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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ BRUNO DA SILVA ROSA SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍTICA DE PREVENÇÃO INTELIGENTE À CRIMINALIDADE: uma proposta para conter os furtos e roubos de veículos no município de Tijucas/SC Tijucas 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

BRUNO DA SILVA ROSA

SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍTICA DE PREVENÇÃO

INTELIGENTE À CRIMINALIDADE:

uma proposta para conter os furtos e roubos de veículos no município de

Tijucas/SC

Tijucas

2010

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BRUNO DA SILVA ROSA

SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍTICA DE PREVENÇÃO

INTELIGENTE À CRIMINALIDADE:

uma proposta para conter os furtos e roubos de veículos no município de

Tijucas/SC

Monografia apresentada como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em Direito, pela

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências

Sociais e Jurídicas, campus de Tijucas.

Orientador: Prof. Dr. Jonas Modesto de Abreu

Tijucas

2010

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BRUNO DA SILVA ROSA

SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍTICA DE PREVENÇÃO

INTELIGENTE À CRIMINALIDADE:

uma proposta para conter os furtos e roubos de veículos no município de

Tijucas/SC

Esta Monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Bacharel em Direito e

aprovada pelo Curso de Direito do Centro de Ciências Sociais e Jurídicas, campus de Tijucas.

Área de Concentração/Linha de Pesquisa: Teoria do Direito/Criminologia.

Tijucas, 7 de dezembro de 2010.

Prof. Dr. Jonas Modesto de Abreu

Orientador

Prof. MSc. Marcos Alberto Carvalho de Freitas

Responsável pelo Núcleo de Prática Jurídica

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Dedico este trabalho aos meus pais Vilmar e Márcia, pelo esforço,

dedicação e compreensão, em todos os momentos desta e de outras

caminhadas.

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Deus, fonte suprema de todo saber.

À minha família, meus pais, irmão e minha esposa Cátia que me deram forças para que eu não

desanimasse, sempre com palavras consoladoras que foram acima de uma expressão de amor

profundo, as armas de êxito.

À minha tia Marily, pelo incentivo, compreensão e apoio.

Aos profissionais da Delegacia de Polícia Civil de Tijucas, em especial a delegada Luana

Chaves Cervi Backes e a amiga de curso Edilandi Franco por abrirem as portas desta

instituição na confiabilidade de ser um trabalho inovador e que servirá de apoio contra a

criminalidade em Tijucas.

Ao Professor Orientador, Jonas de Abreu Modesto, pela contribuição no desenvolvimento

desta monografia, e, principalmente pela dedicação e empenho que demonstrou no decorrer

de suas orientações. Fica aqui a minha gratidão aquele que soube ser mestre, repartindo seus

conhecimentos e transformando meus ideais em realizações.

Aos Professores do Curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí, campus de Tijucas,

que nos convidaram a voar em sua sabedoria, mesmo sabendo que este voar dependeria das

asas de cada um de nós. Contribuindo assim, não só para a formação jurídica, mas também

para a formação do “ser”.

Aos colegas de classe, que me acolheram com carinho ao retornar nos últimos períodos.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização desta pesquisa.

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A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se

comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se

mantém em tempos de controvérsia e desafio.

Martin Luther King Jr

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TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte

ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Vale do Itajaí –

UNIVALI, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca

do mesmo.

Tijucas, 7 de dezembro de 2010.

BRUNO DA SILVA ROSA

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RESUMO

Em consonância com a proposta do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania

(PRONASCI), que propõe envolver a comunidade na prevenção da violência e da

criminalidade, o objetivo central desta monografia é elaborar uma proposta inteligente de

Segurança Pública para tornar eficaz a ação policial contra o furto e o roubo de veículos no

município Tijucas (SC). Pretende-se realizar uma pesquisa quantitativa que apresente

informações estatísticas sobre os modelos de veículos mais furtados e roubados, as

localidades em que ocorrem os maiores índices de furtos e roubos e sobre os dias da semana e

horários em que os furtos e roubos de veículos apresentam maior freqüência. Para o

desenvolvimento da pesquisa será utilizado o método de abordagem indutivo e os

procedimentos histórico e monográfico da pesquisa bibliográfica.

