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VALORIZAR Nº 09 _ Maio 2012 SECIL - OUTÃO Prémio de Inovação para a Sustentabilidade Desempenho Ambiental Pág. 8 Parceria Amarsul Pág. 11 A Secil e a Comunidade envolvente Pág. 14 Secil premiada por gestão sustentável

SECIL - OUTÃO Nº 09 Maio 2012 VALORIZAR · Sistema de Gestão Ambiental (SGA) de acordo com o referencial nor-mativo ISO 14001, desde logo inte - grado com o Sistema de Gestão

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VALORIZARNº 09 _ Maio 2012SECIL - OUTÃO

75 Anos de Responsabilidade

Prémio de Inovação para a Sustentabilidade

DesempenhoAmbientalPág. 8

Parceria AmarsulPág. 11

A Secil e a ComunidadeenvolventePág. 14

Secil premiada porgestão sustentável

editorial

A Secil é uma indústria cimenteira,quase centenária, que gere susten-tavelmente três fábricas de cimentoem Portugal, uma delas situada noParque Natural da Arrábida, integra-do na Rede Natura 2000.

É uma empresa responsável, sóli-da, competitiva, rentável e exporta-dora, uma referência na indústria por-tuguesa.

Assumiu o compromisso de me-lhoria contínua do desempenho em1996, com a implementação doSistema de Gestão Ambiental (SGA)de acordo com o referencial nor-mativo ISO 14001, desde logo inte-grado com o Sistema de Gestãoda Qualidade (SGQ). Obteve oregisto no EMAS em 2008 na Fábri-ca Secil-Outão e certificou o seuSistema de Gestão da Segurançae Saúde no Trabalho, entre 2005 e2007.

Trabalha reconhecidamente comprocessos sustentáveis, assumindoo compromisso com os mais altospadrões de exigência em matéria deSustentabilidade e Responsabilida-de, nas áreas de maior impacto doseu processo produtivo:

A) Nas pedreiras, racionaliza oconsumo da exploração de inertes,promove a recuperação paisagísticae a promoção da biodiversidade comum Plano Ambiental que valoriza todoo ecossistema e estende esta moni-torização a uma área alargada doParque Natural com ampla produçãocientífica;

B) No processo produtivo, incor-pora matérias primas secundárias,

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É com satisfação que a Secil partilha com todos os setubalenses que foidistinguida por um Júri qualificado eindependente com o Prémio de Inovaçãopara a Sustentabilidade, na categoriaGestão, numa iniciativa da AgênciaPortuguesa do Ambiente, integrada noConcurso European Business Awards forEnvironment realizado pela ComissãoEuropeia.

Secil recebe Prémio de Inovação para a SustentabilidadeUm Prémio muito Natural

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fomenta intensivamente o uso decombustíveis alternativos e diminuifortemente as emissões de CO2;

C) No output do processo reduzas emissões de partículas, limita asemissões de dioxinas, furanos emetais pesados a níveis mínimos, econtrola todas estas emissões atra-vés de uma rede própria de monito-rização da qualidade do ar.

Ao revolucionar o modo comoopera, e o modo como enquadra eanalisa a sua acção na sua envol-vente ambiental e social, a Secil defi-niu as suas políticas de sustentabili-dade com base no conhecimentotecnológico acumulado e na investi-gação científica que realiza cominúmeras entidades de investigação:possui. Por exemplo, o maior conjun-to de medições a emissões de dio-xinas e furanos realizados por umaindústria cimenteira a nível mundial,

elaborou um modelo próprio de dis-persão de poluentes, efectuou a aná-lise de risco para o ambiente e asaúde pública, podendo ser consi-derada um benchmark europeu nadefinição dos melhores padrões deactuação.

Além disso, possui mecanismospróprios de relacionamento comtodas as partes interessadas, nome-adamente Comissões de Acompa-

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nhamento Ambiental da Fábrica edesenvolve campanhas de comuni-cação junto das populações envol-ventes, reportando o seu desempen-ho e fomentando a transparência dasua actuação. Estabelece parceriascientíficas com Universidades e Cen-tros de Investigação. Relaciona-secom instituições de enquadramentoprofissional de engenheiros, arqui-tectos e técnicos ambientais.

