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A Saúde no C eará Uma Construção de Todos Relatório da Gestão da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará no Período 2003-2006

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Relatório da Gestão da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará no Período 2003-2006

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A Saúde

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Uma Construção de TodosRelatório da Gestão da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará no Período 2003-2006

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A Saúde

no Ceará

Uma Construção de TodosRelatório da Gestão da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará no Período 2003-2006

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Copyright 2007© OMNI EDITORA ASSOCIADOS Ltda.

Direção Editorial LUIS-SÉRGIO SANTOSCapa JON ROMANOPaginação JON ROMANO/VLADIMIR

2006Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzido por nenhuma forma ou por nenhum meio sem autorização expressa do editor. Os infratores serão processados na forma da Lei.

OMNI EDITORA ASSOCIADOS LTDA.Rua Joaquim Sá, 746 Fortaleza, Ceará, Brasil, CEP 60.130-050Fones: (85) 3247.6101 e (85) 3091.3966home-page: www.omnieditora.com.bre-mail: [email protected]

IMPRESSO NO BRASIL

FICHA

CATALOGRÁFICA

C387s Ceará. Secretaria da Saúde do Estado.

A saúde no Ceará : uma construção de todos : relatório

da gestão da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará /

Secretaria da Saúde do Estado do Ceará. -- Fortaleza :

OMNI Editora, 2006.

144 p.

Inclui gráficos,tabelas,mapas e fotos.

ISBN 978-85-88661-26-4

1. Saúde pública – Ceará. 2. Secretaria da Saúde Pública

do Estado do Ceará – relatório. I. Título.

CDU : 614(813.1)

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Fortaleza, 2006

A Saúde

no Ceará

Relatório da Gestão da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará no Período 2003-2006

Uma Construção de Todos

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Governo do EstadoLúcio Gonçalo de Alcântara

Secretaria da Saúde do EstadoJurandi Frutuoso SilvaSecretário Executivo

José Galba de Meneses GomesSub-secretário

Alexandre Roberto das Neves Moreira

Antônio Manuel Gomes BonfimDenise Maria Norões OlsenDina Cortez Lima Feitosa VilarDiva de Lourdes Azevedo FernandesErcelina Cavalcante AlencarFrancisca Leonete Borges de AlmeidaHilma Alves da Silva Isabel Carlos CavalcantiItamárcia Antônia Diogo CarneiroJosé Eduardo Cabral Maia JúniorJosé Xavier de OliveiraJuliana Kelly dos Santos Rocha

Lea Maria Bezerra de Menezes Lucilane Maria Sales da SilvaMaria das Graças Barbosa PeixotoMaria do Carmo Gomes limaMaria Eliana Gonçalves de MagalhãesMaria Neide Alves TeixeiraMelânia Ximenes CastroMércia Marques JucáSâmia CoutinhoSheila Maria Santiago BorgesSilvia Maria Negreiros Bonfim SilvaVera Maria Câmara Coelho

Secretaria da Saúde do Estado do Ceará Av. Almirante Barroso, 600 Cep 60.060-440 Praia de Iracema, Fortaleza, Ceará

Fone (85) 3488.2000 www.saude.ce.gov.br

A Saúde no Ceará

Equipe de elaboração do RelatórioConsultor

Luciano CorreiaEquipe de Coordenação

Dirlene Mafalda Ildefonso da SilveiraJosé Galba de Meneses Gomes

Laurisete de Souza GadelhaLuciano Pamplona de Góes CavalcantiMagna Maricele Lobo Fernandes Vieira

Maria Selma de OliveiraSilvia Regina Oliveira Lima

Colaboradores

EDIÇÃO, PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO Omni Editora Associados Ltda. Rua Joaquim Sá, 746 Cep 60.130-050, Aldeota, Fortaleza, Ceará Fones (85) 3247.6101 e 3091.3966 www.omnieditora.com.br

IMPRESSÃO Halley

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Sumário

Relatório da Gestão 2003-2006

EditorialPalavra do Secretário, 12

Primeira ParteIntrodução, 14 O planejamento estratégico da SESA, 19 Consolidação do Programa Saúde da Família Missão Valores Visão de futuro Focos estratégicos da SESAFortalecimento e expansão da atenção à saúde no nível primário, 21 Consolidação do Programa Saúde da Família - PSF Efetivação das equipes de saúde da família Promoção da saúde bucal Criação das equipes de saúde bucal Programa de Agentes Comunitários de Saúde — ACS Monitoramento da qualidade da atenção básica, O Programa PROQUALI Estratégias de implantação do PROQUALI Aplicação da metodologia PROQUALIFortalecimento da atenção à saúde dos níveis secundário e terciário, 29 Programa Saúde Mais Perto de Você Apoio aos Hospitais de Pequeno Porte — HPP Melhor atendimento da demanda por transplantes Odontologia especializada, Expansão dos Centros Especializados em Odontologia Capacitação de recursos humanos em saúde bucal Programa de Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Boca Unidades de referência e serviços especiais Atenção ambulatorial e hospitalar Aumento dos leitos de UTI Investimentos nas unidades de referência Atenção à saúde de média e alta complexidade Apoio diagnóstico e terapêutico Modelo de gestão por resultados Terapia renal substitutiva Tratamentos fora do domicílio Políticas de urgência e emergência

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Núcleo de Educação em Urgência Implantação de serviços especiais, O Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador Capacitação, ensino e pesquisa Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher Articulações e principais parcerias Vigilância em saúde, 53 Vigilância sanitária Vigilância epidemiológica, Plantão epidemiológico Programação Pactuada e Integrada de Vigilância em Saúde — PPI/VS Núcleo Hospitalar de Epidemiologia Registro de Câncer de Base Populacional — RCBP Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN Serviço de Vigilância de Óbitos - SVOControle social e institucional do SUS, 61 Reestruturação do Conselho Estadual de Saúde - CESAU Ouvidoria em SaúdeDesenvolvimento institucional, 64 Cooperação político-administrativa com os gestores municipais e federal Desprecarização do trabalho em saúde Desempenho das Funções Essenciais de Saúde Pública Resultados da avaliação das FESPs Estruturação das Células Regionais de Saúde (CERES) Células Regionais de Saúde (CERES) Central de Regulação Estadual do SUS Gestão da Tecnologia da InformaçãoHumanização da atenção à saúde e qualidade do atendimento, 73 Política de humanização da atenção e gestão em saúde Educação em saúde e mobilização social Assistência especial ao usuário do SUSDesenvolvimento de recursos humanos e Gestão do trabalho, 77

Estadualização dos Agentes Comunitários de SaúdeConcurso da Rede Estadual de saúdeMesa Estadual de Negociação Permanente do SUSDesprecarização do trabalho em saúde

Uma nova lógica de gestão do trabalho e desenvolvimento de recursos humanos Economia da saúde Interação entre as áreas meio e programáticas No Ceará, Pacto pela Saúde já é compromissoEnsino e pesquisa, 85 Pólos de educação permanente em saúde

Escola de Saúde Pública - ESPCiência e tecnologia em saúde

Segunda ParteImpacto das Ações na Saúde da População, 89 Redução da mortalidade infantil

Situação de saúde da população Doenças transmissíveis, Cólera Hanseníase

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Tuberculose Aids Dengue Raiva humana Sarampo e rubéola Tétano neonatal Sífilis congênita Hepatites viraisDoenças e agravos não transmissíveis, Doenças hipertensivas Violência Acidentes de trânsito Diabetes Mortalidade materna Doenças do aparelho circulatório Neoplasias

Atenção a Grupos Específicos da População, 106 Atenção à saúde da criança Triagem neonatal — teste do pezinho Promoção do método mãe canguru Promoção do aleitamento materno Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil no PSF Prevenção dos distúrbios nutricionais e anemias carenciais Promoção de atenção às crianças com necessidades especiais Organização da vigilância à mortalidade materna, infantil e fetal Atenção ao adolescente Saúde do adolescente na atenção básica Projeto Amor à Vida Promoção da saúde sexual e reprodutiva Projeto Agrinho Prevenção à violência Prevenção ao uso indevido de drogas Terapia comunitária: espaço de escuta aos adolescentes Atenção à saúde da mulher Principais estratégias desenvolvidas Atenção à saúde materna Atenção à saúde do adulto e do idosoPrevenção e Controle de Doenças e Agravos, 119 Prevenção e controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS Prevenção e controle da tuberculose Prevenção e controle da hanseníase Dengue Saúde mental

Terceira ParteAssistência Farmacêutica, 126 Ampliação do acesso a medicamentosO financiamento da saúde estadual, 128

Mais investimentos em programas e ações de saúdeO respeito pela nossa história, 132Comenda Amílcar Barca Pellon, 137Anexos, 138Estrutura Organizacional da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, 139

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Interiorização da saúde, um dos pontos altos da gestão, com hospitais pólos em 30 municípios do Ceará. Em Quixadá (foto), existem dois hospitais-pólo

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Palavra do Secretário

É com prazer que trago a sua análise, os resultados de quatro anos de trabalho árduo, sob a égide da transpa-rência, do fortalecimento das parcerias e da responsa-bilidade social. Buscamos, obstinadamente, atingir as

metas estabelecidas no Plano de Saúde 2003-2006, sempre orientados pela missão da Secretaria e sustenta-dos pelos valores nela identificados.

Os resultados alcançados são frutos da execução de planejamento bem elaborado e da busca acirrada do cumprimento do “pacto de bem servir” entre todos os atores que fazem a saúde do Ceará, tendo como fim elevar o perfil

estrutural do sistema de saúde e melhorar os indicadores epidemiológicos da nossa popu-

lação. A soma dos esforços na elabora-

ção do Plano de Saúde — Saúde e Cidadania: Caminhos para a Vida, do Planejamento Estratégico e da implantação da Gestão por Resul-tados —, sedimentados na força revigorada dos trabalhadores da saúde, forjaram o conjunto de es-tratégias que tornaram possível a concretização dos compromis-

O formato do relatório permite ao leitor analisar a evolução do sistema de saúde e avaliar o grau do cumprimento de cada uma das metas

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sos assumidos pelo governador Lúcio Alcântara com a população cearense.

O formato do relatório permite ao leitor analisar a evolução do sistema de saúde e avaliar o grau do cumprimento de cada uma das me-tas e dos compromissos assumidos pelos gestores para a consolidação do Sistema Único de Saúde. A elaboração dos textos, tabelas e gráficos oportunizam a análise comparativa e evidenciam a disposição da atual gestão, que deu ao Ceará uma ordenação na saúde, consolidando-a como referência nacional.

Dentro do processo acima mencionado, tivemos o cuidado de preservar as políticas de saúde em execução, seus programas e ações. Implementamos as novas políticas de acordo com as diretrizes do nosso governo, que somadas as demais, fizeram a diferença, mesmo trabalhadas dentro do quadro de carências financeiras e da realidade sócio-econômica em que estamos incrustados. Reconhecemos, entretanto, que desafiados, conseguimos transformar em oportunidade o que nos foi adverso.

Portanto, o que aqui expomos, é produto do esforço coletivo de ontem e de hoje, guardando o cuidado de manter-se elevado para não aceitar os excessos que a nossa vontade e a emoção possa ter cometido. As pala-vras, agora presas ao papel, revelam uma árdua experiência, que espera libertar-se em outras mentes, que a transforme em outras idéias, numa continua evolução para a construção da saúde e da cidadania.

Mas saiba, o que aqui está relatado tem cheiro de suor e a cara do desafiante povo cearense que, em respeito à memória, guarda seus valo-res, preserva sua cultura e toma o desafio como estímulo a novas lutas e vitórias. E é, justamente o que eu vim apresentar.

Jurandi Frutuoso SilvaSECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE

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Por meio de ações concretas, que superaram tudo o que já foi feito, a humanização entrou de forma definitiva na agenda da saúde.

Ceará é respeitado em todo o país por suas posições de vanguarda na adoção e proposição de políticas públicas inovadoras para a saúde. Seguindo a tradição a Secre-taria de Saúde do Estado (SESA), em sua gestão 2003-

2006, inovou ao efetivamente incorporar à agenda da saúde, novas e prementes demandas, tais como, a humanização da atenção à saúde, a expansão da atenção de média e alta com-plexidade no Interior do Estado, a valorização dos trabalhadores da saúde através de sua efetivação como servidores públicos, e a intersetorialidade no trato de questões complexas, como a violência e a degradação ambiental.

Para lidar de forma efetiva e sistemática com estes novos elementos a SESA promoveu no início desta gestão o ‘Seminário de Planejamento Estratégico’, o qual fomentou intensas reflexões do grupo gestor, em sinergia com um número expressivo de servidores de todos os níveis e categorias e com destacados representantes da sociedade civil. Neste profícuo evento a SESA delineou os seus chamados ‘focos estratégicos’, diretrizes que lhe permitiram conduzir ao longo dos últimos quatro anos um processo de gestão altamente participativo que fez da promoção da Saúde no Ceará uma construção de todos.

O presente relatório está organizado de acordo com os focos estratégicos da SESA, apresentando em cada um deles as expressivas realizações alcançadas nesta gestão que, avançando de forma decisiva na consolidação de uma nova agenda para a saúde, não descuidou dos marcos importantes já atingidos nas administrações anteriores.

Introdução

O

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Antes do início desta gestão, a SESA se concen-trava mais no desenvolvimento da atenção primária no Estado. A partir dela, pela primeira vez, se trabalhou a rede assistencial na perspectiva de expandir a atenção secundária e terciária ao Interior. Com este foco nasceu o Programa Saúde Mais Perto de Você, o qual utilizou ao máximo todo o nosso potencial regional, traduzido no fortalecimento da rede de hospitais-pólo, que hoje cobre todo o Estado. O Programa proporcionou uma inédita contratação de médicos especialistas, a fim de garantir à população do Interior o acesso à medicina mais avançada, em áreas de extrema carência como a cardiologia, a traumato-ortopedia e a anestesiologia. No âmbito das tradicionais clínicas básicas, a SESA ampliou a oferta de leitos obstétricos e neonatais. Favoreceu também a instalação de laboratórios de análises clínicas com funcionamento 24 horas nos hospitais-pólo. Como resultado deste esforço já registra-se reduções nas

transferências de pacientes do Interior para os hospitais de referência da Capital. É ainda exemplo de sucesso o reconhecido fortalecimento da rede hospitalar do Cariri, resultando no seu crescimento como pólo de referência no Sul do Estado.

Ainda dentro da estratégia de fortalecimento da atenção secundária e terciária, a SESA apoiou de forma efetiva a rede hospitalar de pequeno porte alo-cando, em caráter regular e permanente, os recursos necessários ao seu melhor funcionamento, através de convênios firmados entre o Estado e os municípios. Vale ressaltar que as unidades de referência próprias da SESA, também não foram descuidadas, com o volume de investimentos aplicados na sua reforma e expansão alcançando a expressiva cifra de R$ 81.601.248, nos últimos quatro anos. Concretamente, a ampliação e distribuição equânime por regiões (Fortaleza e Interior) dos leitos de UTI, conseguida como resultado destes

Mãe amamentando bebê em São Gonçalo do Amarante

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investimentos, foi um dos maiores feitos desta gestão. Iniciada e resolvida bem no início da atual gestão, a crise gerada pela falta de leitos de UTI foi uma das maiores já registradas por nosso sistema de saúde, causando muita angustia para a assistência e enorme sofrimento para os doentes e familiares, que além de lidar com a enfermidade tinham que superar as deficiências do setor.

A promoção da humanização na saúde se consti-tuiu em outra grande conquista da SESA. Por meio de ações concretas, que superaram tudo o que já tinha sido feito anteriormente nesta área, a humanização entrou de forma definitiva na agenda da saúde, sendo finalmente institucionalizada como política estadual de saúde. Trabalhada na perspectiva dos direitos hu-manos, a humanização foi insistentemente promovida em todas as áreas do setor, inclusive com a criação das Comissões Hospitalares de Humanização. Cada hospital desenvolveu sua própria vocação na área, como por exemplo, as grandes maternidades do Estado que, de forma coletiva, incorporaram um projeto de humaniza-ção no pacto da atenção obstétrica e neonatal firmado com o Ministério da Saúde. Este projeto propôs medidas simples, mas de grande alcance humanístico, tais como, a permissão de acompanhantes por ocasião do parto e a possibilidade da parturiente escolher a posição ao parir. Assim, enquanto outros setores ainda estão trabalhando a concepção de direitos dos usuários, o setor saúde, através da SESA, parte na vanguarda, disseminando práticas de humanização na rede de serviços.

A solução para questões complexas como a violên-cia urbana e a degradação ambiental, indubitavelmente requer abordagens intersetoriais. Consciente deste fato, esta gestão, sempre que pertinente, estimulou que a in-tersetorialidade permeasse suas ações e projetos. Deste modo, foram inúmeras as iniciativas em que a SESA se aliou a outros setores para um trabalho em conjunto, buscando através da sinergia entre saberes e práticas diversas a obtenção de melhores resultados. Entre estas iniciativas podemos citar a Coordenação Estadual do Sistema de Urgência e Emergência, o Centro Estadual de Referência e Apoio a Mulher (CERAM), especializado no enfrentamento da violência contra a mulher, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), as campanhas da vigilância sanitária, todos os produtos de uma nova mentalidade de trabalho intersetorial.

A valorização profissional do servidor da saúde foi um débito antigo, agora finalmente resgatado por esta

gestão da SESA. Estes servidores que são os cuidadores da nossa população por excelência, mereceram toda uma especial atenção deste Governo. Realizou-se, neste sentido, uma série de concursos que resultaram numa concreta desprecarização das condições de trabalho dos servidores da saúde. Foram eles, o concurso para os profissionais do Programa de Saúde da Família, o con-curso da rede SESA para todas as profissões da saúde e a estadualização dos agentes comunitários de saúde como servidores públicos municipais. Impôs-se, assim, uma nova visão, sensível o bastante para abordar um problema cuja solução não podia mais ser adiada. Ser concursado e pertencente ao serviço público, é algo que fará toda a diferença no processo de trabalho para um enorme contingente de servidores da saúde.

A consolidação das Células Regionais de Saúde (CERES) como extensões da SESA em todo o Interior, foi outro importante avanço registrado nesta gestão. Em seu papel de fomentar a política estadual da saúde, as CERES estimulam os municípios a assumirem a sua condição de executores, desconstruindo a cultura da execução como responsabilidade da instância estadual. Como exemplo, nas campanhas de vacinação os muni-cípios com problemas foram estimulados a resolvê-los por seus próprios meios, com a SESA despendendo sua energia na provisão de apoio e orientação segura.

Na área da atenção à saúde da criança o combate à mortalidade infantil e a promoção do aleitamento materno sempre se apresentaram como as maiores bandeiras do Estado. Essa prioridade legou ao Ceará a condição de liderança em número de hospitais Amigo da Criança, título concedido aqueles que cumprem todas as normas de estímulo a amamentação. Assim, não é de surpreender que a mortalidade e a desnutrição in-fantil, neste Estado, nunca tenham atingido níveis tão reduzidos quanto os atuais.

Um texto bem mais extenso poderia ter sido es-crito para relatar os avanços e conquistas obtidas pela SESA em sua gestão 2003-2006. Foram muitas outras iniciativas de sucesso, que em sua diversidade vão do desenvolvimento institucional da Secretaria ao apoio solidário aos portadores de deficiências e dependentes químicos, passando pelo fortalecimento do controle social da saúde. Mas, em vez de anteciparmos estes feitos, o convidamos a conferir em detalhes nas próxi-mas páginas, com o suporte de dados e imagens, tudo o que foi realizado nos últimos quatro anos por todos que fazem a SESA.

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O Hospital de Messejana ganhou centro cirúrgico de alta complexidade

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Hospital e Maternidade São Lucas, em Juazeiro do Norte

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gestão da SESA no período 2003-2006 foi norteada pelo Planejamento Estratégico, um processo de cons-trução que buscou o consenso em

torno das políticas e prioridades de gestão do Sistema Estadual de Saúde, contando com a participação de atores fundamentais.

A partir das diretrizes do Planejamento Estratégico foram mobilizados parceiros para uma reflexão intensa sobre a situação de saúde no Estado, para a identificação de fo-cos estratégicos de superação de problemas, para a criação de ferramentas adequadas ao monitoramento das ações e, sobretudo, para pensar coletivamente e materializar, por meio do Plano Estadual de Saúde, o Sistema Único de Saúde almejado.

Vale ressaltar, assim, as valiosas contribuições das

O Programa Saúde Mais Perto de Você foi estratégico na descentralização dos serviços de saúde. O Hospital São Francisco, no Crato, é um dos 30 hospitais-pólo.

Planejamento estratégico da SESA

representações da comunidade a exemplo dos conse-lheiros de saúde, líderes comunitários, representantes de sindicatos e associações de municípios de pequeno, médio e grande porte, prefeitos e secretários municipais de saúde, diretores de hospitais públicos e privados de todo o Estado.

O processo de planejamento em sua dinâmica inicial respondeu à necessidade de fazer uma revisão da missão, dos valores e da visão de futuro da SESA. Ao acumular ex-periências individuais e coletivas a partir do envolvimento dos servidores, do conhecimento das expectativas da po-pulação através de seus representantes e da capacidade de sonhar com o espírito dos que desejam o melhor para o povo, a identidade da SESA foi analisada com ética e respeito, reconstituindo e incorporando os olhares de hoje e do distante amanhã, num pensar coletivo.

Constituída por três elementos básicos: missão, valores e visão de futuro, a identidade da SESA foi assim definida:

MissãoAssegurar a formulação e gestão das políticas pú-

blicas em saúde e a prestação da assistência à saúde

AConsolidação do ProgramaSaúde da Família

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individual e coletiva, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida dos cearenses.

ValoresUniversalidade SolidariedadeEquidade Justiça social Respeito às crenças ÉticaHonestidade Integralidade

Visão de futuroFamílias cearenses com maior expectativa de

vida, menor incidência de doenças e incapacidades, convivendo num ambiente saudável, desenvolvendo o auto-cuidado, exercendo o controle social em condições de bem estar, amparadas por uma rede de proteção social centrada num sistema de saúde integrado, tendo como base a atenção primária universal, determinando a organização dos níveis de atenção secundária e terciária, dentro de um padrão eficiente, resolutivo e humanizado.

Focos estratégicos da SESA A definição dos focos estratégicos, coerentes com a pro-posta de mudar a situação encontrada, alinhou-se aos compromissos políticos do governo do Estado, a saber:

> Fortalecimento e expansão da atenção no nível primário:> Fortalecimento da atenção à saúde nos níveis

secundário e terciário — “Saúde mais perto de você”;> Vigilância em saúde;> Controle social e institucional do Sistema Único de Saúde (SUS);> Desenvolvimento institucional;> Humanização da atenção à saúde e qualidade do atendimento;> Desenvolvimento de recursos humanos e gestão do trabalho;> Ensino e pesquisa;> Ciência e tecnologia em saúde.

Com a incorporação do planejamento estratégico na ação política, obteve-se uma maior influência dos atores sociais no processo de tomada de decisão, enfatizando--se o exercício democrático na formulação das políticas do SUS e incentivando o diálogo na busca de consensos.

Inaugurou-se, portanto, um novo ciclo de desenvol-vimento focado na participação social e interação com as representações comunitárias e os gestores, reconhecen-do, assim, os espaços de diálogo como premissas para efetivação de uma saúde cada vez melhor.

O presente relatório estrutura-se com base nos focos estratégicos, acima referidos, os quais nortearam as ações desenvolvidas pela SESA na gestão 2003-2006. Cada capítulo a seguir corresponde a um foco estratégico, sendo apresentados os principais resultados alcançados nas respectivas áreas.

Reunião do Conselho Estadual de Saúde comandada pelo secretário Jurandi Frutuoso

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Fortalecimento e expansão da atenção à saúde no nível primárioConsolidação do ProgramaSaúde da Família

processo de aperfeiçoamento do SUS passa pela implementação vitoriosa do Programa de Saúde da Família. Ao lado das novas

modalidades de financiamento e de novos mecanismos efetivos de controle social. O PSF deu início a construção de um modelo humanizado de saúde pública, ao introduzir novas formas de relacionamento, entre pro-fissionais de saúde e os usuários do SUS.

Durante muito tempo, o paciente foi encarado de forma fragmentada. Tratava--se a doença isoladamente, sem respeitar os usuários e seus problemas. O salto de qualidade vivenciado pelo setor da saúde, a partir do PSF, concorre de forma efetiva para corrigir essa distorção na relação profissional-cliente. Dessa maneira, foram desenvolvidas novas formas de relaciona-mento com a comunidade. Ampliado ainda o princípio da integralidade ao tratar não a pessoa, mas o núcleo familiar — matriz da prática da equipe multiprofissional.

Através do PSF e de seu papel inova-dor, novas formas de relacionamento com a comunidade foram desenvolvidas, que possibilitou a construção de um modelo mais humano de saúde pública, capaci-tado a transformar a interação entre os seres humanos e seu ambiente.

Efetivação das equipes de saúde da família

O Programa de Saúde da Família (PSF), no Estado do Ceará, já funciona há mais de uma década. Hoje já implantado em 100% dos municípios cearenses. A operacionalização do PSF se dá através das equipes de saúde da família, formadas por um grupo multipro-

fissional — médico, enfermeiro, dentista, auxiliar de enfermagem e vários agentes comunitários de saúde, cujo número é determinado de acordo com a clientela adscrita. Atualmente, encontram-se em plena atuação no Ceará, especialmente no Interior do Estado, um total de 2.013 equipes qualificadas.

O produto do trabalho destes profissionais tem gerado um decisivo impacto no perfil epidemiológico dos municípios cearenses, sugerindo a eficácia do mo-delo assistencial adotado, que tem como estratégia a atuação multiprofissional, interdisciplinar e interativa com a comunidade.

OProporção de exodontias/básicos individuais e número de equipes de saúde bucal. Ceará, 2001 a 2006 *

0

500

1000

1500 Nº ESB

0

5

10

15Taxa / 100.000 hab.

ESBExodontia

2001

12513

2002

48613.1

2003

69813.6

2004

87713.9

2005

95610.2

2006

12257.5

FONTE: SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ — SISTEMA DE INFORMAÇÃO AMBULATORIAL *DADOS PARCIAIS

Promoção da saúde bucalCriação das equipes de saúde bucal

Desde a implantação da Política Nacional de Saúde Bucal em 2003, o Ceará aumentou em quase 200% o número de Equipes de Saúde Bucal (ESB) no Programa de Saúde da Família, passando para 1.340 em 2006. A cobertura populacional com ESB saltou, neste período, de 31% para 64% e alcançando uma re-

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dução de 30% nas exodontias no período 2003-2006.O Programa Dentista da Família foi instituído com

a finalidade de ampliar a cobertura do serviço odon-tológico nos municípios cearenses, fortalecendo a es-tratégia de organização da atenção básica implantada

pelo Ministério da Saúde, denominada ‘Um dentista em cada equipe’. Repassou recursos financeiros da ordem de R$ 8.800.000 aos municípios, que aplicaram em contratação de pessoal e aquisição de equipamentos odontológicos, beneficiando 54 municípios, com 90 ESBs custeadas pelo Governo do Estado.

Para alcançar este objetivo a SESA assegurou o repasse dos recursos financeiros aos Fundos Munici-pais de Saúde (FMS) para o pagamento de pessoal (cirurgião dentista e auxiliar de consultório dentário) e para a aquisição de equipamentos e instrumentais odontológicos. Os municípios que receberam priorida-de nestes repasses foram aqueles com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e os que atingiram, ou ultrapassaram, as metas programadas no Pacto da Atenção Básica.

Número de Agentes Comunitáriosde Saúde atuantes. Ceará, 2003 a 2006Região 2003 2004 2005 2006Interior 9.905 10.101 10.817 11.001

Capital 811 811 811 1.326

Estado 10.716 10.912 11.628 12.327

Investimentos anuais com Agentes Comunitários de Saúde. Ceará, 2003 a 2006Ano Nº de ACS Valor em R$2003 9.905 42.653.216,26

2004 9.922 46.006.925,78

2005 9.527 50.507.240,60

2006 9.366 58.280.035,70

Total 197.447.418,34

Central de Transplantes em

ação

FONTE: CODAS

FONTE: CODAS

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Ao final do período 2003-2006, a SESA garantiu a cobertura de todos os municípios do Estado com a inclusão do profissional dentista nas equipes do PSF. Buscou-se também avançar na ampliação da complexi-dade da atenção bucal, através da provisão da atenção integral em odontologia.

Com isso, alcançou-se a qualificação de 1.234 equipes de saúde bucal no PSF, sendo 1.182 equi-pes na modalidade I (cirurgião dentista e auxiliar de consultório dentário) e 57 na modalidade II (cirurgião dentista, técnico em higiene dental (THD) e auxiliar de consultório dentário). Vale destacar que nas equipes da modalidade II a cobertura é quadruplicada, uma vez que o THD tem formação para intervenções clínicas e supervisão de ações coletivas.

Programa de Agentes Comunitários de Saúde

Criado em 1987, o Programa de Agentes Comu-nitários de Saúde (PACS) alcançou o seu ápice em 2006, no ato de oficialização, pelo Governador Lúcio Alcântara, do Projeto de Lei da Estadualização dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no Ceará.

O Estado conta atualmente com 12.327 ACS distribuídos em todos os seus 184 municípios, os

quais tiveram suas carteiras de trabalho assinadas diretamente por órgão do Estado, sendo regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas e recebendo seus proventos através de Associações Microrregionais ou Municipais.

Outra conquista dos ACS foi a organização de seu processo de capacitação, com a criação do Curso Técnico de ACS pela Escola de Saúde Pública do Ce-ará (ESP-CE), que funciona de forma descentralizada, sendo ministrado nos municípios por instrutores locais e regionais.

Monitoramento da qualidade da atenção básicaO Programa PROQUALI

Para o fortalecimento do modelo de atenção à saúde no Ceará a SESA, em parceria com diversas agências de cooperação internacional (USAID-JHPIEGO, JHU, CCP, MSH) criaram uma metodologia de avaliação da qualidade em saúde (PROQUALI), que utiliza o Ins-trumento de Melhoria de Desempenho e representa uma ferramenta importante para a auto-avaliação e auto-aprendizagem na atenção básica, incluindo as equipes do Programa Saúde da Família.

A avaliação é orientada para as necessidades dos

Equipe do Programa Saúde da Familia visita

residência em Tauá

A Saúde no Ceará | 23

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usuários e as condições de trabalho dos profissionais. Busca, fundamentalmente, a eficiência dos serviços, com base na realidade das unidades básicas de saúde para a melhoria do acesso e à qualidade da atenção.

O objetivo final do PROQUALI é medir os níveis de qualidade na atenção primária, para elevar a satisfa-ção do usuário e melhorar o desempenho das equipes. E assim, aumentar a credibilidade dos gestores perante a população e, principalmente, garantindo a sustenta-bilidade do Sistema Local de Saúde.

Estratégias deimplantação do PROQUALI

A aplicação da Metodologia PROQUALI compre-ende quatro etapas: Reunião de Promoção e Acordo; Diagnóstico de Base; Análise das Causas e Desenho das Intervenções; Monitoramento e Avaliação, Geren-ciamento das Mudanças.

Foram criados grupos de trabalho denominados Equipe de Melhoria da Qualidade (EMQ) nos níveis cen-tral, regional e municipal para coordenar e acompanhar as atividades. A estratégia utilizada para implantação do método pelas EMQs foi a de oficinas dirigidas a gestores municipais, coordenadores e profissionais de saúde.

O objetivo é proporcionar a formação de uma

consciência favorável ao processo de melhoria da qua-lidade, no qual todos ganham. Reunindo a experiência e a motivação de cada participante, é dada a ênfase ao fazer, ampliando as possibilidades de aplicação do saber. Desta forma, foram realizadas várias oficinas e seminários de sensibilização e implantação do método.

Aplicação da metodologia PROQUALI

O processo de implantação do PROQUALI come-çou pela Célula Regional de Saúde (CERES) de Limoeiro do Norte, que abrange outros quatro municípios ( Alto Santo, Ererê, Jaguaribara e Quixeré), entre os anos de 2003 e 2004. Em seguida a SESA, expandiu a meto-dologia para mais oito municípios do Estado (Coreaú, Chaval, Granja, Paracuru, São Gonçalo do Amarante, Acaraú, Marco e Santana do Acaraú), nos anos de 2004 e 2005. O Governo do Estado legitimou a Metodologia PROQUALI como política estadual para a melhoria da qualidade na atenção primária, e estabeleceu a meta de cobrir 49 municípios do Estado, em 2005. Ao todo, 39 municípios do Estado já receberam incentivos financeiros para a implementação do PROQUALI, no total de R$ 1 milhão.

A experiência estadual motivou os gestores mu-

Atendimento na Unidade Básica de Saúde

foto rui norões

w | A Saúde no Ceará

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nicipais a aderirem ao processo por se tratar de uma construção coletiva, motivadora e auto-gerida por todos os atores envolvidos. O PROQUALI sustenta-se, assim, na união de esforços para o alcance de objetivos comuns.

O sucesso da metodologia tem repercutido além das fronteiras do Estado, tendo os técnicos da SESA sido convidados a apresentar a metodologia ao Ministério da Saúde e a realizar oficinas em outros

quatro estados: Mato Grosso do Sul (Campo Grande), Espírito Santo (Vitória), Minas Gerais (Belo Horizonte) e Roraima (Boa Vista). Além disso, o PROQUALI do Ceará tem sido visitado por técnicos do Estado do Tocantins e de Angola, interessados na replicação da nossa experiência.

foto rui norões

Agente de Saúde pesando criança em visita domiciliar, em Tauá

A Saúde no Ceará | 25

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Dia Estadual de Controle da Dengue, noGinásio Poliesportivo da Parangaba

26 | A Saúde no Ceará

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A Saúde no Ceará | 27

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Jijoca de Jericoacoara

CruzCamocimItarema

Barroquinha

Bela Cruz

Granja MarcoMartinópole

Itapipoca

Senador Sá

TrairiMorrinhosUruoca

Santana do Acaraú

Paraipaba

Viçosa do Ceará

MassapêMoraújo

Paracuru

Miraíma Tururu

Tianguá

São Gonçalodo Amarante

Coreaú Meruoca

Caucaia

Uruburetama

Sobral Umirim

São Luísdo Curu

IrauçubaItapajéFrecheirinha

Pentecoste

Fortaleza

Forquilha

Tejuçuoca

Ubajara MaracanaúGroaíras Eusébio

Cariré

Mucambo MaranguapeIbiapinaPacatuba

Itaitinga

Santa Quitéria

Pacujá

Graça General Sampaío

São Benedito

CascavelGuaiúba PindoretamaReriutaba

Varjota HorizonteParamoti

CaridadeCarnaubal

Canindé

Palmacia

BeberibeGuaraciabado Norte

PacajusPacoti

GuaramirangaRedençãoPires Ferreira

Ipú MulunguChorozinho

BaturitéHidrolândiaCroatá

Capistrano OcaraFortim

Ipueiras

Catunda

ItatiraItapiúna

Morada Nova

Nova Russas

Tamboril

Palhano

RussasIbaretama

Poranga IcapuíChoróItaiçaba

Quixadá

Boa Viagem

Madalena JaguaruanaMonsenhorTabosa

Ipaporanga

Quixeramobim

Ibicuitinga

Crateús Limoeiro do Norte

Quixeré

Independência

Tabuleirodo Norte

São João

do Jaguaribe

JaguaretamaPedra Branca

Senador Pompeu

Tauá

Novo Oriente

SolonópoleJaguaribaraMilhã

MombaçaPiquet Carneiro

Iracema

Potiretama

Quiterianópolis

JaguaribeDep. IrapuanPinheiro

Pereiro

Ererê

ParambuQuixelô

Orós

Catarina

IcóIguatu

Saboeiro

Jucás

AiuabaCedro

Cariús Umari

Várzea Alegre

Lavras da Mangabeira

Tarrafas

Ipaumirim

Campos Sales

Farias Brito

GranjeiroCaririaçu

PotengiBarro

Salitre Crato

NovaOlinda

Santana do Cariri

Milagres

Juazeirodo Norte

MissãoVelha

MauritiBrejo Santo

PorteirasJardim

Jati

Penaforte

Chaval

Acarape

Acopiara

Acaraú

Alcantaras

Altaneira

Alto Santo

Amontada

Antonina do Norte

ApuiarésAquiraz

Aracati

Aracoiaba

Ararenda

Araripe

Aratuba

Arneiroz

Assaré

Aurora

Baixio

Abaiara

Banabuiú

Barbalha

Barreira

Municípios que implantaram o PROQUALI em 2005/2006

Municípios que implantaram o PROQUALI em setembro de 2006

Municípios que devem implantaro PROQUALI em 2007

Distribuição geográfica dos municípios do Estado do Ceará, de acordo com o período de implantação do PROQUALI

FONTE: CODAS

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Programa SaúdeMais Perto de Você

iniciativa da SESA de fortalecer o poder de resolutibilidade do SUS fez do Programa Saúde mais Perto de Você uma ação estratégica impac-

tante na reorganização do modelo de atenção à saúde no nível secundário.

