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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PAULO FELIPE PADILHA DA SILVA SATISFAÇÃO E IMPORTÂNCIA NO TRABALHO DOS COLABORADORES DO FÓRUM MIGUEL SEABRA FAGUNDES Natal 2018

SATISFAÇÃO E IMPORTÂNCIA NO TRABALHO DOS … · 2 PAULO FELIPE PADILHA DA SILVA SATISFAÇÃO E IMPORTÂNCIA NO TRABALHO DOS COLABORADORES DO FÓRUM MIGUEL SEABRA FAGUNDES Monografia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

PAULO FELIPE PADILHA DA SILVA

SATISFAÇÃO E IMPORTÂNCIA NO TRABALHO DOS

COLABORADORES DO FÓRUM MIGUEL SEABRA

FAGUNDES

Natal

2018

2

PAULO FELIPE PADILHA DA SILVA

SATISFAÇÃO E IMPORTÂNCIA NO TRABALHO DOS

COLABORADORES DO FÓRUM MIGUEL SEABRA

FAGUNDES

Monografia de conclusão de cursoapresentada ao Curso de Administraçãodo Centro de Ciências Sociais Aplicadada Universidade Federal do Rio Grandedo Norte, como requisito parcial àconclusão do curso.

Orientadora: Patrícia Whebber Souza de Oliveira

Natal

2018

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Silva, Paulo Felipe Padilha da. Satisfação e importância no trabalho dos colaboradores do Fórum Miguel Seabra Fagundes / Paulo Felipe Padilha da Silva. - Natal, 2018. 52f.: il.

Monografia (Graduação em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Administrativas. Orientador: Profa. Dra. Patrícia Whebber Souza de Oliveira.

1. Administração - Monografia. 2. Satisfação no trabalho - Monografia. 3. Motivação no trabalho - Monografia. 4. Servidores públicos - Monografia. I. Oliveira, Patrícia Whebber Souza de. II. Título.

RN/UF/CCSA CDU 658.3

Elaborado por Shirley de Carvalho Guedes - CRB-15/404

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha orientadora, professora doutora Patrícia Whebber Souza de

Oliveira, pelos ensinamentos na área de comportamento organizacional e suporte

para realização deste trabalho.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte por esta oportunidade de graduação

no Curso de Administração.

A todos os professores e colegas do Centro de Ciências Sociais Aplicadas pelos

cinco anos de conhecimento construído.

Ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte pela oportunidade de estágio e

aprendizado.

À minha família pelo cuidado e sustento durante toda a graduação.

À Deus por sua infinita bondade.

5

“Tu és o meu Deus; graças te darei! Ó

meu Deus, eu te exaltarei! Deem graças

ao Senhor, porque ele é bom;

o seu amor dura para sempre.”

(Salmos 118:28-29)

6

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo identificar o nível de satisfação percebida e ograu de importância atribuída pelos servidores do Fórum Desembargador MiguelSeabra Fagundes de Natal/RN. A pesquisa contou com a participação de 154servidores das varas de justiça que compõem o principal fórum da capital potiguar. Ométodo foi exploratório com abordagem quantitativa e o instrumento utilizado foibaseado nos estudos de Oliveira, Nóbrega e Leone (2008) e adaptado à realidadeda organização. Através de uma Escala de Satisfação de Trabalho, composta de 32itens os servidores efetivos da organização indicaram o grau de satisfação eimportância com o envolvimento com o trabalho, carreira, colegas de trabalho, achefia e política organizacional. Em relação aos resultados obtidos, o maior grau desatisfação foi em relação ao envolvimento com o trabalho, seguido de gerência eequipe, e em menor grau em relação à política organizacional, metas e carreira dosrespondentes. A maior média de grau de importância foi em relação ao envolvimentocom o trabalho e em menor grau em relação à família e vida pessoal. Com o grau deimportância atribuída a fatores tanto intrínsecos como extrínsecos, conclui-se que aótima relação com a chefia, e com os colegas de trabalho identificada na pesquisademonstra não ser suficiente para motivar e gerar satisfação para odesenvolvimento de toda a organização.

Palavras-chave: satisfação, importância, motivação.

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Hierarquia das Necessidades de Maslow………………………….......…21

Figura 2: Teoria dos dois fatores de McGregor…………………………………...…21

Figura 3: Fatores intrínsecos e higiênicos de Herzberg……………………………24

Figura 4: Etapas da operacionalização do estudo……………………………..……29

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Frequência e porcentagem da variável “sexo”.........................................34

Quadro 2: Frequência e porcentagem da variável “idade”........................................35

Quadro 3: Frequência e porcentagem da variável “tempo de serviço”......................35

Quadro 4: Frequência e porcentagem da variável “estado civil”................................36

Quadro 5: Frequência e porcentagem da variável “nível de escolaridade”.......…;....36

Quadro 6: Média, desvio padrão e moda do fator “Envolvimento e satisfação no

trabalho”.....................................................................................................................37

Quadro 7: Média, desvio padrão e moda do fator “gerência”....................................38

Quadro 8: Média, desvio padrão e moda do fator “equipe de trabalho”.....................39

Quadro 9: Média, desvio padrão e moda do fator “características do trabalho”........40

Quadro 10: Média, desvio padrão e moda do fator “satisfação geral com a

empresa”....................................................................................................................40

Quadro 11: Média, desvio padrão e moda do fator “relação trabalho e

família”........................................................................................................................41

Quadro 12: Média, desvio padrão e moda do fator “política organizacional”.............42

Quadro 13: Média, desvio padrão e moda do fator “carreira”....................................43

Quadro 14: Resumo das médias e desvios padrões dos fatores de satisfação e

importância………………………………………………...............……………….……...44

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................101.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA............................................................101.2 OBJETIVOS.......................................................................................................121.2.1 OBJETIVO GERAL.........................................................................................121.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................121.3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................12

2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................152.1 TRABALHO..................................................................................…..................152.2 SATISFAÇÃO NO TRABALHO.........................................................….............172.3 MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO..........................................................................202.4 TEORIAS MOTIVACIONAIS.............................................................................20

3 METODOLOGIA...................................................................................................293.1 TIPO DE ESTUDO....................................................................................….....303.2 COLETA DE DADOS.........................................................................................313.3 UNIVERSO E AMOSTRA..................................................................................313.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS....................................…................32

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS…………….….....………...34

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES……………………………...……….......….45

REFERÊNCIAS............................................................................…........................46APÊNDICE..................................................................................….........................52

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1 INTRODUÇÃO

A primeira parte aborda a contextualização e problema de pesquisa, objetivo

geral, objetivos específicos e justificativa prática e teórica deste estudo.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA

As grandes organizações empresariais e públicas, fazem parte da História

Moderna e Contemporânea, iniciadas na Revolução Industrial no século XVI (FILHO,

2008). Dentre os elementos Fundamentais das grandes organizações são os

recursos humanos, ou seja, indivíduos que mantêm e fazem crescer uma

organização. Nesse contexto o tema deste estudo está ligado a valorização destes

indivíduos que levam a organização a atingir seus objetivos.

A relação homem e o trabalho é um fenômeno investigado no mundo todo.

Segundo Valle (2007) estudos de Locke identificou na última década 15.600

publicações como dissertações, teses, entre outros, na língua portuguesa,

relacionados à satisfação no trabalho. Para Siqueira (2008), satisfação no trabalho

está relacionado ao vínculo afetivo do indivíduo com o seu trabalho. Por isso a

análise deste vínculo do homem com o trabalho, define o problema, a

especificidade, o suporte teórico e a população deste estudo.

No Brasil, especificamente no setor público, de acordo com Matias Pereira

(2008) em meados dos anos 90, características do setor privado chegam para

dentro da administração pública, o Gerencialismo com foco em resultados e no

cidadão, modificando características do ambiente de trabalho, e consequentemente

afetando a percepção e o contentamento do servidor público. A partir de 1995 o

presidente Fernando Henrique Cardoso juntamente com seu ministro Bresser

Pereira criam o Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado para

combater a baixa eficiência, eficácia e efetividade do serviço público, sendo que com

o seu fim em 1998 muitas políticas e reformas foram esquecidas e abandonadas,

mas algumas políticas como a gratificação por desempenho permaneceram em

diversos órgãos.

Luchini (2016) destaca em sua pesquisa que nesta busca pela eficiência, o

Gerencialismo falhou quanto a motivação e a melhoria do bem-estar do servidor

público; não despertou nos servidores um sentimento de pertencimento e o líder

11

precisa ser capaz de gerenciar o contentamento destes indivíduos com o trabalho.

Observa-se que o pagamento de incentivos somente constitui uma parte de todo um

contexto organizacional e que motivador econômico gerado pelas gratificações por

desempenho não é suficiente e outros estímulos motivadores são precisos para

atingi-los.

A impressão de um estudante de ciências administrativas é que na repartição

pública que será investigada predomina um quadro insatisfatório quanto aos

aspectos político-organizacionais, dentro de um sistema público hierarquizado que

falha na priorização e valorização dos indivíduos que compõem a administração

pública. Como se trata de percepção e não há comprovação científica, esta

constatação reforça a necessidade de um estudo para compreender as teorias de

satisfação e motivação e estudar o contentamento dos servidores quanto a diversos

fatores que envolvem o ambiente de trabalho.

