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QUALIFICAÇÃO DE PASTAS DE TITÂNIA NANOCRISTALINO PARA CÉLULAS SOLARES SENSIBILIZADAS POR CORANTE - Clélio Dinis Ferreira Leite
QUALIFICAO DE PASTAS DE TITNIA NANOCRISTALINO PARA CLULAS SOLARES SENSIBILIZADAS POR CORANTE
Cllio Dinis Ferreira Leite
Departamento de Engenharia Mecnica
Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Departamento de Engenharia Mecnica
Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Agosto 2012
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
O presente relatrio, da autoria do Capito-de-Fragata Eng. Cllio Ferreira Leite, insere-se no trabalho de investigao subordinado ao tema Qualificao de Pastas de Titnia Nanocristalino para Clulas Solares Sensibilizadas por Corante, sob orientao do Professor Doutor Jos Andrade Campos, em colaborao com o LEDAP, foi aprovado pelo Departamento de Engenharia Mecnica, Universidade de Coimbra, a 29 de Agosto de 2012, visa o desenvolvimento de arranjos instrumentais e de metodologias adequadas, para qualificao de micro e nanops de xidos metlicos e de semicondutores, baseadas na medio de luz laser violeta dispersada. Um tal mtodo poder ser aplicado na qualificao das pastas de titnia utilizadas na fabricao dos foto elctrodos das clulas solares sensibilizadas por corante de titnia nanocristalino, essencial para a certificao deste tipo de dispositivos numa produo em larga escala.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
Palavras-Chave
pastas de nanopartculas de titnia, qualificao e caracterizao de pastas de nanoparticulas,
medio de absorvncia por laser
Key Words
nanosized titania pastes, qualification and characterization of nanoparticle pastes, absorbance
measurement by laser
RESUMO
Este projecto visa desenvolver um mtodo simples, mas simultaneamente rigoroso e de elevada
aceitao, para qualificar micro ou nanops de semicondutores de xidos metlicos, como a
zircnia (ZrO2), titnia (TiO2) ou AZO, baseado na determinao da absorvncia ou densidade
ptica, e do perfil da curva de disperso da intensidade radiante, baseada na medio da
irradiao a vrios ngulos de disperso, de provetes contendo disperses destes materiais
numa resina, com recurso a uma fonte laser violeta (=405 nm). Estes nano materiais tm
merecido uma aplicabilidade crescente em diversas indstrias, designadamente, da solar
fotovoltaica, dos biomateriais (por exemplo prteses e materiais dentrios), de catalisadores e
a de revestimentos de elevado desempenho.
O enfoque do trabalho experimental ser realizado no desenvolvimento de mtodos para a
qualificao de nanopartculas de titnia necessrias para a produo de materiais,
nomeadamente de pastas, para a indstria das clulas solares fotovoltaicas, em particular para
a das clulas solares sensibilizadas por corante de titnia nanocristalino (nc-TiO2), tambm
conhecidas por clulas de Grtzel. A qualificao dos nanops de titnia e das respetivas pastas,
necessrios para a fabricao de foto eltrodos deste promissor tipo de clulas foto
eletroqumicas, essencial para o processo de certificao e garantia de qualidade (QC/QA) dos
produtos fabricados e reduo do nmero de rejeies durante o processo de produo.
Os processos adotados de homogeneizao, preparao das amostras, procedimentos de
operao dos instrumentos e anlise estatstica devero ser englobados no processo de
qualificao de modo a se conseguirem resultados rigorosos, comparveis e amplamente
aceitveis.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
2
NDICE RESUMO ........................................................................................................................................ 5
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 4
1. INTRODUO ............................................................................................................................ 6
2. TEORIA DA TRANSMISSO E DISPERSO DE LUZ .................................................................... 10
2.1 TRANSMISSO. DEFINIES. ........................................................................................... 10
2.2 DISPERSO DE LUZ ........................................................................................................... 11
2.2.1 Disperso por partculas isoladas .......................................................................... 13
2.2.2 Disperso de luz em suspenses de partculas ..................................................... 18
2.2.3 Disperso de Rayleigh (x
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
3
LISTA DE ABREVIATURAS
A rea da seco recta da partcula ( D2/4)
(,) amplitude de vector adimensional
c concentrao de massa de partculas por volume
Cext seco-recta das partculas (m2)
D dimetro da partcula (m)
- vector do campo elctrico (Vm-1)
i- 1
I, intensidade radiante(Wm-2sr-1)
Ksca coeficiente de Kubella-Munk de disperso (m-1)
H vector do campo magntico (A m-1)
L comprimento (m)
m1 massa das partculas (Kg)
Mij- elemento da matrix de Stokes
n(D) nmero de partculas por unidade elementar de volume (m-4)
N1 ndice de refraco (complexo) N = n1 + ik1
1N Nmero de partculas por unidade de volume
P potncia radiante por unidade de volume (Wm-3)
Qext eficincia de extino
- posio radial
T Transmitncia
V- volume (m3)
absorvncia
ngulo de disperso azimutal
coeficiente de extino ou turbidez especfica
o-permitividade no espao livre (Fm-1)
fraco de volume da soluo
comprimento de onda da radiao (m)
frequncia de radiao (s-1, Hz)
turbidez ou coeficiente de atenuao (KL)
ngulo de disperso
o -permeabilidade magntica no espao livre (Hm-1)
1 densidade mssica das partculas
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
4
BIBLIOGRAFIA
[1]A.R. Jones, Light scattering for particle characterization, Progress in Energy and Combustion
Science 25 (1999) 153
[2] M. D. Lechner, Influence of Mie scattering on nanoparticles with different particle sizes and
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Chemistry, University of Osnabrueck, 49069 Osnabrueck, Germany
[3] The Scattering of Light by Small Particles, Advanced Laboratory, Physics 407 University of
Wisconsin Madison, Wisconsin 53706, April 2010
[4] Harutoshi Asakawa et al. Heating rate effects on the crystallization behavior of isotactic
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[5] Brian R. Kimball, Experimental Uncertainty in Lase Based Optical Density Measurements,
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[6] Erik S. Thiele, Roger H. French*,Computation of Light Scattering by Anisotropic Spheres of
Rutile Titania, Adv. Mater. 1998, 10, No. 15
[7] J. Campos et al. Mechanims of ceramic particle formation from detonation of
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[8] L. E. McNeil*, R. H. French, Multiple scattering from rutile TiO2 particles, Acta mater. 48
(2000) 45714576
[9] ISO 13320-1 - Particle size analysis Laser Diffraction Methods
[10] Santider K. Brar, M. Verma, Measurement of nanoparticles by light-scattering!,Trends in
Analytical Cheminstry, Vol 30. No1, 2011
[11] Jones A.R., Wong W. Combust Flame 1975; 24:139-140
[12] Peter J. Clark A National Measurement Good Practice Guide No 97 - Regular Transmission
Measurements, National Physical Laboratory, ISSN 1744-0610, March 2006
[13] James M . Palmer, The measurement of transmission, absorption, emission, and reflection,
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[14] A. Ranga Rao, V. Dutta*, Low-temperature synthesis of TiO2 nanoparticles and preparation of TiO2
thin films by spray deposition, Solar Materials and Solar Cells 91 (2007) 1074-1080, 2007
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
5
[15] Cheng-Lun Titanium Dioxide Thick Film Printing Paste for Dye-Sensitized Solar Cell, Case
Western Reserve University, Master Thesis, January 2011.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
6
1. INTRODUO
As nanopartculas, devido s suas propriedades fsicas e qumicas, e especialmente devido sua
pequena dimenso (100 nm), encontram aplicao crescente em numerosos produtos
industriais, comerciais e de consumo. O dixido de titnio (TiO2), conhecido por titnia, um
excelente exemplo desta tendncia. Tradicionalmente usada como pigmento branco em tintas
devido ao seu elevado ndice de refraco e utilizada em diversas aplicaes desde plsticos,
papel, cosmticos, na indstria alimentar, farmacutica, e catalisao1, a titnia, na forma de
nanopartculas, nos ltimos anos tem merecido especial ateno pela comunidade cientfica e
indstria, nacional e internacional. Uma grande parte do interesse renovado neste material
por ser essencial na fabricao das promissoras clulas solares sensibilizadas por corante2
(DSCs), tambm conhecidas por clulas de Grtzel, nomeadamente dos seus foto nodos.
Embora tenham vindo a ser testados inmeros semicondutores nanoestruturados e com
diversas morfologias, alternativas titnia, na verdade os foto elctrodos deste tipo de
dispositivos foto electroqumicos fabricados com camadas activas de titnia nanocristalino, para
transporte de carga, continuam a ser at data os que revelam melhor desempenho
fotovoltaico. O processo de fabricao destes foto elctrodos envolve, tipicamente, a deposio
de um filme mesoporoso de titnia, com uma espessura de 10 a 16m de espessura, constitudo
por diversas camadas de partculas de titnia depositadas sobre um substrato condutivo por
mtodos baratos de screen-printing, e sem necessidade de processamento a vcuo. Estas
diversas camadas de titnia so constitudas por partculas, com dimenso varivel, consoante
a aplicao desejada (por exemplo maior ou menor transparncia da clula), utilizando-se
geralmente partculas de dimenso submicromtrica (que podem atingir os 400nm com a
funo de difuso de luz na clula e geralmente na forma de rutilo) e a deposio de
nanopartculas, com dimenso muito inferior, para formar a rede tridimensional de
nanopartculas de titnia para transporte de carga, que e podem atingir dimetros to pequenos
como 7 nm (geralmente na forma de anatase). As DSC de titnia nanocristalino conseguem
atingir eficincias de converso de potncia da ordem dos 11% ,que rivaliza com as de filme-fino
de silcio amorfo ou microcristalino, com as vantagens, entre outras, de apresentarem um
melhor desempenho em condies de luz difusa e de poderem ser semitransparentes.
