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ULDM da Santa Casa integra Rede Nacional A Unidade de Longa Duração D. Elvira Câmara Lopes vai integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Julho de 2010 Santa Casa participa em estudo pioneiro Unidade de Convalescença escolhida para integrar Estudo HALT relacionado com a utilização de antibióticos. Pág. 10 Ano XI - Nº30 - Publicação Quadrimestral Distribuição Gratuita Director: Dr. Humberto Carneiro Coordenação: Mesa Administrativa Impressão: GráficaAmares Tiragem: 7500 Design Editorial: www.tamanhoreal.com Propriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 143 4830 Póvoa de Lanhoso Pessoa Colectiva de Utilidade Pública n.º 501409084 Tel.: (+351) 253 639 030 Fax: (+351) 253 639 036 Depósito Legal: 296364/09 Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso Medalha de Honra - Grau Ouro CMPVL - 19/03/1985 HAL com nova Direcção Clínica Conheça com que expectativas a nova Direcção Clínica encara este desafio de gestão. Pág. 04 Pág. 06 Semana Aberta aproxima HAL e comunidade Provedor da Santa Casa faz balanço positivo da 2ª edição da iniciativa que reuniu especialistas, profissionais e a comunidade.

Santa Causa Edição nº 30 (Jul.2010)

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Jornal Santa Causa

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ULDM da Santa Casa integra Rede Nacional A Unidade de Longa Duração D. Elvira Câmara Lopes vai integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

Julho de 2010

Santa Casa participa em estudo pioneiroUnidade de Convalescença escolhida para integrar Estudo HALT relacionado com a utilização de antibióticos.

Pág. 10

Ano XI - Nº30 - Publicação QuadrimestralDistribuição Gratuita

Director: Dr. Humberto CarneiroCoordenação: Mesa AdministrativaImpressão: GráficaAmaresTiragem: 7500Design Editorial: www.tamanhoreal.comPropriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 1434830 Póvoa de LanhosoPessoa Colectiva de Utilidade Pública n.º 501409084Tel.: (+351) 253 639 030Fax: (+351) 253 639 036Depósito Legal: 296364/09

Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

Medalha de Honra - Grau OuroCMPVL - 19/03/1985

HAL com nova Direcção ClínicaConheça com que expectativas a nova Direcção Clínica encara este desafio de gestão. Pág. 04

Pág. 06

Semana Aberta aproxima HAL e comunidade

Pág. 04

Semana Aberta aproxima HAL e comunidade

Provedor da Santa Casa faz balanço positivo da 2ª edição da iniciativa que reuniu especialistas, profissionais e a comunidade.

2 Julho de 2010 Santa Causa

De 17 a 21 de Maio, a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso promoveu a II Semana Aberta “À Descoberta do Hospital”, dedicada aos “Estilos de Vida Saudáveis”, com os objectivos de informar e levar as pessoas a participarem em palestras, rastreios, workshops e outras actividades, bem como dar a conhecer o Hospital António Lo-pes (HAL). No rescaldo da iniciati-va, o Provedor Humberto Carneiro fez um balanço positivo, revelando que participaram nas actividades propostas mais de mil pessoas e que foram realizados mais de 1100 rastreios médicos, pelo que foi uma aposta ganha e que lança as bases para a terceira edição.

VISITANTES SATISFEITOS

Alguns visitantes foram pessoas que já tinham participado na edi-ção anterior, mas também houve “estreantes”, que revelaram opi-nião positiva sobre a iniciativa.Maria Martins, de Galegos, que assistiu à palestra sobre nutrição, tomou conhecimento do even-to através de um cartaz, tendo os temas propostos chamado a sua atenção. “São assuntos interes-santes e úteis”, referiu, explicando que já conhecia o HAL. “A minha mãe está na Unidade de Convales-cença, já conheço alguns serviços prestados aqui e estou satisfeita”, concluiu. Laura Silva, igualmente de Galegos, aproveitou para fazer alguns ras-treios. “Esta é uma oportunidade muito boa e, ainda por cima, gratui-ta. Acho que esta iniciativa é válida e deve continuar”, considerou. A possibilidade de fazer um contro-lo de alguns indicadores de saúde foi o que levou Paula Macedo, de Taíde, até à tenda que serviu de suporte à Semana Aberta, depois de ter sabido da iniciativa através da imprensa. “É a primeira vez que venho e acho isto muito bem”, re-feriu, concordando ser importante que a Instituição abra assim as suas portas à população. Maria Cândida dos Santos, de Garfe, participou apenas na Cami-nhada. “Acho isto óptimo e deve continuar. É o segundo ano que participo. Por razões de trabalho, não pude assistir a mais nada nem fazer rastreios. Se pudesse, viria”. Manuel da Silva, o marido, tam-bém participou na Caminhada. “É bom para a gente caminhar e vie-mos outra vez. Desconhecia a re-alização desta Semana, mas já fui informado e acho que é uma coisa boa e importante. Estas iniciativas

deveriam ser realizadas mais vezes e mais divulgadas”, salientou.João Martins, aluno da Escola Se-cundária, assistiu à palestra sobre sexualidade. “Foi muito interes-sante, aprendemos sempre coisas novas e é importante o debate de temas de saúde para a população em geral”, considerou, no geral. Já o colega Luís Beltrão referiu que teve oportunidade de participar num dos exercícios. “Ouvi a palestra sobre o Cancro da Mama e foi uma das mais interes-santes, pela forma como as coisas foram tratadas. Assisti também à da Hipertensão. Fui alertada para o problema, eu já tenho cuidados, em termos de exercício e alimen-tação, mas foi importante para as pessoas que têm e que têm que ter cuidados específicos por causa dis-so”, referiu Alice Freitas, de Rendu-finho. “Acho muito importante que o HAL dê a conhecer que existem vários rastreios, o que tem, os seus serviços e valências”, notou.Apesar de estarem dirigidos à po-pulação em geral, Patrícia Bastos, enfermeira que esteve nos ras-treios, referiu que foram sobretudo os idosos que mais os procuraram, “porque têm mais patologias e sen-tem mais necessidade de vigilân-cia”. Explicou ainda que algumas pessoas, com patologias crónicas, aproveitaram os rastreios numa perspectiva de vigilância e que ou-tras, sem patologias, os aproveita-

ram para fazer um despiste ou de-tecção precoce. “Quando detectamos alguma alte-ração mínima, fazemos educação para a saúde, ensinos sobre esti-los de vida saudáveis, alimentação adequada, exercício físico, mas, quando há valores muito elevados, aconselhamos a pessoa a agendar uma consulta ou encaminhamos para o SAP, e houve encaminha-mentos para o SAP do HAL, em casos de valores muito alterados”, referiu aquela profissional.

