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Segundo Elpídio Donizetti

Segundo Elpídio Donizetti. Recurso é o meio idôneo para provocar a impugnação e, consequentemente, o reexame de uma decisão judicial, com vistas a obter,

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Segundo Elpídio Donizetti

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Recurso é o meio idôneo para provocar a impugnação e, consequentemente, o reexame de uma decisão judicial, com vistas a obter, na mesma relação processual, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração do julgado.

Constitui o recurso apenas uma etapa do procedimento, seja no processo de conhecimento, de execução ou cautelar.

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Uma das características dos recursos é a voluntariedade.

A parte que se sentir prejudicada com uma decisão judicial tem o ônus de recorrer, mas não há obrigatoriedade.

Deixando de recorrer, há preclusão, ou

seja, supera-se uma fase procedimental ou forma-se coisa julgada.

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Tratando-se de sentença e não exercida a faculdade do recurso (apelação), há ocorrência da coisa julgada.

Na hipótese de decisão interlocutória, a falta de interposição de recurso (agravo) leva à preclusão, ou seja, ao impedimento de se apreciar a questão decidida incidentemente.

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O art. 496 contempla as seguintes espécies de recursos:- apelação- agravo- embargos infringentes- embargos de declaração- recurso ordinário- recurso especial- recurso extraordinário- embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário.

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Para fins meramente didáticos, os recursos podem ser classificados quanto à EXTENSÃO da matéria impugnada, o recurso pode ser parcial ou total.

PARCIAL - quando o recorrente ataca apenas parte da matéria, objeto da decisão.

TOTAL - quando ataca todo o conteúdo da decisão.

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Quanto à autonomia, o recurso pode ser principal ou adesivo.

PRINCIPAL é o recurso interposto independentemente da conduta da parte contrária, ou seja, é aquele cuja interposição não está condicionada à interposição de outro.

Todos os recursos previstos no Código (art. 496) podem ser interpostos independentemente de outro.

Quanto à apelação, aos embargos infringentes, ao recurso extraordinário e ao recurso especial, além de poderem ser interpostos como recurso PRINCIPAL admitem a interposição na forma ADESIVA (art. 500).

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Quanto à natureza da matéria apreciada, os recursos podem ser comuns e especiais.

Os recursos COMUNS (ou ordinários em sentido amplo) são aqueles em que a sucumbência constitui a única exigência para sua interposição, atendidos os demais pressupostos de admissibilidade.

A apelação e o agravo constituem modalidades de recursos comuns.

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Os recursos especiais têm em mira, não o direito subjetivo da parte, mas sim a proteção do direito objetivo, a uniformidade da aplicação desse direito.

Como modalidades de recurso especial, temos o recurso especial propriamente dito, que se destina à uniformização do direito infraconstitucional, e o recurso extraordinário, cujo objetivo é a uniformização do direito constitucional.

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Duplo grau de jurisdição

Os recursos, por terem como objetivo a impugnação e o reexame de uma decisão judicial, relacionam-se intimamente com o princípio do duplo grau de jurisdição, segundo o qual se possibilita à parte que submeta matéria já apreciada e decidida a novo julgamento, por órgão hierarquicamente superior.

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Princípio da taxatividade

Conforme o princípio da taxatividade, consideram-se recursos somente aqueles designados por lei federal.

Por conseguinte, NÃO há como se admitir a criação de recursos pelos tribunais brasileiros, razão pela qual se deve reputar inconstitucional a previsão, em regimento interno de tribunal, de qualquer espécie de recurso.

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Princípio da singularidade Em decorrência do princípio da singularidade

ou unirrecorribilidade, cada decisão comporta uma única espécie de recurso.

NÃO se admite a divisão do ato judicial para efeitos de recorribilidade.

Ex: no caso de a sentença que resolve uma mesma relação processual conter uma parte agravável - na qual se decidiu questão incidente - e outra apelável - na qual se decidiu a lide -, o recurso mais amplo (apelação) absorve o menos amplo (agravo).

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Em certas situações em que há DÚVIDA OBJETIVA a respeito do recurso cabível para impugnar determinada decisão, admite-se o recebimento de recurso inadequado como se adequado fosse, de modo a não prejudicar a parte recorrente por impropriedades do ordenamento jurídico ou por divergências doutrinárias e jurisprudenciais.

A possibilidade de admissão de um recurso pelo outro decorre da aplicação do princípio da fungibilidade.

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A admissão do princípio da fungibilidade exige a presença de dois requisitos: dúvida objetiva sobre qual é o recurso cabível (inexistência de erro grosseiro) e interposição do recurso "inadequado" no prazo do recurso cabível.

Assim, havendo dúvida objetiva acerca do cabimento de apelação ou agravo de instrumento, a apelação deve ser interposta no prazo de dez dias, porque, na eventualidade de não ser admitida como apelação, sê-lo-á como agravo de instrumento.

