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Sa úde Caderno F e bem- estar MANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017 Comece o ano com o seu check-up Saúde e bem-estar F5 R eceber um diagnós- tico de uma doença grave é difícil. Pior ainda é descobrir que seu filho está doente. E, em muitos casos, os pais não sabem como agir em uma situação como essas. No en- tanto, o mais indicado, de acordo com especialistas, é abrir o jogo e contar a verda- de mesmo para os menores, de modo que, juntos, possam enfrentar a situação. Em primeiro lugar, explica a psicopedagoga Carla Silva, quem deve dar o diagnóstico é o médico. “E isso independe da idade do paciente. Mas isso é sempre acompanhado dos pais”, ressalta. Isso porque ele é o profissional que entende sobre a doença, e poderá tirar qualquer dúvida em relação ao diagnóstico. Quando estão doentes, as crianças percebem que está acontecendo algo de erra- do com ela, notam que seu corpo não está como antes e sentem as reações aos me- dicamentos, que as deixam mais debilitadas. Por isso, a orientação da profissional é que, essencialmente, os pais sejam sinceros com os filhos e expliquem, por meio de linguagem simples, o que re- almente está acontecendo. “Em um tratamento de uma doença séria, como o câncer, a criança precisa participar no processo do seu próprio trata- mento. Ela tem que entender o que está acontecendo e que é importante tomar os remé- dios, para seguir as orienta- ções médicas e combater a doença”, completa. A psicopedagoga explica, ainda, que os pais não devem esconder nada. “Não omita nenhum detalhe, afirme que o remédio é ruim, que vai haver desconforto e, em casos como o câncer, que o cabelo vai cair e que haverá algumas reações como náuseas, feridas na boca, diarreia, infecção e anemia, mas que isso fará com que a saúde dela melhore”, diz. Família O processo de aceitação dos pais pode ser um processo longo, por isso é bom que eles também procurem ajuda de um psicólogo. “Muitos demoram a acreditar no que está aconte- cendo. Alguns pedem para não contarmos para a criança a respeito da doença, mas um bom profissional da área procura tirar essas resistên- cias, pois, a partir do momento que a criança entende a sua doença, ela adere de forma muito melhor ao tratamento”, destaca Carla. Por conta disso, o apoio dos pais é fundamental. E, além de ter que lidar com toda a situação, os outros membros da família, como os irmãos da criança, também podem precisar de apoio emocional. “Quando há uma criança do- ente, toda a família precisa de cuidados. É uma situação frágil e que pode causar ciú- mes nas outras crianças, ao perceberem que o outro está recebendo mais atenção. É comum surgir agitação, mau comportamento na escola, para conseguir a atenção dos pais novamente”, alerta. Incluir a outra criança no tratamento do paciente é a melhor saída, como explica Carla Silva. “Explique, tam- bém, ao irmão o que está acontecendo, porque o outro precisa de mais cuidado na- quele momento. É útil distri- buir funções para todos os membros da família – diga à criança que ela precisa cuidar e ajudar o irmãozinho doente”, indica. Leve-os às visitas ao hospital e, se possível, apre- sente-o às outras crianças. Temores Em uma situação complica- da como esta, alguns assuntos mais difíceis ainda irão surgir, como a morte. A profissional diz que, em geral, as crianças é que trazem o assunto à tona. “Elas acabam percebendo que alguns amiguinhos não fre- quentam mais o hospital. E é nesse momento que é impor- tante explicar o que aconteceu, mas sempre esclarecendo que os riscos diminuem quando o tratamento é feito da maneira certa”, aponta. Apesar de esse ser um dos grandes medos dos pais, as crianças, entretanto, têm mais medo da picada da agulha. “Mas, com o tempo, elas perdem o receio e aca- bam se acostumando, porque têm mais facilidade para se adaptar a uma situação nova”, diz a psicopedagoga Carla Silva. “E aí, muitas das vezes começam até a gostar de ir ao hospital, porque vão brincar com os amiguinhos, e isso ajuda muito na aceitação e tratamento”, afirma. MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO Como falar para as crianças sobre doenças graves? Explicar a uma criança pequena sobre o diagnóstico de uma doença grave não é tarefa muito fácil para os pais Dar uma notícia ruim a uma criança é de cortar o coração. Quando a doença é com os pais, deve-se, também, contar para as crianças. A tarefa não é fácil, mas alguém pre- cisa fazê-la e, de preferência, alguém que seja próximo e tenha um bom vínculo com os pequenos. E por mais difícil que possa parecer, existe um ponto que é fundamental para o entendimento da própria criança: nunca mentir. “Isso porque, no futuro, ela pode acabar descobrindo a verdade ou acabar tendo es- perança em cima de fatos que não vão acontecer, como a volta de um ente querido, por exemplo”, explica a psicope- dagoga Carla Silva. Sem con- tar que, às vezes, os próprios adultos acabam comentando o fato, fazendo com que a criança descubra por outras pessoas e receba a notícia de forma muito pior. “Por isso, o quanto antes for possível con- versar com a criança, melhor”, completa. Mas como conversar com ela? A dica da profissional é explicar com calma a si- tuação, sempre usando um vocabulário que ela entenda. “Ou seja, não precisa entrar em explicações técnicas da doença. Às vezes, dizer que uma pessoa ‘ficou dodói’ já resolve. Essa explicação deve ocorrer de acordo com a idade da criança”, reforça. Com crianças pequenas, aponta a especialista, deve- se usar linguagem simples e mensagens mais curtas, con- forme as crianças crescem têm necessidades de explica- ções mais elaboradas. “E tam- bém é preciso ter paciência, já que muito provavelmente a criança questionará sobre o assunto por vários dias até entender melhor o que está acontecendo, ou, às vezes, o questionamento pode vir depois de algum tempo da conversa anterior”, afirma. Quando o drama é com os pais

Saúde - 12 de janeiro de 2014

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Saúde - Caderno de saúde e bem estar do jornal Amazonas EM TEMPO

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SaúdeCa

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e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017

Comece o ano com o seu check-up

Saúde e bem-estar F5

Receber um diagnós-tico de uma doença grave é difícil. Pior ainda é descobrir que

seu fi lho está doente. E, em muitos casos, os pais não sabem como agir em uma situação como essas. No en-tanto, o mais indicado, de acordo com especialistas, é abrir o jogo e contar a verda-de mesmo para os menores, de modo que, juntos, possam enfrentar a situação.

Em primeiro lugar, explica a psicopedagoga Carla Silva, quem deve dar o diagnóstico é o médico. “E isso independe da idade do paciente. Mas isso é sempre acompanhado dos pais”, ressalta. Isso porque ele é o profi ssional que

entende sobre a doença, e poderá tirar qualquer dúvida em relação ao diagnóstico.