Para Robbins (2005) as consequências da insatisfação no trabalho estão

relacionadas à saída do emprego, discussão, atividades sindicais, lealdade e

expectativa, absenteísmo, atrasos, baixa produtividade e aumento dos índices de

erros, comprometimento da saúde física e mental dos empregados, estresse, inércia

organizacional e resistência a mudanças e programas de melhoria. Para analisar

todo esse conjunto de fatores que envolve o tema, é preciso estudar o ambiente de

trabalho e buscar entender as relações que nele são desenvolvidas

Considerando-se a importância da gestão de pessoas em conhecer os

aspectos que compõem o ambiente de trabalho para priorizar esforços e recursos

em prol do serviço público e o servidor, considerando capacidade do gestor da

organização dentro de um sistema judiciário para interferir. Assim sendo, ao final

deste estudo, espera-se responder a seguinte questão central de pesquisa: Qual o

nível de satisfação no trabalho e o grau de importância atribuída pelos

servidores do Fórum Desembargador Miguel Seabra Fagundes?

12

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Identificar o nível de satisfação no trabalho e o grau de importância atribuída

pelos servidores do Fórum Desembargador Miguel Seabra Fagundes

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Identificar o nível de satisfação quanto aos aspectos pessoais e humanos no

trabalho e seu grau de importância.

b) Identificar o nível de satisfação quanto gerência e seu grau de importância.

c) Identificar o nível de satisfação quanto equipe de trabalho e seu grau de

importância.

d) Identificar o nível de satisfação quanto a Instituição e sua política organizacional e

seu grau de importância

e) Analisar os fatores de maior e menor grau de satisfação e importância.

1.3 JUSTIFICATIVA

A satisfação no trabalho, no século XX, segundo Taylor, importante cientista da

Administração Clássica, seria uma reação puramente mecânica dos trabalhadores

limitadas a questões salariais e fadiga. Com o início da Escola das Relações

Humanas já em meados do mesmo século esse conceito muda quando a

importância das pessoas é destaque dentro da organização com definições de suas

funções num ambiente mais dinâmico e equilibrado. (LUCHINI 2016). Logo depois,

Luchini (2016) destaca que os estudos em Hawthorne entre 1924 e 1932 contribui

para Escola Humana que consideram fatores como pausas, supervisão e percepção

de grande importância na produtividade e como também na satisfação. Esta

pesquisa está fundamentada nesta evolução de sua definição, em um novo

contexto, e justifica-se por duas razões

A primeiro por que este estudo pode ser revelador e útil para o gestor de RH

para tomar decisões com base científica, e contribuir para o nível de satisfação do

colaborador e sua produtividade como também aprimorar o conhecimento na área

13

de gestão de pessoas no setor Público. O órgão caracterizado por rigidez de

estrutura e de processos, os gestores vêm adotando inúmeras estratégias para

atingir seus objetivos organizacionais baseado em metas, e será importante

conhecer fatores que podem influenciar seu desempenho

Este trabalho se fundamenta que há evidências de que a satisfação no trabalho

está diretamente ligada a fatores sócio organizacionais, como valores, percepções

de justiça, de suporte e de reciprocidade que se estabelecem a partir das trocas

entre indivíduo, colegas e organização. Sendo assim, a satisfação no trabalho está

diretamente relacionada e dependente das políticas e práticas gerenciais da

organização (SIQUEIRA, 2008)

Segundo, porque permitiria contribuir para literatura referente a este tema que

procura entender estes fatores dentro da organização. Para Oliveira (2012)

satisfação no trabalho é uma variável na área de comportamento mais estudados

por ter importantes resultados no trabalho e por estar associada ao desempenho.

Silva (2016) estudou um Campus universitário do Instituto Federal do Pará

com uma pesquisa exploratória descritiva de 68 servidores sobre a satisfação e o

comprometimento e evidenciou que que os servidores mais satisfeitos são aqueles

mais comprometimentos com o trabalho e a recíproca também verdadeira. Também

concluiu que idade interfere na satisfação, demonstrando que servidores mais

velhos revelam maior satisfação que os novos.

Garrido (2009) identificou o grau de satisfação entre 71 servidores do Superior

Tribunal de Justiça, aplicando a escala de satisfação de trabalho de 25 itens

relacionados a colegas de trabalho, salário chefia, natureza do trabalho e

promoções, constatou que em maior grau de satisfação foi em relação a chefia e

menor grau em relação a promoções.

Almeida (2015) investigou a satisfação e o estresse de 519 policiais militares no

Rio Grande do Sul Escala de Satisfação no Trabalho (EST) de Siqueira (2008) e a

Escala de Estresse no Trabalho (EET) de Paschoal e Tamayo (2004) l. No geral,

identificou-se nível médio de satisfação no trabalho com nível mais alto em relação a

colegas seguido da chefia. Em contrapartida as dimensões com nível mais baixo de

satisfação foram em relação ao salário e promoções.

Luchini (2016) investigou os fatores presentes no ambiente de trabalho que

influenciam a satisfação de 124 servidores da Universidade Federal de São Carlos

relacionando ao nível de escolaridade, através do Questionário de Satisfação no

14

Trabalho S20/23. Os fatores mais relatados que levaram à insatisfação foram para

os secretários da graduação: a falta de perspectiva de carreira, más condições

estruturais de trabalho e equipamentos, desvio de função e tédio. Para os

secretários de pós-graduação: excesso de tarefas, falta de clareza de atribuições e

mau relacionamento pessoal. Satisfeitos, para os secretários da graduação:

relacionamento pessoal, autonomia de decisão, e a estabilidade, da flexibilidade de

horário e a realização pessoal que obtém de seu trabalho. Já para os secretários de

pós-graduação, relacionamento pessoal, autonomia, reconhecimento pelos serviços

realizados, boas condições estruturais de trabalho e equipamentos e, flexibilidade de

horário que possuem.

Segundo Robbins, Judge e Sobral (2010) os comportamentos e sentimentos

dos trabalhadores estão intimamente relacionados, como também as influências do

grupo afetam de maneira significativa o comportamento individual e em seus

resultados e a remuneração um fator menor na determinação de resultados se

comparado com as normas do grupo, os sentimentos do grupo e a segurança.

Sendo assim, este estudo baseado nessa perspectiva, busca investigar os níveis de

satisfação sobre variáveis pessoais e o ambiente de trabalho do que a remuneração,

pois é um fator complexo para os gestores de RH da organização por não possuírem

autoridade para otimizá-lo.

15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo será desenvolvida a revisão da literatura, com o objetivo de

apresentar as teorias de diversos autores em relação ao trabalho, satisfação no

trabalho e motivação.

2.1 - O TRABALHO

Os estudos sobre homem evidenciam que a vida em sociedade é organizada

a partir dos modos de produção, notando-se com o decorrer do tempo a importância

do trabalho para a sociedade e para o ser humano. Uma relação que se baseou na

relação de transformação entre o homem e a natureza. Para Braverman (1977),

todas as formas de vida atuam sobre a natureza transformando-a a fim de satisfazer

suas necessidades. A partir dessa relação existe homem e natureza faz-se

importante conhecer seus significados durante a humanidade.

Estudos sobre o termo "trabalho" evidenciam que existem dois eixos

antagônicos. De acordo com Bastos, Pinho e Costa (1995) o primeiro está

relacionado à noção de sacrifício, carga, fardo para quem realiza. Percebe-se um

sentido negativo que está associado à noção de punição. Segundo os autores o

termo etimológico de trabalho, “tripalium” que é de origem latina, é um instrumento

de tortura; tripaliare, trabalhar e tripalium, martirizar

Já no segundo eixo, uma visão positiva sobre o trabalho, sendo que envolve

as capacidades humanas e é responsável pela condição humana. Está diretamente

relacionado à noção de empenho, esforço e cuidado para atingir determinado

objetivo. Sob o viés da tradição cristã e com a Reforma Protestante, ele passa a ser

percebido como um instrumento de salvação e uma maneira de realizar a vontade

divina (BASTOS; PINHO; COSTA, 1995).

Segundo Andrade, Tolfo e Dellagnelo (2012) os primeiros estudos empíricos

sobre significado do trabalho foram realizados por Hackman e Oldham no ano de

1975, quando buscavam relacionar a qualidade de vida no trabalho e o significado

do trabalho, que definiram três características do trabalho: variedade de tarefas:

variedade de competências necessárias para desenvolver o trabalho; trabalho não

alienante: visão não fragmentada, com finalidade, valor, possibilitando autonomia,

16

para determinar a maneira como as tarefas são realizadas; e significado da tarefa: o

impacto na vida de outras pessoas tanto na organização quanto na sociedade.

Sandroni (1999 p.609) em seus estudos define o trabalho no mesmo sentido

que Braverman, como “toda atividade humana voltada para a transformação da

natureza, com o objetivo de satisfazer uma necessidade”. Segundo o autor é uma

condição específica do homem e está associado a certo nível de desenvolvimento

dos instrumentos de trabalho, (grau de aperfeiçoamento das forças produtivas) e da

divisão da atividade produtiva entre os diversos membros de um agrupamento

social.

O trabalho também é idealizado como regularidade de tarefas como afirma

Oliveira (1988, p.9) que trabalho é “qualquer atividade humana exercida com certa

regularidade e em troca de remuneração, capaz de prover benefícios a pessoas e

organizações”.

O trabalho com o decorrer do tempo aproximou-se mais do ser humano e

seus desejos. Para Fleury (1983, p.65) o objetivo do trabalho é “a máxima

realização como ser humano”. Então, o trabalho pode ser definido não apenas em

termos de sua função na sociedade, mas também, em termos de seu significado

para cada trabalhador.

Borges e Tamayo (2001) complementa este sentido afirmando que o trabalho

é rico de sentido social e individual, propicia a subsistência para o ser humano e cria

sentido de existência além de construir a personalidade e da identidade do indivíduo.

