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SAÚDE SAÚDE GRATUITA GRATUITA ALEXANDRA PRISCILA LUIZ

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SAÚDESAÚDE

GRATUITAGRATUITA

ALEXANDRA PRISCILA LUIZ

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Instituto Canguru – Grupo Especializado em Doenças MetabólicasTel.: 0800 704 0055 e-mail: [email protected] www.institutocanguru.org.br

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AAGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

Aos meus pais e irmãos por terem compartilhado todas as alegrias e tristezasao longo de minha vida.

Ao meu noivo pelo imenso amor e também por todo incentivo durante a fase deconstrução do Instituto Canguru.

Ao Departamento de Nutrição e DGA da Secretaria de Estado da Saúde do Riode Janeiro, à Sra. Solange Pacheco – Assistente Social do Centro de Referência daAssistência Social da Prefeitura de São Paulo e ao Dr. Paulo Sérgio Montez –Advogado e Procurador do Estado de São Paulo, atuante na Procuradoria deAssistência Judiciária que mostraram-se preocupados com a causa defendida peloInstituto Canguru, dividindo seus conhecimentos e trazendo preciosas informaçõespara a elaboração desta pequena obra.

À Dra. Roseli Saccardo Sarni, pediatra da NUNESP – Nutrição e Neurologia deSão Paulo, pelo comprometimento com a vida humana, que motivou a realizaçãodeste trabalho.

À Vanessa Cristina Dias de Castro, Hélio Guy Osmo e Carlos Eduardo PaulaLeite Gouvêa pelo apoio e confiança.

Enfim, a todas as pessoas que, de uma ou outra forma, colaboraram para queeu efetivasse este trabalho, a minha singela gratidão.

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OO IINNSSTTIITTUUTTOO CCAANNGGUURRUU

O Grupo de Apoio às Doenças Metabólicas nasceu em Agosto de 2002 atualmentemais conhecido como Instituto Canguru, uma OSCIP (Organização da Sociedade Civilde Interesse Público), sem fins lucrativos, que tem por missão contribuir para amelhoria de qualidade de vida dos portadores de doenças metabólicas. O InstitutoCanguru informa os pacientes e orienta seus familiares, assim como os médicos eprofissionais envolvidos nas diversas etapas de tratamento das doenças metabólicas.

São objetivos do Instituto Canguru:

divulgar informações sobre as doenças metabólicas hereditárias para profissionaisda área de saúde e para a sociedade em geral;

encorajar parcerias entre serviços de saúde, educação e profissionais envolvidoscom essas doenças;

promover pesquisas;

promover e apoiar a realização de congressos, cursos e outros eventos sobre essetema;

criar e manter uma biblioteca direcionada a doenças metabólicas;

fornecer suporte às famílias dos portadores de doenças metabólicas hereditárias,por meio de informações, aconselhamento e apoio jurídico;

atuar em projetos de cooperação técnica e institucional de âmbito nacional einternacional.

O Instituto Canguru pode ser contatado através dos seguintes meios de comunicação:Telefone: 0800 704 0055E-mail: [email protected] Website: www.institutocanguru.org.br.

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SSUUMMÁÁRRIIOO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 6

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL .......................................................................................... 7

DA NECESSIDADE DE ALIMENTOS ESPECIAIS E MEDICAMENTOS GRATUITOS .................................................................................. 9

CONCLUSÃO ............................................................................................................. 16

ANEXOS .................................................................................................................... 17

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IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

Este trabalho tem por objetivo alertar os profissionais de saúde e os pacientes sobreos direitos destes últimos em receber gratuitamente alimentos, medicamentos,equipamentos e demais utensílios indispensáveis à vida.

As pesquisas foram motivadas inicialmente pela preocupação da Dra. Roseli SaccardoSarni, pediatra da NUNESP – Nutrição e Neurologia de São Paulo, que tempresenciado no seu dia-a-dia, inúmeras crianças carentes impossibilitadas de compraralimentos necessários ao pronto restabelecimento.

Neste diapasão, o leitor verificará por vezes que o estudo em referência foi voltadoespecificamente para a área de alimentos. A abordagem se faz necessária em virtudede ainda nos depararmos com o conservadorismo legal, no qual acredita-se que osalimentos, tais como as dietas enterais e alimentos para doenças metabólicashereditárias, não possuem a real urgência, tal como se verifica com os medicamentos.

A intenção deste obra não é esgotar o assunto, mas tentar abrir novos caminhos aospacientes e profissionais de saúde, a fim de mostrar que os direitos dos pacientesestão salvaguardados pelo nosso ordenamento jurídico.

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LLEEGGIISSLLAAÇÇÃÃOO AAPPLLIICCÁÁVVEELL

É de suma importância que inicialmente apresentemos as legislações em vigor noordenamento jurídico brasileiro, a fim de demonstrar a efetiva proteção aos direitosdos pacientes, em especial, àqueles desprovidos de recursos financeiros:

x DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (ONU – 1948)

ARTIGO XXV – Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a sie a sua família, saúde e bem-estar.xCONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - 1988

SEÇÃO II – DA SAÚDE – ARTIGO 196 – A saúde é direito de todos e dever doEstado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e do acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação

xESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – LEI Nº 8069 DE 13/07/90

ART. 7º – A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediantea efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e odesenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

ART. 11 – É assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através doSistema Único de Saúde, garantindo o acesso universal e igualitário às ações eserviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.

§ 2º – Incumbe ao Poder Público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem osmedicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação oureabilitação.

xSUS – LEI Nº 8080 DE 19/09/90

ART. 2º – A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado proveras condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

ART. 3º – A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, aalimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, aeducação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveisde saúde da população expressam a organização social e econômica do País.

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Parágrafo Único – Dizem respeito também à saúde as ações que, por força dodisposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividadecondições de bem-estar físico, mental e social.

ART. 6º – Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde(SUS): I – a execução de ações:(d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêuticaIV – a vigilância nutricional e a orientação alimentar.VI – a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos eoutros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;

ART. 7º – As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratadosou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos deacordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendoainda aos seguintes princípios: I – universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

ART. 19-I – São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimentodomiciliar e a internação domiciliar. § 1º Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos,psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dospacientes em seu domicílio. § 2º O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipesmultidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica ereabilitadora. § 3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados porindicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família."

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DA NECESSIDADE DE ALIMENTOS ESPECIAIS E MEDICAMENTOS GRATUITOS

No Brasil, ainda se tem o falso entendimento de que o Governo está obrigado afornecer gratuitamente, tão somente, medicamentos, com o intuito de suprir asnecessidades dos cidadãos brasileiros no que concerne à saúde.

No entanto, a lei é cristalina ao afirmar que a saúde tem como fatores determinantes econdicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meioambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens eserviços essenciais.

Como se não bastasse, na nossa Constituição Federal existem, ainda, vastas leisinfraconstitucionais que determinam a total garantia aos cidadãos brasileiros deacesso à saúde como bem descrito no capítulo anterior. Ainda assim, observamosque, na prática, os pacientes que dependem especificamente de alimentos especiais,tais como, as dietas enterais, fórmulas infantis e para doenças metabólicashereditárias, não conseguem obter estes produtos gratuitamente.

Esta restrição deve-se ao fato da Administração Pública entender, erroneamente, queos produtos denominados “alimentos” não são de extrema relevância à saúdehumana, como o são os medicamentos.

Entretanto, os alimentos especiais, muito embora sejam registrados no Ministério daSaúde como sendo “alimentos”, são de extrema relevância para a sobrevivência dospacientes dependentes destes produtos.

Em linhas gerais, a função primordial dos alimentos especiais é nutrir o organismo“doente”, ajudando no tratamento de determinada patologia. O que vale dizer que, aausência destes alimentos especiais fará com que o organismo fique muito maisdebilitado e, por conseguinte, suscetível às enfermidades maiores.

Para visualizar a importância desses produtos, passamos a descrever algumasjustificativas para a utilização de medicamentos e alimentos especiais: 1) Alimentos Especiais:

1.1 - Doenças Metabólicas Hereditárias: tratam-se de doenças que envolvem oacúmulo de substratos tóxicos ou a falta de produtos vitais para o funcionamentoadequado do organismo. Na maioria dos casos, isto ocorre devido a deficiência deuma enzima que exerce importante atividade metabólica em nosso organismo. Alguns exemplos de doenças nas quais o indivíduo não consegue metabolisaradequadamente aminoácidos específicos são:

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a) Aminoacidopatias: homocistinúria (aminoácido metionina), tirosinemia (aminoácidosfenilalanina e tirosina), fenilcetonúria (aminoácido fenilalanina)

b) Acidemias Orgânicas: acidemias glutárica (aminoácidos lisina e triptofano),acidemia metilmalônica e acidemia propiônica (aminoácidos metionina, treonina, valinae isoleucina)

c) Distúrbios do Ciclo da Uréia (aminoácidos não essenciais).

O tratamento é baseado em dietas compostas por alimentos naturais com teor mínimode proteína e suplementadas com fórmulas industrializadas ou especiais que contêmtodos os aminoácidos que o ser humano necessita, com exceção dos que devem sercontrolados devido à patologia. Tais dietas são impossíveis de serem obtidas apenasà base de alimentos naturais. Ressalta-se que o não fornecimento da fórmula deaminoácidos inviabiliza o controle da doença e prejudica o crescimento edesenvolvimento do indivíduo, trazendo como conseqüências, dentre outras, odesenvolvimento de retardo mental irreversível, coma e óbito.