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Princípio da proibição da reformatio in pejus

Consoante o princípio da proibição da reformatio in pejus, é vedada a reforma da decisão impugnada em prejuízo do recorrente e, consequentemente, em benefício do recorrido.

Caso ambas as partes interponham recurso contra uma decisão, a princípio, NÃO haverá que se falar em aplicação do princípio em comento.

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Constitui exceção ao princípio sob análise a apreciação de questões de ordem pública (condições da ação, pressupostos processuais, decadência, prescrição - art. 219, § 5º -, entre outras), porquanto conhecíveis de ofício em qualquer tempo e grau de jurisdição (arts. 267, § 3º, e 301, § 4º).

Cumpre ressaltar que, NÃO é admitida a reformatio in melius, isto é, a reforma da decisão para melhorar a situação do recorrente além do que foi pedido.

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Para que o recurso produza o efeito de devolver o exame da matéria impugnada ao tribunal, é indispensável que estejam presentes certos pressupostos de admissibilidade.

Assim, divide-se o julgamento do recurso em duas etapas: juízo de admissibilidade e juízo de mérito.

Na primeira parte do julgamento, verifica o tribunal se o recurso pode ser admitido, em outras palavras, o tribunal conhece ou não conhece do recurso.

Deliberando o tribunal pelo conhecimento, passa-se à segunda parte, que se refere ao mérito, quando então ao recurso pode se dar ou negar provimento.

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Os requisitos de admissibilidade dos recursos dividem-se em subjetivos e objetivos.

Os subjetivos são a legitimidade e o interesse.

Os requisitos objetivos são:o cabimentoa tempestividadeo preparoa regularidade formala contrariedade da sentença com relação à jurisprudência consolidada nas súmulas do STJ ou STF ou, ainda, a inexistência de súmula de tais tribunais sobre a matéria decidida.

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Cabimento

Para que seja preenchido o requisito do cabimento, o recurso deve estar previsto em lei contra determinada decisão judicial (recorribilidade) e, ainda, ser o adequado à obtenção do resultado pretendido (adequação).

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Apenas as sentenças, os acórdãos e as decisões interlocutórias, enfim, os atos com conteúdo decisório, em face da possibilidade de causarem gravame à parte, ensejam a interposição de RECURSO.

Contra sentença cabe apelação; contra decisão interlocutória, agravo; e contra acórdão podem caber embargos infringentes, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário ou embargos de divergência.

Os embargos de declaração podem ser manejados em face de sentença ou de acórdão (art. 535), ou, ainda, contra decisão interlocutória.

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A inadequação do recurso, geralmente, leva à inadmissibilidade do recurso.

Apenas numa hipótese admite-se o recurso inadequado como se adequado fosse: é quando houver dúvida objetiva, estabelecida na doutrina e/ou jurisprudência, acerca de qual o recurso próprio para impugnar determinada decisão.

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Legitimidade

Tem legitimidade para recorrer quem participou da relação processual, isto é, as partes, os intervenientes e o Ministério Público, se for o caso, tanto na condição de parte quanto na de fiscal da lei (art. 499).

Também terceiro prejudicado, ou seja,

aquele que pode sofrer prejuízo pela eficácia natural sentença tem legitimidade para recorrer (art. 499, § 1º).

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Interesse É preciso também ter interesse, em outras palavras, é

indispensável que o recurso seja útil e necessário ao recorrente, a fim de evitar que sofra prejuízo com a decisão, a sentença ou o acórdão.

Obs. renúncia ou desistência do recurso- Ocorre a renúncia quando o recorrente, antes da interposição do recurso, abre mão da faculdade de recorrer. A renúncia pode ser manifestada por petição ou oralmente na audiência. O que importa é que a manifestação seja anterior à interposição do recurso. Se for posterior, não será renúncia, mas sim desistência.

- A desistência pode ocorrer em qualquer tempo (art. 501). Tanto a renúncia como a desistência, por se tratar de atos unilaterais, independem da aquiescência da parte contrária. (arts. 501 e 502), bem como de homologação judicial (art. 158, caput).

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Tempestividade A lei fixa prazo para interposição de todos os

recursos. O prazo de interposição é peremptório. Em certos casos, entretanto, pode esse prazo ser

suspenso ou restituído. Suspende-se o prazo com a superveniência de

férias e por obstáculo criado pela parte (arts. 179 e 180).

O falecimento da parte ou de seu advogado, bem como a ocorrência de motivo de força maior (art. 507), constituem causa de restituição do prazorestituição do prazo..

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Preparo

De modo geral, os recursos estão sujeitos a preparo, ou seja, ao pagamento das despesas processuais correspondentes ao recurso interposto.

Para certos recursos o preparo é dispensado, como, por exemplo, o agravo retido (art. 522, parágrafo único) e os embargos de declaração (art. 536).

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Quando exigido pela legislação pertinente, o preparo, deve ser comprovado no ato de interposição do recurso, sob pena de deserção, ou seja, trancamento do recurso (art. 511).

