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RELATÓRIO – CONSOLIDAÇÃO DAS INFORMAÇÕES LEVANTADAS SOBRE O PROGRAMA SEBRAE 5 MENOS QUE SÃO MAIS – REDUÇÃO DE DESPERDICIO, EM 140 EMPRESAS NO DISTRITO FEDERAL – 1ª FASE - DEZEMBRO DE 2003 Brasília/DF – dezembro de 2003 Consolidação Programa 5 Menos que São Mais – Redução de Desperdícios- Quality Ambiental Consultoria Ltda 1

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RELATÓRIO – CONSOLIDAÇÃO DAS INFORMAÇÕES LEVANTADAS SOBRE O PROGRAMA SEBRAE 5 MENOS QUE SÃO MAIS – REDUÇÃO DE DESPERDICIO, EM 140

EMPRESAS NO DISTRITO FEDERAL – 1ª FASE - DEZEMBRO DE 2003

Brasília/DF – dezembro de 2003 Consolidação Programa 5 Menos que São Mais – Redução de Desperdícios- Quality Ambiental Consultoria Ltda

1

SUMÁRIO

Item

Capítulo I. Consolidação do Programa Sebrae 5 menos que são mais – Redução de Desperdícios - exercício de 2003.............................

Capítulo II. Consolidação do Arranjo Produtivo - Madeiro/Moveleiro......... Capítulo III. Consolidação do Arranjo Produtivo – Alimentação.................... Capítulo IV. Consolidação do Arranjo Produtivo – Automotivo..................... Capítulo V. Consolidação do Arranjo Produtivo – Confecção....................... Capítulo VI. Consolidação do Arranjo Produtivo – Construção Civil............. Capítulo VII. Consolidação do Arranjo Produtivo – Panificação..................... Capítulo VIII. Consolidação do Arranjo Produtivo – Tecnologia da

Informação...................................................................................

Capítulo IX. Consolidação do Arranjo Produtivo – Turismo Rural................. Anexo I. Localização geográfica das empresas analisadas por regiões

administrativas ou cidades de Goiás e por Arranjo Produtivo.....

LISTA DE TABELAS

Item

Tabela 1. Número de empresas atendidas pelo Programa em 2003 e sua relação percentual, dos segmentos levantados no Distrito Federal..............................................................................................

Tabela 2. Número de empresas avaliadas por cidades..................................... Tabela 3. Ocorrência de desperdícios na construção convencional de alguns

países.................................................................................................

LISTA DE FIGURAS

Item

Figura 1. Relação porcentual do porte das empresas analisadas................... Figura 2. Destinação final dos resíduos segregados...................................... Figura 3. Relação porcentual do porte das empresas madeiro/moveleiras

analisadas........................................................................................

Figura 4. Principais motivos de perdas na produção das indústrias madeiro/moveleira no DF...............................................................

Figura 5. Destinação final dos resíduos gerados nas indústrias madeiro/moveleiras do DF.............................................................

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Figura 6. Procedimentos para a redução do consumo de energia elétrica nas indústrias madeiro/moveleiras do DF. ....................................

Figura 7. Relação porcentual da idade das empresas de alimentação analisadas. ......................................................................................

Figura 8. Principais medidas para evitar perdas na produção da indústria de alimentação no DF. ...................................................................

Figura 9. Consumo médio mensal de água das empresas de alimentação..... Figura 10. Faixas de consumo porcentual de energia elétrica nas empresas de

alimentação do DF. ...................................................................

Figura 11. Relação porcentual do porte das empresas automotivas analisadas. ......................................................................................

Figura 12. Relação porcentual do porte das empresas de confecção analisadas.

Figura 13. Principais motivos de perdas de materiais na indústria de confecção. ......................................................................................

Figura 14. Destinação final dos resíduos da indústria de confecção. Figura 15. Relação porcentual do porte das empresas de construção civil

analisadas. ......................................................................................

Figura 16. Relação porcentual do porte das empresas de panificação analisadas. ......................................................................................

Figura 17. Principais motivos de perdas antes da produção do setor de panificação no DF. ........................................................................

Figura 18. Principais motivos de perdas na produção do setor de panificação no DF. ........................................................................

Figura 19. Procedimentos para a redução do consumo de energia elétrica nas panificadoras do DF. ...............................................................

Figura 20. Relação porcentual do porte das empresas de tecnologia da informação analisadas. ..................................................................

Figura 21. Relação porcentual do porte das empresas de Turismo Rural analisadas. ......................................................................................

Figura 22. Destinação final dos resíduos do turismo rural.............................. Figura 23. Origens da água utilizada nas propriedades que desenvolvem o

turismo rural. .................................................................................

Figura 24. Tipos e percentuais das fontes de energia utilizadas no turismo rural. ..............................................................................................

LISTA DE GRÁFICOS

Item

Gráfico 1. Relação porcentual das classes relativas à idade de existência das empresas avaliadas. .......................................................................

Gráfico 2. Porcentagem das empresas por classes de número de empregados. ...................................................................................

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LISTA DE QUADROS

Item

Quadro 1. Principais motivos para as perdas de matéria-prima na fase de produção.........................................................................................

Quadro 2. Principais medidas visando mitigar as perdas na fase de produção. .......................................................................................

Quadro 3. Medidas adotadas para o controle de emissões.............................. Quadro 4. Medidas de controle de desperdícios de água................................ Quadro 5. Medidas de controle de desperdícios de energia............................ Quadro 6. Resumo dos principais fatores limitantes verificados nos arranjos

produtivos em relação á questão da redução de desperdícios........

Quadro 7. Resumo das principais limitações das empresas madeiro/moveleiras em relação ao desperdício.............................

Quadro 8. Principais sugestões para a redução de desperdícios nas empresas madeiro/moveleiras do Distrito Federal.........................

Quadro 9. Resumo das principais limitações das empresas de alimentação em relação ao desperdício..............................................................

Quadro 10. Principais sugestões para a redução de desperdícios nas empresas do ramo de alimentação do Distrito Federal..................

Quadro 11. Resumo das principais limitações das empresas automotivas em relação ao desperdício. ............................................

Quadro 12. Principais sugestões para a redução de desperdícios nas empresas automotivas visitadas.....................................................

Quadro 13. Resumo das principais limitações das empresas de confecções em relação ao desperdício. ............................................................

Quadro 14. Principais sugestões apresentadas às empresas de confecção visando a redução de desperdícios no processo produtivo.............

Quadro 15. Resumo das principais limitações das empresas de construção civil em relação ao desperdício. ....................................................

Quadro 16. Principais sugestões apresentadas às empresas de construção civil visando a redução de desperdícios no processo produtivo.........................................................................................

Quadro 17. Resumo das principais limitações das empresas panificadoras em relação ao desperdício. ..................................................................

Quadro 18. Principais sugestões para a redução de desperdícios nas empresas de panificação do Distrito Federal..................................

Quadro 19. Principais limitações das empresas de tecnologia da informação.. Quadro 20. Principais sugestões para a redução de desperdícios para as

empresas de tecnologia da informação...........................................

Quadro 21. Resumo das principais limitações das prestadoras de serviço no seguimento do turismo rural...........................................................

Quadro 22. Principais sugestões apresentadas às empresas de turismo rural visando a redução de desperdícios no processo produtivo.........................................................................................

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CAPÍTULO I

CONSOLIDAÇÃO DO PROGRAMA SEBRAE 5 MENOS QUE SÃO MAIS – REDUÇÃO DE DESPERDÍCIOS

Exercício de 2003

Introdução

O Programa Sebrae 5 Menos que São Mais – Redução de Desperdícios levantou, num período de três meses, informações em nove dos principais arranjos produtivos, previamente selecionados pelo Sebrae/DF, do Distrito Federal e região do entorno, Anexo I, cujo objetivo principal foi o de traçar um perfil destes arranjos, e das empresas participantes, no que tange as ações voltadas à redução de desperdícios.

As informações foram obtidas a partir da visita a cento e trinta e três empresas1 dos arranjos produtivos de Alimentação, Panificação, Madeiro/Moveleiro, Automotivo, Construção Civil, Turismo Rural, Buffet, Tecnologia da Informação e Vestuário/Confecções, utilizando metodologia própria, desenvolvida no âmbito do Núcleo de Gestão Ambiental do Sebrae/DF. Essa metodologia é fruto da experiência e do esforço que busca inserir nas micro, pequenas e médias empresas o tema gestão ambiental, de modo acessível, buscando, inclusive, demonstrar os benefícios econômicos, sociais e ambientais das boas práticas ambientais, como é o caso da redução de desperdícios.

O conceito desperdício neste trabalho é visto de maneira ampla, focando o uso de matéria-prima, de água, de energia e a geração de resíduos. Foram considerados também o desperdício de horas trabalhadas, além de aspectos relativos à segurança e saúde do trabalhador e a educação ambiental.

Este capítulo inicial diz respeito à consolidação dos dados levantados em cada arranjo produtivo, a partir do planilhamento das informações contidas nos questionários aplicados a cada uma das empresas visitadas. O intuito é o de apresentar uma visão geral das empresas analisadas, sem, contudo, entrar em suas especificidades, o que é feito nos capítulos seguintes, onde então são apresentados e discutidos os relatórios segmentados e as sugestões de melhorias específicas.

Também procurou-se demonstrar as perdas financeiras advindas dos desperdícios existentes, por meio de uma simulação com bases em valores médios obtidos junto às empresas. Essas simulações são apresentadas sempre no final de cada capítulo referente ao arranjo produtivo específico, quando pertinente.

A construção deste documento segue a formatação do questionário aplicado às empresas, onde é feita uma caracterização inicial e em seguida apresentadas as informações sobre o uso da matéria-prima, da água, da energia e a geração de resíduos.

1 Restam sete empresas a serem consolidadas.

Caracterização O levantamento realizado abrangeu 0,36% do total de empresas dos segmentos empresariais considerados, ver Tabela 1.

Embora este valor seja pouco significativo, pode se observar que, a partir da avaliação dos resultados obtidos, ainda é necessário realizar um grande esforço para ser incorporado ao setor empresarial, os princípios básicos da gestão ambiental, e, mais especificamente, da redução de desperdícios.

Tabela 1. Número de empresas atendidas pelo Programa em 2003 e sua relação percentual, dos segmentos levantados no Distrito Federal.

Segmento Empresarial

Empresas atendidas no Programa em

2003

Número de empresas do

Elo da Cadeia no DF

% de empresas atendidas no elo da cadeia

Indústria Moveleira 7 2.560 0,43Alimentação - Panificação 17 3.641 0,71Alimentação – Lanchonete/Buffet 38 6.586 0,35Construção Civil 22 9.554 0,23Turismo Rural 10 1.119 0,89Automotivo - Auto Peças 15 2.075 0,34Confecção Vestuário 21 7.589 0,38Tecnologia da Informação 3 3.740 0,05TOTAL 133 36.864 0,38

A Figura 1 possibilita visualizar a relação das empresas analisadas quanto ao seu porte, sendo a grande maioria (75%) são micro e pequenas empresas2, e mais de 90% atuam nos ramos industrial e de serviços.

Micro32%

Pequena42%

Média16%

Grande7%

Sem informação3%

Figura 1. Relação porcentual do porte das empresas analisadas.

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2 A conceituação aqui referenciada é atribuída às informações indicadas pelas próprias empresas no cadastro fornecido previamente ao Sebrae/DF.

Para o planilhamento das informações sobre anos de existência e número de empregados foram estipulados intervalos de classes, onde cerca de 58% das empresas visitadas apresentam menos de dez anos de existência (Gráfico 1).

30,8327,07

12,03

18,80

11,28

05

101520253035

% d

e em

pres

as

0 a 5 ano s 6 a 10 ano s 11 a 15 ano s Acima de 16ano s

Seminfo rmação

Anos de existência

Gráfico 1. Relação porcentual das classes relativas à idade de existência das empresas avaliadas.

Já para a questão do número de empregados, as informações demonstraram que mais da metade das empresas possuem até 10 empregados (Gráfico 2), contudo este número varia muito entre segmentos produtivos, pois setores como o da construção civil apresenta um número maior de empregados, inclusive de terceirizados, do que outros. Em relação aos terceirizados, sessenta e cinco empresas (48,87%) se utilizam deste expediente para suprir suas necessidades por mão-de-obra.

30,8327,07

12,03

18,80

0,005,00

10,0015,0020,0025,0030,0035,00

% d

o N

.º de

Em

preg

ados

0 a 5 6 a 10 11 a 15 acima de 16

Classes de N.º de Empregados

Gráfico 2. Porcentagem das empresas por classes de número de empregados.

A distribuição espacial das empresas avaliadas está apresentada na Tabela 2. Das 23 regiões administrativas existentes no DF, 17 foram abrangidas pelo Programa, sendo que a maioria das empresas concentrou-se nas cidades do Guará, Brasília e Taguatinga, esse resultado deve ser fruto da implantação de alguns pólos produtivos, como é o caso do pólo de modas no Guará II.

Foram contempladas duas empresas localizadas na região do entorno do Distrito Federal, em Santo Antônio do Descoberto e Luziânia, mas com suas atividades voltadas ou geridas no DF.

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Cerca de 93% das empresas situa-se em zonas urbanas, onde as 7% restantes (10 empresas) desenvolvem suas atividades em zonas rurais; empresas ligadas ao turismo rural.

Tabela 2. Número de empresas avaliadas por cidades.

Cidades N.º de Empresas Águas Claras 4 Brasília 36 Braslândia 1 Candangolândia 2 Ceilândia 7 Cruzeiro 6 Gama 2 Guará 42 Luziania 1 Núcleo Bandeirante 4 Planaltina 2 Samambaia 2 Santa Maria 1 Santo Antônio do Descoberto 1 São Sebastião 2 Sobradinho 6 Taguatinga 14 Total 133

Uso de Matéria-Prima

Em relação ao uso da matéria-prima as informações revelam que 70,68% das empresas apresentam algum tipo de controle de estoque, mas ficou evidenciado que este controle ainda é muito precário e, em alguns arranjos, como o de confecções 76,19% das empresas não tem qualquer tipo de controle.

Este fato gera um problema recorrente em quase todos os arranjos que é a carência de informações operacionais, tais como produção anual, estoque de matéria-prima e insumos, consumo desses elementos na produção e porcentagem de perdas, o que gera desinformação e dificulta o estabelecimento de estratégias para a redução dos desperdícios.

Em 36% das empresas visitadas verificou-se que havia perdas de matéria-prima antes da fase de produção, índice este que aumenta para 86,47% quando se trata de perdas na fase da produção. Os principais motivos para essas perdas, de uma maneira geral, levando-se em consideração as especificidades de cada arranjo produtivo, são mostrados no Quadro 1.

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Quadro 1. Principais motivos para as perdas de matéria-prima na fase de produção

Despreparo profissional. Vencimento de produtos já preparados. Erro de preparo e manuseio de materiais. Falta de controle de produção e de produtividade. Erro de projeto. Baixa qualidade da matéria-prima. Matéria-prima inadequada. Transporte inadequado Retrabalho.

Entretanto, quase 60% das empresas estabeleceram algum tipo de procedimento visando a redução das perdas, que podem ser agrupados conforme apresentado no Quadro 2. Algumas delas indicam o estágio inicial de alguns segmentos, como o estabelecimento de controle visual sobre o processo, e demonstram a urgência em estabelecer procedimentos mais elaborados para efetivar o controle sobre o processo produtivo.

Quadro 2. Principais medidas visando mitigar as perdas na fase de produção.

