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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO PEDAGOGIA SCHEILA XAVIER DE SOUZA A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ACADEMIA DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA São José Junho de 2013

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO PEDAGOGIA

SCHEILA XAVIER DE SOUZA

A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ACADEMIA DA POLÍCIA MILITAR DE

SANTA CATARINA

São José

Junho de 2013

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SCHEILA XAVIER DE SOUZA

A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ACADEMIA DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA

Trabalho elaborado para a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José - USJ.

Orientador: MsC. José Raul Staub.

São José

Junho de 2013.

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SCHEILA XAVIER DE SOUZA

A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ACADEMIA DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito final para

aprovação do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São

José - USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

______________________________________________________

Prof. MsC José Raul Staub

Orientador

___________________________________________________

Prof. MsC Silvanira Lisboa Scheffler

Membro Examinador

___________________________________________________

Prof. Roberta Schnorr Buehring

Membro Examinador

São José 26 de junho de 2013

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Ao Meu Filho Cristian Xavier de

Lima o homem da minha vida,

que por inúmeras vezes abdicou

de minha presença para que

eu pudesse obter a conclusão

do meu curso de Pedagogia.

.

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AGRADECIMENTOS

Quatro anos se passaram e muito tenho a agradecer primeiramente a

Deus por ter me oferecido a oportunidade de viver e evoluir a cada dia. Aos

meus queridos pais Rogério e Idalina, aos meus queridos irmãos Robson e

Diego, as minhas cunhadas Gisele e Juliana Santiago, aos meus queridos

sobrinhos Juliana, Mariana, Manuella, Luan e João Vítor e aos demais

familiares pelo apoio e carinho oferecidos em todos os momentos de minha

vida, e principalmente neste momento por estarem presentes, apoiando-me

para que eu conclua mais uma etapa da minha vida. A vocês não tenho e

nunca teria palavras suficientes para agradecer tudo o que fizeram e fazem por

mim.

Ao Cristian meu filho que muitas vezes deixei de estar presente na sua

vida, mas que me apoiou durante a faculdade, pela paciência e pela

compreensão, e por me fazer a mãe mais feliz.

A minha mãe Dilma Maria que hoje não se faz mais presente neste

mundo, mas que sempre me falava que em primeiro lugar vinha o estudo,

muito obrigada pela educação que a senhora me deixou

As minhas amigas Rose, Alessandra, Bruna, Vanessa, Ana Carolina e

Vanessa Isidoro, pois hoje posso chamar assim, “amigas”. Começamos sendo

apenas colegas de Universidade, o tempo foi passando e nos tornamos

amigas, parceiras de trabalho de duplas de estágio. Compartilhamos sonhos,

choros, alegrias e algumas baladas, por todos os momentos vividos de

cumplicidade, brincadeiras, confidências, estudos e ajuda... meus sinceros

agradecimentos.

Aos meus colegas de trabalho que me apoiaram em todos os momentos

ao longo destes quatro anos do curso de pedagogia, a Patrícia, Rose Barbara,

Maria de Lurdes, Tábata, Renata, Graziela e a Nédia pelo apoio incondicional e

sua amizade, o meu muito obrigada.

Ao meu orientador, José Raul Staub por suas orientações e incentivos

durante a produção deste trabalho.

Agradeço também a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da

minha formação.

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A vida me ensinou a nunca

desistir nem ganhar, nem

perder, mas procurar evoluir.

Podem me tirar tudo que

tenho. Só não podem me tirar

às coisas boas que eu já fiz

pra quem eu amo.

ALEXANDRE MAGNO ABRÃO (CHORÃO)

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RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como temática a participação da Mulher na Academia de Polícia Militar de Santa Catarina, enfatizando a presença feminina nessa instituição, tracejando a história do movimento das mulheres em sua luta pelos direitos de igualdade profissional, sendo que a academia militar foi um espaço voltado exclusivamente para os homens, mas devido às mudanças sociais e ao aumento da participação feminina nos mais diferentes setores de atuação profissional tal situação foi mudando. A mulher começa a fazer parte do quadro da corporação da PM/SC, por meio de processo seletivo, no ano de 1991 visando à formação do quadro de servidores. Para atender essa nova demanda, a Polícia Militar teve que se adequar resultando em uma reformulação do seu currículo. A perspectiva do trabalho consiste na identificação e análise da presença feminina na academia de policia de Santa Catarina, com o objetivo de Identificar e analisar a participação da mulher na Academia de Polícia Militar do Estado de Santa Catarina bem como sua atuação no exercício das funções previstas pela corporação. Para responder aos questionamentos foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental, submetida a análise com foco nas ações formativas dos profissionais da área de segurança pública do Estado de Santa Catarina.

PALAVRAS-CHAVE: Academia Militar. Educação. Mulher.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

1 - Eixos articuladores da Matriz Curricular Nacional

2 - Áreas Temáticas da Matriz

3 - Desdobramento das Competências

4 – Interdisciplinaridade

5 – Transversalidade

6 - Gráfico : 1 º

8 - Gráfico : 2º

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Polícia Militar de Santa Catarina - PM/SC

Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP

Quartel do Comando Geral PM/SC - QCG

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO________________________________________________11

4 METODOLOGIA______________________________________________15

5 REFERENCIAL TEÓRICO______________________________________16

6 ACADEMIA MILITAR NO BRASIL_______________________________18

6.1 A MATRIZ CURRICULAR E SEUS EIXOS NORTEADORES__________21

6.2 MULHERES NA ACADEMIA MILITAR PM/SC_____________________36

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS____________________________________42

10 REFERÊNCIAS_____________________________________________44

APÊNDICES__________________________________________________47

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda aspectos da Participação da Mulher na

Academia da Polícia Militar de Santa Catarina - PM/SC, com ênfase na

presença feminina com a perspectiva de identificar o quantitativo dessas

profissionais na corporação no que diz respeito a sua formação profissional,

distribuição de cargos que ocupam e no desempenho de suas funções.

A criação dessas perspectivas para o universo das mulheres inicia-se com as

mudanças provocadas pela a revolução industrial e a urbanização. Neste

cenário as famílias começam a adquirir eletrodomésticos tornando a vida

doméstica mais fácil e também a chegada da segunda guerra mundial, por

volta de 1939. Período esse em que a mulher começou a trabalhar fora dos

domínios domésticos, assumindo empregos antes exercidos somente pelo

sexo masculino, e assim deixando seus lares para suprir a falta de mão de obra

nas fábricas e indústrias, ocasionada pelo alistamento militar dos homens.

Desta forma a mulher começou a lutar para ser reconhecida também

profissionalmente, para tanto, primeiramente tiveram que lutar pelo direito à

educação indo para as escolas, onde elas começam a estudar e preparar-se

para exercer outras atividades.

Na luta pelos direitos a educação e profissionalização feminina no pós

guerra a mulher começou a ganhar mais espaços na sociedade, ela começa a

se manter trabalhando como professora, por exemplo, e assim vai criando

espaços na sociedade para poder adentrar em outras áreas profissionais. Na

atualidade o desafio da mulher consiste em conciliar os papéis de mãe,

esposa, namorada, filha com o desempenho das funções assumidas no âmbito

profissional das mais variadas naturezas e ramos de atuação profissional.

Assim, paulatinamente a mulher vai ocupando espaços de trabalho em

determinadas profissões que eram eminentemente masculinas. Sabemos que

um dos ambientes de trabalho em que predomina o gênero masculino é a

Policia Militar, porém aos poucos foi abrindo as portas para as mulheres nas

Academias Militares de todo o Brasil.

A academia militar de Santa Catarina assegurou a entrada das mulheres

com o processo seletivo educacional no ano de 1991 visando à formação do

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seu quadro militar, porém, teve que se adequar para atender a essa nova

demanda que resulta em uma reformulação do seu currículo como também das

estruturas físicas do ambiente militar

Com a entrada da mulher nesta área eminentemente masculina surge o

questionamento: como será a formação na academia de polícia? Terá alguma

distinção entre os gêneros? Há reações às discriminações do sexo masculino?