A meta é garantir o acesso da população aos serviços especializados de segunda e ter-ceira complexidade, no âmbito ambulatorial e hospitalar. Com atendimento 24 horas e de forma regionalizada aumenta a capacidade da rede de serviços.

O programa contempla 30 hospitais, caracterizados de unidade pólo, com função de maior resolutibilidade para responsabilizar pela oferta de serviços de âmbito microrregional de saúde. Portanto, beneficia 70% da população do Interior num contingente de 90% dos

Fortalecimento da atenção à saúde nos níveis secundário e terciário

municípios do Estado. Os investimentos no valor de R$ 116.844.500, no

período de 2003 a 2006, pela fonte Tesouro do Estado demonstram o cumprimento do compromisso do governo para a saúde pública no Ceará. O repasse financeiro para unidades contempladas é liberado através de assinatura de convênios. Os recursos viabilizaram a interiorização de 752 médicos nas sete especialidades (gineco-obste-trícia, cirurgia geral, anestesiologia, pediatria, traumato--ortopedia, cirurgia geral e neonatologia), além de outras 32 especialidades. Os investimentos também tornaram viáveis o custeio e reformas de 14 unidades para me-lhoria de atendimento. Outra importante decisão foi a criação dos berçários de médio risco em 14 hospitais e uma UTI neonatal, além do investimento na capacitação dos gerentes hospitalares.

Como um dos principais resultados, o Programa Saúde Mais Perto de Você tem possibilitado a redução estimada de 35% das referências de pacientes do Interior para a rede terciária localizada nas grandes metrópoles. Além disso, possibilitou a implantação de mais 24 leitos

A

O Hospital-pólo São Lucas, em Juazeiro do Norte ganhou 14 leitos de UTI neonatal

foto rui norões

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Hospitais-pólo por Células Regionais de SaúdeCeres Municípios Hospital

1ª FortalezaCascavel Hospital Nossa Senhora das GraçasFortaleza IJF — CentroFortaleza SAMEAC – Maternidade Escola Assis Chateaubriand

2ª CaucaiaCaucaia

Maternidade Dr. Paulo SarasateHospital municipal Abelardo Gadelha da Rocha

3ª Maracanaú Maranguape Hospital Municipal Dr. Argeu Braga Herbester

4ª BaturitéBaturité Hospital José Pinto do CarmoAracoiaba Hospital Santa Isabel

5ª Canindé Canindé Hospital São Francisco Canindé

6ª Itapipoca Itapipoca Hospital São Vicente de Paula

7ª AracatiAracati Hospital Municipal de AracatiAracati Hosp. Stª Luiza de Marilac

8ª QuixadáQuixadá Hospital Eudasio BarrosoQuixadá Hosp. Mat. Jesus Maria JoséQuixeramobim Hospital Regional Dr. Pontes Neto

9ª Russas Russas Hospital e Casa de Saúde de Russas

10ª LimoeiroLimoeiro do Norte Hospital Municipal Dr. Deoclecio Lima verde Limoeiro do Norte Hospital São Raimundo

11ª SobralSobral Santa Casa Ipu Sociedade de Proteção a Maternidade a Infância de Ipu

12ª Acaraú Acaraú Unidade Mista Maria Muniz

13ª Tianguá Tianguá Hospital Madalena Nunes

14ª Tauá Tauá Hospital e Maternidade Dr. Alberto Feitosa Lima

15ª Crateús Crateús Hospital São Lucas

16ª Camocim Camocim Hospital Murilo Aguiar

17ª Icó Icó Hospital Regional Icó Dep. Oriel Guimarães Nunes

18ª Iguatu Iguatu Hospital Regional de Iguatu

20ª Crato Crato Hospital São Francisco

21ª Juazeiro Juazeiro Hospital São LucasBarbalha Hospital São Vicente

FONTE: SESA — CODAS — ATENÇÃO SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA

de neonatologia de médio risco e viabilizou a construção das maternidades de Maranguape e Tianguá. Em Forta-leza, por exemplo, apenas 23,2% das internações são de pacientes do Interior. O Hospital infantil Albert Sabin é o único que ainda interna mais pacientes do Interior por ser de referência em pediatria.

Como conseqüência de todas estas ações, o Ceará conseguiu reduzir o seu ‘Índice de Internações por Condi-ções Sensíveis a Atenção Ambulatorial’, que atualmente alcança a proporção de 17%. Portanto, o programa Saúde Mais Perto de Você é uma expressão do fortalecimento da regionalização, dando respostas concretas às neces-sidades da população cearense.

Apoio aos Hospitais de Pequeno Porte

Cerca de 40% da rede hospitalar é constituída

de Hospitais de Pequeno Porte (HPP), com capacidade de oferta inferior a 30 leitos, os quais tendem a apresentar baixa “resolubilidade” e constantes dificuldades financeiras.

Cientes desta situação, o Ministério da Saúde no ano de 2004, lançou a Política Nacional para Hospitais de Peque-no Porte (HPP), objetivando implantar um novo modelo de organização e financiamento para essas unidades. Por meio desta política, os HPPs deixam de receber remuneração por produção e passam a contar com um teto financeiro fixo para custeio das internações, provenientes do Ministério da Saúde e do Tesouro do Estado.

Para se habilitar, o HPP deve ser uma unidade públi-ca ou filantrópica, estar situado em municípios com até 30 mil habitantes, que apresentem uma cobertura mínima de 70% da população pelo PSF. Além disso, deve apresentar um plano de ação com definição de metas quantitativas e qualitativas nas áreas da gestão, modelo de atenção e

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participação em políticas prioritárias do SUS. O Ceará, que conta com 91 HPPs, foi o primeiro

Estado brasileiro a implantar essa política, tendo dispo-nibilizado recursos orçamentários anuais no valor de R$ 3.660.000 para cobrir seus gastos. Já aderiram a referida política um total de 64 HPPs, respondendo por uma cobertura populacional estimada em um milhão de habitantes.

A nova política para os HPPs tem melhorado a organização da atenção e dado sustentabilidade eco-nômica a essas unidades. Entretanto, ainda persiste a necessidade de se aumentar a “resolubilidade” na atenção básica, especialmente na atenção ao parto normal, internações em clínica médica, pediátrica e pequenos procedimentos cirúrgicos. Percebe-se ainda um grande número de internações nas áreas de clínica ortopédica, cirurgia ortopédica e geral realizadas na microrregião de residência.

O secretário Jurandi Frutuoso fala durante o Dia “D” de combate à dengue em evento com a terceira idade no Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza

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UTI neonatal no Hospital São Lucas, em Juazeiro do Norte

foto rui norões

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Jijoca de Jericoacoara

CruzCamocimItarema

Barroquinha

Bela Cruz

Granja MarcoMartinópole

Itapipoca

Senador Sá

TrairiMorrinhosUruoca

Santana do Acaraú

Paraipaba

Viçosa do Ceará

MassapêMoraújo

Paracuru

Miraíma Tururu

Tianguá

São Gonçalodo Amarante

Coreaú Meruoca

Caucaia

Uruburetama

Sobral Umirim

São Luísdo Curu

IrauçubaItapajéFrecheirinha

Pentecoste

Fortaleza

Forquilha

Tejuçuoca

Ubajara MaracanaúGroaíras Eusébio

Cariré

Mucambo MaranguapeIbiapinaPacatuba

Itaitinga

Santa Quitéria

Pacujá

Graça General Sampaío

São Benedito

CascavelGuaiúba PindoretamaReriutaba

Varjota HorizonteParamoti

CaridadeCarnaubal

Canindé

Palmacia

BeberibeGuaraciabado Norte

PacajusPacoti

GuaramirangaRedençãoPires Ferreira

Ipú MulunguChorozinho

BaturitéHidrolândiaCroatá

Capistrano OcaraFortim

Ipueiras

Catunda

ItatiraItapiúna

Morada Nova

Nova Russas

Tamboril

Palhano

RussasIbaretama

Poranga IcapuíChoróItaiçaba

Quixadá

Boa Viagem

Madalena JaguaruanaMonsenhorTabosa

Ipaporanga

Quixeramobim

Ibicuitinga

Crateús Limoeiro do Norte

Quixeré

Independência

Tabuleirodo Norte

São João

do Jaguaribe

JaguaretamaPedra Branca

Senador Pompeu

Tauá

Novo Oriente

SolonópoleJaguaribaraMilhã

MombaçaPiquet Carneiro

Iracema

Potiretama

Quiterianópolis

JaguaribeDep. IrapuanPinheiro

Pereiro

Ererê

ParambuQuixelô

Orós

Catarina

IcóIguatu

Saboeiro

Jucás

AiuabaCedro

Cariús Umari

Várzea Alegre

Lavras da Mangabeira

Tarrafas

Ipaumirim

Campos Sales

Farias Brito

GranjeiroCaririaçu

PotengiBarro

Salitre Crato

NovaOlinda

Santana do Cariri

Milagres

Juazeirodo Norte

MissãoVelha

MauritiBrejo Santo

PorteirasJardim

Jati

Penaforte

Chaval

Acarape

Acopiara

Acaraú

Alcantaras

Altaneira

Alto Santo

Amontada

Antonina do Norte

ApuiarésAquiraz

Aracati

Aracoiaba

Ararenda

Araripe

Aratuba

Arneiroz

Assaré

Aurora

Baixio

Abaiara

Banabuiú

Barbalha

Barreira

Macrorregional de Sobral

Macrorregional de Fortaleza

Macrorregional do Cariri

Hospitais de Pequeno Porte

Localização dos Hospitais de Pequeno Porte, no Ceará

FONTE: CODAS

A Saúde no Ceará | 33

Page 34: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

Melhor atendimento da demanda por transplantes

Desde 2000, vem aumentando sensivelmente o nú-mero de transplantes realizados no Ceará, destacando-se os de córnea e rim, que representam mais de 70% dos órgãos transplantados anualmente. A partir de 2005, houve uma discreta redução no número de transplantes. Com isso, a Central de Transplantes da SESA intensificou a busca ativa de potenciais doadores nas unidades de saú-de, e lançou campanha de conscientização da doação de órgãos. Sensibilizou a população com apoio da imprensa e realizou o 3º Curso para Formação de Coordenadores Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos.

Nos últimos anos, ocorreu uma inversão do perfil de doação no Estado, que passou a ter a maior parte dos órgãos e tecidos transplantados a partir de doadores já falecidos. Desta forma, foi publicada em 2003 uma portaria, em acordo com o Instituto Médico Legal, a fim de priorizar necropsias de potenciais doadores. Para potencializar e agilizar o diagnóstico de morte encefálica nas unidades de saúde, tanto públicas como privadas, foi adquirido pela SESA um aparelho Doppler Transcraniano. E, em 2005, foi inaugurado no Hospital Geral de Fortaleza um banco de olhos, que contribuiu diretamente para um aumento da qualidade das córneas transplantadas — mesmo que no primeiro momento tenha reduzido o número de córneas viáveis.

Na perspectiva de aumentar também o número de transplantes no interior do Estado foi criada, em 2003, o posto de notificação e captação de órgãos na região do Cariri. Foram firmadas parcerias com a Casa Militar e a companhia aéreaTAM, para transpor-tar os órgãos e tecidos para o Interior do Ceará e de outros estados, possibilitando uma maior agilidade no processo.

Com todas essas ações implementadas, o Hos-

pital de Messejana foi reconhecido, em 2004, como um dos primeiros no Brasil em transplantes cardíacos realizados, além de estar entre os três Centros Trans-plantadores Cardíacos Pediátricos do Brasil. Hoje, o HM é referência para a região Norte-Nordeste.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Ceará alcançou, em 2006, o pri-meiro lugar entre os estados nordestinos e o quinto no Brasil em número de doadores por mil habitantes. Os dados ainda são parciais, mas o Ceará já é o quinto no Brasil no número de transplantes cardíacos e de fígado.

Odontologia especializada

Expansão dos Centros Especializados em Odontologia

Visando dar apoio ao trabalho das Equipes de Saúde Bucal (ESB), foram instalados cinco Centros Especializados em Odontologia (CEO) no Interior do Estado, em São Gonçalo do Amarante, Aracati, Tauá, Iguatu e Crato. Estes municípios estão situados em microrregiões estrategicamente localizadas, garan-tindo uma atenção odontológica de nível secundário organizada e de qualidade à população. O Governo do Ceará investiu um montante de R$ 4.500.000, utilizados na construção e equipamentos dos CEO.

Capacitação de recursos humanos em saúde bucal

Foram ofertados, em parceria com a Escola de Saúde Pública (ESP), Cursos de Capacitação para Técnicos de Higiene Dental (THD) e Atualização para Auxiliares de Consultório Dentário (ACD) dos CEOs novos e em funcionamento. Foram ainda realizados oficinas e seminários, com o apoio do Ministério da Saúde sobre o atendimento apropriado a pacientes portadores de DST/HIV/AIDS, capacitando 89 profis-

Transplantes no Estado. Ceará, 2000 a 2006Tipo 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006*Córnea 179 114 182 241 318 311 239

Rim 86 80 98 132 164 140 113

Fígado — — 8 28 53 55 52

Coração 7 8 9 19 24 13 13

Total 272 202 297 420 559 519 417*Dados até novembro de 2006.FONTE: CENTRAL DE TRANSPLANTES

w | A Saúde no Ceará

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CEO Regional de São Gonçalo, o primeiro da política de expansão da rede para o Interior

CEO Regional de Aracati, inaugurado em 2006, atua até na prevenção de câncer bucal

A Saúde no Ceará | 35

Page 36: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

Hospital César Cals abriga o novo Centro de Diagnóstico por Imagem

CEO Regional de Tauá: atendimento odontológico especializado

w | A Saúde no Ceará

Page 37: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

sionais (cirurgiões-dentistas, auxiliares de consultório dentário e pessoal responsável pela esterilização e limpeza de material odontológico).

Programa de Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Boca

O Programa de Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Boca foi criado utilizando-se a estratégia de formação de alianças de suporte interinstitucional, que visa pos-sibilitar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado desta neoplasia no Estado. Além da SESA, as instituições envolvidas foram a UFC, UNIFOR, CRO, ABO, CERES e prefeituras municipais. O referido programa foi lançado no final do ano de 2004, envolvendo 64 municípios de nove CERES com mais de 4.500 pacientes atendidos, 1.300 profissionais capacitados e mais de 200 biópsias realizadas. Em relação às ações de promoção da Saúde Bucal, a SESA não descuidou do nível comunitário, inves-tindo recursos da ordem de R$ 250.000 na aquisição de 244.890 kits de higiene oral (escova e creme dental), bem como produzindo material educativo sobre saúde bucal.

Unidades de referência

Ceará a possuir UTI especializada em suporte ventilatório. De cada 100 pacientes atendidos, 23,4% são oriundos do Interior. Reconhecido pelo Ministério da Saúde como cen-tro de alta complexidade em doenças cárdio-vasculares.>Hospital Albert Sabin — HIAS: Hospital terciário, com assistência nas diversas especialidades pediátricas, oferecendo serviços clínicos, cirúrgicos e emergenciais. Sua unidade de pacientes especiais é a segunda no Brasil e o Centro de Diagnóstico Infantil é referência no Nordeste. Faz parte do grupo de 6 hospitais nacionais que possuem Centro de Referência para promoção da saúde de d crianças e adolescentes.>Hospital Waldemar Alcântara — HWA: Hospital secundário, presta assistência em clínica médica, pe-diatria e cirurgia.Qualificado como organização social. Foi o primeiro hospital, entre público e privado, a receber certificado de Acreditação Hospitalar. Administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). >Hospital Mental — HSM: Especializado em saúde mental, presta assistência em regime hospitalar, ambu-latorial e emergencial.>Hospital São José — HSJ: Terciário. Doenças infecto--contagiosas com assistência hospitalar, ambulatorial e emergencial. Atualmente, conta com sete leitos de UTI.>Hospital Geral César Cals — HGCC: Terciário. Clínica médica, cirurgia gineco-obstétrica e neonatologia, com serviços ambulatoriais e hospitalares em todas as áreas e emergência gineco-obstétrica. Na busca pela excelência na assistência procedeu a inúmeros melhoramentos, desde a construção de subestação, do Serviço de Ima-gem Unidades Ambulatoriais.>USD Libânia: Especializada em dermatologia clínica e cirúrgica e tisiologia. É unidade de ensino e pesquisa.>IPCC: Unidade de nível secundário, de atenção ao cân-cer, especialmente na área da mulher, com uma média de atendimento a 500 pacientes/dia, com uma média de 500.000 mamomagrafias e 600.000 exames citopalógi-cos por ano. Teve sua capacidade instalada otimizada, melhorando o acesso aos usuários e principalmente a qualidade da atenção prestada.>HEMOCE: Única unidade ambulatorial terciária. Centro de hematologia e hemoterapia, responsável pela cober-tura de 100% da hemoterapia no SUS. Funciona em rede com mais 4 unidades no interior do estado, 1 hemonúcleo em Juazeiro do Norte e 64 agências transfusionais, consolidando a hemorrede estadu-al. Atende uma média de 1000 pacientes/mês, em 13 ambulatórios. Recentemente ampliado e com aquisição de mais uma unidade móvel. Foi reconhecido, em 2006,

e serviços especiaisUma das funções da SESA é a de exercer a gestão

de unidades próprias de saúde. Atualmente, a rede é composta por quinze unidades em todo o Estado. São sete hospitais considerados referência estadual na aten-ção terciária de alta complexidade, que atendem a todas as especialidades clínico-cirúrgicas e funcionando como hospitais de ensino.

Também faz parte da rede de unidades próprias da SESA um conjunto de unidades ambulatoriais, de nível secundário, com atendimento de referência estadual por especialidades.>Hospital Geral de Fortaleza — HGF: Terciário em clínica médica, cirurgia, gineco-obstetrícia e pediatria. Oferece serviços ambulatoriais especializados e realiza transplante renal e corneano. Em fase de reforma e am-pliação, já está funcionando com novo centro cirúrgico ambulatorial, -laboratório de microbiologia molecular e novos setores de oncologia e prótese auditiva. Após a conclusão das obras contará com 520 leitos,, sendo130 leitos complexos (UTI e semi-intensiva).>Hospital de Messejana — HM: Hospital terciário, especializado em patologias cárdio-vasculares e pulmo-nares, presta assistência clínica e cirúrgica, ambulatorial e hospitalar e de emergência, sendo o único hospital do

A Saúde no Ceará | 37

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Laboratório do Hemoce em Sobral

como Centro de Excelência em Mielodisplasia, pela co-munidade científica internacional.>CIDH: Unidade de nível secundário, especializado em diabetes e hipertensão. Concorrendo para o decréscimo da taxa de mortalidade por diabetes. Realiza ensino e pesquisa.>Centros de Especialidades Odontológicas-CEOs: Unidades de ensino.>Laboratório Central de Saúde Pública — LACEN: Funciona em rede com 5 unidades no interior do estado. Realiza ensino e pesquisa.>SVO: Serviço especializado em verificação de óbitos, responsável pelo esclarecimento das causas de mortes naturais.>Centro de Saúde Meireles — CSM: Unidade de en-sino, com especialidades médicas de nível secundário para assistência a crianças e adultos.>CEREST: Centro de Referência em Saúde do Trabalha-dor, funciona em rede com mais 4 unidades no interior do estado.>Centro de Referência e Apoio à Mulher — CERAM: Unidade de referência da atenção integral à mulher, ofe-

rece cuidados específicos da saúde e apoio.

Atenção ambulatorial e hospitalar A prestação da assistência à saúde ofertada pelo SUS se dá tanto nas unidades próprias da SESA, como nas unidades sob gestão pública municipal ou privadas conveniadas.

Destaca-se o aumento do percentual dos atendi-mentos odontológicos realizados e o número crescente de internações a cada ano. Propiciado, provavelmente, por uma melhor cobertura da rede de unidades de saúde.

Aumento dos leitos de UTI

No início de 2003, ocorreram vários problemas em vir-tude da carência de leitos de UTI, motivados por uma deman-da maior do que a oferta, principalmente na Capital e Região Metropolitana. Com isso, foi desenvolvido um plano de curto e médio prazo, com o objetivo de garantir a cons-trução e credenciamento de novos leitos.

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UTI pediátrica do Hospital Waldemar de Alcântara

Atendimentos ambulatoriais e hospitalares realizados pelo SUS. Ceará, 2002 a 2005Tipos de servicos 2002 2003 2004 2005Atendimentos básicos:Nº de atendimentos realizados (em milhões) 50,18 62,12 58,55 54,54

Taxa de cobertura (atendimentos/hab/ano) 6,6 8,0 7,55 6,74

Consultas médicas:Nº de consultas realizadas (em milhões) 28,85 12,13 17,52 17,88

Cobertura (consultas/hab/ano) 3,82 1,62 2,26 2,21

Atend. odontológicos:Nº de atendimentos realizados (em milhões) 7,6 9,2 10,72 9,80

Taxa de cobertura (atendimentos/hab/ano) 1,16 1,44 1,38 1,21

Internações:Nº de internações realizadas (em milhares) 527,2 450,1 565,1 568,8

Taxa de cobertura (internamentos/hab/ano) 7,0 6,0 7,1 7,0

FONTE: SESA/COVAC/SIA-SIH/SUS

A Saúde no Ceará | 39

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O número de leitos de UTI aumen-tou em todas as regiões do Estado, notadamente na macrorregião de Fortaleza. Nos hospitais da gestão Estadual quase dobrou o número de leitos, passando de 114 leitos em 2003 para 224 em 2006. Destaca-se o aumento significativo nos hospitais de Messejana (80%). O HGF aumentou mais de duas vezes o número de leitos e o Hospital Waldemar de Alcântara que teve o número de leitos ampliado cinco vezes.

Investimentos nas unidades de referência

No período 2003-2006, foram investidos recursos da ordem de R$ 81.601.248 em obras e equipamentos para reestruturação e revitalização das Unidades Próprias da SESA e expansão da Rede Assistencial do SUS. O resultado foi a melhoria do acesso da população às ações e serviços de qualidade.

O investimento em infra-estrutu-ra, no período de 2003-2006, resultou em cerca de 95 obras de construção, reforma e ampliação realizadas em suas unidades próprias. Destaca-se a obra do Hospital Infanti Albert Sabin

Número de leitos de UTI nos hospitais de referência terciária da SESA. Ceará, 2003 e 2006

Hospitais 2003 2006Hospital de Messejana 35 63

Hospital Geral de Fortaleza 22 57

Hospital Waldemar Alcântara 6 36

Hospital Geral César Cals 32 33

Hospital Infantil Albert Sabin 12 27

Hospital São José 7 8

Total 114 224FONTE: SESA Aplicação de recursos do Tesouro do

Estado para investimentos nas unidades de saúde próprias da SESA. Ceará, 2003 a 2006

Unidades 2003 2004 2005 2006HGF 3.402.491 7.496.024 9.548.000 27.846.318

HGCC 995.009 540.113 671.751 1.093.267

HM 4.853.055 - 889.900 757.911

HIAS 233.508 360.000 649.900 7.849.000*

LACEN 223.228 1.181.861 878.493 449.000

HEMOCE 169.835 - 124.237 60.256

HWA - 126.894 89.304 -

HSJ - - 231.210 485.000

IPCC - - - 95.000

SESA Sede 30.000 1.147.285 3.138.130 4.492.690

Outros 300.000 - 967.104 225.474

Total 10.207.126 10.852.177 17.188.029 43.353.916*Convênio assinado com o Ministério da Saúde. A primeira parcela já depositada.FONTE: SESA/NUATEC.

Número de leitos de UTI nas três macrorregiões do Estado. Ceará, 2003 e 2006

2003 2006

Macrorregiões Unidades do SUS*

Unidades privadas

Unidades do SUS*

Unidades privadas

Fortaleza 233 183 366 173

Sobral 23 - 26 -

Cariri 72 - 78 5

Total 328 183 470 178* Unidades públicas ou privadas conveniadas.FONTE: SESA

que teve o convênio já assinado com o Ministério da Saúde e parte da primeira parcela já depositada, aguar-dando a licitação da obra.

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Em 2006, o Hospital Waldemar Alcântara

ganhou oito leitos de UTI

pediátrica

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Vista aérea do Hospital Geral de Fortaleza. Com a reforma e ampliação, o número de leitos de UTI Intensiva e Semi-intensiva aumenta de 57 para 130

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A Saúde no Ceará | 43

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O montante de R$ 32 milhões investidos em infra-estrutura pela SESA, no período de 2003-2006, resultou em cerca de 95 obras de construção, reforma e ampliação das unidades próprias.

Construções,reformas e ampliações nas unidades de saúde próprias da SESA. Ceará, 2003-2006 Unidades EspecificaçãoCEOs Construção:

CEO São Gonçalo do AmaranteCEO AracatiCEO TauáCEO Crato CEO IguatuReforma:CEO Centro (Fortaleza)

LACEN Construção:LACEN Juazeiro do Norte LACEN CratoLaboratório de Biossegurança Nível 3 (Fortaleza)

SVO Construção:Serviço de Verificação de Óbito em Fortaleza

Hemoce Reforma:Central de Resíduos Sólidos em Fortaleza, Sobral, Crato e Iguatu.

NUASF Construção:Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos

CERES Reforma:Sedes das CERES de Camocim, Tianguá, Crato, Juazeiro e Iguatu

CERAM Construção:Centro de Referência e Atenção Integral à Mulher

CEREST Reforma e restauração: Centro Estadual de Saúde do TrabalhadorInstalação:Laboratório de Entomologia

IPCC Reforma:Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará

Hospitais Interior

Construção:Hospital-pólo de AcaraúHospital de Massapê Reforma e ampliação:Hospital Municipal de Pires FerreiraHospital de MarcoHospital de ChavalHospital de Santana do AcaraúUnidade mista em BarroquinhaAquisição:Hospital privado, doado à Prefeitura de São Benedito.

Programa Saúde Mais Perto de Você

Instalação:30 hospitais-pólo, 2 localizados na Capital e 28 do Interior do Estado

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HGF Reforma e Ampliação:Hospital Geral de Fortaleza60% das obras de reforma e ampliação já concluídas73 novos leitos de UTI (Intensiva e Semi-intensiva), totalizando 13012 novas salas de cirurgia, totalizando 22110 novos leitos, totalizando 46775 novos ambulatórios, totalizando 100UTI pediátrica com 8 leitos

HSJ Reforma e Ampliação:Hospital São JoséUnidade de Tratamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave Centro de estudos

HM Reforma e Ampliação:Hospital de MessejanaNovo centro cirúrgico de alta complexidadeUTI com 36 novos leitosUTI cardiopulmonarUTI semi-intensivaServiço de terapia ocupacionalUnidade de broncoscopia3 auditóriosCentro de pesquisa

HWA Reforma e Ampliação:Hospital Waldemar de Alcântara8 novos leitos de UTI pediátricaSistema de elevadoresDrenagem e urbanização

HGCC Reforma e Restauração:Hospital Geral César CalsNovo centro de imagemClimatização da clínica médica e cirurgia masculinaBloco de atenção maternaRefeitório e capela

HIAS Reforma e Ampliação:Hospital Infantil Albert Sabin15 novos leitos de UTI pediátricaNova UTI pós-operatóriaBloco da pediatriaCentro de cirurgia cardíaca

ESP-CE Construção:Centro de Educação Profissional

Dona Libânia

Construção:Nova sede da Unidade de Saúde Dona Libânia Reformas:Colônias de hanseníase Antônio Diogo (Redenção) e Antônio Justa (Mara-canaú)

Ouvidorias em Saúde

Instalação:19 Ouvidorias em Saúde (16 em unidades de saúde e 3 em CERES)

SAMU Construção:Nova sede do SAMU (Eusébio)

Fonte: SESA/NUAT

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Atenção à saúde de média e alta complexidade

Em 2005, para efetivar o acesso da população à assistência à saúde nos níveis de média e alta com-plexidade foram desenvolvidas as seguintes ações:>Implantado o serviço de cirurgias cardíacas infan-tis no Hospital Infantil Albert Sabin, alcançando a realização de 110 cirurgias/ano;>Estruturação das Redes Estaduais de Atenção nas especialidades de traumato-ortopedia, nefrologia, doenças cardiovasculares e saúde auditiva. >Implantação do Ambulatório de Acupuntura e de Assistência ao Portador de Asma no Centro de Saúde Meireles;> Implantação do “Cartão Consulta” com indicado-res de evolução do paciente, no Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão, que resultou no aumento da adesão ao tratamento;>Implementação da atenção de referência na área da Estomatologia no CEO Centro, com 260 atendi-mentos/mês em todo o Estado;

>Aumento da realização de exames de ressonância magnética, com uma média mensal de 403 proce-dimentos/mês, que significa um incremento de 35% na oferta.

Apoio diagnóstico e terapêutico

A fim de dotar o SUS de uma estrutura de apoio tecnológico, a SESA formula normas e padrões técnicos de disponibilidade, acessibilidade, cobertura e qualida-de da assistência relativas a serviços de apoio de diag-nóstico e terapia. Estas foram consolidadas no manual de normas e padrões técnicos em serviços de apoio de diagnóstico e terapia do Ceará, com a avaliação destes serviços ofertados à população e implementando a rede de laboratórios do Estado. Com isso, foi fortalecida a estrutura de apoio tecnológico com foco estratégico na atenção à saúde nos níveis secundário e terciário.

Os desafios ainda existentes na área de diagnós-tico e terapêutica são: >Implementar a cultura da acreditação de diagnós-

Investimento em instalações modernas

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tico e terapêutica;>Implementar a cultura da manutenção e conser-vação das unidades de saúde no âmbito do Projeto KFW (Ureditanstalt für Wiederaufbau) e na SESA;>Implantar o programa estadual de certificação hospitalar do Estado e do Tele Saúde nas células regionais de Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte;

As parcerias entre a SESA e o Instituto Centro de Ensino Técnológico (CENTREL) e o Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear (IBQN) têm proporcionado o de-senvolvimento de profissionais dentro da visão moderna do Programa de Melhoria da Qualidade e Certificação Hospitalar do Estado do Ceará.

Modelo de gestão por resultados

A introdução do Modelo de Gestão por Resultados motivou várias transformações nas unidades que proporcionou a revisão das rotinas e reorganização do trabalho. Tudo isso promoveu maior organização dos serviços, e impacto positivo em ações especificas e nos

vários segmentos participantes: clientes–pacientes, recursos humanos, gerentes, fornecedores e órgãos financiadores.

A Secretaria da Saúde do Estado iniciou em 2004 e implantou a partir de junho de 2005 o sistema de compras corporativas, que começou com a unificação e padronização dos produtos. Para tanto, foram constituídas três equipes técnicas de profissionais dos hospitais da rede de saúde do Estado, que no decorrer de vários meses trabalharam na elaboração do Catálogo de Medicamentos, Material Médico-Hospitalar e Insumos de Laboratórios. Após amplo trabalho de revisão e atualização, o catálogo passou a constar de 809 itens de medicamentos, 2.515 de material médico-hospitalar e 168 de insumos de laboratório. Antes dos catálogos, as compras da SESA chegavam a 15.000 itens. A implantação representou um ganho financeiro significativo, como se observa no quadro a seguir, registrando uma economia na ordem de R$ 37,5 milhões em medicamentos.

Outro destaque relativo às compras corporativas

A Saúde no Ceará | 47

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diz respeito aos gases medicinais. Por exemplo, até 2004 a SESA gastava R$ 6,3 milhões ao ano, custo de R$ 3,84 em m³ de Oxigênio Líquido que representa 85% dos custos com Gases Medicinais. Em 2005, esse mesmo item foi negociado a R$ 2,50 por m³. Em 2006 foi realizado o primeiro pregão eletrônico corporativo a um custo de R$ 1,62 por m³ de Oxigênio Liquido, o equivalente a R$ 2,73 milhões ao ano. Pode-se dizer que houve uma economia em torno de R$ 3,05 milhões relativo a 2004/2006, desconsiderando o crescimento físico das unidades hospitalares.

Terapia renal substitutiva

Através das unidades públicas e conveniadas com o SUS, a SESA oferece procedimentos de Alto Custo em Terapia Renal Substitutiva, aos portadores de Insuficiência Renal Crônica. Atualmente, o Estado dispõe de 19 unidades de Assistência em Nefrologia de alta complexidade, sendo 11 na Capital.

Em 2005, foi ampliada a cobertura assistencial dos portadores de insuficiência renal crônica, com a inclusão na Rede Assistencial em Nefrologia de alta complexidade de mais dois serviços: Caucaia e Rus-sas. A ampliação da cobertura trouxe melhoria subs-tancial à qualidade de vida dos pacientes do Interior, que tinham que se deslocar para Fortaleza três vezes por semana para ter acesso ao tratamento.

Para proporcionar maior conforto aos pacientes renais crônicos, foram realizados estudos de ava-liação de viabilidade econômica para interiorização dos serviços. O referido estudo apontou a viabilidade de implantação de novos serviços de Terapia Renal Substutiva-TRS, nos municípios de Canindé, Eusébio,

Itapipoca e Iguatu, em processo de implantação. O serviço de Canindé iniciou as atividades em 2006.

E ainda em 2006, foram realizadas uma média mensal de 29.534 sessões de hemodiálise no Estado. O HGF tem destaque especial por ser o único hospital público que oferta diálise para pacientes portadores de insuficiência renal aguda, realizando 3.480 ses-sões com uma média de 40 pacientes/mês.

Tratamentos fora do domicílio

O acompanhamento do Tratamento Fora do Domicilio (TFD) contribuiu para a efetivação do acesso de 17 pacientes para tratamento em cardiologia, 10 em oncologia, sete em oftalmologia, três com distúrbio auditivo, 26 para cirurgia do mal epiléptico, dois para implante de prótese de quadril, 30 para correção de fenda labial, 15 para implante coclear, 131 para transplante de medula, pulmão, rim, fígado e dois pacientes para iniciar processo de implantação de células tronco.

Foram investidos recursos do Tesouro estadual para concessão destes benefícios no valor de R$ 2.597.348.

