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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DE SAÚDE NATHALIE EMANUELLE PIGORETTI LOUSAN OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE BIOLOGIA NA PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ESCOLA PÚBLICA: METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM COMO CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO Mestrado Profissional SOROCABA- SP 2014

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DE SAÚDE

NATHALIE EMANUELLE PIGORETTI LOUSAN

OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE BIOLOGIA NA

PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ESCOLA PÚBLICA:

METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM COMO

CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO

Mestrado Profissional

SOROCABA- SP

2014

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NATHALIE EMANUELLE PIGORETTI LOUSAN

OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE BIOLOGIA NA

PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ESCOLA PÚBLICA:

METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM COMO

CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS

EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE

MESTRADO PROFISSIONAL

SOROCABA – SP

2014

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,

como exigência para obtenção do título de Mestre

Profissional em Educação nas Profissões de Saúde

sob a orientação Profª Drª. Lúcia Rondelo Duarte.

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Banca Examinadora

__________________________________

__________________________________

__________________________________

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Dedico este trabalho aos meus queridos

alunos, que despertam e motivam em mim o

desejo de aprender sempre. A todos os meus

professores, pelos ensinamentos, por fazerem

de mim o que sou hoje e por me mostrarem a

dignidade e nobreza de nossa profissão.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado o dom de ensinar.

À professora Leni Boghossiam Lanza, pelo incentivo e exemplo de vida e força, que me

inspiraram ainda mais na realização deste trabalho.

À professora Lúcia Rondelo Duarte, pela orientação e paciência para que este trabalho se

concretizasse.

Aos funcionários do Programa de Pós Graduação Educação nas Profissões de Saúde,

especialmente a Heloísa Helena Armênio e a Isabel Cristina Campos Feitosa, pela

disponibilidade e constante boa vontade em ajudar.

Aos docentes do Programa de Pós Graduação Educação nas Profissões de Saúde, por tudo o

que aprendi dentro e fora da sala, contribuindo com meu amadurecimento profissional e

pessoal.

As professoras Maria Helena Senger e Maria Otília José Montessanti Mathias, pelas

importantes contribuições dadas no exame de qualificação.

Aos meus companheiros de turma e colegas do Programa de Pós Graduação Educação nas

Profissões de Saúde, pela amizade sincera e pelo apoio nos momentos difíceis.

Ao meu amigo Yasushi Matsumoto, pela ajuda incansável na organização e formatação de

tabelas e referências bibliográficas.

Ao querido Alexandre La Luna, pela enorme boa vontade com que me ajudou na dinâmica da

coleta de dados, pelas dicas, palavras de incentivo e amizade.

A Diretoria de Ensino de Votorantim e ao Núcleo Pedagógico dessa diretoria, por aceitarem e

contribuírem com a realização desta pesquisa.

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A todos os professores participantes, razão desta pesquisa.

Aos meus amigos e familiares, por compreenderem meus momentos de ausência. E,

particularmente a minha mãe, Maria Aparecida Silva Pigoretti, pelo colo, carinho e ouvidos

nos momentos de angústia, e a minha sogra, Valdina Marins Pereira, por sempre se prontificar

a tirar minhas dúvidas sobre a pesquisa, mesmo aos almoços de domingo.

E, em especial, ao meu esposo, Fabio Luís Pereira, por abrir mão de seus próprios sonhos para

que este se concretizasse, e por sempre estar ao meu lado em todos os momentos desde que

entrou em minha vida.

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“Sem a curiosidade que me move, que me

inquieta, que me insere na busca, não aprendo

e nem ensino”.

(Paulo Freire)

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RESUMO

O tema Transversal Saúde, presente na Proposta Curricular (PC) da Secretaria de Educação

do Estado de São Paulo – SEE-SP, está inserido na disciplina de Biologia, que tem como

pressuposto a aplicação de seus conteúdos e conceitos para a prática de uma cidadania

reflexiva e consciente nas questões da evolução da vida natural e da vida humana em toda a

sua diversidade de organização e interação. Uma das atribuições dos professores de Biologia é

articular os temas propostos no currículo em trabalhos de promoção de saúde e prevenção de

doenças, levando em consideração as necessidades específicas de cada comunidade escolar,

para que, dessa forma, contribuam para a efetiva aprendizagem do aluno, melhorando sua

qualidade de vida. No entanto muitos desses profissionais encontram dificuldades para

relacionar as atividades da PC da SEE-SP, contidas nos cadernos do professor e aluno da

disciplina de Biologia, a ações preventivas eficazes. Diante dessa realidade, pretendeu-se com

este estudo identificar os recursos didático-pedagógicos utilizados por esses professores para

trabalhar os temas sobre saúde, os facilitadores e dificultadores desse trabalho bem como o

feedback dos alunos e o sentimento de responsabilidade sobre a saúde do aluno, manifestado

nos professores. Além disso, buscou-se evidenciar a percepção desses atores sobre as

metodologias ativas de aprendizagem e sua aplicação na educação em saúde. Para a coleta de

dados foram realizadas 24 entrevistas semiestruturadas com professores pertencentes a

unidades escolares (U.E) da Diretoria de Ensino de Votorantim (D.E Vot). Na organização

dos dados, foi utilizado o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e a nuvem de palavras para

visualização da ocorrência das palavras contidas nos discursos dos entrevistados. Para análise,

foi utilizada a Análise de Conteúdo (AC), modalidade da Análise Temática (AT). Constatou-

se que, mesmo mesclando recursos didático-pedagógicos característicos da aula tradicional e

participativa, tendo o sentimento de responsabilidade pela saúde dos alunos, os professores

têm dificuldade em mensurar o feedback dos alunos após o estudo dos temas sobre saúde.

Aqueles que percebem alguma devolutiva, percebem-na sempre de forma subjetiva. Os

maiores facilitadores para o trabalho com os temas sobre saúde foram o interesse dos alunos

por temas relacionados ao seu cotidiano, a valorização dos seus saberes prévios e experiências

com que chegam à escola e o uso de recursos e metodologias de ensino diferenciados. Eles

não conhecem as Metodologias Ativas de Aprendizagem, mas possuem o desejo de conhecer,

acreditando que elas podem contribuir para a aprendizagem significativa dos alunos e com a

educação em saúde no ambiente escolar. Concluindo, propõe-se aos professores de Biologia a

capacitação e a implementação da Aprendizagem Baseada em Equipes - a princípio para

trabalhar os temas relacionados à saúde – que, como modalidade das Metodologias Ativas de

Aprendizagem, pode contribuir tanto com a aprendizagem significativa dos alunos como para

a educação permanente dos professores, além de ser aplicável a turmas com grande número de

alunos.

PALAVRAS-CHAVE: Educação em Saúde, Ensino de Biologia, Metodologias Ativas de

Aprendizagem.

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ABSTRACT

The health transverse theme, wich is present at the curriculum proposal (PC) from the

departament of education from the state of Sao Paulo- SEE-SP, it its subscribed in the subject

of Biology that have a goal to apply its contents and concepts to practice a reflexive and

conscious citzenship on the questions of evolution of natural life and human life, within all

diversity of organization and interaction. One of the biology teacher's atributions is to

articulate the proposal themes from the curriculum into works to promote health and to

prevent deseases, taking in consideration, the specific needs of each school community,

because in this way, they can contribute for effective learning of the student to increase his

quality of life. However, many of these professionals find difficult to relate the PC activities

from SEE-SP contain in the teacher's and student notebooks of the biology subject into actual

preventive actions. Facing this reality, it was pretend with this study to identify the diadatic

pedagogy resources that are used by the teachers to work the theme about health, the easy and

hard ways of the work, as a feedback of the students and the feeling of responsability about

the student health,that is manifested on the teacher. Besides that, we were looking for the

evidence of these actors perception about the active metadology of learning and its application

in health education. For the data collecting were made 24 interviews semi stuctured by

teachers that belong from Unit School (U.E), the board of eduaction from Votorantim (D.E

Vot). On the data organization it was used the colective subject speech (DSC) and the words

clouds to visualize the procedure of the words that contained on the interviewer’s speech. For

the analisys it was used the content analisy (AC), category theme analisy (AT). It was shown

that even melding pedagogic didatics resources that are part of a traditional and participative

class, having the feeling of responsability of the students health, the teachers have a difficulty

to mesuare the feedback of the students after the health themes study, those who notices

something is always in a subjective way.The major suporters for the work with themes that

are related to your day by day, the improvement of your previous knowlogy and experiences

that they arrive in school and the use of resources and metadology of different studies. They

do not know the active metadology of learning, but they have the desire to know beliving that

it can contribute of positive learning of the students and with the health education in a school

enviroment. To conclude, it its propose for the biology teachers the capacitation and

implementation of learning based in teams- at first to work with health relate theme- that one

of the modalities is the active metadology of learning can contribute with the real knowledge

of the students but also for the fix education of teachers, besides it can be apply to a large

number of students.

KEY WORDS: education in health, Biology study, active meatadology of learning.

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SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO 14

1. Da educação e os profissionais da educação 14

2. Da saúde e os profissionais da educação 17

3. Da prática de saúde escolar 20

II OBJETIVOS 23

III METODO 23

1. Características do estudo 23

2. Cenário da pesquisa 24

3. Caracterização e atribuições do Professor Coordenador do Núcleo Padagógico 25

4. Sujeitos da pesquisa 21

5. Coleta de dados - Entrevistas 24

6. Organização e análise dos dados 27

IV ASPECTOS ÉTICOS 29

V RESULTADOS 30

1. Caracterização dos participantes do estudo 30

1.1 Distribuição dos professores entrevistados pelas unidades de ensino 30

1.2 Perfil dos professores entrevistados 31

2. Representações dos professores entrevistados sobre ensino-aprendizagem do tema

transversal saúde 34

2.1 Recursos e metodologias do ensino-aprendizagem do Tema Transversal Saúde 34

2.2 Participação e interesse dos alunos pelo Tema Transversal Saúde 38

2.3 Devolutiva do aluno ao estudar o Tema Transversal Saúde 41

2.4 Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno 44

2.5 Conhecimentos sobre as Metodologias Ativas de Aprendizagem 47

VI DISCUSSÃO 49

1.Recursos e metodologias do ensino aprendizagem do tema transversal saúde 49

2.Participação e interesse dos alunos pelo tema transversal saúde 54

3. Devolutiva dos alunos ao estudar o tema transversal saúde 58

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4. Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno 61

5. Conhecimentos sobre as metodologias ativas de aprendizagem 64

VII CONCLUSÕES 67

VIII REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69

APÊNDICES 77

1. Formulário sóciodemográfico e profissional 77

2. Roteiro de questões norteadores entrevista semiestruturada 78

3. Termo de consentimento livre e esclarecido 79

4. Tabelas com depoimentos, expressões chave e ideia central referentes às entrevistas 81

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LISTA DE TABELAS

Tabela1 - Distribuição dos professores entrevistados por município e unidade de

ensino................................................................................................................................ ........30

Tabela 2 - Distribuição dos professores entrevistados segundo idade e sexo...........................31

Tabela 3 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua formação acadêmica e

tempo de formação....................................................................................................................32

Tabela 4 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com o tempo total de serviço

docente e tempo de serviço na atual escola...............................................................................33

Tabela 5 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com as disciplinas e nível de

ensino em que lecionam............................................................................................................33

Tabela 6 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua jornada semanal de

trabalho em horas/aula e tipo de vínculo empregatício com a SEE-SP ...................................34

Tabela 7 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas dos

recursos e metodologias utilizados pelos participantes para trabalhar os temas sobre saúde do

currículo...................................................................................................... ..............................35

Tabela 8 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre

o interesse e participação dos alunos ao trabalhar temas sobre saúde......................................39

Tabela 9 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre

a percepção de devolutiva/feedback do aluno no dia a dia da sala de aula ao trabalhar temas

sobre saúde.................................................................................................... ............................42

Tabela 10 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas

sobre o sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a qualidade de

vida do aluno e de seus familiares ...........................................................................................45

Tabela 11 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas

sobre o conhecimento dos professores sobre as Metodologias Ativas de Aprendizagem .......48

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 1 da

entrevista...................................................................................................................................38

Figura 2- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 2 da

entrevista....................................................................................................... ............................41

Figura 3- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 3 da

entrevista....................................................................................................... ............................44

Figura 4- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 4 da

entrevista....................................................................................................... ............................47

Figura 5- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 5 da

entrevista....................................................................................................... ............................49

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PC: Proposta Curricular

SEE-SP: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo

U.E: Unidade Escolar

D.E. Vot: Diretoria de Ensino de Votorantim

DSC: Discurso do Sujeito Coletivo

A.C: Análise de Conteúdo

A.T: Análise Temática

O.T: Orientação Técnica

PCN: Parâmetros Curriculares Nacionais

MAA: Metodologias Ativas de Aprendizagem

OMS: Organização Mundial da Saúde

DNA: Ácido Desoxirribonucleico

PSE: Programa de Saúde na Escola

CEEJA: Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos

E.I: Ensino Integral

E.F.II: Ensino Fundamental II

PCNP: Professor Coordenador do Núcleo Pedagógico

D.E: Diretoria de Ensino

CRE: Centro de Referência em Educação Mário Covas

ATPC: Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

E-CH: Expressões Chave

IC: Ideia Central

ABP / PBL: Aprendizagem baseada em problemas

ABE: Aprendizagem Baseada em Equipe

TBL: Team Based Learning

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14

I INTRODUÇÃO

1. Da educação e os profissionais da educação

A escola como a conhecemos hoje, estruturada no século XVIII e consolidada no

século XIX, sob princípios de exclusão e homogeneização, não parece estar dando conta das

demandas e necessidades de uma sociedade democrática, inclusiva, permeada pelas diferenças

e pautada no conhecimento inter, multi e transdisciplinar, como a que vivemos neste início de

século XXI, o que vem impactando as metas de qualidade do conhecimento almejadas pelas

sociedades contemporâneas1. Por essas razões a educação está na pauta das discussões em

diferentes lugares do mundo, em busca de uma reinvenção dos sistemas educativos formais,

cuja tendência tem sido a de privilegiar o acesso a um tipo de conhecimento em detrimento de

outras formas de aprendizagem, devendo conceber a educação de forma mais ampla, seja ao

procederem a reformas educativas, seja ao elaborarem propostas curriculares. Com a chegada

do novo milênio, ampliou-se ainda mais o papel fundamental da Educação no

desenvolvimento das pessoas e da sociedade, apontando para a necessidade de (re)construir

uma escola voltada para a formação de cidadãos críticos, autônomos e livres2.

Para que esta mudança produza aprendizado significativo, faz-se necessário uma

transformação de relações e posturas entre professores e alunos3, mudando o próprio papel dos

sujeitos envolvidos nos processos educativos. Essas relações devem sofrer uma inversão,

deixando de centrar-se no ensino para centrar-se na aprendizagem e no protagonismo do

sujeito da educação4,5. Destaca-se ainda o respeito pela dignidade do educando, pela sua

identidade, pelas condições em que vem existindo (sociais, culturais e econômicas) e pelo

“conhecimento de experiência feito” (senso comum) com que chegam à escola6.

O profissional da educação não pode limitar-se apenas ao processo mecânico e

conceitual de aprendizagem, como se este fosse resultante somente da transferência de

conhecimentos. Mas deve explorar novos saberes e práticas didáticas pertencentes ao

cotidiano dos alunos, uma vez que a aprendizagem só acontece em resposta às suas

necessidades, principalmente as que propiciem seu bem-estar e a resolução de seus problemas

7-9.

Um aspecto relevante na relação professor-aluno é a criação de um novo ensinar, a

instalação de uma nova forma de comunicação educacional, a construção da nova identidade

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do professor que, de transmissor de informações prontas e de verdades inquestionáveis, torna-

se um mediador.

Entende-se a mediação como intervenção do professor para desencadear o processo de

construção do conhecimento (aprendizagem) de forma intencional, sistemática e planejada,

potencializando ao máximo as capacidades do aluno, possibilitando a transmissão de valores,

as motivações, os saberes culturais, os significados e auxiliando na interpretação da vida10. Na

ação de mediar, o professor oportuniza condições para que o aluno construa uma autoimagem

positiva, na medida em que se sentir competente, criativo e produtivo, além do

aprimoramento da capacidade de comunicar-se, pois na medida em que o aluno é solicitado a

verbalizar e a expressar o seu pensamento, ele estabelece uma relação dialógica de

reciprocidade com o professor. Esse vínculo coloca o professor numa posição de

flexibilidade, na qual sua atenção está voltada para três aspectos fundamentais: as

necessidades do aluno, as exigências do conteúdo e as próprias limitações do professor. A

postura mais flexível do professor contribuirá para a constituição de um aluno também mais

flexível na relação com o outro, com o conhecimento e consigo mesmo.

O Ensino Médio no Brasil vem sofrendo diversas mudanças ao longo do tempo. Na

década de 90, devido à consolidação do Estado democrático, o volume de informações

produzidas em decorrência da chegada de novas tecnologias, constantemente superadas, e da

produção dos bens de serviço, que passou a exigir novos parâmetros para a formação dos

cidadãos, não se trata mais de acumular conhecimentos, mas de se ter como foco principal a

aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as

diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação. Coube, então, à escola possibilitar ao

aluno as dimensões fundamentais de cidadania e do trabalho de modo que este se integre ao

mundo contemporâneo11. Dessa maneira, um novo currículo foi construído com o auxílio de

educadores de todo o país, em parceria com o Ministério da Educação, buscando-se dar

significado ao conhecimento escolar através da contextualização e interdisciplinaridade,

incentivando o raciocínio e a capacidade de aprender.

Fundamentados nos princípios gerais da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação –

Lei 9.394/96, que propõe ao Ensino Médio a formação geral, em oposição à formação

específica; o desenvolvimento das capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e

selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de

memorização12 – surgem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), para auxiliar as

equipes escolares na execução de seus trabalhos, servindo de estímulo e apoio à reflexão

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sobre a prática diária, ao planejamento de aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo

da escola, orientando o professor na busca de novas abordagens e metodologias, e

contribuindo ainda para a atualização profissional13.

As novas abordagens e metodologias remetem à aprendizagem significativa, conceito

central da teoria da aprendizagem de David Ausubel, e envolve a interação da nova

informação com uma estrutura de conhecimento específica, baseando-se na premissa de que

existe uma estrutura na qual organização e integração da aprendizagem se processam14. Para

ele, o fator que mais influencia a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe ou o que pode

funcionar como ponto de ancoragem para as novas ideias, pois possui um significado. Suas

ideias também se caracterizam por basearem-se em uma reflexão específica sobre a

aprendizagem escolar e o ensino, em vez de tentar somente generalizar e transferir à

aprendizagem escolar conceitos ou princípios explicativos extraídos de outras situações ou

contextos de aprendizagem. Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas

condições: I- o aluno precisa ter uma disposição para aprender, II- o conteúdo a ser aprendido

tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente

significativo. O significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado

psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos

conteúdos que têm ou não significado para si próprio15.

A atividade desenvolvida com o propósito de ensinar deve ser apreciada por todos

aqueles que dela participam16. A aprendizagem que envolve a autoiniciativa, alcançando as

dimensões afetivas e intelectuais, torna-se mais duradoura e sólida17. O ato de aprender deve

ser, portanto, um processo reconstrutivo que permita o estabelecimento de diferentes tipos de

relações entre fatos e objetos, desencadeando ressignificações/reconstruções e contribuindo

para a sua utilização em diferentes situações18.

As Metodologias Ativas de Aprendizagem (MAA) conceituam-se como processos

interativos de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais e coletivas,

com o objetivo de entender e encontrar soluções para determinado problema, valorizando os

conhecimentos e experiências prévias dos alunos. Esta seria, assim, uma motivação intrínseca

para o aprendizado, desenvolvendo a capacidade de autoaprendizagem, o trabalho em equipe,

a aprendizagem colaborativa e significativa e a reflexão crítica. Nessas metodologias, o

professor atua como um facilitador ou orientador, ajudando os alunos a escolherem os

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17

próprios caminhos para atingirem os objetivos de aprendizagem estabelecidos, dando-lhes

mais autonomia por ser uma metodologia centrada no estudante, com técnicas que estimulam

as interações estudante-professor, estudante-estudante e estudante-material didático e demais

recursos de aprendizagem 19.

2. Da saúde e os profissinais da educação

A saúde hoje possui uma concepção dinâmica, entendida como direito universal e algo

que as pessoas constroem ao longo de suas vidas, em suas relações sociais e culturais. Por

essa razão, a educação é considerada um dos fatores mais significativos para a promoção da

saúde. Ao educar para a saúde, de forma contextualizada e sistemática, o professor e a

comunidade escolar contribuem de maneira decisiva na formação de cidadãos capazes de

atuar em favor da melhoria dos níveis de saúde pessoal e da coletividade20.

Sendo a escola entendida como um espaço de relações, um espaço privilegiado para o

desenvolvimento crítico e político, que contribui na construção de valores pessoais, crenças,

conceitos e maneiras de conhecer o mundo, constitui-se em um ambiente propício por inserir

todas as dimensões do aprendizado: ensino, relação lar-escola-comunidade, ambiente físico e

emocional10, tendo como missão primordial desenvolver processos de ensino-aprendizagem e

desempenhar o papel fundamental na formação e atuação das pessoas em todas as áreas da

vida social. Juntamente com outros espaços sociais, ela cumpre papel decisivo na formação

dos estudantes, na percepção e construção da cidadania e no acesso às políticas públicas.

Desse modo, pode tornar-se lócus a ações de promoção da saúde para crianças, adolescentes e

jovens adultos21.

A promoção da saúde supõe uma concepção que não restrinja a saúde à ausência de

doença, mas que seja capaz de atuar sobre seus determinantes, incidindo sobre as condições

de vida da população e ultrapassando a prestação de serviços clínico-assistenciais. Portanto

supõe ações que envolvam a educação, o saneamento básico, a habitação, a renda, o trabalho,

a alimentação, o meio ambiente, o acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, entre outros

determinantes sociais da saúde22,23.

Num primeiro enfoque, tem-se uma noção de promoção da saúde vinculada à

transformação do comportamentos das pessoas, concentrando componentes educativos

relacionados com riscos comportamentais passíveis de mudança. Um segundo enfoque da

promoção da saúde sustenta-se na dimensão social dela e condiciona sua promoção à

qualidade de vida, incluindo-se estilos de vida responsável, oportunidades de educação ao

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longo da vida, apoio social para famílias e indivíduos23,24. Inclui-se também reforço ao

desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento de instrumentos de participação popular,

conquista da cidadania e ampliação das capacidades individuais e coletivas25.

Já a prevenção em saúde "exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da

história natural da doença, a fim de tornar improvável o seu progresso posterior" 26. Definem-

se como ações preventivas as intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças

específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações, tomando como base o

conhecimento epidemiológico moderno. Seu objetivo é o controle da transmissão de doenças

infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros agravos específicos. Os

projetos de prevenção e de educação em saúde estruturam-se mediante a divulgação de

informação científica e de recomendações normativas de mudanças de hábitos.

A aquisição do conhecimento propicia o desenvolvimento de hábitos saudáveis,

promovendo qualidade de vida27,28. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde

como “um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência

de doença” 13. Porém, não havendo um consenso sobre a definição de qualidade de vida, a

OMS, por meio de especialistas de todo o mundo, definiu-a como “a percepção do indivíduo

de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em

relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”29. É, assim, um conceito

amplo, que abrange a complexidade do construto e inter-relaciona o meio ambiente com

aspectos físicos, psicológicos, nível de independência, relações sociais e crenças pessoais.

Nas escolas, o trabalho de promoção da saúde com os estudantes e a comunidade

escolar precisa ter como ponto de partida “o que eles sabem” e “o que eles podem fazer”,

desenvolvendo em cada um a capacidade de interpretar o cotidiano e atuar de modo a

incorporar atitudes e/ou comportamentos adequados para a melhoria da qualidade de vida 30.

Nesse processo, as bases são os saberes e atitudes de cada um, desenvolvendo a autonomia

através de competências para o exercício pleno da cidadania. Dessa forma, espera-se que os

profissionais da educação, no exercício de suas funções, estimulem o exercício da cidadania e

a participação comunitária dos estudantes, princípio básico da promoção da saúde21,31.

Por possuir uma dinâmica cultural muito rica, a escola torna-se um espaço de

referência social muito importante para crianças e adolescentes e cada vez mais tem a

possibilidade de promover em seu interior experiências significativas da vida em comunidade.

Por isso é considerada por alguns como o espaço de transição entre o mundo da casa e o

mundo mais amplo. Portanto a cultura escolar constitui-se de práticas socioculturais e

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comportamentais mais amplas, ultrapassando as barreiras da escola. Dentro desse enfoque,

justifica-se a implementação de um programa de saúde na escola, inserido e integrado no

cotidiano e na cultura escolar, que se irradiará além de seus limites.

As principais áreas da Biologia são sintetizadas em sete temas estruturadores, sendo as

condições de vida e saúde abordadas no tema “Qualidade de vida das populações humanas”,

por meio do qual os alunos poderão aprofundar seus conhecimentos e se preparar para uma

ação de intervenção que vise à transformação de suas condições. Aborda-se a saúde a partir

do conceito atual da OMS, avançando ao procurar relacioná-la às condições de vida das

populações, como renda, educação, trabalho, habitação, saneamento básico, transporte, lazer,

alimentação, longevidade, liberdade de expressão e participação democrática, além de traçar o

perfil de saúde do brasileiro destacando-se os contrastes regionais e locais. Suas unidades

temáticas são: I- O que é saúde, II- A distribuição desigual de saúde pelas populações, III- As

agressões à saúde das populações, e IV- Saúde ambiental31.

Vale apena destacar que o tema saúde é abordado de forma indireta nos outros temas

por meio do estudo sobre a composição e funcionamento dos seres vivos, tecnologias de

manipulação genética, entre outros. Logo, uma das atribuições dos professores de Biologia é

articular os conteúdos e temas propostos no currículo a trabalhos de promoção da saúde e

prevenção de doenças, levando em consideração as necessidades específicas de cada

comunidade escolar de modo que, dessa forma, contribuam para a efetiva aprendizagem do

aluno, melhorando sua qualidade de vida32.

Os outros temas estruturadores dessa disciplina são: “A interdependência da vida”,

“Identidade dos seres vivos”, “Transmissão da vida e mecanismos de variabilidade genética”,

“Tecnologias de manipulação do DNA: a receita da vida e seu código” e “Origem e evolução

da vida”.

Cada disciplina ou área de saber abrange um conjunto de conhecimentos que não se

restringem a tópicos disciplinares ou a competências gerais ou habilidades, mas constituem-se

em sínteses de ambas as intenções formativas. Ao se apresentarem dessa forma, esses temas

estruturadores do ensino disciplinar e seu aprendizado não mais se restringem, de fato, ao que

tradicionalmente se atribui como responsabilidade de uma única disciplina. Incorporam metas

educacionais comuns às várias disciplinas da área e das demais, e também por isso tais

modificações de conteúdo implicam modificações em procedimentos e métodos que já

sinalizam na direção de uma nova atitude da escola, do professor33, e de abordagens

pedagógicas.

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20

Na abordagem por competências, recoloca-se o papel dos conhecimentos a serem

aprendidos na escola, tornando-os recursos para que o indivíduo, diante de situações de vida,

tome uma decisão, identifique ou enfrente um problema, julgue um impasse ou elabore um

argumento. Dessa forma, instrumentaliza-se o aluno para que, diante de uma situação real,

seja capaz de se posicionar ou, pelo menos, apontar argumentos de maneira fundamentada. É

por essa razão, ou seja, porque se aprende e se percebe o aprendido apenas em situações reais,

que o contexto e a interdisciplinaridade são essenciais numa abordagem por competências.

Um ensino por competências nos impõe o desafio de organizar o conhecimento a

partir não da lógica que estrutura a ciência, mas de situações de aprendizagem que tenham

sentido para o aluno, que lhe permitam adquirir um instrumental para agir em diferentes

contextos e, principalmente, em situações inéditas de vida33.