Quando estão doentes, as crianças percebem que está acontecendo algo de erra-do com ela, notam que seu corpo não está como antes e sentem as reações aos me-dicamentos, que as deixam mais debilitadas. Por isso, a orientação da profi ssional é que, essencialmente, os pais sejam sinceros com os fi lhos e expliquem, por meio de linguagem simples, o que re-almente está acontecendo.

“Em um tratamento de uma doença séria, como o câncer, a criança precisa participar no processo do seu próprio trata-mento. Ela tem que entender o que está acontecendo e que é

importante tomar os remé-dios, para seguir as orienta-ções médicas e combater a doença”, completa.

A psicopedagoga explica, ainda, que os pais não devem esconder nada. “Não omita nenhum detalhe, afi rme que o remédio é ruim, que vai haver desconforto e, em casos como o câncer, que o cabelo vai cair e que haverá algumas reações como náuseas, feridas na boca, diarreia, infecção e anemia, mas que isso fará com que a saúde dela melhore”, diz.

FamíliaO processo de aceitação dos

pais pode ser um processo longo, por isso é bom que eles também procurem ajuda de um psicólogo. “Muitos demoram a acreditar no que está aconte-

cendo. Alguns pedem para

não contarmos para a criança a respeito da doença, mas um bom profi ssional da área procura tirar essas resistên-cias, pois, a partir do momento que a criança entende a sua doença, ela adere de forma muito melhor ao tratamento”, destaca Carla.

Por conta disso, o apoio dos pais é fundamental. E, além de ter que lidar com toda a situação, os outros membros da família, como os irmãos da criança, também podem precisar de apoio emocional. “Quando há uma criança do-ente, toda a família precisa de cuidados. É uma situação frágil e que pode causar ciú-mes nas outras crianças, ao perceberem que o outro está recebendo mais atenção. É comum surgir agitação, mau comportamento na escola,

para conseguir a atenção dos pais novamente”, alerta.

Incluir a outra criança no tratamento do paciente é a melhor saída, como explica Carla Silva. “Explique, tam-bém, ao irmão o que está acontecendo, porque o outro precisa de mais cuidado na-quele momento. É útil distri-buir funções para todos os membros da família – diga à criança que ela precisa cuidar e ajudar o irmãozinho doente”, indica. Leve-os às visitas ao hospital e, se possível, apre-sente-o às outras crianças.

TemoresEm uma situação complica-

da como esta, alguns assuntos mais difíceis ainda irão surgir, como a morte. A profi ssional diz que, em geral, as crianças é que trazem o assunto à tona.

“Elas acabam percebendo que alguns amiguinhos não fre-quentam mais o hospital. E é nesse momento que é impor-tante explicar o que aconteceu, mas sempre esclarecendo que os riscos diminuem quando o tratamento é feito da maneira certa”, aponta.

Apesar de esse ser um dos grandes medos dos pais, as crianças, entretanto, têm mais medo da picada da agulha. “Mas, com o tempo, elas perdem o receio e aca-bam se acostumando, porque têm mais facilidade para se adaptar a uma situação nova”, diz a psicopedagoga Carla Silva. “E aí, muitas das vezes começam até a gostar de ir ao hospital, porque vão brincar com os amiguinhos, e isso ajuda muito na aceitação e tratamento”, afi rma.

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

Como falar para as crianças sobre doenças graves? Explicar a uma criança pequena sobre o diagnóstico de uma doença grave não é tarefa muito fácil para os pais

é sempre acompanhado dos pais”, ressalta. Isso porque ele é o profi ssional que

que está acontecendo e que é psicólogo. “Muitos demoram a acreditar no que está aconte-

cendo. Alguns pedem para

recebendo mais atenção. É comum surgir agitação, mau comportamento na escola,

como a morte. A profi ssional diz que, em geral, as crianças é que trazem o assunto à tona.

com os amiguinhos, e isso ajuda muito na aceitação e tratamento”, afi rma.

Dar uma notícia ruim a uma criança é de cortar o coração. Quando a doença é com os pais, deve-se, também, contar para as crianças. A tarefa não é fácil, mas alguém pre-cisa fazê-la e, de preferência, alguém que seja próximo e tenha um bom vínculo com os pequenos. E por mais difícil que possa parecer, existe um ponto que é fundamental para o entendimento da própria

criança: nunca mentir.

“Isso porque, no futuro, ela pode acabar descobrindo a verdade ou acabar tendo es-perança em cima de fatos que não vão acontecer, como a volta de um ente querido, por exemplo”, explica a psicope-dagoga Carla Silva. Sem con-tar que, às vezes, os próprios adultos acabam comentando o fato, fazendo com que a criança descubra por outras pessoas e receba a notícia de forma muito pior. “Por isso,

o quanto antes for possível con-

versar com a criança,

melhor”, completa.Mas como conversar com

ela? A dica da profi ssional é explicar com calma a si-tuação, sempre usando um vocabulário que ela entenda. “Ou seja, não precisa entrar em explicações técnicas da doença. Às vezes, dizer que uma pessoa ‘fi cou dodói’ já resolve. Essa explicação deve ocorrer de acordo com a idade da criança”, reforça.

Com crianças pequenas, aponta a especialista, deve-se usar linguagem simples e mensagens mais curtas, con-forme as crianças crescem têm necessidades de explica-ções mais elaboradas. “E tam-bém é preciso ter paciência, já que muito provavelmente a criança questionará sobre o assunto por vários dias até entender melhor o que está acontecendo, ou, às vezes, o questionamento pode vir depois de algum tempo da conversa anterior”, afi rma.

Quando o drama é com os pais

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MANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014F2 Saúde e bem-estar

EditoraVera [email protected]

RepórterMellanie Hasimoto

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Neste momento, em que a saúde é considerada em diversas pesquisas de opinião o principal problema brasileiro, onde salien-ta a necessidade da existência de serviços de saúde com qualidade e humanização para melhorar as carências do sistema público, e que tem sido colocada como um desafi o em melhorias das condi-ções de vida para todos.

Uma visão reprospectiva da assistência à saúde nas últimas décadas, mostra que houve im-plementações de ações e servi-ços de saúde de forma integral, resolutiva e participativa, mas é preciso conciliar o lado técnico com o humano na promoção à saúde, prevenção, atenção a agravos e doenças, bem como reabilitação, respeitando os princípios organizativos e ope-racionais do Sistema Único de Saúde (SUS). Para essa perfeição da organização deve ser levada em consideração a disponibili-dade a formação e à educação permanente dos recursos huma-nos, a estrutura física os equipa-mentos, os insumos e o sistema de informação, adequando-os a grau de complexidade da aten-ção a ser prestada que tem de ser sólida e abrangente.

É notório o avanço tecnológico e biológico dos últimos anos. As descobertas e as pesquisas fo-

ram tão bem-sucedidas na busca da cura e controle das doenças, e isso sem dúvida é um benefí-cio que abriu já o caminho para vivermos por mais tempo.