A jurisprudência, todavia, tem admitido que a juntada do comprovante de pagamento da guia de recolhimento das custas ocorra em data posterior quando efetuado no dia da interposição do recurso, isto é, embora o pagamento das custas tenha sido realizado na forma prescrita em lei (antes ou conjuntamente com a interposição do recurso), somente a sua comprovação foi posterior.

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O que enseja a deserção é a absoluta falta de preparo, não a sua insuficiência, por isso, havendo um início de preparo, não poderá o juiz negar recebimento ao recurso sem antes intimar o recorrente para complementá-lo, no prazo de 05 dias (art. 511, § 2º).

Não estando o recorrente isento e não efetuando o recolhimento do preparo no prazo recursal, ou no prazo de cinco dias na hipótese de insuficiência, o recurso será dado por deserto.

Todavia, provando o recorrente justo impedimento (art. 183, § 1º), o juiz relevará a pena de deserção, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo (art. 519, caput).

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São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo MP, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal (art. 511, § 1º).

Gozam de isenção legal, entre outros, os

beneficiários da assistência judiciária e o curador especial de réu revel.

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Regularidade Formal

a) no processo civil, os recursos são interpostos por petição escrita, NÃO se admitindo interposição oral (por termo), nem mediante cota nos autos. Apenas o agravo retido, assim mesmo somente quando interposto contra as decisões interlocutórias proferidas em audiência, admite interposição oral (art. 523, § 3º);

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b) a interposicão deve ocorrer no juízo de origem (a quo), com exceção do agravo de instrumento cuja interposicão é diretamente realizada no juízo ad quem;

c) a petição deve indicar e qualificar as partes (salvo se já estiverem qualificadas nos autos), vir acompanhada das razões do inconformismo (causa de pedir) e do pedido de nova decisão (arts. 514, 524, 525 e 541);

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d) no caso de recurso interposto por terceiro prejudicado, deve-se demonstrar o prejuízo e "o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial" (art. 499, § 1º).

NÃO se conhece do recurso se, embora tempestiva a petição, as respectivas razões são apresentadas depois do último dia do prazo recursal.

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Efeito Devolutivo Geralmente, o recurso tem o efeito de

devolver (transferir) ao órgão jurisdicional hierarquicamente superior (tribunal ad quem) o exame de toda a matéria impugnada.

Trata-se do efeito DEVOLUTIVO.

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Os embargos de declaração NÃO possuem o efeito DEVOLUTIVO, pois, além de serem julgados pelo próprio órgão prolator da decisão embargada, não se destinam exatamente ao reexame de matéria já decidida, mas apenas ao esclarecimento de ponto obscuro ou contraditório e integração de ponto omisso (art. 535).

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Efeito Suspensivo

Com relação ao efeito suspensivo, embora boa parte dos recursos NÃO contemple tal efeito, a regra é a SUSPENSIVIDADE.

Omissa a lei, o recurso produz o efeito SUSPENSIVO, ou seja, impede a produção imediata das consequências e dos resultados da decisão recorrida.

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Entretanto, algumas leis expressamente prevêem a concessão apenas de efeito DEVOLUTIVO aos recursos interpostos, constituindo o efeito SUSPENSIVO medida excepcional, a ser defendida quando houver risco de dano irreparável à parte.

O efeito SUSPENSIVO subtrai da decisão a eficácia imediata.

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Diz o art. 500 que cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais.

Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá ADERIR a outra parte.

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Ex. A propõe contra B uma ação de reparação de danos, na qual pleiteia a condenação de B em R$ 1.000,00. B contesta, alegando que não agiu com culpa, por isso nada deve. O juiz julga parcialmente procedente o pedido formulado por A, condenando B a pagar a quantia de R$ 500,00. Há sucumbência recíproca. A fica satisfeito com a decisão. É uma satisfação condicionada. Se B não recorrer, A também não recorrerá. Como o prazo de recurso é comum, pode ocorrer de A ser surpreendido com o recurso de B e não haver mais tempo para interpor seu recurso. Para evitar que o litigante, vencedor ou vencido parcialmente, seja compelido a interpor recurso simplesmente para não ser surpreendido pela atitude da outra parte, o CPC engendrou a figura do recurso ADESIVO.

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O recurso adesivo tem como pressuposto a sucumbência recíproca.

O recurso adesivo NÃO é uma espécie de recurso, porquanto as espécies estão elencadas no art. 496, mas uma forma de interposição.

Tal forma de interposição SÓ É ADMISSÍVEL na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial (art. 500, II).

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Deve ser interposto no prazo das contrarrazões, ou seja, no prazo de 15 dias, uma vez que este é o prazo para responder os recursos nos quais se admite o recurso adesivo.

Como acessório, é subordinado ao recurso principal, seguindo a mesma sorte deste. Se o recurso principal não for conhecido, o recurso adesivo também não o será.

O recurso adesivo está sujeito às mesmas regras do recurso principal, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior (art. 500, parágrafo único).