Como é o convívio na academia? O currículo é o mesmo? E porque as

mulheres optaram por esta área de atuação?

Para atender a essa demanda a Academia Militar de Santa Catarina

realiza as adequações a partir de documentos como a Matriz Curricular da

Policia Militar de Santa Catarina e Normas Gerais de ensino da academia

militar. Estes documentos representam uma ferramenta para a formação e

atuação do Profissional da Segurança Pública. A partir dos referidos

documentos foi feito uma análise sobre a formação militar, as influências no

cotidiano feminino, e a criação das academias militares, como é o curso de

formação de soldados, e para compreender como a mulher foi educada.

Na intenção de alcançarmos o propósito deste trabalho estabeleceu-se a

trajetória da “educação militar” no âmbito da formação para exercício das

funções previstas na Polícia Militar de Santa Catarina, reconhecendo a

estrutura curricular para a formação na academia militar de Santa Catarina e

Analisando o regimento da corporação no que tange a inserção da mulher na

polícia militar, por fim verificar e analisar os cargos e funções ocupados pelas

mulheres na estrutura funcional e administrativa da policia militar de Santa

Catarina e seus desdobramentos.

A academia militar foi por muito tempo um espaço voltado

exclusivamente para os homens, mas devido às mudanças sociais e ao

aumento da participação feminina nos mais diferentes segmentos da sociedade

e caracteriza-se hoje em uma instituição onde se formam soldados e oficiais

militares masculinos e femininos responsáveis pela segurança pública do

nosso país. Partindo desta perspectiva procuramos analisar quais são seus

benefícios, os prós e contras desta educação militar, procuramos respostas a

esses questionamentos nos aspectos pedagógicos, como leituras de obras,

artigos, pensadores que relatam estas vivências, e também com a análise das

planilhas de dados representados em gráficos. O quadro atual indica um

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percentual do efetivo masculino predominante sobre o feminino nos postos que

as mulheres ocupam dentro da corporação da Polícia Militar de Santa Catarina.

A academia militar caracteriza-se por ser uma instituição onde se formam

soldados e oficiais militares responsáveis pela segurança pública do nosso

país, atualmente composta por homens e mulheres com faixa etária de 18 a 26

anos para mulheres e 18 a 28 anos para homens que tenham cumprido com

suas obrigações militares e não tenham uma ficha criminal restritiva.

A definição do tema surgiu da minha curiosidade em compreender

melhor a educação militar, pelos mais diversos aspectos que estão

impregnados no meu dia a dia. Mesmo não tendo participado efetivamente

deste processo educacional, fui educada de uma maneira muito similar, porém

no âmbito doméstico. Por ser neta de militar, entretanto, mesmo de uma forma

mais amena a educação foi sendo repassada de geração a geração. O cuidado

principal sempre era com o corpo, respeitando a hierarquia familiar, a postura à

mesa, o cuidado com a roupa e com os sapatos etc. A responsabilidade maior

era do primogênito, ou do filho homem, porém, sendo eu a filha mais velha, e

apesar de eu ter mais dois irmãos homens e mais jovens, as principais

responsabilidades recaíram sobre mim.

Iniciei o curso de Pedagogia no Centro Universitário Municipal de São

José – USJ, no segundo semestre de 2009, e foi através do estudo e leituras

feitas durante o período de graduação que comecei a me questionar acerca

da minha educação, então considerei a possibilidade de fazer meu trabalho de

conclusão de curso sobre a inserção da mulher na área militar.

A relevância do tema se consolida pela possibilidade de poder entender

melhor esta educação que está tão presente em nossa sociedade e influenciou

não somente a minha vida educacional, mas agora com um olhar pedagógico,

com as leituras das obras, artigos, que relatam estas vivências, bem como

através da análise das planilhas de dados representados em gráficos tudo se

tornou ainda mais instigante para mim. E pesquisar a inserção da mulher na

academia de polícia militar de Santa Catarina em primeiro foi uma escolha para

que eu possa compreender melhor como a mulher está inserida neste campo

que antes era só masculino, como a educação militar influencia no cotidiano

social feminino, quais os prós e contras desta educação militar, uma educação

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que vivenciei e acabou influenciando não só a minha vida, mas de outras

pessoas em meu entorno.

O tema, portanto delimita-se no objetivo geral de Identificação e análise

da participação da mulher na Academia de Polícia Militar do Estado de Santa

Catarina bem como a sua atuação no exercício das funções previstas pela

corporação; e os objetivos específicos são:

Verificar a trajetória da “educação militar” no âmbito de sua

formação para o exercício das funções previstas na Polícia Militar

com ênfase a de Santa Catarina.

Reconhecer a estrutura curricular para a formação na academia

militar de Santa Catarina.

Descrever o regimento da corporação no que tange a inserção da

mulher na polícia militar.

Abordar e elencar os cargos e funções ocupados pelas mulheres na

estrutura funcional e administrativa da policia militar de Santa

Catarina.

Diante disso, o presente trabalho justifica-se com intuito de contribuir

significativamente com o debate em torno da construção de uma sociedade

mais igualitária, e também fortalecer e incentivar a produção acadêmica,

deixando este trabalho como um registro para que outros estudantes

pesquisadores possam ampliar a discussão em torno deste tema.

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4 METODOLÓGIA

Este é um trabalho de conclusão do curso de Pedagogia do Centro

Universitário Municipal de São José (USJ), cujo tema de estudo caracteriza-se

pela observância de aspectos da Pedagogia Militar, ou seja, a questão das

mulheres no curso de formação de soldados na academia militar de Santa

Catarina.

O presente trabalho é composto por uma pesquisa bibliográfica e

documental, que de acordo com Severino (2004, p37) “documentação temática

visa coletar elementos relevantes para o estudo em geral ou para a realização

de um trabalho em particular, sempre dentro de determinada área”. Marconi e

Lakatos (2008, p 43) corroboram também com a idéia: “a pesquisa pode ser

considerada um procedimento formal com método de pensamentos reflexivos

que requer um tratamento cientifico e se constitui no caminho para se conhecer

a realidade ou para descobrir verdades parciais”.

A pesquisa realizada busca identificar a presença das mulheres na

Academia de policia de Santa Catarina e as mudanças ocorridas no currículo

após a inserção do efetivo feminino na academia Militar de Santa Catarina.

Esta pesquisa tem também caráter qualitativo de cunho quantitativo acerca dos

dados obtidos junto ao Comando Geral da Polícia Militar/SC e do levantamento

bibliográfico e descrição da coleta de dados e suas respectivas análises.

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5 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico que fundamenta o presente trabalho conta com

diversas fontes de consultas bibliográficas sobre a temática, especialmente as

mais recentes. Desta forma pudemos obter informações do percurso histórico

da educação militar e das academias Militares de SC, o Curso de Formação de

Soldados, a Educação Feminina e a Mulher na academia militar, bem como, os

dados e textos oficiais, publicados em livros, na mídia eletrônica e trabalhos

acadêmicos acerca do tema para dar a sustentação e a fundamentação teórica

necessária ao trabalho.

Ao considerar que a organização de grupos para fins militares remete

aos primórdios das sociedades humanas, pode-se observar que a educação

não formal dentro destas organizações também remete a um período bastante

antigo. De acordo com Luchetti (2006 , p 64)

A historiografia dá conta de que o ensino militar teve início em meados do século XVII. Esse ensino, como característica da época, era ministrado em aulas, que eram cursos avulsos e

descentralizados.