Planejamento da produção por demanda. Controle visual dos processos. Treinamento de funcionários. Otimização de processos. Cuidado no corte. Adequação dos projetos. Medições de controle (monitoramento). Implantação de Sistema da Qualidade. Manutenção prévia de equipamentos. Controle de recepção de materiais.

Outra ação que a grande maioria das empresas não apresenta é a manutenção preventiva, 66,17% (88 empresas), não possuem procedimentos neste sentido, sendo que a maioria só busca auxílio quando o maquinário apresenta algum problema.

Geração de Resíduos

Praticamente 67% das empresas não realizam qualquer tipo de separação dos resíduos, sendo que sua destinação é basicamente a rede pública de coleta de lixo. Quando ocorre separação dos resíduos esses são destinados principalmente à venda, doação, reuso e queima, conforme Figura 2. Não existe coleta seletiva nos locais de procedência das empresas.

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Doação34%

Venda40%

Reutilização21%

Queima5%

Figura 2. Destinação final dos resíduos segregados.

Um fato que chamou a atenção é a pouca atenção que os empresários atribuem à questão de destinação de seus resíduos. Foram observados diversos produtos sendo dispostos de maneira inadequada, como é o caso da queima de fios sintéticos, da água de lavagem de telas de serigrafia com solventes orgânicos e água corrente indo direto para a rede de drenagem.

O licenciamento ambiental não é exigido para nenhuma das empresas analisadas.

Nessa avaliação, no que tange às emissões aéreas, 93,98% das empresas apresentaram fontes de emissões, principalmente de gases (evaporação de solventes), ruído, poeira, odor e calor, onde praticamente as estratégias de controle está centrada nas medidas apresentadas no Quadro 3.

Quadro 3. Medidas adotadas para o controle de emissões.

Mudança de lay out. Redução do trabalho noturno. Uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI. Limpeza da empresa. Substituição de equipamentos. Instalação de telas de proteção no caso da construção civil.

Das empresas visitadas 43 têm algum tipo de controle de poluição do ar. Esse controle é feito basicamente, com a instalação de exaustores, com contenção de resíduos e filtros (coifas).

Uso da Água

Todas as empresas visitadas utilizam a rede pública como fonte de abastecimento de água. Algumas dessas também se utilizam outras fontes complementares como é o caso de poços tubulares (9); nascentes (7); cisternas (1), caminhão pipa (1) e aproveitamento de água da chuva (1).

Para 91% das empresas o monitoramento da água não é um item importante, pois é realizada apenas uma simples observação sobre a conta da Companhia de Abastecimento e, apenas 23 empresas (20%) apresentam procedimentos efetivos para redução de desperdícios de água, demonstrados no Quadro 4.

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Quadro 4. Medidas de controle de desperdícios de água.

Metas de consumo. Manutenção corretiva de equipamentos. Uso de materiais que consumam menos água. Fecha o hidrômetro à noite. Manutenção preventiva. Instalação de redutor de ar. Instalação de esguichos e mangueiras para lavagem. Advertências verbais aos funcionários. Mudanças operacionais de limpeza. Captação da água da chuva.

Uso de Energia

A energia elétrica é a fonte principal para todas as empresas analisadas, contudo, 65 empresas também se utilizam combustíveis fósseis e outras 10, lenha ou carvão.

O controle sobre o consumo de energia para grande maioria das empresas (73,68%) está centrado apenas na observação da conta de energia elétrica, fato similar ao que foi verificado para a questão da água. No Quadro 5 podem ser observados os principais procedimentos para redução do consumo de energia elétrica que 43% das empresas afirmam empregar. Para 34% delas a luminosidade natural poderia ser mais bem utilizada.

Quadro 5. Medidas de controle de desperdícios de energia.

Orientação dos funcionários. Racionalização de uso de equipamentos e lâmpadas (troca e

redução). Melhoria na rede elétrica. Uso de telhas transparentes. Manutenção ou substituição de equipamentos. Instalação de sensores de presença.

Considerações finais

De uma maneira geral podemos agregar todas as informações registradas nos diferentes arranjos produtivos a fim de buscar elencar alguns dos principais fatores restritivos à redução de desperdícios verificados (Quadro 6).

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Quadro 6. Resumo dos principais fatores limitantes verificados nos arranjos produtivos em relação á questão da redução de desperdícios.

Baixa capacitação gerencial. Carência de informações operacionais relacionadas aos desperdícios e aos

resíduos gerados, inclusive sobre o controle de processos e gastos de matéria-prima e insumos.

Falta de metodologia para avaliar os resultados das ações de redução de desperdícios implementadas;

Controle de estoque deficiente para matéria-prima e insumos. Carência de capacitação de mão-de-obra Insuficiência de profissionais capacitados no mercado interno para as

atividades de manutenção preventiva. Deficiência de comunicação entre os arranjos produtivos, que podem

trabalhar processos complementares aproveitando os resíduos gerados pelas indústrias/empresas.

Dois itens que a metodologia ainda não prevê devem ser considerados. O primeiro é a questão do desperdício de homem/hora, já que é um fator decisivo nos custos de produção das empresas, em particular aquelas que são intensivas no uso de mão-de-obra, como é o caso da construção civil, ou aquelas focadas na prestação de serviços (tecnologia da informação e automotivo).

O segundo diz respeito aos aspectos de segurança e saúde no trabalho. Citamos a questão do uso de equipamentos de proteção individuais – EPI’s, que ainda são muito pouco utilizados na maioria das empresas.

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CAPÍTULO II

CONSOLIDAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO:

MADEIRO/MOVELEIRO

Caracterização

As informações coletadas em sete empresas do segmento de movelaria no Distrito Federal, conforme apresentado no Anexo 1, permitem traçar um perfil simplificado no que tange às suas características de produção em relação aos desperdícios.

A Figura 3 possibilita visualizar a relação das empresas analisadas quanto ao seu porte, sendo que todas atuam no ramo industrial. A idade média das empresas é de quinze anos, variando de 5 a 45 anos. Em relação ao número de funcionários 57,14% possuem de 6 a 10 e 42,86% mais de 16; apenas uma das visitadas possui menos de 5 funcionários. Também apenas uma empresa tem serviços terceirizados. Todas as empresas estão localizadas em zona urbana.

Micro57%

Pequena14%

Média29%

Figura 3. Relação porcentual do porte das empresas madeiro/moveleiras analisadas.

O setor apresenta uma tendência na produção de móveis para cozinhas, quartos e escritórios tendo como matéria-prima o MDF (medium density fibre), produto obtido à base de madeira oriunda de plantios florestais.

Uso de Matéria-Prima

Em relação ao uso da matéria-prima existe uma variação quanto à sua procedência, pois nada é oriunda do Distrito Federal. Os principais estados fornecedores são: São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Pará; contudo 75% da matéria-prima consumida pelas empresas moveleiras são adquiridas no mercado atacadista local.

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Um dos problemas verificados é a carência de informações operacionais, tais como produção anual, estoque de matéria-prima e insumos, consumo desses itens na produção e porcentagem de perdas, o que gera desinformação e dificulta o estabelecimento de estratégias para a redução dos desperdícios. Um dado que corrobora esta afirmação é que 57,14% das empresas não possuem controle de estoque.

No que tange especificamente à produção, 71,43% dos empresários afirmaram que não existem perdas de matéria-prima antes da produção, relação que se inverte quando se observa a fase da produção, onde 100% afirmaram apresentar algum tipo de perda. As principais causas podem ser observadas na Figura 4, onde 57,14% das empresas adotam algum procedimento visando reduzir/evitar perdas, sendo que as medidas estão relacionadas principalmente à orientação dos trabalhadores e ao reuso do material.

corte8%

imperícia15%

tintura8%

erro de projeto31%

encaixe dos moldes

38%

Figura 4. Principais motivos de perdas na produção das indústrias madeiro/moveleiras no DF.

Em relação à manutenção preventiva, mais de 70,0% das empresas possuem procedimentos enquanto que o restante só busca auxílio quando o maquinário apresenta algum problema.

Geração de Resíduos Das empresas analisadas 57,14% realizam algum tipo de separação, sendo que a destinação dos resíduos é basicamente a rede pública de coleta de lixo, enquanto que a parte separada é destinada principalmente à queima, venda, doação e reuso, conforme Figura 5. Não existe qualquer tipo de coleta seletiva nos locais de procedência das empresas. Os principais resíduos gerados são sobras de corte de matéria-prima (MDF; madeira sólida e ferro), serragem e embalagens (plástico e papelão).

Venda29%

Queima57%

Reuso14%

Figura 5. Destinação final dos resíduos gerados nas indústrias madeiro/moveleira do DF.

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Quanto ao aproveitamento dos resíduos gerados no processo produtivo foram observadas iniciativas voltadas ao seu retrabalho visando a produção de baguetes de madeira, no caso de madeira sólida, bem como a permuta de serviços, por meio da doação de serragem a hípica para forragem do piso e posterior transferência desse material para um viveiro de plantas, que por sua vez presta serviços de jardinagem na indústria madeireira. No caso da indústria de móveis metálicos apenas os resíduos de ferro são separados e comercializados.

Quanto às indústrias que trabalham com MDF as principais perdas estão relacionadas principalmente ao corte, na dobragem das fórmicas e no desperdício de plástico bolha que reveste os produtos finais.

A grande maioria das empresas (71,43%) gera algum tipo de resíduo perigoso (tinner e outros solventes, colas, tintas e ácido muriático – no caso de móveis metálicos), que também são destinados à rede pública ou à atmosfera por evaporação. Nenhuma delas requer qualquer tipo de licença ambiental.

Nessa avaliação, no que tange às emissões aéreas, todas as empresas apresentaram fontes de emissão de gases (evaporação de solventes), poeira e ruído, onde praticamente 60% possuem estratégias de controle centrado basicamente em sistemas de exaustão para contenção desses resíduos.

Uso da Água Todas as empresas utilizam a rede pública como fonte de abastecimento de água. Uma delas se utiliza também de um poço tubular. A água não recebe nenhum tipo de tratamento por parte da grande maioria das empresas (85,71%). O monitoramento da água por parte de todas as empresas é feito pela simples observação da conta da Companhia de Abastecimento e não existe nenhum procedimento para redução de desperdícios de água.

O consumo mensal médio das empresas se situa na faixa dos 32,00m3, variando de 11m3 até 103m3.

Uso de Energia O único tipo de energia utilizada é a elétrica proveniente do serviço público, onde o consumo médio mensal situa-se na faixa de 3.867kWh, onde a faixa mínima é de 260kWh e a máxima de 11.200kWh. O consumo de energia apenas é acompanhado por meio da observação da conta de energia elétrica. Todas as empresas não trabalham em horário de ponta.

A maioria das empresas tem procedimentos para a redução do consumo de energia elétrica, conforme descrito na Figura 6, contudo 85% das empresas podem melhor aproveita ro uso de energia solar.

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substituição de lâmpadas

37%

substituição da fiação13%

conversa informal com funcionários

13%

melhoria da rede elétrica

13%

uso de telhas transparentes

24%

Figura 6. Procedimentos para a redução do consumo de energia elétrica nas

indústrias madeiro/moveleiras do DF.

De uma maneira geral o Quadro 7 resume as principais limitações observadas nas empresas madeiro/moveleiras analisadas.

Quadro 7. Resumo das principais limitações das empresas madeiro/moveleiras em relação ao desperdício.

Carência de informações operacionais relacionadas aos

desperdícios e aos resíduos gerados. Controle de estoque deficiente para matéria-prima e

insumos. Falta de controle sobre o consumo de água e de energia. Carência de capacitação de mão-de-obra Falta de profissionais capacitados no mercado interno

para manutenção preventiva. Desconsideração do custo da mão-de-obra por produto –

perda na relação homem/hora.

Pontos positivos

Os empresários estão voltados, de uma maneira geral, à busca de alternativas para evitar perdas relacionadas ao processo produtivo, evitando desta maneira desperdícios desnecessários. Destacam-se alguns dos pontos positivos identificados junto às empresas:

• “Pró-atividade em relação à redução de desperdícios e boa vontade em aceitar e implementar as propostas de melhorias que vierem a ser sugerida”.

• “Possuírem consciência das necessidades, limitações e fatores que dificultam o processo produtivo”.

• “Existe a percepção quanto ao custo do uso e desperdício de matéria-prima e insumos, o que pode facilitar a compreensão e implementação de medidas de redução de custos no processo fabril”.

• “Já existem algumas ações visando a redução dos desperdícios, principalmente de energia e de matéria-prima.” Consolidação Programa 5 Menos que São Mais – Redução de Desperdícios- Quality Ambiental Consultoria Ltda

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• “Algumas empresas investem nos aspectos de segurança e saúde ocupacional, bem como em estratégias de incentivo à produção e à redução de desperdícios por meio de participação por produção”.

• “Algumas empresas investem em tecnologia e modernização, como é o caso de utilização de software para cálculo de projetos, como objetivo de planejar corte e previsão do material a ser utilizado, ou implantando controle de gastos”. • “As empresas buscam aproveitar a iluminação natural, reduzindo desta maneira os gastos de energia, bem como revisando e modernizando os projetos de instalação elétrica”.

Ações para a melhoria

As propostas aqui sugeridas para a melhoria do processo produtivo visando a redução de desperdícios são de caráter geral e deve-se levar em consideração que existe a necessidade de estudos, caso a caso, visando o detalhamento de procedimentos avalizados por processo que especifiquem pontos críticos e determinem valores precisos de desperdícios de matéria-prima, insumos e mão-de-obra (hora/homem).

• O controle mais atento sobre o uso de água e energia é fundamental. Deve-se buscar analisar o custo desses insumos por produção e vincular padrões de uso. No caso da energia deve-se proceder a um estudo específico sobre Eficiência Energética focado na análise dos pontos críticos de desperdício de energia.

• Estabelecer um planejamento de consumo de matéria-prima e insumos por produto produzido.

• Fazer planejamento de consumo de materiais como cola, parafusos, grampos por produto (ou m2) produzido. Essa ação visa avaliar o desperdício de matéria prima na montagem dos móveis.

• Aumentar o grau de inter-relação com outras empresas ou cadeias visando gerar rendimentos com os resíduos, por exemplo, com a venda/doação para empresas que trabalhem com produtos de menor dimensão (peças de decoração, produtos de reaproveitamento, pequenas peças de madeira) ou como fonte de energia para olarias.

• Estudar projetos que busquem uma adequação tecnológica para retorno dos resíduos gerados à linha de produção.

• A título de conscientização ambiental, poderiam ser colocados em todos os pontos de controle de uso de água e de energia e de disposição interna no lixo produzido, instruções de trabalho, para orientação específica sobre o recurso natural. Independente da significância do valor monetário do recurso economizado, isso melhora a imagem ambiental da empresa e faz os colaboradores internos sentirem-se mais partícipes no gerenciamento global e na melhoria do seu local de trabalho.

• Poderia ser utilizado maior luminosidade natural com algumas alterações na estrutura do prédio, por exemplo, na cobertura, com utilização de telhas transparentes.

• A empresa poderia realizar um estudo mais acurado sobre os fatores mais importantes que atuam sobre o processo produtivo e resultam em possíveis perdas, vinculando à melhoria da eficiência no uso do maquinário e do homem/hora, procurando minimizar desperdícios e otimizar o uso destes insumos.

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• Estudo de lay out da fabrica, buscando adequar o espaço e fazendo com que a peça percorra trajetória simples e lógica na linha de produção.

• Estabelecer programas de capacitação da mão-de-obra e prêmios por produção, visando reduzir perdas por manuseio inapropriado e incentivar a qualidade da produção.