Kanaane (1999), aborda de uma mais profunda apontando demais aspectos

que o trabalho envolve na vida do homem. Apoiado nas ideias de Friedman (1983)

aponta alguns aspectos do trabalho para o homem:

- Técnico: relacionando o ambiente de trabalho e suas adaptações fisiológicas e

sociológicas;

- Social: relacionando o trabalho em si com os fatores externos (família, sindicato,

entre outros);

- Fisiológico: relacionado ao grau de adaptação do homem-local de trabalho-meio

físico.

- Moral: relacionado com a atividade social humana, considerando as aptidões,

motivações, grau de consciência, satisfações.

- Econômico: como fator de produção de riqueza.

17

Essas definições mostram o quão o homem está intimamente ligado ao

trabalho como forma de sobrevivência e realização pessoal e essencial para o

desenvolvimento humano e transformação da natureza.

2.2 SATISFAÇÃO NO TRABALHO

Os estudos iniciais sobre satisfação no trabalho remontam ao período dos

anos 20 e tinham por objetivo estudar situações de fadiga e monotonia dos

trabalhadores. Nesse período surgem as primeiras preocupações científicas sobre a

influência das condições físicas do local de trabalho na produção industrial. SILVA

(2016)

Martinez e Paraguay (2003) em seu estudo evidencia que houve uma

evolução na concepção do tema. Inicialmente, considerava-se que o trabalhador

reagia mecanicamente a fatores externos e que a satisfação estava ligada

diretamente ao salário. Depois, surgiu a concepção que considera a interação entre

aspectos psicossociais e a subjetividade, produzindo diferentes níveis de satisfação

e influenciando diretamente a qualidade de vida, o comportamento e saúde do

indivíduo, além de apresentar consequências para a organização.

A complexidade do ser humano, suas necessidades, habilidades e almejos

desafiam os cientistas e teóricos de comportamento para conseguir atingir o

colaborador para que produza e esteja satisfeito. Caon (2001) destaca que a

dificuldade prática e teórica de conhecer e analisar todos os fatores que influenciam

a satisfação humana no trabalho exige do pesquisador atenção redobrada em torno

das causas e determinantes específicos que caracterizam esta variável.

Essas diferentes abordagens e a complexidade humana gerem inúmeros

discussões na academia e algumas definições importantes fundamentam este

estudo de satisfação no trabalho como Wolfford (apud Freire 1998) afirma que

satisfação no trabalho é uma atitude, envolve fatores cognitivos, emocionais e

comportamentais, o que dificulta conhecer as causas e consequências da satisfação

no trabalho.

Para Spector (2012), é uma variável de atitude que reflete como a pessoa se

sente com relação ao trabalho, considerando-se vários fatores envolvidos em sua

rotina, como colegas, salário, natureza do trabalho e supervisor.

18

Considerando a interação com o ambiente Siqueira (2008) afirma que a

satisfação no trabalho está vinculada à afetividade no ambiente de trabalho, à

compreensão do quanto o colaborador vivencia experiências prazerosas na

organização.

Assim, parece correto afirmar que conhecer as causas e as consequências da

satisfação no trabalho, é possível, ao gestor, conduzir esses fatores que envolve o

ambiente a contribuir com resultados cada vez mais benéficos à empresa,

interferindo, inclusive, na eficiência dos seus colaboradores.

Robbins, Judge e Sobral (2010, p.73) definem que a satisfação com o trabalho,

é como “um sentimento positivo resultante de uma avaliação de suas

características”. Logo pode-se atribuir que um sentimento negativo resulta em

insatisfação no trabalho.

De acordo com Freire (1998), satisfação no trabalho é um estado de prazer

emocional resultante da avaliação sobre seu trabalho e os fatores positivos ou

negativos que caracteriza a atitude dos indivíduos dentro do trabalho na medique

objetivos e valores são atendidos. Neste aspecto percebe-se através destes autores

que o homem está todo tempo avaliando o ambiente que está inserido que resultam

em um sentimento ou atitude.

Para Spector (2002, p.452) (...) “pode ser entendida como uma variável de

atitude que representa como uma pessoa se sente em relação ao seu trabalho de

forma geral e em seus vários aspectos”. Segundo o autor a satisfação no trabalho é

uma variável de atitude resultado do sentimento em relação ao trabalho, seja no

todo ou em alguns aspectos. Este autor ainda destaca que os estudos da satisfação

existem duas formas de análise: análise global como um sentimento único e em

aspectos, apresentando diferentes níveis de satisfação.

Sempane, Rieger e Roodt (2002 apud Lelis, 2013), acrescenta que diversas

pesquisas afirmam que a satisfação no trabalho não acontece isoladamente, mas

que envolve variáveis da organização, como estrutura, tamanho, remuneração,

condições de trabalho e liderança, que constituem o clima organizacional.

Considerando os componentes que influenciam a satisfação, Freire (1998)

apresenta três dimensões da Satisfação no Trabalho que são os aspectos ou

componentes comportamentais, emocionais, e cognitivos do conceito.

Wofford (apud Freire, 1998) também apresenta quatro grupos de características

que para compreender os fatores que satisfazem o homem no trabalho. Segundo o

19

autor o primeiro grupo diz respeito às características pessoais, do homem como

idade, sexo, valores e necessidade, estilo de vida. O segundo à valores e

necessidades pessoais. O terceiro a fatores personalidade e estilo de vida,. E o

quarto à características do próprio trabalho isto é: tarefas, conflitos, ambiguidade e

participação na tomada de decisões.

De acordo com Figueiredo (2012) a satisfação no trabalho pode ser investigada

por meio de questionário com várias escalas que podem ser utilizadas ou entrevista.

Ele explica que as pesquisas relacionadas ao tema passaram a focar na

identificação das dimensões que a constitui, como salário, promoção, supervisão,

método de trabalho, assim como na forma que esses fatores se relacionam. Este

trabalho utilizará um instrumento que utiliza que investiga exatamente estas

dimensões destacadas pelos autores.

Na busca de conhecer esses fatores dentro da organização observa-se que se

busca atingir a satisfação do trabalhador, mas sempre preocupado com a “mais-

valia”, ou seja, trabalhador satisfeito significa mais produção, mais qualidade, mais

serviço prestado. Nessa perspectiva, muitos estudiosos relacionam a satisfação e

produtividade, como Siqueira (2008), que atesta que quer seja pela natureza

motivacional ou atitudinal, entende-se que trabalhador satisfeito seja também

trabalhador produtivo.

2.3 – MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO TRABALHO

Siqueira (2008) explica que este tema desafia pesquisadores e gestores desde

o início do século XX, relacionando satisfação com motivação. Assim, na busca de

compreender os sentimentos do trabalhador, diversos autores apontam satisfação e

motivação como teorias que estivessem juntas para explicar as características

individuais responsáveis pelo comportamento de trabalho.

Na busca pela compreensão dos sentimentos provocados nos colaboradores

pelo ambiente de trabalho, a satisfação no trabalho foi atrelada ao conceito de

motivação, para definir o comportamento em seu ambiente de trabalho. Para

Spector (2002), a motivação está relacionada ao desejo de adquirir ou alcançar

algum objetivo, portanto, resulta dos desejos, das necessidades. Ainda acrescenta

que pode se desenvolver tanto a partir do funcionário como de condições ambientais

e induzir uma pessoa a assumir determinados tipos de comportamento.

20

Segundo Robbins (2005) Maslow, grande estudioso das necessidades humanas

vê a motivação como uma função do grau em que a organização pode satisfazer

certas necessidades humanas dos indivíduos, por isso está atrelado ao tema de

satisfação no trabalho, pois está associada a necessidade do indivíduo e esforço

para o alcance de uma determinada meta. Robbins (2005) defende que a motivação

depende da sua força, que pode ser medido de acordo com as necessidades,

desejos ou impulsos no interior do indivíduo, para atingir seus objetivos, ou seja, a

motivação e é o impulsiona o trabalhador a agir e contribuir com a organização.

Segundo Bergamini (1990), a motivação está na necessidade, na carência interna

que propulsiona o indivíduo a ter um comportamento de busca, pode ser obtida por

meio de fator externo. Quando há fatores de satisfação que possam contemplar as

necessidades almejadas, através do ato motivacional a satisfação se concretiza.

Para Giuzi (1993) reforça em seus estudos o que os autores anteriores abordam a

motivação como um ciclo que estabelece uma relação entre as variáveis:

Necessidades; Esforço; Metas; Variáveis organizacionais; Satisfação.

2.4 AS TEORIAS MOTIVACIONAIS

A partir agora aborda-se teorias de autores consagrados no campo do

Comportamento Organizacional, que dá subsídios para a análise da organização e o

indivíduo e os aspectos que os envolvem em diferentes abordagens para que o

gestor conheça e consiga harmonizar esta relação

2.4.1 - Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow

Diante das condições que o homem está inserido no trabalho e a

expectativa depositada no trabalho existem necessidades tanto dentro, como fora da

organização que precisam ser supridas. Abraham Maslow, importante pesquisador

na área de comportamento, na década 1940 estudou as necessidades humanas.

De acordo com Maslow (1954, apud Robbins, 2005) existem cinco categorias de

necessidades:

21

Figura 1. Hierarquia das Necessidades de Maslow Fonte: ROBBINS (2005, p.133)

1. Fisiológicas - Incluem fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades

corporais.

2. Segurança - Segurança e proteção contra danos físicos e emocionais

3. Social - Afeição, aceitação, amizade e o sentimento de pertencer a um grupo

4. Estima - Fatores internos de estima, como respeito próprio, realização e

autonomia, e fatores externos, como status, reconhecimento e atenção.

5. Autorrealização - Ímpeto de se tornar tudo aquilo que se é capaz de ser. Inclui

crescimento, alcance do próprio potencial e autodesenvolvimento.