Outro aspecto que destacamos é a necessidade de mudar a rotina obsoleta de funcionamen-to, com a presença constante dos profi ssionais de saúde e outros ao seu local de trabalho com uma ação ativa, com in-tuito de ajudar a quem procura uma unidade de saúde. Essa contrapartida nos anima a essa ousadia administrativa, pois o governo sempre paga os salários dos profi ssionais em dia, sua presença será compensa-da por um envolvimento amplo, objetivo, com a modernização gerencial na medida em que os êxitos signifi carão aumento do bem-estar da sociedade.

Salienta a médica Belkiss Wil-ma Romano “a moderna medi-cina preconiza que a relação médico-paciente é um encontro entre dois especialistas: um é o técnico e o outro o conhecedor da queixa e das implicações em sua vida. Então, só pode ser um encontro de trocas”.

Em milhões desses encontros que acontecem todos os dias, a relação médico-paciente, muito frequentemente, deixa a desejar.

Contudo é bom que se re-

gistre o quão importante tam-bém é humanizar as condições de trabalho dos profi ssionais de saúde. Aliás, o comporta-mento do paciente também é fator determinante.

O paciente tem direito a: aten-dimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profi ssionais de saúde, um local digno e adequado para seu aten-dimento, receber explicações claras sobre o exame que vai realizar e receber medicamentos essenciais para garantia de sua qualidade de vida e fi nalmente ter informações claras, simples e compreensivas, adaptadas à sua condição cultural.

O importante é que sejam adotadas estruturas organiza-cionais compatíveis com o mo-delo idealizando e implantando comportamentos e processos administrativos mais avançados que permitam ao sistema maior efi ciência de suas ações.

Em síntese, enquanto o setor público evitar encarar a pre-cariedade dos processos de gestão dos recursos existentes e continuar alegando falta de vontade política como causa de inefi ciência do sistema de saúde, não haverá recursos fi nanceiros sufi cientes nem avanços para a qualidade de vida: a solução cor-reta para o problema errado.

Que cenoura, pepino, gengibre e laranja fazem bem ao organismo todo mundo já sabia. Até aí, nenhuma novida-de. O que talvez alguns não saibam é que reunindo esse quarteto fantástico em um suco os poderes se multiplicam e podem fazer milagres pelo seu corpinho, especialmente à sua pele e cabelos. Além dessa vantagem inegável que pode fazer qualquer mulher adotar imediatamente o po-deroso suco, vale ressaltar que ele é também um grande aliado da beleza do seu corpo no quesito silhueta já que ela ajuda a combater a terrível e famigerada celulite, pesadelo de dez entre dez mulheres. Por ser rico em vitamina C e ainda contar com o gengibre que dá uma acelerada no metabolismo, o suco é uma boa alternativa para você ter um aliado a mais para entrar em forma, já que ele também alimenta com poucas calorias.

Quarteto fantástico é poderoso contra celulite

Os pesquisadores descobriram que quem rotineiramente come abacate tem um tamanho menor de cintura e de índice de massa corporal do que os abstêmios. Comedores de abacate também têm um menor risco para a síndrome metabólica, caracterizada por níveis elevados de colesterol, pressão arterial alta e níveis elevados de gorduras circu-lantes - que aumentam o risco de doença cardíaca. Além disso, comer abacate com uma refeição gordurosa pode proteger os vasos sanguíneos contra danos infl amatórios e constrição. Um estudo recente mostrou que comer um hambúrguer gorduroso coberto com meio abacate ame-nizam a infl amação e constrição dos vasos sanguíneos em comparação com comer um hambúrguer sem ele. Os investigadores teorizam que os compostos fenólicos em abacate (semelhantes aos descritos no vinho tinto) pro-porcionam a proteção.

Santo abacate, protetor dos vasos sanguíneos

DiagramaçãoKleuton Silva

RevisãoGracycleide Drumond

Darwin, evolucionismo e a medicina

Em 1982, uma lei obrigou que as escolas, nos Estados Unidos, cumprissem o mesmo número de horas de au-las tanto para a teoria criacionis-ta quanto para a evolucionista”

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

João Bosco Botelho

Doutor Honoris Causa na França

À espera de mais saúde

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

Humberto Figliuolohfi [email protected]

As ideias de Darwin revolu-cionaram os saberes anteriores: os questionamentos não fi caram restritos a biologia e atingiram fundamentalmente a religião. Sem dúvida, o naturalista Al-fred Russel Wallace (1823-1913) também teve importante parcela na evolução dos acontecimen-tos. Independente de Darwin, ele formulou conceitos semelhantes sobre a evolução das espécies. Entretanto, ele reconheceu a prioridade do colega inglês, que tinha feito estudos mais deta-lhados e completos.

Em carta a outro naturalista amigo, Charles Darwin escre-veu: “Nunca vi tamanha coin-cidência; se Wallace tivesse o esboço do meu manuscrito de 1842, ele não poderia ter feito um melhor resumo”.

Wallace esteve, no Amazonas, em 1848, e publicou em 1853, o livro “Narrativa de viagens no Amazonas e no Rio Negro”. Foi após esse período, conhecen-do a multiplicidade da natureza amazônica, que consolidou o seu pensamento evolucionista tão revolucionário quanto o de Da-rwin. Durante a viagem, Wallace

soube das observações de Henry Walter Bates (1825-1892). Nes-se livro, descreveu a incrível ca-pacidade de algumas borboletas, para mudar a aparência, com o objetivo de evitar o ataque de certas aves. É possível que essa constatação de Bates tenha servido para ajudar Wallace na sua teoria evolucionista.

Esse conjunto de informações motivou particular interesse nos teóricos da escola positivista, liderada pelo francês Augusto Comte e foram aplicados em alguns ensaios também com o objetivo de estruturar outra te-orização do controle social.

A Igreja Católica defendendo o criacionismo iniciou forte opo-sição às teorias evolucionistas. A disputa ideológica persiste até a atualidade. Esse fato – a contenda entre os criacionistas e evolucionistas, responsável pe-las pressões eclesiásticas junto aos Estados laicos, para conter o ensino do evolucionismo sob o prisma neodarwinista.

O caso mais conhecido ocor-reu no sul dos Estados Unidos, conhecido como o “cinturão da Bíblia”, a região politicamente

mais conservadora daquele país. Em 1982, uma lei obrigou que as escolas cumprissem o mes-mo número de horas de aulas tanto para a teoria criacionista quanto para a evolucionista. Che-garam a afi rmar, em documento conjunto, que o fato poderia ter consequências nefastas ao desenvolvimento científi co dos Estados Unidos.

