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INSTITUTO POLITECNICO DE BEJA ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DE BEJA XVI CLE Nota: Esta sebenta foi elaborada através dos apontamentos fornecidos pelas professoras Antonieta e Lurdes Rodeia

Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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INSTITUTO POLITECNICO DE BEJA

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DE BEJA

XVI CLE

Nota: Esta sebenta foi elaborada através dos apontamentos fornecidos pelas professoras Antonieta e Lurdes Rodeia

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Enfermagem em Saúde MaternaProfessoras Antonieta Medeiros e Lurdes Rodeia

Sumário

Professora Lurdes RodeiaAtendimento centrado na Família...........................................................................................8Embriogénese......................................................................................................................... 9

Período pré-embrionário........................................................................................................... 9Placenta................................................................................................................................. 9Líquido amniótico ................................................................................................................. 9

Desenvolvimento embrionário................................................................................................ 10Competências do bebé in útero........................................................................................... 11

Mitos........................................................................................................................................ 11Desenvolvimento do bebé: ..................................................................................................... 12

Noções gerais / Linguagem técnica....................................................................................... 15Classificação das grávidas:....................................................................................................... 16

Como calcular….................................................................................................................... 17Data provável do parto........................................................................................................ 17A idade gestacional.............................................................................................................. 18

Consulta de vigilância Pré - Natal..........................................................................................191ª Consulta.............................................................................................................................. 21Consultas seguintes......................................................................................................... ........2318-22 Semanas......................................................................................................................... 2328-32 Semanas......................................................................................................................... 2436-40 Semanas......................................................................................................................... 24Testes laboratoriais especiais na vigilância pré-natal.............................................................. 24

Gravidez / Gestação..............................................................................................................26Presuntivos (sentidos pela mulher)..................................................................................... 28Probabilidade (sinais observados pelo técnico de saúde).................................................... 28Certeza................................................................................................................................. 28

Adaptações à gravidez.......................................................................................................... 30Útero........................................................................................................................................ 30Colo uterino............................................................................................................................. 31Vagina...................................................................................................................................... 31Mamas..................................................................................................................................... 31Sistema cardiovascular............................................................................................................ 32Sistema gastrointestinal........................................................................................................... 34Sistema Respiratório................................................................................................................ 35Sistema renal........................................................................................................................... 35Sistema hormonal.................................................................................................................... 36Sistema Tegumentar................................................................................................................ 38Sistema músculo-esquelético.................................................................................................. 38

Desconfortos da gravidez......................................................................................................401º Trimestre............................................................................................................................. 40Terceiro trimestre.................................................................................................................... 43

Educação para a saúde......................................................................................................... 481º Trimestre............................................................................................................................. 48

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Roupa e calçado................................................................................................................... 49Banho/Higiene..................................................................................................................... 50Hábitos................................................................................................................................. 51Alterações emocionais......................................................................................................... 52Sexualidade.......................................................................................................................... 53Alimentação e Peso:............................................................................................................. 54Redes de suporte/recursos.................................................................................................. 56Competências do feto.......................................................................................................... 56Medicação............................................................................................................................ 57Desejos................................................................................................................................. 57

Adaptação materna.............................................................................................................. 60Tarefas de desenvolvimento.................................................................................................... 60

Adaptação paterna............................................................................................................... 62Aceitação da gravidez.............................................................................................................. 62Respostas emocionais.............................................................................................................. 62Identificação com o papel de pai............................................................................................. 63Relação do casal....................................................................................................................... 63Relação pai/filho...................................................................................................................... 63Antecipação do TP................................................................................................................... 63

Avós......................................................................................................................................64Irmãos...................................................................................................................................65

Professora Antonieta MedeirosEvolução Da Saúde Materna................................................................................................. 66

Orientações estratégicas 2010................................................................................................. 75Infertilidade.......................................................................................................................... 76

Tipos de infertilidade............................................................................................................... 76Causas da infertilidade............................................................................................................. 76Investigação da Infertilidade.................................................................................................... 77

Prestação de Cuidados Pré-Concepcionais.............................................................................78Razões para a assistência Pré-Concepcional............................................................................ 78Prestação de cuidados pré-concepcionais .............................................................................. 78

Orientação Genética............................................................................................................. 81Factores genéticos que afectam o desenvolvimento:.............................................................. 81

Cariótipo.............................................................................................................................. 81Anomalias autossómicas...................................................................................................... 82Hereditariedade................................................................................................................... 83

Factores não genéticos que afectam o desenvolvimento........................................................ 85Infecções grupo TORCH....................................................................................................... 85

TRABALHO DE PARTO............................................................................................................89Canal de Parto...................................................................................................................... 90Feto...................................................................................................................................... 91Contracções......................................................................................................................... 92

Trabalho de parto................................................................................................................. 92Quando ir para a maternidade?............................................................................................... 94O que levar para a maternidade?............................................................................................ 94

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Para o Bebé.......................................................................................................................... 95Para a mãe........................................................................................................................... 95

Acolhimento da grávida /acompanhante................................................................................. 96Factores que influenciam o comportamento da parturiente............................................... 96Intervenção de enfermagem................................................................................................ 97

1º Estádio do Trabalho de Parto............................................................................................98Intervenção de enfermagem................................................................................................... 98

Efeito das contracções sobre o colo uterino........................................................................ 99Efeito das contracções sobre o colo uterino............................................................................ 99Intervenção de enfermagem................................................................................................. 100

Vigilância de bolsa de águas.............................................................................................. 100Líquido amniótico.............................................................................................................. 100

2º Etsádio do Trabalho de Parto..........................................................................................103Sinais Prováveis...................................................................................................................... 103Posição para o parto.............................................................................................................. 104Intervenção de Enfermagem (mãe/acompanhante).............................................................. 105

Desinfecção do períneo..................................................................................................... 105Intervenção de Enfermagem (feto)........................................................................................ 105Nascimento do feto .............................................................................................................. 106

3º Estádio do trabalho de parto.......................................................................................... 109Descolamento da placenta.................................................................................................... 109

Expressão da placenta....................................................................................................... 109Sinais de descolamento da placenta.................................................................................. 110

Atendimento de enfermagem............................................................................................... 1114º Estádio do trabalho de parto.......................................................................................... 112

Na sala de partos................................................................................................................... 112Na sala de puérperas............................................................................................................. 112Factores de risco de hemorragia puerperal........................................................................... 113Quadro Resumo dos 4 estádios:............................................................................................ 113

Episiotomia......................................................................................................................... 114Tipos de Episiotomia.............................................................................................................. 114Indicações.............................................................................................................................. 114Complicações......................................................................................................................... 114Distócia.................................................................................................................................. 114

Cuidados de Enfermagem no Puerpério...............................................................................115Cuidados de enfermagem...................................................................................................... 115Avaliação de enfermagem..................................................................................................... 116Avaliação fisiológica............................................................................................................... 117Involução uterina................................................................................................................... 118

Avaliação do Fundo Uterino............................................................................................... 119Lóquios................................................................................................................................... 120Períneo................................................................................................................................... 121

Episiorrafia (despistar)....................................................................................................... 121Área anal............................................................................................................................ 121

Cuidados perineais................................................................................................................. 122Alivio do desconforto perineal........................................................................................... 122

Eliminação vesical.................................................................................................................. 123

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Eliminação Intestinal ............................................................................................................. 124Mamas................................................................................................................................... 124

Supressão da amamentação.............................................................................................. 126Membros inferiores............................................................................................................... 127Abdómen............................................................................................................................... 128

Exercícios pós parto.............................................................................................................129Vantagens:............................................................................................................................. 129Sono e repouso...................................................................................................................... 131Nutrição................................................................................................................................. 131Perda de peso........................................................................................................................ 132Deambulação......................................................................................................................... 132Banho..................................................................................................................................... 133Promoção da saúde da criança em futura gravidez............................................................... 133Sexualidade............................................................................................................................ 133Adaptação a um novo membro da família............................................................................. 136Mecanismos de coping.......................................................................................................... 137Objectivos.............................................................................................................................. 138

O planeamento................................................................................................................... 138Encaminhamento para as consultas de planeamento familiar.............................................. 138Actividades a desenvolver nas consultas de planeamento familiar....................................... 139Atendimento de enfermagem............................................................................................... 139Entrevista............................................................................................................................... 140Citologia cervical (teste de Papanicolaou)............................................................................. 140Método das temperaturas..................................................................................................... 144Método do calendário........................................................................................................... 145Método do muco cervical...................................................................................................... 146Coito interrompido................................................................................................................ 147Contracepção oral.................................................................................................................. 148Contracepção injectável......................................................................................................... 153Implantes de progestagénio.................................................................................................. 154Adesivo.................................................................................................................................. 155Anel vaginal............................................................................................................................ 155

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Atendimento centrado na Família

OPTIMIZAR CENTRADO NA FAMÍLIA

Respeita: Diversidade nas estruturas familiares

Valores culturais / tradições

Tomada de decisão

Capacidades

Necessidades

Características hospitalares: Preparação pré-parto

Presença do pai

Instalações caseiras

Visitas sem horário

Programas de alta precoce

www.pregnancyguideonline.com

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Embriogénese

Período pré-embrionário

Clivagem Mórula chega ao útero (3-4dias) Blastocisto inicia implantação (6-7dias) Saco vitelino Trofoblasto completa implantação Produção de HCG

2 Células feto Líquido amniótico Membranas (saco das águas) – córion e âmnio Placenta

Placenta

Forma-se células trofoblásticas decídua basal

Funções metabólica transporte endócrina (produz hormonas – primeira a ser produzida é a HCG e depois por volta da 12ª semana a progesterona e o estrogénio)

Líquido amniótico

Claro Ligeiramente alcalino

Nota: Aumenta de volume no decorrer da gravidez. Se se apresentar esverdeado no parto é porque o bebé passou por momentos de sofrimento e defecou in útero.

Funções manutenção da temperatura e pressão, protecção de agressões, livre movimentação

Origem sangue materno, rins fetais

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Desenvolvimento embrionário

5 semanas (I.G.) – 3 semanas após concepção

Ectoderme:

Sistema nervoso Cérebro Medula espinal Pele Cabelo

Mesoderme

Coração: sistema circulatório Ossos Dentes Músculos

Endoderme

Epitélio das vias respiratórias Tubo digestivo e órgãos anexos (fígado, pâncreas, baço)

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Competências do bebé in útero

Mitos

-Os bebés não sentem

-Cérebro imaturo em linha de montagem

-Os bebés não pensam

-Sem noção do eu

-Não necessitam das mães

-O mito da idade

(Chamberlain, 2003)

O que se passa na mente de um bebé é muito mais profundo e de maior qualidade do que o

fariam prever a sua idade cronológica ou o estado físico do seu cérebro.

• Onde começa a vida?

• Onde começamos nós?

• O que somos?

Chave da comunicação in útero:

Sabedoria e/ou conhecimento

-Interacção com o bebé: DESDE SEMPRE!

(inclui o antes o durante e o depois)

-Bebés vivem na mãe não numa fortaleza

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Desenvolvimento do bebé:

200 Milhões de espermatozóides abraçam o óvulo e um é escolhido

- Após 3 semanas:

Cabeça, cauda e L.A.

- Após 5 semanas:

Despontam braços e pernas, coração bate

- 7 Semanas

São visíveis:

Face, olhos, nariz, lábios, e língua

Primeiros sinais de dentes e ossos

Beta-endorfinas estão presentes

- 8 Semanas

Sensibilidade táctil estabelecida

Cavidades e válvulas do coração completas

Dedos e mãos bem definidos

Inicia-se movimento dos músculos

EEG

Papilas gustativas

10 Semanas

Todas as estruturas básicas

Área genital responde ao toque

11 Semanas

Palmas das mãos braços e pernas respondem ao toque

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12 Semanas

Pés respondem ao toque

Esqueleto definido

Olhos e orelhas na posição

Aparelho respiratório pronto

Deglute

Pituitária produz endorfinas como no adulto

Tronco cerebral desenvolvido

14 Semanas

Olhares com emoção

14-20 Semanas (30cm - 500gr)

Olhares com emoção

Paladar(15s) e audição(18s)

Ritmo respiratório responde à ingestão de drogas (nicotina cafeína álcool e outras)

17 S todo o corpo responde ao toque

Soluços

Nariz completo(15s)

Mãe pode sentir partes do corpo do bebé

Chucha no polegar

20 S -Evidência de memória

17 S – Reagem à amniocentese

6º Mês

Choro audível (ligação inteligência/cérebro)

26 Semanas

Tem erecções

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30 Semanas

Sonha 100% do tempo que dorme

8º MÊS

Desenvolve-se camada de gordura

Notam-se os pontapés

Placenta produz gama globulinas

Apresenta ritmos de sono e vigília claramente demarcados e choro intencional

Maior sincronia entre hemisférios

Evidências do sorriso

9º MÊS

Casa apertada

Fortalecido por anti-corpos

Consciência da coerência entre lábios e som

Percebem formas e padrões

Sincronia de movimentos com discurso

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Noções gerais / Linguagem técnica

DUM Data da ultima menstruação

DPP Data provável do parto

AFU Altura do fundo do útero

ABCF Auscultação dos batimentos cardíacos fetais

A Aborto

Gesta Gestações

GE Gravidez ectópica

FV Filhos vivos

Para Partos

PT Parto termo

PPT Parto pré termo

Parto Termo 37 Semanas às 42 Semanas

Parto Pré Termo antes das 37 semanas completas

Parto pós termo depois das 42 semanas

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Classificação das grávidas:

As grávidas podem ser classificadas de acordo com o seu número de partos e por o número

de gestações

Número de partos (paridade):

Nulíparas (0 partos) – Para 0

Primíparas (1 parto) – Para 1

Multíparas (≥2 partos) – Para ≥ 2

Número de partos> 5 = grandemultípara

Número de gestações:

Nuligesta (0 gestações) – G0

Primigesta (1 gestação) – G1

Multigesta (≥2 gestações) – ≥ G2

Exemplo 1:

Gesta II Para I

Neste caso temos uma senhora que teve duas vezes

grávida, no entanto apenas teve um parto.

