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Saúde Catarinense 57

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Revista AHESC-FEHOESC

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Expediente Saúde Catarinense Presidente AHESC Dario Staczuk Presidente FEHOESCTércio Kasten

Diretor Executivo AHESC-FEHOESCBraz Vieira

Hospitais 117Laboratórios 272Clínicas 2111Serviços de Saúde 782Total 3282

AHESC-FEHOESC em númerosAssociados

Assistente Financeiro AHESC-FEHOESCSilvana Hoffmann

Assessor Jurídico AHESC-FEHOESCRodrigo de Linhares (OAB/SC 8630)

Editor-chefe Iuri Grechi

Jornalista ResponsávelRute Enriconi DRT-SC 434

EstagiárioEduardo Corrêa Silva

Projeto Gráfico e DiagramaçãoGabriel Bourg

Arte da CapaArte | ShutterStock

Comercial Cyrillo [email protected]

Este informativo é produzido e publicado pela Associação e Federação dos Hospitais de Santa Catarina, com veiculação dirigida a associados e instituições da área de saúde.

Telefone: (48) 3224-5866E-mail: [email protected]: @ahescfehoesc12www.ahesc-fehoesc.com.br

< EDITORIAL

lavo Bilac sentenciou que a Língua Portugue-sa, última flor do Lácio, uma região da Itália que falava o Latim Vulgar, era “ inculta e bela”. Mas a Língua Portuguesa sintetiza uma gama de insights sobre planejamento, visão estraté-gica ou gestão de recursos humanos que cons-

tituem-se na própria essência da sabedoria humana sobre esses temas. Vejamos o que pontifica Fernando Pessoa (1888-1935):

“Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?”

É uma doutrina que, reformulada e dissecada em prosa, enche milhares de páginas de livros sobre ges-tão. A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são.

“Quem não sente a ânsia de ser mais, não chegará a ser nada”, é uma destilação perfeita da angústia primor-dial que move empreendedores, gestores e equipes no mundo corporativo. E “é fraqueza entre ovelhas ser leão” resume trechos inteiros de best-sellers sobre gestão de pessoal como “o monge e o executivo”.

Na 6ª Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Portuguesa, que AHEsC-FEHoEsC promo-vem em Florianópolis, os conferencistas terão a opor-tunidade de estudar e sentir os dramas da gestão em países que, tão diversos do nosso, mantêm, no entanto, uma indissociável herança genética e cultural expressa no idioma comum. A linguagem que nos aproxima per-mite uma imersão intelectual e emocional nessas reali-dades de outros povos.

A exploração de terrenos desconhecidos na área da governança corporativa é enriquecedora porque per-

mite entender, por um lado, como lógica, planejamen-to e força política moldam setores equilibrados; e por outro como a criatividade e o esforço conjunto vencem abismos de carência aparentemente intransponíveis. “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”, ironiza Pessoa.

o descobrimento de universos corporativos na área hospitalar é um dos temas dessa edição da saúde Ca-tarinense, que presta um tributo aos nossos co-irmãos e colegas gestores de além-mar, e honra Luís Vaz de Camões. o expoente de nosso idioma comum era um incomparável avaliador da natureza humana e das re-lações pessoais. Em gotas de poesia, sintetiza tratados de administração.

Nas próximas páginas, o leitor poderá desco-brir também todas as nuances das articulações que AHEsC-FEHoEsC e FEHosC (Federação das santas Ca-sas de santa Catarina) têm desenvolvido para auxiliar os estabelecimentos hospitalares em seus processos fi-nanceiros e de governança. Com capacitação de pessoal, busca de recursos, aprimoramento dos métodos admi-nistrativos e – sobretudo – intensa mobilização nas ins-tâncias de governo, nos poderes executivo e legislativo, incentivando, clamando, interferindo em políticas pú-blicas e pressionando sem trégua para alterar o subfi-nanciamento do setor que deixa a todos de joelhos – e o cidadão brasileiro mais humilde, desamparado.

A experiência associativista e a união das entidades representativas ensina e confirma que é possível rever-ter situações terminais. A própria celebração dos 50 anos da AHEsC, em agosto, é emblemática. Nos remete a outro adágio de Camões, que se configura um ensina-mento e um alento de esperança:

“Nos perigos grandes, o temor É muitas vezes maior que o perigo.”

OA GESTÃO REDESCOBERTA

E A POESIA

Dario Staczuk Presidente AHEsC | Tércio Kasten Presidente FEHoEsC

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A ORIGEM DOS

GUARDIÕESA AHESC vai contar em livro como nasceu a instituição que se notabilizou pela

defesa da saúde pública catarinense representada pelos hospitais privados e filantrópicos – e na agenda de celebração dos 50 anos, estão definidos dois

eventos de ponta na área de gestão hospitalar.

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50 ANOS>

o ano em que completa 50 anos de existência, a Associação dos Hos-pitais do Estado de Santa Catarina (AHESC) faz uma homenagem a todos aqueles que ajudaram a

fortalecer a instituição, criada para representar e defender os interesses da rede hospitalar do estado. Hoje, são mais de cem associados, que oferecem 15 mil leitos à sociedade catarinense.

A história que começou no dia 31 de agosto de 1963 será contada em um livro de 100 páginas e 2000 exemplares, a ser lançado durante a abertura do 35º Encontro Catarinen-se de Hospitais e da 6ª Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Portuguesa, marcados para 28, 29 e 30 de agosto deste ano, em Florianópolis.

O presidente da AHESC recém-reeleito, Dario Staczuk, diz que a publicação está em fase bastante adiantada. Ela pretende entregar à sociedade catarinense uma obra que possa servir de referência a todos os interessados em conhecer a história e os protagonistas da associação.

O livro vem estruturado com base em depoi-mentos e relatos de ex-presidentes da AHESC e de administradores dos hospitais associados. Eles falaram sobre problemas enfrentados em decorrência das mudanças na política governa-

mental de saúde em dois períodos diferentes. O primeiro, de 1963 a 1988, quando quem ti-nha direito às ações e serviços de saúde eram somente os que contribuíam com o sistema.

O segundo momento é de 1988 em diante, após o advento da Constituição Federal, que estabeleceu o direito à assistência à saúde a todos os brasileiros. Na sequência, veio a lei federal de 1990 que criou o Sistema Único de Saúde (SUS), baseada nos princípios da uni-versalidade, integralidade e equanimidade.

O livro será entregue a todos os hospitais de Santa Catarina, e aos participantes do Encontro Catarinense de Hospitais.

Para Staczuk, ser presidente da AHESC quando ela completa 50 anos é uma honra e uma enorme responsabilidade. “Junto com os demais companheiros e companheiras das diretorias da AHESC, FEHOESC e FEHOSC é preciso corresponder de forma positiva e proativa aos anseios e às necessidades da rede hospitalar e da população catarinense em defesa de um sistema de saúde seguro e de qualidade, baseados no binômio técnica e humanização”, relata.

Além do lançamento do livro, o presi-dente destaca outras festividades e eventos que marcarão os 50 anos da AHESC, como a realização conjunta do Encontro Catarinense

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Durante os eventos haverá um jantar comemorativo, no qual serão home-nageados ex-presidentes da AHESC e autoridades a serem definidas.

Os destaques em meio século de atuação da AHESC O presidente parabeniza a capacidade dos dirigentes da AHESC e dos dirigen-tes dos hospitais privados filantrópicos de se adaptarem às mudanças políticas, sociais e econômicas ocorridas nos últimos 50 anos.

Staczuk observa que eles implanta-ram nas instituições as técnicas moder-nas de gestão e de inovação tecnológica, sem perder a identidade. “Permanece-ram fiéis aos valores e aos princípios maiores do ser humano, entendendo que o interesse particular e pessoal de cada um jamais poderia se sobrepor ao interesse geral e coletivo da categoria e, principalmente, das pessoas enfermas que nos propomos atender com respeito e dignidade”, ressalta.

Graças a esse espírito, os dirigentes conseguiram unir as três entidades: AHESC, FEHOESC e FEHOSC, buscando dar unidade, legitimidade e representa-tividade na defesa dos hospitais priva-dos filantrópicos.

Para os próximos anos, o presidente da AHESC diz que o desafio será manter a unidade conquistada nessas três insti-tuições para a defesa dos interesses dos hospitais privados filantrópicos, tendo

de Hospitais e da Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Portu-guesa. Dario ressalta que esses aconte-cimentos irão reunir as maiores auto-ridades na área de saúde do Brasil e de outros países de língua portuguesa para discutir assuntos referentes às formas de gestão e de sustentabilidade financeira dos hospitais privados e filantrópicos.

em vista a lógica do sistema público, representado pelo SUS e do privado, re-presentados por operadoras de seguros e planos de saúde.

“Também é necessário demonstrar à sociedade catarinense a importância da sobrevivência dos hospitais privados filantrópicos, que representam 80% da estrutura assistencial do estado”, avalia Dario. “Atualmente os hospitais privados e filantrópicos, responsáveis por 80% dos atendimentos do SUS, recebem ape-nas 20% dos recursos públicos enquanto que os hospitais públicos responsáveis por 20% dos atendimentos detêm 80% dos recursos de custeio para prestação dos serviços de saúde”, pondera o presi-dente da AHESC.

A AHESC foi criada para Definir e orientar a política hospita-lar no Estado; Promover o desenvolvimento da assistência hospitalar; Estabelecer normas de funciona-mento que visem a integração dos serviços médicos; Promover o desenvolvimento da administração científica através de cursos e seminários nas diversas áreas de interesse da classe hospi-talar; Divulgar e fazer obedecer ao Código de Ética do Administrador Hospitalar e dos demais profissio-nais associados.