O processo de qualificao e caracterizao das necessrias pastas de titnia, e nomeadamente
das nanopartculas que compe o seu filler, pois essencial para o processo de certificao e
garantia de qualidade (QA/QC) destas clulas foto electroqumicas, designadamente, no
1tanto como catalisador comosuporte de processos catalticos
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
7
controlo de qualidade dos materiais necessrios para a sua fabricao, bem como, das amostras
de prova dos nanops utilizados na manufactura destes dispositivos.
O progresso da cincia e tecnologia no campo das nanopartculas requere a necessidade
crescente de qualificao e caracterizao das emulses e disperses que contenham este tipo
de materiais. As medies das propriedades pticas destes materiais, designadamente atravs
de tcnicas de disperso de luz, permitem, em princpio, obter diversa informao das suas
propriedades fsicas como sejam, o tamanho, forma, distribuio de tamanho (granulometria).
O mtodo de qualificao de pastas contendo partculas submicromtricas e/ou nanomtricas
de xidos semicondutores utilizados na fabricao de DSC, desenvolvido baseia-se na
determinao por fotometria da absorvncia ou densidade ptica de amostras contendo
suspenses coloidais de particulados desses materiais. A absorvncia () ou densidade ptica
(DO)3 definida do seguinte modo:
= 10 (1
) = 10 (1)
onde T a transmitncia espectral medida (sada/entrada) num determinado comprimento de
onda . O termo absorvncia dever ser empregue somente em solues sendo que o termo
densidade ptica mais utilizado para descrever a transmitncia de materiais pticos como
filtros.[12] Para a determinao da transmitncia de materiais ou de disperses ou suspenses
coloidais de partculas, geralmente utilizam-se espectrofotmetros comerciais com uma
configurao de duplo feixe, onde a sada a razo de sinal do feixe da amostra em relao ao
sinal de referncia registado ao longo de uma banda de comprimento de onda. Geralmente
dispe de um simples monocromador como fonte de luz. Quando se pretende determinar a
transmissividade ou absorvncia, num comprimento de onda geralmente opta-se por um fonte
de luz monocromtica, tipicamente um laser.
A medio da transmisso regular a base para um variado nmero de outras quantidades
usadas na espectrometria, como a densidade ptica, absorvncia, absortividade molar, e
dosimetria
3 Na rea dos materiais a absorvncia () tambm se designa por Densidade ptica (DO).
Contudo, que ter cuidado, pois em espectroscopia tambm se designa por absorvncia a
relao de intensidades utilizando o logaritmo natural em vez do logaritmo comum, isto ,
=ln(Io/I). O termo de densidade ptica no dever ser utilizado em solues mas mais em
filtros.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
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As indstrias que usam as medies da transmissividade incluem a indstria farmacutica e
qumica analtica, plsticos, vidro, materiais pticos e coberturas, fabricantes de dispositivos
pticos, etc.
O rigor de qualquer medio depender do design de instrumento de medida e da qualidade da
amostra. De modo a assegurar que as medies tm significado, devero ser seguidas as
melhores prticas. [12]
Em experincias que envolvam a difraco de luz para caracterizar materiais, designadamente
suspenses coloidais, a escolha do comprimento de onda adequado deve ter em conta a
distribuio granulomtrica esperada de partculas da amostra, de modo que, o padro de
disperso resultante da interaco da luz com as partculas conduza a resultados com maior
fiabilidade e rigor. Conforme descrito no relatrio de progresso anteriores deste projecto o filme
do foto elctrodo de uma DSC tem tipicamente uma espessura de uma 10m a 16m e
composto por uma rede interligada tridimensional de nanopartculas de 15-20m de dimetro,
que permite uma boa colheita de luz devido grande rea de superfcie (associada rea de
superfcie SBET de Brunauer, Emmett e Teller).A utilizao de partculas maiores de titnia,
dispersas ou acrescentada em camadas sobre a camada activa de nc-TiO2 de uma DSC, tem
sido comprovado como o melhor arranjo para DSCs de elevado desempenho (Nazeeruddin et
al., 2005). Por outro lado pretende-se rentabilizar esta fonte laser, utilizada para a medio da
densidade ptica dos materiais, em experincias posteriores para caracterizao atravs de
difraco laser das amostras de nanopartculas de titnia. Assim pretende-se adquirir uma fonte
laser optimizada para experincias de disperso de luz por partculas que podem atingir os 10m
pelo que aconselhvel a utilizao de uma fonte laser de luz visvel com o menor comprimento
de onda possvel, ou seja azul-violeta. Por outro lado o comprimento de onda escolhido no
deve corresponder a uma energia dos fotes (h) superior ao da banda proibida (bandgap) dos
materiais sob anlise de modo a evitar a excitao electrnica dos mesmos. No caso dos
polimorfos de interesse da titnia, as bandas proibidas de aproximadamente de 3.0eV e 3.2eV
paro rutilo e anatase, respectivamente, correspondem a frequncias de excitao na banda dos
ultravioleta, de frequncia superior ao da fonte laser utilizado.
Figura 1. Relao logartmica entre absorvncia e transmisso.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
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Num processo industrial de produo em massa de DSCs de titnia, um importante factor na
certificao desses produtos a qualificao e caracterizao das pastas utilizadas para a
fabricao dos fotoelctrodos, pelo que o teste e avaliao em laboratrio dos parmetros
fsico-qumicos das pastas designadamente da sua composio de partculas TiO2 de dimenso
nanomtrica e submicromtrica que compem o seu filler. Nessa caracterizao e qualificao
das pastas para alm da composio qumica das mesmas, importa conhecer a distribuio
granulomtrica de partculas de forma a garantir que o produto final ir atingir o nvel de
desempenho mecnico e fotovoltaico desejado. Os mtodos experimentais mais fiveis para a
caracterizao de nanopartculas so medies fotomtricas, ultracentrifugao analtica, e
disperso de luz dinmica (DLS).
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
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2. TEORIA DA TRANSMISSO E DISPERSO DE LUZ
2.1 TRANSMISSO. DEFINIES.
Quando o fluxo radiante incide numa superfcie ou meio, ocorrem trs processos: transmisso,
absoro e reflexo. A Figura 2 mostra o caso ideal, onde as componentes transmitidas ou
reflectidas so especulares ou perfeitamente difusas. A Figura 3 ilustra a transmisso e a
reflexo de superfcies reais
Figura 2. Reflexo e transmisso idealizadas
Figura 3. Transmisso em superfcies reais
A transmisso o termo usado para descrever o processo pelo qual o fluxo radiante incidente
deixa uma superfcie ou meio de um lado diferente do incidente., geralmente o lado oposto.
A transmitncia espectral T() de um meio a razo do fluxo espectral transmitido t em
relao ao fluxo espectral incidente 0, ou
() =0
(2)
A transmitncia a razo do fluxo transmitido t para o fluxo incidente 0
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
11
= ()
0
0
()
(3)
Deveremos notar que a transmitncia integrada no o integral da transmitncia espectral ao
longo do comprimento de onda, mas deve ser pesada por uma funo de fonte como
mostrado.
A transmitncia pode tambm ser descrita em termos de radincia como se segue:
= i t
0
i i
0
(4)
onde Li representa a radincia espectral Li (, i, i) incidente da direco (i,i), Li
representa a radincia espectral Lt (, t, t) transmitida da direco (t,t), e d o ngulo
slido projectado elementar sincosdd.
A funo de distribuio de transmisso bidireccional (BTDF, smbolo ft ) relaciona a radincia
transmitida com a radincia incidente:
(, , ) =
=
(1) (5)
Geometricamente a transmitncia pode ser classificada como especular, difusa ou total,
dependendo de se considere a direco especular (regular), todas as direces sem ser a
especular, ou se considerar todas as direces.
A absortncia o processo pelo qual o fluxo radiante convertido noutra forma de energia,
geralmente calor. A absortncia a fraco do fluxo incidente que absorvido. A absortncia
de um elemento definida como = . De modo semelhante a absortncia espectral ()
a razo entre a potncia espectral absorvida (a) e a potncia espectral incidente (i)
= ()
0
0
()
(6)
Um coeficiente de absoro (cm-1 ou km-1) muitas vezes utilizado na expresso =
onde Ti a transmisso interna e l representa o comprimento do trajecto ptico (cm ou km).
2.2 DISPERSO DE LUZ
A teoria de Lorenz-Mie, que descreve a interaco entre partculas e a luz, foi desenvolvida a
partir das equaes de Maxwell para o campo electromagntico e resultam numa descrio
exacta do campo electromagntico resultante da interaco (disperso) entre uma onda
electromagntica plana e uma esfera dielctrica. Por esse motivo o termo teoria pode ser
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
12
confuso visto na realidade dever designar-se, simplesmente, por soluo de Mie4 visto tratarem
se de solues das equaes de Maxwell para esferas estratificadas ou cilindros infinitos.
Figura 4. Fenmenos (de disperso) que podem ocorrer a um feixe de luz ao incidir numa
partcula de material.
Figura 5. Difraco de uma onda plana por um esferide.