Este ensino tentava atender as especificidades daquela época que era a

formação profissional com finalidade de defender a pátria. Ainda segundo

Cerqueira (2009, p58-61)

A Educação Militar pauta-se no autoritarismo e no rigor excessivo na aplicação das normas um dos objetivos é fazer que os soldados adquiram racionalmente conhecimentos de si mesmos para poder compreender o regime disciplinar da PM. O ensino militar brasileiro tem sua origem da milícia Francesa onde os soldados praticavam tiro de precisão, ordem unida, educação física militar e legislação militar, se espelhando nos soldados Gregos com a plenitude do corpo e da mente.

Observamos que desde sua origem até os dias atuais se dá ênfase as

técnicas e doutrinas militares tendo como exigência as habilidades em todos

os aspectos educacionais relacionados na formação para os próprios fins

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militares, todavia significa que todos os militares necessitam ter várias

habilidades e atributos individuais na sua formação militar, como por exemplo

conhecimentos táticos, teoria em estratégias e inteligências militares que se faz

fundamental para o exercício da profissão na segurança pública, esses

ensinamentos são repassados através de uma educação diferenciada, a

educação militar.

Na literatura de Barreto (1998, p 61) destaca que:

A educação é sempre política, não existe educação neutra, numa sociedade em que convivem segmentos da população com interesses opostos e contraditórios. É impossível a existência de uma única educação que sirva, da mesma maneira, a todos estes grupos sociais. Ela está sempre a favor de alguém e, por consequência, contra alguém.

As mudanças ocorrem com o tempo, à educação militar nos dias atuais

estuda não só as ciências militares, mas é também regida por leis como a lei

9.394/96 que dispõe no Art. 83 que o ensino militar é regulado em lei

específica, admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas

fixadas pelos sistemas de ensino.

Tendo como foco a educação militar a Academia Militar/SC procura

rever e atualizar aspectos que definem seu ensino, para que possa ser um

ensino que vise proporcionar os conhecimentos necessários e indispensáveis

ao policial militar, levando em conta a sua efetiva preparação para o

desempenho de suas atividades militares e que seja também um processo

contínuo, evolutivo e permanente. Visando também proporcionar cursos e

estágios que assegurem a imediata utilização dos conhecimentos adquiridos

evitando o mero repasse de informações. ( Fonte NGE, 2012, p 2).

Neste sentido Silveira (2009,p12) ressalta que:

As reflexões históricas não podem esquecer as razões e as paixões que alimentam as decisões dos homens e mulheres que as constroem. A aparente contradição e a comum minimização da segunda tendem a deixar de lado um olhar importante para um comportamento humano, o da afetividade, o da subjetividade na construção dos processos identitários e nas decisões políticas

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As diferenças entre as escolas regulares, e as escolas militares podem

ser observadas na sua proposta pedagógica que prioriza princípios e práticas

que guarda estreita e cerrada relação com o esforço de modernização do

ensino.

6 AS ACADEMIAS MILITARES NO BRASIL

A primeira academia militar brasileira, criada em 04 de dezembro de

1810, pelo então príncipe Regente Dom João, foi chamada Real Academia

Militar e iniciou as suas atividades pedagógicas no ano seguinte. Essa criação

foi baseada em outras academias já existentes como, por exemplo, a da

França e Inglaterra.

De acordo com CASTRO (1990, p. 1)

A academia contava com um corpo discente extremamente heterogêneo, tanto em faixa etária quanto em nacionalidade; era composto por civis e por militares. Na primeira turma, dos 63 alunos matriculados, 23 tinham menos de 20 anos, 36 eram brasileiros, 16 portugueses, um italiano e 10 cuja procedência não foi registrada.

Com a Independência do Brasil, a Real Academia passou a se chamar

Imperial Academia Militar e, por volta de 1832, teve o seu nome modificado

novamente, passando a chamar-se Imperial Academia Militar da Corte, e ficou

ainda mais militarista que antes haja vista que a academia não seguia uma

disciplina rígida. As armas foram todas recolhidas dos alunos do Colégio

Militar, pois as aulas não seriam de forma militar.

Em 1839 a Academia mudou mais uma vez seu nome, passando a

chamar-se Escola Militar. Antes o formato da escola militar era como as

escolas tradicionais onde os alunos estudavam as matérias do currículo escolar

da época. Junto com a alteração do nome, sofreu também uma reformulação

no seu currículo, ficando muito parecida com o ensino das Academias

francesas, em que os jovens além de estudar ciências, também estudavam

armamentos militares e os comandantes os “corrigiram” os alunos que nas

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suas aulas, não tivessem um comportamento correto através de prisão que

variava de 5 a 7 dias.

De acordo com informações retiradas do site (http://www.pm.sc.gov.br

em Santa Catarina:

A Força Policial foi instituída no ano de 1835, por Feliciano Nunes Pires, através da Lei Provincial nº 12. Esta corporação substituiu os Guardas Municipais Voluntários. O Regulamento da Força Policial, aprovado em 1836, só veio ratificar a missão acima citada, outorgando-lhe a missão ampla e complexa de atender desde incêndios até a prisão de infratores das posturas municipais. Essa foi, durante muitos anos, a principal missão da Força Policial.

Durante o período Imperial, o Brasil se viu envolvido em inúmeras

contendas internas e externas, tais como a Guerra dos Farrapos e a Guerra do

Paraguai. Após estes dois fatos históricos as academias militares se

reestruturaram e voltaram-se para o ensino das armas militares. Até o ano de

1975, os jovens poderiam ingressar na academia militar apenas com a

formação no primeiro grau. Santa Catarina foi o primeiro estado do Brasil na

época a exigir como requisito o segundo grau para o jovem ingressar no corpo

de oficiais no ano de 1976.

A academia Militar foi um espaço voltado exclusivamente para os

homens, mas devido às mudanças sociais e ao aumento da participação

feminina nos mais diferentes setores, em 1983 a mulher passou a fazer parte

do quadro da Polícia Militar, mas a sua formação acadêmica ainda não podia

ser realizada no Colégio Militar.

Com o passar do tempo as mulheres procuraram adaptar-se às

mudanças sociais para que fossem inseridas no campo de trabalho, com isso

aumentou a presença feminina tanto no ensino médio quanto nas

universidades, onde antes predominava a figura masculina.

A mulher antes era educada para o cuidado da casa, do marido e dos

filhos, aprendia corte costura, como arrumar uma mesa para um jantar e as que

conseguiam estudar formavam-se como normalistas, professoras responsáveis

pelo ensino das crianças. Para muitos homens a mulher nunca deveria

trabalhar fora das fronteiras de casa.

Campos apud Almeida (1998, p. 21) corroboram com exposto

enfatizando que:

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Queremos que a mulher aprenda e saiba, e achamos bem que ela advogue e politique se tanto dá gosto. Mas se a falência da escola com educadora moral se acentua de dia a dia e em toda parte; se o mesmo progresso da justiça social reclama que cada mulher tenha seu próprio lar e amamente o seu filho, se enfim a espécie humana quer durar , progredindo e melhorando, parece então que, além de médicas, advogadas e deputadas, convêm haver também algumas mães e algumas donas de casa, pelo menos enquanto o socialismo nos não apresente um modelo garantido de chocadeira para bebes e a amostra de um lar governado com toda dedicação, todo amor e toda poesia, por funcionários pagos pelo estado, Ate lá,a melhor mestra das futuras mães será a mãe, e melhor escola para donas de casa, a própria casa burguesa - e não o convento, nem o liceu oficial.

Com base nas mudanças ocorridas na sociedade, e a entrada das

mulheres na academia militar, foram reformulados e estruturados documentos

como a matriz curricular nacional/militar para nortear sua educação

profissional. Para ingressar na academia militar é necessário participar de

concurso público, por sua vez os alunos passam pelo processo de ensino

aprendizagem ministrado por professores com o propósito da formação

profissional e acadêmica, onde são repassados conteúdos de cunho militar.