Sobre a AHESC Fundada em 31 de agosto de 1963, com a missão de representar os interesses da rede hospitalar cata-rinense.

Em janeiro de 1975 foi adquirida a sede da entidade, sendo ampliada em 1983, com a aquisição de novas salas contíguas, dando condições para a realização de suas atividades.

Em agosto de 1995, a entidade teve um importante reforço na realização das atividades:  a criação da FEHOESC, consolidando a parceria em maio de 1996, com a união das duas entidades em um mesmo ambiente de trabalho, no escritório da AHESC.

Em 2010 a AHESC e a FEHOESC somaram esforços e adquiriram uma nova sede, ampla e mais ade-quada para melhor atender seus associados.

A AHESC representa atualmente 117 hospitais associados, num total de mais de 15.000 leitos.

Dario StaczukPresidente da AHEsC

“A sociedade catarinense precisa conhecer a importância dos hospitais privados e filantrópicos, que respondem por 80% dos atendimentos do sUs no Estado – mas só recebem 20% dos recursos públicos disponíveis”

AHEsC completa 50 anos com capacidade pro-ativa, de enfrentar com inteligência os desafios complexos de proporcionar saúde humanizada aos catarinenses.

Resposta tática

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Há uma probabilidade grande de, em agosto, o Congresso Nacional receber até 2 milhões de assinaturas de brasileiros exigindo a aplicação de 10% das receitas correntes líquidas na União da área da Saúde. Isso será uma demonstração inequívoca de poder e da soberania da vontade

da população. E será uma força política de pressão, para nenhum parlamentar esquecer quem é o mandatário, e quem é o mandante, nesse país.

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uma lógica democrática simples, e um conceito econômico basilar. Os mandatários políticos são eleitos pelos mandantes. O poder emana do povo e em seu nome é exercido. Isso é democracia. E

nenhum governo é dono de dinheiro algum. O dinheiro é da população, que paga os im-postos. “Portanto, é o povo que decide onde quer ver seu próprio dinheiro aplicado – e já decidiu que quer mais dinheiro na saúde. A União e o Congresso têm que parar de fingir que não conhecem a vontade popular e passar a respeitá-la”, conclui Tércio Paulo Kasten.

O presidente da FEHOESC refere-se ao Movimento Saúde + 10, que está levantan-do assinaturas para dar entrada no Con-gresso com um Projeto de Lei de Iniciativa Popular obrigando a União a investir 10% das receitas correntes líquidas do governo federal na área da Saúde. Isso deve repre-sentar, conforme valores de 2013, até 40 bilhões a mais num setor devastado pelo subfinanciamento histórico.

“Isso já era para estar resolvido, alimentou-se por mais de uma década a expectativa em torno da Emenda Constitu-cional 29, que regulamentaria a aplicação

dos recursos da saúde – mas

no momento decisivo, final, o Congresso se dobrou ao casuísmo, e mais uma vez livrou a União de uma obrigação básica e moral com o povo brasileiro”, recorda Tércio. En-quanto o repasse da união não chega a 5%, municípios são obrigados a investir 15% e Estados 12%.

Mas o Movimento Saúde + 10 é uma espécie de retorno triunfal ao tema. O único projeto de lei de iniciativa popular que conseguiu dar entrada e tramitar no Congresso até agora é a famosa Lei da Ficha Limpa, que exclui políticos já conde-nados anteriormente do processo eleitoral. Foram precisos 2 anos coletando assinatu-ras para que esse PL pudesse dar entrada no Congresso.

O Saúde + 10 já colheu 1 milhão 250 mil assinaturas, das 1,5 milhão necessá-rias para fazer o projeto tramitar. Há uma probabilidade matemática consistente de, até agosto, data de entrega do abaixo-assi-nado, se chegar a 2 milhões de assinaturas. “Isso representaria um poder de pressão extraordinário sobre os parlamentares, para dar agilidade aos trâmites e aprovar o Projeto de Lei, pois deputados e sena-dores não podem simplesmente ignorar uma vontade popular expressa com tanta força”, comenta o coordenador nacional do Movimento Saúde + 10, Ronald Ferreira dos Santos.

É

8 SAÚDE +10>

CONGRESSO NACIONAL,

ENTENDEU AGORA?

O dinheiro extra assegurado pela aprovação da Lei ainda é considera-do insuficiente para resolver todos os problemas vividos na saúde, como filas por atendimento, espera de exames e cirurgias. No entanto, é um retorno à justiça do sistema federativo. “O que ocorre hoje é o inverso do federalismo: estados e municípios estão financiando a União na área da saúde”, comen-ta o deputado Volnei Morastoni, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.

A Associação e Federação dos Hospitais de SC (AHESC-FEHOESC) e Federação das Santas Casas, Hos-pitais e Entidades Filantrópicas do Estado (FEHOSC) também defen-

dem os 10% de investimento para a saúde. Para conquistar as assinaturas faltantes, mobilizam o setor em Santa Catarina. As três representantes do setor privado e filantrópico partici-param, em Brasília, do ato promovido pelo Saúde+10. Foram realizadas caminhadas e manifestações pela Esplanada dos Ministérios, visando chamar atenção do Conselho Nacional de Saúde para a necessidade de mais recursos direcionados ao sistema hospitalar brasileiro.

O vice-presidente da AHESC, Altamiro Bittencourt, representou as entidades. Participaram também diretores de hospitais do estado, parlamentares, além do secretário adjunto da Saúde do Estado, Acélio Casagrande.

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Como resultado da mobilização, o pre-sidente da Câmara de Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), nomeou uma comissão para tratar do assunto. “Esse gru-po vai se debruçar sobre o aumento da ta-bela de repasses do SUS, que hoje não cobre as despesas dos hospitais. Além disso, fica-rá responsável por analisar a proposta de emenda constitucional que manda aplicar 10% do PIB na saúde. A comissão também será responsável pela adequação da carga horária de 30 horas para as enfermeiras”, explica Bittencourt.

Para ele, o movimento é uma maneira de resgatar as entidades da situação deli-cada em que se encontram. “Nossa missão enquanto hospital é salvar vidas, mas, dessa vez, o movimento visa salvar as instituições. Só a adesão da população por essa causa pode fazer a diferença”, enfatiza o vice presidente da AHESC. “Houve uma ade-são e uma conscientização muito grande. Isso é importante, porque todos cobram melhorias na saúde, mas não sabem como fazemos para atendê-los”.

Além da coleta de nomes, a mobilização também pede reajuste imediato de 100% nos valores de 100 procedimentos princi-

pais de média e baixa e complexidade da tabela SUS. A defasagem já se arrasta por uma década.

Enquanto isso, o vice-presidente observa que, entre 2000 e 2010, o IGP-M foi reajustado em 230% e o salá-rio mínimo, em 338%.

“A tabela SUS tem valores muito defasados e os hospitais estão fechando, porque precisam arcar com a maior parte das despesas. De cada R$ 100 investidos, o hospital só recebe R$ 40. Isso vai dar uma compensação financei-ra para os hospitais que atendem pelo SUS”, esclarece Bittencourt. Ele ainda acrescenta que pelo menos 15 entidades filantrópicas no Estado correm riscos de serem fechadas nos próximos meses.

O apoio da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Catarinense

Apontado pelo vice-presidente da AHESC como um dos principais articula-dores da mobilização em Santa Catarina, o deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Catarinense, José Milton Scheffer, tam-bém está otimista.

No primeiro momento de coleta de nomes, ele diz que o estado arrecadou 50 mil assinaturas. “Isso nos deixa muito confiantes para brevemente dar entrada no Congresso Nacional com o projeto de iniciativa popular na busca de mais recursos para a saúde pública”, diz.

Apesar disso, o deputado acredita que o maior desafio vem depois da conquista das assinaturas faltantes: a votação no Congresso. “Assim, como nesta etapa final em que muitos ainda nos procuraram para participar da coleta de assinaturas, todo esforço final da sociedade será indispensável. Isto nos deixa entusiasmados e felizes, pois sabemos que a sociedade está a par da importância deste projeto”.

O presidente da Frente também des-taca a importância de reajustar a tabela SUS. Para ele, as crises dos hospitais não podem ser consideradas problemas de má gestão, mas sim, consequências da

defasagem dos valores. Com os recursos que entrarão a mais, caso o projeto de lei seja encaminhado e votado, será possí-vel viabilizar esse aumento no preço dos procedimentos. Além disso, será viável remunerar melhor os profissionais da saúde e investir em melhorias estrutu-rais e de equipamentos, qualificando ainda mais o atendimento prestado a população.

É isso o que espera o presidente da FEHOSC, Hilário Dalmann. Ele observa que aumentar o repasse de verbas para a saúde terá importância fundamental para as Santas Casas, que têm enfren-tado dificuldades financeiras. Algumas tiveram que encerrar as atividades no estado e outras estão a ponto disso. “Se não for feito nada, muitas serão fecha-das. Alguns procedimentos já chegam a 200% de defasagem”, diz Dalmann.

Para fazer com que o número de assinaturas seja alcançado, o presidente da FEHOSC também tem feito sua parte e se articulado com entidades do setor. Ele já participou de reuniões com o sindicato de saúde de Joinville e com o conselho de saúde da cidade, para sensi-bilizar a todos da necessidade de colher assinaturas.

A grande dificuldade está na questão do título de eleitor, já que para colocar o nome no abaixo-assinado, a pessoa deve informar o número do documento. Mesmo assim, as entidades estão espe-rançosas.

Participe do Saúde+10 O Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública foi criado há um ano para realizar a coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular que as-segure o repasse efetivo e integral de 10% das receitas brutas da União para a saúde pública brasileira.