Exemplo 2:

Estamos perante uma: GESTA III PARA II, ao observarmos o

quadro podemos constatar que a senhora apenas teve 2 partos

no entanto tem 3 filhos, o que nos leva a concluir que uma das

gravidezes foi de gémeos.

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Gesta Gestações

Para Partos

A Aborto

GE Gravidez ectópica

FV Filhos vivos

PT Parto termo

PPT Parto pré termo

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Exemplo 3:

PT PPT A FV Resultado Designação

1 3 Trigémeos GI PI

2 1 2 Falecimento de 1 dos filhos GIII PIII

0 0 1 1 Impossível

1 1 1 3 1 Das gestações foi gémeos GIII PII

Como calcular…

Data provável do parto

Utilizamos a regra de Negalle

Data Provável do parto* = 1º Dia da ultima menstruação + 7 dias + 9 meses

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A idade gestacional

Imaginemos que hoje (dia da consulta) estamos a 14 Março de 2008 e a DUM foi a 25 de

Janeiro de 2008.

1º Soma-se da DUM até ao dia de hoje:

(6 dias – até ao final de Janeiro) + (29 dias de Fevereiro) + (14 dias até a actualidade) = 49

2º divide-se por 7:

Neste caso o resultado será 7 semanas certas

Outro exemplo…

1º dia da última menstruação (D.U.M.) = 26/06/2004

Somam-se os dias todos até hoje (17/09/2004)

4 (resto dos dias do mês de Junho)+31(Julho)+31(Agosto)+17(Setembro)=83 dias

83 7

13 11S

6d

S – semanas

d – dias

Esta grávida tem uma gestação de 11S e 6d.

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Consulta de vigilância Pré - Natal

Este tipo de vigilância é um componente essencial da medicina preventiva. A sua instituição

resultou numa baixa dramática e contínua das morbilidades e mortalidades materna e fetal.

Este termo é utilizado para designar os cuidados regulares e apropriados dispensados às

grávidas antes do trabalho de parto.

A gravidez é um estado fisiológico normal e o objectivo desta vigilância é prevenir desvios

em relação ao normal, detectar esses desvios e corrigi-los quando eles ocorrem

proporcionando um desfecho óptimo da gestação em termos de mãe e de filho.

A paciente deve ser vista logo no início da gravidez, quando suspeita que esta grávida,

geralmente duas semanas depois da primeira falta menstrual. Nessa ocasião, considerando um

ciclo menstrual de 28 dias, passaram 4 semanas desde a fecundação e, por convenção, fala-se

em gravidez de 6 semanas (contando desde o primeiro dia do ultimo período menstrual). A

gravidez é, então, detectável clinicamente.

Para despistar qualquer situação patológica, efectuam-se uma história completa e um

exame objectivo incluindo determinação do peso e da pressão arterial. Na história, dá-se

atenção especial às gestações anteriores e respectivo desfecho. São pesquisados os sintomas

de gravidez. A grávida é interrogada acerca de tabagismo, ingestão alcoólica e de outras

substâncias (nomeadamente fármacos) potencialmente prejudiciais para o feto.

E feita uma observação ginecológica em que se confirma a existência de uma gestação intra-

uterina de dimensões correspondentes ao tempo de gravidez e se avalia a arquitectura pélvica.

São requisitadas análises de urina e sangue. Alguns autores defendem a inclusão nas rotinas

de um teste de tolerância à glucose ao fim de 1h, para exclusão da diabetes gravítica.

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Princípios:

• Cada mulher é única

• Cada gravidez é única

• Cada família é única

• Atenção ás dimensões da pessoa: emocional, física, social,

espiritual, energética

• O equilíbrio é dinâmico

• A compreensão é essencial

• ESTEJA PRESENTE E ESCUTE !!!!! (é importante que a

pessoa sinta que estamos ali para ela)

A Consulta é:

Um espaço seguro

Um ambiente tranquilo

Um local com privacidade

Onde:

Se confia

Se fala sem medos

Se exprimem emoções

Objectivos:

• Avaliar o bem-estar materno e fetal

• Promover o bem-estar materno e fetal

• Detectar precocemente factores de risco

• Promover a educação para a saúde

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Etapas do processo de enfermagem

• AVALIAÇÃO

• FORMULAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS

• PLANEAMENTO

• IMPLEMENTAÇÃO

• AVALIAÇÃO

1ª Consulta

AVALIAÇÃO INICIAL (DGS)

• Alimentação e saúde

• História Clínica

• Exame ginecológico/palpação mamária

• Informação alimentar e de saúde

• 1os movimentos fetais

• Pedido de exames laboratoriais

• Início de preenchimento do BSG

Alimentação e Saúde

Quais são os seus hábitos alimentares? (…)

Sente-se bem? Tem alguma doença? (…)

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Historia Clínica

Nota: A mulher (de preferência) só deve engravidar 2 meses depois de deixar a pílula.

Existem mulheres que durante a gravidez tem perdas (pequenas) no dia correspondente ao

dia da menstruação.

• IDADE

• ESTADO

• ESCOLARIDADE

• PROFISSÃO

• HISTÓRIA MENSTRUAL E CONTRACEPÇÃO

• PARIDADE

• COMPLICAÇÕES DURANTE A GRAVIDEZ

• HISTÓRIA PREGRESSA

• HISTÓRIA FAMILIAR

- Patologias, doenças hereditárias? cancros? Doenças cardíacas? Genograma.

• GRAVIDEZ ACTUAL (DUM, DPP, IG, desconfortos, SM, hábitos, gostos)

– EXAME FÍSICO (altura, peso, TA, ACT, MI, exame ginecológico, exame da mama,

AFU, 1os movimentos, ABCF, avaliação do risco)

– EXAMES LABORATORIAIS DE ROTINA

• Grupo de sangue e factor Rh (coombs indirecto)

• Hemoglobina e hematócrito

• Glicémia em jejum – Toxoplasmose e rubéola

• Ácido úrico e creatinémia – Urocultura

• VDRL HIV

– VACINAS

– ECOGRAFIAS

– ESTADO EMOCIONAL e APOIOS

– Como se sente emocionalmente?

– Como está a reagir o companheiro?

– …E a restante família e amigos?

– Que apoios tem?

– Como é no trabalho?

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Consultas seguintes

• AVALIAÇÃO DO ESTADO FÍSICO:

-TA, AFU*, IG, ABCF

-Peso e Variações -Mov. Fetais -Edemas

- Proteinúria – glicosúria-Cetonúria

- Repetição dos exames laboratoriais

(Hemoglobina, Hematócrito, Glicémia em jejum,

Ácido úrico e creatinémia, Urocultura)

- Desconfortos

• AVALIAÇÃO EMOCIONAL

• AVALIAÇÃO FAMILIAR

• AVALIAÇÃO SOCIAL

18-22 Semanas

• Confirmação da idade gestacional

• Auscultação dos batimentos cardio fetais

• Registo dos primeiros movimentos

• Avaliação dos exames pedidos

• Eventual suporte vitamínico

• Temas a abordar

* A AFU só se mede a partir da 12ª semana, pois só nesta altura é que o útero sai da

pequena bacia deslocando-se para a cavidade pélvica.

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Enfermagem em Saúde MaternaProfessoras Antonieta Medeiros e Lurdes Rodeia

28-32 Semanas

• Continuação da vigilância do bem estar materno-fetal

• Evolução da TA, AU. Peso, movimentos fetais

• Repetição das rotinas laboratoriais

• Temas a abordar

36-40 Semanas

• Avaliação das condições para o parto

• Contracepção/Revisão do puerpério

• Temas a abordar

Nos casos em que se considere adequado, são efectuados testes específicos. Por exemplo,

doentes de raça negra devem ser submetidas a pesquisa de traço drepanocitário e grávidas

judias devem fazer despiste de doença de Tay-Sachs. Toda a grávida com 35 anos ou mais deve

ser aconselhada a efectuar amniocentese para despiste de sindroma de Down.

Testes laboratoriais especiais na vigilância pré-natal

• Tay Sachs (ambos os progenitores)

• Drepanocitose

• Amniocentese

• Às 16 semanas para o sindroma de Down e/ou outros defeitos genéticos

• Quando necessário por isoimunização Rh

• No termo para «foam test», quociente lecitina-esfingomielina (L/S na

literatura anglo-saxónica)

• Ecografia

• Prova de tolerância à glucose oral ao longo de 3 ou 5 horas

• Teste de tuberculina

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A paciente é sossegada quanto a normalidade da sua gravidez e esclarecida sobre a data

provável do parto. É aconselhada acerca do repouso apropriado e da necessidade de manter

uma alimentação rica em proteínas, equilibrada e tendo em conta as necessidades calóricas

aumentadas na gravidez. Com alimentação adequada, os únicos suplementos necessários na

gravidez normal são ferro e ácido fólico, ambos podendo ser fornecidos através de

comprimidos de preparados vulgares de polivitaminas pré-natais, numa toma diária. O

exercício não excessivo é importante para a gravidez. Ambos os progenitores em perspectiva

são aconselhados a participar em aulas sobre o parto e desenvolvimento infantil, que existem

um pouco por toda a parte.

As consultas pré-natais seguintes são a intervalos de aproximadamente 4 semanas até às 28

semanas, de 3 em 3 semanas até às 32 semanas, quinzenais até às 36 semanas e semanais dali

até ao parto. Em cada consulta, a grávida é interrogada sobre novos sintomas, especialmente

edemas dos pés ou das mãos, alterações de visão ou cefaleias; todos eles podem estar

relacionados com o desenvolvimento de situações hipertensivas da gravidez. É-lhe perguntada

a data em que sentiu, pela primeira vez, movimentos fetais. O exame objectivo presta especial

atenção ao feto em crescimento. Mede-se a altura uterina no abdómen materno. Ausculta-se o

foco cardíaco fetal e avalia-se a apresentação fetal. Registam-se a pressão arterial e o peso

materno, bem como o resultado do despiste de glicosuria e albuminúria.

Às 16 semanas de gravidez, colhe-se sangue materno para alfafetoproteína para exclusão de

defeito aberto do sistema cérebro-espinhal do feto.

Às 32 semanas repetem-se o hemograma completo e o grupo sanguíneo com pesquisa de

anticorpos.

Às 36 semanas de gravidez ou depois, se necessário, podem efectuar-se toques vaginais para

avaliar mais cuidadosamente a bacia óssea, a apresentação fetal e o encravamento, o apaga-

mento e a dilatação cervicais.

Onde se faz a consulta?

Centros de saúde

Consultórios privados

A quem se faz?

A todas as famílias que estão grávidas.

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Enfermagem em Saúde MaternaProfessoras Antonieta Medeiros e Lurdes Rodeia

Gravidez / Gestação

Quanto dura uma gravidez?

40 Semanas ou

9 Meses solares ou

10 Meses lunares ou

280 Dias

Designação do parto

<22 Semanas = aborto

22 – 37 Semanas = parto pré-termo

37 – 42 Semanas = parto termo

> 42 Semanas = pós-termo

Teste de gravidez

Detecta presença de HCG (manutenção do corpo amarelo para dar continuidade à gravidez)

no sangue ou na primeira urina da manhã. (Só dá positivo +/- semanas)

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NOTAS:

A gravidez não deve ser levada como um sacrifício (sacrificar é muito diferente de amar)

Normalmente os joanetes estão associados a fazer algo com sacrifício/esforço

Nota: se não queremos “mentirosas” não devemos de julgar quem quer que seja, devemos

de dar abertura para que a pessoa se sinta à vontade para falar abertamente connosco.

Devemos, sempre que necessário, colher informações junto dos profissionais da equipa

(nutricionista, psicólogo, etc.)

Ver membros inferiores da mãe, para ver se tem varizes.

Evitar expressões como “terá que…” pois este tipo de expressões são muito impositivas,

devemos substituir por:

“Aconselho a que, porque tem esta e esta vantagem…”

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Amolecimento do istmo e do colo

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Sinais de gravidez

Presuntivos (sentidos pela mulher)

Amenorreia (ausência de período)

Fadiga / sonolência

Alterações mamárias

Náuseas matinais

Polaquiúria

Primeiros movimentos fetais

Probabilidade (sinais observados pelo técnico de saúde)

Sinal de Heger (istmo)

Sinal de Goodell (colo)

Sinal de Rebote (ballottement)

Teste de gravidez

Sinal de Chadwick (alteração da cor da vagina uma vez que a vascularização desta aumenta)

Certeza

Ecografia

Auscultação dos batimentos fetais

Visualização de movimentos fetais

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Qualquer um destes

sintomas pode ocorrer por

outros motivos

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Caso:

Uma senhora entra na consulta e diz que os seus sintomas são

aumento das mamas, náuseas pela manhã, enjoos, … e pensa estar

grávida. O que se faz primeiro?