• Tambores e latas de tinner, vernizes, colas, resinas e outros, devem ser separados do resto dos resíduos a fim de possibilitar seu reaproveitamento, como, por exemplo, doando/comercializando para viveiros florestais, ou até mesmo retornando aos fabricantes, quando possível.

• De uma maneira geral os empresários devem buscar o aperfeiçoamento pessoal ou da sua gerência quanto a gestão do seu negócio, visando estimular e desenvolver as características individuais.

• No caso de empresas que trabalhem com móveis metálicos, recomenda-se a adoção de tanques e área protegida (impermeável) que possa reduzir a perda por derramamentos no caso da área de lavagem das peças com ácido muriático.

• Como há uma geração razoável de resíduos orgânicos, principalmente nas empresas médias, sugere-se a separação deste material para venda/doação para cooperativas que fazem adubos orgânicos (compostagem).

• Incentivar os trabalhadores a utilizarem os equipamentos de proteção individual. Buscar desimpedir as áreas próprias para os extintores de incêndio e buscar orientação quanto a procedimentos para prevenção de acidentes.

• Adequar o processo de pintura e colagem. Câmaras de pintura e de colagem são espaços que devem atrair atenção especial dos empresários, pois se constituem em fator de risco à saúde e segurança dos trabalhadores. Caso não seja possível adequar estes processos sugere-se a instalação de circuladores de ar a fim de favorecer a dissipação das emissões.

• Materiais potencialmente perigosos, como latas de tinner, colas, tingimento, etc devem ficar. em local fechado e de acesso restrito a pessoas autorizadas. O armazenamento de quantidades significativas de tinner e selador no interior da indústria é um fator de risco. Sugere-se que o local seja isolado e que sejam colocadas advertências quanto a estes riscos. Colocar instruções com proibição de fumar ou outras ações que provoquem ignição. Sugere-se que as empresas peçam aconselhamento junto ao Corpo de Bombeiros.

No Quadro 8 estão resumidas as principais sugestões apresentadas às empresas visando a redução de desperdícios no processo produtivo.

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Quadro 8. Principais sugestões para a redução de desperdícios nas empresas madeiro/moveleiras do Distrito Federal

Capacitação da mão-de-obra. Capacitação gerencial visando melhorar acompanhamento e controle da produção

Estudo de processos para verificação de perdas. Análise de PCríticos e Eficiência Energética.

ontos

Comercialização/doação de resíduos (madeira, serragem, pó de MDF, plástico, ferro, alumínio, etc.) junto a empresas do próprio setor ou com outras cadeias produtivas.

Manutenção periódica de máquinas e equipamentos. Melhor aproveitamento da luz solar e outros recursos naturais,

como a água de chuva por exemplo. Revisão de instalações elétricas e hidráulicas.

Análise econômica das ações propostas A seguir é apresentado um diagrama representando as principais entradas e saídas do processo produtivo observado nas empresas visitadas, procurando identificar e quantificar as matérias-primas e insumos mais importantes, procurando demonstrar os custos associados aos desperdícios do processo.

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MATÉRIA-PRIMA(POR ANO)

Aço: 42.000 kgMDF: 1.150 chapasMadeira Sólida: 180m3

PRODUTO FINAL

Aço: 37.700 kgMDF: 978 chapas

Madeira Sólida: 153m3

ENTRADAS RESÍDUOS DA PRODUÇÃO

Água servida/ano:360m3

Emissões/ano:ruído e calor

Resíduos/ano:Aço: 6.300kgMDF: 172 chapasMadeira Sólida: 27m3

Custos de Saída(R$1,00)

Resíduos/ano:Aço: 17.640MDF: 30.960Madeira Sólida: 27.000

Perdas (%)

Resíduos:Média de 15 na cadeia

PROCESSODE

PRODUÇÃO

CLIENTES

Custos de Entradas (R$1,00):

Água: 1,90/m3

Energia: 0,37 KWhMatéria-prima:

Aço: 2,80/kgMDF: 180/ChapaMadeira Sólida: 1000/m3

MÃO-DE-OBRAENCARGOS E CUSTOS

ADMINISTRATIVOS

MATÉRIA-PRIMA/ANO:1. Aço: 42.000 kg2. MDF: 1.150 chapas3. Madeira Sólida: 180m3

ENERGIA/ANO: 46.404 KWh

(Mín: 3.120 e Máx: 134.400)

ÁGUA/ANO:360 m3

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CAPÍTULO III

CONSOLIDAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO:

ALIMENTAÇÃO

Caracterização

Os elementos aqui apresentados foram obtidos da análise sobre trinta e oito empresas da cadeia de alimentação, subdivididas em lanchonetes de Fast Food (31), restaurantes (2) e Buffets (5), instaladas em diversas localidades do Distrito Federal (Anexo 1), permitindo traçar um perfil simplificado no que tange às suas características de produção em relação aos desperdícios.

Todas as empresas analisadas quanto ao seu porte são consideradas pequenas e atuam no ramo de serviços. Das informações recolhidas, mais de 60% das empresas entraram no mercado nos últimos cinco anos (Figura 7), o restante tem entre 6 e 15 anos (37,84%).

Em relação ao número de funcionários cerca de 90% possuem mais de 16 funcionários e o restante estão na faixa de 6 a 15 funcionários. A questão da terceirização é importante nesta cadeia, pois 32,43% utilizam este tipo de serviço. Todas as empresas estão localizadas em zona urbana.

0 a 5 anos63%

6 a 10 anos32%

11 a 155%

Figura 7. Relação porcentual da idade das empresas de alimentação analisadas.

Uso de Matéria-Prima As matérias-primas consumidas por estas empresas de alimentos, possuem origem nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e no próprio Distrito Federal principalmente nas indústrias e no atacado, e em menor grau no varejo.

O controle sobre as informações operacionais, tais como produção anual, estoque de matéria-prima e insumos, consumo desses itens na produção é um aspecto positivo levantado nesse estudo, considerando que 94,74% das empresas possuem controle de estoque, sendo que as 5,26% restantes estão relacionadas ao segmento de Buffets, onde 40% das empresas não possuem nenhum controle de estoque. Consolidação Programa 5 Menos que São Mais – Redução de Desperdícios- Quality Ambiental Consultoria Ltda

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No que tange especificamente à produção, a maioria dos empresários afirmaram que não existem perdas de matéria-prima antes da produção, sem que daquelas que afirmaram haver perdas os principais motivos estão relacionados com a falta de cuidados no transporte e com o armazenamento dos produtos. Esta relação que se inverte quando se observa a fase da produção, onde 97,37% afirmaram apresentar algum tipo de perda.

Neste caso as principais causas são atribuídas às perdas na produção estão relacionadas principalmente às (a) sobras; (b) procedimentos operacionais incorretos e (c) erros de preparo. Na Figura 8 estão demonstradas as medidas que as empresas estão adotando para diminuir essas perdas pelas empresas (92,11%) que adotam alguns desses procedimentos.

Treinamento

Fracionamento dereceitas

Alteração do processo

Reaproveitamento

Controle do processo.

Figura 8. Principais medidas para evitar perdas na produção da indústria de alimentação no DF.

Em relação à manutenção preventiva, cerca de 80,0% das empresas não possuem procedimentos descritos, trabalhando apenas com a manutenção corretiva.

Geração de Resíduos Das empresas analisadas apenas uma realiza algum tipo de separação de resíduos, sendo que a destinação dos mesmos é basicamente a rede pública de coleta de lixo, enquanto que a parte separada é destinada à doação. Não existe qualquer tipo de coleta seletiva nos locais de procedência das empresas.

Todas as empresas geram resíduos como lâmpadas fluorescentes e gases CFC (Cloro-Fluor-Carbono), que também são destinados à rede pública ou à atmosfera por evaporação. Nenhuma delas requer qualquer tipo de licença ambiental.

Nessa avaliação, no que tange às emissões aéreas, todas as empresas apresentaram fontes de emissão de gases relacionadas principalmente a odores, fumaça e ruídos, onde praticamente 90% das empresas possuem estratégias de controle centradas basicamente em sistemas de filtros (coifas).

Uso da Água Para 89,47% das empresas visitadas a rede pública de abastecimento é a fonte principal de água e 10,53% utilizam poços tubulares, sendo que 78,95% das empresas aplicam algum tipo de tratamento na água antes da sua utilização.

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A grande maioria das empresas não monitora a quantidade e a qualidade da água consumida o que demonstra a pouca preocupação com este recurso, até porque não é considerado como elemento significativo de despesas pelas empresas de uma maneira geral. Fato este confirmado pela inexistência de procedimentos para redução de desperdícios de água por parte de quase 95% das empresas. Das empresas que monitoram de alguma forma o uso da água os procedimentos mais utilizados para redução de desperdícios é o fechamento de hidrômetros à noite e a busca por vazamentos.

O consumo mensal da maioria das empresas analisadas se situa na faixa entre 50 e 100m3 (Figura 9), ressaltando o fato de que 42% das empresas não apresentaram informações pois não existe controle devido ao fato da fonte de água vir de poço tubular ou na embutido na taxa de condomínio.

11 a 30 m33%

51 a 100m342%

Acima de 100m313%

Sem informação:

42%

Figura 9. Consumo médio mensal de água das empresas de alimentação.

Uso de Energia Nessas empresas o uso de energia para o processo produtivo é advindo de duas fontes, a elétrica e a de combustíveis fósseis. O consumo médio mensal da maioria das empresas que tinham controle sobre o uso da energia situa-se acima de 5000kWh (Figura 10), considerando que 34% das empresas, notadamente as empresas localizadas em shoppings, não forneceram estas informações, pois os dados estavam reditos no condomínio. O consumo de energia apenas é acompanhado por meio da observação da conta de energia elétrica. Todas as empresas não trabalham em horário de ponta.

Entre 0 e 10004%

Entre 1001 e 30004%

Acima de 500052%

Entre 3001 e 500040%

Figura 10. Faixas de consumo porcentual de energia elétrica nas

empresas de alimentação do DF.

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A grande maioria das empresas, cerca de 95%, não faz nenhum acompanhamento do consumo de energia, a despeito de trabalharem no horário de ponta (92,11%). A despeito da falta de controle sobre o consumo cerca de 65% delas buscam medidas para diminuir o consumo e o desperdício de energia elétrica, voltada principalmente à manutenção e troca de equipamentos e a procedimentos, como desligar equipamentos quando não estão em uso. Nenhuma das empresas visitadas entende que a luz solar poderia ser mais bem utilizada.

De uma maneira geral o Quadro 9 resume as principais limitações observadas nas empresas de alimentação avaliadas.

Quadro 9. Resumo das principais limitações das empresas de alimentação em relação ao desperdício.

Qualificação de mão-de-obra. Equipamentos desatualizados ou inadequados. Instalações impróprias. Falta de manutenção preventiva. Deficiência nas informações operacionais. Controle de estoque deficiente. Falta de controle sobre o consumo de água e de energia. Carência de eficiência no processo e no uso de

equipamentos.

Pontos positivos Os empresários estão voltados, de uma maneira geral, à busca de alternativas para evitar perdas relacionadas ao processo produtivo, evitando desta maneira desperdícios desnecessários. Destacam-se alguns dos pontos positivos identificados junto às empresas:

• “Pró-atividade em relação à redução de desperdícios e boa vontade em aceitar e implementar as propostas de melhorias que vierem a ser sugerida”.

• “Possuírem consciência das necessidades, limitações e fatores que dificultam o processo produtivo”.

• “Existe a percepção quanto ao custo do uso e desperdício de matéria-prima e insumos, o que pode facilitar a compreensão e implementação de medidas de redução de custos no processo fabril”.

• “Já existem algumas ações visando à redução dos desperdícios, principalmente de energia e de matéria-prima”.

• “Algumas empresas investem nos aspectos de segurança e saúde ocupacional, bem como em estratégias de incentivo à produção e à redução de desperdícios por meio de participação por produção”.

• “Algumas empresas investem em tecnologia e modernização, como é o caso de utilização de software para cálculo de projetos, como objetivo de planejar corte e previsão do material a ser utilizado, ou implantando controle de gastos”.

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• “As empresas buscam aproveitar a iluminação natural, reduzindo desta maneira os gastos de energia, bem como revisando e modernizando os projetos de instalação elétrica”.

Ações para a melhoria Para que haja melhor eficiência no processo produtivo das empresas visitadas sugerem-se a seguir ações que podem ser implementadas:

• Treinar pessoal. • Substituir ou comprar equipamentos mais eficientes. • Separar e dar destinação adequada aos resíduos gerados; • Instalar dispositivos que economizam água, tais como bicos, esguichos e torneiras

automáticas. • Utilizar lavadores de alta pressão e baixo consumo. • Adequação de procedimentos, como, por exemplo, utilizar os equipamentos

conforme especificações dos fabricantes. • Realizar manutenção preventiva de equipamentos e instalações. • Aplicar procedimentos de controle do processo e estoque de materiais. • Identificar os produtos refrigerados ou congelados. • Reduzir o uso de embalagens • Colocar containeres tampados em área externa.

No Quadro 10 estão resumidas as principais sugestões apresentadas às empresas visando a redução de desperdícios no processo produtivo.

Quadro 10. Principais sugestões para a redução de desperdícios nas empresas do ramo de alimentação do Distrito Federal

Treinar pessoal. Substituir ou comprar equipamentos mais eificientes. Separar e dar destinação adequada aos resíduos gerados; Instalar dispositivos que economizam água. Utilizar lavadores de alta pressão e baixo consumo. Adequar procedimentos. Realizar manutenção preventiva. Aplicar procedimentos de controle do processo e estoque. Identificar os produtos refrigerados ou congelados. Reduzir o uso de embalagens Colocar containeres tampados em área externa.

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Análise econômica das ações propostas A seguir é apresentado um diagrama representando as principais entradas e saídas do processo produtivo observado nas empresas visitadas, procurando identificar e quantificar as matérias-primas e insumos mais importantes, procurando demonstrar os custos associados aos desperdícios do processo.

MATÉRIA-PRIMA(POR ANO)

Carnes....12.792kgHorti-fruti....5.676kg

Arroz....1.020 Sc 5kgFeijão....1.284kg

PRODUTO FINALCarnes....11.512,8kgHorti-fruti....5.108,4kgArroz....918 Sc 5kgFeijão....1.155,6kg

ENTRADAS RESÍDUOS DA PRODUÇÃO

Água servida/ano:1.080m3

Emissões/ano:calor

Resíduos/ano:Lixo: 3.600 Sc 60ltPapelão: 1.520kgLata: 8.760unPapel (fundo de bandeja):32 milheirosCopo plástico: 83.200un

Custos de Saída(R$1)

Resíduos/ano:Carnes....9.594,00Horti-fruti....681,12Arroz....918,00Feijão....231,12

Perdas (%)

Foi estimada uma perda médiaem torno de 10 dos produtosdurante o processo deprodução.

PROCESSODE

PRODUÇÃO

CLIENTES

Custos de Entradas (R$1):

Água: 1,90/m3-Acima: 2,97Energia: 0,36375 KWhMatéria-prima:

Carnes....7,5Horti-fruti....1,2Arroz....9,0Feijão....1,8

MÃO-DE-OBRAENCARGOS E CUSTOS

ADMINISTRATIVOS

MATÉRIA-PRIMA/ANO:Carnes....12.792kgHorti-fruti....5.676kgArroz....1.020 Sc 5kgFeijão....1.284kg

ENERGIA/ANO:73.632 kW

ÁGUA/ANO:1.080 m3

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CAPÍTULO IV

CONSOLIDAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO:

AUTOMOTIVO

Caracterização As informações coletadas em 15 empresas do segmento de oficina mecânica no Distrito Federal nos permitem traçar um perfil simplificado no que tange às suas características de produção e sua relação aos desperdícios.