1.2 - Galactosemia: doença na qual o indivíduo tem dificuldade em metabolizar agalactose, isto é, o açúcar presente no leite e alimentos lácteos. O tratamento ébasicamente uma dieta especial isenta deste açúcar. Para tanto é necessário ofornecimento de leites especiais isentos de galactose, como as fórmulas à base desoja. O não seguimento da dieta especial pode levar a conseqüências como o retardomental, cirrose hepática, vômitos, diarréia, desnutrição, catarata, sepse, meningite eóbito.

2) Medicamentos:

2.1 - Tirosinemia: doença na qual o indivíduo tem dificuldade em metabolizar oaminoácido tirosina. Além da dieta especial já citada, é necessário a utilização domedicamento NTBC. A não utilização desta medicação leva ao acúmulo demetabólitos tóxicos no fígado, que perde suas funções progressivamente. Isto traz anecessidade de transplante e caso não seja realizado, leva a criança ao óbito antes dasegunda década de vida.

2.2 - Defeitos do Ciclo da Uréia: doença na qual o indivíduo tem dificuldade emmetabolizar os aminoácidos não-essenciais. Além da dieta especial mencionadaanteriormente, é necessário a utilização de benzoato de sódio. Nas crises, se estamedicação não estiver disponível prontamente, o paciente evolui para coma e óbitorapidamente.

2.3 - Mitocondriopatias: patologias resultantes de defeitos no metabolismo dasmitocôndrias. É necessário o uso de Coenzima Q-10 (antioxidante) e l-carnitina,ambos estabilizam o quadro e evolução da doença. O não uso destes compostosagrava o quadro neuro-muscular, com redução da força muscular e aumento dascrises convulsivas.

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2.4 - Acidúria Glutárica tipo I: patologia que envolve o metabolismo dos aminoácidoslisina e triptofano. Além de dieta especial, requer a utilização de l-carnitina, queprevine as crises metabólicas. O não uso da l-carnitina pode levar a coma e óbito.

Nas situações clínicas acima referenciadas, os alimentos especiais, embora nãoconsiderados como medicamentos, são terapêuticos. Ressalta-se mais uma vez que anão utilização destes alimentos específicos epara cada tipo de doença e osmedicamentos que atuam em conjunto pode colocar em risco a vida desses pacientes.

Diante da necessidade dos pacientes em receber estes alimentos especiais emedicamentos gratuitamente, foi realizado um levantamento junto à algumasInstituições Públicas, visando abrir possíveis caminhos a serem trilhados pelospacientes e/ou profissionais de saúde.

a) PREFEITURA DE SÃO PAULO

Existem duas formas de encaminhar os pedidos de alimentos e/ou medicamentos noâmbito municipal. Vejamos:

A Vara da Infância e Juventude, sediada no Fórum João Mendes recebe os pedidosde medicamentos e/ou alimentos e os encaminha ao SAS – Serviço de AssistênciaSocial da Prefeitura de São Paulo. Recomenda-se que os pacientes acionemdiretamente o SAS para agilizar o processo de aquisição gratuita dos produtos.

O SAS-SP, por sua vez, está dividido em regionais (tabela 1), possuindo verbamunicipal própria para atendimento aos cidadãos através de convênio com farmácias.

TABELA 1SERVIÇO : CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL SÃO PAULO

Nome Endereço Bairro Cep TelefoneRegional : Butantã/Pinheiros

R. Dr. Ulpiano Da CostaManso, 201 Jd. Peri Peri 05538-000 3742-5099

Regional : Campo Limpo Estrada De Campo Limpo,2.935 Campo Limpo 05744-000 5841-6833

Regional : Capela De Socorro Av. Senador TeotônioVilela, 83 Interlagos 04801-000 5666-9503

Regional : Freguesia Do Ó R. Chico De Paula, 224 Freguesia Do

Ó 02926-000 3932-0444

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Regional : Ipiranga

R. Gonçalo Pedrosa, 131 V. Sta Eulália 04261-060 215-1281Regional : Itaquera/Guaianases

R. Sábado D'angelo, 2.085 Itaquera 08210-790 6286-0016

Regional : Vila Maria/Vila Guilherme/Jaçanã R. Soldado José AntonioMoreira, 546

Pq. NovoMundo 02143-060 201-5910

Regional : Moóca/Aricanduva/Vila Formosa R. Serra De Botucatu,1455 Moóca 03166-000 295-1812

Regional : São Miguel Paulista R. Dona Ana FloraPinheiro De Souza, 76 V. Jacuí 08060-150 6137-2498

Regional : Penha/Ermelino Matarazzo R. Candapuí, 492 V. Marieta 03621-000 6957-9275

Regional : Perus/Pirituba/Jaragua R. Comendador FeizZarzur, 380

Jd. CidadePirituba 02942-000 3974-8138

Regional : Santo Amaro R. Padre José DeAnchieta, 646 Sto Amaro 04742-001 247-6821

Regional : Sé/Lapa Av. Tiradentes, 749 Luz 01101-010 3311-7144

Regional : São Mateus

Av. Mateo Bei, 1.769 Cidade SãoMateus 03949-011 6919-4812

Regional : Santana/Tucuruvi/Tremembé Av. Dr. Luís DumontVilares, 1.500 Parada Inglesa 02239-000 6977-3384

Regional : Vila Mariana/Jabaquara

Av. Indianópolis, 1.465 PlanaltoPaulista 04063-002 5071-8213

Regional : Vila Prudente R. Dona GenovevaD'áscoli, 37 V. Prudente 03132-070 274-9981

Importante frisar que, para que o SAS possa atender às necessidades dos pacientes,estes deverão preencher os requisitos legais, quais sejam, apresentar-se à regionalmais próxima da sua residência, tendo em mãos a receita médica datada de até nomáximo 03 (três) meses, documento de identidade, carteira profissional e, se houver,comprovante de rendimento.

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Analisada a receita médica e estando todos documentos em conformidade, aassistente social encaminhará o paciente à farmácia conveniada mais próxima pararetirada do alimento especial e/ou medicamento gratuito1.

b) GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

A Procuradoria de Assistência Judiciária do Estado de São Paulo informa que éperfeitamente viável o ingresso com medida judicial no intuito de obter o alimentoespecial e/ou medicamento gratuito. Segundo a experiência da Procuradoria, existemalgumas saídas jurídicas:

1) Parceria entre Procuradoria e Organizações Não Governamentais (ONG) ouInstituições sem fins Lucrativos: estas entidades possuem grande força noseguimento de alimentos especiais e/ou medicamentos. A Procuradoria tem feitoparcerias visando fornecer gratuitamente os produtos aos pacientes abrangidos porelas. A condição para que se firme a parceria é que estas instituições estejamlegalmente constituída, razão pela qual a Procuradoria exige delas um plano de ação,além de toda a documentação jurídica, econômica e financeira para uma análisecriteriosa, e posterior deferimento do convênio.

2) Ação Coletiva: protege os interesses difusos e deve ser intentada pelo MinistérioPúblico, que vem intensificando a sua atuação em prol da sociedade carente,principalmente no que concerne aos direitos da criança e adolescente (Art. 208 doEstatuto da Criança e do Adolescente). Vejamos a posição jurisprudencial:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ECA. Adolescente portadora de cifoescoliosesevera com grande desvio angular e progressivo. Implante especial. Deverdo Estado. Lei nº 9908/93. Princípios Constitucionais da dignidadehumana, direito a vida e a saúde e proteção da criança e adolescente.Legitimidade do Ministério Publico. Concessão de liminar contra oPoder Público. Cabimento. Multa. O Ministério Público é parte legítimapara ajuizar ação pública em proteção aos interesses da criança e doadolescente (lei nº 8.069/90, art. 201, V e lei nº 7.347/85, art. 5º).

3) Ação Individual: ingressada pelo paciente individualmente. Para tanto, o pacientedeve dirigir-se à Procuradoria de Assistência Judiciária do Estado de São Paulo,localizada na Rua Alvarez Machado, 19, de 2a à 6a feira, das 07:00 às 09:30 hs. Opaciente deve levar consigo o documento de identidade (RG), carteira profissional,comprovante de rendimento, receita médica e o laudo médico especificando a realnecessidade da dieta e/ou fórmula infantil, a fim de que a Procuradoria possa

1 O paciente deverá verificar primeiramente com seu médico se os alimentos especiais e/ou

medicamentos prescritos podem ser encontrados em farmácias, visto que o auxílio municipalé restrito a elas.

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ingressar com a medida judicial cabível. Esta saída jurídica é importante, pois quantomaior o número de casos, mais decisões serão proferidas, formando um rol dejurisprudência dentro da Procuradoria, o que só vem a contribuir para a vida destespacientes. Quando se tratarem de casos fora do Estado de São Paulo, deve-seprocurar a Procuradoria ou Defensoria Pública da região, ou ainda, maioresinformações poderão ser obtidas nas Organizações Não Governamentais.

c) OUTROS ESTADOS

Em alguns outros Estados, à semelhança do que ocorre com os medicamentos de altacomplexidade, as Secretarias de Saúde já se encarregam do fornecimento dosprodutos aos pacientes que deles necessitam a partir de indicação médica.

A Secretaria do Rio Grande do Sul já vem atuando neste sentido, com fundamento naLei Estadual 9908/93, Portarias nº 37 e 38 de 2002, cujos texto seguem em anexo,nas quais o Estado garante o fornecimento gratuito de medicamentos excepcionais àspessoas que não puderem prover as despesas com referidos medicamentos, sem quetenham que se privar dos recursos indispensáveis ao próprio sustento e de suafamília.

