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outubro de 2013 Sara Catarina da Veiga Fernandes Ativação Funcional da Default Mode Network na Sintomatologia Depressiva e Ansiosa Universidade do Minho Escola de Psicologia

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outubro de 2013

Sara Catarina da Veiga Fernandes

Ativação Funcional da Default Mode Network na Sintomatologia Depressiva e Ansiosa

Universidade do MinhoEscola de Psicologia

Dissertação de MestradoMestrado Integrado em PsicologiaÁrea de Especialização em Psicologia Clínica e da Saúde

Trabalho realizado sob orientação da

Doutora Joana Coutinho

e da

Doutora Adriana Sampaio

outubro de 2013

Sara Catarina da Veiga Fernandes

Ativação Funcional da Default Mode Network na Sintomatologia Depressiva e Ansiosa

Universidade do MinhoEscola de Psicologia

ii  

Índice

Agradecimentos…………………………………………………………………………….…iii

Resumo………………………………………………………………………………………..iv

Abstract………………………………………………………………………………………..v

Introdução……………………………………………………………………………………...6

Metodologia……………………………………………………………………………………9

Participantes……………………………………………………………………………9

Instrumentos de Avaliação……………………………………………………………10

Procedimentos………………………………………………………………………...10

Aquisição de Ressonância Magnética Funcional……………………………………..10

Pré-processamento…………………………………………………………………...10

Análise de Componentes Independentes……………………………………………..10

Análise Estatística…………………………………………………………………....11

Resultados…………………………………………………………………………………....12

DMN e Depressão…………………………………………………………………....12

DMN e Ansiedade…………………………………………………………………....14

Discussão…………………………………………………………………………………….17

Referências…………………………………………………………………………………...21

Índice de tabelas e figuras

Tabela 1. Correlação Positiva entre Depressão e Ativação Funcional da Default Mode Network………………………………………………………………………………...........12

Figura 1. Padrão de activação funcional da DMN correlacionado positivamente com Depressão…………………………………………………………………………………….13

Tabela 2. Correlação Negativa entre Depressão e Ativação Funcional da Default Mode Network……………………………………………………………………………………....13

Figura 2. Padrão de ativação funcional da DMN correlacionado negativamente com depressão ………………………………………………………………………………………………..14

Tabela 3. Correlação Positiva entre Ansiedade e ativação Funcional da Default Mode Network………………………………………………………………………………………15

Figura 3. Padrão de ativação funcional da DMN correlacionado positivamente com Ansiedade…………………………………………………………………………………….15

Tabela 4. Correlação Negativa entre Ansiedade e Ativação Funcional da Default Mode Network………………………………………………………………………………………16

Figura 4. Padrão de ativação funcional da DMN correlacionado negativamente com Ansiedade…………………………………………………………………………………….16

iii  

Agradecimentos

À Doutora Joana Coutinho pelo suporte incansável que me proporcionou e pela paciência na

lapidação das minhas sinapses mais selvagens.

À Doutora Adriana Sampaio pelo apoio e pela partilha de ideias nos momentos de impasse.

A ambas, um obrigado imenso por terem sido os pilares do meu desenvolvimento durante este

processo.

Aos meus pais por me terem proporcionado a oportunidade de seguir os meus sonhos, e

porque os valores que me incutiram se refletem nas minhas conquistas. A todos os meus

familiares, pela contribuição na minha formação enquanto pessoa.

À irmandade do 146 que me acompanhou durante estes 5 anos enquanto estudante na

Universidade do Minho, porque há amigas que são a família que nós escolhemos.

A todos os meus amigos, sobretudo à Lira, ao Gonçalo, à Lalá, ao Luís Alves por serem o

meu porto mais do que seguro.

Aos meus Jotas, João Filipe, João Pedro e João Paulo, pela constante monitorização do meu

estado motivacional e emocional e por serem o meu sorriso.

Às minhas C’s (Cátia, Cris, Carol) e à Ana Ramos, por nos termos reconhecido, porque nós

não conhecemos os nossos amigos, reconhecemo-los de entre uma vastidão de pessoas que

vão cruzando o nosso caminho.

A ele que foi a pessoa mais especial do mundo, da qual sinto saudades todos os dias, porque

foi convocado cedo demais para se tornar numa estrela do céu. Ele que me ensinou o amor

não é sinónimo de fraqueza, mas sim de força.

A todos os membros do Laboratório de Neuropsicofisiologia com quem convivi durante o

último ano no estágio e na construção desta dissertação, especialmente à Rosana Magalhães,

ao Jorge Alves e ao Professor Doutor Óscar Gonçalves.

iv  

Resumo: As redes cerebrais no estado de repouso têm sido amplamente investigadas,

nomeadamente a Default Mode Network (DMN) cujas funções sustentam a cognição

espontânea, bem como, os estados emocionais internos e os processos autorreferentes. Neste

estudo colocou-se a hipótese de que as áreas corticais mediais da DMN poderiam apresentar

maior ativação durante os estados de ansiedade e humor depressivo. A amostra foi constituída

por 24 adultos saudáveis. Os participantes foram avaliados com as escalas HDRS e HARS e

realizaram um exame de ressonância magnética funcional no estado de repouso com a

duração de 5 minutos. Foi realizada uma análise de regressão múltipla que revelou a relação

entre a ativação das áreas da DMN e a variação dos scores de ansiedade e depressão.

