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SECRETARIA DE ESTADO DE OBRAS SEOBRAS RJ ESTUDO DE IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS POTENCIAIS DOS INVESTIMENTOS DO PRODETUR NACIONAL - RIO DE JANEIRO RELATÓRIO FINAL SÃO PAULO MARÇO/2010

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SECRETARIA DE ESTADO DE OBRAS – SEOBRAS RJ

ESTUDO DE IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS POTENCIAIS DOS

INVESTIMENTOS DO PRODETUR NACIONAL - RIO DE JANEIRO

RELATÓRIO FINAL

SÃO PAULO

MARÇO/2010

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EQUIPE TÉCNICA

Eduardo Amaral Haddad (Coordenador e Responsável Técnico)

Ana Maria Bonomi Barufi

Carlos Roberto Azzoni

Fernando Salgueiro Perobelli

Moisés Diniz Vassallo

Paulo Roberto Haddad

Weslem Rodrigues Faria

Wilson Rabahy

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO _____________________________________________________________________ 1

1 TURISMO SUSTENTÁVEL E DESENVOLVIMENTO REGIONAL ______________________ 4

1.1 O TRIPÉ DO TURISMO SUSTENTÁVEL: COMPETITIVIDADE ECONÔMICA, EQUIDADE SOCIAL E

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL ______________________________________________________________ 6

1.2 POLÍTICAS ESPECÍFICAS DE PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TURISMO SUSTENTÁVEL _______ 17

2 METODOLOGIA ________________________________________________________________ 25

2.1 REGIONALIZAÇÃO _______________________________________________________________ 29

3 BASELINE ______________________________________________________________________ 31

3.1 CENÁRIO TENDENCIAL____________________________________________________________ 31

3.2 FLUXOS DE TURISTAS ____________________________________________________________ 34

3.2.1 Dimensionamento __________________________________________________________ 34

3.2.2 Projeção _________________________________________________________________ 37

3.3 PERFIL DE GASTOS DOS TURISTAS ___________________________________________________ 41

4 CENÁRIOS _____________________________________________________________________ 45

4.1 PREMISSAS DOS CENÁRIOS _________________________________________________________ 45

4.2 FECHAMENTOS __________________________________________________________________ 46

5 RESULTADOS __________________________________________________________________ 48

5.1 GASTOS ADICIONAIS DOS TURISTAS _________________________________________________ 48

5.2 FLUXOS ECONÔMICOS MARGINAIS (ADICIONAIS) _______________________________________ 57

5.3 INDICADORES PARA O ESTADO DO RIO DE JANEIRO ______________________________________ 66

5.4 INDICADORES REGIONAIS _________________________________________________________ 80

5.5 EFEITOS SOBRE ATIVIDADES CARACTERÍSTICAS DO TURISMO (ACT) ________________________ 88

ANEXO: LIÇÕES DAS EXPERIÊNCIAS DO PRODETUR/NE II ____________________________ 97

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APRESENTAÇÃO

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, representado pela Secretaria de Estado de

Turismo, Esporte e Lazer, acordaram com o Banco Interamericano de Desenvolvimento –

BID uma operação de crédito para implantar uma pauta de investimentos, que passou a

compor o PRODETUR Nacional – Rio de Janeiro (PRODETUR RJ – BR-L1210),

programa estabelecido pelo Ministério do Turismo.

Pela primeira vez o PRODETUR Nacional contempla o Estado do Rio de Janeiro e, neste

sentido, passou a ser um instrumento de alta prioridade para o desenvolvimento econômico

de todo o Estado e diminuição das diferenças regionais existentes.

Na sua composição inicial, o PRODETUR RJ se baseou nos estudos realizados para a

elaboração do Plano Estratégico do Governo do Estado e do Plano de Desenvolvimento

Integrado do Turismo Sustentável – PDITS. Os Planos levam em consideração as

tendências da economia nacional e mundial, além de considerar algumas tendências de

desenvolvimento do Estado, principalmente na área turística.

Neste contexto, o PRODETUR RJ busca potencializar a sustentabilidade da atividade

turística, a partir da vocação do Estado e das atuais tendências sobre as regiões do interior

do Estado e da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). A requalificação das

regiões interiorizadas resultará na criação de novos postos de emprego, na geração de

renda, na contenção dos fluxos migratórios em direção aos novos pólos industriais, e na

melhoria da qualidade de vida da população residente nos pólos turísticos identificados pelo

PRODETUR NACIONAL.

O PRODETUR RJ tem como objetivos específicos e resultados esperados:

Interiorização do turismo no Estado

o Incremento no gasto médio do turista

o Redução da sazonalidade

o Incremento do tempo de permanência do turista

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Melhoria do perfil da demanda turística

o Incremento no gasto médio do turista

o Diversificação dos segmentos turísticos

Os investimentos previstos no Programa se apresentam na seguinte forma:

Tipo de Fonte US$ (milhões) %

FONTE EXTERNA

Banco Interamericano de Desenvolvimento / BID 112.000.000 60%

FONTES INTERNAS

Contrapartida Nacional / Estado do Rio de Janeiro 75.000.000 40%

TOTAL 187.000.000 100,00%

O Programa prevê seus investimentos organizados em cinco componentes. Os

investimentos em infraestrutura e serviços objetivam melhorar a acessibilidade aos destinos

turísticos, prover os serviços públicos adequados aos fluxos turísticos (saneamento

ambiental, urbanização de áreas turísticas), e investimentos importantes destinados a

desenvolver e valorizar os recursos turísticos (especialmente recuperação e preservação de

patrimônio natural e histórico-cultural, sinalização, entre outros).

COMPONENTESUS$

(X 1.000)%

1: Estratégia de Produto Turístico 86.200 46,20%

2: Estratégia de Comercialização 9.000 4,81%

3: Fortalecimento Institucional 9.000 4,81%

4: Infra-estrutura de Serviços Básicos 55.100 29,47%

5: Gestão Ambiental 12.600 6,74%

ENCARGOS, GERENCIAMENTO, SUPERVISÃO

E AUDITORIA15.100 8,07%

TOTAL 187.000 100%

O presente estudo, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE –

apresenta os resultados da avaliação de impacto destes investimentos visando subsidiar,

com informações objetivas, sob a ótica socioeconômica, o Governo do Estado do Rio de

Janeiro.

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O estudo proposto atinge os seguintes objetivos:

Avalia os impactos socioeconômicos dos investimentos do PRODETUR RJ, a partir

do enfoque de que se trata de uma atividade econômica adicional, estruturante do

espaço regional;

Neste contexto, apresenta as estimativas dos impactos econômicos, diretos, indiretos

e induzidos, produzidos nos níveis da atividade econômica dos sub-pólos, do

restante do Estado e do País, propiciados pelo conjunto de todas as atividades

associadas às fases de implantação dos investimentos (2010-2013) e dos efeitos

sobre mudanças das matrizes de gastos dos turistas (2013-2020), em termos dos

aumentos de produção, de valor adicionado ou PIB, de massa salarial e emprego, e

de arrecadação de ICMS no Estado do Rio de Janeiro, que não seriam observados se

o projeto não ocorresse.

O relatório compreende os produtos associados às estimativas dos impactos

socioeconômicos (produção, PIB, massa salarial, emprego, arrecadação) espacializados; e

às avaliações e aspectos indicativos da reestruturação espacial.

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1 TURISMO SUSTENTÁVEL E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Na última década, o Brasil realizou um conjunto grandioso de projetos de investimento em

turismo, liderados pelo PRODETUR no Nordeste. A expectativa é a de que esses projetos

possam contribuir para aliviar a pobreza nas áreas em que se localizam, a par do

inquestionável processo de crescimento econômico que nelas desencadeiam. A

preocupação com esta questão deriva do fato de que são frequentes as experiências de

investimentos em resorts turísticos altamente subsidiados com recursos públicos, que se

constituem muitas vezes em verdadeiros enclaves econômicos nas localidades onde se

situam. Nelas os investidores se apropriam do capital natural sem impactar

significativamente as condições de vida das populações pobres residentes no seu entorno

espacial ou sem se preocupar em apoiar programas de desenvolvimento de fornecedores ou

de arranjos produtivos locais.

Não há dúvida que os novos investimentos em atividades turísticas nas áreas periféricas do

País contribuíram para resultados muito positivos nas nossas contas externas, no nível geral

de emprego, nas taxas de crescimento do PIB, etc. Mas, ainda resta dúvida sobre os

benefícios que teriam aportado para os habitantes dessas áreas. Será que, na concepção e na

implementação desses projetos de investimento, não estaria embutido um conflito entre os

critérios de eficiência econômica e de equidade social?

A análise das experiências dos ciclos de expansão de diferentes economias nacionais e

regionais no pós-II Grande Guerra não revela a existência de nenhuma correlação geral e

sistemática entre o processo de crescimento econômico e a distribuição de renda e de

riqueza neste processo.

Constatou-se que a compatibilidade entre o crescimento econômico e o desenvolvimento

social não se processa espontaneamente. O desenvolvimento social não se revelou como

um subproduto cronológico do crescimento econômico. De fato, a experiência histórica

vem demonstrando que a simples mobilização intensiva dos fatores de produção pode

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reproduzir, agora sim, de forma espontânea, as condições sociais iniciais que lhe deram

sustentação.

Em princípio, não se pode afirmar que os critérios de eficiência econômica e de equidade

social (ou de distribuição de renda e de riqueza) que orientam a seleção e a prioridade de

projetos de investimentos sejam mutuamente exclusivos. Um programa ou projeto de

investimento, como o de melhoria da competitividade de um arranjo produtivo local de

turismo, pode se enquadrar no critério de eficiência e no critério de distribuição, pois, de

um lado, aumenta os fluxos de comercialização, as margens de lucro empresariais, e, enfim,

a competitividade setorial e, ao mesmo tempo, pode beneficiar a formação de mão de obra

local em áreas menos desenvolvidas ou estimular nelas iniciativas de micro e pequenos

empreendedores. O que interessa ressaltar é a ênfase ou a intencionalidade dada ao

programa ou projeto.

É preciso, pois, definir, os procedimentos operacionais através dos quais é possível

combinar a eficiência empresarial ou microeconômica dos investimentos em turismo

com a busca do desenvolvimento humano das populações das áreas em que se

localizam. Há, neste ponto, duas instituições que têm registrado detalhadamente as

experiências internacionais bem sucedidas nesta direção: o Projeto Pro-Poor Tourism

(PPT), financiado pelo Department for International Development (DFID) do Reino Unido

e a OMT (Organização Mundial do Turismo). O próprio MINTUR e o BID consideram, na

formação do PRODETUR, que as propostas mais adequadas de políticas públicas do setor

devem ter, como ponto de partida, o estabelecimento de portas de saída para a pobreza

regional.

Não faltam experiências em que mirar, nem concepções adequadas de turismo sustentável

nas burocracias especializadas ou até mesmo capacidade de planejamento nos quadros

técnicos dessas burocracias para desenhar políticas, programas e projetos que articulem os

investimentos em capital físico, capital humano e capital social em torno das atividades

turísticas. Entretanto, como se trata de investimentos que envolvem os três níveis de

governo, complexas relações entre o interesse público e o interesse privado, além de intensa

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transversalidade nas burocracias públicas, a sua implementabilidade dependerá

intensamente da função de coordenação geral no processo de planejamento.

1.1 O TRIPÉ DO TURISMO SUSTENTÁVEL: COMPETITIVIDADE ECONÔMICA, EQUIDADE

SOCIAL E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

A primeira questão que se coloca para a promoção do turismo sustentável nos dois

pólos fluminenses (Litoral e Serra) do Plano de Desenvolvimento Integrado do

Turismo Sustentável do Rio de Janeiro (PDITS/RJ) é a de que os seus investimentos

possam contribuir para a formação de um ciclo de crescimento econômico sustentado

nas suas áreas de influência. Os investimentos no segmento produtivo de turismo somente

poderão dar suporte para a configuração deste ciclo, desde que mantenham elevado grau de

eficiência microeconômica. Não se podem contabilizar os benefícios distributivos dos

projetos de investimento no turismo sustentável se o seu crescimento não é sustentado

ao longo do tempo, por falta de competitividade sistêmica e dinâmica. Este

crescimento é uma condição necessária, embora não suficiente, para o processo de

desenvolvimento sustentável.

Em geral, quando se pretende definir quais são as potencialidades de crescimento

econômico de uma região ou de um município, a partir da sua dotação de recursos

turísticos, é preciso estar ciente de que o conceito de potencialidade de recursos é

econômico e não físico. Ou seja, o valor de um recurso turístico depende da estrutura

da demanda, dos custos relativos de produção, dos custos de acessibilidade das

inovações tecnológicas adotadas no ambiente macroeconômico etc.

A questão dos custos relativos é crítica: uma oportunidade favorável à exploração de um

potencial turístico, em alguma localidade ou região pode não ser explorada devidamente

por causa da existência de uma melhor oportunidade em outra localidade ou região do país

ou do exterior. Portanto, a incorporação das noções de custo de oportunidade e de

concorrência são importantes para a melhor compreensão do conceito de competitividade

interregional e internacional dos projetos de investimento no setor de turismo. Ou seja, o

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significado do que “a dotação de recursos turísticos” de uma região ou localidade muda

com a dinâmica do crescimento econômico, com os determinantes da demanda final

(preferências dos consumidores, distribuição de renda, política cambial, etc.), com as

condições tecnológicas de produção (surgimento de novos produtos e novos processos),

com a organização do sistema produtivo e de seu arcabouço político-institucional

(legislação ambiental, normas de segurança, etc.).

Além do mais, muitas vezes uma região apresenta condições locacionais favoráveis para a

implantação de novas atividades turísticas (qualidade do capital natural, logística, etc.), mas

os investimentos não se realizam por questões de natureza político-institucional (legislação

ambiental inapropriada ou inflexível, movimentos sociais locais com interesses difusos,

falta de suporte das autoridades estaduais ou locais, etc.).

É difícil imaginar a sobrevivência de atividades econômicas de qualquer natureza e em

qualquer escala produtiva numa região, que não disponham de competitividade dinâmica

em termos de preço e de qualidade para enfrentar a oferta de bens e serviços equivalentes,

disponíveis em outros municípios e localidades com melhores condições de acessibilidade,

de qualidade dos serviços e de preços. Neste sentido, é preciso, inicialmente, que se

distingam as vantagens econômicas espúrias das vantagens competitivas dinâmicas

específicas de cada região ou localidade.

As vantagens competitivas espúrias são aquelas que não se sustentam no longo prazo, por

estarem fundamentadas apenas em incentivos fiscais e financeiros recorrentes (que podem

desaparecer a partir das exigências de um programa de estabilização econômica ou de um

projeto de reforma tributária), no uso predatório dos recursos naturais do ecossistema (que

podem se restringir ou por limitações físicas ou por legislação ambiental), na sobre-

exploração da força de trabalho (que pode encontrar resistências políticas ou legais com o

avanço da redemocratização), ou na informalidade e na clandestinidade de suas operações

(que podem chocar-se com a modernização e eficácia dos sistemas tributários e

previdenciários).

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As vantagens competitivas dinâmicas de uma região ou localidade são aquelas que não

apenas resistem aos desafios dos processos de globalização e de integração da economia

nacional, mas, também, aproveitam adequadamente as oportunidades criadas por estes

processos. As atividades econômicas para se tornarem globalmente competitivas,

dependem de sua eficiência operacional e de seu posicionamento estratégico. Para

alcançar maiores ganhos, é necessário servir segmentos atrativos de mercado; esses novos

segmentos requerem diferentes capacidades e exigem que se aumente a eficiência

operacional1. As empresas para se tornarem vencedoras dependem de sua eficiência

operacional (redução de custos, ganhos de produtividade etc.) e de seu posicionamento

estratégico (estratégia de diferenciação de produtos, estratégia de diversificação,

estratégia de custos baixos):

a rentabilidade de uma empresa é definida pela atratividade da indústria em que

compete e a eficiência operacional com que ela compete;

as empresas que competem em segmentos lucrativos e sustentáveis são atrativas e

líderes operacionais, tornando-se vencedoras e desfrutando de maiores ganhos;

as mudanças mais fáceis e rápidas são frutos de melhorias na eficiência operacional;

para alcançar maiores ganhos, é necessário servir segmentos atrativos; esses novos

segmentos requerem diferentes capacidades e exigem, mais uma vez, que se

aumente a eficiência operacional;

também é possível migrar para um segmento mais atrativo em primeiro lugar, e,

mais tarde, aumentar a eficiência operacional, apesar de ser mais difícil;

a migração de um segmento para outro mais atrativo implica em ganhos crescentes,

até que a empresa se torne líder em competição.

Vale a pena destacar as conclusões gerais de Michael Porter sobre a competitividade

sistêmica de um país ou de uma região: a) a competitividade não pode ser vista como um

fenômeno macroeconômico, impulsionado por variáveis como taxas de câmbio, taxas de

1 Fairbanks, M. and Lindsay, S. Plowing The Sea – Nurturing the Hidden Sources of Growth in the Developing World. HBS Press, 1997. Porter, M. E. Vantagem Competitiva. Editora Campus, 1989 (3ª edição). Haddad, P. R. “Tendências Recentes do Comércio Internacional e suas Implicações para a Economia de Minas”, Cadernos BDMG, abril, 2003.

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juros e déficits governamentais; b) a competitividade não é função de mão de obra barata

ou de recursos naturais abundantes; c) as empresas de uma região ou de um país não terão

êxito se não basearem suas estratégias no progresso e na inovação, numa disposição de

competir, no conhecimento realista de seu ambiente nacional/regional/local e de como

melhorá-lo; d) as empresas bem sucedidas concentram-se, com frequência, em

determinadas cidades, aglomerados urbanos ou estados dentro do país; e) o processo de

globalização das economias nacionais não exclui a importância de localidades que

proporcionam um ambiente fértil para as empresas de indústrias específicas.

O Pólo Serra e o Pólo Litoral do PDITS/RJ poderão adquirir maiores chances de

gerarem um ciclo de crescimento econômico sustentado regional e local se não

dependerem apenas de fatores macroeconômicos para a sua sobrevivência (taxa de

câmbio desvalorizada, por exemplo); se não dependerem de vantagens competitivas

espúrias; se enfatizarem posicionamento estratégico mais desenvolvido e abrangente,

sem perda de maior eficiência operacional. Para que os dois pólos turísticos sejam

competitivos, é preciso que as empresas que neles atuam sejam competitivas, que as

cadeias produtivas em que se inserem sejam competitivas (formadores e prestadores

de serviços competitivos) e que as regiões onde se localizam sejam também

competitivas (serviços de segurança pública, de saúde pública, de educação básica de

boa qualidade etc.).

Se os dois Pólos do PDITS/RJ conseguirem incentivar a localização e a implantação de

novos projetos de investimento privado em turismo nas regiões do Litoral e da Serra, estes

projetos podem elevar os seus níveis de produção, de renda, de emprego e da base

tributável a um ritmo mais intenso do que o crescimento de sua população, sem que,

entretanto, ocorra um processo de desenvolvimento sustentável. Os valores per capita do

produto e da renda regional se expandem, denotando, basicamente, que a área de influência

dos projetos estará vivendo uma etapa favorável na sua trajetória de crescimento econômico

e que, em média, estará havendo um aumento na quantidade de bens e serviços à disposição

dos seus habitantes. Se as taxas de crescimento do PIB e da renda per capita da região se

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mantiverem positivas e elevadas por um longo período, pode-se afirmar que foi encontrada

uma alternativa de expansão sustentada da sua economia por meio dos investimentos em

turismo.

Este processo de crescimento econômico irá depender, principalmente, da capacidade da

região para atrair recursos (financeiros, tecnológicos, institucionais, etc.) nacionais e

internacionais, públicos e privados, através de diferentes modalidades (negociação de

projetos, transferências intergovernamentais de natureza não constitucional, etc.).

Dependerá, também, dos impactos que as políticas macroeconômicas (monetária, cambial,

fiscal) e setoriais (transporte, energia, etc.) terão sobre a economia regional. Estas políticas,

comandadas principalmente pelo Governo Federal, geram condições externas às decisões

regionais que podem ou estimular ou frear o crescimento econômico da região, de acordo

com os rebatimentos específicos delas sobre sua estrutura produtiva. Quase sempre, estas

políticas são predominantes e capazes de explicar o crescimento econômico e a evolução da

renda de uma determinada região.

Por outro lado, o processo de desenvolvimento de uma região, que pressupõe o seu

crescimento econômico, dependerá, fundamentalmente, da sua capacidade de

organização social e política, que se associa ao aumento da autonomia regional para a

tomada de decisões, ao aumento da capacidade para reter e reinvestir o excedente

econômico gerado pelo seu processo de crescimento regional, a um crescente processo de

inclusão social, a um processo permanente de conservação e preservação do ecossistema

regional. Esta capacidade de organização social da região é o fator endógeno por

excelência para transformar o crescimento em desenvolvimento, através de uma

complexa malha de instituições e de agentes de desenvolvimento, articulados por uma

cultura regional e por um projeto político regional2.

2 Boisier, S. El Dificil Arte de Hacer Región. Centro de Estudios Regionales Andinos, Cusco, Peru, 1992. Higgins, B. and Savoie, D. J. Regional Development: Theories and Their Application. Transaction Publishers, 1995. Capello, R. Regional Economics, Routledge, 2007.

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Segundo esta concepção, o desenvolvimento de uma determinada região pressupõe:

um crescente processo de autonomia decisória;

uma crescente capacidade regional de captação e reinversão do excedente

econômico;

um crescente processo de inclusão social (inclusive digital);

uma crescente consciência e ação ambientalista;

uma crescente sincronia intersetorial e territorial do crescimento;

uma crescente percepção coletiva de pertencer à região.

Não se pode subestimar o papel da negociação e da atração de recursos como mecanismo

de promoção do crescimento econômico de uma região. Em geral, uma região não dispõe

dos recursos humanos, financeiros, tecnológicos e organizacionais para dar solução aos

problemas que têm de enfrentar, necessitando, portanto, de atrair estes recursos de

instituições públicas e privadas, no país ou no exterior. Estas instituições têm custos de

oportunidade na alocação dos recursos que comandam, pois estes são, em geral, escassos e

têm aplicações alternativas.

Assim, no caso brasileiro, o Governo Federal não pode privilegiar uma dada região ainda

que economicamente deprimida e procurar zerar o seu quadro de carências sociais,

atendendo todas as necessidades básicas de sua população, pois, por limitação de recursos,

teria de reduzir a oferta de serviços públicos e semi públicos (em termos de quantidade e

qualidade) em outras regiões e localidades, com repercussões políticas adversas. Da mesma

forma, os órgãos da Administração Indireta do Governo Federal (autarquias, empresas e

fundações) não podem realizar investimentos de infraestrutura de grande porte em uma

dada região (eixos de transporte, telecomunicações, linhas de transmissão de energia

elétrica, etc.), sem que aí estejam identificados fatores que irão garantir níveis adequados de

utilização da capacidade instalada, sob pena de sofrerem os ônus políticos de decisões

questionáveis pela opinião pública. Quanto às instituições privadas e estatais que

comandam recursos de investimentos diretamente produtivos, estas não migrarão seus

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capitais para uma região, a não ser que vislumbrem inequívocas oportunidades de negócios

rentáveis.

Ora, como é impraticável que a população de uma região possa manter nível adequado de

padrão de vida, baseando-se apenas em transferências e subsídios públicos e privados

extrarregionais duradouramente, torna-se indispensável dimensionar as suas

potencialidades internas, disponíveis para induzir investimentos de infraestrutura

econômica e investimentos diretamente produtivos, os quais poderão promover processos

de crescimento dos seus níveis de emprego e de renda. Assim, como passo inicial para se

analisar o processo de desenvolvimento de uma região, é preciso identificar se esta tem

efetivamente um elevado potencial de crescimento econômico ou os problemas de sua

população terão de ser equacionados através dos efeitos limitados das políticas distributivas

de transferências intergovernamentais. É importante destacar que os avanços da ciência e

tecnologia têm redefinido o conceito de potencial econômico e têm aberto novos rumos

para o desenvolvimento de áreas estagnadas ou deprimidas.

Entretanto, mesmo que o processo de negociação e de atração de recursos para uma região

seja bem sucedido e que se consiga acelerar o seu ritmo de crescimento econômico, ter-se-á

atingido tão somente as condições necessárias (mas não suficientes) para a realização de

um processo de desenvolvimento. Uma concepção adequada de desenvolvimento

regional ou local deve conter, como elemento essencial, um crescente processo de

inclusão social.