Os sintomas levar-nos-iam a fazer logo o teste de gravidez. Mas não

é isso que se faz primeiro, mas sim interrogar a grávida. Os tipos de

perguntas a fazer são:

• Se toma contraceptivos

• Quais

• Se parou de tomar para engravidar

• Se os sintomas ocorreram mais vezes

• Como é a actividade sexual

• Como se sente

• Se aquela situação causa alterações na sua vida

• …

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Adaptações à gravidez

Útero

Crescimento (devido ao aumento dos Estrogénios / progesterona)

1. Aumenta a vascularização

2. Hiperplasia (aumento do número de vasos)

3. Hipertrofia (aumento do calibre dos vasos)

4. Desenvolvimento da decídua (endométrio durante a gravidez)

Altura do fundo do útero (AFU) ≈ tempo de amenorreia

Aumenta a contractibilidade

Istmo amolecido (sinal de Heger)

Hipertrofia dos ligamentos redondos

Parâmetros Não grávida 2º Trimestre Grávida 40 semanas

Comprimento 6.5cm 32cm

Largura 4cm 24cm

Espessura 1.5cm 2.5cm 5-10mm

Peso 60-70gr 1100-1200gr

Volume < 10ml 1000 a 5000ml

Forma pêra invertida esférica ovóide

Consistência dura macia macia

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Colo uterino

Mais amolecido e friável

Muco tipo gel (rolhão mucoso) em alguns dos casos poderá deitar um porco de sangue

Vagina

Vascularização aumentada

Cor azul violeta

Secreção (leucorreia) menos ácida, mais abundante e esbranquiçada (se for esverdeada,

com cheiro fétido ou sanguinolenta pode ser sinais de risco)

Podem surgir varizes vulvares (caso estas se tornem demasiado grandes o parto deverá

ser de cesariana)

Hipertrofia muscular (que torna, fisicamente, mais propicia ao prazer)

Mucosa mais espessa

Mamas

Mais sensíveis

Mais túrgidas (rijidas)

Mais dolorosas (ao toque)

Mais pesadas

Mamilos e aréolas mais pigmentadas

Maior vascularização

Tubérculo de Montgomery

1ª Metade da gravidez:

Proliferação do tecido glandular

Diferenciação das células alveolares

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2ª Metade da gravidez:

Secreção do colostro para os ductos (canais que trazem o leite dos alvéolos até aos mamilos)

Sistema cardiovascular

Pulso

Aumenta entre 14-20s; 10 a 15p/min

TA

Medição e registo com rigor

1ª Metade diminui 5-10mmHg

TA final (factores emocionais)

Nota:

É de evitar a subida de tensão na gravidez. Esta influencia o funcionamento da placenta e a

sua subida pode fazer com que esta não funcione correctamente e não leve ao feto tudo o que

ele necessita.

O normal da TA num adulto é 90mmHg – 140mmHg. Uma subida de tensão na gravidez >

20mmHg é considerado hipertensão.

Vasodilatação periférica → compensação

Pressão venosa

Está aumentada (nos músculos inferiores)

Relaxamento do músculo liso

Compressão do útero

Diminuição do fluxo de retorno

Edemas Varizes↑ Pressão capilar ↑ líquido extracelular

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Volume

Aumenta 1500cc (diluição do sangue – hemodiluição)

1000cc plasma

450cc eritrócitos

Anemia fisiológica:

Hemoglobina

Diminuição máxima 2º trimestre

Hematócrito

Débito cardíaco aumentado (30% a 40%)

Coagulação tendência

Posição do coração rotação para a frente e para a esquerda

Nota: a posição do coração ajusta-se ao volume do útero, mudando mesmo antes do útero

aumentar o seu tamanho.

Síndrome da veia cava

Decúbito dorsal + compressão da veia cava e aorta (hipotensão) (com o peso da barriga a

veia pode ser parcialmente ou totalmente obstruída) o que provoca…

Sintomas:

Palidez tonturas taquicardia sudorese náuseas astenia

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↓ Débito Cardíaco (DC)↓ TA↓ DC fetal

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Hipotensão postural

Levante (muito rápido) acumulação de sangue nos membros inferiores

↓ Retorno venoso↓ DC↓ TA sistémica

A mãe deve sentar-se primeiro de seguida mexer as pernas e só após breves momentos se

levantar.

Estes sintomas levam a que a pessoa caia devido a se ter levantado muito depressa.

Sistema gastrointestinal

↑ Apetite ou ↓ apetite

↑ Absorção de nutrientes

Deslocação do cólon (desloca-se para o lado e para trás)

↑ Da actividade peristáltica

Progesterona Obstipação

↑ Absorção de água pelo cólon

↑ Fluxo sanguíneo pélvico

↑ Pressão venosa hemorróidas

Gengivas – hiperémia / edema

Ptialismo (↑ da quantidade de saliva)

↓ Do HCl estrogéneos (não impede que a pessoa tenha azia)

↓ Do tempo de esvaziamento gástrico

Progesterona

Pirose

Refluxo gastro-esofágico

↑ Da absorção de Fe

↑ Pressão pélvica peso abdominal

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Azul = devido a…

Vermelho = desconfortos

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Sistema Respiratório

↑ Necessidade de O2

↑ Diâmetro do tórax

↑ Da vascularização das vias aéreas superiores

Epistáxis (sangramento nasal)

Alteração da voz

↑ Do volume corrente

Profundidade

Frequência respiratória (>2 ciclos / min)

Hiperventilação (induzida pela acção da progesterona)

↑ Da sensibilidade do centro respiratório ao CO2

↓ Do limiar para o CO2

Respiração menos abdominal (porque o abdómen é preenchido pelo aumento do útero)

Sistema renal

As alterações resultam de acção da progesterona e estrogéneo, pressão do útero e aumento

do volume de sangue.

Dilatação dos ureteres (curvas) e pélvis renal

↑ Estase de urina

Polaquiúria (o útero empurra a bexiga em direcção à pélvis tornando-a mais pequena dando

à grávida vontade de urinar mais vezes)

Nictúria

Bexiga sai da cavidade pélvica

↓ Do tónus da bexiga

↑ Da taxa de filtração glomerular (50%)

↑ Do fluxo plasmático (35% - 50%)

Reabsorção renal selectiva

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Maior perda de sódio

Maior reabsorção tubular

Maior capacidade de eliminar água no início da gravidez (edemas)

Glicosúria ligeira pode ocorrer (mas ter sempre ATENÇÃO)

Proteinúria – patológico (albumina não é normal)

Pré-eclâmpsia: hipertensão + edemas + proteinúria

Gera alterações placentárias

Eclâmpsia: convulsões + cefaleias + hipertensão + edemas + proteinúria

Mais grave do que a pré-eclâmpsia

Sistema hormonal

Gonadotrofina coriónica (HCG)

Funções: manutenção do corpo amarelo

Produção de estrogéneos e progesterona

Lactogéneo placentar (somatotropina coriónica)

Funções:

Assegura suprimento de nutrientes (não permite que a mãe esgote os nutrientes por forma

a que estes cheguem ao bebé)

Crescimento mamário

Alterações acromegalóides (acromegália = patologia) (altera a fisiologia da gravidez)

34

Produz

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Progesterona

Funções:

Relaxamento do músculo liso

Desenvolvimento alveolar

Crescimento mamário

↑ Tº basal (mulheres grávidas têm manos frio)

↑ Da excreção de sódio

↓ Limiar do centro respiratório para o CO2 (aumento da frequência na hiperventilação

tornando-a mais sensível)

Estrogénio

Funções:

Crescimento do endométrio (decidua na gravidez)

Estímulo actividade endometrial

Alterações do tecido conjuntivo

Rubor e eritema na pele

↑ Sensibilidade do centro respiratório

Tiróide

Funções:

↑ Do metabolismo basal

↑ Tº corporal

Supra-renais

Funções:

↑ Adrenocortisol (estrias)

↑ Cortisol (↓ reacções inflamatórias)

↑ Aldosterona (↑ filtração glomerular)

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Prostaglandinas

Função:

Aumento da contractibilidade do músculo uterino

Prolactina hipofisiária (hormona da adaptação)

Função:

↑ A partir da 8ª semana

Inibida pela progesterona (caso contrario a mulher produzia leite logo a partir do 2º

trimestre)

Estimulada pela sucção

Sistema Tegumentar

↑ Pigmentação (hormona melanotropina) (em algumas zonas)

Cloasma: linha negra (conhecido pelo senso comum como “pano”)

↑ Fragilidade dos tecidos elásticos

Prurido: estrias gravídicas

Corticóides hereditariedade

↑ Actividade vasomotora

Aranhas vasculares (derrames mt fininhos): eritema palmar

↑ Do crescimento das unhas

Pele / cabelo mais oleosa(o) ou mais limpa(o) e radiosa(o)

Hirsutismo (aumento dos pêlos)

Sistema músculo-esquelético

Alteração do centro de gravidade

↑ Da mobilidade das articulações pélvicas (esteróides)

Umbigo mais proeminente

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Notas:

O termo “terá que” é muito impositivo este deve de ser substituído por:

Eu aconselho (…) porque (…) e tem esta vantagem…

Nunca utilizar a expressão: “Não se preocupe”

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Desconfortos da gravidez

Estes desconfortos não são taxativos servem apenas como linhas orientadoras (forma de

organização.

1º Trimestre

• Náuseas e/ou vómitos

Motivo: HCG, Causas Emocionais.

Que fazer? : Correcção da Alimentação e evitar determinados Cheiros

Abordagem:

Quando começaram? E antes da gravidez?

Como são?

Quem que altura ocorrem?

O que come?

Preocupações? (o que a preocupa? Há algo que a preocupa?)

• Sonolência e/ou Fadiga

Motivo: Progesterona

Que fazer? : descanso, dormir

Abordagem:

Quando começaram?

Como é?

Em que altura ocorrem?

Como dorme?

Como está a sentir a gravidez?

Como passa o dia?

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• Dores mamárias

Motivo: Progesterona e estrogénios

Que fazer? : Suporte

Abordagem:

Quando começaram?

Como são?

Melhorou o soutien?

• Obstipação

Motivo: Progesterona, diminuição de motilidade (mobilidade/movimento)

Que fazer? : Correcção da Alimentação água/fibras, horário regular, exercício.

Abordagem:

Quando começaram?

Características das fezes?

E antes da gravidez?

• Flatulência

Motivo: Progesterona, diminuição de motilidade

Que fazer? : Mastigação Regular

Abordagem:

Que tipo de alimentos come?

Bebe bebidas gasosas?

Existe algum alimento em particular?

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• Polaquiúria

Motivo: Acção mecânica

Que fazer? : Controlar os líquidos

Abordagem:

Tem dores ao urinar?

Características da urina?

• Leucorreia (aumento do corrimento vaginal)

Motivo: Estrogénios, descamação

Que fazer? : Higiene, pensos diários vigiar sinais de alerta

Abordagem:

Como é o cheiro?

Qual é a cor?

• Aumento da transpiração

Motivo: aumento da temperatura basal, glândulas suduriparas

Que fazer? : Desodorizante, higiene, roupas, etc.

Abordagem:

Que tipo de roupas usa?

Usa desodorizante anti-transpirante

Que tipo de trabalho tem?

Aconselhar a usar roupa de fibras naturais?

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• Epistaxis e /ou obstrução nasal

Motivo: Estrogénios

Que fazer? : soro fisiológico

Abordagem:

Perceber quantas vezes ocorre

Em caso de obstrução – soro fisiológico

Terceiro trimestre

• Cansaço

Motivo: aumento do útero e aumento da necessidade de O2

Que fazer? : Repousar por períodos

Abordagem:

Exagerado não é norma! Perceber q tipo de actividades desenvolve quando se

sente cansada;

Como dorme?

Como se levanta depois de dormir?

• Insónias

Motivo: Proximidade do parto, ↑ Útero, Nictúria, Lombalgias

Que fazer? : Insónias, Esclarecimento, Elevar cabeceira da cama, Massagens, Apoio, Leituras

leves, Banho, ↓ Volume de líquidos (evita chás imediatamente antes de dormir)

Abordagem:

Como dorme?

O que faz antes de dormir?

O que come antes de se deitar?

Se o marido lhe faz massagens?

Se tem necessidade de apoio?

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• Poliquiúria e/ou Nicturia

Motivo: Pressão do útero, Reposição de líquidos

Que fazer? : evitar liquidos

Abordagem:

Que come antes de deitar?

Bebe líquidos imediatamente antes de deitar?

• Edemas

Motivo: ↑ Capacidade venosa, Compressão da veia cava, Dificuldade de retorno

Que fazer? : Elevar membros inferiores, Andar, Meias de descanso

Abordagem:

Que faz antes de dormir?

Tentar perceber se a pessoa tem posições correctas (tentar sempre levantar as

pernas)

Usa meias de descanso?

• Pirose (Azia)

Motivo: Progesterona, Compressão do útero

Que fazer? : Seleccionar alimentar, Refeições fraccionadas

Abordagem:

Existe algum alimento em especial?

Enche muito o estômago? E depois senta-se?

Há pessoas que tem e não há nada a fazer

NOTA: antiácidos só com prescrição médica

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• Pitialismo (saliva abundante)

Motivo:

Que fazer? : Pastilha elástica, amêndoas, etc

• Dor supra-púbica

Motivo:

Que fazer? : Cinta tubular, Exercícios fortalecimentos, Repouso

Abordagem:

Quando tem a dor?

Quando acorda tem essa dor? Ou é no final do dia?

Utiliza sinta? (eu aconselho a usar pq…)

• Lombalgias

Motivo: Aumento do útero, alterações de postura, tendência anterior

Que fazer? : Andar / Exercícios, Correcção postural

Abordagem:

Usa sinta (eu aconselho a usar pq…)

Que tipo de trabalho?

Massagem alivia?

• Cãibras

Motivo: Diminuição do cálcio (ou diminuição da absorção)

Que fazer? : Massagens, ↑ Ingestão de cálcio, Estiramentos musculares, Saco de água

quente

Abordagem:

Se costuma nadar fora de pé? (não deve de fazer quando se está grávida)

Costuma fazer massagens?

Que tipo de alimentos come? (ver se são ricos em cálcio)

• Varicosidades

(ver edemas)

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• Aumento da transpiração

Motivo: aumento da temperatura basal, glândulas suduriparas

Que fazer? : Desodorizante, higiene, roupas, etc.

Abordagem:

Que tipo de roupas usa?

Usa desodorizante anti-transpirante

Que tipo de trabalho tem?

Aconselhar a usar roupa de fibras naturais?

• Obstipação

Motivo: Progesterona, diminuição de motilidade (mobilidade/movimento)

Que fazer? : Correcção da Alimentação água/fibras, horário regular, exercício.

Abordagem:

Quando começaram?

Características das fezes?

E antes da gravidez?

• Leucorreia

Motivo: Estrogénios, descamação

Que fazer? : Higiene, pensos diários vigiar sinais de alerta

Abordagem:

Como é o cheiro?

Qual é a cor?