É de destacar que este Prémio foiatribuído ao sistema de gestãoambiental implementado pela Secilnum processo industrial tradicional,estabilizado tecnicamente há pertode um século, e que necessariamen-te processa enormes volumes dematérias-primas e combustíveis. Ouseja, o Prémio não foi atribuído a umapequena empresa, que actua mode-radamente à escala laboratorial ou deprotótipos, ou em qualquer ramo deserviços, mas a uma entidade habi-tualmente designada de “indústriapesada”, o que comprova a robusteze profundidade da orientação da Secilpara a sustentabilidade, a todos osníveis da Empresa e em todas as ver-tentes da sua actividade.

É assim demonstrável e compro-vável que é possível estabelecer umperfeito equilíbrio entre indústria eambiente, contribuindo activamentepara a economia e emprego na regiãode Setúbal, com todas as garantiasde uma actuação responsável.

Sim, com a Secil, é possível!

Nuno Maia SilvaDirector de Comunicação Institucional Secil - Companhia Geral de Cal eCimento, SA

É demonstrável ecomprovável queé possívelestabelecer umperfeito equilíbrioentre indústria eambiente,contribuindoactivamente paraa economia eemprego naregião de Setúbal,com todas asgarantias de umaactuaçãoresponsável.

a

Candidatura “Gestão da Sustentabilidade Secil” premiada

O conceito de Sustentabilidade temcomo objectivo que a sociedade,incluindo todas as actividades huma-nas, satisfaça as suas necessidadessem no entanto empenhar o futuro denovas gerações, protegendo a biodi-versidade e os recursos naturais, ouseja, produzir o mesmo utilizandomenos recursos.

Esta acção bienal, que é avalia-da por um júri de 12 entidades liga-das à sustentabilidade e ao meio

No passado mês de Dezembro, a Secil foi distinguida com oPrémio de Inovação para a Sustentabilidade (EuropeanBusiness Awards for the Environment) na categoria deGestão, uma iniciativa da Comissão Europeia, organizada pelaAgência Portuguesa do Ambiente. Saiba aqui as razões quelevaram o júri a premiar o sistema de gestão dasustentabilidade praticado na Secil.

empresarial, premeia as empresasque se distinguem pelo seu desem-penho e que dão um contributo rele-vante para o desenvolvimento sus-tentável, conciliando o sucesso eco-nómico com a pro tecção doambiente.

Para além da categoria Gestão,outras áreas foram igualmente pre-miadas. A empresa Amorim Isola-mentos acumulou o prémio da cate-goria Produto com o da Biodiversi-

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segundo as mais exigentes normase suplantando voluntariamente, emmuitos casos, as exigências legaisem termos de procedimentos, con-sumos e emissões. Esta prática éextensiva à relação sólida e estra-tégica que estabelece com ascomunidades envolventes às suasfábricas.

O prémio alcançado é umahonra para a empresa pois evi-dencia o reconhecimento doesforço que a Secil efectua hádécadas e que tem sido incre-mentado nos anos mais recen-tes, de promoção sistemáticada sustentabilidade em toda aorganização.

Todo este padrão de respon-sabilidade e sustentabilidadeencontra-se reflectido no Siste-ma Integrado de Gestão Am-biental. >

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Na categoria em que aSecil foi galardoada – Ges-tão (sistemas de gestão,organização e visão estra-tégica que promovam umdesempenho excepcio-nal), os critérios de avalia-ção foram os seguintes:

a Uma política global con-sistente com os princípiosde desenvolvimento sus-tentável, assumindo ocompromisso de que o

desenvolvimento econó-mico não prejudique oambiente.

a A integração das ques-tões ambientais e sociais(com metas e objectivosclaros), em conjunto como desempenho financeiro,no fluxo de negócio.

a A promoção da melho-ria contínua no desem-penho, de acordo com os

objectivos estabelecidose demonstrados atravésde monitorizações e co-municações regulares.

a Uma comunicação regu-lar e sistemática com asdiferentes partes interes-sadas (trabalhadores, for-necedores, clientes eorganização não governa-mentais).

a O envolvimento dos tra-

balhadores nos diversosaspectos de gestão am-biental e formação profis-sional adequada paraoutras áreas da responsa-bilidade social.

a O potencial de replica-bilidade das boas práti-cas, para poder ser parti-lhado com outras organi-zações (em redes de ne-gócio e conferências, porexemplo).