Neste sentido, constatou-se, em diversos países, que a compatibilidade entre o crescimento

econômico e o desenvolvimento social não ocorre espontaneamente3. Da aplicação das

estratégias que se firmaram no pressuposto de que os objetivos redistributivos e de

equidade ficassem subordinados à manutenção do crescimento acelerado do PIB, concluiu-

se que a redução das desigualdades não foi atingida através de impactos indiretos gerados

3 CEPAL, Equidad y Transformación Productiva: Un Enfoque Integrado. Santiago e Chile, 1992. MMACPDS. Agenda 21 Brasileira, Brasília, 2002. Schwartzman, S. Pobreza, Exclusão Social e Modernidade: uma introdução ao mundo contemporâneo, Augurium, 2004, Sen, A. Development as Freedom, Anchor Books, 2000.

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pela prioridade atribuída aos critérios de eficiência. Admitiu-se, em princípio, que,

expandindo-se o produto e a base tributável da economia seria mais fácil para o poder

público manipular maiores recursos, capazes de favorecer soluções para os problemas

econômicos e sociais dos segmentos mais pobres da população; vale dizer, acreditava-se

que o desenvolvimento social seria um subproduto cronológico do crescimento econômico.

Assim, o poder indutor do crescimento econômico propicia maior diferenciação dos

sistemas sociais sem, contudo, gerar mais equidade, pois esta não é impulsionada por

nenhum mecanismo auto-sustentado, porquanto os efeitos genuínos do crescimento

econômico estão estruturalmente vinculados aos imperativos da acumulação e à lógica da

diferenciação social.

Não basta que se identifiquem oportunidades de investimentos no setor de turismo e

as formas de mobilizá-las, uma vez que a implantação e a operação destes

investimentos podem resultar em processos socialmente excludentes para a população

local e gerar apenas um ciclo restrito de crescimento econômico. O desenvolvimento

social não é um subproduto cronológico do crescimento econômico. Os dois Pólos do

PDTIS/RJ, ao serem concebidos, deverão definir projetos e atividades que articulem

adequadamente critérios de eficiência econômica com critérios de equidade social.

Feitas estas considerações sobre alguns aspectos essenciais do processo de

desenvolvimento regional e local, resta destacar a importância que muitos analistas vêm

atribuindo às diferentes formas de capital físico e de capital social neste processo. Para

eles, os problemas de regiões que acumularam um grande atraso econômico, que perderam

seu dinamismo ou que pretendem mobilizar suas potencialidades econômicas, não se

limitam à expansão da sua capacidade produtiva (mais investimentos em projetos de

infraestrutura econômica ou em projetos diretamente produtivos) ou do seu capital físico.

Celso Furtado afirmava que “o verdadeiro desenvolvimento é, principalmente, um processo

de ativação e canalização de forças sociais, de melhoria da capacidade associativa, de

exercício da iniciativa e da criatividade. Portanto, trata-se de um processo social e cultural,

e apenas secundariamente econômico. O desenvolvimento ocorre quando, na sociedade, se

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manifesta uma energia capaz de canalizar, de forma convergente, forças que estavam

latentes ou dispersas. Uma verdadeira política de desenvolvimento terá que ser a expressão

das preocupações e das aspirações dos grupos sociais que tomam consciência de seus

problemas e se empenham em resolvê-los4”.

Sergio Boisier tem insistido que o desenvolvimento de uma região ou localidade, no longo

prazo, depende profundamente da sua capacidade de organização social e política para

modelar o seu próprio futuro (processo de desenvolvimento endógeno), o que se

relaciona, em última instância, com a disponibilidade de diferentes formas de capital social

ou capitais intangíveis na região ou localidade (Quadro 1.1).

Percebe-se, com maior clareza, o conceito de desenvolvimento endógeno em situações de

assimetria no retrocesso econômico. Por exemplo: se uma economia desenvolvida se

atrofia ou involui por causa de um evento exógeno (por exemplo, países da Europa após a

II Grande Guerra) e assume os indicadores de renda per capita, de comércio e de

produtividade típicos de uma economia subdesenvolvida, quando recebe novos estímulos e

incentivos (por exemplo, financiamentos e apoio técnico do Plano Marshall) a sua reação é

rápida e acelerada, por causa de sua capacidade endógena de mobilizar capitais tangíveis e

intangíveis (empreendedorismo, parcerias público-privada etc.) para promover a retomada

do desenvolvimento econômico e social.

4 Furtado, C. A Nova Dependência. Paz e Terra, 1982. Ver também suas reflexões sobre o tema do desenvolvimento no livro da coleção “Os Economistas”, publicado pela Abril Cultural: Teoria e Política de Desenvolvimento Econômico. Sobre o pensamento dos principais autores que analisaram a questão do capital social no processo de desenvolvimento, ver Augusto Franco – Capital Social, Instituto de Política, Millennium, Brasília, 2004.

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15

Quadro 1.1. Formas de capitais intangíveis determinantes do processo de

desenvolvimento regional

Algumas Formas de

Capitais Intangíveis

Especificação

1. Capital Institucional

As instituições ou organizações públicas e privadas existentes na região: o seu

número, o clima de relações interinstitucionais (cooperação, conflito,

neutralidade), o seu grau de modernidade.

2. Capital Humano O estoque de conhecimentos e habilidades que possuem os indivíduos que residem

na região e sua capacidade para exercitá-los.

3. Capital Cívico A tradução de práticas de políticas democráticas, de confiança nas instituições, de preocupação pessoal com os assuntos públicos, de associatividade entre as esferas

públicas e privadas, etc.

4. Capital Social O que permite aos membros de uma comunidade confiar um no outro e cooperar

na formação de novos grupos ou em realizar ações em comum.

5. Capital Sinergético

Consiste na capacidade real ou latente de toda a comunidade para articular de

forma democrática as diversas formas de capital intangível disponíveis nessa

comunidade.

O Pólo Serra e o Pólo Litoral se localizam em áreas do Estado do Rio de Janeiro onde

estão alguns dos seus ecossistemas mais preciosos e sensíveis. Não se pode pensar na

promoção e no desenvolvimento destes Pólos sem delimitar com adequada

especificidade como os projetos de investimento público e privado irão impactar os

ecossistemas em sua área de influência direta ou indireta. Daí colocar-se a questão da

preservação ambiental no tripé de um processo de desenvolvimento sustentável.

O processo de desenvolvimento ambiental sustentável se caracteriza por5:

a primeira função dos recursos naturais é prover insumos para o sistema produtivo,

que objetiva produzir bens de consumo e de capital para criar bem estar ou utilidade

para a população;

o meio ambiente é, também, o receptor de última instância de resíduos que vêm da

produção, do consumo ou dos próprios sistemas naturais; a diferença básica entre os

sistemas naturais e econômicos é que os sistemas naturais tendem a reciclar os seus

resíduos, ainda que parcialmente;

5 Pearce, D. W. and Turner, R. K. Economics of Natural Resources and the Environment, Johns Hopkins, 1991. Lawn, P. Frontier Issues in Ecological Economics, EE, 2007. Common, M. and Stagl, S. Ecological Economics, Cambridge, 2005 Vivien, F. D. Le développement soutenable, La Découverte, 2005.

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para se dar sustentabilidade aos recursos renováveis, é preciso cuidados para utilizá-

los a uma taxa que não seja maior do que sua capacidade regenerativa;

a terceira função do meio ambiente é a de oferecer utilidade diretamente, na forma

de prazer estético e conforto espiritual; se dispuserem-se resíduos em excesso à

capacidade assimilativa, o meio ambiente é prejudicado nesta terceira função.

Uma definição operacional para o desenvolvimento sustentável do ponto de vista ambiental

envolve a maximização dos benefícios líquidos do desenvolvimento econômico, sujeito à

manutenção dos serviços e da qualidade dos recursos naturais ao longo do tempo. Esta

manutenção implica, desde que seja possível, a aceitação das seguintes regras gerais:

utilizar os recursos renováveis a taxas menores ou iguais à taxa natural que podem

regenerar;

otimizar a eficiência com que recursos não renováveis são usados, sujeito ao grau de

substituição entre recursos e ao progresso tecnológico;

manter sempre os fluxos de resíduos no meio ambiente no nível igual ou abaixo de

sua capacidade assimilativa;

a vegetação nativa e os ecossistemas críticos devem ser preservados, reabilitados

e/ou restaurados; adicionalmente, a exploração futura do capital natural deveria se

restringir a áreas intensamente modificadas pelas atividades humanas prévias (por

exemplo: produção de biodiesel de dendê em áreas degradadas da Floresta

Amazônica).

As decisões sobre as formas de se utilizarem, sustentavelmente, os recursos naturais de uma

região não podem ser tomadas sem que haja uma valoração econômica destes recursos, pois

estes apresentam muitas opções alternativas para o desenvolvimento regional. Eles podem

ser preservados; ou seja, nenhum uso humano é permitido na sua exploração. Eles podem

ser conservados; ou seja, a ação antrópica pode ocorrer, desde que sejam mantidos os

serviços e a qualidade dos recursos naturais ao longo do tempo. Assim, há um grande

espectro de opções de conservação, principalmente quando se leva em consideração os

demais objetivos de desenvolvimento de uma região (geração de emprego, redução da

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pobreza absoluta, etc.) e os respectivos trade-off, os quais se definem, economicamente, a

partir de seus custos e benefícios sociais relativos. No fundo, o desafio é mostrar que os

valores econômicos resultantes do uso sustentável dos recursos ambientais da região são

superiores aos valores gerados pelas atuais formas de intervenção nas suas economias.

O processo de desenvolvimento do turismo sustentável do Pólo Serra e do Pólo Litoral

do PDITS/RJ implica em estabelecer uma estratégia que incorpore os impactos

ambientais dos projetos de investimento público e privado nas suas áreas de influência

direta e indireta. É preciso: a) estender, para estas áreas, as melhores práticas e

experiências de desenvolvimento do turismo que vêm sendo conduzidas em diversos

ecossistemas do país; b) incorporar, nos critérios de avaliação dos projetos de investimentos

que irão usufruir de incentivos fiscais e financeiros, os custos e os benefícios das

externalidades ambientais; c) priorizar programas e projetos que possam contribuir para

soluções articuladas de problemas sociais de pobreza com o equilíbrio dos ecossistemas

locais (exemplo: saneamento básico; extrativismo com manejo sustentável na Mata

Atlântica e dos recursos costeiros etc.) e promover uma crescente consciência e ação

ambientalista nos processos de expansão da produção e do consumo na região.

1.2 POLÍTICAS ESPECÍFICAS DE PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TURISMO

SUSTENTÁVEL

As regiões e os municípios brasileiros, que têm no turismo a sua base econômica, ou nos

quais o turismo é uma das atividades econômicas motrizes de seu crescimento, têm de

dispor de uma política pública com características específicas. É evidente que esta

especificidade não dispensa estas regiões e municípios de se beneficiarem de políticas

compensatórias (renda mínima, seguro-desemprego, previdência, cesta básica, salário

mínimo) e de políticas estruturais (regularização fundiária, educação, microcrédito,

infraestrutura), uma vez que as populações locais têm características estruturais típicas que

se enquadram nos objetivos sociais destas políticas de alívio da pobreza.

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Entretanto, as formas de articulação das atividades turísticas com as comunidades locais,

através dos mercados de trabalho, assim como as formas de inserção destas atividades no

processo de desenvolvimento local, através de seus diferentes impactos e transbordamentos

em termos de custos e benefícios, levam a que sejam necessárias a concepção e a

implementação de políticas públicas específicas para o turismo sustentável. Podem-se

destacar três destas formas de articulação e de inserção, com suas especificidades:

normalmente, os projetos de investimento no turismo são de natureza estruturante; têm uma

grande propensão a se tornarem enclaves econômicos regionais e locais; apresentam uma

delicada relação com o capital natural onde se localizam.

Há muitos projetos de desenvolvimento que contribuem para a consolidação da economia

regional onde se localizam, por meio de ações e medidas que eliminam pontos de

estrangulamento, que complementam as cadeias de valor, que mobilizam recursos ociosos,

e que buscam superar os obstáculos à continuação do desenvolvimento observado no

passado. Estes são os denominados projetos de natureza incremental. Por outro lado, há

projetos que são capazes, pela sua dimensão e por sua complexidade, de mudar os padrões

e as tendências de desenvolvimento das regiões e localidades em que se localizam, ora

reestruturando com profundidade as condições econômicas e sociais, ora mobilizando

potencialidades de expansão produtiva ainda não exploradas. Estes são os denominados

projetos estruturantes, entre os quais, normalmente, pode-se classificar os projetos de

desenvolvimento do turismo sustentável.

As atividades de turismo sustentável apresentam características comuns: elas se

concentram, normalmente, em um território bem delimitado que define sua identidade

cultural; elas aglomeram espacialmente um conjunto de empresas e empreendedores que

têm, entre si, maior ou menor nível de cooperação e de confiança; elas se especializam na

oferta de serviços orientados para o consumo final e dentro de uma cadeia de valor, com

maior ou menor grau de extraterritorialidade; para se desenvolver, elas não podem

prescindir de uma articulação ampla e diversificada com muitas instituições públicas e

privadas que conduzem políticas sociais e setoriais. Ora, quando se pensa em formular e

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executar políticas públicas para promover e desenvolver atividades com estas

características, a metodologia mais apropriada é a que se relaciona com os arranjos

produtivos locais.

Arranjos Produtivos Locais podem ser definidos como “aglomerações de empresas,

localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm

algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros

atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e

pesquisa”. Ou de forma mais genérica, arranjo produtivo local é uma concentração micro

espacial de empresas de qualquer porte com grau diferenciado de coesão e características

comuns, que pode ser: a) horizontal, no mesmo setor ou setores conexos (couros e sapatos;

madeira e móveis, etc.); b) vertical, setores estruturados em uma cadeia produtiva; c) misto,

com estruturação setorial horizontal e vertical (proteína animal industrializada no Oeste

Catarinense, por exemplo)6. Há atualmente mais de 300 experiências de promoção e

desenvolvimento de APLs sendo implementadas no Brasil, muitas das quais com

financiamento do BID.

O MINTUR tem considerado que, além dos projetos de investimento público e privado para

promover e desenvolver um potencial turístico em determinada região ou localidade, é

preciso implementar políticas públicas para o alívio ou redução da pobreza e a preservação

dos ecossistemas tendo a concepção de turismo sustentável como vetor referencial. Essas

políticas compreendem os seguintes investimentos:

6 Cassiolato, J. E. e Lastres, H. M. M. “Aglomerações, Cadeias e Sistemas Produtivos e de Inovação” in Cluster – Revista

Brasileira de Competitividade, ano 1, no. 1, abril/julho 2001. Instituto Metas, B. Horizonte. A revista Cluster – Revista Brasileira de Competitividade apresenta, em seus diversos números, um glossário bem elaborado sobre estes conceitos, reproduzidos parcialmente neste texto. Haddad, P. R. “Etapas de Organização de um Cluster Produtivo: uma exposição diagramática”, in Cluster – Revista Brasileira de Competitividade”, abril/julho de 2002. Ver também toda a bibliografia relativa ao Projeto SEBRAE/PROMOS/BID que foi pioneiro e inovador no desenvolvimento das experiências de APL no Brasil; ver, particularmente, Metodologia de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais – Projeto Promos/SEBRAE/BID, SEBRAE, 2004. Breschi, S. and Malerba, F. (ed.) Clusters, Networks and Innovation, Oxford University Press, 2007.

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Investimentos no Capital Humano

o Promoção da inserção da população local no mercado de trabalho

oferecido pelo turismo através da oferta de capacitação profissional

adequada com ênfase nas faixas de população local de menor nível de

escolaridade;

o Gestão para o estabelecimento, nos destinos, de unidades educativas, tanto

para a educação formal quanto para a capacitação em áreas específicas

diretamente aplicáveis às atividades turísticas;

o Ações públicas de facilidades para a inclusão digital da população;

o Campanhas de conscientização da população, dos governos locais e dos

turistas e demais interessados no desenvolvimento sustentável do setor.

Investimentos no Capital Físico

o As obras de infraestrutura de titularidade governamental devem ser

inclusivas para o total da população local e não apenas às instalações de

complexos turísticos, de regiões de veraneio e de áreas de atrativos turísticos

localizados;

o As áreas de ocupação informal, constituídas ou crescidas em função da

atração de população pela dinamização do turismo, devem ser objeto de

projetos de urbanização e regularização ou novas habitações, se em

áreas de risco;

o Incentivo do uso de materiais e insumos de produção local, como forma

de dinamização da economia local, bem como de geração de oportunidades

de mercado.

Investimentos no Capital Social

o Obrigatoriedade da formulação de planejamento, dimensionamento e

estruturação dos destinos turísticos previamente à sua comercialização;

o Apoio e crédito para a regularização dos imóveis em situação fundiária

informal, sob risco de perda pela especulação imobiliária, causada pela

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implantação de infraestrutura pública, principalmente estradas, ou pelo

crescimento da própria atividade turística;

o Medidas sociais compensatórias para a instalação de empreendimentos

turísticos de grande porte, que privilegiem a população local e nativa;

o Privilegiar a comunidade local e nativa, na oferta de empregos gerados

direta e indiretamente pela atividade turística;

o Promoção de geração de oportunidades de prestação de serviços e

fornecimento de bens para as classes menos favorecidas da população local,

tanto com estímulo a atenção à qualidade dos produtos quanto pela indução

à organização deste comércio;

o Incentivo à criação de microempresas comunitárias ou cooperativas para

prestação de serviços turísticos deve ser estimulado, com apoio técnico,

organizacional e mercadológico que permita o acesso a créditos;

o Oferta de crédito/microcrédito compatível com as atividades

desenvolvidas no destino;

o Ações de incentivo a organização e fortalecimento das comunidades

locais (empoderamento da sociedade local);

o A oferta de serviços públicos ampliados por pressão da necessidade da

população flutuante de turistas devem ser dimensionados incluindo toda a

população local;

o Formulação de políticas de incentivo aos governos locais para o

fortalecimento de sua governabilidade e capacidade de se beneficiar da

renda gerada pelo turismo, a ser revertida em serviços à população local.

Usualmente, a implementação de um processo de desenvolvimento de turismo sustentável

envolve problemas de coordenação institucional entre diferentes setores da

administração direta (Ministérios, Secretarias etc.) e da administração indireta (BNDES,

FINEP, IBAMA, BNB etc.) dos três níveis de governo; entre diferentes equipes técnicas

interdisciplinares com suas idiossincrasias próprias (ambientalistas, especialistas em obras

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de infraestrutura etc.); entre as agências públicas e as organizações não governamentais; e,

principalmente, entre os próprios setores organizados da sociedade civil.

As instituições, que participam de um processo de desenvolvimento do turismo sustentável,

tendem a desenvolver o seu espaço próprio de decisão, fechando-se em torno de missões e

temas programáticos específicos e, ao mesmo tempo, protegendo-se quanto às tentativas de

interferências das atividades de coordenação externa. Por exemplo: um programa de gestão

ou de formação de recursos humanos para o turismo sustentável não pode prescindir da

cooperação das instituições, públicas e privadas, vinculadas às políticas educacionais e de

formação de recursos humanos na região em que se localizam os projetos de investimento.

Assim, quando lhes é solicitada a cooperação para executar determinadas atividades do

programa, é necessário considerar a questão recorrente da heterogeneidade das diferentes

organizações envolvidas, quanto ao seu grau de maturidade institucional (há aquelas que

ainda não firmaram sua identidade), à sua capacidade de decisão e de implementação (há as

que costumam paralisar diante de escolhas a fazer), à sua cultura profissional, etc.

Estes fatores podem explicar, ainda que parcialmente, os diversos exemplos de conflitos

institucionais em torno das políticas de desenvolvimento do turismo sustentável, resultando

em impasses decisórios (paralisantes ante escolhas críticas), em predominância de

elementos irracionais (confundindo objetivos com instrumentos) e desperdício de recursos

(por meio da sobreposição de funções e das disputas por liderança).

Um programa de desenvolvimento do turismo sustentável deve conceber a

coordenação das entidades públicas e privadas, atuantes na região, em função de

problemas rigorosamente focalizados no nível de subprogramas e projetos. As suas

ações devem ser de natureza pragmática em busca de resultados operacionais,

envolvendo a mediação de conflitos e disputas, a eliminação de setorialismos

injustificáveis, a promoção de consensos, a busca do dinamismo real em lugar das

divisões formais, etc., para fazer acontecer os objetivos e metas do programa.

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Enfatiza-se que muitos dos problemas reais com a gestão de um processo de

desenvolvimento do turismo sustentável não estão tanto em sua concepção e planejamento,

mas na sua implementação, ou seja, nas dificuldades que têm as instituições em “fazer

coisas certas” e “fazer certo as coisas certas”. As chances de sucesso na implementação

de um programa ou projeto de corte transversal são muito reduzidas, usualmente, se o

seu nível de especificidade é baixo; ou seja: 1) se é reduzida a extensão em que é possível

especificar, para uma determinada atividade, os objetivos a serem atingidos, os métodos

para atingir estes objetivos e as formas de controlar os seus bons resultados, assim como

premiar os atores responsáveis por estes resultados; 2) se são limitados os seus efeitos em

termos de intensidade, dos prazos para se tornarem aparentes, do número de pessoas e

atividades afetadas, e das possibilidades práticas de traçar os próprios efeitos. Em geral,

quanto maior o grau de especificidade de um programa ou projeto, mais intensos,

imediatos, identificáveis e focalizados serão os seus efeitos. A ausência de especificidade

de um programa torna a sua gestão mais complexa e difícil, pois permite às estruturas

organizacionais que o implementam maior latitude e graus de liberdade na interpretação ad

hoc das suas normas e regulamentações7

É possível identificar um conjunto de motivos para que os diferentes atores e instituições

envolvidos na implementação de um programa de desenvolvimento sustentável possam

concordar com os seus objetivos e, ainda assim, opor (ou simplesmente deixar de facilitar)

meios para executá-lo: a) incompatibilidade direta com outros compromissos: os atores

podem concordar com os méritos do programa, mas considerar que este é incompatível com

outras de suas metas organizacionais; b) nenhuma incompatibilidade direta, mas uma

preferência para outros programas ou projetos; c) compromissos simultâneos com outros

programas e projetos que demandam, crescentemente, o uso alternativo de seu tempo e

atenção; d) dependência de atores para os quais o programa não tem um sentido de

7 Israel, A. Institutional Development: Incentives to Performance. Johns Hopkins, World Bank, 1989, USA.

North, D. C. Institutions, Institutional Change and Economic Performance, Cambridge University Press,

1990. Chavance, B. L’economie institutionnelle, La Découverte, 2007.

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urgência, ou de atores com forte adesão aos objetivos do programa, mas sem poder de

decisão etc.

Ou seja, nenhum ator regional, público ou privado, tende a exprimir desacordo quanto aos

objetivos de um processo de desenvolvimento sustentável. Estes objetivos são considerados

meritórios do ponto de vista da opinião pública local, estadual ou nacional, sendo

“politicamente correto” um cidadão e uma organização responsáveis manifestar propensão

a apoiá-lo. Contudo, isto não significa que esteja pronto para tomar decisões, motivado para

promover desobstruções ou eliminar pontos de estrangulamento, a fim de chegar a acordos

necessários para acelerar a execução do programa.

Numa região menos desenvolvida, o processo de implementação de programas e projetos

de desenvolvimento do turismo sustentável é uma tarefa árdua e complexa, uma vez que as

instituições locais carecem de recursos humanos, materiais e organizacionais para adquirir

eficiência e eficácia em suas ações programáticas. Trata-se, contudo, de desafios a serem

superados por meio de esforço endógeno e da construção de parcerias múltiplas. Numa

região mais desenvolvida com estrutura produtiva mais diversificada, os efeitos

multiplicadores (diretos, indiretos e induzidos) são mais amplos, embora possam ocorrer

maiores dificuldades de coordenação dos protagonistas e das instituições que apresentam

idiossincrasias próprias, resistências a compartilhar decisões e elevados custos de

oportunidade para o envolvimento participativo dos atores locais. Por outro lado, os

projetos das áreas mais desenvolvidas, por sua escala e complexidade, aumentam os graus

de liberdade que dispõem para o alívio da pobreza das populações locais, como é o caso

dos Pólos da Serra e do Litoral do PDITS/RJ.

Neste contexto, o estudo que se segue buscará quantificar os efeitos potenciais dos

investimentos do PRODETUR RJ.