Diariamente grande quantidade de informações veiculadas pelos meios de

comunicação se refere a fatos cujo completo entendimento depende do domínio de

conhecimentos científicos. Nesses últimos anos, em especial, os conhecimentos biológicos

têm, por essa via, estado presentes em nossa vida com uma frequência incomum, dado o

avanço dessa ciência em alguns de seus domínios. A linguagem científica vem,

crescentemente, integrando nosso vocabulário. Termos como DNA, cromossomo, genoma,

clonagem, efeito estufa, transgênico não são completamente desconhecidos das pessoas

minimamente informados.

Como notícia política, como notícia econômica, como parte de uma discussão ética,

assuntos biológicos cruzam os muros acadêmicos e são discutidos em jornais e revistas de

grande circulação ou em programas de entretenimento veiculados pela televisão ou pelo rádio.

Portanto apreender os saberes biológicos permite aos alunos compreender e participar de

debates contemporâneos, sendo esta apenas uma das finalidades do estudo da ciência no

âmbito escolar36.

3. Da prática de saúde escolar

A percepção dos países sobre o conceito e a prática de saúde escolar e de promoção

da saúde mudou ao longo das décadas. Na década de 80, a crítica do setor de Educação em

relação ao setor de Saúde era que este não utilizava a escola como uma parceira. Ao mesmo

tempo, os resultados de vários estudos indicaram que a educação para a saúde, baseada no

modelo médico tradicional com foco no controle e na prevenção de doenças, não é suficiente

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para estabelecer mudanças de atitudes e opções mais saudáveis de vida que minimizem as

situações de risco à saúde de crianças, adolescentes e jovens adultos34.

No início dos anos 90, diante das propostas do setor de Educação, da crescente crítica

de pouca efetividade da educação em saúde nas escolas e do fortalecimento das políticas de

promoção da saúde, o Ministério da Saúde recomendou a criação de espaços e ambientes

saudáveis nas escolas com o objetivo de integrar as ações de saúde na comunidade

educativa34. A formulação das bases da promoção da saúde e da estratégia para a criação de

espaços saudáveis e protetores apoiou-se no documento oficial do governo do Canadá,

Lalonde, publicado em 1974, que define o conceito de Campo da Saúde como sendo

constituído por quatro componentes: biologia humana, meio ambiente, estilo de vida e

organização da atenção à saúde35. Assim, a promoção da saúde escolar tem evoluído durante

as últimas décadas, acompanhando as iniciativas de promoção da saúde de todo o mundo.

Durante os anos 90, a OMS desenvolveu o conceito e iniciativa das Escolas

Promotoras de Saúde. Trata-se de uma abordagem multifatorial que envolve o

desenvolvimento de competência em saúde dentro das salas de aula, a transformação do

ambiente físico e social das escolas e a criação de vínculo e parceria com a comunidade de

abrangência36, o que inclui os serviços de saúde comunitários, como as Unidades Básicas de

Saúde e as equipes de Saúde da Família.

Ainda na década de 90, com a criação dos PCNs, houve uma valorização do

conhecimento e da aprendizagem significativo-participativa. O tema saúde foi disposto como

um tema transversal, permeando todas as áreas que compõem o currículo escolar, justamente

por representar um desafio para a educação no que se refere à possibilidade de garantir uma

aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de vida.

A transversalidade aqui é entendida como processos intensamente vividos pela

sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e pelos educadores em seu

cotidiano, debatidos em diferentes espaços sociais, e por esse motivo de natureza diferente das

áreas convencionais de construção de conhecimento37. Sendo assim, os temas não constituem

novas áreas, mas devem integrar todas as áreas convencionais, de modo que pertençam a

todas elas, trazendo discussões atuais e que orientem um bom convívio escolar.37 Nessa nova

perspectiva, aumenta-se a responsabilidade com a aprendizagem do aluno, pois rompe-se com

o confinamento das disciplinas e da atuação dos professores com atividades formais de

ensino.

O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído por Decreto Presidencial nº 6.286, de 5

de dezembro de 2007, resulta do trabalho integrado entre o Ministério da Saúde e o Ministério

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da Educação, na perspectiva de ampliar as ações específicas de saúde aos alunos da rede

pública de ensino – Ensino Fundamental, Ensino Médio, Rede Federal de Educação

Profissional e Tecnológica, Educação de Jovens e Adultos – e possui como objetivo contribuir

para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção

à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno

desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino38 .

As experiências mostram que transmitir informações a respeito do funcionamento do

corpo e da descrição das características das doenças bem como de hábitos saudáveis não são

suficientes para que os alunos desenvolvam atitudes de vida saudável. É preciso educar para a

saúde, levando em conta todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que

acontecem no cotidiano, dentro e fora da escola.

O processo ensino-aprendizagem é complexo, apresenta um caráter dinâmico e

não acontece de forma linear como uma somatória de conteúdos acrescidos aos anteriormente

estabelecidos39,40. Exige ações direcionadas para que o aluno aprofunde e amplie os

significados elaborados mediante sua participação, enquanto requer do docente o exercício

permanente do trabalho reflexivo, da disponibilidade para o acompanhamento, da pesquisa e

do cuidado, o que pressupõe a emergência de situações imprevistas e desconhecidas41.

O ato de ensinar-aprender deve ser um conjunto de atividades articuladas, nas quais

esses diferentes atores compartilham, cada vez mais, parcelas de responsabilidade e

comprometimento. Segundo Temporini, aproximadamente 70% dos professores da rede

pública que conhecem as orientações do currículo consideram-se atingidos pela observação de

saúde e medidas para solucionar a falta de saúde de seus alunos42.

Porém, percebe-se que muitos desses profissionais encontram dificuldades para o

efetivo exercício desta função e como relacionar/envolver as atividades da PC da SEE-SP,

contidas nos cadernos do professor e do aluno da disciplina de Biologia43,44, a ações

preventivas eficazes, de uma forma que seu aluno se interesse e participe dessa prática,

apropriando-se desse conhecimento. A implementação de uma estratégia educativa no campo

da saúde requer que os docentes tenham conhecimento e interesse necessários a respeito do

tema45.

Como professora da rede há cinco anos, lecionando em diferentes unidades

escolares, inseridas em diferentes comunidades, vivo constantemente os conflitos

anteriormente mencionados, percebendo que, quando ouvimos o aluno, quando levamos em

consideração o que já sabem, valorizando-os, torna-se mais fácil e prazerosa a aprendizagem,

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23

pois ela passa a ter um significado, podendo ser reconhecida como um caminho para a

mudança.

Porém encontramos muitos obstáculos ao longo do caminho, como falta de espaços

adequados, salas lotadas e curto espaço de tempo para cumprir cada conteúdo do currículo,

provocando a desmotivação do professor e do aluno e, consequentemente, o prejuízo do

processo ensino-aprendizagem. Diante dessa realidade, julgo necessário e oportuno um

trabalho de acompanhamento e apoio para o desenvolvimento dessas orientações,

principalmente aos professores de Biologia, que possuem em seu currículo a maior variedade

de temas relacionados à saúde e, portanto, grande parte dessa responsabilidade32.

II OBJETIVOS

Identificar os principais recursos e metodologias utilizados pelos professores de

Biologia do Ensino Médio ao trabalhar os temas sobre saúde propostos no currículo.

Caracterizar as facilidades e dificuldades dos professores ao trabalhar os temas sobre

saúde.

Reconhecer as mudanças percebidas pelos professores nos alunos ao estudarem sobre

os temas de saúde

Evidenciar a percepção dos professores de Biologia sobre sua função enquanto

promotores de saúde.

Conhecer a percepção desses professores sobre o uso de metodologias ativas de

aprendizagem e sua aplicação em educação em saúde.

III MÉTODOS

1. Características do estudo

Estudo exploratório, de perfil qualitativo, com ênfase nos significados, experiências e

necessidades apontadas pelos participantes, buscando compreender o mundo dos sujeitos e

identificando sua percepção da realidade e necessidades de mudança46,47.

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24

As pesquisas de abordagem qualitativa baseiam-se na premissa de que o conhecimento

sobre pessoas só é possível a partir da descrição de experiência humana tal como ela é vivida

e tal como ela é definida pelos seus próprios atores48. Nesse tipo de investigação, a fonte

direta de dados é o ambiente natural, sendo o investigador o instrumento principal para a

coleta. Os dados, por sua vez, são descritivos por se tratarem de palavras e/ou imagens. Os

investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos

resultados, sendo o significado algo de vital importância49.

2. Cenário da pesquisa

O estudo foi realizado em parceria com a D.E de Vot, que atende a sete municípios,

sendo estes: Araçoiaba da Serra, Capela do Alto, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora,

Tapiraí e Votorantim, constituída por 40 escolas estaduais, dentre Escolas de Ensino

Fundamental II, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. O cenário do estudo foi

constituído por 25 unidades de ensino médio com modalidade de ensino presencial que

aceitaram participar da pesquisa.

Foram excluídas da pesquisa seis U.Es, sendo estas: CEEJA de Votorantim, por ser uma

instituição de Educação de Jovens a Adultos (EJA) em regime semipresencial; E.E. Profª

Benedicto Rodrigues, por ser uma instituição de ensino de tempo integral (E.I) do Ensino

Fundamental II (E.F.II); E.E. Anna Cuevas Guimarães e E.E. Bairro da Barra, unidades

apenas de E.F.II, e duas unidades, uma do município de Votorantim e outra do município de

Piedade, que não aceitaram participar desta pesquisa por razões não explicitadas por seus

gestores.

3. Caracterização e atribuições do Professor Coordenador do Núcleo Pedagógico

(PCNP)

Os Núcleos Pedagógicos são unidades de apoio à gestão do currículo da rede estadual

de ensino, atuando, preferencialmente, através de oficinas pedagógicas e orientações

técnicas, em articulação como as Equipes de Supervisão de Ensino.

A equipe do núcleo pedagógico é composta por um ou mais PCNP de cada disciplina,

de acordo com as necessidades de cada D.E. Dentre as funções exercidas pelos PCNP,

estão: implementar ações de apoio pedagógico e educacional que orientem os professores na

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condução de procedimentos relativos a organização e funcionamento do currículo nas

modalidades de ensino; avaliar a execução do currículo e propor os ajustes necessários;

acompanhar e orientar os professores em sala de aula, quando necessário, para garantir a

implementação do currículo; implementar e acompanhar programas e projetos educacionais

da Secretaria relativos à área de atuação que lhes é própria; identificar necessidades e propor

ações de formação continuada de professores e de professores coordenadores no âmbito da

área de atuação que lhes é própria; participar da implementação de programas de formação

continuada, em articulação com a Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores;

acompanhar e apoiar reuniões pedagógicas realizadas nas escolas; promover encontros,

oficinas de trabalho, grupos de estudos e outras atividades para divulgar e capacitar

professores na utilização de materiais pedagógicos em cada disciplina; participar do

processo de elaboração do plano de trabalho da D.E; elaborar o plano de trabalho do Núcleo

para melhoria da atuação docente e do desempenho dos alunos; orientar, em articulação

com o Centro de Atendimento Especializado do Departamento de Desenvolvimento

Curricular e de Gestão da Educação Básica, as atividades de educação especial e inclusão

educacional no âmbito da área de atuação que lhes é própria; acompanhar o trabalho dos

professores em suas disciplinas e as metodologias de ensino utilizadas em sala de aula para

avaliar e propor ações de melhoria de desempenho em cada disciplina; organizar o acervo

de materiais e equipamentos didático-pedagógicos; articular com o Centro de Biblioteca e

Documentação, do Centro de Referência em Educação “Mário Covas” – CRE – e com as

escolas a implantação e supervisão das salas de leitura; analisar os resultados de avaliações

internas e externas e propor medidas para melhoria dos indicadores da educação básica, no

âmbito da área de atuação que lhes é própria50.

Colaborou ativamente com esta pesquisa o PCNP da disciplina de Biologia da D.E

Vot, disponibilizando tempo e apoio à pesquisadora ao conversar com os gestores das U.Es

sobre a relevância desta pesquisa, pedindo-lhes autorização para convidar seus professores à

participar desta pesquisa, na solicitação e agendamento das entrevistas com os professores

colaboradores e cedendo horários em sua agenda para acompanhar a pesquisadora em

algumas U.Es para a realização das entrevistas.

4. Sujeitos da Pesquisa

Participaram do estudo 24 professores de Biologia do Ensino Médio, convidados pelo

PCNP de Biologia da D.E.Vot., de acordo com sua agenda de visitação às U.E, que aceitaram

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o convite para participação no presente estudo. Foram entrevistados um ou dois professores

de cada unidade, sendo que, em apenas um caso, foram entrevistados três professores da

mesma U.E. (Tab.1)

5. Coleta de dados - Entrevista

Primeiramente foram contatados os gestores da U.E pelo PCNP de Biologia, pedindo-

lhes a autorização para conversar com os professores de Biologia e convidá-los a participar da

pesquisa. Uma vez concedida essa autorização, o PCNP agendava um horário com o professor

durante a Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC) em que ele estivesse presente, para

a pesquisadora entrevistá-lo. A ATPC é uma atividade que ocorre de duas a três vezes por

semana, com duração entre 50 a 110 minutos, e tem como principais objetivos a formação

permanente dos docentes e a resolução de problemas pedagógicos encontrados pelos mesmos.

Esses encontros são dirigidos pelos Coordenadores Pedagógicos de cada U.E e constituídos

de momentos de socialização entre todos os professores e momentos em que estes são

reunidos de acordo com a área em que ministram suas aulas.

Durante a ATPC, no dia e horário agendado, a pesquisadora encontrava-se com o

professor e, em local isolado, após os esclarecimentos sobre os objetivos e métodos do estudo

ao possível participante e sua aceitação, procedia a leitura e assinatura do TCLE e a

entrevista.

Os participantes responderam a um formulário sociodemográfico (Apêndice 1) para

levantamento de seus dados pessoais e profissionais. Em seguida, eram realizadas as

entrevistas orais, que tinham formato semiestruturado, apresentando como característica

questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam com o tema da

pesquisa, de modo a favorecer não só a descrição dos fenômenos sociais mas também a

explicação e compreensão de sua totalidade.

Foi utilizado um roteiro com questões norteadoras (Apêndice 2), de forma a que se

obtivessem informações básicas para ajudar na interação entrevistador-informante, mas com a

possibilidade de complementação de questões inerentes às circunstâncias da entrevista,

surgidas a partir das respostas dos informantes, buscando-se informações de uma forma mais

livre, sem a padronização de respostas condicionadas a algumas alternativas51,52,53. As

entrevistas foram gravadas para facilitar sua transcrição e garantir a integridade da coleta de

dados.

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6. Organização e análise do dados

O conteúdo das entrevistas orais foi organizado em quadros com as expressões

chave e ideias centrais do discurso de cada sujeito, segundo o referencial do DSC. O DSC é

uma ação organizadora e de tabulação de dados verbais e qualitativos que consiste

basicamente em analisar o material extraído de cada depoimento, criando-se uma resposta

única sob a forma de um ou vários discursos-síntese, escritos na primeira pessoa, utilizando-se

o vocábulo original, não interpretado, como se a coletividade fosse o emissor do discurso.54

São selecionadas de cada resposta "expressões-chave" que são partes importantes das

respostas dos sujeitos. Estas expressões correspondem às ideias centrais das respostas. As

expressões chave (E-CH) são trechos do discurso que devem ser selecionados pelo

pesquisador e revelar a essência do conteúdo do depoimento ou discurso sendo fundamentais

para a confecção do DSC. A Ideia Central (IC) é uma expressão que revela e descreve, da

maneira mais sintética e precisa, os sentidos presentes nas Expressões Chave e também no

conjunto de discursos de diferentes sujeitos que possuem semelhança de sentido, possuindo

uma função discriminadora e classificatória e permitindo identificar e distinguir os vários

sentidos ou posicionamentos contidos no discurso55.

A proposta do DSC fundamenta-se na Teoria das Representações Sociais e seus

pressupostos sociológicos, criando-se uma ponte entre o senso comum e o conhecimento

científico, além de mediar as perspectivas metodológicas qualitativa e quantitativa, tratando

os sujeitos como possuidores de caráter racional e cognitivo compartilhado56.

A Teoria das Representações sociais é um campo de conhecimento multidisciplinar,

entendida por muitos teóricos como uma interface entre sociologia e psicologia social. A

representação social tem a vocação de ser um campo de interesse de todas as ciências

humanas, uma vez que articula elementos mentais, sociais e afetivos, vinculando a

comunicação e a linguagem às relações sociais que intervém nas representações e não podem

ser entendidas como pertencentes a uma área particular do conhecimento humano56.

A sociedade é formada por um sistema de crenças que permite a comunicação entre os

membros que a compõe e ilustra o senso comum entre as representações que fazem parte do

cotidiano que os seres humanos habitam, possuindo como base para as formações sociais dois

tipos de códigos compartilhados: um código linguístico e, a partir dele, um código ideológico,

que é o sistema compartilhado de crenças57,58. Sendo a existência do discurso uma

manifestação concreta da língua e dotada de sentido e significados socialmente construídos,

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esse sistema pode ser percebido também nos processos estratégicos durante a interação dos

praticantes da estratégia, aproximados pela metodologia do DSC58.

Em síntese, as representações sociais são sustentadas pelas influências da

comunicação e se constituem nas realidades da vida, servindo como meio de estabelecer uma

ligação entre as pessoas. Entretanto também interage com os conhecimentos que emergem no

mundo onde as pessoas atuam com interesses parecidos59.

Para a análise, foi utilizada a Análise de Conteúdo (AC), modalidade Análise

Temática (AT). A análise temática consiste em propor inferências e adiantar interpretações a

propósito dos objetivos previstos. Método muito utilizado na análise de dados qualitativos,

propõe-se a "descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença

ou frequência signifiquem alguma coisa para o objetivo analítico visado", utilizando-a de

forma mais interpretativa.

Os dados são classificados em temas principais que resultam de reagrupamentos

analógicos. Vale destacar que os títulos das categorias temáticas são definidos pela descoberta

dos núcleos de sentidos, preocupando-se com a frequência desses núcleos sob a forma de

dados segmentáveis e comparáveis, classificados como subtemas60,61. As categorias e

subcategorias agrupadas em relação às expressões chave dos discursos coletivos estão

demonstradas em tabelas.

Os dados sociodemográficos foram organizados em tabelas e analisados segundo a

frequência das suas variáveis.

Foram construídas nuvens de palavras para visualização da ocorrência das palavras

contidas nos discursos de cada questão da entrevista. A nuvem de palavras utiliza algumas

técnicas de processamento de linguagem por meio de ferramentas on-line, criando uma

expressão visual das palavras do texto em que o número de ocorrências dos termos no texto

sinaliza o tamanho do termo na nuvem. Método Heurístico de Análise, aponta caminhos para

o que se observar em um texto ou em um grupo de textos. Os aplicativos que fazem nuvem de

palavras são reveladores por apresentar, de forma bem resumida, uma visão geral dos

conceitos e termos com mais destaque nos conteúdos de um dado texto ou conversações62,63.

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IV ASPECTOS ÉTICOS

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres

Humanos da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica

de São Paulo, de acordo com a Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho

Nacional de Saúde sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo

seres humanos. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (Apêndice3), sendo garantido o sigilo das suas identidades.

V RESULTADOS

1. Caracterização dos participantes do estudo

1.1.Distribuição dos professores entrevistados pelas unidades de ensino

Tabela 1 - Distribuição dos professores entrevistados por município e unidade de ensino. D.E.

Votorantim, 2014.

Município Escolas. D.E. Vot Nº de prof.

Entrevistados

Araçoiaba da Serra Maria Angélica Baillot 3

Bairro Jundiaquara 3*

Capela do Alto Cel. Pedro Dias de Campos 1*

Piedade Carlos Augusto de Camargo 1

Clementino Vieira Cordeiro 1

Profª Dimpina Rocha Lopes 1*

Pilar do Sul Maria A. Mendes Silva Lacerda 1*

Maria Richinelli Modanezi 1*

Padre Anchieta 2

Salto Dr. Afonso Vergueiro 1

Jardim Daniel David Haddad 2

Tapiraí Bairro do Turvo 1*

João Rosa Cel 1

Votorantim Alice Rolim de Moura Holtz 1

Antonieta Ferrarese 1

Selma Maria Martins Cunha 2

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Armando Rizzo 1

Azarias Mendes 1

Clotilde Beline Capitani 1*

Daniel Verano 1

Evilázio de Góes Vieira 1

José Ermírio de Moraes S. 1

Pedro Augusto Rangel 2

Pereira Inácio Comendador 2

* Professores que lecionam em mais de uma U.E na mesma D.E.

Fonte: Autora

A tabela 1 mostra que a maioria dos professores entrevistados leciona no Município de

Votorantim, por ser o município com o maior número de U.Es pertencentes a D.E.Vot.

1.2.Perfil dos professores entrevistados

Este estudo revelou que a maioria dos professores entrevistados é do sexo

masculino, com idade entre 21 e 40 anos, formação em Ciências Biológicas, tempo de

formação de 1 a 23 anos, de docência de 1 a 20 anos e de trabalho na atual escola de 1 a 10

anos; leciona nas disciplinas de Ciências e Biologia para as séries do Ensino Médio,

cumprindo jornada semanal entre 30 a 49 horas/aulas, com vínculo empregatício do tipo

efetivo por concurso público. A seguir são apresentadas as tabelas que demonstram o perfil

mencionado.

Tabela 2 - Distribuição dos professores entrevistados segundo idade e sexo. D.E. Votorantim,

2014.

Idade Nº %

21 a 30 6 25,0

31 a 40 9 37,5

41 a 50 5 20,8

51 a 60 4 16,6

Sexo

Feminino 11 45,8

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Masculino 13 54,1

Fonte: Autora

Tabela 3 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua formação acadêmica e

tempo de formação. D.E. Votorantim, 2014.

Formação Acadêmica Nº %

Ciências Biológicas 10 41,6

Ciências Biológicas — Especialização em Genética 1 4,1

Ciências Biológicas / Pedagogia 1 4,1

Ciências Biológicas / Pedagogia / Educação Física 1 4,1

Ciências Biológicas / Físicas 3 12,5

Educação Física 3 12,5

Educação Física / Pós em Gestão Escolar 1 4,1

Engenharia Agrônoma / Ciências Biológicas 1 4,1

Matemática 1 4,1

Mestrado em Biologia 1 4,1

Mestrado em Ciências 1 4,1

Ano de conclusão

Até 1980 1 4,1

1981 a 1990 3 12,5

1991 a 2000 7 29,1

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2001 a 2010 9 37,5

2011 a 2014 4 16,6

Fonte: Autora

Tabela 4 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com o tempo total de serviço

docente e tempo de serviço na atual escola. D.E. Votorantim, 2014.

Tempo total de serviço docente Nº %

Até 1 ano 1 4,1

1 a 10 anos 11 45,8

11 a 20 anos 11 45,8

Mais de 21 anos 1 4,1

Tempo de serviço na atual escola Nº

Até 1 ano 3 12,5

1 a 10 anos 15 62,5

11 a 20 anos 5 20,8

Mais de 21 anos 1 4,1

Fonte: Autora

Tabela 5 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com as disciplinas e nível de

ensino em que lecionam. D.E. Votorantim, 2014.

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Disciplina que leciona Nº %

Biologia 5 20,8

Ciências 2 8,3

Biologia / Ciências 13 54,1

Educação Física 1 4,1

Biologia / Educação Física 2 8,3

Biologia / Matemática /

Física

1 4,1

Nível de ensino

Fundamental / Médio 2 8,3

Médio 22 91,6

Fonte: Autora

Tabela 6 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua jornada semanal de

trabalho em horas/aula e tipo de vínculo empregatício com a SEE-SP. D.E. Votorantim, 2014.

Jornada semanal Nº %

10 a 19 horas 1 4,1

20 a 29 horas 2

30 a 39 horas 7 29,1

40 a 49 horas 7 29,1

50 a 59 horas 5 20,8

60 a 69 horas 2 8,3

Tipo de vínculo Nº %

Professor Efetivo 18 75,0

Professor categoria F 4 16,6

Professor categoria O 2 8,3

Fonte: Autora

2. Representações sociais dos professores entrevistados sobre o ensino-

aprendizagem do Tema Transversal Saúde

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34

2.1. Recursos e metodologias do ensino-aprendizagem do Tema Transversal Saúde

Analisando as ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta “Fale sobre

os recursos e metodologias utilizados por você para trabalhar os temas sobre saúde do nosso

currículo” emergiram as categorias temáticas: Aula Tradicional, Aula Participativa, Recursos

Audiovisuais e Enfoque Multidisciplinar, como demonstrado na Tabela 7 a seguir.

Tabela 7 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas dos

recursos e metodologias utilizados pelos participantes para trabalhar os temas sobre saúde do

currículo. D.E.Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões

Chave

Recursos audiovisuais Imagens e vídeos

Entrevistas

Peças anatômicas

10

1

2

Total 13

Aula tradicional Apostila

Lousa

Leitura de textos

Livro didático

Sem inovação

Saúde no ciclo de

doenças

9

2

4

8

1

1

Total 25

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35

Aula participativa Debate

Contextualização

Pesquisa/Seminário

Caixa de perguntas

Temas polêmicos

7

6

5

4

4

Total 26

Enfoque multidisciplinar Projetos

Tema transversal

1

1

Total 2

Fonte: Autora

O número de expressões chave que compõem as categorias aula tradicional e aula

participativa aponta para uma prática pedagógica que mescla as duas modalidades no ensino

dos temas de saúde, adotada pela maioria dos entrevistados.

Os DSC sobre os recursos e metodologias utilizados pelos participantes para trabalhar

os temas sobre saúde do currículo são os que seguem.

1) Recursos audiovisuais

DSC1: Imagens e vídeos (P1, P2, P3, P5, P7, P8, P14, P15, P23, P24)

Dependendo do tema como doença, saúde, sistema imunológico, sistema nervoso a

gente sempre trabalha com data show, pois tem o recurso na sala, daí já acessa,

mostra vídeos. Uso vídeos para algumas turmas, uso como material de apoio, vídeo

do youtube. Eu utilizo banners que tem aqui na escola, do corpo... Cada escola você

acaba trabalhando de um jeito porque cada escola você tem ferramentas diferentes,

se você tem vídeo dá pra utilizar vídeo, se tem data show dá pra utilizar.

DSC 2: Entrevistas (P11)

Levo entrevistas de especialistas, como aquela sexóloga Laura Müller, do Altas

Horas.3: Peças anatômicas de plástico (bonecos) (P21, P24)

Também utilizamos o laboratório, por exemplo o dorso, pra mostrar os órgãos, pra

eles terem uma noção do corpo.

2) Aula tradicional

DSC 4: Apostila (P1, P2, P3, P5, P8, P9, P12, P17, P24)

Eu sigo mais o currículo mesmo, aquilo que está na apostila, no caderno do aluno.

DSC 5: Resumo/ tópicos na lousa (P4, P 23)

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Tento ser mais dinâmico, ter uma aula mais falada do que escrita, apresento a aula

fazendo um resumo na lousa, escrevendo tópicos pra eles lembrarem.

DSC 6: Leitura de textos para reflexão (P4, P7, P11, P19)

Leitura e discussão de textos diversos para reflexão. O foco principal do aprendizado

é esse, colocar ele pra refletir, ele tem que estar ciente do que ele está produzindo, eu

acho que ele tem que ser capaz de produzir um situação, de ele parar depois de

realizar qualquer tipo de exercício e ver que eles conseguiram fazer, que eles

chegaram a determinado resultado, eles mobilizaram vários conhecimentos dentro de

um texto.

DSC 7: Livro didático (P6, P8, P9, P11, P17, P19, P21, P22)

Uso bastante o livro didático como ferramenta para dar base, pois o material que o

Estado trabalha tem pouca informação sobre saúde. Primeiro uma base a respeito de

certos assuntos eles tem que ter, acho isso imprescindível.

DSC 8: Não dá pra inovar (P15)

Com duas aulas por semana, tendo que cumprir o planejamento, o programa do

Estado, não dá pra inovar muita coisa.