Verificou-se uma correlação positiva entre a ativação de porções anteriores da DMN,

tipicamente envolvidas em pensamento autorreferente e processamento emocional e os scores

de ansiedade e depressão. Ao contrário, as áreas posteriores da DMN apresentaram uma

correlação negativa com os scores de ansiedade e depressão. Este estudo demonstra que na

ansiedade e depressão, os indivíduos apresentam um elevado foco introspetivo e uma

regulação emocional disfuncional.

Palavras-Chave: DMN, sintomatologia depressiva, sintomatologia ansiosa

v  

Abstract: Brain networks in the resting state have been widely investigated, namely the

Default Mode Network (DMN), whose functions sustain spontaneous cognition, as well as,

internal emotional states and self-referential processes. In this study it was hypothesized that

the cortical areas of the medial DMN might present greater activation during anxiety states

and depressed mood. The sample of healthy adults consisted of 24 healthy subjects.

Participants were assessed using HARS and HDRS scales and completed a 5 minutes resting-

state functional magnetic resonance imaging scan. Multiple regression was performed and

revealed which areas of the DMN were being recruited depending on the variation of anxiety

and depression scores. It was found a positive correlation between the activation of the

anterior portions of DMN involved in self-referential thought and emotional processes and the

anxiety and depression scores. However posterior areas were negatively correlated with

anxiety and depression scores. The present study demonstrates that anxious and depressed

individuals are strongly engaged in introspection and might present dysfunctional emotion

regulation.

Key-Words: DMN, depressive symptomatology, anxious symptomatology

6  

A Neurociência cognitiva tem contribuído de forma crescente para a compreensão das

perturbações mentais e da sua sintomatologia, procurando analisar a existência de eventuais

alterações nas estruturas cerebrais relativamente à população saudável. Neste sentido, o

interesse pela investigação de redes neuronais ativas durante o repouso tem-se intensificado.

Entre as várias redes de repouso, a Default Mode Network (DMN), tem sido alvo de particular

destaque, porque está associada aos processos de cognição interna (Buckner, Andrews-Hanna,

& Schacter, 2008; Greicius, Krasnow, Reiss, & Menon, 2003; Raichle, 2001; Raichle et al.,

2001).

Raichle (2001) foi o primeiro a adotar o termo DMN para se referir à função cerebral

no estado de repouso envolvida nos processos cognitivos espontâneos. Trata-se de um sistema

neurobiológico fundamental com propriedades fisiológicas e cognitivas distintas (Gusnard &

Raichle, 2001). Esta rede apresenta um elevado nível de conectividade funcional entre as

regiões cerebrais do córtex medial pré frontal (mPFC), córtex cíngulado anterior (Acc),

precuneus/córtex cíngulado posterior (Pcc), áreas laterais e mediais do lobo temporal e córtex

parietal lateral, medial e inferior (Buckner et al., 2008; Greicius et al., 2003; Raichle, 2001).

A DMN ativa-se de forma persistente quando o indivíduo está acordado, sem estar envolvido

ativamente em tarefas orientadas para objetivos ou que exijam atenção (eventos motores ou

sensoriais) (Buckner et al., 2008; Mazoyer et al., 2001; Raichle & Snyder, 2007; Shulman et

al., 1997).

Uma das funções adaptativas da DMN parece ser a de funcionar como simulador de vida,

recorrendo a experiências do passado que são acedidas pela memória para antecipar, planear e

explorar cenários de eventos futuros (Gilbert, 2007; Gilbert & Wilson, 2007; Sandrone,

2012). Estes cenários são construções hipotéticas criadas através de variáveis como o foco

temporal (passado, presente, futuro) e de acordo com a perspetiva pessoal (Buckner &

Carroll, 2007).

Na transição para tarefas dirigidas a estímulos externos, ocorre uma desativação da

DMN, a qual é tanto maior quanto mais exigente é a tarefa para o sujeito. Verifica-se deste

modo, a existência de uma anti correlação entre a ativação da DMN (task-negative) e a

ativação específica para tarefas (task-positive) (Broyd et al., 2009; Eichele et al., 2008;

Fransson, 2006; Singh & Fawcett, 2008;). As redes task-positive e task-negative são modos de

processamento de informação distintos. A primeira rede foca-se na informação que é recebida

pelas vias sensoriais e é orientada para estímulos exteriores, a segunda rede está associada à

7  

cognição espontânea e é especializada na exploração mental (Broyd et al., 2009; Fox et al.,

2005; Fransson, 2006; Greicius et al., 2003; Sonuga-Barke & Castellanos, 2007).