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2 METODOLOGIA

O instrumental utilizado para a elaboração dos cenários do estudo refere-se a um sistema

integrado de modelagem para geração de cenários temporais, tendo como núcleo central um

modelo EGC (modelo EFES – Economic Forecasting Equilibrium System). O modelo

EFES foi desenvolvido no âmbito do Projeto SIPAPE (Sistema Integrado de Planejamento

e Análise de Políticas Econômicas) –, em curso na FIPE e no Núcleo de Economia

Regional e Urbana da USP – Nereus, cujo objetivo geral é a especificação e implementação

de um sistema de informações integrado para projeção macroeconômica, setorial e regional,

e análise de políticas econômicas.8 Como parte deste projeto, este modelo de equilíbrio

geral computável (EGC) está integrado a um modelo macroeconômico de equilíbrio geral

dinâmico (EGD), permitindo a geração de resultados desagregados para até 55 setores e

110 produtos, consistentes com cenários internacionais e macroeconômicos

preestabelecidos. Outro módulo importante associado ao SIPAPE é o módulo interestadual

EGC, denominado B-MARIA – Brazilian Multisectoral And Regional/Interregional

Analysis9, em sua versão calibrada para o Estado do Rio de Janeiro (Figura 2.1.).

O modelo EFES é um modelo especificado com componentes de dinâmica suficientes para

gerar projeções temporais para a economia brasileira. Dessa forma, pode-se projetar

trajetórias de nível de atividade por setor, uma característica até agora pouco explorada em

modelos EGC no Brasil. Dentro da estratégia de implementação do modelo, podemos

definir, esquematicamente, os vários estágios de simulação para a obtenção das projeções

dos cenários econômicos consistentes, considerando a integração dos vários módulos. A

utilização do modelo EFES em simulações de projeção possibilita a produção de resultados

estruturais e macroeconômicos sobre a evolução da economia brasileira no período de

estudo (2007-2020).

8 Haddad, E. A., e Domingues, E. P. (2001). “EFES – Um Modelo Aplicado de Equilíbrio Geral para a

Economia Brasileira: Projeções Setoriais para 1999-2004”. Estudos Econômicos, 31(1). 9 Haddad, E. A. (1999). Regional inequality and structural changes: lessons from the Brazilian experience.

Aldershot, Ashgate.

Haddad, E. A. and G.J.D. Hewings (2005). “Market Imperfections in a Spatial Economy: Some Experimental

Results,” The Quarterly Review of Economics and Finance 45: 476-496.

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Uma importante etapa, antes da geração dos cenários futuros, refere-se às simulações

históricas. As simulações históricas são utilizadas para a atualização do banco de dados do

modelo e a determinação de tendências de mudanças tecnológicas e de preferências. O

modelo foi calibrado, inicialmente, para 2004, ano mais recente para o qual estavam

disponíveis as informações completas necessárias para sua implementação. Entretanto,

informações parciais vêm sendo liberadas para anos mais recentes, o que torna possível

atualizar os coeficientes estruturais do modelo a partir destes dados.10

Para o período

histórico entre o ano de referência e os anos mais recentes, podem-se observar movimentos

em muitas das variáveis que, normalmente, são determinadas endogenamente em modelos

EGC.

Para se acomodarem as novas variáveis exógenas, devem-se endogeneizar algumas

variáveis exógenas. O resultado final destas simulações permite-nos, como sugerido acima,

atualizar nosso banco de dados para um ano mais recente que serve como ano “0” de nossas

projeções.

No ambiente de projeção, o modelo é alimentado por projeções macroeconômicas do

modelo EGD. Entre as informações utilizadas, está a evolução da inflação, da taxa de

câmbio, do consumo das famílias, dos gastos do governo, do investimento agregado e das

exportações. Como insumo ao modelo EFES fazem parte também projeções de

especialistas e cenários sobre alterações nas preferências e tecnologia. Políticas setoriais

específicas também são introduzidas nas simulações de projeção. Alimentado com estas

informações, o modelo EFES produz projeções estruturais e macroeconômicas para a

economia brasileira. A evolução da oferta doméstica e externa (importações) dos bens pode

ser observada, assim como as variações do nível de atividade, investimento e estoque de

capital em cada um dos setores de atividade do modelo. Indicadores macroeconômicos

como volume de importações, saldo comercial, emprego e PIB também podem ser

acompanhados. Deve ser destacado que esse amplo conjunto de resultados é totalmente

10 Neste trabalho, o banco de dados foi atualizado para 2007.

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consistente com as informações de entrada do modelo, com a estrutura da economia

brasileira e com a teoria econômica estabelecida.

Deve-se ressaltar que as projeções do modelo não representam previsões, stricto sensu, para

a economia brasileira. Os resultados derivados do modelo refletem trajetórias das variáveis

endógenas para cenários exógenos específicos. A grande vantagem deste instrumental

refere-se à sua flexibilidade na geração de cenários para a economia brasileira dentro de um

arcabouço teórico de equilíbrio geral totalmente baseado em fundamentos econômicos.

Apesar de limitações associadas a hipóteses restritivas sobre o comportamento dos agentes

econômicos e incertezas sobre os parâmetros e coeficientes do modelo, a utilização do

modelo EFES mostra-se bastante promissora e flexível, podendo salientar algumas

aplicações genéricas, tais como: a) geração de projeções setoriais baseadas em cenários

macroeconômicos alternativos; b) análise dos impactos de políticas econômicas sobre

trajetórias de crescimento da economia; c) integração com modelos regionais objetivando a

geração de resultados para estados e regiões do país.

Neste trabalho, utiliza-se ainda uma extensão interregional do modelo EFES (EFES-REG),

desenvolvida para geração das decomposições regionais dos resultados das simulações em

nível estadual. Os coeficientes estruturais das regiões são utilizados (e atualizados a cada

sub-período) nos processos de calibragem e re-calibragem do modelo. A obtenção destes

coeficientes dá-se a partir de informações provenientes de uma matriz interrregional de

insumo-produto, desenvolvida no âmbito deste projeto.

Uma vez estabelecida a trajetória de referência para a contextualização das magnitudes dos

impactos (Cenário Tendencial sem os investimentos do PRODETUR RJ), o próximo passo

é definir os desvios em relação a essas trajetórias proporcionados pela realização dos

investimentos e pelo aumento projetado dos fluxos/gastos dos turistas nas regiões de

destino. O modelo B-MARIA-RJ e o sistema interregional, integrados ao modelo EFES,

permitem que estes impactos sobre variáveis macroeconômicas, setoriais e regionais sejam

calculados. O modelo B-MARIA-RJ garante a consistência dos resultados de equilíbrio

geral no nível estadual, enquanto o módulo interregional permite que os resultados sejam

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alocados nos vários níveis sub-regionais de acordo com propriedades de um sistema de

insumo-produto interregional. As informações que alimentam os choques no sistema são:

(i) alocação temporal-regional-institucional dos gastos com investimentos incrementais no

período 2010-2013; e (ii) alocação temporal-regional-institucional dos gastos adicionais

com turismo a partir de 2013. Uma vez traduzidos estes efeitos em mudanças em variáveis

do modelo EGC, podemos proceder às estimativas dos impactos socioeconômicos do

PRODETUR RJ.

Figura 2.1. Janela de abertura do modelo B-MARIA-RJ

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2.1 REGIONALIZAÇÃO

A elaboração do sistema interregional de insumo-produto, no âmbito deste projeto, teve

como base de informações os fluxos de produtos entre microrregiões brasileiras, estimados

pela FIPE. O modelo considerou sete regiões internas ao Estado do Rio de Janeiro e uma

região residual (Resto do Brasil). A regionalização utilizada procurou estabelecer uma

relação bem próxima à delimitação das fronteiras geográficas dos sub-pólos. Como há sub-

pólos cujos limites estão contidos em mais de uma microrregião, e microrregiões que

contêm municípios de dois sub-pólos distintos, optamos por alocar as microrregiões nos

sub-pólos turísticos baseados na localização dos municípios turísticos principais, gerando

uma aproximação espacial das áreas dos sub-pólos no modelo de simulação.

O Quadro 2.1, abaixo, apresenta a relação utilizada entre sub-pólos e microrregiões

homogêneas.

Quadro 2.1. Regionalização do módulo interestadual

Sub-pólo Microrregiões

Metropolitano Rio de Janeiro

Baía da Ilha Grande

Itaguaí

Bacia de São João

Lagos

Macaé

Macacu-Caceribu

Nova Friburgo

Serrana

Barra do Piraí

Vassouras

Agulhas Negras Vale do Paraíba Fluminense

Resto do RJ Demais microrregiões do Estado

Costa Verde

Costa do Sol

Serra Verde Imperial

Vale do Café

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30

O Quadro 2.2 sintetiza a relação de dependência interregional direta no modelo,

apresentando as estrutura dos fluxos de comércio entre as regiões. É importante ressaltar o

papel de polarização exercido pelo sub-pólo Metropolitano na economia fluminense, uma

vez que se coloca como origem e destino relevante dos fluxos intra-estaduais.

Quadro 2.2. Estrutura agregada dos fluxos interregionais, Brasil (em % do total)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Verde Imperial Vale do Café Agulhas Negras Resto do RJ Resto do Brasil TOTAL

Metropolitano 4,265 0,078 0,247 0,145 0,036 0,106 0,124 1,646 6,648

Costa Verde 0,082 0,071 0,007 0,003 0,001 0,003 0,006 0,099 0,273

Costa do Sol 0,261 0,003 0,343 0,010 0,003 0,019 0,046 0,851 1,535

Serra Verde Imperial 0,143 0,002 0,011 0,159 0,001 0,003 0,007 0,052 0,377

Vale do Café 0,033 0,001 0,003 0,001 0,044 0,019 0,002 0,030 0,133

Agulhas Negras 0,138 0,012 0,025 0,006 0,014 0,264 0,008 0,380 0,847

Resto do RJ 0,124 0,002 0,041 0,010 0,002 0,006 0,283 0,585 1,052

Resto do Brasil 1,830 0,061 0,392 0,090 0,033 0,311 0,324 76,913 79,954

Resto do mundo 0,608 0,026 0,125 0,036 0,010 0,097 0,073 8,207 9,182

TOTAL 7,484 0,255 1,194 0,459 0,144 0,829 0,872 88,763 100,000

Ori

gem

Destino

Fonte: EFES-REG.

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31

3 BASELINE

Esta seção apresenta os resultados de nosso baseline, ou seja, as trajetórias de referência

para a contextualização das magnitudes dos impactos. Apresentaremos, a seguir, (i) as

informações para a trajetória de PIB e PIB per capita para as regiões do estudo; (ii) as

estimativas das matrizes de fluxos de turistas; e (iii) estimativas de perfil de gastos de

turistas domésticos e internacionais bem como indicadores médios de permanência.

3.1 CENÁRIO TENDENCIAL

O objetivo desta seção é delinear o Cenário Tendencial para a economia brasileira e suas

regiões, com o foco na economia fluminense, tendo como resultado de interesse a geração

de projeções de variáveis econômicas, baseadas em hipóteses sobre o comportamento de

agregados macroeconômicos, mudanças tecnológicas e de preferências, projeções

demográficas, alterações no cenário internacional e informações sobre a tendência dos

investimentos setoriais/regionais. São apresentadas projeções para o PIB e PIB per capita

para oito regiões brasileiras (sete dentro do Estado do Rio de Janeiro), além da economia

mundial.11

O Cenário Tendencial aqui apresentado caracteriza uma situação provável para as

economias brasileira e fluminense no futuro, dadas as restrições sob as quais operam e as

suposições feitas sobre alguns de seus aspectos estruturais fundamentais, tais como, taxa de

investimento, padrão de consumo das famílias, evolução da produtividade em alguns

setores etc. Essa situação é resultante das suposições feitas, das restrições presentes, e da

experiência de evolução da economia em passado relativamente recente. Basicamente, o

Cenário Tendencial deve ser entendido como uma situação para a qual caminharão as

economias do País e do Estado do Rio de Janeiro, na hipótese de que os fatores e políticas

presentes nesse passado recente continuem a exercer alguma influência no período de

11 Para maiores informações, ver atualização do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT).

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32

projeção. Como salientado, o propósito destas estimativas é contextualizar a magnitude dos

impactos do PRODETUR RJ em um contexto temporal consistente.

A Tabela 3.1 apresenta as estimativas das trajetórias de crescimento do PIB e PIB per

capita para o período 2010-2020.

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33

Tabela 3.1. Cenário tendencial – baseline: PIB, PIB per capita

A. PIB (USD milhões de 2008), 2010-2020

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 116.428 119.122 124.781 131.199 137.379 144.331 151.387 156.842 163.637 170.592 177.744

Costa Verde 5.961 6.038 6.183 6.333 6.492 6.659 6.816 6.980 7.150 7.327 7.453

Costa do Sol 16.272 16.707 17.201 17.722 18.271 18.850 19.393 19.960 20.553 21.175 21.689

Serra Verde Imperial 9.486 9.691 9.967 10.253 10.549 10.857 11.151 11.456 11.770 12.094 12.333

Vale do Café 2.335 2.425 2.474 2.524 2.575 2.628 2.680 2.734 2.790 2.846 2.881

Agulhas Negras 11.537 11.517 11.804 12.101 12.408 12.725 13.044 13.372 13.711 14.060 14.289

Resto do RJ 17.611 17.748 18.033 18.326 18.626 18.934 19.255 19.584 19.921 20.266 20.499

Resto do Brasil 1.341.183 1.386.080 1.444.949 1.512.690 1.581.762 1.652.496 1.724.653 1.796.730 1.870.160 1.944.081 2.018.896

Brasil 1.520.811 1.569.329 1.635.392 1.711.148 1.788.062 1.867.480 1.948.379 2.027.657 2.109.692 2.192.441 2.275.785

GR

P (

USD

mill

ion

s 2

00

8)

B. PIB per capita (taxa de crescimento anual), 2008-2020

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano - 3,95 -1,05 1,45 2,16 4,60 4,99 4,56 4,91 4,93 3,65 4,38 4,29 4,24

Costa Verde - -0,39 -0,30 -0,19 0,07 1,10 1,11 1,13 1,16 1,35 1,35 1,36 1,36 0,58

Costa do Sol - 0,68 0,85 1,06 1,42 1,66 1,69 1,72 1,75 1,85 1,87 1,89 1,91 1,29

Serra Verde Imperial - 1,49 1,59 1,67 2,16 2,84 2,86 2,88 2,90 2,90 2,92 2,93 2,94 2,16

Vale do Café - 2,23 2,42 2,65 3,86 2,00 2,01 2,02 2,03 2,15 2,16 2,17 2,17 1,37

Agulhas Negras - -1,04 -0,91 -0,81 -0,64 2,01 2,03 2,05 2,07 2,23 2,24 2,25 2,27 1,35

Resto do RJ - 0,47 0,49 0,51 1,04 1,87 1,88 1,90 1,91 2,10 2,11 2,12 2,13 1,55

Resto do Brasil - 4,53 -0,84 1,30 2,32 3,19 3,61 3,47 3,36 3,50 3,30 3,19 3,04 2,92

World - 1,81 -2,25 1,91 3,08 3,33 3,45 2,89 2,89 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50Per

cap

ita

GR

P (

per

cen

tage

chan

ge)

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34

3.2 FLUXOS DE TURISTAS

3.2.1 Dimensionamento

Para se avaliar os impactos do PRODETUR RJ associados aos incrementos esperados nos

gastos totais dos turistas (seja pela intensificação dos fluxos de turistas, pelo aumento dos

gastos médios, ou pelo aumento do tempo de permanência), é fundamental que se tenha

uma ideia dos fluxos atuais e dos fluxos projetados na ausência dos investimentos.

Estas informações, contudo, estão disponibilizadas parcialmente e em fontes dispersas. Para

se obter uma estimativa sobre os fluxos de turistas entre pares de origem e destino, no

contexto de nossa modelagem, combinamos algumas fontes de informações sobre fluxos de

turistas domésticos e internacionais, tendo sido necessário utilizar um modelo de geração e

demanda de viagens para calibrar uma matriz de fluxos de turistas para o ano-base 2007, a

partr de informações parciais.

Assim, para a geração do baseline, foi necessário alocar os turistas estrangeiros e

domésticos para os destinos contemplados no estudo. Para tanto, utilizamos um conjunto de

hipóteses baseadas em indicadores estruturais do setor de turismo no Estado do Rio de

Janeiro. Dada a falta de dados censitários e séries de tempo, ativemo-nos em informações

parciais recentes para alocação dos turistas nos vários destinos.

As principais informações (fontes) utilizadas foram: a) turismo doméstico: estimativa de

fluxos de viagens para o Rio de Janeiro, com origem dentro e fora do Estado

(FIPE/EMBRATUR); b) turismo internacional: estimativa do número de turistas

estrangeiros na Cidade do Rio de Janeiro (EMBRATUR); c) procedência dos turistas nos

principais destinos dos sub-pólos (TurisRIO); d) dados sobre população e PIB para os

municípios do Estado do Rio de Janeiro (IBGE); e) quantitativos de meios de hospedagem

para os sub-pólos; f) distância e tempo de viagem entre as principais cidades das sete

regiões fluminenses contempladas no modelo (geoprocessamento).

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Para o turismo internacional, foram utilizados dados históricos sobre turismo receptivo para

o período 1991-2007 (EMBRATUR), considerando os números de turistas no Brasil e no

Rio de Janeiro.

O dimensionamento do turismo doméstico baseou-se em informações do estudo

“Caracterização e dimensionamento do turismo doméstico no Brasil – 2007”, elaborado

pela própria FIPE para o Ministério do Turismo. O total de pessoas x viagens (turistas

domésticos) em 2007 foi estimado em 281.175 mil. Deste total, o Estado do Rio de Janeiro

foi o destino de 26.261 mil, ou 9,3% do total. Outra informação relevante é que do total

turistas x viagens com destino ao Rio de Janeiro, 21.828 mil (83,1%) teriam se originado

no próprio Estado.

Com base nestes grandes números e com as informações da TurisRIO sobre procedência

dos turistas nos sub-pólos, estimamos os números de turistas estrangeiros e de outros

estados, restando ainda desagregar os fluxos intra-estaduais. Para tal fim, calibramos um

modelo gravitacional, utilizando como fator de atração a oferta de leitos nos principais

destinos e como fator de geração a população das regiões emissoras. Ainda, utilizamos

como fator de impedância o tempo de viagem entre as principais cidades de cada região.

Os resultados para o ano-base são apresentados a seguir.

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36

Quadro 3.1. Estimativa dos fluxos de turistas entre pares de origem e destino, 2007

Ano-base: 2007

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 2218,7 3543,2 1502,7 248,2 1779,8 361,7 9654,3

Costa Verde 277,8 0,0 12,5 2,5 2,1 36,6 2,0 333,6

Costa do Sol 349,5 9,9 0,0 3,3 0,8 8,2 12,4 384,1

Serra 809,7 10,6 17,8 0,0 1,7 8,9 2,0 850,7

Vale do Café 66,0 4,5 2,2 0,8 0,0 6,9 0,5 81,0

Agulhas Negras 214,9 35,3 10,1 2,0 3,1 0,0 1,6 267,0

Resto_RJ 552,4 24,8 192,5 5,8 2,9 20,8 0,0 799,2

Resto do Brasil 4597,4 1044,5 2039,1 475,4 19,7 371,1 1,7 8548,9

Exterior 1558,0 233,0 330,7 41,2 3,0 1,1 5,0 2172,0

TOTAL 8425,8 3581,4 6148,2 2033,6 281,6 2233,4 387,1 23091,0

% Destino

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 23,0 36,7 15,6 2,6 18,4 3,7 100,0

Costa Verde 83,3 0,0 3,8 0,7 0,6 11,0 0,6 100,0

Costa do Sol 91,0 2,6 0,0 0,8 0,2 2,1 3,2 100,0

Serra 95,2 1,3 2,1 0,0 0,2 1,0 0,2 100,0

Vale do Café 81,5 5,6 2,7 1,0 0,0 8,5 0,6 100,0

Agulhas Negras 80,5 13,2 3,8 0,7 1,2 0,0 0,6 100,0

Resto_RJ 69,1 3,1 24,1 0,7 0,4 2,6 0,0 100,0

Resto do Brasil 53,8 12,2 23,9 5,6 0,2 4,3 0,0 100,0

Exterior 71,7 10,7 15,2 1,9 0,1 0,1 0,2 100,0

TOTAL 36,5 15,5 26,6 8,8 1,2 9,7 1,7 100,0

% Origem

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 62,0 57,6 73,9 88,2 79,7 93,4 41,8

Costa Verde 3,3 0,0 0,2 0,1 0,8 1,6 0,5 1,4

Costa do Sol 4,1 0,3 0,0 0,2 0,3 0,4 3,2 1,7

Serra 9,6 0,3 0,3 0,0 0,6 0,4 0,5 3,7

Vale do Café 0,8 0,1 0,0 0,0 0,0 0,3 0,1 0,4

Agulhas Negras 2,6 1,0 0,2 0,1 1,1 0,0 0,4 1,2

Resto_RJ 6,6 0,7 3,1 0,3 1,0 0,9 0,0 3,5

Resto do Brasil 54,6 29,2 33,2 23,4 7,0 16,6 0,4 37,0

Exterior 18,5 6,5 5,4 2,0 1,1 0,1 1,3 9,4

TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Ori

gem

Destino

Ori

gem

Destino

Ori

gem

Destino

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3.2.2 Projeção

A matriz de 2007 foi projetada até 2020 tendo sido utilizado como fator de expansão a

relação entre variação anual do PIB per capita da região emissora (Tabela 3.1.) e uma

elasticidade demanda por turismo em relação ao PIB per capita da região emissora de 1,5.12

Informações adicionais sobre expectativa de turistas ligados aos grandes eventos esportivos

previstos para o Brasil (V Jogos Mundiais Militares, Copa das Confederações, Copa do

Mundo e Jogos Olímpicos) foram incorporadas às projeções tendenciais.

Os resultados são apresentados a seguir.

12 Crouch, G. (1995), “A Meta-Analysis of Tourism Demand”, Annals of Tourism Research, Vol. 22(1), pp.

113–18.