PROGRAMA DIVERSIFICADO

A realização de palestras diversas, rastreios, workshops, uma cami-nhada e visitas guiadas ao HAL foram as propostas da Semana Aberta, dirigida especialmente à população em geral, de todas as idades, mas também ao público escolar e utentes da Instituição. As propostas realizaram-se numa tenda montada especificamente para acolher algumas acções da Semana, bem como para receber uma mostra dos diferentes serviços prestados no HAL. Realizaram-se ainda no interior das instalações do HAL e no exterior. Durante a iniciativa, a população pôde aproveitar para fazer gratui-tamente os mais diversos rastreios (Risco Cardiovascular, Perfil Lipí-dico, Dentários, Densitometrias Ósseas, Oftalmológicos, Auditivos, de Podologia), para manutenção

ou despiste, seguidos de aconse-lhamento clínico a rastreados com alterações. Os visitantes puderam verificar o estado das suas vacinas. No dia 17, dedicado a “Vida Sénior Saudável/Crescer com Saúde”, realizou-se ainda uma Caça ao Te-souro, no HAL, e a Palestra “Como prevenir o abuso e a negligência na população idosa” pela psicóloga Ana João Santos. Houve ainda a vi-sualização de um filme e a palestra “Ajudar a Cuidar” pela Dra. Isabel Sousa e pela Dra. Salomé Alves da área de Serviço Social; a pales-tra “Alimentação na Idade Sénior” pela nutricionista Dra. Maria Clara; o workshop sobre a “Incontinência Urinária” pela Fisioterapeuta Maria João Baptista, a palestra “Estraté-gias de reabilitação para o desen-volvimento normal de uma crian-ça” pela Terapeuta da Fala, Dra. Natacha Gigante e pela Terapeuta Ocupacional Sofia Guimas e uma formação de feridas com aborda-gem às feridas crónicas – Produtos de Tratamento de Feridas da Paul Hartmann pelo enfermeiro Manuel Azevedo. O dia finalizou com a ac-tividade “Como cozinhar comida saudável/Hábitos a mudar” pela Nutricionista Ana Araújo. Estava ainda agendada a palestra sobre “Úlceras de Pressão” pelo Dr. Mau-rício Milet, mas que acabou por se realizar na sexta-feira, dia 21 de Maio, à tarde. No dia 18 de Maio, dedicado ao

tema “Viver com Dor Crónica”, realizou-se ainda, para além dos rastreios referidos, a palestra “Medidas não farmacológicas de controlo da dor crónica” pelas En-fermeiras Márcia Queirós e Sofia Trigo. A tarde englobou diversas palestras: “Artrose – evolução e tra-tamento” pelo Dr. Carlos Vilela, “O que é a dor crónica” pelo médico Dr. Elísio Matos e a equipa da Dor Crónica do Centro Hospitalar do Alto Ave, E.P.E. Guimarães/ Fafe e “Prevenção do Cancro da Mama” pelo testemunho real da senhora Helena e pela Enfermeira Supervi-sora Rosa Silva. Realizou-se ainda o workshop “Necessidades e es-tratégias nas dependências” pelos fisioterapeutas Inês Cardoso e Bru-no Rodrigues e a Terapeuta Ocupa-cional Sofia Guimas, e a actividade “A dança com saúde” pelo profes-sor Augusto Henriques, já à noite. No dia 19 de Maio (“Prevenir as Doenças”), foi projectado um fil-me e realizou-se a palestra “Ajudar a Cuidar” pela Dra. Isabel Sousa e pela Dra. Salomé Alves da área de Serviço Social. Depois, realizou-se a palestra “Sexualidade na Adoles-cência e prevenção das DST”, pelo médico Luís Carlos Vicente; e a ac-tividade “Anima com Riso”, através do pelouro da Saúde da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. “Unidade de Convalescença: suas potencialidades e o papel da reabi-litação”, pela equipa multidiscipli-

Provedor da Santa Casa faz balanço muito positivo da II Semana Aberta do Hospital António Lopes

Hospital António Lopes promove estilos de vida saudáveis

Abertura II Semana Aberta

3Julho de 2010 Santa Causa

nar da mesma através da Fisioterapeuta Cata-rina Pestana, a Enfermeira Olga Gonçalves e o Dr. Luís Vicente, foi a palestra que se seguiu. O dia finalizou com o workshop “Referenciação na RNCCI”, pela Rede, e com a palestra “Primeiros Socorros – Suporte Básico de Vida” pelos Enfer-meiros António Costa e Paulo Moura.No dia 20 (“Viver com Hipertensão”), a nutri-cionista Dra. Maria Clara orientou o workshop “Culinária Saudável”, iniciativa seguida da pales-tra “Prevenção e Controlo da doença tabágica” pelo Dr. Luís Carlos Vicente. Depois, realizou-se a actividade “Arte como Terapia”, pelo Espaço

T – Associação para Apoio à Integração Social e Comunitária, e a palestra “Exercício para o co-ração – condicionantes do exercício para benefí-cio”, pelas enfermeiras Márcia Queirós e Fátima Rodrigues, após a qual se realizou uma sessão de mobilidade tendo como base exercícios que solicitem o sistema cardio-respiratório, pela Fisioterapeuta Inês Cardoso. A tarde finalizou com a palestra “Vida Saudável com a hiperten-são” pelo médico Dr. Mário Almeida. À noite, realizou-se a Segunda Caminhada Saudável, pe-las ruas da Vila da Póvoa de Lanhoso, com exer-cício de aeróbica, no anfiteatro do Pontido, com

a colaboração do Pelouro da Saúde da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso com a partici-pação de largas dezenas de pessoas. No dia 21 (“Viver com Diabetes”), referência para a sessão de Pilates, pela Fisioterapeuta Carla Abreu, para a mesa redonda “Conselhos dietéticos e devices”, por Sílvia Saldanha, para a palestra “Pé diabético” pelo médico Dr. Pra-tas Balhau, e para o workshop “Aprender a vi-ver com a diabetes”, com as enfermeiras Márcia Queirós e Sofia Trigo. Na sessão de encerramen-to intervieram o administrador do Hospital An-tónio Lopes e o Provedor da Santa Casa.