4 O termo de teoria de Mie amplamente utilizado, contudo na realidade no nos devemos
esquecer que no se refere a uma teoria ou lei da fsica independente. A designao de soluo
de Mie (das equaes de Maxwell) portanto prefervel e no abusiva. Correntemente, o
termo soluo de Mie usado em contextos mais alargados, por exemplo quando discutindo
as solues das equaes de Maxwell para disperso por esferas estratificadas ou por cilindros
infinitos ou de forma geral quando se lida com problemas de disperso usando as solues
exactas das equaes de Maxwell.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
13
Figura 6. Diagrama polar tpico da intensidade da luz dispersa numa amostra
Figura 7.- SEM de um partcula submicromtrica de titnia perfeitamente sinterizada obtida
por detonao (LEDAP).[7]5
2.2.1 Disperso por partculas isoladas
Comecemos por considerar uma partcula isolada, iluminada por radiao com uma intensidade
radiante Io (W/m2). Seguidamente, assumiremos que a radiao incidente tem a forma de uma
onda plana infinita. Na prtica, isto implica que a amplitude e fase devem ser aproximadamente
constantes ao longo da perpendicular da partcula. Certos resultados, podem, todavia, tornar-
se invlidos para feixes com forma quando o tamanho da partcula uma fraco significativa
da largura do feixe. Isto um aspecto importante a considerar dada a sada Gaussiana dos lasers
5As partculas de titnia de dimenso submicromtricas e nanomtricas formadas a partir de produtos de detonao da reaco entre metal e explosivo de emulso de nitrato so particularmente adequadas a caracterizao por mtodos baseados na difraco de luz dada a sua forma esfrica quase perfeita. As simulaes com recurso ao programa termoqumico THOR [7], que assumem a configurao bsica de mecanismos de Chapman-Jouguet com a interaco entre as ondas de choque e zonas de reaco, de misturas frescas e de produtos, verificam a perfeita sinterizao destas partculas (temperatura de fuso baixa a 1750oC) conseguida em condies de detonao normais (Fig. 3).
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
14
por exemplo. A potncia total dispersada Psca proporcional a Io, a constante tem as dimenses
de rea, i.e.
= (7)
onde Csca a seco recta de disperso [1]. De modo semelhante para a absoro
= (8)
onde Cabs a seco recta de absoro. Ambos estes processos removem potncia da radiao
incidente e o seu efeito combinado designa-se por extino. A potncia diminuda
= + (9)
e
= + (10)
a seco recta de extino.
A potncia incidente na particular
= (11)
onde A a rea de seco recta. A razo da potncia dispersada em relao potncia incidente
=
=42
(12)
onde Qsca a eficincia de disperso. Podemos assim dizer que a eficincia de extino
corresponde a
= + (13)
A luz dispersa por uma partcula diverge da superfcie de uma esfera e dever satisfazer a
equao de onda em coordenadas esfricas. No espao livre longe da partcula o campo
elctrico disperso tem a forma de uma onda esfrica em expanso com um a modelao angular,
que se pode descrever de acordo com a seguinte equao,
=0
0 (, ) (14)
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
15
Figura 8. Estados de polarizao relativos ao plano de disperso. comum referir
polarizao vertical (subscrito V) e horizontal e horizontal (H subscrito). Geralmente o
plano de medio horizontal de modo que a polarizao vertical perpendicular (
= 90o) e a outra paralela (=0o).
Dado que o campo deve ficar perpendicular em relao direco de propagao, que neste
caso , s pode ter termos em A e A. Ento
= + (15)
Das equaes de Maxwell pode-se ver que o campo magntico
= (0
)
12( ) (16)
O vector ponteiro, que determina o fluxo de energia,
=1
2 () (17)
Que se torna
=1
2(00
)1/2 0
2
022
|(, )|2 =
00
22(, ) (18)
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
16
onde F(,) = | (, )|2
a funo adimensional de disperso. Dado que = 1, a
potncia dispersada dada pela integrao sobre uma esfera de raio r como
=0
2 (, ) (19)
0
2
0
E dada eq. (8) deduz-se que seco recta de disperso o
=
02 (, )
0
2
0
(20)
Observamos que
= 00
2 (, ) (21)
a intensidade dispersada (Wm-2sr-1).
Se a disperso for isotrpica, no sentido de ser independente do ngulo, ento
=4
02 (22)
Usando isto definimos a funo de disperso normalizada, ou funo de fase, por
(, ) = 4(, )
02
(23)
de modo que
1
4 (, )
0
2
0
= 1 (24)
A seco-recta de extino obtida do teorema da ptica.
=4
02 Im( )=0 (25)
Quando se mede a luz dispersa, usual girar o detector em torno do centro de disperso num
plano como mostrado na Fig. 8. conveniente descrever a luz incidente e dispersa de modo que
a resoluo possa ser decomposta em componentes paralelas e perpendiculares a esse plano.
Os campos esto relacionados pela seguinte expresso
(,,
) = 0
0(2 34 1
) (,,
) (26)
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
17
A qual define a amplitude da matriz de disperso. Devemos observar que para uma partcula
isotrpica, como uma esfera no introduzida polarizao cruzada e S3 = S4 = 0 e que S1 = S2 =
S(0). Ento
= 0
0(0) (27)
e = (0). Finalmente,
=4
02 [(0)] (28)
Outra propriedade importante da amplitude de disperso que se as direces de incidentes e
de disperso forem trocadas ento
(,,
) =0
0(
2 43 1
)(,,
) (29)
que o teorema da reciprocidade.
Quando se analisa a intensidade dispersada precisamos de meios para descrever todos os
estados de polarizao e o modo como se relacionam. Isto conseguido pela matriz de Stokes
que relaciona as quatro intensidades definidas por
= +
(30a)
=
(31)
= +
(32)
= +
(33)
Originando
(
) =1
022
(
1121
1222
13 1423 24
31 32 33 3441 42 43 44
)(
0000
) (34)
As Mij formam os elementos da matriz de Stokes. So dados em termos de Si da matriz de
amplitude de disperso, por exemplo, Bohren e Huffman.
Existem diversas relaes de simetria entre os elementos Mij. Em particular pode ser mostrado
que para uma disperso de partculas aleatoriamente alinhadas,
= (
1121
1222
0 00 0
0 0 33 340 0 34 44
) (35)
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
18
Para partculas isotrpicas, M11=M12 e M33=M44. Se qualquer destas inigualdades no for
satisfeita estamos perante anisotropia.
2.2.2 Disperso de luz em suspenses de partculas
As partculas raramente, se mesmo alguma vez, existem sozinhas. Elas existem em nuvens
contendo grandes nmeros. O nmero de interesse do ponto de vista da disperso depende das
circunstncias, como seja o volume do espao de teste como visto pelo detector. Assim em
pequenas concentraes e com um pequeno volume podemos estar a olhar para uma partcula
simples, mas a presena de outras no pode ser ignorada em todos os casos. Para volumes
maiores e concentraes podemos estar a olhar para milhes de partculas.
A extenso da teoria da disperso simples para nuvens pode ser feita em dois nveis, sendo que
a mais simples pode ser descrita em concentraes baixas. As complicaes aumentam a
concentraes elevadas onde disperso mltipla e efeitos de interaco de partculas se tornam
significantes.
Para concentraes muito baixas as definies mais simples da seco anterior podem ser
estendidas directamente para uma disperso de forma directa desde que trs condies sejam
garantidas:
1. As partculas esto aleatoriamente posicionadas e tm um nmero suficiente que a
superposio incoerente pode ser aplicada. O posicionamento aleatrio significa que as
fases das nuvens dispersadas que chegam ao detector so tambm aleatrias. Se o
nmero for suficientemente grande de modo que a soma de fases d zero, as intensidades
podem ser somadas directamente.
2. A disperso mltipla negligencivel. Isto significa que um foto uma vez disperso tem
uma probabilidade muito elevada de deixar a disperso sem encontrarem outra partcula.
Isto significa, como veremos, que a transmisso pela disperso tenha de ser superior a
60%.
3. No existe disperso interactiva. Isto implica que os campos elctricos no devam
interagir directamente. Se isto acontecer ento existe uma estrutura coerente para a
disperso mltipla e as partculas tendem a comportar-se em alguma medida como um
agrupamento. No limite esto encostadas e comportam-se como uma partcula simples
ou aglomerado. Para evitar a disperso interactiva considera-se uma separao de trs
dimetros tida como suficiente. As implicaes em termos de tamanho de partcula e
concentrao so mostradas na tabela 1. A mxima fraco de volume que pode ser
ocupada por partculas de qualquer tamanho de aproximadamente 3%.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
19
Raio de partcula (m) Concentrao (m-3)
0.1 1019
1.0 1016
10.0 1013
100.0 1010
1000.0 107
Tabela 1 Mxima concentrao das partculas para evitar efeitos de interaco directos. [1]
Se todas as trs condies se aplicarem simplesmente adicionamos intensidades. Assim, se
existirem 1N partculas por unidade de volume todas tendo o mesmo tamanho d, a potncia
total dispersada por unidade de volume
, = (36)
e, dividindo pela irradincia,
0
= 0
= = (37)
onde Ksca o coeficiente de disperso.
Figura 9.
A absoro pode ser definida de forma semelhante, e o coeficiente de extino ,
= + (38)
Mais usualmente, existir uma distribuio de tamanho de partculas. Vamos supor que existam
n(D)dD partculas por unidade de volume no gama de tamanho de D a D + dD. Ento
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
20
= ()
0
(39)
e por a adiante.
Ns agora consideramos a transmisso atravs de uma lamela contendo partculas, como na Fig.
9. O volume da seco dx A dx, de modo que a potncia perdida
= (40)
ou a perda de fluxo irradiante
= (41)
Na integrao
= 0exp (
0
(42)
Se a disperso for uniforme ao longo do comprimento, ento
= 0 exp() (43)
= 0 exp() (44)
O produto KextL designado por absorvncia6 .
O caminho ptico livre mdio ( a distncia mdia que um foto se move entre dois eventos de
disperso) 1/Kext.Isto sugere que para evitar mltipla disperso requerido uma transmitncia
de
0
= 1 = 0.368 (45)
O valor concreto depender do tipo de partcula. Por exemplo se a partcula for muito
absorvedora, tendo como consequncia uma baixa disperso, a disperso mltipla s pode
ocorrer at que os efeitos interactivos se tornem apreciveis.
Para ter alguma ideia dos limites da concentrao podemos examinar o caso das esferas
grandes. Para esferas grandes pode-se considerar que Qext 2 de modo que
22
4 (46)
6Na lngua inglesa tambm se designa a densidade ptica por turbidicity
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
21
Assim, por exemplo, uma disperso de partculas de 10m requerer NL< 1.6 x 1010m-2.
