉRGIO PERAZZO VENCE A PRIMEIRA EDIÇÃO

LIFE SYSTEMASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA

Avenida Brasil, 598 – Jardim América – SP

(11) 3885 – [email protected]

HOSPITAL METROPOLITANOServiços de Pronto-socorro

e tratamentos de ambulatório.Rua Marcelina, 441 - Vila Romana - SP

(11) 3677.2000“Evoé, momo!” pode ser lido tanto como um conto

urbano, carioquíssimo, quanto como um poema quaseépico, surgido das entranhas de uma Marquês de Sapucaíbucólica e atual ou de um dos muitos morros e favelas

que teimam em fazer parte da paisagem carioca e seentranhar na realidade.

O professor Helinton Beteto, que também é diretorda Faculdade Paulista de Serviço Social, e que foiconvidado para julgar os trabalhos desta primeira ediçãoda Superpizza, certamente teve muito trabalho para

escolher dentre os inscritos.Esperamos que esta primeiraexperiência de criatividade possa ter incentivado outrosescritores, para que também venham participar daspróximas edições. ” Evoé, Momo!” está na página 5.

“Descansem em paz nossos mortos dentro de

mim” é um dos livros de Sérgio Perazzo, àvenda em www.som.livre.com.br

Page 4: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

4 O Bandeirante - Abril 2003

Nossa VII Jornada Médico-literária Paulista acontecerá na

Colônia de Férias de Campos de Jordão da Associação do

Oficiais da Policia Militar do Estado de São Paulo, que fica na

Vila Jaguaribe, mais precisamente no chamado Vale Encantado.

Dispõe de chalés e apartamentos para casais e grupos

familiares. A diária, a preços bastante acessíveis, compreende

também café da manhã, almoço e jantar (fora extras e bebidas).

Está servido? Então você é nosso convidado para começar a

conhecer alguns detalhes desta cidade que nos receberá para

ser o palco de mais um grande evento literário.

Campos de Jordão

A cidade que nos espera

Foi a fantástica perseguição ao ouro que levouo sertanista Gaspar Vaz da Cunha, o Oyaguara, a romperas matas virgens da Mantiqueira, vindo do Vale doParaiba, através de picadas coleantes e escarpadas, emdireção às minas auríferas de Itajiba. Ficou encantadocom a exótica e exuberante paisagem da região doSapucaí e não sabia que estava desbravando os caminhosque, mais tarde, levariam ao paraíso na terra, ornadode opulenta vegetação, solo fértil, clima excepcional eágua salubérrima.

Por volta de 1771, a coragemépica de Inácio Caetano Vieira deCarvalho, seguindo as pegadas doOyaguara, subiu os degraus da SerraPreta, na Mantiqueira, em direçãoao Pico do Itapeva, vindo de Taubaté,fixando-se com sua família durante18 anos nos Campos da Mantiqueira.Fundou a Fazenda Bom Sucesso,requereu e obteve carta de sesmariado Governador da Capitania de SãoPaulo e lutou bravamente paradefender as divisas de São Paulocontra seu vizinho sesmeiro, João daCosta Manso, da Fazenda São Pedro,das bandas de Minas Gerais. Graçasà sua luta, Campos do Jordãopermaneceu paulista e InácioCaetano Vieira de Carvalho levou para o túmulo a glóriade ter sido o pioneiro desta, hoje, maravilhosa Estância.Desde esses primórdios até a fundação da cidade deCampos de Jordão, muita história aconteceu e delatomaremos conhecimento aos poucos.

Por enquanto, importa saber que a criação doMunicípio de Campos do Jordão deu-se em 16 dejunho de 1934, ocasião em que se desligou deSão Bento do Sapucaí e, em 30 de novembro de1944, foi criada a sua Comarca. Detém área de269 quilometros quadrados e está situada emclima tropical de montanha.

Campos do Jordão localiza-se a 1.700metros de altitude e pesquisas científicas acusarama superioridade de seu clima em relação a DavosPlatz, nos Alpes Suiços, bem como um teor deoxigenação e ozona superior ao de Chamonix,famosa estância francesa, pela pureza do ar.Campos do Jordão apresenta vantagem sobre asdemais estâncias climáticas brasileiras: o seu climatropical de montanha faz com que o sol estejapresente praticamente o ano todo. A luminosidadecostuma atingir o seu grau máximo no inverno,

quando então a temperatura chegaa cair até a 5 graus negativos, emborajá tenha atingido, no passado, a 18graus abaixo de 0, em 1992.Pesquisas realizadas de 1961 a 1974sobre as variações climáticas acusamo mês mais frio em junho, e o maisquente, o de fevereiro (média de 17ºa 27º C). O mês de janeiro é o maischuvoso, o de junho o mais seco, e ode agosto é aquele em que o sol seapresenta em sua maior intensidade.Outros dados sobre a temperatura:temperatura abaixo de 9º C, 14 diaspor ano; acima de 25º C, 25 dias porano; ocorrência de nevoeiro, 49 diaspor ano; de orvalho, 113 dias eocorrência de geada, 42 dias por ano.