• Purido e/ou pele seca

Motivo: Estiramento da pele, Estiramento do tecido conjuntivo

Que fazer? : Hidratação

Abordagem:

Costuma utilizar hidratante?

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Notas:

As varizes aparecem quando as veias não são capazes de realizar a sua função e vão

acumulando sangue.

Para evitar a nictúria:

Deitar-se meia hora antes de ir dormir para os líquidos entrarem em circulação

Não ingerir líquidos 2h antes da pessoa se ir deitar

A mulher deve de se sentir bem com ela própria e com o corpo que tem quendo engravida.

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Educação para a saúde

1º Trimestre

Roupa

Calçado

Banho

Hábitos

Alterações emocionais

Sexualidade

Alimentação

Peso

Exercício / repouso / mecânica corporal

Redes de suporte / recursos (segurança social, amigos, família)

Competências do feto

Medicação

Desejos

Todos estes itens são para ser geridos ao longo do 1º trimestre, o ideal seriam 3 consultas (4

em 4 semanas)

SEMPRE PERGUNTAR – “O que sente” “O que Faz”

A chave é sempre perguntar. A grávida é a protagonista da consulta.

AS CONSULTAS DE ENFERMAGEM DEVEM DE INCIDIR NO QUE É BOM E NO QUE A

GRÁVIDA GOSTA DE FAZR E NÃO NOS RISCOS. O OBJECTIVO ESTÁ LONGE DE SER O DE

CUPABILIZAR A GRÁVIDA DO QUER QUE SEJA.

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Roupa e calçado

Possíveis questões:

Que tipo de roupa usa?

Sente-se confortável com a roupa que usa?

Que tipo de roupa gosta de usar? Que cores gosta de usar?

Que tipo de material de roupa usa?

Tem alergia a algum tipo de material?

Gosta mais de roupa larga ou mais para o justo?

Nota: O uso de roupa apertada da cintura para baixo AUMENTA a

probabilidade do aparecimento de varizes e edemas.

(fibras naturais porque há excessiva formação de suor)

Que tipo de calçado usa?

Quantas horas em média passa de pé por dia?

Usa saltos? Se sim:

- Como se sente de saltos?

- E de sapatos rasos? Como se sente?

Nota: No que diz respeito ao calçado é muito importante que este

tenha uma boa base de sustentação. Com o passar da gravidez a barriga vai aumentando o

que provoca um avanço do centro de gravidade avança, como tal é importante para a

grávida que esta tenha uma boa base de sustentação. O uso de sapatos altos provoca uma

diminuição desta mesma base AUMENTANDO assim a probabilidade de DESIQUILIBRIO.

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Banho/Higiene

É importante que a nossa crença de “hábito de higiene correcto” não interfira na conversa.

Existes factores que tem de ser ponderados, nível económico, padrões sociais, etc.

“Deve-se tentar compreender a higiene da pessoa e não tentá-la mudar bruscamente, isso

pode ofender a mulher”

Possíveis questões:

Quais os seus hábitos de higiene?

Nota: em casos extremos antes de abordar a higiene, devemos ver as condições em que vive

a mãe.

Onde vive? Que tipo de casa tem? Casa/barraca/tenda/Roulote, etc

Quantas divisões tem a casa?

Como são as paredes? Húmidas?

Tem água canalizada em casa? Quente?

Se NÃO – como faz para obter água? Quanto anda para obter água

Quando é que toma banho?

Onde é que toma banho?

Como prefere o banho?

Duche ou imersão? Ver “Nota1”

Água quente ou fria? Ver “Nota2”

Utiliza anticéptico? Tem infecções frequentes? Ver “Nota3”

Nota1: Pode-se tomar banho as vezes que se entender até mesmo o de imersão durante

toda a gravidez sem contra-indicação, este é óptimo para relaxar a grávida e a prevenir insónias

Nota2: Para a mãe a temperatura da água não é importante.

Nota3: O uso de anticéptico não deve de ser utilizado diariamente, excepto que a grávida

tenha infecções frequentes. O anticéptico para alem de destruir os microrganismos

patogénicos, este também destrói parte da flora residente, que é necessária à mulher podendo

mesmo até gretar a vagina. Caso esteja a ser utilizado desnecessariamente deve-se começar a

diluir em água para posteriormente deixar de se utilizar.

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Hábitos

Possíveis questões:

Quais são os seus passatempos?

Que gosta de fazer? Ler? Musica?

Como se sente quando o faz?

Tem alguma dúvida em relação aos seus hábitos?

Fuma? Bebe bebidas alcoólicas? Café? Consome drogas?

SE SIM – tentar perceber primeiramente o que pode estar por traz:

Em que ocasiões “fuma”?

Quantos “cigarros fuma” por dia?

Como se sente depois de “fumar”?

Já alguma vez pensou deixar de “fumar”? SE SIM – como se sentiu?

Conhece os malefícios do “tabaco”?

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Alterações emocionais

Possíveis questões:

Como encarou a sua gravidez?

E neste momento? Como esta a encarar esta gravidez? E as suas alterações corporais?

Sente-se diferente desde que engravidou?

Tem alterações emocionais frequentes?

Está a tomar algum tipo de medicação?

Se SIM – com se sente depois de tomar a medicação? Quem prescreveu?

Está sujeita a muito stress? O que faz quando está muito stressada?

A sua família… sente-se apoiada? Quem é o seu principal apoio?

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Sexualidade

Possíveis questões:

Hábitos sexuais antes da gravidez? (Regularidade)?

E após estar grávida houve alguma alteração?

Como está o casal a encarar as mudanças corporais?

Que pensa acerca da sexualidade durante a gravidez?

- E o seu marido?

- Caso o marido não esteja presente -» o que pensa em relação ao que o

seu marido pensa?

Nota 1: Á mulheres que simplesmente não tem identidade sexual, a sua sexualidade está

centrada apenas no que o marido e no que o marido quer e que este deseja.

Nota 2: A sexualidade não é contra-indicada durante a gravidez, pelo contrário se é algo

que dá prazer à mãe, o bebé também terá a percepção da sexualidade como algo agradável.

Apenas será contra-indicada em caso de hemorragia ou dor pélvica. Caso a mãe se sinta

usada e assim não deseje ou tenha dor é desaconselhada, pois será essa percepção que passará

para o bebé.

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Alimentação e Peso:

Possíveis questões:

O que costuma comer?

Quantas refeições faz por dia? A que horas?

O que gosta mais de comer?

Tem alergia a algum tipo de alimentos?

Sofreu de algum distúrbio alimentar?

Conhece a roda dos alimentos? Sabe utilizar?

Como come? Lentamente? Mais apressadamente?

Quanto pesava antes da gravidez?

E agora quanto pesa? Ver “Nota1”

Nota 1: caso a senhora tenha engordado ou perdido muito peso devemos tentar perceber o

que está por de traz dessa perda/ganho de peso. O nosso foco deve de estar na alimentação

equilibrada e nunca do peso, este já é algo temido pela mulher, devemos desviar a sua atenção

dai, abordado o assunto de outra forma.

Nota 2: Comer devagar (doces e outros alimentos), saborear os alimentos ajuda a comer menos

Nota 3: Em caso de desejo de doces devemos tentar substituir esses doces por frutas doces.

Nota 4: por de traz dos doces pode estar uma carência afectiva, ex.: falta de carinho

ATENÇÃO! NÃO É ALTURA PARA DIETAS

A alimentação deve de ser ajustada e equilibrada.

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Exercício físico / Repouso / mecânica corporal

Possíveis questões:

Exercício físico

Pratica algum desporto?

Como se sente quando o pratica?

Sente alterações quando o pratica?

Tem alguma dúvida acerca da prática de desporto durante a gravidez?

Caso não pratique?

Existe algum exercício que gostaria/lhe daria gozo de praticar durante a gravidez?

Se SIM – em “Beja” tem onde praticar? Sabe onde pode praticar?

Nota: Um exercício muito violento não é indicado para a senhora. A senhora não se

deve de cansar. O bebé necessita de muito oxigénio e de circulação sanguínea.

Repouso

Quantas horas dorme por dia?

Como é o seu sono? Costuma acordar durante a noite?

Como se sente quando acorda?

Costuma dormir durante dia?

Come alguma coisa antes de se deitar?

Acorda cansada? Sente esse cansaço ao longo do dia?

Mecânica corporal

Qual a sua profissão?

Costuma fazer trabalhos pesados?

Como faz para levantar pesos? “Imagine que vai apanhar um alguidar de

roupa/garrafões, como o faria?”

Tem algumas tarefas domésticas que exigem mais esforço?

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Redes de suporte/recursos

Possíveis questões:

Está empregada?

Qual é a sua situação contratual?

O pai trabalha?

Já foi à segurança social e se informou dos seus direitos?

Tem alguém que a ajude na família?

Quem é o seu principal apoio?

Quantos filhos tem? Quantos quartos tem em casa?

Nota: o enfermeiro tem a obrigação de se informar junto da segurança social dos direitos

das grávidas para poder passar essa informação à grávida bem como das redes de apoio

informativas (SOS grávida/SOS amamentação, etc.)

Em casos de mães solteiras ou vítimas de abusos existem várias instituições de apoio para

estas mulheres.

Competências do feto

Possíveis questões

Já alguma vez ouviu falar ou falou com amigas acerca das competências do feto?

Já leu alguma coisa acerca disso?

Costuma interagir com o feto?

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Medicação

Possíveis questões:

Toma alguma medicação?

Se SIM

- O quê?

- Quem prescreveu?

- Como se sente quando toma a medicação?

Desejos

Possíveis questões:

Tem?

Se SIM

- Quais?

- Desde Quando?

- Que importância atribui a esses desejos?

- Qual Comportamento do pai face a esses desejos?

Nota: caso o desejo seja perigoso devemos tentar perceber o que está por de traz dele e tentar

reduzir e se possível retirar

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Notas:

A grávida não pode tomar aspirinas.

Pode tomar paracetamol mas não mais de dois dias consecutivos.

Sinais de alerta:

Sangramento

Hipertermia

Dores (no baixo ventre, intensa de cabeça)

Cansaço fácil (ex.: da cozinha para a sala)

Sinais de infecção (vaginais, abcessos, todas as infecções tem de ser tratadas.)

Sinais de parto prematuro

Edemas!

Hipertensão!

Proteinuria (Albumina)

“Cefaleias intensas”

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Faz com que o bebé se sinta em sofrimento.

Cefaleia não faz parte, no entanto pode estar associada

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O que sentem os pais durante a gravidez?

Felicidade

Medo

Ansiedade

Infelicidade

Desespero

Realização

Curiosidade

Esperança

Sonhos

Alegria

Confusão

Ambivalência (é com este sentimento que começa a gravidez: os pais sentem alegria

mas também receio)

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Adaptação materna

Tarefas de desenvolvimento

1. Aceitação da gravidez

2. Identificação do papel de mãe

3. Reorganização das relações

4. Estabelecimento de relação da criança

5. Preparação para o parto

1. Aceitação da gravidez

Não-aceitação ≠ rejeição

Respostas emocionais

Instabilidade emocional

Abertura ao outro

Desejo de ajuda

Alteração da imagem corporal

Ambivalência

2. Identificação do papel de mãe

Início

Motivação

Procura

Rever o passado

Autonomia com a mãe

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3. Reorganização das relações (relação com o companheiro)

Necessidade de amor

Certeza de aceitação

Relações sexuais

Informação

4. Estabelecimento de relação da criança (mãe/filho)

Ligação anterior a gravidez (3 fases)

Fase 1 – (estou grávida)

Aceitar a gravidez como parte de si

Fase 2 – (vou ter um bebé)

Criança ser independente

Criança imaginária

Introspecção

Fase 3 – (vou ser mãe)

Individualidade da criança

5. Preparação para o parto

Primíparas

Multíparas

Ansiedade

Medo

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Adaptação paterna

Faz-se antes. May descreve 3 fases, tarefas de desenvolvimento

1. Tomada de conhecimento

(ela está grávida e eu sou o pai)

Aceitação psicológica

Mais lenta

2. Fase moratória

(vamos ter um bebé)

Ajuste à realidade da gravidez

Mais introspecção

3. Fase de concentração

(eu vou ser pai)

Envolvimento activo/partilha

Aceitação da gravidez

May define 3 áreas:

Segurança financeira

Estabilidade relacional

Terminus de período sem filhos

Respostas emocionais

May define 3 estilos:

Observador

Expressivo

Instrumental

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Identificação com o papel de pai

Passado unido

Apoios/suporte

Preparação

Relação do casal

Informação

Relação pai/filho

Intensidade/competência

Partilha

Bebé imaginário

Sexo

Antecipação do TP

Ansiedade

Minuciosidade

Medo

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Avós

(Situação de crise)

Elo vital na ligação das gerações

Transportam histórias da família

Sistemas de apoio e carinho

Preparação

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Irmãos

Crise

Reacções várias

Factores que interferem na resposta:

Idade

Atitude dos pais

Papel do pai

Tempo de separação da mãe

Política de visitas

Preparação anterior

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Evolução Da Saúde Materna

- “Para uma Maternidade segura” -

Obstetrícia

A obstetrícia define-se como o ramo da medicina que estuda o parto, os seus antecedentes e

as suas sequelas. A obstetrícia estuda sobretudo os fenómenos e o controle da gravidez, parto

e puerpério, tanto em circunstâncias normais como anormais

→ Obstetrix -» pessoa que dá apoio -» parteira

Parteira

“Mulher excepcional, tendo múltiplas capacidades, que tenha seguido estudos clássicos, seja

inteligente e possua boa memória. Estudiosa, honesta, compreensiva e paciente”

Platão

Relembrando…

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Estimates 2005 WHO, 2007

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OMS 2007

Mortalidade materna (2003)

→ Risco de morte na África subsariana -»1 / 16

→ No mundo industrializado -» 1 / 2800

→ Mortalidade Materna a nível mundial -»400 / 100 000

→ África e Ásia -» 95%

→ América Latina e Caraíbas -» 4%

→ Regiões mais desenvolvidas < 1%

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Caso da Dª X:

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O caminho para a morte VS O caminho para uma maternidade segura

Risco de morte da Dª X:

→ Cinco vezes superior à média do seu país;

→ Dez vezes superior ao de uma mulher numa posição socio-económica mais elevada no seu

País;

→ Cem vezes superior ao de uma mulher de um país desenvolvido.