De acordo com Robbins (2005) essas categorias são divididas em dois níveis:

primárias - aquelas relacionadas às necessidades fisiológicas e de segurança que

são satisfeitas internamente e secundárias - relacionadas a estima, a vida social e a

auto realização, que são satisfeitas externamente.

Segundo o autor uma necessidade satisfeita ela já não motiva mais. Acredita-se

que na medida em que uma delas é atendida, a próxima se torna dominante, por

isso ser uma hierarquia de necessidades. Os indivíduos são movidos para o topo da

pirâmide, sendo importante localizar onde a pessoa se encontra no momento e focar

a satisfação do próximo. Segundo Lacombe (2005) Maslow baseou-se em uma

tendência média em que todas as pessoas possuem em maior ou menor grau todos

os tipos de necessidades.

AUTOREALIZAÇÃO

ESTIMA

SOCIAL

SEGURANÇA

FISIOLÓGICA

22

Existem pontos positivos e negativos de estudar a motivação dos

colaboradores com a teoria de Abraham Maslow. Segundo Robbins (2005) ela

possui uma lógica intuitiva e de fácil compreensão, mas não fornece comprovação

empírica e poucas evidências que as necessidades humanas são dimensionadas

como Maslow propõe. Já Beker (2006) afirma que a Teoria das Necessidades

Humanas, como teoria, tem grande popularidade, porém pouca comprovação

científica, pois as necessidades não se manifestam nas pessoas nessa hierarquia,

de forma sistemática e generalizada. Mas é uma teoria clássica para abordar

elementos chaves das necessidades humanas que influenciam o trabalhador e seu

ambiente de trabalho.

2.4.2 - A teoria X e Y de McGregor

Douglas McGregor, contribuiu nos estudos das necessidades humanas durante

a década 1960 apresentando dois modelos do comportamento do homem que se

contrapõem. Guskuma (2009, p. 46) resume as teorias: :

Figura 2: Teoria dos dois fatores de McGregor Fonte: Guskuma (2009, p.46)

TEORIA X TEORIA Y

Homem tem aversão ao trabalho;Precisa ser controlado e punido;Evita a responsabilidade;Está apenas interessado na sua segurança pessoal e financeira.

Ênfase na direção e controle

Trabalho pode ser fonte de satisfação ou punição; Homem está disposto a se auto-dirigir; Homem aprende a aceitar responsabilidades; Homem coloca em prática seu potencial criativo.

Ênfase na pessoa

23

De acordo com Robbins (2005) essa teoria é fundamentada em duas visões

distintas sobre o homem. Douglas McGregor é o precursor dessa abordagem, que

segundo ele:

Teoria X - Sustenta que os funcionários não gostam de trabalhar, preguiçosos e

evitam responsabilidades.

Teoria Y - Sustenta que os funcionários gostam de trabalhar, criativos e buscam

responsabilidades.

De acordo com Robbins (2005) McGregor pessoalmente acreditava que a

teoria Y era mais válida que a teoria X. Além disso, esta teoria enfrenta a mesma

crítica que a de Maslow, de que há pouca ou nenhuma evidência de que essas

teorias realmente são eficazes e que a mudança no comportamento do indivíduo o

torna motivador.

2.4.3 - Teoria dos Dois Fatores de Herzberg

A Teoria da higiene-motivação foi desenvolvida por Herzberg, Mausner e

Snyderman (1993) a partir de uma pesquisa sobre o trabalho e sua relação de

satisfação apontou que algumas características tendem a se relacionar de forma

consistente com a satisfação no trabalho e outras com insatisfação (MELO, 2010) .

Evidencia a existência de fatores positivos que foram chamados de motivadores, e

negativos ou higiênicos, por isso a teoria dos dois fatores, teoria bifatorial ou da

motivação de Herzberg.

Segundo ROBBINS (2005), Herzberg após uma pesquisa concluiu que os

que sentiam bem no trabalho tendiam a atribuir fatores a si mesmo, intrínsecos

como o progresso, reconhecimento, responsabilidade e a realização, por outro lado

os insatisfeitos tendiam a indicar fatores extrínsecos como supervisão, remuneração

políticas e condições de trabalho.

Para Bergamini (2006), a partir deste estudo, chegou-se a resultados

surpreendentes, que devem ser considerados cuidadosamente. O primeiro mostrou

que os objetivos motivacionais almejados variam de acordo com cada categoria de

cargos. O segundo, concluiu que as respostas dadas pelas pessoas que se sentiam

bem com seu trabalho eram bastante diferentes daquelas que se sentiam mal;

algumas características estavam consistentemente relacionadas com a satisfação

no trabalho e outras com a insatisfação.

24

Herzberg afirma em seu estudo que os fatores que causam satisfação são

diferentes das que causam insatisfação. Portanto existem fatores que os eliminando,

apaziguam os funcionários, mas não motivam, e quando alguns fatores estão

adequados as pessoas não estão insatisfeitas, mas também não estarão. Herzberg

aconselha focar em fatores associados ao trabalho em si com resultados dele, como

promoção, oportunidades de crescimento pessoal, reconhecimento responsabilidade

realização, pois estão intrinsecamente recompensadoras ROBBINS (2005). Como

ilustra na figura 3:

Figura 3: Fatores intrínsecos e higiênicos de Herzberg

Fonte: Robbins (2005, p.135)

Estes fatores higiênicos devem estar presentes, pois na sua ausência a

produtividade pode ser comprometida. A organização não deve basear sua política

de gestão de pessoas somente nesses estímulos. Estudos mostram que eles

Políticas da empresa

Supervisão

Relacionamento com o

supervisor

Condições de trabalho

Salário

Relacionamento com os

colegas

Vida pessoal

Relacionamento com

subordinados

Status

Segurança

Realização

Reconhecimento

O trabalho em si

Responsabilidade

Progresso

Crescimento

Eventos no trabalho que conduzem a extrema

insatisfação. Fatores higiênicos

Eventos que conduzem a extrema

satisfação. Fatores motivacionais

25

oferecem resultados temporários: os indivíduos se acostumam com maiores níveis

salariais, com uma chefia democrática e com programas de participação, prêmios e

outras mobilizações. Eles satisfazem inicialmente e a produção aumenta. Porém,

após certo período, o desempenho decresce. Portanto, quando os estímulos

diminuem, as respostas caem (MOTTA, 2006).

Os fatores motivacionais de Herzberg, capazes de gerar maior envolvimento e

dedicação do indivíduo para com a organização, referem-se à necessidade de

autorrealização humana descrita por Maslow, que está relacionada com a identidade

dos indivíduos e com o sentido que eles atribuem às suas ações. Já os fatores

higiênicos estão ligados com necessidades de ordem inferior e são extrínsecos os

indivíduos; trata-se dos elementos fornecidos ao trabalhador para o desempenho de

suas atividades como condição de trabalho, contexto, benefícios, salário e política

institucional (MOTTA, 2006)

2.4.4 - Teoria das Necessidades de David McClelland

Segundo Robbins (2005), David McClelland contribuiu para o estudo do

comportamento em 1953 fundamentando a motivação em três necessidades do

trabalhador:

- Necessidade de realização: busca pela excelência, realização diante dos

padrões e a luta pelo sucesso. Para Mcclelland (apud Robbins, 2005), algumas

pessoas parecem ter inclinação natural para o sucesso, a realização pessoal mais

que a recompensa, de fazer algo melhor. Estão dispostos a aceitar a

responsabilidade pessoal pelo sucesso ou fracasso e ser desafiado em resolver

problemas. O controle é um fator importante pois evidencia que essas pessoas

gostam de situações sob controle, mas sob muito controle pode desagradar por não

desafiar o quanto gostariam.

- Necessidade de poder: fazer com que os outros façam que não fariam

naturalmente. Para Mcclelland (apud Robbins, 2005) essas pessoas gostam de

impactar, influenciar e controlar, gostam de estar no comando dentro da

organização.

- Necessidade de associação: desejo de relacionamentos interpessoais próximos

e amigáveis. McClelland acredita que existe um grupo de pessoas que buscam a

26

gestão da cooperação em vez da competição e trabalhar em um grau de

compreensão mútua.

De acordo com Gondim e Silva (2008 apud Guskuma, 2009), embora

MCclelland aborde as necessidades como sendo de origem biológica, não as

considera pela perspectiva de hierarquia como Maslow. Estes autores também

evidenciam que para Mcclelland existem níveis variados de intensidade nas

pessoas, ou seja, a motivação no trabalho depende da qualidade dos seus arranjos

dessas necessidades.

De acordo com Silva e Rodrigues (2007) estas três necessidades são adquiridas

com as experiências de vida de cada pessoa, ou seja, com o decorrer do tempo

estas podem ser aprendidas, desenvolvidas ou adquiridas pelo ambiente externo.

2.4.5 - Teorias do Reforço

As Teorias do Reforço, de acordo com Santos (1999), baseiam-se nas teorias

de Skinner - a ideia que todo o comportamento depende das suas consequências.

Assim, as decorrências de atitudes passadas afetam inevitavelmente as ações e

comportamentos futuros num processo cíclico de aprendizagem, sendo que todo o

comportamento pode ser aprendido. A teoria do reforço de Skinner coloca a ênfase

nas conseqüências do comportamento humano e no modo como este pode ser

manipulado nas diferentes situações. As conseqüências são usualmente designadas

de reforço.

O reforço é uma influência importante no comportamento. Segundo Robbins

(2005) essa teoria pode não ser considerada uma teoria sobre motivação, mas o

gestor percebe o ambiente como causa do comportamento do trabalhador que

fornece meios para análise do comportamento do indivíduo, e seus desdobramentos

podem ser utilizados como recurso motivacional.