A Figura 11 nos permite visualizar a relação das empresas analisadas quanto ao seu porte, e atuam no ramo de serviços e comércio. A média de idade das empresas é bastante heterogênea registrando-se idades de 1 até acima de 16 anos. Todas as empresas estão localizadas em zona urbana.

Micro33%

Pequena60%

Média7%

Figura 11. Relação porcentual do porte das empresas automotivas analisadas.

As visitas foram acompanhadas em 100% dos casos pelos proprietários. Destacaram-se no segmento de oficina mecânica os seguintes focos de perda, relacionados por ordem decrescente:

1- Mão-de-obra 2- Energia 3- Matéria-prima 4- Água

A seguir serão relacionados os principais motivos para os desperdícios apontados no diagnóstico, considerando as perdas antes e durante a produção: • Baixa qualificação profissional

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27• Falta de orientação

• Utilização de materiais não especificados, mas exigidos pelo cliente. • Falta de cuidados na execução dos serviços. • Defeitos no veículo não identificados. • Falta de controle do consumo de água e energia. • Falta de treinamento dos funcionários. • Ociosidade dos funcionários.

• Retrabalho de serviços.

• Falta de controle de estoque.

• Falta de conferencia na recepção das matérias-primas.

• Local de armazenamento inadequado

De acordo com os dados identificados durante as visitas técnicas constatou-se que:

• A grande maioria das oficinas mecânica não adota medidas de controle para o consumo

mensal de água e energia elétrica, realizando apenas o acompanhamento dos valores gastos registrados em conta. Não há ações para identificar as possíveis causas dos desperdícios na medida em que não são feitas manutenções preventivas de equipamentos, das redes elétricas e hidráulicas, bem como adequação das instalações elétricas a novas demandas energéticas exigidas pelo uso de novos equipamentos sobrecarregando o sistema já existente. Outro ponto relevante diz respeito à presença de ligações elétricas inadequadas as quais aumentam a perda de energia, assim como os riscos de incêndios.

• Apesar dos dados quantitativos registrarem a existência de controle de estoque, na sua grande maioria o mesmo é feito apenas visualmente. Dessa forma, essa questão demonstra a necessidade de melhoria desse sistema que está fortemente relacionado aos motivos de perda.

• A baixa qualificação profissional dos colaboradores também se destaca como fonte de perda, na medida em que não há investimentos em treinamentos e também oferta de profissionais já qualificados no mercado de trabalho.

• A falta de planejamento das rotinas operacionais também se apresenta como motivo de perdas. Outra causa está na organização do layout dos estabelecimentos.

• Com relação aos resíduos gerados e efluentes percebe-se que não há procedimentos de tratamento, disposição final e monitoramentos sistematizados. Tal fato demandaria ações específicas com o objetivo de adequação às normas ambientais vigentes, como também implantar sistemas de coleta seletiva, permitindo selecionar materiais com potencial de retornarem ao mercado daqueles com potencial de contaminação e riscos de saúde pública e ambiental.

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De uma maneira geral o Quadro 11 resume as principais limitações observadas nas empresas analisadas.

Quadro 11. Resumo das principais limitações das empresas automotivas em relação ao desperdício.

Carência de padronização dos serviços prestados. Controle de estoque deficiente ou inexistente para matéria-prima

e insumos. Armazenamento inadequado para matéria-prima e insumos. Falta de controle sobre o consumo de água e energia. Carência de mão-de-obra qualificada. Desconsideração do custo da mão-de-obra por produto – perda

na relação homem/hora. Falta de negociação com fornecedores para atendimento a

demandas específicas. Transporte e descarga inadequados das matérias-primas .

Uso de Matéria-Prima Em relação ao uso da matéria-prima existe uma variação quanto à sua procedência. Os principais estados fornecedores são os locais e de São Paulo.

Um dos problemas verificados é a carência de metodologias operacionais que sejam padronizadas e sistematizadas, tais como estoque de matéria-prima e insumos, consumo destes itens na produção e porcentagem de perdas, o que gera uma desinformação e dificulta o estabelecimento de estratégias para a redução destes desperdícios. Um dado que corrobora esta afirmação é que 73,3% das empresas possuem um controle de estoque com necessidade de melhoria, pois são em sua grande maioria realizado apenas visualmente.Outro importante aspecto observado é a baixa qualificação profissional associada à falta de treinamentos especializados.

No que tange especificamente à produção, 86,6% das empresas afirmaram que não existem perdas de matéria-prima antes da produção, relação que se inverte quando se observa a fase da produção onde 80% das empresas afirmaram ter perdas. As principais causas são: falta de cuidados na execução dos serviços que está relacionada à baixa qualificação profissional e falta de investimentos em treinamentos especializados 53,3%, (vale destacar que os treinamentos representam uma necessidade não apenas para os funcionários, mas também para os empresários, mesmos porque em muitos casos os próprios são os executores dos serviços oferecidos pela oficina). E 53,3% das empresas não adotam nenhum procedimento para reduzir/evitar estas perdas, sendo que 46,6% adotam medidas relacionadas principalmente à orientação dos trabalhadores e acompanhamento no dia-a-dia de trabalho.

Geração de Resíduos Das empresas analisadas 73,3% não realizam nenhum tipo de separação, sendo que 26,6% realizam a separação de forma não sistemática, comercializando resíduos como: plásticos,

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papelão, sobras de ferros e aços,óleo queimado,baterias automotivas. Com relação aos demais resíduos a destinação é feita por coleta pública convencional.Outras práticas também foram identificadas, tais como: a queima, doação e reuso. Não existe qualquer tipo de coleta seletiva nos locais de procedência das empresas.

A grande maioria das empresas (73,3%) gera algum tipo de resíduo perigoso (óleos, baterias, fluido de freio, LM, Solupan, tinner, aditivos, descarbonizantes e embalagens de produtos químicos) e não possuem atenção especial aos mesmos que são destinados junto aos demais resíduos que são coletados pelo serviço público e nenhuma delas requer qualquer tipo de licença ambiental.

No caso de emissões aéreas todas as empresas possuem emissão de poeira, ruído, gases, fumaça e pó de lixamento e pintura.

Uso da Água Todas as empresas utilizam a rede pública como fonte de abastecimento de água, sendo que esta água não recebe nenhum tipo de tratamento por parte de todas as empresas.

O procedimento adotado para redução de desperdício de água destaca-se a observação da conta.

O consumo é bastante heterogêneo variando entre10 e 100 m3. Esta variação é resultado das atividades realizadas pelas oficinas (lavagem de peças e de carros). A grande maioria que trabalha com água em abundância tem o potencial de utilizar água da chuva, sendo uma das ações propostas por este programa.

Uso de Energia O tipo de energia mais utilizada é a elétrica proveniente do serviço público. O consumo de energia apenas é acompanhado por meio da observação da conta de energia elétrica e orientação dos funcionários. A grande maioria das empresas (66,6%) trabalha em horário de ponta. O consumo é bastante heterogêneo variando entre 344Kwh 5960kwh. Esta variação é resultado das atividades realizadas pelas oficinas.

Pontos positivos Os pontos positivos representam características das oficinas mecânicas favoráveis à continuidade deste programa.

De uma maneira geral, identificou-se que os empresários estão voltados à busca de alternativas para evitar as perdas relacionadas à execução dos seus serviços.

Destacam-se alguns dos pontos positivos identificados junto às empresas:

• “Pró-atividade em relação à redução de desperdícios e boa vontade em aceitar e implementar as propostas de melhorias que vierem a ser sugerida”.

• “Possuírem consciência das necessidades, limitações e fatores que dificultam o processo produtivo”.

• “Existe a percepção quanto ao custo do uso e desperdício de matéria-prima e insumos, o que pode facilitar a compreensão e implementação de medidas de redução de custos.

• “Já existem algumas ações visando à redução dos desperdícios”.

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• “Acompanhamento diário dos serviços por parte dos proprietários”.

• “Potencial para utilização da água da chuva”.

Ações para a melhoria A fim de minimizar os diversos impactos econômicos e ambientais decorrentes das perdas ocorridas durante os processos, adequando-os às novas demandas de mercado, foram sugeridas por este programa para o segmento de Oficina Mecânica as seguintes ações:

• Alguns resíduos de embalagens podem ser retornáveis, necessitando para isso uma simples negociação junto aos fornecedores.

• É necessário ter um controle de recebimento de material mais adequado, para evitar suas perdas. Este controle diz respeito à quantidade dos materiais como também da sua qualidade.

• Investir em treinamento para os empreendedores/ funcionários da empresa quanto ao desperdício e os impactos econômicos e ambientais gerados pelo segmento.

• Investir em treinamentos específicos, com periodicidade, entre as diversas equipes de trabalho, fixas e terceirizadas, a fim de padronizar a execução dos processos.

• O acompanhamento do consumo de água e energia deve ser realizado periodicamente. Uma excelente e simples operação que viabiliza a redução da perda com a água é desligar diariamente o registro hidrômetro ao final da jornada de trabalho.

• Implantar programas específicos para redução do consumo de energia e água.

• Estimular parcerias de cooperação com instituições de pesquisa para a realização de pesquisa/ensaios que possam melhorar os processos, bem como o uso eficiente de matérias-primas.

• Analisar a eficiência da caixa de areia quanto à remoção de óleos, solventes, lubrificantes e produtos químicos na área de lavagem de peças;

• Realizar periodicamente análises do efluente (após caixa(s) de areia) da lavagem.

• Buscar a redução no consumo de água, principalmente na área de lavagem de peças. O aproveitamento de água da chuva poderia vir a minimizar este consumo.

• Utilizar procedimento de limpeza da loja evitando o uso de mangueiras de modo a reduzir o consumo de água.

• Investimento em treinamento dos funcionários na operacionalização dos equipamentos e máquinas, assim como no manuseio dos materiais de consumo.

• Planejar a logística para a execução das tarefas para minimizar a ociosidade de funcionários, estabelecendo metas diárias, semanais e mensais.

• Implantação da coleta seletiva na oficina, separando também as peças usadas por categorias ou por tipo de material existente em sua composição.

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No Quadro 12 estão resumidas as principais sugestões apresentadas às empresas visando a redução de desperdícios no processo produtivo.

Quadro 12. Principais sugestões para a redução de desperdícios nas empresas automotivas visitadas.

Capacitação gerencial visando melhorar acompanhamento e controle da produção.

Capacitação da mão-de-obra. Estudo de processos para verificação de perdas. Análise de

Pontos Críticos e Eficiência Energética. Adequação da gestão de resíduos gerados. Adequação da logística operacional. Negociação com fornecedores.

Resultados e Benefícios Esperados

A partir da realização da 1ª fase do programa Metodologia Sebrae 5 Menos que São Mais em Redução de Desperdícios nas Micro e Pequenas Empresas no segmento de oficina mecânica , espera-se:

• A obtenção de informações sobre o segmento que permitam identificar a realidade do

segmento com relação as suas principais dificuldades e demandas; • Fortalecimento do segmento, na medida em que a adoção de uma política que priorize

reduzir suas perdas durante seu processo, possibilite diminuir gastos desnecessários, melhorando sua capacidade de investimento em novas tecnologias;

• Minimização dos impactos ambientais decorrentes da geração significativa de resíduos

sólidos e efluentes gerados pelo segmento; • Fomento a um processo de mudança de hábitos e valores no segmento sobre práticas

que estimulem um comportamento mais crítico e sustentável; • Contribuição para a melhoria da qualidade dos serviços prestados, através de

treinamentos que transmitam conhecimentos técnicos e que sejam incorporados às práticas dos colaboradores do segmento;

• Viabilização de tecnologias/ atividades economicamente, ambientalmente e socialmente

sustentáveis; • Melhoria da organização dos espaços disponíveis permitindo melhor aproveitamento das

áreas de execução do trabalho.

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CAPÍTULO V

CONSOLIDAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO:

CONFECÇÃO

Caracterização O Anexo 1 mostra a localização geográfica das 21 empresas do seguimento de confecção, todas localizadas em áreas urbanas.

Os dados levantados permitem traçar um perfil simplificado desse seguimento empresarial, caracterizando sua produção com os eventuais desperdícios existentes.

A Figura 12 mostra a distribuição dessas empresas em micro, pequeno e médio portes, sendo duas do ramo de comércio e 19 indústrias. A idade média dessas empresas está situada entre seis e quinze anos sendo que algumas estão na faixa de 0 a 5 anos e outras acima de 16. Apresenta número médio de dois a cinco funcionários, sendo que uma empresa tem 74. Apenas uma empresa tem funcionários terceirizados.

Micro90%

Pequena5%

Média5%

Figura 12. Relação porcentual do porte das empresas de confecção analisadas.

O setor está produzindo roupas diversificadas como uniformes escolares, roupas de banho, bordados e camisetas, em geral.

Uso de Matéria-PrimaQuanto à origem da matéria-prima utilizada 95% é comprada diretamente de outros estados (São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Ceará); os outros 5%, embora produzidos fora do Distrito Federal são adquiridos no mercado atacadista local. Esse procedimento tem grande implicação econômica para o setor uma vez que há um adicional no preço de compra desses materiais, por conta do adicional de frete que é cobrado.

O setor apresenta uma carência geral de informações que redunda em desperdício de tempo e de material. Um dos grandes problemas, por exemplo, é a falta de um controle de estoque, tendo em vista que 79% das empresas visitadas não dispõem de um controle de estoque. Em

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geral, o material é comprado à medida que a empresa recebe uma encomenda para processar. Esse fato acarreta ou falta de material para atender integralmente ao pedido ou sobra matéria-prima que ficam encalhada nas prateleiras sem um uso definido.

De acordo com as informações a perda de matéria-prima antes da produção é da ordem de 20% (produto danificado, testes e outros). Dos 21 empresários entrevistados, 20 responderam afirmativamente que existe perda no processo produtivo. Essas perdas variam desde pequenos pedaços de linha na retirada das peças da máquina até erro de corte com perda total da peça cortada. Muitos alegam que as perdas advêm de uma série de fatores sendo que 52% atribuem as perdas ao problema do encaixe dos moldes na peça a ser cortada, Figura 13.

Erro de projeto8%

Encaixe dos moldes52%

Quebra de agulhas4%

Imperícia24%

Perdas de linhas12%

Figura 13. Principais motivos de perdas de materiais na indústria de confecção.

Dentre os empresários entrevistados 52% não adotam medidas para a redução do desperdício. Os demais têm iniciativas que vão desde a orientação verbal dos colaboradores, passando por treinamento especializado e até a adequação dos projetos em sistema CAD, que proporciona melhor aproveitamento do material.

Outro aspecto relevante em relação ao desperdício na indústria de confecção é o fato de que 38% das empresas não fazem manutenção preventiva em suas máquinas, o que acarretam quebras constantes desses equipamentos acarretando não só perdas materiais, mas, principalmente, insumos como energia, água e, principalmente de horas paradas. 62% dos empresários alegam fazer algum tipo de manutenção preventiva, desde uma simples limpeza diária até a manutenção periódica feita por técnicos especializados. Um grande problema verificado é a falta de mão de obra especializada para fazer manutenção nesse tipo de equipamento. Alguns técnicos vêm de fora para fazer esse trabalho o que acarreta custos maiores para o setor.