Palavra-chave: 1. Segurança Pública 2. Prevenção 3. Criminalidade

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ABSTRACT

In line with the proposal of the National Public Security and Citizenship (PRONASCI), which

proposes to involve the community in preventing violence and crime, the central goal of this

monograph is to develop a proposal Smart Public Safety to make effective police action

against thefts from vehicles in the city of Tijucas (SC). We intend to conduct a quantitative

research to provide statistical information on the most stolen vehicle models, the localities in

which higher rates of theft and on the weekdays and times that the vehicle thefts have more

frequently. To develop the research it will be used the inductive method of approach and

procedures of historical and monographic literature.

Keyword: 1. Public Safety 2. Prevention 3. Crime

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

%: Porcentagem.

§: Parágrafo.

Art.: artigo.

Arts.: artigos.

CNSeg: Confederação Nacional de Seguros Gerais.

CRFB.: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

CTG: Centro de Tradições Gaúchas.

DENATRAN: Departamento Nacional de Trânsito.

DEPEN: Departamento Penitenciário Nacional.

DVD: Digital Video Disc.

EUA: Estados Unidos da América.

FENASEG: Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização.

GM: General Motors.

INTELOG: Inteligência em Gestão Logística.

OAB: Ordem dos Advogados do Brasil.

PRONASCI: Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania.

RENAESP: Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública.

SC: Santa Catarina.

SINDSEGSC: Sindicato das Seguradoras, Previdências e Capitalização do Estado de Santa

Catarina.

UNIVALI: Universidade do Vale do Itajaí.

VW: Volkswagen.

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LISTA DE CATEGORIAS E SEUS CONCEITOS OPERACIONAIS

Cidadania: É a capacidade e a habilidade que cada componente da sociedade possui de

participar no processo de construção dos ideais a serem alcançados pela Nação e, sobretudo,

na formulação dos métodos, programas, políticas, projetos e ações que serão empregadas na

busca dos ideais estabelecidos (GOLDSTEIN, 2003).

Crime: É a infração da lei penal, ou o desvio do padrão de conduta estipulado pela legislação

e esperado por todos os cidadãos (CERQUEIRA, 2005).

Criminalidade: É o conjunto de crimes cometidos em determinado local, num dado período

de tempo (CERQUEIRA, 2005).

Democracia: O termo democracia remete à soberania popular e à distribuição eqüitativa do

poder (GOLDSTEIN, 2003).

Polícia: Polícia é a instituição ou atividade estatal de proteção social, desenvolvida através de

estruturas de poder e de força, garantidora da ordem social (MEIRELES, 2007).

Política Pública: Consiste num movimento pendular, oscilando entre a reforma social e a

dissuasão individual (BEATO FILHO, 1999).

Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania: O PRONASCI é uma iniciativa

pioneira que reúne ações de prevenção, controle e repressão da violência com atuação focada

nas raízes sócio-culturais do crime. Articula programas de segurança pública com políticas

sociais já desenvolvidas pelo governo federal, sem abrir mão das estratégias de controle e

repressão qualificada à criminalidade. As ações desenvolvidas pelo PRONASCI seguirão

ainda as diretrizes estabelecidas pelo Sistema Único de Segurança Pública, cujo eixo central é

a articulação entre União, estados e municípios para o combate ao crime (MINISTÉRIO DA

JUSTIÇA).

Segurança: O termo designa a condição de estar seguro, a convicção ou a certeza da

segurança (OLIVEIRA, 2002).

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Violência: É uma ação tipicamente humana e, como tal, carregada de racionalidade. Ainda

que o ato violento seja intrínseco à agressividade, comparável ao instinto animal, o que

diferencia o ser violento do agressivo é a existência do desejo de se cometer o ato de força

ilegal (OLIVEIRA, 2002).