Já Trierweiller (2004, p.42) afirma que “a primeira impressão que se tem da

teoria do reforço é que sempre é preciso empurrar ou puxar as pessoas para que

elas se ponham em movimento. Se desaparecer o agente exterior, elas param”.

27

2.4.6 - Teoria da Equidade

Segundo Robbins (2005), nessa teoria os indivíduos fazem comparações

entre seus trabalhos. As entradas (esforço, experiência, educação) e resultados

(remuneração, aumentos) com o dos outros indivíduos. Quando essa comparação

gera uma percepção de igualdade, existe um estado de equidade, mas quando essa

comparação trás percepção de desigualdade e injustiça provoca um sentimento de

raiva e influencia negativamente sua motivação para o trabalho.

Segundo Freire (1998) A Teoria da Equidade defende que a satisfação no

trabalho é baseada no equilíbrio entre o que o indivíduo recebe como resultado do

trabalho e aquilo que ele contribui para o trabalho, ou seja, esforços, conhecimento e

experiências.

De acordo com Robbins (2005), o ponto de referência é um fator importante

desta teoria. Existem quatro pontos de referência: Próprio interno: experiências do

funcionário com outra posição dentro da empresa; Próprio externo: experiência do

funcionário em uma posição fora da empresa; Outro interno: outra pessoa da mesma

empresa e outro externo: outra pessoa de fora da empresa

Isto evidencia que os indivíduos comparam não só colegas de trabalho, mas

com vizinhos, amigos e está relacionado a algumas variáveis como sexo, tempo de

emprego, nível na organização e educação. Segundo Robbins (2005), funcionários

de pouco tempo de casa tendem a comparar com relação a suas próprias

experiências, os mais antigos com os colegas de trabalho e os mais qualificados

tendem comparar com cargos de outras empresas por exemplo.

Como consequência das comparações, Robbins (2005) aponta modificação de

sua contribuição, resultados, auto imagem, a imagem dos outros, buscar outro ponto

de referência ou abandonar o terreno.

2.4.7 - Teoria das Expectativas de Vroom

Uma das teorias no meio científico é a teoria de expectativas de Victor Vroom

que afirma que a força da tendência para agir de determinada forma depende da

força da expectativa. Ou seja, é esperado que uma ação traga resultados positivos e

que estes resultados exerçam sobre o indivíduo a motivação. Um alto grau de

esforço estaria relacionado a sua boa avaliação de desempenho que trará

28

recompensas às organizações como bonificação, aumentos, que satisfaria suas

metas pessoais (ROBBINS, 2005).

A teoria enfoca três relações:

- Relação esforço-desempenho: grau que certa quantidade de esforço levará

ao desempenho.

- Relação desempenho-recompensa: Grau que um determinado nível de

desempenho levará a um resultado desejado.

- Relação recompensas-metas pessoas: grau em que recompensas

organizacionais satisfazem as metas pessoais e atração exercida sobre ele.

Para Robbins (2005) esta teoria é muito importante para compreender o por

que tantos trabalhadores não se sentem motivados em seu trabalho e fazem o

mínimo necessário para continuarem empregados. A importância quanto a

recompensa e as metas pessoais dada pelo indivíduo que conduzirá a produzir para

o organização.

Já Gondim e Silva (2008 apud Guskuma, 2009) afirmam que a Teoria da

Expectância de Vroom concebe a motivação como uma força de natureza emocional

e consciente, ativada no momento em que a pessoa é induzida a escolher entre

diversos planos de ação. Nesse sentido, supõe-se que as pessoas decidem sobre

suas ações de modo instrumental, procurando maximizar seu prazer e seus ganhos

e minimizar seu desprazer e suas perdas. Percebe-se que essa decisão é gerada de

uma atitude em relação algum aspecto do ambiente, por isso está fundamentada na

satisfação do indivíduo.

29

3 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta as características do método de investigação utilizado

para concretização dos objetivos específicos desta pesquisa que busca conhecer os

fatores que mais contribuem para a satisfação, que são analisados quanto à

importância dada para cada uma. Primeiramente faz-se a caracterização do estudo,

da coleta de dados, do universo e amostra, do instrumento de pesquisa aplicado e

da análise dos dados

Para melhor compreensão da pesquisa foi realizado, com base no estudo de

Cesar (2010) as etapas da sua operacionalização e realização:

Figura 3: Etapas da operacionalização do estudo

Fonte: César (2010)

PRIMEIRA ETAPA

Revisão dos objetivos propostos

TERCEIRA ETAPAEscolha do universo;

Escolha e ajustes do questionário

SEGUNDA ETAPA

Revisão de literatura

QUARTA ETAPAAplicação do questionário;

Codificação e tabulação dos dados

QUINTA ETAPAAnálise estatística;

Resultados

30

3.1 TIPO DE ESTUDO

Para atingir os objetivos propostos pelo estudo, foi realizada uma pesquisa,

exploratória descritiva. Segundo Gil (2007, p. 42) tem “como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relação entre variáveis”.

Para Vergara (2011 p.42), “a pesquisa descritiva expõe características de

determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer

correlações entre variáveis e definir sua natureza”. Este tipo de pesquisa é realizado

em uma área que se pretende trazer mais conhecimento e proporcionar uma visão

mais explícita sobre determinado assunto.

A abordagem da pesquisa é de natureza quantitativa. De acordo com

Richardson (1999), a pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo emprego da

quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento

por meio de técnicas estatísticas como média, desvio-padrão, coeficiente de

correlação, entre outros. Dado maior precisão dos resultados, evitando distorções na

análise e maior segurança quanto às inferências.

3.2 COLETA DE DADOS

De acordo com Barbetta (1999), é a fase da pesquisa, na qual o pesquisador

identifica algumas características de uma população e/ou amostra. A coleta de

dados é uma técnica de pesquisa importante pois por meio dela buscam-se

informações para atingir os objetivos propostos. A pesquisa utilizou-se de

procedimentos quantitativos, para obtenção e estudo da amostra.

Os dados primários foi coletado através dos questionários estruturados

aplicados pessoalmente pelo pesquisador no ambiente de trabalho, em diversos

setores, durante o mês de maio de 2017 onde os respondentes tiveram 5 dias úteis

para preenchê-las e posteriormente foi recolhida. O pesquisador considerando as

quantidade de variáveis conferiu todas as questões se foram respondidos e

devidamente preenchidos pelos respondentes.

31

3.3 UNIVERSO E AMOSTRA

Para Malhotra (2006), universo é considerada a soma de todos os elementos

que compartilham características comuns. O universo abrange o Fórum Miguel

Seabra Fagundes, órgão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, composto

por 402 servidores públicos, efetivados por meio de concurso público nos cargos

que podem ser técnicos administrativos, assistentes de juiz, chefe de secretaria e

magistrados. Sua principal atividade é executar processos administrativos e judiciais

a serviço do cidadão.

Foi excluído da amostra, servidores com licença médica, estagiários,

magistrados e servidores que trabalham fora do ambiente de trabalho comum. Para

o cálculo da amostra do estudo adotou-se a fórmula estatística para universo finito,

com base em Lopes et al. (2008, p. 94), segundo a equação:

onde:

Zα/2 = valor padrão de Z (distribuição normal) para um nível de confiança de 95% =

1,96

pˆ = percentual estimado = 0,5

qˆ = complemento de qˆ = 1 – pˆ = 0,5

e = erro amostral = 0,07

α = nível de significância = 0,05

Assim, considerando-se um erro amostral de 7% e um nível de 95% de

confiança dos dados num universo de 402 colaboradores, o tamanho da amostra é

de, no mínimo 132 indivíduos. No entanto, foi aplicado 200 questionários aos

trabalham efetivamente no Fórum Miguel Seabra Fagundes, e contabilizado o

retorno 154 questionários preenchidos corretamente.

3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DOS DADOS

A elaboração do questionário (Apêndice 1) teve como base os estudos de

Oliveira, Nóbrega e Leone (2008) sobre satisfação e intenção de rotatividade de

32

pessoal, o instrumento tem uma fundamentação já consagrada em técnicas de

avaliação da satisfação no trabalho, semelhante a Escala de Satisfação no Trabalho

(EST), validada por Siqueira (2008). O questionário originalmente com 35 itens com

base em cinco dimensões: satisfação com os colegas de trabalho, satisfação com o

salário, satisfação com a chefia, satisfação com a natureza do trabalho e satisfação

com as promoções, analisa o contentamento no trabalho dos respondentes.

O questionário foi adaptado para realidade de uma organização pública de

acordo com a capacidade do setor de Recursos Humanos de atingir a expectativa

gerada pelos respondes ao responder o questionário, sendo removido variáveis

relacionadas à satisfação com o salário. O instrumento é dividido em três blocos:

BLOCO 1 → Enfocou dados sócio-demográficos constituída de 06 questões

relacionadas aos seguintes aspectos: sexo, idade, estado civil, formação, tempo de

serviço, e vínculo com a instituição.

BLOCO 2 → Enfocou nos fatores de satisfação e insatisfação, e os fatores de

influência. O bloco de fatores de satisfação e insatisfação é definida por uma escala

do tipo Likert da seguinte forma: 1 - Muito insatisfeito; 2 - Insatisfeito; 3 - Médio; 4 -

Satisfeito; 5 - Muito satisfeito.

BLOCO 3 → Enfocou no grau de influência dos fatores relacionados ao trabalho

por uma escala da seguinte forma: 1 - Sem importância; 2 - Pouco importante; 3 -

Médio; 4 - Importante; 5 - Muito importante.