Políticas de urgência e emergência

A atenção às urgências e emergências tem se apresentado como um sério problema para o SUS, a propósito do crescente aumento das doenças crônico--degenerativas, em especial, as cardiovasculares, e o agravamento da violência nas maiores concentrações urbanas.

O capítulo da reforma sanitária brasileira, mesmo reconhecido pelos usuários, trabalhadores e gestores

Demonstrativo dos valores dos pregões de medicamentos. Ceará, 2005 e 2006Pregões Valor previsto Valor

homologadoDiferença Desvio %

Pregões iniciais 2004, – 8 Atas 96.030.974,45 76.486.310,22 19.544.664,23 20,35

Pregões NUASF 2005/2006, 25 Atas 106.202.102,69 93.188.661.06 213.013.441,63 12,25

Prorrogações dos Pregões 2004, 8 Atas 45.148.164,68 40.557.882,48 4.590.282,23 10,17

2 Pregões complementares de 2004/2005

5.834.126,19 5.433.067,95 401.058,24 6,874

Total 253.215.368,01 215.665.921,71 37.549.446,30 14,83FONTE: CORUS

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do SUS como um dos mais complexos e desafiantes da saúde pública, careceu ao longo da história de re-cursos suficientes para a adequada implementação. A urgência e emergência exigem das três esferas de governo esforços que extrapolam as fronteiras dos gestores e trabalhadores do SUS, envolvendo toda a sociedade. O desafio de implementar uma política nacional de atenção integral às urgências passou a ser priorizado a partir da publicação de várias portarias ministeriais, que levou estados e municípios a adota-

rem as medidas necessárias para a implementação dos sistemas estaduais e municipais de urgência e emergência.

A SESA instituiu em 2003 a Coordenação Esta-dual do Sistema de Urgência e Emergência (COESU), com a missão de subsidiar a implantação da política estadual, estruturar e implementar o sistema estadual e apoiar a organização dos sistemas municipais de urgência e emergência. Inicialmente, foi realizado um estudo para a elaboração de desenho assistencial a

Projeto de implantação do SAMU no Ceará

Localização PopulaçãoPolo Fortaleza 2.219.836Polo Litoral Leste 470.465Polo Metropolitano Oeste 497.522Polo Metropolitano Leste 543.867Polo Sertão Central 451.703Polo Litoral Oeste 543.933Polo Centro Leste 397.372Polo Centro Norte 555.563Polo Centro Oeste 552.527Polo Centro Sul 394.305Polo Cariri Leste 360.084Polo Cariri Central 667.363Estado do Ceará 7.654.540

Jijoca de Jericoacoara

CruzCamocimItarema

Barroquinha

Bela Cruz

Granja MarcoMartinópole

Itapipoca

Senador Sá

TrairiMorrinhosUruoca

Santana do Acaraú

Paraipaba

Viçosa do Ceará

MassapêMoraújo

Paracuru

Miraíma Tururu

Tianguá

São Gonçalodo Amarante

Coreaú Meruoca

Caucaia

Uruburetama

Sobral Umirim

São Luísdo Curu

IrauçubaItapajéFrecheirinha

Pentecoste

Fortaleza

Forquilha

Tejuçuoca

Ubajara MaracanaúGroaíras Eusébio

Cariré

Mucambo MaranguapeIbiapinaPacatuba

Itaitinga

Santa Quitéria

Pacujá

Graça General Sampaío

São Benedito

CascavelGuaiúba PindoretamaReriutaba

Varjota HorizonteParamoti

CaridadeCarnaubal

Canindé

Palmacia

BeberibeGuaraciabado Norte

PacajusPacoti

GuaramirangaRedençãoPires Ferreira

Ipú MulunguChorozinho

BaturitéHidrolândiaCroatá

Capistrano OcaraFortim

Ipueiras

Catunda

ItatiraItapiúna

Morada Nova

Nova Russas

Tamboril

Palhano

RussasIbaretama

Poranga IcapuíChoróItaiçaba

Quixadá

Boa Viagem

Madalena JaguaruanaMonsenhorTabosa

Ipaporanga

Quixeramobim

Ibicuitinga

Crateús Limoeiro do Norte

Quixeré

Independência

Tabuleirodo Norte

São João

do Jaguaribe

JaguaretamaPedra Branca

Senador Pompeu

Tauá

Novo Oriente

SolonópoleJaguaribaraMilhã

MombaçaPiquet Carneiro

Iracema

Potiretama

Quiterianópolis

JaguaribeDep. IrapuanPinheiro

Pereiro

Ererê

ParambuQuixelô

Orós

Catarina

IcóIguatu

Saboeiro

Jucás

AiuabaCedro

Cariús Umari

Várzea Alegre

Lavras da Mangabeira

Tarrafas

Ipaumirim

Campos Sales

Farias Brito

GranjeiroCaririaçu

PotengiBarro

Salitre Crato

NovaOlinda

Santana do Cariri

Milagres

Juazeirodo Norte

MissãoVelha

MauritiBrejo Santo

PorteirasJardim

Jati

Penaforte

Chaval

Acarape

Acopiara

Acaraú

Alcantaras

Altaneira

Alto Santo

Amontada

Antonina do Norte

ApuiarésAquiraz

Aracati

Aracoiaba

Ararenda

Araripe

Aratuba

Arneiroz

Assaré

Aurora

Baixio

Abaiara

Banabuiú

Barbalha

Barreira

FONTE: COESU

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conseqüente implantação de 12 pólos regionais de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em todo o Estado. O estudo baseou-se nos critérios de população dos municípios, densidade demográ-fica, distância entre si, chamados de ambulâncias e malha viária. A dimensão prioritária foi a relação tempo-resposta, padrão fundamental no atendimento pré-hospitalar. Apresentado e aprovado na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o projeto para a implan-tação de 12 SAMUs regionais foi encaminhado e qualificado pelo Ministério da Saúde. A sede do SAMU Litoral Leste fica no município do Eusébio e contou com recursos no valor de R$ 4.818.000. Desses, R$ 1.540.000 do tesouro do Estado (desapropriações e obras) e R$ 3.278.000, do Ministério da Saúde (equi-pamentos e ambulâncias).

Em consonância com as diretrizes nacionais, foi instituído Comitê Gestor Estadual de Atenção em Urgência e Emergência do Ceará, com a missão de discutir questões, propor sugestões e colaborar com a implementação da política estadual.

Núcleo de Educação em Urgência

Ainda como estratégia importante da área, foi ela-borado projeto para a implantação do Núcleo de Educa-ção em Urgências (NEU), com a finalidade de qualificar e desenvolver treinamento dos profissionais que atuam na área, bem como da população, sobre a prevenção de agravos e as primeiras ações de atendimento a eventos agudos. A sede do NEU está localizada na Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Por solicitação do Governo do Estado, foi constituído em 2003 um grupo de trabalho, sob a coordenação con-junta da SESA e da Secretaria de Planejamento (SEPLAN), para a elaboração de projeto para o enfrentamento do quadro de mortes evitáveis no Estado. Assim, nasceu o ‘Programa Vidas do Ceará’, que congregou diversas secretarias e órgãos vinculados ao governo.

O Programa foi instituído em 2006, envolvendo 10 secretarias de governo, organizado com uma coordena-ção geral e executiva, além de um comitê gestor presidido pelo Secretário de Saúde do Estado.

O Programa Vidas do Ceará está sendo desenvolvido em área piloto correspondente à Região do Litoral Leste do Estado, que compreende 14 municípios do Interior e parte do município de Fortaleza (Regional VI). Cobre uma população de cerca de um milhão de habitantes.

Os eixos, diretrizes, áreas de atuação, estratégias e ações do Programa são orientados tanto pela dimensão preventiva, como pela assistencial. O orçamento global do projeto-piloto compreende a R$ 60.000.000. A iniciativa tem funcionado como um ambicioso e inédito programa guarda-chuva, que proporcionou um impressionante envolvimento de diversas composições de governo e ações de caráter transsetoriais e interdisciplinares. Os resultados do Programa Vidas do Ceará, gerados pelo somatório de recursos e esforços do governo estadual e da sociedade civil, repercutirão diretamente na qualidade de vida dos cearenses.

Implantação de serviços especiaisO Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador

O Centro Estadual de Referência em Saúde do Tra-balhador (CEREST) foi inaugurado em 2005, tendo como principais atribuições:> Apoio às ações de promoção, prevenção e re-cuperação da saúde do trabalhador, incluindo o acesso amplo aos serviços e às ações de educa-tivas, independente do vínculo empregatício e da localização geográfica;>Fomento às ações de capacitação, estudos e a pesquisas relativas à saúde do trabalhador, em par-ceria com outras instituições, públicas ou privadas, de ensino, pesquisa ou assistenciais, atuantes em áreas afins à saúde e ao trabalho;>Proposição, acompanhamento e avaliação de intervenções e tecnologias relacionadas à atenção à saúde do trabalhador.

O CEREST vem participando da elaboração e da execução da política de saúde do trabalhador no Estado, para colaborar com o planejamento das ações de saúde do trabalhador no âmbito estadual, contribuindo para as ações de vigilância à saúde do trabalhador. Principal-mente, ao oferecer subsídios técnicos e operacionais para a vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental.

Na área de assistência aos trabalhadores foram realizados mais de 900 acolhimentos na unidade central, mais de 980 atendimentos médicos e em outras áreas, como fonoaudiologia, psicologia dentre outras.

São produzidos mensalmente boletins informativos, que são o canal de divulgação de ações e eventos na área. E na área de comunicação foi implantado ainda o projeto piloto do Sistema de Informação (Sinan Net).

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Casarão restaurado para

abrigar o CEREST: SESA investindo

na memória da capital do Ceará

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A habilitação dos CE-RESTs nos municípios de Horizonte, Juazeiro e So-bral, foi consolidada como espaços ampliados para o suporte e a discussão das questões de saúde dos tra-balhadores no SUS. Foram estabelecidos convênios e acordos entre o CEREST e as seguintes instituições: Junta Comercial do Ceará, UFC, INSS, UNIFOR/NAMI, Procuradoria Regional do Trabalho (PRT-7ª Região) e Delegacia Regional do Trabalho (DRT).

Capacitação, ensino e pesquisa

O CEREST tem atuado na capacitação dos profis-sionais do SUS, dos membros de órgãos de controle social, das suas próprias equipes técnicas e de parceiros diversos de outras instituições. Destacam-se os cursos de Direitos e Saúde do Trabalhador, Capacitação de Formadores em Saúde do Trabalhador para Atenção básica do SUS, Estratégias de Inclusão do Deficiente e de preparação na área de agrotóxicos e meio ambiente.

Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher

Considerando o conceito de atenção integral à saúde da mulher, que incorpora a saúde sexual e reprodutiva e os direitos de cidadania como elementos chave, em 2006, a SESA criou o Centro Estadual de Re-ferência e Apoio à Mulher (CERAM). Com a proposta de se tornar uma unidade modelo de atenção a mulheres vítimas de violência no Estado, o CERAM tem como ob-jetivo principal promover o atendimento de qualidade à mulher nas áreas da saúde, jurídica e psicossocial.

O CERAM funciona como o ponto central de uma ampla rede de apoio, que facilita o acesso a diversos serviços e instituições especializados na atenção às mulheres em situação de violência. Dependendo de cada caso, o CERAM oferece serviços de prevenção e controle das DSTs, planejamento familiar e prevenção do câncer ginecológico, além de suporte legal, psicológico e social, sempre apoiado nos direitos sexuais e repro-dutivos. Colabora, portanto, no combate da violência contra mulher.

Ao lado do componente assistencial o CERAM fomenta o debate sobre as questões relativas aos

direitos e demandas da mulher cidadã. Para isso, dispõe de um ambiente estimulante para o aten-dimento humanizado, que favorece o diálogo, a interação e a escuta — elementos essenciais para a adequada condu-ção dos casos.

Funciona ainda como um espaço para a formação de recursos humanos e desenvolvimento de estudos e pesquisas na área.

Articulações e principais parcerias

Além da SESA, o CERAM tem contado em sua concepção, implantação e funcionamento, com o apoio das seguintes instituições:Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania; Conselho Cearense dos Direitos da Mulher;Defensoria Pública Geral;Secretaria Estadual da Segurança Publica e Defesa Social;Secretaria Estadual da Educação Básica; Secretaria Estadual da Ação Social;Secretaria Extraordinária de Inclusão e Mobilização Social;Secretaria do Planejamento e Coordenação;Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza;Universidade Federal do Ceará;Universidade Estadual do Ceará;Universidade de Fortaleza;Escola de Saúde Pública do Ceará;Sociedade Cearense de Ginecologia e Obstetrícia;Ministério da Saúde;Organização Panamericana da Saúde;Entre outras organizações da sociedade civil e de interesse público.

As ações e serviços oferecidos pelo CERAM são custeados através de recursos do Tesouro do Estado e dos recursos federais do SUS.

A mulher em situação de violência pode ser atendida no CERAM diariamente, no horário de 7 às 17hs, na sede — situada na Av. Barão de Studart, 590. Pode também receber apoio à distância, através do serviço Alô Saúde que funciona 24 horas, pelo telefone 0800-851-220.

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Vigilância Sanitária os últimos anos, a Vigilância Sani-tária (VISA) buscou superar, defi-nitivamente, o paradigma da visão reducionista, de caráter apenas

policialesco. As ações de inspeção sanitária podem ser recursos efetivos para que o SUS possa promover a melhoria da saúde da popula-ção. Nessa perspectiva, vem sendo incorporada a busca constante de acesso e utilização das informações relevantes, técnicas e científicas, para organização de práticas e planejamento das ações. Outro eixo importante foi a racio-nalização de recursos, a potencialização das habilidades técnicas, a transparência na toma-da de decisões, a preocupação com o desen-volvimento pessoal e a clareza de objetivos da gestão. Para concretização desses avanços, desde 2003, foram realizadas parcerias inter-setoriais (SEMACE, Ministério Público, CAGECE, entre outros) para viabilizar o alcance das me-

NVigilância em saúde

tas — tudo agregado a um grande investimento na capacitação da equipe técnica.

A Vigilância Sanitária fortaleceu a gestão da informação, do conhecimento e dos recursos humanos para promoção em saúde

Dentre as ações estratégicas da Vigilência Sanitária destacam-se:>Gestão da informação: Implantado em 2004, o Sistema Nacional Informação em Vigilância Sanitária (SINAVISA), tem como principal objetivo possibilitar o conhecimento sobre estabelecimentos alvo da VISA. Atualmente, o sistema encontra-se em funcionamento nas 21 CERES. >Gestão do conhecimento: Fruto do acordo de Co-operação Técnica firmado com a BIREME/OPAS para o desenvolvimento de projetos que possibilitaram a execução de atividades como a implantação da Comu-nidade Virtual e o Portal do Conhecimento. Essas duas iniciativas propiciaram um fórum constante de discus-sões entre os profissionais de saúde e os interessados, com uma participação de mais de 700 usuários nos dois últimos anos.>Gestão dos recursos humanos: Na perspectiva de descentralização das ações de média e baixa complexi-dade para secretarias municipais de saúde, respeitando

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as peculiaridades locais e propiciando a racionalização dos recursos. A partir de uma parceria com a ESP-CE e a ANVISA foi possível realizar vários cursos, como a espe-cialização em Vigilância Sanitária com 108 concludentes, os cursos básicos de VISA com mais de 500 profissionais capacitados e o de controle de Infecção Hospitalar, que formou mais de 350 profissionais.

Entre os programas realizados pela VISA, desta-cam-se:>Programa de Vigilância e Controle de Infecções Hospitalares. O objetivo principal é minimizar a incidên-cia e a gravidade das infecções hospitalares. A ANVISA redimensionou o processo de Controle de Infecção na Assistência à Saúde, não se limitou apenas a área hos-pitalar, mas atuou em todos os serviços que oferecem atenção à saúde, como Postos de Saúde, Serviços de Odontologia, Hemodiálise e outros. Em 2006, o programa concentrou suas atividades na melhoria e controle da atuação das Comissões de Infecção Hospitalares em 184 unidades de saúde do Estado , e constatou que estão constituídas em cerca de 90% das unidades, metade delas efetivamente atuantes. >Programa de Regulação, Avaliação e Vigilância dos Riscos Sanitários dos Serviços de Terapia Renal Substitutiva. O estado do Ceará conta, atualmente, com 20 Serviços de Terapia Renal Substitutiva, dos quais oito se localizam no Interior e 12 na Capital. Os serviços foram inspecionados, sistematicamente, entre os anos de 2003 e 2006, sob à luz da RDC Nº 154/2004- ANVISA, que estabelece o Regulamento Técnico para o funcionamento dos serviços de diálise do País.>Programa de Regulação, Avaliação e Vigilância dos Riscos Sanitários dos Serviços que utilizam Radiações Ionizantes. O estado do Ceará conta com um universo de 232 serviços desta natureza, dos quais 82 são de radiodiag-nóstico com contraste injetável (Tomografia, Hemodinâmica, Radiologia Intervencionista e Mamografia), 132 de radio-diagnóstico médico, 10 de radiodiagnóstico médico odontológico extra-oral, seis de medicina nuclear e dois de radioterapia. Os serviços são inspecio-nados sistematicamente para a segurança dos pa-cientes, trabalhadores e do meio ambiente. >Programa de Regula-ção, Avaliação e Vigi-

lância dos Riscos Sanitários das Unidades Prisionais do Estado do Ceará — Presídios, Cadeias Públicas e Unidades de Semi-liberdade. O trabalho de fiscalização sanitária nos sete presídios existentes no Estado cobriu os principais elementos constituintes do sistema prisio-nal — gestão de pessoal, infra-estrutura, alimentação e nutrição, diagnóstico e controle das doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose e hanseníase. Os aspectos concernentes à questão da humanização nos presídios também foram avaliados.>Desenvolvimento do Programa de Regulação, Avaliação e Vigilância dos Riscos Sanitários dos Estabelecimentos Hospitalares. Possibilitou o desen-volvimento de ações sistemáticas de inspeção sanitária em 100% destes serviços, com o objetivo de identificar “não conformidades” que comprometessem na segurança dos processos de trabalho ofertados. Ressalta-se ainda, que durante o ano de 2005, nas inspeções sanitárias realizadas nos Hospitais localizados no interior, foi rea-lizado um momento de sensibilização sobre Ações de Toxicovigilância, quando foram sensibilizados cerca de 250 profissionais. >Desenvolvimento do Programa de Avaliação da Gestão e dos Serviços de VISA. Teve como principal objetivo realizar supervisão das ações executadas pelo nível municipal, que favoreceu o cumprimento das ações programadas e pactuadas (PPI) em 130 (71%) dos muni-cípios do Estado.>Serviço de Regulação, Avaliação e Vigilância dos Riscos Sanitários de Produtos. Foram priorizadas as empresas fabricantes de soluções parenterais de gran-de e pequeno volume (injetáveis) para monitoramento e controle quadrimestral, as demais permaneceram com freqüência anual. O serviço pretende garantir o preconizado nas Boas Práticas de Fabricação (BPF). O gráfico acima demonstra claramente a melhoria da qua-lidade de fabricação dos produtos, que segue parâme-

tros como: Procedimento Operacional Padrão (POP), Qualificação de Fornece-dores (QF), Equipamentos do Controle de Qualidade (CQ), Sistema e Instalação de Água (SA), Programa de Garantia de Qualidade (PGQ), Plano Mestre de Validação (PMV) e Certifi-cação de Boas Práticas de Fabricação (CBPF).

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Outro importante desafio trabalhado nesses últimos anos foi a ação intersetorial para a saúde, o ambiente e o trabalho. O destaque foi o projeto Construindo Rede e Tecendo Nós. Iniciado em 2003, o projeto visa promover a melhoria das condições de vida da população, por meio de ações intersetoriais para o enfrentamento dos problemas complexos existentes nos municípios. Nessa perspectiva foi realizado em 2004 o Seminário Promoção da Saúde: a Construção de Políticas Públicas com Sustentabilidade Ambiental.

A idéia de “rede” foi oportunamente incorporada à estruturação do projeto O Desafio da Ação Intersetorial para a Saúde, o Ambiente e o Trabalho no Ceará: Cons-truindo Rede e Tecendo Nós, sem contudo se sobrepor a organização do sistema. A lógica de rede remete às possibilidades de articulações mais ampliadas com instituições públicas de diversos setores, além do se-tor saúde. Possibilita ainda a aproximação de outros segmentos governamentais e não governamentais, da sociedade civil organizada e do Ministério Público, no enfrentamento de problemas prioritários.

De acordo com a lógica da intersetorialidade, fo-ram criadas as Comissões Interinstitucionais de Saú-de, Ambiente e Trabalho (CISAT). Funcionaram como estratégia de trabalho para o enfrentamento de pro-blemas complexos que necessitam de intervenções intersetoriais para proteção da saúde, do ambiente, de convivência e produção de bens e serviços. A idéia concebida no projeto é que as comissões constituam um espaço de discussão dos problemas na área da saúde, ambiente e trabalho identificados no âmbito lo-cal, para a disposição dos municípios na elaboração de projetos de intervenção. De 2003 a 2006, foram estruturadas 12 CISATs correspondentes a 57% das

CERES e que abrangem 110 municípios cearenses (60%). Verifica-se, na composição das comissões, a participação intersetorial com profissionais da Saúde (100%); Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infra-es-trutura (83%); Educação e Trabalho (67%); Agricultura, Trabalho e Setor Produtivo (42%); Controle Público e Social (33%).

O Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano visa promover a organização do Sistema de Saúde do Ceará, das ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano, e assim garantir o acesso da população à água compatível com os padrões de potabilidade preconizados na Portaria 518/2004. O Modelo de Gestão de coordenação destas ações respeita o princípio da descentralização e da responsabilidade do gestor municipal sobre a saúde da população local. Reconhece ainda a organização microrregional do sistema, que considera a função das Células Regionais de Saúde de coordenar e apoiar os municípios no desenvolvimento e na execução das ações de saúde pública.

Inspeção em indústrias fabricantes de medicamentos no Ceará. Cinco indústrias de soluções parenterais de grande e pequeno volume.

100%

CQ

80%

100%

PGQ

80%

POP

100%

60%

QF

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60%

S A

80%

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100%

PMV

60%

100%

CBPF

60%

2003 2006FONTE: VISA — CEARÁ

Vigilância EpidemiológicaA Vigilância Epidemiológica (VE) organizou o tra-

balho por atividades relacionadas a grupos de doenças que apresentam características semelhantes, como a forma de transmissão, a evolução aguda ou crônica, entre outras. O Sistema de VE tem como principais com-petências, na esfera estadual, estabelecer e coordenar as seguintes atividades:>Registro dos casos e óbitos referentes a doenças e agravos passíveis de notificação;>Investigação epidemiológica de rotina destes casos;

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Jijoca de Jericoacoara

CruzCamocimItarema

Barroquinha

Bela Cruz

Granja MarcoMartinópole

Itapipoca

Senador Sá

TrairiMorrinhosUruoca

Santana do Acaraú

Paraipaba

Viçosa do Ceará

MassapêMoraújo

Paracuru

Miraíma Tururu

Tianguá

São Gonçalodo Amarante

Coreaú Meruoca

Caucaia

Uruburetama

Sobral Umirim

São Luísdo Curu

IrauçubaItapajéFrecheirinha

Pentecoste

Fortaleza

Forquilha

Tejuçuoca

Ubajara MaracanaúGroaíras Eusébio

Cariré

Mucambo MaranguapeIbiapinaPacatuba

Itaitinga

Santa Quitéria

Pacujá

Graça General Sampaío

São Benedito

CascavelGuaiúba PindoretamaReriutaba

Varjota HorizonteParamoti

CaridadeCarnaubal

Canindé

Palmacia

BeberibeGuaraciabado Norte

PacajusPacoti

GuaramirangaRedençãoPires Ferreira

Ipú MulunguChorozinho

BaturitéHidrolândiaCroatá

Capistrano OcaraFortim

Ipueiras

Catunda

ItatiraItapiúna

Morada Nova

Nova Russas

Tamboril

Palhano

RussasIbaretama

Poranga IcapuíChoróItaiçaba

Quixadá

Boa Viagem

Madalena JaguaruanaMonsenhorTabosa

Ipaporanga

Quixeramobim

Ibicuitinga

Crateús Limoeiro do Norte

Quixeré

Independência

Tabuleirodo Norte

São João

do Jaguaribe

JaguaretamaPedra Branca

Senador Pompeu

Tauá

Novo Oriente

SolonópoleJaguaribaraMilhã

MombaçaPiquet Carneiro

Iracema

Potiretama

Quiterianópolis

JaguaribeDep. IrapuanPinheiro

Pereiro

Ererê

ParambuQuixelô

Orós

Catarina

IcóIguatu

Saboeiro

Jucás

AiuabaCedro

Cariús Umari

Várzea Alegre

Lavras da Mangabeira

Tarrafas

Ipaumirim

Campos Sales

Farias Brito

GranjeiroCaririaçu

PotengiBarro

Salitre Crato

NovaOlinda

Santana do Cariri

Milagres

Juazeirodo Norte

MissãoVelha

MauritiBrejo Santo

PorteirasJardim

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Penaforte

Chaval

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Alcantaras

Altaneira

Alto Santo

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Representatividade intersetorial nas CISATs implantadas no Ceará e a localização regional

FONTE: NUEPI

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>Busca ativa de casos;>Orientação sobre as medidas de controle perti-nentes em situação de rotina;>Prover respostas rápidas às emergências epi-demiológicas em caso de surtos e epidemias ou ocorrência de agravos inusitados.

Além destas atividades básicas, a VE realiza mo-nitoramento das situações de risco para orientação da tomada de decisão, executa investigações epidemio-lógicas especiais, vigilância sentinela de agravos de interesse do Estado e mantém plantão epidemiológico para atender às emergências nesta área. Para execução dessas ações, a VE utiliza sistemas de informações específicos, boletins epidemiológicos, notas técnicas e alertas aos profissionais e à população. O trabalho da VE é realizado de forma integrada, tanto com outros setores da SESA, como de outras secretarias.

Cumprindo o papel de retroalimentar o sistema de saúde, uma das principais atividades realizadas na vigilância epidemiológica se refere à produção de infor-mações a partir dos dados coletados pela notificação de doenças, surtos e óbitos, busca ativa de casos, vigilância sentinela de algumas doenças, núcleos hospitalares de epidemiologia e outras fontes de dados. Alguns agravos, pela magnitude e importância epidemiológica como a dengue, tem os informes atualizados e disponibilizados semanalmente. Todos os informes, boletins, notas téc-nicas e alertas epidemiológicos têm ampla divulgação, principalmente, na página da Sesa na internet (www.saude.ce.gov.br).

Plantão epidemiológicoO plantão epidemiológico, que funciona também

nos finais de semana e feriados, atende as demandas por ações relacionadas às doenças de notificação imediata e emergências epidemiológicas com risco de disseminação. Nos plantões são realizados a busca ativa de doenças de interesse em saúde pública nos principais hospitais, in-vestigação de doenças de notificação imediata, bloqueios ou quimioprofilaxia para doença meningocócica. Oferece ainda informações aos profissionais das CERES e dos municípios sobre doenças de notificação compulsória, surtos, epidemias, além de orientar sobre a investigação de óbitos de causa desconhecida. O plantão se configura como importante estratégia para detecção precoce de doenças graves e com potencial epidêmico. Contribui também para o desencadeamento das ações de controle de doenças em momento oportuno.

Programação Pactuada e Integrada de Vigilância em Saúde — PPI/VS

Desde o ano de 1999, com a certificação do Estado para as ações de epidemiologia e controle de doenças, a Vigilância Epidemiológica coordena a Pro-gramação Pactuada Integrada de Vigilância em Saúde (PPI-VS). A programação contempla a pactuação e acompanhamento de indicadores de notificação, inves-tigação, diagnóstico laboratorial, vigilância ambiental, vigilância sanitária, vigilância e controle de vetores e doenças, imunizações, monitorização de agravos re-levantes, divulgação de informações epidemiológicas, estudos e pesquisas em epidemiologia e sistemas de informação. Também é de responsabilidade da Vigilân-cia Epidemiológica a avaliação dos critérios exigidos para a certificação dos municípios.

Outra atividade de destaque é a realização do Curso Básico de Vigilância Epidemiológica que capa-cita profissionais de nível superior, que trabalham nos municípios sobre os fundamentos do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica. Visa a implementação qualitativa das ações de VE.

Foram capacitados 113 técnicos das diversas esferas, com prioridade para as áreas de carência já conhecidas, municípios com população acima de 40 mil habitantes, sede de microrregião, Capital e Região Metropolitana, profissionais e técnicos de diversas áreas de atuação.

Núcleo Hospitalar de Epidemiologia

Uma importante estratégia foi a implantação, em 2005, de oito Núcleos Hospitalares de Epidemiologia (NHE) em unidades de saúde, selecionadas segundo critérios publicados em portaria: Hospital Geral de Fortaleza, Hospital Geral Dr.César Cals, Santa Casa de Misericórdia de Sobral, Hospital Maternidade São Vicente de Paulo de Barbalha, Hospital Universitário Walter Cantídio, Hospital Infantil Albert Sabin, Ins-tituto Dr. José Frota e Hospital São José. Alguns já funcionavam, há vários anos, tendo as atividades implementadas com aporte de recursos oriundos do Ministério da Saúde.

Como resultado imediato dessa implementação, houve a melhoria da qualidade das informações pro-cedentes destas unidades, bem como o aumento das notificações.

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Recursos investidos na rede LACEN.Ceará, 2003 a 2006

Ano Obras Custos (R$)2003 Reforma e ampliação do LACEN 223.228,04

2004 Reforma do Laboratório de Biotecnologia 2 e 3 1.100.000,00Mobiliário e equipamentos dos labs. 2 e 3 1.081.861,60

2005 Reforma com ampliação do LACEN-Juazeiro 428.493,78Mobiliário e equipamentos 450.000,00

2006Reforma LACEN-Crato 149.000,00Mobiliário e equipamentos 300.000,00

FONTE: SESA — LACEN

Registro de Câncer de Base Populacional — RCBP

O RCBP visa estimar os casos novos de câncer, assim como as distribuições e tendências tempo-rais nas populações. Dados sobre incidência são fundamentais para definir o papel de fatores etiológicos e estabelecer prioridades na preven-ção, planejamento e gerenciamento dos serviços de saúde.

Informações oriundas dos RCBPs permitem o direcionamento efetivo — em determinada localidade ou população específica — dos programas de preven-ção primária de câncer, que têm como objetivos evitar ou eliminar comportamentos nocivos. Por exemplo, tabagismo. E reduzir fatores de risco ambientais como a exposição ocupacional a carcinógenos conhecidos.

O Registro de Câncer, sediado na Secretaria Estadual desde janeiro de 2005, cobre 62 fontes — la-boratórios, unidades secundárias, hospitais do câncer, privados e particulares, gerais, que coletam dados dos pacientes, através da ficha padronizada, nacionalmente, pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). A coleta é ativa e realizada por uma equipe formada por um coordena-dor, um supervisor e três registradores — todos com formação específica e certificados pelo INCA.

O principal resultado da implantação RCBP na SESA foi a finalização, em 2006, do relatório referente aos anos de 1990 a 1999, começando assim, a recuperação dos registros. A coleta referente ao triênio 2000-2002 encontra-se bastante adiantada, o que permi-tirá o lançamento do novo relatório no primeiro semestre de 2007.

Laboratório Central de Saúde Pública

A contribuição do Laboratório Central (LACEN) para o fortalecimento da qualidade das ações de saúde, pode ser mensurada pelos resultados positivos alcançados, que impactaram nos focos estratégicos propostos pela gestão. O LACEN funciona em rede, com cinco unidades no interior do Estado: Juazeiro do Norte, Crato, Senador Pompeu, Tauá e Icó — os três últimos são laboratórios regionais.

Entre os resultados alcançados,

destacam-se:>Apoio ao fortalecimento da atenção à saúde por meio dos LACENs e das Regionais, com o aten-dimento de 100% dos exames referenciados e a oferta de exames com maior variedade, quantidade e qualidade.>Implementação do Programa de Gestão da Qua-lidade no LACEN-Fortaleza e implantação nos LA-CENs regionais, com a elaboração de protocolos e manuais.>Realização de pesquisas em microbiologia, viro-logia molecular e epidemiologia, que melhorou a capacidade de detectar e acompanhar a ocorrência de doenças de interesse da saúde pública.>Ampliação da capacidade instalada para diagnós-tico de agentes patogênicos de classe III, após a construção do laboratório de NB – 03.>Incorporação do laboratório de entomologia da FU-NASA pelo LACEN-Crato e do laboratório de endemias da FUNASA pelo LACEN-Fortaleza, que melhorou a qualidade dos exames ofertados à população.

Fachada do LACEN em Fortaleza

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270

Demanda Mensal

jun jul ago set out nov dez2005 2006

jan fev mar abr mai jun jul ago set out

Óbitos, demanda mensal no Ceará

O LACEN tem reconhecimento nacional sendo incluído entre cinco laboratórios (en-tre os 27 de outros Estados) para participar da formulação de políticas de laboratório, pelo Ministério da Saúde.

Serviço de Verificação de Óbito

A implantação do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) passou a ser compromisso de gestão de vários governos estaduais. Desde 2000, efetivamente, começou a se tornar realidade com a iniciação do projeto básico arquitetônico e de engenharia para a cons-trução do prédio.

Em abril de 2003, o Secretário Estadual da Saúde constituiu o grupo técnico para acompanhar o projeto arquitetônico e de engenharia, visando à implantação do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).

Com fim específico de atender imposição legal, e do-tar o serviço estadual de saúde de mecanismo de atenção médica, o SVO tem a função de realizar necropsias em cadáveres, de óbitos que ocorreram em decorrência de causa natural ou desconhecida — não violenta. O intuito é identificar e diagnosticar a causa real do falecimento para a emissão de laudo, e proceder outros cuidados pertinentes à vigilância sanitária e epidemiológica.

Com base na identificação da causa de morte, o SVO emite o Atestado de Óbito, documento que serve para certificar a causa de morte do falecido, para cumprir os efeitos legais.

O SVO iniciou suas atividades em junho de 2005. Até outubro 2006, já foram realizados 3.144 procedimentos--diagnósticos, sendo 717 em 2005 e 2.427 em 2006. As causas de mortes mais freqüentemente identificadas foram: miocardiopatia, neoplasias malignas, infarto agudo do miocárdio, broncopneumonia e acidentes vasculares cerebrais. O percentual de óbitos por causas indetermina-das com necropsia é inferior a 2%. A implantação do SVO contribuiu para a significativa redução do percentual de causas mal definidas no Estado.

O atendimento no SVO funciona assim: o familiar é acolhido pelo médico patologista e assistente social para entrevista, com o objetivo de ter a história clínica e informações que antecederam ao óbito. Após acolhimento familiar, é realizado exame no corpo para identificação da causa de morte. Concluído o exame, é emitida a declaração de óbito que comprova o diagnóstico.

FONTE: SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITOS

Fachada do SVO em Messejana

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Reestruturação do Conselho Estadual de Saúde

Conselho Estadual de Saúde (CE-SAU) se constitui num órgão co-legiado de caráter permanente e deliberativo, integrante da estrutura

organizacional da SESA. Tem jurisdição em todo o Estado do Ceará e participa na formulação de estratégias e no controle da execução da polí-tica estadual de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros.