DSC 9: Saúde nos ciclos de doenças (P18)

Basicamente a saúde a gente vai abordando quando se vê ciclos de doenças, bactérias

fala um pouquinho, de vírus um pouquinho.

3) Aula participativa

DSC 10: Debate (P1, P5, P 7, P11, P16, P20, P21)

A metodologia que a gente usa depende muito da sala, a gente pega gancho da

própria discussão deles, faz um debate, o tema saúde mexe demais com eles. Na

questão da sexualidade, faço bastante roda de conversa. Quando envolve prevenção,

eu procuro usar cada aula, cada momento que eu sinta que eles estão com

necessidade de aprender para uma conversa.

DSC 11: Pesquisa /Seminários (P4, P5, P6, P10, P 12)

Em algumas salas eu procuro dar o tema como seminários também. Peço para os

alunos fazerem pesquisas, como por exemplo sobre DSTs

DSC 12: Contextualização/ conhecimento prévio (P7, P10, P12, P20, P23, P24)

Eu levo o que está no dia a dia, busco a curiosidade do aluno, contextualizando a

realidade. Primeiro a gente faz, logicamente em cima do currículo, uma pesquisa

com eles pra ver em que nível eles se encontram, que informações eles tem sobre

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37

saúde, para depois transformar em uma informação científica. É preciso trabalhar

saúde na escola porque é do dia a dia, do cotidiano deles.

DSC 13: Caixa de perguntas (P11, P16, P18, P21)

É muito interessante fazer caixa de perguntas sobre sexualidade, muitas vezes tem

coisas que querem perguntar só pra você, assim eles não se expõem. O Kit do Vale

Sonhar, que veio do Estado, usei a primeira vez no ano passado, eu achei

interessante, tem alguns jogos, algumas perguntas.

DSC 14: Temas polêmicos (P5, P10, P20, P22)

Eu trabalho a saúde no âmbito geral, coloquei a definição da OMS, tento colocar pra

eles temas polêmicos, assuntos que sejam do interesse deles, reportagens do cotidiano

que eles assistem na televisão, como sexualidade, drogas, má alimentação, dormir

pouco, porque eles acabam muitas vezes se voltando pra coisas que acabam

prejudicando a saúde deles. Esse tema saúde vai além da proposta curricular.

4) Enfoque multidisciplinar

DSC 15: Projetos (P14)

Os professores daqui da escola desenvolvem projetos juntos, trabalhando

sexualidade, DSTs e higiene

DSC 16: Tema transversal (P18)

Figura 1- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 1 da

entrevista.

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2.2. Participação e interesse dos alunos pelo Tema Transversal Saúde

A análise das ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta “Comente

sobre o interesse e participação dos alunos nas aulas que abordam os temas sobre saúde, seus

facilitadores e dificultadores” indicou duas categorias temáticas: Facilitadores e

Dificultadores como demonstrado a seguir.

Tabela 8 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre

o interesse e participação dos alunos ao trabalhar temas sobre saúde. D.E.Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões

Chave

Facilitadores Temas de maior interesse

Facilidade do professor

com o tema

Contextualização e

valorização do aluno

Didática diferenciada

21

2

7

3

Total 33

Dificultadores Temas de menor interesse

Aceitação desigual

Ausência de programa de

saúde

5

4

3

Total 12

Fonte: Autora.

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O interesse dos alunos por temas sobre saúde aumenta a participação nas aulas; a

facilidade e identidade do professor com esses temas também favorecem a aprendizagem,

bem como a sua contextualização com o cotidiano do alunado. A frequência majoritária das

expressões chave sobre aspectos facilitadores relacionados ao Tema Transversal Saúde

destaca essa temática como facilitadora do interesse e participação dos alunos.

Os DSC sobre o interesse e participação dos alunos ao trabalhar temas sobre saúde são

apresentados a seguir.

1) Facilitadores

DSC 1: Temas de maior interesse (P1, P2, P3, P4, P6, P8, P9, P10, P11, P12, P13,

P14, P15, P16, P17, P18, P19, P20, P21, P22. P24)

Quando entra na parte de saúde em si, doenças, daí você vê o interesse porque muitos

apresentam asma, bronquite. Eles ficam com muita dúvida na verdade, por isso têm

interesse maior, eles adoram esse tipo de coisa, se realizam, fazem questões, fazem

brincadeiras, tem que ter jogo de cintura. Trabalhando esses temas, em diversos

momentos eu consigo chamar a atenção deles. Quando o assunto está relacionado à

sexualidade, DST, aí o interesse é maior.

DSC 2: Contextualização e valorização do aluno (P2, P8, P10, P18, P22, P23, P24)

Eles têm interesse maior quando eles são incluídos na discussão, participam mais,

gostam mais, querem conhecer o próprio corpo... temas que estão ligados ao dia a

dia, pois é mais próximo, mais concreto pra ele, a realidade vivida. A mídia também é

uma boa parceira.

DSC 3: Facilidade do professor (P4, P15)

Nesse tema eu tenho facilidade de trabalhar, gosto mais do conteúdo, isso faz com que

o aluno aprenda mais.

DSC 5: Didática diferenciada (P 14, P 15, P 16)

Quando tem uma aula diferenciada, os alunos ficam mais interessados sim. O kit vale

sonhar é uma aula que eles participam, eles adoram. Procuro articular com outros

temas da Biologia, trazer os elementos de saúde.

2) Dificultadores

DSC 6: Temas de menor interesse (P1, P9, P20, P21, P22)

Parasitas, assim, às vezes não chama a atenção deles, porque entra na parte de ciclo

e tal, como que pega, e essa parte desfoca um pouco. Na área de ecologia os alunos

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hoje tem dificuldade, desinteresse na aprendizagem. Quando você vai tratar de

doenças, existe um pouco de resistência, porque é inconveniente. Temas que os

meninos acham que não estão envolvidos, como menstruação e vacina do HPV.

DSC 7: Aceitação desigual (P5, P7, P15, P23)

Tem sala que aceita bem o tema, mas tem alguns poucos que são indiferentes,

depende da sala, mas geralmente gostam do assunto. Tem sala que você não pode

trabalhar com imagens que chocam, tem gente que não presta atenção. Eu tenho

percebido que o medo de pegar doenças está sumindo. A rotina dificulta.

DSC 8: Ausência de programa de saúde (P18, P20, P21)

Não há um programa organizado sobre saúde, são pinceladas em determinados

conteúdos, são aulas que você insere, não há alguma coisa contínua.

Figura 2- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 2 da

entrevista.

2.3. Devolutiva do aluno ao estudar o Tema Transversal Saúde

A categorização das ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta

“Relate se você, no dia a dia da sala de aula, consegue ter uma devolutiva, um feedback do

aluno em relação aos temas sobre saúde, se percebe alguma mudança em seu comportamento”

resultou em duas categorias temáticas: Devolutiva Ausente e Devolutiva Presente,

demonstrado em seguida.

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41

Tabela 9 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre

a percepção de devolutiva/feedback do aluno no dia a dia da sala de aula ao trabalhar temas

sobre saúde. D.E.Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões

Chave

Devolutiva ausente Difícil de medir

Não consegue

perceber

5

4

Total 9

Devolutiva presente Consegue perceber

Interesse indica que

vai compartilhar

Percebe pela relação

com situações

vivenciadas

Longo prazo

Devolutiva de alguns

alunos

12

2

2

4

8

Total 28

Fonte: Autora.

A tabela 9 mostra que a maioria dos professores consegue perceber uma

devolutiva/feedback dos alunos no dia a dia com eles por meio da observação e conversas,

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42

pela quantidade de perguntas que fazem durante as aulas e pelas mudanças de comportamento

após trabalharem temas, como higiene. Alguns professores relataram que não é possível

mensurar essa devolutiva.

Os DSC sobre a percepção de devolutiva/feedback do aluno no dia a dia da sala de aula

ao trabalhar temas sobre saúde são os que seguem.

1) Devolutiva ausente

DSC 1: Difícil de medir (P2, P3, P1, P7, P11)

É difícil de dizer, de contabilizar isso, não é algo mensurável, varia muito.

DSC 2: Não consegue perceber (P12, P13, P14, P20)

Não consigo perceber. São hábitos, e você quebrar hábitos vai muito além de uma

informação, além de uma sensibilização que você receba da escola, depende do corpo

a corpo, da família, são coisas difíceis de trabalhar.

2) Devolutiva presente

DSC 3: Percebe no dia a dia (P6, P23, P6, P7. P11, P16, P17, P18, P19, P20, P21,

P22)

Sim, consigo perceber, quando se fala em saúde se fala também em higiene, então eu

percebo que na sala de aula eles já tomam mais cuidado, se previnem mais. É fácil

ver a mudança. Quando se fala em DST chove de perguntas, a gente percebe que eles

estão muito preocupados. Só consigo perceber no dia a dia com eles, no bate papo e

conversa, da observação do comportamento deles ao longo das aulas, no olhar do

jovem, daí percebo mudanças.

DSC 4: Interesse indica que vai compartilhar (P8, P14)

Esse fato de ele se interessar, entendo eu que ele vai compartilhar essa situação. Se

você falar todo dia isso vai fazendo parte do aluno e normalmente ele vai falar em

casa.

DSC 5: Associação com situações vivenciadas (P15, P23)

Em temas abordando saúde sempre tem alguém que fala: “ahhh meu avô tem, minha

vó tem, já conheço...”, então uma coisa que ele conseguiu perceber, associar à

alteração no seu corpo e o que provocou essa mudança, o que está agindo no seu

corpo...vendo que isso faz parte deles, então estão recebendo bem a informação.

DSC 6: Longo prazo (P2, P19, P21, P23)

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43

É mais ao longo praz,o quando ficamos vários anos com a mesma turma, como agora,

que estou completando uma turma, eu consigo perceber. Se comparar o trabalho do

início do bimestre pro final do bimestre você consegue sentir sim.

DSC 7:Devolutiva de alguns alunos (P1, P3, P 4, P5, P8, P 9, P10, P 24)

A quantidade é pouca... no geral a gente não tem esse retorno, mas em alguns casos

particular sim, por exemplo a gente fala de vacina de 15 anos e tal, daí chega na

outra aula algumas já tomaram atitude, vêm falar comigo, demonstram alguma

consciência depois que a gente começa a questionar. Eu acho que é de forma regular

a absorção deles. De algumas salas de aula eu consigo perceber, dependendo do

ambiente você sente, sim, uma melhora, uma evolução nesse entendimento deles na

parte de saúde.

Figura 3- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 3 da

entrevista.

2.4. Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno

Ao analisar as ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta “Descreva

sobre seu sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e qualidade de

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44

vida do seu aluno e dos seus familiares” surgiram as seguintes categorias temáticas: Sente-se

responsável, Não se sente responsável e Sente-se parcialmente responsável, como

demonstrado na Tabela 10 a seguir.

Tabela 10 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas

sobre o sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a qualidade de

vida do aluno e de seus familiares. D.E. Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões

Chave

Sente-se responsável Agente de saúde

Procura dos alunos

Aproximação da realidade

Saúde vai além da sala de

aula

Mediação

20

2

2

1

1

Total 26

Não se sente responsável Transmissão de

informações

1

Total 1

Sente-se parcialmente

responsável

Responsabilidade

compartilhada

4

Total 4

Fonte: Autora.

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45

Na tabela acima podemos observar que apenas um professor expressou não possuir

sentimento de responsabilidade em relação à saúde e qualidade de vida de seus alunos e

familiares.

Os DSC sobre o sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a

qualidade de vida do aluno e de seus familiares são apresentados na sequência.

1) Sente-se responsável

DSC 1 Agente de saúde (P1, P2, P3, P4, P5, P7, P8, P9, P10, P11, P12, P14, P16, P17,

P18, P19, P20, P21, P22, P24)

Me sinto responsável principalmente pela orientação, nosso foco aqui é orientar além

de passar o aprendizado, dar a base pra ele poder se prevenir e evitar certas

circunstâncias. O professor é o primeiro agente de saúde que trabalha com eles, sinto

como minha obrigação. A gente sente que tem uma responsabilidade em relação ao

aluno, acho que pela família inteira. Eles aprendem muito com a gente sim. Porque

muitos deles não têm nenhuma noção do que está acontecendo com o corpo, não têm

como chegar e conversar com os pais. Como professor, e de biologia, a gente tem que

ter essa responsabilidade sim, porque estamos mais próximos deles, então acaba que

sendo uma obrigação, um dever. São temas de extrema importância.

DSC 3: Procura dos alunos (P2, P22)

Sou cobrada principalmente por eles. O professor de biologia e ciências são vistos

pelo aluno como alguém que entende sobre saúde, então eles buscam muitas vezes a

gente.

DSC 4: Aproximação da realidade (P4, P8)

Eu tento deixar mais perto da realidade do aluno, de cada sala.

DSC 6: Tema saúde vai além da sala de aula (P7)

Acho que o tema saúde acaba indo muito além da sala de aula.

DSC7: Mediação (P7)

O professor é um mediador, e tem que fazer muito bem isso, senão ele trava a turma.

2) Não se sente responsável

DSC 8: Transmissão de informação (P15)

Responsável não, mas eu acho assim, o que eu posso fazer, posso estar passando

alguma informação.

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46

3) Sente-se parcialmente responsável

DSC 2: Responsabilidade compartilhada (P2, P6, P13, P26)

Talvez se fosse um projeto ou que mais professores estivessem juntos, a gente teria

uma resposta melhor. Acho que não deveria ser automaticamente vinculado, exclusivo

do professor de biologia. É um tema transversal, que todos os professores deviam

trabalhar. Isso também é responsabilidade da família e do próprio aluno.

Figura 4 - Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 4 da

entrevista.

2.5. Conhecimentos das Metodologias Ativas de Aprendizagem

A pergunta “Comente o que você sabe sobre as metodologias ativas de

aprendizagem, se já ouviu falar ou o que desconfia que seja e se gostaria de aprender sobre

elas” suscitou discursos que foram categorizados nos temas: Desconhecimento, Desejo de

Conhecer, Desejo de Mudança e Conhecimento Vago, como segue

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47

Tabela 11 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas

sobre o conhecimento das Metodologias Ativas de Aprendizagem pelos professores

entrevistado. D.E. Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões

Chave

Desconhecimento Não conhece

Não conhece com esse

nome

15

7

Total 22

Desejo de conhecer Gostaria de conhecer 6

Total 6

Desejo de mudança Apoio e incentivo

Quebrar resistências

Metodologia

diferenciada

1

1

11

Total 13

Conhecimento vago Já ouviu falar 2

Total 2

Fonte: Autora.

A tabela 11 demonstra que a maioria dos professores não conhece as metodologias

ativas de aprendizagem, porém é significativo o número de expressões favoráveis a mudanças

na metodologia de aprendizagem, sobretudo para uma metodologia diferenciada.

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48

Os DSC sobre o conhecimento das Metodologias Ativas de Aprendizagem são os que

seguem.

1) Desconhecimento

DSC 1: Não conhece (P2, P3, P4, P5, P6, P8, P9, P10, P12, P13, P14, P17, P21, P22,

P24)

Não conheço, nunca ouvi falar.

DSC 2 Não conhece com esse nome (P1, P7, P11, P16, P18, P19, P23)

Não conheço por esse nome.

2) Desejo de conhecer

DSC 3: Gostaria de conhecer (P1, P3, P4, P13, P16, P21)

Gostaria de conhecer, toda metodologia nova pode ser enriquecedora, seria legal ter

jogos, fazer dinâmicas, pra que envolvam mais os alunos, aulas práticas, algo que o

aluno pudesse ter acesso direto. Acho que com o aluno sempre tem que ter alguma

coisa a mais, o que a gente percebe que dificulta o trabalho é a rotina.

3) Desejo de mudança

DSC 4: Falta apoio e incentivo (P3)

Falta apoio, uma oportunidade, incentivo.

DSC 5: Quebrar resistências (P7)

Não tem outro caminho pra educação, se a gente continuar assim eles vão sair sem

saber nada. É preciso quebrar resistências, como a da sala ambiente... trabalhar por

áreas, interdisciplinar, contextualização.

DSC 6:Metodologia diferenciada (P8, P9, P10, P11, P14, P15, P18, P19, P21, P22,

P23)

Método diferenciado poderia mudar atitudes, é preciso diferenciar as estratégias para

que os alunos aprendam, aproximar da realidade do aluno, algo que ele pudesse ter

acesso direto. Toda vez que a gente faz eles serem os protagonistas do processo, eles

acabam aprendendo mais, vinculando o lado teórico com a prática. Novos caminhos

pra trabalhar saúde seria muito bom.

4) Conhecimento vago

DSC 7: Já ouviu falar (P15, P20)

Já ouvi falar...

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49

Figura 5 - Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 5 da

entrevista.

VI DISCUSSÃO

1. Recursos e metodologias utilizadas no ensino aprendizagem do Tema

Transversal Saúde

Durante o processo de ensino-aprendizagem o professor deve levar em consideração

que o conhecimento do aluno está sempre em processo de construção e, por esse motivo, deve

utilizar metodologias adequadas para mobilizar e preparar o estudante na busca constante

pelo64. Nesse processo, as metodologias de ensino-aprendizagem utilizadas pelos professores

para abordarem o conteúdo estão ligadas a um método de ensino. Existem diversos métodos de

ensino que podem ser empregados para a apropriação do conhecimento pelos alunos, e esses

métodos podem ser recheados com recursos didáticos a fim de serem conquistados os

objetivos propostos.

Considero uma tarefa árdua diferenciar metodologia de ensino de métodos de ensino,

pois existem diferentes concepções para conceituá-los, dependendo do contexto e momento

histórico em que estão inseridos. Ao levarmos em consideração a etimologia da palavra

método, que vem do latim, temos methodus, em que META significa objetivo/finalidade, e

HODOS significa caminho/intermediação, isto é caminho para se atingir um objetivo. Se

pensarmos a palavra metodologia, em que LOGIA significa estudo, conhecimento, teríamos

que método e metodologia significariam o estudo dos métodos, dos caminhos a percorrer,

tendo em vista o alcance de uma meta, objetivo ou finalidade65.

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50

Assim, em minha concepção, metodologia de ensino seria o estudo das diferentes

trajetórias traçadas, planejadas e vivenciadas pelos educadores para orientar e direcionar o

processo de ensino-aprendizagem em função dos objetivos propostos. Os métodos de ensino

seriam as ferramentas, os procedimentos e as ações escolhidas pelos professores para atingir

os objetivos propostos pelas situações de ensino-aprendizagem, que têm como finalidade a

aprendizagem do aluno de maneira eficaz. Esses métodos podem ser os tradicionais, que

exigem uma postura passiva do aluno e o professor seria o único detentor do conhecimento,

numa relação de “o professor preenche o vazio do aluno”, ou os modernos, que consideram a

necessidade do aprendizado ativo, em que o aluno participa e se envolve com os saberes,

sendo o professor responsável por promover o ato de pensar, de instigar a curiosidade do

aluno, respeitando o seu tempo e colocando-se no lugar do discente66.

De acordo com Souza67, “recurso didático é todo material utilizado como auxílio no

processo de ensino-aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado pelo professor a

seus alunos”. Esses recursos preenchem as lacunas geralmente deixadas pelo ensino

tradicional, expondo o conteúdo de maneira diferenciada, além de fazer, dos alunos,

participantes de seus processos de aprendizagem.

No que se refere aos recursos didático-pedagógicos e metodologias de ensino

utilizadas pelos professores ao trabalhar os temas sobre saúde propostos pelo currículo da

SEE-SP, foram encontradas quatro modalidades que são utilizadas pelos professores

entrevistados: recursos audiovisuais, aula tradicional, aula participativa e enfoque

multidisciplinar. Todos os vinte e quatro participantes combinam duas ou mais dessas

modalidades.

Dos professores entrevistados, doze utilizam recursos como vídeos, slides, banners e

peças anatômicas de plástico como um atrativo visual ao aluno, para que possam ter uma

clareza maior dos conteúdos trabalhados na teoria ao observá-los, facilitando sua

compreensão e contribuindo para o processo de aprendizagem, além de sair da rotina

tradicional da sala de aula.

No entanto, a diversificação dos recursos e a adequação das aulas estão relacionadas

com sua disponibilidade de uso na escola, pois cada uma apresenta recursos diferentes.

Embora as normas regimentais básicas para as escolas estaduais68 determinem que estas

devem estar organizadas para atender às necessidades socioeducacionais e de aprendizagem

dos alunos em prédios com salas, mobiliário, equipamentos e recursos didático-pedagógicos

adequados, a realidade encontrada não é exatamente de igualdade.

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A aula tradicional está descrita na literatura didática e pedagógica69-71,porém há

diferentes meios e recursos que podem ser utilizados com resultados comprovadamente

positivos72,73. Entre os participantes desta pesquisa, onze mesclam métodos mais tradicionais

de ensino com aula participativa, e doze mesclam a aula tradicional com recursos

audiovisuais.

O uso de slides nas aulas é defendido por Fernandes74. Segundo ele, permitem uma

projeção de alta resolução, enfatizando cores, beleza e detalhes, visíveis de qualquer ponto de

uma sala de aula. Argumenta ainda que:

As imagens em si não asseguram nenhum aprendizado e devem vir acompanhadas de uma nova abordagem, de sensibilização do aluno para o

mundo natural. Um enfoque naturalista e aventureiro, mas que não se limite

a isso: que também faça com que esse aluno aprenda, pense, questione e principalmente queira saber mais.

Sabe-se que uma aula tradicional, expositiva, consiste basicamente em um modo de

informar os alunos sobre os mais diversos conteúdos, sendo o professor o centro da aula,

tornando-a cansativa e não significante para os estudantes. De acordo com Freire6, “saber

ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou

a sua construção”.

No presente estudo, constata-se a presença do livro didático como ferramenta para dar

base aos conteúdos sobre saúde no currículo, pois oito dos professores acreditam que a

apostila (caderno do professor e do aluno), material oferecido pela SEE-SP é muito raso em

relação a esse tema.

Por esse motivo acredito ser pertinente refletir a ideia de poder atuar utilizando o livro

didático como único recurso no ensino de Biologia, citando Kindel75:

Por mais bem escrito, fundamentado e ilustrado que um livro-didático seja,

jamais dará conta das múltiplas linguagens e explicações da ciência, de

exemplos regionais e de diferentes interpretações sobre diversos eventos biológicos. (p.1)

Outro autor a questionar a supervalorização do livro didático foi Santomé76, apontando

a “urgência da formulação de materiais alternativos que contribuam na preparação de

cidadãos solidários, responsáveis e democráticos, com capacidade de compreender, intervir e

transformar a realidade” 76.

Na aula participativa, podemos observar, destacada por seis participantes deste estudo,

a importância de valorizar os saberes prévios dos alunos e seus interesses, incluindo-os nos

temas propostos pelo currículo e respeitando a autonomia e dignidade de cada um, o que,

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segundo Freire6, “trata-se de um imperativo ético e não um favor que podemos ou não

conceder uns aos outros”.

Mostrou-se ainda, na pesquisa, a importância de não só incluir esses temas mas

também da relevância do uso de metodologias participativas, dinâmicas e jogos lúdicos como

favorecedores da aprendizagem, tornando-se um importante e significativo ponto de partida,

pois une a construção do conhecimento ao prazer e à motivação de aprender. Para Marandino

et al 77,

Ao professor propor atividades práticas estas provocam a participação do aluno, amplia-se as possibilidades de aprendizado e oportuniza vivências que

os ajudem a fazer relações com os conhecimentos específicos de Biologia.

Um exemplo de metodologia participativa bastante interessante, citada apenas por um

professor, é o chamado “caso investigativo” ou “caso como estratégia de estudo”. O caso está

baseado na instrução pelo uso de narrativas (reais ou fictícias) em que os temas – neste caso

saúde – estão relacionados de forma direta ou indireta com a disciplina – biologia. Os alunos

procuram, então, de forma colaborativa, compreender os fatos, coletar dados para sustentar

suas conclusões e tomar decisões, discutindo com seus colegas sobre seus achados78.

Apresenta-se como um recurso bastante viável e estimulante, mas requer estudo, uma boa

fundamentação na escolha e desenvolvimento dos temas e cuidado na sua aplicação.

Os pressupostos do recurso citado acima encaixam-se com os da aprendizagem

baseada em problemas (ABP ou PBL), que parecem ter sido derivados das teorias de Ausubel,

Bruner, Dewey, Piaget, Rogers 79 e Freire 80, sendo uma das modalidades das metodologias

ativas de aprendizagem (MAA).

As MAA têm origem no construtivismo, dividindo com ele suas duas principais

características: a aprendizagem ativa, envolvendo o aprendiz na construção do conhecimento;

e consideração do papel importante que as ideias prévias dos estudantes possuem no processo

de aprendizagem81. Segundo Solomon82: "O que era lugar comum e indigno de nota se tornou

significante; o que era bem conhecido para ser pensado como merecedor de comentários se

tornou, repentinamente, a substância de uma pesquisa iluminadora".

A ABP pode ser um conceito didático baseado somente na resolução de problemas ou

a conceitos que combinem os cursos tradicionais com resolução de problemas, e possui como

foco o processo de aprendizagem do estudante83.

Originou-se na Universidade de McMaster, no Canadá84, onde foi introduzida como

uma nova metodologia de educação em que a aprendizagem centra-se no aluno e desenvolve

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habilidades para aprender por toda a vida85. O problema tem a função de motivar os

estudantes86, e sua discussão faz com que os conhecimentos prévios sejam utilizados e o

aprendizado ocorra de forma cooperativa87. Essa metodologia contempla os objetivos

educacionais de conquistar uma aprendizagem ativa, integrada, cumulativa e de compreensão,

em vez da retenção de conhecimento apenas.

Em nossa pesquisa, o uso das modalidades de metodologias e recursos didático-

pedagógicos variaram de acordo com a turma, partindo de questionamentos dos próprios

alunos para o conteúdo a ser trabalhado. Um dos recursos trabalhados pelos professores

envolvendo a ludicidade foi o kit “Vale sonhar”, que aborda os temas relacionados a

sexualidade através de jogos. Assim, destaco Fortuna88, que, referente ao uso de jogos na

educação, diz:

A sala de aula é um lugar de brincar se o professor conseguir conciliar os

objetivos pedagógicos ao desejo dos alunos. Para isso é necessário encontrar

o equilíbrio sempre móvel entre o cumprimento de suas funções pedagógicas

- ensinar conteúdos e habilidades, ensinar a aprender – e psicológicas – contribuir para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do

cidadão autônomo e criativo, na moldura do desempenho das funções sociais

– preparar para o exercício da cidadania e da vida coletiva, incentivar a busca da justiça social e da igualdade com respeito à diferença.

Apenas um professor referiu desenvolver projetos multidisciplinares para trabalhar os

temas sobre saúde, como sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis e higiene,

envolvendo todos os professores da unidade. Embora não se trabalhe dessa maneira em

outras unidades, muitos professores reconheceram em seus depoimentos a importância de

abordar temas sobre saúde de maneira multidisciplinar, objetivando sempre uma melhor

aprendizagem do aluno e envolvendo outros professores, não apenas o professor de Biologia.

Outrossim, um professor relembrou o caráter transversal dos temas de saúde na

proposta curricular de hoje e que, na década de 80, existia como uma disciplina isolada,

chamada “Programa de saúde”, que era lecionada pelo professor de Biologia como uma

ramificação dessa disciplina.

Os temas transversais – Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde,

Orientação Sexual, Trabalho e Consumo – correspondem a questões importantes, urgentes e

presentes sob várias formas na vida cotidiana, sendo necessário e desafiador seu debate nas

unidades escolares, buscando um tratamento didático que contemple sua complexidade e sua

dinâmica por meio da flexibilização do currículo, uma vez que os temas podem ser

priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades locais e regionais,

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incluindo ainda novos temas37, além de ser uma tentativa de superar, de certa forma, a

compartimentalização excessiva do saber, característica do ensino contemporâneo, através da

organização curricular em disciplinas estanques.

A proposta pedagógica que fundamenta o currículo integrado, orientado por

competência, busca articular a atuação do professor à proposta de ensino, a prática à teoria, a

instituição educacional à comunidade, passando a valorizar os fenômenos essenciais para a

formação profissional, em que se aplicam conhecimentos interdisciplinares89.