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6.1 A MATRIZ CURRICULAR DA PM/SC E SEUS EIXOS NORTEADORES

De acordo com Carpes (2010), com as mudanças educacionais e

também no currículo militar no ano de 2009, a academia Militar de Santa

Catariana, passou a exigir formação superior em Direito ou em Ciências

Jurídicas para os oficiais e os demais cargos, que deveriam estar cursando o

último ano do curso superior para compor seu quadro militar, tornando-se

assim a academia Militar de Santa Catariana a terceira instituição do país a

fazer esta exigência (as outras são: Rio Grande do Sul e Goiás).

Uma das mudanças no currículo é fazer uma articulação com “o

desenvolvimento de conhecimentos, práticas e atitudes relativas à dimensão

ética da existência, da prática profissional e da vida social” ( SENASP 2009,p

17)

Na perspectiva de conceituar o currículo observam-se os seguintes

conceitos: de Cerqueira (2009 p,79)

Os currículos devem procurar responder ao tipo de conhecimento considerado importante, justamente a partir de descrições sobre o tipo de pessoa que se considera ideal para o exercício profissional, o currículo considera importante a aquisição do aprendizagem e seus valores repassados pelos professore ou instrutores.

No documento do SENASP (2009, p 8 e 15) podemos observar que:

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O currículo da Academia de Polícia Militar de Santa Catariana tem como objetivo ser um referencial teórico-metodológico que orienta as Ações Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública – Polícia Militar, Polícia Civil e Bombeiros Militares – independentemente da instituição, nível ou modalidade de ensino o que se espera é atender a matriz curricular que tem como finalidade abordar quatro eixos: Sujeito e Interações no Contexto da Segurança Pública, Sociedade, Poder, Estado e Espaço Público e Segurança Pública, Ética, Cidadania, Direitos Humanos e Segurança Pública,

Diversidade, Conflitos e Segurança Pública.

O currículo aplicado no segmento de ensino da Academia de Polícia

Militar está centrado nos fundamentos da formação para o exercício das

funções e dos contextos vivenciados pelos policiais. Sua organização e

distribuição por disciplina e carga horária apresentam-se de acordo com os

princípios da segurança pública e da defesa. A academia se pauta pela busca

das competências e habilidades para o respectivo segmento tendo como

parâmetro para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares e a

aprendizagem necessária para o desempenho das funções previstas no

regimento da corporação. Sua abordagem é fortemente teórica, em um

primeiro momento, centrada em informações e memorização, na fase seguinte

intensificam-se as ações de ordem prática. A avaliação se constitui processo

integrante da aprendizagem, em decorrência de parâmetros e procedimentos

que privilegiam a elaboração, análise e a iniciativa e atitudes por parte dos

alunos. A seguir as áreas temáticas e eixos articuladores do currículo da

Academia Militar da PM/SC.

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Ilustração: Eixos articuladores da Matriz Curricular Nacional.

FONTE: SENASP (2009, p. 16)

Ao analisar os eixos articuladores da matriz curricular militar, percebe-

se o sujeito e suas as Interações no Contexto da Segurança Pública, e que

este eixo trata do profissional como sujeito que se adéqua as necessidades

do ambiente e de outro sujeito em si. Segundo SENASP (2009, p 8 ):

Dentro deste eixo são enfatizados quatro temas geradores, relacionados com, Sensibilização, motivação pessoal e coletiva e integração de grupo, Aspectos humanos da profissão ou de procedimentos específicos, Relações humanas, Autoconhecimento e valores. Sendo contextualizado a valorização do exercício da profissão como também o próprio sujeito.

No que se refere à Sociedade, Poder, Estado, Espaço Público e

Segurança Pública, trata-se da relação que se tem com a sociedade, seu

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estudo histórico com o social, político, antropológico e cultural, tendo como

objetos os conceitos humanos da sociedade civil.

Seguindo este eixo nos são apresentados seis temas que segundo

SENASP (2009 p,17 ) são:

Elementos de Antropologia e de História, Sociedade, povo e Estado Brasileiro, Espaço público, cidadania, democracia e Estado de Direito, Constituição do Estado de Direito, Formas de sociabilidade e utilização do espaço público, História social e econômica do Brasil e dos estados.

Em relação à Ética, Cidadania, Direitos Humanos e Segurança Pública,

a articulação que este eixo busca desenvolver é a ética o social e o

profissional valorizando as práticas diárias como também as diferentes

noções de ética, cidadania e Direitos Humanos, este eixo traz consigo cinco

temas que são eles segundo SENAPS (2009 p 17):

Valores presentes na sociedade, Atuações humanas frente a dilemas éticos, Ética, política, cidadania e segurança pública, Práticas dos profissionais da área de Segurança Pública à luz das normas e dos valores dos Direitos Humanos. Com a percepção e reflexão das atividades da segurança Pública.

No contexto da Diversidade, Conflitos e Segurança Pública, este eixo

consiste no questionamento sócio cultural das diversas dimensões

comportamentais da sociedade como base este eixo tem cinco temas sendo

referenciados pelo SENAPS (2009 p,17 ):

Diversidade como fenômeno social e direito fundamental da cidadania, Valorização das diferenças e a intervenção de órgãos da Segurança Pública, Conflitos gerados pela intolerância e a discriminação, Mediação e negociação de conflitos, Movimentos sociais e a atuação dos profissionais da área de Segurança Pública.

Estes eixos e temas fazem menção primordial a Segurança Pública

como um todo, sendo refletido e abordado para que o profissional possa

assegurar e garantir a convivência no espaço público. No entanto, o contexto

da matriz curricular possui como foco central as “Funções Técnicas e

Procedimentos em Segurança Pública” que se desdobram em oito temas, com

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foco nos “currículos dos cursos de formação policial.” Cada área temática está

representada no gráfico a baixo:

Ilustração: Áreas Temáticas da Matriz. FONTE: SENASP (2009, p. 19)

Ao analisar esses aspectos presentes na matriz curricular, segue uma

breve descrição acerca de cada um dos temas relacionados na referida Matriz

que segundo o SENASP (2009, p. 19) que são:

Sistemas, Instituições e Gestão Integrada em Segurança Pública, Violência, Crime e Controle Sócial, cultura e Conhecimentos Jurídicos, Modalidades de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos, Valorização Profissional e Saúde do Trabalhador, Comunicação, Informação e Tecnologias em Segurança Pública, Cotidiano e Prática Policial Reflexiva, Funções, Técnicas e Procedimentos em Segurança Pública.

Estas temáticas têm como finalidade a conclusão do processo de

formação dos profissionais da Segurança Pública, cada temática se refere a

um distinto tema como os: Sistemas, Instituições e Gestão Integrada em

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Segurança Pública, que têm como foco a historização do sistema Público com

sua organização social, a discussão crítica e contextualizada da atuação dos

diferentes órgãos e carreiras profissionais, as interfaces e a interatividade das

respectivas ações, nesta mesma temática são compostas áreas que têm como

objetivos “processos e métodos” segundo SENASP (2009, p 20 ):

O conceito e os diferentes paradigmas de Segurança Pública, A história das Instituições de Segurança Pública, A formulação, a implementação, a avaliação e o acompanhamento de políticas públicas de segurança, As funções e as atribuições da polícia em uma sociedade democrática, A filosofia e os modelos de policiamento comunitário, A gestão integrada e a interatividade em Segurança Pública, O controle democrático externo e interno das Instituições de Segurança Pública, O poder de polícia, o poder da polícia e o poder discricionário do policial, A administração e o serviço públicos, A gestão de recursos humanos, os planos de carreira e as relações de trabalho, O planejamento estratégico aplicado à Segurança Pública.