A atividade da DMN é avaliada no estado de repouso, comportamentalmente caracterizado

por descanso, em que os olhos podem estar ou não fechados e com ou sem fixação

visual.(Raichle et al., 2001). A conectividade funcional da DMN, por ser uma rede de larga

escala, é caracterizada por oscilações neuronais coerentes de muito baixa frequência (˂0.1

Hz), o que proporciona sincronia temporal entre as suas áreas funcionalmente específicas,

independentemente da sua proximidade anatómica (Bluhm et al., 2009; Fox & Raichle, 2007;

Sonuga-Barke, & Castellanos, 2007). A conectividade funcional refere-se à correlação

temporal no sinal blood oxygen level dependent (BOLD) utilizado pela ressonância magnética

funcional (fMRI), que ao refletir as alterações nos níveis de oxigénio no sangue dentro do

cérebro, corresponde a uma medida indireta de atividade neuronal (Fox & Raichle, 2007).

Atualmente, a investigação tem explorado o potencial significado da DMN nos

modelos contemporâneos de doença mental (Greicus et al., 2003). O seu envolvimento na

patofisiologia das perturbações mentais e neurológicas tem-se relacionado com alterações

quer no padrão de coerência neuronal em repouso, quer com padrões disfuncionais de

transição do estado de repouso para a atividade dirigida a estímulos, refletindo disfunções dos

processos mentais introspetivos (Broyd et al., 2009; Buckner et al., 2008). A DMN constitui

assim uma base neurológica para os pensamentos espontâneos e para as emoções (Whitfield-

Gabrieli & Ford, 2012), revelando ser uma fonte importante de informação para diagnósticos

e prognósticos (Fox & Raichle, 2007).

A Esquizofrenia é uma das perturbações psiquiátricas em que se tem encontrado alterações na

DMN. Zhou e colaboradores (2007) encontraram uma conectividade aumentada entre o córtex

pré-frontal dorsomedial e regiões parietais e temporais. Outros estudos revelaram, contudo,

uma conectividade diminuída da DMN associada aos sintomas positivos desta perturbação

(Bluhm et al, 2007; Liang et al., 2006; Öngür et al., 2010). No estudo de Öngür e

colaboradores (2010) o mPFC é considerado uma região partilhada de anomalia, com

conectividade funcional reduzida tanto nesta perturbação como na Perturbação Bipolar.

Em pacientes com Perturbação do espectro do Autismo e em adultos com Perturbação de

Hiperatividade e Défice de Atenção verificou-se conectividade reduzida na DMN

(Castellanos et al., 2008; Kennedy & Courchesne, 2008; Uddin et al. 2008).

8  

A presente investigação tem como objetivo, analisar a relação entre os padrões de

ativação da DMN e sintomas de natureza depressiva e ansiosa.

A sintomatologia depressiva é caracterizada por sentimentos de tristeza e anedonia, podendo

provocar sintomas vegetativos relacionados com alterações do apetite, peso, sono, energia e

atividade sexual (APA, 2002). Para além dos fatores afetivos e vegetativos, também se

manifestam sintomas cognitivos, nomeadamente a ruminação e a dificuldade em tomar

decisões, entre outros (Beck, 1976).

Na Perturbação Depressiva Major, tem-se encontrado conectividade funcional aumentada em

regiões da DMN (Berman, Peltier, et al., 2011; Sheline et al., 2009) sobretudo ao nível do

mPFC dorsal (Greicius et. al., 2007; Lemogne et al., 2009; Yoshimura et al.,2010). Estes

resultados têm sido interpretados como uma incapacidade patológica da DMN em regular

adequadamente o processamento auto referente, visto que a atenção dos sujeitos deprimidos

está excessivamente orientada para estados emocionais internos e processos ruminativos

(Greicius et al., 2007; Nolen- Hoeksema, 2000; Ray et al., 2005). De facto, os processos auto

referentes são de enorme importância nos modelos de depressão (Northoff, 2007), podendo

influenciar o decurso da mesma (Nolen-Hoeksema, Wisco, & Lyubomirsky, 2008). Outros

estudos indicam, no entanto, que ocorre uma diminuição da ativação no mPFC nesta

perturbação (Grimm et al., 2009; Johnson, Nolen-Hoeksema, Mitchell, & Levin, 2009).

Estruturas pertencentes à parte posterior da DMN, nomeadamente o Pcc e o precuneus,

podem também estar envolvidas no processamento de informação na depressão, visto que têm

sido relacionados com a recuperação de memória autobiográfica e episódica e com o

processamento auto referente e emocional (Broyd et al., 2009; Grimm et al., 2011; Gusnard &

Raichle, 2001; Schacter, Addis, & Buckner, 2008;).