Este cenário paradisíoco será a moldura da JornadaMédico-literária paulista pela segunda vez. Em 1997Campos de Jordão já havia recebido os escritores daSOBRAMES paulista em sua IV Jornada. Já sediaram oencontro as seguintes cidades paulistas, pela ordem:Jundiaí, Bragança Paulista, Santos, Campos do Jordão,Águas de São Pedro e Botucatu. Agora a SOBRAMES estáde volta a Campos de Jordão, entre os dias 25 e 28 desetembro, e espera repetir o mesmo sucesso detodos os encontros anteriores. Na próxima ediçãoestaremos divulgando os primeiros detalhes do

evento deste ano. Até lá, aguarde e prepare-se!

Prepare seus melhores trabalhos literários: Campos de Jordão te espera!

Page 5: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

O Bandeirante - Abril 2003 5

Suplemento Literário

Tarde de sábado.Abertura do carnaval.Bondes despejando piratasde argolas, de pernas-de-pau,colombinas, ciganas, espanholas,bailarinas, concertinas, concubinas,odaliscas diáfanas, ariscas,havaianas louras,tirolesas morenas,rubis de vidro, falsas turquesas,caubóis de bigodes de rolha queimadae índios de penas de galinhajá esfregando as lágrimasdas guerras de lança-perfume,bem na mosca, bem na rosca,bem no olho vermelho de éter,trajetória de gáudio e tormento,nas aléias do Passeio Público,nem bem as barraquinhasdestilavam seus garrafões de groselha,maceravam seus molhos de pimentae enchiam seus pastéis de vento.Corriam os anos cinqüenta.

Era um dos primeiros.Todomundo já esperava.Todo mundo cacifava.Todo mundo se apertava.Um programa pré-escritoanos a fio.O dito pelo não dito.O haver que não havia.Avesso e reverso da estripulia.Até o fim da Terça-feira gorda.Dia após dia.

Do frevo, gata no cio,guardachuvado,fervente, encharcado,nervo exposto multicor,até a saudade pungenterefletida nas lantejoulas,no asfalto, furta-cor,tanto quanto se me dáà distância o tempo recordar,da linfa, do sangue, do suor, da biledo rancho que fechava o desfile,na segunda, o Ameno Resedá.Até a madrugada de Quarta,esbarrando, retirante, na noite fartados últimos carros alegóricosébrios de luzese de ninfas de pernas de forano ontem e no agora,celebrando com a sua quaresmaum cansado armistício:Tenentes do Diabo, Fenianos,Democráticos, Pierrôs da Caverna,até que silenciassem os clarinse se apagassem os fogos de artifício,de cabo a rabo descortinandoos risos sorumbáticos da aurorapara além das rais dos confins.

Sempre ele.Impassível.Impossível.Fantasia?Centurião romano.

Porte de imperador.De um Trajano. De Adriano.De um Nero matricidaprocurando sua Agripina.Esmeralda e turmalina.Era a essência divertidae sua expansão contida,colher de açúcar, pitada de sal,sorte minha, sorte sua,da prórpia folia de rua,do bloco do eu-sozinho,logo ele o anti-entrudo,o anti-tudo,o anti-carnaval.

Apenas andava reto.Do começo ao fimda Avenida Rio Branco.Até depois do prédiodo Banco do Brasil.Ia e vinha.Jamais desviava da sua linha,trajetória imutável,interminável, sem teto.Água escorrendo num funil.Marchava lentocomo em posição de sentidoquase até o Mosteiro de São Bento.

Nunca sorria.Nem uma única palavra.Na esquina da Presidente Vargasdesembainhava a espadafeita de madeira douradaque subia e desciaem sua mão,desbravando na multidão carnavales-ca,seu aplauso e seu cenário,um caminho imaginário.De um lado a Gália.Do outro, a Igreja da Candelária.Seu corpo, pedra de cantaria.Seu rosto, pedra de alvenaria.Como os sinos mudosprotestando contra os pecadosluxuriosos desta febre pagã,desta batucada malsão,esse Calígula austero,todos os devassos somados,cercado de cabantespor todos os lados,era uma ilha de alegria.

Procurávamos.Apontávamos.“- Olha lá o romano!”Surpresa tamanha.Mundaréu insano.Corríamos todosdeslumbradoscom a figura estranha.Procurávamos, se possível fosse,o menor riscona sua expressão de aço.Patrulhávamos o Amarelinhono desalinho do traço, corisco,da hipotenusa do triângulocompletado com os salões

do Bola Pretae a escadaria escorregadiado Teatro Municipal.Era o bar, pensávamos,seu refúgio ideale banheiro mais provável.Púnhamos todas as fichas,cacife total, neste jogo de roleta.

Apostávamos.Nós, sentinelas tirânicas.Mas nem beber água,nem fazer xixi ele fazia.Seu corpo era fechadoa tais bagatelas hidrodinâmicasdos simples mortais.Parecia.Será que dormia?

Nem o Bafo de Onça,perto do Estácio,nem Cacique de Ramos,pros lados de Olaria,que ousadia,nada nem ninguémnem bloco nenhumatravessava o seu caminhoou seu senso somum.Desaparecia como aparecia.Sem ninguém saber de onde.Nunca ninguém souve o seu nome.Nunca foi entrevistado.Nem no rádio.Nem na raça.Nem a esmo.Por isso mesmo,nunca perdeu a graça.Nem bem os paietês e alegoriasviraram cinzas na Quarta-feira,num dia seguinte de pasmaceiraem que a manhã se movenum mar enfunadode vagalhões de engove,num silêncio de baticum,cheiro de incensoperfumando o bodumnuma novena de penitentes,na enxaqueca do brilho solardo m eio-dia,encerrando o roteirode confetes e serpentinas,de palhaços e arrelia,uma sirene ligada com arrogância,caindo pea pista da avenida,mais pelo almoço próximo do moto-rista,mais pela troca do plantãoda equipe da ambulânciaque pela urgência em si mesma,com plena e toda certeza,estacionou na calçada,quase na contramão,a mercer troféu de bronzepelo golpe de destreza.