OMS, 2005

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Orientações estratégicas 2010(Plano Nacional de Saúde 2004/2010)

→ Dar prioridade ao aumento de cobertura no período pré concepcional e no puerpério

Legislação sobre reprodução médica assistida

Aumentar o número de casais que efectua uma consulta médica no período pré

concepcional com o objectivo de preparar uma gravidez

Dar prioridade ao programa de diagnóstico pré natal de forma a alcançar um número

crescente de grávidas

Reforçar a promoção de comportamentos saudáveis durante a gravidez, sobretudo

dos que visam a diminuição de risco, nomeadamente quanto ao consumo de tabaco

e de álcool e à possibilidade de infecção por IST

→ Melhorar ainda mais os indicadores no período perinatal

Será reduzida a mortalidade por anóxia e hipoxia perinatal

Será erradicada a sífilis congénita

Será dado destaque ao aleitamento materno como um critério de qualidade dos

cuidados de saúde perinatais

Aumentar os esforços dirigidos às adolescentes e às minorias étnicas

Dar maior atenção ao diagnóstico e tratamento das infecções sexualmente

transmissíveis

Prestar maior atenção à promoção de saúde mental na gravidez e no primeiro ano

pós parto

Aumentar a taxa de cobertura das puérperas …de modo a atingirem-se valores

próximos de 100%

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Infertilidade

Incapacidade de um casal conceber, após 1 ano de relacionamento sexual activo sem

medidas contraceptivas.

Incapacidade de manter uma gravidez o tempo suficiente para que a criança nasça viva.

(exemplo: abortos de repetição).

Tipos de infertilidade

Primária

Se a mulher nunca esteve grávida ou o homem nunca engravidou uma mulher (exemplo:

incompatibilidade do muco cervical com o esperma)

Secundária

Se a mulher esteve grávida pelo menos 1 vez, mas não conseguiu engravidar novamente ou

manter uma gravidez.

A infertilidade pode se um factor de stress e pode afectar:

- Auto conceito (os casais vão achar-se diminuídos no seu papel)

- Relação conjugal

- Relação familiar e com os amigos

Causas da infertilidade

Masculina Feminina- Espermática

- Obstrução mecânica (ex.: os

espermatozóides são criados mas não

conseguem passar através dos tubos

seminiferos)

- Impotência

- Congénitas ( já nascem com a mulher)

- Tubáricas (obstrução das trompas)

- Hormonais (não têm ou não conseguem

manter uma gravidez)

- Uterinas (mal formações do útero [útero

bicórneo, septo, etc.])

- Cervicais (o colo uterino não se mantém

fechado para assegurar a gravidez)A infertilidade está cada vez a aumentar mais devido:

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- Ter filhos cada vez mais tarde- Álcool- Tabaco- Meio ambiente- Drogas

Investigação da Infertilidade

•Os parceiros estão os dois envolvidos•Historia completa

Duração da infertilidade Historia sexual detalhada Exposição a gentes tóxicos

•Exame físico geral Aparelho reprodutor Sistema endócrino

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Prestação de Cuidados Pré-Concepcionais

Consultar Anexo I – Circular normativa nº02/DSMIA DGS 2006

Objectivos da consulta Pré-Concepcionais:

Colocar uma pessoa doente no seu melhor de saúde possível para engravidar, para que a

doença não venha mais tarde complicar a gravidez. Ex.: diabetes, no caso da diabetes irá

tentar-se reduzir o nível destes por forma a que estes não afectem o bebé e para que estes não

sofram um agravamento.

Razões para a assistência Pré-Concepcional

- Estabelecer comportamentos de estilos de vida saudável

- Identificar e tratar factores de risco antes da concepção

- Conceber uma gravidez sem factores de risco desnecessários

- Preparar psicologicamente para a gravidez e para as responsabilidades que surgem com a

maternidade/paternidade

Prestação de cuidados pré-concepcionais

Determinar:

O risco genético através da historia reprodutiva, médica e familiar.

Os possíveis efeitos da gravidez sobre as condições médicas existentes, do ponto de vista

materno e fetal e introduzir as modificações convenientes orientando para os cuidados

diferenciados sempre que necessário.

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Efectuar:

• Determinação do grupo sanguíneo e factor Rh (Nota2)

• Rastreio

Hemoglobinopatias

Toxoplasmose, sífilis, HIV, (todas as DST)

Cancro do colo do útero (se anterior a > 1 ano)

•Vacinação

Rubéola (após determinação de Imunidade) (Nota3)

Hepatite B

Antitetânica

•Outros testes laboratoriais (exame ginecológico, etc.)

Discutir:

•Espaçamento entre os nascimentos (aproximadamente 2 anos ou 3 em caso de cesariana).

•Aspectos psicológicos, familiares, sociais e financeiros

•Estado nutricional, hábitos alimentares e estilos de vida

•Importância da vigilância pré-natal

•As possíveis consequências para o feto de uma ITS (Infecção sexualmente transmissível) e a

importância da adopção de comportamentos seguros

Recomendar:

•Registo do calendário do calendário das menstruações (este deve de ser feito ao longo de

toda a vida, devemos de ensinar as raparigas a faze-lo desde a menarca)

•Suplemento do ácido fólico (para evitar as mal formações fetais como o tubo neural por

exemplo.

Programar:

Acompanhamento de situações de risco

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Notas:

(1) Durante a gravidez e amamentação todo o tipo de álcool é desaconselhado pois este

pode comprometer o desenvolvimento cerebral do bébé.

(2) Incompatibilidade Rh:

Quando a mulher é Rh- e o marido Rh+ há que ter determinados cuidados…

Se não for acompanhada/tratada a mulher desenvolve anticorpos que caso o bébé seja Rh+

iram aglutinar as hemácias do bébé.

(3) Se formos vacinar a mulher com a vacina da rubéola (vacina viva) teremos que pedir a

esta que aguarde 3 anos

Vacina morta – anticorpos

Vacina viva – Vírus atenuado

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Orientação Genética

Genética

A genética procura explicar as causas subjacentes a distúrbios presentes no nascimento,

bem como os padrões em que os distúrbios hereditários passam de geração em geração.

Factores genéticos que afectam o desenvolvimento:

• Genes → Cromossomas

Dominantes

Recessivos

• Alelos (diferentes genes que codificam para diferentes variações da mesma

característica física)

Homozigóticos

Heterozigóticos

Cariótipo

Ilustração da quantidade, forma e tamanho dos cromossomas de um indivíduo

Célula normal → 46 cromossomas (22 pares de autossomas e 1 par de cromossomas sexuais)

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Anomalias autossómicas

Anomalias do número

Trissomia

Monossomia (morte do embrião)

Anomalias na estrutura dos cromossomas

Translocação

Adições e/ou eliminações

- Eliminação do braço curto do cromossoma 5

- Eliminação do braço comprido do cromossoma 18

Anomalias dos cromossomas sexuais

Monossomia X _ Síndroma de Turner

- Órgãos genitais externos infantis

- Ovários não desenvolvidos

- Baixa estatura com pescoço em esfinge

- Grande parte aborta

Trissomia XXY _ Síndroma de Klinefelter

- Características Sexuais secundárias pouco desenvolvidas

- Testículos pequenos e infértil

- Habitualmente alto e efeminado

- Q.I. baixo

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Hereditariedade

A probabilidade da presença de um gene anormal é prevista a partir da ocorrência da

mesma característica na família do indivíduo e dos padrões pelos quais se sabe que a

característica é herdada.

Hereditariedade unifactorial: Um único gene controla uma determinada característica física,

doença ou defeito.

Autossómica dominante

Principais características:

Toda a criança doente tem pelo menos um progenitor afectado (excepto as

mutações)

Uma pessoa afectada só necessita ser heterozigótica para determinado alelo

Filhos de sexo masculino e feminino estão igualmente afectados

Há pessoas afectadas em várias gerações

Há risco de 50% de cada filho ser afectado se o progenitor está.

- Nanismo

- Polidactilia

- Doença poliquística do rim

Autossómica recessiva

Principais características:

Cada progenitor tem pelo menos um alelo mutante

A pessoa afectada é homozigótica para o referido alelo

As pessoas que têm apenas um alelo mutante não referem a alteração

Ambos os sexos podem estar afectados

As afecções são pouco frequentes, mas são mais graves que as hereditárias

dominantes

- Anemia falciforme

- Talassémia alfa e beta

- Surdez

- Cor dos olhos, do cabelo, dominância da mão esquerda ou da direita

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Hereditariedade unifactorial

Ligadas ao cromossoma X

Hereditariedade recessiva ligada ao cromossoma X

- Hemofilia

- Daltonismo

Hereditariedade dominante ligada ao cromossoma X (extremamente raros)

- Raquitismo

Principais características:

As pessoas afectadas quase sempre são do sexo masculino

A mãe pode ser portadora e transmite a doença a 50% dos filhos

Metade das filhas da mãe portadora serão portadoras

Os homens afectados transmitem o alelo afectado

A cada uma das filhas e a nenhum dos filhos

Os filhos não afectados não transmitem a doença

Hereditariedade multifactorial

Associação de factores genéticos e ambientais (exposição a produtos químicos, radiações,

uso de drogas)

Lábio leporino (c/ ou s/ FP 1 em 800)>♂

Fenda palatina (isol. 1 em 2000)>♀

Cardiopatia congénita

Defeitos do tubo neural

Estenose pilórica

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Factores não genéticos que afectam o desenvolvimento

Agentes teratogénicos (substâncias de exposição ambiental ou produtos que causam efeitos

adversos)

Medicamentos e produtos químicos

Infecções

Exposição materna a determinadas situações

Infecções grupo TORCH

T – Toxoplasmose

O – Outras (sífilis, varicela, clamidia, hepatite B, HIV, estreptococo betahemolítico grupo

B)

R – Rubéola

C – Citomegalovírus

H – Herpes simples

Toxoplasmose I

Protozoário Toxoplasma gondii

Transmissão:

- Fezes dos gatos

- Carne mal cozida

- Saladas mal lavadas

- Jardinagem

3º Trimestre de gravidez → maior risco infecção fetal → gravidade de infecção fetal

menor

Início da gravidez → menor risco infecção fetal → gravidade de infecção fetal maior

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Toxoplasmose II

Não tem vacina

Prova laboratorial antes da gravidez ou o mais precoce possível

Tratamento espiramicina

Infecção e tratamento → consulta diagnóstico pré natal

Toxoplasmose III

RN → ACIU, prematuridade, microcefalia ou hidrocefalia, problemas psicomotores

graves, aborto, convulsões, calcificações cerebrais, atraso mental, cegueira, etc.

A confirmação de infecção materna pode justificar interrupção da gravidez

Rubéola I

Vírus

Transmissão: gotículas

Prevenção: vacina

Prova laboratorial antes da gravidez ou o mais precoce possível

Não há imunidade → vacinação (fora da gravidez)

Rubéola II

Transmissão fetal mais frequente no 1º trimestre

Congénito → contagioso

RN → defeitos auditivos, malformações do sistema cardiovascular, cataratas

A confirmação da infecção pode justificar interrupção da gravidez

Citomegalovírus

Vírus

Transmissão: requer exposição íntima e repetida (leite, saliva, urina, fezes, via sexual)

Incidência maior aos 2, 3 anos e adolescência

Não há tratamento específico

RN → QI baixo, defeitos auditivos, oculares, ACIU, microcefalia, hidrocefalia, anemia

hemolítica, prematuridade, etc

A infecção pode justificar a interrupção da gravidez

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Herpes genital

Vírus

DST

Rn geralmente infectado durante o período expulsivo, mas também pode ser por

infecção transplacentária ou infecção ascendente do canal de parto

RN → lesões nos olhos, garganta, boca e pele. Insuficiência respiratória, choque,

complicações do SNC, morte fetal.

Sífilis I

Espiroqueta Treponema pallidum

DST

Primeiras 16 a 18 semanas não há risco para o feto

Transmissão transplacentaria

Tratamento (penicilina)

Sífilis II

Rastreio

Consulta pré concepcional

1ª Consulta pré natal

2º e 3º trimestres da gravidez (se outras DST ou comportamentos de risco)

RN → Sífilis congénita, surdez, afecções ósseas, aborto, nado morto.

Hepatite B I

Transmissão através de contacto com fluídos orgânicos

Prevenção: vacinação; hábitos saudáveis

Pesquisa do antigénio HBs pré concepcional ou precoce na gravidez e no final da

gravidez

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Hepatite B II

Transmissão RN → transplacentária ou durante o parto

RN → imunoglobulina contra o vírus da hepatite B (primeiras 24 h de vida) e vacina no

mesmo dia ou 7 dias seguintes, segue esquema habitual (1 e meses depois)

Clamidia

Bactéria Chlamydia trachomatis (DST)

Tratamento da grávida → eritromicina, amoxicilina

Gravidez → RPM, ACIU, Parto pré termo

RN → conjuntivite e pneumopatia

Transmissão durante o parto. Raramente in útero

HIV

Transmissão através de contacto com fluidos orgânicos

Transmissão RN → transplacentária, durante o parto, leite materno

Gravidez → RPM, ACIU, parto pré termo

Precauções universais

Rastreio antes da concepção ou o mais precoce na gravidez e no final da gravidez

O tratamento diminui o risco de transmissão ao RN

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Page 87: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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TRABALHO DE PARTO

“INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM”

TRABALHO DE PARTO – Série de processos segundo os quais a mãe expulsa os produtos da

concepção.