2. Participação e interesse dos alunos pelo Tema Transversal Saúde

O maior interesse dos alunos por temas sobre saúde mostrou ser uma condição

facilitadora do trabalho dos professores ao abordarem esses conteúdos – o que já era esperado

como resultado desta pesquisa. Os alunos se identificam com esse assunto, justamente por

fazer parte de seu cotidiano, criando-se uma ponte entre os conceitos aprendidos na escola e

sua experiência de vida, gerando uma disponibilidade maior em aprender, condição essencial

para uma aprendizagem significativa. 14

Em diversos momentos de seus discursos, os professores referiram que a participação

e o interesse dos alunos são ainda maiores quando se abordam questões sobre a sexualidade,

assim como pesquisa realizada por Lima e Vasconcelos90, que analisava as metodologias

utilizadas no ensino de ciências em escolas municipais de Recife, onde também foi constatado

pelos professores que os temas que mais despertam o interesse dos alunos são sexualidade e

meio ambiente. Os autores concluíram que esse interesse dos estudantes se apresenta por

situarem-se na adolescência, quando ocorrem inúmeras mudanças físicas e comportamentais.

Nesse período, os hábitos para a vida adulta começam a ser definidos, além de a maioria dos

alunos sentir-se mais à vontade em conversar sobre esse assunto com os professores do que

com a família, que pode omitir-se por desconhecimento ou por não saber lidar com essa

situação.

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Segundo Mattos & Neira* (2000):

Os alunos ao ingressarem no ensino médio têm algumas experiências no que diz respeito aos conhecimentos sobre o corpo, aptidão física, saúde e esporte,

no entanto, a escola promove a ampliação desses conhecimentos, permitindo

e estimulando a sua aplicação em diferentes situações sociais.

Estudo ainda em desenvolvimento, realizado por Wanderley Junior91, sobre a

percepção dos alunos do ensino médio acerca do tema saúde na disciplina de educação física

demonstrou que as discussões sobre o tema realizadas durante essas aulas “exercem um papel

importante na formação dos jovens, tanto em termos de sociabilidade como também em

termos de saúde pessoal e qualidade de vida”.

Entre os demais facilitadores encontrados nos discursos dos entrevistados no presente

estudo, vale destacar a facilidade/identidade que alguns professores possuem com os temas

por gostarem de trabalhá-los, transbordando esse gostar aos alunos e proporcionando uma

aula alegre, cheia de bom humor e esperança. Essa atitude positiva do professor é tida como

fator determinante na relação professor-aluno, contribuindo favoravelmente para a

aprendizagem92.

A atitude positiva do professor em relação ao tema, enfocando a saúde e não

a doença é essencial para o processo de educar para a saúde. A relação

professor-aluno, bem como valores relacionados à saúde que se expressam no ambiente escolar como a qualidade da merenda, a higiene das

dependências, as atividades propostas são apreendidos pelos estudantes no

cotidiano da experiência escolar93.

A aceitação desigual dos temas sobre saúde intra e entre turmas, indiferença dos

alunos perante o professor e a aula e dificuldade de compreensão de alguns conteúdos

considerados “chatos” e “difíceis” pelos alunos como, por exemplo, ciclos de vida de

parasitas que causam verminoses, são dificultadores, pois refletem o interesse variável dos

alunos por esses temas que também abordam saúde, mas não despertam tanta curiosidade

como, por exemplo, aqueles relacionados a sexualidade e drogas. Em meu ponto de vista, essa

contradição e desinteresse podem ser superados com a diversidade metodológica e exploração

de diferentes recursos didático-pedagógicos.

A falta de um programa organizado sobre saúde, que é abordado com “pinceladas”

dentro de outros conteúdos inseridos pelo professor, sem apresentar certa lógica e

continuidade, também é dificultador, assim como o tempo, a rotina. Educar para a saúde,

* Mattos & Neira. Educação Física na adolescência: construindo o movimento na escola. São Paulo: Phorte,

2000 apud (91).

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propósito do Tema Transversal Saúde, vai além de ensinar conteúdos sobre saúde, deve

trabalhar valores, procedimentos e atitudes favoráveis a uma vida saudável.

O tempo e a rotina foram mencionados por quase todos os professores em algum

momento de seus depoimentos, talvez como forma de justificar o sentimento de derrota

apresentado por muitos em relação ao seu trabalho com os alunos, livrando-se da

responsabilidade e da culpa pelo fracasso da educação. Ou, como muitas vezes senti durante

as entrevistas, como um grito de socorro, para que olhem para esses profissionais que tentam,

ao menos, fazer a sua parte, mesmo imersos em tantas dificuldades, e buscam por ajuda,

amparo e valorização.

Tragtenberg94 afirma que, “no seu processo de trabalho, o professor é submetido a

uma situação idêntica à do proletário”, o que é chamado por alguns autores de “proletarização

do magistério”. Atrelado a isso, há uma desvalorização social da profissão docente, fenômeno

que dá origem à fragmentação do trabalho do professor, fazendo com que ele se afaste do seu

objetivo primeiro: fazer com que o aluno aprenda os conteúdos trabalhados e cresça como

pessoa humana. Conforme afirma Esteve95, “muitos profissionais fazem mal o seu trabalho,

menos por incompetência e mais por incapacidade de cumprirem, simultaneamente, um

enorme leque de funções”.

Uma limitação desta pesquisa foi não incluir no roteiro de entrevistas uma questão

referente à concepção dos professores sobre saúde, justamente por acreditar que os

professores têm clareza sobre isso. Mas, durante a organização e análise dos resultados,

observamos que ainda há confusão sobre a conceitualização de saúde ou dos subtemas

abrangidos por essa temática.

Como, por exemplo, ao citarem em seus discursos: “...tema como saúde, doenças...”,

“...saúde a gente vai abordando quando se vê ciclos de doenças...”, “...quando entra na parte

de saúde em sí, doenças..., “quando você vai tratar de doenças...”, “...o medo de pegar

doenças...”, “...são hábitos...coisas difíceis de trabalhar...”, “...quando se fala em saúde se

fala também em higiene...”, “...DST...”, refletindo o conceito de saúde estático, centrado na

doença, e higienicista, atualmente superado. Essa concepção de saúde, aliada à forma

tradicional de trabalhar o tema por meio da transferência de informações e conteúdos, quando

o necessário seria trabalhar valores, atitudes, procedimentos por meio do exemplo escolar que

é apreendido pelo aluno, afasta os movimentos e mudanças favoráveis a uma vida saudável

quando deveria estimulá-los nos alunos e suas famílias.

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Analisando os fragmentos de discursos citados acima é necessário concordar com a

reflexão realizada por Bassinello96 no artigo “A saúde nos parâmetros curriculares nacionais:

considerações a partir dos manuais de higiene”, segundo quem os PCNs seguem os mesmos

princípios dos manuais de higiene utilizados antigamente pelos médicos higienistas com o

propósito de eliminar maus hábitos, substituindo-os por hábitos mais saudáveis, como não ter

vícios, ter uma boa alimentação e praticar atividades físicas, além de cuidar da higiene pessoal

e ambiental. Até mesmo pela razão de terem sido construídos por especialistas, longe da

realidade escolar, tão diversa e rica em nosso país, desconsiderando a precariedade hoje

instalada no ensino público e, em muitos casos, na formação dos professores.

Acredito ainda ser necessário desenvolver com os docentes uma melhor compreensão

e conceitualização dos termos saúde e doença, já que estes possuem grande implicação para a

educação em saúde, sendo de grande relevância para a qualidade de vida dos seus alunos.

Somente assim se poderá construir uma aprendizagem verdadeiramente significativa, pois,

antes de oferecermos autonomia aos nossos discentes, é necessário conquistarmos a nossa

própria autonomia, aprender a aprender.

Observo ainda que os professores entrevistados, mesmo não demonstrando o domínio

no que se refere ao conceito de saúde, destacaram a importância da educação em saúde nos

espaços escolares, assim como foi encontrado por Costa e Zancul97 na pesquisa intitulada:

“Educação em saúde na escola na concepção de professores de Ciências e de Biologia”,

mostrando ainda a importância da discussão da formação inicial, continuada e da atuação do

professor de Ciências e Biologia como um educador em saúde na escola.

Os alunos do Ensino Médio da SEE-SP na maioria das vezes se deparam com

metodologias que nem sempre despertam seu interesse sobre os conteúdos a serem

trabalhados, nem promovem a efetiva construção de seu conhecimento. Tampouco lhes são

oferecidos mecanismos de compensação por defasagens sociais, que vão desde problemas de

natureza familiar ao limitado acesso a livros, sites e outras fontes de conhecimento. Por outro

lado, o professor também encontra dificuldades, muitas vezes vindas da ausência de uma

graduação solidamente fincada na construção de habilidades e competências, e de uma

formação permanente/contínua, o que aumentaria o contato das instituições de ensino básico

com universidades e centros de pesquisa, estabelecendo laços de pesquisa/conhecimento de

interesse comum.

Certamente, não há o método ideal que garanta a aprendizagem dos nossos alunos

considerando a complexidade dos assuntos trabalhados, mas sim alguns métodos

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potencialmente mais favoráveis do que outros98. O uso das MAA no cotidiano escolar

contribuiria para a superação de ambos os obstáculos, pois, como já descrito na introdução

deste trabalho, tais metodologias conceituam-se em processos interativos de conhecimento,

estimulando todos os lados envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem mediados por

atividades que construam possibilidades de mudança, visando à formação de um cidadão com

iniciativa, atitude responsável pelo seu aprendizado através de habilidades para a busca de

informações e crivo crítico99.

3. Devolutiva dos alunos ao estudarem o Tema Transversal Saúde

Um dos objetivos desta pesquisa era reconhecer as mudanças percebidas pelos

professores nos alunos ao estudarem sobre os temas de saúde, se havia um feedback do aluno

ou alguma mudança de atitude após terem sido trabalhados tais temas.

Entre os professores, cinco relataram muita dificuldade em quantificar/medir a

devolutiva dos alunos, caracterizando-a como um processo imensurável. Relataram ainda que

o que conseguem perceber geralmente são casos particulares em que o próprio aluno toma

como iniciativa comentar algo com o professor, além de esta também ser uma característica

variável de sala pra sala, assim como o interesse e a participação dos alunos.

Dois professores relataram os comportamentos em relação à saúde como um hábito

que dificilmente pode ser quebrado apenas com a sensibilização e informação recebida na

escola, que depende do “corpo a corpo”, da família, superando as atribuições do professor de

biologia.

Todos esses argumentos levantados pelos professores me fizeram refletir sobre a

importância dos processos avaliativos para aprendizagem, como destacados por Perrenoud100:

A avaliação tanto pode auxiliar o aluno a aprender como proporcionar um melhor conhecimento do aluno pelo seu professor, afim de que este último

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possa auxiliar seu educando, durante todo o processo de ensino, em seu percurso singular de construção de conhecimentos.

E não apenas como instrumento de controle da disciplina na sala de aula, para passar

ou reter o aluno em determinada série ou ciclo. A avaliação deve contribuir para o sucesso do

aluno, para sua construção de saberes e competências101, mas não pode estar centrada apenas

no final do processo ensino-aprendizagem, como uma avaliação de chegada. Deve, portanto,

ser processual, estar inserida em todo o processo ensino-aprendizagem e contemplar não

apenas conhecimentos adquiridos mas também habilidades e atitudes102.

A principal função da avaliação é verificar o que o aluno aprendeu e apreendeu e

tomar isso como base de decisão para aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem na

busca de melhores resultados, que estão diretamente ligados aos procedimentos de ensino

utilizados pelo professor. Dessa forma, o ato de avaliar fornece informações importantes que

permitem verificar diretamente o nível de aprendizagem dos alunos e, também, indiretamente,

determinar a qualidade do processo de ensino. Nesse sentido, a avaliação tem uma função de

retroalimentação (feedback) dos procedimentos de ensino, ou seja, fornece dados ao professor

para repensar e replanejar sua atuação didática, visando ao aperfeiçoamento e melhorias dos

resultados no ensino-aprendizagem103.

Merece destaque, nesse tópico, a avaliação formativa, modalidade de avaliação que é

realizada durante todo o decorrer do período letivo, com o intuito de verificar se os alunos

estão atingindo os objetivos previstos. Logo, a avaliação formativa visa, basicamente, a

avaliar se o aluno domina gradativamente e hierarquicamente cada etapa da aprendizagem,

antes de prosseguir para outra etapa do ensino-aprendizagem. É por meio da avaliação

formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra estímulo para

um estudo sistemático. Essa modalidade de avaliação é orientadora, porque orienta o estudo

do aluno e o trabalho do professor. É, ainda, motivadora, pois evita as tensões causadas pelas

avaliações.

Pellegrini104 informa que:

No modelo de avaliação, a ênfase está no aprender, gerando uma mudança em todos os níveis educacionais: currículo, gestão escolar, organização da

sala de aula, tipos de atividades e o próprio jeito de avaliar a turma. Na

avaliação formativa não há como pressuposto a premiação. Prevê que os estudantes possuem processo e ritmos de aprendizagem diferentes.

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Assim, o professor detecta e identifica deficiências na forma de ensinar, orientando-o

na reformulação do seu trabalho didático, visando a aperfeiçoá-lo. Ela deve ser planejada em

função dos objetivos, desse modo o docente continuará seu trabalho ou irá direcioná-lo de

forma que a maioria dos alunos alcance tais objetivos105.

Justamente por valorizar o aprender e respeitar os ritmos de aprendizagem diferentes

entre os alunos, a avaliação formativa pode contribuir favoravelmente para a aprendizagem

dos temas de saúde. Principalmente se estes forem abordados fazendo uso das metodologias

ativas de aprendizagem, que trabalham os temas mesclando alunos heterogêneos com recursos

também heterogêneos, respeitando essa heterogeneidade e valorizando-a pela troca de

experiências entre os alunos.

Ressalto, ainda, a importância da relação professor-aluno para a efetivação de uma

aprendizagem significativa, pois quanto maior for a afinidade entre professores e alunos,

melhor será a fluência do processo ensino-aprendizagem, pois mais facilmente os alunos

compreenderão o sentido de estudar o que está sendo apresentado pelo professor e terão a

curiosidade de buscar novas informações que possam complementar a aula, tornando-a um

momento de aprendizagem dinâmica para ambos. Para Carl Rogers, “a aprendizagem

autoiniciada, que envolve toda a pessoa do aprendiz – seus sentimentos tanto quanto sua

inteligência – é a mais durável e impregnante” 105. Além disso, há que se considerar que,

como dito por Piletti72:

A relação entre professores e alunos deve ser uma relação dinâmica, como

toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os alunos não deixam de ser pessoas para transformar-se em coisas, em objetos, que o

professor pode manipular, jogar de um lado para o outro. O aluno não é um

depósito de conhecimentos memorizados que não entende, como um

fichário ou uma gaveta. O aluno é capaz de pensar, de refletir, discutir, ter opiniões, participar, decidir o que quer e o que não quer. O aluno é gente, é

ser humano, assim como o professor.

Já os professores que obtiveram um feedback dos alunos observaram mudanças de

postura/comportamento em relação à higiene e em temas de maior interesse pelos alunos

como DST e sexualidade. Esses os professores veem, por exemplo, a quantidade de perguntas

e o envolvimento do aluno como um indicativo da aprendizagem e do compartilhamento do

assunto com seus familiares.

A contextualização é novamente abordada, agora de forma indireta e sob o ponto de

vista do aluno, ao conseguir fazer uma conexão do conhecimento apreendido na escola com o

seu cotidiano e experiências de vida. Como explicitado no discurso de dois professores: “Em

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temas abordando saúde, sempre tem alguém que fala: ahhhhh meu avô tem, minha vó tem, já

conheço...”

Como nas metodologias ativas de aprendizagem busca-se o conhecimento por meio da

análise, pesquisas, estudos com decisões individuais e coletivas com o objetivo de entender e

encontrar soluções para determinado problema, estas fazem uma ponte entre os saberes

escolares e a realidade dos adolescentes, valorizando os conhecimentos e experiências dos

alunos e provocando uma motivação intrínseca para a aprendizagem.

Segundo Vieira107, entende-se educação em saúde

Como um processo crítico e transformador, no qual se insere um agente

promotor de comunicação, que proporciona um aprendizado de caráter individual ou coletivo, além de uma mudança de comportamento, antes

desfavorável e de vulnerabilidade à saúde. A promoção da saúde é entendida

como um conjunto de atividades que capacitam um indivíduo ou um grupo

social a desenvolver os recursos necessários para manter ou elevar seu bem-

estar, refletindo-se na sua qualidade de vida.

Destaco a pesquisa realizada por Maia et al108 que, ao validar o uso das metodologias

ativas de ensino-aprendizagem na promoção de saúde alimentar infantil, observou que o

emprego de tais metodologias possibilitou o aprendizado mútuo entre sujeitos e pesquisadores

acerca de hábitos alimentares saudáveis e sua valia ao adequado desenvolvimento infantil.

Possibilitou, ainda, aos discentes de enfermagem envolvidos nesta pesquisa o

desenvolvimento de competências, preparando-os para uma abordagem mais eficaz e

condizente com suas futuras funções profissionais e ofertando-lhes um processo dinâmico e

ativo, capaz de incentivar o outro a ser responsável pelo seu próprio bem-estar através da

mudança de hábitos, em que as condições de saúde dependem de dimensões socioeconômicas,

políticas e culturais e sua promoção vai além do setor saúde, sendo uma atividade

intersetorial109.

Finalizando, quatro professores destacaram a importância de permanecerem com os

alunos ao longo de todas as séries do Ensino Médio, justificando ser a devolutiva da

aprendizagem observada a longo prazo, com a convivência com os alunos e o melhoramento

de sua intimidade e relações com eles, como já foi destacado anteriormente.

4. Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno e

de sua família

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Não há como investigar todas as questões anteriormente mencionadas e discutidas sem

valorizar e evidenciar o sentimento do professor perante a responsabilidade e a capacidade de

influenciar a saúde e a qualidade de vida do seu aluno e dos seus familiares.

Sendo uma das atribuições do professor de Biologia articular os conteúdos e temas no

currículo em trabalhos de promoção da saúde e prevenção de doenças 3, era esperado que a

grande maioria deles tivesse esse sentimento de responsabilidade perante sua contribuição

com a saúde do aluno. Essa hipótese foi comprovada por 20 professores que assumiram tal

responsabilidade.

Esse sentimento está vinculado à procura do aluno pelo professor desta disciplina para

abordar tais temas, assumindo este um papel de mediador do conhecimento que é evidenciado

nesse momento ao articular os debates propostos pelos próprios alunos, aproximando o

conteúdo da realidade. Apesar do conteúdo sobre saúde ir além da sala de aula, como foi

destacado por um professor, eles sentem-se responsáveis pela orientação do aluno, sendo,

muitas vezes, um agente de saúde, a única pessoa que irá conversar com eles sobre esses

temas, podendo facilitar-lhes o aprendizado justamente pela sua proximidade com o aluno e

com os saberes a serem aprendidos.

A partir da relevância dessa comprovação, é preocupante perceber que, mesmo

possuidores desse sentimento e assumindo seu papel como “agentes de saúde” alguns

professores não o fazem de maneira significativa. E não apenas pela falta de tempo, ou de um

programa de saúde na escola, ou até mesmo por não saberem diversificar os recursos didáticos

pedagógicos e metodologias de ensino, mas por não compreenderem de fato a saúde em sua

concepção mais ampla ou por não considerarem que a promoção da saúde envolve o

desenvolvimento de potências para mudanças de atitudes e que essa aprendizagem requer

mais que transmitir ou discutir conceitos, como mencionado anteriormente.

Uma das tentativas de transformar os professores de Biologia em agentes de saúde é o

curso de fisiologia do Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo - USP, que visa à

atualização dos conhecimentos dos docentes inscritos e propõe a troca de experiências

didáticas110. O curso propõe compreender e suprir as lacunas da educação básica através de

discussões críticas referentes aos temas de fisiologia humana e seus aspectos relacionados à

saúde. Outras iniciativas como essas são desejáveis, e as universidades podem contribuir

significativamente para isso com a implementação de cursos de capacitação de professores,

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abordando questões da saúde e sua promoção bem como as metodologias ativas de

aprendizagem, apropriadas para o desenvolvimento de potências transformadoras.

O professor que referiu não sentir-se responsável pela saúde do aluno ainda assim

procura transmitir o máximo de informações sobre o assunto, embora essa não seja a forma

mais adequada para o aprendizado dos temas de saúde.

O compartilhamento dessa responsabilidade, principalmente com a família e até

mesmo com o próprio aluno, foi encontrado nos discursos de dois professores. Venho

lembrar que a educação vai muito além da instituição escolar, ela permeia também outras

instituições sociais, como a família, a igreja e o trabalho111. Sendo assim, se a educação está

intrinsecamente ligada às instituições sociais, não há meios de entendê-la fora delas, ela é um

processo social. Há que se entender a educação como parte de um contexto social, enquadrada

neste contexto, mas principalmente como refletora das ideias dominantes presentes.

Nesse sentido, a educação é um processo social que se enquadra numa concepção particular de mundo, a qual, por sua vez, determina os fins a

serem atingidos pelo ato educativo e esses fins refletem o espírito da época e

as ideias coletivas dominantes; daí ser possível repetir como Durkheim que não é possível uma educação ideal, perfeita, homogênea e adequada a todos

os homens em todos os tempos, porque esta só pode ser definida tendo em

vista uma situação concreta de uma sociedade historicamente determinada.

A escola é uma grande parceira da família ou vice-versa, o importante é que ambas

cumpram com seu papel de educador.

Participação não é resultado de processos automáticos e espontâneos, mas de

uma conquista diária e consequência do fortalecimento da responsabilidade

dos indivíduos112.

Sabemos que a educação é um processo de mudança do qual a família, primeiro meio

social da criança, precisa fazer parte. E essa participação deve acontecer por meio do auxílio e

da motivação no processo de estudo. Sendo assim, a família e a escola são agências

socializadoras que, apesar de distintas, buscam atingir objetivos complementares.

A parceria família escola é fundamental para que ocorram os processos de

aprendizagem e crescimento de todos os membros deste sistema, uma vez

que a aprendizagem não está circunscrita a conteúdos escolares113.

A autora deixa claro na citação acima a existência de uma necessidade de interação

entre as duas instituições. A história de vida de toda a criança e jovem deve ser conhecida

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pelos educadores que atuam diretamente com ela, podendo assim compreender melhor seus

alunos e traçar estratégias eficazes para superar possíveis problemas. É preciso, mesmo diante

de toda a diversidade de família que temos hoje ou na ausência desta, reconhecer o respeito à

autonomia e à identidade do educando, exigindo do professor uma prática em tudo coerente

com esse saber6.

Ainda foi sugerido por outros dois professores que, se tais temas fossem abordados

como um projeto em que todos trabalhassem juntos, haveria um melhor resultado. Apareceu

latente a esse discurso um incômodo pela vinculação automática e exclusiva de tal

responsabilidade ao professor de Biologia quando deveria ser de todos, pois a saúde é um

tema transversal.

5. Conhecimentos dos professores sobre as Metodologias Ativas de

Aprendizagem.

Com a finalidade de instigar os professores sobre novas metodologias de ensino e por

acreditar no quanto essas metodologias podem contribuir com uma aprendizagem

significativa e com a autoestima do professor, o último objetivo desta pesquisa e,

consequentemente, a última questão do roteiro de entrevistas foi sobre seus conhecimentos

sobre as metodologias ativas de aprendizagem.

A maioria dos professores entrevistados (22) não conhece nem nunca ouviu falar sobre

as metodologias ativas de aprendizagem, embora algumas práticas citadas por eles, como

projetos e caso investigativo, possuam algumas características dessas metodologias.

Os discursos de alguns professores que desejam mudanças também apontaram para

algumas características das MAA, como construção do conhecimento pelo aluno, valorização

dos conhecimentos prévios do aluno, aproximação teoria/prática, aluno protagonista,

aproximação da realidade do aluno e interdisciplinaridade, demonstrando que esses

professores apropriaram-se de conceitos das MAA, embora não tenham revelado uma

fundamentação teórica sólida e explícita sobre essas metodologias.

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65

Atribuo esse saber indireto sobre as MAA por estarem enraizadas na premissa

psicológico-cognitiva de que a aprendizagem não é um processo de recepção, mas de

construção de novos conhecimentos, influenciada pela metacognição e por fatores sociais114.

E pode ser mais rápida e eficaz quando os alunos possuem habilidades de autorregulação, que

são favorecidas nas MAA ao se estabelecerem objetivos (o que vou fazer?), escolhas de

estratégias (como fazer?) e avaliação do processo educacional (funcionou?). Premissas essas

sempre discutidas pelos docentes dentro e fora dos espaços escolares.

Os participantes que demonstraram maior interesse por novas metodologias de

aprendizagem fizeram-no justamente por acreditarem que elas envolveriam mais os alunos,

fazendo-os buscar sua própria aprendizagem, quebrando, ainda, as dificuldades instaladas pela

rotina na sala de aula.

Evidenciou-se o desejo/necessidade de mudanças observado no discurso de onze

professores, os quais reconheceram que metodologias diferenciadas poderiam mudar atitudes,

não só dos alunos, mas dos próprios docentes. Reconheceu-se, ainda, a necessidade de

diferenciar e diversificar as estratégias, para que os alunos aprendam, aproximando-se cada

vez mais de sua realidade de vida e transformando-os em protagonistas do processo de

ensino-aprendizagem.

Um professor reconheceu, também, que não há outro caminho para a educação, pois

cada vez mais os alunos saem da escola sabendo menos. Mas para que essas mudanças se

concretizem será necessário quebrar resistências, como, por exemplo, a do trabalho

interdisciplinar.

Logo, considero oportuno considerar o uso das metodologias ativas de aprendizagem

como proposta de um caminho para a superação dos desafios encontrados por esses

professores nos trabalhos para a promoção de saúde na escola. Sugiro, ainda, a tentativa de

implementação de uma das modalidades de MAA, a Aprendizagem Baseada em Equipes –

ABE (Team Based Learning-TBL, em inglês), que é baseada na interação em pequenos

grupos e tem por objetivo desenvolver e aprimorar as habilidades dos alunos para aplicação

dos conteúdos aprendidos115.

A ABE constitui-se em uma estratégia capaz de estimular os estudantes justamente por

estar baseada em problemas de seu cotidiano, intensificando a aprendizagem ativa

autodirigida, o pensamento crítico, a aprendizagem colaborativa e a discussão entre os alunos,

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66

mesmo em salas de aula com uma relação professor/estudante limitada (como, por exemplo,

muitos alunos por classe)116.

Além disso, possui etapas presentes na “aula tradicional”, o que diminui a resistência ao

novo, possibilita o uso de textos sugeridos pelo currículo, como forma de leitura prévia,

estimulando a adequação/modificação dos processos de avaliação do aluno (avaliação

formativa) e proporcionado, ainda, um feedback do aluno ao professor e vice-versa.

A Aprendizagem Baseada em Equipes é desenvolvida em uma sequência de atividades

que propicia ao aprendiz adquirir e aplicar conhecimentos117 como:

1) Preparação pré-classe para o trabalho em grupo. Consiste no aprendizado individual sobre

os conceitos fundamentais, utilizando livros texto, artigos, etc., indicados pelo

professor/facilitador.

2) Logística na sala de aula para garantia de atenção:

a) Aplicação de um teste de garantia do preparo individual com questões de múltipla

escolha. Em cada questão, os participantes apostam o máximo de pontos na resposta

escolhida se tiverem certeza de que é a resposta correta ou distribuem esses pontos se

estiverem em dúvida entre duas ou mais respostas.

b) Avaliação da equipe de estudantes com os mesmos testes. Os grupos, formados pelo

facilitador, respondem o mesmo teste e imediatamente recebem o feedback das

respostas corretas em um instrumento que contém o gabarito encoberto por adesivos.

c) Correção das respostas aos testes. A pontuação individual corresponde aos pontos

indicados na alternativa correta e grupal ao número de adesivos retirados pelo grupo.