Geração de Resíduos

Perguntado se havia separação dos resíduos gerados, 85% respondeu sim. Essa separação, em todas as empresas, é parcial, pois apenas separam o resíduo que, por algum motivo, induz a esse procedimento. Em geral, separam papelão, retalhos das sobras de corte, cones de tubos de linha e outros materiais, quando exibem alguma especificidade. Todas as empresas destinam seu resíduo para a coleta pública. Daquelas que dão outros destinos, além da coleta pública, 69% doam os resíduos separados, 26% os vende, principalmente retalhos, que são Consolidação Programa 5 Menos que São Mais – Redução de Desperdícios- Quality Ambiental Consultoria Ltda

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utilizados por empresas informais na confecção de pequenas peças como fuxico, ou artesanatos, e 5% os queimam (Figura 14).

Doação69%

Venda26%

Queima5%

Figura 14. Destinação final dos resíduos da indústria de confecção.

Devido ao tipo de equipamento e de materiais utilizados pelo setor, 85% dos empresários reconhece que geram algum tipo de emissão. Essas emissões, em geral, podem ser reconhecidas como poeira do material processado, ruído das máquinas e alguns gases que são reconhecidos pelo odor característico. Algumas dessas emissões requerem o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), principalmente máscaras faciais e protetores auriculares.

A falta de uma coleta pública de forma seletiva desestimula o gerador de resíduo a separá-lo na fonte. A agravante é que muitas dessas empresas são familiares e geram resíduos de origem orgânica que acabam sendo misturados como resíduo industrial e que acabam tendo como destinação final o lixão.

Em relação à geração de resíduos perigosos, das 21 empresas visitadas, apenas duas foram caracterizadas como geradoras dessa classe de resíduo, especialmente aquelas que trabalham com serigrafia e estamparia que liberam resíduos de tinta e algum solvente orgânico na forma de efluente.

Pode-se afirmar, que em geral, todas as empresas descartam lâmpadas fluorescentes, com resíduo mercurial. Esse tipo de resíduo é destinado, pela coleta pública sem nenhum cuidado especial. Com essa prática, à medida que se avoluma esse tipo de resíduo nos lixões, a concentração desse metal pesado tende a aumentar nos solos e no lençol freático, incorporando-se de alguma forma na cadeia alimentar e retornando como alimento para o homem.

Uso da Água Quando ao uso de água apenas uma empresa dispõe de poço tubular as outras 20 estão conectadas na rede de abastecimento público local. 52 dessas empresas consomem até 10m3 por mês. Apenas as indústrias que trabalham com estamparia usam água para lavagem de material no processo produtivo. As demais utilizam água apenas para limpeza, para beber e para veiculação de dejetos humanos.

Perguntado se a empresa monitora a água utilizada, 20 dos 21 entrevistados responderam que não. Cerca de 85% não adota procedimento de redução de desperdício de água. Apenas dois

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empresários afirmaram que colocaram bicos de controle de água na extremidade das mangueiras de lavagem.

Uso de Energia A energia elétrica é utilizada em todo o processo produtivo. O consumo de energia fóssil (gás de cozinha e combustível) entra como uma componente na preparação de alimentos e no transporte, em geral não quantificado.

O consumo médio de energia elétrica no setor varia de 75 a 3.275, com média de 682 kWh/mês. 85% dos empresários não acompanham o consumo mensal de energia elétrica. Os demais, apenas visualizam a conta mensal, apenas para saber quanto vai pagar.

Perguntado sobre a adoção de procedimentos para a redução do consumo de energia, 52% responderam afirmativamente. As principais formas de redução identificadas são:

• Substituição de lâmpadas.

• Desativação de lâmpadas.

• Controle no uso de computadores.

• Conscientização de colaboradores.

• Desliga lâmpadas e equipamentos em horários de intervalos.

Em treze das 21 empresas visitadas é possível o aproveitamento da luminosidade natural, principalmente, pela substituição de telhas de cimento amianto, por telhas transparentes, onde possível.

De uma maneira geral o Quadro 13 resume as principais limitações observadas nas empresas de confecção analisadas.

Quadro 13. Resumo das principais limitações das empresas de confecções em relação ao desperdício.

Carência de informações operacionais. Controle de estoque deficiente para matéria-prima e insumos. Falta de controle sobre o consumo de água e energia. Carência de capacitação de mão-de-obra em produção e vendas Falta de profissionais capacitados no mercado interno para

manutenção preventiva de máquinas e equipamentos. Desconsideração do custo da mão-de-obra por produto – perda

na relação homem/hora. Falta de mão-de-obra especializada. Alto custo de transporte de matéria-prima.

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Pontos positivos Pode-se verificar nas empresas visitadas, que, de um modo geral, desenvolvem ações compatíveis com as boas práticas de fabricação e convergem para ações voltadas para um melhor desempenho ambiental. Destacam-se, por exemplo, alguns dos pontos fortes observados.

• “Proatividade em relação à redução de desperdícios e aceitação, de bom grado, de propostas para melhoria”.

• “Geralmente os empresários tem plena consciência das necessidades e das limitações que dificultam o processo produtivo”.

• “Consciência do desperdício de matéria-prima”.

• “O empresário já separa seu resíduo na fonte e dá destinação adequada (doação e venda como matéria-prima para outra confecção). Observou-se que existe uma diferenciação de preço entre retalhos grandes e pequenos”.

• “A empresa aproveita os cortes de tecido para fazer peças menores que são vendidas para pessoas carentes a um preço muito baixo (R$ 0,50 a peça)”.

• “A empresa apresenta grau de especificidade que a diferencia das demais, principalmente pelo seu engajamento social”.

• “A empresa modernizou seu processo de planejamento, incorporando uma unidade de criação, com pessoal capacitado para operar software específico - AUTOCAD - para otimização de corte gerando projetos mais otimizados em termos de utilização de matéria-prima”.

• “A empresa mantém um centro de treinamento de mão-de-obra dentro da própria unidade fabril”.

• “Existe um controle de estoque bem adequando à produção da empresa”.

Ações para melhoria Para avaliar as informações que se seguem é preciso ter em mente que isto é produto de um levantamento expedito feito nas empresas, muitas vezes em condições adversas e que reflete apenas parte da realidade. Por outro lado não poderia ser feito de outro modo, pois que em se tratando de um projeto piloto foi esta a forma de trabalho possível.

As perdas observadas, em geral, requerem medições quantitativas para se avaliar o custo das mesmas e o quanto isso representa para o encarecimento do custo do produto final, em cada uma das empresas visitadas.

As perdas de matérias-primas e insumos são as mais visíveis e ocorrem de forma diversa nas empresas. As perdas mais comuns são, por exemplo, tecidos, malhas, forros, entretela, linhas, energia elétrica, água e, principalmente, horas de trabalho.

As evidencias das perdas são os resíduos sólidos produzidos, como sobras de matérias-primas (tecidos, malhas, forro, agulhas, linhas, entretela) resíduos de embalagens (cones de linha, tubos de rolos de tecidos, papelões, plásticos), lâmpadas acesas desnecessariamente, máquinas que poderiam ser mais bem instaladas, lay out da planta e outros.

Em um primeiro momento foram feitas propostas de melhoria, apenas com o intuito de chamar atenção para um problema específico de desperdício. Sabe-se, porém que para reduzir Consolidação Programa 5 Menos que São Mais – Redução de Desperdícios- Quality Ambiental Consultoria Ltda

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o desperdício é necessário um estudo mais detalhado do problema, pois muitas vezes sua solução está relacionada a outros fatores que nem sempre são vistos em uma observação rápida.

• Os tubos das linhas são objetos que podem ter algum tipo de uso ou serem devolvidos ao fabricante para reutilização, bastando para isso um melhor esforço de entendimento junto ao fornecedor.

• É importante organizar as informações financeiras da empresa em uma planilha de custos, detalhada, para que sejam visualizados os custos de cada item do processo. Para isso o Sebrae dispõe de curso de capacitação.

• É necessário e urgente realizar o detalhamento e a discriminação dos itens de consumo na produção. Ter controle de estoque de matéria-prima e insumos para a produção de cada peça. Essa ação implica na redução de desperdícios desses elementos de produção e melhora a capacidade gerencial da empresa.

• É necessário que se realize um melhor acompanhamento e controle da produção, com a manutenção, se possível, de profissional responsável por essa tarefa.

• É fundamental e urgente a capacitação de mão-de-obra para a empresa, com a finalidade de reduzir custos por desperdícios de matéria-prima, principalmente na fase de corte e costura, uso de equipamentos e atendimento e vendas.

• Sugere-se o aperfeiçoamento do pessoal principalmente no campo da gestão de empresarial. Para isso o Sebrae dispõe de treinamento específico.

• As instalações hidráulicas e elétricas devem ser vistoriadas com freqüência, para buscar pontos de desperdício (vazamentos de água e fugas de energia). Foi constatado o desperdício de água pelo vazamento das descargas das privadas e dos chuveiros.

• Deve ser implantado um controle de estoque, eficiente, além da organização das prateleiras e caixas onde são guardados tecidos e retalhos.

• Fazer cotação de preços de matérias-primas aos fornecedores em períodos determinados a fim de facilitar a compra.

• Nas empresas que trabalham com serigrafia, seria importante colocar uma peneira no tanque de lavagem das telas para recolher os resíduos sólidos, evitando seu lançamento na rede de esgoto.

• Seria importante desenvolver algum incentivo, por produção e ou por treinamento do pessoal, para minimizar o desperdício de horas de trabalho.

• Criar um sistema de registro de pedidos, abertos, em execução e encerrados, a fim de organizá-los.

• Criar formulários eficientes para coleta de informações de pedidos.

• Realizar o projeto de execução do produto com a finalidade de minimizar a produção de retalhos.

• É fundamental Aumentar o nível de informatização das empresas do setor.

• É importante incentivar as empresas que estejam mais bem estruturadas a buscarem um processo de certificação (ISO 9000 e ISO 14001).

• É fundamental e urgente que seja feita revisão do lay out da empresa e que se implemente o 5S, de forma que o ambiente de trabalho fique mais organizado.

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Outras iniciativas importantes deveriam ser desenvolvidas no setor, como medida de melhoria de desempenho financeiro e ambiental, tais como:

• Colocar, a título de conscientização ambiental, em todos os pontos de controle de uso de água e de energia e de disposição interna no lixo produzido, instruções de trabalho, para orientação específica sobre o recurso natural. Independente da significância do valor monetário do recurso economizado, isso melhora a imagem ambiental da empresa e faz os colaboradores internos sentirem-se mais partícipes no gerenciamento global e na melhoria do seu local de trabalho.

• Estudar e aplicar, de maneira sistemática dentro da empresa, elementos de segurança e saúde no trabalho. O bem estar e as condições adequadas de trabalho geram benefícios imediatos e de longo prazo para a empresa e seus funcionários, aumentando o rendimento do trabalho e maximizando o custo do homem/hora.

• Instituir ginástica laboral com a finalidade de reduzir riscos de lesões por esforços repetitivos.

• Buscar alternativas de disposição dos resíduos. Sugere-se que os resíduos de tecidos e linhas sintéticas que atualmente são incinerados sejam reaproveitados no acolchoamento de travesseiros e almofadas, ou que sejam estudadas outras maneiras de reuso, tendo em vista os riscos e danos causados pela emissão de componentes poluentes à atmosfera, mesmo que em pequenas quantidades.

• Estimular programas de diversificação da produção, sem perder a excelência já conquistada na confecção de uniformes escolares, a fim de procurar distribuir a produção da confecção durante todo o período do ano que certamente maximizaria a utilização da mão-de-obra (custo do homem/hora), do maquinário, além de proporcionar um ganho adicional e constante.

• Definir, sempre que possível, procedimentos operacionais para ordenar a produção, de forma a cortar tecidos de uma cor ou apenas de um tipo de peça.

O Quadro 14 resume as principais sugestões apresentadas às empresas.

Quadro 14. Principais sugestões apresentadas às empresas de confecção visando a redução de desperdícios no processo produtivo.

Desenvolver a capacitação gerencial visando melhorar o acompanhamento e controle da produção

Capacitar mão-de-obra. Desenvolver estudo de processos para verificação de perdas.

Análise de Pontos Críticos e Eficiência Energética. Adequar projetos de corte por meio de cursos de design. Promover a destinação adequada dos resíduos de produção. Implementar programa de manutenção periódica. Melhorar o aproveitamento da luz solar e outros recursos

naturais. Criar linhas de crédito para modernização do parque fabril

relativo ao setor. Diversificar a produção em busca de novos mercados.

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Diagrama de fluxo do processo produtivo A seguir está representado um diagrama com as principais entradas e saídas do processo produtivo observado nas empresas de confecção visitadas, procurando identificar e quantificar as matérias-primas e insumos mais importantes, e visando demonstrar os custos associados aos desperdícios do processo.

MATÉRIA-PRIMA(POR ANO)

Tecidos: 7.822 mtMalhas: 7.206 kgForros: 1.280kgLycra: 1.080kgSuplex: 720kg

PRODUTO FINAL

Tecidos -6.648mtMalhas - 6.485kgForros - 1.216kg

Lycra - 972kgSuplex - 684kg

ENTRADAS RESÍDUOS DA PRODUÇÃO

Água servida/ano:256m3

Emissões/ano:ruído, poeira e calor

Resíduos/ano:Tecidos -1.173mtMalhas - 720kgForros - 64kgLycra - 108kgSuplex - 36kg

Custos de Saída(R$1)

Resíduos/ano:Tecidos - 12.903,00Malhas - 10.800,00Forros - 1.664,00Lycra - 6.912,00Suplex - 504,00

Perdas (%)

Resíduos:tecidos - 15Malhas - 10Forros - 3Lycra - 10Suplex - 5

PROCESSODE

PRODUÇÃO

CLIENTES

Custos de Entradas (R$1):

Água: 1,90/m3

Energia: 0,37 KWhMatéria-prima:

Tecidos -11,00Malhas - 15,00Forros - 26,00Lycra - 64,00Suplex - 14,00

MÃO-DE-OBRAENCARGOS E CUSTOS

ADMINISTRATIVOS

MATÉRIA-PRIMA/ANO:Tecidos - 7.822mtMalhas - 7206kgForros - 1.280kgLycra - 1.080kgSuplex - 720kg

ENERGIA/ANO:184 KWh

(Mín: 720 e Máx: 1.080)

ÁGUA/ANO:256 m3

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CAPÍTULO VI

CONSOLIDAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO:

CONSTRUÇÃO CIVIL

Caracterização As informações coletadas em 21 empresas do segmento da construção civis no Distrito Federal nos permitem traçar um perfil simplificado no que tange às suas características de produção e sua relação aos desperdícios.

A Figura 15 nos permite visualizar a relação das empresas analisadas quanto ao seu porte, sendo que todas atuam no ramo industrial. A média de idade das empresas é acima de 16 anos (61,9%). Todas as empresas estão localizadas em zona urbana.

10%

19%

66%

5%

MicroPequenaMédiaGrande

Figura 15. Relação porcentual do porte das empresas de construção civil analisadas.

A amostra de construtoras participantes deste programa apresenta uma tendência na construção de obras civis constituída por edificações verticais e residenciais.

As visitas foram acompanhadas em 100% dos casos pelo engenheiro responsável pela obra piloto e em alguns casos contando com a participação de mestres de obras, gerente da qualidade e outros. De acordo com as informações obtidas na fase de diagnóstico do programa destacaram-se os seguintes focos de perda, relacionados por ordem decrescente:

5- Matéria-prima 6- Mão-de-obra 7- Energia 8- Água

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De uma maneira geral o Quadro 15 resume as principais limitações observadas nas empresas de construção civil analisadas.