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SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................... 8

ABSTRACT .............................................................................................................................. 9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ......................................................................... 10

LISTA DE CATEGORIAS E SEUS CONCEITOS OPERACIONAIS ............................ 11

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15

2 O CENÁRIO CONTEMPORÂNEO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE ..... 20

2.1 UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE 20

2.1.1 A nova face da violência e da criminalidade................................................................. .21

2.1.2 Um panorama geral da violência e da criminalidade.......................................................25

2.1.3 Violência, criminalidade e segurança pública............ ....................................................26

2.1.4 O programa nacional de segurança pública com cidadania - PRONASCI......................31

2.1.5 Roubo e furto de veículos no Brasil ............................................................................32

2.1.6 Roubo e furto de veículos em Santa Catarina ................................................................34

3 ASPECTOS GERAIS DO PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO

MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC ............................................................................................. 36

3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE

TIJUCAS/SC ............................................................................................................................ 36

3.1.1 O perfil dos delitos envolvendo veículos de Tijucas/SC no período de 2005-2010........36

3.1.2 Os veículos com maior índice de delitos em Tijucas entre 2005-2010............................39

3.1.3 Os dias da semana e os horários com maior índice de delitos envolvendo veículos em

Tijucas........... ...........................................................................................................................43

3.1.4 A incidência de furtos e roubos de veículos em Tijucas nos feriados e datas de

eventos......................................................................................................................................46

3.1.5 Os meses com maior incidência de furto e roubo de veículos em Tijucas .....................47

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3.1.6 Os locais com maior índice de delitos envolvendo veículos em Tijucas.........................49

4 ASPECTOS ESPECÍFICOS DO PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS

NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC ..................................................................................... 52

4.1 O PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS

POR TIPO DE VEÍCULO E LOCALIDADE ......................................................................... 52

4.1.1 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por horário e

localidade..................................................................................................................................55

4.1.2 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por dia da semana e

horário .......................................................................................................................................57

4.1.3 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por data comemorativa

ou eventos e horário..................................................................................................................61

4.1.4 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por ano e tempo de

uso.............................................................................................................................................62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 67

ANEXOS ................................................................................................................................. 70

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objeto o estudo da Segurança Pública e da Política de

Prevenção Inteligente à criminalidade no município de Tijucas, Santa Catarina, no período de

2005 a 2010.

A importância do estudo deste tema reside no fato dele estar em consonância com o

Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), programa

implantado pelo governo federal em maio de 2007 e que tem como objetivos principais:

valorizar os profissionais de segurança pública, reestruturar o sistema penitenciário, combater

a corrupção policial e, no caso que se relaciona com este trabalho, envolver a comunidade na

prevenção à criminalidade e à violência.

Ressalte-se que, além de ser requisito imprescindível à conclusão do curso de Direito

na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, o presente relatório monográfico também vem

colaborar para o conhecimento de um tema que, apesar de não poder ser tratado como

novidade no campo jurídico, na dimensão social-prática ainda pode ser descrito como

elemento novo e repleto de nuances a serem destacadas pelos intérpretes jurídicos e sociais.

O presente tema, na atualidade, destaca que as instituições classificadas como sendo

de segurança estão atravessando um período de turbulência no Brasil. Numa análise imediata,

pode-se até afirmar que a questão perpassa pelo desinteresse dos governantes em adotar

medidas para amenizar a situação. Entretanto, esta seria a verdade parcial dos fatos e traria a

falsa impressão de que o problema é de fácil solução.

Nos últimos anos, a ineficácia das ações públicas para conter a criminalidade e a

violência tem provocado um sentimento de profunda instabilidade e de insegurança na

sociedade. Neste sentido, parece ser oportuno tratar de crime e de violência, uma vez que são

as facetas mais perceptíveis da insegurança que preocupa autoridades políticas, policiais e

sociedade em geral.

A escolha do tema é fruto do interesse pessoal do pesquisador e de seu orientador em

contribuir com as iniciativas de combate à violência e à criminalidade no estado de Santa

Catarina. A pesquisa que envolve o município de Tijucas faz parte de um projeto mais

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ambicioso que, atualmente, também envolve os municípios catarinenses de Balneário

Camboriú e Itajaí. Seu objetivo mais imediato é instigar novas pesquisas sobre criminalidade

e violência no Brasil contemporâneo, especialmente no âmbito de atuação da Teoria do

Direito (Criminologia).

Em vista do parâmetro delineado, constitui-se como objetivo geral deste trabalho

desenvolver, com base na Pesquisa Quantitativa, uma proposta Inteligente de Segurança

Pública que torne eficaz a ação policial para conter os altos índices de furtos e roubos de

veículos no município de Tijucas/SC.

