CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 1 RESPOSTA TCNICA Ttulo Imburana de Cheiro (Amburana cearensis) Resumo Descreve sobre a imburana de cheiro e sobre as suas propriedades medicinais.Palavras-chave Imburana de cheiro; medicamento fitoterpico; planta medicinal Assunto Pesquisa e desenvolvimento experimental em cincias fsicas e naturais Demanda Gostaria de saber sobre a utilizao da imburana de cheiro para a produo de medicamentos fitoterpicos. Soluo apresentada Imburana de Cheiro Segundo Lorenzi (2002 apud GUEDES et al. 2010) a espcie amburana cearensis (alemo) A. C. Smith, pode ser descrita como: [...] uma rvore pertencente famlia fabaceae, cujo caule ereto, podendo atingir 10 a 12 metros de altura e tem denominao de amburana, amburana-de-cheiro, cerejeira-rajada, cumar, cumaru-das-caatingas, imburana e imburana-de-cheiro. A espcie bastante conhecida devido as suas qualidades madeireiras e por isso tem sido explorada nos locais de ocorrncia at a exausto, para uso em movelaria fina, esculturas e marcenaria em geral, estando listada como espcie ameaada de extino. Alm disso, empregada na medicina popular, sendo a casca da rvore e as sementes utilizadas na produo de medicamentos populares destinadas ao tratamento de afeces pulmonares, tosses, asma, bronquite e coqueluche. Das cascas do caule foram isoladas vrias substncias, incluindo cumarina, isocampferdio, fisetina, alfalona e amburosdio A, as quais esto relacionadas s atividades antinociceptiva, antiinflamatria e relaxante muscular. O comprimento da semente varia de 12,55 mm a 17,55 mm e a largura varia de 8,35 mm a 11,50 mm.Aspectos reprodutivos e Fenologia CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 2 Rossi (2008) menciona que uma planta hermafrodita, cuja polinizao realizada principalmente por abelhas. A disperso pelo vento, visto que suas sementes so dotadas de alas muito comum em matas secas (germinao). A florao de abril a junho e frutifica nos meses de julho a setembro. rea de ocorrncia Rossi (2008) menciona que: Amburana cearensis pode ser observada em praticamente toda Amrica do Sul). Na regio semi-rida ocupa reas considerveis de todos os estados do Nordeste brasileiro e se estende at Minas Gerais, abrangendo cerca de um milho de km Figura 1: rvore da Imburana de Cheiro Fonte: (ACHE TUDO E REGIO, 2010). Figura 2: Sementes da Imburana de Cheiro Fonte: (DODESIGN-S, 2009). CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 3 Produtos e Utilizaes Rossi (2008) menciona a seguir produtos e utilizaes da Imburana de Cheiro: Madeira - moderadamente pesada (0,6 g/cm), cerne bege amarelado ou bege rosado, uniforme, excepcionalmente apresenta alguns veios mais escuros, alburno muito pouco diferenciado do cerne, gr direita a irregular superfcie irregular lustrosa e medianamente lisa ao tato, cheiro acentuado, peculiar, agradvel e gosto levemente adocicado. Utiliza-se a madeira, por apresentar retratibilidade baixa e resistncia mecnica entre baixa e mdia, na confeco de mveis de luxo, folhas faqueadas decorativas, escultura, tanoaria, acabamento interno, lambris, balces, tonis etc. Casca e sementes: so tradicionalmente utilizadas no tratamento da asma, tosse e bronquite. Das cascas do caule j foram isoladas vrias substncias, incluindo cumarina, isocampferdio, fisetina, alfalona e amburosdio.Fl ores: sua florao durante o perodo seco indica a importncia da cerejeira como fonte de alimento para a entomofauna quando h pouca oferta de recurso, principalmente no caso da Caatinga. Sementes: fornecem cerca de 23% de um leo fixo constitudo principalmente dos glicerdios dos cidos: palmtico, linolico, olico e esterico. Contm ainda uma protena inibidora que capaz de inativar a tripsina e o fator de coagulao XII. A referida protena constitui-se, por isso, numa ferramenta til para o estudo da fase de contato da coagulao sangunea. Nas sementes so encontrados tambm cumarina e 6-hidroxicumarina.Extrativos da madeira: Tradicionalmente a madeira de cerejeira utilizada para fornecer caractersticas sensoriais cachaa, atravs de processo de envelhecimento da bebida em tonis de cerejeira. Abreu-Lima et al. (2005) avaliou a adio dos extrativos retirados de madeiras na cachaa, entre elas, a cerejeira, nas caractersticas sensoriais em comparao cachaa envelhecida.rvore i nteira: Pode ser utilizada com sucesso no paisagismo em geral, devido ao seu porte ornamental. Com base no seu desenvolvimento inicial, sugere-se a introduo desta espcie em estdios iniciais de recuperao de florestas estacionais degradadas.Sementes e Produo de mudas Os frutos da imburana de cheiro devem ser colhidos diretamente da rvore, ou quando iniciarem queda espontnea e em seguida secar ao sol para facilitar a abertura e liberao das sementes.A semeadura pode ser feita em saquinhos individuais, ou canteiros contendo substrato organo arenoso e a germinao, hipgea, tem incio 5 dias aps a semeadura, ou seja, uma espcie de germinao rpida. (ROSSI, 2008). Propriedades medicinais da Imburana de Cheiro A Amburana cearensis uma planta arbrea, popularmente