Quanto mais adesivos o grupo retirar para alcançar a alternativa correta menor será a

pontuação em uma contagem regressiva de pontos.

d) Recursos das equipes as respostas erradas no teste. Se houver dúvidas ou não

concordância com as respostas indicadas como corretas, o grupo poderá apelar por

escrito, com argumentação, referencial bibliográfico e proposta de nova formulação da

resposta correta.

e) Preleção dialogada proferida pelo professor, que finaliza a sessão comentando os

testes ou apresentando uma miniaula, abordando os conceitos mais importantes. 118

3) Aplicação de conceitos fundamentais: resolução de problemas

a) Seleciona-se um problema relevante;

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b) Todas as equipes trabalham com o mesmo problema, caso ou questão;

c) Será exigido que cada equipe faça uma escolha específica para a resolução do

problema, respondendo a questões que podem ser de múltipla escolha.

d) As equipes apresentam as suas escolhas simultaneamente, o que torna visível o

raciocínio dos estudantes e provê oportunidade para discutir e comparar as diferentes

escolhas119. Esta etapa deve ser repetida até que os objetivos de aprendizagem sejam

alcançados, considerando-se o tempo disponível para a atividade.

Existem ainda quatro elementos essenciais da ABE que, quando são implementados,

tornam o cenário mais apropriado para a aprendizagem das equipes de estudantes e para as

equipes evoluirem de forma coesa: Equipes (devidamente orientadas), Responsabilidade (os

estudantes são responsáveis pela qualidade dos trabalhos individuais e em equipe),

Comentários (as equipes devem receber feedback frequente) e Projeto de Tarefas e Atividades

(as atividades de casa e de equipe devem promover a aprendizagem e o desenvolvimento da

equipe)120.

Justifico ainda o uso de modalidades das MAA na abordagem dos temas sobre saúde

na educação básica por estas fazerem uso do currículo integrado, denominado por Santomé76

como:

Uma tentativa de contemplar uma compreensão global do conhecimento e de

promover maiores parcelas de interdisciplinaridade na sua construção. A integração ressaltaria a unidade que deve existir entre as diferentes

disciplinas e formas de conhecimento nas instituições escolares.

Portanto, a integração coloca as disciplinas e cursos isolados numa perspectiva

racional, promovendo uma iniciativa maior de professores e alunos, uma maior integração dos

saberes escolares com os saberes do cotidiano dos alunos, combatendo, assim, a visão

hierárquica e dogmática do conhecimento. (Bernstein) (SITE). Contribui, ainda, para a

construção de uma educação mais igualitária; sendo esta, quem sabe, a mudança tão

necessária e desejada nas escolas públicas brasileiras.

.

VII CONCLUSÃO

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Foi possível identificar os principais recursos didático-pedagógicos utilizados pelos

professores colaboradores para trabalhar os temas sobre saúde, sendo perceptível que a

maioria deles mescla recursos da aula tradicional com recursos da aula participativa. Mesmo

com esses resultados, acredito ser possível explorar mais recursos, como vídeos, slides,

pesquisas e seminários, a fim de envolver, efetivamente, o aluno no contexto da sala de aula,

contribuindo para sua aprendizagem.

Os maiores facilitadores para o trabalho com os temas sobre saúde encontrados neste

estudo foram o interesse dos alunos por temas relacionados ao seu cotidiano, como, por

exemplo, a sexualidade, a valorização dos saberes prévios dos alunos e experiências com que

eles chegam à escola e o uso de recursos e metodologias de ensino diferenciadas, como uma

forma de atrair o aluno, incluindo-o na aula e fugindo da rotina. Características essas que

fortalecem a principal ideia desta pesquisa, que é disseminar o uso das metodologias ativas de

aprendizagem na educação básica, principalmente nos temas que se referem à educação em

saúde.

Ao caracterizar as facilidades e dificuldades supracitadas constatamos também a falta

da compreensão do conceito saúde por parte dos professores, vinculando-a sempre à ausência

ou à presença de alguma doença.

Concluiu-se, também, a grande dificuldade em mensurar o feedback dos alunos após o

estudo dos temas sobre saúde. Aqueles que conseguem perceber alguma devolutiva

conseguem-no sempre de forma subjetiva, por meio da observação cotidiana e do bate papo

com os alunos. Deixo aqui minha sugestão das contribuições que uma avaliação formativa

poderia trazer a esse processo, justamente por acompanhar constantemente o desenvolvimento

e a aprendizagens dos alunos, e não apenas ser realizada ao seu final, como geralmente ocorre

nas avaliações puramente somativas.

Fiquei extremamente satisfeita ao observar que grande parte dos participantes possui

um sentimento de responsabilidade em relação à saúde e à qualidade de vida de seus alunos,

sendo este sentimento o primeiro passo para a efetivação dos professores como agentes de

saúde, capazes de transformar a educação em saúde nos espaços escolares. Acredito também,

que este sentimento seja um motivador para o conhecimento e uso das metodologias ativas de

aprendizagem por esses professores, já que a maioria não as conhece e um grupo considerável

deles possui o desejo de conhecer.

Deixo então, como sugestão, observando a necessidade e o grito de socorro dos

participantes desta pesquisa, a capacitação e a implementação da ABE - a princípio aos

professores de Biologia, para trabalhar os temas relacionados à saúde. Como modalidade das

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MAA, pode contribuir tanto para a aprendizagem significativa dos alunos quanto para a

educação permanente dos professores. Nessa proposta, a aprendizagem será compartilhada

entre professores e alunos, em um trabalho de conscientização, reflexão e discussão para a

promoção de educação em saúde dentro do ambiente escolar, contribuindo para a saúde

individual e coletiva dos alunos, seus familiares e a melhoria da qualidade de vida.

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Petrópolis: Vozes; 1996.

APÊNDICE 1: FORMULÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO E PROFISSIONAL

Instrumento de Coleta de Dados: Formulário Sociodemográfico e Profissional

Data da aplicação: ____/ ____/ ________

Dados pessoais e profissionais

Idade: _______ Sexo: Fem. Masc.

Habilitações acadêmicas: ______

____________________________________________________________________

Ano de Conclusão: _________

Tempo total de serviço docente: _________

Tempo de serviço docente na atual escola estadual:________

Disciplinas que leciona: _________________________________

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78

Níveis de Ensino em que trabalha: Fund. I Fund. II EM

Jornada de trabalho semanal: ________

Tipo de vínculo: Professor Efetivo Professor categoria F Professor categoria O

APÊNDICE 2: ROTEIRO DE QUESTÕES NORTEADORAS

Roteiro de Entrevista Semiestruturada

Introdução:

Identifica-se o informante pelo nome e local de trabalho (U.E), passando à entrevista.

Desenvolvimento:

Segue-se o roteiro abaixo conduzindo as questões de acordo com os objetivos propostos por

esta pesquisa.

1. Fale sobre os recursos e metodologias utilizados por você para trabalhar os temas

sobre saúde do nosso currículo.

2. Comente sobre o interesse e participação dos alunos nas aulas que abordem os temas

sobre saúde, seus facilitadores e dificultadores.

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79

3. Relate se você, no dia a dia da sala de aula, consegue ter uma devolutiva, um feedback

do aluno em relação aos temas saúde, percebe alguma mudança em seu

comportamento.

4. Descreva sobre seu sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a

saúde e a qualidade de vida do seu aluno e dos seus familiares.

5. Comente o que você sabe sobre as metodologias ativas de aprendizagem, se já ouviu

falar ou o que desconfia que seja.

Conclusão:

Agradecer a participação e o tempo disponibilizado para a entrevista;

Valorizar o contributo da entrevista para a referente pesquisa;

Caso demonstrado interesse em aprender sobre o uso do TBL, deixar claro que

logo entraremos em contato para o convite à capacitação.

APÊNDICE 3: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título do Estudo: “Aprendizagem baseada em equipe na abordagem de temas sobre

saúde na escola pública: limites e possibilidades”

Essa pesquisa tem como objetivos: conhecer a percepção dos professores de Biologia

da 1ª série do Ensino Médio da D.E Vot sobre o uso de metodologias ativas de aprendizagem

e sua aplicação em educação em saúde, propor uma assessoria individual ou em pares, aos

professores interessados em uma das modalidades de metodologias ativas de aprendizagem –

TBL, como estratégia de abordagem dos temas sobre saúde na sala de aula e avaliar o uso

dessa metodologia pelos professores que a utilizarem.

Assinando este termo afirmo ter compreendido os objetivos deste estudo e ter sido

plenamente informada sobre ele, não me restando qualquer dúvida. Declaro concordar em

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80

participar voluntariamente desse estudo que tem como responsável a pesquisadora: Nathalie

Emanuelle Pigoretti Lousan sob orientação da Profª. Drª Lúcia Rondelo Duarte.

Declaro ciência e concordância em responder a um questionário sociodemográfico e

participar de entrevista aberta para a coleta de dados. Concordo com a utilização de gravação

de áudio da entrevista para fins de posterior transcrição e análise dos dados. Entendo que não

haverá riscos nessa participação e que estou livre para deixar de participar da pesquisa quando

quiser, não havendo necessidade de justificativas para tanto. Em caso de qualquer dúvida sei

que posso entrar em contato com a pesquisadora responsável pelos telefones (15) 33295202 /

(15) 997606745, email: [email protected] ou com o Comitê de Ética em Pesquisa

da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, pelo fone (15) 32129900 ramal

9896.

Fui informada de que não terei qualquer despesa pela participação no estudo e também

nenhum benefício financeiro e foi me garantido sigilo de minha identidade. Estou de acordo

com a divulgação dos resultados finais deste estudo em encontros e/ou publicação científica.

Ao final do estudo a pesquisadora se compromete a me comunicar os resultados.

Eu, ______________________________________________________, li o texto

acima e compreendi a natureza e o objetivo do estudo do qual fui convidado a participar. Eu

concordo voluntariamente em participar do estudo.

___________________________________________________data:______

Assinatura e RG do Participante

_____________________________________

Assinatura e RG do pesquisador

(Este é um documento em duas vias, uma pertence a você e a outra deve ficar arquivada com

o pesquisador).

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81

APÊNDICE 4: TABELAS COM DEPOIMENTOS, EXPRESSÕES CHAVE E IDEIAS

CENTRAIS REFERENTES ÀS ENTREVISTAS

Tabela 7- Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 1: Fale sobre os

recursos e metodologias utilizados por você para trabalhar os temas sobre saúde do nosso

currículo.

Profess

or

Colabo

rador

Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)

P.1

Bom, no caso dos temas de saúde a

gente... Eu sigo mais assim, o currículo

mesmo, aquilo que está na apostila, daí

dependendo do tema, daí traz, né?

Doenças, a gente sempre trabalha com

data show, pois tem o recurso na sala, daí

já acessa, mostra vídeos, discute... nessa

parte mesmo visual de vídeo, slide show

e no caso a proposta, não sai muito disso

não.

...Eu sigo mais assim o

currículo mesmo, aquilo que

está na apostila

...dependendo do tema traz...

Doenças, a gente sempre

trabalha com data show, pois

tem o recurso na sala, daí já

acessa, mostra vídeos,

Apostila

Conforme o tema,

trabalho com data

show, vídeos,

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82

discute... nessa parte mesmo

visual de vídeo, slide show e

no caso a proposta, não sai

muito disso não.

debate

P.2

Nos últimos anos do ensino fundamental,

eu trabalho o educação sexual, né, então

DST, e o que relaciona...às vezes uso de

drogas, daí no ensino médio, quando

entra na parte de saúde, qualquer tema

saúde, né…. Aí no ensino médio, no 1º

ano, quando entra na parte de células...eu

trabalho a parte de câncer de pele,

abordo câncer de pele... (que mais

mesmo?) ...ah tá...e mutações

gênicas...câncer...essas coisas

assim....mas no 1º ano, eu não

trabalho...tirando a parte do......a respeito

do sol, a importância do protetor solar,

essas coisas. Levo vídeos e.... trabalho a

apostila mesmo...

Levo vídeos e.... trabalho a

apostila mesmo...

Apostila e Vídeo

P.3

Na realidade eu estava muito apegado ao

caderninho, durante 2 ou 3 anos só usei o

caderninho, até que uma estagiária de

biologia veio acompanhar minhas aulas e

trouxe uns slides bem interessantes sobre

saúde pública e sexualidade, uma

questão que é um pouco complexa pra

mim, por causa da timidez, que atrapalha

bastante. Mas ela veio, expos, em vídeos,

no 1º ano tem aquela parte que é no

último bimestre que esta contemplando a

gravidez na adolescência, mas

sinceramente eu ainda acho muito pouco,

poderia e deveria trabalhar mais, o que

eu faço é apresentar alguns slides sobre

saúde, sobre sistema imunológico, o

sistema nervoso e.... rapidamente no 3

ano que tem um tópico da apostila que

trata esse assunto e a questão da

adolescência no 1 ano, mais tirando isso

acho que.... A própria proposta, o

currículo, pelo menos, pelo que eu vejo

ele é muito fraco nesse sentido.

...estava muito apegado ao

caderninho, durante 2 ou 3

anos só usei o caderninho, até

que uma estagiária de biologia

veio acompanhar minhas aulas

e trouxe uns slides bem

interessantes sobre saúde

pública e sexualidade,

...o que eu faço é apresentar

alguns slides e vídeos sobre

saúde, sobre sistema

imunológico, o sistema

nervoso...

Apostila do aluno

Slides e Vídeos

P.4 Então, assim, eu costumo trabalhar.... Eu

apresento a aula em data show ou

fazendo um resumo na lousa e procuro

.... Eu apresento a aula em

data show ou fazendo um

resumo na lousa e procuro

Data show

Resumo na lousa e

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83

colocar bastante imagem para eles verem

o que estou falando ne? E também leitura

de textos diversos, discussão em cima

dos textos, e assim, em algumas salas de

aula eu procuro dar como seminário

também, então eu proponho pra eles

estarem pesquisando e apresentando o

trabalho.

colocar bastante imagem...

...leitura de textos diversos,

discussão em cima dos

textos...

...em algumas salas de aula eu

procuro dar como seminário

também

imagens

Leitura e discussão

de textos

Seminários em

algumas salas

P.5

As aulas de saúde, está mais voltada

agora para o 1 ano do EM, e agora, bem

batido, no 3º bimestre. Então eu trabalho

a saúde no âmbito geral, coloquei a

definição da OMS, tento colocar pra eles,

vinda essa era da modernidade que eles

acabam muitas vezes se voltando pra

coisas que acabam prejudicando a saúde

deles mesmo, temas polêmicos, como

drogas, má alimentação, dormir pouco.

Hoje mesmo passei um vídeo pra eles

que falava de saúde ambiental, as

consequências do mal uso do lixo, do

descaramento do lixo, entrou temas sobre

consumismo, consumismo e saúde,

dentro desse vídeo também, diferenças

sociais, saúde psicológica, emocional,

afetiva, porque saúde também é voltada

para a dignidade humana. Situação de

pessoas que reviram o lixão para obter

alimento, uma falta de dignidade, o

mínimo de cidadania que qualquer

pessoa deveria ter. Então eu trabalho

com vídeos, apostila como material de

apoio porque demora pra chegar, então

peguei o documento da proposta, o livro

preto, eu sigo a proposta, daí dentro dela

eu complemento com os temas

transversais, que são aos temas

pertinentes que eles necessitam, pesquisa

sobre DST, e foi feito um questionário,

tiramos dúvidas a respeito disso, feito um

debate, entro assuntos até relacionados a

masturbação, alguns hábitos, se isso é

saudável ou não, então a gente está

colocando em todas as partes em relação

a saúde.

...eu trabalho a saúde no

âmbito geral, coloquei a

definição da OMS, tento

colocar pra eles, vinda essa era

da modernidade que eles

acabam muitas vezes se

voltando pra coisas que

acabam prejudicando a saúde

deles mesmo, temas

polêmicos, como drogas, má

alimentação, dormir pouco.

...eu trabalho com vídeos,

apostila como material de

apoio porque demora pra

chegar, então peguei o

documento da proposta, o

livro preto, eu sigo a proposta,

daí dentro dela eu

complemento com os temas

transversais, que são aos

temas pertinentes que eles

necessitam, pesquisa sobre

DST, e foi feito um

questionário, tiramos dúvidas

a respeito disso, feito um

debate.

Saúde no âmbito

geral destacando

temas polêmicos

Vídeos

Apostila como

material de apoio

Questionários/

Pesquisa

Debate

P.6 Uso bastante o livro didático e peço para

os alunos fazerem pesquisa,

Uso bastante o livro didático e

peço para os alunos fazerem

Livro didático

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84

principalmente quando o tema aborda

pessoas idosas, então dou um

questionário pra eles fazerem pra saber

como eles se locomovem pela cidade, o

que gostariam que tivesse na cidade para

a melhoria de vida, qual aspecto que

você acha negativo na cidade, como você

adquire seu alimento, aquela coisa toda,

então isso ai está contando na apostila do

aluno.

pesquisa...

...está contando na apostila do

aluno.

Pesquisa/questionár

io

Apostila dos alunos

P.7

No 2º ano, a gente trabalha: sexualidade,

somente no final do 2º semestre. E um

pouco de corpo humano. A metodologia

que a gente usa, depende muito da sala

de aula. Tem turma que aceita ou não

aceita. Então, por exemplo a gente usa

vídeo para algumas turmas, utiliza texto,

ou pega o gancho da própria discussão

deles, e vai formando e vai ampliando.

Então, depende muito da turma. Tem

turma que consegue falar, tem turma que

não gosta de falar. Depende muito da

característica deles. Geralmente uso o

texto, vídeos, projetados ou discussões

que eles fazem... Tem turma que o

assunto chama tanta atenção que pelo

menos 60% a 70% deles entra na

pesquisa. Tem grupo que não, tem grupo

que se você passar individual eles

aprendem melhor. Adolescente depende

muito disso, né. Entre eles, mais entre

eles, porque eu não mudo a forma de

trabalhar, mas eles mudam. Então, tem

alguém brincalhão na sala, flui melhor.

Se tem aquele que tira sarro, que se abre

a boca, eles ficam retraídos. E o tema

saúde mexe demais com eles. Eu levo o

que está no dia a dia. Então depende

muito da turma.

... a metodologia que a gente

usa, depende muito da sala de

aula...

... a gente usa vídeo para

algumas turmas, utiliza texto,

ou pega o gancho da própria

discussão deles...

... geralmente uso o texto,

vídeos, projetados ou

discussões que eles fazem...

...o tema saúde mexe demais

com eles. Eu levo o que está

no dia a dia

Depende da sala

Vídeo

Texto

Debate

Contextualização

P.8

Eu num primeiro momento, quando eu

comecei a realizar esse trabalho, até pela

questão de ser formado em educação

física, eu peguei muito em livros a

questão toda desses temas, nos livros de

biologia, e eu tive a oportunidade de

falar um pouco em saúde com os alunos

até agora foram 2 temas que eu me

aproximei um pouco mais, que foi uma

pouco sobre o câncer e sobre DST. E

Eu trabalho com livro

didático, caderno do aluno e

vídeos, tipo do youtube, mais

com professores conhecidos,

professores que você vê que

tem um conhecimento,

Livro didático

Apostila do aluno

Vídeos

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assim, o que eu senti de dificuldade

dentro do nosso currículo foi um pouco

mais de vídeos né? Sobre esses tipos de

temas, que daí eu tive correr atrás, me

preparar até pra mim estar passando pra

eles e estarmos nos aprofundando nesses

temas.

Eu trabalho com livro didático, caderno

do aluno e vídeos, tipo do youtube, mais

com professores conhecidos, professores

que você vê que tem um conhecimento,

uma formação, nada assim que seja um

professor que não tenha uma formação,

um histórico do conhecimento.

P.9

Então, eu utilizo o caderninho, de acordo

com o currículo, eu trabalho também a

questão... eu tento até diversificar a aula,

dentro do possível, eu trabalho o

caderninho, o livro didático, como

ferramenta, pra dar a base, até porque o

caderninho só não dá, eu acredito que os

livros dão a base, o grande, você se

prepara, você busca uma fonte na

internet, daí eu trabalho dessa forma.

...eu utilizo o caderninho, de

acordo com o currículo, eu

trabalho também a questão...

eu tento até diversificar a aula,

dentro do possível, eu trabalho

o caderninho, o livro didático,

como ferramenta, pra dar a

base,

Apostila do aluno

Trabalha a questão

Diversifica a aula

Livro didático

P.10

Eu acho que esse tema da saúde, além da

proposta curricular ele tem um gancho de

buscar a curiosidade dos alunos, e

sempre focar contextualizando a

realidade, vídeos, entrevistas, a própria

pesquisa do aluno, o próprio... a criação

do aluno mesmo, investigação.

...esse tema da saúde, além da

proposta curricular ele tem um

gancho de buscar a

curiosidade dos alunos...

... focar contextualizando a

realidade, vídeos, entrevistas,

a própria pesquisa do aluno...

Tema vai além da

proposta curricular

Contextualização

Vídeos

Entrevistas

Pesquisa/Investigaç

ão

P.11

Geralmente nessa parte, na vacina e

sexualidade, eu fujo muito do tradicional,

tem que usar metodologia muito

diferenciada, eu acho que.... como são

temas relacionados com a vida deles, e

são coisas extremamente importantes,

porque eu sei que, se na maioria dos

casos, se eles não vem isso comigo, não

vem com ninguém, não terão

oportunidade de ver, aprender e assimilar

Geralmente nessa parte, na

vacina e sexualidade, eu fujo

muito do tradicional, tem que

usar metodologia muito

diferenciada, eu acho

que...como são temas

relacionados com a vida deles,

e são coisas extremamente

importantes...

Metodologia

diferenciada

Base sobre o

assunto e muito

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86

isso com nenhuma outra pessoa, não da

forma que estou preparado para ajudá-

los, não tem abertura na família, o

melhor amigo sempre vai acabar

indicando uma maneira errada... tal

pessoa fez isso, faz isso também... aluna

já falou pra mim que ia abortar, porque

uma amiga fez e não deu nenhuma

complicação, até você explicar os riscos,

falar o que é importante, o que é perigoso

pra vida dela, não apenas pra vida da

criança, fazer um trabalho de

conscientização, porque se engravidou,

geralmente ela vai fazer sexo sem

preservativo de novo, engravidar de

novo, de pegar doença, se expondo de

maneira desnecessária, então eu sei que

se eles não verem comigo não vão ver

com ninguém, então eu tenho muito

esclarecido na minha cabeça que não dá

pra eu levar um livro ou passar um texto,

e falar é assim, assim, assim, acha no

texto, esse não é nem meu método de

trabalho....

Primeiro, uma base a respeito de certos

assuntos eles tem que ter, então acho isso

imprescindível, mas daí eu levo muito

vídeo, na parte do sistema imunológico,

produção de vacina, de soro, como que

acontece, muito...vamos dizer assim, não

seria caso clínico, mas parte prática,

vamos pôr a cabeça pra funcionar...a

pessoa foi ficada por uma cobra, dá pra

aplicar uma vacina? Da pra aplicar um

soro? O que que é melhor fazer pra vida

da pessoa? coloco questões pra eles

refletirem, colocar a cabeça pra

funcionar. O foco principal do

aprendizado é esse, colocar ele pra

refletir, ele tem que estar ciente do que

ele está reproduzindo, eu acho que ele

tem que se ver capaz de produzir uma

situação, de ele parar depois de realizar

qualquer tipo de exercício e ver que eles

conseguiram fazer, que eles chegaram

determinado resultado, eles mobilizarem

vários conhecimentos dentro de um texto

ou situação pra ele conseguir construir

alguma coisa, eu acho muito mais

válido....na questão da sexualidade faço

bastante roda de conversa, levo

Primeiro, uma base a respeito

de certos assuntos eles tem

que ter, então acho isso

imprescindível, mas daí eu

levo muito vídeo, na parte do

sistema imunológico,

produção de vacina, de soro...

O foco principal do

aprendizado é esse, colocar ele

pra refletir, ele tem que estar

ciente do que ele está

reproduzindo, eu acho que ele

tem que se ver capaz de

produzir uma situação, de ele

parar depois de realizar

qualquer tipo de exercício e

ver que eles conseguiram

fazer, que eles chegaram

determinado resultado, eles

mobilizarem vários

conhecimentos dentro de um

texto ou situação pra ele

conseguir construir alguma

coisa

...na questão da sexualidade

faço bastante roda de

conversa, levo entrevistas, de

especialistas, aquela Laura

Muller, do Altas Horas, é

muito interesse levar pra eles,

fazer a caixa de perguntas,

muitas vezes tem coisas que

querem perguntar só pra você,

assim eles não se expõem, tem

que trazer muita cosia

diferente, pra atingir, porque é

um tema que eles estão

vivendo

vídeo

Colocar o aluno

para refletir sobre

um texto ou

situação

Roda de conversa,

entrevistas e caixa

de perguntas para o

tema sexualidade

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87

entrevistas, de especialistas, aquela

Laura Muller, do Altas Horas, é muito

interesse levar pra eles, fazer a caixa de

perguntas, muitas vezes tem coisas que

querem perguntar só pra você, assim eles

não se expõem, tem que trazer muita

cosia diferente, pra atingir, porque é um

tema que eles estão vivendo.

P.12

Na saúde, na verdade, ela entra agora no

3º Bim no currículo, e a primeira coisa

que a gente faz, logicamente em cima do

currículo, é uma pesquisa com eles pra

ver em que nível eles se encontram pra

dar seguimento ao trabalho. Daí além da

apostila, uso o data show, uso muito a

pesquisa na internet com eles junto, na

própria escola na área de informática.

...a primeira coisa que a gente

faz, logicamente em cima do

currículo, é uma pesquisa com

eles pra ver em que nível eles

se encontram pra dar

seguimento ao trabalho...

...além da apostila, uso o data

show, uso muita pesquisa na

internet junto com eles na

própria escola

Pesquisa de

conhecimentos

prévios

Apostila, data

show, pesquisa na

internet

P.13

Os pontos que eu trabalho são mais

voltados para o currículo mesmo,

basicamente ligado a saúde, nós temos

no 1º ano que você vai trabalhar

questões de DST e algumas atividades

que vem do governo envolvendo a

questão da história da vacina, relação

entre saneamento básico e verminoses,

essas cosias, então você trabalha com

dados muito mais matemáticos essas

coisas, levantam assuntos que sejam

mais do interesse deles, principalmente

DST pois você aborda sexualidade que

eles sempre estão interessados, porque

eles ouvem, experimentam muita coisa,

mas saber de uma fonte fiel, alguma

coisa é difícil, é o que a rua ensina, a

grande maioria não tem liberdade e

acesso e não conversa sobre esses

assuntos com os pais, a sala de aula, a

escola acaba sendo um ponto importante

pra isso. E no caso das verminoses que

eles nem tem ideia de que tudo que está

em volta da gente pode conter ovos, pode

transmitir, a importância de lavar as

mãos, conceitos básicos de higiene que a

gente deveria ter e a grande maioria não

tem.

... Os pontos que eu trabalho

são mais voltados para o

currículo mesmo, basicamente

ligado a saúde...

...levantam assuntos que sejam

mais do interesse deles,

principalmente DST pois você

aborda sexualidade que eles

sempre estão interessados,

porque eles ouvem,

experimentam muita coisa...

Temas do currículo

Aborda temas de

interesse dos alunos

Page 89: SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE Emanuelle... · dos dados, foi utilizado o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e a nuvem de palavras para visualização da ocorrência das palavras

88

P.14

Os professores daqui da escola usam

multimídia, desenvolvem projetos juntos

a SEESP, trabalhando sobre sexualidade,

DSTs, higiene e usam as vezes, nós

temos até material para trabalhar, as

vezes o professor tem que se virar, mas

normalmente tem todo material para

trabalhar com os alunos.

Os professores daqui da escola

usam multimídia,

desenvolvem projetos juntos...