O quadro 1 apresenta os fatores e suas variáveis que compõem o bloco 2 e 3

do instrumento de avaliação para atingir os objetivos específicos deste trabalho:

Objetivos Específicos Fator Variáveis

b) Identificar o nível de

satisfação quanto aos

aspectos pessoais e

humanos no trabalho e

seu grau de

importância

CarreiraSatisfação com a carreira Identificação com sua carreira profissional

Envolvimento e Satisfação no trabalho

Compromisso com o trabalhoProdutividade no trabalhoEnvolvimento com o trabalhoSatisfação com o trabalho

Características do trabalho

Condições físicas de trabalhoAutonomia no trabalhoOrganização das tarefas e rotinas de trabalho

Relação trabalho e família

Problemas pessoais levados em contaRelação entre trabalho e vida pessoalTempo suficiente para família

c) Identificar o nível de

satisfação quanto

gerência e seu grau de

importância

Gerência Colaboração da chefiaEstilo de liderança da chefiaComunicação com a chefiaReconhecimento pela chefiaTomada de decisão da chefiaTratamento igualitário pela chefia

33

Reuniões de planejamentod) Identificar o nível de

satisfação quanto à

equipe de trabalho e

seu grau de

importância

Equipe de trabalho

Cumprimento de metas pela equipeCooperação e respeito entre os servidoresReconhecimento profissional pelos servidoresintegração da equipe de trabalhoComunicação entre os servidoresTratamento igualitário entre os servidoresSatisfação geral com sua equipe de trabalho

e) Identificar o nível de

satisfação quanto a

Instituição e sua

política organizacional

e seu grau de

importância

Política organizacionalReconhecimento profissional pela InstituiçãoOportunidade de treinamento e capacitaçãoResolução de conflitos entre os servidores

Satisfação geral na empresa

Identificação com a InstituiçãoSatisfação com as metas da instituiçãoSatisfação geral com a Instituição

Quadro 1: Fatores e variáveis base do instrumento de avaliação

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.5. ANÁLISE DOS DADOS

Após a coleta, foi elaborado um banco de dados com todas as respostas

consideradas válidas e copiadas plataforma do Google Forms ferramenta eletrônica

de pesquisa da Google que transforma os dados inseridos em planilhas na

plataforma Google Planilhas, editor de planilha eletrônica da desenvolvedora.

As respostas obtidas foram relacionadas aos mais diversos conceitos de

satisfação tratados neste trabalho, no sentido de contribuir para o órgão e fornecer

possíveis ajustes, através da análise dos fatores que permeiam o ambiente de

trabalho e que possam influenciar a satisfação do indivíduo. Para isso feita uma

análise estatística descritiva simples de freqüência (moda), medidas de tendência

central (média) e de dispersão (desvio padrão) para o nível de satisfação e grau de

influência de cada variável do questionário.

34

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados obtidos e busca-se contribuir com a

discussão destes dados, baseada na literatura científica e nos objetivos específicos

do estudo de identificar os aspectos considerados satisfeitos/insatisfeitos e

importante/pouco importante pelos respondentes

Primeiramente, expõe-se sobre o perfil sócio demográfico dos 154

respondentes (item 4.1). Logo depois, na segunda parte a descrição estatística e

análise dos níveis de satisfação e importância atribuídos pelas respondentes (item

4.2).

4.1 Perfil sócio demográfico

Inicialmente apresenta-se as variáveis que dizem respeito aos dados

pessoais e profissionais da amostra deste estudo, contidas na Parte I – itens 1 a 5

do instrumento, referentes ao sexo, à idade, à tempo de serviço, ao estado civil, e ao

grau de escolaridade.

4.1.1 Variável “Sexo”

Quanto aos dados pessoais dos 154 respondentes, observa-se no quadro 1,

que a maior concentração dos respondentes foi do gênero feminino, com o total de

84 respondentes (54,5%) enquanto que o gênero masculino foi de 70 respondentes

(45,5%).

Quadro 1: Frequência e porcentagem da variável “Sexo”

Sexo Freqüência PorcentagemMasculino 70 45,5%Feminino 84 54,5%

Total 154 100%

35

4.1.2 Variável “Idade”

Quanto à faixa etária dos respondentes, a maioria tem entre 41 a 50 anos, com

57 respondentes (37%), sendo que 55 respondentes (35,7%) têm 51 ou mais, 40

respondentes (26%) têm entre 31 a 40 anos e 2 respondentes (1,3%) têm entre 21 e

30 anos, conforme o quadro 2.

Quadro 2: Frequência e porcentagem da variável “Idade”

Idade Freqüência Porcentagem Até 20 anos - -

21 à 30 anos 2 1,3%31 à 40 anos 40 26%41 à 50 anos 57 37%51 ou mais 55 35,7%

Total 154 100%

4.1.3 Variável “Tempo de serviço”

Quanto ao tempo de serviço dos respondentes no órgão, segundo o quadro 3,

a maioria contribuiu para o órgão entre 21 ou mais anos com 104 respondentes

(67,5%), 28 respondentes (18,2%) contribuíram entre 11 a 20 anos, 16 respondentes

(10,4%) entre 6 a 10 anos e 6 respondentes (3,9%) até 5 anos.

Quadro 3: Frequência e porcentagem da variável “Tempo de serviço”

Tempo de serviço Freqüência Porcentagem até 5 anos 6 3,9%

6 a 10 anos 16 10,4%11 a 20 anos 28 18,2%21 ou mais 104 67,5%

Total 154 100%

4.1.4 Variável “Estado civil”

Quanto ao estado civil dos respondentes, a maioria encontra-se casado com 116

respondentes (75,3%), 26 respondentes (16,9%) encontram-se solteiro e 12

(7,8%)respondentes encontram-se divorciado, como mostra o quadro 4.

36

Quadro 4: Frequência e porcentagem da variável “Estado civil”

Estado civil Freqüência PorcentagemSolteiro 26 16,9%Casado 116 75,3%

Divorciado 12 7,8%Total 154 100%

4.1.5 Variável “Nível de escolaridade”

Quanto ao nível de escolaridade, observa-se no quadro 5 que a maioria dos

respondentes possui diploma de ensino superior com 146 respondentes (96,1%), 4

respondentes (2,6%) possuem nível superior incompleto e apenas 2 respondentes

(1,3%) ensino médio completo.

Destaca-se os 96% dos respondentes que possuem graduação em nível

superior que pode-se inferir que é realidade da maioria dos servidores do Fórum

Desembargador Miguel Seabra Fagundes. Esta titulação está acima da necessária

para sua investidura no cargo técnico administrativo que talvez possa contribuir para

uma possível insatisfação no trabalho diante da subutilização de suas potenciais

capacidades laborativas.

Quadro 5: Frequência e porcentagem da variável “Nível de escolaridade”

Nível de Escolaridade Freqüência PorcentagemEnsino Médio Completo 2 1,3%Ensino Super Incompleto 4 2,6%Ensino Superior Completo 148 96,1%

Total 154 100%

4.2. Nível de satisfação e grau de importância

Por meio do estudo mais detalhado do resultado da percepção quanto

ambiente de trabalho, destaca-se os quesitos “Envolvimento e satisfação no

trabalho”, a “gerência” e a “equipe” consideradas entre satisfeitos e muito satisfeitos

o que confirma segundo Robbins (2002) que o trabalho de uma pessoa é muito mais

do que as atividades óbvias, como organizar papéis ou atender clientes. O trabalho

requer também a convivência com colegas e superiores. Como também Sempane,

Rieger e Roodt (2002 apud LELIS, 2013) afirmam que a satisfação no trabalho não

37

acontece isoladamente, mas que envolve variáveis da organização, como estrutura,

tamanho, remuneração, condições de trabalho e liderança, que constituem o clima

organizacional.

4.2.1 Fator “Envolvimento e satisfação de trabalho”

Quanto ao fator “Envolvimento e satisfação no trabalho”, os resultados apontam

que tanto nível de satisfação e grau de importância encontram-se no intervalo

satisfeito e muito satisfeito. Todas as médias de satisfação foram menores que as

médias de grau de importância atribuídas pelos respondentes.

Dentre as variáveis, compromisso com o trabalho apresenta maior média de

satisfação (4,36) e importância (4,57) da pesquisa. Segundo os respondentes,

“compromisso no trabalho” e “envolvimento no trabalho” foram classificadas como

muito importante com maior frequência (Mo=5), conforme o quadro 6.

Quadro 6 - Média, desvio padrão e moda do fator “Envolvimento e satisfação no trabalho”

VariávelNível de Satisfação Grau de Importância

MédiaDesvioPadrão

Moda MédiaDesvioPadrão

Moda

Compromisso com o trabalho 4,36 0,61 4 4,57 0,52 5

Produtividade no trabalho 4,01 0,77 4 4,40 0,57 4

Envolvimento com o trabalho 4,26 0,59 4 4,49 0,53 5

Satisfação com o trabalho 4,00 0,92 4 4,43 0,50 4Média 4,16 4,47

Em uma visão mais positiva do trabalho abordado na revisão bibliográfica,

observa-se servidores satisfeitos e motivados que buscam se envolver e produzir.

Siqueira (2008), atesta que quer seja pela natureza motivacional ou atitudinal,

entende-se que trabalhador satisfeito seja também trabalhador produtivo. Esta

realidade pode-se analisar através Teoría Y de McGregor que sustenta que os

funcionários gostam de trabalhar, criativos e buscam responsabilidades e que

segundo Robbins (2005) é predominante.

38

4.2.2 Fator “Gerência”

Quanto ao fator “Gerência”, os resultados apontam que o nível de satisfação

encontra-se no intervalo entre médio-satisfeito e muito satisfeito, sendo que o grau

de importância encontra-se no intervalo entre médio-importante e muito importante.

O nível de satisfação encontra-se abaixo do grau de importância atribuída pelos

respondentes.