Mais representativo e polêmi-co foi o julgamento e condenação do professor John Scopes, no Tennesse, em 1925, somente revogada em 1967: “O seu cri-me foi desobedecer a uma lei do Estado que proibia o ensino do evolucionismo: É ilegal ensi-nar qualquer teoria que negue a história da criação divina do homem como ensinada na Bíblia, e ensinar em seu lugar que o homem descende de uma ordem inferior de animal”.

As propostas teóricas de Da-rwin foram incorporadas à me-dicina e proporcionaram que o século 20 persistisse na busca da saúde e da doença em com-preensões abrangentes enten-dendo o homem com produto de múltiplas evoluções.

As descobertas e as pesquisas foram tão bem-sucedidas na busca da cura e controle das doenças, e isso sem dúvida é um benefício que já abriu o caminho para vivermos por mais tempo”

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MANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014 F3Saúde e bem-estar

Coisa de MulherOs efeitos do trata-mento com botox já se tornam visíveis entre as primei-ras 48 e 72 horas e, no máximo, 15 dias depois do proce-dimento, dependendo de cada paciente”

Em geral, erroneamente acre-dita-se que relaxamento muscular não esteja associa-do a botox. Mas, é importante

ressaltar que ele age exatamente dessa forma, ou seja, por meio da aplicação na musculatura, ele con-segue amenizar linhas de expressão e contribuir para o desaparecimento de rugas indesejadas.

Segundo a Associação Ameri-cana de Cirurgia Plástica (Asaps), entre 1997 e 2012, a procura por procedimentos cosméticos nos Es-tados Unidos cresceu – no geral – 250%, sendo que os tratamentos não cirúrgicos, onde se encontra o procedimento com toxina botulínica A, cresceram 461%. O tratamento com botox continua mantendo sua liderança no ranking desde 2002 e, para entender melhor o procedi-mento, que por meio do relaxamen-to da musculatura promove uma pele mais rejuvenescida, a derma-tologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), médica Mônica Aribi, explica as prin-cipais dúvidas que ainda chegam aos consultórios:

Os tratamentos estéticos fa-

ciais de hoje são todos feitos com botox?

Mônica Aribi - Não, o tratamento com a toxina botulínica A, cuja mar-ca mais conhecida mundialmente é botox, é um procedimento estético facial destinado ao rejuvenescimen-to da pele de áreas como pés de galinha, linhas de expressão e rugas entre as sobrancelhas. Para outras áreas do rosto, existem produtos específi cos, como os preenchedores de ácido hialurônico, comumente utilizados para a região dos lábios, olheiras, reposição de volume malar (bochechas), queixo, além de rede-fi nir contornos faciais e labiais, por exemplo. Neste caso, entre as mar-cas mais conhecidas está Vycross® Collection Juvéderm®. As pessoas tendem a confundir os efeitos de botox com os efeitos dos preenche-dores. No entanto, são tratamentos distintos, mas que podem ser com-plementares no rejuvenescimento global do rosto.

Qualquer pessoa pode fazer o

tratamento com botox? MA - Cada paciente é único e, por-

tanto, requer um enfoque individual e um plano de tratamento persona-lizado (doses e pontos de aplicação), ajustado às suas necessidades. Isso garante a obtenção de resultados naturais, harmoniosos e duradouros. Assim como outros medicamentos e procedimentos, evitamos utilizar a toxina apenas em grávidas e mulhe-res em fase de amamentação.

A partir de quantos anos é

possível aplicar botox? MA - A questão não é a idade

mínima, mas sim a condição em que a pele do rosto da paciente está e se existem rugas estáticas ou dinâmicas. Essa avaliação é que determinará a melhor conduta a ser adotada profi ssionalmente e os produtos mais adequados para cada caso. As rugas dinâmicas são aquelas causadas pela ação dos músculos faciais e são visíveis com o rosto em movimento; para estas, o tratamento com a toxina botu-línica A é o mais indicado. Já as rugas estáticas aparecem mesmo quando o rosto não está movimento e, neste caso, os preenchedores de ácido hialurônico acabam sendo uma ótima opção. Para quem tem rugas estáticas e dinâmicas é recomen-dável o tratamento combinado de botox com preenchedores.

Quanto tempo após a aplicação

de botox os efeitos se tornam visíveis? Quanto dura o efeito do procedimento?

MA - Os efeitos do tratamento com botox já se tornam visíveis entre as primeiras 48 e 72 horas e, no máxi-mo, 15 dias depois do procedimento, dependendo de cada paciente. A diminuição do efeito é gradual e os resultados duram cerca de 3 a 6 meses, conforme o metabolismo de cada pessoa, a técnica de aplicação e a dose utilizada.

O procedimento com botox é

seguro? Tem efeitos colaterais? MA - O procedimento é seguro

e proporciona efeitos naturais com resultados satisfatórios e de longa duração. O índice de efeitos cola-terais é muito baixo e os mesmos

consistem basicamente em peque-nos edemas no local da aplicação, que desaparecem rapidamente.

Posso fi car com a expressão

paralisada ao fazer o tratamento com botox?

MA - A aplicação de botox é realizada por meio de injeções apli-cadas diretamente nos músculos que se deseja tratar. Desta forma, botox atua bloqueando a liberação de acetilcolina e provocando o re-laxamento muscular temporal. As questões da perda de expressividade e face paralisada estão relaciona-das à má aplicação do produto, ou seja, pontos de aplicação e quanti-dades equivocadas, seja por falta de preparo do profi ssional ou, em alguns casos, desejo exacerbado do próprio paciente.

Botox é usado para corre-

ção ou prevenção de linhas de expressão?

MA - Botox é ideal para tratar as rugas de expressão e, mais ainda, para o retorno da harmonização da dinâmica facial. Aplicam-se injeções diretamente no músculo responsável pela formação da ruga, provocando seu relaxamento temporário. Des-sa forma, as rugas existentes são tratadas e previne-se a formação de novas marcas. Botox pode e deve também ser usado de for-ma preventiva em pessoas que, por fazerem movimentos faciais muito repetitivos ou terem o que chama-mos de mímica facial forte, acabam desenvolvendo rugas dinâmicas, ou seja, aquelas adquiridas com a mo-vimentação facial.

Quais são as recomenda-

ções para a pessoa que quer aplicar botox?

MA - Para tratamentos estéticos faciais procure sempre um dermato-logista ou cirurgião plástico que seja membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ou da Socie-dade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Além disso, também tente sempre ter o máximo de referências possíveis sobre este profi ssional, principalmente por pessoas de sua confi ança e que já realizaram algum tratamento com ele.

Drª. Mônica ARIBI

Adeus RUGAS

Cada paciente é único e, portanto, requer um enfoque individual e um plano de tra-tamento personalizado (doses e pontos de aplicação), ajustado às suas necessidades. Isso garante a obtenção de resultados naturais, harmoniosos e duradouros”

É um proce-dimento es-tético facial destinado ao rejuvenes-cimento da pele de áre-as como pés de galinha, linhas de expressão e rugas entre as sobrance-lhas”

Cada paciente é único e, portanto, requer um enfoque individual e um plano de tra-tamento personalizado (doses e pontos de aplicação), ajustado às suas necessidades.