Tsounta, E. (2008), “What Attracts Tourists to Paradise?”, IMF Worling Paper

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38

Quadro 3.2. Projeção dos fluxos de turistas entre pares de origem e destino, 2008-2020

2008

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 2350,3 3753,3 1591,8 262,9 1885,3 383,2 10226,7

Costa Verde 276,2 0,0 12,5 2,5 2,1 36,4 2,0 331,6

Costa do Sol 353,1 10,0 0,0 3,3 0,8 8,3 12,6 388,0

Serra 827,8 10,9 18,2 0,0 1,7 9,1 2,1 869,8

Vale do Café 68,2 4,7 2,3 0,8 0,0 7,1 0,5 83,7

Agulhas Negras 211,6 34,7 9,9 2,0 3,1 0,0 1,6 262,9

Resto_RJ 556,3 25,0 193,8 5,8 2,9 21,0 0,0 804,9

Resto do Brasil 4910,0 1115,5 2177,8 507,7 21,0 396,4 1,8 9130,3

Exterior 1600,3 239,3 339,7 42,3 3,1 1,1 5,1 2231,0

TOTAL 8803,5 3790,4 6507,5 2156,2 297,7 2364,7 408,9 24328,9

2009

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 2313,2 3694,0 1566,7 258,8 1855,5 377,1 10065,3

Costa Verde 275,0 0,0 12,4 2,4 2,1 36,2 2,0 330,1

Costa do Sol 357,6 10,1 0,0 3,3 0,8 8,4 12,7 393,0

Serra 847,5 11,1 18,6 0,0 1,7 9,3 2,1 890,5

Vale do Café 70,7 4,9 2,4 0,9 0,0 7,4 0,5 86,7

Agulhas Negras 208,7 34,2 9,8 1,9 3,0 0,0 1,6 259,3

Resto_RJ 560,4 25,2 195,3 5,9 2,9 21,1 0,0 810,8

Resto do Brasil 4848,1 1101,5 2150,3 501,3 20,8 391,4 1,8 9015,1

Exterior 1546,3 231,2 328,3 40,9 3,0 1,1 5,0 2155,8

TOTAL 8714,3 3731,4 6411,1 2123,4 293,2 2330,5 402,9 24006,7

2010

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 2363,4 3774,2 1600,7 264,4 1895,8 385,3 10283,8

Costa Verde 275,3 0,0 12,4 2,4 2,1 36,1 2,0 330,4

Costa do Sol 364,7 10,3 0,0 3,4 0,9 8,5 12,9 400,7

Serra 872,2 11,4 19,1 0,0 1,8 9,6 2,2 916,2

Vale do Café 73,8 5,1 2,5 0,9 0,0 7,7 0,6 90,5

Agulhas Negras 207,1 33,8 9,6 1,9 3,0 0,0 1,6 257,0

Resto_RJ 567,0 25,4 196,8 5,9 3,0 21,3 0,0 819,4

Resto do Brasil 5007,4 1122,9 2192,1 511,1 21,2 399,0 1,8 9255,4

Exterior 1640,7 237,9 337,7 42,1 3,1 1,1 5,1 2267,6

TOTAL 9008,2 3810,1 6544,4 2168,4 299,4 2379,1 411,5 24621,0

2011

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 2440,2 3896,8 1652,7 273,0 1957,4 397,8 10617,8

Costa Verde 280,1 0,0 12,4 2,4 2,1 36,1 2,0 335,2

Costa do Sol 378,1 10,5 0,0 3,5 0,9 8,7 13,2 414,9

Serra 913,5 11,8 19,7 0,0 1,8 9,9 2,3 959,0

Vale do Café 79,1 5,4 2,6 1,0 0,0 8,1 0,6 96,8

Agulhas Negras 208,6 33,5 9,5 1,9 3,0 0,0 1,6 258,1

Resto_RJ 584,8 25,8 199,8 6,0 3,0 21,6 0,0 841,1

Resto do Brasil 5431,4 1161,9 2268,3 528,8 21,9 412,8 1,9 9827,0

Exterior 1908,0 248,8 353,3 44,0 3,2 1,2 5,4 2563,9

TOTAL 9783,6 3937,8 6762,4 2240,3 308,9 2455,9 424,7 25913,6

Ori

gem

Destino

Ori

gem

Destino

Destino

Ori

gem

Destino

Ori

gem

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Quadro 3.2. Projeção dos fluxos de turistas entre pares de origem e destino, 2008-2020

2012

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 2608,4 4165,5 1766,6 291,8 2092,4 425,2 11350,0

Costa Verde 280,1 0,0 12,6 2,5 2,2 36,7 2,0 336,1

Costa do Sol 381,7 10,7 0,0 3,5 0,9 8,9 13,5 419,4

Serra 938,6 12,3 20,6 0,0 1,9 10,3 2,4 986,0

Vale do Café 80,4 5,5 2,7 1,0 0,0 8,4 0,6 98,5

Agulhas Negras 211,3 34,5 9,8 2,0 3,1 0,0 1,6 262,2

Resto_RJ 591,9 26,5 205,4 6,2 3,1 22,3 0,0 855,4

Resto do Brasil 5423,7 1217,4 2376,8 554,1 22,9 432,6 2,0 10029,5

Exterior 1797,2 261,3 370,9 46,2 3,4 1,3 5,6 2485,9

TOTAL 9704,9 4176,7 7164,3 2382,1 329,3 2612,8 453,0 26823,1

2013

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 2803,7 4477,3 1898,9 313,7 2249,0 457,1 12199,6

Costa Verde 284,8 0,0 12,8 2,5 2,2 37,3 2,1 341,7

Costa do Sol 391,4 11,0 0,0 3,6 0,9 9,2 13,9 430,0

Serra 978,8 12,8 21,4 0,0 2,0 10,7 2,5 1028,2

Vale do Café 82,8 5,7 2,8 1,0 0,0 8,6 0,6 101,5

Agulhas Negras 217,7 35,6 10,1 2,0 3,2 0,0 1,7 270,2

Resto_RJ 608,6 27,2 211,2 6,4 3,2 22,9 0,0 879,5

Resto do Brasil 5713,6 1283,3 2505,3 584,1 24,2 456,0 2,1 10568,6

Exterior 1887,6 274,8 390,1 48,6 3,6 1,3 5,9 2611,8

TOTAL 10165,1 4454,1 7631,1 2547,1 352,9 2795,0 485,8 28431,0

2014

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 2995,4 4783,4 2028,7 335,1 2402,7 488,3 13033,6

Costa Verde 291,9 0,0 13,0 2,6 2,2 38,0 2,1 349,8

Costa do Sol 404,4 11,3 0,0 3,7 0,9 9,4 14,2 444,0

Serra 1027,7 13,4 22,4 0,0 2,1 11,2 2,6 1079,3

Vale do Café 85,8 5,9 2,9 1,1 0,0 8,9 0,7 105,1

Agulhas Negras 226,1 36,7 10,4 2,1 3,3 0,0 1,7 280,3

Resto_RJ 630,4 28,0 217,3 6,6 3,3 23,5 0,0 909,0

Resto do Brasil 6137,6 1350,1 2635,7 614,5 25,4 479,7 2,2 11245,1

Exterior 2067,1 286,7 407,0 50,7 3,7 1,4 6,2 2822,7

TOTAL 10871,1 4727,3 8092,0 2709,8 376,0 2974,8 517,9 30268,9

2015

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 3215,8 5135,5 2178,0 359,8 2579,6 524,3 13992,9

Costa Verde 294,6 0,0 13,2 2,6 2,3 38,6 2,1 353,5

Costa do Sol 412,0 11,6 0,0 3,8 1,0 9,6 14,6 452,6

Serra 1065,3 14,0 23,3 0,0 2,2 11,7 2,7 1119,1

Vale do Café 87,9 6,0 3,0 1,1 0,0 9,1 0,7 107,8

Agulhas Negras 231,3 37,8 10,8 2,1 3,4 0,0 1,8 287,1

Resto_RJ 643,7 28,8 223,5 6,7 3,4 24,2 0,0 930,3

Resto do Brasil 6306,5 1418,0 2768,3 645,4 26,7 503,9 2,3 11671,2

Exterior 2050,1 299,1 424,6 52,9 3,9 1,4 6,4 2838,4

TOTAL 11091,4 5031,1 8602,2 2892,7 402,5 3178,2 554,8 31752,9

Ori

gem

Destino

Ori

gem

Destino

Ori

gem

Destino

Ori

gem

Destino

Page 48: SECRETARIA DE ESTADO DE OBRAS SEOBRAS RJ · Paulo Roberto Haddad Weslem Rodrigues Faria Wilson Rabahy . ÍNDICE ... tendências da economia nacional e mundial, além de considerar

40

Quadro 3.2. Projeção dos fluxos de turistas entre pares de origem e destino, 2008-2020

2016

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 3453,7 5515,3 2339,1 386,4 2770,4 563,0 15027,9

Costa Verde 309,6 0,0 13,5 2,7 2,3 39,4 2,2 369,6

Costa do Sol 434,7 11,9 0,0 3,9 1,0 9,9 15,0 476,4

Serra 1137,7 14,6 24,4 0,0 2,3 12,2 2,8 1193,9

Vale do Café 92,8 6,2 3,0 1,1 0,0 9,4 0,7 113,4

Agulhas Negras 245,9 39,1 11,1 2,2 3,5 0,0 1,8 303,6

Resto_RJ 681,8 29,7 230,5 7,0 3,5 25,0 0,0 977,4

Resto do Brasil 7138,1 1492,5 2913,7 679,3 28,1 530,3 2,4 12784,5

Exterior 2512,1 310,3 440,5 54,9 4,0 1,5 6,7 3329,9

TOTAL 12552,7 5358,0 9152,1 3090,1 431,0 3398,1 594,6 34576,7

2017

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 3642,5 5816,9 2467,0 407,5 2921,9 593,8 15849,6

Costa Verde 307,8 0,0 13,8 2,7 2,4 40,2 2,2 369,1

Costa do Sol 436,6 12,3 0,0 4,0 1,0 10,2 15,4 479,6

Serra 1163,4 15,2 25,4 0,0 2,4 12,7 2,9 1222,0

Vale do Café 93,9 6,4 3,1 1,2 0,0 9,7 0,7 115,1

Agulhas Negras 247,9 40,4 11,5 2,3 3,6 0,0 1,9 307,5

Resto_RJ 687,2 30,7 237,8 7,2 3,6 25,8 0,0 992,2

Resto do Brasil 7024,5 1566,4 3057,9 712,9 29,5 556,6 2,5 12950,3

Exterior 2252,9 321,9 457,0 56,9 4,2 1,5 6,9 3101,4

TOTAL 12214,1 5635,7 9623,5 3254,2 454,1 3578,6 626,5 35386,8

2018

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 3881,6 6198,7 2628,9 434,3 3113,6 632,8 16889,9

Costa Verde 313,8 0,0 14,1 2,8 2,4 41,0 2,3 376,3

Costa do Sol 448,6 12,6 0,0 4,2 1,1 10,5 15,9 492,8

Serra 1213,5 15,9 26,5 0,0 2,5 13,3 3,1 1274,7

Vale do Café 96,9 6,6 3,2 1,2 0,0 10,1 0,7 118,8

Agulhas Negras 256,0 41,7 11,9 2,4 3,7 0,0 2,0 317,7

Resto_RJ 708,4 31,6 245,4 7,4 3,7 26,6 0,0 1023,1

Resto do Brasil 7341,5 1641,3 3204,3 747,1 30,9 583,2 2,6 13551,0

Exterior 2323,6 334,0 474,2 59,1 4,3 1,6 7,2 3203,9

TOTAL 12702,4 5965,4 10178,3 3452,9 482,8 3799,9 666,5 37248,2

2019

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 4131,5 6597,8 2798,2 462,2 3314,1 673,5 17977,3

Costa Verde 319,9 0,0 14,4 2,8 2,5 41,9 2,3 383,7

Costa do Sol 461,1 13,0 0,0 4,3 1,1 10,8 16,3 506,5

Serra 1266,2 16,6 27,7 0,0 2,6 13,9 3,2 1330,1

Vale do Café 100,0 6,9 3,4 1,2 0,0 10,4 0,8 122,6

Agulhas Negras 264,5 43,2 12,3 2,4 3,8 0,0 2,0 328,2

Resto_RJ 730,5 32,6 253,2 7,6 3,8 27,4 0,0 1055,3

Resto do Brasil 7658,2 1716,2 3350,5 781,1 32,3 609,8 2,8 14151,0

Exterior 2397,3 346,5 491,9 61,3 4,5 1,7 7,5 3310,7

TOTAL 13197,6 6306,5 10751,2 3659,0 512,8 4029,9 708,4 39165,4

Destino

Ori

gem

Destino

Ori

gem

Destino

Ori

gem

Destino

Ori

gem

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Quadro 3.2. Projeção dos fluxos de turistas entre pares de origem e destino, 2008-2020

2020

Turistas (1000)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras Resto_RJ Total

Metropolitano 0,0 4394,0 7016,9 2975,9 491,6 3524,6 716,3 19119,4

Costa Verde 322,5 0,0 14,5 2,9 2,5 42,2 2,3 386,9

Costa do Sol 469,6 13,2 0,0 4,4 1,1 11,0 16,6 515,9

Serra 1306,3 17,1 28,6 0,0 2,7 14,3 3,3 1372,3

Vale do Café 101,9 7,0 3,4 1,3 0,0 10,6 0,8 125,0

Agulhas Negras 269,7 44,0 12,6 2,5 3,9 0,0 2,1 334,7

Resto_RJ 746,9 33,4 259,1 7,8 3,9 28,1 0,0 1079,2

Resto do Brasil 7976,3 1791,5 3497,4 815,4 33,8 636,6 2,9 14753,7

Exterior 2474,2 359,5 510,4 63,6 4,6 1,7 7,7 3421,8

TOTAL 13667,4 6659,7 11342,9 3873,7 544,0 4269,1 752,1 41108,8

Destino

Ori

gem

3.3 PERFIL DE GASTOS DOS TURISTAS

Um conjunto de informações relevantes, necessárias para parametrizar os choques do

modelo, refere-se ao perfil de gastos dos turistas nas regiões de destino do Estado do Rio de

Janeiro. Consideramos, inicialmente, informações sobre o perfil do turismo doméstico a

partir de estimativas presentes em estudos da FIPE, elaborados para a EMBRATUR, sobre

caracterização e dimensionamento do turismo doméstico no Brasil. A partir dos micro-

dados da pesquisa referente a 2007, pode-se gerar informações sobre composição dos

gastos em quatro dos seis sub-pólos, a saber: Metropolitano, Costa Verde, Costa do Sol e

Serra Verde Imperial. As informações para os dois outros sub-pólos – Vale do Café e

Agulhas Negras – foram consideradas similares às do sub-pólo Serra Verde Imperial. Para

o último destino fluminense – Resto do RJ – utilizou-se procedimento residual a partir de

informações adicionais sobre a composição dos gastos médios no Estado como um todo. As

estimativas brutas do estudo encontram-se na Tabela 3.2.

Page 50: SECRETARIA DE ESTADO DE OBRAS SEOBRAS RJ · Paulo Roberto Haddad Weslem Rodrigues Faria Wilson Rabahy . ÍNDICE ... tendências da economia nacional e mundial, além de considerar

42

Tabela 3.2. Turismo doméstico – Composição dos gastos médios dos visitantes*,

por sub-pólo (em BRL 2007)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras

Pacotes 111,85 95,96 55,12 5,47 5,47 5,47

Transporte (Origem-Destino-Origem) 395,20 162,03 161,78 113,30 113,30 113,30

Transporte Local 54,15 14,32 31,59 11,57 11,57 11,57

Hospedagem 178,15 187,37 168,40 109,98 109,98 109,98

Alimentação 248,13 224,37 249,10 129,69 129,69 129,69

Compras Pessoais 242,96 90,67 101,17 92,40 92,40 92,40

Passeios e Atrações Turísticas 89,70 85,21 83,62 52,24 52,24 52,24

Diversão Noturna 57,19 102,84 92,32 30,20 30,20 30,20

Outros 47,57 1,36 8,31 0,37 0,37 0,37

TOTAL 1424,90 964,14 951,41 545,22 545,22 545,22

Destino

* Realizados pelos residentes em um domicílio.

Fonte: FIPE.

Os itens “pacotes” e “transporte (origem-destino-origem)” foram excluídos da composição

dos gastos considerados no vetor de choques associados a gastos dos visitantes nos destinos

turísticos. No caso dos gastos com “pacotes”, utilizamos a informação dos gastos como

fator de alteração dos níveis de gastos locais, uma vez que parte considerável dos gastos

associados a este item traduzem-se em gastos na região de destino, principalmente em

hospedagem, alimentação e passeios e atrações turísticas. Os gastos com deslocamentos de

viagem foram desconsiderados.

Considerando, ainda, informações da Pesquisa FIPE/EMBRATUR sobre número de

pessoas envolvidas nas viagens realizadas pelos residentes nos domicílios e o tempo médio

de permanência, pode-se obter os gastos médios per capita por turista/dia (doméstico). Os

valores foram transformados em USD 2008 com a aplicação do índice INPC, do IBGE, e

considerando-se um taxa de câmbio média de 2 BRL/USD. Os resultados são apresentados

na Tabela 3.3.

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Tabela 3.3. Turismo doméstico – Composição dos gastos médios per capita ao dia,

por sub-pólo (em USD 2008)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras

Transporte Local 1,80 0,37 0,98 0,78 0,78 0,78

Hospedagem 5,93 4,88 5,24 7,37 7,37 7,37

Alimentação 8,26 5,84 7,75 8,69 8,69 8,69

Compras Pessoais 8,09 2,36 3,15 6,19 6,19 6,19

Passeios e Atrações Turísticas 2,99 2,22 2,60 3,50 3,50 3,50

Diversão Noturna 1,90 2,68 2,87 2,02 2,02 2,02

Outros 1,58 0,04 0,26 0,02 0,02 0,02

TOTAL 30,55 18,39 22,85 28,57 28,57 28,57

Número de pessoas 1,6 3,2 2,6 2,3 2,3 2,3

Tempo médio de permanência (dias) 9,8 6,5 6,7 3,4 3,4 3,4

Ajuste "pacote" 1,122 1,136 1,075 1,013 1,013 1,013

Destino

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da FIPE/EMBRATUR.

Para parametrização do modelo, os itens de gasto foram mapeados para cinco produtos do

modelo, a saber “comércio” (compras pessoais); “transporte de passageiro” (transporte

local); “alojamento e alimentação” (hospedagem e alimentação); “serviços prestados às

famílias” (passeios e atrações turísticas); e “outros serviços” (diversão noturna e outros).

Para o turismo internacional, utilizamos informações sobre a estrutura percentual dos

gastos dos turistas estrangeiros durante os Jogos Panamenricanos de 2007, realizados no

Rio de Janeiro, e do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, realizado anualmente em São

Paulo. Adicionalmente, a publicação “Perfil do Turista Internacional que Visita o Rio”, da

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, informa-nos que o gasto per capita ao dia do turista

estrangeiro é de USD 83,43.13

Segundo estas fontes de dados, a composição dos gastos

diários dos turistas estrangeiros na Cidade do Rio de Janeiro pode ser aproximada pelas

proporções apresentadas na Tabela 3.4.

13 Dados de 2006; por aproximação, utilizaremos os mesmos valores em USD 2008.

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44

Tabela 3.4. Turismo internacional – Composição dos gastos médios per capita ao dia,

Cidade do Rio de Janeiro (em USD 2008)

Item de gasto USD

Comércio 19,29

Transporte de passageiros 4,69

Alojamento e alimentação 41,14

Serviços prestados às famílias 14,58

Outros serviços 3,73

TOTAL 83,43

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da FIPE, FIA e Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro.

A regionalização destas informações baseou-se nas diferenças interregionais dos níveis de

gastos médios do turismo doméstico nos destinos do Estado do Rio de Janeiro. Manteve-se,

assim, a estrutura da composição dos itens de gasto, alterando-se os valores totais

proporcionalmente às diferenças verificadas. Os resultados encontram-se na Tabela 3.5.

Tabela 3.5. Turismo internacional – Composição dos gastos médios per capita ao dia,

por sub-pólo (em USD 2008)

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras

Comércio 19,29 11,75 13,82 16,28 16,28 16,28

Transporte de passageiros 4,69 2,86 3,36 3,96 3,96 3,96

Alojamento e alimentação 41,14 25,07 29,48 34,73 34,73 34,73

Serviços prestados às famílias 14,58 8,88 10,45 12,31 12,31 12,31

Outros serviços 3,73 2,27 2,67 3,15 3,15 3,15

TOTAL 83,43 50,83 59,79 70,43 70,43 70,43

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da FIPE, FIA e Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro.

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4 CENÁRIOS

Este capítulo apresenta as hipóteses para a geração dos cenários associados ao PRODETUR

RJ. Além das premissas sobre os parâmetros de turismo, são também explicitadas as

hipóteses de financiamento dos gastos adicionais dos turistas.

Os efeitos dos investimentos consideram duas fases distintas: (i) a primeira referente à fase

de implantação dos investimentos previstos (2010-2013); e (ii) a segunda referente aos

efeitos sobre turismo, no período 2013-2020.

Foram desenhados três cenários associados aos efeitos diretos do PRODETUR RJ sobre o

perfil dos turistas no sub-pólos. Os cenários foram elaborados de modo que os efeitos

previstos no Cenário 1 tendem a ser ampliados nos cenários subseqüentes, de maneira

gradativa. Assim, pode-se considerar o Cenário 1 como o mais conservador, o Cenário 2

como um cenário intermediário, e o Cenário 3 como o mais otimista.

4.1 PREMISSAS DOS CENÁRIOS

Cenário 1. (i) Aumento gradativo do fluxo de turistas para os sub-pólos Costa Verde e

Costa do Sol, a partir de 2013, atingindo 10% em 2020. Para os sub-pólos do Pólo Serra,

este aumento atingiria 5% em 2020; (ii) para o sub-pólo Metropolitano, pressupõe-se um

aumento de 10% nos gastos dos turistas com passeios e atrações turísticas e uma

permanência média de 10 dias (saindo de 9,79), em que se considera um aumento gradativo

a partir de 2013.

Cenário 2. (i) Às premissas do Cenário 1, acrescenta-se a hipótese de aumento gradativo

do tempo médio de permanência nos demais sub-pólos, a partir de 2013: Costa Verde (de

6,45 dias em 2013, para 7,00 dias em 2020); Costa do Sol (de 6,68 para 7,00); sub-pólos do

Pólo Serra (de 3,40 para 3,60).

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46

Cenário 3. (i) Este cenário parte do Cenário 2, considerando aumentos maiores nos fluxos

de turistas para os sub-pólos Costa Verde e Costa do Sol (12% em 2020), e para os sub-

pólos do Pólo Serra (6% em 2020).

As informações referentes à fase de implantação dos investimentos foram regionalizadas a

partir de informações disponibilizadas pela SEOBRAS-RJ. Desta forma, a alocação

regional-temporal-institucional seguiu a composição apresentada na Tabela 4.1.

Tabela 4.1. Regionalização dos investimentos do PRODETUR RJ (USD milhões)

BID GERJ BID GERJ BID GERJ BID GERJ BID GERJ

Metropolitano 4.060 32.000 12.190 0 0 0 510 0 16.804 32.000

Costa Verde 5.702 5.000 10.150 2.500 8.961 0 510 0 24.956 7.500

Costa do Sol 998 0 6.641 0 6.539 0 510 0 15.454 0

Serra Verde Imperial 3.661 0 15.722 2.500 3.633 0 510 0 24.644 2.500

Vale do Café 533 0 4.541 400 2.470 0 510 0 8.334 400

Agulhas Negras 9.319 23.200 13.819 9.400 0 0 510 0 21.808 32.600

Total 24.273 60.200 63.063 14.800 21.603 0 3.060 0 112.000 75.000

2010 2011 2012 2013 Total

Fonte: SEOBRAS-RJ.

4.2 FECHAMENTOS

Uma questão fundamental refere-se ao financiamento dos gastos adicionais ao longo do

período de projeção. Para os gastos da fase de implantação, partiu-se do pressuposto que os

investimentos do BID não impactarão as contas estaduais no período de projeção, enquanto

a contrapartida será financiada com redução (aumento) do superávit (déficit) fiscal do

Estado.

No caso dos gastos adicionais dos turistas, consideramos duas hipóteses alternativas,

associadas a caracterizações distintas dos resultados. No fechamento “A”, os gastos

adicionais dos turistas seriam financiados por reduções equivalentes nos gastos com

consumo nas respectivas regiões de origem, o que representaria um efeito substituição

induzido na cesta de bens dos viajantes. No fechamento “B”, estes gastos adicionais

seriam financiados por redução da poupança pessoal, maximizando os efeitos

multiplicadores dos gastos. Destarte, na análise subseqüente dos resultados, consideraremos

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seis casos distintos, com os resultados referentes aos cruzamentos dos três cenários com os

dois fechamentos.

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48

5 RESULTADOS

Os resultados dos impactos econômicos sobre produção, PIB (valor adicionado), massa

salarial, emprego e arrecadação de ICMS são apresentados a seguir, considerando-se seus

efeitos desagregados espacialmente. Pode-se isolar os efeitos específicos sobre os sub-

pólos, bem como identificar impactos estaduais e nacionais, informações extremamente

relevantes para a tomada de decisão dos formuladores de política nos vários níveis de

governo.

A apresentação dos resultados e a avaliação do PRODETUR RJ será feita considerando,

inicialmente, os efeitos diretos das hipóteses para os parâmetros de turismo no Estado sobre

a estrutura de gastos adicionais dos turistas. A seguir, apresentaremos os efeitos sistêmicos

sobre fluxos adicionais das variáveis de interesse, seguido de uma avaliação dos impactos

estaduais, regionais e setoriais com a utilização de indicadores sintéticos.

5.1 GASTOS ADICIONAIS DOS TURISTAS

As premissas dos três cenários, explicitadas na seção 4.1, refletem-se diretamente nos

gastos totais dos turistas, domésticos e internacionais, por região de destino.

Como mencionado, a sequência dos cenários sugere uma magnificação dos efeitos a partir

do Cenário 1. A Figura 5.1 ilustra este fato. Entretanto, os efeitos sobre a composição da

origem dos gastos (turismo doméstico e internacional) se altera ao longo do tempo, com o

aumento da participação dos gastos dos turistas estrangeiros (Figura 5.2).

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Figura 5.1. Gastos adicionais dos turistas no Estado do Rio de Janeiro (em USD mil)

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

USD

1.0

00

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

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50

Figura 5.2. Estrutura dos gastos adicionais dos turistas no Estado do Rio de Janeiro:

Cenários 1, 2 e 3 (em % do total)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Cenário 1 Internacional Cenário 1 Doméstico

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Cenário 2 Internacional Cenário 2 Doméstico

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Cenário 3 Internacional Cenário 3 Doméstico

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As hipóteses para o sub-pólo Metropolitano, que não se alteram nos três cenários, são

dominantes no Cenário 1. À medida que se incluem hipóteses mais favoráveis para os

efeitos sobre o tempo de permanência nos demais sub-pólos (Cenário 2) e, adicionalmente,

maior intensificação dos fluxos de turistas com destino a estas regiões (Cenário 3), os

efeitos sobre gastos tornam-se relativamente mais descentralizados a partir do sub-pólo

Metropolitano (Figura 5.3).