AGRADECIMENTOS NÚMEROS

II SE

MA

NA

AB

ERTA • Câmara Municipal da

Póvoa de Lanhoso• Irmãos Coutinho, LDA - Cozinhas• Pingo Doce• Recheio• Loja Zézinha• Supermercados Primavera• Espaço T• Becel• Panibral• Laboratório de Análises Botelho Moniz• Widex• Prof. Augusto Henriques

• Nutricionista Ana Araújo• Palestrantes e Equipas de todos os Rastreios• Paul Hartmann• Todos os profissionais e estagiários• Todos os colaboradores da Santa Casa da Mi-sericórdia da Póvoa de Lanhoso• Unidade de Saúde Fa-miliar Terras de Lanhoso• NOVARTIS

VISITANTES1200 durante a Semana Aberta. 240 média diária

RASTREIOS1120 (5 dias) inscritos

• Densitometria Óssea 100 (1 dia)• Oftalmologia 80 (1 dia)• Dentário 15 (1 dia)• Auditivo 60 (1 dia)• Cardiovasculares 453 (5 dias)

• Podologia 27 (1 dia)• Perfil Lipídico (colesterol e triglicerídeos) 311 (5 dias)• Controle de vacinas 74 (3 dias)

ACTIVIDADES NOCTURNAS250 participantes na Cami-nhada “Damos Saúde”30 participantes na iniciati-va “Como cozinhar comida Saudável”30 participantes na “Dança com Saúde”

EditorialDr. Humberto Carneiro

Caros povoenses:

No passado dia 22 de Junho a ULDM Dona Elvira Câmara Lopes recebeu os seus primeiros utentes. Esta Unidade de Longa Duração é já considerada pela Rede Nacional de Cuidados Continuados uma referência modelo, no que concerne às extraordinárias condições edificadas, para a prestação de cuidados de saúde. E isso orgulha-me muito enquanto Prove-dor. Mas orgulha-me muito mais o facto de, a Póvoa de Lanhoso poder contar, a partir de agora, com mais um equipa-mento vocacionado para o cumprimento da missão misericordiana de cuidar dos enfermos. Que irá contribuir para auxiliar as famílias que não possuem condições logísticas para tratar dos seus doentes da forma que eles merecem e com os cuida-dos que requerem.

Gostaria de relevar, também, o facto do Hospital António Lopes, através da sua Unidade de Cuidados Continuados, ter sido escolhido para integrar o projecto europeu “Halt”, que possui o seu centro de investigação na Bélgica. Em Portugal apenas 6 unidades de saúde foram con-vidadas. A integração neste projecto, que visa fazer uma avaliação das infecções, bem como do uso de antibióticos nas uni-dades de cuidados continuados, resulta do reconhecimento da Unidade de Mis-são pelo trabalho que estamos a desen-volver ao nível dos cuidados continuados integrados. E isso é, também, motivo de orgulho para todos nós.

Ainda no que respeita à saúde, gostaria de deixar uma pequena nota relativamen-te à denúncia, por parte da ARS-Norte, do protocolo que permitia o funciona-mento do SAP aos fins-de-semana, fe-riados e pontes no Hospital António Lo-pes. Porque entendemos que a falta de respostas na área da saúde, nos períodos não cobertos pelo SNS, prejudicaria os povoenses, decidimos avançar com um serviço de consulta aberta que, embora com custos para os utentes, responderá, em primeira linha, às emergências médi-cas ou mesmo à necessidade de consul-tas preventivas.

Por último, gostaria de anunciar um outro projecto de investimento que irá avançar a muito curto prazo. Trata-se da remode-lação de parte das instalações do Lar de S.José, visando proporcionar uma melho-ria das condições de habitabilidade aos nossos idosos. Assim Deus nos ajude

Para o Provedor da Santa Casa, os números verificados ajudam a afe-rir o sucesso da II Semana Aberta e lançam o desafio de preparar a ter-ceira. “Para o ano, estaremos aqui novamente a falar de Saúde e de outras áreas de intervenção, direc-cionadas para utentes e população de todas as idades, que necessitam de conselhos e de ser acompanha-dos, para que as pessoas percebam que têm no HAL e na Santa Casa um parceiro, uma entidade que se preocupa com elas e com toda a comunidade e em levar a sua mis-são ao extremo no que diz respeito ao bem estar da população”, asse-gurou o Provedor. Humberto Carneiro recordou as razões da iniciativa. “A Semana Aberta teve como objectivo ini-cial fazer com que os Povoenses viessem ao HAL e conhecessem o actual HAL, porque, desde a sua reabertura em 1998, o HAL sofreu profundas alterações, no que diz respeito aos cuidados prestados à comunidade, pela existência de diferentes protocolos com o Minis-tério da Saúde, mas também acom-panhando a evolução dos tempos e as dinâmicas na área da saúde”, referiu o Provedor. Humberto Carneiro relembrou que o HAL começou por integrar a

Rede Nacional de Cuidados Conti-nuados Integrados (RNCCI), desde o seu arranque, como experiên-cia-piloto, “o que levou a grandes transformações estruturais e fun-cionais” no HAL. Referindo que o Hospital mantém a filosofia de ser-vir a população mais carenciada da Póvoa de Lanhoso, objectivo que levou à sua fundação por António Ferreira Lopes, Humberto Carnei-ro sublinhou que, contudo, agora “as dinâmicas na saúde são diver-sas e a área de influência do HAL alargou-se ao distrito de Braga e a outros”, essencialmente devido à integração da Unidade de Conva-lescença do HAL na RNCCI, com a qual o HAL começou a receber utentes também de outros conce-lhos do Distrito. “Estas dinâmicas levaram a que o próprio HAL se adaptasse na sua estrutura, orga-nização e funcionalidade e temos consciência de que estas dinâmicas não eram do conhecimento da po-pulação nem dos povoenses, pelo que entendemos, no ano passado, que era necessário dar a conhecer à população esta nossa realidade actual”, explicou. Em jeito de balanço, o Provedor considerou que “o sucesso foi con-seguido e os números falam por si”, aludindo aos cerca de 1200 visitan-

tes que ficaram a conhecer melhor a realidade de funcionamento do HAL, a respeito do qual referiu que tem hoje uma realidade diferente da inicial. “Hoje temos a Unidade de Convalescença, com 28 camas, que, para nosso orgulho, é conside-rada uma Unidade de Referência da RNCCI”, considerou. Sobre o Bloco Operatório, com diferentes especialidades, afirmou aí residir um dos próximos desafios. “Temos uma dimensão adequada em ter-mos de ambulatório, mas não em termos de internamento, pelo que é um desafio que temos de ultra-passar. Com perseverança e dedi-cação de todos nós e dos nossos clínicos, iremos encontrar solu-ções para aumentar o número de cirurgias de internamento. Iremos contratualizar com o Ministério da Saúde, não só em termos de inter-namento, mas também em termos de consultas externas”, revelou, considerando ser aquela uma nova força para a dinâmica do HAL. Sobre a Semana Aberta, Humberto Carneiro sublinhou ainda o “em-penho e a dedicação de todos os colaboradores e funcionários da Instituição, que, de uma forma vo-luntária, se dedicaram à organiza-ção do evento” e que permitiram que a Instituição se desse ainda