Em relação a Violências, Crime e Controle Social tem como abordagem

o fato da violência e a criminalidade com o intuito de controlar estas

manifestações na sociedade .tendo em vista este fatores são “desenvolvidos”

temas para que sejam “abordados” afirma SENASP (2009, p 21 )

Sociologia da violência, Violência estrutural, institucional, interpessoal, Mídia, violência e (in)segurança, Noções de criminologia, Processos criminógenos, psicologia criminal e das interações conflituosas, Sistema penal, processos de criminalização e práticas institucionais de tratamento dos autores de atos delitivos, Jovens em conflito com a lei, Violência e corrupção policial, Crime organizado: análise crítica da gênese e estruturas, Violência da escola e violência na escola, Violência e grupos vulneráveis, Violência contra a mulher, Exploração sexual comercial, Violência no trânsito, Tráfico de drogas.

No que diz respeito à Cultura e Conhecimento Jurídico, estas temáticas

se referem, a estrutura da sociedade em um todo, tendo como finalidade

“Direito como construção cultural, Direitos Humanos, conhecimento do

ordenamento jurídico brasileiro,” assim se dá os temas a serem trabalhados

segundo SENASP (2009, p 21):

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Direito, sua concepção e função, Direitos Humanos, sua história e instrumentos de garantia, Elementos de Direito Constitucional, Elementos de Direito Administrativo, Elementos de Direto Penal e Direito Processual Penal, Legislações especiais aplicáveis no âmbito da Segurança Pública.

Ao fazer referência as Modalidades de Gestão de Conflitos e Eventos

Críticos, a proposta traz uma postura dominante sobre situações de conflitos,

uma postura de “forma responsável, eficaz, legítima e legal”. Na segurança

publica com intuito de promover uma reflexão temática segue os seguintes

temas conforme SENASP (2009, p 22) .

Análise e prevenção de conflitos, Mediação de conflitos, Emotividade e percepção das situações e conflito, Preparação psicológica e emocional do gerenciador de conflitos, Tomada de decisão em situações de conflito, Uso da força, legitimidade e limites, Formas de uso da força, responsabilidade e ética, responsabilidade dos aplicadores da lei, Relação com a mídia.

Conforme Valorização Profissional e Saúde do Trabalhador, é uma

temática destinada a cumprir o elo com a segurança pública e o profissional

desta área tendo como finalidade à motivação, à eficácia e ao bem-estar,

condições de trabalho, assistência, equipamentos disponíveis tendo como

temas segundo SENASP (2009, p 23 ).

Imagem do profissional de Segurança Pública, Condições de trabalho em Segurança Pública, Desempenho profissional e procedimentos e técnicas para proteção à vida, Conceito de saúde para o profissional em Segurança Pública, Condições de trabalho saudáveis e equipamentos adequados, Exercício e condicionamento físico.

No contexto da Comunicação, Informação e Tecnologias em Segurança

Pública, traz os procedimentos técnicos relacionados ao sistema de segurança

pública, tendo como abordagem geral dos diferentes princípios, meios e

modalidades de comunicação, tendo em vista os seguintes temas referidos

conforme SENASP (2009, p 3 ).

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Princípios, meios e formas de comunicação: da comunicação oral à comunicação de massa, Comunicação verbal e corporal, Comunicação de massa e Sistema de Segurança Pública, Sistemas de telecomunicações interno e externo, Registro de ocorrências, Estatística criminal e análise criminal, Geoprocessamento e atuação policial no locus urbano, Gestão das novas tecnologias da informação, Atividades, operações e análise de Inteligência, Controle democrático e atividades de Inteligência.

Na atualidade o Cotidiano e Prática Policial Reflexiva referem-se à teoria

das práticas , relacionadas ao dia a dia dos profissionais da segurança publica,

tendo como objetivo obter soluções de problematização no cotidiano . Sendo

assim são temas geradores conforme SENASP (2009, p 23 ).

Casos de relevância e alto risco, Mediação e solução de problemas policiais, Práticas individuais e institucionais polêmicas, Análise situacional concreta, Temas relacionados ao imaginário popular sobre segurança pública e seus profissionais, Reflexão sobre rotinas, Práticas policiais emblemáticas.

E o última temática faz referência as Funções, Técnicas e

Procedimentos em Segurança Pública, que abordam as funções que os

profissionais da segurança pública atuam sendo assim devem permear as

Ações Formativas e integrar as demais áreas temáticas. Tendo como objetivo

de acordo com SENASP (2009, p 24 ).

Planejamento de ação integrada, Análise criminal, Áreas integradas de Segurança Pública, Informações sobre proteção a testemunhas, Perícias, Técnicas para ação tática (ex: técnicas de abordagem, técnicas de defesa pessoal, técnicas de contenção, imobilização e condução, direção defensiva, uso legal da força, métodos de intervenção e de mediação, formas e técnicas de patrulhamento, técnicas de atendimento pré-hospitalar, local de crime, entre outras), investigação policial.

A segurança Pública tem como foco as Orientações Teórico-

Metodológicas que consistem em técnicas para que facilitem o planejamento

da formação dos policiais. Sendo assim, o referencial teórico-metodológico da

Matriz está baseado em um paradigma que concebe a formação e a

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capacitação como um processo complexo e contínuo de desenvolvimento de

competências.

Sendo assim os Processos de Ensino e Aprendizagem e o

Desenvolvimento de Competências estão pautados na educação que o

profissional atinja com o ensino que lhes é proporcionado através da

construção e reconstrução do conhecimento e a apropriação crítica da cultura

elaborada. Nesse sentido SENASP (2009, p26) afirma que :

Os processos de construção/reconstrução do conhecimento estão relacionados à capacidade de aprender continuamente e envolvem, dentre outras, as capacidades de análise, síntese, crítica e criação, a partir da exploração de diferentes perspectivas na interpretação da realidade, frente a desafios e situações problematizadoras relacionadas à área de atuação.

Tendo como fator a aprendizagem militar a Matriz curricular faz menção

a um referencial pedagógico que tem em vista a promoção efetiva da

consciência coletiva profissional da área de Segurança Pública. SENASP

(2009, p26):

Cognitivas/Aprender a Pensar – competências que requerem o desenvolvimento do pensamento por meio da pesquisa e da organização do conhecimento e que habilitam o indivíduo a pensar de forma crítica e criativa, a posicionar-se, a comunicar-se e a estar consciente de suas ações. Atitudinais/Aprender a Ser e a Conviver – competências que visam estimular a percepção da realidade, por meio do conhecimento e do desenvolvimento das potencialidades individuais – conscientização de si próprio – e da interação com o grupo e a convivência em diferentes ambientes: familiar, profissional e social. Operativas/Aprender a Atuar – competências que prevêem a aplicação do conhecimento teórico em prática responsável, refletida e consciente. “

Referindo-se a aprendizagem como um conjunto que se faz

efetivamente essencial ao referencial pedagógico da segurança pública,

havendo nos eixos um desdobramento em: Conteúdos conceituais (leis,

teorias e princípios). Conteúdos atitudinais (valores, crenças, atitudes e

normas). Conteúdos procedimentais (habilidades técnicas, administrativas,

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interpessoais, políticas e conceituais traduzidas em métodos, técnicas e

procedimentos).

Estes eixos estão ilustrados na figura abaixo

Ilustração: Desdobramento das Competências . FONTE: SENASP (2009, p. 27)

Em relação aos eixos, competências e conteúdos esses fazem uma

relação com os saberes práticos do dia a dia dos profissionais da segurança

pública destacando-se segundo o documento em análise são os seguintes: o

saber redizer textualmente, repetindo tal como foi dito;o saber redizer, dizendo

o que foi dito com as próprias palavras ou na forma de um gráfico, desenho ou

imagem; o saber refazer, reproduzindo o que foi aprendido em situações

semelhantes, adaptando-se rapidamente às situações rotineiras; o saber fazer,

aplicando o conhecimento em situações não semelhantes a que se serviu de

aprendizagem, o que exige análise, ordenação, combinação e diferenciação

entre o que é essencial e o que é superficial, síntese, solução de problemas,

avaliação, escuta e comunicação; o saber fazer gestual no uso de

equipamentos e no uso da tecnologia; o saber ser, incluindo o

autoconhecimento, o conhecimento dos outros e da vida em geral, remetendo a

sistemas de valores, opiniões e crenças usadas nas avaliações e julgamentos

(este saber integra o saber redizer, o saber refazer e o saber fazer); o saber

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transformar-se, implicando no engajamento em projetos, ajustes e antecipação

do futuro; o saber fazer relacional, incluindo o estabelecimento de relações

entre conceitos, teoria e prática, contexto mais próximo e contexto mais amplo.