A Lei Estadual 9908/93 define, de forma bem clara, que medicamentos excepcionaissão aqueles que devem ser usados com freqüência e de forma permanente, sendoindispensáveis à vida do paciente.

As Portarias nº 37/2002 e 38/2002 ratificam a importância dos produtos até aquiabordados, quando informam que garantirão o acesso igualitário de um maior númerode cidadãos aos medicamentos dispensados em caráter especial. Vão mais além: aprimeira relaciona, no seu artigo 1º, os medicamentos essenciais à vida tais como:dieta líquida 1,5 kcal/ml, dieta líquida hipercalórica, fórmula láctea infantil espessadaanti-regurgitação, fórmula láctea infantil isenta de lactose, fórmula láctea infantilmaternizada, fórmula láctea infantil à base de proteína isolada de soja, fórmula lácteaisenta de fenilalanina, femprocumona, insulina regular, lanzoprazol, óleo de fígado debacalhau para fibrose cística, sulfassalazin para doença de crohn, vitamina D 400U,entre outros.

Neste diapasão, o ordenamento jurídico gaúcho equiparou os alimentos especiais aosmedicamentos por concluir serem, também, indispensáveis à vida dos pacientes.

Este avanço na área da saúde só vem contribuir para a manutenção da vida edignidade humana devendo, em última análise, servir de exemplo para os demaisEstados que, atualmente, socorrem-se de medidas judiciais para verem satisfeitos osdireitos dos pacientes dependentes de alimentos especiais, medicamentos e outrosutensílios indispensáveis à sobrevivência.

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No Rio de Janeiro, por sua vez, a Secretaria de Estado da Saúde já vem trabalhandono que se refere à entrega de alimentos especiais e medicamentos.

Esta Instituição Pública recebe continuadamente pedidos, via Defensoria Pública ouMandado de Segurança, ambos acompanhados da receita médica e laudo detalhadoespecificando a real necessidade dos produtos. Recebido o pedido, o mesmo seguepara a Assessoria Jurídica, que analisa a viabilidade e necessidade da compra dosprodutos para que, então, possa seguir para a classificação orçamentária, no objetivode fazer a devida reserva de verba. Os pedidos na Secretaria de Saúde do Rio deJaneiro demoram cerca de 30 a 45 dias para serem atendidos. Muito embora aentrega seja morosa, os pacientes se vêem satisfeitos por poderem programar ereceber seus alimentos especiais e/ou medicamentos, totalmente gratuitos.

Mais uma vez, torna-se imprescindível esclarecer que em virtude da dimensão doBrasil, não foi possível estudar cada um dos Estados brasileiros. Todavia, ficaregistrado que nas situações de necessidade de medicamentos ou alimentosespeciais, o profissional de saúde deve orientar os seus pacientes a procurarem seusdireitos perante a Defensoria Pública, Procuradoria, Ministério Público, Prefeitura, ouainda, uma Organização Não Governamental que disponha de departamento jurídicopróprio para orientá-lo.

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CCOONNCCLLUUSSÃÃOO

Ao estudar o tema “Saúde Gratuita” verifica-se que os cidadãos brasileiros dispõem demecanismos jurídicos para exigir do Estado o cumprimento de entrega demedicamentos, alimentos especiais e outros produtos essenciais à vida humanagratuitamente.

Ocorre que a sociedade brasileira não possui acesso aos seus direitos,desconhecendo, portanto, a porta de entrada para a melhoria de sua saúde.

Assim sendo, espera-se que esta singela obra, tenha contribuído para abrir algumasdas vias de acesso ao poder público, no intuito único de propiciar uma melhorcondição de vida aos pacientes que inevitavelmente se encontram a espera da ajudagratuita do Estado.

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AANNEEXXOOSS

Por fim, faz-se necessário a inclusão de algumas decisões dos nossos tribunais ereportagens nacionais, a fim de demonstrar que o Estado tem o dever de disponibilizarrecursos para provimento da saúde de todos os cidadãos brasileiros.

Justiça garante remédios para fibrose cística

Fonte: O Estado de São Paulo – 29/10/2001

São Paulo - A Associação Brasileira de Assistência à Mucoviscidose (Abram)ganhou na Justiça uma liminar que garante o fornecimento, pelo Sistema Únicode Saúde (SUS), de todos os medicamentos necessários para o tratamento dafibrose cística - doença genética e crônica que ataca o pulmão.

A decisão foi dada pela juíza Cynthia Thomé, da 8ª Vara da Fazenda Pública, depoisde análise de inquérito civil do Ministério Público.

Em setembro, a Abram entrou com representação contra o governo paulista no MP."No inquérito, constatamos deficiência no fornecimento da maioria dos remédios",afirmou o promotor João Luiz Marcondes Júnior.

O governo tem 30 dias para providenciar os estoques dos remédios - são enzimasespecíficas, antibióticos, complementos vitamínicos e suplementos nutricionais.Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde, o governo estárecorrendo da liminar, sob a alegação de que já fornece todos os remédios, comexceção de três produtos importados e não registrados no Ministério da Saúde.

"Ter acesso aos remédios significa vida", disse Sérgio Henrique Sampaio, presidenteda Abram.

No Paraná, por exemplo, há quase dois anos, os pacientes recebem todos osremédios do SUS. Não houve nenhuma morte por causa da doença nesse período.Em São Paulo, há 400 portadores de fibrose cística. Em todo o País, 74% dospacientes são crianças com menos de 12 anos.

STF confirma garantia de medicamentos a carente portador de doença neurológica

Data: 07/06/2002Responsável: Assessoria Jurídica Nacional

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Fonte: Informativo STF 5/7/2002 www.fasubra.com.br/clipping/juridico/contatoview.asp?key=391

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu (25/6) manter acórdão doTribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em que reconhece a obrigação do estadode fornecer, gratuitamente, medicamentos a pessoas comprovadamentecarentes portadoras de doença de origem neurológica. O posicionamento do STFfoi aprovado no julgamento do Recurso Extraordinário (RE 256327). A decisão tevepor base a lei estadual 9908/93 que regulamentou o artigo 196 da ConstituiçãoFederal onde estabelece que "a saúde é direito de todos e dever do Estado,garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do riscode doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação". O relator do RE foi oministro Moreira Alves.

STF manda RS pagar tratamento de doença rara

Fonte: Agência Estado - 19/09/2001http://www.sintese.com/newsletter/html279.html#not-08

OO mmiinniissttrroo CCeellssoo ddee MMeelllloo,, ddoo SSuupprreemmoo TTrriibbuunnaall FFeeddeerraall ((SSTTFF)),, rreeccoonnhheecceeuu ooddiirreeiittoo ddee ddooiiss ppoorrttaaddoorreess ddee ddooeennççaass rraarraass ee ccoomm ddiiffiiccuullddaaddeess ffiinnaanncceeiirraass ddee tteerreemmsseeuuss ttrraattaammeennttooss ppaaggooss ppeelloo ggoovveerrnnoo ddoo RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull.. AAoo ccoonnttrráárriioo ddoo qquuee ppeeddiiaa oo ggoovveerrnnoo ggaaúúcchhoo,, CCeellssoo ddee MMeelllloo mmaanntteevvee ddeecciissõõeessddoo TTrriibbuunnaall ddee JJuussttiiççaa ddaaqquueellee EEssttaaddoo,, ffaavvoorráávveeiiss aa uumm ppaacciieennttee qquuee ssooffrree ddeeffeenniillcceettoonnúúrriiaa ee aa uummaa ccrriiaannççaa ccoomm aa ppaattoollooggiiaa nneeuurroollóóggiiccaa ssttaattuuss mmaarrmmóórreeoo.. O ministro concluiu que a Constituição Federal estabelece que o poder público éobrigado a prestar assistência nos casos que envolvam pacientes com poucosrecursos financeiros e que sejam portadores de doenças raras. Em seu despacho, Celso de Mello citou decisões do Supremo nas quais o tribunalreconheceu o direito de portadores do vírus HIV receberem gratuitamentemedicamentos. "Entendo que razões de ordem ético-jurídica impõem ao julgador uma só e possívelopção: aquela que privilegia o respeito indeclinável à vida e à saúde humana,notadamente daqueles que têm acesso, por força de legislação local, ao programa dedistribuição gratuita de medicamentos, instituído em favor de pessoas carentes",justificou o ministro.