Na proposta há a prerrogativa de modifi-car a Lei Complementar no 141, de 13 de janeiro de 2012. Participam desta iniciativa diferentes segmentos sociais.

Para assinar, é preciso informar o número do título de eleitor. Caso a pessoa não este-ja com o título eleitoral em mãos, é possí-vel, pelo endereço eletrônico http://www.tse.jus.br/eleitor/titulo-e-local-de-votacao, encontrar o número da inscrição eleitoral com apenas três dados. O primeiro é o nome completo do assinante. O segundo, a data de nascimento. Em terceiro, o nome completo da mãe do cidadão

Mais informações sobre o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública estão no site www.saudemaisdez.org.br

Um dos principais articuladores da mobilização em santa Catarina.

Dep. José Milton Scheffer

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EM TIME QUE ESTÁ

GANHANDO...Dario Staczuk foi reeleito presidente da AHESC e tem mais três anos de mandato. O vice-

presidente é Altamiro Bittencourt. Expandir conhecimentos de gestão e intensificar a atuação política em favor dos hospitais catarinenses são metas já estabelecidas.

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Associação de Hospitais do Estado de Santa Catarina (AHESC)escolheu em abril seus represen-tantes. Dario Staczuk foi reeleito presidente por mais três anos. A eleição foi organizada na sede

da Associação em Florianópolis. Além do presidente, foram escolhidos dire-tores e membros do conselho fiscal.

Para Staczuk, os próximos anos serão dedicados à consolidação dos trabalhos que já vêm sendo feitos pela AHESC, em parceria com FEHOESC e FEHOSC, como a prestação de serviços de consultoria. Além disso, ele dará continuidade a programas como o de Melhoria Contínua na Gestão e Assis-tência em Serviços de Saúde (PRO-GESS) e o Escritório de Projeto, que conseguiu trazer para as entidades catarinenses mais de R$ 23 milhões

em emendas parlamentares, principalmente para a

compra de equipa-mentos.

Ele ainda des-taca o trabalho

que vem sendo feito no setor, como o incentivo para que as entidades par-ticipem do movimento Saúde +10 e a conscientização dos associados sobre a importância da participação ativa e efetiva nas Audiências Públicas Regio-nais para a Lei de Diretrizes Orçamen-tárias e Lei Orçamentária Anual.

Nesta entrevista, o presidente re-cém reeleito dá mais detalhes sobre o que pretende para a sua futura gestão e destaca os principais pontos de seu trabalho feitos até então.

Saúde Catarinense: O senhor foi reelei-to como presidente da AHESC por mais três anos. Quais são os planos da sua próxima gestão? Dario Staczuk: Continuar o trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos, em conjunto com a FEHOESC e agora com a FEHOSC, entre eles: manutenção e ampliação dos serviços de assessoria e consultoria em gestão hospitalar aos nossos associados e consolidação do Instituto Santé, criado e mantido pela AHESC, FEHOESC, FEHOSC e SINDILAB, como alternativa de gestão dos estabelecimentos de

A

< ENTREVISTA

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“Estamos estudando a criação de um Plano de saúde

próprio dos hospitais. É uma estratégia para assegurar

alternativas de geração de receitas para a manutenção de

estabelecimentos privados e filantrópicos”.

Dario StaczukPresidente da AHEsC

Projeto em pauta

serviços de saúde por meio de parce-rias público privadas. Além disso, está prevista a consolidação do Escritório de Projetos com a finalidade de auxiliar os hospitais na captação, aplicação e prestação de contas de recursos públicos para investimento e custeio dos estabelecimentos de saúde. Dar continuidade ao PROGESS (Programa de Melhoria Contínua na Gestão e Assistência em Serviços de Saúde) e ao Prêmio Santé que visam a incorporação de conceitos de gestão e de qualidade e o reconhecimento dos estabelecimen-tos que se destacam na prestação dos serviços de saúde no Estado. Iremos ainda fazer estudos para criação do Plano de Saúde Próprio dos Hospitais, buscando assegurar aos estabelecimen-tos de saúde privados e filantrópicos alternativas de geração de receitas para sua manutenção.

Saúde Catarinense: Além do presidente foram escolhidos diretores e membros. O que os associados podem esperar dessa equipe? Staczuk: A colaboração para o forta-lecimento dos hospitais privados e filantrópicos através das associações regionais, com sede nas sete macrorre-giões do estado.

Saúde Catarinense: Quais mudanças e quais inovações o senhor acredita que se destacaram na sua última gestão ? Staczuk: Entre as conquistas obtidas, por meio do trabalho conjunto entre as entidades, nesse período, posso destacar a conscientização dos asso-ciados da importância da participação ativa e efetiva nas Audiências Públicas Regionais para a Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual. A intenção foi buscar aprovação de projetos de interesse dos hospitais para alocação de recursos públicos para custeio e investimentos, dentro

das Leis de Diretrizes e Orçamentárias dos municípios e do estado, bem como prestar todo o apoio logístico a estas entidades com o Escritório de Projetos. Também destaco a participação das entidades junto ao Fórum Parlamentar Catarinense, em Brasília, pleiteando a destinação prioritária de recursos para investimento e custeios dos hospitais, por meio de Emendas Parlamentares Individuais e Coletivas. Vale ressaltar a destinação de verbas aos hospitais do Meio-Oeste Catarinense em 2012. Lembro ainda a atuação política para criação da Frente Parlamentar em Defe-sa da Saúde Catarinense, a mobilização dos hospitais dentro dos Movimentos “Reajuste Já” e “Saúde+10”, além da consolidação da parceria da AHESC, FEHOESC e FEHOSC, visando somar esforços na defesa dos interesses dos hospitais privados e filantrópicos.

DENTRO DA LEIFAZER O BEM

Entidades hospitalares podem usar da filantropia para desoneração fiscal, mas devem observar os aspectos legais do processo.

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endo em vista as mudanças previstas na lei 12.101/2009 e as

necessidades de fazer o processo conforme a legislação, a AHEsC-

FEHoEsC contratou uma nova con-sultoria: o advogado Luiz Vicente Dutra. Especialista em filantropia, ele afirma que as mudanças na Lei para o setor hospi-talar são boas, principalmente porque

facilitam a certificação.

A legislação atual regula os procedimentos de isenção

de contribuições para a seguridade social e

altera leis antigas sobre o assunto. Além de impedir a interferência de instituições que atrasam o processo, concentra as decisões nos ministérios, tornando a discussão técnica. Mas o advogado ressalta que ainda há o que melhorar. Existe burocracia e as equipes precisam estar melhor treinadas para dar agilidade às certificações.

Nova parceria da AHEsC-FEHoEsC e FEHosC, o advogado esclarece a seguir as interpretações da lei e das prin-cipais mudanças que ela traz para o setor filantrópico de entidades.

T

< FILANTROPIA 13

SAÚDE>

Saúde Catarinense: Como funcionam as instituições de filantropia? Advogado Luiz Vicente Dutra: Filantropia é o apelido para desonerações fiscais a unidades hospitalares, e também de educação sem fins lucrativos. Elas deixam de pagar tributos para atender pessoas. Têm mais dinheiro para jogar na melhoria e ampliação do tratamento.

Saúde Catarinense: O que mudou com a lei?

Vicente: A mudança é bem acertada e ocorreu em 2009 pela Lei 12.101, que inseriu uma série de modificações. A mais importante foi que a concessão de certificados fica restrito aos ministé-rios. Antes era pelo Conselho Nacional de Assistência Social.

Saúde Catarinense: Qual a vantagem deste mecanismo?

Vicente: A mudança é muito boa, porque o processo é encaminhado por pessoas da área. O Conselho tinha apenas um médico, por exemplo. Agora, é o órgão técnico da área que cuida do processo.

Saúde Catarinense: Por que a lei mudou?

Vicente: Havia uma pressão muito forte de fiscalização dos órgãos arrecada-dores como a Receita. Eles entravam no processo - e fiscais da Receita ganham gratificação por desempenho. A fiscalização não é impedida, mas não participa do processo de certificação.

Saúde Catarinense: O processo ganhou velocidade com as mudanças?

Vicente: Muito. Junto, o governo federal baixou a Medida Provisória 446, em 2008. O artigo 37 defere todos os processos e torna sem efeito represen-tações fiscais contra entidade.

Saúde Catarinense: Qual avaliação que o senhor faz da lei?

Vicente: Eu diria que é boa. Está mais fácil renovar o certificado. Ainda tem burocracia e a rapidez não é a ideal porque a equipe não está treinada. A tendência é eles melhorarem com o passar do tempo e a certificação ficar mais ágil.

Saúde Catarinense: O que é necessário para se enquadrar na lei?

Vicente: como já mencionei, a primeira condição é não ter fim lucrativo. A dire-toria não é remunerada, no caso aquela diretoria eleita. Caso a isntituição seja extinta, todo o patrimônio deve ser transferido para outra instituição ou ao poder público. Nos casos de institui-ções de saúde, 60% dos atendimentos devem ser pelo SUS ou 20% da receita transformado em gratuidade.

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Para ser considerada beneficente e fazer jus à certificação, a entidade de saúde deverá, nos termos do regula-mento:

Comprovar o cumprimento das metas estabelecidas em convênio ou instrumento congênere celebrado com o gestor local do SUS;

Ofertar a prestação de seus serviços ao SUS no percentual mínimo de 60%;

Comprovar,anualmente, da forma regulamentada pelo Ministério da Saúde, a prestação dos serviços, com base nas internações e nos atendi-mentos ambulatoriais realizados.