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O MP, na condição de fiscal da lei, NÃO pode recorrer adesivamente, porquanto o art. 500 só fala em autor e réu e também porque o Ministério Público, agindo nessa qualidade, não sucumbe.

O TERCEIRO PREJUDICADO, também pelo fato de não estar compreendido na expressão "autor e réu" (art. 500), NÃO pode se valer do recurso adesivo.

Subindo os autos ao tribunal, apenas para efetivação do duplo grau de jurisdição exigido nas hipóteses do art. 475, NÃO se admite recurso adesivo, visto que inexiste recurso principal.

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Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).

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Trata-se do REEXAME NECESSÁRIO ou REMESSA OBRIGATÓRIA, que NÃO deve ser considerado recurso, por não deter os requisitos básicos para caracterização dos recursos.

Tem natureza de condição de eficácia da sentença.

Obs. A praxe forense criou o chamado PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO, que, pelo princípio da taxatividade, NÃO deve ser considerado recurso. Por se tratar de medida atípica, não suspende nem interrompe o prazo para interposição de qualquer recurso.

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Conceito É o recurso comum cabível contra sentença,

com vistas a obter, por meio do reexame pelo órgão de segundo grau, a reforma ou invalidação do julgado anterior.

Basta que a parte seja sucumbente para a lei facultar-lhe a interposição da apelação, cujo objeto são as questões e provas suscitadas e debatidas no curso do processo.

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Pouco importa seja a sentença terminativa ou definitiva, o recurso cabível será sempre a apelação.

Irrelevante também é o procedimento no qual a sentença foi proferida.

Em geral, a apelação é recebida nos efeitos devolutivo e suspensivo.

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No sistema processual brasileiro, a regra é que os recursos sejam recebidos nos efeitos devolutivo e suspensivo.

Não dispondo a lei de forma diversa, prevalece a duplicidade dos efeitos.

Apenas quando há disposição expressa de lei é que NÃO incide a suspensividade do recurso.

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O efeito devolutivo está presente em todos os recursos, exceto nos embargos de declaração.

De regra, apenas as matérias que foram objeto de decisão na sentença podem ser impugnadas, porquanto não é lícito às partes inovarem no recurso.

Segundo o art. 515, § 1º, serão objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.

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As questões anteriores à sentença e também anteriormente decididas, via decisão interlocutória, em princípio NÃO podem ser reexaminadas pelo tribunal, visto que sobre elas operou a preclusão.

Apenas as matérias insuscetíveis de preclusão, como as condições da ação e os pressupostos processuais, podem ser reexaminadas na apelação, tenha ou não havido decisão sobre elas, tenha ou não havido impugnação.

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Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:

I - homologar a divisão ou a demarcação; II - condenar à prestação de alimentos; III - julgar a liquidação de sentença (revogado);IV - decidir o processo cautelar; V - julgar improcedentes os embargos opostos à

execução.V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-

los improcedentes; VI - julgar procedente o pedido de instituição de

arbitragem. VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela.

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Além desses casos enumerados no art. 520, outros existem.Exs. A apelação interposta contra a sentença que decreta a interdição (art. 1.184).

Os recursos interpostos contra as sentenças a que se refere o art. 58 da Lei na 8.245/91 (ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação).

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Mesmo nas hipóteses do art. 520, que de regra não comportam efeito suspensivo, pode o relator suspender os efeitos da decisão recorrida, desde que preenchidos os seguintes requisitos:

- requerimento do apelante;- possibilidade de ocorrência de lesão grave e de difícil reparação; - e relevância dos fundamentos expostos pelo apelado (art. 558, parágrafo único).

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A apelação deve ser interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau onde a decisão foi prolatada, devendo conter os nomes e a qualificação das partes, os fundamentos de fato e de direito e o pedido de nova decisão (art. 514).

O prazo para apelação é de 15 dias (art. 508).

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No ato da interposição, o recorrente comprovará o preparo, quando exigido (art. 511).

Faltando o preparo, o juiz julga deserto o recurso, a menos que o apelante prove o justo impedimento, hipótese em que o juiz relevará a pena de deserção, fixando-lhe prazo para efetuá-lo (art. 519).

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Interposta a apelação, o juiz examina os requisitos de admissibilidade.

Faltando um dos requisitos de admissibilidade, o recurso NÃO será recebido.

Da decisão que nega recebimento, cabe agravo de instrumento.

Ao contrário, presentes os requisitos, o juiz receberá a apelação, declarando os efeitos em que o faz, mandando dar vista ao recorrido para, no prazo de 15 dias (art. 508), apresentar resposta (contrarrazões - art. 518).

No prazo da resposta, poderá o recorrido apresentar apelação adesiva (art. 500).

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Apresentada a resposta, é facultado ao juiz o reexame dos requisitos de admissibilidade.

Assim, à apelação, que antes havia sido recebida, pode ser negado seguimento.