Quadro 15. Resumo das principais limitações das empresas de construção civil em relação ao desperdício.

Carência de padronização do processo construtivo e planejamento integrado de projetos.

Controle de estoque deficiente para matéria-prima e insumos. Armazenamento inadequado para matéria-prima e insumos. Falta de controle sobre o consumo de água e energia. Carência de mão-de-obra qualificada. Desconsideração do custo da mão-de-obra por produto – perda

na relação homem/hora. Falta de negociação com fornecedores para atendimento a

demandas específicas. Transporte e descarga inadequados das matérias-primas . Falta de paginação das alvenarias em projetos.

Como pôde ser visto a falta de planejamento pode ser a principal causa do desperdício no segmento. Problemas que poderiam ser detectados na elaboração do projeto são percebidos somente no momento da execução da obra. Como os projetos são pouco detalhados, o trabalho acaba marcado pela improvisação. Sendo assim, o desperdício no setor pode chegar a 25% do valor total de uma obra. Logo, o aumento da produtividade depende da qualidade de concepção e elaboração dos projetos de edificação.

Outra das causas está no próprio lay out dos canteiros. A falta de planejamento na disposição dos materiais no canteiro obriga os operários a fazerem grandes deslocamentos, provocando perda substancial de tempo e matéria-prima no trajeto executado.

Falhas nas construções também são comuns, confirmando um dos mais graves problemas da construção brasileira: a mão-de-obra desqualificada. "Esse é o fator responsável pela falta de padronização das técnicas de construção".

Tabela 3. Ocorrência de desperdícios na construção convencional de alguns países. MATERIAIS

(% em Massa) Pinto

Brasil (SP) Norie

Brasil (RG) Skoyles

Reino Unido Hong Kong Usual em

orçamentos

Aço 26,19 19,07 3,60 - 20

Cimento 33,11 84,13 12,00 - 15

Concreto 1,34 13,18 6,00 11,00 5

Areia 39,02 45,76 12,00 - 15

Argamassa 91,25 86,68 12,00 15,00 15

Tijolos e blocos 26,94 12,73 13,00 11,00 10

Fonte: PINTO apud ZORDAN,1997. Consolidação Programa 5 Menos que São Mais – Redução de Desperdícios- Quality Ambiental Consultoria Ltda

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Apesar do entulho na obra não ser um material necessário à produção, ele está diretamente envolvido com ela, sendo gasto tempo e recursos financeiros em seu transporte e necessitando de equipamentos e mecanismos para sua retirada. Seu arranjo físico, bem como os métodos utilizados para sua retirada devem ser eficientes, evitando transportes excessivos e não atrapalhando as demais atividades do canteiro.

Dessa forma, torna-se cada vez mais necessária ao segmento a implementação de programas que visem melhorar a sua eficiência a exemplo dos diversos programas de qualidade hoje oferecidos, como o PBQP – H, certificações ISO séries 9000 e 14.000 e também, com especial destaque, tendo em vista o retorno econômico resultante, os programas de redução de desperdício.

Uso de Matéria-Prima Em relação ao uso da matéria-prima existe uma variação quanto à sua procedência. Os principais estados fornecedores são o estado de São Paulo, Belo Horizonte e cidades do Goiás.

Um dos problemas verificados é a carência de metodologias operacionais que sejam padronizadas e sistematizadas, tais como estoque de matéria-prima e insumos, consumo destes itens na produção e porcentagem de perdas, o que gera uma desinformação e dificulta o estabelecimento de estratégias para a redução destes desperdícios. Um dado que corrobora esta afirmação é que 23,85% das empresas não possuem um controle de estoque e 28,57% possuem controle com necessidade de melhoria.Outro importante aspecto observado é a falta de integração das equipes responsáveis pela elaboração dos diversos projetos de uma mesma obra,bem como a baixa qualificação profissional.

No que tange especificamente à produção, 47,61% das empresas afirmaram que não existem perdas de matéria-prima antes da produção, relação que se inverte quando se observa a fase da produção onde 90,97% das empresas afirmaram ter perdas. As três principais causas são: baixa qualificação profissional 42,8%, baixa qualidade da matéria-prima 19,04% Falta de planejamento das tarefas na obra 19,04%. E 52,38% das empresas não adotam nenhum procedimento para reduzir/evitar estas perdas, sendo que 47,62% adotam medidas relacionadas principalmente à orientação dos trabalhadores e acompanhamento no dia-a-dia de trabalho.

Geração de Resíduos Das empresas analisadas 85,7% não realizam nenhum tipo de separação, sendo que 14,28% realizam a separação de forma assistemática e feita por iniciativa dos funcionários, os quais comercializam os resíduos (plásticos, papelão, sobras de ferros e aços) e rateiam os recursos provenientes da mesma. Com relação aos demais resíduos a destinação é feita por empresas especializadas, sendo que 100 % dos engenheiros desconhecem o local de destinação final.Outras práticas também foram identificadas, tais como: a queima, doação e reuso. Não existe qualquer tipo de coleta seletiva nos locais de procedência das empresas.

A grande maioria das empresas (85,71%) não gera algum tipo de resíduo perigoso e nenhuma delas requer qualquer tipo de licença ambiental.

No caso de emissões aéreas todas as empresas possuem emissão de poeira e ruído.

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Uso da Água Todas as empresas utilizam a rede pública como fonte de abastecimento de água, sendo que apenas uma também possui poço tubular, sendo que esta água não recebe nenhum tipo de tratamento por parte da grande maioria das empresas (90,47%).

Os procedimentos para redução de desperdício de água são: observação da conta, metas de consumo, manutenção corretiva de equipamentos e uso de materiais que consomem menos água.

Uso de Energia O tipo de energia mais utilizada é a elétrica proveniente do serviço público. O consumo de energia apenas é acompanhado por meio da observação da conta de energia elétrica e orientação dos funcionários. A grande maioria das empresas (52,38%) trabalha em horário de ponta.

Pontos positivos Os pontos positivos representam características das construtoras favoráveis à continuidade deste programa.

De uma maneira geral, identificou-se que os empresários estão voltados à busca de alternativas para evitar perdas relacionadas ao processo produtivo.

Destacam-se alguns dos pontos positivos identificados junto às empresas:

• “Pró-atividade em relação à redução de desperdícios e boa vontade em aceitar e implementar as propostas de melhorias que vierem a ser sugerida”.

• “Possuírem consciência das necessidades, limitações e fatores que dificultam o processo produtivo.”

• “Existe a percepção quanto ao custo do uso e desperdício de matéria-prima e insumos, o que pode facilitar a compreensão e implementação de medidas de redução de custos no processo construtivo”.

• “Já existem algumas ações visando a redução dos desperdícios como por exemplo a realização de planos de corte de madeira para formas e corte e dobra do aço para as armações, minimizando as perdas antes da produção.”

• “Algumas empresas investem nos aspectos de segurança e saúde no trabalho, bem como em estratégias de incentivo à produção e à redução de desperdícios aos empregados por meio de participação por produção”.

• “Algumas empresas trabalham com funcionários próprios o que facilita a aplicação de treinamentos”.

• “Várias empresas estão em processo de certificação de programas de qualidade como PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Habitação) e ISO 9000.”

• “Presença e acompanhamento dos serviços por um engenheiro residente”.

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Ações para a melhoria A fim de minimizar os diversos impactos econômicos e ambientais decorrentes das perdas ocorridas durante os processos construtivos, adequando-os às novas demandas de mercado, foram sugeridas por este programa para o segmento da Indústria da Construção Civil as seguintes ações:

• Separar em Classes os resíduos / lixos produzidos durante as diversas etapas da obra, segundo resolução 307 do CONAMA. Alguns desses resíduos devem ser reprocessados e utilizados como matéria-prima para retornar a construção civil (resíduos classe A), outros podem ser comercializados ou doados (resíduos classe B) como uma forma de contribuição social da empresa, e somente os resíduos classe C deverão ir para o aterro de lixo. Para que isso aconteça, é necessário desenvolver um plano de gerenciamento para os resíduos gerados. Este procedimento além de viabilizar uma maior organização do canteiro de obra, aumenta a segurança no trabalho e o trânsito de pessoas e materiais. Além disto, a empresa estará se adequando a uma legislação federal que entrou em vigor em janeiro de 2003 com prazo até janeiro de 2005 para adequação das construtoras.

• Verificar a idoneidade da empresa que realiza a retirada e o transporte de entulho, certificando-se de este material estará sendo destinado a um local adequado e autorizado pela administração local.

• Negociar junto aos fornecedores a destinação de alguns resíduos de embalagens que são retornáveis, como por exemplo, tambores de aditivos e desmoldantes.

• Organizar o canteiro da obra de forma a facilitar o trânsito de pessoas, tanto funcionários quanto aos clientes e materiais.

• Possuir um controle de recebimento de material mais adequado, para evitar as perdas, principalmente na descarga dos materiais.Este controle diz respeito à quantidade dos matérias como também da sua qualidade.

• Atualizar e planejar permanentemente a logística operacional e infra-estrutura mais adequada de transporte de materiais ao uso a que são submetidos (prancha, giricas, carrinho de mão, grua, etc) para evitar possíveis perdas de matéria-prima na movimentação até o local de utilização, bem como evitar tempo ocioso de funcionário em função de não possuir material para utilização da tarefa em tempo hábil.

• Armazenar adequadamente os materiais que sofrem degradação devido a intempéries (chuva, umidade, calor, ect), como por exemplo, a areia.

• Estimular a efetivação de parcerias com os fornecedores de matérias-primas tais como: bloco cerâmico e madeiras, que possibilite a compra destes materiais em tamanhos específicos.

• Investir em treinamento para os empreendedores/funcionários da empresa quanto ao desperdício e os impactos econômicos e ambientais gerados pela indústria da construção civil.

• Investir em treinamentos específicos, com periodicidade, entre as diversas equipes de trabalho, fixas e terceirizadas, a fim de padronizar a execução do processo construtivo

• Realizar o acompanhamento do consumo de água e energia durante as diversas etapas da obra.Uma excelente e simples operação que viabiliza a redução da perda com a água é desligar diariamente o registro hidrômetro ao final da jornada de trabalho.

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• Implantar programas específicos para redução do consumo de energia e água.

O Quadro 16 resume as principais sugestões apresentadas às empresas.

Quadro 16. Principais sugestões apresentadas às empresas de construção civil visando a redução de desperdícios no processo produtivo.

Capacitação gerencial visando melhorar acompanhamento e

controle da produção Capacitação da mão-de-obra. Estudo de processos para verificação de perdas. Análise de

Pontos Críticos e Eficiência Energética. Comercialização/doação de junto a empresas do próprio setor

ou com outras cadeias produtivas. Atendimento à Resolução Conama 307. Adequação da logística operacional. Negociação com fornecedores.

Resultados e benefícios esperados A partir da realização da 1ª fase do programa Metodologia Sebrae 5 Menos que São Mais em Redução de Desperdícios nas Micro e Pequenas Empresas no segmento da construção civil em que foram feitas visitas a 16 construtoras do Distrito Federal, espera-se:

• O fortalecimento do segmento, na medida em que a adoção de uma política que priorize reduzir suas perdas durante seu processo construtivo, possibilite diminuir gastos desnecessários, melhorando sua capacidade de investimento em novas tecnologias;

• A minimização dos impactos ambientais decorrentes da geração significativa de entulho;

• O fomento a um processo de mudança de hábitos e valores no segmento sobre práticas que estimulem um comportamento mais crítico e sustentável;

• O reforço da função social da iniciativa privada, gerando o compromisso na solução dos problemas sócio-ambientais locais.

• A contribuição para a melhoria da qualidade dos serviços prestados, através de treinamentos que transmitam conhecimentos técnicos e que sejam incorporados às práticas dos colaboradores da Indústria da Construção;

• A viabilização de tecnologias/atividades economicamente, ambientalmente e socialmente sustentáveis.

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Diagrama de fluxo do processo produtivo A seguir está representado um diagrama com as principais entradas e saídas do processo produtivo observado nas empresas de confecção visitadas, procurando identificar e quantificar as matérias-primas e insumos mais importantes, e visando demonstrar os custos associados aos desperdícios do processo.

MATÉRIA-PRIMA

(por m2)Cimento....30,54kg

Areia...0,11 m3

Blocos...18,25unConcreto...0,24 m3

Aço...24kg

PRODUTO FINALCimento....30,54kg

Areia...0,11 m3Blocos...18,25un

Concreto...0,24 m3Aço...24kg

ENTRADAS RESÍDUOS DA PRODUÇÃO

Água servida/ano:0,024m3/m2

Emissões/ano:Ruído e poeira

Resíduos/ano:Entulho: 0,018m3/m2(R$40,00 a R$50,00 cada 5m3)

Custos de Saída(R$1)

Resíduos/ano:Cimento....1,23Areia...0,693Blocos...0,328Concreto...2,04Aço...9,12

Perdas (%)(As perdas podem chegar a25% do valor total da obra)Cimento....15Areia...15Blocos...10Concreto...5Aço...20

PROCESSODE

PRODUÇÃO

CLIENTES

Custos de Entradas (R$1):

Água: 1,90/m3-Acima: 2,97Energia: 0,36375 KWhMatéria-prima:

Cimento....0,27/kgAreia...42,00m3Blocos...0,18unConcreto...170,00m3Aço...1,90kg

MÃO-DE-OBRAENCARGOS E CUSTOS

ADMINISTRATIVOS

MATÉRIA-PRIMA/ANO:Cimento....30,54kgAreia...0,11 m3Blocos...18,25unConcreto...0,24 m3Aço...24kg

ENERGIA/ANO:73.632 kW

ÁGUA/ANO:0,104 m3/m2

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CAPÍTULO VII

CONSOLIDAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO:

PANIFICAÇÃO

Caracterização As informações coletadas em dezessete empresas do segmento de panificação no Distrito Federal, conforme apresentado no Anexo 1, permitem traçar um perfil simplificado no que tange às suas características de produção em relação aos desperdícios.

A Figura 16 possibilita visualizar a relação das empresas analisadas que forneceram a informação quanto ao seu porte, sendo que todas elas atuam no ramo de serviços. A idade média das empresas é de 8 anos, sendo que 3 empresas possuem mais de 11 anos e 2 possuem mais de 16 anos. Em relação ao número de funcionários 30% possuem de 6 a 10 e 30% possuem mais de 16; apenas uma das visitadas possui de 11 a 15 funcionários. Todas as empresas estão localizadas em zona urbana.

23%

15%

8%

54%

MicroPequenaMédiaGrande

Figura 16. Relação porcentual do porte das empresas de panificação analisadas.

Uso de Matéria-Prima Em relação ao uso da matéria-prima existe uma variação quanto à sua procedência, toda ela oriunda do Distrito Federal. Algumas empresas utilizam mais de um tipo de fornecedor, sendo que a maioria (82%) adquire matéria-prima de atacadistas locais, 40% adquirem também no varejo e 40% também de indústrias, 30% contatam representantes e 17% compram diretamente de fornecedores.

Um dos problemas verificados é a carência de informações operacionais, tais como produção anual, estoque de matéria-prima e insumos, consumo desses itens na produção e porcentagem de perdas, o que gera desinformação e dificulta o estabelecimento de estratégias para a redução dos desperdícios.

A maioria das empresas, 76%, possui algum tipo de controle de estoque, sendo que desse total, 47% possui um tipo de controle que precisa melhorar e 20% não possui controle algum.