Definições de parto

Parto de termo – entre as 37 s e as 41 s. e 6 dias – gravidez de termo

Parto pré-termo – antes das 37 s completas

Parto pós-termo – a partir das 42 s – gravidez prolongada

Parto por via baixa ou parto vaginal – o feto atravessa o canal pélvico

Parto por via alta ou parto por cesariana – feto nasce através de incisão abdominal

Parto eutócico – parto por via baixa que ocorre sem utilização de instrumentos de extracção

fetal

Trabalho de parto induzido – trabalho de parto iniciado artificialmente através da

administração de medicamentos. Pode terminar em parto eutócico ou distócico

Parto distócico – parto por via baixa que ocorre com utilização de instrumentos de extracção

fetal ou por cesariana

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Factores do trabalho de parto

Canal de Parto Feto Contracções Posição da mulher

Relações psicológicas

Canal de Parto

Partes moles:

- Parte inferior do útero

- Canal vaginal

- Vulva

Tipos de Bacia

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Feto

Atitude Fetal -» Ovóide Fetal

Cabeça Fetal

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Posição Fetal

Contracções

As contracções fazem:

Dilatar o canal cervical

Descer o feto que progride no

canal de parto e é expulso

Expulsam a seguir a placenta e as

membranas

3 a 5 contracções em 10 minutos.

Registo cardiotocógrafo

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Trabalho de parto

• 1º ESTÁDIO OU ESTÁDIO DE DILATAÇÃO

Este estádio vai desde a 1ª contracção verdadeira (a que vai ter algum efeito no colo

uterino) até à dilatação completa do colo uterino.

• 2º ESTÁDIO OU PERÍODO EXPULSIVO

Este estágio vai desde a dilatação completa do colo uterino até à expulsão completa do

bebé.

• 3º ESTÁDIO OU DEQUITADURA

Desde a expulsão completa do bebé até à expulsão completa da placenta e membranas.

• 4º ESTÁDIO OU PUERPÉRIO IMEDIATO

Desde a expulsão completa da placenta e membranas até 2h depois.

Duração do Trabalho de Parto

1º Estádio 2º Estádio 3º Estádio Total

Nulípara ≅ 13 h ≅ 1 h ≅ 15 min ≅ 14 hMultípara ≅ 7 h ≅ 30 min ≅ 15 min ≅ 8 h

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Quando ir para a maternidade?

Nota1: por vezes o rolhar mucoso tem pequenas quantidades de sangue velho e seco.

Nota2: Como é que a mãe avalia os movimentos fetais do bebé?

Durante 12h o bebé tem de mexer pelo menos 10 vezes. A mãe deve de começar a avaliar às

9h da manhã, se por volta das 21h só tiver mexido 8 vezes é razão para a mãe ir à maternidade.

Nota3: as membranas podem romper a qualquer altura – “rebentar das águas”

Trabalho de parto falso e verdadeiro

Trabalho de parto falso Trabalho de parto verdadeiro⋅ Dor geralmente na região inferior do

abdómen

⋅ Dor no abdómen

⋅ Contracções a intervalos irregulares ⋅ Contracções com intervalos regulares⋅ Não há aumento na intensidade ou

frequência das contracções

⋅ Aumento progressivo da frequência,

intensidade e duração das contracções

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O que levar para a maternidade?

Para o Bebé

⋅ Roupa (3 mudas de roupa)

⋅ Toalha de banho (pelo menos 2)

⋅ Fraldas descartáveis e de pano (mesmo que prefira descartáveis, deve de levar sempre

pelo menos 2 de pano)

⋅ Artigos de higiene (Facultativo, o hospital dispõe de produtos de higiene, no entanto se

mãe preferir levar os seus não tem problema nenhum. Deverá optar por produtos sem

cheiros e hipoalergénios ou simplesmente um sabonete de glicerina neutro e sem

cheiro.)

⋅ Chupeta (pode ajudar o bebé a acalmar e por vezes é utilizada para ensinar o bebé a

mamar)

(em caso de carro próprio) Cadeira de transporte de RN para a alta hospitalar. (é essencial

ensinar os pais a colocarem o cinto na cadeira e a cadeira no carro.)

Para a mãe

⋅ Rebuçados (sem recheio que se desfaça lentamente na boca por forma a que esta possa

reaver energia rapidamente)

⋅ Camisas de dormir (várias)

⋅ Chinelos (de quarto e de banho)

⋅ Cuecas (com fartura)

⋅ Soutien de amamentação (1 ou 2 números acima com um bom suporte, não sendo

necessários os caros da farmácia, podendo a mãe optar por estes últimos sem problema

algum.)

⋅ Produtos de higiene (Facultativo, o hospital dispõe de produtos de higiene, no entanto

se mãe preferir levar os seus não tem problema nenhum.)

⋅ Cinta de puérpera (ajuda a mulher a sentir-se apoiada podendo-se movimentar

facilmente de forma confortável)

⋅ Exames realizados durante a gravidez

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Page 94: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Acolhimento da grávida /acompanhante

Causas que podem originar ansiedade

Aquando o acolhimento da parturiente o enfermeiro

deve de estar desperto para estes factores por forma a

poder tranquilizar a mulher.

O enfermeiro deve mostra-se simpáticosimpático, atenciosoatencioso e

disponíveldisponível.

Factores que influenciam o comportamento da parturiente

⋅ Factores de ordem pessoal

⋅ Informação que tem a respeito do parto

⋅ Características da personalidade

⋅ Factores sócio cultural

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Page 95: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Intervenção de enfermagem

⋅ Flash da utente

⋅ Entrevista

Porque veio à maternidade?

A que horas aconteceu? (caso liquido amniótico perguntar características)

È alérgica a alguma coisa?

Tem filhos? Se sim saber td acerca das gravidezes (gesta, para, pt, ppt, tipo de

parto etc…)

⋅ Exame físico

Como correu a gravidez?

Desconfortos teve? Que fez para os diminuir?

O bebé tem mexido bem?

Toma medicamentos? Quais? Quem receitou?

Fuma? Bebe? Café? Drogas? (ex.: fez alguma coisa para deixar o tabaco?)

DUM

De seguinda… sinais vitais, toque, IG, AFU, preparação físico SEMPRE

REGISTANDO TUDO O QUE FAZEMOS

⋅ Auscultação dos batimentos cardíaco fetais

⋅ Exames complementares

⋅ Preparação física

⋅ Registos

95

Page 96: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

(conta-se enquanto pomos a mão na

barriga, esta nuca deve de exceder os 90

Seg., caso contrario comunicar à

enfermeira parteira.)

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1º Estádio do Trabalho de Parto

Fase latente – é a mais demorada, principalmente numa 1º gravidez

Fase de aceleração –

Fase de desaceleração –

Intervenção de enfermagem

• Vigilância das contracções (estando sempre atento à descrição subjectiva da mulher)

⋅ Frequência

⋅ Intensidade

⋅ Duração da contracção

⋅ Relaxamento entre as contracções

96

Page 97: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Efeito das contracções sobre o colo uterino

Efeito das contracções sobre o colo uterino

97

Page 98: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Intervenção de enfermagem

Vigilância de bolsa de águas

Líquido amniótico

• Cor (incolor, ligeiramente rosado) nota: se tiver mecónio é esverdeado • Aspecto• Cheiro (um pouco parecido ao do sémen)• Quantidade

⋅ Hidrâmnios

⋅ Oligohidrâmnios

Nota: se um bebé está em bradicardia ou taquicardia é sinal que está em sofrimento, contudo é

a enfermeira parteira responsável por avaliar o bem-estar fetal.

98

Page 99: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Ajudar a mulher a participar no nascimento do bebé à medida dos seus desejos

• Satisfazer os resultados esperados por ela

• Ajudar a mulher a manter a sua energia

• Ajudar a mulher a manter o seu desconforto

• Alimentos e líquidos

• Eliminação vesical

(incentivar a grávida a urinar

de 2 em 2h)

• Actividade

⋅ Deambulação

⋅ Posição (nunca permitir -»

• Conforto e assistência

⋅ Higiene pessoal

⋅ Temperatura

⋅ Desconforto decorrente da pressão

⋅ Alívio do desconforto provocado pelas contracções (através da respiração)

⋅ Caimbras nas pernas (passeio pequeno ou flectir as pernas)

⋅ Pressão exercida sobre o recto

• Avaliação dos sinais vitais

• Auscultação dos batimentos cárdio fetais

• Apoio emocional (depende de:)

⋅ Preparação da mulher /casal para o TP

⋅ Desempenho da parturiente durante o TP

⋅ Se tem acompanhante

⋅ Experiências anteriores negativas ou positivas

⋅ Influência do meio sociocultural

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• Actuação do enfermeiro

⋅ Relação empática com o casal

⋅ Explicar todos os procedimentos

⋅ Proporcionar ambiente tranquilo

⋅ Estimular os esforços

⋅ Explicar a evolução do TP

⋅ Explicar situações de urgência

⋅ Informar a família da evolução do TP

100

Page 101: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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2º Etsádio do Trabalho de Parto

Sinais Prováveis

• Contracções uterinas expulsivas

• Aumento do fluxo sanguíneo

• Rotura de membranas

• Náuseas e vómitos

• Vulva entreaberta

• Visualização da apresentação

• Gemidos graves

• Pressão sobre o recto

• Sentimento da parturiente

• Bombeamento do períneo

(TRANSPORTAR A PAERTORIENTE PARA A SALA DE PARTO)

101

Page 102: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Posição para o parto

VerticaisHorizontais Semi-sentada

• Comodidade

• A acção da gravidade ajuda os esf. expulsivos

• Oxigenação materna e fetal

• Evitar hipotensão supina

• Incrementar sensação de expulsão

• Facilitar a rotação fetal

• Facilitar o descanso entre as contracções

• Proteger o períneo

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Page 103: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Intervenção de Enfermagem (mãe/acompanhante)

• Observação da mãe

⋅ Valorizar os esforços da mãe

⋅ Esforços expulsivos

⋅ Observação das contracções

⋅ Atenção à bexiga

⋅ Observação do períneo

• Papel do acompanhante

⋅ Fazê-lho senrtir-se activo no parto, existem variadas coisas que o acompanhante

pode ajudar a parturiente a fazer (respiração, limpar o rosto, etc)

Desinfecção do períneo

Intervenção de Enfermagem (feto)

• Observação do feto

• Material para o parto

⋅ Roupa, compressas e luvas

⋅ Ferros

⋅ Material de sutura e anestesia

⋅ Pinça de BAR

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⋅ Identificação, roupa e profiláticos do RN

Nascimento do feto

• Adaptação ao estreito superior

• Descida e flexão

• Rotação interna

• Extensão e libertação da cabeça

• Expulsão

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Page 105: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

Enfermagem em Saúde MaternaProfessoras Antonieta Medeiros e Lurdes Rodeia

105

Page 106: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

Enfermagem em Saúde MaternaProfessoras Antonieta Medeiros e Lurdes Rodeia

Fonte: Reeder et al (1995)

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Page 107: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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3º Estádio do trabalho de parto

Descolamento da placenta

Mecanismo de Schultze: O hematoma retroplacentar inicia-se no centro da inserção

placentar. A placenta sai como um guarda-chuva invertido oferecendo a face fetal à vulva. A

face materna da placenta não é vista e os coágulos de sangue estão dentro do saco invertido.

Mecanismo de Duncan: O descolamento inicia-se por um dos bordos da placenta. O sangue

vai-se exteriorizando gradualmente. A placenta surge com a parte materna à vulva.

Expressão da placenta

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Page 108: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Fonte: Reeder et al (1995)

Sinais de descolamento da placenta

• O útero eleva-se no abdómen

• O cordão umbilical cresce à vulva

• O útero muda de forma achatada a globular

• Observa-se um jorro de sangue

• Exercendo pressão sobre a sínfise púbica o

• Cordão não recolhe

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Page 109: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Atendimento de enfermagem

• Vigilância:

⋅ Estado geral

⋅ Alteração do nível de consciência

⋅ Alteração da respiração

• Ensino sobre o esforço expulsivo quando ocorrem sinais de descolamento placentar

• Vigilância da hemorragia (< 500ml)

• Relação pais / filho

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4º Estádio do trabalho de parto

Na sala de partos

• Verificar globo de segurança de Pinard

• Observar a placenta, membranas e cordão ( )

• Administração de ocitocina

• Episiorrafia

• Felicitar o casal

• Instalar a puérpera confortávelmente

• Registos

Na sala de puérperas

• Avaliação de sinais vitais

• Observação do estado geral da puérpera

• Avaliação do globo de segurança de Pinard

• Avaliação da perda de sangue

• Observação do períneo

• Despistar distensão da bexiga

• Providenciar refeição ligeira

• Avaliar estado emocional da puérpera

• Avaliar relação pais / bebé

• Proporcionar períodos de repouso

• Registos completos

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Factores de risco de hemorragia puerperal

• Idade materna avançada

• Grande multiparidade

• Parto distócico

• Sobredistensão uterina

• Complicações hemorrágicas prévias

• Uso excessivo de medicamentos

Quadro Resumo dos 4 estádios:

111

Page 112: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Episiotomia

Tipos de Episiotomia

Indicações

• Aliviar o desgaste materno

• Aliviar o sofrimento fetal

• Permitir o progresso do parto quando

o períneo é responsável pela falta de

progresso.

Complicações

• Hematoma

• Infecção

• Deiscência

• Dor

• Dificuldade na mobilização

Distócia

Trabalho de parto que se prolonga ou resulta mais doloroso por problemas relativos aos

mecanismos do mesmo.

• Problemas com forças participantes

• Problemas com o canal de parto

• Feto

• Factores psicológicos maternos

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Cuidados de Enfermagem no Puerpério

Puerpério → Intervalo que decorre desde a expulsão até que os órgãos reprodutores

regressem ao seu normal.

• ± 6 Semanas

• Alterações progressivas das mamas para a lactação

• Involução dos órgãos internos da reprodução

Objectivo dos cuidados de enfermagem no puerpério

Ajudar a nova mãe e a família a adaptar-se com êxito às transições do pós parto e às

exigências da maternidade e da paternidade.