mais a conhecer à comunidade local. E finalizou agradecendo aos colaboradores da instituição e patrocinadores do evento (ver Agradecimentos). Ainda no encerramento, Agostinho Vieira, referiu ser para ele muito gratificante, enquanto Administra-dor do HAL, ter reunido um núcleo tão importante de contributos nas diferentes áreas de saúde, os quais contribuíram para a informação dos Povoenses de modo a terem um estilo de vida mais saudável e a prevenirem eventuais problemas. “O nosso papel foi o de alertar para a prevenção. É um percurso que te-mos de fazer. Toda a prevenção que promovemos nesta Semana nem sempre é suficiente e, por isso, nós, comunidade de saúde, nas diferen-tes áreas e especialidades, estamos cá para receber e orientar aqueles que são acometidos de alguma doença”. Aquele responsável agra-deceu ainda a todos os que contri-buíram para a Semana e adiantou que a realização destas iniciativas pretende que o maior número pos-sível de pessoas se desloque ao HAL para conhecer o seu estado de Saúde e que o HAL possa con-tribuir, dentro das diferentes áreas de actuação, para uma melhoria do estado de Saúde de cada um.

COMEÇAR A PENSAR A III SEMANA

4 Julho de 2010 Santa Causa

“Expectativas muito elevadas, mas com noção da dificulda-de da tarefa”É com “expectativas muito ele-vadas, mas também com noção da dificuldade da tarefa”que o Dr. Mário Almeida encara o novo desafio que abraçou. “Para além da imposição le-gal de Director Clínico, havia a necessidade absoluta de ter alguém que tivesse apetência e um mínimo de conhecimento da unidade para conseguir pôr tudo isto a funcionar de forma coordenada e foi, por isso, que aceitei esta tarefa que não é fá-cil, mas que tenho o maior gos-to em executar”, resume. “Com a saída do anterior Direc-tor Clínico, foi necessário en-contrar alguém que pudesse as-sumir essas funções, que são de lei, e eu, como me encontrava a trabalhar já há algum tempo aqui a dar apoio à Unidade de Convalescença como médico, a fazer algumas consultas aber-tas, acabei por ser requisitado no bom sentido, uma vez que já tinha feito um período de direc-ção clínica algum tempo depois da reabertura do Hospital”, re-fere o clínico, que sublinha que este retomar de funções exerci-das no passado no HAL acon-tece agora “em situações total-mente diferentes, melhores”. Comparando passado e pre-sente, refere: “Tivemos condi-ções para instalar uma unidade de saúde da melhor forma que conseguíssemos. E foi extrema-mente interessante, muito exi-gente e correu bastante bem, porque sempre tivemos todo o apoio da casa. Ao dizer ‘nós’ estou a referir-me aos médicos, aos enfermeiros e, em particu-lar, às direcções. Como Direc-tor Clínico, desta vez retomo

com o Hospital a funcionar de forma totalmente diferente. É uma unidade que está, em si-multâneo, aberta ao exterior, com uma consulta aberta para dar apoio à urgência, e tam-bém está orientada, em temos de internamento, para duas si-tuações principais: a Unidade de Convalescença e os doentes pós – cirúrgicos”. O Dr. Mário Almeida explica ainda que se trata “de uma es-trutura funcional muito diferen-te e mais exigente para a tarefa de um Director Clínico, porque o HAL cresceu, com a dinâmi-ca que lhe foi dada nos últimos anos. Se fisicamente não se nota muito que tenha crescido, em termos funcionais e em ter-mos do que se passa cá dentro, do corpo de profissionais que trabalha cá e do número de di-ferentes classes profissionais que cá trabalha, o HAL cresceu bastante”. Ainda que com expectativas elevadas, o clínico conhece as dificuldades da função. “Quan-do me propuseram inicialmen-te assumir o cargo, tive muitas dúvidas, porque este cargo é muito exigente num Hospital que funciona como o HAL. Eu trabalho noutro hospital e ape-nas cá estou duas tardes por semana. Eu tinha a noção de que não era possível fazer o bom trabalho que me pediam tendo tão pouca presença efec-tiva aqui. Na altura, a solução que foi encontrada recaiu sobre mim, pelo grau de conhecimen-tos que tinha do HAL e pelas funções de prática que já tinha desta posição, pois, para além de ter sido Director Clínico originalmente neste Hospital, também já tinha sido Director Clínico de um hospital privado em Guimarães, o que acabava por ser um pouco o aproveitar

do know how que eu tinha nesta área. No entanto, precisava de outra pessoa ou pessoas, que permitissem colmatar a minha falta de disponibilidade de tem-po”. A solução passou também por outro clínico. “Conversámos com o Dr. Luís Carlos Vicente e estabelecemos uma estrutura que eu acho muito interessante do ponto de vista conceptual. O Dr. Luís Carlos, que está cá mais vezes, é a pessoa que está mais no terreno, junto dos do-entes, dos profissionais, e é ele que coordena a parte executi-va do dia-a-dia. O meu papel passa por co-ordenar tudo isto com ele do ponto de vista estratégico. A situação é in-teressante e, quando pergunta quais são as minhas expecta-tivas, a partir do momento em que encontrámos esta solução, refiro que são muito elevadas.” A este respeito acrescenta ain-da que “este HAL, desde o iní-cio até agora, conta com uma colaboração extremamente ac-tiva de todos os grupos profis-sionais e de todos os indivíduos que cá trabalham. As pessoas estão motivadas, estão interes-sadas, disponibilizam muito de si e acreditam no projecto. Se, por um lado, é mais fácil de ge-rir este grupo de pessoas, por outro lado, também exige mais de quem tem de gerir, porque tudo isto tem de ser coordenado num esforço que ponha todos a remar na mesma direcção. Se isso não for feito, se não houver um cuidado, alguma diplomacia, alguma capacida-de de antever problemas ou de reagir rapidamente quando