O despacho que recebe a apelação é irrecorrível, visto que não causa gravame, todavia, o que nega seguimento desafia agravo de instrumento.

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Recebida a resposta, se for o caso de intervenção do MP (art. 82), terá esse vista dos autos, por 15 dias, para exarar seu parecer.

Se o MP é o recorrente, a toda evidência não há ensejo para parecer.

Nesse caso, deve o MP interpor apelação no prazo de 30 dias (art. 188), cujos requisitos, exceto o que respeita ao preparo, serão examinados pelo juiz.

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Superada a fase de resposta e parecer ministerial, se for o caso, remetem-se os autos ao tribunal, onde são registrados e distribuídos a um relator, cabendo a este todas as providências relativas à preparação do processo para julgamento na câmara.

Cabe ao relator proceder ao juízo de admissibilidade recursal.

Reconhecida a inexistência de um dos requisitos de admissibilidade o relator, em decisão monocrática, negará seguimento à apelação ou a qualquer outro recurso (art. 557).

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Constatando a ocorrência de nulidade sanável, poderá o relator, antes de iniciado o julgamento, ou ao órgão incumbido do julgamento do recurso, caso já tenha iniciado a sessão, determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes.

Cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação (art. 515, § 4º).

Tal dispositivo, embora refira-se à apelação, aplica-se a outros recursos.

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O caput do art. 557 autoriza o relator a negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do STF ou de Tribunal Superior.

Negar seguimento significa decidir sem submetê-lo ao órgão colegiado.

O § 1º- A, ao contrário do caput, permite ao relator dar provimento, isto é, julgar o mérito do recurso, por decisão singular, quando a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do STF ou de Tribunal Superior.

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Para garantia da parte prejudicada com o julgamento singular feito pelo relator, nas hipóteses de inadmissibilidade, de improvimento (art. 557, caput) ou de provimento do recurso (art. 557, § 1º- A), o § 1º do dispositivo prevê o manejo de agravo interno, que pode ser interposto no prazo de cinco dias.

Interposto o agravo, o relator poderá retratar-se, submetendo a apelação ao órgão colegiado.

Não havendo retratação, o agravo deverá ser apresentado à sessão para julgamento. Negado provimento ao agravo, fica mantida a decisão singular do relator; provido, o recurso originário será processado normalmente.

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Afastadas as hipóteses de não conhecimento, de provimento ou improvimento pelo próprio relator, o recurso será levado a julgamento no órgão colegiado.

Na sessão de julgamento, depois de feita a exposição da causa pelo relator, podem o recorrente e o recorrido fazer sustentação oral, pelo prazo de quinze minutos cada um.

O julgamento da turma ou câmara será tomado pelo voto de três juizes: o relator, o revisor e o vogal.

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AGRAVO é o recurso cabível contra as decisões interlocutórias proferidas no curso do processo (art. 522).

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente (art. 162, § 2o).

Nos tribunais, também há prolação de decisões interlocutórias. Tais decisões, quando impugnáveis, devem ser atacadas por AGRAVO REGIMENTAL ou AGRAVO INTERNO (art. 557, § 1o).

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Esses AGRAVOS INTERNOS devem ser interpostos no prazo de 05 cinco dias, ficam encartados nos autos e são julgados pelo órgão colegiado do tribunal que teria competência para apreciar o recurso julgado singularmente pelo relator.

A regra geral é a interposição do agravo na forma RETIDA.

Nessa modalidade, o recurso permanece retido nos autos, para ser apreciado por ocasião da apelação, se houver.

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Apenas quando tratar de decisão interlocutória suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, será admitida a interposição por INSTRUMENTO diretamente no tribunal ad quem.

Qualquer que seja a modalidade do agravo, o prazo para interposição é de dez dias, a contar da intimação da decisão decorrida, salvo quando se tratar de decisões interlocutórias proferidas em AIJ, caso em que o agravo, se retido, deve ser interposto oral e imediatamente (art. 523, § 3o).

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O AGRAVO RETIDO admite duas formas e dois prazos de interposição.

Qualquer que seja a forma de interposição, o agravo retido independe de preparo (art. 533, parágrafo único).

Quando se tratar de decisão interlocutória proferida em AIJ, salvo se admissível o agravo de instrumento (art. 522), a interposição deve ser feita oral e imediatamente (art. 523, § 3o).

Quando a decisão interlocutória for proferida em outros espaços procedimentais, como por exemplo em audiência de conciliação (art. 277) ou preliminar (art. 331), embora a regra é de que o AGRAVO deva ser RETIDO, o meio de interposição será a petição escrita, no prazo de dez dias.

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Interposto o AGRAVO RETIDO e ouvido o agravado no prazo de dez dias, o juiz poderá reformar sua decisão (art. 523, § 2º).

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O AGRAVO DE INSTRUMENTO constitui exceção ao sistema recursal, pois é dirigido diretamente ao tribunal competente.