Tropel de uniformes brancosdegraus escuros acimano cortiço da Praça Onze.

O quarto miserável,um pardieiro.Num canto, aceso,o fogareiro Jacaré, de querosene,

e um vira-lata de ar solene,de ar tristonho.A faca de cozinha no chão,de um lado,espada de sonhodo centurião romano.O bife cru ainda com pelancas,magro, do magro almoço,culinária malfeita,que ele preparava sem alvoroço,caído à sua direita.O homem emborcado,um bicho, um galo na testa,com a cabeça grisalhaenfiada na lata de lixo.Vestígios de olheirase maquiagem borradana lívida fisionomia.

Encostados noutro canto,brilho sujo de prata,bruxuleio de lamparina,o elmo, o peitoral de latada meia-armaduradeste Cipião carioca,deste Tibério caradura,a espada de madeirarestos de purpurina.

No documentolargado em cima da cadeira,um tal de Ubirajara,capixaba de nascimento.

Mais nada,Mais ninguém.A solidão acabadae enterrada na lata de lixo.

O médico, ainda jovem,menos habituado à solidãoque à morte,disfarçava, olhando o relógio,maldizendo a própria sorte,registrando o seu aval,nada menos, nada maisque a constatação de óbito,em garranchos feita à margem,só para falar na linguagemoficial dos hospitais.

E no canto extremo,neste momento terrenode juizo, de cobrabça e de usura,por cima da hora e da data,enquanto lá foraaguardava a viatura,espremida entre o carimboe o ator morto deste drama urbano,desfecho do coliseu romano,no espanto de tristeza e dor,no espaço burocrático justo,a assinatura floreada,o nome manuscrito do doutor:Antônio César Augusto.

Evoé, Momo!Sérgio Perazzo

Evoé, Momo! foi o trabalhovencedor da 1ª Superpizzarealizada no dia 20.02.2003.

Page 6: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

6 O Bandeirante - Abril 2003

Suplemento Literário

Notícia de jornalHélio José Déstro*

Extra... Extra... Extra... Anúncio... Troca-se

SANGUE pelo negro petróleo...Pra manchar de vermelho o deserto...

SONHOS por balas... explosões e terror...Por plantações de corpos na terra.

INFÂNCIA SAUDÁVEL por dores atrozes.Para cobrir de lágrimas o chão.

FAMÍLIAS trituradas por canhões...Pra servir de adubo na terra Pátria.

Formas de pagamentos... Formas de pagamentosAceitamosTodo pagamento deverá ser feito em parcelas...Para que em toda a vida seja crivada de um ódio mortal.

Tudo em pequenas e grandes porções de dores...Haverá troca... do que vai dar... vais receber.

Todo o medo em minha casa...Será trocado pelo medo na tua casa.Ao Mundo causar impressão de Tecnologia e Orgia.O dinheiro gasto em destruições... Gente por números.Deverá ser pago em suadas porções... e prestações...Uma explosão aqui... muitos assassinatos lá...Bombas caseiras matando crianças e mães.Ataques suicidas para explodir nossos ódios.Ter medo de beber... comer... de sonharPrincipalmente.

Porque: o que plantamos... colhemosMedo... Medo... Medo de viver.

Petróleo na bolsa tem mais valor que sangue. Hoje... hoje...Mortes valem mais que sonhos... Hoje... hoje...

Urgente... UrgenteTime is money... money... moneySalve alá. MortesAssinam:Assassinos: Bush e Sadam Hussein

* Hélio José Déstro é dentista em São Paulo. Conhecido pelairreverência de seus textos e poesias. É autor, dentre outros, dolivro “Uberaba, a semente dos sonhos - Coquetel Brasil.”

MãosLigia Terezinha Pezzuto*

Gotas de orvalhoa umedecer a fronteno cansaço,a criar sonhos e poesias,a partilhar maravilhasda vida inconteste,repleta de saberese desejos latentes.

Mãos a fabricarem brisaque sopra suave nahistória da almasingular do poeta.

Mãos entrelaçandocarinhos formadosde estrelas piscantes,de luz e de paz.

Mãos que extasiamo ocaso risonhoda juventude perene,bem próxima docelestial milagreda existência.

Mão de fraternalafago que ferida,desfere gritos de dormas acalentada,remete ao remansodo gênese de umnovo momento.

Mãos que aqueceme eliminam a fadiga,suavizando o existirférreo e pleno detantas batalhas.

Mãos inocentesque imprimem na históriao poder da vitória nosimples fato de existir.

Mãos miseráveis,intolerantes e amargas,desejando o poder,ferindo outro ser.

Mãos que machucam,se perdem na luta,atiram e matamimaginando vencer.

* Lígia Terezinha Pezzuto é jornalista em SãoPaulo e membro colaborador da SOBRAMEs..