Neste contexto, o Pólo Litoral configura-se como a região turística mais afetada pelos

investimentos do PRODETUR RJ. Os aumentos potenciais dos gastos dos turistas no Pólo

Serra tendem a se concentrar, ao longo do tempo, no sub-pólo Serra Verde Imperial.

Em termos relativos, contudo, o ranking das participações dos sub-pólos nos aumentos dos

gastos do turista se altera nos três cenários sugerindo: (i) uma interiorização do turismo; e

(ii) aumentos relativos expressivos nos sub-pólos Costa Verde e Serra Verde Imperial

(Figura 5.4).

As estimativas detalhadas por sub-pólo e por origem dos turistas encontram-se no Quadro

5.1.

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52

Figura 5.3. Regionalização dos gastos adicionais dos turistas no Estado do Rio de

Janeiro: Cenários 1, 2 e 3 (em USD mil)

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

USD

1.0

00

Cenário 1

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

USD

1.0

00

Cenário 2

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

USD

1.0

00

Cenário 3

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras

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Figura 5.4. Composição regional dos gastos adicionais dos turistas no Estado do Rio

de Janeiro: Cenários 1, 2 e 3 (em % do total)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Cenário 1

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Cenário 2

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Cenário 3

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras

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54

Quadro 5.1. Projeção dos gastos adicionais dos turistas no Estado do Rio de Janeiro

(em USD mil)

A. TOTAL

Cenário 1

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras TOTAL

2013 10.565 11.714 25.225 2.541 347 2.714 53.108

2014 22.758 12.412 26.716 2.702 370 2.889 67.847

2015 34.636 13.185 28.361 2.883 396 3.086 82.546

2016 53.371 14.007 30.118 3.077 424 3.300 104.297

2017 63.705 14.714 31.639 3.239 447 3.475 117.219

2018 79.449 15.547 33.417 3.435 475 3.690 136.012

2019 96.270 16.408 35.254 3.638 504 3.913 155.988

2020 113.997 17.300 37.152 3.850 535 4.146 176.979

Cenário 2

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras TOTAL

2013 10.565 17.853 25.225 4.410 347 2.714 61.115

2014 22.758 25.487 26.716 6.691 370 2.889 84.911

2015 34.636 34.125 28.361 9.290 396 3.086 109.894

2016 53.371 43.822 30.118 12.229 424 3.300 143.265

2017 63.705 54.068 31.639 15.327 447 3.475 168.660

2018 79.449 65.701 33.417 18.873 475 3.690 201.605

2019 96.270 78.483 35.254 22.785 504 3.913 237.209

2020 113.997 92.488 37.152 27.089 535 4.146 275.406

Cenário 3

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras TOTAL

2013 10.565 20.220 30.270 4.922 417 3.257 69.652

2014 22.758 28.021 32.059 7.239 444 3.467 93.988

2015 34.636 36.844 34.033 9.879 475 3.704 119.571

2016 53.371 46.740 36.142 12.863 509 3.960 153.585

2017 63.705 57.165 37.967 15.998 536 4.170 179.541

2018 79.449 69.007 40.101 19.591 570 4.428 213.145

2019 96.270 82.008 42.305 23.550 605 4.696 249.434

2020 113.997 96.243 44.582 27.905 642 4.975 288.343

TOTAL

TOTAL

TOTAL

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55

Quadro 5.1. Projeção dos gastos adicionais dos turistas no Estado do Rio de Janeiro

(em USD mil)

B. TURISMO INTERNACIONAL

Cenário 1

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras TOTAL

2013 4.030 1.802 3.117 116 9 3 9.076

2014 8.838 1.880 3.251 121 9 3 14.103

2015 13.166 1.961 3.392 127 9 3 18.658

2016 21.538 2.035 3.519 131 10 4 27.237

2017 24.176 2.111 3.651 136 10 4 30.088

2018 29.961 2.190 3.788 141 10 4 36.095

2019 36.111 2.272 3.930 147 11 4 42.475

2020 42.650 2.357 4.078 152 11 4 49.252

Cenário 2

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras TOTAL

2013 4.030 2.746 3.117 202 9 3 10.106

2014 8.838 3.860 3.251 300 9 3 16.262

2015 13.166 5.076 3.392 408 9 3 22.054

2016 21.538 6.366 3.519 522 10 4 31.958

2017 24.176 7.757 3.651 644 10 4 36.243

2018 29.961 9.256 3.788 776 10 4 43.796

2019 36.111 10.869 3.930 918 11 4 51.843

2020 42.650 12.603 4.078 1.070 11 4 60.416

Cenário 3

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras TOTAL

2013 4.030 3.110 3.740 225 10 4 11.119

2014 8.838 4.244 3.902 325 11 4 17.323

2015 13.166 5.481 4.071 434 11 4 23.166

2016 21.538 6.790 4.223 549 12 4 33.116

2017 24.176 8.201 4.382 673 12 4 37.448

2018 29.961 9.721 4.546 806 12 5 45.052

2019 36.111 11.357 4.716 949 13 5 53.151

2020 42.650 13.115 4.893 1.102 13 5 61.779

INTERNACIONAL

INTERNACIONAL

INTERNACIONAL

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56

Quadro 5.1. Projeção dos gastos adicionais dos turistas no Estado do Rio de Janeiro

(em USD mil)

C. TURISMO DOMÉSTICO

Cenário 1

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras TOTAL

2013 6.535 9.912 22.109 2.425 339 2.711 44.031

2014 13.920 10.532 23.464 2.581 361 2.886 53.744

2015 21.471 11.223 24.968 2.756 387 3.083 63.888

2016 31.833 11.972 26.599 2.946 414 3.296 77.061

2017 39.529 12.603 27.988 3.103 437 3.471 87.131

2018 49.487 13.357 29.629 3.294 464 3.686 99.917

2019 60.158 14.136 31.324 3.492 493 3.909 113.513

2020 71.347 14.943 33.074 3.698 523 4.141 127.727

Cenário 2

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras TOTAL

2013 6.535 15.107 22.109 4.208 339 2.711 51.009

2014 13.920 21.627 23.464 6.391 361 2.886 68.649

2015 21.471 29.049 24.968 8.882 387 3.083 87.840

2016 31.833 37.456 26.599 11.708 414 3.296 111.306

2017 39.529 46.311 27.988 14.682 437 3.471 132.417

2018 49.487 56.445 29.629 18.097 464 3.686 157.809

2019 60.158 67.614 31.324 21.867 493 3.909 185.366

2020 71.347 79.885 33.074 26.019 523 4.141 214.990

Cenário 3

Metropolitano Costa Verde Costa do Sol Serra Vale do Café Agulhas Negras TOTAL

2013 6.535 17.110 26.531 4.697 407 3.253 58.532

2014 13.920 23.777 28.157 6.915 434 3.463 76.665

2015 21.471 31.364 29.962 9.445 464 3.700 96.405

2016 31.833 39.950 31.919 12.314 497 3.956 120.469

2017 39.529 48.964 33.585 15.326 524 4.166 142.093

2018 49.487 59.285 35.555 18.785 557 4.423 168.093

2019 60.158 70.651 37.589 22.601 592 4.691 196.283

2020 71.347 83.128 39.689 26.803 628 4.970 226.565

DOMÉSTICO

DOMÉSTICO

DOMÉSTICO

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57

5.2 FLUXOS ECONÔMICOS MARGINAIS (ADICIONAIS)

Em termos agregados, os investimentos do PRODETUR RJ possuem um impacto potencial

sobre o crescimento dos sub-pólos, do Estado do Rio de Janeiro e do País. Como em nosso

modelo os fluxos são anuais, podemos interpretar a diferença resultante do ajuste aos

choques, nos vários cenários, como uma variação no fluxo de renda da economia,

representando um desvio de uma trajetória de controle subjacente, dada pelo baseline

(Figura 5.5).

Antes de contextualizarmos estes impactos, apresentaremos nesta seção os valores para os

fluxos marginais de variáveis econômicas selecionadas, a saber: valor bruto da produção,

PIB, massa salarial, emprego (em termos de equivalente-homem-ano – EHA) e arrecadação

de ICMS. O Quadro 5.2 apresenta estas estimativas para os três cenários, considerando os

dois fechamentos alternativos.

Figura 5.5. Definição esquemática dos efeitos marginais do PRODETUR RJ

2007

PIB com PRODETUR RJ

PIB sem PRODETUR RJ

Fluxos marginais

2010 2013 2020

Simulação histórica

Investimentos Efeitos sobre turismo

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58

Quadro 5.2. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR em variáveis econômicas

selecionadas, 2010-2020

A. Cenário 1A

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 29.755 24.154 5.867 5.320 16.885 28.893 48.524 58.786 74.914 92.155 110.386

Costa Verde 4.446 4.816 2.972 10.793 11.254 11.971 12.773 13.417 14.204 15.020 15.873

Costa do Sol 8.235 10.173 5.045 23.485 24.302 25.770 27.401 28.717 30.310 31.956 33.664

Serra Verde Imperial 1.899 4.766 996 2.131 2.066 2.135 2.297 2.285 2.354 2.417 2.503

Vale do Café 965 1.219 357 370 322 348 390 408 441 475 513

Agulhas Negras 22.302 18.141 2.457 2.995 2.528 2.683 2.875 2.993 3.163 3.339 3.530

Resto do RJ 2.003 2.009 638 81 -52 -114 -132 -233 -301 -374 -438

Resto do Brasil 75.748 68.672 18.818 -14.887 -21.240 -25.375 -29.583 -34.760 -40.074 -45.746 -51.716

Brasil 145.354 133.950 37.152 30.288 36.066 46.310 64.545 71.613 85.011 99.242 114.317

Metropolitano 15.782 12.456 2.943 937 6.818 12.913 22.951 28.159 36.382 45.176 54.479

Costa Verde 2.328 2.571 1.641 5.439 5.661 6.018 6.417 6.736 7.128 7.534 7.959

Costa do Sol 3.598 4.806 2.588 11.829 12.232 12.957 13.760 14.409 15.194 16.004 16.846

Serra Verde Imperial 989 2.627 545 1.020 935 921 939 884 857 822 796

Vale do Café 489 641 193 186 157 170 190 198 214 230 248

Agulhas Negras 11.139 8.938 1.039 1.508 1.285 1.359 1.449 1.505 1.585 1.667 1.757

Resto do RJ 976 984 307 -37 -125 -180 -221 -293 -357 -424 -488

Resto do Brasil 28.078 25.442 6.972 -7.700 -10.923 -13.340 -16.132 -18.954 -22.096 -25.449 -28.990

Brasil 63.379 58.465 16.229 13.182 16.041 20.819 29.354 32.645 38.906 45.559 52.608

Metropolitano 5.991 4.782 1.147 1.243 3.838 6.515 10.869 13.165 16.756 20.595 24.652

Costa Verde 967 1.052 653 2.467 2.580 2.750 2.942 3.095 3.282 3.477 3.680

Costa do Sol 1.545 1.991 1.041 5.280 5.478 5.812 6.176 6.479 6.840 7.214 7.601

Serra Verde Imperial 394 1.022 212 458 444 458 489 488 502 515 532

Vale do Café 211 271 81 77 65 71 79 82 88 95 102

Agulhas Negras 4.501 3.608 419 662 574 608 648 673 709 746 786

Resto do RJ 385 394 129 -1 -35 -55 -69 -96 -118 -143 -165

Resto do Brasil 11.598 10.499 2.873 -2.862 -4.062 -4.926 -5.898 -6.920 -8.039 -9.232 -10.491

Brasil 25.591 23.619 6.555 7.323 8.882 11.231 15.235 16.966 20.021 23.266 26.696

Metropolitano 1.021 761 169 613 1.549 2.484 3.982 4.791 6.038 7.371 8.777

Costa Verde 183 204 132 953 1.003 1.067 1.138 1.196 1.266 1.338 1.413

Costa do Sol 169 278 179 2.035 2.137 2.268 2.409 2.528 2.670 2.815 2.966

Serra Verde Imperial 76 206 42 178 182 192 206 212 223 234 246

Vale do Café 31 46 15 27 26 28 31 33 36 38 41

Agulhas Negras 848 671 65 229 220 233 249 260 275 290 306

Resto do RJ 70 73 24 -3 -10 -13 -16 -21 -25 -29 -33

Resto do Brasil 1.840 1.667 457 -422 -586 -701 -807 -959 -1.107 -1.265 -1.432

Brasil 4.237 3.905 1.083 3.610 4.521 5.559 7.192 8.040 9.375 10.792 12.286

Metropolitano 289 242 61 199 417 638 990 1.181 1.475 1.788 2.119

Costa Verde 43 46 27 215 227 242 258 271 288 304 322

Costa do Sol 85 101 48 461 484 514 548 576 609 644 679

Serra Verde Imperial 20 45 10 47 49 53 58 61 65 69 73

Vale do Café 9 11 3 7 7 8 9 9 10 11 12

Agulhas Negras 220 180 26 55 53 56 61 64 68 72 77

Resto do RJ 27 27 9 7 6 7 8 9 10 11 12

Gro

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59

Quadro 5.2. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR em variáveis econômicas

selecionadas, 2010-2020

B. Cenário 1B

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 29.755 24.154 5.867 23.605 37.561 52.169 74.839 87.597 106.791 127.275 148.846

Costa Verde 4.446 4.816 2.972 11.354 11.931 12.769 13.715 14.478 15.407 16.373 17.377

Costa do Sol 8.235 10.173 5.045 24.897 26.054 27.878 29.952 31.625 33.657 35.768 37.957

Serra Verde Imperial 1.899 4.766 996 3.308 3.614 4.080 4.710 5.121 5.688 6.287 6.914

Vale do Café 965 1.219 357 567 559 629 724 785 870 960 1.055

Agulhas Negras 22.302 18.141 2.457 3.571 3.244 3.546 3.919 4.186 4.537 4.905 5.289

Resto do RJ 2.003 2.009 638 1.343 1.531 1.804 2.199 2.440 2.785 3.150 3.534

Resto do Brasil 75.748 68.672 18.818 36.264 42.657 51.717 65.101 73.064 84.633 96.928 109.847

Brasil 145.354 133.950 37.152 104.911 127.152 154.592 195.158 219.296 254.369 291.647 330.818

Metropolitano 15.782 12.456 2.943 11.671 18.913 26.489 38.254 44.879 54.844 65.479 76.680

Costa Verde 2.328 2.571 1.641 5.744 6.032 6.458 6.941 7.329 7.802 8.295 8.806

Costa do Sol 3.598 4.806 2.588 12.551 13.137 14.053 15.092 15.933 16.952 18.011 19.109

Serra Verde Imperial 989 2.627 545 1.646 1.775 1.992 2.281 2.472 2.734 3.010 3.299

Vale do Café 489 641 193 290 283 319 367 398 441 487 535

Agulhas Negras 11.139 8.938 1.039 1.758 1.601 1.744 1.918 2.045 2.210 2.383 2.564

Resto do RJ 976 984 307 591 669 789 962 1.067 1.218 1.379 1.547

Resto do Brasil 28.078 25.442 6.972 14.212 16.706 20.192 25.330 28.395 32.842 37.566 42.529

Brasil 63.379 58.465 16.229 48.462 59.117 72.036 91.145 102.519 119.043 136.610 155.069

Metropolitano 5.991 4.782 1.147 4.736 7.786 10.956 15.887 18.658 22.831 27.285 31.976

Costa Verde 967 1.052 653 2.604 2.743 2.938 3.161 3.340 3.558 3.785 4.020

Costa do Sol 1.545 1.991 1.041 5.469 5.713 6.094 6.519 6.869 7.290 7.725 8.176

Serra Verde Imperial 394 1.022 212 699 756 847 968 1.049 1.159 1.275 1.397

Vale do Café 211 271 81 130 129 145 168 182 202 224 246

Agulhas Negras 4.501 3.608 419 773 714 777 854 910 983 1.059 1.139

Resto do RJ 385 394 129 237 266 312 378 419 476 538 602

Resto do Brasil 11.598 10.499 2.873 5.559 6.519 7.887 9.905 11.108 12.853 14.708 16.657

Brasil 25.591 23.619 6.555 20.208 24.625 29.958 37.840 42.534 49.352 56.598 64.213

Metropolitano 1.021 761 169 1.177 2.186 3.200 4.790 5.675 7.016 8.448 9.956

Costa Verde 183 204 132 989 1.045 1.116 1.194 1.258 1.336 1.416 1.499

Costa do Sol 169 278 179 2.066 2.175 2.314 2.464 2.592 2.743 2.900 3.061

Serra Verde Imperial 76 206 42 230 247 272 303 325 354 385 417

Vale do Café 31 46 15 36 37 41 46 49 54 59 64

Agulhas Negras 848 671 65 245 241 259 281 297 318 340 362

Resto do RJ 70 73 24 47 53 62 76 84 96 108 121

Resto do Brasil 1.840 1.667 457 1.291 1.554 1.881 2.363 2.650 3.068 3.511 3.977

Brasil 4.237 3.905 1.083 6.081 7.538 9.145 11.518 12.932 14.984 17.166 19.458

Metropolitano 289 242 61 333 568 808 1.182 1.391 1.706 2.043 2.398

Costa Verde 43 46 27 220 233 249 267 281 298 317 335

Costa do Sol 85 101 48 472 497 530 567 598 635 673 712

Serra Verde Imperial 20 45 10 57 62 69 78 84 92 101 110

Vale do Café 9 11 3 9 9 10 12 13 14 15 16

Agulhas Negras 220 180 26 60 59 64 70 74 80 86 92

Resto do RJ 27 27 9 17 19 23 27 31 35 39 44

Gro

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AIC

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2008

)

Page 68: SECRETARIA DE ESTADO DE OBRAS SEOBRAS RJ · Paulo Roberto Haddad Weslem Rodrigues Faria Wilson Rabahy . ÍNDICE ... tendências da economia nacional e mundial, além de considerar

60

Quadro 5.2. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR em variáveis econômicas

selecionadas, 2010-2020

C. Cenário 2A

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 29.755 24.154 5.867 2.270 10.294 18.138 32.916 38.064 48.119 58.511 69.047

Costa Verde 4.446 4.816 2.972 16.357 23.105 30.947 39.785 49.068 59.632 71.236 83.953

Costa do Sol 8.235 10.173 5.045 30.270 38.713 48.777 60.061 71.723 84.963 99.401 115.110

Serra Verde Imperial 1.899 4.766 996 3.740 5.498 7.640 10.149 12.651 15.578 18.798 22.363

Vale do Café 965 1.219 357 599 811 1.136 1.518 1.897 2.345 2.840 3.388

Agulhas Negras 22.302 18.141 2.457 4.819 6.425 8.950 11.841 14.838 18.309 22.144 26.379

Resto do RJ 2.003 2.009 638 62 -93 -181 -228 -360 -466 -583 -692

Resto do Brasil 75.748 68.672 18.818 -21.269 -34.832 -47.118 -60.581 -75.746 -92.313 -110.352 -129.857

Brasil 145.354 133.950 37.152 36.849 49.922 68.289 95.460 112.136 136.166 161.995 189.691

Metropolitano 15.782 12.456 2.943 -1.435 1.712 4.617 10.962 12.265 15.897 19.538 23.076

Costa Verde 2.328 2.571 1.641 8.243 11.631 15.575 20.020 24.689 30.001 35.836 42.231

Costa do Sol 3.598 4.806 2.588 15.252 19.502 24.563 30.234 36.100 42.757 50.016 57.916

Serra Verde Imperial 989 2.627 545 1.825 2.652 3.676 4.868 6.071 7.473 9.017 10.733

Vale do Café 489 641 193 299 401 562 751 939 1.160 1.406 1.677

Agulhas Negras 11.139 8.938 1.039 2.436 3.267 4.546 6.007 7.528 9.287 11.231 13.379

Resto do RJ 976 984 307 -64 -182 -270 -349 -461 -571 -690 -808

Resto do Brasil 28.078 25.442 6.972 -10.656 -17.207 -23.368 -30.392 -37.794 -46.060 -55.024 -64.684

Brasil 63.379 58.465 16.229 15.900 21.775 29.900 42.102 49.336 59.945 71.330 83.521

Metropolitano 5.991 4.782 1.147 595 2.441 4.239 7.572 8.791 11.106 13.508 15.955

Costa Verde 967 1.052 653 3.736 5.283 7.078 9.103 11.227 13.644 16.299 19.207

Costa do Sol 1.545 1.991 1.041 6.814 8.735 11.012 13.559 16.201 19.197 22.463 26.018

Serra Verde Imperial 394 1.022 212 807 1.186 1.649 2.188 2.731 3.363 4.059 4.829

Vale do Café 211 271 81 126 170 239 320 400 495 600 717

Agulhas Negras 4.501 3.608 419 1.076 1.460 2.031 2.685 3.364 4.150 5.019 5.979

Resto do RJ 385 394 129 -10 -53 -83 -109 -147 -185 -225 -265

Resto do Brasil 11.598 10.499 2.873 -4.002 -6.486 -8.797 -11.408 -14.201 -17.307 -20.680 -24.320

Brasil 25.591 23.619 6.555 9.143 12.738 17.370 23.911 28.366 34.464 41.044 48.119

Metropolitano 1.021 761 169 492 1.290 2.063 3.372 3.983 4.996 6.066 7.179

Costa Verde 183 204 132 1.449 2.060 2.760 3.548 4.377 5.320 6.356 7.492

Costa do Sol 169 278 179 2.635 3.411 4.302 5.298 6.333 7.506 8.786 10.178

Serra Verde Imperial 76 206 42 313 468 652 862 1.079 1.329 1.604 1.908

Vale do Café 31 46 15 46 66 92 122 153 190 230 274

Agulhas Negras 848 671 65 384 551 766 1.011 1.268 1.563 1.890 2.251

Resto do RJ 70 73 24 -6 -16 -23 -30 -39 -48 -59 -69

Resto do Brasil 1.840 1.667 457 -599 -962 -1.302 -1.663 -2.092 -2.551 -3.051 -3.591

Brasil 4.237 3.905 1.083 4.714 6.868 9.310 12.521 15.061 18.305 21.823 25.622

Metropolitano 289 242 61 194 405 618 959 1.139 1.418 1.715 2.026

Costa Verde 43 46 27 327 464 622 800 987 1.199 1.433 1.689

Costa do Sol 85 101 48 596 771 973 1.200 1.435 1.701 1.992 2.308

Serra Verde Imperial 20 45 10 81 121 168 223 278 342 413 490

Vale do Café 9 11 3 12 18 24 32 40 50 60 72

Agulhas Negras 220 180 26 92 130 181 239 299 369 446 531

Resto do RJ 27 27 9 8 9 12 16 18 22 26 30

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Quadro 5.2. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR em variáveis econômicas

selecionadas, 2010-2020

D. Cenário 2B

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 29.755 24.154 5.867 27.979 46.873 67.078 96.066 115.596 142.463 171.409 202.280

Costa Verde 4.446 4.816 2.972 17.129 24.231 32.468 41.762 51.497 62.585 74.764 88.102

Costa do Sol 8.235 10.173 5.045 32.181 41.529 52.594 65.056 77.859 92.435 108.332 125.616

Serra Verde Imperial 1.899 4.766 996 5.305 7.875 10.920 14.478 18.020 22.158 26.707 31.693

Vale do Café 965 1.219 357 869 1.205 1.669 2.211 2.750 3.383 4.082 4.849

Agulhas Negras 22.302 18.141 2.457 5.600 7.579 10.516 13.887 17.355 21.373 25.808 30.683

Resto do RJ 2.003 2.009 638 1.745 2.385 3.171 4.144 5.004 6.050 7.187 8.418

Resto do Brasil 75.748 68.672 18.818 47.437 66.442 89.798 119.316 144.572 175.733 209.632 246.291

Brasil 145.354 133.950 37.152 138.245 198.119 268.213 356.920 432.652 526.180 627.920 737.932

Metropolitano 15.782 12.456 2.943 13.678 23.185 33.329 47.991 57.723 71.207 85.723 101.189

Costa Verde 2.328 2.571 1.641 8.659 12.242 16.402 21.096 26.010 31.608 37.755 44.486

Costa do Sol 3.598 4.806 2.588 16.226 20.944 26.521 32.799 39.252 46.596 54.605 63.312

Serra Verde Imperial 989 2.627 545 2.649 3.917 5.429 7.190 8.954 11.011 13.272 15.752

Vale do Café 489 641 193 442 609 844 1.118 1.390 1.711 2.064 2.451

Agulhas Negras 11.139 8.938 1.039 2.772 3.767 5.227 6.901 8.627 10.625 12.831 15.257