STJ garante à portadora de retardo mental o direito de receber medicamentos do Estado

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Fonte: STJ - 20/08/02http://www.oabsp.org.br/main3.asp?pg=3.6&pgv=a&id_noticias=12855

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) garantiu a M. G. C.portadora de retardo mental, o direito de receber do Estado de Minas Gerais osremédios indispensáveis ao seu tratamento. A decisão unânime se baseou emdispositivo da Constituição Federal, que determina ser dever do Estado asseguraraos cidadãos a saúde, adotando políticas sociais que reduzam os riscos dedoença, e foi tomada em um mandado de segurança contra o secretário de Saúde deMinas Gerais. Em razão de ser portadora de retardo mental, associado a hemiatrofia de toda arevisão esquerda do corpo, epilepsia de longa duração, automutilação e tricotilomania,transtorno orgânico da personalidade, com impulsividade, foram prescritos pelomédico três remédios a M. G. C.: Topamax 25mg, Zolloft 5mg e Revia 50mg. Nãodispondo de recursos para adquirir tais medicamentos, essenciais e imprescindíveisao seu tratamento (apenas o Zolloft equivale a uma despesa mensal de R$ 300,00),sua curadora, que é funcionária pública municipal, solicitou o fornecimento pelaSecretaria de Saúde de Minas Gerais, mas não obteve autorização. A Secretaria alegou que os medicamentos solicitados não estão entre aquelespadronizados pelo Ministério da Saúde e sugeriu a troca dos remédios. No entanto, omédico da paciente informou que, devido aos múltiplos problemas de saúde, não seriadesejável trocar os medicamentos já prescritos, pois poderia causar alteraçõesnegativas, como depressão, ansiedade, agitação psicomotora, aumento daautomutilação, crises hipertensivas e ganho de peso. M.G.C. entrou, então, com ummandado de segurança no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ/MG). Embora tenha reconhecido a dramaticidade da situação de M. G.C., o TJ/MG indeferiuo pedido, alegando que não lhe assiste direito líquido e certo e que nem consta entreos deveres do Estado a inclusão da assistência farmacêutica, além disso não se podeimpor à Administração Pública o dever de comprar os medicamentos. A decisão do TJafirmou, ainda, que a lei estabelece normas próprias para compras a serem feitas pelaAdministração; o que não possibilita ao Estado a aquisição em farmácias e drogariasde remédios na medida em que forem receitados por médicos particulares a seusclientes de baixa renda. Diante dessa conclusão, M. G. C. recorreu ao STJ. O relator, ministro Garcia Vieira, ressaltou que a Constituição Federal, em seu artigo196, dispõe ser “direito de todos e dever do Estado, garantir mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outrosagravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para suapromoção, proteção e recuperação”. A seu ver, ante esse e outros preceitosconstitucionais que consideram de relevância pública as ações e serviços de saúde, éinconcebível que decorridos 13 anos da promulgação da Constituição os cidadãosbrasileiros “continuem dependendo de providências legais, regulamentares,burocráticas, ou seja de que natureza for, para poder desfrutar das garantias deproteção à saúde e à própria sobrevivência,” como a do caso em questão. “Com todo o respeito aos que entendem que as normas constitucionais são denatureza meramente programáticas e de proteção do interesse geral, não conferindoaos beneficiários o direito de exigir o atendimento de assistência e proteção vitais à

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saúde, a exemplo do fornecimento de medicamentos, sem os quais os que delesnecessitam fatalmente hão de perecer”, asseverou, destacando que, felizmente, o STJvem dando interpretação menos restritiva ao texto constitucional. Processo: RMS 13452

SUS é obrigado a garantir medicamento mesmo se o paciente tiver condições de comprá-lo

Fonte: STJ - 10/10/2002http://www.oabsp.org.br/incoab3/ClippingJurDetalheImpressao.asp?id_noticias=13043Processo: RESP 430526

É dever do Estado fornecer medicamento necessário ao tratamento de pacientecom hepatite C mesmo que este possua boa remuneração e condições decomprá-lo. Este foi o entendimento firmado pela Primeira Turma do Superior Tribunalde Justiça (STJ) durante o julgamento do recurso interposto pelo delegado de políciaA. L. P. K., que contraiu hepatite C ao socorrer um preso que tentara suicídio. ATurma, à unanimidade, concedeu o pedido do delegado tendo em vista o direito à vidae à saúde. “O Sistema Único de Saúde – SUS visa à integralidade da assistência à saúde,seja individual ou coletiva, devendo atender aos que dela necessitem emqualquer grau de complexidade, de modo que, restando necessitem comprovadoo acometimento do indivíduo ou de um grupo por determinada moléstia,necessitando de determinado medicamento para debelá-la, este deve serfornecido, de modo a atender ao princípio maior, que é a garantia à vida digna”,afirmou o relator do processo, ministro Luiz Fux. No exercício de sua função, André Luiz contraiu hepatite “C” ao socorrer um detentoque tentou se suicidar cortando os pulsos com cacos de vidro retirados da janela docárcere. Por causa da doença, o delegado necessita de uma dose diária domedicamento denominado Virazole, a base de Interferon, fabricado pelo LaboratórioUzi Farma, na indicação de duas cápsulas a cada 12 horas, totalizando 120comprimidos por mês. Cada caixa contém 30 comprimidos no valor de R$ 210,00, oque lhe custaria, no mínimo, R$ 420,00 por mês. Segundo A. L. , apesar de ser delegado de polícia, não possui condições de arcar como tratamento sem prejudicar seu próprio sustento e o de sua família. Além disso, odelegado afirma que não há como abdicar do remédio, já que a doença poderia evoluirao ponto de ser necessário um transplante de fígado. Diante dessa situação, A. L.entrou em juízo com uma ação ordinária com pedido de tutela antecipada contra aFazenda do Estado de São Paulo. O juiz de primeira instância negou o pedidosustentando que “o autor não é pessoa pobre na acepção jurídica do termo. Aocontrário, possui rendimento mensal bem superior à média dos brasileiros”. Inconformado com a decisão, A. L. apelou para o Tribunal de Justiça do Estado deSão Paulo (TJ/SP) sob os mesmos argumentos. O tribunal negou a apelação.Percebendo “salário superior a R$ 3.000,00 mensais e não tendo comprovado ter

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outros encargos financeiros, pode ser considerado, em face da realidade socialbrasileira, cidadão não menos afortunado que os demais, em situação realmenteprecária. Tendo em conta que as verbas públicas têm destinação previamentemarcada, há de ser entender que o interesse da coletividade deve prevalecer diantedo individual, no tocante aos serviços de saúde da população em geral”, afirmou oTJ/SP. No STJ, o delegado interpôs um recurso alegando que não tem condições de adquiriro medicamento até que seja possível realizar um transplante de fígado. O ministro LuizFux, relator do processo, deu provimento ao recurso. Segundo ele, “não há que seperquerir sobre ser o recorrente Delegado de Polícia e perceber remuneração bemmaior que a maioria dos brasileiros, prevalecendo a presunção de que não podesuportar o ônus do tratamento, como decorrência da promessa constitucional de que‘todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aosbrasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida’ (art.5º, Constituição Federal/88). Sobreleva ainda destacar que a moléstia foi transmitidano exercício de sua função, e em decorrência do nobilíssimo ato de salvaguardar avida alheia”.

Medicamentos: Responsabilidade do Município

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Supremo Tribunal Federal RECURSO: AgRg no RE 259.508-0.RS/2000 RELATOR: Min. Maurício Correa EMENTA: Saúde Pública. Fornecimento gratuito de medicamentos a pessoascarentes e a portadores do vírus HIV. Responsabilidade repassada também aMunicípio contrariando acordo celebrado com Estado-membro. Admissibilidade.

O direito público subjetivo que representa prerrogativa jurídica indisponível asseguradaa todas as pessoas pela norma do art. 196 da CF, qualquer que seja a esferainstitucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, mostra-seindiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir em gravecomportamento inconstitucional, não havendo se falar em ofensa ao art.2º da LexMater , no fato de a responsabilidade pela distribuição gratuita de medicamentos apessoas carentes, bem como remédios para portadores do HIV, ser repassadatambém a Município, mesmo contrariando acordo celebrado com Estado-membro.

Medicamentos não padronizados

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

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TRIBUNAL: Tribunal de Justiça do Paraná RECURSO: MS 84819-9/2000 RELATOR: Des. Cordeiro Cleve EMENTA: É dever do Estado e direito fundamental do cidadão necessitado ofornecimento, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de medicamentoindispensável à sobrevivência deste (CF/88, art.196), ainda que não padronizadopela Política Estadual de Assistência Farmacêutica, podendo a Administração, emsituações excepcionais e de emergência, valer-se da transferência de recursos. (Lei nº8080/90, art. 36, §2º)

Medicamentos

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Tribunal de Justiça do Paraná RECURSO: MS 91443600/2000 RELATOR: Min. Indefinido EMENTA: --“Mandado de segurança. Fornecimento gratuito de medicamentoindispensável a impetrante. Moléstia grave e crônica negativa das autoridadesimpetradas. Alegação de cumprimento de política estadual de saúde. Inconsistência.Dever do estado, por imposição do direito social à saúde. Artigos 6º e 196 daConstituição Federal. Direito liquido e certo. Demais requisitos legais preenchidos.Concessão definitiva da ordem. Processo civil. Mandado de segurança. Verbas desucumbência incabível, neste tipo de ação, a condenação ao pagamento doshonorários advocatícios, restando apenas as despesas e custas processuais.”.

Medicamentos: Responsabilidade do SUS

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Supremo Tribunal Federal RECURSO: RE 195192.RS/2000 RELATOR: Min. Marco Aurélio EMENTA: --“Mandado de Segurança. Adequação. Inciso LXIX, do artigo 5º daConstituição Federal. Uma vez assentado no acórdão proferido o concurso da primeiracondição da ação mandamental. Direito líquido e certo. Descabe concluir pelatransgressão ao inciso LXIX do artigo 5º da CF. Saúde. Aquisição e fornecimento demedicamentos. Doença rara. Incumbe ao Estado (gênero) proporcionar meiosvisando a alcançar a saúde, especialmente quando envolvida criança e

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adolescente. O SUS torna a responsabilidade linear alcançando a União, os Estados,o Distrito Federal e os Municípios.