Dentre as variáveis, colaboração da chefia apresenta maior média de

satisfação e importância com 4,40 e 4,57 respectivamente já a variável tomada de

decisão da chefia apresentou as menores médias com 4,05 e 4,35 respectivamente.

Os dados também evidenciam entre os respondentes maior satisfação na

colaboração da chefia e o alto grau de importância que é dada às variáveis

relacionados à gerência conforme a quadro 7.

Quadro 7 - Média, desvio padrão e moda do fator “gerência”

VariávelNível de Satisfação Grau de Importância

MédiaDesvioPadrão

Moda MédiaDesvioPadrão

Moda

Colaboração da chefia 4,40 0,78 5 4,57 0,55 5

Estilo de liderança da chefia 4,19 0,76 4 4,48 0,50 4

Comunicação com a chefia 4,29 0,78 4 4,52 0,53 5

Reconhecimento pela chefia 4,12 0,86 4 4,47 0,60 5Tomada de decisão da chefia 4,05 0,72 4 4,35 0,56 4

Tratamento igualitário pela chefia 4,09 0,89 4 4,51 0,55 5

Reuniões de planejamento 3,79 0,92 4 4,23 0,67 4

Média 4,13 4,45

Verifica-se que o entre os servidores demonstram estar satisfeitos quanto ao

“estilo, comunicação, reconhecimento, decisão e tratamento da chefia e colaboração

da chefia”. Herzberg (Robbins, 2005) considera chefia um fator higiênico, ou seja,

este resultado mostra que os servidores estão tranquilos quanto este aspecto.

Percebe-se que os chefes dentro do Fórum Desembargador Miguel Seabra

Fagundes estão capacitados para exercerem tal chefia e habilidade na orientação de

seus subordinados. O chefe de secretaria é eleito por indicação do magistrado, isto

39

pode dar margens para que pessoas sem a capacitação adequada assuma este

cargo, mas os resultados obtidos demonstram um quadro otimista quanto à chefia.

4.2.3 Fator “Equipe de trabalho”

Quanto ao fator “Equipe de trabalho”, os resultados apontam que o nível de

satisfação encontra-se no intervalo entre médio-satisfeito e muito satisfeito, sendo

que o grau de importância atribuída pelos respondentes foi de muita importante para

todas as variáveis. O nível de satisfação encontra-se abaixo do grau de importância

atribuída pelos respondentes.

Percebe-se dentre as variáveis, que o fator reconhecimento profissional pelos

servidores (3,81) e tratamento igualitário (3,97) apresentam níveis de satisfação

abaixo dos demais fatores e o alto grau de importância atribuída às variáveis

relacionados a empresa, destacando-se o fator cooperação e respeito entre os

servidores (4,60) e o tratamento igualitário (4,51) entre os servidores, conforme o

quadro 8.

Quadro 8 - Média, desvio padrão e moda do fator “equipe de trabalho”

VariávelNível de Satisfação Grau de Importância

MédiaDesvioPadrão

Moda MédiaDesvioPadrão

Moda

Cumprimento de metas pela equipe 4,12 0,71 4 4,35 0,58 4

Cooperação e respeito entre os servidores 4,19 0,76 4 4,60 0,57 5Reconhecimento profissional pelos servidores 3,81 0,93 4 4,27 0,68 4

Integração da equipe de trabalho 4,26 0,73 4 4,45 0,53 4Comunicação entre os servidores 4,08 0,85 4 4,49 0,50 4Tratamento igualitário entre os servidores 3,97 0,87 4 4,51 0,50 5Satisfação geral com sua equipe de trabalho 4,21 0,71 4 4,43 0,55 4

Média 4,09 4,44

Percebe-se que os servidores em geral apresentam um alto grau de satisfação

com o reconhecimento, tratamento, integração, comunicação cooperação e

cumprimento de metas dos colegas o que é confirmado na variável “satisfação geral

com a equipe” ser uma das maiores médias de satisfação da pesquisa. Para

40

Herzberg (Robbins, 2005), um fator higiênico, ou seja, que pode gerar extrema

insatisfação no entanto, percebe-se que os servidores demonstraram ótimo

contentamento a estes aspectos.

A ótima avaliação dos servidores quanto à cooperação entre os servidores

evidencia um quadro otimista quando observamos McClelland idealiza a motivação

gerada em um grupo de pessoas que buscam a gestão da cooperação em vez da

competição e trabalhar em um grau de compreensão mútua (ROBBINS, 2005).

Já o reconhecimento profissional e tratamento igualitário que pelos colegas que

apresentam um grau menor de satisfação nesta categoria, está envolvido com a

teoria da Equidade onde os indivíduos sempre comparam com o colega de trabalho,

e envolve variáveis como sexo, tempo de emprego, nível na organização e

educação (ROBBINS, 2005).

4.2.4 Fator “Características do trabalho”

As variáveis “características do trabalho”, “satisfação geral com a instituição” e

“trabalho e família” mostram-se indiferentes, mas alguns fatores que podem ser

críticos considerando o desvio padrão. Quanto ao fator “Características do trabalho”,

os resultados apontam que o nível de satisfação encontra-se no intervalo entre

médio-satisfeito e muito satisfeito, sendo que o grau de importância encontra-se no

intervalo entre importante e muito importante. Os níveis de satisfação estão abaixo

do que grau de importância atribuída pelos respondentes.

Dentre as variáveis, os respondentes declaram estar satisfeitos quanto a

autonomia no trabalho com média 4,10 logo em seguida organização das tarefas e

rotinas com 3,92 e condições físicas 3,47, condições essas que os respondentes

consideram muito importante pela frequência percebida (Mo=5), conforme o quadro

9.

Quadro 9 - Média, desvio padrão e moda do fator “características do trabalho”

VariávelNível de Satisfação Grau de Importância

MédiaDesvioPadrão

Moda MédiaDesvioPadrão

Moda

Condições físicas de trabalho 3,47 0,97 4 4,52 0,53 5

Autonomia no trabalho 4,10 0,77 4 4,23 0,56 4

41

Organização das tarefas e rotinas de trabalho 3,92 0,77 4 4,31 0,67 4

Média 3,83 4,35

Em relação às “condições físicas de trabalho” Herzberg (Robbins, 2005)

classifica as condições físicas no local de trabalho como um fator higiênico, por isso

deve ser observado e monitorado pois quando há manutenção e melhoria destas

condições, proporciona a não insatisfação dos profissionais e ajudam a melhorar seu

desempenho .Já em relação à “satisfação com as metas da instituição” devido

principalmente à alta demanda de produção, falta de mão de obra suficiente e

treinamento por parte da organização reflete em um menor grau de satisfação

observado.

4.2.4 Fator “Satisfação geral na empresa”

Quanto ao fator “Satisfação geral na empresa”, os resultados apontam que o

nível de satisfação encontra-se no intervalo entre médio-satisfeito e satisfeito, sendo

que o grau de importância encontra-se no intervalo entre importante e muito

importante.

Dentre as variáveis a identificação com a instituição apresenta maior média

(3,80) que a satisfação geral com a instituição (3,47) e satisfação com as metas

(3,30). Todas respectivamente menores que a média de grau de importância

atribuídas pelos respondentes, conforme o quadro 10.

Quadro 10 - Média, desvio padrão e moda do fator “satisfação geral com a empresa”

VariávelNível de Satisfação Grau de Importância

MédiaDesvioPadrão

Moda MédiaDesvioPadrão

Moda

Identificação com a Instituição 3,84 0,74 4 4,22 0,55 4

Satisfação com as metas da instituição 3,30 0,95 3 4,19 0,65 4

Satisfação geral com a Instituição 3,47 0,93 4 4,32 0,64 4

Média 3,54 4,24

Estes fatores apresentam graus de satisfação medianos e considerando o

desvio padrão podem ser considerados críticos e precisam ser avaliados

42

futuramente, para que organização consiga disseminar melhor as metas da

organização e cumpri-las através dos seus colaboradores.

4.2.5 Fator “Relação trabalho e família”

Quanto ao fator “Relação trabalho e família”, os resultados apontam que o nível

de satisfação encontra-se no intervalo entre médio-satisfeito e satisfeito, sendo que

o grau de importância encontra-se no intervalo entre médio-importante e muito

importante. O nível de satisfação encontra-se abaixo do grau de importância

atribuída pelos respondentes.

. Dentre as variáveis, a relação entre trabalho e vida pessoal apresenta maior

média de satisfação (3,94). Sendo que o tempo suficiente apresenta maior média de

importância (4,45). A variável “problemas pessoais levados em conta” apresenta

menor média de nível de satisfação (3,68) e importância (3,91), conforme o quadro

11.

Quadro 11 - Média, desvio padrão e moda do fator “relação trabalho e família”

VariávelNível de Satisfação Grau de Importância

MédiaDesvioPadrão

Moda MédiaDesvioPadrão

Moda

Problemas pessoais levados em conta 3,68 0,80 4 3,91 0,85 4

Relação entre trabalho e vida pessoal 3,94 0,64 4 4,23 0,65 4

Tempo suficiente para família 3,70 0,89 4 4,45 0,68 5Média 3,77 4,20

Percebe-se que o grau mediano nos fatores relacionados a questões

pessoais, onde pode-se tornar crítico. Herzberg considera este fator higiênico, o que

pode causar extrema insatisfação se os problemas pessoais e a família não serem

considerados da forma necessária pela organização.

4.2.6 Fator “Política organizacional”

Quanto às variáveis considerados “médio-satisfeitos” e menor grau de

satisfação pode-se observar alguns pontos importantes do ambiente do trabalho que

o gestor de RH deve se atentar, e estão relacionadas à “política organizacional” e a

“carreira”.