Partculas com 100 m requereram um NL < 1.6 x 10-8 m-2. Estas concentraes so muito
modestas e na realidade a disperso mltipla muito conhecida.
2.2.3 Disperso de Rayleigh (x
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
22
Para elipsides existem trs polarizabilidades correspondentes aos trs eixos. Estas so dadas
por
=
4
2 1
1 + (2 1) (56)
Os Lj so relacionados atravs
1 + 2 + 3 = 1 (57)
Geralmente os Lj so dados por integrais complicados. Contudo, em certas situaes possvel
uma simplificao. Para uma disperso de elipsides aleatoriamente orientados
= 1
3 (1 + 2 + 3) (58)
Figura 10. Turbidez especfica = / c para esferas como funo do parmetro dimensional
D/ para diferentes relaes de ndice de refraco n1 / n0; (a) para 0 < D/ < 15; para 0 < D/
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
23
2.2.4 Determinao da concentrao em solues monomodais ou monodispersas
Seguidamente, vamos descrever o mtodo descrito por M. D. Lechner [2] para determinao da
concentrao de partculas numa soluo. A luz ao passar por uma disperso de partculas, como
uma soluo, sofre uma disperso e absoro, fazendo com que a relao das intensidades do
feixe incidente e do feixe emergente disperso, obedea lei de Lambert-Beer[2],
(
) = ln() = = (59)
onde = turbidez; L = comprimento da amostra; c = concentrao de partculas na soluo; =
/c = turbidez especfica ou coeficiente de extino. Esta lei permite a determinao das
concentraes de partculas assumindo que o coeficiente de extino possa ser calculado.
Todos estes parmetros pticos dependem do comprimento de onda, mas para simplificar a
notao dispensaremos o ndice que indica a dependncia espectral do parmetro, a no ser
quando seja necessrio. O termo cL , tambm, frequentemente designado por profundidade
ptica.
Como discutido anteriormente, o clculo do coeficiente de extino de esferas foi desenvolvido
por Mie. Partindo das equaes de Maxwell, Mie calculou a eficincia de extino Qext como
funo do parmetro adimensional de tamanho D/ (onde D= dimetro, =o/
no=comprimento de onda) e ndices de refraco do solvente no e das partculas esfricas n1. No
caso da luz incidente no ser somente dispersa mas = 1. As equaes completas de Qext
podem ser encontradas na literatura. Para a seco recta da extino Cext (energia total da luz
absorvida e dispersa por uma esfera) aplicvel a seguinte expresso: tambm ser absorvida
pela partcula tem que ser aplicado o ndice de refraco complexo da partcula N1 = n1 + ik1
com
= 2
4 (60)
A turbidez ou coeficiente de atenuao definida como
= 1 (61)
com 1 = nmero de partculas por unidade de volume (densidade de nmero de partculas). A
converso de 1 em = 1 , com = fraco de volume de partculas na coleco e sendo o
volume de uma nica partcula v =(1/6)D3 , conduz
=
(62)
Combinando as Eqs (60) e (62) conduz
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
24
=
2 6
4 3 =
3
2 (63)
Em muitos casos preferida a concentrao de massa c=m1 / V (m1 = massa das partculas e V
= volume da soluo) em vez da fraco de volume das partculas. Como = 1
(+ 1)
1 (1) =
1 (1 = densidade de partculas) so obtidas as equaes finais para a turbidez
e turbidez especfica = /c para esferas,
=3
21;
= =
3
21 (64)
O clculo de = /c em conjuno com a lei de Lambert-Beer, Eq (59), possibilita a
determinao da concentrao das partculas c se a densidade ptica log10(Io/I) e a espessura
da disperso no provete poder ser determinada.
= c Qext3
2(d1);
c= = Qext
3
2d1 (65)
O dimetro D de esferas dispersas numa soluo monomodal utilizar a seguinte simplificao.[3]
O parmetro adimensional relevante para a disperso de luz de comprimento de onda o de
esferas dielctricas de dimetro D :
=D
0 (66)
onde nmed o ndice de refraco do meio dispersante. O limite de Rayleigh aplicvel quando
x
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
25
potncia do comprimento de onda. A dependncia da polarizao evidente no termo (1 + cos2
). O cos 2 deriva da luz incidente linearmente polarizada no plano de disperso enquanto o
termo 1 corresponde contribuio da luz incidente polarizada perpendicular ao plano de
disperso.
O caso geral para um valor arbitrrio de x designado por disperso de Mie. Contudo, a seco
recta no limite X >>1 o caso limite da ptica clssica e a seco recta total ser geomtrica
tendendo para = a2. Se o pico de disperso da frente poder ser observado, a seco recta
tornar-se- o dobro do limite geomtrico.
O pico de difraco da frente pode ser quantificado em diversos aspectos visto como x>>1
estarmos no regime da ptica clssica. A largura total completa do meio mximo do pico da
frente :
(69)
e os mximos e mnimos desenvolvem-se numa distribuio angular separada por:
(/2) = (
2) = (70)
Aqui kd a magnitude da diferena do vector de disperso entre as ondas incidentes e em
afastamento = ( )
.
Figura 11: Espectro (distribuio da irradincia com o ngulo) de disperso tpico de uma
disperso monomodal.
Dada uma seco recta e uma densidade de volumes de dispersores, o trajecto livre mdio l
definido ser a espessura do alvo dispersante que d uma probabilidade de disperso de um. Esta
condio l=1, assim l = 1/(). importante manter a espessura do alvo inferior a l para
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
26
assegurar que a luz dispersa deve-se a somente um nico dispersor do alvo. Disperso mltipla
significativa tornar em teoria muito difcil a comparao das medies
2.2.5 Medio de polarizao
A anisotropia das partculas pode ser de dois tipos: intrnseca ou da forma. A primeira uma
propriedade do material e independente da forma. Uma esfera pode exibir anisotropia
intrnseca, por exemplo. A titnia um bom exemplo visto ser um material birrefringente. A
anisotropia da forma uma propriedade da forma e associada a partculas que no sejam
esfricas. Uma caracterstica da anisotropia que induz alteraes ao estado da polarizao da
luz dispersa em relao incidente. Esta propriedade pode ser usada para estudar a natureza
ou forma da anisotropia.
comum referir polarizao vertical (subscrito V) e horizontal e horizontal (H subscrito).
Geralmente o plano de medio horizontal de modo que a polarizao vertical perpendicular
( = 90o) e a outra paralela (=0o). Existem quatro possibilidades:
1. A polarizao incidente vertical e assim a dispersa, ento
=
2. A polarizao incidente vertical mas a dispersa horizontal, ento
=
3. A polarizao incidente horizontal e portanto dispersa, ento
=
4. A polarizao incidente horizontal mas a dispersa vertical, ento
=
Para esferas isotrpicas IHV = IVH = 0, sendo geralmente verdadeira a condio de reciprocidade
- IHV = IVH .
As razes de despolarizao so definidas por
= , = , (71)
Tipicamente revelam ser da ordem De 1%.
Dever ser enfatizado, contudo, que a despolarizao no consegue distinguir entre anisotropia
de forma e intrnseca. Outras variveis dependentes da forma devem ser empregues.
Pode ser demonstrado que na regio de Rayleigh a razo a mesma para esferas e
esferides com o mesmo volume. Assim o mtodo para medio de tamanho usando a razo da
intensidade dispersa em relao extino independente da forma. [11]
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
27
2.2.6 Medio do ndice de refraco
De modo a caracterizar completamente as partculas, o seu ndice de refraco dever ser
medido assim como o seu tamanho e forma. Acrescentar o ndice de refraco aumenta o
nmero de variveis a ser medido. Para esferas isto so trs: tamanho e parte real e imaginria
do ndice de refraco. Qualquer valor da medio de disperso funo destes trs
parmetros, embora prximo da direco frontal sem dvida que o tamanho se torna o factor
dominante. Assim uma simples medio pode prever uma srie de combinaes possveis no
espao de variveis que se situam em vrios planos. Vrias medies, em princpio podem
precisar os valores verdadeiros nos pontos onde esses planos se intersectam.
A possibilidade de reconhecimento do material via ndice de refraco foi proposto por Naqwi
et al. Este mtodo envolve a medio de ambas a frequncia e fase da luz dispersa. Neste caso
so necessrios detectores extra e o ndice de refraco calculado a partir de fases e
frequncias.
2.7 Dissimetria e diagramas polares
medida que as partculas se tornam maiores, a disperso frontal aumenta relativamente a
outros ngulos. Uma medida simples disso a dissimetria, definida como a razo da intensidade
de disperso em dois ngulos simtricos. Geralmente so escolhidos os ngulos de 45o e 135o.
Isto conduz a uma funo monotnica do tamanho at x2, ou 0,4m no visvel.
2.8 Medio da transmitncia
A transmisso regular a razo entre a intensidade de radiao regular e a intensidade da
radiao incidente. A radiao regular aquela que transmitida atravs da amostra sem ser
difusa (dispersa), como ilustrado na Figura. 12 12] Geralmente o tipo de amostras para
transmitncia regular pode absorver alguma da radiao , mas qualquer transmitida uma
imagem ntida do feixe incidente, i.e. a amostra no dispersa a luz. A amostra pode ser um slido
lquido ou gs.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
28
Figura 12. Disperso regular ou especular.
Alguns factores que podem conduzir a medies invlidas so enumerados seguidamente.
Alguns so controlveis e outros no dependentemente do design, designadamente:
1. O espectrofotmetro usado dever assegurar que toda a rea de seco recta
projectada fica circunscrita dentro da rea activa do detector para ambas as medies
de I0 como de It.
2. Se o detector no for espacialmente uniforme ento a insero da amostra no
dever alterar o foco ou desviar (por exemplo por refraco) a posio It no detector
da posio do feixe de I0.