O objetivo institucional da presente Monografia é a obtenção do Título de Bacharel

em Direito, pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Jurídicas, Políticas e

Sociais, Campus de Tijucas.

Como objetivo específico, pretende-se apresentar informações estatísticas sobre: os

aspectos gerais e específicos do perfil dos furtos e roubos de veículos no município de

Tijucas/SC.

A análise do objeto do presente estudo incidirá sobre as diretrizes teóricas propostas

por Cesar Luiz PASOLD, na obra “Prática da Pesquisa Jurídica e Metodologia da Pesquisa

Jurídica”, Eva Maria LAKATOS e Mariana Andrade MARCONI, na obra “Metodologia

Científica” e Silvio Luiz de OLIVEIRA em “Tratado de metodologia científica”. Sob a luz

destas referências teóricas, pretende-se investigar os deslocamentos percebidos pelo objeto

central da pesquisa, especialmente na literatura jurídica contemporânea, destacando seu

significado na atualidade.

O trabalho utilizará o método indutivo de abordagem, o qual, segundo Pasold (2007),

consiste em pesquisar e identificar as partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter

uma percepção ou conclusão geral. Para Lakatos e Marconi (1992) é um processo mental por

intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma

verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas, cuja aproximação dos

fenômenos caminha para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais

particulares às leis e teorias – conexão ascendente; o objetivo dos argumentos é levar as

conclusões cujo conteúdo é mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam, sendo

que para Oliveira (2002), o ponto de partida da indução não são os princípios, mas a

observação dos fatos e dos fenômenos da realidade objetiva.

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A pesquisa se orientará pela técnica do referente, na qual se esclarece previamente o

motivo, objetivo e produto desejado, delimitando o alcance temático e de abordagem para a

atividade intelectual, especialmente para uma pesquisa (PASOLD, 2007). A investigação será

orientada pela pesquisa bibliográfica: técnica de investigação em livros, repertórios

jurisprudenciais e coletâneas legais (PASOLD, 2007). Como método de procedimento será

utilizado o histórico e monográfico: o monográfico consiste no estudo de determinados

indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de

obter generalizações. A investigação deve examinar o tema escolhido, observando todos os

fatores que influenciaram e analisando-o em todos os aspectos; o histórico consiste em

investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência

na sociedade de hoje.

A pesquisa quantitativa seguirá as diretrizes teóricas de Roberto Jarry RICARDSON,

na obra “Pesquisa social: métodos e técnicas” e Pedro Alberto BARBETTA em “Estatística

aplicada às Ciências Sociais”.

A pesquisa quantitativa tem início com a coleta dos dados: todos os boletins de

ocorrência policial que envolve furto e roubo de veículos em Tijucas (SC) no período de 2005

a 2010. (BARBETTA, 1999). O aporte metodológico quantitativo utilizará toda (100%)

população investigada. (RICHARDSON, 1999). As informações serão transportadas para o

programa computacional SPSS 11,5 para análise, cruzamento de dados e formação de gráficos

e tabelas.

Por ser um estudo de caso, não é o propósito deste trabalho apontar a solução

definitiva para o problema geral dos furtos e roubos de veículos que se avolumam em nosso

país. Por certo não se estabelecerá um ponto final nesta questão. Pretende-se, tão-somente,

aclarar o pensamento existente sobre o tema, circunscrevendo-o ao caso específico do

município de Tijucas em Santa Catarina.

Para o desenvolvimento da presente pesquisa foram formulados os seguintes

questionamentos:

a) Quais os meses, dias da semana e horários em que ocorrem, com maior freqüência,

os furtos e roubos de veículos em Tijucas/SC?

b) Os furtos e roubos se acentuam nos finais de semana e datas festivas ou

comemorativas?

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Já as hipóteses consideradas foram:

a) Veículos furtados e roubados possuem perfis (características) diferentes;

b) Os furtos e roubos ocorrem com maior freqüência nos finais de semana e feriados;

c) Nas datas festivas ou comemorativas acentuam-se os furtos roubos de veículos na

região onde ocorrem estes eventos.