Multimídia

Projetos

P.15

Então, falando assim, 2 aulas por

semana...e tendo que cumprir o

planejamento, o programa do Estado, não

dá pra inovar muita coisa. Eu já tentei

usar livro didático por exemplo, nossa,

você acaba se atrapalhando, porque você

não termina nem uma coisa nem outra,

então minhas aulas praticamente são em

cima da apostila, e assim, o que tem,

como vídeo, o kit vale sonhar que é

usado já faz anos, desde que chegou a

gente trabalha isso ai.

...2 aulas por semana...e tendo

que cumprir o planejamento, o

programa do Estado, não dá

pra inovar muita coisa...

... minhas aulas praticamente

são em cima da apostila...

... o que tem como vídeo, o kit

vale sonhar que é usado faz

anos.

Não dá para inovar

Apostila e vídeo

P.16

Geralmente os assuntos que envolvem

saúde, envolve DST, envolve prevenção

e eu procuro usar cada aula, cada

momento que eu sinta que eles estão com

necessidade de aprender alguma coisa, as

vezes eles vem e fazem uma pergunta eu

sinto que é o momento de eu falar, no

momento de interesse que eu abordo

isso. A gente tem no caderno do aluno,

no 2º semestre tem um momento

especifico pra isso, eu aproveito esse

momento também. Eu procuro, assim, a

aluna veio perguntar pra mim sobre

menstruação dela, daí eu já entro no papo

de saúde. O jogo do vale sonhar, que usei

pela primeira vez no ano passado, e eu

achei interessante, tem alguns jogos,

algumas perguntas, que eles nem

imaginariam como fazer a pergunta,

então acaba ficando legal. Pena que

tenha pouco tempo pra gente desenvolver

isso ai, não dá pra aplicar todos os jogos,

a gente seleciona o mais importante.

... assuntos que envolvem

saúde, envolve DST, envolve

prevenção e eu procuro usar

cada aula, cada momento que

eu sinta que eles estão com

necessidade de aprender......

no momento de interesse que

eu abordo isso...

... no caderno do aluno, no 2º

semestre tem um momento

especifico pra isso... eu já

entro no papo de saúde.

... O jogo do vale sonhar, que

usei pela primeira vez no ano

passado, e eu achei

interessante, tem alguns jogos,

algumas perguntas...

Conversa

Caderno do aluno

Kit vale sonhar

P.17 A gente sempre aborda as atividades

através de apostila, livros didáticos, e

também utilizamos vídeo aula,

A gente sempre aborda as

atividades através de apostila,

Apostila e Livro

didático

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89

informática, até pra poder fazer uma

palestra na sala, a gente utiliza mesmo

pra saúde, pros jovens, pra eles terem

umas prevenções né?

livros didáticos...

...também utilizamos vídeo

aula, informática, até pra

poder fazer uma palestra na

sala, a gente utiliza mesmo pra

saúde, pros jovens, pra eles

terem umas prevenções

Vídeo e informática

P.18

O que se chama currículo de saúde hoje,

ele praticamente não existe. Antigamente

nós tínhamos um programa de saúde, na

década de 80 uma disciplina chamada

programa de saúde que era parte da

biologia. Então quando se trata esses

temas hoje, você trabalha dentro da

biologia, ou com os projetos que vem do

estado, como o “vale sonhar”, então

basicamente a saúde a gente vai

abordando quando se vê ciclos de

doenças, bactérias fala um pouquinho, de

vírus um pouquinho mas não há um

direcionamento da saúde não, ela entra

em temas transversais, ela entra dentro

saúde uma conversa dentro na disciplina

mas não há hoje uma disciplina stand

com o rotulo programa saúde como havia

décadas atrás.

...quando se trata esses temas

hoje, você trabalha dentro da

biologia ...não há um

direcionamento da saúde não,

ela entra em temas

transversais

...ou com os projetos que vem

do estado, como o “vale

sonhar”,

...basicamente a saúde a gente

vai abordando quando se vê

ciclos de doenças, bactérias

fala um pouquinho, de vírus

um pouquinho...

Tema transversal

Projeto vale sonhar

Aborda saúde nos

ciclos de doença

P.19

De recursos eu utilizo o livro didático, eu

acho que o material que o estado trabalha

tem pouca informação sobre saúde,

principalmente quando eu tento trazer

algo que ele não aborda isso, mas....no 1º

ano, que trata mais sobre saúde,

educação sexual, eu trago geralmente

conteúdos de fora, vídeos explicando

sobre....verminoses, tem uma parte que

fala, eles gostam bastante, quando eu

trago vídeos sobre DST, porque só a

gente ficar falando, falando é muito

maçante, então eu trago imagens e textos

de fora para eles poderem ler.

De recursos eu utilizo o livro

didático, eu acho que o

material que o estado trabalha

tem pouca informação sobre

saúde...

...no 1º ano, que trata mais

sobre saúde, educação sexual,

eu trago geralmente conteúdos

de fora, vídeos... eles gostam

bastante, ...porque só a gente

ficar falando, falando é muito

maçante,

Livro didático

Textos de fora e

vídeos

P.20

Então, eu começo, eu tento fazer o

seguinte, primeiro eu tento chamar a

atenção deles com alguma coisa

polemica, pra dessa forma, chamar eles

para o debate, daí eu início um debate,

onde a gente vai conversando, pra eu

tentar captar o máximo possível do que

...primeiro eu tento chamar a

atenção deles com alguma

coisa polemica, pra dessa

forma, chamar eles para o

debate.

Polêmica para

motivar ao debate

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90

eles já conhecem do assunto, daí eu

tento, fixar assim, pra ficar mais fácil de

entender alguma coisa eu anoto na lousa,

algumas ideias gerais, trabalho muito

com a ideia, com conceitos populares,

algumas pessoas se vinculam muito ao

que avó falou, a mãe falou, daí trabalho

esses mitos e vai levando dessa forma a

aula, tentando trazer para o cotidiano

deles, tentando descobrir o máximo

possível o que eles sabem e transformar

em uma informação cientifica.

...daí eu início um debate,

onde a gente vai conversando,

pra eu tentar captar o máximo

possível do que eles já

conhecem do assunto...

... daí trabalho esses mitos e

vai levando dessa forma a

aula, tentando trazer para o

cotidiano deles, tentando

descobrir o máximo possível o

que eles sabem e transformar

em uma informação cientifica.

Debate para captar

conhecimentos

prévios

Contextualizando o

assunto

P.21

Normalmente os temas existem no livro

didático, o recurso mais utilizado seria o

livro didático, mas o que eles tem grande

interesse é nas aulas áudio visuais, que a

gente utiliza os recurso ne, data show,

vídeos da internet pré-selecionados, que

a gente trabalha, e eles gostam muito

desse assunto, quando trabalhados dessa

forma mais ainda. Quando utilizei

projetos, na forma de roda de conversas,

marquei lá em Sorocaba no parque da

biquinha, que nós fizemos uma caixa de

perguntas, pra o tema de sexualidade e

eles como são mais inibidos pra falar na

sala de aula, quem fosse na excursão a

gente fecharia o projeto com essa roda de

conversas, foi muito produtivo, inclusive

eles sugeriram que a gente fizesse isso

com outros temas, porque eles gostaram.

Também utilizamos o laboratório, por

exemplo o dorso, pra mostrar os órgãos e

estar falando, mas…gostaria de ter mais

algum recurso, porque toda vez que a

gente usa algo que foge do normal da

sala de aula eles gostam.

... o recurso mais utilizado

seria o livro didático...

...eles tem grande interesse é

nas aulas áudio visuais, que a

gente utiliza os recurso de data

show, vídeos da internet pré-

selecionados

Quando utilizei projetos, na

forma de roda de conversas,

marquei lá em Sorocaba no

parque da biquinha, que nós

fizemos uma caixa de

perguntas, pra o tema de

sexualidade e eles como são

mais inibidos pra falar na sala

de aula, quem fosse na

excursão a gente fecharia o

projeto com essa roda de

conversas, foi muito

produtivo...

Também utilizamos o

laboratório, por exemplo o

dorso, pra mostrar os órgãos e

estar falando, mas…gostaria

de ter mais algum recurso,

porque toda vez que a gente

usa algo que foge do normal

Livro didático

Recursos áudio

visuais

Rodas de conversa

com caixa de

perguntas

Peças anatômicas

no laboratório

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91

da sala de aula eles gostam.

P.22

Os temas de saúde são trabalhados assim,

com uso de data show, livros didático,

reportagens do cotidiano, que eles

assistem na televisão, então eles trazem

esse conteúdo, pedem, se estiver

relacionado com o nosso conteúdo eles

pedem, daí eu preparo uma aula, monto,

explicou como que é, com o uso de

imagens também.

... uso de data show, livros

didático, reportagens do

cotidiano que eles assistem na

televisão, então eles trazem

esse conteúdo...

Data show

Livro didático

Reportagens do

cotidiano

P.23

Bom, pra trabalhar temas de saúde com

os alunos, eu tento descobrir o que eles

sabem da área já, por exemplo, quando

eu trabalho DST, fisiologia humana,

anatomia, eu tento saber o que e eles já

sabem pra eu não ficar repetindo tudo,

daí sim eu dou o ponto de partida, o

ponta pé inicial, e a maneira que eu

trabalho com eles é tentar ser o mais

dinâmico possível, sem ser o blá, blá, blá

e pronto e façam, o famoso GLS: giz,

lousa e saliva, tento ser mais dinâmico,

ter uma aula mais falada do que escrita,

escrever tópicos na lousa, pra eles

lembrarem, lembretes e sempre tentar

avaliar no final, pra ver se eles

conseguiram captar, no início de toda

aula, lembra o que eu falei na aula

anterior, vamos continuar isso. Eu utilizo

banners que tem aqui na escola, do

corpo, e é preciso trabalhar saúde na

escola porque é do dia adia, do cotidiano,

então como eu disse tentar sempre

lembrar coisas do cotidiano pra eles, pra

eles saberem o que está acontecendo, o

isso pode acontecer com meu corpo, não

posso fazer isso se não vai afetar a parte

do meu hormônio, então eu sempre tento

trabalhar com eles.

Eu tento descobrir o que eles

sabem da área ... pra eu não

ficar repetindo tudo, daí sim

eu dou o ponto de partida, o

ponta pé inicial, e a maneira

que eu trabalho com eles é

tentar ser o mais dinâmico

possível...

...tento ser mais dinâmico, ter

uma aula mais falada do que

escrita, escrever tópicos na

lousa, pra eles lembrarem,

lembretes e sempre tentar

avaliar no final, pra ver se eles

conseguiram captar...

Eu utilizo banners que tem

aqui na escola, do corpo...

...é preciso trabalhar saúde na

escola porque é do dia adia, do

cotidiano, então como eu disse

tentar sempre lembrar coisas

do cotidiano pra eles

Conhecimentos

prévios

Aula falada com

tópicos e lembretes

na lousa

Banners sobre o

corpo humano

Trabalha r saúde a

partir do cotidiano

p.24

Então...no currículo do caderno do aluno,

ele já começa falando de gráfico e de

tabela. Quando eu pego a turma de

início, e eu não trabalhei com eles antes,

eu procuro sempre trabalhar conceitos; o

que eles acham que é saúde, quais

informações eles tem sobre saúde... então

...no currículo do caderno do

aluno, ele já começa falando

de gráfico e de tabela...

.. Quando eu pego a turma de

Caderno do aluno

Conhecimentos

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92

Tabela 8 - Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 2: Comente

sobre o interesse e participação dos alunos nas aulas que abordem os temas sobre saúde, seus

facilitadores e dificultadores.

eu procuro trabalhar desse jeito. Cada

escola você acaba trabalhando de um

jeito porque cada escola você tem

ferramentas diferentes, se você tem vídeo

dá pra utiliza vídeo, se tem data show dá

pra utiliza, se você tem laboratório você

utiliza o laboratório então acaba tendo

uma variação da recepção da turma

mesmo. Hoje, por exemplo, eu comecei a

trabalhar com o 1º ano a parte de saúde

do 3º bimestre, daí eu levei o boneco,

para eles terem uma noção do corpo,

muitos não haviam, não tinham aquela

noção de onde ficava o coração, onde

ficava o rim, então eu começo a

introduzir um pouco mais devagar pra

conseguir trabalhar os conceitos, pra daí

a partir dos conceitos você conseguir

elaborar.

início, e eu não trabalhei com

eles antes, eu procuro sempre

trabalhar conceitos; o que eles

acham que é saúde, quais

informações eles tem sobre

saúde...

Cada escola você acaba

trabalhando de um jeito

porque cada escola você tem

ferramentas diferentes, se você

tem vídeo dá pra utiliza vídeo,

se tem data show dá pra

utiliza, se você tem laboratório

você utiliza o laboratório...

Hoje, por exemplo, eu

comecei a trabalhar com o 1º

ano a parte de saúde do 3º

bimestre, daí eu levei o

boneco, para eles terem uma

noção do corpo...

prévios

Ferramentas

diferentes conforme

a escola

Boneco para

anatomia humana

Profess

or

Colabo

rador

Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)

P.1

É.... quando é bem relacionado, que nem

o terceiro ano, estava dando a parte do

sistema respiratório, quando entre na

parte de saúde em si, doenças, daí você

vê interesse porque muitos apresentam

uma asma, bronquite, doenças do

coração ou sistema circulatório, então

isso chama atenção, e chamando atenção

de um chama acaba chamando atenção

de outros, porque daí eles falam assim

É....quando é bem

relacionado...

...quando entre na parte de

saúde em si, doenças, daí você

vê interesse porque muitos

apresentam uma asma,

bronquite...

...parasitas, assim, as vezes

Temas relacionados

com doenças

despertam interesse

Ciclo de vida dos

parasitas desfoca a

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93

“nossa”, porque não sabiam que o colega

as vezes tinham, ou a mãe do colega

tinha, então isso chama a atenção. Outros

fatos, por exemplo, que aconteceram no

3º ano falar as vezes de doenças né…de

parasitas, assim, as vezes não chama

tanta atenção porque entra na parte do

ciclo e tal, como que pega e essa parte

desfoca um pouco, as vezes eles querem

até saber o que é a doença, quais os

sintomas mas os modos de transmissão, o

ciclo ali pra entender um pouco da

logística de como evitar na prevenção e

tudo mais, daí foca uma pouco a atenção

deles.

não chama tanta atenção

porque entra na parte do ciclo

e tal... como que pega e essa

parte desfoca um pouco

...eles querem até saber o que

é a doença, quais os sintomas

mas os modos de transmissão,

o ciclo ali pra entender um

pouco da logística de como

evitar na prevenção e tudo

mais, daí foca pouco a atenção

deles.

atenção

P.2

Eles ficam com muita dúvida na

verdade...ficam, eu acho... que têm um

interesse maior quando a gente fala de

saúde do que quando fala de outros

conteúdos, eu acho...que tem interesse

maior, às vezes comentam...por exemplo,

quando digo que falar de clonagem...eles

começaram a perguntar, eu levei bom

tempo para explicar, sobre a

espermatozoide, sobre a ovulação, ou

eles começam a perguntar sobre gêmeos,

como é que nascem os gêmeos, aí foram

perguntando...como eu falei que ela foi

feita de inseminação artificial...tive que

explicar a inseminação artificial e ...eu

fiz pós em inseminação...Daí

perguntaram sobre das doenças...Não é

sempre a mulher que tem problemas de

fertilização, expliquei que podia ser do

homem...eles começaram a perguntar...às

vezes...a aula não é daquele assunto

...eles tem interesse maior quando fala da

saúde, ou quando inclui eles na conversa.

Eu acho que participam mais, gostam

mais... Daí eu cito um exemplo:

“Ninguém não conhece ninguém que o

casal não consegue engravidar?”, um

falava: “Ai, minha tia...” então eles

acabam se incluindo...

Eles ficam com muita dúvida

na verdade...têm um interesse

maior quando a gente fala de

saúde do que quando fala de

outros conteúdos...

...eles tem interesse maior

quando fala da saúde, ou

quando inclui eles na

conversa. Eu acho que

participam mais, gostam

mais...

Interesse maior em

temas de saúde

Interesse maior

quando são

incluídos na

discussão

P.3

O interesse é muito grande, eles adoram

esse tipo de coisa, se realizam, fazem

questões, fazem brincadeira, tem que ter

jogo de cintura.

...O interesse é muito grande,

eles adoram esse tipo de coisa,

se realizam, fazem questões,

fazem brincadeira, tem que ter

Interesse grande

nesse tipo de coisa

Brincadeiras

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94

jogo de cintura.

P.4

Nesse tema tenho uma facilidade de

trabalhar, uma que eu gosto do conteúdo,

e a outra porque os alunos se mostram

mais interessados. Mas a participação

deles é diferente de sala pra sala, mas

gostam dos debates.

Nesse tema tenho uma

facilidade de trabalhar, uma

que eu gosto do conteúdo...

...alunos se mostram mais

interessados...

...a participação deles é

diferente de sala pra sala...

Facilidade de

trabalhar

Os alunos se

mostram

interessados

Participação

diferente em sala de

aula

P.5

Depende da sala, tem sala que aceita bem

o tema, mas tem alguns poucos assim

que eles são indiferentes, então a gente

tenta colocar de forma mais abrangente,

eu divido o vídeo em partes, o vídeo eu

coloco após eu ter passado a matéria na

lousa, já foi exposta, xerocada, feita uma

leitura compartilhadas, então eu vou

fracionando o vídeo, dividindo em partes

pra que eles raciocinam em cima do que

foi explicado em sala de aula.

...tem sala que aceita bem o

tema, mas tem alguns poucos

assim que eles são

indiferentes...

Alguns aceitam

bem o tema

Outros não aceitam

o tema

P.6

Quando se fala em saúde o interesse é

maior, inclusive quando eles fazem essa

pesquisa eles trazem até a foto da pessoa

que eles entrevistaram, com avó, bisavó.

Ainda mais quando o assunto está

relacionado a DST, aí o interesse é

maior.

Quando se fala em saúde o

interesse é maior...

... quando o assunto está

relacionado a DST, aí o

interesse é maior.

Interesse maior em

saúde e DST

P.7

Isso também depende da sala, geralmente

eles gostam do assunto, fazem

brincadeiras, perguntam...

...depende da sala...

... geralmente eles gostam do

assunto

Interesse depende

da sala

Geralmente gostam

do assunto

P.8

Nesse momento nós conseguimos

bastante atenção deles, trabalhando com

esses temas em diversos momentos eu

consigo mais atenção deles, do que por

exemplo sobre uma cadeia alimentar,

esses temas que estão ligados

diretamente ao dia a dia deles, eu senti

mais facilidade. Por exemplo a primeira

pergunta pra eles quando eu fui falar do

câncer, dentro do meio de vivencia deles,

com certeza eles já ouviram falar de

alguém que teve um câncer, e eu

... trabalhando com esses

temas em diversos momentos

eu consigo mais atenção

deles...

... temas que estão ligados

diretamente ao dia a dia deles,

eu senti mais facilidade...

Temas despertam

atenção

Facilidade com

temas do dia a dia

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95

consegui me aprofundar no assunto.

P.9

Eles tem interesse, na área de ecologia,

os alunos hoje tem dificuldade, tem um

certo desinteresse na aprendizagem, mas

na saúde eles fazem na medida do

possível. Saúde é um tema transversal,

que você sempre pode estar colocando,

na medida do possível, quando, é claro,

entra no currículo o foco, em questões

oportunas eu falo dos temas relacionados

a saúde também.

... na área de ecologia os

alunos hoje tem dificuldade,

tem um certo desinteresse na

aprendizagem...

... na saúde eles fazem na

medida do possível...

Desinteresse em

ecologia

Interesse na saúde

P.10

Sim, eu acho que quando se fala na saúde

usa-se muito a mídia também, é uma boa

parceria, então chama sim, pois é mais

próximo, mais concreto pra eles, a

realidade vivida. Participam, tem uma

curiosidade a mais, como na sexualidade,

tem a participação e o interesse maior.

... sim, eu acho que quando se

fala na saúde usa-se muito a

mídia também, uma boa

parceira...

...chama pois é mais próximo,

mais concreto pra eles, a

realidade vivida...

... Participam, tem uma

curiosidade a mais...

Mídia é boa

parceira

Interesse porque é

mais próximo

Participam porque

tem curiosidade

P.11

A questão de saúde, da sexualidade, é o

tema da biologia que eles estão mais

abertos a participação, porque é o corpo

deles, eles estão passando por esse

momento, e como eles não tem auxilio

nenhum em casa, falta diálogo familiar,

eles vem que você está tentando...então é

interessante pra eles, eles se interessam,

eles veem que dá pra aprender, até

aqueles que são mais resistentes, que

acham que já sabem, eles acabam vendo

que a questão é um pouco mais difícil,

acabam vendo que tem muitas cosias que

eles não sabem, que nós acabamos

trazendo, então eles se interessando.

A questão de saúde, da

sexualidade, é o tema da

biologia que eles estão mais

abertos a participação...

... é interessante pra eles, eles

se interessam, eles veem que

dá pra aprender, até aqueles

que são mais resistentes...

Interesse em saúde

e sexualidade

Até os resistentes se

interessam

P.12

Nesse tema eles tem um pouco mais

interesse sim, porque entra agora na

adolescência e qualidade de vida, que

entra a parte da sexualidade, que chama a

atenção deles, então eles tem mais

interesse sim.

Nesse tema eles tem um pouco

mais interesse sim, porque

entra agora na adolescência e

qualidade de vida, que entra a

parte da sexualidade, que

chama a atenção deles...

Mais interesse em

qualidade de vida e

sexualidade

P.13 Ahhh eles se interessam muito por esses

temas, daí é mais fácil de trabalhar.

... se interessam muito por

esses temas...

Interesse pelo tema

P.14 É diferente, porque assim, normalmente

o professor está com o giz, a lousa e.... os

professores são motivados para trabalhar

...quando tem uma aula

diferente os alunos ficam

interessados sim, muito

Interesse pelo tema

Interesse quando a

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96

em relação a isso, então quando tem uma

aula diferente os alunos ficam

interessados sim, muito interessados.

Pela didática diferenciada e pelo tema

que não faz parte do dia a dia do aluno.

interessados. Pela didática

diferenciada e pelo tema que

não faz parte do dia a dia do

aluno.

didática é

diferenciada

P.15

Eu acho assim, quando a gente, como

professor de biologia, a gente já vai mais

pra essa área, eu dou aula de ciências

também, a parte de física, química, não é

muito da área, então a parte de saúde é a

parte que eu mais gosto, do corpo

humano, e isso faz com que o aluno

apreenda mais, então eu acredito que o interesse seja maior. O vale sonhar é uma

aula que eles participam, eles adoram,

uma vez o professor de sociologia entrou

na aula, participou junto com a gente,

então sobre sexualidade eles gostam,

então a participação não é sempre a

mesma, todos os anos, cada sala, é tudo

diferente.

... a parte de saúde é a parte

que eu mais gosto, do corpo

humano, e isso faz com que o

aluno apreenda mais...

... eu acredito que o interesse

seja maior...

... O vale sonhar é uma aula

que eles participam, eles adoram...

... sobre sexualidade eles

gostam...

...a participação não é sempre

a mesma, todos os anos, cada

sala é diferente.

Interesse pelos

temas de saúde e

sexualidade

Participação varia

conforme a sala

Vale sonhar desperta muito

interesse

P.16

Nesses temas eles tem mais interesse,

quando a gente usa algo diferente na

aula, tira dúvidas...pena que é pouco

tempo...

Nesses temas eles tem mais

interesse, quando a gente usa

algo diferente na aula, tira

dúvidas...pena que é pouco tempo...

Interesse no tema

saúde

Interesse maior com estratégias variadas

P.17

Pra eles é interessante, tem temas que pra

eles não estão sendo muito atrativos, mas

área da saúde é bastante, surgem muitas

dúvidas, perguntas, e através dos slides,

vídeos e tal eles ficam chocados e tal

com coisas do seu dia a dia.

Pra eles é interessante, tem

temas que pra eles não estão

sendo muito atrativos, mas

área da saúde é bastante,

surgem muitas dúvidas,

perguntas...

Interesse pelo tema

saúde

P.18

Eles são receptivos, parte de ciências e

biologia eu nunca tive muita dificuldade

porque você contextualiza muito, insere

na vida dele, mostra que aquilo tem uma

aplicabilidade prática, tem onde ele usar

aquilo, não é uma cosia assim teórica que está fora da vida dele, eu não sinto

dificuldade nem em ciências, nem em

biologia. Mas na parte de saúde eles se

interessam sim, tanto que tenho uma

aluna do 3 º do médio que pediu pra falar

sobre sexualidade, porque a gente segue

a apostila, mas eles gostam, isso chama a

atenção deles. Quando mostra ciclo de

verminose, porque vem aquele folclore

de que a gente nasce com uma lombriga.

Então tem interesse do aluno, mas ficam

aquela coisa, pinceladas em determinados conteúdos e não há um

programa organizado, vem os projetos, o

vale sonhar é um deles, da sexualidade,

mas são aulas que você insere não há

alguma coisa continua, não sei se é todo

ruim, talvez precisasse mais aulas de

biologia, não apenas 2 aulas, se houvesse

mais tempo de aula, poderia ser melhor

Eles são receptivos, parte de

ciências e biologia eu nunca

tive muita dificuldade porque

você contextualiza muito,

insere na vida dele, mostra que

aquilo tem uma aplicabilidade prática, tem onde ele usar

aquilo, não é uma cosia assim

teórica que está fora da vida

dele, eu não sinto dificuldade

nem em ciências, nem em

biologia.

...na parte de saúde eles se

interessam sim, ...eles gostam,

isso chama a atenção deles...

...pinceladas em determinados conteúdos e não há um

programa organizado, vem os

projetos, o vale sonhar é um

deles, da sexualidade, mas são

aulas que você insere não há

alguma coisa continua...

Interesse em

biologia e ciências

Interesse em saúde

e sexualidade

Não há um

programa organizado

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97

tratado, eles tem interesse. No

fundamental também eles se interessam,

usar ou não já é outra coisa, mas.... Ele

tem interesse sim, as vezes tem mais

interesse quando você começa do que propriamente pela biologia padrão essas

coisas, então poderíamos dar uma

atenção maior pra isso.

P.19

Em relação aos temas de saúde eu

percebo que eles possuem um maior

interesse sim, e daí até procuro me

aprofundar melhor, por exemplo no 3º

ano, quando a gente trabalha a

diversidade, dentro dos grupos de

diversidade eu procuro trazer os

elementos de saúde, como doenças

causadas por protozoários, bactérias, discutir isso ai…deixa eu ver o que

mais…então eu procuro sempre trazer

essencial pra eles e eles não tem

conhecimento geralmente, e sempre são

errôneos.

... temas de saúde eu percebo

que eles possuem um maior

interesse sim...

...procuro me aprofundar

melhor, ...quando a gente

trabalha a diversidade...eu

procuro trazer os elementos de

saúde, como doenças causadas por protozoários, bactérias,

discutir isso ai…

Interesse no tema

saúde

Aprofundar e

articular com os

temas de biologia

P.20

A parte que mais importa a eles é a área

da orientação sexual, principalmente,

tirar dúvidas do que do sistema em si, da

reprodução em si, tipo, tamanho e

anatomia de pênis, primeira relação, o

que engravida ou não, o que pega

doenças ou não, tipo um fale garoto do

Groisman, nessa parte é bom ...parece que eles estão do nosso lado. Agora

quando você vai tratar das doenças,

existe um pouco de resistência, porque é

inconveniente, um pouco grande, tem

sala que você não pode trabalhar com

imagem, elas chocam, mas tem gente que

já não presta atenção.... Eu tenho

percebido o seguinte, que o medo de

pegar a doença tá sumindo, por mais que

você trabalhe com imagens, a gente

trabalha com.... um sensacionalismo, perder o pênis, não poder mais ter filho e

tal, mas não tá fazendo muito parte da

vida deles. Eu percebo que no passado a

gente tinha mais esse medo, porque a

gente tinha atrizes, cantores que

morreram de DST, hoje em dia isso está

mais distante.

A parte que mais importa a

eles é a área da orientação

sexual, principalmente, tirar

dúvidas...

...quando você vai tratar das

doenças, existe um pouco de

resistência, porque é inconveniente...