A ligação destes saberes se dá a partir das práticas e atividades na

construção da formação dos profissionais da segurança pública a partir das

ações pedagógicas através da Interdisciplinaridade e Transversalidade, a

interdisciplinaridade conforme SENASP (2009 p 29):

Questionar a segmentação dos diferentes campos do conhecimento, possibilitando uma relação epistemológica entre as disciplinas, ou seja, uma inter-relação existente entre os diversos campos do conhecimento frente ao mesmo objeto de estudo.

A figura a baixo faz alusão a interdisciplinaridade e a ligação com as temáticas:

Ilustração: Interdisciplinaridade . FONTE: SENASP (2009, p. 27)

A transversalidade tem como objetivo “temas emergentes destacados

pelos eixos articuladores,” (SENASP 2009, p 30)

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Transversalidade

Direitos Humanos (Eixos Articuladores)

Funções Técnicas e Proc. Em Seg. Púb.(Uso Legal da força)

Com. Inf. E Tec. Em Segurança (Erros de Comunicação)

Valorização de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos (Estresse e Trabalho)

Modalidades de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos (Movimentos Sociais)

Ilustração: Transversalidade. FONTE: SENASP (2009, p. 30)

Conforme o documento analisado SENASPE (2009, p30), para que haja

a efetivação da interdisciplinaridade e da transversalidade pretendida, os

responsáveis em promoverem as ações formativas precisarão planejá-las a

partir da análise crítica das ações pedagógicas, baseando-se na matriz

curricular que se ampara e se define através da interdisciplinaridade e a

transversalidade segundo as construções sociais do trabalho dos profissionais

da segurança pública. Assim a metodologia e técnicas de ensino romperão

com práticas docentes conservadoras e abrirão espaços para a reflexão e

discussão pelos docentes, desta forma Cerqueira (2009, p 69) afirma que :

A Polícia Militar constitui o braço armado da lei, sendo assim deverá conhecer as normas Jurídicas para poder cumpri-las. Além dos valores éticos da Polícia Militar como autoconfiança, liderança, honestidade e lealdade, a instituição educativa.

A Matriz curricular foi desenvolvida com objetivo de proporcionar aos

profissionais da segurança pública a teoria e metodologia com ênfase nos

eixos articuladores, procurando orientar os profissionais para uma formação

com formato Universitário. Assim, o ensino militar estadual catarinense, em 04

de maio de 2009, com a Portaria n. 430 do Comando Geral da Corporação, o

Centro de Ensino da PMSC teve sua denominação modificada para Centro

Universitário para a Defesa e Segurança Pública com Cidadania da PMSC

(atual CEUSCIPM)”. A academia militar busca ser reconhecida pelo “Ministério

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da Educação e Cultura” e pelo conselho estadual de educação, fato que ainda

não se consolidou. Academia Militar de Santa Catarina segue sua linha de

práticas educacionais para a segurança pública, visando o bem estar da

população em geral, por meio dos seus agente. Conforme Carpes (2010, p39)

A prática dos profissionais de segurança pública requer destrezas operacionais que permitam a execução de procedimentos com segurança, técnica e atitudes relacionadas com o sentimento de humanidade, respeito aos direitos humanos e compromisso social, fundamentos que asseguram o exercício profissional ético.

O exercício da função a partir da formação obtida constituiu um desafio

permanente aos profissionais da segurança pública em particular, por enfrentar

situações diversas que não podem ser resolvidas dentro de uma única forma

de atuação e contar com o fator surpresa, mesmo que haja uma preparação

para essas situações.

Ao analisarmos a literatura de acordo com Brand,Tolfo, (2012, p 14),

todos os soldados que frequentam o curso da academia militar de Santa

Catarina têm que seguir um currículo especifico que possui duração de 35

semanas, com carga horária total de 1.445 horas aula, sendo 1.380 horas-aula

teórica, 45 horas-aula de estágio e 20 horas-aula a disposição da diretoria. A

academia militar segue um regime escolar de 50 horas-aula semanais, sendo

10 aulas de 45 minutos diárias de segunda a sexta-feira, com quinze minutos

de intervalo no período matutino e quinze minutos de intervalo no período

vespertino. Sendo que se assemelham parcialmente com as escolas regulares

no que tange a questão de horário. A rotina das atividades escolares na

academia iniciam as 07h30m com uma formatura ordinária para revista do

pessoal e hasteamento da bandeira, para em seguida, as 08h00m iniciar as

aulas em sala. No período matutino as aulas são de 08h00m as 12h00m. Neste

intervalo de duas horas para almoço, os alunos almoçam no quartel e devem

permanecer esperando para as aulas do período vespertino que têm início as

14h00m e término as 18h00m, momento em que os alunos entram em forma

novamente no pátio para o arreamento da bandeira. Em relação à disciplina

mencionada Cerqueira (2009, p.61) explicita:

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Tudo tem por objetivo fazer com que o aluno adquira racionalmente conhecimento de si mesmo para poder compreender o regime disciplinar da Policia Militar, que procura apontar-lhe o que pode e o que não pode fazer, visando ao seu bem-estar.

Com o intuito de que os alunos apropriem-se de uma aprendizagem

significativa, é adotada na escola militar a construção ativa do conhecimento,

em que o professor por meio da mediação intencional do processo de ensino

aprendizagem, cria as condições para que o aluno aproprie-se do

conhecimento e opere física, mental e emocionalmente sobre o objeto do

conhecimento, tendo como objetivo por meio das disciplinas curriculares a

formação que evidencie o caráter do policial como cidadão qualificado.

Na sociedade contemporânea é muito significativa e ascendente a

participação das mulheres em profissões antes consideradas essencialmente

masculinas. A inserção das mulheres no mercado de trabalho, a ascensão dos

movimentos feministas, o aumento da escolaridade entre a população

feminina e a luta pela garantia dos direitos de igualdade entre os sexos,

resultou na entrada destas em espaços antes dominados apenas pelo sexo

masculino. Segundo Almeida (1998, p. 20)

No início do século XX, motivada principalmente pelo movimento feminista a mulher começa a lutar com mais afinco para adquirir a igualdade de direitos, pois os homens eram os únicos “detentores do poder econômico e político passando a ditar ainda mais as regras e normatizações das instruções feminina e limitar seu ingresso em profissões por eles determinadas”. Um lugar onde elas podiam ter todo o “controle” era no “magistério”.

O resultado deste conjunto de fatores é que hoje, podemos encontrar a

presença feminina em canteiros de obras, dirigindo caminhões, em fábricas,

escritórios, tornou-se médica, advogada, passou a atuar em arenas de rodeios,

nas assembléias legislativas e nos postos e viaturas policiais.

Segundo Bauer (2001 p. 136) a mulher passou a ser uma pessoa de

direitos e deveres, “em 1962 com o código civil que só viria a ser aprovado 12

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anos depois eliminava por enfim, o principio segundo o qual a mulher ao

contrair matrimônio, abriria mão dos direitos fundamentais de cidadã.”

NORONHA ( 2003, p. 61) acrescenta:

Para os homens, a construção de uma carreira profissional tende a ser bem mais fácil, já que contam com o apoio de sociedade. Sua obrigação primeiramente é, senão alcançar o poder, progredir profissionalmente, dedicando-se ao máximo para que isso ocorra. A mulher, no entanto, é cobrada para que coloque a família em primeiro lugar, recaindo sobre ela a maior carga de responsabilidade pelos filhos e pelo bom andamento da rotina doméstica.