Page 7: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

Paulo E. Robarte de Abreu*

O Bandeirante - Abril 2003 7

Suplemento Literário

Ele nunca teve pressa . Segundoconsta nos anais da maternidade, o seu nasci-mento foi o derradeiro de uma fornada de seisoutros. Até mesmo seu primeiro choro levoualguns minutos para acontecer, quase um mia-do lânguido, um ronronar preguiçoso. Seu de-sabrochar rumo a vida se deu na calada da noi-te, escura como sua pele. O personagem destaminha novela veio ao mundo sem fazer ques-tão, ou grandes festejos. Também pudera!Quem , nascido de uma família de muitos re-bentos, sem eira nem beira, seria saudado comfestas ? Pelo contrário. Era mais uma boca amendigar alimentos, e dividir com mais seis ir-mãos o leite escasso, de uma prole mantidapelo salário mínimo. Até hoje desconheço seu nome debatismo. Seus pais o chamam pelo apelido,herdado dos tempos de criança. Tudo que cer-ca o nosso herói não tem pressa. Em criançanão aprendeu a andar de bicicleta, pois as pe-daladas teriam de ser rápidas, e ele não con-seguia um ritmo suficiente para contrariar alei da gravidade. Na escola era uma temerida-de. A professora nunca o convocava para fazerleitura, se não a aula corria por sua conta. Apalavra inconstitucionalissimanente levava maisde uma hora para chegar ao seu final . E elenem gaguejava . O que outras criança faziamem alguns minutos ele levava horas. E o nosso amigo sem pressa crescia,o mesmo acontecendo com seu jeito de falar.Não fora um irmão mais velho pedreiro, o FalaMansa seria mais um menor abandonado, tal-vez até fosse encontrado por uma bala perdi-da. Ele estudou até a quinta série do primeirograu. Mas a dureza da vida não lhe permitiucontinuar os estudos. O duro ofício das obras,o leva e trás de latas de massa eram inconcili-áveis com os bancos escolares. O cal que cor-rói as mãos , que se cortam nas latas, perdemem pouco tempo a destreza no manejo com acaneta. E as costas sofrem num esforço repeti-do, à mercê de tanto peso.

Fala Mansa Conheci o Fala Mansa faz pouco tem-po. Sempre o percebi dormindo, num cochilogeneroso na hora do almoço. De onze ao meiodia não havia ninguém que o acordasse. Se aobra caísse por terra ele continuaria seu sonodos justos. Uma bomba perdida do Iraque ja-mais ousaria perturbar o descanso da hora doalmoço. Mas, segundo me disseram seus cole-gas de trabalho, era ele um leão indomávelcom a lata de reboco. Cortar as paredes, maisuma especialidade do Fala Mansa. Uma vez alguém me fez uma per-gunta indiscreta. Para um trabalho de escolauma garota me fez uma indagação pertinente.Qual seria a diferença entre um pedreiro e ummédico ? Inspirado no Fala Mansa a respostaveio num átimo . O médico tem mais despesasque o pedreiro , e não tem direito a um cochi-lo na hora do almoço. Apenas isso. Com o passar do tempo ficamos ín-timos. O meu amigo das obras ensinou ao mé-dico urologista muitas coisas na área do sexo.Que hoje em dia o ficar debaixo dos lençóis secompleta logo ao primeiro encontro. Disse elesabiamente que a carne é fraca. Na semanaque hoje termina combinamos um servicinhode final de semana, para engrossar o salárioque às vezes falta para ajudar em casa. Trata-va-se de um bico irrisório. Não havia onde con-seguir uns tijolos para completar o materialrequisitado pelo pedreiro de meia colher. Nahora ele veio com a solução . Pediu empresta-do na obra do lado, com a solene promessa depagar depois . No carro veio a confidência es-perta e bem humorada. Caso eu não pague ameia dúzia de tijolos , Deus paga. O Fala Mansa tem me ensinado mui-to. Sobretudo que humildade não faz mal aninguém , muito menos honestidade. Que nãoadianta ter pressa , pois todos chegam aomesmo lugar. Dentro da sua simplicidade ca-bocla , cabe um coração enorme. O mesmoórgão que bate forte no peito do pedreiro ...

* Paulo E. Robarte de Abreu é médico urologista nacidade de Lavras, Minas Gerais. Está prestes a lançar seuterceiro livro de crônicas. É um de nossos mais recentesassociados.

Page 8: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

8 O Bandeirante - Abril 2003

Suplemento Literário

O diagnóstico preciso...William Moffitt Harris*

* William Moffitt Harris é médico pediatra sanitaristaaposentado, da cidade de Campinas. Foi professor da Faculdadede Saúde Pública - USP tendo exercido também vários cargos dedireção em entidades ligadas à saúde pública. Foi também editorda Revista Brasileira de Saúde Escolar.

Naquele tempo os professores dos diversos institutosdo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USPtambém recebiam seus proventos na agência do Banespa lo-calizada num dos anexos da Faculdade de Saúde Pública,onde lecionei de 1974 a 1995. O que vou descrever deve terocorrido em torno de 1983-85.

Ao chegar à agência, veio um senhor a meu encontrode braços abertos, gesticulando e dando gargalhadas. Quasenão o reconheci.

- William Moffitt Harris (corretamente pronunciado),meu aluno que ficou na história da dermatologia brasileira...