eles acontecem, pode levar al-guns a sentirem-se defraudados nas suas expectativas. Também aqui está algum aspecto da fun-ção do Director Clínico. Não se pode defraudar as expectativas dos profissionais, que são ele-vadas”. Daí que conclua que um dos aspectos da sua acção passa por “coordenar e zelar para que tudo funcione bem e servir de árbitro de jogo e ami-go de colaboradores, de modo a que todos estes esforços não tenham sentidos diferentes”.Direcções diferentes conduzi-

riam a pre-juízo para os utentes que procuram o HAL. “Essa é a primeira e a preocupação que impor-ta realmente, porque quan-

do eu falo em pôr todos os co-laboradores a funcionarem no mesmo sentido, esse sentido é o da prestação de serviços de saúde à população. A pessoa que cá vem tem que ter noção de que vai ser bem tratada, tratada da melhor ma-neira possível com os meios de que nós dispomos. E que, não sendo os mesmos meios de um hospital mais central, são meios bastante razoáveis para os recursos que seriam de esperar de uma unidade desta natureza. A expectativa que te-nho é de que as pessoas, os co-laboradores e o serviço sejam sempre os melhores e sempre focados no utente que procura o nosso apoio, porque as pes-soas que procuram o HAL são pessoas que estão fragilizadas de alguma maneira e procuram ajuda. Nesta unidade, sempre tive mais facilidade do que em qualquer outra pelos colabora-

dores que temos. Além da parte técnica e da segurança de quem nos chega estarem garantidas, as pessoas têm noção que são encaradas como alguém que está fragilizado, que precisa do nosso apoio e a quem vamos dar algo mais. À pessoa que entra pela porta em busca de ajuda eu costumo dizer que, se não lhe podermos fazer nada de concreto nessa hora, se a pessoa tiver de sair para voltar depois, ou com umas análises ou com exames, ao sair da porta já tem de ir melhor do que quando veio e isso consegue-se entendendo o que a pessoa tem, procurando resolver pelo menos algumas das dúvidas, colocando-nos ao nível do doente que precisa da nossa ajuda. Por um lado, é tratar o doente do ponto de vista técnico e, por outro lado, é estar ao lado do doente e sermos parceiros nos cuidados dele, porque a melhor medicina, para mim, é aquela que se consegue quando o do-ente, o médico e toda a restante equipa são parceiros que têm como objectivo resolver aquele problema. Tudo o que aqui fazemos, todos os cuidados que temos e todas as minhas tarefas são direccio-nados nesse sentido”.Em síntese, refere: “Tenho uma tarefa difícil e muito exigente que me entusiasma bastante. Acredito neste Hospital, acre-dito que tem prestado um bom serviço à população e acredito, acima de tudo, que pode vir a prestar ainda melhor servi-ço. Conto com a colaboração de todos os profissionais que cá trabalham e vou dar o meu máximo, dentro dos limites de tempo que tenho, que são mui-to curtos, para poder colaborar nesse objectivo”.

Acredito neste Hospital, acredito que tem prestado um bom serviço à popula-ção e acredito, acima de tudo, que pode vir a prestar ainda melhor serviço.

HAL com nova Direcção Clínica

Hospital com Nova direcção ClínicaDr. Mário Almeida é o novo Director Clínico. Dr. Luís Vicente assume Direcção Técnica do HAL

O Hospital António Lopes (HAL) tem nova direcção clínica desde o início do ano, lide-rada pelo Dr. Mário Almeida, que assumiu as funções de Director Clínico do HAL, au-xiliado pelo Dr. Luís Vicente, como Direc-tor Técnico da Unidade de Convalescença e Coordenador do SAP e Consulta Externa de Clínica Geral, e pelo Dr. Manuel Santos, como Director do Bloco Operatório. O SANTA CAUSA procurou conhecer as expectativas daqueles clínicos ao assumi-rem as novas funções de coordenação.

5Julho de 2010 Santa Causa

Concluiu a Licenciatura em Medicina na Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, da Universidade Nova de Lisboa, em 1990. Realizou e concluiu o internato complementar da especialidade de Saúde Pública nos Centros de Saúde de Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia) e no Centro de Saúde do Bonfim (Setúbal) de 1997 a 2000. No Hospital António Lopes é o Director Técnico da Unidade de Convalescença e Coordenador do SAP e da Consulta Externa de Clínica Geral.

“Eu já colaborava com a Unidade de Convalescença, era médico prestador de serviços na Unidade de Convales-cença. Apareceu este convite, ponderei e aceitei o cargo de Coordenador, mas também faço prestação de cuida-dos médicos. Assumi seguir a linha que estava já traçada quer pela Misericórdia quer pelo Dr. Vítor Coutinho e o espírito da Unidade de Convalescença, na prestação de serviços, coordenando uma equipa multidisciplinar, interdisciplinar, que tem como alvo a população que nos é referenciada por hospitais, centros de saúde, através da Rede”, refere. “Esta referenciação é feita através dos hospitais, dos centros de saúde, das ACES e das USF’s, através da Rede, com a coordenação da Equipa Coorde-nadora Local, que está sediada em Amares. Eles fazem a referenciação e nós cá estamos para prestar os cuidados em 30 dias de reabilitação intensiva a esses utentes”, explica ainda, a respeito da Unidade de Convalescen-ça, que é tida como de referência e de excelência “e de bom desempenho, desempenho esse que tem a ver com essa equipa multidisciplinar e que segue ainda os procedimentos que já estavam implementados. Será dar continuidade ao trabalho que já estava implementado

e melhorar sempre, fazer uma avaliação contínua, dos nossos procedimentos, identificar carências, prioridades de intervenção, e melhorar”, sublinha. Como mensagem final, explica que a “Unidade de Con-valescença está aberta à comunidade; depende muito da referenciação, de uma referenciação adequada por parte da comunidade e por parte das entidades com-petentes e que está habilitada a reabilitar situações que são muito bem tipificadas, com base numa diferenciação adequada e que tem capacidade para reabilitar essas si-tuações num prazo de 30 dias, permitindo que o utente readquira uma autonomia que lhe permita ser inserido novamente na família, no meio social e até laboral”. Refere ainda que “esta Unidade de Convalescença é para reabilitar situações transitórias de perda de auto-nomia e os utentes referenciados para aqui têm que ter um potencial de reabilitação. A lei permite que, num prazo de 48 horas, esse utente seja avaliado pela equipa multidisciplinar e, se porventura não tiver o tal potencial de reabilitação, se a situação não for transitória, pode-se devolver o doente a uma unidade de agudos”. ansitória, pode-se devolver o doente a uma unidade de agudos”.