O QUE DIZ

A LEI

SAÚDE> 15

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CAMÕES

CONFERÊNCIA>

Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Oficial Portuguesa chega a Florianópolis reunindo profissionais brasileiros, portugueses e africanos. Uma

celebração na língua de Camões para, conforme a sabedoria do poeta, tornar o gestor mais forte e mais sábio, pela troca de experiências e estudo do que dá certo.

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ela primeira vez, a Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Oficial Por-tuguesa (CPLP), que está na 6ª edição,

chega a Florianópolis. É uma oportunidade única de conhecer a experiência da gestão hospitalar nesses países. Para transmitir, em dose homeopática, uma vibração da riqueza cultural que gera um evento desse porte, essa reportagem está entrecortada por trechos de poemas de Luís de Camões, o nome máximo da literatura em Língua Portuguesa em todos os tempos.

A Conferência será realizada com o 35º Encontro Catarinense de Hospitais, nos dias 28, 29 e 30 de agosto, no CentroSul. Na mesma data, também serão comemora-dos os 50 anos da Associação de Hospitais do Estado de Santa Catarina (AHESC).

PA CPLP é um evento periódico, já

organizado no Brasil e em outros países como Portugal e Angola. A última edição, em 2011, foi em Fortaleza (CE), que também recebeu a primeira edição em 2006. Para trazer o encontro a Santa Catarina em 2013, a AHESC-FEHOESC e FEHOSC articularam-se com outras entidades, como a Federação Brasileira dos Hospitais (FBH) e a Federação Bra-sileira de Administradores Hospitalares (FBAH-SC).

O presidente da FBH, Luiz Aramicy Pinto, explica que o primeiro encontro, há sete anos, foi motivado pelo gover-nador do Ceará da época, Cid Gomes, porque em Fortaleza havia muita mão de obra africana, que estudava e traba-lhava na cidade. “Havia essa ligação com Cabo Verde, então resolvemos fazer um congresso aqui, de gestão hospitalar, que

GESTÃO ENTRE

“O fraco rei faz fraca a forte gente”

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“O fraco rei faz fraca a forte gente”

Troca de experiênciasna gestão hospitalar

Porque é tamanha bem-aventurançaO dar-vos quanto tenho e quanto posso,

Que, quanto mais vos pago, mais vos devo.

Luís de Camões

depois se tornou o de países de língua portuguesa”.

Aramicy observa que o Brasil é reconhecido internacionalmente como avançado na área de gestão hospitalar. A Conferência acabou se tornando, então, para países africanos e ex-colônias de Portugal, uma possibilidade de trabalho, troca e conhecimento de novas tecno-logias.

Depois de Fortaleza, o encontro pas-sou por Lisboa e Luanda (Angola). “Lá o auditório estava permanente lotado e o

público acompanhando todas as discussões”, relembra o presidente.

A expectativa da Confe-rência em Florianópolis é a melhor possível para Aramicy. Ele relata que o esforço que as entidades estão fazendo só vem consolidar o encontro, de onde é possível tirar muita experiência. O presidente da FBH que participou dos demais eventos afirma que é uma grande oportunidade de aprender como os outros países fazem para enfrentar

as doenças, os tratamentos, apesar da dificuldade que a grande maioria deles tem em agregar tecnologia.

“O que chama a atenção é a barreira que essas populações enfrentam para ter assistência à saúde. Tentamos passar pra eles a nossa experiência, e também dialo-gar com os governos de lá, para melhorar a saúde”, observa Aramicy. “Não é tarefa simples nem fácil, já que o continente africano é muito grande, com muitas doenças tropicais, como malária”.

Quando os brasileiros mostram os números da cobertura vacinal do Brasil, eles ficam muito impressionados. “Nossa cobertura é de 100%. Mostramos como fazemos essas campanhas. A gente vê que compartilhar isso é ensinamento, para eles é um aprendizado”, afirma.

Para o presidente, essa troca de experiências e de dificuldades é uma maneira de aprender a driblar os problemas. “Essa troca é que tem sido o ponto alto das conferências”, pondera.

A expectativa dos organizadores é que a 6ª Conferência reúna pela menos 500 participantes. O diretor-executivo da AHESC-FEHOESC, Braz Vieira, obser-va que já estão confirmados conferencis-tas portugueses. Eles irão participar em conjunto do 35º Encontro de Hospitais, que promove junto a tradicional Feira de Tecnologia, Produtos e Serviços Médico-Hospitalares.

A ideia é reunir ainda profissionais da saúde com foco no setor hospitalar de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Timor Leste. Além disso, os convidados dos debates, palestras e mesas redondas atenderão aos públicos dos dois eventos.

A ida a Portugal Para convidar entidades portuguesas e africanas a participar do evento em Flo-rianópolis, os presidentes da Federação dos Hospitais de sC (FEHoEsC), Tércio Kasten, da Associação de Hospitais de sC (AHEsC), Dario staczuk e da Federa-ção das santas Casas (FEHosC), Hilário Dalmann, acompanhados do diretor--executivo da AHEsC-FEHoEsC, Braz Vieira, foram à cidade do Porto, em

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Florianópolis, sede da 6ª Conferência dos Países de Língua Portuguesa, pretende encantar as delegações.

“Tenho em mim todos os sonhos do mundo” (Fernando Pessoa):

Educação permanente e capacitação

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.

Luís de Camões

Portugal, para lançar oficialmente a 6ª Conferência.

A viagem contou com apoio da Federação Brasileira dos Hospitais (FBH) e também da Associação Portu-guesa de Administradores Hospitala-res. Estiveram no evento profissionais médicos, administradores e gestores de hospitais da Europa e da África.

No encontro, eles tiveram oportu-nidade de trocar vivências e conheci-mentos em um workshop sobre o tema “Gerir Hospitais em Época de Crise: O compromisso entre a eficiência e a qualidade”. Foram debatidas questões relacionadas ao foco na manutenção, preservação e recuperação da saúde, promoção de cursos adequados e os procedimentos pautados dentro do códi-go de ética e das leis de cada país.

O presidente da FEHOESC defendeu no lançamento o código de ética e de disciplina como ferramenta importante na gestão hospitalar. Kasten argumentou que ele é um importante aliado para a união de interesses, além de aproximar a comunicação, ampliar compromisso éticos, gerar desenvolvimento profissio-nal, fortalecer a instituição e estimular o capital intelectual.

Tércio Kasten levantou pontos defendidos pela Organização Mundial de Saúde, que preconiza uma intervenção clínica efetiva, uma auditoria clínica presente, a gestão eficiente dos riscos de eventos adversos, a pesquisa clínica desenvolvida com ética e a transparên-cia em todos os processos e relações interpessoais.

Outro momento importante da viagem foi a visita aos hospitais Beatriz

Ângelo, em Lisboa, e o Hospital Santo Antonio na cidade do Porto, onde foi possível assimilar nuances do sistema de saúde português e da gestão feita nesses locais.

Diretor Executivo AHESC-FEHOESC, Braz Vieira relata que a logística de dis-tribuição de medicamentos dentro dos hospitais é executada com um sistema desenvolvido em Portugal. O controle gerencial de medicamentos tem evitado desperdício. “Observar de perto como o sistema funciona permite analisar de que forma os hospitais brasileiros podem diminuir os custos operacionais, e de estoque interno”, pontua Braz.

“A distribuição de remédios é to-talmente controlada. Desde a saída do armazém até chegada ao paciente, em dose única. Caso a pessoa tenha rece-bido alta, por exemplo, o sistema acusa que está sobrando um medicamento”.

O diretor-executivo enfatiza que uma reunião com o professor José Crespo de Carvalho, especialista em Gestão de Empresas, professor Catedrático de Gestão no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa, e autor de livros

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A virtude da perseverança nos objetivos traçados

Sete anos de pastor Jacob serviaLabão, pai de Raquel, serrana bela;mas não servia o pai, servia a ela,e a ela só por prêmio pretendia.

Luís de Camões

presidentes na cidade do Porto, que lançava os navios portugueses para as rotas comerciais. “Ó mar, quanto de teu sal são lágrimas de Portugal?” (Fernando Pessoa)

AHESC-FEHOESC e FEHOSC fazem a rota contrária:

500 participantes de vários países, falando a mesma língua do aprendizado, respeito e busca da excelência na gestão.

Braz Vieira, diretor executivo:

e artigos científicos, foi produtiva para a busca de recursos e capacitação para os hospitais catarinenses. Carvalho, que presta consultoria para unidades hos-pitalares, mostrou interesse em formar uma parceria com o Instituto Santé para desenvolver um programa de executivos para as entidades.

A ideia, de acordo com Vieira, é que seja um momento de imersão total, para que os participantes se dediquem ao treinamento e ao final apresentem propostas práticas para o setor. Ele acredita que o programa é necessário, porque o custo de medicamentos e de materiais está cada vez mais alto. Os gestores sairiam do curso capacitados para diminuírem os gastos. A proposta foi levada ao evento Hospitalar 2013, em São Paulo (SP).

Os representantes brasileiros ainda apresentaram a proposta inicial de pro-gramação do Encontro e da Conferência e também informações sobre Florianó-polis e Santa Catarina. De acordo com o diretor-executivo, eles gostaram muito do que viram, porque desconheciam o Sul do país, já que as duas conferências feitas no Brasil, foram sediadas em

Fortaleza (CE). “Ficaram muito em-polgados, e já estão formando grupos por meio da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, que está viabilizando a vinda deles ao país”, fala Vieira.

O presidente da FBH, Luiz Aramicy Pinto, também ressaltou a empolgação dos portugueses com o evento. “Eles ficaram muito curiosos e surpresos com Florianópolis, e foi constituído um grupo de trabalho para trazer uma delegação expressiva a Santa Catarina”, diz.