- Professor Curban?...- Sim senhor, seu xará, às suas ordens... curvando-se

numa reverência exagerada e brincalhona. Olhei para ele e em poucos segundos veio à minha

memória o quanto lhe devia por ter curado uma malditadisdrose que afligia minha esposa quando estávamos lá emOswaldo Cruz na Alta Paulista em 1963. Minha cuidadosa des-crição de sua afecção e sua prescrição resolveram o proble-ma por carta. Após alguns prolegômenos, indaguei:

- Que história é esta de eu ter ingressado na histó-ria?...

- Pois é, você havia ficado para o exame oral (penseicom meus botões “grande novidade, vivia ficando para exa-mes finais e dependências...”) e na salinha estávamos você,eu e o paciente com uma lesão cutânea. Ao olhar, sem pesta-nejar, antes que eu pudesse falar qualquer coisa em termosde história pregressa do caso você apontou com o dedo edisse: “eczema ecsudativo infeccioso-alérgico...” (ou coisaque o valha. Não me recordo exatamente, agora depois deduas décadas, o termo técnico da lesão). Perguntei comovocê havia chegado a esta conclusão, já que sabidamentevocê nunca havia se interessado muito pela minha especiali-dade.

- E daí, professor, o que é que falei?- Você disse, na minha cara e na do paciente “Sabe,

professor, é que o veterinário esteve em casa anteontem enos disse que era isto que a nosso cachorrinha tinha.”

DevoçãoSônia Andruskevicius*

Os sinosSoamRepicamDobram.

A igrejaChamaAnunciaComemora.

Os homensRezamSuplicamAgradecem.

Os anjos?Disfarçam-se de estátuas.

* Sônia Regina Andruskevicius de

Castro é médica pualistana formadapela Faculdade de Medicina de Jundiaí,especializada em Terapia Intensiva.

DevaneioNavegando nas nuvensSonha acordadoO intelecto privilegiado.

SaudadeAugusta lembrançaNa lonjura do tempoBrincadeiras de criança.

CiúmeAmor próprioDesmesuradoDominar o desejado.

PoetrixJosé Jucovsky*

* José Jucovsky é ginecologista eobstetra, formado pela Faculdade deMedicina da Universidade da Bahia. Autordo livro “Casal Grávido”.

Page 9: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

Dra. KARIN SCHMIDT RODRIGUESMASSARO - CRM: 65.265

HEMATOLOGIA e CLÍNICA GERAL

CHEFE DA HEMATOLOGIA DO HOSPITAL SANTA CATARINA

TELS: 6221-0052 6221-50236221-5018Consultório:

Av. Gal. Ataliba Leonel, 93 - cj.112 - SantanaConvênios e particular

O Bandeirante - Abril 2003 9

PERFILAlcione Alcântara Gonçalves

Empolgação não mede distânciaEle mora em Tupã, cidade com cerca de 35 mil habitantes, no oeste do estado de São Paulo, distante 515 km da

capital. Desde setembro de 2001, quando ingressou na SOBRAMES-SP, ele não faltou em nenhuma reunião mensal ,apesar da distância. Com muito entusiasmo, o psiquiatra Alcione Alcântara Gonçalves vem divulgando nossa sociedadepelo interior paulista e por todos os lugares onde passa. Ele nos conta um pouco de sua vida, de seus anseios, de seus

desejos e do que pensa da SOBRAMES-SP.

ALCIONE ALCÂNTARA GONÇALVES, 59,nasceu no dia 14 de novembro de 1943 nacidade de Macaúbas, Bahia. É casado comJúlia da Costa Barros Alcântara Gonçalvese tem três filhos: Maurício, Vinicius e Taísa.Mora na cidade de Tupã, na Rua Bororós,1.570 - CEP.: 17.600-020 - Centro, de ondetem saído pontualmente toda terceiraquinta-feira de cada mês para participardas Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP, queacontecem a 515 quilômetros de sua casa,aqui na capital paulista. Ainda assim, desdesetembro de 2001, quando, convidado eapresentado pela Dra. Maria Júlia P.PrietoPerez, passou a ser um membro titular daSociedade, Alcione não perdeu nenhumdesses encontros. “Determinei como minhameta estar presente em todas as PizzasLiterárias para poder conhecer melhor osilustres confrades, servindo estas reuniõescomo uma verdadeira escola e um local deconfraternização que por si só tem umgrande efeito motivacional.” - diz Alcione.

DIVULGADOR

Além da assiduidade, Alcione tambémtem se mostrado um entusiamadodivulgador da SOBRAMES, por onde querque passe. “Tenho feito o possível para

divulgar o nome da entidade”. - diz ele,que já esteve com o Prefeito de Tupã,Manoel Ferreira de Souza Gaspar a quementregou exemplares de publicações daSOBRAMES e que também fezpronunciamento na Câmara deVereadores, não só de Tupã, mas tambémda cidade de Promissão, ambas em SãoPaulo. Não satisfeito, ele atravessoufronteiras e foi parar em Campo Grande -MS, onde esteve ao lado da poetisa FlorisaFerreira Alves, alardeando a SociedadeBrasileira de Médicos Escritores. Semprecom a maior empolgação, distribuindoexemplares da Revista Brasileira deMédicos Escritores, da qual é colaborador,e do jornal “O Bandeirante”

.