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014 F5

Como anda sua saúde?Fazer um check-up médico pode ser o começo de uma nova rotina, focada principalmente no nosso próprio bem-estar, mas há quem passe anos sem lembrar de dar uma avaliada na saúde geral e só recorre ao médico quando adoece

Ano-novo, vida nova: mais saúde, menos sedentarismo, voltar para a academia, co-

meçar a dieta (tendo em vista que o Carnaval está quase aí!). Essas são algumas das resoluções que todos nós fa-zemos a cada virada de ano. Mas será que estamos, real-mente, preocupados com a nossa saúde? Fazer um check-up médico pode ser o começo de uma nova rotina, focada principalmente no nosso pró-prio bem-estar.

Para muita gente, um check-up médico signifi ca submeter-se a uma bateria de exames laboratoriais e de imagem. No entanto, por mais sofi s-ticados, caros e precisos que sejam, os exames fazem parte do check-up, mas não são o check-up em si.

“Com o check-up médico, é possível fazer uma série de exames médicos para pre-venir e identifi car possíveis patologias por meio de um mapeamento completo da saúde de um paciente”, ex-plica a médica clínica geral Carolina Vieiralves. Ou seja, o check-up é uma avaliação da saúde do indivíduo de acor-do com o sexo e a idade e a relação dele com hábitos, antecedentes e caracterís-ticas individuais, familiares, ambientais e profi ssionais.

Esse conjunto de exames, aliás, deve ser feito não só por quem está se sentindo mal. É importante fazê-lo, explica Carolina, porque é possível diagnosticar pre-cocemente alguma doença que podem ainda não ter manifestado sintomas.

“O check-up médico bási-co deve ser feito por adultos jovens na fase ativa da vida. Exames de acompanhamen-to são essenciais e devem

ser feitos periodicamente. No entanto, não se pode determi-nar a frequência, já que tudo depende do tipo de doença que o paciente apresente”, ressalta a médica.

Os check-ups foram po-pularizados nos anos 1960, quando médicos submetiam pacientes a uma intensa inves-tigação médica, derivada dos exames que os astronautas faziam. No entanto, a fi losofi a atual é descartar dezenas de exames aleatórios ou com-pletíssima, mas sim fazer um

check-up mais personalizado, com base num exame clíni-co minucioso, na faixa etária do paciente e numa consul-ta prévia que levanta seu histórico de saúde familiar e hábitos de vida.

Pessoas com histórico fa-miliar de alguma doença, no entanto, devem fazer exames com mais periodicidade. “Mas depende de cada patologia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, por exemplo, para as mulheres, recomenda-se a primeira ma-mografi a aos 35 anos de idade e, após os 40 anos, anual-mente. Já em mulheres com história familiar de câncer de mama, a mamografi a deve ser iniciada mais precocemente”, explica a médica.

“Entre os exames, estão os que informam sobre a função do fígado, dos rins,

se há a presença ou não de parasita e vírus no organis-mo, assim como condições do sangue (plaquetas, açúcar e ferro entre outros), além de dados que o médico poderá interpretar melhor, de acor-do com a queixa apresentada pelo paciente, caso ela exista”, destaca Carolina. Ela ressalta, ainda, que se não houver a presença constante de um médico, o check-up pode não ser tão efi caz na prevenção.

Para descobrir ou prevenir do-enças, entre-

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

DOENÇAAinda desconhecido por grande parte da popula-ção, o prolapso genital atinge duas em cada dez mulheres, trazendo pro-blemas na vida sexual, incontinência urinária e piora a qualidade de vida

tanto, é preciso olhar mais afundo o histórico familiar de cada paciente. “Os resultados dos exames básicos, além da história familiar, é que vão de-monstrar. Mas doenças como diabetes, hipertensão, câncer de útero, mama, próstata e neoplasias em geral, quanto antes diagnosticadas, maio-

res são as possibilidades cura-tivas”, diz a clínica geral.

E, para quem ainda continua pensando que só os homens são “despreocupados” com a saúde, está enganado. “As práticas de saúde dos homens dependem de fatores demo-gráfi cos, pessoais e culturais, e, como tal, são diversas. Além de se buscar diferenças entre

homens e mulheres, é neces-sário identifi car diferenças en-tre eles próprios, permitindo lidar com diferentes formas e estilos de ser homem. E, da mesma forma, também há mulheres que também não preconizam como qua-lidade de vida a realização do check-up anualmente”, fi naliza a médica.

Não é todo mundo que precisa repetir o hemogra-ma todo mês, fazer ultras-som abdominal anualmen-te... O check-up inteligente pode ser resumido em uma única palavra: individuali-dade. O ideal, recomendam os médicos, é que haja uma lista básica de exames e outros sejam acrescenta-

dos de acordo com a idade, as condições e o histórico familiar. O ideal, realmen-te, é usar do bom senso – tanto do médico, quanto do próprio paciente.

De acordo com uma pes-quisa do instituto Consu-mer Reports, nos Estados Unidos, que avaliou cerca de 8 mil americanos acima

dos 40 anos submetidos a check-ups cardíacos, 44% dos participantes passa-ram, em algum momento, por exames desnecessá-rios. Eles não portavam história ou condições que justificassem a realização de uma ressonância cardí-aca ou de um ultrassom de carótidas, por exemplo.

Exame inteligente

MANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014 F5

. Hemograma completo;

. Perfi l glicêmico e lipí-dico;

. Bioquímica labora-torial (função renal e hepática);

. Perfi l hormonal;

. Sorologias;

. Análises de urina e fe-zes;

. Eletrocardiograma;

. Exame ost almológico;

. Exame ginecológico, no caso das mulheres: papanicolaou e mamo-grafi a.

. Exame proctológico, no caso dos homens: varia de acordo com a idade.

. Raio-x ou tomografia computadorizada.

Os exames básicos do check-up

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014 F5

Como anda sua saúde?Fazer um check-up médico pode ser o começo de uma nova rotina, focada principalmente no nosso próprio bem-estar, mas há quem passe anos sem lembrar de dar uma avaliada na saúde geral e só recorre ao médico quando adoece

Ano-novo, vida nova: mais saúde, menos sedentarismo, voltar para a academia, co-

meçar a dieta (tendo em vista que o Carnaval está quase aí!). Essas são algumas das resoluções que todos nós fa-zemos a cada virada de ano. Mas será que estamos, real-mente, preocupados com a nossa saúde? Fazer um check-up médico pode ser o começo de uma nova rotina, focada principalmente no nosso pró-prio bem-estar.