Aramicy ainda considerou o encontro fundamental para a Con-ferência, já que reuniu profissionais

de destaque no setor, como gestores e diretores de hospitais, que estavam representando unidades importantes de Lisboa, Porto e Coimbra.

A FBH também está se articulan-do com a embaixada da Angola, em Brasília, para trazer representantes oficiais. “Queremos trazer o Ministro da Saúde do país. Estamos fazendo esse trabalho para facilitar a vinda deles”, finaliza.

28 DE AGOSTO

15:00 SECRETARIA Credenciamento Abertura da Se-cretaria e entrega de credenciais Abertura da Feira de Tecnologia, Produtos e Serviços Médico Hospitalares.

15:00 SALA JURERÊ A importância do certificado de filantropia

Debate sobre a importância do certificado de filantropia para a sobrevivência das entidades e a fun-damental obrigação das entidades em prestar contas em tempo hábil e na forma correta.

Luiz Vicente Dutra: Advogado e consultor, especialista nas questões relacionadas à Filantropia – Brasil.

Monaliza Santos: Advogada da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas - CMB – Brasil.

19:30 SALA ARVOREDO

Conferência Inaugural Exmº Sr. Ministro de Estado da Saúde Alexandre Padilha - Brasil

21:00 FEIRA DE TECNOLOGIA Coquetel de boas-vindas Coquetel de boas vindas com visitação aos Expositores da Feira de Tecnolo-gia, Produtos e Serviços Médico Hospitalar

29 DE AGOSTO

9:00/10:30 SALA ARVOREDO

A qualidade na gestão como fator de resultado na administração hospitalar

Erik Camarano: Economista formado pela FEA-USP. Mestrado e o doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com foco em macroeconomia e política fiscal e Diretor Presidente do Movimento Brasil Competitivo – Brasil. vê código de ética na gestão hospitalar como

importante aliado.

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Tércio Kasten, presidente da FEHOESC

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

A tendência irreversível da Humanização da Saúde

Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer.

...Mas como causar pode seu favorNos corações humanos amizade;Se tão contrário a si é o mesmo

amor?

Luís de Camões

www.ahesc-fehoesc.com.br/ech

José Fragata: Professor, cirurgião cardíaco, diretor do serviço de cirurgia cardio – torácica de um dos maiores hospitais centrais por-tugueses, em Lisboa, com livros publicados na área de qualidade em serviços de saúde – Portugal. Moderador: Tércio Kasten: Presidente do Instituto Santé e Federação de Hospitais e Estabele-cimentos de Serviços de Saúde de Santa Catarina – Brasil.

10:30/11:00 COFFEE-BREAK E VISITAÇÃO À FEIRA

11:00/12:30 SALA ARVOREDO

Talk Show com os modelos de gestão hospitalar de Brasil e Portugal

Helvécio Miranda Magalhães Júnior: Formado em Medicina pela Universidade Federal de MG (1985), especialista em Epide-miologia pela UFMG, Doutor em Saúde Coletiva, Secretário de Atenção a Saúde do Ministério da Saúde – Brasil. Adalberto Campos Fernandes: Professor da Escola Nacional de Saúde Pública - Universidade Nova de Lisboa; Presidente da Comissão Executiva do SAMS - Prestação Integrada de Cuidados de Saúde – Portugal. Moderadores: Luiz Aramicy Bezerra Pinto: Presidente da Federação Brasileira de Hospitais – FBH – Brasil. António Pedro Araújo Lopes: Licenciado em Direito pela Univer-sidade de Coimbra. Pós-graduação em Administração Hospitalar, ENSP/Lisboa, Portugal. Presidente da Associação Portuguesa de Ad-ministradores Hospitalares – APAH – Portugal (Gestão 2008/2013). 12:30/14:00 ALMOÇO E VISITAÇÃO À FEIRA

14:00/15:30 SALA ARVOREDO

A ética no relacionamento: atua-lidade ou assunto superado?

Angélica Carlini: Advogada, Mes-tre em História Contemporânea, Mestre em Direito Civil, Doutora em Educação e Doutora em Direito Político e Econômico, sócia da

Carlini Sociedade de Advogados – Campinas/São Paulo – Brasil. Moderador: Carlos José Serapião: Presidente do Comitê de Bioética do Hospital Dona Helena de Joinville e Professor de Bioética da UNIVILLE – Brasil.

14:00/15:30 SALA JURERÊ

A segurança do paciente em Serviços de Saúde

Diana Carmem Almeida Nunes de Oliveira: Gerente-Geral de Tecnologia de Serviços de Saúde da ANVISA – Brasil.

Qualidade da Gestão nos Servi-ços de Saúde A experiência de acreditação pela Joint Commis-sion International (JCI)

Anabela Almeida: Licenciatura em Gestão, Mestrado em Gestão e Ph.D em Gestão, todos pela Uni-versidade da Beira Interior. Vogal Executa d Conselho de Administra-ção do Centro Hospitalar de Cova da Beira desde 2011, Docente Universitária no Departamento de Gestão de Economia e Consultora na empresa EMDEME - Consultores de Engenharia e Gestão - PortugaL

Moderador: Wilson Edmar Ascencio: Diretor Adjunto da Re-gional São Camilo Sul, SC - Brasil.

15:30/16:30 COFFEE-BREAK E VISITAÇÃO À FEIRA

16:30/18:00 SALA ARVOREDO

Sustentabilidade dos Hospitais: o equilíbrio, investimento, custo e remuneração

Desoneração da carga tributária do Setor Saúde no Brasil Gilberto Luiz do Amaral: Gra-duado em Direito e Ciências Con-tábeis, Pós-graduado em Direito Tributário e Processual Tributário, Diretor Presidente do Conselho Superior do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – Brasil.

Gestão Estratégica de Cus-tos como Instrumento de viabilidade Afonso José de Matos: Graduado em Administração, Mestrado em Finanças, Doutorado em Saúde Pública, Professor de Administra-ção Financeira e Custos Hospitala-res, Membro da HFMA Healthcare

Financial Management Associa-tion/USA, Docente e conferencista em diversos países, Autor de livros e Diretor Presidente da Planisa Planejamento e Organização Insti-tuições de Saúde - Brasil.

Moderador: José Carlos de Souza Abrahão: Presidente da Confederação Nacional de Saúde – CNS – Brasil.

16:30/18:00 SALA JURERÊ

Case de sucesso: Hospital público com gestão de entidade filantrópica privada

Valmor Busnello: Diretor Admi-nistrativo Hospital Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste, SC - Brasil.

Carolina Fajardo Valente Paglia-rin Bruggemann: Enfermeira e Diretora de Qualidade do Hospital Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste, SC - Brasil. Moderador: Carlos Alberto Robini: Diretor Regional São Camilo Sul e Membro do Conselho Nacional de Gestão em Saúde da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares - Brasil.

20:00 JANTAR DE CONFRATER-NIZAÇÃO Jantar no Lira Tênis Clube Com lan-çamento do livro AHESC 50 anos.

30 DE AGOSTO

9:00/10:30 SALA ARVOREDO

Qualificação dos prestadores de serviço de saúde nos países da CPLP

Bruno Sobral de Carvalho: Graduado em Engenharia Civil pela Universidade de Brasília, Especialista em Políticas Públicas, Mestre em Economia, e MBA pela Universidade de Georgetown (EUA) e Diretor de Desenvolvi-mento Setorial da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar - Brasil. Marta Temido: Licenciada em Direito e mestre em Gestão e Eco-nomia da Saúde. Administradores hospitalar e diplomada pela Escola Nacional de Saúde Pública, desde 2000, atualmente executiva do Hospital Arcebispo João Crisós-tomo. Doutoranda em Saúde Inter-

nacional no Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa e membro da Diretoria da Associa-ção Portuguesa de Administrado-res Hospitalares – Portugal. Moderador: Eduardo Oliveira: Secretário Geral da Federação Bra-sileira de Hospitais (FBH) - Brasil.

10:30/11:00 COFFEE-BREAK E VISITAÇÃO À FEIRA

11:00/12:30 SALA ARVOREDO

O benchmarking clínico como ferramenta estratégica para a avaliação de hospitais

Manuel Delgado: Licenciado em Economia pela Universidade de Lisboa, Pós Graduado em Admi-nistração Hospitalar pela ENPS/UNL, foi presidente da Associação de Administradores Hospitalares de 1992 a 2008 e Presidente da Associação Européia de Gestores Hospitalares de 2002 a 2006, atualmente Diretor Geral da IASIST Portugal desde abril de 2010.- Portugal. Moderador: Dario Clair Staczuk: Presidente da Associação de Hospitais de Santa Catarina e Diretor- Presidente da Associação de Caridade São Vicente de Paulo em Mafra – Brasil.

12:30/14:00 ALMOÇO E VISITAÇÃO À FEIRA

14:00/15:30 SALA ARVOREDO

Palestra motivacional: Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez!

Steven Dubner: Formado em Edu-cação Física, especialista em espor-tes adaptados para portadores de necessidades especiais no Brasil e nos Estados Unidos e Fundador da ADD – Associação Desportiva para Deficientes - Brasil

Moderador: Hilário Dalmann: Presidente da Federação das San-tas Casas e Hospitais e Entidades Filantrópicas de Santa Catarina e Diretor do Hospital Bethesda, Joinville - SC - Brasil

15:30/17:00 SALA ARVOREDO

Entrega da 3ª Edição do Prêmio Santé de Qualidade em Gestão de Serviços de Saúde e sorteio de brindes aos congressistas.