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No que tange especificamente à produção, 64,7% dos empresários afirmaram que existem perdas de matéria-prima nas atividades anteriores à produção e os motivos apontados estão distribuídos conforme Figura 17, sendo grande parte delas, 66% do total, são causadas por falta de cuidados no transporte, manuseio e armazenamento.

33%

33%

20%

7% 7%

Falta de cuidados no transporte earmazenamento dos produtos

Falta de cuidado no manuseio dosmateriais

Deterioração ou danif icação deembalagens

Falta de conferência dos produtosna chegada

Vencimento de mercadorias noestoque

Figura 17. Principais motivos de perdas antes da produção do setor de panificação no DF.

Na fase de produção, onde 82% afirmaram apresentar algum tipo de perda, as principais causas encontradas foram descritas na Figura 18. Pode ser observado que a grande maioria das perdas se deve a falta de controle da produção e a deficiência da mão de obra. 70,5% das empresas adotam algum procedimento visando reduzir/evitar perdas, sendo que as medidas estão relacionadas principalmente à orientação e treinamento dos trabalhadores.

49%

33%

6%6% 6%

Falta de controle deprodutividade e vendas

Falta de cuidados como erroem receitas, perda dematéria-prima e queima

Despreparo profissional

Vencimento de produtos jápreparados

Sobras

Figura 18. Principais motivos de perdas na produção do setor de panificação no DF.

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Em relação à manutenção preventiva, pouco mais da metade 52% afirmou que possuem procedimentos para este fim, enquanto que o restante só busca auxílio quando o maquinário apresenta algum problema.

Geração de Resíduos Das empresas analisadas 82,4% afirmaram não realizar qualquer tipo de separação dos resíduos gerados. A destinação dos resíduos é basicamente a rede pública de coleta de lixo, enquanto que as demais empresas, que realizam alguma separação, fazem doações ou venda do que é segregado, geralmente embalagens de farinha e outros produtos, lata de margarina etc., os resíduos que são separados são destinados principalmente ao reuso. Os principais resíduos gerados são sobras de matéria-prima da produção (massa, farinha, embalagens e produtos com validade vencida).

Não existe qualquer tipo de coleta seletiva nos locais de procedência das empresas.

Os resíduos sólidos mais problemáticos gerados são lâmpadas fluorescentes, entregues à coleta pública.

No que tange às emissões aéreas, todas as empresas apresentaram fontes de emissão de gases, seja pela queima de lenha e carvão em 11,8% das empresas, ou pela queima de combustível fóssil em 64,7%, ou ainda o gás CFC que é lançado na atmosfera quando realizada manutenção de equipamentos de refrigeração. Outras emissões aéreas como calor, poeira e ruído, são identificadas nas panificadoras, mas envolvem apenas o ambiente de trabalho. Apenas 11,7% das empresas receberam reclamações por essas emissões. Pode ser observado que somente 23,5% das empresas possui controle de emissões aéreas, composto por coifas. Nenhuma das empresas requer qualquer tipo de licença ambiental.

Uso da Água Todas as empresas utilizam a rede pública como fonte de abastecimento de água sendo que em 88,2% a água não recebe nenhum tipo de tratamento. 35,3% das empresas realizam algum tipo de acompanhamento da água e 52,9% das empresas possuem algum procedimento para redução de desperdícios de água, como orientação e advertência a funcionários, controle de registros e procura de vazamentos.

O consumo mensal médio das empresas se situa na faixa dos 60m3, variando de 10m3 até 100m3.

Uso de Energia A energia elétrica proveniente do serviço público é utilizada em todas as empresas, mas 11,8% delas também utilizam carvão ou lenha e 64,7% também utilizam queima de combustível fóssil. Mais da metade das empresas (52,9%) está na faixa de consumo acima de 5.000kWh, e 35,3%, encontra-se na faixa de consumo entre 1.000 e 5.000kWh. O consumo médio mensal situa-se na faixa de 4.100kWh, onde a faixa mínima é de 1.000kWh e a máxima acima de 5.000kWh. O consumo de energia apenas é acompanhado por meio da observação da conta de energia elétrica em 58,2% das empresas. Apenas 11,8% (duas empresas) não trabalham em horário de ponta.

A maioria das empresas (58,2%) tem procedimentos para a redução do consumo de energia elétrica, com a adoção de medidas conforme descrito na Figura 19.

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50

9%

27%

9%

46%

9%Manutenção de equipamentos einstalações

Troca de equipamento

Controle de Luminárias

Desligamento de equipamentos

Treinamento

Figura 19. Procedimentos para a redução do consumo de energia elétrica nas panificadoras do DF.

De uma maneira geral o Quadro 17 resume as principais limitações observadas nas empresas madeiro/moveleiras analisadas.

Quadro 17. Resumo das principais limitações das empresas panificadoras em relação ao desperdício.

Carência de informações operacionais relacionadas aos

desperdícios e aos resíduos gerados. Controle de estoque deficiente para matéria-prima e

insumos. Precário controle sobre o consumo de água e de energia. Carência de capacitação de mão-de-obra Desconsideração do custo da mão-de-obra por produto –

perda na relação homem/hora.

Pontos positivos Os empresários estão voltados, de uma maneira geral, à busca de alternativas para evitar perdas relacionadas ao processo produtivo, evitando desta maneira desperdícios. Destacam-se alguns dos pontos positivos identificados junto às empresas:

• “Pró-atividade em relação à redução de desperdícios e boa vontade em aceitar e implementar as propostas de melhorias que vierem a ser sugerida”.

• “Possuírem consciência das necessidades, limitações e fatores que dificultam o processo produtivo”.

• “Existe a percepção quanto ao custo do uso e desperdício de matéria-prima e insumos, o que pode facilitar a compreensão e implementação de medidas de redução de custos no processo fabril”.

• “Já existem algumas ações visando à redução dos desperdícios, principalmente de energia e de matéria-prima”.

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• “As empresas buscam aproveitar a iluminação natural, reduzindo desta maneira os gastos de energia, bem como revisando e modernizando os projetos de instalação elétrica”.

• “As empresas buscam trabalhar com produtos diversificados”. • “Algumas empresas dão algum tratamento aos seus resíduos, tais como venda, doação

ou reuso”.

Ações para a melhoria As propostas aqui sugeridas para a melhoria do processo produtivo visando a redução de desperdícios são de caráter geral e deve-se levar em consideração que existe a necessidade de estudos caso a caso, visando o detalhamento de procedimentos avalizados por processo que especifiquem pontos críticos e determinem valores precisos de desperdícios de matéria-prima, insumos e mão-de-obra (hora/homem).

• Treinamento de pessoal • Implantação de um controle de estoque eficiente • Troca ou compra de novos equipamentos • Separação e destinação adequada de resíduos (venda, doação, reciclagem) • Instalação de dispositivos que economizam água, tais como bicos, esguichos e torneiras

automáticas. • Utilização de lavadores de alta pressão e baixo consumo • Melhor utilização de equipamentos já existentes • Manutenção preventiva de equipamentos e instalações • Realização de estudo estatístico de processos buscando balancear produção e vendas • Otimização de processos e equipamentos • Identificação nos produtos refrigerados • Redução no uso de embalagens • Colocação de container tampado em área externa • Utilização de embalagens retornáveis • Contatos com outros empresários do segmento • Padronização de produtos • Melhor utilização das instalações físicas • Retirada de cartazes para facilitar a entrada de luz natural. • Troca de insumos por outros de melhor qualidade (ex lenha ruim por lenha mais

eficiente) No Quadro 27 estão resumidas as principais sugestões apresentadas às empresas visando a redução de desperdícios no processo produtivo.

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Quadro 18. Principais sugestões para a redução de desperdícios nas empresas de panificação do Distrito Federal

Capacitação gerencial visando melhorar acompanhamento e

balanceamento da produção e vendas. Capacitação da mão-de-obra. Instituição de controles de estoque e de produtividade, realização

de um controle estatístico de processos e treinamento de pessoal Comercialização/doação de resíduos. Manutenção preventiva periódica de máquinas e equipamentos. Otimização de processo e equipamentos Melhor aproveitamento da luz solar. Revisão de instalações elétricas e hidráulicas. Troca ou compra de novos equipamentos. Instalação de torneiras automáticas, bicos em mangueiras,

aquisição de máquina lava a jato.

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Diagrama de fluxo do processo produtivo A seguir está representado um diagrama com as principais entradas e saídas do processo produtivo observado nas empresas de confecção visitadas, procurando identificar e quantificar as matérias-primas e insumos mais importantes, e visando demonstrar os custos associados aos desperdícios do processo.

MATÉRIA-PRIMA

(média anual por empresa)Farinha...51600 kgAçúcar...8640 kgOvos...14400 dz

Fermento...600 kgMargarina...1500 kg

Polvilho...600 kg

PRODUTO FINALFarinha...43.860kgAçúcar...8.208kgOvos...12.960dz

Fermento...600kgMargarina...1.425kg

Polvilho...510kg

ENTRADAS RESÍDUOS DA PRODUÇÃO

Água servida/ano:720 m3

Emissões/ano:calor e ruído

Resíduos/ano:Farinha:7740 kgAçúcar: 4320 kgOvos: 1440 dzFermento: 0 kgMargarina:75 kgPolvilho: 90 kg

Custos de Saída(R$1)Resíduos/ano:

Farinha: 9600Açúcar: 260Ovos: 1920Fermento: 0Margarina: 160Polvilho: 150

Perdas (%)Farinha: 15Açúcar: 5Ovos: 10Fermento: 0Margarina: 5Polvilho: 15

PROCESSODE

PRODUÇÃO

CLIENTES

Custos de Entradas (R$1):

Água: 1,90/m3-Acima: 2,97Energia: 0,36375 KWhMatéria-prima:

Farinha...62,00/ sc 50 kgAçúcar...18,00/ sc 30 kgOvos...40,00/ cx 30 dzFermento..6,00/ kgMargarina...35/ lt 16 kgPolvilho...42,00/ sc 25 kg

MÃO-DE-OBRAENCARGOS E CUSTOS

ADMINISTRATIVOS

MATÉRIA-PRIMA/ANO:Farinha...51600 kgAçúcar...8640 kgOvos...14400 dzFermento...600 kgMargarina...1500 kgPolvilho...600 kg

ENERGIA/ANO:50.000 kWh

15 botijões de gás

ÁGUA/ANO:720 m3

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CAPÍTULO VIII

CONSOLIDAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO:

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Caracterização As informações coletadas em três empresas do segmento de tecnologia da informação no Distrito Federal, conforme apresentado na Tabela 1, no final deste documento, não permitem traçar um perfil do setor no que tange às suas características de produção em relação aos desperdícios, mas permite ter uma idéia dos tipos de empresas que compõem o setor. Existem empresas que prestam serviços a muitas empresas de diversos ramos de atividades e de porte, essas têm que ter uma estrutura de média e de grande empresa, oferecendo serviços de informática e treinamento. Outras empresas prestam serviços específicos, como de telefonia e trabalhos em rede, estas são pequenas ou micro-empresas e trabalham com clientes de pequeno porte e até residências.

A título de exemplo, a Figura 20 é apresentada para demonstrar uma distribuição das empresas no setor, mas o pequeno número de empresas trabalhadas não permite traçar inferências sobre a distribuição das empresas. Somente é possível ter uma idéia de que existe mercado no DF para empresas de diferentes perfis. A idade média das empresas é de mais de 5 anos. Em relação ao número de funcionários as duas maiores empresas apresentam mais de 20 funcionários, sendo que uma delas passa de 100; apenas uma das visitadas possui menos de 10 funcionários. Todas as empresas estão localizadas em zona urbana.

Micro34%

Pequena33%

Média33%

Figura 20. Relação porcentual do porte das empresas de tecnologia da informação analisadas.

Uso de Matéria-Prima Em relação ao uso da matéria-prima não se pode traçar um perfil do setor, tendo em vista que não há processo produtivo, com a transformação de recursos em produtos, mas apenas a realização de serviços.

Em relação à manutenção preventiva, não existe procedimento formalizado nas empresas para essa manutenção, sendo que esses serviços são executados quando necessário. Consolidação Programa 5 Menos que São Mais – Redução de Desperdícios- Quality Ambiental Consultoria Ltda

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Geração de Resíduos Das empresas analisadas, apenas uma realiza separação e venda de resíduos de papel de escritório, sendo que a destinação dos demais resíduos é a rede pública de coleta de lixo, enquanto que a parte separada é destinada principalmente à reciclagem. Nas demais empresas a destinação de todos os resíduos é para a rede pública. Não existe qualquer tipo de coleta seletiva nos locais de procedência das empresas. Os resíduos de rotina que são gerados são os de escritório, como papéis, cartuchos e tonners de impressora etc, as o principal resíduo do setor são os equipamentos obsoletos que são descartados. Apenas uma das empresas possui um programa não formalizado de reutilização de equipamentos e apresenta uma proposta de reuso de máquinas e peças. Essa empresa reutiliza equipamentos e envia para empresas terceirizadas, que prorrogam a vida dessas peças.

Uso da Água Não é feito acompanhamento do uso da água nas organizações.

Uso de Energia Não é feito acompanhamento do uso de energia nas empresas

De uma maneira geral o Quadro 19 resume as principais limitações observadas nas empresas de tecnologia da informação analisadas.

Quadro 19. Principais limitações das empresas de Tecnologia da Informação

Carência de informações para execução de serviços. Carência de capacitação de mão-de-obra em produção e vendas Necessidade de profissionais capacitados e altamente especializados

no mercado interno. Custo da mão-de-obra por serviços – relação homem/hora.

O controle de estoque é realizado apenas para os materiais de escritório que são utilizados pelas empresas maiores. Já para as empresas menores, não é feito controle de estoque e os materiais são adquiridos de acordo com a demanda.

Uma das dificuldades de se trabalhar com essa cadeia produtiva é a de que ela não possui um processo produtivo, com matérias-primas e insumos, mas sim de serviços que são executados e isto dificulta o estabelecimento de estratégias para a redução de desperdícios, mas a atividade não deixa de gerar resíduos, tendo em vista que a necessidade de atualização constante faz com que os equipamentos utilizados devam ser sempre atualizados e substituídos. Além disso, a necessidade de organização das empresas exige sempre a implementação de mecanismos de controle e gestão das atividades.

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Pontos positivos

Pode-se verificar nas empresas visitadas, que, de um modo geral, desenvolvem ações compatíveis com as boas práticas para a realização de serviços e convergem para ações voltadas para um melhor desempenho. Destacam-se, por exemplo, alguns dos pontos fortes observados.

• “Geralmente os empresários têm plena consciência das necessidades e das limitações que dificultam o processo produtivo”.

• “Os responsáveis pelas empresas e funcionários contratados são proativos e têm como clara a necessidade e oportunidade da melhoria contínua de seu processo”.

• “A certificação do sistema de qualidade pode facilitar as iniciativas de certificação ambiental e de implementação de outros instrumentos para melhorar a gestão e eficiência que forem propostas nas empresas”.

• “A organização possui produto sofisticado e por envolver a venda de softwares e treinamento de pessoal, permitem o acesso a diversos usuários de diferentes segmentos do setor produtivo, comércio e serviços. As ações adotadas pela organização podem ter um grande afeito demonstrativo”.

• “A estratégia de reutilização de equipamentos é uma importante característica da organização, pois permite reduzir os resíduos de sucata e os custos de aquisição de novos equipamentos além de permitir o uso por outras instituições”.