Medicamentos

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Tribunal de Justiça de Rondônia RECURSO: MS 00.000052-3/2000 RELATOR: Des. Antônio Cândido EMENTA: Saúde Pública.Necessitado que não dispõe de meios para aquisição demedicamentos essenciais ao tratamento de doença grave, em razão do elevadocusto.Dever intransferível do Estado em fornecer-lhe gratuitamente tais remédios, deforma regular e constante, durante todo o período de tratamento. A garantia do direito à saúde é imposição constitucional a que não pode furtar-se oEstado. Se o necessitado não dispõe de meios para aquisição dos medicamentosessenciais ao tratamento de doença grave ( hepatite "C" ) a que esteja acometido, emrazão do elevado custo, é dever intransferível do Estado fornecer-lhegratuitamente tais remédios, de forma regular e constante, durante todo operíodo de tratamento.

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Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Tribunal de Justiça do Paraná RECURSO: MS 84998500/2000 RELATOR: Des. Wanderlei Resende EMENTA: --- “Mandado de Segurança. Doença degenerativa. Fornecimento demedicamento essencial à preservação da saúde, negado pelo secretário Estadualda Saúde. Direito líquido e certo inscrito no art. 196, da CF. Segurança concedida.”.

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Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Supremo Tribunal Federal

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RECURSO: RE 242859.RS/1999 RELATOR: Min. Ilmar Galvão EMENTA: -- Administrativo. Estado do Rio grande do Sul. Doente portadora do vírusHIV, carente de recursos indispensáveis à aquisição dos medicamentos de quenecessitava para seu tratamento. Obrigação imposta pelo Acórdão do Estado.Alegada ofensa aos arts. 5º, I e 196 da CF. Decisão que teve por fundamento centraldispositivo de Lei (art. 1º da Lei 9.098/93) por meio da qual o próprio Estadoregulamentando a norma do art 196 da CF vinculou-se a um programa de distribuiçãode medicamentos pessoas carentes, não havendo, por isso, que se falar em ofensaaos dispositivos constitucionais apontados.”

Medicamentos

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150TRIBUNAL: Superior Tribunal de Justiça RECURSO: AGA 253938.RS/2000 RELATOR: Min. JOSÉ DELGADO EMENTA: Processual civil. Agravo regimental contra decisão que negou provimento aagravo de instrumento para fazer subir recurso especial. Fornecimento gratuito demedicamentos. AIDS. Responsabilidade solidária do Estado e Município. decisão unade relator. art. 557, do CPC, e art. 38, da lei nº 8.038/90. precedentes. 1. AgravoRegimental interposto contra decisão que entendeu não emprestar caminhada aagravo de instrumento intentado para fazer subir recurso especial ajuizado, negando-lhe, assim, provimento. 2. São responsáveis, solidariamente, o Estado e o Município pelo fornecimentogratuito de medicamentos para o tratamento de doentes de AIDS e portadoresdo vírus HIV. (...)

STJ reconhece direito de criança obter tratamento médico no exterior pago pelo Estado

Processo: MS 8740Fonte: Superior Tribunal de Justiça, 6/3/2003Data/Hora: 6/3/2003 - 11:22:40 AMhttp://www.aasp.org.br/noticias/visualizar_noticia.asp?ID=6349

“Não se pode generalizar a aplicação da norma que veda ao Estado a concessão deauxílio financeiro para tratamento fora do País, a ponto de abandonar, à sua própriasorte, aqueles que, comprovadamente, não podem obter, dentro de nossas fronteiras,tratamento que garanta condições mínimas de sobrevivência digna”, afirmou o ministroJoão Otávio Noronha, da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao

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julgar o mandado de segurança em favor da menor P.S.L.R., da cidade de Juiz deFora/MG.

P.S., 5 anos, é portadora de mielomeningocele infantil, doença que causa máformação do tubo neural. P.S. sofre de paraplegia dos membros inferiores,comprometimento de sensibilidade, bexiga com capacidade diminuída, incontinênciafecal, entre outros males. A enfermidade apresentada pela criança exige constantemonitoramento, além da utilização de um aparelho chamado RGO-Reciprocrating GaitOrthoosis, produzido, com exclusividade, pelo Memorial Children´s Hospital, localizadoem Chicago/EUA.

Em 1999, por meio da promoção de campanhas, ajuda humanitária e recursospróprios, P.S. conseguiu realizar exames no hospital norte-americano, onde umaparelho RGO foi confeccionado especialmente para ela. De lá para cá, a criançacresceu e a órtese do RGO já não está no tamanho adequado, deixando de atender asnecessidades de tratamento e reabilitação da paciente.

Diante da impossibilidade de custear nova viagem aos EUA, o pai de P.S., o técnicoem prótese dentária, João Carlos Reis, solicitou ao Ministério da Saúde “ajuda ecusteio do tratamento, ou seja, do aparelho, uma vez que, de acordo com odesenvolvimento da criança, tem-se que fazer as adaptações necessárias”. Todavia, oministério negou o pedido, informando que a Portaria GM/MS nº 763, de abril de 1994,proíbe que o órgão financie atendimentos médicos fora do país.

Um segundo ofício do Ministério da Saúde complementou a resposta, recomendandoque a criança fosse atendida pela Sociedade Brasileira de Medicina Física eReabilitação, a fim de verificar a possibilidade de haver um substituto para o aparelhono Brasil. A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, após avaliar P.S., concluiuque a órtese realmente já estava pequena. Entretanto, informou que a oficinaortopédica do hospital não confeccionava aparelho semelhante.

João Reis, representando a filha, recorreu ao STJ. No mandado de segurança,argumentou que a portaria ministerial vai de encontro ao entendimento da obrigaçãolegal do Ministério da Saúde de, em nome do Estado, oferecer proteção à vida e àsaúde do cidadão. “Que seja concedida a segurança para o fim de reconhecer aineficácia da Portaria nº 763 e, em conseqüência, determinar ao Senhor Ministro deEstado da Saúde que forneça à criança, num prazo de 10 dias, o tratamento dereabilitação que venha a necessitar”, solicitou a defesa de P.S.

O ministro João Otávio Noronha, relator do mandado, acolheu os argumentos do paida criança, ressaltando que a falta do aparelho RGO ou outro similar no Brasil justificao custeio, por parte do Estado, do aparelho nos Estados Unidos. “Não havendo noPaís equipamento terapêutico apropriado ao tratamento da enfermidade,justifica-se que o Estado disponibilize recursos para a sua aquisição noexterior”.

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Para o relator, a documentação apresentada no recurso comprovou que oaparelho RGO é de fundamental importância para a sobrevivência da criança.Assim como ficou comprovada a falta de condições econômicas dos pais da meninapara pagar as despesas com o tratamento fora do país. “A despeito de reconhecerméritos na conduta da Administração, sobretudo porque são conhecidas de todos nósas dificuldades enfrentadas pelo Ministério da Saúde, diante da escassez de recursosreservados para o atendimento de milhões de doentes, necessitados de cuidadosmédicos no País, é certo que não se pode generalizar a aplicação da regra. Não há deprevalecer, portanto, a restrição plena quanto a tratamentos no exterior, por afrontadireta aos princípios constitucionais e legais”, explicou o ministro.

Em seu voto, o ministro ainda salientou: “Considerando a evolução da engenhariamédica no País, que faz antever, para um futuro próximo, o desenvolvimento doaparelho RGO por entidades especializadas sediadas no Brasil, as reposições doequipamento terapêutico, quando se fizerem necessárias, deverão priorizar o eventualsimilar nacional”.

Com a decisão, acolhida pela maioria dos ministros da Primeira Seção, o Ministério daSaúde fica obrigado a fornecer à P.S. o aparelho RGO, como também o tratamento defisioterapia, incluindo a viagem e estada no exterior para a criança e o pai.

Medicamentos Importados

RE 195186 / RS - RIO GRANDE DO SULRECURSO EXTRAORDINÁRIORelator(a): Min. ILMAR GALVAOPublicação: DJ DATA-13-08-99 PP-00017 EMENT VOL-01958-04 PP-00714Julgamento: 04/05/1999 - Primeira Turma Assunto: Previdência Social – Tratamento Médico – Medicamento Importado

EMENTA: Acórdão que impôs ao estado o dever de importar e fornecer a menorpobre, acometido de doença rara, medicamento indicado ao seu tratamento, deorigem estrangeira, inexistente no mercado nacional. Alegada ofensa ao inc. LXIXdo art. 5º, e ao art. 196, ambos da Constituição Federal. A primeira norma invocadanão se presta para suporte de recurso extraordinário, posto que o direito líquido ecerto, pressuposto constitucional de admissibilidade do mandado de segurança, érequisito de ordem processual -- atinente à existência de prova inequívoca dos fatosem que se baseou a pretensão do impetrante e não à procedência desta, matéria demérito. Precedente do STF (RE nº 117.936, Rel. Min. Sepúlveda Pertence). A segundaquestão, de sua vez, não chegou a ser ventilada no acórdão, incidindo as Súmulas282 e 356. Recurso não conhecido.

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Medicamentos

RE 273042 AgR / RS - RIO GRANDE DO SULAG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIORelator(a): Min. CARLOS VELLOSOPublicação: DJ DATA-21-09-01 PP-00051 EMENT VOL-02044-03 PP-00464Julgamento: 28/08/2001 - Segunda Turma

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Medicamentos: fornecimento a pacientescarentes: obrigação do estado. I. - Paciente carente de recursos indispensáveis àaquisição dos medicamentos de que necessita: obrigação do Estado emfornecê-los. Precedentes do S.T.F. II. - Negativa de seguimento ao RE. Agravo nãoprovido.