Cuidados de enfermagem

• Ensino

– Promover auto conceito positivo e sensação de competência

– Satisfazer as necessidades individuais da mãe em relação a conhecimentos e destrezas

relacionadas com o cuidado pessoal, o cuidado do RN, os processos pós parto, a adaptação

familiar e a prevenção da saúde

• Cuidados directos

• Prevenção de riscos

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Avaliação de enfermagem

• Avaliação fisiológica

– Processos de involução dos órgãos reprodutivos

– Alterações fisiológicas de outros sistemas do organismo

– Ao início ou supressão da amamentação

Reúne informação sobre:

– Alterações involutivas

– Conhecimento da mãe

– Necessidade de educação

– Necessidade de cuidados directos

• Avaliação psicossocial

– Interacções e adaptações materno infantis e familiares

Estado emocional da mãe

Resposta à experiência do trabalho de parto

Interacção com o filho

Alimentação do RN

Ajuste ao papel maternal

Novas relações com a família

Progresso da aprendizagem no cuidado pessoal

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Avaliação fisiológica

• Primeiras horas _ continuidade dos cuidados do 4º estádio

• Todos os turnos:

– Sinais vitais

– Útero

– Lóquios

– Períneo

– Eliminação

– Mamas

– Membros inferiores

Temperatura

Primeiras 24 h → até 38ºc

Dias seguintes → inicio da produção leite

Persistente ou recorrente → infecção

T.A.

Hipotensão ortostática 1º levante

115

Pulso

6 a 10 dias → bradicardia (40 a 70 b/m)

Taquicardia → (+ 100 b/m) infecção,

hemorragia, dor ou ansiedade

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Involução uterina

Involução: contracção e redução do tamanho das células individuais do miométrio por

processos autolíticos em que parte do material da parede uterina se decompõe em substâncias

mais simples que são absorvidas e eliminadas pela urina. A zona de inserção placentária

termina cerca de 6 semanas pós parto e o resto do útero cerca de 3 semanas.

Mudança no tamanho e forma do útero após o parto

• Altura do fundo do útero

• Consistência

– Firme, arredondado e liso

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Page 117: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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(Involução uterina)

Útero macio e pouco firme

Sub-involução

Autonomia uterina → hemorragia

↘ Massagem, terapêutica ocitócica

Avaliação do Fundo Uterino

Puérpera

Saber vigiar o tónus uterino

Conhecer a importância de manter o tónus uterino

• Explicar o procedimento

• Esvaziar a bexiga

• Decúbito dorsal com pés juntos e joelhos afastados

• Colocar luvas

• Avaliar as características dos lóquios no penso

Com uma mão apoiar o útero sobre a sínfise púbica e com a outra

fazer pressão sobre o fundo uterino com firmeza. Observar a posição

do útero em relação ao umbigo, a tonicidade uterina e massajar se

necessário. Expulsar os coágulos que possam existir.

117

Page 118: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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• Observar a vulva para determinar a quantidade de hemorragia, a quantidade de coágulos

e o estado da episiorrafia ou lacerações

• Limpar o períneo e mudar os pensos e resguardos

• Colocar os pensos sujos em locar próprio de acordo com as normas da instituição

• Registar as observações relacionadas com o útero, lóquios e períneo.

Lóquios

Descarga uterina durante o puerpério

• Lóquios hemáticos ou sanguinolentos (cerca de 3 dias)

• Lóquios sero – hemáticos (entre o 4º ou 5º dia e o 10º dia)

• Lóquios serosos (2 a 6 semanas)

Quantidade: (ter em atenção o tempo que o penso esteve colocado)

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Page 119: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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• Indicam o progresso da involução uterina

• Diminui de forma gradual com alterações de cor

• Podem aumentar quando se inicia a deambulação

• Cheiro → característico

(Fétido → infecção)

Períneo

• Despistar complicações

– Hematoma

– Equimose

– Edema

– Rubor

– Sensação de dor

• Conservar a área limpa e seca

• Eliminar o odor

• Promover a cicatrização

• Contribuir para o conforto da mulher

Episiorrafia (despistar)

– Edema

– Hematoma

– Hemorragia

– Sinais de infecção

– Deiscência

Área anal

– Hemorróidas

– Fissuras

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Page 120: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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• Mudança do penso

• Higiene

– Limpar da frente para trás

– Lavar as mãos antes e depois da higiene do períneo

– Não usar junto da vulva toalhas que já estiveram junto da região anal

– Água corrente, morna ou fria e sabão suave

Cuidados perineais

Material– Arrastadeira

– Toalhetes

– Luvas

– Jarro com água tépida e solução de

limpeza

– Saco de sujos

– Pensos higiénicos

– Roupa de cama

– Usar cada toalhete apenas uma vez

– Limpar de cima para baixo

– Secar bem

– Colocar pensos

Alivio do desconforto perineal

• Aplicação de gelo

• Usar almofada para sentar

• Contrair os músculos pélvicos antes de sentar

• Aplicações tópicas (com prescrição)

• Posição lateral ou de Sims

• Evitar a obstipação

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Page 121: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Eliminação vesical

Distensão vesical

↙ ↘

Atonia uterina infecção urinária

Hemorragia

Prevenção:

• Urinar até 8 h pós parto

• Avaliar estado da bexiga através da observação e palpação

• Avaliar contorno do abdómen

• Altura e consistência do fundo uterino

• Características da área supra púbica

• Registar as micções

• Se necessário medir o volume

• Manter a bexiga com pouca urina

• Respeitar privacidade e conforto

• Após esgotar todas as medidas para estimular a micção → Cateterismo vesical (SOS)

• A deambulação favorece a eliminação

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Page 122: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Eliminação Intestinal

• 2 a 3 dias depois do parto

• Pode ser necessário emolientes ou laxantes

• Avaliar presença de ruídos intestinais

• Procurar distensão abdominal

• Despistar defesa da puérpera devido ao desconforto perineal

• Alimentação e hidratação adequados

• Anotar a primeira defecação

Mamas

Mamas

Após o parto

Diminuição das concentrações

Prolactina → mantém níveis elevados

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• Colostro (3ou 4 dias)

– Adequado ao sistema digestivo do RN

– Protecção imunológica importante

• Produção de leite (3º / 4º dia)

Congestão mamária

Mamas

(Preservação da lactação)

Amamentação repetitiva

Dieta da mãe

Exercício e repouso

Nível de ansiedade

Quantidade de produção = procura

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Supressão da amamentação

• Evitar a estimulação das mamas e mamilos

– Reduz o reflexo de expulsão de leite

– Diminui secreção de prolactina

– Alvéolos distendidos suprimem a lactação

• Uso de soutien justo

• Medicação (parlodel)

Mamas

• Avaliar:

- Tamanho

- Forma

- Cor

- Simetria

- Consistência

- Dor

- Secreção

• Mamas normotensas → poucas alterações mas com produção de colostro

• Mamas congestionadas ou hipertensas → tornam-se mais firmes, mais quentes e com

nódulos. A mulher refere incómodo. Inicio da produção de leite

• Ingurgitamento mamário → aumentam muito de tamanho. Duras e tensas. A pele fica

brilhante e distendida. Percebem-se as veias. Estão sensíveis, dolorosas e quentes.

• Avaliar mamilos e aréolas → despistar hipersensibilidade e fissuras

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Page 125: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Membros inferiores

Prevenir e despistar↓

Risco de tromboflebite↙ ↘

Diminuição do retorno venoso das pernas Posição das pernas nos 2º e 3º estádios

Avaliar: Despistar sinais de tromboflebite:– Tamanho

– Forma

– Simetria

– Cor

– Edema

– Presença de varizes

– Inflamação unilateral

– Rubor

– Sensação de calor

– Dor

Deambulação precoce estimula a circulação e reduz o risco de tromboflebite

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Page 126: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Abdómen

• Processo de involução requer pelo menos 6 semanas

• Depende de:

– Tónus anterior à gravidez

– Exercício

• Exercícios de Kegel

• Outros

– Tecido adiposo

• Diástase dos rectos abdominais

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Page 127: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Exercícios pós parto

Vantagens:

– Involução uterina

– Recuperação da postura

– Músculos períneo

• Alivia ardor da episiorrafia

• Melhora hemorróidas

• Início da actividade sexual mais cedo

– Facilita eliminação

– Melhora a circulação

– Bem estar com o corpo

Quando iniciar?

12 a 24 h pós parto _ Parto via baixa

24 a 48 h _ trabalho de parto prolongado; perineorrafia extensa; forceps com anestesia geral

4 dias após cesariana (não faz exercícios abdominais)

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Page 128: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Aspectos complementares da assistência física pós parto

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Sono e repouso

• Repouso adequado facilita a amamentação e a recuperação

• Pode ser perturbado por:

– Desconforto físico

– Ruídos do hospital

– Mudança da cama

– Necessidades do bebé

– Visitas médicas e de enfermagem

– Telefonemas, etc

• Promoção do sono e repouso:

– Adaptação das rotinas do hospital

– Evitar preocupações e situações geradoras de ansiedade

– Terapêutica para a dor

– Prestar cuidados ao RN

Nutrição

• Após o parto → fome

• Anestesia geral → dieta líquida logo que esteja bem acordada

• Fome entre as refeições

Alimentação equilibrada

↙ ↓ ↘

Favorece a recuperação Resistência às infecções Leite

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Perda de peso

• Após o parto → perda de cerca de 5 Kg

– Feto

– Placenta

– Líquido amniótico

– Sangue

• Dias seguintes → perda de 2 a 2,5 Kg

– Perda de líquidos normalmente acumulados nos tecidos

• 6ª a 8ª semana → peso normal

Deambulação

• Levante entre a 4 e 6 horas depois do parto

– Favorece a circulação

– Reduz o risco de tromboflebite

– Promove a eliminação

– Promove a recuperação da força

• 1º Levante

– Avaliar sinais vitais

– Fazer cuidados perineais

– Sentar na cama

– Avaliar o estado geral da puérpera

– Auxiliar no levante e apoiar se necessário

– Acompanhar à casa de banho e permanecer perto

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Enfermagem em Saúde MaternaProfessoras Antonieta Medeiros e Lurdes Rodeia

Se há contra-indicação para levante precoce:

Prevenção da formação de trombos

– Flexão e extensão dos pés

– Rotação tibiotársica

– Flexão e extensão das pernas

– Hiperextensão do joelho e relaxamento

Banho

• Banho após algumas horas (evitar logo no 1º levante)

• A enfermeira mantém-se perto

• Não há inconveniente em lavar a cabeça

• Evitar banhos de emersão pelo menos durante 2 semanas

Promoção da saúde da criança em futura gravidez

• Imunoglobulina Rh _ até 72 h depois do parto (I.M.)

• Vacina contra a rubéola

Sexualidade

• Alterações fisiológicas

• Reinicio da actividade sexual

• Reinicio da menstruação

• Contracepção

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Puerpério – Avaliação psicossocial

Avaliação factores emocionais ← → Avaliação de comportamentos de tipo social

Permitem identificar:

• Necessidade de apoio

• Orientação à mãe e família

• Resposta às experiências do parto

• Resposta aos cuidados pós parto

• Factores que afectam o desenvolvimento das novas responsabilidades da paternidade

Avaliar:

• Nível de conhecimentos

• Capacidade de resposta a:

– Cuidado pessoal

– Cuidados com o RN

– Preservação da saúde

Avaliação da reacção à maternidade / paternidade

• Reacção ao trabalho de parto

• Auto-imagem materna

• Interacção pais – filho

• Estrutura e função familiar

• Avaliar crenças culturais e valores

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Promoção das competências parentais

• Papel que se aprende

• Necessita de tempo

• Desenvolve-se com a experiência

• Conhecer as características do RN

• Demonstração dos cuidados

• Treino dos cuidados

• Reconhecimento e valorização dos esforços

Adaptação pessoal saudável

• Alta → período de euforia e felicidade

• Grande necessidade de energia física e emocional → desencorajamento quando não

conseguem assumir as tarefas domésticas

• 2º ou 3º dia → depressão puerperal (desaparece em 1 a 2 semanas)

Depressão puerperal

• Relacionada com a falta de auto estima materna

• Impede o bom funcionamento da família

Sinais:

– Choro fácil

– Sentimentos de impotência

– Perda de apetite

– Dificuldade na concentração

– Dificuldade em dormir

– Sensação de decepção

– Ansiedade

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Page 134: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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• Enfermeira → empatia; apoio; aceitação

• Dar oportunidade à mãe de expressar a ansiedade, as preocupações e a sensação de

impotência

• Mostrar disponibilidade

• Explicar que é situação normal e temporária

• Explicar que pode ser causada por:

– Alterações hormonais

– Reacções emocionais à transição de papel

– Desconforto

– Fadiga

• Ajudar a mãe a compreender os seus sentimentos

• Repouso

• Alimentação correcta

Adaptação a um novo membro da família

• Alterações nas relações familiares

• Bebé imaginário ≠ bebé real

• Avós → apoio emocional

• Irmãos

– Preparação para o nascimento

– Grandes alterações das rotinas com antecedência

– Envolver os irmãos nos cuidados

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Page 135: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Mecanismos de coping

• Estabelecer prioridades para as tarefas

• Não ficar demasiado preocupada com a aparência

• Descansar e dormir bastante

• Não tomar conta de nenhum parente incapacitado nesta altura

• Ter algum tempo para si

• Controlo da fertilidade

• Estar aberta à comunicação com os outros

• Conhecer os recursos de saúde a que pode recorrer

• Preparar-se para o regresso ao trabalho

• Incluir o companheiro nos cuidados da criança

135

Page 136: Saúde Materna (Sebenta Candeias da Silva)

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Planeamento familiar

Objectivos

• Promover a vivência da sexualidade de forma saudável e segura

• Regular a fecundidade segundo o desejo do casal

• Preparar para uma maternidade e paternidade responsáveis

• Reduzir a mortalidade e a morbilidade materna, perinatal e infantil

• Reduzir a incidência das DTS e as suas consequências, nomeadamente a infertilidade

• Melhorar a saúde e o bem-estar da família

O planeamento familiar permite:

• Que a gravidez seja desejada

• Que a gravidez ocorra na idade da mulher mais favorável tanto para ela como para o

criança que irá nascer

• Intervalar os nascimentos de forma adequada a uma boa recuperação após o parto

• Dar soluções aos casais que não conseguem ter filhos

• Que os casais tenham uma relação afectiva e sexual livre do medo de uma gravidez não

desejada.