Ações para melhoria As perdas de materiais observadas envolvem os materiais de escritório que são utilizados, como papel, cartuchos e tonners de impressoras, canetas, lápis etc. esta perda não chega a ter um peso na economia da empresa e por isso não recebe destaque da organização, já que a atividade de prestação de serviços está focada nos serviços em si e na gestão da própria empresa, de forma a utilizar serviços e o seu tempo de execução.

A questão da água não é relevante porque o consumo é baixo e não chega a ser um insumo do processo e, por isso, não é acompanhado. Já o consumo de energia elétrica possui relevância, tendo em vista o alto consumo e o custo, mas esta é uma questão delicada porque pode afetar a saúde ocupacional, como propostas de redução da iluminação e do uso de lâmpadas. Uma das empresas deixa a questão para a decisão dos empregados.

As evidencias das perdas é dificultada porque não são perdas no processo, como sobras de matérias-primas. A questão principal que se apresenta é o tempo de realização das atividades, que pode ser reduzido e resultar em redução de perdas.

Os resíduos mais importantes que são gerados não são perdas, mas sim descarte, que são os equipamentos descartados quando ficam obsoletos. Uma das alternativas para gestão desses resíduos é a utilização dos equipamentos em atividades que permitem o uso dessas máquinas e a criação de uma oficina para reutilização de equipamentos e peças.

Um alto custo nas atividades é o do uso do telefone, que é inerente à atividade e a redução do tempo de uso do telefone irá resultar em redução de perdas também.

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Tendo em vista as questões específicas envolvidas com o setor de tecnologia da informação, foram feitas propostas de melhoria a partir da identificação de oportunidades existentes para desenvolvimento das empresas visando uma maior eficiência dos serviços executados. Sabe-se, porém que para reduzir o desperdício é necessário um estudo mais detalhado do problema, pois muitas vezes sua solução está relacionada a outros fatores que nem sempre são vistos em uma observação rápida.

• A organização que possuir sistema de gestão da qualidade ou estar em processo de implementação ou certificação, poderia avaliar a possibilidade de uma certificação ambiental (NBR ISO 14.001).

• A ação que demanda mais atenção e energia das organizações é o suporte aos clientes, por isso, qualquer ação que vise a melhoria contínua do desempenho da organização deverá estar voltada para um suporte mais eficiente, que reduza custos, principalmente de tempo dedicado às atividades.

• As empresas deveriam prestar atenção no consumo de água e energia, já que não é feito acompanhamento do consumo.

• É fundamental a capacitação de permanente mão-de-obra das empresas, com a finalidade de melhoria contínua dos serviços executados.

Proposições para o setor O principal produto das empresas é abstrato, que é o conhecimento gerado e repassado aos clientes. O tempo de dedicação entra como insumo mais importante no processo, porque exige um trabalho de suporte e treinamento muito grande. A redução do tempo das atividades passa a ser um dos principais objetivos da organização, para se tornar mais eficiente no seu processo.

Portanto, as questões da mão-de-obra e do tempo para a realização dos serviços são cruciais para o setor no Distrito Federal, haja vista que são fatores que influenciam diretamente no custo da empresa e na eficiência dos serviços executados. Portanto, ao se trabalhar com o setor é necessário considerar essas duas questões, para se viabilizar o fortalecimento das empresas.

Algumas iniciativas importantes deveriam ser desenvolvidas no setor, como medida de melhoria de desempenho financeiro e ambiental, tais como:

• A título de conscientização ambiental, Os empresários poderiam colocar em todos os pontos de controle de uso de água e de energia e de disposição interna no lixo produzido, instruções de trabalho, para orientação específica sobre o recurso natural. Independente da significância do valor monetário do recurso economizado, isso melhora a imagem ambiental da empresa e faz os colaboradores internos sentirem-se mais partícipes no gerenciamento global e na melhoria do seu local de trabalho.

• Devem ser estudados e aplicados constantemente, de maneira sistemática dentro das empresas, elementos de segurança e saúde no trabalho. O bem estar e as condições adequadas de trabalho geram benefícios imediatos e de longo prazo para a empresa e seus funcionários, aumentando o rendimento do trabalho e maximizando o custo do homem/hora.

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• Instituir ginástica laboral com a finalidade de reduzir riscos de lesões por esforços repetitivos.

• Uma oportunidade existente na cadeia é o desenvolvimento de uma oficina de reciclagem e reutilização de peças e equipamentos de informática, pois além de poderem ser utilizadas as placas e circuitos para montar novas máquinas de menor capacidade, determinadas peças podem ter algum outro uso, como as caixas de computadores. Isto pode aumentar o ciclo de vida desse material.

O Quadro 20 apresenta as principais sugestões para a redução de desperdícios nas empresas de Tecnologia da Informação.

Quadro 20. Principais sugestões para a redução de desperdícios para as empresas de tecnologia da informação.

Desenvolver oficina de reutilização e reciclagem de peças e

equipamentos de informática.

Capacitação constante da mão-de-obra.

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CAPÍTULO IX

CONSOLIDAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO:

TURISMO RURAL

Caracterização O Anexo I mostra a localização geográfica das 10 empresas do seguimento de turismo rural, todas localizadas em área rural.

Os dados levantados permitem traçar um perfil muito simples desse seguimento empresarial, caracterizando sua produção com os eventuais desperdícios existentes.

A Figura 21 mostra a distribuição dessas empresas em micro e pequeno porte, sendo uma do ramo de produção de mudas e nove restaurantes, todas elas empresas prestadoras de serviços. Metade dessas empresas tem até cinco anos de existência; a outra metade, de 6 a 10 anos. O número de empregados diretos dede 6 a 10 em 50% das empresas pesquisadas, sendo que em todas elas têm empregados terceirizados em número variando entre 1 e 10.

Micro80%

Pequena20%

Figura 21. Relação porcentual do porte das empresas de turismo rural analisadas.

O setor está atuando, principalmente na oferta de alimentação, sendo que boa parte da mão de obra ocupa-se, também da produção da sua principal matéria-prima (gêneros alimentícios).

Uso de matéria-prima

Quanto à origem da matéria-prima utilizada 90% é produção própria; daquilo que se compra 80% é adquirido no Distrito Federal e os 20% restante vem de outras praças. O fato de produzirem localmente sua própria matéria-prima faz com que o setor seja de grande importância para a economia local, por ser fonte geradora de emprego e renda.

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60

Observou-se que 60% dessas empresas não dispõem de controle de estoque. Esse fato implica em um processo administrativo oneroso e que redunda ou na falta de matéria-prima ou em sua perda, principalmente por se tratar de produtos perecíveis o de curto prazo de validade, mesmo quando estocado em condições artificiais. Existem cerca de 40% de perda de matéria-

prima, antes da produção. Os principais motivos de perdas alegados são a deficiência no transporte, no acondicionamento e na limpeza dos produtos em geral. Os 60% perdidos no processo de produção (entendendo-se aqui a produção como o beneficiamento do alimento na preparação dos cardápios).

Nesse caso, as perdas são devidas, principalmente, a excesso de produção, descongelamento, qualidade do produto e uso parcial das matérias-primas. Dentre os empresários ouvidos, 70% adotam medidas para minimizarem as perdas, principalmente pelo planejamento em função da demanda e pela adequação daquilo que vai produzir.

De acordo com os entrevistados, 70% não fazem manutenção preventiva em seus equipamentos. Esse fato é de suma importância, principalmente devido a necessidade do deslocamento da área rural para a cidade toda vez que há um dano em equipamento que requer serviço especializado.

Geração de resíduos Perguntado se havia separação dos resíduos gerados, 90% respondeu afirmativamente. Essa separação, em todas as empresas, é parcial, pois apenas separam o resíduo que, por algum motivo, induz a esse procedimento. Em geral, separam as sobras de origem orgânica de outros materiais.

A Figura 22 mostra o destino final dos resíduos após a separação. Esses resíduos apresentam destinação diversa, de acordo com suas características. Grande parte é reutilizada para a alimentação de animais, como porcos e galinhas. Grande parte dos resíduos sem destinação é destinada à coleta pública e parte é incinerada.

6%

44%39%

11%

Doação

Venda

Reutilização

Queima

Figura 22. Destinação final dos resíduos do turismo rural.

Devido ao tipo de equipamento e de materiais utilizados pelo setor, 100% dos empresários reconhece que geram algum tipo de emissão. Essas emissões, em geral, podem ser reconhecidas como odores provocados por substâncias voláteis de diversas composições.

Uso da água Quando ao uso de água apenas nenhuma empresa do setor dispõe de água de abastecimento público. A Figura 23 mostra a diversidade das fontes de abastecimento, considerando que o mesmo empreendimento pode apresentar mais de uma fonte. Apesar da origem da água, 90%

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61

dos empresários dizem não dispõe de nenhum tipo de tratamento da água antes do seu uso. Nenhum dos empresários monitora a água utilizada e 100% dos mesmos disseram não dispor de procedimento de redução de desperdício.

8%15%

54%

8%

15%

Cisterna

Poço tubular

Nascente

Sistema de irrigação

Captação emdrenagem

Figura 23. Origens da água utilizada nas propriedades que desenvolvem o turismo rural.

Embora a água seja um insumo de primeira necessidade para o turismo rural, 80% dos empresários do setor não têm controle do seu consumo, principalmente por sua origem ser de fontes naturais. Uso de energia A energia elétrica é utilizada em todas as propriedades visitadas. O consumo de energia fóssil (gás de cozinha e combustíveis) e a lenha são de grande importância para o setor, Figura 24.

O consumo médio de energia elétrica no setor é em torno de 1.500kWh/mês. 80% dos empresários acompanham o consumo mensal de energia elétrica.

Perguntado sobre a adoção de procedimentos para a redução do consumo de energia, 70% responderam negativamente. Para esse setor a luz natural pode ser bem utilizada em 100% das empresas visitadas.

Elétrica32%

Combustível fóssil29%

Lenha26%

Outros13%

Figura 24. Tipos e percentuais das fontes de energia utilizadas no turismo rural.

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De uma maneira geral o Quadro 21 resume as principais limitações observadas nas empresas de turismo rural.

Quadro 21. Resumo das principais limitações das prestadoras de serviço no seguimento do turismo rural.

Carência de informações operacionais. Controle de estoque deficiente para matéria-prima e insumos. Falta de controle sobre o consumo de água e energia. Carência de capacitação de mão-de-obra em atendimento público Falta de conhecimento sobre a regulamentação que o setor exige. Falta de equipamentos públicos de apoio ao setor.

Pontos positivos Pode-se verificar nas empresas visitadas, que, de um modo geral, desenvolvem ações compatíveis com a vocação de suas propriedades. Algumas ações convergem para um melhor desempenho ambiental. Destacam-se, por exemplo, alguns dos pontos fortes observados.

• Proatividade em relação à redução de desperdícios e aceitação, de bom grado, de propostas para melhoria.

• Geralmente os empresários têm plena consciência das necessidades e das limitações que dificultam o processo produtivo.

• Consciência do desperdício de matéria-prima.

• O empresário já separa seu resíduo na fonte e dá destinação adequada, principalmente para resíduos orgânicos.

• As empresas do setor apresentam geração de emprego e renda para a comunidade local.

• A energia elétrica, na maioria dos casos, apresenta uso adequado. Foi observada a presença de lâmpadas frias, ambientes bem ventilados e iluminados, entre outros.

• Verificou-se a existência de uma consciência ecológica dos empresários desse setor.

Proposições para o setor

O ramo de turismo rural apresenta atividades e empreendimentos distintos, em tamanho e área de atuação. As ações propostas consideram aquelas de âmbito geral que pode ser adequadamente aplicada a cada uma delas.

• Visto que apenas um empreendimento conta com licenciamento e a maio ria dos outros desconhece a sua necessidade é premente a necessidade dessas empresas se adequarem às normas que regem o setor.

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• É necessário planejar a produção de acordo com a demanda para evitar a perda de matéria-prima, principalmente no processo de armazenagem.

• Quanto ao uso da água é importante desenvolver controle de qualidade e de manutenção dos mananciais.

• É necessário promover a manutenção preventiva de equipamentos, principalmente frízeres e geladeiras, para evitar desperdícios de energia e dos materiais acondicionados.

• Por motivos de dificuldades, observou-se a tendência de substituição do gás por lenha e/ou carvão. Recomenda-se a avaliação dessa alternativa.

• A título de conscientização ambiental, Os empresários poderiam colocar em todos os pontos de controle de uso de água e de energia e de disposição interna no lixo produzido, instruções de trabalho, para orientação específica sobre o recurso natural. Independente da significância do valor monetário do recurso economizado, isso melhora a imagem ambiental da empresa e faz os colaboradores internos sentirem-se mais partícipes no gerenciamento global e na melhoria do seu local de trabalho.

• Devem ser estudados e aplicados, de maneira sistemática dentro da empresa, elementos de segurança e saúde no trabalho. O bem estar e as condições adequadas de trabalho geram benefícios imediatos e de longo prazo para a empresa e seus funcionários, aumentando o rendimento do trabalho e maximizando o custo do homem/hora.

No Quadro 22 estão resumidas as principais sugestões apresentadas às empresas visando a redução de desperdícios no processo produtivo.

Quadro 22. Principais sugestões apresentadas às empresas visando a redução de desperdícios no processo produtivo.

É preciso treinar o pessoal que trabalha diretamente com o

atendimento ao público. É premente a necessidade dessas empresas se adequarem às

normas que regem o setor. É necessário planejar a produção de acordo com a demanda

para evitar a perdas. Deve ser implementado no setor o controle de qualidade da

água e de manutenção dos mananciais. É necessário promover a manutenção preventiva de

equipamentos, principalmente freezeres e geladeiras. Recomenda-se a avaliação da alternativa de substituição de gás

GLP por lenha.

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SEBRAE/DF

NEWTON DE CASTRO

Diretor Superintendente

MARIA EULÁLIA FRANCO

Diretora

ANA CRISTINA DUSI

Diretora

UNIDADE DE INOVAÇÃO E ACESSO A TECNOLOGIA

ADILSON FERREIRA DOS SANTOS

COORDENAÇÃO DE GESTÃO AMBIENTAL

JAMES HILTON REEBERG

[email protected]

S I A TRECHO 03 LOTE 1580

71.200-030 BRASÍLIA – DF

61 362 16 23

EMPRESA DE CONSULTORIA:

Quality Consultoria Ambiental Ltda SDN Quadra 1 Bloco E Sala 1401

Ed Central Park 70 711-903 Brasília DF

Tel 326 8767 - 327 1967

CNPJ 03.746/152.0001-26

Fernando Castanheira ( 9976 79 36)

E mail [email protected]

[email protected]

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ANEXO I

Anexo 1. Localização geográfica das empresas analisadas por regiões administrativas ou cidades de Goiás e por Arranjo Produtivo.

Regiões Administrativas e Cidades de Goiás Confecção Alimentação Madeiro/

Moveleiro Panificação Construção Civil Automotivo Turismo

Rural

Tecnologia da

Informação Águas Claras 1 2 1Brasília 2 21 3 8 2Brazlândia 1Candangolândia 1 1Ceilândia 4 2 1Cruzeiro 1 1 3Gama 1 1Guará 13 4 1 2 7 14 1Lago Norte Lago Sul Núcleo Bandeirante 1 1 2Paranoá 1Planaltina 2Recanto das Emas Riacho Fundo Samambaia 2Santa Maria 1São Sebastião 2Sobradinho 1 1 1 3Taguatinga 3 4 4 2 1Luziânia (GO) 1Santo Antônio do Descoberto (GO) 1 Total 21 38 7 17 22 15 10 3

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