Para muita gente, um check-up médico signifi ca submeter-se a uma bateria de exames laboratoriais e de imagem. No entanto, por mais sofi s-ticados, caros e precisos que sejam, os exames fazem parte do check-up, mas não são o check-up em si.

“Com o check-up médico, é possível fazer uma série de exames médicos para pre-venir e identifi car possíveis patologias por meio de um mapeamento completo da saúde de um paciente”, ex-plica a médica clínica geral Carolina Vieiralves. Ou seja, o check-up é uma avaliação da saúde do indivíduo de acor-do com o sexo e a idade e a relação dele com hábitos, antecedentes e caracterís-ticas individuais, familiares, ambientais e profi ssionais.

Esse conjunto de exames, aliás, deve ser feito não só por quem está se sentindo mal. É importante fazê-lo, explica Carolina, porque é possível diagnosticar pre-cocemente alguma doença que podem ainda não ter manifestado sintomas.

“O check-up médico bási-co deve ser feito por adultos jovens na fase ativa da vida. Exames de acompanhamen-to são essenciais e devem

ser feitos periodicamente. No entanto, não se pode determi-nar a frequência, já que tudo depende do tipo de doença que o paciente apresente”, ressalta a médica.

Os check-ups foram po-pularizados nos anos 1960, quando médicos submetiam pacientes a uma intensa inves-tigação médica, derivada dos exames que os astronautas faziam. No entanto, a fi losofi a atual é descartar dezenas de exames aleatórios ou com-pletíssima, mas sim fazer um

check-up mais personalizado, com base num exame clíni-co minucioso, na faixa etária do paciente e numa consul-ta prévia que levanta seu histórico de saúde familiar e hábitos de vida.

Pessoas com histórico fa-miliar de alguma doença, no entanto, devem fazer exames com mais periodicidade. “Mas depende de cada patologia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, por exemplo, para as mulheres, recomenda-se a primeira ma-mografi a aos 35 anos de idade e, após os 40 anos, anual-mente. Já em mulheres com história familiar de câncer de mama, a mamografi a deve ser iniciada mais precocemente”, explica a médica.

“Entre os exames, estão os que informam sobre a função do fígado, dos rins,

se há a presença ou não de parasita e vírus no organis-mo, assim como condições do sangue (plaquetas, açúcar e ferro entre outros), além de dados que o médico poderá interpretar melhor, de acor-do com a queixa apresentada pelo paciente, caso ela exista”, destaca Carolina. Ela ressalta, ainda, que se não houver a presença constante de um médico, o check-up pode não ser tão efi caz na prevenção.

Para descobrir ou prevenir do-enças, entre-

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

DOENÇAAinda desconhecido por grande parte da popula-ção, o prolapso genital atinge duas em cada dez mulheres, trazendo pro-blemas na vida sexual, incontinência urinária e piora a qualidade de vida

tanto, é preciso olhar mais afundo o histórico familiar de cada paciente. “Os resultados dos exames básicos, além da história familiar, é que vão de-monstrar. Mas doenças como diabetes, hipertensão, câncer de útero, mama, próstata e neoplasias em geral, quanto antes diagnosticadas, maio-

res são as possibilidades cura-tivas”, diz a clínica geral.

E, para quem ainda continua pensando que só os homens são “despreocupados” com a saúde, está enganado. “As práticas de saúde dos homens dependem de fatores demo-gráfi cos, pessoais e culturais, e, como tal, são diversas. Além de se buscar diferenças entre

homens e mulheres, é neces-sário identifi car diferenças en-tre eles próprios, permitindo lidar com diferentes formas e estilos de ser homem. E, da mesma forma, também há mulheres que também não preconizam como qua-lidade de vida a realização do check-up anualmente”, fi naliza a médica.

Não é todo mundo que precisa repetir o hemogra-ma todo mês, fazer ultras-som abdominal anualmen-te... O check-up inteligente pode ser resumido em uma única palavra: individuali-dade. O ideal, recomendam os médicos, é que haja uma lista básica de exames e outros sejam acrescenta-

dos de acordo com a idade, as condições e o histórico familiar. O ideal, realmen-te, é usar do bom senso – tanto do médico, quanto do próprio paciente.

De acordo com uma pes-quisa do instituto Consu-mer Reports, nos Estados Unidos, que avaliou cerca de 8 mil americanos acima

dos 40 anos submetidos a check-ups cardíacos, 44% dos participantes passa-ram, em algum momento, por exames desnecessá-rios. Eles não portavam história ou condições que justificassem a realização de uma ressonância cardí-aca ou de um ultrassom de carótidas, por exemplo.

Exame inteligente

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. Hemograma completo;

. Perfi l glicêmico e lipí-dico;

. Bioquímica labora-torial (função renal e hepática);

. Perfi l hormonal;

. Sorologias;

. Análises de urina e fe-zes;

. Eletrocardiograma;

. Exame ost almológico;

. Exame ginecológico, no caso das mulheres: papanicolaou e mamo-grafi a.

. Exame proctológico, no caso dos homens: varia de acordo com a idade.

. Raio-x ou tomografia computadorizada.

Os exames básicos do check-up

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Page 6: Saúde - 12 de janeiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014F6 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014F6 Saúde e bem-estar

É o momento que preci-samos de toda nossa capacidade mental para resgatar com efi -

ciência os conceitos aprendi-dos anteriormente e mostrar todo nosso arsenal intelectual para resolver os problemas inéditos propostos pelo temi-

do examinador. Segundo o neurologista Le-

andro Teles, formado pela USP e membro efetivo da Acade-mia Brasileira de Neurologia,o rendimento cerebral no dia do vestibular é exigido de forma complexa e abrangen-te. Controle emocional, foco,

capacidade de evocação, estratégia e rapidez são as modalidades cognitivas mais importantes nessa hora.

A missão do bom vestibulan-do é realmente árdua: abrir a gaveta mental certa, buscar na montanha de conhecimentos prévios a informação preci-

sa para “matar” determinado dilema, fugir das famosas pe-gadinhas, controlar o ritmo de resolução, escapar dos “bran-cos” etc. Ufa!!! É uma mara-tona cerebral para poucos. Em uma competição tão nivelada, os detalhes no dia “D” podem fazer toda a diferença. Não

basta estar preparado, é fun-damental conseguir acessar a informação com segurança, velocidade e não oscilar no transcorrer da prova.

Supere a ansiedade“Pecar por falta de estudos e

preparo é uma coisa. Ir mal na

prova por descuido, ansiedade e brancos, é outra completa-mente diferente. O preparo do aluno deve, sem dúvida, incluir medidas para reduzir o risco de ter um dia mentalmente ruim bem na hora de demonstrar todo seu potencial escolar”, afi rma o especialista.