3.Se o feixe perpendicular ou quase perpendicular a uma amostra paralela ao
detector podero ocorrer efeitos de inter reflexo entre a amostra e o detector e entre
a amostra e os componentes da amostra incluindo a fonte
4. O detector (ou mais genericamente o sinal de sada depois do processamento
electrnico dever ter uma resposta que exactamente uma funo linear da
intensidade radiante incidente. Qualquer desvio desta situao ideal dever ser
quantificada e corrigida, ou alternativamente eliminada por ajuste ou modificao dos
circuitos electrnicos envolvidos.
5. A resposta do sistema de deteco dever ser registada quando a radiao do feixe
da amostra bloqueada com um obturador opaco, ou desligando a fonte (mais
adequado com uma fonte laser), de modo a permitir estabelecer o erro de desvio, que
dever ser subtrado algebricamente tanto das leituras de I0 como de It..
6. A introduo da amostra no dever bloquear qualquer radiao desviada de chegar
ao detector.
7. A no ser que o utilizador que a transmitncia da amostra varie significativamente
com o comprimento de onda, os erros na escala de comprimentos de onda devem ser
avaliados e as correces aplicadas.
No caso de amostras em que exista uma forte disperso angular da radiao incidente em qua
a componente da transmisso difusa seja grande para se determinar a transmisso convm
dispor.se de uma esfera integradora que permite concentrar no detector a radiao difusa que
de outro modo seria perdida.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
29
Figura 13. Medio das vrias componentes da transmisso com uma esfera integradora.
Figura 14. Ilustrao da medio da transmisso especular
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
30
3. ARRANJO EXPERIMENTAL
De modo a assegurar a uniformidade das fluncias locais, necessrio produzir um feixe laser
com um perfil espacial plano, tanto por expanso do feixe laser gaussiano atravs de um
expansor de feixe ou por divergncia natural do feixe, e depois atravs de uma abertura com
5mm de dimetro retirar toda a restante parte do feixe volta da regio central relativamente
plana.[5] Aproximadamente 10% da energia do feixe divergida no separador de feixe (beam
splitter) para um detector de referncia utilizado para monitorizar, e corrigir, eventuais
flutuaes da energia do feixe. A restante energia passa pelo furo com um dimetro de 5mm e
incide no provete contendo a amostra de teste. A energia transmitida medida atravs do foto
dodo de medio. Filtros de densidade neutra (DN) sero utilizados para atenuar a energia do
feixe para nveis abaixo do limiar de estrago dos detectores com correces elaboradas durante
a anlise dos dados.
Figura 15. Esquema do set-up experimental.
Figura 13. Sistema Laser de 100 mW (=405nm)da B&W Tek, Inc
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
31
Os equipamentos devem estar localizados num ambiente limpo que seja livre de rudo elctrico
excessivo, vibraes mecnicas, e flutuaes de temperatura e fora da incidncia directa da luz
solar. A rea de operao dever ser bem ventilada. O instrumento dever ser montado numa
bancada ptica rgida ou instalado numa mesa rgida para evitar realianhamentos frequentes do
sistema ptico.
Figura 16. Esquema de medio da transmisso com esfera integradora.
A esfera integradora revestida por um material chamado Spectralon que um
fluoropolimero, que apresenta a maior reflectncia difusa de qualquer material ou cobertura
conhecido no ultravioleta, visvel, e infravermelho prximo. Este material exibe um
comportamento Lambertiano, e pode ser maquinado numa grande variedade de formas para a
construo de componentes pticos de que a esfera integradora um bom exemplo.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
32
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Cada amostra ser irradiada por feixe laser de acordo com o arranjo experimental e medida a
sua transmitncia total, para determinao da absorvncia, e o perfil da curva de irradincia
medindo a intensidade do sinal dispersado a ngulos de disperso de 0o, 30 o, 45 o e 60 o..
As medies da absorvncia (A) para cada amostra so realizadas primeiro registando uma linha
base de referncia. Isto consiste no registo de medies de energia com um filtro DN calibrado
no trajecto de medio/principal.[5] Todas as medies subsequentes de energia so depois
comparadas com estas leituras. Esta tcnica assume ser negligencivel a variao do sinal de
sada do laser durante o decurso da recolha experimental de dados. As medies da energia
sero depois registadas para um conjunto de filtros DN para a qual a mais pequena e maior
densidade ptica depende da gama dinmica do detector principal. Em geral os filtros tm uma
densidade ptica que varia de 1 ou 2 at cerca de 5. O propsito da experincia (run) de
calibrao demonstrar que o sistema est configurado e a funcionar correctamente, e mostrar
as incertezas experimentais a intervalos ao longo da gama dinmica do sistema. Os filtros OD
devero ser pr-calibrados com um espectrofotmetro UV/vis no comprimento de onda de
interesse. Para todas as medies de energia, devero ser realizados em mdia 25 disparos de
laser. Imediatamente a seguir medio de calibrao, as amostras de teste devem ser avaliadas
do mesmo modo
As absortncias ou densidades pticas so calculadas usando a seguinte expresso:
= + log(
) (72)
onde D a densidade ptica do filtro DN principal usado para registar o valor da baseline, F
a densidade ptica do filtro DN posicionado em frente do detector principal durante a aquisio
de dados para prevenir o estrago do detector caso a densidade ptica da amostra seja
demasiadamente baixa, Em a energia da baseline principal, Er a energia de referncia da
baseline, Em a energia de sada com amostra de teste e Er a energia de referncia da amostra
de teste.
Quando se mede a transmitncia, a disperso pela amostra origina que algum do feixe
transmitido de desvie do trajecto ptico do instrumento fazendo com que no chegue ao
detector, resultando em medies da transmitncia total que so artificialmente baixas.
Utilizando uma esfera integradora como acessrio, toda a luz transmitida na direco frontal
coligida. Como ilustrado na Figura 15, uma medida rigorosa da transmitncia total pode ser
conseguida. A amostra colocada em frente da esfera no porto de transmisso e a luz passa
atravs da esfera. Como ilustrado na Figura 15, esta configurao pode ser utilizada para excluir
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
33
o feixe normalmente excludo da medio (porto de reflectncia aberto) e permitir uma medio
O acessrio da esfera integradora permite que todo o feixe da amostra seja coligido mesmo se
o trajecto se desviar ou se divergir ou convergir. As esferas integradoras tambm compensam
de inohomogeneidades do detector visto toda a rea do detector ser iluminada.
Os nanops e microps sero adquiridos comercialmente. No caso dos nanops de titnia sero
utilizados o P25 (Degussa) adquiridos ALDRICH. O P25 um nanop de ampla utilizao na
investigao e desenvolvimento de DSCs. A disperso das amostras na resinas ser feita
ultrasonicamente,
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
34
ANEXO A - PASTAS DE TITNIA
Dos nove polimorfos conhecidos do TiO2 existem, conforme visto anteriormente, trs fases
principais de crescimento natural: anatase, rutilo e brukite [14]. O rutilo uma forma cristalina
estvel ao contrrio das outras duas [103]. O rutilo e a anatase como vimos tm a mesma simetria
cristalina (tetragonal), enquanto a brokite tm uma estrutura de cristal ortorrmbica. Dentro
destas fases, a fase da anatase, que uma fase meta estvel, tambm quimicamente e
opticamente activa e adequada como foto catalisador. Nas DSC, os fotoelctrodos fabricados
com a fase de anatase do TiO2 revelam uma melhor eficincia comparado com as outras
estruturas cristalinas. A ocorrncia da fase cristalina depende do mtodo de deposio,
composio, densidade e temperatura de recozimento atingida durante o processo de
fabricao do TiO2. O recozimento para alm dos 700oC causam o filme ou nanopartculas de
titnia a converter-se de antase para rutilo. As partculas de TiO2 tm uma elevada tendncia
para se aglomerarem em partculas maiores, o que conduz a um decrscimo da superfcie de
rea, o qual reduz a sua aplicabilidade. Assim extrema importncia sintetizar as nanopartculas
de TiO2 com a desejada estrutura cristalina e tamanho de partcula controlado. vantajoso se
que as nanopartculas de TiO2 sejam sintetizadas por um processo a baixas ma de modo a
conseguir-se um processo de fabrico mais econmico.
Os mtodos mais comuns de produo de titnia nanocristalina tm sido os seguintes:
Sol-gel
Mtodo hidrotermal (assistido por surfatante)
Mtodos de micelle-invertido
O processo Sol-gel um mtodo geralmente utilizado para a produo de nanopartculas de TiO2
visto a sua composio, tamanho de partculas, espessura do filme, e porosidade de TiO2 poder
ser facilmente controlada atravs do ajuste de parmetros como seja a concentrao de
solvente, temperatura de crescimento hidrotermal, e condio de sinterizao. Por outro lado
um dos mtodos mais simples, menos dispendiosos e com baixo consumo energtico.
As nanopartculas utilizando sol-gel so amorfas e precisam de tratamento subsequente de calor
para se conseguir um produto cristalino. Este tratamento trmico pode levar ao TiOCl2, e
mtodos sol-gel usando alccidos o TiO2 tambm pode ser obtido pela hidrlise dos compostos
de titnio, como o tetracloreto de titnio (TiCl4) ou alccidos de titnio (Ti(OR)4). Contudo, o uso
de materiais de iniciao contendo cloreto ou ligandos orgnicos geralmente crescimento do
gro e pode induzir transformao de fase. Para a sntese de nanocristalitos de TIO2, muita
ateno tem sido dada ao mtodo hidrotermal utilizando TiO2 amorfo, TiCl4 ou soluo aquosa
de resultam em resduos
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
35
Uma pasta pode ser definida como uma soluo coloidal com caractersticas de um fluido
homogneo, no qual no ocorre segregao granulomtrica, e que ao ser disposto no
apresenta drenagem significativa de gua. As pastas de titnia, so compostas genericamente
pelos seguintes componentes:
Filler constitudo por nanopartculas de TiO2 com a granulometria (distribuio de
dimenso) adequada;
Binder, ligante ou aglutinante, serve para ligar as partculas de TiO2 depois do
tratamento de calor, e no fabrico dos fotoelctrodos pode ser dispensado,
nomeadamente de fotoelctrodos de substrato plstico;
Solvente, tem como funo servir como veculo para tornar a mistura homognea
durante a impresso;
A que se podem juntar:
Surfatantes (exemplo: Triton X-100)
Dispersantes (exemplo: terpineol, HCl).