Com o prefeito deTupã, Manoel

Ferreira de SouzaGaspar,

divulgando aSOBRAMES-SP

EM PROSA E VERSO

Ele ainda não publicou nenhum livro solo, mas jáestá preparando dois volumes: um de poesias, ainda semtítulo, e “DROGAS PSICOTRÓPICAS - O FLAGELO DAHUMANIDADE”, ambos sem data prevista para lança-mento. Contudo, escrevendo desde os 15 anos, já publi-cou trabalhos em revistas como a REVISTA ROTÁRIA eREVISTA UNIÃO POLICIAL e nos jornais “FOLHA DOPOVO” e “DIÁRIO DE TUPÔ ambos da Cidade de Tupã.Mais recente é sua participação nas antologias “AS ME-LHORES CRÔNICAS MÉDICAS DO ÚLTIMO SÉCULO”, publicada em Porto Alegre-RS em Abril de 2002 e “APIZZA LITERÁRIA SÉTIMA FORNADA - COLETÃNEA2002”, publicada em São Paulo em Outubro de 2002".Participa da Revista Brasileira de Médicos Escritores,publicada no Rio Grande do Sul, como editor colabora-dor. É também membro da AAART Associação dos Ar-tistas e Artesãos da Região de Tupão, há mais ou me-nos uns 08 anos.

Page 10: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

ENDOMED MEDICINA LABORATORIAL

Sede: Av. Eng. George Corbisier, 746

Pq. Jabaquara - SP - CAC 0800-170-004

E-mail: [email protected]

10 O Bandeirante - Abril 2003

PERFILAlcione Alcântara Gonçalves

BREVE CURRICULO PROFISSIONAL

Dentre o extenso currículo do Dr. Alcione de AlcântaraGonçalves, destaca-se alguns pontos.

Diplomado pela Faculdade de Medicina da UniversidadeFederal da Bahia em 1968, é especialista em psiquiatria.Fez curso de pós-graduação no Hospital Prof.Edgar Santos(Antigo Hospital das Clínicas) na Universidade Federalda Bahia.É Diretor-Presidente e Diretor Clínico daClínica de Repouso Dom Bosco-Tupã/SP, hospitalpPsiquiátrico com capacidade para 240 leitos. É peritoPsiquiátrico, realizando pareceres e laudos psiquiátricosem processos judiciais desde 1971. Ex-professor deMedicina Legal da Faculdade de Direito da Alta Paulista.É também advogado, inscrito na OAB de SÃO PAULO,

sob o nº 46.241 em 29/05/77.É Administrador de Empresas,diplomado pela Faculdade deCiências Contábeis eAdministração de Tupã-FACCAT.Executivo Hospitalar, comCurso de pós-graduação emAdministração Hospitalar naUniversidade de RibeirãoPreto-UNAERP. Participou devários Cursos, Seminários,Simpósios e Congressos,Nacionais e Internacionais nasáreas de: Medicina,

Psiquiatria, Medicina Legal, Criminologia e Drogas. Fezcurso de pós-graduação na Universidade Sorbonne, emParis-França. Fez diversos cursos profissionais no Brasile no exterior, tendo também proferido inúmeraspalestras em escolas, clubes e instituições de váriasregiões do interior paulista. Tem a patente de 1º TenenteMédico da Aeronáutica, tendo sido fundador e primeiromédico psiquiatra do Serviço de Psiquiatria do Hospitalda Base Aérea de Salvador - Bahia.

NO DESTAQUE: com os vereadores de Promissão - SP,Alcione também marcou presença, falando da SOBRAMES

Na condição de neófito, estou na fase de aprendizado e tudopara mim é positivo. Só tenho agradecimentos a fazer, pelareceptividade que tenho tido por parte da Diretoria e dos demaismembros. O ambiente é agradável, acolhedor, familiar,descontraído e de uma simplicidade poética.

“BOM COMEÇO

A estréia de AlcioneAlcântara na SOBRAMES deSão Paulo aconteceu emgrande estilo, num dos eventosmais importantes da sociedadeem 2001. Sobre essaexperiência, ele diz: “Participei

da VI Jornada Médico-Literária

Paulista em Botucatu e para

mim, foi excelente, por que tive

a oportunidade de fazer os

primeiros contatos com a fina

flor dos Médicos Escritores

Paulistas e alguns convidados

de Minas Gerais, Rio Grande do

Sul, Rio de Janeiro e até de

Buenos Aires. Pretendo

participar da próxima jornada

em Campos de Jordão e para

sugestões nesta jornada cito:

Um passeio turístico e uma

noite de seresta, porque tenho

certeza de que a parte Literária,

terá suas atividades muito bem

estruturadas e organizadas,

como as que eu presenciei em

Botucatú-SP”.

Com muita simpatia,Alcione vem conquistando seuespaço no meio literário e naSOBRAMES-SP. Não poracaso, ele também abocanhouum importante prêmio literárioem Tupã, sua cidade: “Recebi

no dia 25 de novembro de 2002

o Troféu Excelência Tupãense,

na Categoria Literatura, numa

eleição pública, concorrendo

com vários outros expoentes da

Literatura local. Este prêmio,

também denominado “O Oscar

da Cidadania Tupãense”, visa

“Milhares de vidas humanasCeifadas por estes tresloucados atosPraticados por homens fanáticos,Treinados para matar ou morrer,Diante da ansiedade e do medo, geradosPor este louco mundo globalizado,Causa primária do ódio generalizado.”

premiar anualmente: o TALENTO,

A CULTURA E A CRIATIVIDADE

dos cidadãos Tupãenses” - revelaAlcione com uma ponta dejustificado orgulho.