O CESAU tem a missão de promover a participação social nos processos de formulação e implementação das políticas de saúde para efetivar o controle social da gestão do setor saúde pela população, através dos Conselhos de Saúde. O Conselho é composto por 66 Conselheiros, sendo 33 titulares e 33 suplentes e uma secretaria executiva.

Outras atividades de desenvolvimento do controle social realizadas pelo CESAU, que funciona na sede da

Controle social e institucional do SUS

OAgenda de atividades do CESAU. Ceará, 2003 a 2006

Atividades 2003 2004 2005 2006Reuniões ordinárias 12 12 11 9Reuniões ex-traordinárias 3 10 3 4

Resoluções 22 37 24 17

Aprovações* 2 7 19 10* ATÉ NOVEMBRO DE 2006. FONTE: CESAU

O CESAU promove a participação socialnas políticas de saúde

Serviço de Ouvidoria da SESA

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Principais eventos organizados pelo Conselho Estadual de Saúde. Ceará, 2003 a 2006

Ano Eventos

2003 >I Conferência Estadual de Medicamentos e Assistência Farmacêutica>IV Conferência Estadual de Saúde

2004>Oficina de Planejamento do CESAU>II Conferência Estadual de Saúde Bucal>I Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde

2005

>Reinstalação da Mesa Estadual de Negociação do SUS-CE>Planejamento das Ações Estratégicas da Mesa Estadual de Negociação do SUS-CE (4 e 5 de abril de 2005)>III Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador (6 a 8 de outubro de 2005)

2006

>III Conferência Estadual de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde>Oficina Regional de Educação Permanente para o Controle Social da Região Nordeste II (CE, MA, PI, RN e PE)>Plenária Estadual de Devolução Resoluções da III Conferência de Saúde do Trabalhador>Oficina sobre o Pacto de Gestão em Saúde para Conselheiros (21 de agosto de 2006)>V Plenária dos Conselhos de Saúde do Estado do Ceará (4 e 5 de dezembro de 2006)

FONTE: SESA

Compreendendo a importância desse fórum de discussões, a SESA investiu na modernização da infra--estrutura física do CESAU, que possibilitou:>Implantação do sistema de sonorização e audiovisual para gravação, com som e imagem, das reuniões;

..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................

>Adequação do equipamento de teleconferência na sala de reunião do Conselho;> Readequação e modernização das instalações e equipamentos da infra-estrutura física e tecnológi-

Secretaria da Saúde do Estado, no período 2003-2006 incluem a realização de conferências, seminários, ofici-nas e assessoramento técnico da secretaria executiva (ver quadro).

ca do Plenário do CESAU e da Secretaria Executiva, com aquisição de equipamentos de informática (7 computadores, 1 data show, 1 notebook e 3 impressoras);>Aquisição de microfones, amplificadores, mesa de som com 12 canais, caixas de som acústico,

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Percentual de demandas da rede de unidades. Ceará, 1o semestres de 2003 a 2006

1821 23

20

5249

37 35

26 26

3540

4 4 5 40

30

60

200420052006

2003

Elogios Reclamações Solicitações Sugestões

FONTE: SESA — OUVIDORIA

aparelho leitor e gravador de CD e DVD, vídeo cas-sete e leitores de DVD para computador;>Aquisição de uma mini-central de ar condicionado para o Plenário do CESAU;>Aquisição de móveis (mesas e cadeiras) para nova estrutura física da Secretaria Executiva.

Ouvidoria em saúdeImplantada em 1991, a Ouvidoria foi descentra-

lizada para as Células Regionais de Saúde no ano de 2003. Atualmente, existem três CERES com ouvidorias.O serviço tem trabalhado diretamente no controle social e na promoção da eficiência da gestão e dos serviços de saúde. Ouve queixas e sugestões da população, e faz o encaminhamento necessário. Principalmente, levando

aos dirigentes, de forma organizada, o conhecimento das reclamações dos usuários de saúde.

Atende uma média de 35 mil pessoas/ano através dos programas: Alô Saúde, Rede de ouvidores, Net Saú-de e as Caixas de Sugestões, que funciona em todas as unidades. A cada ano aumenta a credibilidade do Serviço de Ouvidoria junto a comunidade.

Com isso, a Ouvidoria da SESA se consolidou como exemplo de inovação importante. Ficou entre os finalistas do VIII Ciclo de Premiações do Programa de Gestão Pública e Cidadania no ano 2003. O maior percentual de demanda oriunda das unidades da SESA são de reclamações e solici-tações. Houve a inversão de demanda nesses itens com o aumento das solicitações e a diminuição significativa das reclamações.

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Cooperação político-administrativa com os gestores municipais e federal

gestão da SESA desenvolveu, no período 2003 a 2006, intensos es-forços para fortalecer as parcerias com os gestores federal e munici-

pais de saúde a fim de exercer plenamente as responsabilidades de coordenação estadual do SUS.

Em relação aos governos municipais, as parce-rias foram estabelecidas para assegurar à população cearense a execução de ações e serviços de saúde resolutivos. Na grande maioria, as parcerias se estabe-leceram a partir de pactuações firmadas na Comissão Intergestores Bipartite (CIB).

As parcerias do governo estadual com os muni-cípios na área da saúde possibilitaram os seguintes avanços na gestão do SUS:>A desprecarização das condições de trabalho dos profissionais da Atenção Básica, com a realização do concurso estadual de base local;>A expansão da assistência odontológica básica e especializada, que assegurou o co-financia-mento do custeio dos serviços;>A ampliação da oferta de serviços hospitala-res em municípios de pequeno porte e o apoio ao sistema de referência microrregional, que proporcionou o co-financiamento dos serviços;>O aumento do acesso da população a medica-mentos básicos, com a aquisição dos medica-mentos de forma centralizada;>A melhoria das condições de biossegurança das unidades básicas de saúde, com co-finan-ciamento para aquisição de equipamentos e melhoria da infra-estrutura física.

Desde o início da gestão, a SESA contou com o apoio da direção e técnicos do Ministério da Saúde (MS), enfrentando inúmeros desafios, como a amplia-ção do número de leitos de UTI no Estado, a melhoria e expansão física do Hospital Geral de Fortaleza (HGF),

A

Desenvolvimentoinstitucional

a adesão dos municípios com até 30 mil habitantes à política nacional de hospitais de pequeno porte, e o desenvolvimento de recursos humanos, entre outros.

As articulações promovidas pela direção da SESA entre os gestores estaduais e a direção do MS, proporcionou, em 2005, a indicação do Secretário de Saúde do Estado do Ceará para o cargo de Presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS).

Desprecarização do trabalho em saúde

A Política Nacional de Desprecarização do Tra-balho em Saúde estimulou a realização de concursos públicos nas esferas municipal, estadual e federal. O processo de planejamento, organização e realização do I Concurso Público Unificado de Base Local no Es-tado do Programa Saúde da Família levou o Governo do Estado, através da SESA, a firmar importantes parcerias que contribuíram para melhorar os resul-tados da saúde.

Com a Associação dos Prefeitos do Ceará (APRECE) e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSE-MS) foram firmados laços de cooperação fundamentais que possibilitaram a adesão de 118 Gestores Municipais ao referido concurso. A participação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e da Procuradoria Regional do Tra-balho (PRT - 7ª Região) forneceram todas as orientações e esclarecimentos sobre a necessidade de desprecarizar o trabalho em saúde, sob a óptica do gerenciamento de recursos públicos e da regulação trabalhista. A PRT acompanhou, continuamente, o processo de convocação, nomeação e posse dos concursados e o Cadastro de Re-servas — que permite o remanejamento e aproveitamento do maior número possível de candidatos aprovados.

Desempenho das Funções Essenciais de Saúde Pública

A fim de identificar as fortalezas e as fragilida-des da gestão estadual do SUS e redirecionar ações futuras, a SESA realizou uma oficina para avaliar o desempenho das Funções Essenciais de Saúde Públi-

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ca (FESP) no Ceará. As FESPs são entendidas como atribuições indispensáveis para os órgãos gestores da saúde com a finalidade de melhorar o desempenho das práticas de saúde, por meio do fortalecimento das capacidades institucionais.

A oficina foi realizada, no município de Beberibe, sob coordenação do Conselho Nacional de Secretá-rios Estaduais de Saúde (CONASS) e com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do Ministério da Saúde.

A medição das FESPs nos estados faz parte do projeto de cooperação do CONASS SUS-Gestão Estadual. A aplicação da medição nas Secretarias Estaduais de Saúde foi precedida de um criterioso processo de revisão conceitual e adaptação das definições, de instrumento e de metodologia para medição das FESPs.

A consolidação e a institucionalização do SUS no Brasil exi-ge a incorporação de uma nova cultura e prática de avaliação de capacidade, processo e resultado. Sobretu-do, em decorrência da descentralização da saúde, da crescente utilização de recursos financeiros e a neces-sidade de melhoria da qualidade dos serviços prestados à popula-ção. Não basta criar apenas novos serviços e desenvolver projetos. É preciso avaliar os resultados do que é oferecido à população.

A medição do desempenho das FESPs é um processo de auto-avaliação realizado pela gestão estadual. A metodologia desenvolvida enfatiza a avaliação das funções estruturantes — ao invés de incluir as funções específicas ou as esferas de ação da saúde pública.

As 11 FESPs avaliadas pela SESA foram:>FESP1: Monitoramento, análise e avaliação da si-tuação de saúde do Estado;>FESP2: Vigilância, investigação, controle de riscos e danos à saúde;>FESP3: Promoção da saúde;>FESP4: Participação social em saúde;>FESP5: Desenvolvimento de políticas e capacidade

institucional de planejamento e gestão pública da saúde;>FESP 6: Capacidade de regulamentação, fiscaliza-ção, controle e auditoria em saúde;>FESP7: Promoção e garantia do acesso universal e eqüitativo aos serviços de saúde;>FESP8: Administração, desenvolvimento e formação de Recursos Humanos em saúde;>FESP9: Promoção e garantia da qualidade dos ser-viços de saúde;>FESP10: Pesquisa e incorporação tecnológica em saúde;>FESP11: Organização e coordenação do sistema estadual de atenção à saúde.

O Ceará foi o quarto Estado brasileiro a realizar essa auto-avaliação. Ao todo, foram 58 participan-

tes, incluindo o corpo gerencial da Secretaria da Saúde e convidados de outras instituições definidos pelo Secretá-rio, em conjunto com a Coordenação Estadual após a oficina prepa-ratória:>SESA: Assessorias, Ouvidoria, Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Saúde, Co-ordenadorias, Núcleos/Supervisores e Escola de Saúde Pública;>Participantes Ex-

ternos: Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (COSEMS-CE), Con-selho Estadual de Saúde (CESAU), representantes de pequenos, médios e grandes municípios.

Resultados da avaliação das FESPs

A auto-avaliação das 11 Funções Essenciais obte-ve uma média de 0,6. O valor máximo de referência é de 1,0. O número refere-se à média obtida pelo Estado no conjunto dos 47 indicadores utilizados no instru-mento. Das 11 FESPs, quatro foram auto-avaliadas com nota acima da média.

A Saúde no Ceará | 65

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Desta forma, pode-se afirmar que o processo de auto--avaliação das funções essenciais na gestão estadual:>Possibilitou a auto-avaliação do conjunto das fun-ções essenciais;>Revelou um processo positivo e uma equipe coesa, motivada, crítica, responsável e comprometida com a missão e com os objetivos do SUS e da SESA;>Permitiu uma visão sistêmica das grandes áreas es-tratégicas da gestão estadual do Sistema Único e da Secretaria Estadual e ao conjunto dos participantes da instituição e aos convidados externos;>Possibilitou a reflexão mais profunda para o grupo de condução da Secretaria sobre as funções e as práticas de saúde;>Favoreceu o fortalecimento do espírito de solidarie-dade do grupo de dirigentes e técnicos da Secretaria;>Fortaleceu no grupo a visão de totalidade do con-junto de funções da gestão e da necessidade do bom desempenho global, que não basta apenas cuidar bem de um setor ou programa;>Revelou a importância de registrar, publicar e nor-malizar os processos e fluxos, além de divulgar e dar visibilidade ao conjunto da legislação e dos atos

FONTE: RELATÓRIO FINAL DA MEDIÇÃO DAS FUNÇõES ESSENCIAIS DE SAÚDE PÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ. CONASS/ SESA

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

FESP8

FESP3

FESP6

FESP7

FESP2

FESP9

FESP1

FESP4

FESP10

FESP5

FESP11

0,59

0,50

0,45

0,70

0,85

0,49

0,50

0,34

0,51

0,80

0,91

Funções Essenciais em Saúde Pública. Resultados da medição. Ceará, 2005

normativos;>Evidenciou as “prioridades silenciosas”, que não aparecem para o público e para a mídia, mas que po-dem ser determinantes para a execução das demais e para o exercício da gestão estadual.

Além disso, permitirá à Gestão Estadual:>Desenvolver um processo de aprofundamento da análise em relação aos indicadores fragilizados e, consequentemente, identificar com maior precisão os problemas, os condicionantes e as medidas para superação;>Traçar planos e agendas de fortalecimento e definir as prioridades para o estabelecimento de projetos de cooperação com o Ministério da Saúde, a OPAS e outros organismos nacionais e internacionais;>Consolidar os processos internos de desenvol-vimento e fortalecimento da equipe em torno das prioridades da política de saúde da gestão estadual;>Estabelecer estratégias de fortalecimento da rela-ção com os órgãos colegiados e do controle social do Sistema Único — Conselho e Comissão Bipartite — e com os demais atores intra e extra setoriais;>Promover medidas mais efetivas de fortalecimento

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da participação popular na promoção da saúde e no controle e melhoria do acesso e da qualidade dos serviços de saúde.

Com isso, a medição das FESPs no Ceará permitiu o melhoramento das práticas de saúde, estabeleceupadrões de bom funcionamento e pontos de referência para o me-lhoramento contínuo, além de conferir mais transparência ao processo de trabalho.

Estruturação das Células Regionais de Saúde (CERES)

A regionalização da saúde no Ceará teve início com o desenho do sistema de referência e contra-referência estadual, em 1997. Baseou-se na malha viária, no fluxo das referências para internação, na contigüidade terri-torial, na identidade cultural e na capacidade máxima instalada dos serviços de saúde de cada município.

A regionalização da saúde no Ceará tem as seguin-tes diretrizes organizacionais:>Organização da atenção primária em cada muni-cípio, que tem como estratégias o Programa Saúde da Família e Hospitais de Pequeno Porte (HPP);>Organização da atenção secundária pactuada entre o Estado e o conjunto de municípios que integram a microrregião;>Organização da atenção terciária, constituída por serviços ambulatoriais e hospitalares de alto custo e alta complexidade, ofertados nas macrorregiões de saúde;>Pactuação microrregional obtida através da

Comissão Intergestores Bipartite Microrregional composta por secretários municipais de saúde e representantes da SESA; >Controle Público, exercido pelo Controle Social (conselhos de saúde, fóruns microrregionais de saúde, conferências) e pelo Controle Institucional (Ministério Público, órgãos de auditoria, Controla-doria e Legislativo);>Organização das vigilâncias Epidemiológica, Sanitária e Ambiental, sistemas de informação em saúde, assistência farmacêutica e sistema de controle e avaliação;>Mobilização Social, envolvendo a população, lideranças locais e profissionais de saúde na cons-trução participativa desse processo.>Consolidação de um Sistema Integrado de Saúde, através de uma rede de ações e serviços de saúde cooperativa, solidária e resolutiva.>Definição de responsabilidades, com o Estado e os municípios, firmando termo de compromisso, com as respectivas responsabilidades de gestão.

Os principais desafios da regionalização da saúde no Ceará são: implementar o controle público e a gestão participativa, assegurar a continuidade do processo de estruturação dos Sistemas Microrregionais de Saúde, implementar as ferramentas de gestão microrregional; trabalhar a intersetorialidade, avançar na humanização da atenção e da gestão, fortalecer os pólos-microrregio-nais. Tudo para promover a qualidade da atenção à saú-de da população.

Fachada da Célula Regional de Saúde, em Sobral

A Saúde no Ceará | 67

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Jijoca de Jericoacoara

CruzCamocimItarema

Barroquinha

Bela Cruz

Granja MarcoMartinópole

Itapipoca

Senador Sá

TrairiMorrinhosUruoca

Santana do Acaraú

Paraipaba

Viçosa do Ceará

MassapêMoraújo

Paracuru

Miraíma Tururu

Tianguá

São Gonçalodo Amarante

Coreaú Meruoca

Caucaia

Uruburetama

Sobral Umirim

São Luísdo Curu

IrauçubaItapajéFrecheirinha

Pentecoste

Fortaleza

Forquilha

Tejuçuoca

Ubajara MaracanaúGroaíras Eusébio

Cariré

Mucambo MaranguapeIbiapinaPacatuba

Itaitinga

Santa Quitéria

Pacujá

Graça General Sampaío

São Benedito

CascavelGuaiúba PindoretamaReriutaba

Varjota HorizonteParamoti

CaridadeCarnaubal

Canindé

Palmacia

BeberibeGuaraciabado Norte

PacajusPacoti

GuaramirangaRedençãoPires Ferreira

Ipú MulunguChorozinho

BaturitéHidrolândiaCroatá

Capistrano OcaraFortim

Ipueiras

Catunda

ItatiraItapiúna

Morada Nova

Nova Russas

Tamboril

Palhano

RussasIbaretama

Poranga IcapuíChoróItaiçaba

Quixadá

Boa Viagem

Madalena JaguaruanaMonsenhorTabosa

Ipaporanga

Quixeramobim

Ibicuitinga

Crateús Limoeiro do Norte

Quixeré

Independência

Tabuleirodo Norte

São João

do Jaguaribe

JaguaretamaPedra Branca

Senador Pompeu

Tauá

Novo Oriente

SolonópoleJaguaribaraMilhã

MombaçaPiquet Carneiro

Iracema

Potiretama

Quiterianópolis

JaguaribeDep. IrapuanPinheiro

Pereiro

Ererê

ParambuQuixelô

Orós

Catarina

IcóIguatu

Saboeiro

Jucás

AiuabaCedro

Cariús Umari

Várzea Alegre

Lavras da Mangabeira

Tarrafas

Ipaumirim

Campos Sales

Farias Brito

GranjeiroCaririaçu

PotengiBarro

Salitre Crato

NovaOlinda

Santana do Cariri

Milagres

Juazeirodo Norte

MissãoVelha

MauritiBrejo Santo

PorteirasJardim

Jati

Penaforte

Chaval

Acarape

Acopiara

Acaraú

Alcantaras

Altaneira

Alto Santo

Amontada

Antonina do Norte

ApuiarésAquiraz

Aracati

Aracoiaba

Ararenda

Araripe

Aratuba

Arneiroz

Assaré

Aurora

Baixio

Abaiara

Banabuiú

Barbalha

Barreira

Áreas das microrregiões de saúde do Estado do Ceará

FONTE: CORES

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Células Regionais de Saúde (CERES)

O Ceará tem 21 Células Regionais de Saúde (CERES), instâncias da SESA nas 22 microrregiões de Saúde do Estado. Ressalta-se que a CERES de Fortaleza responde técnico-administrativamente por duas micror-regiões: Fortaleza e Cascavel. O gerente de cada CERES, denominado Orientador Regional de Saúde, foi nomeado por meio de processo seletivo público.

A missão da CERES é assegurar a implementação da política estadual de saúde nas microrregiões, através da articulação entre as diversas instâncias no sistema. Visa a melhoria da qualidade de vida e de saúde da po-pulação cearense. Com isso, são utilizados os seguintes mecanismos gerenciais para o desenvolvimento das atribuições:

Plano Diretor de Regionalização (PDR). Instrumento que regulamenta o processo de regionalização da assistência e de vigilância em saúde da população no Estado. O instrumento define o perfil assistencial dos municípios e estabelece o Sistema de Referência e Contra-referência;

Plano Diretor de Investimento (PDI). Instrumento que define o perfil de atendimento e as necessidades de investimento das unidades de saúde do SUS, baseado no Plano Diretor de Regionalização;

Plano Operativo Anual (POA). Instrumento que contém as principais estratégias de operacionaliza-ção das ações e serviços no âmbito da microrregional, de responsabilidade da Célula Regional de Saúde;

Programação Pactuada e Integrada (PPI). Expressa as responsabilidades do Estado e dos municípios na atenção à saúde da população, organiza-da de modo regionalizado, hierarquizado e integrado, orientada pelo PDR da saúde do Estado. Os recursos do SUS estadual e municipal devem ser utilizados com base na PPI;

Plano e Relatório de Gestão Microrre-gional. Instrumentos que norteiam e avaliam as ações da Célula Regional de Saúde no âmbito da microrregião, em consonância com o Plano Estratégico da SESA;

Termo de Compromisso dos Hospitais-

-pólo. Contrato de gestão entre a SESA e o hospital de referência da microrregião, com a anuência da Prefeitura do município-sede do hospital. Consta a implantação de especialidades de pediatria, gineco-obstetrícia, traumato-ortopedia, cirurgia geral e clínica médica, com o estabelecimento de metas anuais;

Termo de Compromisso da Assistência Farmacêutica. Os municípios pactuam com o Es-tado a aquisição de medicamentos essenciais, realizada de modo centralizado para otimizar os recursos;

Plano de Educação Permanente Micror-regional. Instrumento que norteia as necessidades de capacitação de recursos humanos na área da saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde, da microrregião;

Políticas, Planos de Qualidade e Hu-manização. Mecanismos utilizados para a melhoria da qualidade e humanização das ações e serviços do Sistema Único de Saúde, no âmbito da microrregião, como: Programa de melhoria da qualidade da atenção primária (PROQUALI), protocolos clínicos, acreditação hospitalar etc;

Centrais de Regulação. Existem 21 centrais de regulação microrregionais e três centrais de regulação macrorregionais, com a finalidade de regular o acesso da referência de usuários encaminhados através de refe-rência e de emitir relatórios, identificando necessidades do sistema estadual de saúde;

Ouvidorias Microrregionais. As CERES de Aracati e Tianguá possuem este mecanismo que funcio-na como elo de comunicação do cidadão com os serviços de saúde. As Ouvidorias recebem reclamações, denún-cias, sugestões e elogios no âmbito da microrregião.

Grandes avanços foram observados no processo de regionalização da saúde no Ceará: reconhecimento da legitimidade das CERES; sentimento de pertencer à microrregião; fortalecimento das parcerias em diversos níveis; melhoria e agilidade na análise e interpretação dos dados; melhoria da infra-estrutura física e de informática; maior desempenho organiza-cional e gerencial das CERES; e maior viabilidade de estabelecimento de acordos e pactos no nível das microrregiões.

A Saúde no Ceará | 69

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Central de Regulação Estadual do SUS

A Central de Regulação Estadual do SUS no Ceará (CRESUS-CE) recebe e direciona, em tempo real, toda a demanda de referências intermunicipais de consultas especializadas e exames, internações hospitalares ele-tivas e de urgência e emergência.

Isso se deve à integração, via rede informatizada, de todos os municípios cearenses, associada ao conhe-cimento da capacidade de oferta de consultas e exames especializados públicos, contratados e conveniados, que integram a rede SUS.

Na operacionalização do fluxo é utilizado um software específico (UNISUS), desenvolvido pelo Ins-tituto Brasileiro de Qualidade & Gestão Pública, com apoio financeiro do Department for Internacional Development, que permite a interligação de todos os componentes operacionais com a SESA. Acomoda a base de dados e provê toda a conectividade.

A utilização da CRESUS, com o processo de im-plantação concluído em 2004, vem aumentando tanto em agendamento ambulatorial como em transferên-cias hospitalares. Em janeiro de 2004, foram 19.723 agendamentos de consultas e, em 2005, aumentou para 49.787 agendamentos. Em 2004, foram 8.178 transferências, passando para 18.316 em 2005.

A humanização é o maior ganho da CRESUS, pois democratiza o acesso, agiliza o atendimento, diminui fi-las nas unidades de saúde e reduz transferências para os grandes centros de assistência. A CRESUS funciona 24 horas, fortalecendo a gestão compartilhada do Estado com os municípios. É um instrumento de subsídio às de-cisões sobre a política municipal e sobre macropolíticas regionais e intersetoriais.

Além disso, a CRESUS acompanha a execução dos atendimentos referenciados e organiza o tratamento da informação na área da assistência em saúde para todos os componentes da rede informatizada.

O Módulo Ambulatorial de Agendamento está im-plantado nas Secretarias Municipais de todo o Ceará. O paciente após atendimento médico procura a unidade de marcação de seu município com a guia de solicitação de procedimento ambulatorial especializado. A solicitação é inserida no Sistema UNISUS e o atendimento é marcado nos horários e profissionais disponíveis com prazo de antecedência de três a 25 dias.

Os principais impactos produzidos pelo CRESUS são: >A garantia ao acesso do paciente nas unidades

de referência, para evitar a peregrinação que ocorria em busca de atendimento, melhorando o fluxo, e a qualidade da atenção, com redução de custos e tempo para facilitar a vida do cidadão;

>A transferência do paciente do interior do Estado é realizada através de regulação médica do hospital de origem para o hospital de destino, que minimiza custo, tempo, e prioriza o bem-estar do paciente. Antes, por falta de organização dos fluxos, o paciente era deslocado de sua cidade de origem para a Capital sem atendimento agendado. Assim, muitas vezes, era transferido de um hospital para outro, sem a certeza de ser atendido;

O aumento crescente do número de agendamentos ambulatoriais e transferências hospitalares ao longo do processo de implantação da CRESUS, é percebido em números conforme quadros abaixo:

Gestão da Tecnologia da Informação

Ao longo desses quatro anos, foi possível obser-var avanços importantes na estrutura de Tecnologia da Informação (TI). Destaca-se a evolução do parque tecnológico da unidade central, unidades de saúde e Células Regionais de Saúde, que quase dobrou o núme-ro de microcomputadores. Além disso, houve aumento significativo das lhas digitais de impressão. No ano de

Nº de agendamentos e consultas de exames, segundo o módulo ambulatorial

Nº de consultas e exames5.68168.758114.667

Ano200320042005

...........................

...................................................................................................

Nº de transferências hospitalares, segundo módulo hospitalar

Nº de transferências3.8285.36315.667

............................

.................................................................................................

Ano200320042005FONTE: CRESUS

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Central de Regulação com funcionamento 24 horas na SESA: controle e gestão de demandas

A Saúde no Ceará | 71

Page 72: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

2003, o recurso investido na ampliação do parque tecnológico foi de pouco mais de R$ 470 mil.

No ano de 2006, esse investimento che-gou a quase R$ 800 mil de outras fontes e mais R$ 954 mil do Tesouro do Estado. Todo esse investimento serviu de ferramenta para subsi-diar o desenvolvimento das ações de saúde.

Um dos principais avanços da gestão foi a implantação de tecnolo-gias baseadas em softwa-re livre, com o objetivo de reduzir custos com licenças de softwares proprietários. Houve uma redução de R$ 1.786.222,57 com o paga-mento de licenças. Além disso, foram criados 14 domínios próprios para as unidades de saúde, descentralizando os acessos e melhorando tanto a segurança como a performance da rede.

Um dos maiores reconhecimentos pelos avanços da área de tecnologia da informação veio com o primeiro lugar no concurso e-GOV, com o aplicativo UNISUS, da

0473.624,20

2003

70.824,67721.844,75

2004

692.309,61525.358,00

2005

954.000,00798.814,04

2006

Tesouro do EstadoOutras Fontes

FONTE:SESA/COAFI/NUINF-SUPORTE TÉCNICO

Investimentos em TI por fonte de recursos. Ceará, 2003 a 2006

Central de Regulação. A premiação reconheceu o incenti-vo e o desenvolvimento eficaz e abrangente da iniciativa de Governo Eletrônico nos diferentes segmentos da administração pública — federal, estadual e municipal.

Foram desenvolvidos e implantados vários siste-mas, merecendo destaque os de ascensão funcional, avaliação das unidades de saúde, tomada de preços da SESA, custos hospitalares e o de gestão de recursos humanos. Encontra-se em fase de execução, um sistema

integrado de gestão hospitalar que deverá abranger todas as unidades da Secretaria.

FONTE:SESA/COAFI/NUINF-SUPORTE TÉCNICO

Evolução do parque tecnológico da SESA, CERES, hospitais e unidadesde saúde. Ceará, 2003 a 2006

1.1611.276

1.438

2.119

835 877 8991.094

2003200420052006

1.1611.2761.4382.119

Microcomputador

8358778991.094

Impressora

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Política de humanização da atenção e gestão em saúde

uitos desafios se colocam na consolidação de um modelo de saúde mais participativo. Um deles é o da humanização da

atenção e da gestão em saúde. O Governo do Estado tem se voltado para um modelo de gestão centrado nos eixos de articulação social, assumindo como diretrizes políticas o “atendimento com qualidade e humanizado”, conforme foi estabelecido no Plano de Saúde e Cidadania Caminhos Para a Vida, a partir de 2003.

Na SESA, a humanização da atenção à saúde é uma ação estratégica inserida nos programas Forta-lecimento da Atenção à Saúde em Todos os Níveis e Saúde Mais Perto de Você. A implementação da Política

M

Humanização daatenção à saúde e qualidade do atendimento

Estadual de Humanização (PEH) da atenção e da gestão em Saúde no SUS-CE ganhou respaldo institucional a partir de 2003, com a criação dos Comitês Estaduais e Municipais e dos Grupos de Trabalho de Humanização nas Unidades de Saúde. A coordenação e a estruturação dos trabalhos ficaram sob a responsabilidade da SESA, que criou o Núcleo de Humanização para desenvolver essa missão institucional.

A proposta de consolidação de uma política de humanização para a atenção e a gestão em saúde do Estado do Ceará — objetivo geral da PEH — foi constru-ído por meio de dois seminários com a participação de profissionais da saúde e gestores do Estado, e de quatro oficinas. Envolveram parceiros de universidades e outras instituições, e também do Comitê Estadual de Huma-nização, que definiu os objetivos, princípios, diretrizes, marcas e ações estratégicas.

Para o triênio 2004-2006, a SESA definiu no pla-nejamento participativo o foco estratégico Humanização da Atenção à Saúde e Qualidade no Atendimento, que se

A humanização deixou de ser uma experiência isolada de uma unidade de saúde para ser uma política de cuidado com o usuário do SUS

A Saúde no Ceará | 73

Page 74: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

Ano2003

2004

2005

2006

Ações>Realização do I e II Seminário de Humani-zação da Atenção à Saúde do Ceará;>Elaboração do Plano Estadual de Humani-zação para 2003;>Criação do Comitê Estadual de Humani-zação.>Realização de quatro oficinas de constru-ção da PEH-CE;>Elaboração de Projeto de Cooperação Técnica com a UNESCO; >Introdução da humanização no atendi-mento nos protocolos da atenção primária.>Publicação e lançamento da Política Esta-dual de Humanização, do Código dos Direi-tos do Paciente e do Manual dos Grupos de Trabalho de Humanização;>Disseminação da PEH-CE em todas as unidades de saúde da SESA, em Fortaleza;>Criação do Fórum Pedagógico de Humani-zação nas unidades de saúde da SESA;>Realização do III Seminário de Humanização na Atenção e Gestão em Saúde do Ceará.>Realização de 34 Fóruns Pedagógicos de Humanização nas unidades da SESA;>Curso Vivendo Valores na Saúde, com a participação de todas unidades da SESA;>Curso de Apoiadores Institucionais com a parceria SESA/ENSP/FIOCRUZ/MS;>IV Seminário de Humanização na Atenção e Gestão em Saúde do Ceará.

desdobrou em ações efetivas. As principais ações realizadas encontram-se no

quadro abaixo:

Com o desenvolvimento dessas ações foi possível alcançar a disseminação da política em todas as unidades de saúde, universidades e outros setores interessados, além da atuação dos grupos de trabalho de humanização em todas as unidades. Também foi investido na formação de educadores e multiplicadores da humanização nos serviços.

Entretanto, a consolidação da política de humaniza-ção da atenção e gestão em saúde exige uma mudança comportamental dos gestores e profissionais da saúde e da população. Pressupõe o estabelecimento de uma nova cultura de respeito e valorização da dignidade humana, com direitos e deveres defendidos e cumpridos. Nesse aspecto, apesar dos avanços ocorridos na sociedade

cearense, há muito a ser feito. Esse ponto, que extrapola o setor da saúde, se constitui num dos aspectos críticos a serem enfrentados em todas as etapas.

Problemas que reforçam a necessidade de institu-cionalização de uma política de humanização na saúde incluem, principalmente, a articulação de experiências hu-manizadoras desenvolvidas pelos hospitais e a aplicação de instrumentos de avaliação das ações humanizantes.

Educação em saúde e mobilização social

A comunicação se pautou na convicção de que a melhor estratégia de cuidar da imagem da Secretaria e do Governo do Estado junto à opinião pública é divulgar matérias de resultados na melhoria da saúde e de promoção e prevenção. O perfil de fácil acesso do Secretário e a intenção de dar transparência, sempre, as informações contribuíram para imagem de credibilidade da SESA.

Mesmo em meio a crises, como a das UTIs, logo no primeiro ano de gestão, em 2003, a Secretaria não teve a imagem desgastada, porque não fugiu da responsabilidade na condução do problema, que também era do Governo Federal e do município de Fortaleza.

Na promoção e prevenção, a comunicação investiu em campanhas, com peças publicitárias para educar e ajudar a sensibilizar para mudanças de atitudes. É o caso do personagem da campanha Doar faz bem, da Central de Transplantes. Além de ser veiculada na página da SESA na internet e na intranet, em outdoors, cartazes, folders, banners, adesivos, a campanha foi veiculada durante quatro meses — agosto a novembro de 2006 — na Televisão Verdes Mares nos horários de grande audiência, como nos intervalos do Jornal Nacional. A campanha foi o resultado de uma parceria com a emissora, que fez endomarketing e assumiu responsabilidade social, não trazendo custos para a SESA.

Outro projeto de promoção e prevenção foi na área de urgência e emergência. Baseado no elevado número de mortes no trânsito, foi criada a campanha Paz no Trânsito - Quero Viver. Além de estampada em outdoors, foi divulgada em escolas, órgãos públicos e ainda hoje está na fachada da SESA, num painel gigante. Para mobilizar a população, principalmente a partir dos escolares, a Secretaria lançou Queremos Ceará sem Dengue, que viajou pelos 184 municípios. Em 19 deles, o lançamento foi feito pela equipe da força-tarefa contra a dengue no primeiro semestre de 2006. Através das CERES, os núcleos e comitês de

..................................................................................................................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

FONTE: NÚCLEO DE HUMANIZAÇÃO

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mobilização social distribuíram folders e cartazes. A educação em saúde faz parte da estrutura da

Assessoria de Comunicação, com assessores técnicos e mobilizadores sociais. Isso só fortaleceu as atribuições da Comunicação de também planejar, coordenar e executar ações de divulgação e mobilização para as ações de saúde. Assim a Comunicação, efetivamente, ficou a serviço da educação em saúde e contribuiu para promover saúde e despertar para atitudes de prevenção a doenças e agravos.

Também foram realizados vários cursos e oficinas. Só com a temática dengue, foram 22 oficinas, capacitando técnicos e mobilizadores sociais das 21 Ceres e de 132 municípios. Foram promovidas ainda 82 oficinas de mobilização social, que preparou técnicos de 120 municípios para o trabalho de educação em saúde.

Os bons resultados podem ser percebidos no aumento do número de núcleos de mobilização social. Hoje, existem núcleos em 154 municípios. No início de 2003, eram apenas 70 núcleos. E mais: em 90 municípios

há comitês de mobilização contra a dengue. Os números de casos de dengue no Estado ainda são altos, mas seriam mais preocupantes sem o trabalho da mobilização na Capital e no Interior. O desafio é desenvolver um trabalho efetivamente intersetorial e convencer a população da responsabilidade no controle da doença.