CATEGORIA GESTÃO - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

O prémioalcançado é umahonra para aempresa poisevidencia oreconhecimentodo esforço que aSecil efectua hádécadas e quetem sidoincrementado nosanos maisrecentes, depromoçãosistemática dasustentabilidadeem toda aorganização.

dade, enquanto o Cantinho das Aro-máticas venceu na categoria Pro-cesso.

Este prémio só foi possível devi-do a uma política assente na sus-tentabilidade da sua actividade,sendo uma empresa certificada

O Sistema Integrado deGestão Ambiental imple-mentado permite gerirsustentavelmente as trêsfábricas nacionais atra-vés de uma gestão inte-g rada que adop ta esuplanta as melhorespráticas, certificada peloEMAS (Eco-Managementand Audit Scheme). Este padrão de exigênciaque a Secil assumiu parapromover uma gestão

sustentável assenta emtrês pilares: promoção da

biodiversidade, intensivasubstituição de combus-

tíveis fósseis por com-bustíveis alternativos ena drástica redução deemissões. O SistemaIntegrado de GestãoAmbiental permite medir,avaliar e melhorar os de-sempenhos, possibilitan-do uma visão global euma intervenção alicer-çada em numerosos estu-dos científicos e labora-toriais.

SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO AMBIENTAL

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Esta política de conhecimento per-mitiu uma clara identificação e ava-liação dos nossos impactes e conse-quente intervenção, através da defi-nição de objectivos e programas demelhoria, nomeadamente:

a A racionalização do consumo demateriais e de combustíveis no pro-cesso de fabrico de cimento (con-sultar página 8);

a A monitorização sistemática àsemissões de poluentes (consultarpágina 10 e 11);

>

a A realização de um plano de Recu-peração Paisagística e de Promoçãode Biodiversidade para as suaspedreiras (consultar página 12);

a A elaboração de um modelo pró-prio de dispersão de poluentes;

a A realização de uma análise derisco para o ambiente e saúde públi-ca, considerado um benchmark euro-peu na definição dos melhores padrõ-es de actuação;

a Uma aprofundada política científi-ca, sobre os impactes e biodiversi-dade dos ecossistemas envolven-tes, em parceria com diversas univer-sidades;

a Uma relação forte e duradouracom as comunidades envolventes ecom os stakeholders, sobretudo atra-vés das Comissões de Acompanha-mento Ambiental, criadas volunta-riamente pela Secil (consultar pági-na 12);

a Uma forte política de Mecenato ePatrocínio de iniciativas das comunida-des envolventes (consultar página 15);

Existe umarelação forte eduradoura comas comunidadesenvolventes ecom osstakeholders,sobretudoatravés dasComissões deAcompanhamentoAmbiental,criadasvoluntariamentepela Secil

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Assumimos o compromis-so de melhoria contínuado desempenho em 1996,com a implementação doS i s t e m a d e G e s t ã oAmbiental (SGA) de acor-do com o referencial nor-mativo ISO 14001, desdelogo integrado com o Sis-tema de Gestão da Quali-dade (SGQ). Obtivemos o registo noEMAS em 2006, nas fábri-

cas Maceira-Liz e Cibra-Pataias e em 2008 nafábrica Secil-Outão e cer-tificámos o nosso Siste-ma de Gestão da Seguran-ça e Saúde no Trabalho,entre 2005 e 2007. Já em2008 integrámos o Siste-ma de Qualidade, Ambien-

te e Segurança e Saúdeno Trabalho (SGI). A acreditação do Labora-tório de Controlo de Qua-lidade da fábrica Secil--Outão, segundo a normaNP EN ISO/IEC 17025:2005,foi conseguida em 2012.