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ULG

AÇÃO

1- Grau de cansaço: Um cé-rebro descansado é sempre mais confi ável. Procure dormir bem na semana que antecede a prova e reduzir a carga de estudos. Priorize revisões leves e temas que você tenha mais facilidade e domínio. Também não abuse na atividade física, prefi ra exercícios aeróbicos leves, alongamentos, atividades ao ar livre. Isso ajuda a suportar a tensão muscular durante a prova e controla o sono e a ansiedade.

2- Controle emocional: Ansie-dade e o estresse fazem parte do “pacote”, não tem jeito. A adrena-lina e o medo do fracasso ajudam o cérebro em motivação e foco. O problema é a dose !! Excesso de tensão e ansiedade eleva o risco de erros bobos, difi culta a percepção de detalhes e provoca os temidos brancos (falhas gros-seiras de evocação de conteúdo já sedimentado). Para reduzir a ansiedade é fundamental cumprir o cronograma de estudos, enten-der a limitação do processo (é impossível saber e dominar todo o conteúdo), praticar atividades de lazer e atividade física com certa regularidade, trabalhar a respiração (que deve ser lenta e profunda) e retirar a carga de im-portância do evento (na hora “H” o aluno precisa apenas responder com tranquilidade, nada de fi car

martelando que é o evento mais importante de sua vida, que não pode falhar, que o mundo aca-bará se não for bem etc., isso não ajuda em nada a encontrar a resposta correta).

3- Confi ança: É muito impor-tante entrar confi ante e manter essa confi ança durante a prova. A insegurança leva a perda de tempo e contamina todo o rendi-mento durante a avaliação. Evite estudar temas novos ou muito complexos nos dias que antece-dem a prova. Valorize o que você estudou durante o ano, não fi que pensando naquilo que você não estudou ou não aprendeu. Traba-lhe sua autoestima. Inicie a prova com assuntos que você domina, isso traz segurança, motivação e ajuda no controle de tempo. Não fi que emocionado e fragili-zado com questões que você não sabe a resposta. Toda prova tem questões difíceis e até questões imprecisas, mas cada teste vale a mesma coisa. Não permita que questões específi cas tirem sua es-tabilidade. Não sabe a resposta, siga com tranquilidade e volte nas questões complicadas apenas no fi nal, isso evita desgaste e perda excessiva de tempo.

4- Estratégia de prova: Toda missão exige uma estratégia. A prova não seria diferente. Co-

nheça bem as regras do jogo, o tempo total, o número de ma-térias e questões por matéria. Atribua tempos específi cos de acordo com o grau de difi culdade individual. Seja frio e calculista. Você precisa pontuar!!! Chegue com antecedência, documen-tação OK, gerencie a dinâmica de prova, preencha o gabarito com tranquilidade etc.

5- Alimentação: Nada de fa-zer a prova com fome ou sede. Alimente-se adequadamente nos dias que antecedem a prova e, principalmente, durante a prova. Evite alimentos duvidosos e ex-cessos alimentares (isso lentifi ca o processo mental e dá um baita sono também). Prefi ra alimentos leves, de fácil digestão e com um bom perfi l nutricional. Carboidra-tos integrais, frutas, massas leves, barras de cereais, são boas pe-didas. Mantenha boa hidratação mas evite o excesso de líquidos para não fi car com vontade de ir ao banheiro, o que tira um pouco o foco da resolução (aliás, sempre se planeje para ir ao banheiro logo antes de entrar na sala de prova). Durante a prova tenha em mão algum alimento rápido e um pouco de água, a atividade mental junto com a ansiedade causa um razoável gasto energético, além da água reduzir um pouco a tensão nos momentos difíceis.

Dicas para a boa performance

Antes das provas procure controlar a ansiedade, fator que pode prejudicar o desempenho

Para ter bom rendimento no dia do seu vestibularApós um longo e árduo ano de estudos, chega enfi m o temido dia. Toda uma vida escolar cobrada em poucas horas

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Page 7: Saúde - 12 de janeiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014 F7Saúde e bem-estar

SERVIÇOSUA MELHORACADEMIA

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comportamento. Ou seja, ao realizar a tarefa, o corpo sente como se já tivesse feito aqui-lo”, afirma Krista Chandler, lí-der de estudo sobre o assunto e especialista em Psicologia do Esporte na Universidade de Windsor (EUA).

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Você resolveu aproveitar o pri-meiro mês do ano para entrar em forma, já fez todos os pla-nos para 2014 e essa é a sua primeira meta? Então vamos lá, comece com o pé direito e não deixe o desânimo tomar conta desses projetos.Para ajudar, selecionamos al-gumas dicas de experts no as-sunto, que podem lhe dar uma força na hora que a coragem ameaçar fugir da sua rota. Em primeiro lugar, preste atenção à sua alimentação. Exercícios pedem uma alimen-tação equilibrada e se a meta é perder peso, encare uma ree-ducação alimentar procurando uma nutricionista que pode lhe dar todas as dicas necessárias para você se alimentar bem e não passar fome na hora de

cortar os excessos.De olho na alimentação e com a orientação de um personal trainer, entenda que sua mo-tivação agora só depende de você. “O cérebro determina o ritmo para que o corpo não fique sem energia”, afirma Kevin Thompson, diretor de estudos esportivos da Univer-sidade de Canberra (Austrá-lia). Sendo assim, fixe suas metas e mantenha a cabeça nos resultados. Segundo um estudo publicado no “European Journal of Applied Physiology”, o estresse requisita áreas do cérebro que seriam usadas no trabalho entre mente e mús-culo. Concentre-se no que está fazendo e deixe os problemas para depois. Feche os olhos e foque na respiração. Inspire e

conte até quatro. Ao terminar, expire devagar. Repita isso ou-tra vez e procure pensar apenas na rotina de exercícios.Treine com música, de acordo com especialistas, ela distrai do esforço e permite treinar pesado por mais tempo. Se-gundo Costas Karageorghis, vice-diretor de pesquisas da Universidade de Brunel (Ingla-terra), em média, os sons que têm entre 120 e 135 batidas por minuto (BPM) ajudam o desempenho. Encontre-os com o programa BPM De-tector, que calcula as batidas das músicas (baixe-o de graça em pistonsost.com).Por fim, mentalize os resulta-dos. “Imaginar uma situação reforça os mesmos caminhos neurais de executar aquele

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ULG

AÇÃO

Treine com música, isso contribui para a concentração

Treino correto rende bons resultados

Dúvida: interromper a menstruação é saudável?Por ser um tema que gera muita polêmica até mesmo entre os médicos, algumas mulheres têm dúvidas se devem aderir

Devido à constante evolução da medi-cina, hoje as mulhe-res podem recorrer

a diferentes métodos para cuidar de seu organismo. Com relação à menstrua-ção não é diferente e muito tem se discutido sobre a interrupção ou não do ci-clo menstrual. Por ser um tema que gera muita polê-mica até mesmo entre os médicos, algumas mulheres têm dúvidas se devem ade-rir ou não, até por desco-nhecerem as consequências desse processo.