Assistência especial ao usuário do SUS

Nessa gestão foi dada grande importância à ga-rantia de Assistência Especial aos Usuários do SUS. Houve preocupação em atender a demanda carente na concessão dos seguintes benefícios: órteses e próteses, cadeiras de roda, óculos de grau,além de exames labora-toriais e radiológicos, medicamentos especiais, produtos hospitalares e benefícios do programa de tratamento fora do domicílio (passagens aéreas e ajuda financeira). Foram atendidos 14.316 pacientes com investimentos de R$ 12.001.245,13.

Secretaria da Saúde do Estado do CearáCentral de Transplantes - 85 3101.5255

A VIDA MERECEDOAÇÃO

ao coraçãorins olhos fígado...

Doar faz bem

Secretaria da Saúdedo Estado do Ceará

Paz no trânsito Quero viver!

Trânsito acaba com 1679 vidas no Ceará por ano.

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Núcleo de Mobilização Social

Jijoca de Jericoacoara

CruzCamocimItarema

Barroquinha

Bela Cruz

Granja MarcoMartinópole

Itapipoca

Senador Sá

TrairiMorrinhosUruoca

Santana do Acaraú

Paraipaba

Viçosa do Ceará

MassapêMoraújo

Paracuru

Miraíma Tururu

Tianguá

São Gonçalodo Amarante

Coreaú Meruoca

Caucaia

Uruburetama

Sobral Umirim

São Luísdo Curu

IrauçubaItapajéFrecheirinha

Pentecoste

Fortaleza

Forquilha

Tejuçuoca

Ubajara MaracanaúGroaíras Eusébio

Cariré

Mucambo MaranguapeIbiapinaPacatuba

Itaitinga

Santa Quitéria

Pacujá

Graça General Sampaío

São Benedito

CascavelGuaiúba PindoretamaReriutaba

Varjota HorizonteParamoti

CaridadeCarnaubal

Canindé

Palmacia

BeberibeGuaraciabado Norte

PacajusPacoti

GuaramirangaRedençãoPires Ferreira

Ipú MulunguChorozinho

BaturitéHidrolândiaCroatá

Capistrano OcaraFortim

Ipueiras

Catunda

ItatiraItapiúna

Morada Nova

Nova Russas

Tamboril

Palhano

RussasIbaretama

Poranga IcapuíChoróItaiçaba

Quixadá

Boa Viagem

Madalena JaguaruanaMonsenhorTabosa

Ipaporanga

Quixeramobim

Ibicuitinga

Crateús Limoeiro do Norte

Quixeré

Independência

Tabuleirodo Norte

São João

do Jaguaribe

JaguaretamaPedra Branca

Senador Pompeu

Tauá

Novo Oriente

SolonópoleJaguaribaraMilhã

MombaçaPiquet Carneiro

Iracema

Potiretama

Quiterianópolis

JaguaribeDep. IrapuanPinheiro

Pereiro

Ererê

ParambuQuixelô

Orós

Catarina

IcóIguatu

Saboeiro

Jucás

AiuabaCedro

Cariús Umari

Várzea Alegre

Lavras da Mangabeira

Tarrafas

Ipaumirim

Campos Sales

Farias Brito

GranjeiroCaririaçu

PotengiBarro

Salitre Crato

NovaOlinda

Santana do Cariri

Milagres

Juazeirodo Norte

MissãoVelha

MauritiBrejo Santo

PorteirasJardim

Jati

Penaforte

Chaval

Acarape

Acopiara

Acaraú

Alcantaras

Altaneira

Alto Santo

Amontada

Antonina do Norte

ApuiarésAquiraz

Aracati

Aracoiaba

Ararenda

Araripe

Aratuba

Arneiroz

Assaré

Aurora

Baixio

Abaiara

Banabuiú

Barbalha

Barreira

Núcleos de Mobilização Social por municípios

FONTE: ASCOM

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Estadualização dos Agentes Comunitários de Saúde

estadualização dos Agentes Comu-nitários de Saúde, como afirmou o Governador Lúcio Alcântara no dia 14 de setembro de 2006, soleni-

dade de assinatura da Lei que transforma os ACSs em funcionários públicos, ¨promove um ato de justiça com trabalhadores que têm a responsabilidade de melhorar ainda mais os indicadores de saúde no nosso Estado, com ações de atenção básica nos municípios¨. Com a assinatura da Lei Estadual nº 13.812 de 5 de setembro de 2006, o Ceará sai na frente, sendo o primeiro Estado a garantir vínculo estadual aos ACSs, que ficaram livres de influências e motivações políticas nas relações de trabalho.

Os gestores municipais também foram benefi-ciados com a estabilidade dos ACSs, que serão cedidos para os municípios através de convênios. Antes, o vínculo com as associações comunitárias de saúde gerava difi-culdades e conflitos. Agora, depois da estadualização, foram superados porque a relação de trabalho é dire-tamente com as secretarias municipais de saúde, sem intermediários.

Em relação aos recursos financeiros, os mu-nicípios também são beneficiados, já que o incentivo repassado pelo Ministério da Saúde para o pagamento dos ACSs poderá ser investido no atendimento de outras necessidades da atenção básica. O impacto financeiro da contratação dos Agentes Comunitários de Saúde cor-responderá ao valor orçamentário que a SESA assume anualmente com as associações microrregionais de ACSs.

Concurso da rede

A

Desenvolvimento derecursos humanos e gestão do trabalho

estadual de saúde A SESA vem se destacando no cenário nacional

como pioneira na implantação de modelos assistenciais inovadores, além de estar comprometida com a qualidade dos serviços prestados e a satisfação dos usuários.

Este comprometimento está voltado diretamente para a gestão de recursos humanos, que estabeleceu políticas para a manutenção do quadro de pessoal ne-cessário à execução de serviços, além da valorização profissional, da efetiva regularização das complexas re-lações de trabalho e da produção e difusão do conhe-cimento.

Nesta perspectiva, a realização do Concurso Público Estadual foi uma importante estratégia para melhoria das ações e serviços de saúde. O último grande concurso geral promovido na SESA foi em 1990, há 16 anos. Neste período, a Secretaria ampliou suas responsabilidades, implantaou e expandiu os serviços, o que gerou uma demanda maior por profissionais. Entretanto, sem a realização do concurso e da reposição de novos funcionários, houve um significativo déficit de pessoal devido a vacância de cargos por aposentadoria, morte, invalidez e outros afastamentos compulsórios.

Sensível a estas necessidades, a SESA realizou o Concurso Público Estadual, sem descuidar, porém, da responsabilidade fiscal. Assim, foi feito o diagnóstico das necessidades de toda a rede, que identificou demandas que estavam sendo atendidas por cooperativas e terceirizações de serviços — que caracteriza a precarização do trabalho.

Devido ao grau de complexidade terciária de sua assistência, a SESA decidiu contratar as categorias por especialidades, sendo 61 médicas, nove odontológicas e duas farmacêuticas. O concurso foi realizado em três etapas, com provas objetivas de caráter eliminatório, prova de títulos de caráter classificatório somente para o nível superior e curso de formação para o cargo de técnico em anatomia e necropsia.

O concurso destinou-se ao provimento de 4.277

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vagas distribuídas em 21 categorias profissionais da saúde, de nível superior e médio, para as unidades assistenciais, de apoio, nível central e regional, da Capital e Interior e para o Hospital da Polícia Militar, vinculado a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Mesa Estadual de Negociação Permanente do SUS

As Mesas de Negociação do SUS são espaços de-mocráticos que possibilitam o fórum permanente de ne-gociação entre gestores e trabalhadores. Visa a resolução dos conflitos e das demandas decorrentes das relações funcionais e de trabalho no âmbito do SUS.

A Mesa Estadual de Negociação Permanente do SUS-Ceará foi instituída por resolução Conselho Estadual de Saúde (CESAU), em 2000. Este espaço de negociação entre empregadores e trabalhadores da saúde trouxe inúmeros avanços para a resolução de impasses das relações de trabalho.

Com o fortalecimento da Política Nacional de Ges-tão do Trabalho em Saúde, a partir de 2004, a Mesa de Negociação do SUS-Ceará foi redimensionada em sua composição para incluir outros representantes de gesto-res e trabalhadores. Mas foram mantidas as prioridades de discussão anteriormente identificadas. As decisões foram consolidadas no Seminário Regional Nordeste II de Negociação do Trabalho no SUS, promovido pelo Mi-nistério da Saúde, que congregou os estados do Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte.

Na agenda prioritária de trabalho da Mesa de Ne-gociação do SUS-Ceará entraram em pauta os seguintes pontos de discussão: >Diagnóstico Situacional de Recursos Humanos; >Regulação de profissionais no SUS; >Jornada de trabalho; >Cessão de pessoal; >Plano de Cargos, Carreiras e salários da SESA-Ceará; >Desprecarização do trabalho em saúde; >Regularização da carreira do Agente Comunitá-rio de Saúde; >Saúde do trabalhador.

Desprecarização do trabalho em saúde

Devido a inúmeros fatores, poucos gestores municipais formalizavam vínculos trabalhistas com os profissionais das equipes do PSF. Ocasionou prejuízos

ao Programa em decorrência da insegurança e da alta rotatividade dos profissionais, que prejudicou a quali-dade da atenção. Este aspecto contribuia para fragilizar o modelo.

Além disso, a gestão do trabalho e a regulação pro-fissional no PSF era caracterizada pela diversidade das modalidades de vínculos, tornando-se necessária uma intervenção efetiva e urgente. Ciente desta situação, o Governo do Estado promoveu, através da SESA, o I Con-curso Público Unificado de Base Local no Estado, destina-do a selecionar profissionais de saúde para contratação pelo PSF. Embora realizado pela SESA, a constituição de vínculos trabalhistas é feita em nível municipal.

O concurso, de incontestável importância social, representou experiência inédita no Brasil. O Ceará foi o primeiro Estado a realizar este tipo de certame com este perfil. Representando um marco fundamental para a Estratégia Saúde da Família no Ceará, a realização do concurso apresentou diversas dificuldades que foram superadas. O processo foi concluído com o cumprimento dos prazos estabelecidos.

A primeira etapa do processo seletivo consistiu na sensibilização de 118 Gestores Municipais que assinaram livremente o Termo de Adesão ao Concurso, com autonomia para definir cargos, número de vagas, piso salarial e vantagens. Contou-se nesta etapa com a decisiva parceria das seguintes instituições: Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará (APRECE), Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS), Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e Procuradoria Regional do Trabalho (PRT — 7ª Região).

A etapa seguinte foi a orientação dos Gestores Mu-nicipais na elaboração, aprovação (junto às Instâncias Legislativas) e envio das Leis Municipais de Criação de Cargos para a Comissão de Coordenação Central do Concurso-PSF.

Ressalte-se que o Edital do Concurso foi exaus-tivamente discutido pela Comissão Coordenadora e, posteriormente, analisado pelas Assessorias Técnicas e Jurídicas da SESA, da Secretaria de Administração do Estado (SEAD), pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), Procuradoria Regional do Trabalho (PRT — 7ª Região) e representantes de entidades de classe.

Todas as fases do Concurso-PSF foram cumpridas em conformidade com o princípio da legalidade. O resul-tado final do certame (Edital nº 018/2006) foi publicado no Diário Oficial do Estado em 12 de maio de 2006 e a homologação (Edital nº 019/2006) publicada em 16 de maio de 2006.

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O Concurso constituiu-se em um processo seletivo transparente e criterioso que buscou identificar os can-didatos mais capacitados na área da atenção básica, suprindo a carência de profissionais nas equipes e forta-lecendo o modelo assistencial do PSF.

O resultado principal foi a aprovação de 3.920 candidatos entre enfermeiros e dentistas, que foram considerados habilitados para preencher as 2.741 vagas ofertadas. No caso dos médicos, 608 vagas ainda não foram preenchidas.Resultados do concurso do PSF, de acordo com a categoria profissional. Ceará, 2006

Vagas oferecidas

1.5851.399

1.3424.326

ProfissionaisMédicosEnfermeirosCirurgiões dentistasTOTAL

Candidatos aprovados

9772.152

1.7684.897

............................................

............................................

.......................................................................................................

A expectativa é de que o I Concurso Público Unifi-cado de Base Local no Estado — PSF seja a primeira de outras iniciativas de promoção do trabalho em saúde também no âmbito municipal. Isso contribui para o Estado do Ceará desprecarizar ainda mais as relações de trabalho, com gestores e trabalhadores convivendo e desempenhando funções específicas mediados por uma base trabalhista realmente digna e cidadã.

Uma nova lógica de gestão do trabalho e desenvolvimento de recursos humanos

É cada vez maior o envolvimento de diversos atores sociais com as questões de saúde no Brasil. A ênfase das preocupações está na gestão do trabalho, devido a importância para o Sistema Único de Saúde-SUS. Tudo para reorganizar as ações e serviços de saúde na busca de assegurar a cobertura equânime da promoção, proteção e recuperação da saúde da população brasileira.

A SESA, órgão gestor do SUS estadual, está se desta-cando no cenário nacional como pioneira na implantação de estratégias inovadoras, que contribuem para a mudan-ça do modelo assistencial. Portanto, comprometida com a qualidade dos serviços prestados e com a satisfação do usuário.

O comprometimento está estreitamente ligado à gestão dos recursos humanos, estabelecendo políticas

que garante o quadro de pessoal necessário à execução dos serviços, a valorização profissional, a efetiva regula-rização das complexas relações de trabalho, a produção e difusão do conhecimento.

A efetivação das ações para o cumprimento da missão institucional depende, em parte, da vontade dos colaboradores em assegurar que as pessoas fiquem satisfeitas com o processo de trabalho. Nessa linha, as ações de desenvolvimento, acompanhamento e qualidade de vida visam, primordialmente, a melhoria das relações interpessoais, do desempenho funcional, com foco na satisfação dos servidores e conseqüente excelência no atendimento aos usuários. Entre as atividades do setor, foram destaques:>Formação de equipe interdisciplinar para desen-volvimento do projeto de atenção à saúde dos tra-balhadores da SESA, com a realização de pesquisa de clima organizacional com 480 servidores do nível central;>Atendimento psicossocial de 2.157 servidores da SESA, conforme suas demandas, que foram de natu-reza variada como: acompanhamento, afastamen-to, readaptação,visitas domiciliares,orientações e transferências;>Capacitação dos servidores da SESA nas áreas técnica, gerencial e desenvolvimento institucional;>Realização de eventos de valorização e qualidade de vida, sobretudo festejando datas comemorati-vas;>Fortalecimento do Coral da SESA com apresenta-ções em eventos internos e externos;>Realização de eventos de integração, entretenimen-to, descontração com apresentação teatral, palestras temáticas e sessões de cinema.

A força de trabalho da SESA conta com 20.775 servidores, sendo 2.429 cedidos de outras esferas do SUS, 3.387 profissionais terceirizados na área da saúde e 1.807 na área administrativa. Entre os profissionais que fazem parte do quadro funcional da SESA, 1.726 encontram-se em processo de aposentadoria.

Resultado do amplo processo de resgate dos direi-tos, foi regularizada a situação funcional de 644 presta-dores de serviços com a adequação ao Regime Jurídico Único e ao Plano de Cargos e Carreiras da SESA.

Mais uma conquista foi a redução para 20 horas a carga horário dos profissionais do grupo de serviços especializados em Saúde pela Lei de 13.735, de 19 de março de 2006. Outra importante conquista foi a publica-ção da Lei 13.812 , de 05 de setembro de 2006, que cria

FONTE: NUDRH

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o quadro suplementar de Agente Comunitário de Saúde adequando ao que recomenda a Emenda Constitucional de número 51, de 14 de fevereiro de 2006.

Economia da saúdeA primeira experiência em economia da saúde re-

gistrada no Brasil se deu no Ceará com a criação do setor de economia da saúde da SESA, no ano 2000. A missão é apoiar as políticas de saúde do Estado na formulação de alternativas, na área econômica, para a tomada de decisões.

Em função da experiência acumulada, o Estado do Ceará foi convidado a integrar o Projeto Economia da Saú-de, fruto do convênio de cooperação técnica entre o Brasil e o Reino Unido. A experiência consolida a atuação do setor na área e, por outro lado, compartilha experiências com dois outros Estados selecionados — Rio de Janeiro e Bahia—, além do Ministério da Saúde, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), e de diversas insti-tuições acadêmicas brasileiras como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (UNICAMP), a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e o Instituto de Saúde Coletiva (ISC-BA).

Em destaque como projeto piloto, a implantação de um sistema de custos — metodologia de insumos e produtos — em hospitais e unidades de saúde do SUS. Em unidades da rede SESA, a capacitação de profissio-nais foi realizada com financiamento do Departament for International Development (DFID), com o objetivo de sensibilizar técnicos e gestores do SUS, tanto no âmbito estadual como municipal. E ainda o curso formal de es-pecialização — pós-graduação lato sensu — em Economia da Saúde em convênio com a Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Interação entre as áreas meio e programáticas

O fortalecimento da articulação entre as áreas meio e programáticas foi uma ferramenta determinante nessa gestão, que propiciou a execução satisfatória das metas e estratégias planejadas para o quadriênio 2003-2006, e de fundamental importância para o alcance da missão institucional no processo decisório.

A Assessoria Jurídica, entre os diversos procedi-mentos inerentes à principal função, mereceu destaque a colaboração nas questões colocadas na Mesa Estadual de Negociação Permanente do SUS e nas instâncias co-legiadas. E culminou na realização do Concurso Público

Unificado de Base Local no Estado - PSF e do Concurso Público Estadual, para suprir a grande carência de pro-fissionais de saúde na rede estadual. A participação em defesa do Estado junto à Procuradoria do Trabalho, Procu-radoria da República, Procuradoria de Justiça, Promotoria de Saúde Pública e Delegacia Regional do Trabalho, no acompanhamento de demandas judiciais, foi importante para a elucidação dos fatos administrativos com decisão consensual, sem acarretar maiores danos ao Erário.

A implantação e execução do Contrato Corporativo para a compra centralizada de combustível destinada a todas as unidades da Capital e do Interior pela Área Lo-gística de Transportes foi uma ação inovadora na SESA. Outra inovação foi o abastecimento realizado em parceria com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e o Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes (DERT), que gerou uma economia de larga escala e, consequentemente, um controle mais efetivo da despesa. Foi implementada a aquisição de combustível, através da Ticket Car, como meio de facilitar a compra em localidades onde não existe base do DERT. Isso permite ao gestor do contrato fazer um acompanhamento on line e realizar procedimentos que dinamizam e facilitam o abastecimento.

A melhoria das instalações físicas do almoxarifado da SESA contribuiu para a organização, estocagem e distri-buição dos equipamentos médico-hospitalares e material de consumo necessários ao atendimento das demandas específicas das unidades da rede estadual, que garantiu a qualidade ideal dos itens estocados.

Na área financeira, a implantação do Pré-Empenho no Sistema de Contabilidade (SIC) trouxe avanços de gran-de importância na execução dos recursos, como agilidade, transparência e controle na elaboração de empenho.

A implantação do Sistema de Acompanhamento de Projetos (SIAP) também foi considerada uma ação impor-tante nessa área, que viabilizou o monitoramento claro e preciso da operacionalização dos projetos finalísticos.

Em fase de execução, o Sistema de Acompanhamen-to dos Recursos Fixados, de acordo com os respectivos projetos finalísticos e o Sistema de Acompanhamento de Processos, por Fonte de Recursos e Projetos Finalísticos, tem o objetivo de evitar inconsistências e inadimplências.

O Sistema de Acompanhamento dos Valores de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) dos servidores, dos prestadores de serviços eventuais e prestadores de serviços do SUS foi outra inovação na área financeira. Possibilitou o controle de pagamentos efetuados e a gera-ção correta da informação a ser prestada pelo declarante

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junto à Receita Federal.Outros sistemas de grande importância também

foram desenvolvidos, implantados e implementados, como meio de obter um controle efetivo da execução financeira: Sistema de Emissão de Notas de Pagamen-tos (NP), por Fonte de Recursos; Sistema de Emissão de Transferências de Recursos e Concessão de Suprimentos de Fundos; Sistema de Conciliações Bancárias.

A implantação do Sistema de Telefonia Voice-Net, através de contrato corporativo gerenciado pela SEIN-FRA, junto às CERES e unidades vinculadas à SESA, contribuiu muito para a redução da despesa de custeio, como também a celebração do contrato de telefonia móvel (OI) entre as diversas unidades da Secretaria, e facilitou a comunicação entre os dirigentes com o titular da Pasta e reduziu os custos.

Na área de administração de pessoal, a conclusão dos trabalhos de ascensão funcional dos profissionais de saúde e administrativos, referente aos interstícios de 2003 a 2006 e sua implantação em folha de paga-mento, foi considerado um grande avanço. Promoveu a atualização do processo que vinha se acumulando ao longo dos anos.

A regularização da situação funcional dos 644 pres-

tadores de serviços, mantidos em folha de pagamento por vários períodos administrativos sem nenhum vínculo funcional com o Estado, mereceu destaque nesta gestão pela grande mobilização da SESA entre a Secretaria da Administração (SEAD) e Procuradoria Geral do Estado (PGE), para resolver o impasse jurídico-administrativo perante o Tribunal de Contas do Estado. Também asse-gurou o direito de aposentadoria de vários servidores, que já implementavam os critérios estabelecidos pela Constituição Federal.

No Ceará, Pacto pelaSaúde já é compromisso

No Ceará, o Pacto pela Saúde já foi formalizado. Os termos de compromissos de gestão do Estado e dos municípios foram assinados no dia 4 de dezembro de 2006, marcando a abertura da V Plenária Estadual de Saúde, que contou com a participação de mais de mil representantes de diferentes níveis de gestão de saúde. O Ministro da Saúde, Agenor Álvares, e o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Júnior, testemunharam “esse momento que coloca o Ceará na vanguarda do SUS”, como se referiu o presidentre

Ministro Agenor Álvares observa Secretário assinando termo de compromisso do Pacto

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do COSEMS, Mário Lúcio Ramalho, representando os municípios na solenidade.

Antes do êxito da formalização do Pacto pela Saú-de, foram muitos meses de construção das condições de adesão. Precisamente, oito meses de realização de dezenas de oficinas, reuniões e encontros com orien-tadores regionais de saúde, conselheiros de saúde, gestores municipais, técnicos e profissionais da SESA. Tudo para preparar e sensibilizar sobre a importância do pacto na gestão por resultados e, assim, fortalecer o SUS como política pública.

No processo, cinco momentos merecem destaque: informações sobre o Pacto pela Saúde; adequação da CIB-CE; elaboração dos instrumentos de planejamento e gestão; construção das condições para adesão; e, finalmente, a formalização da adesão ao pacto, com o termo de compromisso de gestão estadual aprovado pelo CESAU em 27 de novembro de 2006.

As dificuldades enfrentadas no processo de adesão foram, principalmente, a adequação das estruturas físicas das Unidades Básicas de Saúde, a garantia de acesso da população a serviços especializados de média complexidade e cooperação técnica, notamente, na área de regulação, controle, avaliação e auditoria.

Porém, duas fortalezas identificadas no processo de adesão são superiores as dificuldades e podem definir o sucesso do Pacto. Primeiro, a vontade política de garantir à população cearense o acesso às ações e serviços de saúde públicos resolutivos e de qualidade. Em segundo lugar, o compromisso dos gestores, profis-sionais e conselheiros de saúde do Ceará com a luta pelo fortalecimento do SUS. Duas fortalezas evidenciadas pelo elevado número de municípios que já aderiram ao Pacto. Até o dia 4 de dezembro de 2006, um total de 114.

E assim, assumem compromissos sanitários revi-sados anualmente, com ênfase nas necessidades de saúde da população. As prioridades são expressas em objetivos e metas nos termos de compromissos dos três eixos que compõem o Pacto pela Saúde, criado em Portaria do Ministério da Saúde, no dia 22 de fevereiro de 2006: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão.

No Pacto pela Vida, seis prioridades: saúde do idoso, câncer do colo do útero e da mama, mortalidade infantil e materna, doenças emergentes e endemias, promoção da saúde e atenção básica à saúde.

O governador Lúcio Alcântara preside a solenidade de homologação do concurso PSF

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Pólos de educação permanente em saúde

Ministério da Saúde assumiu o pa-pel de gestor federal e formulador de políticas orientadoras de forma-ção, desenvolvimento, distribuição,

regulação e gestão dos trabalhadores da saúde, definido na legislação, à partir da criação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educa-ção na Saúde.

Como uma das primeiras iniciativas da Secretaria, em 2004, foi implantada a Política de Educação Perma-nente em Saúde, como estratégia do SUS para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor. No Ceará, a Política Estadual de Educação Permanente em Saúde foi viabilizada pela SESA através da instalação de quatro Pólos de Educação Permanente em Saúde (PEPS). Estão estrategicamente localizados nos municípios de Fortaleza, Sobral, Quixadá e Crato, para abrangerem todo o território cearense.

Alguns passos foram fundamentais para viabilizar

A Escola de Saúde Pública, em Fortaleza, é um centro de produção de conhecimentos articulado com as políticas e programas de saúde desenvolvidos pela SESA

Ensinoe pesquisa

a implantação:>Levantamento das escolas formadoras na área da saúde, junto ao Conselho Estadual de Educa-ção e Ministério da Educação;>Mobilização das escolas formadoras de nível Superior e Técnico;>Realização de oficinas regionalizadas para im-plantação dos Pólos, com a presença de repre-sentantes do Ministério da Saúde;>Instalação do Fórum Estadual de Educação Per-manente em Saúde;>Capacitação dos facilitadores de Educação Per-manente em Saúde pelos tutores do Ceará sele-cionados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);>Elaboração do Plano Diretor de Educação Per-manente em Saúde de cada Pólo.

Nesses quatro anos, foram beneficiados mais de 8.300 trabalhadores da área da saúde, envolvendo recur-sos no total de R$ 12. milhões. Todas as ações ajudaram a desencadear transformações e impactos, operacionali-zadas através de estratégias distintas que respeitam as peculiaridades de cada pólo.

O

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Escola de Saúde PúblicaA Escola de Saúde Pública (ESP) é um centro produ-

tor de conhecimentos e responsável pelo desenvolvimento de programas educacionais, pesquisa e extensão voltados ao aprimoramento e à educação dos trabalhadores do SUS.

Além de produzir e difundir conhecimentos técnico--científicos em saúde, por meio de publicações e outras formas de comunicação, a ESP tem contribuído, efetiva-mente, para a melhoria das capacidades, habilidades e atitudes gerenciais dos técnicos do SUS.

Nessa perspectiva, foi iniciada a construção do Núcleo Profissionalizante, a Escola Técnica da Saúde, prédio com área total de 1.091 m², com cinco salas de aula, laboratório multifuncional de morfologia e patologia, laboratório de informática e laboratório de habilidades clínicas, com recursos do Programa de Educação Profis-sional (PROEP/MEC).

Além dos cursos básicos e de atualizações, tem investido no pocesso de qualificação técnica dos profissio-nais da atenção básica, por meio dos cursos: Técnico de Agente Comunitário de Saúde, Técnico em Higiene Dental, Qualificação para Auxiliar de Consultório Dentário nas Especialidades Odontológicas e da Residência Multipro-fissional em Saúde da Família, com foco na integralidade da atenção. Na área de Pós-Graduação (Lato Sensu) foram realizados 14 cursos de Especialização:>Vigilância Sanitária;>Vigilância Epidemiológica; >Assistência Farmacêutica; >Farmácia Hospitalar;>Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde; >Saúde da Família e Comunidade — Modelo Resi-dência;>Educação Comunitária em Saúde;>Gerontologia;>Geriatria;>Hipertensão e Diabetes;>Fisioterapia Cárdio-Respiratória;>Nutrição Materno-Infantil;>Dermatoses de Interesse Sanitário;>Enfermagem Neonatal.

Na área de pós-graduação (stricto sensu) foram realizados três cursos em parceria: Mestrado Profissio-nal em Gestão em Saúde — turma concluída na UECE, no Mestrado Acadêmico em Saúde Pública e Mestrado Profissional em Planejamento e Políticas Públicas —, tendo docentes da ESP-CE e UECE; Mestrado Profissional em

Vigilância em Saúde, coordenado pela Escola Nacional de Saúde Pública e financiado pela Secretaria de Vigi-lância em Saúde; Doutorado Interinstitucional em Saúde Pública, a partir de uma parceria entre UFC, UECE e ESP; com a coordenação e certificação pela Universidade de São Paulo (USP).

Na área de Extensão, foram realizados 12 fóruns temáticos, duas edições da EXPOESP, três edições da Mostra de Saúde da Família, além de projetos de coope-ração técnica com as sociedades médicas, prefeituras municipais e UNICEF.

Foi criado ainda o projeto Educação com Saúde, como resultado de uma importante parceria com a Secretaria de Educação do Estado. O projeto capacita professores em temas na área da saúde.

O modelo de estrutura flexível adotado pela Escola vem permitindo mudanças para atender às demandas atuais, com inclusão de novas áreas programáticas, com destaque para implantação do Comitê de Investigação Científica, Comitê de Ética em Pesquisa e Comitê de Tecnologia e Ensino. Principais resultados: >Parcerias com centros de excelência em ensino e pesquisa do País, contribuindo para o aprimo-ramento das práticas profissionais dos egressos; >Desenvolvimento de competências no campo técnico, com impacto inegável na consolidação do Programa Saúde da Família;>Ampliação de Cooperação Técnica com os muni-cípios, contribuindo de forma expressiva para a melhoria da qualidade da atenção à saúde;>Fortalecimento da produção científica, com aprovação de quatro importantes projetos com CNPq e FUNCAP, além de outros cinco, que estão em avaliação; >Lançamento da Revista Cadernos ESP, publicação semestral voltada para atender às necessidades do SUS, divulgar pesquisas em saúde coletiva, apoiar a estratégia de Saúde da Família e fomentar o di-álogo entre as profissões e os saberes que estão na linha de frente dos serviços de saúde no Ceará.

Ciência e tecnologia em saúdeConsiderando a importância de incorporar evidên-

cias científicas e tecnológicas no processo político de tomada de decisão nos diversos níveis do SUS, a SESA implantou, em 2003, a área de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde.

A iniciativa teve como principal objetivo fomentar

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e apoiar tecnicamente pesquisas direcionadas aos problemas prioritários de saúde pública.

Nos últimos anos, foram realizadas parcerias com a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) e o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (MS/DECIT/CNPq) para financiar pesquisas nas áreas prioritárias para o SUS no Ceará. Nesse período, já foram concluídos 57 projetos e 74 estão em processo final de avaliação com investimento total de R$ 1.947.500.

Além disso, foi realizada, em 2004, a 1ª Confe-rência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, que teve como tema central: traduzir e aplicar conhecimento na busca da universidade e eqüidade, com qualidade da assistência à saúde da população. Vários cursos têm sido viabilizados em parceria com a Escola de Saúde Pública.

Em 2005, foi inaugurada a Biblioteca Virtual de

Saúde com as instalações e computadores na sede da Secretaria. A biblioteca é uma ferramenta estra-tégica para a disseminação e o acesso à informação técnico-científica de saúde, que disponibiliza listas de discussão, modelos de ação e notícias, além de per-mitir o acesso à legislação em saúde. A BVS, portanto, é um instrumento de democratização de informações em saúde.

Outro projeto que merece destaque foi a adesão das 21 Células Regionais de Saúde e a expansão da rede BiblioSUS, possibilitando um grande avanço na democratização das informações em saúde pública.

Os principais resultados dessas ações podem ser evidenciados de forma indireta no aprimoramento das políticas públicas de saúde e no enfrentamento de dois grandes desafios. O primeiro, o distanciamento entre o saber e fazer no sistema. O segundo grande desafio é a eqüidade no acesso à informação em saúde, que promove mais qualidade no sistema.

Escola de Saúde Pública, na avenida Antônio Justa, em Fortaleza

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Com o novo tomógrafo do Centro de Imagem do HGCC, um exame que era feito em cinco minutos, hoje é realizado em apenas 30 segundos

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Redução da mortalidade infantil

Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) mantém a tendência de declínio no Ceará. No ano de 2002, o índice foi de 25,2 por mil nascidos vivos. A

Secretaria da Saúde estabeleceu como meta estruturante a redução da TMI para menos de 20 por mil nascidos vivos até o ano de 2006. Mas, esse resultado foi alcançado já em 2005, com 18,3 por mil nascidos vivos, ficando pela primeira vez na história com uma mortalidade infantil inferior a 20. Esse indicar positivo vem da parceria com os municípios, através de ações que contribuiram para essa redução. O decréscimo nos últimos anos da TMI no Estado deve-se ainda à redução importante da mortalidade pós-neonatal (mortes ocorridas entre 1 a 11 meses de idade).

Conseqüentemente, ocorreu o crescimento relativo

A

O impacto das ações na saúde da população

proporcional da mortalidade neonatal (óbitos até 1 mês de idade), especialmente, nos casos em que o óbito ocorrem na primeira semana de vida, decorrentes das chamadas causas perinatais — como a prematuridade, os traumas obstétricos e a asfixia durante o parto, as septicemias e as malformações congênitas.

Para redução das causas perinatais, as intervenções necessárias são: a melhoria da atenção pré-natal desde o primeiro trimestre de gestação; o atendimento ao parto e ao recém-nascido; a prevenção do baixo peso ao nascer; a melhoria da nutrição materna; a redução do fumo durante a gestação e a promoção do planejamento familiar, entre outras ações.

A queda contínua da mortalidade infantil, conforme demonstrado no gráfico, reflete avanços em maior ou menor grau das principais ações de redução das mortes por diarréia — melhoria do manejo de casos; TRO; suplementação com vitamina A; imunizações; promoção do aleitamento materno; melhoria da nutrição das crianças; melhoria do saneamento e promoção de práticas de higiene, além de ampliação das coberturas de PACS/PSF.

Destaca-se uma série de ações na área da saúde

Com mais incentivo ao aleitamento materno, o Ceará é o campeão nacional em hospitais Amigo da Criança. São 35 hospitais. São Paulo vem em segundo lugar, com 32

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Com o decréscimo da TMI, nos últimos anos, torna-se fundamental intensificar a análise da mortalidade infantil proporcional por causas, para que as ações a serem implementadas sejam mais direcionadas a este objetivo. O segundo gráfico ressalta a mudança do perfil de mortes infantis nos últimos anos, com as causas de morte ocorridas no período de 1980 a 2005. Pode se observar a redução da proporção dos óbitos por doenças diarréicas e por infecções respiratórias agudas, e a elevação daqueles por causas perinatais e outras causas.

Apesar do decréscimo constante da mortalidade por diarréia em menores de um ano, a diarréia ainda é uma das principais causas de morbimortalidade em crianças menores de cinco anos de idade. Por isso, considerada um grave problema de saúde pública nos países em desenvolvimento.

Segundo a Organização Mundial da Saúde e o Unicef, cerca de 3,3 milhões de crianças menores de cinco anos morrem, anualmente, por doença diarréica nos países de Terceiro Mundo. Apesar da grande redução na mortalidade global pela doença diarréica no mundo, o número de crianças que morrem ainda permanece bastante elevado. O Brasil é um dos países mais atingidos pelo problema da diarréia, repercutindo diretamente nas taxas de mortalidade.