Resto do RJ 976 984 307 768 1.047 1.393 1.822 2.202 2.663 3.165 3.708

Resto do Brasil 28.078 25.442 6.972 18.638 26.128 35.277 46.807 56.722 68.929 82.211 96.579

Brasil 63.379 58.465 16.229 63.833 91.839 124.423 165.724 200.881 244.349 291.626 342.735

Metropolitano 5.991 4.782 1.147 5.509 9.431 13.590 19.637 23.603 29.131 35.079 41.411

Costa Verde 967 1.052 653 3.927 5.560 7.450 9.585 11.819 14.364 17.159 20.220

Costa do Sol 1.545 1.991 1.041 7.069 9.112 11.523 14.228 17.023 20.198 23.660 27.426

Serra Verde Imperial 394 1.022 212 1.128 1.671 2.317 3.068 3.821 4.699 5.664 6.722

Vale do Café 211 271 81 199 276 382 506 629 773 933 1.108

Agulhas Negras 4.501 3.608 419 1.226 1.682 2.333 3.080 3.851 4.743 5.727 6.810

Resto do RJ 385 394 129 308 416 551 718 867 1.047 1.243 1.455

Resto do Brasil 11.598 10.499 2.873 7.278 10.178 13.745 18.244 22.107 26.866 32.043 37.643

Brasil 25.591 23.619 6.555 26.643 38.325 51.891 69.066 83.719 101.819 121.508 142.795

Metropolitano 1.021 761 169 1.286 2.418 3.572 5.319 6.373 7.905 9.547 11.287

Costa Verde 183 204 132 1.500 2.133 2.857 3.674 4.532 5.508 6.581 7.757

Costa do Sol 169 278 179 2.676 3.472 4.384 5.405 6.465 7.667 8.978 10.404

Serra Verde Imperial 76 206 42 382 572 794 1.049 1.310 1.612 1.944 2.309

Vale do Café 31 46 15 58 84 116 154 192 237 286 340

Agulhas Negras 848 671 65 406 584 812 1.071 1.341 1.653 1.997 2.376

Resto do RJ 70 73 24 61 83 110 143 173 209 248 291

Resto do Brasil 1.840 1.667 457 1.704 2.431 3.286 4.364 5.289 6.430 7.670 9.013

Brasil 4.237 3.905 1.083 8.072 11.776 15.931 21.179 25.675 31.220 37.252 43.777

Metropolitano 289 242 61 382 674 976 1.422 1.707 2.110 2.542 3.002

Costa Verde 43 46 27 334 475 636 818 1.009 1.227 1.466 1.728

Costa do Sol 85 101 48 611 793 1.003 1.239 1.482 1.759 2.060 2.389

Serra Verde Imperial 20 45 10 94 140 195 258 322 396 477 566

Vale do Café 9 11 3 14 21 29 38 48 59 71 85

Agulhas Negras 220 180 26 98 140 195 257 321 396 478 569

Resto do RJ 27 27 9 22 30 40 52 62 75 90 105

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62

Quadro 5.2. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR em variáveis econômicas

selecionadas, 2010-2020

E. Cenário 3A

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 29.755 24.154 5.867 884 8.791 16.496 31.121 36.151 46.049 56.274 66.632

Costa Verde 4.446 4.816 2.972 18.496 25.394 33.403 42.419 51.865 62.616 74.417 87.341

Costa do Sol 8.235 10.173 5.045 34.893 43.636 54.032 65.674 77.653 91.262 106.083 122.192

Serra Verde Imperial 1.899 4.766 996 4.151 5.937 8.110 10.654 13.185 16.148 19.404 23.008

Vale do Café 965 1.219 357 658 874 1.203 1.590 1.974 2.427 2.928 3.482

Agulhas Negras 22.302 18.141 2.457 5.304 6.944 9.509 12.442 15.476 18.991 22.873 27.157

Resto do RJ 2.003 2.009 638 73 -81 -168 -215 -345 -451 -567 -675

Resto do Brasil 75.748 68.672 18.818 -24.301 -38.071 -50.581 -64.296 -79.689 -96.513 -114.818 -134.597

Brasil 145.354 133.950 37.152 40.157 53.425 72.004 99.390 116.270 140.528 166.595 194.539

Metropolitano 15.782 12.456 2.943 -2.520 539 3.341 9.574 10.788 14.305 17.823 21.232

Costa Verde 2.328 2.571 1.641 9.320 12.784 16.812 21.347 26.097 31.503 37.437 43.937

Costa do Sol 3.598 4.806 2.588 17.584 21.986 27.214 33.065 39.091 45.933 53.386 61.487

Serra Verde Imperial 989 2.627 545 2.028 2.869 3.908 5.118 6.335 7.755 9.317 11.052

Vale do Café 489 641 193 328 432 595 786 976 1.201 1.449 1.723

Agulhas Negras 11.139 8.938 1.039 2.684 3.533 4.832 6.316 7.855 9.637 11.605 13.778

Resto do RJ 976 984 307 -70 -189 -277 -356 -469 -579 -698 -816

Resto do Brasil 28.078 25.442 6.972 -12.080 -18.726 -24.987 -32.124 -39.631 -48.013 -57.096 -66.879

Brasil 63.379 58.465 16.229 17.274 23.228 31.438 43.726 51.043 61.743 73.224 85.514

Metropolitano 5.991 4.782 1.147 305 2.126 3.896 7.197 8.391 10.674 13.042 15.452

Costa Verde 967 1.052 653 4.224 5.806 7.639 9.704 11.865 14.325 17.024 19.980

Costa do Sol 1.545 1.991 1.041 7.855 9.845 12.196 14.824 17.538 20.616 23.970 27.614

Serra Verde Imperial 394 1.022 212 895 1.281 1.750 2.297 2.846 3.486 4.190 4.968

Vale do Café 211 271 81 138 183 253 335 416 512 618 736

Agulhas Negras 4.501 3.608 419 1.187 1.579 2.159 2.823 3.511 4.307 5.186 6.157

Resto do RJ 385 394 129 -10 -53 -83 -109 -147 -184 -225 -265

Resto do Brasil 11.598 10.499 2.873 -4.547 -7.067 -9.418 -12.073 -14.906 -18.057 -21.477 -25.165

Brasil 25.591 23.619 6.555 10.048 13.699 18.393 24.998 29.512 35.678 42.328 49.477

Metropolitano 1.021 761 169 438 1.231 1.999 3.303 3.908 4.916 5.980 7.086

Costa Verde 183 204 132 1.640 2.264 2.979 3.783 4.627 5.587 6.640 7.794

Costa do Sol 169 278 179 3.041 3.844 4.764 5.791 6.855 8.060 9.374 10.801

Serra Verde Imperial 76 206 42 348 506 692 905 1.124 1.378 1.656 1.964

Vale do Café 31 46 15 51 71 97 128 160 196 237 281

Agulhas Negras 848 671 65 426 596 815 1.064 1.323 1.623 1.954 2.318

Resto do RJ 70 73 24 -7 -16 -24 -30 -40 -49 -60 -70

Resto do Brasil 1.840 1.667 457 -683 -1.052 -1.398 -1.767 -2.202 -2.668 -3.175 -3.723

Brasil 4.237 3.905 1.083 5.253 7.443 9.924 13.177 15.755 19.042 22.606 26.453

Metropolitano 289 242 61 192 403 615 956 1.136 1.415 1.711 2.021

Costa Verde 43 46 27 370 510 671 853 1.043 1.259 1.497 1.757

Costa do Sol 85 101 48 688 869 1.078 1.311 1.552 1.826 2.124 2.448

Serra Verde Imperial 20 45 10 90 131 179 234 290 355 426 505

Vale do Café 9 11 3 13 19 26 34 42 52 62 74

Agulhas Negras 220 180 26 102 141 192 251 312 383 461 547

Resto do RJ 27 27 9 9 11 13 17 20 23 27 32

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Quadro 5.2. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR em variáveis econômicas

selecionadas, 2010-2020

F. Cenário 3B

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 29.755 24.154 5.867 30.049 49.083 69.444 98.599 118.278 145.319 174.446 205.508

Costa Verde 4.446 4.816 2.972 19.365 26.625 35.036 44.518 54.421 65.707 78.092 91.647

Costa do Sol 8.235 10.173 5.045 37.040 46.705 58.122 70.961 84.099 99.064 115.367 133.073

Serra Verde Imperial 1.899 4.766 996 5.896 8.508 11.599 15.208 18.793 22.984 27.588 32.631

Vale do Café 965 1.219 357 961 1.304 1.775 2.325 2.871 3.513 4.220 4.997

Agulhas Negras 22.302 18.141 2.457 6.181 8.201 11.184 14.607 18.118 22.190 26.679 31.613

Resto do RJ 2.003 2.009 638 1.962 2.617 3.419 4.409 5.285 6.348 7.504 8.755

Resto do Brasil 75.748 68.672 18.818 52.899 72.274 96.039 125.999 151.645 183.264 217.641 254.800

Brasil 145.354 133.950 37.152 154.353 215.315 286.619 376.627 453.511 548.389 651.538 763.024

Metropolitano 15.782 12.456 2.943 14.629 24.201 34.417 49.156 58.956 72.520 87.120 102.673

Costa Verde 2.328 2.571 1.641 9.788 13.450 17.698 22.487 27.487 33.183 39.435 46.275

Costa do Sol 3.598 4.806 2.588 18.677 23.555 29.309 35.777 42.398 49.938 58.152 67.072

Serra Verde Imperial 989 2.627 545 2.945 4.233 5.769 7.555 9.341 11.424 13.713 16.221

Vale do Café 489 641 193 489 660 898 1.176 1.452 1.776 2.134 2.526

Agulhas Negras 11.139 8.938 1.039 3.061 4.077 5.560 7.259 9.007 11.032 13.265 15.719

Resto do RJ 976 984 307 863 1.148 1.501 1.938 2.324 2.793 3.303 3.855

Resto do Brasil 28.078 25.442 6.972 20.803 28.440 37.751 49.456 59.526 71.914 85.386 99.951

Brasil 63.379 58.465 16.229 71.256 99.763 132.904 174.804 210.492 254.581 302.507 354.294

Metropolitano 5.991 4.782 1.147 5.879 9.826 14.013 20.089 24.083 29.641 35.621 41.988

Costa Verde 967 1.052 653 4.440 6.108 8.039 10.217 12.489 15.080 17.922 21.033

Costa do Sol 1.545 1.991 1.041 8.142 10.255 12.744 15.532 18.401 21.662 25.214 29.072

Serra Verde Imperial 394 1.022 212 1.254 1.807 2.462 3.223 3.986 4.875 5.852 6.922

Vale do Café 211 271 81 220 298 406 532 657 803 965 1.142

Agulhas Negras 4.501 3.608 419 1.355 1.820 2.482 3.240 4.020 4.924 5.921 7.017

Resto do RJ 385 394 129 346 457 595 765 916 1.099 1.299 1.514

Resto do Brasil 11.598 10.499 2.873 8.120 11.076 14.706 19.274 23.197 28.026 33.277 38.954

Brasil 25.591 23.619 6.555 29.755 41.647 55.447 72.873 87.749 106.110 126.071 147.643

Metropolitano 1.021 761 169 1.338 2.474 3.632 5.383 6.441 7.977 9.624 11.369

Costa Verde 183 204 132 1.697 2.344 3.084 3.917 4.790 5.784 6.875 8.070

Costa do Sol 169 278 179 3.087 3.910 4.852 5.905 6.994 8.228 9.574 11.036

Serra Verde Imperial 76 206 42 426 619 844 1.102 1.367 1.672 2.009 2.378

Vale do Café 31 46 15 65 91 124 162 201 246 296 351

Agulhas Negras 848 671 65 451 632 863 1.126 1.400 1.716 2.064 2.448

Resto do RJ 70 73 24 68 91 118 152 183 219 259 303

Resto do Brasil 1.840 1.667 457 1.904 2.645 3.514 4.609 5.549 6.706 7.964 9.325

Brasil 4.237 3.905 1.083 9.035 12.804 17.031 22.357 26.922 32.548 38.665 45.278

Metropolitano 289 242 61 406 699 1.003 1.451 1.738 2.142 2.577 3.039

Costa Verde 43 46 27 378 522 687 872 1.067 1.288 1.531 1.797

Costa do Sol 85 101 48 704 892 1.109 1.352 1.602 1.886 2.196 2.532

Serra Verde Imperial 20 45 10 104 152 207 271 335 410 493 583

Vale do Café 9 11 3 16 23 31 40 50 61 74 87

Agulhas Negras 220 180 26 109 152 207 270 335 411 494 586

Resto do RJ 27 27 9 25 33 43 55 66 79 94 109

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2008

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64

A título de ilustração, apresentamos a seguir os efeitos sobre o PIB regional das regiões

fluminenses nos seis cenários. Esta análise preliminar não é suficiente, contudo, para uma

avaliação sistemática do PRODETUR RJ. As informações contidas nos mapas permitem

apenas que se tenha uma primeira visualização dos efeitos no último ano de projeção

(2020).

Apesar de pontual, esta análise sugere que os impactos futuros terão um foco espacial não

desprezível, com efeitos maiores no Pólo Litoral que no Pólo Serra (em 2020). Em relação

a diferenças entre as duas famílias de cenários, A e B, percebe-se que nos cenários da

família A, que considera um efeito substituição dos gastos em turismo – estes gastos são

financiados pela redução dos gastos com consumo nas regiões emissoras – os efeitos sobre

o sub-pólo metropolitano são menos intensos, uma vez que tal região é a principal emissora

de turistas para os demais sub-pólos do interior/litoral. Similarmente, o restante do Estado é

impactado negativamente via efeitos substituição (os residentes deixam de gastar no resto

do RJ para gastar nos pólos turísticos) nos cenários A, enquanto nos cenários B acaba por

se beneficiar pelos vazamentos dos efeitos multiplicadores.

Além disso, por não considerar os efeitos de financiamento do turismo pela redução do

consumo na origem, os efeitos dos cenários da família B tendem a ser maiores.

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65

Figura 5.6. Distribuição regional dos fluxos marginais do PIB em 2020

Cenário 1A Cenário 2A Cenário 3A

Cenário 1B Cenário 2B Cenário 3B

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66

5.3 INDICADORES PARA O ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Existem vários critérios parciais que podem ser utilizados para analisar e avaliar

alternativas de projetos de investimentos. De acordo com o enfoque da produtividade

marginal dos investimentos, procura-se maximizar o produto nacional ou regional, a

produtividade marginal dos investimentos (ou de outros recursos escassos) em diferentes

aplicações ou projetos; este enfoque para a seleção de projetos não é usualmente utilizado,

entre outros motivos, por causa das dificuldades de se quantificar o produto marginal

atribuível a um dado fator de produção em determinada utilização. A utilização do modelo

EGC neste estudo apresenta-se como alternativa metodológica para preencher esta lacuna.14

Como visto, podemos interpretar a diferença resultante do ajuste aos choques como uma

variação no fluxo de renda da economia, representando um desvio de uma trajetória de

controle subjacente (Figura 5.7). Assim, podemos utilizar os resultados das simulações para

projetar o fluxo marginal de riquezas na economia. Calculamos o valor presente (VP) de

um fluxo marginal do PIB, sob uma taxa de desconto de 12%. Os valores utilizados

referem-se aos efeitos das simulações em USD mil de 2008. Esta análise pode ser feita

considerando sub-períodos de interesse: em nosso caso, consideramos os sub-períodos

2010-2015 e 2010-2020, para obter uma perspectiva de maturação do Programa. As

estimativas são reportadas nas Tabelas 5.1 e 5.2, que incluem o VP dos fluxos marginais do

PIB e, também, um indicador da produtividade marginal dos investimentos (PMI),

calculado como a razão entre o VP dos fluxos marginais do PIB e o VP dos investimentos,

ambos em 2010.

14

Ver Haddad, E. A. (2004). “Retornos Crescentes, Custos de Transporte e Crescimento Regional”. Tese de

Livre-Docência, FEA, Universidade de São Paulo.

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67

Figura 5.7. Interpretação dos resultados dos efeitos PRODETUR RJ15

2007

Resumo (macro) Impacto ao longo do tempo

(VP das diferenças – fluxos marginais)

2010 2013 2020

Simulação histórica

Investimentos Efeitos sobre turismo

PIB com PRODETUR RJ

PIB sem PRODETUR RJ

15 Os valores dos fluxos para elaboração dos cálculos encontram-se na seção 5.2.

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68

Tabela 5.1. Critérios parciais para avaliação dos investimentos do PRODETUR RJ:

VP dos fluxos marginais do PIB do Rio de Janeiro (em USD mil de 2008)

A. 2010-2015

A B

Cenário 1 123.547 152.914

Cenário 2 146.067 196.678

Cenário 3 151.739 207.396

B. 2010-2020

A B

Cenário 1 246.448 326.554

Cenário 2 358.304 547.756

Cenário 3 371.573 573.154

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

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69

Tabela 5.2. Critérios parciais para avaliação dos investimentos do PRODETUR RJ:

Produtividade Marginal dos Investimentos16

A. 2010-2015

A B

Cenário 1 0,713 0,882

Cenário 2 0,842 1,134

Cenário 3 0,875 1,196

B. 2010-2020

A B

Cenário 1 1,421 1,883

Cenário 2 2,066 3,159

Cenário 3 2,143 3,305

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

VP dos investimentos = USD 173.394 mil

16

O inverso desta relação refere-se à relação incremental capital-produto, que nos informa sobre o nível de

investimento necessário para gerar uma unidade adicional de valor adicionado.

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70

Os resultados mostram que a produtividade marginal do PRODETUR RJ é magnificada no

longo prazo. À medida que o projeto matura, os ganhos de produtividade tornam-se

maiores, pois há uma complementaridade potencial entre os investimentos do Progrma e a

atração de gastos crescentes (exógenos) nas regiões, relação captada no modelo através das

hipóteses sobre gastos adicionais de turistas. Os indicadores aqui definidos tornam-se

bastante úteis em um contexto de avaliação de projetos alternativos: neste caso, a escolha

deveria recair naquele com maior PMI. Vale notar que outros indicadores parciais para

avaliação de projetos podem ser derivados a partir dos resultados do modelo.

Uma visão alternativa para o critério de produtividade marginal dos investimentos, que foca

nos efeitos sobre o PIB, é o de produto marginal dos investimentos, que foca nos efeitos

sobre o valor bruto da produção (VBP). As Tabelas 5.3 e 5,4 apresentam os resultados para

o VP dos fluxos marginais do VBP e, também, um indicador da produto marginal dos

investimentos (VPMI), calculado como a razão entre o VP dos fluxos marginais do VBP e

o valor do investimento, novamente sob a perspectiva do Estado do rio de Janeiro.

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71

Tabela 5.3. Critérios parciais para avaliação dos investimentos do PRODETUR RJ:

VP dos fluxos marginais do VBP do Rio de Janeiro (em USD mil de 2008)

A. 2010-2015

A B

Cenário 1 251.755 303.439

Cenário 2 303.220 392.062

Cenário 3 316.091 413.763

B. 2010-2020

A B

Cenário 1 503.823 645.396

Cenário 2 760.640 1.093.426

Cenário 3 790.851 1.144.858

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

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72

Tabela 5.4. Critérios parciais para avaliação dos investimentos do PRODETUR RJ:

Produto Marginal dos Investimentos

A. 2010-2015

A B

Cenário 1 1,452 1,750

Cenário 2 1,749 2,261

Cenário 3 1,823 2,386

B. 2010-2020

A B

Cenário 1 2,906 3,722

Cenário 2 4,387 6,306

Cenário 3 4,561 6,603

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

VP dos investimentos = USD 173.394 mil

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73

Podemos pensar também em termos de outros indicadores, como massa salarial criada

marginalmente pelos investimentos do PRODETUR RJ e arrecadação de ICMS para o

Estado do Rio de Janeiro. Utilizando a mesma abordagem do cálculo dos indicadores de

PMI e de VPMI, obtemos os resultados apresentados nas Tabelas 5.5 a 5.8.

Em modelos dinâmicos, o conceito dos indicadores marginais dos investimentos, em um

determinado ponto do tempo, confunde-se com o conceito de multiplicadores estáticos.

Assim, os resultados apresentados nas Tabelas 5.2, 5.4, 5.6 e 5.8 podem ser interpretados

como multiplicadores de PIB, produção, massa salarial e arrecadação de ICMS,

respectivamente. Temos assim que, sob o ponto de vista das despesas agregadas associadas

aos investimentos do PRODETUR RJ, a injeção de USD 187 milhões (USD 173,4 milhões

em VP em 2010) na implantação das ações do Programa, o multiplicador de produção

apurado (Tabela 5.4), considerando-se uma taxa de desconto de 12% a.a., ficaria entre

2,9 e 6,6, dependendo do cenário. Significa dizer que a iniciativa privada injetaria entre

USD 355 e 1.047 milhões nas cadeias produtivas associadas ao turismo no Rio de Janeiro

nos próximos 10 anos.

O impacto equivalente na economia brasileira seria de USD 364 milhões a USD 1.629

milhões, em valor presente em 2008. Em outras palavras, para cada USD 1,00 investido

pelo PRODETUR RJ, entre USD 1,10 a USD 8,39 adicionais seriam gerados em toda a

economia até 2020. Nota-se que o intervalo, neste caso, é bastante amplo, sendo os

resultados bastante sensíveis tanto às hipóteses de trajetórias futuras dos parâmetros que

definem os gastos dos turistas nas regiões do estudo, como às hipóteses de financiamento

dos gastos.

Entretanto, no conjunto de hipóteses mais conservadoras (Cenário 1A), os efeitos do

PRODETUR RJ já se mostram bastante relevantes, principalmente para a economia

fluminense.

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74

Tabela 5.5. Critérios parciais para avaliação dos investimentos do PRODETUR RJ:

VP dos fluxos marginais da massa salarial do Rio de Janeiro (em USD mil de 2008)

A. 2010-2015

A B

Cenário 1 53.287 63.099

Cenário 2 65.063 81.959

Cenário 3 68.008 86.588

B. 2010-2020

A B

Cenário 1 109.823 136.627

Cenário 2 168.701 231.967

Cenário 3 175.626 242.937

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

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75

Tabela 5.6. Critérios parciais para avaliação dos investimentos do PRODETUR RJ:

Massa Salarial Marginal dos Investimentos

A. 2010-2015

A B

Cenário 1 0,307 0,364

Cenário 2 0,375 0,473

Cenário 3 0,392 0,499

B. 2010-2020

A B

Cenário 1 0,633 0,788

Cenário 2 0,973 1,338

Cenário 3 1,013 1,401

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

VP dos investimentos = USD 173.394 mil

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76

Tabela 5.7. Critérios parciais para avaliação dos investimentos do PRODETUR RJ:

VP dos fluxos marginais da arrecadação de ICMS do Rio de Janeiro (em USD mil de

2008)

A. 2010-2015

A B

Cenário 1 3.778 4.167

Cenário 2 5.047 5.717

Cenário 3 5.361 6.097

B. 2010-2020

A B

Cenário 1 8.864 9.931

Cenário 2 15.258 17.767

Cenário 3 16.000 18.668

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

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77

Tabela 5.8. Critérios parciais para avaliação dos investimentos do PRODETUR RJ:

Arrecadação de ICMS Marginal dos Investimentos

A. 2010-2015

A B

Cenário 1 0,022 0,024

Cenário 2 0,029 0,033

Cenário 3 0,031 0,035

B. 2010-2020

A B

Cenário 1 0,051 0,057

Cenário 2 0,088 0,102

Cenário 3 0,092 0,108

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

VP dos investimentos = USD 173.394 mil

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78

Em termos de absorção de mão-de-obra, os investimentos totais realizados gerariam

impacto médio no Estado de 1.754 EHA, na fase de implantação dos investimentos (2010-

2012).

No período 2013-2020, fase em que os efeitos do PRODETUR RJ sobre o turismo

potencialmente se verificariam, o Programa apresentaria um impacto sobre o emprego de

aproximadamente 8.500 a 20.000 EHA (média anual durante o período), com absorção

crescente ao longo do período17

; ou seja, o equivalente ao trabalho de até 20.000

profissionais adicionais, em média, por um ano, em relação às projeções do Cenário

Tendencial (Tabela 5.9).

Em relação à “geração” de empregos, vale a pena destacar que o custo médio total de

“criação” de um emprego associado ao PRODETUR RJ equivale ao desembolso médio de

aproximadamente USD 9.210 a USD 21.790. Deve-se ressaltar que a absorção crescente ao

longo do período sugere uma natureza permanente destes postos de trabalho.