O agravo de instrumento somente é cabível quando:

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I - A decisão interlocutória, proferida em audiência ou fora dela, for capaz de causar à parte lesão grave e de difícil reparação.

Verificando o juiz que a decisão recorrida não é suscetível de causar lesão ao direito do recorrente ou, se causada, é de fácil reparação, por decisão irrecorrível, converterá o AGRAVO DE INSTRUMENTO em AGRAVO RETIDO, mandando remeter os autos ao juiz da causa (art. 527, II, e parágrafo único).

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II - O juiz de primeiro grau não admitir a apelação.

III - Houver discordância com relação aos efeitos em que a apelação foi recebida.

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O AGRAVO DE INSTRUMENTO será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:

a) a exposição do fato e do direito;b) as razões do pedido de reforma da decisão;c) o nome e o endereço completo dos

advogados, constantes do processo (art. 522);

d) o pedido de reforma ou invalidação da decisão recorrida.

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O INSTRUMENTO, além da petição, deve ser formado pelas peças indicadas no art. 525: - cópias autenticadas da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado (art. 525, I).

Além dessas peças obrigatórias, poderá a

petição ser instruída com outras que o agravante entender úteis (art. 525, II)

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A petição, com todas as peças que compõem o instrumento, será protocolada no tribunal, ou postada no correio sob registro com aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local, como por meio de protocolo integrado (art. 525, § 2º).

Idêntico procedimento será observado pelo agravado por ocasião de sua resposta (art. 527, V).

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No ato da interposição do agravo (protocolo), o agravante comprovará o pagamento das respectivas custas e do porte de retorno quando exigido pela legislação local (art. 525, § 1º).

Ausente algum requisito da petição, ou alguma das peças obrigatórias, incluindo o comprovante de pagamento das custas e porte de retorno, ou seja, ausente pelo menos um dos requisitos de admissibilidade, o agravo NÃO será conhecido.

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O art. 526 estabelece que, no prazo de 03 dias a contar da interposição do agravo, o agravante requererá juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante da interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso.

O não cumprimento da providência conduz ao NÃO conhecimento do recurso, desde que arguido e provado pelo agravado (art. 526, parágrafo único).

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Trata o art. 529 do juízo de retratação no agravo. No agravo retido, pode o juiz retratar-se depois da

oitiva da parte contrária (art. 523, § 2º). No agravo de instrumento, não existe momento

determinado para que o juiz se retrate, daí por que se admite a reforma da decisão durante todo o curso procedimental.

Destarte, pode o juiz reformar a decisão e, assim agindo e comunicando ao tribunal, o relator considerará prejudicado o recurso (art. 529).

Entretanto, julgado o agravo, não mais pode o juiz retratar-se, visto que a decisão do tribunal o vincula.

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Denomina-se EMBARGOS INFRINGENTES o recurso cabível contra acórdão não unânime que houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito ou houver julgado procedente ação rescisória (art. 530).

Admite a interposição autônoma ou na forma adesiva (art. 500, II).

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Em recurso, dirigido ao próprio tribunal que pronunciou a decisão impugnada, tem por fim provocar REEXAME de acórdãos proferidos em apelação que houver reformado sentença de mérito ou em ação rescisória julgada procedente, na parte relativa à divergência entre os juízes, possibilitando não só a retratação dos que anteriormente votaram, mas também a modificação da decisão pelo ingresso de outros juízes no órgão julgador.

Busca-se com os embargos infringentes, em síntese, a prevalência do(s) voto(s) vencido(s) sobre os votos vencedores no julgamento de apelação ou de ação rescisória.

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Do art. 530 extraem-se os requisitos específicos de admissibilidade dos embargos infringentes, quais sejam:

(a) julgamento por maioria; (b) acórdão proferido em apelação que tenha reformado sentença de mérito; ou (c) acórdão proferido em ação rescisória cujo pedido foi julgado procedente.

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Tratando-se de apelação, a divergência deve recair sobre matéria de mérito, não se admitindo embargos infringentes quando a divergência se verificar sobre as condições da ação ou pressupostos processuais.

No que tange a acórdão proferido em ação rescisória, não incide a vedação.

Tratando-se de julgamento unânime, o recurso NÃO é cabível, assim como também NÃO cabem embargos infringentes contra acórdão proferido em outros recursos ou em hipóteses de competência originária.

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Os embargos infringentes estão sujeitos aos requisitos genéricos de admissibilidade, inclusive a preparo (art. 511), que serão apreciados pelo relator do acórdão embargado depois da apresentação das contrarrazões (art. 531).

O prazo de interposição é de 15 dias. Da decisão que não admitir os embargos caberá

agravo, em 05 dias, para o órgão competente para o julgamento do recurso (art. 532).

Admitidos os embargos, serão processados e julgados conforme dispuser o regimento do tribunal (art. 533).

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Devido ao fato de transferirem o julgamento da matéria objetivo da divergência a outro órgão do tribunal, os embargos infringentes têm efeito devolutivo, nos limites da divergência e da pretensão do recorrente.