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24

NESSA HORA,

NÃO DÁDepois do trabalho de articulação política, que garantiu a entidades privadas e filantrópicas R$ 23,7 milhões, o momento é de se dedicar a processos licitatórios

sem equívocos. O Escritório de Projetos do Instituto Santé alerta que todo cuidado é pouco para que esses recursos não sejam devolvidos.

>

s entidades médico-hospi-talares começam a receber em 2013 os mais de R$ 23,7 milhões conquistados no ano passado, em uma série de ar-

ticulações promovidas pelo Escritório de Projetos do Instituto santé - uma inciativa inédita da AHEsC-FEHoEsC. o desafio agora é fazer com estes recur-sos cheguem às unidades sem proble-mas ou entraves.

Por isso, como alerta o coordenador do Escritório de Projetos, Adriano Car-los Ribeiro, a atenção deve ser voltada ao processo licitatório e à prestação de contas. “A licitação é um processo chave, para que a entidade não fique

A

ERRARPARA

sem esses recursos ou não possa receber futuras verbas”, alerta Ribeiro. “As entidades podem ter que devolver o dinheiro, caso a licitação não seja feita conforme a legislação”.

Algumas entidades privadas e filantrópicas já tiveram proble-mas nesta fase. o coordenador do Escritório observa que foram constatados erros primários. Um deles é declarar que o recurso será usado para comprar um determinado equipamento e, quando o dinheiro é libera-do, comprar outro que não estava previsto.

GESTÃO>

25

quando o dinheiro chega, também surgem problemas. É preciso estar com os documentos em ordem e

compreender as minúcias do processo licitatório.

A hora do apuro

outros equívocos cometidos são: alteração no termo de referência

aprovado e inconsistência de documen-tos apresentados. Ribeiro explica que

muitas entidades também recorriam às prefeituras, que se utilizam de licitató-

rios. No entanto, apesar da legislação ser a mesma, o processo é diferente para

órgãos públicos e entidades particulares.

Para evitar esses erros, o Escritório de Projetos também presta consultoria,

auxiliando as entidades a cumprir os próximos passos com sucesso.

“No ano que chega o dinheiro, é costumeiro ocorrer uma enxurrada de

problemas. o setor deve se organizar para receber os recursos. o santé está

abrindo um ciclo de capacitações duran-te o ano. As entidades que vão receber o

dinheiro devem ficar bem estruturadas

26

e com as documentações em dia para atender às exigências. o santé pode prestar essa consultoria”, alerta Ribeiro.

o principal pedido das entidades tem sido compra de equipamentos. o coordenador orienta que elas apro-veitem essa oportunidade para pedir aparelhos de fato necessários para a instituição. Lembrando que o pedido do objeto de compra deve ser feito no momento inicial do processo. “É preciso avaliar a demanda de atendi-mento do município, onde a entidade está. Vejo pedido de equipamentos muito básicos, mas esse é o momento de modernizar o hospital”, sugere o coordenador.

Mesmo prestando consultoria no processo licitatório, o Escritório de Projetos continuará o trabalho de cap-tação de recursos neste ano.

Aumento de efetividade dos processos

O Escritório de Projetos do Instituto Santé presta serviço para 15 entidades, mas mesmo aquelas que não são clien-tes podem requerer a orientação. No ano passado, o Santé acompanhou seis licitações e, em todas, os equipamentos chegaram às entidades. A entrega foi feita pelos parlamentares que fizeram as emendas, responsáveis por garantir os recursos.

Nos anos anteriores, o índice de devolução de recursos por problemas licitatórios chegava a 90%. “Em 2012, alcançamos 95% de efetividade”, infor-ma Ribeiro. Para o coordenador do Es-critório, essa eficiência tem contribuído para que deputados abracem a causa das entidades privadas e filantrópicas e assegurem emendas para elas.

Com 13 emendas individuais, de-dicadas a hospitais de todas as regiões do estado, o deputado federal Edinho

Bez se destacou entre os parlamentares que contribuíram para trazer os R$ 23,7 milhões, que serão liberados neste ano para 37 instituições.

O parlamentar elogiou o importante trabalho feito pela AHESC-FEHOESC, que marcou presença em Brasília em 2012. “Muita coisa que nós temos feito foi em função das informações recebidas pela Federação. O presidente da FEHOESC, Tércio Kasten e a equipe nos mostram dados, estatísticas, justificando as reivindicações. Parabenizo a todos pela competência e pela forma que conver-sam com a gente”, declara Bez.

Para o congressista, é sempre im-portante garantir essas emendas. Essa consciência se desenvolveu quando o deputado foi coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense. “Sempre dei toda atenção e ajudei a aprovar emen-das. O hospital é tão importante que ele está de braços abertos esperando o paciente”, diz.

Em que porta bater?sair sozinho atrás de recursos dá pouco

resultado. o Escritório de Projetos não só prospecta os recursos, mas também

faz a articulação política para eles serem liberados e auxilia na prestação de contas.

GESTÃO>

Angelina Associação das Irmãs Franciscanas de São José Anitápolis Assistência Social São Sebastião de Anitápolis Blumenau Associação Hospitalar Beneficente Misericórdia de Vila ItoupavaFundação Hospitalar de BlumenauSociedade Divina ProvidênciaHospital Santa Catarina Braço do Norte Sociedade Beneficente Santa Teresinha Brusque Associação Hospital e Maternidade Dom JoaquimChapecó Associação Hospitalar Lenoir Vargas FerreiraConcórdia Beneficência Camiliana do SulGaspar Hospital Nossa Senhora do Perpétuo SocorroImbituba Associação Beneditina da Providência - AbenpIndaial Associação Beneficente Hospital Beatriz RamosItajaí Instituto das Pequenas Missionárias de Maria ImaculadaItuporanga Associação das Irmãs Franciscanas de São JoséJacinto Machado Hospital São RoqueJaraguá do Sul Comunidade Evangélica Luterana de Jaraguá do SulHospital e Maternidade São JoséMaravilha Sociedade Beneficente Hospitalar MaravilhaNova Veneza Associação Beneditina da Providência - AbenpOrleans Fundação Hospitalar Santa OtiliaPalmitos Hospital Regional de Palmitos

Entidades

Passivo Empenhado

Petrolândia Fundação Médico Social Rural Santa CatarinaPomerode Associação Hospitalar e Educacional de PomerodePresidente Getúlio Associação das Irmãs Franciscanas de São José Rio do Sul Comunidade Evangélica de Rio do SulFundação de Saúde do Alto Vale do ItajaíRio Fortuna Fundação Médico Social Rural de Rio FortunaFundação Médico Rural de Rio FortunaS. Lourenço Oeste Fundação Hospitalar de Assistência ao Trabalhador Rural de São Lourenço do OesteSão Bento do Sul Sociedade da Divina Providência (Sagrada Família)São Bonifácio Fundação Médico Assistencial do Trabalhador Rural de São BonifácioTijucas Sociedade Divina ProvidênciaTimbó Ordem Aux das Senhoras Evangélicas de TimbóTubarão Sociedade Divina ProvidênciaUrubici Associação Franciscana São José De UrubiciUrussanga Hospital Nossa Senhora da ConceiçãoVargeão Associação Hospitalar de Vargeão

Emendas

Emendas Individuais 2013

Celso MaldanerHospital São José - Maravilha

Edinho BezHospital São MarcosAssociação Hospitalar dom JoaquimFundação Médico Assistencial do Trabalhador Rural Assistência Social São SebastiãoFundação Médico Social Rural de São MartinhoSociedade Divina Providencia Tubarão/ScAssociação Beneficente Hospital Beatriz RamosHospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos PassosAssociação Beneficente Seara do BemFundação Médico Social Rural de Rio FortunaSociedade Hospital São Francisco de AssisSociedade Beneficente Santa TerezinhaHospital Nossa Senhora da Conceição

Esperidião AmimAss. B. Prov. - Hospital São MarcosHospital de Caridade São BrazHospital Nossa Senhora da ConceiçãoHospital Divino SalvadorAss. Social Hosp. São Luiz

João PizzolattiAssociação Hospitalar e Educacional de Pomerode

Jorginho MelloHospital Nossa Senhora das Dores de CapinzalHospital Nossa Senhora de Fatima de Erval VelhoHospital Nossa Senhora da PazHospital e Maternidade Santa Terezinha SaleteFundação Universidade do Oeste de Santa CatarinaHospital Salvatoriano Divino Salvador

Mauro MarianiHospital Sagrada Família - São Bento do SulHospital São Vicente de Paula - MafraHospital Salvatoriano Divino Salvador - Videira

Onofre Santos AgostiniInstituto Lions do Distrito LD-9IEAS Hospital Salvatoriano Divino Salvador

Paulo BauerSociedade Divina Providência Hospital Santa IsabelSoc. Divina Providência Hosp. e Matern. São JoséComunidade Evangélica Luterana de Jaraguá do SulInstituição BethesdaHospital Salvatoriano Divino Salvador

Ronaldo BenedetAss. Beneditina da Providencia - Hosp. São MAss. Beneditina da Providencia-Hosp. São Cam

Associação Hospitalar Dom JoaquimAssociação Hospitalar Nossa Senhora de FátimaFundação Social Hospitalar de Içara: Hospital São DonatoHospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos PassosHospital São JoséFundação Médico Social Rural de Rio FortunaSociedade Benficente Santa TerezinhaHospital Nossa Senhora da ConceiçãoHospital de Caridade São RoqueSociedade Literaria e Caritativa Santo Agostinho

Valdir ColattoAssociação Hospitalar Lenoir Vargas FerreiraAssociação Beneficente Hospitalar PeritibaBeneficência Camiliana do SulFundação Médica Assistencial dos Trabalhadores RuraisHospital Regional São Paulo Assec

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Valor total empenhado:R$ 23.736.894,00

Por dentro do

Escritório de Projetos

Foco do Escritório

Prospecção: levantamento dos editais publi-cados, liberando recursos para execução de projetos.