Unidade de Convalescença com novo Director TécnicoO Dr. Luís Vicente assumiu as funções de Director Técnico da Unidade de Convalescença e de Coordenador do SAP e Consulta Externa de Clínica Geral.

NOVA DIRECÇÃO CLÍNICA DO HAL

Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1982. Foi admitido no Colégio da Especialidade de Medicina Interna em 1998.A partir de 1998 colaborou na elaboração e implementação do plano de instalação do Hospital António Lopes da Santa Casa da Misericórdia. Após um interregno, em 2008, regressou ao Hospital António Lopes, onde passou a colaborar na Consulta Aberta e a disponibilizar consultoria de Medicina Interna aos doentes internados na respectiva Unidade de Convalescença.Em Janeiro de 2010 foi nomeadoDirector Clínico do Hospital António Lopes.

Mário Jorge de Almeida

Luís Carlos Vicente

Na sequência da não renovação, por parte da ARS-Norte, do Acor-do de Cooperação celebrado com esta Misericórdia, para o funcio-namento, no Hospital António Lopes, do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), aos fins-de-semana, feriados e tolerâncias de ponto, informa-se a população que este serviço encerrará no dia 30 de Junho de 2010.Atenta às necessidades dos povoenses, esta Santa Casa assegura-rá, no Hospital António Lopes, a partir do dia 1 de Julho de 2010, um serviço de Consultas Médicas na modalidade de Consulta Aberta, em regime não convencionado, a funcionar aos sábados, domingos e feriados, no horário das 13 às 20 horas.

Póvoa de Lanhoso e Santa Casa da Misericórdia, 23 de Junho de 2010

O Provedor,

(Dr. Humberto Manuel Martins Carneiro)

Nota Informativa

6 Julho de 2010 Santa Causa

Santa Casa com Certificação Electrónicajunto do IAPMEI

No passado dia cinco do mês de Maio, a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso pro-cedeu à sua Certificação Electrónica junto do IA-PMEI, obtendo o estatuto de Não PME/Grande Empresa.Desde então, passou a constar da lista de Insti-tuições com estatuto de Não PME/Grande Em-presa, de acordo com a Recomendação da Co-munidade de 6 de Maio de 2003 (2003/361/CE), podendo assim candidatar-se às Linhas Gerais de apoios por parte da Administração Pública e outras entidades protocoladas neste âmbito. Este processo procura sobretudo possibilitar o acesso às iniciativas estatais de financiamento e investi-mento de uma forma mais simples e transparente, contribuindo para que as medidas e apoios em vi-gor, sejam aplicados apenas às empresas que pos-suam as qualidades estabelecidas.

Unidade de Longa Duração e Manutenção D. Elvira Câmara Lopes

7Julho de 2010 Santa Causa

Valências ULDM

A Unidade de Longa Duração e Manutenção (ULDM) D. Elvira Câmara Lo-pes é uma unidade de internamento, constituindo mais uma valência da Mi-sericórdia da Póvoa de Lanhoso, integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados, com carácter temporário ou permanente, que presta cuidados continuados de saúde a pessoas que, independentemente da idade, se en-contrem em situação de doença ou processo crónico.Esta Unidade tem como objectivo fundamental contribuir, numa perspectiva integrada, para o processo activo e contínuo de recuperação e manutenção global dos residentes, prestando mais e melhores cuidados de saúde, em

tempo útil, com humanismo e numa perspectiva de solidariedade social e de harmonia.A ULDM tem a capacidade de 29 camas, assegurando diariamente: activi-dades de manutenção e de estimulação; cuidados de enfermagem diários; cuidados médicos; prescrição e administração de fármacos; apoio psicosso-cial; controlo fisiátrico periódico; cuidados de fisioterapia e de terapia ocu-pacional; animação sociocultural; higiene, conforto e alimentação; apoio no desempenho nas actividades da vida diária; e apoio nas actividades instru-mentais da vida diária.

ULDM D. Elvira Câmara Lopes

A Misericórdia da Póvoa de Lanhoso tem uma nova Valência: a Unidade de Longa Duração e Manutenção D. Elvira Câmara Lopes. A ULDM tem como objectivo fundamental contribuir para a recuperação e manutenção global dos utentes, prestando melhores cuidados de saúde, com humanismo, solidariedade e harmonia. Com capacidade para 29 camas, a ULDM Povoense assegura em perma-nência diversas actividades de manutenção e estimulação. Por decisão da Santa Casa, a ULDM recebeu o nome de D. Elvira Câmara Lopes, esposa do grande benemérito António Lopes.

8 Julho de 2010 Santa Causa

Valências Educação

Bullying, uma brincadeira de mau gosto (ou quando a brincadeira se torna assunto sério)

POR Dra. Isabel Sousa | Directora-Coordenadora CATL S. Nicolau

De ano para ano tem vindo a au-mentar a violência na comunidade escolar, podendo esta ser verbal ou física. Este tipo de violência, de seu nome “BULLYING”, é ainda pouco conhecido, pois foi inseri-do na nossa linguagem há relati-vamente pouco tempo. A palavra “BULLYING” é originária do verbo de língua inglesa “to bully”, que significa maltratar. O termo sur-giu na Grã-Bretanha para designar uma forma de crueldade que se dava na relação entre crianças e adolescentes. A Associação Bra-sileira de Protecção da Infância e Adolescência, por exemplo, diz o seguinte do “BULLYING”: “…é quando se usa do poder ou da for-ça para intimidar ou perseguir os outros. As vítimas de intimidação

normalmente são indefesas e in-capazes de motivar outras pessoas para agirem em sua defesa”. Este problema deve-se, em gran-de medida, à divisão das crianças ou jovens em grupos, os quais em muitos dos casos, ridicularizam os colegas, que consideram desen-quadrados dos seus padrões e os tentam escarnecer através de pia-das ou violência física.Também Olweus (2000) nos reve-la nos estudos sobre o “maltrato entre iguais” que se trata de um fenómeno que atinge tanto os ado-lescentes como as crianças, consti-tuindo, assim, uma grande preocu-pação para os educadores, dada a sua influência no desenvolvimento dos alunos. Este tipo de agressões pode ser le-