conhecida, no nordeste brasileiro, como umburana-de-cheiro, imburana-de-cheiro, cumaru e cumaru-do-Cear, tendo sua ocorrncia desde a regio nordeste CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 4 at o Brasil central, predominantemente, em regies de caatinga e na floresta pluvial de Minas Gerais, no Vale do Rio Doce, tendo importante papel no bioma da caatinga nordestina. A umburana-de-cheiro tem extenso uso na medicina popular, principalmente, no tratamento de doenas como dor de barriga, reumatismo, tosse, bronquite e asma. As cascas do caule e as sementes so empregadas na medicina caseira em vrias regies do pas, sobretudo no Nordeste, onde so utilizadas na forma de lambedor ou ch, no tratamento de resfriados, bronquites, gripes e asma. A casca do caule na forma de banho empregada contra dores reumticas, enquanto as sementes so utilizadas no alvio sintomtico da dor-de-dente. As cascas do caule so indicadas tambm como analgsico e espasmoltico. As sementes so utilizadas na forma de decocto e infuso como contra espasmos musculares (anti-espasmdicas), como emenagogas e para o tratamento de doenas reumticas. Na regio do Vale do So Francisco, nos municpios de Petrolina-PE e J uazeiro-BA, as sementes so indicadas, popularmente, como antiinflamatria, antidiarrica e analgsica e o decocto da entrecasca no tratamento do reumatismo e da artrose. O extrato hidroalcolico das cascas do caule apresenta atividades antiinflamatria, analgsica, antiespasmdica e broncodilatadora, alm de ser desprovido de toxicidade em doses usuais. No estudo fitoqumico, o principal componente qumico encontrado foi a cumarina, a qual responsvel, juntamente com outras substncias, pela atividade broncodilatadora determinada experimentalmente, validando cientificamente o uso popular e o tratamento caseiro, especialmente em crianas e idosos. O dicumarol, outra cumarina encontrada nessa espcie, tem ao hipoprotrombnica, atuando de forma competitiva com a vitamina K, atravs da ao antagnica com a enzima heptica que participa na sntese da protrombina. (ALMEIDA et al. 2010). Segundo Canuto et al. (2008) devido ao amplo uso da espcie amburana cearensis para fins teraputicos, tornou-se imprescindvel a realizao de estudos cientficos que justificassem a sua indicao para o tratamento de problemas respiratrios. Estes estudos esto contribuindo para agregar mais segurana e garantir eficcia ao fitoterpico de A. cearensis (xarope de cumaru), cuja aceitao pela populao se torna cada vez mais crescente. Segundo estudos realizados por. Canuto et al. (2008)esta espcie se encontra em extino devido ao extrativismo predatrio. A adoo de alguns mtodos para uma explorao sustentvel so mencionados a seguir: [...] a planta adulta silvestre seja substituda por plantas jovens cultivadas, visto que em testes farmacolgicos pr-clnicos, os extratos de plantas jovens com sete e nove meses de cultivo apresentaram efeitos antiinflamatrio e analgsico equivalentes aos do extrato da planta adulta. Isto significa que, a partir de sete meses de cultivo, plantas jovens de A. cearensis j exibem propriedades medicinais similares s da planta adulta silvestre. (CANUTO et al. 2008). Desta maneira, a produo industrial da imburana de cheiro seria economicamente aceitvel, pois a indstria disporia de uma fonte de matria prima renovvel e a curto prazo, alm de se assegurar a preservao da espcie. A diversidade de aplicaes de A. cearensis comprova a importncia medicinal e econmica desta espcie, cujo aproveitamento racional poder, no futuro, gerar empregos para o nordeste brasileiro, por meio de investimento tecnolgico. (CANUTO et al. 2008). Concluses e recomendaes CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 5 Recomenda-se que o cliente busque informaes complementares atravs de todos os sites citados nessa resposta tcnica. importante, se possvel, contar com o apoio de um profissional especialista na rea, para elaborao de um projeto adequado s condies desejadas. Fontes consultadas ACHE TUDO E REGIO. Amburana cearensis.Disponvel em: . Acesso em: 10 fev. 2011 ALMEIDA, J ackson R. G. S. et al. Amburana cearensis uma reviso qumica e farmacolgica. Scientia Plena, Aracaj, v. 6, n.11, nov. 2010.Disponvel em: . Acesso em: 09 fev. 2011. CANUTO, Kyrley Marques et al. Uso de plantas jovens de Amburana cearensis A. C. Smith: alternativa para preservao e explorao econmica da espcie. Petrolina: Embrapa semirido, 2008. Disponvel em: .Acesso em: 10 fev. 2011. DODESIGN-S. Galeria de sementes nativas e crioulas.Belo Horizonte, 2009. Disponvel em: . Acesso em: 10 fev. 2011. GUEDES, Roberta Sales. etal. Emergncia e vigor de plntulas de Amburana cearensis (Allemo) A.C. Smith em funo da posio e da profundidade de semeadura. Semina: Cincias Agrrias, Londrina, v. 31, n. 4, p. 843-850, out./dez. 2010. Disponvel em: . Acesso em: 09 fev. 2011. ROSSI, Ticiane. Amburana cearensis.So Paulo, 2008. Disponvel em: . Acesso em: 09 fev. 2011. Elaborado por Patricia da Conceio Nascimento Nome da Instituio respondente Rede de Tecnologia da Bahia RETEC/IEL - BA Data de finalizao 07 fev. 2011