O procedimento de sntese da pasta e a composio utilizada de importncia fundamental na
produo das DSC pois ir ditar uma variedade de propriedades dos filmes resultantes, incluindo
o tamanho das partculas e fase cristalogrfica, porosidade do filme, estrutura da superfcie,
propriedades de transporte de carga, e disperso ptica. Por outro lado a composio da pasta
tem estar de acordo com o tratamento a que o substrato ir ser submetido, sendo que depende
em larga medida do tip de substrato.
Conforme j analisado, a estrutura mesoporosa do fotoelctrodo de TiO2 muito importante
para o desempenho da clula. Na fabricao dos filmes mesoporosos geralmente utilizada a
tcnica de doctor blade para cobrir com pasta de titnia de meio aquoso o substrato condutivo
de vidro ou plstico. Todavia, do ponto de vista industrial requerido o screen printing, no s
por permitir a produo em larga escala, mas tambm para melhor controlo da espessura de
deposio dos filmes de TiO2 e assegurar a reprodutibilidade de filmes de elevada qualidade.
Contudo, conhecido que as pastas de meio aquoso, incluindo os colides com espessantes
como o glicol de polietileno (PEG) 20,000 ou um espessante celulsico solvel em gua, no
eram adequados para a tcnica de screen printing, devido aos problemas em se conseguir
produzir um filme espesso sem a ocorrncia de falhas durante o tratamento de calor e de
repulso da gua durante a impresso. Portanto, alguns dispersantes de meio orgnico, como o
terpienol ou o celulose de etileno ou ambos misturados adicionando butilcarbitol.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
36
Ligante (Binder):
O binder necessrio para aplicaes de impresso de filmes espessos. Baseado na literatura
publicada, so comuns as receitas que utilizam terpineol8 e etil celulose como binder das pastas
de titnia para fabricao de fotoelctrodos de DSCs por screen printing. De modo a preparar
uma pasta que possa tolerar uma elevada temperatura de sinterizao de 450oC, tambm so
utilizados como binder silicatos inorgnicos.
PEG
Outro ligante frequentemente utilizado no fabrico de DSCs o glicol de polietileno (PEG). Glicol
etileno (EG) tambm referido como substituto do PEG devido a ser de mais fcil remoo com
a sinterizao a 450oC. O PEG visto ser um polmero pode apresentar diversos pesos
moleculares, que variam entre 400 a 20000 g/mol. O PEG com elevado peso molecular funciona
melhor para screen printing,[15]
Receita
PEG TiO2- 0.5 g, Etanol-8ml, Etil celulose 0.3g, PEG(100000)-0,3 g, Acetil acetona
0.1 ml, Terpineol-0.5 ml, HCl-0.1 g
EG TiO2 -0.5g, Etanol-8ml, Etil-celulose-0.3g, EG-0.3 g, Acetilacetona-0.1ml,
Terpineol-0.5ml, HCl-0.1g
Terpineol
As pastas de
Surfatante:
Geralmente, as falhas podem ser reduzidas atravs de uma melhor disperso, sendo a maneira
mais comum controlar a quantidade de solvente na receita da pasta de titnia. importante
uma boa disperso fsica para conseguir-se uma pasta estvel sem aglomerados. O dispersante
til para possibilitar uma estabilizao da pasta por um prazo longo. De modo a manter as
nano partculas estveis na soluo, dois mtodos so aplicveis: estabilizao electroesttica e
estabilizao estrica. A estabilizao electroesttica previne o contacto das partculas
conferindo a mesma carga s nanopartculas. As nanopartculas basicamente repelem-se
mutuamente, mas atrair-se-o umas s outras assim que a barreira de potencial ultrapassada
com a diminuio da distncia entre si. Assim, aumentando a barreira de potencial manter a
pasta mais estvel. O potencial pode ser ajustado alterando o valor de pH. Usando o dispersante
8 Terpineol um lcool monoterpeno naturalmente ocorrente que tem sido isolado de uma variedade de fontes tais como leo de cajuput, leo de pinho, e leo de petitgrain[1]. Existem trs ismeros, alfa-, beta-, e gama-terpineol.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
37
como um mtodo de estabilizao estrica, o qual constri uma espcie de camada de concha
em torno da nanopartculas com material no inico. Em vez de aumentar a energia de
potencial, o mtodo de estabilizao estrica usa molculas de polmeros que se ligam
nanopartculas, garantindo que o espaamento entre duas partculas superior que a distncia
critica da barreira de potencial. As vantagens de usar dispersante so: no sensvel ao
electrlito, apropriado para solues no aquosas, razo de slido da pasta elevada e processo
de floculao reversvel.
Triton-X
um surftante liquido no inico solvel em gua, um etocilato octilfenol com uma mdia de
9 a 10 moles de xido etileno e um produto 100 activo
Para a fabricao de fotoelctrodos o substrato TCO coberto com pasta de titnia.
As tcnicas de preparao e composio de pastas de TiO2 para screen printing a partir de nano
ps comercialmente disponveis devem ser desenvolvidas de modo a evitarem que se fraturem
e descolem do substrato onde vo ser depositadas e submetidas a tratamento para fabricao
dos fotoelctrodos de titnia da DSC
Passos do processo de Fabrico de nanops de titnai por mtodo Sol-Gel
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A porosidade do filme importante, pois o electrlito, que contm os ies redox, deve ser capaz
de penetrar e difundir-se no filme eficazmente para as molculas de corante. Aproximadamente
50% a 70% da porosidade adequada de controlada pelo processo de sinterizao com a adio
de um polmero como o glicol de polietileno (PEG) e etil celulose (EC) na soluo coloidal ou
pasta.
(a) Tcnica de doctor blade Para aumentar a porosidade do filme, 0,02 a 0.07 g de Glicol de polietileno (PEG)9 acrescentado
como aglutinante a 1mL de soluo coloidal de TiO2 (TiO2 11%). Se forem utilizados nano ps
comerciais, o p disperso por moagem em gua, um estabilizador de partculas como
acetilacetona, e um surfatante no inico como o TRITON X.
(A soluo coloidal espalhada sobre o substrato TCO e depois sinterizada a 450oC durante 30
min ao ar livre. O filme resultante transparente).
(b) Tcnica de screen printing
A tecnologia de screen-printing de filmes espessos foi desenvolvida para a indstria electrnica
para produzir circuitos miniaturizados e robustos de modo custo-eficaz, visto permitir a
produo em massa e automtica. Esta tecnologia pode produzir, estruturas bem definidas e
reproduzveis sendo estas caractersticas altamente desejveis na produo de DSCs.
A receita mais amplamente utilizada para tinta de screen printing contm o etanol como
solvente, terpineol como dispersante, etil celulose como aglutinante (ou espessante) e Trinton
X-100 como surfatante [13]. O ponto de ebulio destes componentes o seguinte: Terpineol
cerca de 200oC, etanol de cerca de 80oC. O solvente orgnico mais popular que a gua como
solvente porque o filme produzido com solvente de gua mais propcio a problemas de quebra.
O componente terpineol adicionado para estabilidade de longa durao e a etilcelulose ajuda
na morfologia do TiO2, a qual importante para a adsoro de corante e bom transporte de
carga.[15]
Quando se prepara a tinta de screen printing, a disperso das nanopartculas, mas tambm um
passo importante pois afectar a morfologia do filme de TiO2 podendo afectar a eficincia da
clula se a disperso for incompleta. Os aglomerados reduziram a integridade do filme de TiO2,
ligao das partculas e aumentar a corrente de recobrimento resultante de um incremento da
densidade de estados aprisionados10 e reduzir a foto corrente de sada. Quando os electres vo
para um estado aprisionado, permanecem nesse nvel sem saltar para a banda de conduo, e
9 PEG com um peso molecular de 20,000 g/mol 10 trap statesna lngua inglesa
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os electres tero uma maior probabilidade de se recombinarem com o sensibilizante oxidado
ou o electrlito. A recombinao de cargas contribuir para a corrente de recobrimento, a qual
baixar a corrente de sada e diminuir a eficincia da clula. As tcnicas qumicas ou fsicas so
ambas importantes de modo a dispersar as nanopartculas na tinta, por exemplo, a moagem de
ps com etanol com um pilo numa argamassa ou utilizando misturadores como um bio-
homogenizador para misturar a mistura. Depois, disso um misturador magntico pode ser
utilizado na pasta para dispersar mais as nanopartculas. O banho ultrasnico um dos meios
mais eficazes mtodos fsicos para reduzir aglomerados. Contudo, aquecer a pasta durante o
processo ultrassnico degradando a qualidade da pasta de TiO2. De modo a se evitar problemas
de aquecimento, deve-se evitar o tempo de processamento inferior a 20 minutos de cada vez.
Para dispersar-se melhor as partculas de TiO2, especialmente com uma dimenso inferior a 20
nm, torna-se necessrio recorrer disperso qumica. No mtodo qumico usam-se
frequentemente surfatantes. O uso de surfatantes conduz a um aumento da rugosidade de
superfcie e a uma melhor disperso das partculas individuais as quais permitem uma estrutura
porosa condutiva melhor. Caso no exista surfatante forma-se largos aglomerados devido s
foras de Van der Walls. A molculas de surfatante ligadas s partculas de TiO2modificam as
propriedades de superfcie e alteram a interaco entre as partculas e entre as partculas e o
lquido de modo a aumentarem a repulso entre cada partcula.