Medicamentos

RE 271286 AgR / RS - RIO GRANDE DO SULAG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIORelator(a): Min. CELSO DE MELLOPublicação: DJ DATA-24-11-00 PP-00101 EMENT VOL-02013-07 PP-01409Julgamento: 12/09/2000 - Segunda Turma E M E N T A: Paciente com HIV/AIDS - pessoa destituída de recursos financeiros- Direito à vida e à saúde - Fornecimento gratuito de medicamentos - Deverconstitucional do poder público (cf, arts. 5º, caput, e 196) - Precedentes (stf) -Recurso de agravo improvido. o direito à saúde representa conseqüênciaconstitucional indissociável do direito à vida. - O direito público subjetivo à saúderepresenta prerrogativa jurídica indisponível assegurada à generalidade das pessoaspela própria Constituição da República (art. 196). Traduz bem jurídicoconstitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira responsável,o Poder Público, a quem incumbe formular - e implementar - políticas sociais eeconômicas idôneas que visem a garantir, aos cidadãos, inclusive àquelesportadores do vírus HIV, o acesso universal e igualitário à assistênciafarmacêutica e médico-hospitalar. - O direito à saúde - além de qualificar-se comodireito fundamental que assiste a todas as pessoas - representa conseqüênciaconstitucional indissociável do direito à vida. O Poder Público, qualquer que seja aesfera institucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, nãopode mostrar-se indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir,ainda que por censurável omissão, em grave comportamento inconstitucional. Ainterpretação da norma programática não pode transformá- la em promessaconstitucional inconseqüente. - O caráter programático da regra inscrita no art. 196 daCarta Política - que tem por destinatários todos os entes políticos que compõem, noplano institucional, a organização federativa do Estado brasileiro - não pode converter-se em promessa constitucional inconseqüente, sob pena de o Poder Público,fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, demaneira ilegítima, o cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto

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irresponsável de infidelidade governamental ao que determina a própria LeiFundamental do Estado. Distribuição gratuita de medicamentos a pessoas carentes. -O reconhecimento judicial da validade jurídica de programas de distribuiçãogratuita de medicamentos a pessoas carentes, inclusive àquelas portadoras dovírus HIV/AIDS, dá efetividade a preceitos fundamentais da Constituição daRepública (arts. 5º, caput, e 196) e representa, na concreção do seu alcance, umgesto reverente e solidário de apreço à vida e à saúde das pessoas, especialmentedaquelas que nada têm e nada possuem, a não ser a consciência de sua própriahumanidade e de sua essencial dignidade. Precedentes do STF.

Medicamentos

RE 259508 AgR / RS - RIO GRANDE DO SULAG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIORelator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊAPublicação: DJ DATA-16-02-01 PP-00137 EMENT VOL-02019-05 PP-00878Julgamento: 08/08/2000 - Segunda Turma

EMENTA: Agravo regimental em recurso extraordinário. Distribuição gratuita demedicamentos a pessoas carentes. lei estadual nº 9.908/93. Acordo firmado entre oestado do Rio Grande do Sul e o município de Porto Alegre na comissão intergestoresbipartite. Inobservância das cláusulas pactuadas entre as partes. ofensa à constituiçãofederal. Inexistência. 1. Programa de distribuição gratuita de medicamentos a pessoascarentes e a portadores do vírus HIV. Lei nº 9.908/93, do Estado do Rio Grande doSul, que regulamentou o preceito do artigo 196 da Carta Federal. Constitucionalidade.Precedentes. 2. Acordo firmado entre o Estado do Rio Grande do Sul e o Município dePorto Alegre. Exame das cláusulas pactuadas entre os entes públicos no queconcerne à reserva de atribuições para a operacionalização dos serviços de saúde.Impossibilidade. Ofensa ao princípio da separação de poderes. Inexistência. Hipóteseem que foram observados os critérios de conveniência e oportunidade daAdministração para atender a demanda da população na área da saúde, o que éinsuscetível de controle pelo Poder Judiciário. Agravo regimental não provido.

Legitimidade do Ministério Público do Rio Grande do Sul: Ação Civil Pública

Fonte: www.mp.rs.gov.br/hmpage/homepage2.nsf/pages/CIJ_JurispACP

ACAO CIVIL PUBLICA. ECA. Adolescente portadora de cifoescoliose severa comgrande desvio angular e progressivo. Implante especial. Dever do estado. Lei nº9908/93. PrincÍpios constitucionais da dignidade humana, direito à vida e a saúde e

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proteção da criança e adolescente. Legitimidade do Ministério Publico. Concessão deliminar contra o poder público. Cabimento. Multa. O Ministerio Público é partelegítima para ajuizar ação pública em proteção aos interesses da criança e doadolescente (lei nº 8.069/90, art. 201, v e lei nº 7.347/85, art. 5º). A vedaçãoconstante na lei nº 8437/92, que inibe a concessão de liminares contra o poderpúblico, deve ser temperada quando os valores da preservação da vida e daintegridade física se encontrem em testilha, pois tais princípios prevalecem sobre osinteresses patrimoniais do estado que a legislação busca proteger. embora cedico queas normas constitucionais programáticas exigem repercussão complementar, no casoconcreto, o estado desfruta de normatização que impõe o fornecimento demedicamentos excepcionais para pessoas necessitadas (lei nº 9908/93), razãosuficiente para ancorar a pretensão de jovem hipossuficiente que precisa de cirurgiapara implantar prótese contra grave problema de coluna que assaca sua sobrevivênciafísica e moral, e que reduz sua qualidade de vida. atendida a liminar, em prazorazoável, não ha de se cogitar a imposição da multa prevista no artigo 13, § único, dalei nº 7.347/85. apelação provida, em parte, somente para dispensar a sançãopecuniária. em reexame necessário, reformaram a decisão, em parte. (apelação ereexame necessário nº 70002508679, sétima câmara cível, tribunal de justiça do rs,relator: Des. José Carlos Teixeira Giorgis, julgado em 30/05/01)

MP aciona Prefeitura do Rio para cumprir liminar efornecer leite á criança que corre risco de vida

Fonte: www.mp.rj.gov.br

O Ministério Público estadual promoveu em 04/11/02 ação de execução de multa emface da prefeitura do Rio de Janeiro por descumprimento de liminar obtida desde odia 9 de setembro, onde restou determinando o fornecimento, no prazo dequarenta e oito horas, de leite hidrolizado das marcas Alfaré, Pregestimil ouPregomim ao menor Geliel Francisco Alves, de dois anos e cinco meses, que correrisco de vida. O menor, segundo laudo médico, tem alergia alimentar grave e não podeingerir nenhum outro alimento. Uma lata do leite necessário custa cerca de R$ 50,00 ea renda da família é de R$ 240,00. (...) Na liminar obtida pelo MP no dia 9 de setembro, foi determinado que omunicípio fornecesse a alimentação especial à criança, no prazo de 48 horas, sobpena de multa diária de R$ 200,00 em favor do menor. Mas até hoje a decisão judicialnão foi cumprida. (...) Visando a uma solução extrajudicial da questão, a promotoriaentrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas foi informada que opoder público somente fornece tal tipo de alimentação mediante mandado judicial.Esgotadas todas as tentativas de uma solução extrajudicial, no dia 6 de setembro, apromotora Janaína Marques Corrêa propôs ação civil pública contra o município, combase nos artigos 6º, 196 e 227 da Constituição Federal e nos artigos 3º a 7º, 11(parágrafos 1º e 2º) e 70 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que

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asseguram a crianças e adolescentes direitos fundamentais, como os direitos à vida, àsaúde e à alimentação. Na ação, a promotora ressalta ``a necessidade de que omenino receba alimentação especial para que não morra ou piore seu triste quadro desaúde`` (...).

Legislações do Rio Grande do Sul importantes no avanço da concepçãode que o Estado é garantidor dos Medicamentos e Alimentos Especiais

LEI Nº 9.908, DE 16 DE JUNHO DE 1993.

Dispõe sobre o fornecimento de medicamentos excepcionais para pessoas carentes edá outras providências.O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, item IV da Constituição doEstado, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Leiseguinte:

Art. lº - O Estado deve fornecer, de forma gratuita, medicamentos excepcionais parapessoas que não puderem prover as despesas com os referidos medicamentos, semprivarem-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento e de sua família.

Parágrafo único - Consideram-se medicamentos excepcionais aqueles que devemser usados com freqüência e de forma permanente, sendo indispensáveis à vidado paciente.

Art. 2º - O beneficiário deverá comprovar a necessidade do uso de medicamentosexcepcionais mediante atestado médico.

Parágrafo único - Além do disposto no "caput" deste artigo, o beneficiário deverácomprovar por escrito e de forma documentada, os seus rendimentos, bem como osencargos próprios e de sua família, de forma que atestem sua condição de pobre.

Art. 3º - O beneficiário ficará obrigado a pagar as despesas com medicamentos emqualquer tempo, desde que possa fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio e de suafamília.

Parágrafo único - O benefício será suspenso tão logo se torne dispensável o usode medicamentos excepcionais por parte do paciente.

Art. 4º - A cada dois anos, o beneficiário deverá atualizar as informações sobre oseu estado de saúde e econômico, conforme o disposto no artigo 2º desta Lei.

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Art. 5º - As despesas decorrentes da execução desta Lei, correrão por conta dosrecursos destinados no inciso IV do artigo 2º da Lei nº 9.828, de 05 de fevereiro de1993, que institui o Fundo de Desenvolvimento Social do Estado do Rio Grande do Sule dá outras providências.

Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7º - Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 16 de junho de 1993.DOE de 17.06.93. ALCEU COLLARES – Governador do Estado.