9Julho de 2010 Santa Causa

vado a cabo quer por um aluno in-dividualmente quer por um grupo, sendo que muitas situações extre-mas podem chegar a situações de violência sexual.Todos estes problemas trazem gra-ves consequências que podem pas-sar por estados de angústia, raiva e depressão. É importante realçar que muitas dessas depressões po-dem mesmo levar ao suicídio. Em-bora pareça impensável, a realida-de é que muitos jovens, não tendo motivação suficiente e capacidade para levantar a moral, não o conse-guem evitar.Nos últimos anos, a violência na escola tem tido cada vez maior vi-sibilidade social, em grande parte, devido à acção dos meios de comu-nicação social. Todavia, pode dizer-se que nas escolas portuguesas as situações de violência são raras. Apesar disso, a violência constitui uma preocupação fundamental, dado o potencial impacto negativo quer na vítima quer nos agresso-res quer, ainda, no clima geral da escola. Em Portugal, tal como em outros países, as raparigas são com maior frequência vítimas de agressões in-directas (como seja a exclusão so-cial, rumores pejorativos, entre ou-tras) enquanto os rapazes são mais frequentemente vítimas de agres-sões físicas e de ameaças (Pereira et al., 1996). Segundo o estudo desen-volvido pelos autores (Pereira. B., Almeida, A.T., Valente, L., & Men-donça, D., 1996), numa amostra de 6200 alunos em escolas públicas das áreas urbanas, suburbanas e rurais no Norte de Portugal, verifi-cou-se que 21% dos alunos referem já ter sido agredidos por colegas,

sendo que 18% afirma já terem tido um comportamento agressivo. Os

comportamentos violentos mais frequentes são insultos, seguidos de agressões físicas, rumores pejorati-vos e roubo. Esse estudo também verificou que a maior parte das si-tuações ocorrem no recreio.

CAUSAS DO BULLYINGAs causas que apontam para esta forma de violência parecem ser psicológicas dado que, geralmente, tanto as vítimas como os agresso-res manifestam baixa auto-estima e têm um fraco poder de influência nas relações interpessoais com os pares. As vítimas, normalmente, não têm amigos, apresentam uma aparência física mais frágil do que a dos seus pares e são muito pro-tegidos pelos pais (principalmente pelas mães). Normalmente, os pais dos agressores e das vítimas não estão ao corrente da situação e isto torna esta mesma situação mais problemática. Os autores são, comummente, in-divíduos que têm pouca empatia. Frequentemente, pertencem a fa-mílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afectivo entre os seus membros. Os seus pais exercem uma supervisão po-bre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar con-flitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o “BULLYING” têm gran-de probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adoptar, inclusive, atitudes delin-quentes ou criminosas.Nas escolas portuguesas tem-se le-vado a cabo programas de interven-ção no combate à violência (como por exemplo: intervenção nos re-

creios, desenvolvimento da rela-ção escola-comunidade-família…). Contudo, a investigação mostra que a violência, quer seja sistemá-tica quer ocasional, é um fenómeno multifactorial com diversas causas, sendo que as escolas têm um papel preventivo de grande realce.Se fazes parte destes grupos etá-rios, nunca te isoles do mundo e, se sofreres de “BULLYING”, não dês importância e tenta mostrar indiferença às críticas, contudo, se as coisas se tornarem piores, pro-cura a ajuda dos teus pais, amigos e profissionais a quem possas contar os problemas. Em casos mais ex-tremos, denuncia os agressores às autoridades locais.

Bibliografia consultadaOlweus, Dan, (2000), Bullying at School.

Oxford: Blackwell Publishers, Ltd.

Pereira, B. et al., (1996), “O bullying nas

escolas portuguesas: análise das variá-

veis fundamentais para a identificação do

problema.”In Almeida, Silvério e Araújo

(Org.) Actas do II Congresso Galaico-Por-

tuguês de Psicopedagogia da Universidade

do Minho. Braga: Universidade do Minho.

Pereira, B., Neto, C. & Smith, P., (1997),

“Os espaços de recreio e a prevenção do

bullying na escola”. In Neto, C. (Ed.). Jogo

e desenvolvimento da criança. Lisboa: Fa-

culdade de Motricidade Humana, U.T.L.,

pp. 238-257.

Veiga, F. H., (1995), Transgressão e Au-

toconceito dos Jovens na Escola. Lisboa:

Fim de século.

Veiga, F. H., (1999), Indisciplina e Violên-

cia na Escola: Práticas Comunicacionais

para Professores e Pais. Coimbra: Livraria

Almedina.

O PROBLEMA DO BULLYINGDe ano para ano tem vindo a aumentar a violência na comunidade escolar, podendo esta ser verbal ou física. Este tipo de violência, de seu nome “BULLYING”, é ainda pouco conhecido, pois foi inserido na nossa linguagem há relativamente pouco tempo.As causas que apontam para esta forma de violência parecem ser psicológicas dado que, geralmente, tanto as vítimas como os agressores manifestam baixa auto-estima e têm um fraco poder de influência nas relações interpessoais com os pares.

Riquíssimo em vistas, texturas, sons, cheiros e oportunidades para movi-mento, o espaço exterior alarga em muito o reportório das experiências sensório-motoras das crianças. O tempo de calor oferece-nos a possi-bilidade de brincar ao ar livre com as crianças da creche.Brincar ao ar livre é uma excelente

forma de experimentar sensações com todos os sentidos. Lá fora, os be-bés ouvem, cheiram, sentem e vêem. Uma ida ao parque proporciona aos bebés uma mudança completa de ce-nário, com coisas diferentes para ver, e mudanças de temperatura e de mo-vimentação do ar para experimentar. O exterior é composto de coisas no-

vas: relva, terra para escavar, o céu, as nuvens, as flores, as folhas das plantas e a luz natural. Brincar ao ar livre ajuda os bebés a descobrir o mundo, a desenvolver a destreza físi-ca e ainda estimula as defesas natu-rais do organismo. O brincar é imprescindível para a criança e também a situação ide-

al para aprender, devido à carga de motivação e interesse que costuma comportar em si. Para as crianças o brincar é uma necessidade através da qual exploram o meio mais ime-diato e comunicam com ele, actuam sobre os objectos, libertam emoções, desenvolvem competências moto-ras, cognitivas, linguísticas e sociais. O desejo de brincar é um excelen-te sinal de saúde física, cognitiva e emocional. Durante o tempo de exterior, os bebés observam, exploram e brincam sozi-nhos ou com os outros ao seu próprio ritmo e com o seu próprio nível de interesse e de desenvolvimento.As experiências de brincadeira só se-rão positivas se proporcionarmos às crianças as condições favoráveis para que assim aconteça. Daí a importân-cia que tem deixarmos que a criança brinque, proporcionando-lhe ocasião para tal: espaços amplos e seguros que possibilitem a liberdade de mo-vimentos e exercício corporal, assim como objectos e materiais apropria-dos, que ajudem à observação, ma-nipulação, exploração e motricidade. Para que a deslocação do interior do

edifício para o exterior seja fácil, o parque deve ficar tão perto quanto possível da sala de actividades, com acesso directo. Um espaço com relva é um bom exemplo, pois as crianças mais pe-quenas podem-se mexer e, se caírem, não se magoam. É um espaço onde realizam actividades motoras e, ao mesmo tempo, onde podem observar a natureza. Um espaço onde pode-mos colocar objectos como escorre-gas, casinhas, túneis e bolas, onde as crianças possam brincar, esconder-se, subir, descer, dar voltas, jogar à bola, etc.