Tabela 5.9. Efeitos do PRODETUR RJ sobre geração de emprego no Estado do Rio de

Janeiro: Média do período 2013-2020, em equivalente-homem-ano (EHA)

A B

Cenário 1 8.582 9.816

Cenário 2 16.254 19.337

Cenário 3 17.040 20.303

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

Um último indicador para o Estado do Rio de Janeiro, que nos permite contextualizar as

magnitudes dos efeitos do PRODETUR RJ, pode ser construído a partir da relação entre o

VP dos fluxos marginais do PIB estadual e o valor do PIB estadual em 2010. As

estimativas são apresentadas na Tabela 5.10, revelando que os efeitos acumulados ao longo

17 Ver Quadro 5.2.

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79

do período de projeção situam-se entre 0,137 e 0,319% do PIB projetado para o Estado do

Rio de Janeiro em 2010.

Tabela 5.10. Valor presente dos fluxos marginais do PIB do Estado do Rio de Janeiro,

em % do PIB de 2010

A B

Cenário 1 0,137 0,182

Cenário 2 0,199 0,305

Cenário 3 0,207 0,319

Taxa de desconto = 12% a.a.

A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

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80

5.4 INDICADORES REGIONAIS

Que regiões mais se beneficiariam com a realização dos investimentos do PRODETUR RJ?

Os resultados da Tabela 5.11, ilustrados para as regiões fluminenses nas Figuras 5.9 e 5.10,

evidenciam a distribuição regional dos efeitos do Programa, em termos das participações

regionais nos efeitos sobre PIB e emprego. Outro indicador, apresentado na Figura 5.8,

refere-se ao VP dos fluxos marginais acumulados associados à geração de riqueza nos dois

Pólos, bem como no restante do Estado e no restante do País.

Tais resultados revelam que (i) os efeitos regionais dependem das hipóteses sobre

financiamento dos gastos adicionais do turismo (cenários “A” versus “B”); (ii) os efeitos

associados aos cenários considerados tendem a se concentrar no Pólo Litoral, com efeitos

não desprezíveis no Pólo Serra.

Em relação aos fechamentos adotados, percebe-se que o financiamento com redução do

consumo nas regiões de origem dos turistas afeta negativamente as grandes regiões

emissoras que não recebem fluxos adicionais de turistas (nas simulações, Resto do RJ e

Resto do Brasil) para contrabalançar o efeito de redução no consumo dos residentes. Assim,

na família de cenário “A”, em que esta hipótese opera, acabam sendo desfavorecidas pelo

PRODETUR RJ, devido a este efeito de “desvio de gastos”. Neste caso, as regiões

receptoras dos fluxos adicionais de turistas são relativamente mais favorecidas,

internalizando a maior parte dos efeitos totais.

Uma situação distinta emerge quando se “permite” que os gastos adicionais com turismo

sejam financiado com redução da (taxa de) poupança pessoal. Neste caso, as regiões

emissoras não percebem uma redução no consumo dos residentes, sendo beneficiadas pelos

vazamentos em um sistema interregional integrado. Neste caso, é claro que não apenas os

pólos turísticos fluminenses seriam beneficiados, mas também outras regiões do Estado e

outros Estados brasileiros.

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81

Em relação à sequência dos cenários – Cenários 1, 2 e 3 – revela-se uma perda esperada

gradativa de participação do sub-pólo Metropolitano nos efeitos totais, tanto de PIB como

de emprego, uma vez que os efeitos diretos dominantes das hipóteses do Cenário 1 neste

sub-pólo tornam-se menos fortes nos Cenários 2 e 3. Interessante notar o papel polarizador

da RMRJ, que atua na direção de internalizar parte dos efeitos multiplicadores

(principalmente na família “B”), fazendo com que a redução relativa do papel dominante no

conjunto de premissas do Cenário 1 seja menos fortemente percebida.

A título de exemplo, o sub-pólo Metropolitano concentraria, por um lado, entre 19,65%

(3A) e 47,97% (1A) dos efeitos sobre o PIB – família de cenários A – e , por outro lado,

entre 26,57% (3B) e 36,31% (1B) – família “B”.

A Tabela 5.12, que mostra a relação entre a participação regional nos efeitos totais de

variáveis selecionadas e as respectivas participações regionais nos investimentos do

PRODETUR RJ, permite-nos avaliar o grau de apropriação relativa dos benefícios do

Programa. Indicadores maiores que um sugerem melhor desempenho neste quesito,

mostrando maior capacidade de internalização relativa dos efeitos socioeconômicos.

Destaca-se, aqui, em todos os cenários, o sub-pólo da Costa do Sol.

Finalmente, os indicadores apresentados na Tabela 5.13 oferecem uma perspectiva da

importância relativa do Programa para as economias regionais, colocando em perspectiva

os benefícios acumulados (em termos de PIB). Este indicador, mensurado, para cada região,

pela relação entre o VP dos fluxos marginais do PIB regional e o valor projetado do PIB

regional em 2010, revela que as perspectivas do PRODETUR RJ tendem a ser mais

relevantes, em termos de magnitudes relativas, para as economias da Costa Verde e da

Costa do Sol.

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82

Figura 5.8. Valor presente dos fluxos marginais do PIB regional (em USD mil de 2008)

-20.000

30.000

80.000

130.000

180.000

230.000

280.000

Cenário_1A Cenário_2A Cenário_3A Cenário_1B Cenário_2B Cenário_3B

USD

1.0

00

Pólo Litoral Pólo Serra Resto do RJ Resto do Brasil

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83

Tabela 5.11. Distribuição regional dos efeitos do PRODETUR RJ (em %)

PIB Emprego PIB Emprego

Metropolitano 47,97 60,58 36,31 44,50

Costa Verde 13,11 14,58 6,92 9,56

Costa do Sol 26,95 30,80 14,45 19,68

Serra Verde Imperial 3,10 2,59 2,64 2,48

Vale do Café 0,83 0,41 0,56 0,38

Agulhas Negras 10,82 3,17 5,75 2,26

Resto do RJ 0,50 -0,25 1,22 0,65

Resto do Brasil -3,28 -11,87 32,15 20,49

Brasil 100,00 100,00 100,00 100,00

PIB Emprego PIB Emprego

Metropolitano 21,96 26,44 27,19 24,85

Costa Verde 30,22 29,14 11,66 17,69

Costa do Sol 45,60 41,83 18,07 25,04

Serra Verde Imperial 8,17 7,22 4,19 5,13

Vale do Café 1,48 1,03 0,73 0,75

Agulhas Negras 15,42 8,49 6,13 5,26

Resto do RJ 0,23 -0,26 1,19 0,67

Resto do Brasil -23,08 -13,89 30,83 20,60

Brasil 100,00 100,00 100,00 100,00

PIB Emprego PIB Emprego

Metropolitano 19,65 24,85 26,57 23,98

Costa Verde 31,33 29,44 11,82 17,82

Costa do Sol 48,37 43,26 18,71 25,82

Serra Verde Imperial 8,32 7,19 4,19 5,11

Vale do Café 1,50 1,02 0,73 0,75

Agulhas Negras 15,50 8,47 6,03 5,24

Resto do RJ 0,21 -0,25 1,19 0,68

Resto do Brasil -24,89 -13,97 30,76 20,61

Brasil 100,00 100,00 100,00 100,00

Cenário 3

A B

A B

Cenário 1

Cenário 2

A B

PIB = VP dos fluxos marginais; Emprego = média anual de EHA

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84

Figura 5.9. Participação regional no valor presente dos fluxos marginais do PIB, 2010-2020

Cenário 1A Cenário 2A Cenário 3A

Cenário 1B Cenário 2B Cenário 3B

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85

Figura 5.10. Participação regional na geração de emprego – EHA, média 2010-2020

Cenário 1A Cenário 2A Cenário 3A

Cenário 1B Cenário 2B Cenário 3B

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86

Tabela 5.12. Relação entre participação regional nos efeitos totais e participação

regional nos investimentos do PRODETUR

PIB Emprego PIB Emprego

Metropolitano 1,84 2,32 1,39 1,71

Costa Verde 0,76 0,84 0,40 0,55

Costa do Sol 3,26 3,73 1,75 2,38

Serra Verde Imperial 0,21 0,18 0,18 0,17

Vale do Café 0,18 0,09 0,12 0,08

Agulhas Negras 0,37 0,11 0,20 0,08

PIB Emprego PIB Emprego

Metropolitano 0,84 1,01 1,04 0,95

Costa Verde 1,74 1,68 0,67 1,02

Costa do Sol 5,52 5,06 2,19 3,03

Serra Verde Imperial 0,56 0,50 0,29 0,35

Vale do Café 0,32 0,22 0,16 0,16

Agulhas Negras 0,53 0,29 0,21 0,18

PIB Emprego PIB Emprego

Metropolitano 0,75 0,95 1,02 0,92

Costa Verde 1,81 1,70 0,68 1,03

Costa do Sol 5,85 5,23 2,26 3,12

Serra Verde Imperial 0,57 0,50 0,29 0,35

Vale do Café 0,32 0,22 0,16 0,16

Agulhas Negras 0,53 0,29 0,21 0,18

Cenário 2

A B

Cenário 3

A B

Cenário 1

A B

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87

Tabela 5.13. Valor presente dos fluxos marginais do PIB regional, em % dos

respectivos valores projetados do PIB regional em 2010

A B A B A B

Metropolitano 0,044 0,050 0,039 0,052 0,038 0,053

Costa Verde 0,187 0,194 0,604 0,621 0,642 0,661

Costa do Sol 0,133 0,134 0,299 0,303 0,326 0,330

Serra Verde Imperial 0,023 0,028 0,104 0,113 0,109 0,118

Vale do Café 0,016 0,019 0,068 0,073 0,071 0,077

Agulhas Negras 0,022 0,024 0,087 0,090 0,091 0,094

Rio de Janeiro 0,097 0,105 0,176 0,195 0,185 0,206

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Taxa de desconto = 12% a.a. A - Gastos dos turistas financiados com redução do consumo

B - Gastos dos turistas financiados com redução da poupança

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88

5.5 EFEITOS SOBRE ATIVIDADES CARACTERÍSTICAS DO TURISMO (ACT)

Esta seção apresenta resultados dos efeitos do PRODETUR nos sub-pólos sobre atividades

características do turismo (ACT). Não existe, no Brasil, estimativas oficiais de Contas

Satélites do Turismo. Em um estudo recente, fruto de acordo de cooperação técnica entre o

IBGE, o Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR, foram

apresentadas informações relacionadas ao turismo no País, com base nas estatísticas sobre a

produção (oferta) de bens e serviços, os gastos (demanda) das famílias, e as características

da mão-de-obra ocupada (emprego) desse setor. Para tal, foram consolidados os resultados

de pesquisas econômicas e domiciliares regularmente produzidas pelo IBGE, como a

Pesquisa Anual de Serviços – tanto o levantamento básico quanto o Suplemento Produtos e

Serviços – a Pesquisa de Orçamentos Familiares, e a Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios, tendo como referencial o ano de 2003.18

O nível de agregação setorial do ferramental utilizado em nosso estudo não permite que se

afiram resultados para as ACTs de maneira tão detalhada como no referido estudo do

IBGE. Todavia, podemos avaliar os efeitos regionais sobre ACTs nos sub-pólos a partir de

uma primeira aproximação da decomposição dos resultados agregados. A estratégia é: (i)

identificar os setores responsáveis pela produção dos bens e serviços associados aos gastos

dos turistas (Compras Pessoais, Transporte Local, Hospedagem, Alimentação, Passeios e

Atrações Turísticas, Diversão Noturna, Outros); e (ii) analisar os efeitos sobre este grupo de

setores.

Com informações sobre as matrizes de produção regionais, os setores do modelo associados

a ACTs são: comércio, transporte, serviços de alojamento e alimentação, e outros serviços.

Apresentaremos, a seguir, os efeitos sobre PIB, massa salarial e empregos das ACTs.

Consideraremos apenas o período 2013-2020, quando os efeitos do PRODETUR RJ sobre

turismo são incluídos nas premissas dos cenários.

18 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/economia_turismo/default.shtm

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89

O Quadro 5.3 apresenta as estimativas dos fluxos marginais para as variáveis selecionadas

para os três cenários, considerando os dois fechamentos alternativos.

A partir das informações contidas no Quadro 5.3, podemos avaliar a importância relativa

dos setores selecionados, fortemente relacionados às ACTs, nos resultados do PRODETUR

RJ. A Tabela 5.14 identifica a participação das ACTs nos resultados agregados. Esta

participação refere-se às participações destas atividades no valor presente dos fluxos

marginais (PIB e massa salarial) e no emprego médio do período 2013-2020 (em EHA)

Alguns pontos merecem destaque. Em primeiro lugar, na hipótese de financiamento do

turismo pela redução do consumo nas regiões de origem (família “A”), percebe-se um

efeito de realocação produtiva de atividades não diretamente relacionados ao turismo para

ACTs. Este movimento fica claro quando analisamos os resultados para os indicadores do

sub-pólo Metropolitano, que, além de se beneficiar com aumentos adicionais nos gastos de

turistas, também se caracteriza como a principal região fluminense emissora de turista para

os demais sub-pólos.

Em segundo lugar, quando se elimina o efeito substituição (família “B”), os resultados

apontam para uma participação das ACTs – em todas as variáveis e em todas as regiões –

superior a 50% dos efeitos totais. O papel preponderante das ACTs nos efeitos totais sugere

também a existência de um núcleo duro dentro da cadeia produtiva do turismo nas regiões,

em que se caracterizam aspectos de APLs potencialmente exploráveis.

Finalmente, outro ponto a ser destacado refere-se às magnitudes relativas das participações

das ACTs nas variáveis analisadas. Olhando para os resultados da coluna “B”, evidencia-se

que as ACTs tendem a internalizar uma menor fração do valor adicionado regional e, em

certa medida, da massa salarial, potencializando, por outro lado, a absorção de mão de obra

na região. Em outras palavras, as ACTs caracterizar-se-iam, em termos relativos, por

atividades de baixo valor agregado para as regiões, com alto potencial de geração de

empregos com remuneração média mais baixa.

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90

Quadro 5.3. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR sobre ACTs em variáveis econômicas selecionadas , 2013-

2020

A. Cenário 1A

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 3.720 9.209 14.568 23.085 27.744 34.875 42.497 50.534

Costa Verde 4.978 5.272 5.600 5.957 6.255 6.612 6.981 7.365

Costa do Sol 10.784 11.404 12.096 12.838 13.475 14.223 14.995 15.793

Serra Verde Imperial 1.010 1.048 1.094 1.144 1.177 1.222 1.266 1.314

Vale do Café 137 145 154 165 173 183 194 205

Agulhas Negras 1.168 1.228 1.306 1.392 1.459 1.544 1.631 1.723

Metropolitano 1.644 4.073 6.444 10.214 12.273 15.428 18.799 22.355

Costa Verde 2.313 2.450 2.603 2.769 2.908 3.074 3.247 3.426

Costa do Sol 4.979 5.266 5.586 5.929 6.224 6.570 6.928 7.297

Serra Verde Imperial 444 461 482 505 521 541 562 584

Vale do Café 60 63 67 72 75 80 85 90

Agulhas Negras 518 544 579 616 646 683 722 762

Metropolitano 640 1.565 2.467 3.901 4.684 5.884 7.166 8.518

Costa Verde 929 984 1.046 1.113 1.169 1.235 1.304 1.376

Costa do Sol 1.986 2.101 2.229 2.366 2.484 2.623 2.765 2.913

Serra Verde Imperial 175 183 192 202 209 218 227 237

Vale do Café 24 25 27 28 30 32 33 35

Agulhas Negras 203 214 227 242 254 268 283 299

GR

P (U

SD

thou

sand

s 20

08)

Wag

e pa

ymen

ts

(USD

tho

usan

d

2008

)

EHA

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91

Quadro 5.3. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR sobre ACTs em variáveis econômicas selecionadas , 2013-

2020

B. Cenário 1B

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 5.674 11.408 17.034 25.863 30.776 38.222 46.176 54.556

Costa Verde 5.133 5.454 5.811 6.202 6.528 6.918 7.322 7.741

Costa do Sol 10.880 11.527 12.247 13.024 13.689 14.471 15.280 16.115

Serra Verde Imperial 1.121 1.201 1.290 1.393 1.473 1.573 1.677 1.786

Vale do Café 153 164 177 191 203 217 232 248

Agulhas Negras 1.224 1.301 1.397 1.505 1.590 1.697 1.808 1.924

Metropolitano 2.514 5.054 7.545 11.457 13.631 16.928 20.450 24.161

Costa Verde 2.388 2.538 2.704 2.886 3.038 3.220 3.408 3.603

Costa do Sol 5.025 5.325 5.658 6.018 6.326 6.688 7.062 7.449

Serra Verde Imperial 499 535 575 622 658 703 750 799

Vale do Café 68 73 79 86 91 98 105 112

Agulhas Negras 541 575 617 664 701 748 796 847

Metropolitano 934 1.896 2.838 4.320 5.142 6.389 7.722 9.127

Costa Verde 957 1.016 1.083 1.155 1.215 1.288 1.363 1.440

Costa do Sol 2.004 2.124 2.257 2.400 2.523 2.668 2.817 2.972

Serra Verde Imperial 196 210 225 243 257 275 293 312

Vale do Café 27 29 31 34 36 38 41 44

Agulhas Negras 210 224 240 257 272 289 308 327

GR

P (U

SD

thou

sand

s 20

08)

Wag

e pa

ymen

ts

(USD

tho

usan

d

2008

)

EHA

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92

Quadro 5.3. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR sobre ACTs em variáveis econômicas selecionadas , 2013-

2020

C. Cenário 2A

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 3.203 8.098 12.768 20.490 24.306 30.452 36.972 43.779

Costa Verde 7.594 10.841 14.518 18.649 23.006 27.955 33.391 39.348

Costa do Sol 13.988 18.209 22.962 28.266 33.791 40.045 46.866 54.286

Serra Verde Imperial 1.786 2.705 3.754 4.943 6.194 7.628 9.210 10.954

Vale do Café 242 368 514 680 853 1.053 1.275 1.521

Agulhas Negras 2.032 3.072 4.273 5.637 7.067 8.716 10.538 12.547

Metropolitano 1.416 3.582 5.648 9.067 10.753 13.472 16.356 19.368

Costa Verde 3.528 5.038 6.748 8.670 10.697 13.000 15.530 18.302

Costa do Sol 6.458 8.407 10.602 13.052 15.605 18.494 21.646 25.074

Serra Verde Imperial 786 1.192 1.655 2.180 2.732 3.366 4.064 4.834

Vale do Café 106 161 225 298 374 462 560 668

Agulhas Negras 900 1.362 1.894 2.499 3.133 3.864 4.672 5.562

Metropolitano 561 1.394 2.190 3.503 4.156 5.205 6.319 7.482

Costa Verde 1.417 2.024 2.712 3.485 4.300 5.226 6.244 7.360

Costa do Sol 2.576 3.354 4.230 5.209 6.227 7.381 8.639 10.009

Serra Verde Imperial 310 470 653 861 1.079 1.329 1.605 1.909

Vale do Café 42 64 89 118 148 182 221 263

Agulhas Negras 353 535 743 981 1.229 1.516 1.833 2.183

GR

P (U

SD

thou

sand

s 20

08)

Wag

e pa

ymen

ts

(USD

tho

usan

d

2008

)

EHA

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93

Quadro 5.3. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR sobre ACTs em variáveis econômicas selecionadas , 2013-

2020

D. Cenário 2B

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 5.955 12.006 17.992 27.227 32.574 40.512 49.008 57.985

Costa Verde 7.809 11.152 14.936 19.191 23.671 28.763 34.357 40.485

Costa do Sol 14.115 18.400 23.223 28.609 34.213 40.559 47.480 55.008

Serra Verde Imperial 1.932 2.930 4.069 5.361 6.714 8.266 9.978 11.861

Vale do Café 263 399 556 734 920 1.135 1.374 1.637

Agulhas Negras 2.105 3.184 4.426 5.839 7.316 9.018 10.900 12.971

Metropolitano 2.640 5.321 7.973 12.067 14.435 17.952 21.717 25.695

Costa Verde 3.633 5.189 6.951 8.933 11.020 13.393 15.999 18.855

Costa do Sol 6.520 8.499 10.728 13.218 15.809 18.743 21.943 25.424

Serra Verde Imperial 859 1.304 1.810 2.385 2.987 3.678 4.439 5.277

Vale do Café 117 178 248 328 411 507 613 731

Agulhas Negras 931 1.409 1.958 2.583 3.237 3.990 4.823 5.739

Metropolitano 974 1.982 2.976 4.516 5.400 6.719 8.130 9.620

Costa Verde 1.456 2.080 2.786 3.581 4.418 5.370 6.416 7.562

Costa do Sol 2.600 3.390 4.279 5.273 6.307 7.478 8.755 10.144

Serra Verde Imperial 337 512 710 936 1.172 1.443 1.742 2.071

Vale do Café 46 70 98 129 162 200 242 288

Agulhas Negras 363 550 764 1.008 1.263 1.558 1.883 2.241

GR

P (U

SD

thou

sand

s 20

08)

Wag

e pa

ymen

ts

(USD

tho

usan

d

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EHA

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Quadro 5.3. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR sobre ACTs em variáveis econômicas selecionadas , 2013-

2020

E. Cenário 3A

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 2.969 7.845 12.494 20.193 23.989 30.112 36.606 43.386

Costa Verde 8.598 11.917 15.671 19.887 24.320 29.357 34.886 40.939

Costa do Sol 16.158 20.520 25.429 30.901 36.576 43.002 50.004 57.612

Serra Verde Imperial 1.994 2.927 3.993 5.200 6.466 7.919 9.519 11.284

Vale do Café 269 398 546 714 889 1.092 1.317 1.566

Agulhas Negras 2.266 3.324 4.544 5.929 7.377 9.047 10.892 12.925

Metropolitano 1.312 3.470 5.526 8.935 10.613 13.321 16.194 19.194

Costa Verde 3.995 5.538 7.284 9.246 11.308 13.652 16.225 19.042

Costa do Sol 7.459 9.474 11.741 14.269 16.890 19.860 23.095 26.611

Serra Verde Imperial 877 1.289 1.760 2.293 2.852 3.493 4.200 4.978

Vale do Café 118 174 239 313 390 479 578 687

Agulhas Negras 1.005 1.474 2.014 2.628 3.270 4.011 4.829 5.730

Metropolitano 524 1.355 2.148 3.457 4.107 5.153 6.262 7.422

Costa Verde 1.605 2.225 2.927 3.716 4.545 5.488 6.524 7.657

Costa do Sol 2.976 3.780 4.685 5.694 6.740 7.926 9.218 10.622

Serra Verde Imperial 346 508 694 905 1.126 1.379 1.658 1.966

Vale do Café 46 69 94 123 154 189 228 271

Agulhas Negras 394 578 791 1.031 1.283 1.574 1.895 2.248

GR

P (U

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thou

sand

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08)

Wag

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ymen

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2008

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Quadro 5.3. Projeção dos efeitos marginais do PRODETUR sobre ACTs em variáveis econômicas selecionadas , 2013-

2020

F. Cenário 3B

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Metropolitano 6.092 12.153 18.149 27.395 32.752 40.701 49.209 58.198

Costa Verde 8.841 12.257 16.121 20.463 25.022 30.205 35.894 42.121

Costa do Sol 16.300 20.727 25.707 31.262 37.017 43.537 50.641 58.358

Serra Verde Imperial 2.155 3.170 4.326 5.637 7.007 8.579 10.312 12.217

Vale do Café 293 432 591 772 960 1.178 1.420 1.686

Agulhas Negras 2.349 3.445 4.706 6.141 7.636 9.361 11.266 13.361

Metropolitano 2.701 5.387 8.043 12.141 14.514 18.036 21.806 25.790

Costa Verde 4.114 5.704 7.503 9.526 11.649 14.064 16.715 19.618

Costa do Sol 7.529 9.574 11.876 14.444 17.104 20.119 23.403 26.972

Serra Verde Imperial 959 1.410 1.924 2.508 3.117 3.817 4.588 5.435

Vale do Café 131 193 264 345 429 526 634 753

Agulhas Negras 1.039 1.524 2.082 2.717 3.379 4.142 4.985 5.912

Metropolitano 994 2.003 2.998 4.540 5.425 6.746 8.158 9.650

Costa Verde 1.649 2.286 3.007 3.818 4.670 5.639 6.703 7.867

Costa do Sol 3.003 3.819 4.737 5.762 6.824 8.027 9.338 10.762

Serra Verde Imperial 376 553 755 984 1.223 1.498 1.801 2.133

Vale do Café 52 76 104 136 169 207 250 296

Agulhas Negras 405 595 813 1.060 1.319 1.617 1.946 2.308

GR

P (U

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08)

Wag

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ymen

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2008

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96

Tabela 5.14. Participação das “atividades características do turismo” nos efeitos

regionais do PRODETUR RJ (acumulado 2013-2020)

PIB Massa salarial Emprego PIB Massa salarial Emprego

Metropolitano 1,017 0,944 0,978 0,671 0,716 0,904

Costa Verde 0,926 0,940 0,977 0,892 0,912 0,966

Costa do Sol 0,931 0,958 0,982 0,862 0,921 0,973

Serra Verde Imperial 1,241 1,046 0,982 0,612 0,643 0,794

Vale do Café 0,850 0,893 0,892 0,516 0,507 0,723

Agulhas Negras 0,932 0,926 0,965 0,767 0,762 0,908

PIB Massa salarial Emprego PIB Massa salarial Emprego

Metropolitano 2,185 1,256 1,046 0,555 0,602 0,845

Costa Verde 0,931 0,952 0,982 0,910 0,932 0,975

Costa do Sol 0,934 0,962 0,983 0,872 0,928 0,975

Serra Verde Imperial 1,017 0,999 1,000 0,749 0,781 0,895

Vale do Café 0,902 0,929 0,960 0,658 0,650 0,841

Agulhas Negras 0,931 0,925 0,968 0,842 0,835 0,941

PIB Massa salarial Emprego PIB Massa salarial Emprego

Metropolitano 2,553 1,309 1,054 0,545 0,592 0,840

Costa Verde 0,931 0,953 0,982 0,910 0,932 0,975

Costa do Sol 0,934 0,962 0,983 0,873 0,929 0,975

Serra Verde Imperial 1,018 1,001 1,001 0,749 0,781 0,895

Vale do Café 0,905 0,932 0,962 0,657 0,649 0,841

Agulhas Negras 0,932 0,925 0,968 0,842 0,835 0,941

Cenário 3

A B

Cenário 1

A B

Cenário 2

A B

PIB e massa salarial = VP dos fluxos marginais; Emprego = média anual de EHA.