Articulação: movimentação política junto a parlamentares para acompanhamento da liberação dos recursos.

Elaboração dos projetos: elaboração deta-lhada dos projetos respeitando os preceitos legais e administrativos.

Procedimentos licitatórios: realização de todo o processo licitatório, compreendendo a publicação do edital, a licitação e a conferên-cia dos produtos recebidos ou serviços reali-zados de acordo com a legislação

BenefíciosAlavancar recursos financeiros com apoio especializado;

Usufruir de estrutura com capacidade técnica e foco exclusivo para prospecção, captação e elaboração de projetos;

Apoio administrativo e operacional nas ques-tões relacionadas aos projetos de recursos;

Participação dos projetos de indução, tanto de entes públicos ou privados;

Sede operacional localizada na Capital para atendimento das entidades;

Apoio jurídico;

Articulação conjunta junto aos parlamentares.

CONEXÃO DIRETA

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Em 2013, a ação parlamentar de Edinho Bez garantiu emendas para Nova Veneza, Urussanga, Tubarão, La-guna, Rio Fortuna, Indaial, Lages, Braço do Norte, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São Martinho, Sombrio e Anitápolis.

Além do pleito feito por deputados, o coordenador do Escritório destaca ainda a articulação entre entidades e legislativo, como a participação ativa da AHESC-FEHOESC em 13 audiências públicas do orçamento regionalizado, no ano passado. Presença que, na visão de Ribeiro, fez toda a diferença.

A criação do Escritório de Projetos Deixar as entidades médico-hospitala-res fortalecidas para buscar recursos

foi uma das principais razões para se criar o Escritório de Projetos do Insti-tuto Santé. A Federação e a Associação perceberam que as entidades faziam os pleitos de forma isolada e sem articula-ção técnica e política para conseguirem resultados efetivos.

Um levantamento foi feito e mos-trou que os recursos vindos do Governo Federal eram escassos, tanto os das demandas por indução – quando o governo abre para inclusão de projetos - quanto os das emendas dos parlamen-tares. Além disso, os hospitais come-tiam erros nos projetos, necessários para liberar os recursos.

deputado federal Edinho Bez reconhece que informações da AHEsC-FEHoEsC foram cruciais para embasar emendas.

Ação no Parlamento

Não é mágica, é gestão:o que fez o dinheiro aparecer foi planejamento, trabalho e profissionalismo.

GESTÃO>

epois de 24 anos como diretor do Hospital Jaraguá, em Jaraguá do sul, Hilário Dalmann, 62 anos, chegou a parar de trabalhar, mas

quando veio o convite para ficar à frente de uma instituição educacional e um es-tabelecimento hospitalar não hesitou em renunciar ao conforto da aposentadoria.

Hoje, Dalmann é diretor da Institui-ção Bethesda, em Joinville, que reúne um centro de educação infantil, um anciona-to e um hospital. sem se arrepender da sua decisão, afirma que essa é sua vida. A relação dele com entidades hospitalares já dura 48 anos. Dalmann começou aos 14, como jardineiro no Hospital Jaraguá, já que sua mãe trabalhava na lavande-ria do local. Mal podia imaginar que 21 anos depois estaria à frente da mesma instituição.

Antes, porém, o diretor batalhou. Foi contínuo do mesmo hospital e, entre a década de 1970 e 1980, fez curso técnico de operador de Raio-X e de técnico em enfermagem, em Blumenau. Quando trabalhou como enfermeiro, lembra que dormia menos de 30 horas por semana. “Eu passava noites sem dormir, porque eu ficava com a ambulância em Jaraguá e precisava transportar os pacientes”, relembra.

Essa dedicação ao trabalho é um distintivo pessoal até hoje. “o trabalho é o que eu tenho. Dedico praticamente 24 horas por dia ao que eu faço. A dedicação é meu ponto forte, faço com amor e cari-nho, não me desligo nunca”, afirma.

Por isso, apesar de estar aposentado, quando veio o convite para ser diretor da Bethesda em 2011, aceitou. Hilário se diz feliz com nova experiência. “Gosto do tra-balho e sinto que estou ajudando, é uma grande satisfação quando a gente ajuda”

Para ele, é sempre gratificante contribuir com o crescimento de uma instituição. Foi isso que ele fez quando foi diretor do Hospital Jaraguá. Quando assumiu o cargo, em 1986, havia 32 leitos e 14 funcionários. Ao sair, em 2010, eram 130 leitos e mais de 400 trabalhadores.

Dalmann ainda dedicou boa parte de sua vida batalhando melhorias para o se-tor. Fundou o sindicato dos enfermeiros de Blumenau e de Joinville. Por isso, um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi quando assumiu a direção do Hospital Jaraguá e teve que encarar uma greve. “Marcou muito, porque até então era sindicalista e na greve estava na direção. Tivemos que fechar o hospital durante os 10 dias. E foi uma greve que teve até mesmo agressões”, recorda.

D

PERSONAGEM

CONEXÃO DIRETAHilário Dalmann, presidente da FEHOSC, não se desliga nunca do trabalho

e da missão de salvar pequenos hospitais.

Hilário Dalmann

o lado de lutas ainda permanece com ele. Como presidente da Federação das santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de santa Catarina (FEHosC), ele batalha para salvar peque-nos hospitais, que se encontram em crise financeira. Por causa do financiamento pelo sistema Único de saúde (sUs), essas entidades vêm se equilibrando em contas que não fecham nunca.“se elas gastam cerca de R$ 1 mil em atendimento, por exemplo, recebem apenas R$ 400. A gente pede para que o sUs pague pelo menos os custos. É um grande desafio. Ninguém está pedindo resultados, mas sim que se pague o gasto. A FEHosC trabalha para que esses pequenos hospitais das pequenas comuni-dades e dos pequenos municípios mante-nham as portas abertas”, ressalta.

Além da FEHosC, ele sempre parti-cipou dos encontros da Associação dos Hospitais do Estado de santa Catarina (AHEsC), onde é presidente regional.

Para ele, um sentimento resume toda dedicação que dá ao setor. “o que eu mais gosto é lidar com o público, e trabalho para que a população seja bem atendida, minha meta, minha grande luta, é que seja atendi-da dignamente. Trabalho sempre voltado ao paciente e à defesa dos hospitais, de-fendendo os pequenos hospitais que estão passando dificuldade”, finaliza.

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30 COLUNA

DR. RODRIGO DE LINHARES Advogado, Assessor Jurídico da AHESC-FEHOESC

e membro do Conselho Jurídico da CNS

ancionada recente-mente, a lei 12.740, de 10/12/2012, alterou o art. 193 da Conso-lidação das Leis do Trabalho (CLT), para redefinir os novos critérios de caracte-

rização das atividades ou operações perigosas.

A nova norma, além de revogar a lei 7.369/85, que institui salário adicional aos empregados no setor de energia elétrica, passou a regular todos os tipos de periculosidade, ou seja, para as atividades que impli-quem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica, bem como expostos a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segu-rança pessoal ou patrimonial.

Portanto, o artigo 193 da CLT determinou de forma taxativa que o adicional de periculosidade somente será devido ao trabalhador exposto a riscos com inflamáveis, explosivos, energia elétrica e em razão de violên-cia física nas atividades de segurança pessoal ou patrimonial.

os reflexos no setor saúde são relevantes, uma vez que reforça a tese segundo a qual, aos trabalhadores expostos a radiações ionizantes (Raio--x, etc), é devido exclusivamente o adicional de insalubridade.

A lei 12.740 deverá ser objeto de Norma Regulamentadora do Ministé-rio do trabalho, cujo texto evidente-mente não poderá estender o rol de atividades perigosas. A Lei 12.740 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Lei nº 12.740, de 8 de dezembro de 2012

Altera o art.193 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a fim de redefinir os critérios para caracterização das ativi-dades ou operações perigosas, e revoga a lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1995.

A PREsIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º o art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de

S

EM DEBATE

OS ADICIONAIS DE PERICULOSIDADE

E INSALUBRIDADE

maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 193. são consideradas ativida-des ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;

II - roubos ou outras espécies de vio-lência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

§ 3º serão descontados ou compen-sados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.” (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Fica revogada a lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985.

Brasília, 8 de dezembro de 2012; 191º da Independência e 124º da República.

Dilma Rousseff José Eduardo Cardozo Carlos Daudt Brizola

NOVA LEI CONSOLIDA O ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

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súmula Vinculante nº 4, do supremo Tribunal Fe-deral, permanece valen-do para regulamentar a aplicação do salário mínimo como base de cálculo do adicional de insabridade.

Vale lembrar que a eficácia da sú-mula 228, que determina que “o adi-cional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumen-to coletivo”, foi suspensa por ordem do supremo Tribunal Federal, após reclamação apresentada pela Confe-deração Nacional da saúde (CNs).

Por este motivo, o TsT republicou recentemente o texto da súmula 228, para acrescentar a suspensão de sua eficácia por ordem do sTF. Assim, não se trata de nova redação, mas apenas de informação sobre sua atual condição.

É oportuno esclarecer que as súmulas dos tribunais superiores não são lei, pois sua utilização se justifica nos casos em que houver a provo-cação do Poder Judiciário, ou seja, quando houver processo judicial com objetivo de discutir a base de cálculo do adicional de insalubridade.