Encaminhamento para as consultas de planeamento familiar

• Mulheres em idade fértil que residem, trabalhem ou estudem na área do

• Centro de Saúde

• Mulheres que vão à consulta de revisão do puerpério devem ser encaminhadas para a

consulta de

• Planeamento Familiar

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Actividades a desenvolver nas consultas de planeamento familiar

• Informar os casais sobre as vantagens do espaçamento das gravidezes

• Informar os casais sobre as vantagens de regular a fecundidade em função das suas

idades

• Elucidar sobre as consequências das gravidezes não desejadas

• Dar informação sobre a anatomia e fisiologia da reprodução

• Facultar informação completa, isenta e com fundamento científico sobre todos os

métodos contraceptivos

• Proceder ao acompanhamento clínico, qualquer que seja o método escolhido

• Fornecer gratuitamente os contraceptivos

• Identificar e orientar os casais com problemas de infertilidade

• Identificar e orientar os casais com desajustes sexuais

• Prestar cuidados pré-concepcionais

• Efectuar a prevenção, diagnóstico e tratamento das DST

• Efectuar o rasteio do cancro do colo do útero e da mama

Atendimento de enfermagem

• Privado

• Apresentar os diversos métodos anticoncepcionais

• A escolha é feita pelo casal, e tem em conta:

Custos

Condições sanitárias

Frequência da relação sexual

Número de filhos que o casal deseja ter

Doenças e problemas físicos

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Entrevista

• História pessoal

_ Menstrual e reprodutiva

_ Doenças anteriores e hospitalizações

_ Anticonceptivos usados anteriormente

_ Alergias

• História familiar

• Exame físico

• Exames complementares de diagnóstico

Citologia cervical (teste de Papanicolaou)

• Não fazer durante a menstruação

• A mulher não pode fazer duche vaginal, medicação vaginal ou ter relações sexuais

durante 24 h antes do teste

• Explicar o objectivo do teste

• Colocar a mulher em posição de litotomia

• Colocar espéculo

• A colheita é feita antes de qualquer exame digital da vagina, ou de colheita de espécimes

endocervicais para bacteriologia

• Colher à volta de todo o orifício externo do canal cervical, do endocolo e no fundo de

saco de Douglas

• Espalhar cada uma das amostras numa lâmina e fixar imediatamente

• Identificar as lâminas com o nome da mulher e o local de onde foi feita a colheita

• Anualmente até dois resultados negativos. Depois de dois em dois anos (vida sexual

activa)

• Registos

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Auto exame da mama

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Métodos naturais ou métodos de consciência de fertilidade

Óvulo Óvulo → → 24 h espermatozóide24 h espermatozóide→→72 h72 h

• Método das temperaturas

• Método do calendário

• Método do muco cervical

• Coito interrompido

Método das temperaturas

(80 / 85% eficácia)

A temperatura desce ligeiramente no dia da ovulação e a seguir eleva-se até ao período

menstrual. Três dias após a temperatura estar mais elevada termina o período fértil

Avaliar a temperatura todos os dias de manhã, ao acordar, na boca, recto ou vagina, sempre

com o mesmo termómetro e após 4 a 5 h de repouso.

Ter em atenção outra sintomatologia.

• Registar num gráfico próprio

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Vantagens

• Relativamente simples e absolutamente "natural".

• É gratuito.

• No caso de querer engravidar, ajuda a escolher quais os dias mais propícios para tal.

• Não levanta problemas do foro religioso.

• Se bem utilizado, pode ter uma baixa taxa de falhas

Desvantagens

• É necessário um mínimo de instrução para o utilizar.

• Se não houver muito cuidado no registo das temperaturas, a taxa de falhas pode chegar

aos 30%.

• Requer muita disciplina e registo regular e das temperaturas.

• Há vários dias do ciclo em que não se podem ter relações sexuais.

• Não protege das DST

Método do calendário

Anotar a duração dos ciclos menstruais durante 1 ano

Calcular o período fértil

Abster-se ou usar outro método durante o período fértil

Contra-indicado em mulheres jovens, período pós parto, depois de um aborto e na pré

menopausa.

Calcular o período fértil

• Diminuir 11 dias ao ciclo mais longo

• Diminuir 18 dias ao ciclo mais curto

Exemplo: mulher com ciclos menstruais

entre 25 e 30 dias:

25 – 18 = 7

30 – 11 = 19

O período fértil será entre o 7º e o 19º dia inclusive

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Vantagens

• Relativamente simples e absolutamente "natural".

• É gratuito.

• No caso de querer engravidar, ajuda a escolher quais os dias mais propícios para tal.

• Não levanta problemas do foro religioso,

Desvantagens

• É necessário um mínimo de instrução para o utilizar.

• Elevada taxa de falhas: 10 a 30%.

• Requer muita disciplina e registo regular dos ciclos.

• Há vários dias do ciclo em que não se podem ter relações sexuais.

• Não protege das DST.

Método do muco cervical

(60 a 85% eficácia)

O muco cervical aumenta em quantidade e torna-se viscoso durante o período

peri-ovulatório

O período fértil começa com o 1º dia em que se observam alterações do muco.

• Após três dias sem muco → período infértil

• Observar diariamente o muco

• No período fértil a elasticidade do muco entre 2 dedos pode atingir 15 cm

• Despistar confusões com corrimento vaginal

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Vantagens

• Relativamente simples e absolutamente "natural".

• É gratuito.

• No caso de querer engravidar, ajuda a escolher quais os dias mais propícios para tal.

• Não levanta problemas do foro religioso.

Desvantagens

• É necessário um mínimo de instrução para o utilizar.

• Há mulheres a quem causa problemas introduzir os dedos na vagina para tirar o muco.

• Requer muita disciplina e registo diário da "filância".

• Há vários dias do ciclo em que não se podem ter relações sexuais.

• Não protege das DST.

• Elevada taxa de falhas.

Coito interrompido

• Não tem custos económicos, pode ser sempre utilizado, não requer produtos químicos

• Difícil de controlar

• O fluído pré ejaculatório contém esperma

• Pode reduzir o prazer sexual de ambos os parceiros

• Taxa de insucesso muito elevada.

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Contracepção hormonal

• Contracepção oral

• Contracepção injectável

• Implantes

• Adesivo

• Anel vaginal

Contracepção oral

• Combinado → monofásico, bifásico ou trifásico → 0,1 a 1% de falhas

• Progestativo → 0,5 a 1,5% de falhas

• Inibe a ovulação suprimindo a FSH e a LH

• Tem efeitos secundários sobre o desenvolvimento do endométrio e da motilidade das

trompas

• Provoca alterações no muco cervical

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Vantagens (combinado)

• Elevada eficácia contraceptiva

• Não interfere com o coito

• Não altera a fertilidade

• Regulariza os ciclos menstruais

• Melhora a tensão pré menstrual e a

dismenorreia (dores menstruais)

• Tratamento da menorragia

• Previne a endometriose

• Previne fibromioma uterino

• Tratamento do acne

• Tratamento do hirsutismo

• Diminui o risco de DIP

• Reduz o risco do cancro do ovário e

endométrio

• Protege contra o aparecimento de

afecções mamárias benignas

• Reduz o risco de aparecimento de

quistos do ovário

• É geralmente bem tolerado

• Permite adiar a menstruação

• Tem alta eficácia contraceptiva.

• Pode ser utilizada em algumas situações

em que os estrogéneos estão contra-

indicados

• Não parece modificar a quantidade ou a

qualidade do leite materno, podendo

ser utilizada durante o período da

amamentação

• Pode contribuir para a prevenção

doença fibroquística da mama, cancro

do ovário e do endométrio

• DIP

• Não altera a fertilidade, após a

suspensão do método

Desvantagens

• Empenho para a toma diária da pílula

• Não protege contra as DTS,

• A COC pode afectar a quantidade e a qualidade do leite materno

• A POC associa-se com irregularidades do ciclo menstrual

• A POC não previne a gravidez ectópica, embora reduza a sua incidência

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Contra indicações: (Absolutas)

• Gravidez ou suspeita de gravidez

• Neoplasia hormonodependente

• Hemorragia genital anormal

• Alterações graves da função hepática ou hepatopatia em fase activa

• Antecedentes de AVC, doença arterial cerebral ou coronária

• Doenças que levem a acidentes trombóticos

• Tabagismo em idade > 35 anos

Contra indicações: (Relativas)

• Diabetes mellitus

• Hipertensão (>160/100 mmHg absoluta)

• Hiperlipidémia

• Depressão grave

• Epilepsia

• Terapêutica que interfira

• Cefaleia grave

• Varizes acentuadas

Efeitos secundários

• Náuseas e vómitos

• Alteração do peso

• Sensibilidade mamária

• Alteração do fluxo menstrual

• Spotting

• Depressão

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Toma da pílula

Combinado → 1º dia da menstruação, tomar diariamente e à mesma hora durante 3

semanas, interrompe 1 semana, inicia nova embalagem

Progestativo → 1º dia do ciclo ou ao longo do 1º mês pós parto, tomar diariamente à

mesma hora ininterruptamente.

Esquecimento

Antes de 12 horas → Tomar o comprimido esquecido

Após 12 horas → tomar imediatamente. Continuar a toma. Utilizar outro método associado

durante 7 dias.

Após 24 horas → Deixar o comprimido. Continuar a toma. Utilizar outro método associado

durante 7 dias.

Menos de 7 dias → para acabar a carteira ter os mesmos cuidados adicionais, mas não fazer

a pausa dos 7 dias e começar logo a carteira seguinte.

Precauções

• Não há vantagem em interromper

• Engravidar → após menstruação espontânea

• Interromper 4 semanas antes de intervenção cirúrgica

• Antibioterapia → associar outro método

• Diarreia ou vómitos → associar outro método durante 7 dias

• Evitar fumar

• Não protege de DST

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Sinais de alerta

• Dor abdominal intensa

• Dor tórax intensa

• Cefaleias

• Transtornos visuais

• Dor intensa das pernas

Vigilância

• 3 Meses após o início

• De 6 em 6 meses ou anual

Pretende:

• motivar a continuidade

• verificar se a utilização é correcta

• detectar complicações

Exame físico, ginecológico e das mamas deve ser efectuado pelo menos anualmente

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Contracepção injectável

(98 a 100%)

Injecção intra-muscular nos primeiros 5 dias do ciclo e repetida cada 8 semanas ou 12

semanas.

Vantagens

• Prática

• Não interfere com a relação sexual

• Pode ser usada durante o aleitamento

• Diminui o risco de DIP

• Não tem efeitos significativos sobre os factores de coagulação, T.A. ou o fígado

• Melhora algumas situações patológicas

Desvantagens

• Provocam irregularidades no ciclo menstrual

• Atraso no retorno à fertilidade

• Aumento de peso por acentuado aumento de apetite

• Pode agravar sintomas depressivos

• Cefaleia, acne, queda de cabelo

• Não protege contra DST

Indicações

• Mulheres que não são capazes de tomar a pílula

• Mulheres com deficiência mental

• Situação patológica que melhore

• Contracepção eficaz de curta duração

• No pós parto

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Implantes de progestagénio

Cápsulas de silastic

3 ou 5 anos de contracepção inserção sob anestesia local

99% Eficácia

Vantagens

• É muito eficaz.

• Não interfere no acto sexual

• Apenas é necessário um controle médico por ano.

• Há menos perdas de fluxo menstrual.

• Indicado em mulheres com problemas económicos, psicológicos ou mentais que as

impeçam de tomar a pílula regularmente.

Desvantagens

• Irregularidades do ciclo (início)

• Raramente:

Aumento de peso,

Perda de cabelo,

Cefaleias e

Escurecimento da pele na zona do implante.

• Os implantes não protegem das DST

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Adesivo

Trocar todas as semanas

Usar durante 3 semanas e interromper uma semana

Utilizar sobre as nádegas, tronco ou abdómen. Nunca nas mamas.

Pode não ser eficaz nas mulheres obesas (peso > 90 kg)

Vantagens

• Redução do risco de erro

• Prazo de segurança alargado para 2 dias

Anel vaginal

Contraceptivo hormonal mensal

Anel flexível, transparente e quase incolor

Usar 3 semanas consecutivas

1 Semana de pausa

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• Bibliografia

OMS (2005) - Educação para uma maternidade segura: módulos de educação. – 2ª ed.

OMS/UNICEF/FNUAP - A mortalidade materna é extraordinariamente elevada nos países

em desenvolvimento

WHO (2007) - Maternal Mortality in 2005 Estimates developed by WHO, UNICEF, UNFPA,

and The World Bank

(http://www.who.int/reproductivehealth/publications/maternal_mortality_2005/mme_200

5.pdf)

BOBAK, I. (1999) – Genética, concepção e desenvolvimento fetal, in BOBAK, I.;

LOWDERMILK,

D.; JENSEN, M.– Enfermagem na maternidade. 4ª Edição, Loures. Lusociência

PARAM, L. (1999) – Problemas específicos do recém nascido de risco, in BOBAK, I.;

LOWDERMILK, D.; JENSEN, M.– Enfermagem na maternidade. 4ª Edição, Loures. Lusociência

Portugal, DGS (2000) – Saúde reprodutiva: doenças infecciosa e gravidez. Orientações

técnicas 11. Lisboa

REEDER, S.; MARTIN, L.; KONIAK, D. (1995) – Enfermeria Materno – infantil. 5ª Edição,

México, Interamericana

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