CERTIFICAÇÕES SECIL

O nosso trabalho de medi-ção e mitigação de impac-tes é sustentado pela pes-quisa e criação de estu-dos científicos. Só no anode 2011 foram adiciona-dos mais dois artigos cien-tíficos à já vasta criaçãode material empírico.Estes artigos foram publi-cados em revistas de refe-rência internacional, o quecomprova a validade cien-tífica do nosso trabalho. O trabalho de análise dasemissões atmosféricas,da sua dispersão e análi-se de risco para o ambien-te e para a saúde públicatem sido de tal modo con-sistente e profundo quetem sido a base de algunstrabalhos científicos cuja

qualidade foi reconhecidapelos seus pares paraserem publicados emrevistas científicas de altaqualidade. As conclusões fundamen-tais desses trabalhosapontam para emissõesmuito abaixo dos limiteslegais, com impactesmínimos para a saúdepública e para o ambien-te e sem diferenças entreos combustíveis utiliza-dos. Alguns exemplos:

a Zemba, S., Ames, M.,Green, L, Botelho, M.,Gossman, D., Linkov, I.,Palma-Oliveira, J., (2011)Emissions of metals andpolychlorinateddibenzo(p)dioxins andfurans (PCDD/Fs) fromPortland CementManufacturing Plants:Inter-kiln Variability andDependence on Fuel-types., Science of the TotalEnvironment, 409, 4198-4205.

a Michael Ames, StephenZemba, Laura Green,Maria João Botelho, DavidGossman, Igor Linkov andJosé Palma-Oliveira (inpress) Polychlorinateddibenzo(p)dioxin andfuran (PCDD/F) CongenerProfiles in Cement KilnEmissions and Impacts.Human and EcologicalRisk Assessment.

a José Palma-Oliveira,Stephen G. Zemba,Michael R. Ames, LauraC. Green, and Igor Linkok(in press). Uncertainty inMulti-Pathway RiskAssessment forCombustion Facilities.Human and EcologicalRisk Assessment.

ARTIGOS CIENTÍFICOS

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Desempenho Ambiental

Em 2011 a fábrica Secil-Outão pro-duziu cerca de 1 milhão e 313 miltoneladas de cimento. Para se atin-gir estes valores, utilizaram-se maisde 2 milhões e 700 mil toneladas dematérias-primas. Destes, 96% forammatérias-primas naturais (por exem-plo, calcário e marga) e 4% maté-rias-primas secundárias (por exem-plo, areias de fundição e granalha dadecapagem de navios).

Para alcançar a produção de 2011,utilizaram-se 217 mil e 500 tonela-das de combustíveis, em que 48%foram combustíveis alternativos e52% combustíveis fósseis (coque depetróleo, fuelóleo e carvão).

Substituição de Combustíveis

Com o intuito de depender cada vezmenos de combustíveis fósseis, aSecil utiliza combustíveis alternativos.Estes combustíveis são derivados deresíduos que devido às suas carac-terísticas podem substituir os com-bustíveis tradicionais na indústriacimenteira. De modo a garantir a qua-lidade do cimento e a estabilidadedo processo de fabrico e das emis-sões atmosféricas, os combustíveisalternativos que podem ser utiliza-dos são restritos e sujeitos a um con-trolo rigoroso. Este processo podeser designado por co-incineração. A grande maioria dos combustíveisalternativos utilizados é provenientede resíduos banais e de resíduos sóli-dos urbanos. Estes resíduos são tra-tados e processados, sendo denomi-nados CDR - combustíveis deriva-dos de resíduos.