DECRETO Nº 35.056, DE 07 DE JANEIRO DE 1994.

Regulamenta a Lei nº 9.908, de 16 de junho de 1993, que dispõe sobre o fornecimentode medicamentos e dá outras providencias.O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso da atribuição quelhe confere o artigo 82, inciso V, da Constituição do Estado, DECRETA:

Art. 1º - Fica regulamentada a Lei nº 9.908, de 16 de junho de 1993, que dispõe sobreo fornecimento gratuito de medicamentos excepcionais para pessoas carentes e dáoutras providências.

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, são os seguintes os nomes genéricos dosmedicamentos fornecidos gratuitamente:

ACICLOVIR, AZATIOPRINA, CALCITONINA, CETOTIFENO, CICLOSPORINA,CIPROTERONA, DESMOPRESSINA, ENALAPRIL FLUTAMIDA, GANCICLOVIR,MEGESTROL, PENICILAMINA, TAMOXIFENO E ZIDOVUDINA(AZT)"

(Art. 2º com redação do D 35.220/94).

Parágrafo único - Outros medicamentos que não integrem a relação, mas quevenham a ser classificados como excepcionais, poderão ser acrescidos àlistagem através de Portaria do Secretário de Estado da Saúde e do MeioAmbiente, mediante parecer técnico do órgão oficial competente.

Art. 3º- O beneficiário deverá encaminhar expediente, contendo receita médica, laudotécnico e exames complementares, para o recebimento dos medicamentosmencionados no artigo 2º.

Art. 4º - O processo será avaliado por especialista do Sistema Único de Saúde doEstado do Rio Grande do Sul - SUS/RS para fins de encaminhamento da aquisição eautorização de fornecimento.

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Art. 5º- O fornecimento de medicamentos será realizado levando-se em conta aresidência e o domicílio do cliente, sendo dada prioridade aos residentes edomiciliados no Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 6º - De acordo com a avaliação do especialista do Sistema Único de Saúde doEstado do Rio Grande do Sul, o beneficiário deverá atualizar periodicamente asinformações sobre seu estado de saúde a fim de que seja dada continuidade aofornecimento de medicamentos.

Art. 7º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 07 de janeiro de 1994.

PORTARIA Nº 37/2002

A Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas atribuiçõeslegais e,

Considerando a necessidade de garantir o acesso igualitário de um maior número decidadãos aos medicamentos dispensados em caráter especial, de acordo com osprincípios de universalidade e equidade do Sistema Único de Saúde (SUS);

Considerando a necessidade de racionalizar a oferta de medicamentos pelo estado,em razão do grande número de especialidades farmacêuticas colocadas à disposiçãodos prescritores pela indústria farmacêuticas, muitas delas com efeitos equivalentes;

Considerando a necessidade de padronizar, dentro de princípios éticos, a variabilidadeda prescrição médica, especialmente quanto ao uso racional dos medicamentos;

Considerando a necessidade de disciplinar a crescente prescrição de alternativasterapêuticas recentemente introduzidas, muitas vezes sem consenso científicoestabelecido, em detrimento de condutas terapêuticas tradicionais, levando aoacúmulo de estoques de medicamentos já adquiridos e não mais utilizados;

Considerando a necessidade de manter estoques regulares de um elenco demedicamentos;

Considerando a necessidade de adequar a oferta de medicamentos dispensados emcaráter especial aos recursos financeiros públicos disponíveis, estabelecendocondutas que tenham por objetivo alcançar uma relação custo-benefício favorável aocidadão e ao Estado, permitindo o atendimento de um maior número de usuários;

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Considerando a necessidade de redistribuir de forma mais equânime os recursosfinanceiros gastos com os medicamentos de médio e alto custo e os medicamentosbásicos;

Considerando a necessidade de oferecer aos usuários, de forma regular e contínua,um elenco de medicamentos definido de acordo com rigorosos critérios técnicos,consensos nacionais e internacionalmente aceitos e medicina baseada em evidências,para o atendimento dos agravos mais prevalentes ou de maior demanda.

RESOLVE:

Art 1o – Definir os medicamentos abaixo relacionados e suas indicações, comoaqueles que serão dispensados em caráter especial pelo Estado do Rio Grande doSul:

MEDICAMENTOS INDICAÇÕESABACAVIR 300mg comp HIV (em terapia combinada)ACICLOVIR 200mg comp Profilaxia em transplante (pacientes de alto risco para

citomegalovirose)ÁCIDO FOLÍNICO 5mg comp Profilaxia e tratamento de toxidade de metotrexate,

pirimetamina e trimetoprimaÁCIDO URSODESOXICÓLICO 150mg comp Cirrose biliar ou alcoólica, dissolução dos cálculos

biliares formados por colesterol, doenças colestáticas,incluindo colangite esclerosante primária e fibrosecística

ALOPURINOL 100mg 300mg comp Hiperuricemia sintomática ou associada a neoplasiasAMOXACILINA + ÁCIDO CLAVULÂNICO500mg comp 250mg suspensão

Otite, sinusite, pneumonia bacteriana resistente a outrostratamentos, incluindo pacientes com fibrose cística

AMPRENAVIR 15mg/ml solução oral HIV (em terapia combinada)ATORVASTATINA 10mg 20mg comp Hipertrigliceridemia e/ou hipercolesterolemia não

responsiva a outras estatinas ou como parefeito do usode antiretrovirais

AZITROMICINA 250mg e 500mg comp Pneumonia resistente a outros tratamentos, incluindopacientes com fibrose cística

BACLOFENO 10mg comp Esclerose lateral amiotrófica e esclerose múltipla comespasticidade, contraturas espásticas, blefaroespasmo,neuralgia do trigêmio (como alternativa para acarbamazepina)

BROMOPRIDA 10mg comp, sol oral Náuseas e vômitos (como alternativa parametoclopramida)

BUDESONIDA cápsula Doença de Crohn, retocolite ulcerativa (como alternativaà prednisona)

CABERGOLNA 0,5mg comp HiperprolactinemiaCÁLCIO 500mg comp Osteoporose, hipocalcemiaCARBIDOPA + LEVODOPA 25mg + 250mgcomp

Doença de Parkinson

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CARVEDILOL 3,12mg 6,25mg 12,5mg 25mgcomp

Insuficiência cardíaca (como alternativa à digoxina)

CEFUROXIMA 500mg comp 250mgsuspensão

Pneumonia bacteriana, incluindo pacientes com fibrosecística

CETOTIFENO 1mg comp 0,2mg/mlsuspensão

Rinite alérgica, asma

CICLOFOSFAMIDA 50mg drágea Lupus eritematoso sistêmico, prevenção da rejeição detransporte, artrite reumatóide

CIPROFLOXACINA 500mg 250mg comp Otite média, pneumonia bacteriana resistente a outrostratamentos, incluindo pacientes com fibrose cística,osteomielite, pé diabético

CLARITROMICINA 500mg comp Sinusite, bronquite, pneumonia bacteriana resistente aoutros tratamentos, tratamento do H.pylori (emassociação)

CLINDAMICINA 300mg comp Tratamento de toxoplasmose em pacientes com sida(não responsivos ao tratamento padrão)

CLONAZEPAN 0,5mg 2mg comp Convulsões, transtorno afetivo bipolarCLOPIDOGREL 75mg comp Doenças cérebrovasculares, cardiopatia isquêmica e

vasculopatia arterial periférica (como alternativa aoácido acetil salicílico e/ou à ticlopidina), após implantede endoprótese vascular, após síndromes coronarianasagudas

CLOROQUINA (difosfato de) 250mg comp Artrite reumatóide, lupus eritematoso sistêmico, artrosee lupus discóide, porfiria cutânea tarda, vasculitecutânea crônica, hipercalcemia associada à sarcoidose(em pacientes que não podem usar corticosteróides)

COLCHICINA 0,5mg comp Artrite gotosaCOLIMICINA 100mg amp inalatória Colonização por pseudomonas em pacientes com

fibrose císticaCOMPOSTO VITAMÍNICO (ADEKS) drágeas Suplementação vitamínica em fibrose císticaDANTRIOLENE 25mg comp Espasticidade crônica não reumática, hipertemia

malignaDAPSONA 100mg comp Hanseníase (em associação com rifampicina), como

alternativa para o tratamento de infecção por P.cariiníDECANOATO DE HALOPERIDOL solinjetável

Transtornos psicóticos estabilizados

DIAZOXIDE 300mg amp Emergência hipertensivaDIETA LÍQUIDA 1,5kcal/ml Dieta hipercalórica, incluindo pacientes com fibrose

císticaDIETA LÍQUIDA HIPERCALÓRICA Dieta hipercalórica para alimentação enteralDIGOXINA elixir pediátrico Insuficiência cardíaca sintomática em criançasDOXAZOSINA 2mg 4mg comp Hiperplasia benigna de próstataESPIRAMINICINA 1,5MUI comp Toxoplasmose em gestantesETHOSUXIMIDA 250mg comp Crises de ausênciaFEMPROCUMONA 3mg comp Anticoagulação crônica

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FINASTERIDA 5mg comp Hiperplasia benigna de próstataFLUCONAZOL 100mg cáps Tratamento de micose esofágica, micose orofaríngea,

micose sistêmica, candidíase vaginalFLUDROCORTIZONA 0,1mg comp Insuficiência adrenal com deficiência de

mineralocorticóideFLUFENAZINA DEPOT sol. injetável Desordens psicóticasFLUXETINA 20mg comp Depressão, transtorno obsessivo compulsivo, bulimiaFÓRMULA LÁCTEA INFANTIL ESPESSADAANTI-REGURGITAÇÃO lata