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97

ANEXO: LIÇÕES DAS EXPERIÊNCIAS DO PRODETUR/NE II

O PRODETUR/NE II é um programa de turismo sustentável que caminha para um

processo de consolidação em suas experiências nos diversos pólos no Nordeste brasileiro.

Assim, ao se formular a concepção de dois pólos (Litoral e Serra) no PDITS/RJ, não há

como deixar de se fazer algumas observações sobre a implementação.

Em primeiro lugar, as Figuras A.1 e A.2 mostram que os municípios nordestinos

beneficiários do Programa são de baixo nível de crescimento econômico, medido pelos seus

valores de PIB per capita, e de baixo nível de desenvolvimento humano, medido pelo

IDHM. É evidente que há alguns destes municípios que constituem exceções,

particularmente as Capitais dos Estados no Nordeste. O que teria ocorrido com estes dois

indicadores ao longo do tempo, durante a fase de implantação do PRODETUR?

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98

Figura A.1. Municípios do PRODETUR/NE II: IDHM 2000

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99

Figura A.2. Municípios do PRODETUR/NE II: Posição do PIB per capita em relação

à média brasileira 2003

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100

O PIB mede o total de bens e serviços finais (o seu cálculo elimina transações

intermediárias) produzido dentro do País, do Estado ou do Município, por residentes e não

residentes. O procedimento adotado para o seu cálculo baseia-se na distribuição pelos

municípios do valor adicionado das atividades econômicas das Contas Regionais do Brasil,

construídas pelos órgãos estaduais de estatísticas sob a coordenação do Departamento de

Contas Nacionais (DECNA) do IBGE. O PIB mede resultados das atividades econômicas

realizadas independentemente da sua contribuição para o bem estar social e de sua

distribuição entre grupos e famílias da sociedade.

O PIB e o seu crescimento não são, contudo, uma medida adequada para indicar as

diferenças de padrão de vida médio dos brasileiros que vivem em diferentes Estados,

Regiões e Municípios, uma vez que: a) no cálculo do PIB, estima-se o valor total da

produção de bens e serviços agregado em cada Estado, Região ou Município, sem se retirar

deste valor a parcela da renda líquida enviada para outros Estados, Regiões ou Municípios;

b) como o crescimento econômico das áreas periféricas ocorreu, nas últimas décadas, com

intensa participação de capitais incentivados das regiões mais desenvolvidas do país ou do

exterior, é muito significativa a parcela dos rendimentos destes capitais que é computada na

estimativa do PIB, e que não entra na composição da renda regional, e é esta renda segundo

Keynes que é relevante para o bem estar das populações locais. Na renda regional, são

incorporados os valores das transferências governamentais (Bolsa-família, Previdência

Social, Lei Orgânica de Assistência Social com benefícios continuados, etc.) que

contribuem para que possa ser financiado o consumo familiar.19

Observa-se, também, que o IBGE registra o valor do PIB no município onde se localiza a

sede da organização produtiva ou da sua atividade básica, o que cria distorções muito

significativas. Por exemplo: quando uma grande empresa aérea transferiu parte significativa

de seus serviços para o Aeroporto Internacional em Confins, um município com apenas 5

19

Ver sobre este assunto, o Relatório Stiglitz-Sen-Fitoussi, publicado em junho de 2009 (http://www.stiglitz-

sen-fitoussi.fr/documents/draft_summary.pdf).

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101

mil habitantes, o seu PIB per capita tornou-se o maior entre os municípios de Minas Gerais.

De qualquer forma, há quatro entre os dez municípios que estão vinculados à economia

petrolífera, com elevadíssimos valores do PIB per capita, os quais têm um desempenho de

razoavelmente bom a razoavelmente medíocre quando se considera o Índice FIRJAN de

Desenvolvimento Municipal, um equivalente ao IDHM.

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) tem as seguintes características:

As fontes de dados são oficiais e sua metodologia permite a comparação

quantitativa serial e temporal dos municípios analisados, possibilitando inclusive a

agregação por Estados. A comparação entre municípios ao longo do tempo mostra,

com precisão, se uma melhor posição no ranking se deveu a fatores exclusivos de

um determinado município ou à piora dos demais. A comparação absoluta de cada

município permite medir se a efetividade das políticas públicas resulta em melhores

condições socioeconômicas da população.

Os dados da FIRJAN mais específicos para os municípios e utilizados para medir as

três áreas (emprego e renda, educação e saúde) que compõem o índice, são os de

2006. Em cada uma dessas áreas, os Municípios, Capitais e Estados do País podem

ser comparados entre si no grupo a que pertencem, isolada e evolutivamente. Para

efeito de comparação, o IFDM também foi calculado para 2000, o que permite uma

análise ao longo do tempo.

O IFDM varia numa escala de 0 (pior) a 1 (melhor) para classificar o

desenvolvimento humano do País, dos Estados e dos Municípios. Os critérios de

análise estabelecem quatro categorias: baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6),

moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1) desenvolvimento municipal. A

média brasileira totalizou 0,7376.

O indicador IFDM-Emprego & Renda acompanha a movimentação e as

características do mercado formal de trabalho, cujos dados são disponibilizados pelo

Ministério do Trabalho. As variáveis acompanhadas por este indicador são: Taxa de

Geração de Emprego formal sobre o Estoque de Empregados e sua Média Trienal;

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102

Saldo Anual Absoluto de Geração de Empregos; Taxa Real de Crescimento do

Salário Médio Mensal e sua Média Trienal; e, Valor Corrente do Salário Médio

Mensal Valor do Brasil em 2006: 0,7642;

O indicador IFDM-Educação capta tanto a oferta quanto a qualidade da educação

do ensino fundamental e pré-escola, conforme competência constitucional dos

municípios. As variáveis acompanhadas por este indicador são: Taxa de

Atendimento no Ensino Infantil; Taxa de Distorção Idade-série; Percentual de

Docentes com Curso Superior; Número Médio Diário de Horas-Aula; Taxa de

Abandono Escolar; e, Resultado Médio no Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica Valor do Brasil em 2006: 0,6787;

Por sua vez, o indicador IFDM-Saúde visa avaliar a qualidade do Sistema de Saúde

Municipal referente à Atenção Básica. As variáveis acompanhadas por este

indicador são: Quantidade de Consultas Pré-Natal; Taxa de Óbitos Mal-Definidos;

e, Taxa de Óbitos Infantis por Causas Evitáveis Valor do Brasil em 2006: 0,7699.

O IFDM é, em muitos aspectos, uma medida mais precisa do que o IDHM pois este

indicador, ao ter que ser padronizado pelo PNUD para quase 180 países do Mundo, acaba

sendo determinado pelos países onde o sistema de informações é menos desenvolvido.

As Tabelas A.1, A.2 e A.3 mostram as variações das variáveis do IFDM e de seus

componentes para o período de 2000 a 2006 nos municípios beneficiários do PRODETUR

em três pólos do Programa: Pólo Costa do Sol (CE), Pólo Litoral Sul (BA) e Pólo Costa do

Descobrimento (BA). Observa-se que, em geral, dos 40 municípios beneficiários no

conjunto dos três Pólos, apenas 3 tiveram variação negativa no IFDM durante o período e

25 tiveram uma variação positiva do IFDM superior à respectiva variação do próprio

Estado. Observa-se, também, que entre as variações dos componentes (emprego e renda,

saúde, educação) num total de 120, apenas 16 têm valor negativo.

Além desta visão macroscópica, pode-se analisar algumas perspectivas internas de cada

Pólo do PRODETUR/NE II.

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103

Tabela A.1. Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM): Estado do Ceará,

Municípios no ólo Costa do Sol (variação % 2000-2006)

ESTADO E MUNICÍPIOS IFDM EMPREGO E RENDA EDUCAÇÃO SAÚDE

CEARÁ 17,90% 59,6% 24,4% 13,2%

POSIÇÃO UNIDADE DA FEDERAÇÃO 14ª 23ª 8ª 8ª

MUNICÍPIOS PÓLO COSTA DO SOL

São Gonçalo do Amarante 62,97% 208,50% 30,80% 48,70%

Jijoca de Jericoacoara 60,13% 147,00% 44,00% 47,00%

Trairi 47,68% 104,10% 53,60% 24,80%

Barroquinha 46,75% 54,30% 60,20% 32,60%

Itarema 41,09% 23,10% 44,30% 50,30%

Viçosa do Ceará 36,52% 34,80% 37,50% 36,40%

Paraipaba 34,15% 52,10% 33,80% 27,20%

Caucaia 32,18% 63,80% 27,20% 13,30%

Chaval 31,74% 0,20% 42,20% 36,00%

Camocim 24,55% 36,10% 22,70% 20,40%

Cruz 23,77% 1,60% 45,00% 18,10%

Amontada 23,74% -9,80% 34,30% 34,60%

Itapipoca 17,49% 1,60% 28,60% 17,40%

Fortaleza 15,95% 31,80% 12,60% 2,60%

Granja 10,92% -2,60% 30,90% 3,00%

Aquiraz 8,68% 5,20% 21,20% 1,50%

Acaraú 6,17% -29,20% 20,80% 19,60%

Paracuru 5,03% -15,30% 19,90% 13,30%

Fonte: FIRJAN.

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104

Tabela A.2. Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM): Estado da Bahia,

Municípios no Pólo Litoral Sul (variação % 2000-2006)

ESTADO E MUNICÍPIOS IFDM EMPREGO E RENDA EDUCAÇÃO SAÚDE

BAHIA 17,0% 57,7% 28,2% 4,8%

POSIÇÃO UNIDADE DA FEDERAÇÃO 16ª 25ª 5ª 22ª

MUNICÍPIOS PÓLO LITORAL SUL

Taperoá 37,0% 84,7% 64,2% 10,6%

Itacaré 34,9% 46,9% 44,7% 20,8%

Igrapiúna 30,9% 58,0% 21,5% 22,0%

Ilhéus 29,2% 63,7% 23,9% 9,1%

Cairu 29,1% 13,5% 55,1% 20,7%

Camamu 27,9% 42,1% 25,5% 21,8%

Maraú 21,0% 14,9% 16,4% 27,5%

Canavieiras 18,9% -7,6% 50,3% 20,1%

Uruçuca 12,8% -3,1% 37,0% 4,9%

Ituberá 11,0% -12,8% 22,6% 19,2%

Valença 5,9% -24,7% 35,9% 11,7%

Uma 5,2% -16,0% 5,0% 23,6%

Nilo Peçanha 4,4% -19,4% 1,3% 22,2%

Santa Luzia -1,8% -49,3% 20,2% -2,1%

Fonte: FIRJAN.

Tabela A.3. Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM): Estado da Bahia,

Municípios no Pólo Costa do Descobrimento (variação % 2000-2006)

ESTADO E MUNICÍPIOS IFDM EMPREGO E RENDA EDUCAÇÃO SAÚDE

BAHIA 17,0% 57,7% 28,2% 4,8%

POSIÇÃO UNIDADE DA FEDERAÇÃO 16ª 25ª 5ª 22ª

MUNICÍPIOS PÓLO COSTA DO DESCOBRIMENTO

Caravelas 38,1% 15,8% 88,4% 25,0%

Belmonte 34,8% 57,0% 68,4% 11,2%

Prado 28,0% 55,2% 30,0% 18,6%

Mucuri 23,3% 50,7% 11,0% 9,6%

Porto Seguro 21,7% 19,3% 38,0% 13,9%

Nova viçosa 15,7% 11,4% 26,5% 12,8%

Alcobaças -1,5% -40,1% 32,4% 14,8%

Santa Cruz Cabrália -9,8% -32,0% 24,3% -10,6%

Fonte: FIRJAN.

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105

Entre os Pólos turísticos do PRODETUR/NE II, há duas experiências de promoção e

desenvolvimento de arranjos produtivos locais: no Pólo São Luís (MA) e no Pólo Costa

dos Corais (AL). Estas experiências fazem parte de programas estaduais de mobilização

para o desenvolvimento de arranjos e territórios produtivos nos Estados do Maranhão

(PAPL/MA) e de Alagoas (PAPL/AL). Os principais benefícios esperados destes

Programas são: o aumento da interação e da cooperação entre produtores e

empreendedores; maior atração de capitais de investimentos; aumento do dinamismo

empresarial local; redução dos custos e riscos empresariais; promoção de inovações

tecnológicas; maior agilidade e flexibilidade da mão de obra; melhoria da qualidade de vida

das populações locais. Os Programas pretendem tornar-se um dos mecanismos do processo

de planejamento governamental para promover a inclusão social de milhares de

trabalhadores, famílias e empreendedores que operam no mundo dos micro e pequenos

negócios. Particularmente em Alagoas, o PAPL é considerado o principal programa

produtivo de inclusão social do Estado. Em 2006, Maranhão e Alagoas apresentam os

piores valores do IFDM entre as 27 Unidades da Federação.

Em ambos Programas, adotou-se uma metodologia (SWOT, MRP, etc.) para identificar, por

meio de uma diagnose participativa, os pontos fracos, as oportunidades e a situação

desejada, como base para a construção da agenda de mudanças e os planos de ação dos

APLs. Os problemas identificados e as ações previstas permitem estabelecer uma

programação plurianual bem detalhada em termos de serviços de desenvolvimento do APL

(ver Quadro A.1).

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106

Quadro A.1. Tipos de Serviços Comunitários que o Comitê Gestor de um APL pode

Prestar às Empresas Componentes

Grupos de Serviços Tipos de Serviços

Promoção e Marketing Participação em feiras internacionais

Organização de missões comerciais no exterior

Identificação de parceiros comerciais no exterior Pesquisa e acompanhamento dos mercados

Confecção de material promocional

Exposições permanentes de venda

Vendas em conjunto

Promoção de marcas de produtos

Promoção de marcas territoriais

Promoção através de presença na internet

Outros serviços de promoção e marketing

Tecnológicos e Técnicos Testes de qualidade de produtos

Certificação de qualidade de produto

Assistência para certificação de qualidade de processo

Desenvolvimento de novos produtos Modelagem em CAD

Utilização de máquinas de alta tecnologia

Assistência para inovação tecnológica

Publicação de informações técnicas

Apoio à realização de projetos especiais

Outros serviços tecnológicos e técnicos

Capacitação Capacitação gerencial

Especialização profissional

Formação profissional direcionada

Outros serviços de capacitação

Financeiros Garantia de crédito (fundo de aval)

Informações sobre fontes de financiamento

Outros serviços financeiros

Infraestrutura Reaproveitamento de resíduos industriais

Tratamento de efluentes Outros serviços de infraestrutura

Administrativos Assistência jurídica, sindical, trabalhista, previdenciária e fiscal

Informações sobre normas técnicas, ambientais e comerciais

Processamento de folhas de pagamento para artesãos

Assistência no registro de patentes

Arbitragem de controvérsias

Apoio na organização de viagens e nas traduções

Acompanhamento e estatísticas setoriais

Outros serviços administrativos

Fonte: FGV/SEBRAE-RJ.

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Os resultados destacam alguns problemas e ações de APLs típicos dos arquétipos da

economia de subsistência, de vantagem comparativa, ou de crescimento tradicional,

comuns aos Pólos do PRODETUR/NE II20

: a) inexistência de informações e estudos sobre

a capacidade assimilativa do meio ambiente (a fragilidade do ambiente dos corais, por

exemplo); b) sociedades locais pouco mobilizadas e sensibilizadas para as atividades

turísticas como geradoras de oportunidades; c) baixo grau de densidade na cadeia produtiva

do Pólo (dez a doze atividades versus mais de cinquenta nas cadeias produtivas dos

benchmarks de turismo sustentável, por exemplo); d) limitado conhecimento sobre a

posição relativa do Pólo em que se inserem, demonstrando incapacidade para determinar o

seu nível de competitividade em relação aos concorrentes; e) reduzida cooperação

interfirmas e ausência de relações estreitas de parcerias nos processos de inovação e de

aperfeiçoamento; f) fracasso na integração à montante por meio das atividades fornecedoras

e distância em relação aos usuários finais; g) limitado conhecimento sobre os seus

consumidores e ausência de pesquisas de mercado, sem identificar as demandas que podem

atender; etc.

Como se pode garantir que este conjunto de ações irá contribuir para aliviar as

condições de pobreza nas áreas de influência dos APLs, mesmo considerando que elas

venham a ser implementadas com eficiência (redução de custos, efeitos sinergéticos

interinstitucionais etc.)?

As diferentes ações públicas e privadas de desenvolvimento de um APL poderão afetar a

distribuição da renda e da riqueza em suas áreas de atuação, através de benefícios derivados

dos salários e dos rendimentos privados gerados pelas atividades produtivas e, também, dos

benefícios dos projetos sociais não diretamente produtivos (por exemplo, treinamento e

capacitação de residentes para adequá-los ao perfil da mão de obra). Na análise dos efeitos

20 Fairbanks, M. and Lindsay, S. Plowing The Sea – Nurturing the Hidden Sources of Growth in the Developing World. HBS Press, 1997 (há tradução em português). Monitor do Brasil – Aumentando a Competitividade do Nordeste Brasileiro. São Paulo, 2000. SEBRAE/FINEP/CNPq – Interagir Para Competir, Brasília, 2002 (seleção de artigos de diversos especialistas em promoção de arranjos produtivos e inovativos no Brasil e no exterior).

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distributivos desses projetos não diretamente produtivos, é importante introduzir a

dimensão temporal. À medida que a ênfase está na solução de problemas sociais pela

alocação de fundos em programas diretamente ligados a esse setor, a estratégia é de curto

prazo (políticas sociais de natureza compensatória). Quando se introduz a dimensão de

longo prazo, a estratégia de desenvolvimento tem de considerar que o uso alternativo de

fundos em projetos com efeitos distributivos positivos (a mobilização de arranjos

produtivos locais em áreas de alto risco social, por exemplo) pode melhorar

consideravelmente as carências existentes e vir a se constituir em solução mais adequada e

com maior sustentabilidade.

No longo prazo, eficiência econômica e distribuição social da renda estão bastante

interligadas, quase sempre desde que haja intencionalidade de se integrarem estes objetivos.

O desenvolvimento social tem como fundamento uma concepção mais ampla de bem estar

de todos os habitantes, que envolve o bem estar físico, moral e espiritual, e não apenas a

obtenção de algum bem ou serviço determinado. Esta concepção implica em que o

planejamento tanto das políticas sociais quanto do portfólio de investimentos sociais tem

que ser integrado, e não se constituir apenas em uma lista de decisões e de ações

estratégicas, organizadas de maneira segmentada e parcial por diferentes especialistas.

Em função do processo de implementação destes APLs de turismo sustentável no

PRODETUR/NE II, dez observações de natureza operacional merecem destaque:

uma das maiores dificuldades para fazer a transição dos Pólos, de uma economia

tradicional para o ambiente de uma economia moderna, está nos modelos mentais e

de aprendizado das empresas e dos empreendedores, ou seja, dificuldades para a

adoção de sistemas de crenças que contribuem para melhor criar e distribuir renda e

riqueza;

os empreendedores dos Pólos têm propensão a ações baseadas em vantagens

comparativas que não são sustentáveis, uma vez que os seus produtos, serviços e

processos são facilmente replicáveis em outras regiões com potencial turístico

equivalente;

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a questão do sequenciamento das ações de um plano é crítica: não basta realizar

coisas importantes de forma ocasional e isolada (eventuais cursos de

empreendedorismo, por exemplo) ou de forma extemporânea (abertura de linhas de

financiamento para modernização tecnológica das redes de serviços de turismo

antes de avançar a capacidade empresarial para lidar com as exigências das novas

estruturas organizacionais, por exemplo); há uma interdependência temporal e

causal entre as ações de desenvolvimento de um APL que precisam ser respeitadas

(o treinamento da força de trabalho local sem que se avancem as oportunidades

estimula a migração de capital humano para outros Pólos de turismo, por exemplo);

dificuldades para a construção de um sistema de parcerias públicas e privadas

que dêem sustentabilidade e implementabilidade aos planos de ação dos Pólos;

normalmente, estas parcerias se restringem a eventos e não se estruturam como

processos de trabalho;

em períodos de demanda insuficiente, há uma opção pela estratégia de custos baixos

e não pela estratégia de diferenciação de produtos e serviços; as estratégias de

baixos custos são sustentáveis quando baseadas em inovações duradouras (logística,

novos processos e novos mercados, etc.); por outro lado, a estratégia de

diferenciação traz vantagens de pioneirismo e permite comandar um prêmio sobre

os preços e tarifas (turismo ecológico, turismo de eventos, etc.);

o grau de participação dos protagonistas locais na concepção, planejamento e

controle dos planos de ação tem um custo de oportunidade, o qual poderá ser

maior ou menor dependendo de vários fatores: o ciclo de negócios, a natureza do

produto ou serviço, a qualidade da liderança local, o nível de desenvolvimento

local, etc.;

há dois protagonistas indispensáveis no processo de planejamento dos APLs, o seu

gestor, que se responsabiliza pela coordenação executiva do plano de ação, e o

especialista, que tem conhecimento experimentado dos mercados, das tecnologias,

das linhas de financiamento, etc. que se relacionam a cada APL;

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entre todos os tipos de ações que aparecem num plano de ação de promoção e

desenvolvimento do APL, algumas têm um conteúdo distributivo de renda e de

riqueza mais destacado e de sinal inequívoco, tais como: a) a capacitação

(palestras, cursos gerenciais, cursos profissionalizantes) dos receptivos, da hotelaria,

dos restaurantes e afins, dos condutores em ecoturismo, do pessoal de transporte, do

comércio local e da comunidade, a qual amplia os leques de oportunidades de

empregos de melhor qualidade para as populações locais e desenvolve também o

empreendedorismo de pequenos negócios a nível local; b) o acesso ao crédito, por

meio da articulação junto às instituições financeiras de linhas de créditos para os

micro e pequenos empreendedores; c) disponibilidade de infraestrutura

especializada que afeta a produtividade total dos fatores de produção,

particularmente as melhorias direcionadas aos serviços de apoio, de saneamento

básico e de reciclagem de resíduos sólidos;

as instituições-parceiras, que são indispensáveis para a execução dos planos de

ação, devem ser trabalhadas cuidadosamente para compreender melhor o escopo

dos planos de ação, a fim de que o processo de negociação flua com maior

flexibilidade operacional;

o processo de promoção e de desenvolvimento de um APL é, essencialmente,

uma arte de negociação, de obtenção de consensos, de gestão compartilhada e de

mobilização de recursos latentes locais.