...tem sala que você não pode

trabalhar com imagem, elas

chocam, mas tem gente que já

não presta atenção....

...Eu tenho percebido o

seguinte, que o medo de pegar

a doença tá sumindo, por mais

que você trabalhe com imagens...

Interesse maior em

orientação sexual

Resistência à os

temas sobre

doenças

Não é possível usar

imagens que

chocam

Está se perdendo o

medo de pegar

doença

P.21

Lógico que a gente está sempre lutando

contra alguns casos, como a gravidez na

adolescência que é muito difícil zerar

completamente. Mas pelos comentários

deles a gente nota uma aceitação muito grande desses temas. Algumas coisa que

dificultam são a rotina e temas que os

meninos acham que não estão

envolvidos, como menstruação e vacina

do HPV.

... pelos comentários deles a

gente nota uma aceitação

muito grande desses temas...

A rotina dificulta e temas que os meninos acham que não

estão envolvidos, como

menstruação e vacina do HPV.

Aceitação grande

de temas sobre

sexualidade

Rotina dificulta

Desinteresse dos meninos por temas

que não estão

envolvidos

P.22 Eles participam bastante, porque são

temas relacionados ao cotidiano deles,

...eles participam bastante,

porque são temas relacionados

Participam porque

são temas do

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98

Tabela 9: Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 3: Relate se

você, no dia a dia da sala de aula, consegue ter uma devolutiva, um feedback do aluno em

relação aos temas saúde, percebe alguma mudança em seu comportamento.

muitas vezes eles vivenciam, muitas

vezes os avós passaram por certas

doenças que não existem mais, então eles

querem saber como aquilo ocorreu, como

o familiar dele morreu com determinada doença, então são coisas do cotidiano

deles. Eles tem mais interesse nessa área,

porque também querem saber do corpo

deles, do que eu está acontecendo com

eles ou não.

ao cotidiano deles...

... Eles tem mais interesse

nessa área, porque também

querem saber do corpo deles...

cotidiano

Interesse em

conhecer o corpo

P.23

Não é igual não, tem alguns alunos

aceitam de uma maneira mais legal, tem

outros que não gostam muito de aceitar,

sempre tem aquela brincadeirinha na

sala. A maioria aceita porque, como já

disse, é parte do dia a dia, são cosias que

acontecem om o corpo deles, coisas que eles em que passar, é diferente de você

falar por exemplo de biomas, parte de

vegetação, se não é uma vegetação da

nossa região, da nossa área, pra trabalhar

com eles fica muito nas nuvens, na

imaginação do aluno como que é, então

na parte da saúde, em todo lugar que

você for, é o que vai envolver eles

inteiramente, então eles aceitam de

maneira mais adequada, porque faz parte

do dia a dia, é cosias deles mesmo.

Não é igual não, tem alguns

alunos aceitam de uma

maneira mais legal, tem outros

que não gostam muito de

aceitar, sempre tem aquela

brincadeirinha na sala.

A maioria aceita porque, como

já disse, é parte do dia a dia,

são cosias que acontecem om

o corpo deles, coisas que eles

em que passar,

Aceitação desigual

entre os alunos

Aceitação porque são temas do

cotidiano

p.24

Eu acho que eles tratam saúde, eles

recebem um pouco melhor que alguns temas. Por exemplo, é.... recebem melhor

temas é.... relacionados ao sexo eles

gostam, geralmente eles são bem

interessados. Em saúde parece que

diminui um pouco, cada ano eles se

interessam menos, mas se você acaba

pegando exemplos do cotidiano, por

exemplo, daí você consegue trazer ele

um pouco mais, sempre tem, as vezes,

casos de doenças na família, daí um

acaba perguntando porque tem maior interesse mais por causa disso.

...recebem melhor temas é....

relacionados ao sexo ...

Em saúde parece que diminui

um pouco, cada ano eles se

interessam menos...

...mas se você acaba pegando

exemplos do cotidiano, por

exemplo, daí você consegue

trazer ele um pouco mais...

Aceitação melhor

de temas sobre sexualidade

Interesse menor por

temas

Exemplos do

cotidiano motivam

Profess

or

Colabo

rador

Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)

P.1

Olha, que nem na vacina, dando exemplo

da vacina, é.... a gente fala a vacina de 15

anos e tal, daí chega na outra aula

algumas já tomaram atitude: “ai

professora, tô com o braço todo doido,

porque tomei a vacina que você falou na

...a gente fala a vacina de 15

anos e tal, daí chega na outra

aula algumas já tomaram

atitude...

...a quantidade é pouca,

porque a gente queria atingir é

Devolutiva de

poucos

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99

outra aula”, então acontece isso, mas

assim, é pouca, a quantidade é pouca,

porque a gente queria atingir é 100%, e a

gente não atinge, atinge as vezes 20% da

sala, chutando bem alto né, porque nem

sempre a gente consegue atingir.

100%, e a gente não atinge,

atinge as vezes 20% da sala.

Nem sempre a gente consegue

atingir

Nem sempre se

consegue atingir

P.2

Não sei…é difícil de dizer, de

contabilizar isso...é mais ao longo prazo,

se ficamos vários anos com a mesma

turma.

...é difícil de dizer, de

contabilizar isso...é mais ao

longo prazo, se ficamos vários

anos com a mesma turma.

É difícil medir

A devolutiva é a

longo prazo

P.3

Não dá pra medir isso ai, porque as vezes

algum aluno vem procurar, fiz aquilo que

você falou, as vezes falam da tabelinha,

pedem explicação, num canto... então é

assim.... você vê que ela realmente vai

utilizar aquilo, ou as vezes ele toma

algum anabolizante, algum produto e ele

quer tomar, daí ele vem perguntar, mas

no geral a gente não tem esse retorno,

mas em alguns casos em particular sim.

Não dá pra medir isso...alguns

alunos vem procurar, fiz

aquilo que você falou...

...no geral a gente não tem

esse retorno, mas em alguns

casos em particular sim.

É difícil medir

Devolutiva em

alguns casos

P.4

Olha, por parte de algumas salas de aula

eu consigo perceber, nossa realidade não

é em todas as salas que eu consigo

perceber.... Mas em algumas temos um

retorno, eles comentam o que aconteceu

em casa, o que ele aprendeu, então

sempre tenho esse tipo de conversa com

os alunos.

... de algumas salas de aula eu

consigo perceber...

...algumas temos um retorno,

eles comentam o que

aconteceu em casa, o que ele

aprendeu...

Devolutiva em

algumas salas

P.5

Alguns sim, vem falar comigo, inclusive

foi falado sobre alimentação saudável, e

eu coloquei uma reflexão pra eles

estarem fazendo, um questionário sobre a

alimentação, os que aumentam ou

reduzem a taxa do colesterol, os

alimentos que contribuem com essas

taxas, para a gordura serem maléficas ou

benéficas, daí eles falam assim: “ahhh

esse aqui aumenta o colesterol ruim?”

Daí tinha uma comendo salgadinho

dentro da sala, e ela falou que come

normal, então alguns tem consciência,

mas eu falei que isso não tem valor

nutricional nenhum, que só é prejudicial.

Daí eles responderam o questionário, as

vezes eles criam uma certa consciência,

eu já tive muito mais ansiedade em

relação a isso, hoje eu faço a minha

Alguns sim, vem falar

comigo...

...eles tem sim uma

consciência depois que a gente

começa a questionar, através

dessa autorreflexão.

Devolutiva de

alguns

Alguns demonstram

consciência

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100

parte, cobro, ando pela sala de aula, faço

uma avaliação somatória, mas enfim,

eles tem sim uma consciência depois que

a gente começa a questionar, através

dessa autorreflexão.

P.6

Sim, consigo perceber, porque, veja bem,

quando se fala em saúde se fala em

higiene também, então eu percebo que na

sala de aula eles já tomam mais cuidado,

se previnem mais, e quando se fala em

DST, as perguntas são...chove de

perguntas, a gente percebe que eles estão

muito preocupados.

Sim, consigo perceber...

... quando se fala em saúde se

fala em higiene também, então

eu percebo que na sala de aula

eles já tomam mais cuidado...

se previnem mais...

...quando se fala em DST, as

perguntas são...chove de

perguntas, a gente percebe que

eles estão muito preocupados.

Percebe que tomam

mais cuidado

Estão preocupados

com DST

P.7

Ah... só consigo perceber no dia a dia

com eles, no bate papo e conversa, mas

não é algo mensurável, varia muito.

... só consigo perceber no dia a

dia com eles, no bate papo e

conversa...

...não é algo mensurável, varia

muito.

Percebe no dia a dia

Não é mensurável

P.8

Eu sinto que não 100% do grupo, mas

teve uma porcentagem que realmente se

interessou, que veio perguntar e

questionar e não chegaram pra mim com

uma resposta de como trabalharam isso

em casa, mas esse fato de ele se

interessar, entendo eu que ele vai

compartilhar essa situação.

... não 100% do grupo...

...teve uma porcentagem que

realmente se interessou, que

veio perguntar e questionar e

não chegaram pra mim com

uma resposta de como

trabalharam isso em casa, mas

esse fato de ele se interessar,

entendo eu que ele vai

compartilhar essa situação

Devolutiva de

parte do grupo

Interesse indica que

vai compartilhar

P.9

Olha, o objetivo é focar a saúde é que

eles melhorem sempre, mas eu vejo

nossa clientela é ruim, é uma clientela

assim, eles não tem aquele interesse por

parte de…da pesquisa, do estudo, então a

gente procura trabalhar os temas

principais em saúde e conscientizar, eu

acho que é de forma regular a absorção

deles, até pelo desinteresse, isso trava

tudo, no Estado é delicado, tudo isso é

complicado, conforme eu já comentei.

... eu acho que é de forma

regular a absorção deles...

Absorção regular

P.10 Sim... alguns sim, eu acho que é mais ali

momentâneo, pegando uma época, traz

...alguns sim, eu acho que é

mais ali momentâneo,

Devolutiva de

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101

perguntas a partir daí começa meu pai,

minha mãe teve, no meu bairro é assim e

eles acabam associando mesmo.

pegando uma época, traz

perguntas a partir daí começa

meu pai, minha mãe teve, no

meu bairro é assim e eles

acabam associando

alguns

P.11

Olha, não medimos nada, é só através da

conversa e da observação do

comportamento deles ao longo das aulas.

...não medimos nada,

...é só através da conversa e da

observação do comportamento

deles ao longo das aulas.

Não é medido

Percebe no dia a dia

P.12 Não consigo perceber, só através da

conversa.

Não consigo perceber, só

através da conversa.

Não consegue

perceber

P.13

Olhe, eu acho que não por conta de que

eu não trago material externo, então a

gente discute, conversa, trabalho com

imagens, com coisas de tecnologia mas

não trago nada de fora diferente pra eles,

nesse sentido. Mas é que são hábitos, e

você quebrar hábitos vai muito além de

uma informação, além de uma

sensibilização que você receba na escola,

depende do corpo a corpo, da família,

são coisas difíceis de trabalhar. É o

mesmo caso das questões sexuais, da

gravidez na adolescência, você pode até

sensibilizar, eu trago imagens, eles ficam

chocados, com o parto, mas a prática

depende de valores, instrução, de

conversa, de algo mais...que eles

deveriam ter na casa e não tem.

...eu acho que não por conta

de que eu não trago material

externo...

... são hábitos, e você quebrar

hábitos vai muito além de uma

informação, além de uma

sensibilização que você receba

na escola... depende do corpo

a corpo, da família, são coisas

difíceis de trabalhar

Não percebe

São temas difíceis

de trabalhar

P.14

Acho que não... mas se você falar todo

dia, vai falando, isso vai fazendo parte do

aluno e normalmente ele vai falar em

casa: mãe, a professora falou que precisa

olhar meu cabelo, o cabelo do meu irmão

se não tem pilho, precisa escovar os

dentes, faz parte do dia a dia do aluno

...acho que não...

... se você falar todo dia isso

vai fazendo parte do aluno e

normalmente ele vai falar em

casa...

Não percebe

Se falar todo dia vai

fazer parte do aluno

P.15

Quando você fala, temas abordando

saúde sempre tem alguém que fala:

“ahhhhh me vô tem, minha vó tem,

minha mãe tem...” sempre acaba vindo

assim, “já conheço tal coisa”, etc. É que aqui a comunidade é meio complicadinha

não são muito participativos,

mas...depende do interesse, e é assim,

sempre tem um ou outro numa sala de

aula que tem mais interesse.

... temas abordando saúde

sempre tem alguém que fala:

“ahhhhh meu a vô tem, minha

vó tem...já conheço tal coisa...

Alguns relacionam

com a vivência

P.16 Não... só através de conversa, do que eles

contam.

Não... só através de conversa,

do que eles contam

Devolutiva em

conversas

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102

P.17 Sim, muito, a gente percebe melhor no

olhar do jovem, como também nas

perguntas, porque eles se espantam as

vezes com determinadas situações.

Sim, muito, a gente percebe

melhor no olhar do jovem,

como também nas perguntas...

Percebe

Olhar do jovem

P.18

É difícil de contabilizar isso, é mais

através da conversa, da observação da mudança de atitude, já que dou aulas em

todas as séries do Ensino Médio.

É difícil de contabilizar isso, é

mais através da conversa, da observação da mudança de

atitude

Difícil mensurar

Conversa e Observação

P.19

Agora eu consigo perceber, pois estou

completando uma turma, daí observo o

comportamento deles, as atitudes e

consigo ver uma mudança.

Agora eu consigo perceber,

pois estou completando uma

turma...

... observo o comportamento

deles, as atitudes e consigo ver

uma mudança.

Percebe ao

complementar a

turma

Observa o

comportamento

P.20 Não consigo perceber…é algo muito

discreto, só se eles comentam algo.

Não consigo perceber...

...é algo muito discreto, só se

eles comentam algo.

Não percebe

Percebe apenas

quando comentam

P.21

Olha quando a gente fica com uma turma ao longo de mais de um ano, um tempo

maior pra gente estar percebendo a gente

consegue sim notar uma diferença, até

pelos comentários deles. Convidei uma

profissional dos dentes, uma dentista pra

vir dar uma palestra fechando o que a

gente já tinha trabalhado e ela fez uma

triagem com os alunos e percebeu que

eles tinham uma boa higiene bucal.

Comentou que a nossa turma aqui foi

uma das escolas que ela observou mais resultados.

... quando a gente fica com uma turma ao longo de mais

de um ano, um tempo maior

pra gente estar percebendo...

... a gente consegue sim notar

uma diferença, até pelos

comentários deles...

Percebe quando acompanha a turma

Percebe pelos

comentários

P.22

Ah sim, eles mudam bastante o

comportamento, perguntam bastante me

relação aos temas de saúde, tem alunos

de inclusão que eles perguntam: “Eu

posso? Tenho que ir no médico? Como

chama o médico? O que eles vão fazer

comigo? Você é professora de ciências,

de biologia, você tem quem me ajudar”.

Então eu tento ajudar, explicar sobre

vírus, bactérias, as viroses, doenças,

então sempre procuro ajuda-los.

... mudam bastante o

comportamento, perguntam

bastante me relação aos temas

de saúde...

Percebe pelo

interesse ao tema

P.23

Sim, sim, é fácil de ver mudança porque

aqueles que já conheciam alguma coisa é...eles ficam normais, agora os que não

sabiam já aconteceu de aluno entrar na

sala e falar: “professor hoje, eu tive um

frio na barriga, o ônibus encalhou e eu

tive um frio na barriga e eu sei que foi a

noradrenalina que está agindo no meu

corpo”, então é uma coisa que ele

conseguiu perceber, conseguiu associar a

alteração no seu corpo e o que provocou

essa mudança, o que está agindo em seu

corpo, então alguns tem facilidade de compreensão, vendo que isso faz parte

deles, então estão recebendo bem a

informação também.

...é fácil de ver mudança...

... uma coisa que ele conseguiu perceber, conseguiu

associar a alteração no seu

corpo e o que provocou essa

mudança, o que está agindo

em seu corpo, alguns tem

facilidade de compreensão,

vendo que isso faz parte deles,

então estão recebendo bem a

informação também....

Percebe com

facilidade

Percebe pela

associação com

situações

vivenciadas

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103

Tabela 10: Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 4: Descreva

sobre seu sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a qualidade de

vida do seu aluno e dos seus familiares.

p.24

Se você, por exemplo, comparar o

trabalho do início do bimestre pro final

do bimestre, você consegue sentir sim,

dependendo da sala, dependendo do

ambiente você sente sim uma melhora, uma evolução nesse entendimento deles

na parte de saúde. Pois eles acreditam

muito no que veem na TV, e nem sempre

é isso que acontece, então as vezes você

mostra uma outra parte pra eles, e

deixam eles na dúvida, então eu sempre

digo pra eles: Nunca acreditem naquilo

que vocês ouvem, escuta e vocês

pesquisam pra ter certeza, pois hoje em

dia qualquer um pode falar alguma coisa

e a gente não sabe se isso é verdade ou não.

…se...comparar o trabalho do

início do bimestre pro final do

bimestre, você consegue sentir

sim...

... dependendo da sala,

dependendo do ambiente você

sente sim uma melhora, uma

evolução nesse entendimento

deles na parte de saúde...

Percebe ao final do

bimestre

Percebe

dependendo do

ambiente

Profess

or

Colabo

rador

Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)

P.1

Ah, eu acho que somos responsáveis,

principalmente pela orientação né?

Nosso foco aqui é orientar além de

passar o aprendizado, pra ele poder se

prevenir e certas circunstancias ele

evitar, então acho que nosso principal

foco seria a orientação devido essas

doenças mesmo, o modo de transmissão,

pra que ele possa numa situação, poder

dizer: “Não! Isso não é legal porque pode

acontecer aquilo!” Pra ele poder se

prevenir, nosso foco mesmo é a

orientação, tanto na parte de vacinação,

quando a gente entra no 1º ano e fala

muito da história da vacinação, a gente

comenta o que é importante, eles terem

na vida reprodutiva traz, fazendo a

vacinação correta de 15 anos, as meninas

do HPV que teve assim, uma grande

campanha pra vacinação gratuita, é mais

com o intuito de “ai mais dói

professora...”, mas pense bem, essa

dorzinha agora poder evitar um

...eu acho que somos

responsáveis, principalmente

pela orientação...

Nosso foco aqui é orientar

além de passar o aprendizado,

pra ele poder se prevenir e

certas circunstancias ele

evitar,

Responsável pela

orientação

Responsável por

passar o

aprendizado

Page 105: SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE Emanuelle... · dos dados, foi utilizado o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e a nuvem de palavras para visualização da ocorrência das palavras

104

tratamento de câncer que vai ser muito

mais dolorido, então o nosso papel

principal é a orientação e junto com ela a

informação pra eles saberem o porquê,

então é crucial nessa parte.

P.2

Eu acho que sim, que podemos

influenciar. Por exemplo, agora a gente

está participando de um projeto de

drogas, né...só que está no começo, está

no 1º módulo e ... só que nesse projeto a

gente vê a ação assim, que às vezes o

professor tenta trabalhar sozinho, e a

gente sente que tem uma

responsabilidade em relação ao aluno,

mas talvez, se fosse um projeto ou que

mais professores estivessem juntos...a

gente teria uma resposta melhor...Igual

ao projeto do ano passado, nossa escola

fez sobre a sexualidade, eu desenvolvi o

projeto, mas aí...eu senti que os alunos

deram maior importância ainda, porque

os outros professores estavam

comentando também, então eles sentiram

mais interessados, às vezes não houve só

seu ponto de vista, às vezes tem outras

informações, que a gente não sabe, mas

os professores podem passar, mas eu

acho que o professor de ciências e de

biologia eles são vistos pelo aluno como

alguém que entende sobre saúde, então

eles buscam muitas vezes a gente...caso

de aluna grávida...de 1º ano, gestante...

eles vem atrás da gente em busca de

perguntas a respeito de

anticoncepcional...Então, pensando nesta

forma, às vezes não a melhoria do

sistema não parte só dos alunos, mas dos

professores também querer mudar,

porque na verdade a saúde um tema

transversal e transdisciplinar... mesmo

que o aluno veja o professor de ciências

e biologia mais encarregado, mais

próximo dele.

Eu acho que sim, que

podemos influenciar... a gente

sente que tem uma

responsabilidade em relação

ao aluno,

...mas talvez, se fosse um

projeto ou que mais

professores estivessem

juntos...a gente teria uma

resposta melhor...

...eu acho que o professor de

ciências e de biologia eles são

vistos pelo aluno como

alguém que entende sobre

saúde, então eles buscam

muitas vezes a gente...

. a melhoria do sistema não

parte só dos alunos, mas dos

professores também querer

mudar, porque na verdade a

saúde um tema transversal e

transdisciplinar... mesmo que

o aluno veja o professor de

ciências e biologia mais

encarregado, mais próximo

dele.

Sente-se

responsável

Responsabilidade

compartilhada

O professor de

biologia é

procurado pelos

alunos

Os professores

precisam mudar

P.3

Acho que como um professor, e de

biologia a gente tem que ter essa

responsabilidade sim, e tratar desses

temas, realmente orientar corretamente o

...como um professor, e de

biologia a gente tem que ter

essa responsabilidade

sim...…orientar corretamente

Sente-se

responsável como

professor de

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105

aluno. Mas quando se fala em

responsabilidade até a consciência pesa,

pois a gente não trata como deveria...

o aluno...

...a gente não trata como

deveria...

biologia

O tema não é

tratado como

deveria

P.4

Com certeza somos responsáveis, até pra

ele pensarem na questão .... Por exemplo,

núcleo celular, que aparentemente parece

algo longe, bem distante dos alunos

porem eu trouxe bem próximo pra eles,

porque deu para falar de material

genético, de tumores de câncer, porque

eu tento deixar mais perto da realidade

do aluno, de cada sala.

Com certeza somos

responsáveis, até pra ele

pensarem na questão ....

...eu tento deixar mais perto da

realidade do aluno, de cada

sala.

Sente-se

responsável.

Aproxima os

conteúdos da

realidade dos

alunos.

P.5 Eu me sinto muito responsável. Eu me sinto muito

responsável.

Sente-se

responsável.

P.6

Olha, em partes, porque isso ai também

depende da família, do pai, da mãe e do

próprio aluno, porque são adolescentes, e

hoje está tudo na internet, os meios de

comunicação divulgam toda hora.

...em partes, porque isso ai

também depende da família,

do pai, da mãe e do próprio

aluno, porque são

adolescentes, e hoje está tudo

na internet, os meios de

comunicação divulgam toda

hora.

Sente-se

responsável em

parte.

P.7

Acho não só com os alunos, acho pela

família inteira. Porque assim, eles sabem

muito do senso comum, porque eles

estão naquele ambiente, a família estava

passando algum tipo de conhecimento

pra ele, e ele leva aquilo como

verdadeiro, e o ponto de vista também é

verdadeiro. Qual é o meu papel como

professor? Não é....mostrar que o que ele

está falando é errado, mas ele tem que

chegar nessa conclusão. Quando ele

muda, quando ele percebe que aquilo ele

acreditava não é realmente o que é, ele

acaba influenciando a própria família.

Então por exemplo, a gente está

discutindo assim com eles, a sexualidade,

o pré-natal; então uma menina ficou

grávida na escola...Quando ela percebe

que ela precisa fazer o pré-natal, por

vários fatores, ela acaba passando isso

para frente, até para às amigas dela, e

acaba influenciando na mãe, no pai, do

...Acho não só com os alunos,

acho pela família inteira...

... Quando ele muda, quando

ele percebe que aquilo ele

acreditava não é realmente o

que é, ele acaba influenciando

a própria família...... eu acho

que o tema saúde acaba indo

mais além do da sala de aula...

...eu leciono há 15 anos, os

alunos mudaram totalmente,

porque eles tem um acesso a

informação absurdo, e eu

venho modificando minha

aulas ....O professor é o

Sente-se

responsável,

inclusive pela

família.

O tema saúde vai

além da sala de aula

O professor é

mediador

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106

comportamento do pai, no

comportamento da mãe, eu acho que o

tema saúde acaba indo mais além do da

sala de aula. Não tem como né? Não tem

como você...o ato de ensinar ele não é

estanque, não tem como ensinar alguém

que não quer aprender, o que a gente

tenta fazer, que nunca vai chegar em

100% porque a estrutura de escola que

nós temos não é o ideal, mas ele só

aprende quando realmente quer, e tem

outra questão, o professor tem que estar

aberto pra isso, por exemplo, eu leciono

há 15 anos, os alunos mudaram

totalmente, porque eles tem um acesso a

informação absurdo, e eu venho

modificando minha aulas ....O professor

é o mediador, e tem que fazer muito bem

isso, senão ele trava a turma.

mediador, e tem que fazer

muito bem isso, senão ele

trava a turma.

P.8

Com certeza! Aliás, esse tema sobre

saúde, por eu ser professor de educação

física é um tema que eu bem gosto, gosto

bastante, por exemplo, nessa nova fase

que eu estou vivenciando na biologia

quando eu chego nesses temas eu me

sinto muito mais à vontade até por eu ter

um pouco mais de conhecimento e

facilidade pra trabalhar com eles, e o que

eu acho, pelo que leio dentro da OMS,

falando desses temas, eu acho que é o

ideal, claro que os outros temas são

necessários, mas é o ideal nos

trabalharmos essa vivencia e essa

realidade do nosso aluno.

Com certeza...... eu acho que é

o ideal, claro que os outros

temas são necessários...

...mas é o ideal nos

trabalharmos essa vivencia e

essa realidade do nosso

aluno....

Sente-se

responsável.

Ideal é trabalhar a

realidade do aluno

P.9

A gente se sente responsável em passar e

dar uma base, por outro lado você fica

até decepcionado, pela falta de recepção

por parte deles, de interesse, de focar

saúde, alimentação, obesidade, e eles

quase que não associam tanto, e assim

mesmo a gente trabalha, trabalha e dá a

base porque o foco é sempre dar a base e

auxiliá-los.

A gente se sente responsável

em passar e dar uma base... e

eles quase que não associam

tanto, e assim mesmo a gente

trabalha, trabalha e dá a base

porque o foco é sempre dar a

base e auxiliá-los.

Sente-se

responsável em dar

a base aos alunos,

auxiliá-los.

P.10

Muito, muito, eu acho que a gente como

educadora né, precisa sim, sinto sim, a

gente mesmo...a gente acaba assumindo

mesmo, eu acho porque a gente está mais

próximo dele então acaba que sendo uma

obrigação um dever, principalmente na

Muito, muito...... a gente está

mais próximo dele então acaba

que sendo uma obrigação um

dever, principalmente na nossa

área...

Sente-se

responsável por ser

da área

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107

nossa área.

P.11

Sim, nossa, sem dúvida nenhuma, são

temas de extrema importância. O que a

gente percebe que muitas vezes os alunos

tem principalmente, nos temas voltados

a saúde, uma visão muito limitada de

como acontecem os processos, pra que

serve uma vacina, as vezes eles veem na

televisão, porque tem que usar camisinha

numa relação sexual, mas não sabe usar,

não sabe por, não sabe as doenças, as

meninas até em relação ao ciclo

menstrual acham que se tomar o remédio

não pega doença, ou não sabe o ciclo, se

é regulado se não é, então acho que dá

pra ajudar muito nessa parte.

Sim, nossa, sem dúvida

nenhuma, são temas de

extrema importância... O que a

gente percebe que muitas

vezes os alunos tem

principalmente, nos temas

voltados a saúde, uma visão

muito limitada de como

acontecem os processos...

então acho que dá pra ajudar

muito nessa parte.

Sente-se

responsável devido

a importância dos

temas.

P.12

Sim, sim, porque a primeira parte, eles

vem na escola pra ter um educação

também, inclusive nessa parte, eles

aprendem muito com a gente sim,

inclusive nesse parte de prevenção, com

certeza.

Sim, ...eles aprendem muito

com a gente sim, inclusive nesse parte de prevenção, com

certeza.