A sintomatologia ansiosa constitui outra dimensão de análise no presente estudo. A ansiedade

é um estado de elevada ativação na presença de um estímulo ou evento interpretado como

ameaçador pelo sujeito, que gera uma cadeia de pensamentos negativos acerca de eventos

futuros que impliquem incerteza ou incontrolabilidade (Chen & Hong, 2010).

A sua característica mais proeminente é a preocupação, que apresenta várias semelhanças com

a ruminação, ambas remetendo para um foco interno negativo, o que leva à perpetuação do

afeto e do pensamento negativo como se verifica nos padrões neurais de ativação (Johnson et

al., 2009, Nolen-Hoeksema et al., 2008). A preocupação e a ruminação são estados passivos,

9  

que refletem uma fixação na incapacidade de resolver problemas com consequências

negativas no humor, na cognição, no funcionamento interpessoal e na saúde física (Watkins,

2008).

A investigação tem verificado conectividade aumentada no Pcc quando os níveis de ansiedade

são mais elevados (Dennis, Gotlib, Thompson, & Thomason, 2011). Em perturbações de

ansiedade, o mPFC apresenta dificuldade na desativação e o Pcc apresenta elevada

desativação (Zhao et al., 2007). Na Ansiedade Social por sua vez, o Precuneus e o Pcc

revelam conectividade reduzida na DMN (Liao et al., 2010).

Com base na evidência acima descrita no presente estudo, prevê-se que possa ser

encontrada uma ativação funcional aumentada da DMN quando os níveis de ansiedade e

humor depressivo são elevados, sobretudo nas porções anteriores desta rede por estarem

associadas a processos introspetivos e emocionais, mas também em áreas como o

Pcc/Precuneus, por estarem associadas à auto reflexão, ao processamento negativo das

experiências do self e à evocação de memórias autobiográficas negativas (Greicius et

al.,2003; Greicius et al., 2007; Gusnard & Raichle, 2001; Lemogne et al., 2009; Qin &

Northoff, 2011; Schneider et al, 2008; Whitfield-Gabrieli et al., 2011).

Metodologia

Participantes

A amostra é constituída por vinte e quatro sujeitos saudáveis, estudantes universitários, 9 do

sexo masculino e 15 do sexo feminino com idades compreendidas entre os 21 e os 27 anos (M

= 24.13, D.P = 1.33).

Intrumentos de Avaliação

O Hamilton Depression Rating Scale- 17 (HDRS, de Hamilton, 1967) quantifica a gravidade

dos sintomas de depressão em parâmetros somáticos e é cotado com uma escala de “Lickert”

de 0 (ausente) a 4 (muito intenso). A pontuação elevada indica o nível de depressão no

sujeito, sendo o grau ligeiro definido por uma pontuação entre 10 e 13, o grau moderado varia

entre os 14 e os 17 pontos e o grau superior aplica-se a pontuação superior a 17. A pontuação

total dos participantes apresentou uma média de 4.58, com um desvio-padrão de 3.2.

O Hamilton Anxiety Rating Scale (HARS, de Hamilton, 1959) tem o formato de uma

entrevista estruturada e é composto por 14 itens. Cada item corresponde a um conjunto de

10  

sintomas. Este instrumento é cotado numa escala de “Lickert” de 0 (ausente) a 4 (muito

intenso), e os pontos de corte definidos são scores ˂ 17 que indicam presença ligeira de

ansiedade, 18-24 ligeira a moderada, e >24 moderada a severa. Os scores totais dos

participantes apresentaram uma média de 5.75, com um desvio-padrão de 5.95.

Procedimentos

Os participantes receberam um consentimento informado, no qual constava o propósito da

investigação e qual o seu contributo para a mesma, garantindo a confidencialidade dos dados

e o anonimato do participante.

Após preenchimento do consentimento, aplicou-se a bateria de avaliação composta pelas

escalas de ansiedade e depressão acima descritas.

Foram de seguida sujeitos a uma aquisição de ressonância magnética, tal como se descreve

seguidamente.

Aquisição de Ressonância Magnética Funcional

Durante esta aquisição funcional no estado de descanso os sujeitos foram instruídos a

permanecerem relaxados, com os olhos fechados e sem pensar em nada em particular durante

o exame. A aquisição de ressonância magnética funcional BOLD foi efetuada com o scanner

Siemens Magnetom Avanto 1.5 T (Siemens Medical Solutions, Erlangen, Alemanha) no

Hospital de São Marcos, com uma sequência de gradiente eco e imagens eco planares. A

sequência axial de cérebro completo foi obtida com os seguintes parâmetros: Tempo de

Repetição (TR), 3000 ms; Tempo Eco (TE), 50 ms; Ângulo de Rotação (FA), 90º; in-plane

resolution = 3.4 x 3.4 mm2; número de cortes, 30 cortes intercalados; 100 volumes; espessura,

5 mm; tamanho do voxel, 3 x 3 x 3mm³; matriz, 64 x 64; e FoV, 220 mm.

A duração desta aquisição de cada participante foi de 5 minutos.