Em 1985 o Presidente José Sarney regulamenta a ” Lei nº 7.353 , em

29 de agosto“ Art. 1º Fica criado o Conselho Nacional dos Direitos da

Mulher - CNDM, com a finalidade de promover em âmbito nacional, políticas

que visem eliminar a discriminação da mulher, assegurando-lhe condições

de liberdade e de igualdade de direitos, bem como sua plena participação

nas atividades políticas, econômicas e culturais do País. Mas é em 07 de

agosto de 2006 que é sancionada pelo presidente da república a lei

11.340/06 conhecida como a lei Maria da Penha, a lei que ganhou este

nome em homenagem a senhora Maria da Penha Maia Fernandes, que

lutou contra a violência doméstica de que foi vítima, seu marido no ano de

1983 atirou nas costas dela enquanto ela dormia, deixando-a paraplégica. O

agressor foi a júri após oito anos do crime, foi julgado, e seu advogado

recorreu em 1996, ano em que é condenado a prisão por dez anos, mas seu

advogado recorre da sentença e a anula. No entanto com auxilio de

algumas ONGs Maria da Penha consegue enviar o caso para a Comissão

Interamericana de Direitos Humanos (OEA), sendo então pela primeira vez

aceita uma denúncia de violência doméstica, o marido de Maria da Penha é

novamente julgado, é então preso em 2002. No entanto, só cumpri dois

anos de prisão por tentar matar a esposa, este processo “condena” também

o Brasil pela negligência e omissão.

Com a punição do marido de Maria da Penha foi criada uma

legislação para a violência doméstica, assim foi dado o primeiro passo para

a criação da lei que não só assegura a mulher, mas também a todos os

indivíduos que sofram violência doméstica dispor deste instrumento para

assegurar sua integridade física, moral e psicológica. De sua criação em

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1985 até 2010, a lei teve alterações bem significativas, passou a integrar a

estrutura da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência

da República, tendo sua estrutura composta por representantes da

sociedade civil e do governo. Hoje as mulheres têm sua própria delegacia,

com o decreto nº 7.765 de julho de 2012 têm também a criação da

Secretaria de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

(fonte: http://www.sepm.gov.br/)

6.2 A MULHER NA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR EM SANTA

CATARINA

As pesquisas apontam em todo o Brasil, cerca de 10% do contingente

de Policiais Militares são mulheres. A iniciativa de empregar mulheres em

missões policiais no Brasil surgiu na década de 50 e foi justamente uma mulher

Hilda Macedo, assistente da cadeira de Criminologia da Escola de Polícia

quem apresentou no 1º Congresso de Medicina Legal e Criminologia em 1953,

sua tese acerca da necessidade de criação de uma polícia composta por

mulheres e defendia também que elas eram tão capazes de desempenhar a

função para realizar o trabalho de policial quanto os homens, de acordo com

De acordo com dados extraídos do site http:/ /pessoas.hsw.uol.com.br/policia-

militar11.htm ).

O então Governador, Janio Quadros, do Estado de São Paulo, em

janeiro de 1955, motivado pela idéia da assistente da cadeira de Criminologia

Hilda Macedo, pediu ao diretor da Escola de Polícia da época, Walter Faria de

Queiroz, que analisasse a viabilidade de ser criada uma polícia composta por

mulheres. E foi assim que no ano de 1955, no dia 12 do mês de maio que foi

assinado o decreto 24.548, criando, na Guarda Civil de São Paulo, o Corpo de

Policiamento Especial Feminino sendo escolhida para chefiar as policiais

mulheres, a própria Hilda Macedo, que se tornou a primeira comandante

mulher da polícia militar. Nascia então a primeira Polícia de mulheres do nosso

país e da América Latina. A estas policiais foi atribuído o trabalho de proteger

mulheres e jovens, missão que atendia as necessidades sociais da época.

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No entanto com o passar do tempo e a crescente violência, as mulheres

tiveram que passar a exercer funções antes só atribuídas aos homens. Hoje

elas portam armas e atuam no policiamento ostensivo, como qualquer PM

homem. Também exercem funções no rádio patrulhamento, policiamento

escolar, ambiental e rodoviário, no trânsito e no Corpo de Bombeiros.

No entanto ainda não havia uma lei que regulamentasse a entrada das

mulheres no quadro militar, então por volta de 1984 pela Lei do “Estado-maior

do Exército Brasileiro” é regulamentada a inserção das mulheres no quadro

militar. Assim, outros estados também abriram espaço à inserção das

mulheres no seu quadro militar., à inserção das mulheres no seu quadro; a PM

de Santa Catarina a inserção das mulheres na Polícia Militar ocorre através do

decreto-lei nº 13.641, de 27/12/2005 que assim se apresenta: fica criado na

Policia Militar do Estado de Santa Catarina o Pelotão de Policia Feminina – Pel

PM Fem - de acordo com a portaria nº27, do chefe do Estado-Maior do

Exercito, de 16 de junho de 1977 Decreto-Lei nº 19.237,de 14 de março de

1983 o BPM ativado terá seu efetivo movimentado do 1º Batalhão de Policia

Militar”. (SOARES e MUSUMECI 2005, p.260. Segundo FEITOSA (2010p.109)

Na atualidade a PM em todo território brasileiro tem no seu quatro mulheres, atuando tanto na área administrativa como no “policiamento ostensivo”, o que antes não acontecia, pois atendiam prioritariamente as ocorrências que envolviam mulheres, jovens, idosos ou ainda trabalhavam em Batalhões de Trânsito.

De acordo com Soares e Musumeci (2005, p. 16) a aceitação da mulher

na academia “teria ocorrido ao que tudo indica, do propósito interno de

humanizar a imagem das corporações, fortemente marcada pelo seu

envolvimento anterior com a ditadura”.

Para Cantuário (apud FEITOSA, 2010, p. 113-114)

A inserção feminina na polícia encontrou justificativa a partir de uma perspectiva das relações de gênero, isto é, tornar-se homem e mulher não depende de uma determinação biológica, mas sim do campo histórico, social e cultural, em que se percebeu que as habilidades requeridas na polícia poderiam ser também desempenhadas pelas mulheres”.

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Porém, mesmo com o ingresso das mulheres na academia militar, a PM

não deixou de ser menos masculina, pois o papel do homem na corporação

ainda está relacionado à força, proteção e virilidade. E a mulher ao ocupar

este espaço assume o seu direito de disputar cargos de hierarquia em que vai

comandar os homens, também o direito de empunhar armas, isso em algumas

situações acaba afetando o ego masculino. (CASTRO, 1990, p. 116).

Outra conquista das mulheres militares foi o fato de não deixarem sua

feminilidade de lado, pois lhes foi permitido o uso da maquiagem totalmente

natural, bem como esmaltes claros, a roupa de educação física foi adaptada

para elas. (CARRA, 2012, p. 5 )

Segundo as Normas Gerais de ensino da Policia Militar de Santa

Catarina (2012 p, 15)

Qualidade física – Atributos que adquiridos ou aperfeiçoados, proporcionarão o desenvolvimento da aptidão para o PM feminina a educação física teve que se adequar, como por exemplo o uniforme que foi modificado para o atender as formas femininas, e as atividades físicas tendo em vista que as mulheres tem em geral dois terço a menos da força muscular, as atividades físicas na academia Militar como flexão de braço na barra fixa que só o masculino pratica e o feminino faz halteres – 10 kg , as demais atividades como abdominal – remador, apoio de 4 tempos, corrida são praticadas por ambos o sexo .