FÁBRICA SECIL-OUTÃOCONSUMO DE MATERIAIS - 2011 T (%)Matérias-primas Naturais 2 604 472 95,8%Matérias-primas Secundárias 115 400 4,2%Total 2 719 872 100%

FÁBRICA SECIL-OUTÃOCONSUMO DE COMBUSTÍVEIS - 2010 T (%)Combustíveis Fósseis 112 942 51,9%Combustíveis Alternativos 104 599 48,1%Total 217 541 100 %

RESÍDUOS DE PLÁSTICOS E BORRACHAS

10%

COMBUSTÍVEISFÓSSEIS51,9%

COMBUSTÍVEISDERIVADOS

DE RESÍDUOS26,1%

RESÍDUOS INDUSTRIAIS PERIGOSOS

4.3%

BIOMASSAVEGETAL

6,4%

BIOMASSAANIMAL1,1%FLUFF

0,1%

Apresentamos um conjunto de informações sobre o desempenho da fábrica Secil-Outão, uma actuação marcada por uma gestão sustentável, da qual o Prémio de Inovação para a Sustentabilidade éapenas um reconhecimento destas mesmas práticas.

Emissões reais Emissões só com combustíveis tradicionais

KG C

O 2 /

tCL

ÍNQU

ER

240260280300320340360380400

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

kg C

O2 /

t cl

ínqu

er

Emissões reais Emissões CA vs CP

EMISSÕES DE CO2 EVITADAS

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A figura seguinte permite-nos obser-var essa poupança de CO2, em quea linha inferior representa as emissõesactuais da Secil e a linha superiorindica o que seria emitido se apenasse utilizassem os combustíveis tra-dicionais.

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0

A utilização de 48,1% de combustí-veis alternativos (percentagem cal-culada por peso) corresponde a umataxa de substituição, em termos ener-

géticos, de 36%. Esta tem vindo asubir gradualmente, ao longo dos últi-mos anos, como se pode constatarpelo gráfico seguinte.

O aumento da taxa de substituiçãode combustíveis fósseis por combus-tíveis alternativos permitiu evitar, até2011, a emissão de mais de 605 miltoneladas de CO2.

Evolução da taxa de substituição de Combustíveis Alternativos

Poupança de CO2 - Fábrica Secil-Outão

Valor Médio Anual Valor Limite

CONC

ENTR

AÇÃO

(mg/

Nm3 )

CONC

ENTR

AÇÃO

(mg/

Nm3 )

Emissões em contínuo 2011

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A Secil efectua voluntariamente umaquantidade de medições pontuaismuito superior à que está prevista nalegislação em vigor, a, por exemplo,dioxinas e metais pesados. Destemodo, temos o maior conjunto mun-dial de medições de emissões des-tes poluentes, efectuados por umaunidade fabril de cimento.

Nos gráficos seguintes apresentam--se alguns dos resultados das medi-ções pontuais efectuadas desde2002, na fábrica Secil-Outão.

CONC

ENTR

AÇÃO

(mg/

Nm3 )

Redução de Emissões

A utilização de um duplo sistema de filtragem contribui para a redução de emis-sões atmosféricas. Para além da diminuição de CO2 já referida, todas as emis-sões para a atmosfera dos restantes poluentes foram mantidas muito abaixodos limites legais, como é demonstrado nas medições contínuas de diversospoluentes. Os resultados encontram-se expressos nos gráficos seguintes.

Emissões de Mercúrio entre 2002 e 2011

0,00

0,02

0,04

0,06

1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 89 97 105113121129137145153161169177185

Nº de Medições

Conc

entra

ção (

mg/Nm

3 )

Limite 2002 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Emissões de Dioxinas e Furanos entre 2002 e 2011

0,000,020,040,060,080,100,12

1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 89 97 105113121129137145153161169177185

Emissões de Mercúrio entre 2002 e 2011

Número de Medições

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De salientar que os resultados obtidossão sempre inferiores aos valores limi-te legais. Para além do mais, existiram

melhorias substanciais na redução dasemissões de poeiras (redução de 80%face a 1998), e das emissões de CO2

(redução média de 13% do factorespecífico de emissão de CO2 /tonde produto cimentício, face a 1990).