Atualmente, em razão da suspen-são da eficácia da súmula 228, as decisões judiciais estão determinan-do que o adicional de insalubridade incida sobre o salário mínimo, até que lei ou norma coletiva estabeleça outro valor.

o atual cálculo do adicional de insalubridade segue a regra do artigo 192, da CLT: “o exercício de trabalho em condições insalubres, (...) assegura a percepção de adicional (...) de 40%, 20% e 10% do salário mínimo”.

Tal dispositivo não foi textual-mente revogado, nem alterado pelo legislativo. Porém, contraria norma da Constituição Federal, que veda a vinculação de qualquer vantagem de empregado ao salário mínimo (art. 7º, inciso IV, da CF).

Logo, enquanto não houver re-vogação formal do artigo 192 da CLT, este continuará produzindo os efeitos legais.

sobre o tema, vale destacar algu-mas decisões recentes:

100000029363– AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SER-VIDOR PÚBLICO – LEI COMPLEMENTAR Nº 432/85 DO ESTADO DE SÃO PAULO – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – BASE DE CÁLCULO – SALÁRIO MÍNIMO – SUBS-TITUIÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – SÚMULA

VINCULANTE Nº 4 – PRECEDENTES 1- o Plenário do sTF, não obstante ter reconhecido a proibição constitucional de vinculação de qualquer vantagem de servidor público ou empregado ao salário mínimo (art. 7º, inciso IV, da CF), decidiu pela impossi-bilidade da modificação da base de cálculo do adicional de insalubridade pelo Poder Judiciário, dada a vedação de este atuar como legislador positivo (súmula Vinculante nº 4). 2- Agravo regimental não provido. (sTF – AgRg-RE 551.455 – Rel. Min. Dias Toffoli – DJe

09.03.2012 – p. 43)

103000412592 (...)2- RECURSO ORDINÁ-RIO EM AÇÃO RESCISÓRIA – VIOLAÇÃO LITERAL DE LEI – ADICIONAL DE INSALU-BRIDADE – BASE DE CÁLCULO – ARTIGO 192 DA CLT – SALÁRIO MÍNIMO – SÚMULA VINCULANTE Nº 4 DO STF – DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM PRO-

NÚNCIA DE NULIDADE Diante dos limites impostos na súmula Vincu-lante nº 4 do sTF, na qual, mesmo afastando--se o salário mínimo como base de cálculo do adicional de insalubridade, outro parâmetro não pode ser fixado mediante decisão judicial, entende-se que, na ausência de instrumento coletivo ou de lei expressamente fixando base de cálculo diversa, subsiste o salário mínimo

Acomo parâmetro de cálculo da parcela. Em tais casos, esta Corte tem reiteradamente entendido que a decisão judicial pela adoção da remuneração do trabalhador como base de cálculo da referida parcela viola o artigo 192 da CLT, fato a ensejar a procedência do pedido de corte rescisório. Recurso ordinário provido. (TsT – RXoF e RoAR 811/2007-909-09-00.7 – Rel. Min. Emmanoel Pereira – DJe 03.04.2012 – p. 181)

103000412774– RECURSOS DE REVIS-TA DAS RECLAMADAS MATÉRIA COMUM – ANÁLISE CONJUNTA – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – BASE DE CÁLCULO – SÚ-MULA VINCULANTE Nº 4 DO STF – SUSPEN-SÃO DA SÚMULA Nº 228 DO TST – DECLA-RAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM DECLARAÇÃO DE NULIDADE – MANUTEN-ÇÃO DO SALÁRIOMÍNIMO COMO BASE DE CÁLCULO ATÉ A EDIÇÃO DE NOVA LEI EM SENTIDO CONTRÁRIO OU CELEBRAÇÃO DE

CONVENÇÃO COLETIVA o supremo Tribunal Federal, mediante o jul-gamento do RE 565.714/sP, editou a súmula Vinculante nº 4, em que concluiu, quanto aos termos do art. 7º, IV, da Constituição Federal, ser vedada a utilização do salário-mínimo como base de cálculo do adicional de insalu-bridade. Apesar de se reconhecer a inconsti-tucionalidade da utilização do salário-mínimo como indexador da base de cálculo do referido adicional, foi vedada a substituição desse parâmetro em decisão judicial. Assim, ressalvado meu entendimento no que tange às relações da iniciativa privada, o adicional de insalubridade deve permanecer sendo cal-culado com base no salário-mínimo enquanto não superada a inconstitucionalidade por meio de lei ordinária ou convenção coletiva. Precedentes da sBDI-1. Recursos de revista conhecidos e providos. (TsT – RR 38/2006-029-15-00.6 – Rel. Min. Luiz Philippe Vieira

de Mello Filho – DJe 03.04.2012 – p. 246)

Portanto, os prestadores de servi-ços de saúde podem permanecer ado-tando o salário mínimo para cálculo do adicional de insalubridade, salvo se a convenção coletiva ou eventual acor-do coletivo contemplar outros critério mais vantajosos ao empregado.

O ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E SUA BASE DE CÁLCULO

AVANÇOA ESTRAT ÉGIA DO

32

Projeto nacional que define novos modelos de remuneração permite previsibilidade nos custos e

padronização nacional. Serão definidos preços para 27 procedimentos, numa primeira etapa. Dois hospitais

catarinenses são voluntários no projeto piloto.

>

SAÚDE>

AVANÇOA ESTRAT ÉGIA DO

< GESTÃO 33

m novo modelo de remu-neração para os atendi-mentos prestados aos pacientes que são atendi-dos por planos de saúde é o objetivo de um grupo de trabalho montado em

dezembro do ano passado. Formado por entidades que representam unidades de saúde, planos privados, Unimed e Unidas, o grupo pretende criar regras que premiem as boas práticas de gestão dos hospitais e dos planos de saúde.

o grupo de trabalho tem hospitais parceiros que ajudam na elaboração das novas regras. Entre as 12 insti-tuições participantes, duas são do Estado: o Hospital santa Catarina, de Blumenau e o Hospital Baía sul, de Florianópolis.

A implantação de boas práticas de gestão beneficia diretamente os usuários do sistema de saúde. o

programa é conduzido pela Agência Nacional de saúde suplementar (ANs).

“A mudança do modelo possibilita o reconhecimento e a premiação das melhores equipes e muda a relação com os planos de saúde, que passam a anal-isar a indicação clínica que o paciente possuía para o procedimento e a quali-dade dos serviços prestados, em vez de analisar a composição das contas, agilizando o processo de autorização dos procedimentos para os pacientes e o pagamento para os hospitais”, analisa Carlos Figueiredo, Gerente de Relação com Prestadores da ANs.

Já para o Diretor de Desenvolvim-ento setorial da agência, Bruno sobral de Carvalho, o principal ganho nesse momento é que a ANs passa a oferecer ao setor um conjunto de referências e conceitos técnicos que, por terem sido pré-acordado por todos, possibilita a adoção do novo modelo de forma mais rápida e com um menor custo de

U

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Raduenz. Eles vão incluir materiais, diárias e procedimentos necessários nos tratamentos. o pagamento se daria sobre o atendimento e não mais item por item. o diretor de operações do hospital conta que hoje existem dife-rentes formas de remuneração entre hospitais e operadoras.

A almejada padronização vai ter reflexos nas auditorias. Atualmente, os planos de saúde mantêm equipes para avaliar todos os itens. Com a criação dos pacotes haveria previsibilidade nos custos e não seria mais necessário uma avaliação tão trabalhosa.

Raduenz ressalta que são 27 procedimentos a serem definidos. Eles serão montados pelo corpo clínico em discussão com as operadoras e acom-panhamento da ANs.

A expectativa do diretor de opera-ções é que este processo consuma en-tre um ano e um ano e meio. Ele espera uma negociação dura porque estarão na mesma mesa hospitais e grandes grupos. se respeitar as diretrizes fixadas, o modelo a ser adotado terá um peso administrativo menor porque

construção de consenso. “Isso reduz a necessidade dessa discussão caso a caso entre operadoras e hospitais”, salienta.

Em reunião na sede da Associa-ção e Federação dos Hospitais de sC, em Florianópolis, com dirigentes das entidades e representantes dos dois hospitais de sC que aderiram ao pro-jeto, o coordenador do Departamento de saúde suplementar da Confedera-ção Nacional de saúde, João Lucena, também ressaltou os benefícios do novo modelo. De acordo com ele, por meio do controle de custos, os hospi-tais chegarão na precificação correta. E o modelo aprovado será então, implan-tado em todo país.

Como funciona na prática

o diretor de operações do Hospital santa Catarina, Genemir Raduenz, explica que hoje o pagamento descreve cada item usado no atendimento. Isto inclui todos os materiais, como agul-has, seringas até próteses e ossos.

o que se busca é a criação de proto-colos técnicos sobre históricos, explica

os serviços de enfermagem, adminis-trativos e recursos físicos como móveis, instrumentais cirúrgicos, utilização de salas e materiais descartáveis serão cobrados como um único item na conta hospitalar.

A intenção é que os hospitais come-cem a oferecer produtos completos aos planos de saúde. Uma cirurgia passará a ser um único item, incluindo a inter-nação, os recursos humanos e físicos empregados. A medida é um incentivo à produtividade porque os hospitais devem passar a procurar os melhores insumos pelos menores preços e as equipes assistenciais passam a par-ticipar da formatação dos serviços hospitalares.

Aplicação de boas práticas resulta em

gestão proativa, e em modelo de remuneração

que muda para melhor as relações com os

planos de saúde.

Carlos Figueiredo Gerente de Relação com Prestadores da ANs.

agilidade na autorização de procedimentos para os pacientes e pagamento para os hospitais é uma das vantagens do novo modelo.

Cirurgia, internação, recursos humanos e insumos num preço só

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