Pré-processamento

Os primeiros 5 volumes (15 s) foram removidos devido aos efeitos de estabilização do campo

magnético e de forma a permitir que os sujeitos se adaptassem ao ruído da máquina. As

imagens foram submetidas a um pré-processamento que englobou diferentes fases:

ajustamento do tempo dos cortes, realinhamento, normalização espacial e suavização,

implementadas pelo DPARSF-Advanced (Chao-Gan & Yu-Feng,2010). Após a correcção do

11  

tempo dos cortes, as imagens foram realinhadas e verificadas manualmente para garantir que

os movimentos de translação e rotação não excediam metade do tamanho do voxel (1.5 mm;

1.5º). Posteriormente, foi implementado um processo de normalização com um template EPI

(imagem eco planar) fornecido pelo DPARSF, cujo efeito de normalização espacial foi

verificado visualmente através de imagens originadas pelo programa. Foi aplicada a técnica

de suavização do filtro de Gauss Full Widht at Half Maximum (FWHM) de 6 mm. As

possíveis alterações no sinal que poderiam manter-se mesmo após os passos anteriores foram

corrigidas através do detrend. Utilizou-se um filtro de banda entre os 0.01~0.08 Hz de forma

a excluir sinais de frequência cardiorrespiratória.

Análise de Componentes Independentes

A análise de componentes independentes foi efetuada com o programa Group ICA 2.0d fMRI

Toolbox (GIFT, http://www. icatb.sourceforge.net) (Calhoun, Adali, Pearlson, & Pekar, 2001;

Correa, Adali, Li, & Calhoun, 2005). Foram estimadas 20 componentes e decompostas em

mapas espácio-temporais através do algoritmo iterativo Informax, e utilizada a ferramenta

Icasso para controlar a fidelidade da análise das componentes independentes. Cada voxel do

mapa espacial foi expresso num mapa estatístico t, tendo sido posteriormente convertido num

mapa estatístico z, o qual descreve os vóxeis que se manifestaram mais intensamente em cada

componente independente, caracterizando o grau de correlação do sinal do voxel com o curso

de tempo da componente (Beckmann, DeLuca, Devlin, & Smith 2005; Kunisato et al., 2011).

As componentes foram extraídas e correlacionadas espacialmente com um template do GIFT

que permite identificar a DMN. Após inspeção visual de cada componente em cada indivíduo

(mapa z) selecionou-se a que melhor representava a DMN para avançar para a análise

estatística (análise de grupo).

Análise Estatística

Os mapas espaciais da componente representativa da DMN originados pelo GIFT foram

introduzidos no SPM8 (Statistical Parametrical Mapping, http://www.fil.ion.ucl.ac.uk) para

realizar uma regressão linear múltipla de forma a verificar correlações negativas e positivas

entre os scores de ansiedade e depressão e o padrão funcional da DMN. Foram construídas

duas matrizes, uma matriz que apresentava como covariáveis, os mapas da DMN os scores de

ansiedade do HARS, a idade e o género, a outra matriz com os mapas da DMN scores de

depressão do HDRS, idade e género.

12  

Nas comparações múltiplas, o mesmo teste estatístico é feito repetidamente, tantas vezes

quanto o numero de vóxeis, estando associado frequentemente a problemas em estudos de

neuro imagem. Foi, por isso, realizada uma correção de Monte Carlo para comparações

múltiplas (Dennis et al., 2011). Esta correção foi executada pelo programa REST AlphaSim

(Song et al., 2011) (http://restfmri.net/forum/REST_V1.8) para uma probabilidade de 0.05,

que determinou que o tamanho mínimo do cluster para as estruturas constituintes da DMN era

de 23 vóxeis para a significância de p ˂0.01.

A máscara da DMN (selecionada no software SPM8) foi aplicada nos mapas estatísticos

resultantes (t e z), que revelaram a força das correlações obtidas entre os scores de ansiedade e

de depressão e a ativação funcional da DMN.

As regiões cerebrais encontradas foram nomeadas de acordo com o Anatomical Automatic

Labeling Atlas utilizando o software MRIcron

(http://www.mccauslandcenter.sc.edu/mricro/mricron/).

Resultados

DMN e Depressão

Os scores mais elevados de depressão encontravam-se associados a maior ativação da

circunvolução orbitofrontal superior direita (x = 24, y = 39, z =-12) e da circunvolução frontal

média esquerda (x = -45, y = 39 z = 18) como é possível verificar na Tabela 1 e na Figura 1.