Com o objetivo de acompanhar e avaliar alterações no quadro das diarréias, em 1995, foi implantado no

37,4

3229,7 28,7

26,5

22,223,8 23,9 22,4

18,3

Taxa/ 1.000 Nascidos Vivos

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050,0

10,0

20,0

30,0

40,0Taxa /1.000 Nascidos Viv os Taxa de Mortalidade Infantil (TMI).

Ceará, 1996 a 2005

infantil promovidas pela SESA, a partir de 2003, que vem contribuindo para a continuidade da redução da mortalidade infantil, principalmente: incremento da análise em conjunto das investigações dos óbitos infantis nos municípios; implementação da megadose da vitamina A nas puérperas e nas crianças de 6 a 59 meses de idade; fortalecimento das competências familiares com ênfase na educação em saúde, contando com o especial apoio do UNICEF; integração das ações da saúde e da educação junto aos municípios (agenda 0 a 5 anos); capacitação dos profissionais em Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI); capacitação em atendimento integral à gestante no pré-natal; capacitação dos profissionais de saúde na assistência integral à mãe e à criança em sala de parto — Projeto de Integração pela

Vida, resultante da parceria entre as instituições: SESA, SOCEGO, SOCEP, ABEN, UNICEF e FICSARE - Fundação Cearense de Saúde Reprodutiva —; capacitação em reanimação neonatal, em aleitamento materno,e em educação alimentar; além da intensificação do Plano de Eliminação do Tétano Neonatal; do desenvolvimento do Projeto Humanizado de Atenção ao Recém-Nascido de muito baixo peso (Método Mãe-canguru); e incentivo ao treinamento na iniciativa do Hospital Amigo da Criança.

Desta forma, tornou-se importante implementar medidas para sustentar os progressos já alcançados, sobretudo, na implementação da cobertura e da qualidade das ações e da assistência da atenção primária em saúde. Principalmente, nas coberturas vacinais elevadas e homogêneas.

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Situação de saúde da população

Nos últimos anos, verifica-se uma mudança no perfil de morbimortalidade

no Brasil. E no Ceará, a situação não apresenta um quadro diferente. Ocorre o fenômeno da polaridade epidemiológica, onde tem um decréscimo significativo das doenças infecciosas, principalmente, as imuno-preveníveis e uma exacerbação das doenças crônicas degenerativas. Acrescido a esta situação, há um en-

TMITMI/diarréia

37,4 32 29,7 28,7 26,5 22,2 23,8 23,9 22,4 18,35,4 4,6 5,3 5,4 2,6 1,9 2,3 1,6 1,2 0,9

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

20

40Taxa/1.000 nascidos v iv os

0

2

4

6TMI por diarréia p/1.000 NV

Ceará, a Monitorização das Doenças Diarréicas Agudas (MDDA). No quadro epidemiológico desse agravo, observa-se que, a partir de 1999, o número de casos declinou e mantém uma tendência estacionária. Entre os casos a faixa etária de 0 a 5 anos foi responsável pela maior parte dos casos notificados. A taxa de mortalidade

1980 1985 1990 1995 2000 20050.0%

20.0%

40.0%

60.0%

80.0%

100.0%

Diarréia 58.0 35.0 25.0 20.0 11.0 5.0Ap. respiratório 9.0 14.0 11.0 12.0 8.0 5.0C. Perinatais 19.0 33.0 43.0 49.0 56.0 61.0Outras 14.0 18.0 21.0 19.0 25.0 28.0

Mortalidade Infantil Proporcional, por causas. Ceará, de 1980 a 2005

FONTE: SESA, SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE. VALORES ARREDONDADOS.

Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) e TMI específica por diarréia. Ceará, 1996 a 2005

infantil por doenças diarréicas diminuiu de forma significativa nos últimos anos. Caiu de 5,4 para 0,9/mil nascidos vivos, em 2005.

É fundamental que as ações de controle e vigilência continuem sendo intensificadas em todos os municípios para diminuir a exposição aos fatores de risco e, conseqüentemente, diminuir ainda mais a mortalidade por este agravo. É necessário reforçar as ações da atenção básica, com orientações dirigidas às mães sobre hábitos saldáveis, sem esquecer do valor da água potável e de cuidados com a higiene.

FONTE: SESA, SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE.

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Nº de casos

2524

22738

19997

35

8

35

91

4

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051

10

100

1000

10000

velhecimento da população provocado, principalmente, pela melhoria da qualidade de vida e aumento da expec-tativa de vida das pessoas. No Ceará, de acordo com o IBGE, a expectativa de vida é de 67 anos (estimativa em 2005).

As políticas públicas para o envelhecimento sau-dável devem preiorizar a prevenção do surgimento des-sas doenças, e retardar ao máximo as incapacidades. Apenas desta forma, seremos capazes de promover ações intersetoriais e, conseqüentemente, reverter as tendências de aumento das doenças crônicas e inca-pacidades que acompanham o envelhecimento da po-pulação.

Neste contexto, a análise da situação de saúde no Ceará vem sendo construída a partir de dados dos sistemas de informação disponíveis — destacando-se o Sinan, Sim, Sinasc e Siab, de outros indicadores. Em alguns casos, observa-se uma cobertura municipal ina-dequada. Desta forma, optamos por comentar alguns agravos de forma individualizada.

Doenças transmissíveisCólera

Nos últimos anos, vários estudos vêm tornando evidente a importância dos determinantes sociais e do ambiente natural ou modificado, na regulação da inten-sidade da produção e difusão das epidemias de cóle-ra. Condições ambientais precárias, abastecimento de água insuficiente e sistemas de esgoto inadequados são freqüentemente citados como os maiores obstáculos para o controle do desenvolvimento de surtos e epide-mias por cólera em todo o mundo. A evolução geográfi-

ca e a instalação da epidemia em deter-

minados locais mostram que a mesma segue o curso da pobreza e da ausência de saneamento básico. No Brasil, no período de 1991 a 2005, foram notificados ao Ministério da Saúde 168.624 casos de cólera — destes 92% foram na região Nordeste. No Ceará, nesse mesmo período, foram confirmados 45.517 casos, que representam 29,3% de casos do Nordeste e 26,9% do Brasil. Destaca-se no período de 2004 a 2005, o surto ocorrido no estado de Pernambuco, com registro de 26 casos no município de São Bento do Una — o que reite-ra a necessidade de uma vigilância constante.

Com o início da epidemia de cólera em 1992 e a magnitude da doença do Estado, as ações de vigilância e controle foram desencadeadas, principalmente, em 1993 e 1994 — anos da grande epidemia no Ceará. Em 1999, com a aprovação do Plano emergencial de apoio à prevenção e controle de cólera e outras doen-ças diarréicas pelo Ministério da Saúde e desenvolvido de forma intrasetorial na SESA-CE, apresenta grandes resultados como: redução significativa do número de casos de cólera em todo o Estado; profissionais capa-citados nas ações de prevenção e controle da doença; aumento no número e, principalmente, da qualidade das amostras de material humano e biológico encami-nhados para o LACEN.

A partir de 2003, as ações de vigilância epidemio-lógica da cólera foram intensificadas com a realização de encontros em quase todas as Células Regionais de Saúde e com grande participação de técnicos municipais na ava-liação dessas ações. Desde 2002, não há registros de ca-sos confirmados de cólera no Ceará. Entretanto ainda são incentivadas as pesquisas laboratoriais de Swab retal pelo LACEN. Assim, a vigilância epidemiológica continua atuante na forma de detecção precoce de reintrodução de casos da doença no Estado.

Número de casos de cólera. Ceará, 1992 a 2005

FONTE: SESA/SINAN

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Hanseníase A hanseníase é uma doença que desperta

a atenção da saúde pública, principalmente, por causa do potencial incapacitante e de acometer uma população na faixa etária economicamente ativa.

A Organização Mundial da Saúde estabeleceu como meta a eliminação da doença como problema de saúde pública. A prevalência deve ser inferior a 1 caso por cada grupo de 10 mil AIDPI habitantes até o ano de 2005. No Ceará, tanto a taxa de prevalência como a de detecção está em declínio, nos últimos anos.

Quanto à prevalência, os dados revelam uma queda significativa, a partir de 1991, devido à implantação de um novo esquema de tratamento e limpeza de arquivos, com impacto acentuado na curva da endemia hansênica.

As taxas de detecção podem ser consideradas, tanto indicador epidemiológico como de avaliação, das ações de controle. Os índices refletem, não somente uma idéia aproximada da incidência real da doença, mas também a eficácia das ações desenvolvidas para a descoberta de novos casos, principalmente, quando se trata de uma doença com forte estigma social.

A par t i r de 2003, 30 munic íp ios que representavam 48% da população do Estado e 80% dos casos prevalentes, celebraram a Aliança Estadual para Eliminação da Hanseníase no Ceará. Esses municípios contam com comitês técnicos municipais e recebem uma atenção especial em cooperação técnica dos níveis de coordenação regional, estadual

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 20010

5

18 Taxa / 10.000 hab.

PrevalênciaDetecção

2002 2003 2004 2005

9,5 9,4 7,5 6,3 6 5,4 4,8 5 4,6 5,9 4,8 4,1 2,3 1,82,5 2,6 2,3 3 2,8 3,5 3,7 3,1 2,9 2,8 3,3 3,7 3,4 3,4

e nacional. Os esforços foram concentrados nesses municípios prioritários em relação à capacitação de profissionais, descentralização de diagnóstico e tratamento, articulação com educação, comunicação social, trabalho para eliminar o estigma e a mobilização de parceiros.

A partir de 2004, a taxa de prevalência apresenta um acentuado declínio em virtude da alteração na forma de cálculo do indicador. Conforme orientação do Ministério da Saúde, os casos considerados para cálculo da prevalência passam a ser apenas os que estão em tratamento na data determinada pelo Ministério para congelamento do banco de dados. Com isso, a taxa de prevalência no Ceará decresceu de 4,1 em 2003 para 1,8 no ano de 2005.

A Secretaria investiu na reforma e restauração de duas colônias. A Colonia Antônio Justa, em Maracanaú, e a Antônio Diogo, em Redenção, passaram por um amplo processo de reforma física. Ganharam novas instalações elétricas e hidráulicas, pintura, e bibliotecas, gerando satisfação aos moradores, profissionais e comunidade.

A partir de 2006, com as reformas, passaram a se chamar Centro de Convivência Antônio Justa e Centro de Convivência Antônio Diogo para abandonar de vez, o preconceito com a doença.

A missão dos Centros é promover o bem estar físico, psíquico e social dos ex-portadores de hanseníase, e fazer atendimento ambulatorial de novos casos.

Taxa de detecção e prevalência da hanseníase. Ceará, 1995 a 2005

FONTE: SESA/SINAN

A Saúde no Ceará | 93

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Nº casosIncidência

199519941993 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000Nº de casos

0

20

40

60

80Incidência/100.000 hab.

4.503 4.523 4.501 4.413 3.868 4.016 3.748 3.669 3.642 3.736 3.993 3.883 4.08668,6 68,7 67 60,5 55,9 57,3 52,7 49,4 48,3 48,8 51,5 49,4 50,5

1996199519941993199219911990 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

250

500

750Nº casos

0

50

100

150

200

250Nº óbitos

Nº casos 71 129 120 175 204 289 308 431 527 538 526 567 585 668 726 601Nº óbitos 67 115 145 151 171 175 188 156 122 116 172 147 204 204 209 201

Número de casos e incidência de tuberculose. Ceará, 1990 a 2005

Número de casos confirmados e óbitos por Aids. Ceará, 1990 a 2005

TuberculoseA Tuberculose acompanha o ser humano há vários

séculos, mas apenas no século XIX foi descoberto o ba-cilo causador. A redução, tanto na morbidade quanto na mortalidade, depende entre outros fatores, do tempo em que a epidemia atinge a população. A epidemia de Aids está modificando sensivelmente o quadro da tuberculose atualmente, aumentando tanto a incidência em adultos jovens quantoa morbimortalidade.

A tuberculose é uma das principais doenças endê-micas do Estado, atinge particularmente a população menos favorecida, além de grupos especiais, como os alcoólatras e os soropositivos. Observa-se que a curva de incidência da doença apresenta discreto declínio, com um aumento a partir de 2002. Uma das grandes metas das secretarias municipais de saúde é diagnosticar o mais precocemente a doença e tratar de forma adequada todos os casos. Ressalte-se a importância dos serviços

FONTE: SESA/SINAN

FONTE: SESA/SINAN/SIM

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DengueA dengue foi detectada pela primeira vez no

Ceará no ano de 1986, manifestando-se em picos epidêmicos importantes. Desde 2002, há a circula-ção simultânea de três sorotipos virais, que contribui decisivamente para o aumento no número de casos graves da doença. No ano de 2004, com a deses-truturação das equipes municipais, após o processo eleitoral, foi possível observar um grande aumen-to no número de municípios com altas infestações pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da doen-ça. Com isso, acrescido a outros fatores ambientais

Nº casosIncidência

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000Nº casos

0

200

400

600

800Incidencia /100.000hab

1986

4.41975,61

1987

22.519378,93

1988

3856,37

1989

4.12667,15

1990

15.725231,75

1991

6.709105,44

1992

16512,56

1993

80,12

1994

47.789732,31

1995

660,96

1996

78911,39

1997

1.26418,4

1998

3.58151

1999

9.757138,95

2000

13.645189,51

2001

34.390455,64

2002

16.465218,15

2003

23.796306,71

2004

3.09339,34

2005

22.817281,8

houve um aumento expressivo no número de casos, em 2005, chegando a uma incidência superior a 230/100 mil habitantes.

Para enfrentar a dengue a Secretaria da Saú-de investe na capacitação de recursos humanos, tanto na área de supervisão de campo no controle de vetores quanto para capacitação de profissio-nais médicos e enfermeiros para atenção ao pa-ciente com dengue. O principal objetivo das ações é reduzir de forma sustentável a infestação pelo Aedes aegypti e, principalmente, evitar óbitos por dengue hemorrágica.

Número e incidência de casos de dengue. Ceará, 1986 a 2005

de busca de novos casos para o tratamento, a fim de romper a cadeia de transmissão e reduzir de forma sus-tentável a incidência. Merece ainda destaque, a busca das equipes municipais para sensibilizar os pacientes e reduzir o abandono ao tratamento.

AidsA Aids está entre as principais doenças emergentes

no mundo, com altas prevalências no Brasil. De modo geral, a epidemia de Aids sofre alterações nos últimos anos, em todo o País. Principalmente, na região Sudeste, onde a proporção de casos entre os sexos já encontra-se quase a mesma. Essa tendência vem sendo detectada também no Ceará, onde temos uma proporção cada vez menor entre homens e mulheres.

Além disso, a epidemia está se interiorizando e aco-metendo pessoas mais jovens. A partir de 1998, com a introdução do uso da terapia antiretroviral, vem ocorrendo o aumento da sobrevida dos pacientes.

Apesar do crescimento constante do número de casos — tendo chegado a 705 no ano de 2004 — temos uma menor letalidade a cada ano.

Raiva humanaO estado do Ceará vem registrando casos de raiva

humana, anualmente, com aumento significativo em 2003, quando ocorreram seis casos nos municípios de Fortaleza (2), Maracanaú (1), Umirim (1), Tururu (1) e Caucaia (1), tendo o cão como animal agressor.

Foram acometidas três crianças e três adultos, quatro das quais não procuraram atendimento anti-rábico após a agressão. Dos dois pacientes que foram às unidades de saúde após a agressão, uma não encontrou a vacina na unidade e a outra abandonou o esquema vacinal iniciado, o que indica a necessidade de informação e educação da população, bem como, a melhoria da qualidade dos serviços de saúde ofertados.

Um dos fatores relevantes que deve ser considerado

FONTE: SESA/SINAN

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Nº casos

Nº casos

2 1 4 3 1 1 1 2 6

1995

0

1996

1

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

1

2

3

4

5

6

7 Número de casos de raiva humana. Ceará, 1995 a 2005*

Nº de casosIncidência

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

200

400

600

800Nº de casos

0

3

6

9

12Incidência/ 100.000 hab.

5 0 0 724 24 8 0 0 0 0 0 00,07 0 0 10,46 0,34 0,11 0 0 0 0 0 0

Número de casos e incidência de sarampo. Ceará, 1994 a 2005

FONTE: SESA/SINAN

para o aumento no número de casos humanos, em 2003, foi o incremento de 380%, 300% e 80% dos casos de raiva canina nos municípios de Fortaleza, Caucaia e Maracanaú, respectivamente, em decorrência da diminuição da captura de cães errantes e do aumento dos focos em toda região metropolitana de Fortaleza. Para impedir o avanço da doença a SESA realizou duas campanhas de vacinação animal por ano, nos municípios de maior risco, dando maior sustentabilidade ao controle da raiva canina.

Além disso, foram adquiridas mais seis viaturas para apreensão de animais, construídos dois centros de controle de zoonoses (Crateús e Juazeiro do Norte) e capacitados centenas de profissionais de

saúde, descentralizando o atendimento anti-rábico. Com a implementação das ações com as secretarias municipais de saúde, foi possível diminuir a circulação do vírus rábico e, conseqüentemente, reduzir a incidência da raiva na população. No único caso da doença registrado em 2005, o agressor foi um animal silvestre (o sagüi).

Sarampo e rubéola

Desde 1994, está em desenvolvimento, nas Américas, o plano de erradicação do sarampo. A meta atual é de erradicar a transmissão autóctone do vírus no Brasil. Destaca-se que no ano de 2005 foram notificados vários casos de sarampo importados. No Ceará, os últimos casos confirmados de sarampo e rubéola ocorreram em 1999 e 2003. Para erradicar o sarampo e para controlar a rubéola, é neces-sária a cobertura vacinal de no mínimo 95% em todos os municípios cearenses.

A partir de 1997, as coberturas vacinais do sarampo tem sido consideradas satisfatórias. Além da vacinação das crianças de 1 ano de idade, outras estratégias estão sendo implementadas, como vacinação de pessoas de grupos de risco para sarampo. O fortalecimento da vigilân-cia epidemiológica para erradicar o sarampo e controlar

a rubéola ocorre de forma intensiva, buscando uma melhor cobertura de vaci-nação, homogeneidade e busca ativa para todos os casos suspeitos em tempo oportuno.

Tétano neonatalO tétano neonatal

está em processo de eli-minação no continente su-lamericano desde 1989, sendo implementado a partir de 1993 com a introdução da vacinação da mulher em idade fértil.

FONTE: SESA/SINAN *AGRESSÃO POR ANIMAL SILVESTRE — SAGüI

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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

1.500

3.000Nº casos

0

20

40Incidencia /100.000hab

Nº de casos 416 607 2.684 407 121 533 323 417 21 1 0 0Incidência 6,2 9 39,5 5,8 1,7 7,5 4,5 5,5 0,5 0,01 0 0

Número de casos e incidência de rubéola. Ceará, 1994 a 2005

FONTE: SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ — SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO, SINAN

Nº de casosIncidência

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

3

6

9

12Nº de Casos

0

0,5

1Incidência / 100.000hab.

11 11 11 11 9 3 1 0 2 1 1 00,13 0,9 0,9 0,9 0,06 0,02 0,01 0 0,01 0,02 0,01 0

FONTE: SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ — SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICÇÃO — SINAN

Número e incidência de casos de tétano neonatanal. Ceará, 1994 a 2005

No início, a vacinação foi realizada apenas nos municí-pios considerados de risco e, posteriormente em todos os municípios. O propósito inicial foi eliminar o tétano neonatal até 1995.

Neste ano, tornou-se necessária a elaboração de um plano emergencial para cumprimento da meta proposta. No período de 1994 a 2003, observa-se uma estabilidade do número de casos nos primeiros quatro anos, declínio entre 1998 a 2001 e o recrudescimento em 2002, com ocorrência de dois casos e persistência da doença em 2003. O único caso de 2003 é procedente de Fortaleza, de zona de assentamento, de uma criança que é a 13ª na ordem de nascimento, de origem de parto domiciliar e a mãe não havia feito pré-natal e nem tinha sido vacinada. Constatou-se na investigação epidemio-

lógica realizada, que o referido caso foi resultante de uma situação social ad-versa da família e que deve ser alvo de atenção não só do setor saúde, mas de toda uma rede de proteção social. Por ter havido as-sistência hospitalar oportuna e adequa-da, logrou-se evitar o óbito.

Sífilis congênitaÉ um agravo de saúde passível de eliminação,

desde que a mulher infectada pelo Treponema pallidum seja identificada e tratada antes ou durante a gestação. A sífilis é causa importante de morbidade e mortalidade perinatal. Por ser uma doença de notificação compulsó-ria, deve ser notificada e investigada em todos recém--nascidos, vivos ou mortos, filhos de mães com sífilis. Com isso, a sífilis congênita (SC), tem se tornado um dos grandes desafios na saúde pública deste início de milênio.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, nos países em desenvolvimento, em torno de 10% a 15% das gestantes seriam portadoras. No Brasil, estima-se que 3,5% das gestantes sejam portadoras dessa doen-ça, com grande risco de transmissão da mãe para filho

A Saúde no Ceará | 97

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19961995 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Nº de casos

4 24 3354

93

8 4056

123

174

367

0

100

200

300

400Nº casos

19961995 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Nº de casosIncidência

0

1500

3000Nº de casos

0

21

42Incidência/100.000 hab.

531 1209 2241 2732 2463 2893 1910 2487 1717 1694 14277,9 17,8 32,6 38,9 34,6 37,3 25,3 32,5 22,1 21,5 17,6

Número de casos notificados de sífilis congênita. Ceará, 1995 a 2005

FONTE: SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ — SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO, SINAN

FONTE: SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ — SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO, SINAN

Número de casos confirmados e incidência de hepatites virais. Ceará, 1995 a 2005

com influências na mortalidade perinatal de até 40%. A falta de qualidade na assistência pré-natal, o baixo nível socioeconômico, a baixa escolaridade e promiscuidade sexual são fatores condicionantes para a alta prevalência da doença no Brasil.

Com o objetivo de eliminar a sífilis congênita, em 1993, o Ministério da Saúde recomendou o rastreamento da doença na gravidez, utilizando o VDRL na primeira consulta de pré-natal, no início do terceiro trimestre e na admissão para parto ou curetagem. No Ceará, a vigilân-

cia epidemiológica da sífilis vem se estruturando cada vez mais e contribuindo para o aumento do número de notificações, a cada ano. Esse fato revela o impacto das capacitações de profissionais e uma maior sensibilização para as notificações de casos suspeitos.

Hepatites viraisAs hepatites virais são doenças causadas por dife-

rentes agentes etiológicos, de distribuição universal, que têm em comum o hepatotropismo. Possuem semelhanças

w | A Saúde no Ceará

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1990 1992 1994 1996 1998 2000 2001 2002 2003 2004 20050

700

350

1200

1050

Nº de óbitos Taxa / 100.000 hab.

Nº de óbitosTaxa

0

6

12

18

152 108 153 300 564 680 1050 912 1053 1252 13092,4 1,7 2,3 4,4 8 9,4 13,9 11,9 13,6 15,9 16,1

Número de óbitos e taxa de mortalidade por doenças hipertensivas. Ceará, 1990 a 2005

do ponto de vista clínico-laboratorial, mas apresen-tam importantes diferenças epidemiológicas e de evolução. Entre as doenças endêmico-epidêmicas, que representam problemas importantes de saúde pública no Brasil, destacam-se as hepatites virais, cujo comportamento epidemiológico tem sofrido grandes mudanças nos últimos anos.

A melhoria das condições de higiene e de saneamento das populações, a vacinação contra a hepatite B e as novas técnicas mo-leculares de diagnóstico do vírus da hepatite C estão entre os avanços importantes. Entretanto, as condições do Nordeste brasileiro, a heterogeneidade socioeconômica, a distribuição irregular dos serviços de saúde, a incorporação desigual de tecnologia para diagnóstico, são elementos importantes que devem ser considerados na avaliação do processo endemoepidê-mico das hepatites virais.

É possível observar um pico no número de casos no ano 2000. E, partir de 2002, um decréscimo, com uma incidência de 17,6/100 mil habitantes em 2005.

Doenças e agravos não transmissíveisDoenças hipertensivas

No quadro epidemilógico atual, as doenças e agravos não transmissíveis ganham cada vez mais im-portância, com destaque a hipertensão arterial. Essa re-levância se deve tanto pela gravidade, como pela possi-bilidade de favorecimento de outras enfermidades, que

diminui a qualida-de de vida da população.

A s s i m como no restan-

te do País, a mor-talidade por doenças

hipertensivas encontra-se em tendência de crescimento, passando

de pouco mais de dois óbitos por 100 mil habitantes, em 1990, para 16,1 óbitos por 100 mil habitantes, em 2005. Isso se deve, entre outros fatores, ao aumento importante da expectativa de vida e ao envelhecimento da população. O aumento das taxas de mortalidade e de internação crescentes mostra as dificuldades de con-trole da doença em nível ambulatorial, provavelmente, pela dificuldade de acesso à assistência médica.

No Ceará, as ações de controle e prevenção da hipertensão estruturam-se a partir da implementa-ção da detecção precoce da hipertensão arterial na população adulta atendida nos serviços de saúde, do monitoramento dos níveis pressóricos nos indivíduos portadores de HAS e do controle dos principais fatores de risco conhecidos, como o fumo, obesidade, hiper-colesterolemia, entre outros. As atividades de educa-ção em saúde vem sendo implementadas, através de campanhas anti-fumo, a favor dos exercícios físicos e da dieta mais equilibrada. Entretanto, permanece a tendência de crescimento na taxa de mortalidade por doenças hipertensivas.

FONTE: SESA

A Saúde no Ceará | 99

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ViolênciaA violência e seus efeitos para o Sistema Único

de Saúde são temas considerados relativamente novos para os profissionais de saúde pública. As diferentes manifestações, sejam elas individuais ou coletivas, a multiplicidade de fatores que lhe origina e a diversidade das conseqüências sociais que são geradas, fazem da violência um fenômeno bastante complexo de ser trabalhado. Nesse contexto, a mortalidade por homicídios é considerada um indicador significativo da violência social, relacionada às crescentes desigualdades sociais e econômicas, a rápida urbanização, que infelizmente não se traduz em oportunidades e qualidade de vida.

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

700

1499Nº de óbitos

Nº de óbitosTaxa

470 593 675 886 1010 1164 1336 1242 1272 1197 13057 8,7 9,8 12,6 14,2 15,7 17,7 16,2 16,4 15,2 16,1

10

0

20Taxa / 100.000 hab.

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

900

450

1800

1350

Nº de óbitos Taxa / 100.000 hab.

Nº de óbitosTaxa

0

5

10

15

20

25

876 1013 934 1148 1284 1275 1442 1565 1582 168312,9 14,8 13,5 16,1 17,2 16,9 18,8 20,2 20,1 20,7

Número de óbitos e taxa de mortalidade por diabetes. Ceará, 1995 a 2005

No Ceará, as causas externas estão entre as maiores causas de mortes na população geral e dentre essas, o homicídio ocupa o primeiro lugar. Observa-se que, desde 1996, o número de óbitos e as taxas de homicídio do Ceará vem apresentando um discreto aumento, chegando a mais de 20 óbitos/100 mil habitantes a partir do ano de 2003. Destaca-se ainda como de grande relevância para a saúde pública, o fato da faixa etária dos óbitos se concentrar em grande parte de adultos jovens, principalmente, do sexo masculino. Desta forma, ações intersetoriais deverão ser implementadas para reduzir a mortalidade, principalmente, de jovens.

Número de óbitos e taxa de mortalidade por homicídios. Ceará, 1996 a 2005

w | A Saúde no Ceará

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Acidentes de trânsitoA segurança no trânsito é um problema atual,

sério e mundial, mas absolutamente urgente no Brasil. Os acidentes de trânsito estão entre as principais causas de mortes violentas, acabando princi-palmente a vida de adultos jovens. A partir de 1998, com a implantação do Có-digo Nacional de Trânsito, foi possível observar uma redução das mortes, princi-palmente nas capitais.

Em relação ao interior do Estado do Ceará, pode--se observar um aumento significativo na taxa de mor-talidade na última déca-da. Dentre outros fatores, provocado pelo aumento da frota de veículos, princi-palmente de motocicletas e, o nível de atividade econô-mica, pode ter contribuído também para este fato. Observa-se que quanto maior o nível da atividade econômica, maior será a circulação de pessoas e

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 20040

20

10

40

30

Taxa / 100.000 hab.

CapitalInterior

2005

Estado

30,3 28,6 20,8 25,6 24 17,4 21,6 20,5 19,4 21,610,5 12,7 12,2 13,8 15,4 17,4 18,3 19,4 21,3 20,416,2 17,3 14,8 17,3 17,9 17,4 19,4 19,7 20,7 20,7

mercadorias, aumentando assim, os quilômetros percorridos por veículos e o número de veículos em circulação, bem como a reinserção de veículos velhos em circulação, muitas vezes, em condições

precárias de segurança.A série histórica do Esta-

do apresenta uma redução da mortalidade na Capital e um incremento no interior do Es-tado, resultando em uma leve tendência de aumento na taxa de mortalidade por acidentes, passando de 16,2 para pouco mais de 20/100 mil habitantes, em 2005.

Fatores culturais, com-portamentais e sociais apre-sentam-se na diversidade e complexidade das causas que favorecem tanto a origem como a manutenção dos acidentes de trânsito, dada a sua magnitude e transcendência, esses fatores

vem sendo tratados como problemas de toda a sociedade. Daí, a necessidade de ações educativas intersetoriais.

Taxa de mortalidade por acidentes de trânsito segundo as regiões do Estado. Ceará, 1996 a 2005

FONTE: SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ — SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO, SINAN

A Saúde no Ceará | 101

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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050

75

150Nº de casos

0

50

100Razão /100.000 Nascidos Viv os

Nº de óbitos 111 111 110 138 129 112 109 125 105 119 130Razão M.M 93,1 94,7 81,3 98,8 90,1 78,1 76,2 85,9 75,2 86,6 83,8

Razão de mortalidade materna. Ceará, 1995 a 2005

DiabetesSegundo a Organização Mundial da Saúde, estima-

-se que no ano de 2025 haverá de 51 a 71 milhões de pessoas com diabetes, com o incremento na prevalência em adultos — 42% em países desenvolvidos e 170% em países em desenvolvimento. No Brasil, segundo o Minis-tério da Saúde, aproximadamente 17 milhões de pessoas (10% da população) têm diagnóstico de diabetes mellitus (DM) e outros 40 milhões correm risco de adquirir a do-ença — que já ganhou contorno de pandemia.

O diabetes mellitus está associado a múltiplos condicionantes como idade, fatores ambientais e, princi-palmente, ao estilo de vida — o sedentarismo e a ingestão de alimentos inadequados. Além disso, contribui signifi-cativamente para o aumento da prevalência de doenças cardiovasculares. No Ceará, observa-se que desde o ano de 1995, a taxa de mortalidade por esse agravo apre-senta tendências crescentes, com pico no ano de 2001, e discreta tendência de estabilização a partir de 2002.

Por outro lado, observa-se o aumento nas interna-ções e um maior número de pacientes com diabetes, que são assistidos nos postos de saúde, conforme evidenciam os registros hospitalares e ambulatoriais.

Por entender que o DM é um agravo de importância na saúde pública e sensível à atenção básica, a SESA tem como objetivo intensificar a descentralização das ações para as unidades de PSF, e assim promover o maior acesso da população aos serviços de saúde.

As ações da SESA dirigidas à prevenção e controle do diabetes mellitus foram voltadas para a adoção de práticas saudáveis e de mudanças no estilo de vida,

principalmente, devido ao envelhecimento da população cearense.

Com o aumento gradativo do número de equipes de PSF, espera-se ampliar o acesso da população às ações de saúde, a fim de melhorar as condições de monitora-mento dos fatores de risco e reduzir a mortalidade.

Mortalidade maternaEm 1992, a SESA implantou a vigilância epidemioló-

gica da mortalidade materna no Ceará para incrementar a notificação e o monitoramento dos óbitos maternos. Assim, o conhecimento de um grande número de mor-tes maternas nos últimos anos, necessariamente, não representa aumento. Mas, é resultado de um sistema de vigilância mais sensível à notificação desses casos.

Nos últimos anos, foram implantados 21 Comitês Microrregionais de Prevenção à Mortalidade Materna e quatro Comitês Hospitalares, a fim de investigar as circunstâncias da ocorrência de mortes maternas e descobrir como podem ser evitadas.

A razão de mortalidade materna relaciona as mor-tes maternas obstétricas diretas e indiretas e não es-pecificadas com o número de nascidos vivos. O declínio deste índice no Ceará, observado com mais evidência no período de 1998 a 2001, deve-se, principalmente, a uma tendência contínua e expressiva de redução dos óbitos por causas obstétricas diretas. Essa constatação espelha o esforço da SESA e das secretarias municipais de saúde em promover ações voltadas à saúde da mulher — como o aumento da cobertura dos serviços de pré-natal, de parto hospitalar e de planejamento

FONTE: SESA

w | A Saúde no Ceará

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1994 1996 1998 2000 2001 2002 2003 2004 20050

5000

2500

10000

7500

Nº de óbitos

0

150

100

50

Taxa / 100.000 hab.

Nº de óbitosTaxa

4937 5343 7130 7886 8314 8342 8617 9077 916874,4 78,5 101,7 106,1 110,2 109 111,1 115,5 113,2

Número de óbitos e taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório. Ceará, 1994 a 2005

familiar. Em 2005, a razão de mortalidade materna foi de 83,8 óbitos por 100 mil nas-cidos vivos.

As ações contra a mortalidade materna deve incluir investimentos na melhorias no atendimento ao pré-natal e ao parto, no incentivo do uso de métodos anticonceptivos para reduzir o número de mortes relacionadas ao aborto. Também há necessidade de incentivar o parto normal e evitar as cesa-rianas desnecessárias.

Doenças do aparelho circulató-rio

O grupo das doenças do aparelho circulatório ocupa o primeiro lugar entre as causas de mortes mais freqüentes no Ceará. O risco de morte por essas doenças apresenta tendência crescente nos últimos anos, em parte resultante do processo de modernização da sociedade, somada à maior proporção da população idosa. Grande parte dos óbitos decorre, provavelmente, de quadros de hipertensão arterial não diagnosticados precocemente ou inadequadamente tratados.

Em 2002, 8.342 cearenses morreram por essas causas. A taxa foi de 109 óbitos por 100.mil

habitantes. No ano de 2005, foram confirmadas 9.168

mortes, com uma taxa de 113,2 mortes por 100 mil. A série histórica de óbitos demonstra uma tendência de aumento discreto na taxa

de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, como

se apresenta em todo o País. A prevenção e controle

consistem na redução da exposição das pessoas aos fatores de risco:

comportamentais (tabagismo, dieta, sedentarismo, ingesta de álcool e uso de

anticoncepcionais), patologias ou distúrbios metabólicos (hiper tensão ar terial, obesidade,

hiperlipidemias, diabetes mellitus) e características soc ioeconômico-cu l tura is (ocupação, renda, escolaridade, classe social, ambiente de trabalho, rede de apoio social).

Os três níveis clássicos de prevenção devem ser trabalhados para minimizar as mortes evitáveis por doenças do aparelho circulatório, principalmente, as que ocorrem em adultos com idade entre 20 e 49 anos. Nesta faixa etária, a taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares passou de 12,5 por 100 mil, em 1999, para 8,7 por 100 mil, em 2005.