Referências Bibliográficas

POST, J.; HOHMANN, M. 2000. Educação

de bebes em infantários: Cuidados e pri-

meiras aprendizagens. Lisboa: Fundação

Calouste Gulbenkian.

ROJO, C.; TORÌO, A.; ESTÉBANEZ

A.2006. Lua Cheia: Material de Apoio Di-

dáctico. Rio de Mouro: Everest Editora

Brincar ao ar livrePOR Dra. Cristina Oliveira | Coordenadora da Creche-Jardim de Infância Nossa Senhora da Misericórdia

Valências Infância

10 Julho de 2010 Santa Causa

Têm sido desenvolvidos estudos em Hospitais, mas nunca antes em unidades de cuidados continuados. Para fazer face a esta situação, foi desenvolvido um estudo para avaliar o uso de antibióticos e as infec-ções nas unidades de cuidados continuados em vá-rios países da Europa, sendo que, em Portugal, foram seleccionadas apenas seis instituições, constituindo a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso (SCMPL) a única da região Norte, motivo de prestígio para todos os povoenses, visto ter sido seleccionada pela Unidade de Missão para os Cuidados Continua-dos Integrados em Portugal e também pela Direcção Geral de Saúde.O estudo, designado de projecto HALT, consistia na recolha de dados relativos aos residentes com sinais e sintomas de infecção ou a fazer uso de antibióticos no próprio dia do estudo na Unidade de Convales-cença da SCMPL. Para cada utente com as referidas

características foi preenchido um questionário, sendo que é sempre preservada a sua identidade. Os referidos questionários são posteriormente envia-dos para o Departamento de Epidemiologia da Insti-tuto de Saúde Pública da Bélgica onde se encontra o centro de investigação deste projecto.Verificamos que, no dia de realização do estudo na nossa unidade, tínhamos 25 em 28 camas ocupadas, sendo que três utentes apresentavam sinais ou sinto-mas de infecção ou estavam a fazer uso de antibióti-co. Para a realização deste estudo contámos com a participação de alguns colaboradores da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso.Com este estudo estamos a colaborar para a utiliza-ção de antibióticos de forma mais correcta e ficare-mos a saber quais as infecções mais prevalentes nas unidades de cuidados continuados, para que possa-mos estar num ciclo de melhoria contínua.

Misericórdia Povoense escolhida para Projecto HALT

Em destaque Saúde

Nos últimos anos, têm-se desenvolvido esforços para melhorar o uso de antibióticos e aumentar a prevenção e o controlo de infecção nas unidades de cuidados continuados. O abuso ou a utilização incorrecta de antibióti-cos estão na origem da resistência antimicrobiana, ou seja, os antibióticos deixam de ser eficazes nos tratamentos. Por vezes, estes microrganismos resistentes conduzem às infecções existentes nas unidades de saúde.

11Julho de 2010 Santa Causa

Valências Lar S. José

Utentes de férias na ApúliaPOR Dra. Martine Ferreira | Directora Técnica do Lar de São José

Depois de uma vida inteira de trabalho, final-mente os nossos idosos têm oportunidade de conviver e de passear, ou seja, de aproveitar os prazeres que a vida lhes pode proporcionar.Este ano, a colónia de férias no Centro Social João Paulo II, na Apúlia, decorreu de 4 a 13 de Maio. Os nossos idosos aproveitaram esta oportunidade para usufruir de um espaço di-ferente, saindo da rotina, e para gozarem da companhia de pessoas de outras localidades, tendo trocado com elas experiências e vivên-cias passadas.

Durante aquele período, apesar de o sol não ter brilhado como eles gostariam, foi ainda assim possível realizar vários passeios, assim como várias deslocações à beira mar.Ainda no decorrer daqueles dias, os nossos idosos receberam também um grupo de ido-sos do Lar São José, que efectuou uma visita aos colegas que estavam na colónia de férias.Acreditamos que este tipo de experiências proporciona aos nossos seniores as condições necessárias para a construção de formas de vida mais motivadoras e providas de maior sentido, como se pode comprovar dos teste-munhos junto deles recolhidos.

“Os companheiros eram muito simpáticos. A comida era um encanto.”Ana Dias

“Gostei muito. Havia cantares ao desafio e os passeios foram muito agradáveis.”Rosa Oliveira

“Gostei muito de estar na praia e dos passeios.”José Almeida

“Foi uma maravilha. A D. Irene era uma boa companhia, muito atenciosa.”José Costa

“Foi tudo muito bem. O tempo é que esteve um bocado fraco. A D. Irene acompanhou-nos muito bem.”Silvina Sousa

“Foi bom, é pena não ser o dobro do tempo. Passeei todos os dias, ia a pé até Ofir, gosto muito de passear. Foi uma maravilha.” Joaquim Machado

“Eu estava lá mais uma semana, não me aborrecia. Aquilo é bom. O tempo é que mão esteve muito bom, mas deu para passear.”Joaquim Sousa

TESTEMUNHOS

UNIDOS, Une-te a nós!

Conheça o Regulamento, Sorteio nº 10/2010 autorizado pelo Governador Civil de Braga

Em colaboração com a SimpliDesign e a Loja D’Eventos, a JSQUIMO promove uma acção de solidariedade designada UNIDOS, Une-te a nós!, que decorre no período de 01 de Março a 30 de Setembro de 2010.Esta acção tem como objectivo primordial ajudar na angariação do máximo de receitas possível, em prol dos mais necessitados. A SCMPL foi uma das Instituições contempladas tendo-lhe sido atribuída uma quota de rifas, cujo valor de venda reverterá totalmente para a Instituição.Em 30/Setembro/2010, às 11h30 será efectuado o sorteio de um automóvel – FIAT 500 Preto, no posto de turismo de braga. O número premiado será publicado nos jornais regionais.

Compre uma rifa e ajude a Santa Casa com

Locais de venda: Valências da SCMPL