Tabela 1. Correlação Positiva entre Depressão e Ativação Funcional da Default Mode

Network

Área Cerebral T Z K (tamanho do

cluster)

Coordenadas MNI¹

(x,y,z)

Circunvolução frontal superior

direita

4.34 3.6076

24, 39, -12

3.42 3.00 15, 33, -15

Circunvolução frontal média

esquerda

3.25 2.8739

-45, 39, 18

2.81 2.55 -33, 33, 24

¹As coordenadas são apresentadas de acordo com o Montreal Neurological Institute

13  

Scores de depressão mais baixos estavam associados a uma maior ativação da circunvolução

occipital média esquerda (x =-27 y = -78 z = 12), circunvolução fusiforme esquerda (x = -21,

y = -84, z =-6), precuneus esquerdo (x =-9, y =-45, z =60), cíngulo médio esquerdo (x = -15, y

= -39, z = 42), córtex cíngulado posterior esquerdo (x= 0, y= -36, z= 30), lobo parietal inferior

esquerdo (x = -48, y = -48 z = 60 ) e circunvolução angular esquerda (x = -45, y = -63, z =

48), como é apresentado na Tabela 2 e Figura 2.

Tabela 2. Correlação Negativa entre Depressão e Ativação Funcional da Default Mode

Network

Área Cerebral T Z K (tamanho do

cluster)

Coordenadas

MNI¹ (x,y,z)

Circunvolução occipital média

esquerda

4.30 3.57

87

-27, -78, 12

3.72 3.21 -24,-90,18

Circunvolução fusiforme esquerdo 3.70 3.19 -21,-84,-6

Precuneus esquerdo 4.01 3.40 31 -9, -45,60

Cíngulo médio esquerdo 3.94 3.35 56

-15, -39, 42

Cíngulo posterior esquerdo 2.78 2.53 0, -36, 30

Lobo parietal inferior esquerdo 3.23 2.86

43

-48, -48, 60

3.04 2.72 -39, -48, 48

Circunvolução Angular esquerda 2.92 2.63 -45, -63, 48

¹As coordenadas são apresentadas de acordo com o Montreal Neurological Institute

14  

DMN e Ansiedade

Os scores mais elevados de Ansiedade encontravam-se associados a maior ativação da DMN

na circunvolução frontal medial superior direita (x = 18, y = 45, z = 0), circunvolução

orbitofrontal medial direita (x = 12, y = 39, z = -9), cíngulo anterior esquerdo (x = 15, y = 39,

z =12), circunvolução frontal média esquerda (x = -42, y = 42, z = 24), circunvolução frontal

triangular inferior esquerda (x = -36, y = 30, z = 24) e circunvolução orbitofrontal superior

direita (x = 18, y = 27, z = -15),como apresentado na Tabela 3 e Figura 3.

15  

Tabela 3. Correlação Positiva entre Ansiedade e ativação Funcional da Default Mode

Network

Área Cerebral T Z K (tamanho

do cluster)

Coordenadas

MNI¹ (x,y,z)

Circunvolução frontal medial superior

direita 4.59 3.75 60 18, 45, 0

Circunvolução orbitofrontal medial

direita 3.54 3.08 60 12, 39, -9

Córtex cíngulado anterior direito 3.06 2.74 60 15, 39, 12

Circunvolução frontal média esquerda 3.70 3.19 51 -42, 42, 24

Circunvolução frontal triangular

inferior esquerda 2.95 2.66 51 -36, 30, 24

Circunvolução orbitofrontal superior

direita

3.20 2.84 36

18, 27, -15

3.06 2.74 21, 36, -12

¹As coordenadas são apresentadas de acordo com o Montreal Neurological Institute

Os scores mais baixos de Ansiedade encontravam-se associados a maior ativação da DMN na

circunvolução pós-central esquerda (x = -18, y = -36, z = 81), na circunvolução temporal

16  

média esquerda (x = -54, y = -45, z = 0) e na circunvolução inferior esquerda (x = -51, y = -

54, z = -6), como se pode verificar na Tabela 4 e Figura 4.

Tabela 4. Correlação Negativa entre Ansiedade e Ativação Funcional da Default

Mode Network

Área cerebral T Z K (tamanho

do cluster)

Coordenadas

MNI¹ (x,y,z)

Circunvolução pós central

esquerda

4.45 3.67 43

-18, -36, 81

3.72 3.21 -21, -39, 69

Circunvolução temporal média

esquerda 3.57 3.10

33

-54, -45, 0

Circunvolução Inferior Esquerda 3.40 2.98 -51, -54, -6

2.69 2.46 -42, -54, -9

¹As coordenadas são apresentadas de acordo com o Montreal Neurological Institute

17  

Discussão

A DMN apresenta um padrão de ativação composto por áreas anteriores e posteriores

(Buckner et al., 2008; Fox & Raichle, 2007; Greicius et al., 2003; Raichle, 2001; Raichle et

al., 2001), no entanto, indivíduos mais ansiosos e deprimidos evidenciam maior ativação de

áreas frontais. A hipótese colocada neste estudo foi parcialmente verificada, podendo

confirmar-se que a ativação das áreas anteriores da DMN está envolvida no humor negativo e

na ansiedade. O mesmo não se evidenciou, relativamente à porção posterior da DMN.