CONC

ENTR

AÇÃO

(mg/

Nm3 )

0,00

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1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 89 97 105113121129137145153161169177185

Nº de Medições

Conc

entra

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mg/Nm

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Limite 2002 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Emissões de Dioxinas e Furanos entre 2002 e 2011

0,000,020,040,060,080,100,12

1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 89 97 105113121129137145153161169177185

Conc

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Limite 2002 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Emissões de Dioxinas e Furanos entre 2002 e 2011

A Amarsul é a empresa res-ponsável pela gestão do Sis-tema de Valorização e Tra-tamento de Resíduos Sóli-dos da Margem Sul do Tejoque engloba os municípiosde Setúbal, Palmela, Sesim-bra, Alcochete, Almada,Barreiro, Moita, Montijo eSeixal.A parceria entre a Secil e aAmarsul para a produção efornecimento de CDRs(combustível derivado deresíduo) permite, actual-mente, aproveitar 12,5% dototal de resíduos sólidosurbanos provenientes da

península de Setúbal, abran-gendo cerca de 800.000pessoas. O investimento nas instala-ções da Amarsul tornoupossível reaproveitar partedos resíduos provenientesdas nossas casas, tornan-do-os combustíveis alterna-

tivos, transformando, assim,parte do lixo da região emenergia! Para tal é necessário sepa-rar e tratá-los conveniente-mente, antes de poderemser valorizados energetica-mente.Com estas novas infra-estruturas, a Amarsul ganhacapacidade de fornecer50.000 toneladas por anode CDR, colocando-se nalinha da frente na produçãodestes combustíveis alter-nativos, estando previstaampliação dos equipamen-tos para permitir o reapro-

veitamento de 20% dos resí-duos (80.000 toneladas).Este processo de valoriza-ção, permite não só pouparespaço em aterro, que seriao seu destino caso não fos-sem reutilizados, comoainda reduzir o consumo decombustíveis fósseis e dimi-nuir a emissão de gasescom efeito estufa. Dado que os combustíveisfósseis são provenientes doexterior do país, com estamedida, não só se diminui adependência energética dopaís, como se reduzem asimportações.

O reconhecimento da com-petência técnica do Labo-ratório de Controlo de Qua-lidade da fábrica SecilOutão (LCQO) para realizarensaios, calibrações, certi-ficações e especificações

permitiu que este fosseacreditado, de acordo coma norma NP EN ISO/IEC17025:2005.A necessidade de acreditaro laboratório surgiu devidoà verificação CELE (Co-mércio Europeu de Licen-ças de Emissão) e à impo-sição legal da caracteriza-ção de combustíveis ematérias-primas ser realiza-da por uma entidade acre-ditada. Apesar do Laborató-rio estar habilitado e reali-zar esses ensaios, agora jáé possível utilizar os resul-

tados do controlo de recep-ção e produção dos com-bustíveis para cálculos doCELE sem ter de recorrer aentidades externas. Desta forma poupou-senos custos da realizaçãodos ensaios noutros labo-ratórios e passou a haveruma melhoria no rigor doscálculos porque o volumede dados é maior.Para além de estar capaci-tado para apoiar outrasfábricas do grupo (com ummaior número de dados emelhores tempos de res-

posta), o LCQO pode tam-bém prestar serviços paraentidades externas, querna caracterização de ci-mentos e seus constituin-tes quer na caracterizaçãode combustíveis (líquidose sólidos, de origem fóssilou alternativos).A integração do sistema deacreditação do laboratórioao sistema já existente deQualidade, Ambiente e Segu-rança permitiu dar cumpri-mento aos requisitos de ges-tão exigidos pela norma NPEN ISO/IEC 17025.

PARCERIA SECIL - AMARSUL – OS RESÍDUOS SÃO ENERGIA

LABORATÓRIO ACREDITADO

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Para além da Paisagem

Biodiversidade

Tal pode ser alcançado através dodesenvolvimento de programas derecuperação da estrutura e funcio-namento das comunidades vegetaise animais e dos ecossistemas origi-nais, que não ambicionem apenas arecuperação estética da paisagem.

Em 1982, a fábrica Secil-Outãoimplementou um Plano Ambiental ede Recuperação Paisagística (PARP),articulado com o Plano de Lavra, quepermite a recuperação das áreas jáexploradas nas pedreiras de “Vale deMós A” e de “Vale de Mós B”, com99 hectares no total.