Sente-se

responsável

P.13

Como professora de biologia não, mas

como professora sim. É claro que na

prática as coisas de saúde parece que está

diretamente relacionada com o professor

de biologia, por conta de, teoricamente,

ele ter mais conhecimento sobre aquilo

do que outros, mas eu acho que isso

devia ser desvinculado, porque muitas

vezes o professor mais acessível, que

poderia ter maior resultado com o aluno

não é o de biologia, é o de matemática, é

a questão da afinidade com o professor

com a sala, que de repente é maior que o

conhecimento, porque ele está ai pra

qualquer um adquirir, pedir ajuda...então

nessa linha de trabalho devia ser

diferente, na pratica a gente fica mais

responsabilizado. Eu não tenho problema

quanto a isso, pois não tenho problema

de conversar com o aluno sobre assunto

nenhum, e o que eu não sei também não

tenho vergonha de falar, de pesquisar.

Mas acho que não devia ser

automaticamente vinculado, exclusivo do

professor de biologia. É um tema

transversal, que todos os professores

deviam trabalhar, mas acaba a gente

trabalhando mais com eles do que os

... Como professora de

biologia não, mas como

professora sim...

... acho que não devia ser

automaticamente vinculado,

exclusivo do professor de

biologia......É um tema

transversal, que todos os

professores deviam trabalhar,

mas acaba a gente trabalhando

mais com eles do que os

outros professores.

Sente-se

responsável como

professora

Responsabilidade

compartilhada

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108

outros professores.

P.14

Lógico, completamente, os alunos que

não tem conselhos de higiene em casa...a

escola é onde nós precisamos, como

educadores passar o que precisa ser feito,

em ciências e biologia porque está mais

junto aos temas, sobre escovar os dentes,

tomar banho, quantas vezes eles vem

cheirando xixi....

Lógico, completamente...a

escola é onde nós precisamos,

como educadores passar o que

precisa ser feito, em ciências e

biologia porque está mais

junto aos temas...

Sente-se

responsável em

passar o que precisa

ser feito

P.15

Responsável não, mas eu acho assim, o

que eu posso fazer, posso estar passando,

alguma informação, ai sim, entendeu? Eu

acho que vai de cada um, mas eu não me

sinto responsável, por exemplo gravidez

na adolescência, todo ano a gente faz a

campanha e eu não posso falar que o

número diminui. O ano passado foi até

bem interessante, pois a menina que mais participou, que pegou bexiga que estava

grávida naquela viagem, foi a a que mais

participou do debate, que disse querer até

fazer intercambio, estava grávida, acho

que até... ou ela engravidou depois da

dinâmica ou ela já estava gravida, e do

jeito que ela falou eu colocava a minha

mão no fogo, pois ela demonstrou ter

perspectiva de vida, de estudar, falou até

de intercambio, pois a maioria dos

nossos alunos aqui já falaram,

principalmente lá no Turvo que vão terminar o EM e acabou, então assim,

não adianta...3 ano apáticos,

desinteressados, não querem saber de

nada...nem com 15 alunos que poderia

ser um paraíso no entanto eles não tem

interesse, não querem estudar, não vão

fazer faculdade, vão trabalhar de

motorista.... Isso não é só em biologia, é

em tudo, eles não tem interesse, você vai

no básico no que eles conseguem fazer

na sala de aula só pra tirar nota, nem ENEM eles fazem inscrição....

Responsável não, mas eu acho

assim, o que eu posso fazer,

posso estar passando, alguma

informação...

Não se sente

responsável

P.16

Eu sinto que isso é fato, porque muitos

deles não tem nenhuma noção do que

está acontecendo com o corpo deles, não

tem como chegar e conversar com os

pais, ainda mais na nossa comunidade

que os alunos tem pais que não tem nem

o ensino primário, então a gente procura

fazer esse trabalho, que é até legal, eu

gosto disso, a medida que eu sei, que eu

posso ajudar, eu estou fazendo.

Eu sinto que isso é fato,

porque muitos deles não tem

nenhuma noção do que está

acontecendo com o corpo

deles, não tem como chegar e

conversar com os pais...

...a gente procura fazer esse

trabalho, que é até legal, eu

gosto disso, a medida que eu

sei, que eu posso ajudar, eu

estou fazendo

...

Sente-se

responsável

Gosta de ajudar

P.17 Sim, me sinto responsável, pois é um tema bastante abrangente, eles

participam, as vezes até relatam casos da

Sim, me sinto responsável, pois é um tema bastante

abrangente...

Sente-se responsável

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109

família de doenças...temos que ajudar. ...Temos que ajudar Gosta de ajudar

P.18 Me sinto responsável por contribuir na prevenção, através de informações claras

e precisas, dar um apoio, mas a mudança

de atitude dele não é garantida.

Me sinto responsável por contribuir na prevenção,

através de informações claras

e precisas, dar um apoio...

Sente-se responsável por

contribuir na

prevenção

P.19

Me sinto sim porque eu gosto de abordar

esse tema, tenho bastante liberdade, tento

trabalhar com a maior naturalidade

possível, principalmente os relacionados

a sexualidade e DST que é um tabu pra

criançada…eu me acho responsável sim,

pois grande parte das informações dos

meus alunos que estão no 3º ano tem é

devido todo esse percurso, que agora que eu estou completando uma turma.

Me sinto sim porque eu gosto

de abordar esse tema...

.

Sente-se

responsável

P.20

Eu acredito que o professor de biologia

ele tem tanta função social como

qualquer outro professor, só que a forma

de abordagem nessa na disciplina te dá

mais um pouco de inserção na vida dos

alunos, eu me sinto responsável como

todos deveriam se sentir. Se a gente tem

o conhecimento, e tem alguém que não

tem, a gente tem que passar isso pra eles.

...a forma de abordagem nessa

na disciplina te dá mais um

pouco de inserção na vida dos

alunos, eu me sinto

responsável como todos

deveriam se sentir.

Sente-se

responsável pela

inserção do tema na

vida do aluno

P.21

O professor é o primeiro agente de

saúde, que trabalha com eles. Eu sinto

como minha obrigação mesmo, de estar trabalhando esse tema, é uma

responsabilidade muito grande da gente

estar desenvolvendo, e criando junto com

eles uma responsabilidade pela área da

saúde, principalmente na educação,

higiene pessoal, que são os maiores

vínculos, difundir as verminoses, as

parasitoses, o professor de ciências e

biologia tem uma grande

responsabilidade em diminuir essa

disseminação de doenças.

O professor é o primeiro

agente de saúde, que trabalha

com eles... ... sinto como minha

obrigação...

... professor de ciências e

biologia tem uma grande

responsabilidade em diminuir

essa disseminação de

doenças....

Sente-se

responsável.

P.22

Ahh sim, como professora de ciências eu

sou cobrada principalmente por eles, eles me cobram, professora o que é isso, o

que é aquilo. Principalmente sobre

sexualidade, minha mãe não explica isso,

me ajuda, daí eu explico, tento ajudar,

acho que essa é minha função.

...Sim, como professora de

ciências eu sou cobrada principalmente por eles...

... eu explico, tento ajudar,

acho que essa é minha

função....

Sente-se

responsável

Tenta ajudar

P.23

De certa maneira sim, porque se digamos

assim, a escola hoje em dia, o pessoal

manda, os pais mandam as crianças pra

serem educados na escola, na minha

concepção, então eles fazem isso: “vai lá

e o professor vai ensinar você tudo o que

você tem que saber”, o professor vai ensinar você lá, e não é bem assim.... Por

exemplo, eu estava ensinando métodos

contraceptivos, passam 3 meses a aluna

fica gravida, daí o pai fala: “o professor

não ensino os métodos contraceptivos

pra você?” Então fica uma coisa meio

complicada, então eu me sinto um pouco

responsável…quando você gosta do que

... De certa maneira sim...eu

me sinto um pouco

responsável...

...quando você gosta do que

está fazendo, você quer tomar

conta, você quer que eles aprendam e não façam as

coisas erradas...

Sente-se um pouco

responsável

Cuidado com os

alunos

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110

Tabela 11: Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 5: Comente o

que você sabe sobre as metodologias ativas de aprendizagem, se já ouviu falar ou o que

desconfia que seja.

está fazendo, você quer tomar conta,

você quer que eles aprendam e não

façam as coisas erradas, mas não é

sempre que acontece isso, infelizmente

acontece muito dos alunos entrarem em drogas, ficando grávidas, e isso acontece

querendo eu ou não...faz parte, mas eu

tento incentivá-los a não fazerem, tenho

um cuidado com eles.

p.24

Ahhh sim! Com certeza eu me sinto, por

causa que a saúde começa com você

prevenindo não? E tem como você

trabalhar essa parte de prevenir as coisas

aqui nesse momento, pois nessa idade,

geralmente, você não tem tantos

problemas, os problemas se acarretam se

você tem uma alimentação que não seja adequada, dorme pouco, então nesse

momento acho que é legal você trabalhar

esse tipo de coisa, a saúde preventiva

principalmente.

...com certeza eu me sinto, por

causa que a saúde começa

com você prevenindo... então

nesse momento acho que é

legal você trabalhar esse tipo

de coisa, a saúde preventiva

principalmente.

Sente-se

responsável pela

Saúde preventiva

Profess

or

Colabo

rador

Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)

P.1

Não conheço, não por esse nome, mas

acho que toda metodologia nova pode ser

enriquecedor pra gente no trabalho de

realização, o que a gente puder estar

fazendo pra despertar esse interesse…é

sempre válido pra gente poder estar

trabalhando melhor.

Não conheço, não por esse

nome...

...toda metodologia nova pode

ser enriquecedor...

Não conhece

Toda metodologia

nova é válida

P.2

Não conheço, não imagino o que seja. Não conheço, não imagino o

que seja.

Não conhece

Não conheço mas com certeza gostaria

de conhecer, a gente tem que seguir o

currículo, pode parecer desculpa essa

questão do currículo pra não trabalhar,

até talvez seja um pouco, o fato é que a

cobrança é em cima deste currículo,

realmente a metodologia, esse trabalho

diferenciado, porque tudo que apresenta

de diferente ao aluno ele dá uma

resposta, mas a gente está tão cansado no

Não conheço, mas com

certeza gostaria de conhecer.

...falta um apoio, uma

oportunidade, um incentivo. A

gente está sempre aberto a

Não conhece, mas

gostaria de

conhecer

Falta apoio e

incentivo para

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111

dia a dia, são tantas aulas que a gente

acaba relaxando nesse sentido, por uma

questão de comodismo, muito tempo no

estado, muito tempo de serviço, isso vai

procurando uma anestesia na gente que a

gente não busca por essas coisas,

infelizmente vissem talvez da DE, do

próprio currículo, uma forma

diferenciada, funcionaria acho que

melhor, porque se fala muito no

professor, que ele tem que se diferenciar,

mas não se oferece tempo pra gente

trabalhar, preparar nossas aulas, tem que

estar na sala de aula o tempo todo, não se

cumpre uma lei, que é a lei do piso.

Quando eu chego em casa a única coisa

que eu tenho vontade é comer e dormir,

essa é a realidade…e a gente que

trabalhar, não é só desculpa…não é bem

assim....falta um apoio, uma

oportunidade, um incentivo. A gente está

sempre aberto a conhecer,

principalmente aberto a uma nova

proposta e se for possível receber um

material, nem que sejam slides, vídeos,

qualquer coisa que ajude no processo de

aprendizagem, acho que facilita bastante

essa questão ...acho que esse apoio

realmente que as O.T deu uma cessada,

acho que isso prejudicou um

pouco…vem pra escola, vai ver minha

aula e daí? Qual o apoio que eu tenho?

Vê se aula está no currículo, vai estar,

mas não é suficiente, principalmente nos

temas de saúde pública.

conhecer, principalmente

aberto a uma nova proposta e

se for possível receber um

material, nem que sejam

slides, vídeos, qualquer coisa

que ajude no processo de

aprendizagem, acho que

facilita bastante essa questão

novas propostas

P.4

Não conheço mas acredito que seria

enriquecedor sim, porque o que falta pra

eles é material para trabalhar com os

alunos, então quando você trabalha

sistemas do corpo humano por exemplo,

seria legal ter jogos, fazer dinâmicas,

para que envolvam os alunos, para que

eles estejam percebendo o que está

acontecendo realmente, aulas práticas em

biologia, em algumas aulas pelo menos,

não dá pra ser todas, lógico.

Não conheço mas acredito que

seria enriquecedor...

...seria legal ter jogos, fazer

dinâmicas, para que envolvam

os alunos...aulas práticas

Não conhece, mas

acredita ser

enriquecedor

Diversificar

estratégias para

envolver os alunos

P.5

Não ouvi falar, mas se você me falar

como funciona algumas, eu posso até ver

se eu identifico nas minhas práticas

docentes.

Não ouvi falar... Não conhece, nunca

ouviu falar.

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112

P.6

Nunca ouvi falar, única cosia que eu

estou seguindo é que eu pego a apostila e

os livros didáticos, eu sinto que o

governo abandonou essa parte de

programa de saúde, como outra matéria,

educação ambiental que faz parte de

saúde, pra você ter uma ideia o currículo

de Minas Gerais tem 3 aulas de ciências

e 1 de educação ambiental, e no estado

de SP não tem aula de educação

ambiental, está inserido em biologia,

assim como programa de saúde, e devia

ter 50 minutos por semana dessas

matérias

Nunca ouvi falar... Não conhece, nunca

ouviu falar.

P.7

Por esse nome não. Mas a estrutura

metodológica…precisa mudar essa

estrutura. Não existe um tempo pro aluno

buscar, só a gente oferece...Não tem

outro caminho pra educação, se gente

continuar assim eles vão sair sem saber

nada... é preciso quebrar as resistências,

com a da sala ambiente... trabalhar por

áreas, interdisciplinar... conexão,

contextualização…

Por esse nome não... Mas a

estrutura

metodológica…precisa

mudar...Não existe um tempo

pro aluno buscar, só a gente

oferece...

Não tem outro caminho pra

educação, se gente continuar

assim eles vão sair sem saber

nada... é preciso quebrar as

resistências, com a da sala

ambiente... trabalhar por áreas,

interdisciplinar... conexão,

contextualização…

Não conhece por

esse nome

É preciso quebrar

resistências e mudar

P.8

Não conheço, mas eu acho que nós

conseguiríamos uma mudança de atitude

mesmo, eu com certeza acho que sim. Na

minha turma do 1º ano, eu estou

trabalhando com eles...no 3º ano estamos

falando sobre alimentação, digestão,

circulação e sistema respiratório, está

falando diretamente da alimentação, e

assim, muitos deles não entendem pra

que que serve o carboidrato, os lipídeos,

as proteínas, mas, é... eu tinha dentro do

caderno do aluno, tinha uma tabela que

se chama guia de bolso, e nesse guia, já

conseguiu prender mais atenção deles,

onde tem pro exemplo a cadeia dos

alimentos, o alimento rico, nutritivo,

então percebi que teve muitos deles

perguntando, porque o jovem de hoje em

Não conheço, mas eu acho que

nós conseguiríamos uma

mudança de atitude mesmo, eu

com certeza acho que sim.

...Se existe um método de uma

maneira diferenciada, como

esse que eu te falei agora,

além de ele pensar na beleza,

eles estaria pensando em sua

saúde, então poderia mudar os

hábitos alimentares, como

nesse exemplo que eu dei pra

você agora. Não, eu acho que

deve ser alguma coisa que seja

Não conhece

Método

diferenciado

poderia mudar

atitudes

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113

dia, indiretamente, ele está pensando na

beleza mas está cuidando da saúde.

Então se existe um método de uma

maneira diferenciada, como esse que eu

te falei agora, além de ele pensar na

beleza, eles estaria pensando em sua

saúde, então poderia mudar os hábitos

alimentares, como nesse exemplo que eu

dei pra você agora.

Não, eu acho que deve ser alguma coisa

que seja na prática mesmo.

na prática mesmo.

P.9

Não conheço, mas sem dúvida, se tivesse

uma mudança de estrutura, diminuísse o

número de alunos por sala, mudasse infra

estrutura, tivesse alguma alterações nas

questões de gestão e política de educação

e tivesse um sistema que realmente

motivasse tanto a equipe docente como

os alunos, então eles não veem...hoje a

política é corrupta, o sistema é corrupto,

o sistema é falho, os exemplos vem de

cima, então a política de educação que

devia melhorar…. eu acredito que é de

proposito que eles não querem mudar,

melhora, não investir, é claro que se você

colocar condições, investir, mudar o

foco, isso deveria ser um trabalho árduo,

grande, começar desde as séries iniciais,

no pré, mudar uma concepção, mas pra

isso deveria realmente haver vontade

política, o que na verdade não há, esbarra

nesse lado, e claro, que mesmo não

havendo a gente faz a nossa parte,

trabalha com carinho, respeito, a gente

corre atrás, faz o melhor, procura

diferenciar as estratégias para atingir o

aluno, pra que ele aprenda, a gente é um

vetor, mesmo em situações adversas, a

gente é um vetor pra que o aluno tenha

um aprendizado, então a gente faz com

muito carinho pra que ele realmente

aprenda dentro das circunstancias....

Não conheço, mas sem

dúvida, se tivesse uma

mudança de estrutura,

diminuísse o número de

alunos por sala, mudasse infra

estrutura, tivesse algumas

alterações nas questões de

gestão e política de educação e

tivesse um sistema que

realmente motivasse tanto a

equipe docente como os

alunos...

...a gente corre atrás, faz o

melhor, procura diferenciar as

estratégias para atingir o

aluno, pra que ele aprenda, a

gente é um vetor, mesmo em

situações adversas, a gente é

um vetor pra que o aluno

tenha um aprendizado, então a

gente faz com muito carinho

pra que ele realmente aprenda

dentro das circunstancias...

Não conhece.

Mudanças que

motivem docentes e

alunos

Diferenciar

estratégias para que

o alunos aprendam

P.10

Ativa? Constante? Não sei... Assim,

quanto mais você aproxima a realidade

né, do aluno, quanto mais você, é como

eu falei, é a contextualização ali mesmo,

vivencia, acaba sendo uma metodologia

mais eficaz, eu acredito né, um pouco,

não fica no abstrato, e tem chance de

partir deles também a mudança... o aluno

Ativa? Constante? Não

sei...quanto mais você

aproxima a realidade né, do

aluno, quanto mais você, é

como eu falei, é a

contextualização ali mesmo,

vivencia, acaba sendo uma

metodologia mais eficaz, eu

Não sabe

Metodologia que

aproxima da

realidade do aluno

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114

tem aquela mentalidade muitas vez de

biologia, e mesmo ciências... esses dias

dentro da sala uma aluna veio perguntar

alguma coisa sobre a sexualidade, então

a gente acaba que parece que é um

enfermeiro, que sabe mais, que substitui

o médico, então eu tenho um carocinho o

que é... então acaba aproximando mais

da gente por isso então, com certeza

nosso papel é muito importante.

acredito né, um pouco, não

fica no abstrato, e tem chance

de partir deles também a

mudança

P.11

Com esse nome não. Eu acho que seria

fornecer os subsídios necessários pra que

o aluno possa construir algum tipo de

conhecimento, você pegar as pecinhas e

colocar em cima da mesa e direcionar...

dá pra você fazer uma casa com esses

cubos, como você pode fazer isso? Da

pra começar pelo teto? Pela parede?

Seria mais ou menos isso, acho que vai

pra esse ponto. Se a gente tivesse a

oportunidade de trabalhar, todas, ou a

maioria das aulas, pelo menos, você

precisa entrar qualquer tipo de tema com

o aluno, então você aborda um tema, daí

você faz com que ele faça a construção

do conhecimento, daí você dá um

subsídio pra ele montar, fazer uma

exposição daquilo que ele aprendeu,

montar o conhecimento dele, demoraria

... o tempo... o proveito do tempo seria

uma coisa assim, extraordinária, você

aproveitaria o tempo de uma maneira

muito maior do que a gente aproveita, só

que nós esbarramos em muitas

questões...não é que a gente não tenha

vontade, a gente tenta fazer algo muito

dinâmico, fazer eles perceberem muita

coisa, comentarem muita coisa, mas

esbarramos no desinteresse da parte

deles, e assim .... Pensadores, momento

de transição... fatores externos pra

interferirem na escola, pra dar um

subsídio... não dá pra quebrar o pau,

senão vou criar mais barreiras, é preciso

estreitar o laço, eu digo que acredito

neles, que eles conseguem fazer, vamos

fazer pessoal, vamos prestar atenção,

vamos fazer tal coisa hoje? Mas é algo

muito devagar... tem um crescimento

depois esmorece de novo, não dá pra eu

Com esse nome não...... acho

que seria fornecer os subsídios

necessários pra que o aluno

possa construir algum tipo de

conhecimento...você aborda

um tema, daí você faz com

que ele faça a construção do

conhecimento, daí você dá um

subsídio pra ele montar, fazer

uma exposição daquilo que ele

aprendeu...

Seria o ideal que todos os

professores trabalhassem

assim, em cima da construção

do conhecimento, o caminho

da educação realmente é esse,

eles construírem, ele perceber

que ele é capaz, porque aquilo

que você faz você não

esquece, você erra uma vez,

depois aprende....

Não conhece com

esse nome

Todos os

professores

deveriam trabalhar

com construção do

conhecimento

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115

insistir muito é complicado...daí

mesclamos o tradicional, com algo

diferente, daí vi que consegui, daí faço

de novo, e assim vai... seria o ideal que

todos os professores trabalhassem assim,

em cima da construção do conhecimento,

o caminho da educação realmente é esse,

eles construírem, ele perceber que ele é

capaz, porque aquilo que você faz você

não esquece, você erra uma vez, depois

aprende....por que nosso sistema de

ensino é um sistema furado....é um

sistema que não prioriza...tem as

questões de competência habilidade, mas

a maioria dos professores não trabalham

assim, não priorizam o aluno....a gente

escuta os professores falando, que passou

um texto na lousa e o aluno não

respondeu...não é interessante pra

ele...então isso dificulta....você faz algo

diferente e os outro não.

P.12

Não conheço, mas acho muito válido, se

tivesse alguma metodologia diferenciada

seria de muito bom uso, pela gente e

pelos alunos também.

Não conheço, mas acho muito

válido, se tivesse alguma

metodologia diferenciada seria

de muito bom uso, pela gente

e pelos alunos também.

Não conhece mas

acha válido

P.13

Por esse nome não conheço, mas tenho

interesse em conhecer.

Por esse nome não conheço,

mas tenho interesse em

conhecer.

Não conhece, mas

tem interesse

P.14

Não conheço. Seria ótimo conhecer, pois

com certeza seria bem melhor, se não

tivesse algo, não só a escola, não só o

professor, se tivesse algo que o aluno

pudesse ter acesso direto, seria melhor.

Não conheço. Seria ótimo

conhecer, pois com certeza

seria bem melhor, se não

tivesse algo, não só a escola,

não só o professor, se tivesse

algo que o aluno pudesse ter

acesso direto, seria melhor.

Não conhece, seria

ótimo conhecer.

P.15

Metodologias ativas…não sei...... já ouvi

falar...eu acho que é assim, que tem a ver

com contextualização, com o

conhecimento prévio do aluno, a

participação…ver o que eles sabem e

partir daquele ponto…isso que eu

ouvi…ahhhh...é o protagonismo não é?

...já ouvi falar...eu acho ...que

tem a ver com

contextualização, com o

conhecimento prévio do

aluno, a participação…ver o

que eles sabem e partir

daquele ponto…isso que eu

ouvi…ahhhh...é o

protagonismo

Ouviu falar

P.16 Não conheço, não por esse nome...mas tenho interesse, tudo é aprendizado

Não conheço, não por esse nome...

... tenho interesse, tudo é

aprendizado

Não conhece por esse nome

Tem interesse

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116

P.17 Não conheço, mas pelo nome acho que

alcançaria

Não conheço, mas pelo nome

acho que alcançaria mais

alunos...

Não conhece

P.18

Não, com esse nome não. A gente vai na

prática do dia a dia, do que a gente já tem ao longo dos anos, mas nada assim, com

essa denominação não e eu nunca vi

nada... A única coisa que eu tenho de

noção, que não sei se entra nisso que

você falou é esse do vale sonhar que a

gente trabalha já algum tempo, com

cartões, dinâmicas, mas fora isso não.

Hoje a gente tem um aluno diferente, eu

acho que esse aluno mais agitado, que as

vezes é meio difícil de trabalhar com

eles, novos caminhos, novas metodologias pra trabalhar saúde seria

muito bom. Novo caminhos pra nos são

importantes e interessantes, e tudo que

vocês puderam nos ilustrar, porque a

gente fica preso na escola, mesmo que a

gente se atualize a gente não expande

muito por falta de tempo e condições...

Não, com esse nome não...eu

nunca vi nada... ...única coisa que eu tenho de

noção, que não sei se entra

nisso que você falou é esse do

vale sonhar que a gente

trabalha já algum tempo, com

cartões, dinâmicas...

... esse aluno mais agitado,

que as vezes é meio difícil de

trabalhar com eles, novos

caminhos, novas metodologias

pra trabalhar saúde seria muito bom...

Não conhece por

esse nome

Noção que o kit

vale sonhar é

semelhante

Novas

metodologias para o

aluno agitado

P.19

Não conheço por esse nome, mas eu

acho que traria transformações, pois toda

vez que a gente faz com eles sejam mais

protagonistas do processo, eles acabam

aprendendo mais.

Não conheço por esse nome,

mas eu acho que traria

transformações,

...toda vez que a gente faz com

eles sejam mais protagonistas do processo, eles acabam

aprendendo mais.

Não conhece por

esse nome

Aluno protagonista

aprende mais

P.20 Já ouvi falar, mas não sei como você…os

termos são utilizados de formas

diferentes....

Já ouvi falar, mas não sei

como...

Já ouviu falar

P.21

Não conheço, mas eu acho que com o

aluno sempre tem que ter alguma cosia a

mais, o que a gente percebe que acaba

dificultando o trabalho seria a rotina. Pra

criança e para o adolescente a rotina é

necessária em alguns pontos, mas a gente

tem que ter algo pra fugir da rotina da

sala de aula, desde que não fuja de uma sistematização do conteúdo, pois se você

deixar muito aberto, muito livre e solto o

que você vai trabalhar acaba não criando

vinculo na mente deles, eles tem que

vincular o lado prático com o teórico,

que isso que dá uma consolidação do

aprendizado. Gostaria muito de conhecer

essas metodologias, porque o próprio

professor da área biologia ele é um

questionador, ele é uma pessoa que gosta

de estar aprendendo, a própria profissão da gente faz com que a gente busque

isso, curioso por natureza, então se tiver

a oportunidade é claro que eu vou agarrar.

Não conheço, mas eu acho que

com o aluno sempre tem que

ter alguma cosia a mais, o que

a gente percebe que acaba

dificultando o trabalho seria a

rotina.

... tem que vincular o lado prático com o teórico, que isso

que dá uma consolidação do

aprendizado...

... Gostaria muito de conhecer

essas metodologias...

Não conhece

Gostaria de

conhecer.

Importância de

vincular teoria com

prática

P.22 Não conheço mas acho que elas são...é....

trabalhar com o conteúdo em si, com a

Não conheço

...acho que elas são...é....

Não conhece

Acha que é aliar

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teoria aliada com a prática do aluno, o

que lê, vê no cotidiano dele, se aquilo se

encaixa ao conteúdo, se ele vê

praticidade na teoria, na vida deles.

trabalhar com o conteúdo em

si, com a teoria aliada com a

prática do aluno,

teoria a pratica

P.23

Eu...com esse nome posso afirmar, não

me lembro, mas eu acredito que possa ser....é praticas? Atividades práticas com

os alunos pra que eles possam ver

realmente como aconteceu? Ver fatos

reais? Atividades relacionadas do dia a

dia, do cotidiano, práticas que eles façam

isso faz isso aquilo faz aquilo...

... com esse nome posso

afirmar, não me lembro...

...mas eu acredito que possa

ser....é praticas? Atividades

práticas com os alunos pra que

eles possam ver realmente

como aconteceu? Ver fatos

reais?

Não conhece por

esse nome

Acredita que é

prática

p.24 Por esse nome não conheço não. ...não conheço... Não conhece