Verificou-se que os scores elevados de humor depressivo estão positivamente

correlacionados com maior ativação de áreas frontais, especificamente um cluster abrangente

que inclui o mPFC e o Acc. As regiões pré-frontais mediais encontram-se ativas durante

sentimentos de tristeza em sujeitos saudáveis (Damasio et al., 2000). Estes resultados são

consistentes com estudos que demonstram que indivíduos com Perturbação Depressiva Major

apresentam maior ativação das regiões anteriores da DMN (Zhu et al.,2012;), e ativação

reduzida das zonas posteriores (Zhu et al., 2012). Estas áreas de correlação positiva estão

associadas aos processos auto referentes e revelam elevado foco interno. A auto reflexão é

preditora de autorruminação geralmente associada ao neuroticismo e à depressão e que

demonstra que o foco interno está orientado para maior perceção de perda, ameaça e injustiça

(Takano & Tanno, 2009). De igual modo, a circunvolução orbitofrontal superior é uma

estrutura associada à sensibilidade, à ameaça e à punição (DeYoung et al, 2010), o que sugere

a incapacidade de afastar informação negativa, culpabilização e associação do self a emoções

negativas refletem o foco introspetivo dos indivíduos deprimidos, o que é congruente com

funções das áreas acima mencionadas (Berman et al., 2011; Grimm et al., 2011;). Os

pensamentos automáticos negativos podem estar associados à ativação destas áreas de

instrospecção e processamento emocional, as quais, podem ser responsáveis pela baixa

autoestima, desregulação emocional e ruminação experienciadas por indivíduos que

apresentam características depressivas ou ansiosas mais elevadas (Ochsner & Gross, 2005).

Verificou-se que os scores de depressão variam inversamente em relação à atividade

de áreas mais posteriores da DMN, o precuneus, o lobo parietal inferior e o Pcc apresentaram

maior ativação quando os níveis de depressão eram mais baixos. Estas regiões posteriores têm

sido associadas à monitorização do contexto (Wagner, Shannon, Kahn, & Buckner, 2005).

A circunvolução angular tem sido associada à recuperação de memória autobiográfica,

juntamente com o precuneus e o Pcc (Spreng & Grady, 2010), e também à diferenciação entre

18  

o self e outros sujeitos (Fink & Vogeley, 2003). O Pcc é uma área de maior ativação na

Perturbação Depressiva Major, associado à ruminação (Berman et al., 2011), no entanto, a

ruminação é comum também em sujeitos saudáveis embora em menor proporção, podendo

assim explicar a sua ativação quando os scores de depressão são menores.

A circunvolução occipital média está correlacionada negativamente com o humor depressivo.

De facto, a circunvolução occipital média tem sido reconhecida como uma área que se

manifesta durante os estados de repouso, pois integra a rede visual (Wang et al., 2008). A

ativação espontânea da área occipital tem sido relacionada com recordar imagens, ou

“imaginação visual” e com a incorporação de representações sensoriais de imagens

processadas anteriormente pelas vias visuais (Ganis, Thompson, & Kosslyn, 2004).

Relativamente aos sintomas de ansiedade, os scores elevados de ansiedade encontram-

se associados a maior ativação do Acc, da circunvolução frontal medial, da região

orbitofrontal medial e lateral, e das áreas frontais média esquerda e inferior esquerda.

A ativação do Acc na atividade intrínseca pode estar associada ao processamento

autorreferente, pois é uma área sensível aos sinais internos, conectada às funções autónomas

viscerais habituais em estados ansiosos (Shin et al., 2013) e à regulação de respostas

emocionais (Bush, Luu, & Posner, 2000), sendo também relevante na avaliação de ações para

dirigir o comportamento futuro (Wallis & Kennerley, 2010). Na perturbação de Ansiedade

com ataque de pânico, o Acc tem sido associado à interpretação catastrófica dos sinais

autónomos viscerais (Shin et al., 2013), bem como, aos estados de alerta e de hipervigilância

na Ansiedade Social (Liao et al., 2010).

Por sua vez, o córtex orbitofrontal está relacionado com o processamento emocional e com a

regulação cognitiva e comportamental (Evans, Lewis, & Iobst, 2004; Price, Rasmussen, &

Eisen, 1999), por isso, o aumento da sua atividade parece ter um papel importante nas

cognições ansiosas (Guyer et al., 2008; Milad and Rauch, 2007). A área orbitofrontal medial

funciona como um sistema de output que modula a função visceral de acordo com as

emoções, cuja ativação pode estar relacionada com dificuldade em afastar sentimentos

negativos ou desligar-se de eventos traumáticos (Price & Drevets, 2012). A ativação destas

áreas poderá ser associada à preocupação sentida por indivíduos ansiosos, que é interpretada

como um tipo de evitamento cognitivo que visa a inibição do processamento emocional

(Borkovec, Ray, & Stöber, 1998).

19  

O Acc e o córtex orbitofrontal revelam maior ativação quando os scores de ansiedade são

elevados, particularmente na Perturbação de Ansiedade Obsessivo Compulsiva, pois ambos

estão conectados (Hou et al., 2012).