Pelo que apresentou atéagora, no pouco tempo deconvívio com os demais confradesda SOBRAMES-SP, AlcioneAlcântara Gonçalves é uma gratapromessa e um exemplo departicipação. Seus trabalhos têmsido publicados ao longo dasedições deste jornal, o que vaidando uma boa mostra do que elepode produzir. Novos textos deAlcione certamente serãopublicados no SuplementoLiterário, nas Antologias e nasColetâneas da SOBRAMES.

Sua predileção parece ser apoesia. Nem por isso, ele deixoua crônica de lado e tem dadoalguns exemplos durante suasapresentações nas PizzasLiterárias. Pedimos a ele que nosindicasse, dentre os que escreveuo seu texto favorito preferido. A

Poesia “Inferno na Torre” escrita por ocasiãodo atentado de 11 de setembro de 2001contra o World Trade Center foi sua indicação.Deste poemas, destacamos este verso.

Em nome de todos os nossos confrades,este jornal manifesta a Alcione AlcântaraGonçalves, o sincero agradecimento pela suaempolgação e pelo que vem fazendo em prólda SOBRAMES-SP.

LIVRO DE ARTENo último dia 4 de abril a SOBRAMES-SP, representada pelo seu

Presidente, Luiz Giovani, e também por Flerts Nebó, Carlos Galvão eHelio Begliomini, esteve presente no lançamento do livro de arte de

Cynthia Ebaid, “LAÇOS DE AFETO”, realizado na novaAndrégaleria- arte & cultura. Em nome de todos os associados, agradecemos pelo

convite ao Laboratório Baldacci, patrocinador do evento, na pessoa deseu diretor Dr. Ronaldo Leão Abud.

Page 11: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

LINHA MÉDICA:

incubadoras neonataisincubadoras de transporteberços aquecidosfototerapiaradiômetrosreanimadores manuaisbilirrubinômetroscamas de parto

LINHA LABORATORIAL:

estufas (todos os tipos)destiladores

centrífugas (todos os tipos)autoclaves

câmaras BODfreezer vacinas / sangue

banhoscompressores / aspiradores

Av. Gal. Ataliba Leonel,1790 - Carandiru - SPTelefone: 6979-1700 Telefax: 6976-2493

Visite o site: www.fanem.com.br

PIZZAS LITERÁRIAS

2003Abril - 24Maio - 15

Junho - 26Julho - 17Agosto - 21

Setembro - 18Outubro - 16

Novembro - 20Dezembro - 18

O Bandeirante - Abril 2003 11

Pizzaria LivornoRua Vergueiro, 2645

(entre as estações Vila Mariana eAna Rosa do metro) -20h00

FANEMa empresa que apostou na tecnologia da vida

É com satisfação queanunciamos que acaba deassociar-se à regional São Pauloda SOBRAMES um novo colega.Trata-se do Dr. Paulo E. Robartede Abreu, urologista da cidadede Lavras, em Minas Gerais. Porindicação do Dr. HélioBegliomini, o Dr. Paulo, que seauto-intitula “cronistainiciante” entrou em contatocom nossa diretoria eprontamente decidiu-se pela

Publicações Recebidas

HÁ UMA SOMBRA NO HORIZONTE -Novo romance de Thereza FreireVieira, Ediame Editora - Porto Alegre- 2003, gentilmente cedido pelaautora para o acervo da SOBRAMES.

EL DIÁRIO DEL MUNDOHOSPITALÁRIO - Edição 96 - marçode 2003, publicação mensal daAsociasion de Medicos Municipales deLa Ciuda de Buenos Aires, com a quala SOBRAMES-SP vem mantendointercâmbio.

filiação à regional paulista,enviando inclusive dois de seustextos como “amostra”. Paulotambém nos informou que estáprestes a lançar seu terceirolivro de crônicas, “À Sombrados Ipês”, ainda no primeirosemestre de 2003. Uma dascrônicas deste volume estápresente no SuplementoLiterário desta edição. Sejamuito bem-vindo ao nossoconvívio literário, Dr. Paulo!

NOVO SÓCIO VEM DE MINAS

Argentina recebe escritores médicos

A cidade de Buenos Aires, Argentina, está recebendo de23 a 27 de abril, médicos escritores da América do Sul para o“Primer Congreso de Medicos Escritores” da Liga Sul-mericanade Médicos Escritores e da Sociación de Médicos Escritores de laCiudad de Buenos Aires. Participam da organização do evento aSociedade Brasileira de Médicos Escritores, regional do Estadode São Paulo - SOBRAMES-SP e o Centro Argentino de Difusión deAutores Noveles - CADAN.

A delegação brasileira será composta de 12 integrantes daregional de São Paulo, que levarão para o encontro uma boamostra da literatura em língua portuguesa. Espera-se no eventoa participação de representantes do Chile, Uruguai, Paraguai eBolívia, além dos argentinos e brasileiros.

Vem aí um novo livro deEvanil Pires de Campos

“Sonhos que Vivi” é o títulodo livro que reúne contos referentesà infância do autor e de seus filhos.Segundo Evanil, “são fantasias, orareais, ora irreais ou devaneiospróprios dessa inesquecível fase davida. Recordá-las é fundamental eutilizá-las como regra básica de vidafazem parte de nosso aprendizado eda própria sobrevivência humana.”