De modo a promover a adeso entre o vidro condutivo e o filme de TiO2, uma estratgia utilizada
formar ligaes de OH no interface. possvel fornecer ligaes OH adicionando aditivos de
polmero pasta de screen printing ou enxaguar o vidro condutivo com qumicos antes da cura
ou sinterizao da pasta de titnia. Um filme de TiO2 bem sinterizado deve ser livre de falhas
(crack free) e no deve descolar-se facilmente depois do processo de sinterizao a 450oC. A
receita da tinta e procedimento de tratamento ou cura afectam muito a eficincia porque os
defeitos da camada de TiO2 contribuiro para a densidade de estados aprisionados. As falhas no
filme aumentaro a corrente de recobrimento devido ao contacto entre o substrato condutivo
e o electrlito , resultam num abaixamento da eficincia da clula. Adicionalmente, a espessura,
rugosidade, e a superfcie de rea do filme semicondutor iro determinar o carregamento de
corante. Um aumento de carregamento de corante traduz-se num aumento da eficincia da
clula.
Em geral, a impresso complicada, necessitando de grandes quantidades de um veculo
orgnico de modo a se conseguir uma viscosidade adequada, pelo que geralmente difcil
determinar a proporo correcta dos diversos veculos orgnicos.
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O colide de TiO2 separado de gua acidificada, lavado cuidadosamente, e depois misturado
com etilcelulose como aglutinante e -terpineol como solvente em etanol, originando uma
pasta de titnia orgnica depois da evaporao do etanol.
(A pasta impressa no substrato de TCO utilizando uma mquina de serigrafia e depois
sinterizado a 500oC durante 1 h ao ar livre. A espessura do filme facilmente controlada na
serigrafia pela seleco da composio da pasta (i.e. % em peso de TiO2), tamanho de malha da
rede, e repetio de impresso).
O ponto chave do screen printing a qualidade e caractersticas da pasta. Para fabricao de
elctrodos de titnia de melhor desempenho, um mtodo descrito por Seigo Ito et al. (2007)
envolve a hidrlise de Ti(OCH(CH3)2)4 em gua a 250oC (70 atm) durante 12 h, seguido pela
converso da gua em etanol centrifugando por trs vezes [24] Finalmente, o etanol trocado
com -terpineol por sonificao e evaporao. Este processo leva 3 dias. Este tipo de
procedimento com uma durao de 3 dias economicamente desadequado para produo
industrial e tem de ser encurtado no tempo. Para atingir esse objectivo, e baseando em diversas
publicaes onde relatado A fabricao de pasta para print screening a partir de nano ps
comerciais como o P25.
Pasta sem ligante (Binder free) de baixa temperatura Receita 1
Dispersar 5% a 7% de nano ps deTiO2 numa soluo de tert-butanol (tBA) e gua desionizada
(razo de volume 2:1) em ball mixing durante 15 h ou outro processo equivalente [108)[109]. A
disperso estvel durante mais de 1 ms.
A viscosidade da pasta ser determinada utilizando um remetro.
Receita 2(Y.B. Cheng et al., 2010)
Suspenso de titnia de 30% em etanol ( 3 g de nanop de TiO2 disperso em 7 g de etanol) por
moagem de bolas (ball milling). Juntar 100l de soluo aquosa de 1M HCl lama de modo a
obter-se a viscosidade desejvel com a moagem manual com um pilo.
A viscosidade da pasta aumenta com a quantidade de HCl adicionado e dever ser medida com
um remetro11. A suspenso de etanol puro com baixa viscosidade no adequada para
produo de filmes para impresso com pasta.
11
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Os filmes de TiO2 depois de aplicados devero secar ao ar livre durante 10 min e aplicados com
tcnica de doctor blade.
Os fotoelctrodos de ITO-PEN so submetidos a tratamento de calor em prato quente a 150oC
durante 30min, enquanto os fotoelctrodos de substrato de FTO-vidro devero ser submetidos
a 500oC durante 30 min.
Receita 3 - Pasta de alta temperatura [111]
Adicionar 0,90 g nanop de TiO2 P25 a 1,40 mL de gua desionizada para formar uma pasta de
(24% peso de TiO2). Depois de moagem durante 10 min, so acrescentados 0,30 g de PEG para
aumentar a porosidade, Depois disso acrescenta-se 0,70 mL de cido actico e 1,00 mL de
acetilaacetona adicionada para prevenir a reagregao das partculas de TiO2 e 0,70 mL de
Triton-X para facilitar o espalhamento do colide no substrato
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ANEXO B - CARACTERIZAO DE NANOMATERIAIS
Para caracterizar completamente nanomateriais necessrio conhecer uma variedade de
parmetros fsicos e qumicos incluindo o tamanho das partculas (designadamente a sua
distribuio granulomtrica), a sua forma, caractersticas da superfcie, a presena de coberturas
de superfcie, e a presena de impurezas. Consequentemente nanoescala os desafios de
medies analticas so considerveis e para caracterizar uma concentrao de determinadas
substncias tem de se recorrer a diversas tcnicas laboratoriais.
As sete das nove caractersticas dos nanomateriais, designadamente, tamanho da partcula,
distribuio de tamanhos, carga de superfcie, forma, aglomerao, e estrutura so
caracterizadas pelas seguintes tcnicas analticas:
Microscopia de Varrimento de Electres (SEM Scanning Electron Microscopy)
Microscopia de Electres de Transmisso (TEM-Transmission Electron Microscopy)
Microscopia de Fora Atmica (AFM-Atomic Force Microscopy)
Microscopia confocal (CFM-Confocal Microscopy)
Disperso de Luz Dinmica (DLS-Dynamic Light Scattering)
Fraccionamento do Campo de Escoamento (FFF-Field Flow Fractionation)
Adsoro de Gs Molecular (BET-Molecular Gas Adsorption)
Tamanho Partcula por Electroforese (EPS-Electrophoresis Particle Size)
A Espectroscopia Ultravioleta/Visvel e Espectroscopia de Fluorescncia so utilizadas para
identificao do tamanho das partculas desde que o material seja conhecido e seja reflectivo.
A Espectroscopia de Fluorescncia tambm utilizada para estudos de aglomerao. A
composio e concentrao so duas tcnicas analticas que no so cobertas pelas tcnicas
acima enumeradas Existem diversa tcnicas adequadas para a determinao destes dois
parmetros. Para concentrao de nanopartculas pode-se escolher uma das seguintes tcnicas:
Inductively Coupled Plasma and Mass Spectroscopy (ICP-MS)
Liquid Chromatography and Mass Spectroscopy (LC-MS)
Ultraviolet/Visible Spectroscopy (UV/Vis)
Fluorescence Spectroscopy (FL)
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Designao Fabricante Modelo Fornecedor Referncia (Stock number)
Qt Preo Unitrio
()
Mdulo de deteo - Foto dodo silcio com pr amplificador integrado - Photodiode Receiver Module
Edmund Optics NT57-622 Photodiode Receiver
Module, Si (300-1000nm), 1.0mm
2 403,75
Dodo Laser violeta (=405 nm ) 100mW
- High Performance Laser Diode System
B&W TecK, Inc
BWI-405-20E
Edmund Optics NT 66-960 LASER DIODE SYSTEM 405NM 100MW
1 5600,25
Disco de filtros de densidade neutra
- Circular Stepped Neutral Density (ND) Filters
Edmund Optics 46498 ND CIRC 11 STEP 0-2 OD UV
1 902,50
Beam splitter Edmund Optics 48191 UV PLATE BS 50/50
25MMX25MM
1 90,25
Suporte Beamsplitter
Edmund Optics NT54-994 Metric Rectangular Optic
Mounts
1 84,56
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ANEXO C LISTAGEM DE MATERIAL A ADQUIRIR
Suporte mdulo dos fotododos
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ANEXO D. ESPECTROMETRIA DE DIFRAO LASER
Para anlise do tamanho das partculas, tm-se tornado comuns e tcnica standard de
laboratrio a utilizao de instrumentos pticos baseados na medio da luz laser dispersada
por partculas na direco frontal. Visto a luz dispersada na direco frontal poder ser
aproximada rigorosamente pela teoria da difraco, esta classe de instrumentos designam-se
geralmente por instrumentos de difraco laser.
A ideia central na difraco laser que a particular dispersar a luz num ngulo directamente
dependente do tamanho da partcula. medida que a partcula diminui, o ngulo de disperso
observado aumenta logaritmicamente. A intensidade da disperso observada tambm
dependente do tamanho das partculas e diminui com uma boa aproximao, com a rea de
superfcie recta da partcula. Uma coleco produzir um padro de luz dispersa definido por
intensidade e ngulo que pode ser traduzido no resultado de distribuio do tamanho de
partculas (distribuio granulomtrica). Partculas maiores dispersaro a luz a ngulos
pequenos com elevada intensidade, enquanto que, partculas menores dispersaro a luz a
maiores ngulo mas com baixa intensidade.
A soluo de Mie fornece solues exactas da intensidade de disperso de partculas esfricas
a um dado ngulo a distribuio angular de disperso .
A teoria geral de Mie aplica-se para descrever a disperso de ondas planas de luz monocromtica
por esferas isotrpicas, estando assim, condicionada por estas assunes. Adicionalmente, as
seguintes condicionantes tericas e experimentais devem ser assumidas na anlise dos padres
de disperso de experimentos baseados na disperso de luz de materiais:
Somente luz monocromtica considerada. A teoria de Mie aplica-se formao de um
padro de luz dispersa de um s comprimento de onda.
A partcula isotrpica. Isto explcito na teoria de Mie. Com este tipo de partculas
no faz diferena de que direco o feixe incide na partcula.
A particular esfrica. Isto uma condio da teoria de Mie.
A luz incidente composta por ondas planas. Isto uma condio da teoria de Mie.
Ambas a disperso e absoro so consideradas. Estes so dois fenmenos diferentes e
ambos so importantes para descrever como o feixe de luz afectado pela interaco
com diferentes partculas da suspenso.