Finalmente, a ultima área da DMN positivamente associada à ansiedade, a circunvolução

frontal medial, é mencionada em estudos anteriores que sugerem que pode refletir

vulnerabilidades cognitivas na ansiedade, devido a processos ruminativos relacionados com

estímulos stressores, afeto negativo (Qin & Northoff, 2011; Ray et al., 2005) e desregulação

emocional (Davidson, 2000; Gusnard, Akbudak, Shulman, & Raichle, 2001).

Verificou-se que as regiões médias e inferiores do lobo temporal estão negativamente

correlacionadas com menores scores de ansiedade. São àreas relacionadas com a receção de

inputs através de vias de processamento visual, somatossensorial, olfativo e auditivo, estas

áreas são locais de confluência da integração de informação dos sentidos (Jones &

Powell,1970). As suas funções durante a atividade cerebral espontânea têm sido associadas à

memória autobiográfica, teoria da mente e cognição emocional (Spreng & Grady, 2010;

Spreng & Mar, 2012; Olson, Plotzker, & Ezzyat, 2007), no entanto, esta área não é muito

relatada nos paradigmas de repouso e o seu envolvimento na ansiedade não tem sido

explorado. Tendo em conta o seu papel na memória autobiográfica e na cognição social, estas

estruturas relacionam-se com o conhecimento conceptual acerca de ações, relações e o self

(Olson et al., 2007; Visser, Jefferies, & Lambon Ralph, 2010; Zahn et al., 2007). Poderá,

apenas, especular-se que indivíduos com menores scores de ansiedade estão possivelmente

mais abertos ao processamento de informação social porque estão menos focados em

pensamentos autorreferentes, visto que estas àreas são essenciais na transferência de

informação a partir da experiência, para a formação de informação conceptual social, que por

sua vez orienta o comportamento social (Spreng & Mar, 2012).

A circunvolução pós-central está igualmente associada a scores mais elevados de ansiedade,

esta ativação pode ser interpretada tendo em conta a diversidade de redes cerebrais ativas

durante o repouso. De facto, esta área tem sido associada à rede motora sensorial de repouso

(Moussa, Steen, Laurienti, & Hayasaka, 2012; van den Heuvel, Mandl, Kahn, & Hulshoff Pol,

2009).

Atualmente, a investigação apresenta ainda resultados algo inconsistentes no que se

refere à relação entre os estados emocionais e a conectividade da DMN (Dennis et al., 2011).

20  

Desta forma, procurou analisar-se de que forma a variação dos estados de ansiedade e de

humor depressivo de uma amostra saudável se refletem nesta rede.

O presente estudo, deve ser interpretado tendo em conta as opções metodológicas

selecionadas. A amostra recrutada constitui uma amostra de conveniência, com um número de

participantes reduzido, com limitações na amplitude de idades e na informação obtida

relativamente às características sócio-demográficas. Existem diversas metodologias para

verificar a ativação funcional da DMN, no entanto, este estudo não pode ser comparado aos

demais porque não foi incluído um grupo clínico para analisar as possíveis diferenças entre os

padrões de ativação. Após a aquisição da ressonância magnética funcional, os sujeitos não

foram questionados acerca dos processos internos que experienciaram. Pelas limitações

mencionadas, os resultados obtidos não podem ser generalizados.

Áreas como a circunvolução occipital média esquerda e a circunvolução pós-central esquerda

são motivo de alguma controvérsia relativamente ao seu papel na DMN, pois a sua ativação

pode estar relacionada com a competição entre as flutuações espontâneas da DMN e o

processamento sensorial (Greicius & Menon, 2004).

Em suma, foram encontradas diferenças na ativação da DMN associadas aos níveis

elevados de ansiedade e depressão em sujeitos saudáveis, em que a ativação de áreas

anteriores sugere processos de regulação emocional disfuncionais e auto reflexão orientada

para pensamentos e sentimentos (Gusnard & Raichle, 2001; Raichle et al., 2001). Dado que a

DMN regula a cognição espontânea relacionada com o self, a sua atividade é influenciada

pelo humor e ansiedade do indivíduo (Dennis et al., 2011). É importante salientar que mesmo

quando os níveis de depressão são subclínicos, tal como se verifica nesta amostra na qual os

sujeitos não apresentavam diagnóstico de perturbação Depressiva Major, causam impacto no

funcionamento psicossocial e podem ser indicadores de incidência de perturbação Depressiva

Major (Lewinsohn, Solomon, Seeley, & Zeiss, 2000).

Em estudos posteriores sugere-se a indução de humor depressivo numa amostra saudável para

verificar se o padrão de ativação envolve áreas semelhantes às do estudo atual. Poderia

também utilizar-se um paradigma de desativação da DMN numa população com Perturbação

de Ansiedade, combinado com uma tarefa de avaliação de imagens neutras, positivas e com

estímulos aversivos.

21  

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