O lançamento, sem datadefinida por enquanto, deve ocorrerna Academia Botucatuense deLetras, ainda durante o primeirosemestre. Todos os sócios serãocomunicados e convidados.

Page 12: Samuel Johnson (1709 - 1784), Em Anedotas, de William ...static.recantodasletras.com.br/arquivos/6004837.pdf · MÉDICO-ESCRITOR. P ara ser médico se requer muito estudo, dedicação

12 O Bandeirante - Abril 2003

Hélio Déstro sugere novos rumos

Retratos da História (tel. (51) 3225.7119

Revista Biobibliográfica - Sobrames NacionalEditada por L.A.Fernandes Soares & colaboradores

Livros & Cia.

Esta é mais uma das muitas iniciativas pioneiras, corajosas, arrojadas, e por que não dizer, quiméri-cas, do médico gaúcho Luiz Alberto Fernandes Soares. Ele, ex-presidente da SOBRAMES Nacional,

tem um entusiasmo que parece não ter limites, não mede esforços enão teme críticas, pois coloca o sua produção na vitrine, para quemquiser ver, participar e opiniar. Desta vez ele desenvolve um trabalhode resgate histórico digno de nota, na revista “Retratos da História”.Trata-se de ampla cobertura do centenário do Dr. Eurico Branco Ribei-ro, fundador da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Dados bio-gráficos, fotos, textos literários, depoimentos, tudo vai se fundindonum grande manancial de informações sobre o patrono da SOBRAMES.Além deste foco, Luiz Soares conseguiu ainda reunir depoimentos e tra-balhos literários afins, de outros nomes de nossa literatura médica,dentre eles os membros da regional da SOBRAMES do Estado de SãoPaulo, Alcione de Alcântara Gonçalves e Guaracy Lourenço da Costa.Mas não é só por esta publicação que o Dr. Luis Soares é colocado emevidência. Muitas outras iniciativas deste porte, tais como a RevistaBrasileira Médico-Literária, já no seu sétimo número, são exemplos. A

periodicidade das publicaçòes de Luiz Soares seguem o ritmo do acaso: ele depende de adesões,participações, apoios e colaborações de médicos escritores de todo o país. Nem sempre ele consegue,e nem sempre ele publica algo novo. É tarefa árdua, pois além de produzir, Soares tem também quedistribuir sua produção, o que é extremamente caro e difícil. Você desistiria diante deste quadro?Soares não desistiu. Contatos para aquisição das publicações podem ser feitos com Dr. Luiz Soares, naAv.Cristóvão Colombo, 1023 – 202 – CEP 90560-004, em Porto Alegre – RS. Também poderá ser feitocontato pelo telefone (51) 3225.7119 ou pelo e-mail [email protected] .

Para Hélio Déstro, “não basta apenas compare-cer às Pizzas Literárias e apresentar textos esporadi-camente”. Ele acredita que se os sócios da SOBRAMES-SP ficarem limitados apenas a essa atividade acabaráhavendo desinteresse. Pensando nisso e entendendoque todos estão à procura de “algo mais”, ele envioucarta à diretoria com sugestões que chamou de “pro-jetos”, visando atingir novas fronteiras. Expomos aseguir essas sugestões, para que todos possam analisare opinar.

Projeto novos sóciosConsiste em instituir um concurso literário de

poesias, crônicas e contos, com cobrança de taxa deinscrição para custear a publicação dos vencedores emlivro. Seria dirigido a médicos ou outros profissionaisliberais ainda não-sócios da SOBRAMES, com ampla di-vulgação através de jornais literários e afins. Seriampremiados os melhores trabalhos com medalhas e di-plomas. De todos os trabalhos literários seria feita umatriagem para que, através de carta, os autores fossemconvidados para fazer parte da SOBRAMES-SP, aumen-tando o número de associados. Com isso, na opinião deDéstro, “não ficaríamos na mesmice onde conhecemosos escritores e batemos palmas para nós mesmos”.

Projeto BienalDiz Hélio em sua carta: “Informado que fui que

somos mais de 100 associados, todos que fazem parteda Sociedade estão a procura de editora e gostariamde ver seu trabalho reconhecido. Acontece que as edi-toras grandes não tem interesse, fazem best-seller elivros de pessoas que estão na mídia. As editoras pe-quenas só estão interessadas em arrumar escritores quebanquem a edição, entregam os exemplares e o escri-tor que se vire.” Diante disso, ele sugere que seja re-servado um Stand na próxima Bienal Internacional doLivro, em São Paulo. O custo do aluguel desse espaçoseria dividido em cotas que seriam pagas mensalmen-te pelos interessados. “Com isso, estaríamos mostran-do nossos trabalhos, vendendo e divulgando nossos no-mes”, acrescenta Hélio. Ele acredita que assim a di-vulgação na mídia será mais fácil. Sugere ainda quedurante a Bienal, os autores se apresentem “vestidosde branco para impressionar, porque além do profissio-nal temos outro dom... o de escritor.” Como detalhescomplementares, Déstro sugere ainda a confecção defolhetos e convites, além de um cronograma onde se-riam estabelecidos dia e hora para cada autor auto-grafar sua obra.