Os efeitos esperados são diminuir incidência

FONTE: SESA

A Saúde no Ceará | 103

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200320042005

0 2 4 6 8 10 12

9,7

9,5

7,8

3,9

2,3

2,5

9,6

8,1

7,3

3,2

2,9

2,4

10,2

9

8,8

3,3

3,7

2,9

Próstata

Estômago

Brônquios e pulmões

Sem esp.localiz.

Esôf ago

Fígado

Coeficiente de mortalidade do sexo masculino pelas principais causas de neoplasias. Ceará, 2003 a 2005

0 2 4 6 8

Estomago

Bronquios e pulmões

Sem esp.localiz.

Esofago

Figado

Encefalo

Leucemia

Cólon e Reto

7

6,2

3,6

1,9

2,4

2,2

2,6

1,9

6,2

6

3,4

2,2

2,5

2,1

2,3

1,8

7

7,2

3,1

2,5

3,1

2,5

2,3

2,6

200320042005

Coeficiente de mortalidade pelas principais causas de neoplasias malignas. Ceará, 2003 a 2005

Coeficiente de mortalidade do sexo feminino pelas principais causas de neoplasias. Ceará, 2003 a 2005

200320042005

Mama

Brônquios e pulmões

Cólo deútero

Estômago

Sem esp.localiz.

Fígado

0 2 4 6 8 10

7,6

4,7

4,4

4,6

3,4

2,3

8,8

4,7

4

4,4

3,7

2,7

7,9

5,6

4,9

5

3

3,3

(prevenir casos novos), reduzir a prevalência (tratar melhor casos crônicos) e reduzir complicações ou incapacidades (prevenir mortes).

Destaca -se o Ac idente Vascular Cerebral (AVC) como a principal causa de morte e incapacidade. Estima-se que 20 mil cearenses tenham AVC a cada ano.

Cerca de um terço morrem. Mais de 100 mil escapam da mor te, em conseqüencia de AVC. Apesar da gravidade, nunca tinha sido enfrentado adequadamente pelas diversas esferas de governo. Em 2005, a f im de mudar esta s i tuação, foi criado o Dia Estadual de Prevenção das Doenças Cérebrovasculares e elaborado o Programa de

Assistência Integral e Integrada aos Pacientes Submetidos aos Fatores de Risco ou Acometidos de Doença Cérebrovascular no Estado do Ceará.

A i n i c i a t i v a , i n é d i t a no País , fo i premiada pela Sociedade Brasileira de Doenças Cérebrovasculares, em congresso realizado em Salvador, Bahia, em

novembro de 2005. Na ocasião, o Secretário da Saúde, Jurandi Frutuoso, representando o Governador Lúcio ALcântara, recebeu placa de Honra ao Mérito pelo pioneirismo e relevância da iniciativa.

Em 2006, como conseqüência do programa foi incluída na reforma do HGF a primeira Unidade de AVC do Estado. Além disso, foi criada a Coordenação Estadual das Doenças Cérebrovasculares e programado o georeferenciamento do AVC em Fortaleza.

FONTE: SESA

FONTE: SESA

FONTE: SESA

w | A Saúde no Ceará

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NeoplasiasNos últimos anos, observa-se o aumento da mor-

talidade por câncer, preocupação cada vez maior nas sociedades e gestores de saúde. As mudanças de estilo de vida, a introdução de novos hábitos, genética fami-liar e o aumento da expectativa de vida são apontados como fatores de risco e responsáveis pelo aumento de neoplasias malignas.

Os objetivos fundamentais da vigilância epide-miológica e controle do câncer são: evitar a ocorrência da doença através da prevenção primária, diminuir as consequências graves e fatais e reabilitar os casos que foram tratados. Para enfrentar esses desafios foram

criados serviços como o Registro de Câncer de Base Po-pulacional a partir de 1971, (os Registros Hospitalares de Câncer em 1974) e o Programa de Epidemiologia e Vigilância do Câncer e seus fatores de Risco em 1999.

A mortalidade é mais elevada nos casos de câncer do estômago, bronquios e pulmão, tanto no sexo femini-no como masculino. Os homens respondem por 50,4% do total de mortes por neoplasia. Em 2005, a próstata foi o maior coeficiente de mortalidade, seguido por es-tômago, brônquios e pulmão — 9,7 óbitos, 9,5 óbitos e 7,8 óbitos por 100 mil, respectivamente. Em relação as mulheres, o câncer de mama aparece como o de maior mortalidade, seguido por brônquios e pulmão e, colo de útero.

Doenças do aparelho circulatório ocupam o primeiro lugar entre as causas de óbito

A Saúde no Ceará | 105

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Atenção à saúde da crianças inúmeras ações e estratégias de-senvolvidas pela SESA na área de saúde da criança, visam alcançar a melhoria global da qualidade de vida

na infância. Destaca-se a prevenção e controle das doenças respiratórias e infecciosas.

Nesta ação, as atividades envolveram a implanta-ção em 31 municípios do projeto para acompanhamento das crianças menores de cinco anos, egressas de hospi-talização por pneumonia e diarréia.

Foi elaborado instrumento para o seguimento pelo ACS das crianças egressas. Para a identificação dos sinais de gravidade nas crianças os ACS receberam trei-namentos nos municípios em AIDPI, utilizando material instrucional, educativo e informativo próprio.

Triagem neonatal — teste do pezinho

O teste do pezinho consiste na obtenção da impres-são da planta do pé do recém-nascido, que é examinada

Atenção a grupos específicos da população

Apara a identificação de doenças que causam retardo mental grave, especificamente a fenilcetonúria e o hipotireoidismo.

Promove-se também a implantação da Fase II do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), na qual as Hemoglobinopatias são identificadas através do teste.

Por conta da ação do PNTN/SESA o teste do pezinho está disponível em todas as maternidades públicas do Ceará, alcançando uma cobertura de 76% dos nascidos vivos no Estado.

Atualmente, a triagem neonatal é promovida jun-to às equipes do PSF. A perspectiva é que a cobertura aumente cada vez mais, alcançando também crianças que nascem em domicílio.

Promoção do método mãe canguru

Por meio do método mãe canguru, o recém-nasci-do prematuro, de baixo peso, é mantido junto ao corpo da mãe após o parto — dela recebendo amor, calor e leite materno, elementos vitais para a sobrevivência

w | A Saúde no Ceará

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do bebê nos primeiros dias. O método é utilizado com sucesso no Hospi-

tal Infantil Albert Sabin, Hospital Geral César Cals, Maternidade-Escola Assis Chateaubriand e hospitais maternidades dos municípios de Canindé, Tianguá, Aracati, Sobral e Cascavel e Barbalha.

Promoção do aleitamento materno

Segundo o Ministério da Saúde e o UNICEF, o Ceará é o Estado com o maior número de hospitais acreditados como Amigo da Criança em todo o País, título concedido às unidades que cumprem dez itens essenciais de incentivo ao aleitamento materno. Ao todo, o Estado dispõe de 35 hospitais Amigo da Crian-ça. Em segundo lugar vem o estado de São Paulo, com 32 hospitais.

Além das ações hospitalares, a SESA tem promo-vido o aleitamento materno através da estruturação da rede de Bancos de Leite Humano em todo o Estado. Atualmente, funcionam seis bancos de leite, sendo quatro em Fortaleza, um no Sertão Central (Quixadá) e um na região do Cariri (Barbalha). Foram implantados também Postos de Coleta de Leite Humano, no total de 16 hospitais conveniados com o SUS, entre eles o Hospital Geral de Fortaleza, Hospital Cura D’ars, Hospital Waldemar de Alcântara e 13 hospitais de municípios do Interior.

Outras atividades na área da alimentação e nutrição infantil:>Atualização técnica em aleitamento materno para 170 técnicos de 63 municípios;>Atualização técnica para os hospitais Amigo da Criança, envolvendo a participação de 50 técnicos;>Seminário sobre alimentação complementar e regional para profissionais do PSF e dos hospi-tais Amigo da Criança;>Monitoramento das Normas Brasileiras de Co-mercialização de Alimentos para Lactentes (NB-CAL) em conjunto com a Vigilância Sanitária;>Elaboração de material instrucional, educativo e informativo sobre aleitamento materno.

Como resultado foi registrado o aumento expres-sivo da prática da amamentação no Estado. Em 2006, o índice de aleitamento materno exclusivo até 4 meses de vida já alcançou 70% das crianças. A desnutrição infantil foi reduzida drasticamente. Em 2005, a taxa

chegou a 8,6%, em crianças menores de 5 anos.

Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil no PSF

Com o apoio do UNICEF, a SESA foi pioneira na implantação estadual do Projeto Competências Fami-liares e Municipais para a Saúde e o Desenvolvimento Infantil. A iniciativa une governo e profissionais de saúde locais para promover, em conjunto com as mães, cuidados a crianças de até 6 anos de idade.

Além deste Projeto, outras ações incluíram:>Atualização técnica para o uso adequado da nova Caderneta da Criança, preconizada pelo Ministério da Saúde;>Promoção das ações a serem implementadas na primeira semana de vida da criança;>Identificação das crianças em situação de risco para serem acompanhadas pela Vigilância em Saúde.

Prevenção dos distúrbios nutricionais e anemias carenciais

Na área da alimentação e nutrição infantil, a SESA desenvolveu diversas ações inovadoras, voltadas para a promoção de hábitos alimentares saudáveis e a pre-venção de doenças carenciais, conforme apresentadas a seguir:>Implantação e acompanhamento das ações de alimentação saudável, com foco na vigilância alimentar e nutricional e na segurança alimentar nos municípios;>Acompanhamento das ações de administração da mega dose de Vitamina A, nas crianças de 6 meses a 5 anos de idade e nas puérperas no pós-parto imediato;>Implantação e implementação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) em todas as 21 CERES, em parceria com a DATASUS;>Implantação e acompanhamento do Programa Nacional de Suplementação de Ferro, dirigido às crianças e gestantes;>Implantação do protocolo para recuperação de crianças desnutridas graves em nível hos-pitalar, com o apoio do Ministério da Saúde.

A Saúde no Ceará | 107

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Promoção de atenção às crianças com necessidades especiais

O Projeto Garatujas foi implantado com a finalidade de identificar precocemente, através do PSF, crianças com risco de desenvolvimento de neuropsicomotor. Realizou, também, treinamento de técnicos para atendi-mento à criança com deficiência, em forma de mutirão, no município de Fortaleza.

Organização da vigilância à mortalidade materna, infantil e fetal

Foram implantados o Comitê Estadual e as Comissões Regionais, Municipais e Hospitalares de Investigação dos Óbitos Infantil e Fetal, bem como foi realizado evento sentinela para Anóxia Neonatal nos recém-nascidos acima de 2,5 kg.

As ações de prevenção e controle das doenças imunopreveníveis, integrantes do Programa Nacional de Imunização (PNI), incluíram as vacinações de rotina com as vacinas obrigatórias e também estratégias dife-renciadas como: >Campanhas de vacinação e bloqueios, vacina-ção de grupos de risco para sarampo, hepatite B, vacinação de militares, população carcerária e populações indígenas;>Capacitação de recursos humanos neces-sários para a execução das ações de imu-nização sob a responsabilidade estadual e municipal;>Orientação dos municípios quanto à apli-cação dos imunobiológicos distribuídos exclu-sivamente em ações de saúde pública, de acordo com as orientações técnicas da Secretaria de Vigilância à Saúde do Ministério da Saúde;>Atualização, consolidação, análise e divulgação das informações referentes aos sistemas de in-formação do PNI estadual;>Complementação da atuação dos municípios na área de imunização e suplementar, em caráter excepcional, quando da insuficiência da atuação municipal.

A implementação destas ações promoveu a mudan-ça do perfil da morbidade e redução da morbimortalidade infantil; altas e homogêneas coberturas vacinais em todos os municípios; identificação precoce das crianças

em situação de risco; redução da desnutrição infantil; redução dos desvios alimentares que resultam em de-ficiências nutricionais e doenças crônicas, sobrepeso e obesidade; prevenção por tratamento precoce de 140 crianças com hipotireoidismo e fenilcetonúria acompa-nhadas na triagem neonatal do HIAS.

BCG 100%

Anti-pólio 93%

Tríplice 91%

Anti-sarampo 90%

Atenção ao adolescenteA adolescência é um período intenso de transfor-

mações biopsicossociais. Etapa da vida em que o ser humano necessita de adequada orientação, informação e apoio dos pais, da sociedade e do governo para que possa adquirir competências e habilidades que resultem em hábitos saudáveis.

Coberturas Vacinais

FONTE: SESA

w | A Saúde no Ceará

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Taxa N°

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Taxa/1000 mulheres adolecentes

38.653

49,2 49,3 47,5 47,4 45,2 42,340,4

37,337,1 36,3

39.340 38.318 38.801 38.02136.102

34.96032.725 32.993 28.860

Taxa de internações por partos e abortamentos em mil mulheres adolescentes (10 a 19 anos) Ceará, 1996 a 2005

FONTE: SISTEMA DE INFORMAÇõES HOSPITALARES DO SUS

Atualmente, o Projeto envolve a participação das famílias, tendo desenvolvido uma nova metodologia que busca motivar a discussão das diferentes compe-tências familiares frente às questões relacionadas à educação dos filhos adolescentes. Foram produzidos 1.450 kits compostos de álbum seriado, guia meto-dológico e caderno da família para o desenvolvimento dos encontros entre os familiares sob o monitoramento dos articuladores do Amor à Vida de todos os CREDES e CERES.

Promoção da saúde sexual e reprodutiva

A saúde sexual e a saúde reprodutiva de adolescen-tes e jovens tem grande relevância dentro do panorama de saúde do Estado do Ceará. Não só pela representati-vidade numérica do grupo etário, mas também pela es-pecificidade dessa fase da vida, marcada por transições físicas e psicoemocionais.

Os resultados de ações intersetoriais influenciaramo declínio da taxa de gravidez na adolescência, que atingiu o índice de 36,3 por mil adolescentes, no período de 1996 a 2005. A taxa nacional, que em 2001 foi de 85 por mil adolescentes, foi o dobro do Estado no mesmo período.

Saúde do adolescente na atenção básica

Garantir o desenvolvimento integral da adoles-cência e da juventude requer a construção de políticas públicas capazes de prover a aten-ção integral à saúde em todos os níveis de complexidade. É fundamental que os gestores e profissio-nais de saúde, a fa-mília e a sociedade em geral compreen-dam os processos e necessidades dos adolescentes, as-sim como os fatores ambientais, sociais e culturais que afe-tam sua saúde.

Até o final de dezembro de 2006, 584 profissionais multiplicaram as Oficinas em Saúde e Organização de Serviços no Atendimento Saúde do Adolescente em 100% das equipes de PSF do Estado.

Foram distribuídos 58 mil passaportes para o acompanhamento da saúde do adolescente, 65 mil fichas de primeiro atendimento, 65 mil fichas de acom-panhamento pôndero estatural e critérios de Tanner, 65 mil fichas de evolução e 45 mil fichas de notificação de violências contra crianças e adolescentes nos serviços de atenção básica.

Projeto Amor à VidaÉ uma ação sócio-educativa em sexualidade e

saúde reprodutiva promovida pelo Governo do Estado para adolescentes e jovens, através da parceria entre a SESA e as secretarias do Trabalho, Ação Social e Edu-cação. Nesse trabalho, se evidenciou a funcionalidade da ação do Estado nos municípios interioranos, como fomentador das condições mínimas de sobrevivência da população e como principal responsável pela educação formal e pela saúde familiar.

Para o projeto, foram capacitados de 12.894 pro-fessores, educadores sociais e profissionais de saúde, e de 2.232 grupos de adolescentes. No período de 2003

a 2006, o Projeto Amor à Vida passou a atender os 184 municípios do Estado — no início, eram 110 — com 99% de cobertura em 3.310 escolas com 577.294 alunos. Em conseqüência, houve uma redução importante na taxa de parto e gravidez não planejada entre adolescentes.

A Saúde no Ceará | 109

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110 | A Saúde no Ceará

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Redução da gravidez na adolescência é resultado de ações intersetoriais com foco na prevenção. Hoje, a taxa é de 36,3 por grupo de mil adolescentes

A Saúde no Ceará | 111

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Jijoca de Jericoacoara

CruzCamocimItarema

Barroquinha

Bela Cruz

Granja MarcoMartinópole

Itapipoca

Senador Sá

TrairiMorrinhosUruoca

Santana do Acaraú

Paraipaba

Viçosa do Ceará

MassapêMoraújo

Paracuru

Miraíma Tururu

Tianguá

São Gonçalodo Amarante

Coreaú Meruoca

Caucaia

Uruburetama

Sobral Umirim

São Luísdo Curu

IrauçubaItapajéFrecheirinha

Pentecoste

Fortaleza

Forquilha

Tejuçuoca

Ubajara MaracanaúGroaíras Eusébio

Cariré

Mucambo MaranguapeIbiapinaPacatuba

Itaitinga

Santa Quitéria

Pacujá

Graça General Sampaío

São Benedito

CascavelGuaiúba PindoretamaReriutaba

Varjota HorizonteParamoti

CaridadeCarnaubal

Canindé

Palmacia

BeberibeGuaraciabado Norte

PacajusPacoti

GuaramirangaRedençãoPires Ferreira

Ipú MulunguChorozinho

BaturitéHidrolândiaCroatá

Capistrano OcaraFortim

Ipueiras

Catunda

ItatiraItapiúna

Morada Nova

Nova Russas

Tamboril

Palhano

RussasIbaretama

Poranga IcapuíChoróItaiçaba

Quixadá

Boa Viagem

Madalena JaguaruanaMonsenhorTabosa

Ipaporanga

Quixeramobim

Ibicuitinga

Crateús Limoeiro do Norte

Quixeré

Independência

Tabuleirodo Norte

São João

do Jaguaribe

JaguaretamaPedra Branca

Senador Pompeu

Tauá

Novo Oriente

SolonópoleJaguaribaraMilhã

MombaçaPiquet Carneiro

Iracema

Potiretama

Quiterianópolis

JaguaribeDep. IrapuanPinheiro

Pereiro

Ererê

ParambuQuixelô

Orós

Catarina

IcóIguatu

Saboeiro

Jucás

AiuabaCedro

Cariús Umari

Várzea Alegre

Lavras da Mangabeira

Tarrafas

Ipaumirim

Campos Sales

Farias Brito

GranjeiroCaririaçu

PotengiBarro

Salitre Crato

NovaOlinda

Santana do Cariri

Milagres

Juazeirodo Norte

MissãoVelha

MauritiBrejo Santo

PorteirasJardim

Jati

Penaforte

Chaval

Acarape

Acopiara

Acaraú

Alcantaras

Altaneira

Alto Santo

Amontada

Antonina do Norte

ApuiarésAquiraz

Aracati

Aracoiaba

Ararenda

Araripe

Aratuba

Arneiroz

Assaré

Aurora

Baixio

Abaiara

Banabuiú

Barbalha

Barreira

126 Avançado

57 Revitalizando

1 Não Avançou

Promoção da saúde sexual e reprodutiva

w | A Saúde no Ceará

Page 113: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

Projeto AgrinhoO Projeto é desenvolvido pela SESA, através da

parceria com Serviço Nacional de Apredizagem Rural (SENAR).

No período 2005 e 2006, foi realizada assessoria técnica para adaptação dos módulos no tema saúde e a capacitação de 100% dos professores que se encontram nas regiões da Serra da Ibiapapa e Maciço de Baturité. Foram capacitados 3.122 professores e distribuídos 29 mil exemplares de material didático para professores e alunos.

Prevenção à violência

No per íodo de 2003 a 2006, a s C o m i s s õ e s d e P r eve n ç ã o aos Maus-Tratos Contra Crianças e Adolescentes foram instaladas em 82% dos municípios do Estado.

A violência, nas mais diversas formas e manifestações, não pode ser vista pela sociedade e, principal-mente pelos profissio-nais de saúde, como uma questão “dos outros”, de responsabilidade policial. Trata-se de uma conse-qüência grave das tensas relações interpessoais dian-te das condições de estresse da “vida moderna”. Contribuir para a cultura de paz é respon-sabilidade de todos os cidadãos e um dever especial dos profis-sionais de saúde.

Para vencer esses desafios, o Ceará sancionou a Lei Estadual nº 12.242/93 D.O. de 30 de dezembro de 1993, que torna obrigatória a cria-ção e o funcionamento de Comissões de Prevenção aos Maus-Tratos contra Crianças e Adolescentes. Também foram constituídas

Municípios com Comissões de Prevenção aos Maus-tratos Contra Crianças e Adolescentes instaladas. Ceará, 2006

Jijoca de Jericoacoara

CruzCamocimItarema

Barroquinha

Bela Cruz

Granja MarcoMartinópole

Itapipoca

Senador Sá

TrairiMorrinhosUruoca

Santana do Acaraú

Paraipaba

Viçosa do Ceará

MassapêMoraújo

Paracuru

Miraíma Tururu

Tianguá

São Gonçalodo Amarante

Coreaú Meruoca

Caucaia

Uruburetama

Sobral Umirim

São Luísdo Curu

IrauçubaItapajéFrecheirinha

Pentecoste

Fortaleza

Forquilha

Tejuçuoca

Ubajara MaracanaúGroaíras Eusébio

Cariré

Mucambo MaranguapeIbiapinaPacatuba

Itaitinga

Santa Quitéria

Pacujá

Graça General Sampaío

São Benedito

CascavelGuaiúba PindoretamaReriutaba

Varjota HorizonteParamoti

CaridadeCarnaubal

Canindé

Palmacia

BeberibeGuaraciabado Norte

PacajusPacoti

GuaramirangaRedençãoPires Ferreira

Ipú MulunguChorozinho

BaturitéHidrolândiaCroatá

Capistrano OcaraFortim

Ipueiras

Catunda

ItatiraItapiúna

Morada Nova

Nova Russas

Tamboril

Palhano

RussasIbaretama

Poranga IcapuíChoróItaiçaba

Quixadá

Boa Viagem

Madalena JaguaruanaMonsenhorTabosa

Ipaporanga

Quixeramobim

Ibicuitinga

Crateús Limoeiro do Norte

Quixeré

Independência

Tabuleirodo Norte

São João

do Jaguaribe

JaguaretamaPedra Branca

Senador Pompeu

Tauá

Novo Oriente

SolonópoleJaguaribaraMilhã

MombaçaPiquet Carneiro

Iracema

Potiretama

Quiterianópolis

JaguaribeDep. IrapuanPinheiro

Pereiro

Ererê

ParambuQuixelô

Orós

Catarina

IcóIguatu

Saboeiro

Jucás

AiuabaCedro

Cariús Umari

Várzea Alegre

Lavras da Mangabeira

Tarrafas

Ipaumirim

Campos Sales

Farias Brito

GranjeiroCaririaçu

PotengiBarro

Salitre Crato

NovaOlinda

Santana do Cariri

Milagres

Juazeirodo Norte

MissãoVelha

MauritiBrejo Santo

PorteirasJardim

Jati

Penaforte

Chaval

Acarape

Acopiara

Acaraú

Alcantaras

Altaneira

Alto Santo

Amontada

Antonina do Norte

ApuiarésAquiraz

Aracati

Aracoiaba

Ararenda

Araripe

Aratuba

Arneiroz

Assaré

Aurora

Baixio

Abaiara

Banabuiú

Barbalha

Barreira

Implantados

Em processo de implantação

415 Comissões com 3.064 profissionais nos hospitais públicos e filantrópicos, com extensão às unidades de saúde do PSF de 151 municípios, entre 2003 e 2006.

A SESA produziu e distribuiu para todos os municí-pios do Estado, guias para formação das Comissões de Maus-Tratos, além do protocolo de assistência à vitimas de violência para subsi-diar a capacitação de profissionais, desenvol-vida pela ESP.

A Saúde no Ceará | 113

Page 114: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

Expansão doprotagonismo juvenil. Ceará

1. ABC PIRAMBÚ2. ABC JOÃO XXIII3. CIRCO ESCOLA BOM JARDIM4. C.C. TANCREDO NEVES5 E.E.F.N ESTADO DO PARÁ6. HIAS7. VILA OLÍMPICA - MESSEJANA

Jijoca de Jericoacoara

CruzCamocimItarema

Barroquinha

Bela Cruz

Granja MarcoMartinópole

Itapipoca

Senador Sá

TrairiMorrinhosUruoca

Santana do Acaraú

Paraipaba

Viçosa do Ceará

MassapêMoraújo

Paracuru

Miraíma Tururu

Tianguá

São Gonçalodo Amarante

Coreaú Meruoca

Caucaia

Uruburetama

Sobral Umirim

São Luísdo Curu

IrauçubaItapajéFrecheirinha

Pentecoste

Fortaleza

Forquilha

Tejuçuoca

Ubajara MaracanaúGroaíras Eusébio

Cariré

Mucambo MaranguapeIbiapinaPacatuba

Itaitinga

Santa Quitéria

Pacujá

Graça General Sampaío

São Benedito

CascavelGuaiúba PindoretamaReriutaba

Varjota HorizonteParamoti

CaridadeCarnaubal

Canindé

Palmacia

BeberibeGuaraciabado Norte

PacajusPacoti

GuaramirangaRedençãoPires Ferreira

Ipú MulunguChorozinho

BaturitéHidrolândiaCroatá

Capistrano OcaraFortim

Ipueiras

Catunda

ItatiraItapiúna

Morada Nova

Nova Russas

Tamboril

Palhano

RussasIbaretama

Poranga IcapuíChoróItaiçaba

Quixadá

Boa Viagem

Madalena JaguaruanaMonsenhorTabosa

Ipaporanga

Quixeramobim

Ibicuitinga

Crateús Limoeiro do Norte

Quixeré

Independência

Tabuleirodo Norte

São João

do Jaguaribe

JaguaretamaPedra Branca

Senador Pompeu

Tauá

Novo Oriente

SolonópoleJaguaribaraMilhã

MombaçaPiquet Carneiro

Iracema

Potiretama

Quiterianópolis

JaguaribeDep. IrapuanPinheiro

Pereiro

Ererê

ParambuQuixelô

Orós

Catarina

IcóIguatu

Saboeiro

Jucás

AiuabaCedro

Cariús Umari

Várzea Alegre

Lavras da Mangabeira

Tarrafas

Ipaumirim

Campos Sales

Farias Brito

GranjeiroCaririaçu

PotengiBarro

Salitre Crato

NovaOlinda

Santana do Cariri

Milagres

Juazeirodo Norte

MissãoVelha

MauritiBrejo Santo

PorteirasJardim

Jati

Penaforte

Chaval

Acarape

Acopiara

Acaraú

Alcantaras

Altaneira

Alto Santo

Amontada

Antonina do Norte

ApuiarésAquiraz

Aracati

Aracoiaba

Ararenda

Araripe

Aratuba

Arneiroz

Assaré

Aurora

Baixio

Abaiara

Banabuiú

Barbalha

Barreira

Implantado

Em implantação

w | A Saúde no Ceará

Page 115: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

Prevenção ao usoindevido de drogas

No período 2003 a 2006, a SESA investiu efetivamente no atendimento de dependentes químicos. Além do atendimento regular de 30 pacientes por mês feito pelo Projeto Elo de Vida do Hospital de Saúde Mental de Messejana, e foi ampliado o número de atendimentos para 100 por mês, na Capital e Interior.

A expansão dos atendimentos foi realizada graças aos convênios estabelecidos com as Comunidades Terapêuticas Desafio Jovem, Leão de Judá, Volta Israel, e Associação Shalom de Promoção Humana, com sede em Fortaleza e núcleos em Aquiraz e Itapipoca. Todas estas comunidades são voltadas para a atenção a dependentes químicos e do álcool, e buscam promover a reinserção na família, na sociedade e no mercado de trabalho.

Até o final de 2006, a SESA investiu R$ 650.000 na prevenção ao uso indevido de drogas, produzindo e distribuindo 25 mil folders educativos e cartazes para subsidiar as ações educativas.

Terapia comunitária: espaço de escuta aos adolescentes

A Terapia Comunitária auxilia no tratamento e prevenção da depressão, ansiedade, problemas de auto-estima entre adolescentes, para ajudar na socialização e integração na comunidade. Através desta estratégia, a SESA ofertou espaço de escuta aos 107 jovens estagiários do Projeto Somar, que estão lotadas no nível central da Secretaria.

A Terapia Comunitária foi capaz de transformar, positivamente, a relação dos adolescentes consigo mesmo e com os demais sujeitos, incluindo os tera-pêutas, percebendo-se que a superação dos problemas depende muito das ações coletivas do que dos esforços individuais.

Atenção à saúde da mulherA proposta de trabalho da SESA, nessa área espe-

cífica, relativa ao período de 2003 a 2006, considerou as diversidades regionais, a organização dos sistemas locais de saúde e o tipo de gestão.

Procurou entender o momento de transição admi-nistrativa municipal (2004-2005), mesmo com as reco-nhecidas dificuldades, fortaleceu as Células Regionais de Saúde (CERES) no papel de instância estadual e

avançou na melhoria da atenção a saúde de mulheres e homens que vivem nas áreas urbanas e rurais do Ceará.

O foco principal da gestão foi o enfrentamento da manutenção de altas taxas de mortalidade materna e da persistente centralização da rede de assistência à DST/HIV/Aids em Fortaleza, contribuindo para que, em parceria com os municípios e em conjunto com as CERES, fosse garantida maior efetividade das ações.

Essa parceria possibilitou que fosse ampliada a agenda de políticas para atenção à saúde, incluindo temas da atualidade como drogas e violência. As ativi-dades desenvolvidas foram guiadas pelo Planejamento Estratégico da SESA (2004). E, mais recentemente, foi observado consonância com as diretrizes e recomen-dações do Pacto pela Saúde.

Principais estratégias desenvolvidas

As ações voltadas à saúde da mulher priorizaram 10 CERES (Acaraú, Aracati, Crateús, Crato, Icó, Iguatu, Itapipoca, Quixadá, Sobral e Tianguá), abrangendo 100 municípios. O processo visou apoiar tecnicamente os municípios na organização da rede assistencial em saú-de sexual e reprodutiva, para assegurar o suprimento de insumos para a prevenção da transmissão vertical da sífilis e HIV, e contribuir para a implementação dos sistemas de informação e vigilância epidemiológica. As ações foram desenvolvidas em três eixos distintos e interrelacionados: construção de capacidade técni-ca, de gestão e de monitoramento e avaliação, para identificar as novas funções essenciais da SESA no contexto do SUS.

Entre as principais ações, destacam-se:>Lançamento do Pacto Cearense pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal durante a 28º Jornada Cearense de Ginecologia e Obstetrícia, realizada de 29 de junho a 2 de julho de 2004. O evento reuniu mais de mil especialistas em Gine-cologia e Obstetrícia (GO);>Renovação do Pacto Cearense em seminário específico realizado em 17 de julho de 2004, com participação de 360 técnicos entre GO, pediatras e enfermeiras das maternidades de referência;>Realização de Curso de Atenção Obstétrica e Neonatal baseada em evidências científicas para as principais maternidades da Região Metropo-litana de Fortaleza (40 GO, 80 enfermeiros e 30 neonatologistas);

A Saúde no Ceará | 115

Page 116: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

>Implementação dos 21 Comitês Regionais de Prevenção a Mortalidade Materna, com sede nos municípios pólos;>Expansão para os 100 municípios das CERES priorizadas, atividade com foco nas mulheres em situação de violência, ampliando a atenção já ofertada pelas unidades de referência ambu-latorial da atenção básica e Programa Saúde da Família;>Realização de 16 seminários regionais em saúde sexual e reprodutiva, enfatizando DST/HIV/Aids e violência;>Implantação nas unidades de referência hos-pitalar de serviços de atenção às mulheres em situação de violência doméstica e sexual;>Expansão dos serviços de atenção ao aborto legal, já existentes na Maternidade Escola Assis Chateaubriand e Hospital Geral César Cals, para as maternidades regionais do Estado;>Realizada pesquisa com mulheres no Presídio Auri Moura;>Ampliação da política de prevenção da transmis-são vertical do HIV/sífilis de 12 para 32 materni-dades do Estado;

>Implantação das Unidades de Referência para atendimento aos portadores de DST/HIV/AIDS, em Juazeiro do Norte, Cascavel e Maracanaú;>Ampliação do acesso a testes sorológicos para HIV e sífilis nos municípios com demanda reprimi-da através de uma unidade móvel.

Atenção à saúde maternaNo Ceará, como no Brasil, a razão de mortalidade

materna mantém estacionária com discretas variações anuais. O índice de mortalidade, porém, ainda é bas-tante elevado.

O desafio da redução da mortalidade materna passa pela incorporação nos serviços de saúde de todos os avanços teóricos conceituais e práticos, e pelo en-frentamento das dificuldades de gestão nos municípios, estados e no desenvolvimento regional.

Entre as principais causas de morte materna no Ceará estão a hipertensão, hemorragias, infecções e complicações do aborto. Os desafios persistentes, que que também são os principais determinantes:>A persistente baixa qualidade da assistência obstétrica e neonatal;>Oferta ainda insuficiente de profissionais capa-

foto banco de imagens stock.xchang

w | A Saúde no Ceará

Page 117: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

Longevidade com qualidade é um desafio que deve ser melhor enfrentado nas políticas públicas de saúde

Francisco Teixeira Lima, 73, morador da zona rural de Tauá

A Saúde no Ceará | 117

Page 118: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

Atenção à saúde do adulto e do idoso

Nessa área, o principal objetivo é desenvolver ações de redução e controle da morbimortalidade por enfermidades e agravos, que acometem a população adulta e idosa do Ceará. Entre as ações executadas, destacam-se:>Adequar e elaborar normas e materiais instru-cionais de atenção, complementares ao preco-nizado no plano nacional, indicando as ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação a se-rem desenvolvidas nos níveis primário, secun-dário e terciário de atenção ao adulto e idoso no Estado;>Identificar as necessidades de qualificação dos profissionais que desenvolvem as ações de aten-ção à saúde do adulto e idoso, apoiar e promover as capacitações necessárias;>Desenvolver cooperação técnica, em nível re-gional e municipal, para o fortalecimento dos sistemas locais nas ações de atenção à saúde do adulto e idoso, além da implantação de serviços de referência.

As diretrizes políticas da atenção à saúde do adul-to e idoso visam promover a prevenção, o tratamento e recuperação, aumento da eqüidade, para buscar a or-ganização de sistemas de saúde funcionais nos níveis de atenção primária, secundária e terciária.

Número e percentual de mortes maternas segundo causas de óbitos, no Ceará – 2002 a 2005Causas Obst. Direta Obst. Indireta TotalAno Nº. % Nº. %2002 82 70,7 34 29,3 116

2003 53 60,2 35 39,8 88

2004 65 69,1 29 30,9 94

2005 74 67,3 36 32,7 110FONTE: NUEPI/SESA

citados em assistência obstétrica e neonatal;>Reconhecimento restrito da gravidade da mortalidade materna e neonatal por parte dos profissionais de saúde e da população;>Precárias condições sócio-econômicas da re-gião;>Baixa escolaridade.

Nesse contexto, foram estabelecidas algumas estratégias:>Qualificação das equipes das maternidades em atenção obstétrica e neonatal;>Acolhimento ao parto e promoção do direito ao acompanhante;>Promoção do planejamento familiar;>Redução da transmissão vertical do HIV e sífi-lis;>Efetivação do pacto estadual de redução da mortalidade materna e neonatal e iniciação dos pactos municipais e regionais;>Qualificação e humanização da atenção à saúde

da mulher e da criança em maternidades e equipes de saúde;>Articulação das ações de governo e da sociedade civil, com envolvimento de diferentes atores sociais na qualificação da atenção às mulheres e recém-nas-cidos, visando a redução da mortalidade materna e neonatal;>Oferta permanente do

kit atenção materna, que contém Misoprostol, Hidralazina e Imunoglobulina Anti-Rh — insumos de elevado custo financeiro, muito efetivo no controle da morbidade e mortalidade materna.