Uma vez que a recuperação das áreasafectadas pelas actividades extractivas eo restabelecimento dos ecossistemasnaturais poderá levar centenas de anos,impõe-se minimizar estes impactes eacelerar o processo de colonizaçãonatural, especialmente em áreas comelevada biodiversidade.

Desde 1997, e no âmbito devários projectos, o Centro de Biolo-gia Ambiental (CBA) da Faculdade

de Ciências da Universidade de Lis-boa (FCUL), tem vindo a realizar oacompanhamento científico da recu-peração paisagística das pedreirasda fábrica Secil-Outão. Os estudos eensaios realizados (ou em curso) inci-dem não apenas na vegetação, mastambém sobre o solo, já que a evo-lução deste condiciona inevitavelmen-te o desenvolvimento das plantas.

Actualmente, o PARP consiste nare-introdução de substrato, no qual sepromove a instalação de vegetaçãoherbácea e arbustiva (por hidrosse-menteira), para controlo imediato daerosão e redução do impacte visual,e se procura favorecer o desenvolvi-mento de espécies nativas (por plan-tação), de modo a obter uma aproxi-mação aos ecossistemas envolventese, deste modo, contribuir para a auto-sustentabilidade do sistema.

As espécies nativas usadas narevegetação são produzidas numviveiro, localizado na fábrica Secil--Outão. Desde 1983, que a empre-sa investiu na criação de um viveiropróprio onde multiplica actualmente15 espécies nativas. As sementessão colhidas nas zonas envolventesàs pedreiras e em 30 anos recupe-rou-se 37 hectares.

Em 2007, a fábrica Secil-Outãointroduziu a componente faunística noseu Plano de Recuperação, com umavasta equipa de investigadores da Uni-versidade de Évora. O “Estudo e Valo-

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rização da Biodiversidade -Componente Fauna”, pretendiacaracterizar e avaliar o nível deocupação faunística após 30anos de recuperação e compa-rar com as áreas naturais envol-ventes às pedreiras.

Durante a 1ª fase do estu-do caracterizou-se a situaçãode referência, nas diferentesfases de recuperação paisa-gística, e o diagnóstico dosfactores limitantes da abun-dância e diversidade de espé-cies, que envolveu cinco gru-pos faunísticos: insectos (bor-boletas e carabídeos); anfíbios;répteis; aves (passeriformes,rapinas diurnas e nocturnas)e mamíferos (micromamíferos,morcegos, lagomorfos e car-nívoros).

Entre 2008-2010, iniciou-se a 2ªfase “Implementação de Medidas deGestão e Monitorização” que tevecomo objectivo gerir e fomentar ovalor faunístico, em articulação como Projecto de Recuperação, que defi-niu uma estratégia de gestão activabaseada na implementação de acçõ-es potenciadoras da ocorrência deum maior e mais diversificado núme-ro de espécies autóctones.

Foram implementadas 52% dasacções previstas no plano no âmbitoda sensibilização ambiental, vigilância,controlo de animais assilvestrados, ges-

tão da vegetação, promoção de abrigose aumento da disponibilidade hídrica, quecorresponde a um total de 29 acções.

Em 2011, iniciou-se a 3ª fase doestudo (2011-2014) de modo a dar con-tinuidade às acções implementadas eavaliação das mesmas, e monitoriza-ção das populações faunísticas. Demodo a enquadrar a biodiversidade dapropriedade da fábrica Secil-Outão coma área envolvente, irá desenvolver-se oalargamento da área de monitorização,previamente estudada, dos actuais 440(toda a propriedade da fábrica SecilOutão) para 1522 hectares do ParqueNatural.

As espécies nativasusadas narevegetação sãoproduzidas numviveiro, localizadona fábrica Secil--Outão. Desde 1983, que aempresa investiuna criação de umviveiro próprio ondemultiplicaactualmente 15espécies nativas.