Inicialmente, como para qualquer medicação, a pri-

meira pergunta que se deve fazer é: qual o motivo da inibição da menstruação? Uma vez que existem vários métodos e cada qual com sua indicação de início e fim de tra-tamento, dose recomendada e perfil adequado, de acordo com idade, peso e doenças crônicas. É o que explica o doutor Gilberto Nagahama, ginecologista do hospital San Paolo, “para cada paciente há um método mais eficaz. Tudo em medicina é uma questão de risco x benefício, e isso só o seu médico poderá avaliar. Aquilo que serve para você, pode não servir para outra e, pior ainda, às vezes causar um

dano desnecessário”.Livrar-se da famosa tensão

pré-menstrual - TPM é um dos principais motivos que levam as mulheres a pensarem em interromper o fluxo. “De fato, a grande maioria dos méto-dos que inibem a menstruação pode acabar com a TPM, pelo menos temporariamente.

Livre da TPMJá a TPM grave, aquela do

tipo incapacitante, precisa de uma abordagem às vezes mul-tidisciplinar e associação com outros métodos”. Além disso, reforça o médico, “quando bem indicada, a inibição da mens-truação trará os benefícios

que objetivaram o tratamento da paciente. Como, por exem-plo, pacientes com anemias graves devido a fluxos mens-truais excessivos, com certeza se beneficiarão com o bloqueio destes fluxos anormais”.

Sobre anticoncepcionaisJá com relação à infertilida-

de, doutor Nagahama explica que quando bem indicados pelo ginecologista, a ingestão ininterrupta de anticoncepcio-nais e injeções hormonais, o DIU (dispositivo intraute-rino) de levonorgestrel, co-nhecido como Mirena e im-plantes subdérmicos, podem ser métodos eficazes de se

interromper a menstruação. “Estes métodos anticoncep-

cionais hormonais são reversí-veis. Uma vez que a medicação está parada, o corpo volta a sua função normal, por isso, não existe risco para a ferti-lidade. O fator de confusão que existe é que muitas mu-lheres começam a tomar an-ticoncepcional sem necessa-riamente saber se realmente são férteis. A paciente toma por anos anticoncepcionais e um dia resolve engravidar, não conseguindo, atribui ao uso prolongado do medicamento, mas na verdade não sabia se mesmo sem o uso dele poderia realmente engravidar”.

O bloqueio da menstruação não é um aprisionamento do sangue menstrual dentro do útero e sim uma supressão na camada interna do útero chamada endométrio que é responsável pela menstrua-ção. Ou seja, todos os pro-cessos que são estimulados com o ciclo hormonal natural podem ser beneficiados com a sua inibição, como a endome-triose, miomas e cistos ova-rianos. Lembrando que isso sempre deve ter o parecer do seu médico ginecologista, pois tais tratamentos mere-cem um acompanhamento, às vezes, prolongado para avaliar melhor a sua eficácia.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Page 8: Saúde - 12 de janeiro de 2014

F8 MANAUS, DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2014Saúde e bem-estar

Como tratar a Síndrome do Intestino Irritável Entenda como a dieta do genótipo pode melhorar o ritmo intestinal e livre-se de alguns incômodos muito sérios

Cólicas intermináveis, náuseas, crises al-ternadas de prisão de ventre e diarreia,

estufamento e distensão do abdômen são alguns dos sin-tomas que podem indicar a Síndrome do Intestino Irritá-vel (SII). Também denomina-da de cólon nervoso, trata-se de um distúrbio funcional cujas causas anatômicas não são específicas.

Essa síndrome provoca al-terações nos movimentos do cólon durante o transporte de gases e fezes. Ou seja, em de-terminado momento o cólon pode estar com movimentos aumentados causando uma absorção inadequada dos fluídos. Esse aumento do ritmo provoca uma intensa diarreia. Porém, quando tra-

balha de maneira lenta, pode deixar as fezes endurecidas e secas provocando uma cons-tipação intestinal.

Para quem sofre com os sintomas da SII é fundamen-tal realizar uma boa seleção dos alimentos que podem ou não ser inseridos na dieta. Para isso, a dieta do genótipo é bem eficaz, pois trata o pro-blema intestinal baseado no tipo sanguíneo e em algumas medições corporais de cada indivíduo. “O tipo sanguíneo O pode ser caçador, coletor e explorador; tipo A é pro-fessor, explorador, guerreiro; tipo B é coletor, explorador e nômade, já o tipo AB é pro-fessor, explorador, guerreiro e nômade, informa a doutora Ana Huggler, nutricionista da Global Nutrição.

Os alimentos que po-dem ser consumidos serão de acordo com o genóti-po. Assim, eliminam-se os alimentos irritantes e, por

consequência, é possível de-sintoxicar o corpo e melhorar o fluxo intestinal. “Leite e seus derivados, assim como

alimentos com cafeína, con-dimentos como pimenta e canela, frutas cítricas, como abacaxi e laranja, alimen-tos gordurosos e frituras devem ser evitados por quem possui a Síndrome do Intestino Irritado”, informa a nutricionista.

SuplementosAlém desses, bebidas ga-

seificadas e alcoólicas, carne de porco e alimentos com glúten como pão, macarrão e biscoitos também devem ser retiradas do cardápio. “O uso de probióticos melhora a flora intestinal de quem so-fre da síndrome. Eles podem ser encontrados em iogurtes ou na forma de suplemen-tos em cápsulas ou sachês”, informa a especialista.

Cólicas, náuseas, crises alterna-

das de prisão de ventre e diarreia,

estufamento e distensão do ab-

dômen são alguns dos sintomas

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AÇÃO

A dieta do genótipo também é utilizada por quem deseja alcançar o peso ideal e ficar de bem com a balança. Além disso, previne do-enças como diabetes, resistência a insulina, hipertensão, alterações de colesterol e melho-ra problemas com acne. “Por meio da dieta do genótipo identificamos os alimentos que não são bem absorvidos pelo nosso organismo e que causam problemas na pele como a acne”,

descreve Ana.

MetabolismoÉ importante des-

tacar que a dieta não pode ser seguida por gestantes, lactantes, pessoas com doenças em tratamentos, como câncer e crianças me-nores de 16 anos. “Se-guindo a dieta corre-tamente e agregando a exercícios físicos o metabolismo voltará a funcionar de maneira adequada”, garante a doutora Ana Huggler.

Dieta do genótipo ajuda

ALIMENTOSQuem sofre com a síndrome deve realizar uma boa seleção dos alimentos que podem ou não ser inseridos na dieta. Dessa forma, são eliminados os alimentos irritantes e, assim, é possível evitar os danos

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