Alimentação do lactente durante os 6 primeiros mesesde vida, com refluxo gastro-esofágico

FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL ISENTA DELACTOSE lata

Alimentação do lactente durante os 6 primeiros anos devida, com má absorção de lactose ou intolerância àsproteínas da soja

FÓRMULA LÁCTEA INFANTILMATERNIZADA lata

Alimentação do lactente nos primeiros 6 meses de vida,em casos de impossibilidade de amamentação

FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL À BASE DEPROTEÍNA ISOLADA DE SOJA lata

Alimentação após o 6o mês de vida, com intolerância àlactose

FÓRMULA LÁCTEA ISENTA DEFENILALANINA

fenilcetonúria

GABAPENTINA 300mg 400mg cáps Convulsões parciais (terapia adjunta)GAMAGLOBULINA 320mg ampola Hipogamaglobulinemias, aplasia de medula, pós-

transplante (VHB)IMUNOGLOBINA HUMANA (1 a 6g) frasco ImunodeficiênciasGAMAGLOBULINA HIPERIMUNE CONTRAVÍRUS DA HEPATITE B

Pós-transplante de fígado

GANCICLOVIR 250mg comp 500mg ampola Citomegalovirose e profilaxia em transplantes (pacientesde alto risco para citomegalovirose)

GATIFLOXACINA 400mg comp Pneumonia bacteriana resistente a outros tratamentos,incluindo pacientes com fibrose cística

GENFIBROZILA 600mg comp Hipertrigliceridemia GENTAMICINA 80mg ampola Penumonia bacteriana resistente a outros tratamentos,

incluindo fibrose císticaGESTRINONA 2,5mg cáps Endometriose GLICLAZIDA 30mg comp Diabete melito não responsivo a outros tratamentosHIDROXICLOROQUINA (sulfato de) 400mgcomp

Artrite reumatóide, lupus eritematoso sistêmico, lupusdiscóide, artrose, porfiria cutânea tarda, vasculitecutânea crônica, hipercalcemia associada à sarcoidose(em pacientes que não podem usar corticosteróides)

HIDRÓXIURÉIA 500mg cáps Anemia falciformeINSULINA LISPRO frasco Diabete melitoINSULINA REGULAR frasco Diabete melitoISOCONAZOL creme bisnaga Vaginites, balanites, micoses vulvovaginais,

balanopostites, micoses de peleITRACONAZOL 100mg comp Paracoccidiodomicose, candidíase oral, candidíase

vulvovaginalLACTULONA xarope Cirrose hepática

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LAMIVUDINA 150mg comp HIV (em terapia combinada, hepatite B (em terapiacombinada)

LANZOPRAZOL (30mg) +CLARITROMICINA (500mg) +AMOXACILINA (500mg)

Tratamento do H.pylori em úlcera péptica

LATANOPROST sol oftálmica GlaucomaLEVODOPA + BENZERAZIDA 200mg +50mg comp

Doença de Parkinson

LEVOFLOXACINA 250mg comp Pneumonia bacteriana resistente a outros tratamentos,incluindo pacientes com fibrose cística

LEVOTIROXINA SÓDICA 25mcg 50mcg100mcg comp

Hipotireoidismo

LINEZULIDA 600mg drágeas 300mgsuspensão

Pneumonia bacteriana resistente a outros tratamentos,incluindo pacientes com fibrose cística

LOPERAMIDA 2mg comp Diarréia em pacientes adultosLOPINAVIR/RITONAVIR 80mg + 20mg/mlsolução 133,3mg + 33mg comp

HIV (em terapia combinada)

MEGESTROL 160mg comp Anorexia e caquexia em pacientes com sida cancer demama e do endométrio

MESALAZINA 400mg comp Doença de crohn, retocolite ulcerativaMETILFENIDATO 10mg comp Déficit de atenção com hiperatividadeMETIMAZOL 10mg comp HipertireiodismoMETOTREXATE 2,5mg comp Doenças autoimunes (artrite reumatóide, lupus

eritematoso sistêmico, psoríase, doença de Crohn)MIDAZOLAN 15mg comp Insônia e sedação de curta duraçãoMONTELUCASTE 5mg comp Fibrose císticaNAFARELINA Endometriose, puberdade precoce centralÓLEO DE FÍGADO DE BACALHAU comp Fibrose císticaOMEPRAZOL 10mg 20mg comp Úlceras pépticas gástricas e duodenais, doença de

refluxo gastro-esofágico, dispepsia funcional, síndromede Zollinger-Ellison, fibrose cística

OXCARBAZEPINA 300mg 600mg comp Convulsões parciais (em adulto: monoterapia ouadjunto; em crianças maiores que 4 anos: tratamentoadjunto)

OXIBUTININA 5mg comp Incontinência urinária, bexiga neurogênicaPENTOXIFILINA 400mg comp Claudicação intermitente por obstrução arterial crônicaPIRIDOSTIGMINA 60mg 180mg comp Miastenia gravisPOLÍMEROS DE GLICOSE 450g lata Dieta hipercalórica, incluindo pacientes com fibrose

císticaPRAMIPEXOLE 0,25mg 1mg comp Doença de ParkinsonPROPILTIURACIL 100mg comp HipertireiodismoPSYLIUM envelope Constipação crônicaRILUZOLE 50mg comp Esclerose lateral amiotrófica

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SERTRALINA 50mg comp Depressão, transtorno obsessivo compulsivo, transtornodo pânico

SULFASSALAZINA 500mg comp Doença de crohn, retocolite, ulcerativa, artritereumatóide

SUPLEMENTO ALIMENTAR S/ SACAROSE Desnutrição em pacientes com restrição de sacaroseSUPLEMENTO ALIMENTAR COMPLETO Desnutrição em pacientes neurológicos com função

gastro-instestinal comprometida, para uso por via oralou sonda naso-entérica

TETRAHIDROBIOPTERINA 10mg 50mgcomp

Fenilcetonúria (forma variante por deficiência decofatores BH4)

TICLOPIDINA 250mg comp Doenças cerebrovasculares, cardiopatia isquêmica evasculopatia arterial periférica (com intolerância aoácido acetil salicílico), após implante de endoprótesevascular

TIMOLOL 0,25% e 0,5% solução oftálmica GlaucomaTIMOLOL 0,5% + DORZOLAMIDA 2%solução oftámica

Glaucoma

TIORIDAZINA 25mg 100mg 200mg comp Transtornos psicóticos refratários, depressãoTOBRAMICINA 300mg solução injetávelinalatória

Colonização por Pseudomonas em pacientes comfibrose cística

TOPIRAMATO 25mg 50mg 100mg comp Convulsões tônico-clônicas e parciaisTRAMADOL 50mg comp 100mg/ml gotas Dor moderada a intensaTRIHEXAFENIDIL 2mg comp Doença de ParkinsonVITAMINA D 400 U Osteoporose, hipocalcemia crónica, raquitismo,

hiperparatireoidismo secundario, deficiencias devitamina D

Art 2o – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Porto Alegre, 17 de junho de 2002. MARIA LUIZA JAEGER – Secretária de Estado daSaúde.

PORTARIA Nº 38/2002

A Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas atribuiçõeslegais e,

Considerando a necessidade de regulamentar a instrução de expedientesadministrativos encaminhados à SES, solicitando medicamentos;

Considerando a obrigatoriedade de que esses expedientes forneçam informaçõesadequadas para a sua análise, possibilitando justificar técnica e legalmente, em casode deferimento;

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Considerando a legislação que regula a aquisição de medicamentos pelo SetorPúblico;

Considerando a legislação que regula a prescrição de medicamentos no âmbito doSUS;

Considerando o artigo 35, da Lei Federal nº 5.991/73, que estabelece os requisitospara aviamento da receita médica.

RESOLVE:

Art. 1o – Todo o expediente de solicitação de medicamentos dirigido à Secretariada Saúde do Estado do Rio Grande do Sul deverá ser instruído com adocumentação abaixo relacionada:

a) Requerimento dirigido ao Coordenador da Política de Assistência Farmacêutica,solicitando o(s) medicamento(s) contidos em receita anexa, datado e assinado pelousuário ou seu representante legal;

b) Comprovante de residência do usuário ou de seu representante legal e, quandopossível, telefone para contato;

c) Receita médica original e atualizada, escrita à tinta, datilografada ou digitada emmicrocomputador, de forma legível, datada, assinada e carimbada pelo prescritor doSUS ou de serviços cadastrados pelo SUS, contendo:- nome e endereço do usuário;- nome(s) do medicamento(s) de acordo com a Denominação Comum Brasileira (DCB)

ou, na falta dessa, a Denominação Comum Internacional (DCI);- dosagem;- apresentação (comprimido, cápsula, drágea, xarope, spray, etc.);- posologia- duração do tratamento;- assinatura do prescritor com o número da inscrição no respectivo Conselho Regional

e endereço onde desempenha sua atividade.

d) relatório médico detalhado contendo diagnóstico da doença, história terapêuticaprévia, parefeitos com outros medicamentos, tempo de duração do tratamento edemais informações que possam auxiliar na análise da solicitação;

e) cópia dos exames complementares que comprovem o agravo para o qual está(ão)sendo pedido(s) o(s) medicamento(s);

f) ficha cadastral preenchida, conforme modelo fornecido pela SES.

Art. 2o – A presente Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Porto Alegre, 17 de julho de 2002. MARIA LUIZA JAEGER – Secretária de Estado daSaúde.