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Um instrumento de difraco laser tpico consiste de um feixe de luz (geralmente um laser), um
dispositivo de disperso de particulatos, um detector para medir o padro de disperso um
computador para tanto o controlo do instrumento e clculo da distribuio de tamanho das
partculas. A tcnica de difraco laser no pode distinguir entre a disperso por partculas
simples ou por clusters de partculas primrias que formem um aglomerado ou agregado.
Geralmente, o tamanho de partculas para aglomerados relacionado com o tamanho do
cluster, mas por vezes o tamanho das partculas primrias tambm reflectido na distribuio
do tamanho das partculas.
Devido facilidade da sua operao, rapidez de anlise e ampla faixa de granulometria, esta
hoje a tcnica mais popular para caracterizar distribuies de tamanho de partculas, dispersas
em meio lquido ou em forma de p seco.
Para se obterem resultados fiveis, devem-se desconhecer as limitaes intrnsecas a esta
tcnica, e ter conhecimento em aplicaes para as quais outras tcnicas so mais adequadas.
Numa montagem convencional, uma fonte de luz (tipicamente o laser) usado para gerar um
feixe monocromtico, coerente e paralelo. Isto seguido por uma unidade de processamento
do feixe, geralmente um expansor de feixe com filtro integrado, produzindo um feixe alargado
quase ideal para iluminar a disperso de partculas.
Uma amostra representativa, dispersa com uma concentrao adequada atravessada pelo
feixe de luz.
Existem duas posies nas quais as partculas podem entrar no feixe. No caso convencional as
partculas entro o feixe paralelo antes e dentro da distncia de trabalho da lente coletora (Fig.
9). No caso da chamada ptica de Fourier inversa as partculas ficam atrs da lente coletora e,
portanto, no feixe convergente. A vantagem da configurao convencional que um
comprimento de trajecto razovel permitido dentro da distncia de trabalho da lente. A
segunda configurao somente permite pequenos trajectos pticos mas permite medies da
luz dispersaa maiores ngulos, o que util quando partculas submicromtricas esto presentes.
A interao do feixe de luz incidente com o conjunto de partculas dispersas resulta num padro
de disperso com diversas intensidades a vrios ngulos. A distribuio de intensidade angular
I (), consitindo de luz directa e dispersa do feixe, focada por uma lente positiva ou conjunto
de lentes num detector de multi-elementos. A(s) lente(s) permite(m) formar um padro de
disperso que dentro de certos limites independente da posio das partculas. Assim, a
funo contnua de intensidade angular I () +e convertida numa funo discrectade intensidade
angular I no conjunto dos elementos do detector.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
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assumido que o padro de disperso registado do conjunto de partculas idntico soma
dos padres de cada uma das partculas de disperso que se paresentam em posies aleatrias.
De realar que a lente , e portanto, o detector, s colige uma gama limitada de ngulos de luz
dispersa pelas partculas.
A difraco a laser baseia-se no princpio (difrao da luz) de que, quanto menor o tamanho da
partcula, maior o ngulo de difraco de um feixe luminoso que atravessa uma populao de
partculas.
Essa tcnica no mede partculas individuais. Atravs de transformaes matemticas
complexas (transformada de Fourier inversa), calcula-se uma estatstica de distribuio de
tamanho dessa populao de partculas.
Para partculas maiores, o ngulo de difraco extremamente pequeno, sendo crtico o
alinhamento e resoluo da ptica.
Para uma distribuio de partculas com distribuio monomodal, possvel calcular-se
exactamente essa transformada de Fourier inversa. Acontece que a quase totalidade das
distribuies reais de partculas so bastante mais complexas, resultando na impossibilidade de
encontrar uma soluo nica. Os equipamentos comercialmente disponveis usam diferentes
configuraes pticas e implementaes proprietrias de diferentes algoritmos.
Essas implementaes proprietrias variam de fabricante para fabricante e at de modelo para
modelo do mesmo fabricante. Em decorrncia dessas diferentes implementaes, resultados
para a mesma amostra obtidos por diferentes modelos podem apresentar diferenas
significativas, tanto maiores quanto mais complexa for a distribuio.
Para dimetros inferiores a 1 m so necessrios ptica e detectores com aberturas difceis de
construir na prtica. Assim os analisadores que operam nessa faixa adoptam detectores e/ou
lasers adicionais para cobrir os tamanhos menores. importante que o sistema adoptado seja
geometricamente estvel.
Em sua faixa ideal de utilizao - 5 m a 1.000 m - no necessrio conhecer as propriedades
pticas da amostra nem do meio. A equao de Fraunhffer uma simplificao da equao de
Mie, vlida para partculas bastante maiores do que o comprimento de onda da luz utilizada
(600 a 800 nm, na maioria dos equipamentos comerciais).
Abaixo de 5 m, necessrio considerar o ndice de refraco e de extino das partculas e
usar-se a equao de Mie para obter-se resultados quantitativos confiveis - a maioria dos
analisadores oferecem essa opo, mas muitos utilizadores no so instrudos a respeito desse
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
48
facto, utilizando os parmetros "default" do aparelho, os quais podem ou no serem similares
aos de suas amostras.
Mesmo considerando correctamente esse factores, a equao de Mie somente resolve
partculas esfricas. Para partculas no esfricas no existe soluo exacta, no mximo pode-se
aplicar correces empricas.
Resumindo: a utilizao de equipamentos por difraco para caracterizar amostras onde
importante conhecer com alguma segurana distribuies de tamanho abaixo de 1 m exige
maiores cuidados. Novos equipamentos usando mais de um laser conseguem contornar em
grande parte essas restries, desde que tomado o cuidado de entrar com as propriedades
pticas reais da amostra.
Mesmo assim, se o modo da distribuio abaixo de 1 m, aparelhos por espalhamento
dinmico de luz ou por sedimentao so mais indicados.
O detector geralmente consiste de um nmero de fotododos; alguns intrumentos aplicam um
fotodiodo em combinao com um ranhuras mveis. Os fotododos convertem a distribuio de
intensidade espacial I num conjunto de fotocorrentes in. Electronica subsequente ento
converte e digitalizam as fotocorrente num conjunto de vetores de intensidade ou energia Ln,
representando o padro de disperso. Um fotodetector mede a intensidade da luz no dispersa
e, portanto, atravs de clculo, fornece absirvncia ou densidade ptica. Em geral a intensidade
da luz dispersa de uma partcula detectada a uma distncia fixa por unidade de rea de deteco
funo das seguintes variveis: dimenso e forma da partcula, razo dos ndices de refraco
entre a partcula e o meio, o comprimento de onda e polarizao da luz, e ngulo de disperso.
Adicionalmente a estas variveis, a intensidade de disperso de uma amostra de partculas
dependa da concentrao das partculas e da interaco entre partculas.
Algumas destas variveis so constantes, como a distncia de deteco, rea do detector,
volume de disperso, e comprimento de onda e polarizao da luz, e algumas destas variveis
so constantes para um determinado sistema de amostra, como o ndice de refraco. Para
caracterizar o tamanho das partculas por difraco laser, dever ser optimizado a concentrao
da amostra de modo que as partculas dispersem com intensidade suficiente para permitir que
a medio com uma razo sinal-ruido desejvel, mas no demasiada que possa saturar o sistema
de deteco. A concentrao da amostra tambm dever ser optimizada para minimizar a
interaco partcula-partcula e mnima disperso mltipla de modo que a medio possa ser
baseada em disperso elstica simples de partculas. Adicionalmente, numa medio de
difraco laser dever ser feita a assuno que tanto o ndice de refraco e densidade das
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
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partculas na amostra seja uniforme, o que verdade na maioria dos casos. Com o conhecimento
da relao entre a intensidade de disperso, ngulo de disperso, e tamanho e tamanho da
partcula e forma, ento atravs de medio do padro angular de disperso o tamanho da
partcula e forma pode ser obtido, pelo menos teoricamente.
Figura D1. Esquema de um espectrmetro de difrao laser
conhecido que na medio de distribuio de partculas por mtodos de difrao laser,
potencialmente a maior influncia nos resultados o estado da disperso antes da anlise por
LDS, a eficincia da disperso depender de factores como a concentrao, e problemas de
aglomerao mecnica e qumica; outra fonte potencialmente significante originada pela
converso do espectro ptico medido numa distribuio de tamanhos de partculas, um
processo que requere a entrada de constantes pticas (componentes reais e imaginrias do
ndice de refraco) da fase slida. No caso concreto em que estamos a falar de partculas
nanomtricas esses problemas so aumentados pois acrescem fenmenos de confinamento
quntico que fazem alterar as constantes fsicas das nanopartculas dispersas em relao s
partculas de maior dimenso onde os efeitos qunticos no se fazem sentir.
Componentes pticos
Uma placa de um quarto de onda (para o comprimento de onda do laser) necessrio para
providenciar luz despolarizada visto o feixe laser ser quase 100% polarizado. Se o feixe incidente
for polarizado a 45o um polarizador externo para seleccionar a polarizao do horizontal ou
vertical do feixe. Esta tcnica tem a vantagem que as caractersticas do feixe sero idnticas em
ambas as polarizaes. Um polarizador linear tambm necessrio para medir a polarizao do
feixe disperso.
Cllio Leite, Qualificao de pastas de nanoparticulas de titnia
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Para obter uma melhor compreenso da disperso de difraco laser os princpios de medio
so seguidamente explanados. A Figura dD1mostra partculas esfricas de igual tamanho que
so expostas a um feixe coerente de luz monocromtica paralela. A luz dispersa em ngulos
iguais portanto focada num ponto especfico no plano de deteco e portanto, focada por
uma lente num ponto especfico no plano de deteco. Este ponto de imagem, combinado com
aqueles correspondentes a luz dispersa em outros ngulos, cria um padro de campo distante
(far field) das partculas. Este padro no afectado pela posio das partculas no f