A serra da Arrábida é nestemomento uma candidata a

Património Mundial Mistopela UNESCO. Ciente quenão é comum existir umaindústria em locais prote-gidos pela Unesco, não éno entanto situação única.Em Vredefort, na África doSul (indústria mineira), ena Baía de Halong, no Viet-nam (indústria cimenteira),existem dois exemplos. A Secil, embora conscien-

te de que a localização deuma fábrica num parquenatural é uma situaçãoincomum, também sabeque a sua política ambien-tal é pioneira e valiosa,pois são tomadas acçõesmuito para além do que éexigido por lei, quer aonível da promoção da bio-diversidade, quer ao nívelde controlo de emissões e

da monitorização dos nos-sos impactes. As nossas acções preten-dem diminuir ao mínimoos impactes da nossaactividade, promovendoum desenvolvimento sus-tentável, onde o desem-penho económico estáaliado ao desempenhosocial e ambiental.

CANDIDATURA DA ARRÁBIDA A PATRIMÓNIO MUNDIAL

Participação e Transparência

A Secil e a Comunidade

A responsabilidade social é uma prá-tica generalizada desde há muito naSecil, assumindo múltiplas vertentes:

a Com o intuito de analisar e discu-tir as actividades da empresa, comu-nicando com a sociedade atravésde alguns dos seus representantes,a Secil criou, voluntariamente, em2003, a Comissão de Acompa-nhamento Ambiental (CAA) doOutão.

Este organismo, constituído porentidades independentes (recente-mente reforçado com o Serviço deProteção da Natureza e do Ambien-te - SEPNA), foi um dos primeiros aser criado em Portugal.

No último ano, para além da apre-sentação dos diversos relatórios daempresa (Ambiente, Segurança eSemana de Portas Abertas), a CAAanalisou ainda outros temas, taiscomo, a gestão dos resíduos em Por-tugal e o transporte de combustíveis.

A CAA do Outão tem permitidoperceber melhor as preocupaçõesdas comunidades e aumentar a suacapacidade de resposta aos desafiosque lhe são colocados em termos desustentabilidade.

Assim, ao longo de quase 70 reu-niões, temos trabalhado em conjun-

to com a sociedade no esclarecimen-to das suas preocupações atravésda demonstração, por exemplo, demedidas tomadas na minimizaçãodos impactes das nossas instalaçõesfabris e pedreiras.

a Entre as várias iniciativas de aber-tura ao público, encontram-se asvisitas de milhares de estudantes

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à fábrica do Outão, a participaçãono projecto ambiental Barco Évorae a Semana de Portas Abertas,evento anual que a comunidade setu-balense tem, desde 2004, aderidocom grande entusiasmo.

a Dos muitos contributos à comuni-dade destacam-se o apoio e finan-ciamento a cerca de 100 associa-ções da região, beneficiando assimmilhares de setubalenses. Tal comotem acontecido até hoje, pretende-mos continuar a manter uma relaçãode proximidade com a comunidadelocal.

a Os Prémios Secil, iniciativa comquase 20 anos, são outra faceta dapolítica de mecenato, promovendoo reconhecimento público de auto-res de pro jectos de obras deEngenharia Civil e Arquitectura por-tuguesas.

a Para além das comunicações rea-lizadas pela CAA, todos os resulta-dos do desempenho das nossas

a A Secil tem igualmente procuradocolaborar com vários parceiros,nacionais e internacionais, ao nívelda sustentabilidade, dos quais sedestacam a ATIC (Associação Técni-ca da Industria do Cimento), a CEM-BUREAU (Associação Europeia deCimento), a WBCSD (World BusinessCouncil for Sustainable Development)e a BCSD Portugal e a CSI (CementSustainability Initiative).

fábricas podem ser consultados atra-vés de diversos suportes, como oRelatório de Sustentabilidade, asDeclarações Ambientais EMAS eoutros folhetos distribuídos interna eexternamente.

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Entre as váriasiniciativas deabertura aopúblico,encontram-se asvisitas demilhares deestudantes àfábrica do Outão,a participação noprojectoambiental BarcoÉvora e a Semanade PortasAbertas, eventoanual que acomunidadesetubalense tem,desde 2004,aderido comgrandeentusiasmo.

a A empresa participa regularmenteem conferências e seminários, comooradora, divulga as suas publicaçõese artigos científicos (quer na área dabiodiversidade quer em termos deemissões atmosféricas) e coopera narealização de diversos estudos aca-démicos e teses.