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Prevenção e controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS

o Ceará, de 1983 até agosto de 2006, foram notificados 6.923 casos de Aids. Dos 184 municípios cearenses, apenas 17 não apre-

sentaram casos. A tendência da evolução da epidemia no Estado se caracteriza pelo aumento lento, porém, progressivo do número de pessoas diagnosticadas.

Como no restante do País, a via sexual é a forma predominante de transmissão no Ceará. O aumento do número de casos na população heterossexual foi responsável pelo aumento da transmissão vertical do HIV. O fator determinante ainda é a oferta insuficiente de testagem sorológica para população de maior risco e todas as gestantes nos municípios cearenses.

Desafios persistentes:>Ampliação do acesso às ações de prevenção;>Eliminação do desconhecimento da real gravida-de das DST/HIV/Aids e do contexto local;>Eliminação da discriminação aos portadores das DST/HIV/Aids;>Ampliação do acesso ao serviço de saúde por populações específicas de maior risco;>Ampliação do acesso ao diagnóstico e trata-mento precoce;>Qualificar a assistência nos níveis primário e secundário de atenção;>Ampliar o controle da transmissão vertical no pré-natal e nas maternidades durante o parto;>Descentralizar a atenção para portadores de HIV/Aids para criar a infra-estrutura nos pólos regionais nos municípios.

As principais estratégias desenvolvidas para su-perar os desafios:>Criação de três serviços de referência ambula-torial (Serviço de Atendimento Especializado) em Cascavel, Maracanaú e Centro de Especialidades Médicas José de Alencar (CEMJA);>Ampliação de leitos hospitalares para a Região

Prevenção e controle de doenças e agravos

Ndo Cariri (Juazeiro do Norte) e litorânea (Cascavel) e Hospital Geral de Fortaleza;>Promoção de seminários de atualização para equipes do PSF em saúde sexual e reprodutiva;>Exibição de amostra itinerante do Salão de Hu-mor/Aids para todos os municípios pólos das 10 CERES priorizadas;>Ampliação do acesso ao diagnóstico a testagem sorológica para HIV e sífilis através de uma uni-dade móvel. Alcançou, prioritariamente, profissio-nais do sexo em 43 municípios das CERES Aracati, Acaraú, Itapipoca e Sobral;>Ampliação de 12 para 35 convênios com secre-tarias municipais de saúde. O custo variou de R$ 11.800 a R$ 22.648 para o desenvolvimento de ações de prevenção as DST/Aids>Ampliação da concorrência pública para projetos com ONGs. Em 2006, foram 17 projetos aprovados ao custo unitário de R$ 30.288;>Realização de campanhas educativas junto aos radialistas em todas as CERES do estado;>Estruturação do processo de monitoramento e avaliação das ações de saúde sexual e reprodu-tiva: criação de instrumentos e sistema informa-tizado de acompanhamento de convênios;>Capacitação de todos os profissionais da aten-ção básica e unidades ambulatoriais de referência das 10 CERES priorizadas. Em parceria com os pó-los de educação permanente, foram realizadas 55 atividades com 2.020 profissionais de saúde. ;>Implementação dos serviços de referência para portadores de HIV/Aids no Hospital Geral de For-taleza e Hospital Universitário Walter Cantídio.

Prevenção e controle da tuberculose

Em 2005, o Programa de Controle da Tuberculose (PCT) registrou 4.054 novos casos de tuberculose no Ce-ará, dos quais 59,7% pulmonares bacilíferos. Observou--se a estabilização do número de casos.

A fim de reduzir o abandono, a transmissibilidade e

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Peça de campanha do Ministério da Saúde contra o preconceito, em 2006

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com elevadas taxas de detecção. No ranking nacional, o Estado ocupa o 10º lugar em número de casos e 3º no Nordeste, abaixo somente do Maranhão e Pernam-buco. A distribuição da endemia no Estado é irregular, apresentando áreas de endemicidade que oscilam de baixa a hiperendêmica.

As principais regiões do Ceará, de importância epidemiológica para a hanseníase, se constituem de sete municípios, que representam somente 4% do total, mas respondem por 61% da carga de morbidade do Estado. Em 2004, os municípios foram considerados prioritários para intervenção do Ministério da Saúde, tendo suas ações incrementadas pela SESA.

Os 2.760 casos novos detectados de hanseníase no ano de 2005, foram classificados da seguinte forma:

Quanto à classificação operacional, houve predo-

o risco de resistência às drogas utilizadas no tratamento, a SESA implementou, a partir de 2003, o Tratamento Diretamente Supervisionado (DOTS), que consiste na tomada da medicação na presença do profissional de saúde.

Atualmente, o DOTS encontra-se implantado em 71% dos municípios do Estado. O aumento do acesso ao atendimento tem sido garantido pela capacitação de 60% das equipes do PSF e PACS, que proporcionou a descentralização do PCT para toda rede básica, desa-fogando as unidades de referência para o atendimento.

O financiamento das ações do PTC está garanti-do no SUS, com repasse de toda medicação, exames diagnósticos e internações necessárias. Os exames diretos de escarro continuam sendo importante arma no combate à tuberculose, sendo uma técnica simples e de baixo custo.

Para melhorar as ações de vigilância à tuberculose no Ceará, a SESA selecionou oito municípios prioritários (Fortaleza,Crato, Juazeiro do Norte, Sobral, Maraca-naú, Itapajé, Itapipoca e Caucaia), utilizando-se nesta seleção a análise de indicadores epidemiológicos esta-belecidos pelo Ministério da Saúde. Estes municípios prioritários contam com 42% da população cearense e respondem por 63% dos casos, sendo considerados representativos para o monitoramento, controle e avalia-ção da tuberculose no Estado. O acompanhamento das ações executadas tem sido feito com maior freqüência pela Secretaria da Saúde do Estado.

Prevenção e controle da hanseníase

Através da Coordenação Estadual das Ações de Hanseníase, a SESA mobilizou os gestores municipais e regionais para a importância da formação das Alianças Municipais para a Eliminação da Hanseníase. O objetivo principal das parcerias foi promover a conscientização da comunidade sobre os sinais iniciais da doença, possibilitando o diagnóstico precoce e a diminuição das seqüelas.

Grandes esforços têm sido feitos, não só pela SESA, mas também pelo Ministério da Saúde e municí-pios, desde o lançamento da meta global de Eliminação da Hanseníase como Problema de Saúde Pública, que propõe a redução da prevalência da doença para o nível de 1 caso por 10 mil habitantes.

A hanseníase é um sério problema de saúde pública no Ceará, considerado de alta endemicidade,

minância das formas paucibacilares até 1998, com as formas multibacilares passando a predominar a partir de então. Em 2005, dos casos detectados, 55% foram da forma multibacilar.

Com esses indicadores e percebendo a neces-sidade de atualização dos profissionais de saúde, a SESA realizou no período de 2003 a 2006 dezenas de cursos, oficinas, fóruns, simpósios e jornadas, que capacitaram mais de quatro mil profissionais de todas as regiões do Estado.

DengueA dengue continua sendo um grande problema de

saúde pública. No início de 2003, o Secretário realizou um encontro com especialistas do Estado para avaliar medidas, que deveriam ser priorizadas no controle do Aedes aegypti e para reduzir óbitos por dengue. Com isso, foram estabelecidas ações estratégicas que viabi-lizaram um grande aporte de recursos financeiros, prin-cipalmente, para os municípios, que são os principais responsáveis pelas ações de controle.

Em virtude do maior risco de epidemias, foi dada atenção especial aos municípios prioritários. Recebe-ram, tanto do Estado como da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, um grande número de veículos, telas e tampas para vedação de depósitos. Tiveram ainda o acompanhamento freqüente dos téc-nicos do Estado.

Tuberculóide 755 casos 27,3%

Virchowiana 435 casos 15,8%

Dimorfa 960 casos 34,8%

Indeterminada 580 casos 21,0%FONTE: SESA

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O maior desafio no combate à dengue é a educação da população. Para isso, são necessárias campanhas regulares de mobilização social e conscientização. Elimine os criadouros do Aedes aegypti

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Evolução da implantação dos CAPS no Estado. Ceará, 1991 a 2006

1 36 7 12 13

1923

2831

41

62

0

70

1991 1993 1995 1997 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

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FONTE: SESA

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Para avançar nos conhecimentos, não apenas so-bre dengue, mas em todas as endemias transmissíveis por vetores, a SESA implementou o Laboratório de Ento-mologia Dr. Tomaz Corrêa Aragão. Recentemente, labo-ratório foi reconhecido pelo Ministério da Saúde como referência na área de monitoramento de resistência a inseticidas. Foi investido muito na mudança de conduta em relação ao uso indiscriminado de inseticidas, com grande ênfase em alternativas de controle biológico, como o uso de peixes larvófagos.

Foi firmado uma parceria com o Corpo de Bombei-ros, que permitiu capacitar mais de 45 mil idosos do Ceará com o projeto Venci o Tempo, Vencerei a Dengue. O projeto viabilizou a mobilização de aproximadamente 450 mil cearenses voluntários da terceira idade para desenvolvimento de ações de prevenção e eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti.

Outra prioridade foi o treinamentos de médicos e enfermeiros para melhorar a atenção a pacientes com dengue, principalmente, a dengue grave. Foram capa-citados 3 mil médicos e 2 mil enfermeiros de todas as regiões do Estado, nos 184 municípios.

Saúde mentalA assistência em saúde mental foi ampliada

através da implantação dos Centros de Atenção Psicos-social (CAPS) em todo Estado, numa parceria com os municípios. Hoje, o Ceará conta com 62 CAPS, sendo 12 especializados no atendimento à população com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psico-ativas como álcool e outras drogas; três especializados no atendimento de crianças e adolescentes com transtornos mentais; e 47 gerais, destinados ao atendimento da população com trans-tornos mentais diversos.

Os atendimentos nos CAPS são realizados por uma equipe multiprofissional formada, principalmente, por médicos, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupa-cionais e assistentes sociais.

A atenção é ofertada através de atividades comu-nitárias, psicoterapia individual e em grupo, oficinas terapêuticas, orientação e acompanhamento do uso de medicação, atendimento domiciliar e aos familiares. Desta forma, os CAPS constituem o principal dispositivo da Reforma Psiquiátrica na prevenção de internações e reinternações hospitalares desnecessárias.

A realização do Encontro dos CAPS do Ceará, em março de 2004, foi para unificar as forças reformado-

ras da saúde mental do Estado. Consolidou tendências e projetos consensualizados em um documento expres-so nas propostas do evento, para alcançar os objetivos maiores no processo da Reforma Psiquiátrica do Ceará.

Em novembro de 2003, foi criada a Comissão Revisora de Internações Psiquiátricas Involuntárias do Ceará (CRIPI), para operacionalização da Lei 10.216 e da Portaria 2.391 do Ministério da Saúde. A importância dessa comissão para defesa dos direitos das pessoas com transtorno mental é significativa e contempla um dos princípios fundamentais da Reforma Psiquiátrica Brasileira.

A parceria da Secretaria com a Promotoria de Defesa da Saúde e a Secretaria de Saúde de Fortaleza realizou o primeiro seminário sobre internação psiqui-átrica do Ceará, que contou com a participação de re-presentantes de hospitais psiquiátricos, do movimento da luta antimanicomial, dos CAPS, usuários, familiares e outros, promovendo melhor adequação às normas jurídicas. Para melhoria da assistência à saúde men-tal, com todos os esforços envidados, houve aumento significativo do número de CAPS em todo Estado do Ceará, conforme demonstra o gráfico.

Para humanizar as relações entre pacientes, médi-cos e familiares, foi inaugurado, em 2006, no Hospital de Saúde Mental de Messejana, o Centro de Convivên-cia Carlos Alberto Studart, com objetivo de atender, em média, 60 pessoas pacientes do hospital por dia.

O Centro de Convivência é um espaço, com área verde e boa infra-estrutura, que tem proporcionado reu-niões com os familiares, além de ajudar no tratamento e criar uma rotina diferente para os internos do hospital com transtornos mentais e psicóticos.

O Centro é o primeiro implantado nas regiões Nor-te e Nordeste e conta com uma equipe multidisciplinar, formada por terapeutas ocupacionais, enfermeiros, assistentes sociais e médicos. São eles que conduzem as vivências dos pacientes e motivam para o melhor desenvolvimento do trabalho.

Com três pavilhões, o Centro de Convivência ofere melhores condições não só para os internos. No primeiro pavilhão, os visitantes são recebidos para as terapias em família. O outro pavimento é reservado para a arteterapia. Já no terceiro pavilhão são realizadas as terapias lúdicas com eventos esportivos e culturais.

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Ampliação do acesso a medicamentos

Núcleo de Assistência Farmacêutica (NUASF) tem por objetivo ampliar o acesso gratuito dos usuários aos medicamentos, favorecendo o uso

racional e com ações orientadas pela Norma Operacional de Assistência a Saúde, com finan-ciamento tripartite. A aplicação dos recursos pela SESA refere-se a aquisição de medicamentos essenciais (relação pactuada entre SESA, Ministério da Saúde e municípios), medicamentos especiais (destinados aos programas estratégicos) e os medicamentos excepcio-nais (alto custo) utilizados em procedimentos de alta complexidade.

Assistênciafarmacêutica

O

Outra importante ação foi a aquisição centralizada de medicamentos destinados à atenção primária para atender 182 municípios do Estado. Foram utilizados recursos na ordem de R$ 24.416.378, proporcionando uma grande economia de escala.

Entre algumas publicações lançadas destacam-se os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas e a elabo-ração de Protocolos de Dispensação de medicamentos

Despesas com saúde, por fontes de recursos. Ceará, 2003 a 2005

2003 2004 2005Fonte de recursos R$ % R$ % R$ %Tesouro do Estado 348.657 60,2 431.433 64,2 455.404 65,2

Outras fontes 230.221 39,8 240.916 35,8 242.998 34,8

TOTAL 578.878 100,0 672.349 100,0 698.402 100,0FONTE: RELATÓRIOS DO SIOF/SEPLAN-CE

Recursos despendidos com a aquisição de medicamentos para a rede pública de saúde do Estado. Ceará, 2003 a 2006

Tipos 2003 2004 2005 2006Medicamentos essenciais 20.993.973 28.850.976 22.633.463 42.767.000

Medicamentos especiais 1.372.139 2.986.354 4.499.604 6.293.258

Medicamentos excepcionais 24.375.250 41.914.679 60.391.066 76.971.408

Total 46.741.362 73.752.010 87.524.135 126.031.666

de alto custo. Foram ainda publicadas 18 portarias com comissões de especialistas em várias áreas específicas de dispensação de medicamentos.

O Núcleo de Assistência Farmacêutica produz e dis-tribui produtos fitoterápicos para cinco unidades próprias e outras 30 unidades das secretarias de Ação Social e de Justiça. São produzidos e distribuídos xaropes, sabo-netes, pomadas, e outros produtos naturais.

Além disso, foram construídos projetos de coopera-ção técnica com várias instituições públicas e privadas. Foram doadas, nesses últimos anos, mais de 4 mil mudas de plantas medicinais. O Centro de Fitoterapia Estadual serve de campo de estágio curricular para universitários de Farmácia da Unifor e Universidade Federal do Ceará. Foi realizado ainda um diagnóstico situacional onde foi demonstrado que 86% das Células Regionais de Saúde e 29% dos municípios cadastram ações de fitoterapia, com 39 hortos medicinais e 15 oficinas de manipulação.

A Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos e Insumos foi contruída para propor-

cionar uma estocagem adequada, além de melhor logística. Foi ainda investido mais de R$ 230.000 na reforma e ampliação da Central de Abastecimento Far-macêutico (CAF II), que ganhou uma manta térmica, que mantém a temperatura, garantindo a eficácia dos medicamentos. Com a CAF II houve uma redução nos custos de aluguel do imóvel utilizado anteriormente (R$ 10 mil por mês).

FONTE: SESA

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A manta térnica garante qualidade na conservação dos medicamentos na CAF II e, abaixo, a Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos e Insumos

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O financiamentoda saúde estadualMais investimentos em programas e ações de saúde

s despesas com o custeio e investi-mento das ações e serviços de saúde financiados por todas as fontes de recursos, constantes no quadro a

seguir, foram gerenciadas pelo setor estadual de saúde, elevando de R$ 588.878 em 2003 para R$ 698.402 em 2005, registrando um acréscimo de 20,6%.

As despesas realizadas com recursos do Tesouro Estadual, no mesmo período, tiveram um aumento de 30,6% — percentual superior ao verificado para as despe-sas totais do setor — passando de R$ 348.657 em 2003 para R$ 455.404 mil em 2005.

A

A participação dos recursos do Tesouro Estadual, em todos os anos, foi superior a 60%, apresentando tendência de crescimento. Em 2005, o aumento em relação a 2003 foi de 5%.

As despesas foram executadas através dos Orçamentos do Setor Estadual de Saúde — Secretaria de Saúde (SESA), Fundo Estadual de Saúde (FUNDES)

e Escola de Saúde Pública (ESP) — e destinadas à realização de projetos e atividades constantes nos Programas Estratégicos de Saúde.

As despesas com a execução do programa de

Despesas com saúde, de acordo com o programa. Ceará, 2003 a 2005

2003 2004 2005Programas de saúde R$ % R$ % R$ %Fortalecimento e expansão da at-enção à saúde no nível primário — Saúde da Família

83.313 14,4 74.690 11,1 80.769 11,6

Fortalecimento da atenção à saúde nos níveis secundário e terciário — Saúde Mais Perto de Você

313.129 54,1 356.378 53,0 355.055 50,8

Vigilância à saúde 23.737 4,1 23.382 3,5 22.846 3,3

Desenvolvimento de recursos huma-nos, ensino e pesquisa em saúde 4.711 0,8 6.785 1,0 8.226 1,2

Coordenação e manutenção geral

153.988 26,6 211.114 31,4 231.506 33,1

TOTAL 578.878 100,0 672.349 100,0 698.402 100,0FONTE: RELATÓRIOS DO SIOF/SEPLAN-CE

fortalecimento da atenção à saúde nos níveis secundário e terciário (Saúde Mais Perto de Você), tiveram uma participação superior a 50% do total das despesas no período 2003 a 2005. Essa participação expressa a prioridade do Governo em melhorar a capacidade de oferta de serviços especializados nos municípios pólos microrregionais de saúde.

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73,4

26,6

68,4

31,4

66,9

33,1

Programas de SaúdeProgramas de Coordenação e Apoio

2003 2004 20050%

25%

50%

75%

100%

Os programas de saúde no período de 2003 a 2005 tiveram participação superior a 66% no total das despesas do setor. É importante destacar que no Programa Coordenação e Manutenção Geral estão incluídas as despesas com pagamento de pessoal de todo o setor, inclusive os que se encontram trabalhando nas unidades de saúde da SESA e os cedidos para os sistemas municipais de saúde. Inclui também as despesas com as atividades de apoio e fortalecimento do controle social e a melhoria e modernização da máquina administrativa do Setor.

Participação dos programas sobre o total de despesas no setor da saúde. Ceará, 2003 a 2005

Participação dos gastos em saúde no total de receita líquida do Estado. Ceará, 2000 a 2005

Para o exercício de 2006, estão previstos recursos no valor de R$ 1.013.919, sendo R$ 516.282 do Tesouro Estadual e R$ 497.637 de outras fontes. A execução orçamentária, até setembro de 2006, é de 63,38%, com o desempenho da fonte do Tesouro de 77,97%. As despesas programadas para os programas específicos de saúde e para os de coordenação geral e apoio apresentam comportamento semelhante ao observado nos anos anteriores (2003 a 2005).

Percentual definido pela EC n° 29 Percentual Aplicado

7,08,0

9,010,0

12,0 12,08,29,1

10,3

13,712,9

8,3

2000 2001 2002 2003 2004 20050%

5%

10%

15%

FONTE: SESA

FONTE: SESA

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Solenidade de entrega da Comenda Amílcar Barca Pellon, no auditório Waldir Arcoverde da SESA no dia 27 de novembro de 2006

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foto andrõ de lima

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O respeito pela nossa história

Inaugurado Espaço Cultural Rodolfo Teófilo e a Galeria Governador

Governador Lúcio Alcântara, jornalista Lira Neto e Jurandi Frutuoso no descerramento da placa de inauguração do Espaço Cultural

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AParsifal Barroso com fotografias dos 22 secretários de saúde

té no apagar das luzes, a gestão 2003-2006 foi em ritmo acele-rado. A contagem regressiva para o dia 31 de dezembro era

para que desse tempo concluir o que foi começado, sem tirar o novo da pauta. As-sim, fez e aconteceu, com agenda cheia de inaugurações e eventos. Em especial, uma festa histórica. Em respeito à histó-ria, a Secretaria fez homenagens a dois homens que contribuíram para a saúde pública no nosso Ceará: Rodolfo Teófilo e Parsifal Barroso. Inaugurou o Espaço Cultural, com o nome do farmacêutico Rodolfo Teófilo, que criou e investiu na vacina contra a varíola na passagem do

século XIX para o século XX para evitar que mais cea-

renses fossem mortos pela peste. E inaugu-rou a Galeria Governa-dor Parsifal Barroso, que em 1961, então Governador do Cea-

rá, desmembrou a Secretaria de Saúde ain-da conjugada

com a Secretaria de Educação.

A festa de inaugurações do Espaço Cultural Rodolfo Te-

ófilo e da Galeria Governador Parsifal Barroso transformou

a noite do dia 27 de novembro de

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Visão geral doEspaço Cultural e da Galeria Parsifal Barroso

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Detalhe doEspaço Cultural Rodolfo Teófilo

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2006 num encontro de gerações que fizeram e fazem a história da saúde do Ceará. A maioria dos 22 secretários estaduais de saúde, ao longo dos últimos 45 anos, acom-panhados de familiares e amigos, se reencontraram. Até porque, naquela noite, a Secretaria também fazia a entrega da Comenda Barca Pellon a cinco personalidades que contribuíram ou contribuem para o desenvolvimento das ciências. Tudo aconteceu na Secretaria, no novo am-biente onde estão o Espaço Cultural e a Galeria.

Numa pequena e “aconchegante” área verde, o jornalista e escritor Lira Neto, autor do livro O Poder e a Peste, lembra numa placa quem foi Rodoldo Teófilo, es-culpido num busto de 100 quilos de bronze por Descartes Gadelha. Ao lado, na Galeria Governador Parsifal Barroso, uma viagem pelo tempo. Abaixo das 22 fotografias, todas em preto em branco, o período de gestão dos Secretários. Um memorial que já é um novo capítulo na história da saúde do Estado.

Comenda Amílcar Barca Pellon

3.

2.

1.

4.

5.

1. Lino Cavalcanti recebe a medalha do Secretário Jurandi Frutuoso; 2. Helena Pitombeira de Júlio Rêgo; 3. Rui Dias recebe pelo o pai Francisco Wilson de Vasconcelos Dias (in memoriam), a medalha do Governador Lúcio Alcântara; 4. Washington Baratta, em nome do pai Washington Baratta Carneiro Monteiro, recebe de Rene Barreira; 5. Vera Coelho do Governador.

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Page 138: Sec saúde relatorio gestão layout 2 11 final

ANEXOS >O Jeito Cearense de Fazer o SUS — Um Guia para os Gestores>Indicadores e Dados Básicos para Saúde no Ceará — IDB CEARÁ 2003>Indicadores e Dados Básicos para Saúde no Ceará — IDB CEARÁ 2004>Revista Ceará Saúde – 3 edições>Ouvidoria em Saúde – Guia de Implantação>Vivência e Convivência: Experimentando Novos Desafios>Regulamento Interno do Centro de Convivência Antônio Diogo>Registro de Câncer de Base Populacional – 1990/1999>Saúde no Ceará — Uma Construção de Todos>Código dos Direitos do Paciente — Carta dos Direitos e Deveres da Pessoa Hospitalizada no Sistema Único de Saúde>Código dos Direitos dos Pacientes — Reflexões a partir do cotidiano hospitalar>Política Estadual de Humanização da Atenção e Gestão em Saúde do Ceará>Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal do Estado do Ceará>Manual de Orientação aos Gestores e Profissionais do Sistema Único de Saúde>Organização da Rede Municipal dos Centros Especializados de Odontologia no Ceará.>Plano de preparação para enfrentamento da pandemia de influenza.>Manual de Vigilância Epidemiológica Hospitalar.>O desafio da ação intersetorial para a saúde, o ambiente e o trabalho>Limpeza e desinfecção de reservatórios de água>Orientações básicas para vigilância da água fornecida por carro-pipa — Fórum temático — agendas intersetoriais para o uso sustentável da água>Procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano>Normas Técnicas para Gerenciamento de Resíduos dos Serviços>Orientação de Saúde Ocupacional>Orientações para Elaboração de PGRSS>Coletânia das práticas de Vigilância Sanitária.

Principais publicações feitas pela SESA no período 2003 a 2006>Manual sobre Desenvolvimento Infantil — Projeto Garatujas;>Guia para Implantação do Registro Civil nas Maternidades, em parceria com o UNICEF;>Adaptação do instrumento sugerido pelo Ministério da Saúde, de Investigação de Óbitos Infantil e Fetal, para o Estado do Ceará;>Cartilhas do Projeto Agrinho — 1.ª a 4.ª s>Desigualdades Socioeconômicas, Morbidade e Mortalidade no Ceará (Brasil):>Implicações na Política Sanitária. Nº 1 — Série Econonomia da Saúde, SESA/CECONS, 2004.>Assistência Farmacêutica no SUS do Ceará (Brasil): Gastos Públicos e>Distribuição de Medicamentos. Nº 2 — Série Economia da Saúde, SESA/CECONS, 2005.>Financiamento da Saúde no Estado do Ceará: Receitas e Despesas em face da Evolução Econômica e Institucional. Nº 3 — Série >Economia da Saúde - SESA/CECONS, 2005.>Temas de Economia da Saúde. SESA/UECE — Fortaleza-CE, 2005>Temas de Economia da Saúde II. SESA/UECE — Fortaleza-CE, 2006>Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas>A História dos Secretários da Saúde do Estado do Ceará — Galeria Governador Parsifal Barroso>Doenças e Agravos Não Transmissíveis — 1998 a 2004

A publicação traz o perfil epidemiológico das DANTs no Ceará

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Direção SuperiorConselho Estadual de Saúde - CESAU

Secretário da Saúde Jurandi Frutuoso Silva

Gerência SuperiorSecretário Adjunto da Saúde

Alexandre Roberto das Neves Moreira

Órgãos de AssessoramentoSecretaria Executiva José Galba de Meneses

GomesAssessoria Jurídica - ASJUR

Sandra Maria Lopes Pinheiro

Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde- ASCOM

Maria Selma de Oliveira

Ouvidoria Dayse Gadelha Lima Fuques

Controle Interno - CONIN Leonardo Ferreira de Almeida

Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Saúde

Sílvia Maria Negreiros Bonfim Silva

Órgãos de Execução ProgramáticaCoordenadoria de Políticas em Saúde - COPOS

Vera Maria Câmara Coelho Maria das Graças Barbosa Peixoto

Núcleo de Epidemiologia - NUEPIInformação em Saúde José Eduardo Cabral

Maia JúniorVigilância Epidemiológica Dina Cortez Feitosa Vilar

Análise em Saúde Luciano Pamplona de Góes Cavalcanti

Núcleo de Políticas para Desenvolvimento de RH - NUPRH

Políticas de Recursos Humanos

Samya Coutinho de Oliveira

Núcleo de Normatização da Atenção à Saúde - NUNAS

Atenção à Criança Diva de Lourdes Azevedo Fernandes

Atenção ao Adolescente Francisca Leonete Borges de Almeida

Atenção ao Adulto e ao Idoso

Sheila Maria Santiago Borges

Atenção a Saúde Reprodutiva e Sexual

Dirlene Mafalda Ildefonso da Silveira

Atenção em Saúde Bucal Lea Maria Bezerra de Menezes

Núcleo de Planejamento, Estudos e Projetos Especiais - NUPLANPlanejamento em Saúde Ismênia Maria Barreto

RamosEconomia da Saúde Maria Helena Lima

Gestão de Programas Estratégicos

João Washington Menezes

Coordenadoria de Vigilância, Avaliação e Controle- COVAC

Lilian Alves Amorim Beltrão Diana Carmem de Almeida Nunes

Central de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH

Olga Vale Oliveira Machado

Núcleo de Vigilância Sanitária - NUVISVigilância de Produtos Angela Maria Leite

GomesVigilância de Serviços Tereza Rosane de Araújo

Felipe Torres LimaVigilância da Saúde do Trabalhador

Glaucia Maria Reis Norões

Estrutura Organizacional da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará

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Núcleo de Auditoria e Avaliação dos Serviços de Saúde - NUAUDServiços de Atenção Primária e Secundária

Francirene Tavares Aguiar Oliveira

Serviços de Atenção Terciária

Regina Célia de Alencar Ribeiro

Núcleo de Informação e Controle Ambulatorial e Hospitalar - NICAHCoordenação do SIA Luiz Mário Mamede

Pinheiro FilhoCoordenação do SIH Melânia Ximenes Castro

Central de Transplantes de Órgãos

Eliana Regia Barbosa Almeida

Coordenadoria de Apoio ao Desenvolvimento da Atenção à Saúde - CODAS

Francisco Holanda Júnior

Núcleo de Assistência Farmacêutica - NUASF

Técnico-Cientifico Eliane Aragão de Lavor Vieire

Insumos Farmacêuticos

Produção de FitoterápicosNúcleo de Apoio Diagnóstico e Terapêutico - NUDIT

Escolástica Rejane Ferreira Moura

Núcleo de Apoio Tecnológico- NUTEC

Francisco Ricardo Montenegro

Núcleo de Apoio à Organização dos Níveis de Atenção à Saúde - NUORG

Atenção Primária Carmen Lúcia Osterno Silva

Atenção Secundária e Terciária

Núcleo de Controle das Endemias Transmissíveis por Vetores - NUEND

Controle das Endemias Nélio Batista de Morais

Órgãos de Execução InstrumentalCoordenadoria Administrativo-Financeira - COAFI

Claudia Feitosa Peixoto MotaManoel Francisco de Carvalho Lopes

Núcleo de Informática e Modernização - NUINF

Sistemas e Métodos Francisco Augusto Andrade Maia

Suporte Técnico Denise Maria Norões Olsen

Área Logística

Transporte Fernando César Braga de Oliveira

Manutenção Maria Duce Teixeira Gonzaga

Material e Patrimônio Anita Ludmila Leda Batista Rolim

Almoxarifado Cassandra Maria Pereira de Arruda

Núcleo Financeiro - NUFIN

Empenho Ana Lorena Braga Fernandes

Financeiro Hilma Alves da Silva

Prestação de Contas Maria Célia Holanda Martins

Núcleo de Desenvolvimento de Recursos Humanos - NUDRH

Maria do Carmo Gomes Lima

Núcleo de Administração de Pessoal - NUAPE

Pagamentos e Registros funcionais

Jaqueline Maria Machado Castelo Branco

Direitos e Vantagens Maria do Socorro Nogueira França

Órgãos de Execução Local e RegionalCoordenadoria das Células Regionais de Saúde - CORES

Isabel Cristina Cavalcanti Carlos

1ª Célula Regional de Saúde - Fortaleza

Lúcia Helena Gondim de Castro

2ª Célula Regional de Saúde - Caucaia

Luiza de Marilac Barros Rocha

3ª Célula Regional de Saúde - Maracanaú

Zita Maria da Rocha

4ª Célula Regional de Saúde - Baturité

Maria de Fátima Ferreira de Oliveira

5ª Célula Regional de Saúde - Canindé

Roselia Maria Soares Mesquita

6ª Célula Regional de Saúde - Itapipoca

José Teixeira Alves

7ª Célula Regional de Saúde - Aracati 8ª Célula Regional de Saúde - Quixadá

Benedita de Oliveira

w | A Saúde no Ceará

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9ª Célula Regional de Saúde - Russuas

Israel Guimarães Peixoto

10ª Célula Regional de Saúde - Limoeiro do Norte

Ivonete Pereira Cavalcante Vieira

11ª Célula Regional de Saúde - Sobral

Maria Lucila Magalhães Rodrigues

12ª Célula Regional de Saúde - Acaraú

Adail Afrânio Marcelino do Nascimento

13ª Célula Regional de Saúde - Tianguá

Valdene Vasconcelos Cunha

14ª Célula Regional de Saúde - Tauá

Valdelena Bezerra Mota e Mota

15ª Célula Regional de Saúde - Cratéus

Maria de Fátima Bandeira de Aragão

16ª Célula Regional de Saúde - Camocim

Iracema Gonçalves de Araújo

17ª Célula Regional de Saúde - Icó

Lúcia de Fátima Barreto de Alencar

18ª Célula Regional de Saúde - Iguatu 19ª Célula Regional de Saúde - Brejo Santo

Sayonara Moura de Oliveira Cidade

20ª Célula Regional de Saúde - Crato

José Leiva Cabral

21ª Célula Regional de Saúde - Juazeiro do Norte

Maria Adriane Couto Feitosa Nogueira

Coordenadoria da Rede de Unidades da Secretaria da Saúde - CORUS

César Augusto de Lima e Forti José Walter Lopes Campos

Unidades Ambulatoriais de ReferênciaCentro de Saúde Escola Meireles

Maria Helena Eloy Abranques de Oliveira

Centro Especializado de Dermatologia e Pneumologia Dona Libânia

Heitor Gonçalves

Centro Odontológico - CEO Centro

Silvana Furtado Sátiro

Centro Odontológico - CEO Dr. Antônio Alves Franco

Valdira Campelo Mourão

Centro Odontológico - CEO Rodolfo Teófilo

Maria César Gonçalves Carvalho

Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará - HEMOCE

Clara Maria Bastos Eloy da Costa

Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN

Liana Perdigão Melo

Instituto de Prevenção do Câncer - IPCC

Tânia Maria Cruz Werton Veras

Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão - CIDH

Adriana Costa e Forti

Hospitais de ReferênciaHospital Geral de Fortaleza - HGF

Florentino de Araujo Cardoso Filho

Hospital de Saúde Mental de Messejana - HSMM

Josué Viana de Castro Filho

Hospital São José Doenças Infecciosas - HSJ

Maria Airtes Vieira Vitoriano

Hospital de Messejana - HM

Petronio de Vasconcelos Leitão

Hospital Geral Dr. César Cals de Oliveira - HGCC

Ernani Ximenes Rodrigues

Hospital Infantil Dr. Albert Sabin - HIAS

João Candido de Souza Borges.

A Saúde no Ceará | 141

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foto andrõ de lima

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ISBN 978-85-88661-26-4

com prazer que trago a sua análise, os resultados de quatro anos de trabalho árduo, sob a égide da transparência, do fortalecimento das parcerias e da responsabilidade

social. Buscamos, obstinadamente, atingir as metas estabelecidas no Plano de Saúde 2003-2006, sempre orientados pela missão da Secretaria e sustentados pelos valores nela identificados.

Os resultados alcançados são frutos da execução de planejamento bem elaborado e da busca acirrada do cumprimento do “pacto de bem servir” entre todos os atores que fazem a saúde do Ceará, tendo como fim elevar o perfil estrutural do sistema de saúde e melhorar os indicadores epidemiológicos da nossa população.

Jurandi Frutuoso Silva

SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE

É