Têm também efeito suspensivo, porquanto impedem a eficácia imediata do acórdão embargado.

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO podem ser conceituados como o recurso que visa ao esclarecimento ou à integração de sentença ou acórdão.

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Art. 535. Cabem os embargos de declaração, quando:

I – Houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição;

II – for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciar-se o juiz ou tribunal.

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Há obscuridade quando a redação da decisão não é suficientemente clara, dificultando sua compreensão ou interpretação.

Ocorre contradição se o julgamento apresenta proposições inconciliáveis, tornando incerto o provimento jurisdicional.

Há omissão nos casos em que determinada questão ou ponto controvertido deveria der apreciado pelo órgão julgador mas não o foi.

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Os embargos serão opostos, no prazo de 05 dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo (art. 536).

O juiz julgará os embargos em 05 dias; nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto (art. 537).

Nos embargos de declaração NÃO se dá oportunidade de resposta à parte contrária, salvo no caso em que a pretensão do embargante de integração do julgado implicar a modificação da decisão final.

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Os embargos de declaração NÃO têm efeito suspensivo nem devolutivo, em outras palavras, não suspendem a eficácia da decisão embargada nem transferem o conhecimento da matéria a outro órgão jurisdicional.

A interposição produz um efeito peculiar dos embargos de declaração: efeito interruptivo.

Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes (art. 538).

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Por interromper o prazo para a interposição de outros recursos, cuidou o legislador de impor sanção ao embargante de má-fé que opõe embargos declaratórios com o exclusivo intuito de procrastinar o andamento do feito.

Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de um por cento sobre o valor da causa.

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Denominam-se RECURSOS ORDINÁRIOS os meios de impugnação de decisão judicial (sentença ou acórdão e decisão interlocutória) proferidos nas causas elencadas no art. 539.

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O emprego no plural visa mostrar que se consideram ordinários, não só o recurso ordinário stricto sensu disciplinado nos arts. 102, II, e 105, II, da CF, mas também o agravo previsto no art. 539, parágrafo único, do CPC.

Na realidade, o recurso ordinário (stricto sensu) corresponde à apelação.

O nomen juris – recurso ordinário - , dado pelo CPC, decorre apenas do propósito de legislador infraconstitucional de ser fiel à denominação utilizada pela Constituição.

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É um recurso comum.

Art. 539 - Serão julgados em recurso ordinário:

I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos Tribunais superiores, quando denegatória a decisão;

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II - pelo Superior Tribunal de Justiça: a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;b) as causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.Parágrafo único - Nas causas referidas no inciso II, alínea b, caberá agravo das decisões interlocutórias.

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De acordo com o dispositivo transcrito:

- dos acórdãos proferidos pelos tribunais superiores (TST, TSE, STM e STJ) em mandados de segurança, habeas data e mandados de injunção decididos em única instância (matéria de competência originária), quando denegatória a decisão, cabe recurso ordinário (apelação) dirigido ao STF;

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- dos acórdãos proferidos pelo TRF ou pelos tribunais dos Estados e do DF e Territórios em mandados de segurança decididos em única instância (matéria de competência originária), quando denegatória a decisão, cabe recurso ordinário (apelação) dirigido ao STJ;

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- das sentenças proferidas pelos juízes federais nas causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional, e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País, cabe recurso ordinário (apelação) dirigido ao STJ.

Saliente-se, ainda, que das decisões interlocutórias proferidas nessas causas (art. 539, II, b) cabe agravo (retido ou de instrumento) para o STJ e não para o TRF (art. 539, parágrafo único).

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Por força do art. 540, ao recurso ordinário stricto sensu aplicam-se as normas da apelação, com exceção, evidentemente, do agravo previsto no art. 539, parágrafo único (outra modalidade de recurso ordinário), ao qual se aplicam as normas do agravo.

Assim, a interposição do recurso ordinário (apelação) far-se-á, no prazo de 15 dias (art. 508), perante o órgão a quo, em petição adequadamente fundamentada e portadora de pedido compatível com os fundamentos (art. 514).

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Trará a comprovação do preparo (art. 511), devolverá ao órgão destinatário toda a matéria impugnada, de fato ou de direito (art. 515, caput – apelação total ou parcial); será julgada à vista de todos os pontos discutidos nos autos de todos os fundamentos da demanda ou da defesa.

Terá efeito suspensivo (art. 520), a não ser nos casos em que não o tenha a própria apelação (incisos I a VII).

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Tais recursos foram classificados como especiais.

As hipóteses de cabimento do recurso extraordinário e do recurso especial estão elencadas nos arts. 102, III, e 105, III, da CF.