A farda da mulher tem a mesma cor que a do homem, mas suas formas

são femininas e discretas, elas carregam um coldre com uma arma. Dentro da

academia são proibidos quaisquer relacionamentos afetivos, mas a amizade

vai se consolidando aos poucos. .”Para algumas policiais, a maior dificuldade

de relacionamento na organização está ligada a outras mulheres, em vez de

homens.” (CAPPELLE 2010 p 90), pois a competição na subida hierárquica,

entre homens é normal sem nenhum tipo de rivalidade, ao contrário das

mulheres que é muito evidente. “Muitas das policiais são conscientes de que, à

medida que sobem na hierarquia organizacional, têm de conhecer melhor as

regras para serem bem-sucedidas nos jogos de poder que existem na Polícia”.

(CAPPELLE 2010 p 96).

As mudanças ocorridas com o passar dos tempos vieram garantir a

mulher um lugar na sociedade em que ela pode exercer plenamente seus

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direitos e deveres como uma cidadã patriota, que vota, estuda e trabalha sem

deixar de lado sua feminilidade.

Não obstante as mulheres ainda enfrentam obstáculos para que todos

os seus direitos sejam respeitados, pois ainda se busca um percurso igual ao

dos homens na carreira militar, pois permanecem as restrições formais ou

informais da presença feminina, como por exemplo, as cotas legais de 4 a 10%

no máximo do efetivo da corporação.

No estado de Santa Catarina o ultimo “edital de concurso público nº

015/cesiep/2013 para admissão no curso de formação de soldado para

ingresso no quadro de praças policiais militares – QPPM” foram destinadas 6%

das vagas para o efetivo feminino com base na Lei complementar nº 417

sendo então 60 vagas distribuídas por regiões e do efetivo masculino foram

940 vagas também distribuídas por regiões.

De acordo com os dados da pesquisa fornecidos pelo Quartel do

Comando Geral - QCG, pode-se observar no gráfico a baixo, que o número

de policiais militares masculinos é bem mais elevado que o feminino, em

Santa Catarina é destinado somente 6 % das vagas para as mulheres,

enquanto 94% é exclusivamente masculina.

Mesmo com todo o esforço que as mulheres vêm empreendendo para

garantir a igualdade no mercado de trabalho fica visível que ainda há uma

elevada discriminação perante os órgãos públicos e privados da sociedade

Catarinense.

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Quadro nº 1

Dados Gerais

Fonte: QCG

Fonte QCG

Quadro nº 2

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Verifica-se no gráfico acima a distribuição dos cargos femininos sendo

composto por 02 Tenentes Coronel, significando que a promoção a este

cargo faz-se mediante o tempo de serviço no policiamento, como também o

cargo de Major com 08, e ao de Capitão sendo só 03, e assim

sucessivamente 1º Tenente que compõem 08, o 2º Tenente que são 05,

Aspirante a Oficial 06, e o número de 1º Sargento é 34, e o 2º Sargento 29,

o 3º Sargento totalizando 10, Cabos 19, e Cadetes 02, diferenciando-se ao

Soldados que equivalem a 687 já que o número de concursos esta sendo

anual para a área de admissão dos mesmos, totalizando 813 efetivos

femininos militares correspondendo a 6% dos cargo dispostos a elas,

menção ao desejo destas mulheres se igualarem aos dos homens em

quantidade aos postos de comando já que o numero de homens na policia

militar é bem elevado comparado com o feminino, estas , informações

foram fornecidas pelo Quartel do Comando Geral de Santa Catarina.

Analisando os gráficos ficou bem claro que mesmo com as mudanças

na sociedade com o processo de urbanização e industrialização as inovações

tecnológicas e os direitos igualitários a educação, a mulher ainda enfrenta

obstáculos para ser reconhecida como um ser de igual valor perante ao

homens, talvez no futuro as mesmas obtenham o direito de ocupar qualquer

cargo sem qualquer tipo de distinção no mercado de trabalho.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar este trabalho por meio da abordagem dos aspectos que

envolvem a Academia de Polícia Militar do Estado de Santa Catarina no que

se refere à formação e atuação dos policiais, especialmente as policiais

femininas da corporação constatei que a presença feminina na academia

militar de policia ainda é restrita com um percentual de 6% disposto a entrada

da mulher na academia militar, sendo que 94% é destinado ao homem

havendo uma grande margem distintas em relação a entrada da mulher

neste campo de trabalho.

A participação da Mulher na Academia de Policia Militar de Santa

Catarina está relacionada aos aspectos históricos da mulher na sociedade. E

sua entrada na polícia militar de Santa Catarina evidencia que as mudanças

estão ocorrendo, no entanto ainda não é possível afirmar que há uma

condição de igualdade de acesso e desempenho das funções, pois os dados

levantados apontam para um percentual aproximado de apenas 6% (seis por

cento) de ocupação das funções do quadro da PM/SC.

Com a presença da mulher nos mais variados segmentos de atuação no

mercado de trabalho, fica evidente a necessidade de afirmação em alguns

segmentos na sociedade, na academia militar não poderia ser diferente, elas

estão presentes nas salas de aula como alunas, professoras, comandantes e

assim sucessivamente. Na composição do quatro militar, muitos dos militares

masculinos não vêem com bom olhos a participação das mesmas, por

considerá-las inadequadas a esta profissão, que tem como finalidade

promover a ordem pública, exigindo rigor, austeridade com infratores e

meliantes, afirmando que as mulheres são inaptas a esta função.

A partir das análises feitas se percebe claramente que as mulheres

vêm marcando consideravelmente o seu espaço na sociedade, as mulheres

enfrentaram muitos obstáculos, discriminações, eram consideradas como um

ser frágil , que deveria cuidar da casa e dos filhos apenas. Porém a partir da

revolução industrial a mulher entrou no mercado de trabalho, pois as

atividades domésticas já estavam mais leves, ocupando menos tempo com

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essas tarefas em função dos eletrodomésticos que facilitaram as suas vidas,

permitindo a elas dedicarem-se a outras atividades.

A entrada da Mulher na academia de policia de Santa Catarina fez com

que houvesse mudanças em alguns aspectos, como na atuação em todos os

cargos da policia, embora ainda com um percentual muito baixo de apenas 6

% de acordo com os dos dados representados nos gráficos , que indicam o

numero de policiais militares masculino em um total de 10.426 efetivos sendo

que o número efetivo feminino é de 813 em todo o estado de Santa Catarina

totalizando 11.239 policiais efetivos, tendo um comparativo com o efetivo

masculino a mulher está bem longe de alcançar até mesmo o percentual de

6% previstos no regimento da PM/SC.

A policial feminina segue praticamente todas as normas iguais aos

homens, a ser reconhecido na estrutura curricular para a formação na da

academia militar de Santa Catarina. A inserção a mulher na polícia militar bem

como nos cargos e funções ocupados pelas mulheres na estrutura funcional e

administrativa da policia militar de Santa Catarina, que trabalha sob o lema

por pessoas do bem para o bem das pessoas.

O desafio para estabelecer a real condição de igualdade na sociedade

brasileira permanece, no entanto é fundamental que o debate em torno do

tema ocorra nos mais diversos espaços e segmentos.

No meio acadêmico percebe-se inúmeras possibilidades para o

aprofundamento deste tema, quer seja nas salas de aula, nos artigos

científicos e Trabalhos de Conclusão de Curso. Ao concluir esse trabalho, não

se pretende esgotar a discussão acerca do assunto, mas acima de tudo

contribuir para o fortalecimento de uma sociedade mais igualitária e com

justiça social.

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11 Apêndice

Tabela 1 – Malha Curricular para as Ações Formativas dos Profissionais da

Área de Segurança Pública (Núcleo Comum)

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FONTE:SENASP (2009b, p. 33)

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FONTE:SENASP (2009b, p. 34)

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Tabela 2 – Distribuição das Disciplinas de Acordo com a Natureza dos

Conteúdos

FONTE:SENASP (2009b, p. 35)