43

Quanto ao fator “Política organizacional”, os resultados apontam que o nível de

satisfação encontra-se no intervalo entre insatisfeito e médio-satisfeito, sendo que o

grau de importância atribuída pelos respondentes foi entre médio-importante e muita

importante para todas as variáveis. O nível de satisfação encontra-se bem abaixo do

grau de importância atribuída pelos respondentes.

Percebe-se que a média de satisfação de reconhecimento profissional pela

instituição (2,80), oportunidade de treinamento e capacitação (2,70) e resolução de

conflitos (3,91) são as menores registradas na pesquisa. Também evidencia uma

discrepância entre nos níveis de satisfação com desvio padrão de 1,05, além disso

respondentes em sua maioria classificam estas variáveis muito importante com

Mo=5 observado no quadro 12 abaixo

Quadro 12 - Média, desvio padrão e moda do fator “política organizacional”

VariávelNível de Satisfação Grau de Importância

MédiaDesvioPadrão

Moda MédiaDesvioPadrão

Moda

Reconhecimento profissional pela Instituição 2,81 1,10 3 4,55 0,62 5

Oportunidade de treinamento e capacitação 2,70 1,05 3 4,38 0,78 5

Resolução de conflitos entre os servidores 3,91 0,86 4 4,36 0,56 4Média 3,14 4,43

A política organizacional apresenta médias abaixo do nível de satisfação,

Estes fatores considerados higiênicos por Herzberg (Robbins, 2005) são os que

contribuem para a insatisfação com o trabalho. Essas dimensões precisam ser

analisadas pela organização que deve buscar esforços para adequá-las e

tranquilizar seus colaboradores sob pena de contribuírem para a insatisfação com o

trabalho, quando adequados, tranqüilizam os trabalhadores

A organização precisa estar atenta também ao reconhecimento e a valorização

do trabalhador que são percebidos segundo Herzberg como fatores motivacionais.

Maslow também aborda reconhecimento quando se refere à necessidade de

autorrealização humana quanto à identidade e o sentido dos indivíduos dentro da

organização (MOTA, 2006). Locke (1976, apud Cesar 2010) define satisfação no

trabalho como um estado emocionalmente positivo, resultante da percepção de um

valor trabalho realizado, seguido de um reconhecimento deste trabalho. Por isso os

44

gestores precisam avaliar seus métodos e investir na valorização dos seus

servidores no objetivo de motivá-los a um bom desempenho.

4.2.7 Fator “Carreira”

Quanto ao fator “Carreira”, os resultados apontam que o nível de satisfação

encontra-se no intervalo entre médio-satisfeito e satisfeito, sendo que o grau de

importância encontra-se no intervalo entre importante e muito importante.

Dentre as variáveis a identificação com sua carreira profissional apresenta

maior média (3,92) que a satisfação com a carreira (3,45). Todas respectivamente

menores que a média de grau de importância atribuídas pelos respondentes,

conforme o quadro 13.

Quadro 13 - Média, desvio padrão e moda do fator “carreira”

VariávelNível de Satisfação Grau de Importância

MédiaDesvioPadrão

Moda MédiaDesvioPadrão

Moda

Satisfação com a carreira 3,45 1,02 3 4,34 0,62 4

Identificação com sua carreira profissional 3,92 0,79 4 4,23 0,58 4

Média 3,69 4,29

Quanto ao resumo geral do nível de satisfação e importância, destaca-se o

envolvimento e satisfação no trabalho, fator intrínseco ao indivíduo que apresenta

maior média de satisfação (4,16) e importância (4,47) atribuída pelos respondentes,

e em menor grau de satisfação em relação à política organizacional (3,14), fator

extrínseco ao indivíduo.

Quadro 14 – Resumo das médias e desvios padrões dos fatores de satisfação e importância

Fatores Média do nível de satisfação Média do grau de importânciaCarreira 3,69 4,29Envolvimento e satisfação no trabalho 4,16 4,47Características do trabalho 3,83 4,35Trabalho e família 3,77 4,20Gerência 4,13 4,45Equipe de trabalho 4,09 4,44Política Organizacional 3,14 4,43Satisfação geral com a Organização 3,54 4,24

45

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Este trabalho identificou o nível de satisfação dos servidores do Fórum

Desembargador Miguel Seabra Fagundes em relação aos aspectos pessoais e

humanos, gerencia, equipe de trabalho e política organizacional que permeia o

servidor e seu ambiente de trabalho. Concluiu-se que há uma maior satisfação a

fatores intrínsecos quanto ao envolvimento, produtividade e compromisso com o

trabalho e em menor grau em relação a fatores extrínsecos, como política

organizacional e metas da instituição.

Os servidores de um modo geral consideram de grande importância todos os

fatores abordados pela pesquisa, que buscou identificar também o grau de

importância que os servidores atribuem. Este quadro confirma complexidade que

envolve o tema quanto os fatores e variáveis que envolvem o ambiente de trabalho e

expectativa gerada por estes servidores, pois o nível de satisfação se encontra

abaixo do grau de importância atribuída em todos fatores abordados. O

compromisso com o trabalho foi considerado o mais importante para o servidor, que

respondeu estar satisfeito à muito satisfeito quanto a este fator.

Com o grau de importância atribuída a fatores tanto intrínsecos como extrínsecos,

conclui-se que a ótima relação com a chefia, e com os colegas de trabalho

identificada na pesquisa demonstra não ser suficiente para motivar e gerar

satisfação para desenvolvimento de toda a organização. Nesse sentido, a

administração do Fórum Miguel Seabra Fagundes deve desenvolver políticas que

visem profissionalizar sua burocracia, reconhecendo e valorizando o papel do

servidor e que atentem para seus anseios e expectativas, para que desta maneira

não fique dependente somente de uma boa relação entre o chefe de secretaria e o

subordinado e compromisso pessoal com o trabalho.

46

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52

APÊNDICE

QUESTIONÁRIOPrezado Colaborador,

Esta pesquisa tem como objetivo conhecer sua percepção sobre seu trabalho e ascondições que o cercam. Você deve analisar os fatores em termos de satisfação/insatisfação eimportância que você atribui a cada um.

Ressaltamos que sua opinião é importante, portanto seja sincero em suas respostas.Esclarecemos que você não será identificado. Desde já, agradecemos sua valiosa colaboração.

BLOCO 1Perfil sócio-demográfico

1.Qual seu sexo? ( ) Feminino ( ) Masculino2.Qual sua faixa etária? ( ) até 20 anos ( ) 21-30 anos ( ) 31-40 anos ( ) 41-50 anos ( )51 ou mais

3. Qual seu tempo serviço no TJRN? ( ) até 5 anos ( ) 06-10 anos ( ) 11-20 anos ( ) 21 ou mais

4.Qual seu estado civil? ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado

5.Qual sua escolaridade? ( ) Ensino Médio ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo

53

BLOCO 2Dentre os fatores abaixo, classifique sua opinião sobre o seu nível de satisfação ouinsatisfação com a organização e seu trabalho.

FATORES 1 - MuitoInsatisfeit

o

2 -Insatisfeit

o

3 - Médio 4 -Satisfeito

5 - MuitoSatisfeito

Autonomia no trabalho

Colaboração da chefia

Oportunidade de treinamento e capacitação

Condições físicas de trabalho

Reconhecimento profissional pela Instituição

Cooperação e respeito entre os servidores

Cumprimento de metas pela equipe

Reconhecimento profissional pelosservidores Envolvimento com o trabalho

Estilo de liderança da chefia

Identificação com a Instituição

Integração da equipe de trabalho

Comunicação entre os servidores

Comunicação com a chefia

Oportunidade de progressão na carreira

Satisfação com as metas da instituição

Organização das tarefas e rotinas de trabalho

Problemas pessoais levados em conta

Produtividade durante o trabalho

Reconhecimento pela chefia

Relação entre trabalho e vida pessoal

Identificação com sua carreira profissional

Compromisso com o trabalho

Resolução de conflitos entre os servidores

Reuniões de planejamento pela chefia

Satisfação com o trabalho

Tratamento igualitário pela chefia

Satisfação geral com sua equipe de trabalho

Tempo suficiente para família

Tratamento igualitário entre os servidores

Tomada de decisão da chefia

Satisfação geral com a Instituição

54

BLOCO 3Classifique sua opinião quanto a importância que você dá para os fatores

relativos a organização e seu trabalho, tendo a intensidade de 1 (sem importância) a 5 para (Muito importante).

FATORES 1 – Semimportânci

a

2 – Poucoimportante

3 - Médio 4 -Important

e

5 - Muitoimportante

Autonomia no trabalho

Colaboração da chefia

Oportunidade de treinamento e capacitação

Condições físicas de trabalho

Reconhecimento profissional pela Instituição

Cooperação e respeito entre os servidores

Cumprimento de metas pela equipe

Reconhecimento profissional pelos servidores

Envolvimento com o trabalho

Estilo de liderança da chefia

Identificação com a Instituição

Integração da equipe de trabalho

Comunicação entre os servidores

Comunicação com a chefia

Oportunidade de progressão na carreira

Satisfação com as metas da instituição

Organização das tarefas e rotinas de trabalho

Problemas pessoais levados em conta

Produtividade durante o trabalho

Reconhecimento pela chefia

Relação entre trabalho e vida pessoal

Identificação com sua carreira profissional

Compromisso com o trabalho

Resolução de conflitos entre os servidores

Reuniões de planejamento pela chefia

Satisfação com o trabalho

Tratamento igualitário pela chefia

Satisfação geral com sua equipe de trabalho

Tempo suficiente para família

Tratamento igualitário entre os servidores

Tomada de decisão da chefia

Satisfação geral com a Instituição