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Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:a) contrariar dispositivo desta Constituição;b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição;d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

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Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

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Por se tratar de recursos que visam à unificação da interpretação e aplicação do direito positivo, o RE e o REsp possuem alguns requisitos de admissibilidade em comum, a saber:

a) Obrigatoriedade de esgotamento de todos os recursos ordinários: somente cabe recurso extraordinário ou recurso especial em "causas decididas em única ou última instância", razão pela qual é possível dizer que somente poderá ocorrer a interposição de RE ou REsp quando todos os outros recursos (comuns) tiverem sido interpostos, inclusive embargos.

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b) Prequestionamento da questão que se quer ver apreciada no STF ou no STJ: tanto o RE quanto o REsp só podem ser interpostos em face de “causas decididas”, razão pela qual se exige prévia decisão nos autos acerca da matéria que se pretende discutir por meio de tais recursos. c) Alegação de ofensa ao direito positivo: (no caso do RE, direito constitucional; no do REsp, direito infraconstitucional). d) Regularidade formal.

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decisão contrária a dispositivo da CF (art. 102, III, a): significa que a decisão deve contrariar norma expressa da Constituição, não sendo suficiente a referência genérica de ofensa ao texto constitucional;

decisão que declara a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal (art. 102, III, b): significa que a decisão recorrida, nessa hipótese, deve negar a aplicação (ou vigência) da lei ou tratado federal, devido a suposta inconstitucionalidade;

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decisão que julga válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF (art. 102, III, c): nesse caso, a decisão afasta a aplicação da CF ao reputar válida lei ou ato de governo local em sentido contrário a norma constitucional;

decisão que julga válida lei local contestada em face de lei federal (art. 102, III, d).

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Examinadas as hipóteses de cabimento do recurso extraordinário, destaca-se que a repercussão geral da questão constitucional, novo requisito de admissibilidade do RE (art. 102 § 3º, da CF, e arts. 543 – A e 543-B, do CPC, exige que o recorrente demonstre, em preliminar do recurso, a existência “de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa” (art. 543 - A, § 1º).

Ex. ocorre em demanda em que se discute a constitucionalidade da cobrança de determinado tributo.

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Se o plenário do STF reputar ausente a repercussão geral, a consequência é o não conhecimento do RE, em decisão irrecorrível (art. 543-A, caput).

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Como visto quanto aos requisitos de admissibilidade comuns ao RE e ao REsp exige-se que a decisão a ser impugnada tenha sido proferida em única ou última instância.

No recurso especial, contudo, há um requisito a mais, qual seja, a necessidade de que a decisão proferida em única ou última instância seja proveniente de tribunal, nos termos do art. 105, III, da CF.

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Exemplo, “não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais” (Súmula 203 do STJ).

Os demais requisitos de admissibilidade específicos do recurso especial consistem nas hipóteses de cabimento descritas no art. 105, III, da CF, quais sejam:

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decisão contrária a tratado ou lei federal, ou que lhes negue vigência (art. 105, III, a);

decisão que julga válido ato de governo local contestado em face de lei federal (art. 105, III, b);

decisão que dá a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal (art. 105, III, c): nesse caso, faz-se necessária a demonstração do dissídio jurisprudencial, que não pode envolver julgados do mesmo tribunal (Súmula 13 do STJ).

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Os recursos devem ser interpostos no prazo de 15 dias (art. 508), sendo que a parte contrária tem igual prazo para resposta.

Os requisitos de admissibilidade do recurso são verificados depois da apresentação das contrarrazões (art. 542).

Se o juízo de admissibilidade for negativo, cabe agravo para o STF ou para o STJ, conforme se trate de RE ou REsp (art. 544).

Esse agravo, embora o prazo de interposição também seja de 10 dias, difere do agravo regulado pelo art. 522 e ss., porquanto interposto perante o tribunal que inadmitiu o RE ou o REsp.

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Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devolutivo (arts. 497 e 542, § 2º), admitindo-se a concessão de efeito suspensivo excepcionalmente, se demonstrada a urgência da prestação jurisdicional (periculum in mora) e a plausividade do direito alegado (fumus boni júris).

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Consoante disposto no art. 546, os embargos de divergência são cabíveis apenas nos recursos especial e extraordinário, quando o julgamento da turma divergir do julgamento de outra turma, da seção ou do órgão especial (no STJ) ou quando o julgamento da turma divergir de outra turma ou do plenário (no STF).

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Diferem os embargos de divergência dos embargos infringentes, visto que neste recurso a divergência se dá entre juízes do mesmo órgão julgador e apenas contra acórdão não unânime que houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória (art. 530). Logo, a divergência não é interna como nos embargos infringentes, mas externa, ou seja, de outra turma, seção, órgão especial ou do plenário.

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O prazo para interposição dos embargos de divergência é de 15 dias (art. 508), devendo-se observar o procedimento estabelecido nos regimentos internos do STF e do STJ (art. 546, parágrafo único).

O Código silencia acerca dos efeitos dos embargos de divergência. Assim, deve-se aplicar por analogia as disposições relativas aos efeitos dos recursos especial e extraordinário (arts. 497 e 542, § 2º), os quais, geralmente, só têm efeito devolutivo.