Finalmente, buscou-se nortear as hipóteses formuladas com as seguintes variáveis:

a) Tipo de veículo furtado e roubado;

b) Local do delito;

c) Dia da semana do delito.

O relatório final da pesquisa foi estruturado em três capítulos, podendo-se, inclusive,

delineá-los como três molduras distintas, mas conexas: a primeira, atinente a uma

contextualização da violência e da criminalidade, sobretudo, no Brasil contemporâneo; a

segunda, uma análise das estatísticas sobre os furtos e roubos de veículos em Tijucas, Santa

Catarina, no período de 2005 a 2010; e, a terceira, com base no perfil dos furtos e roubos no

período delineado em Tijucas, apresentar as ações que configuram uma proposta Inteligente

de Segurança Pública para conter os furtos e roubos de veículos em Tijucas/SC.

Quanto à metodologia empregada, registra-se que, na fase de investigação foi utilizado

o método indutivo, e, o relatório dos resultados expresso na presente monografia é composto

na base lógica indutiva, já que se parte de uma formulação específica do problema, buscando-

se posições científicas que os sustentem ou neguem, para que, ao final, seja apontada a

prevalência, ou não, das hipóteses elencadas.

Nas diversas fases da pesquisa, foram acionadas as técnicas do referente, da categoria,

do conceito operacional e da pesquisa bibliográfica.

É conveniente ressaltar, enfim, que, seguindo as diretrizes metodológicas do Curso de

Direito da Universidade do Vale do Itajaí, as categorias fundamentais, são grafadas, sempre,

com a letra inicial maiúscula e seus conceitos operacionais apresentados em Lista de

Categorias e seus Conceitos Operacionais, ao início do trabalho.

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Os acordos semânticos que procuram resguardar a linha lógica do relatório da pesquisa

e respectivas categorias, por opção metodológica, estão apresentados na Lista de Categorias e

seus Conceitos Operacionais, conforme sugestão apresentada por Cesar Luiz PASOLD, muito

embora algumas delas tenham seus conceitos mais aprofundados no corpo da pesquisa.

Ressalte-se que a estrutura metodológica e as técnicas aplicadas neste relatório estão

em conformidade com as propostas apresentadas no Caderno de Ensino: formação

continuada. Ano 2, número 4, assim como nas obras de Cesar Luiz PASOLD, Prática da

pesquisa jurídica: idéias e ferramentas úteis ao pesquisador do Direito e Valdir Francisco

COLZANI, Guia para redação do trabalho científico.

O presente Relatório de Pesquisa se encerra com as Considerações Finais, nas quais

são apresentados pontos conclusivos destacados, seguidos da estimulação à continuidade dos

estudos e das reflexões sobre a Segurança Pública no Brasil.

Com este itinerário, espera-se alcançar o intuito que ensejou a preferência por este

estudo: uma contribuição aos estudos sobre a Segurança Pública e às iniciativas que buscam

fortalecer e consolidar o PRONASCI.

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2 O CENÁRIO CONTEMPORÂNEO DA VIOLÊNCIA E DA

CRIMINALIDADE

2.1 UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE

De acordo com Abreu e Lourenço (2010), hoje em dia, a violência faz parte do nosso

cotidiano. Certamente vivenciamos expectativas e frustrações no tocante à fragilidade da vida

pública e social com relação à violência. Não são poucas as notícias e imagens que nos

chegam, expondo o sério problema da violência no mundo e em nosso país. Contudo, não é

somente através dos noticiários de TV que a violência chega ao universo de nossos lares.

No que se refere ao nosso estado, embora Santa Catarina figure entre as duas unidades

federativas brasileiras com menores índices de violência e criminalidade, recentemente a

Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Santa Catarina, iniciou uma campanha estadual

contra a violência e a insegurança que assolam a nossa população. Suas atividades tiveram

início no dia 7 de agosto de 2010, data em que diversos agentes da sociedade civil organizada,

membros dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e do Ministério Público,

representantes dos Conselhos de Classe e dos Sindicatos, reuniram-se às 11 horas nas

proximidades do Mercado Público de Florianópolis para dar início a um movimento de pedido

de paz.

O movimento encabeçado pela OAB catarinense teve como origem o assassinato de

dois de seus associados nos meses de junho e julho deste ano, respectivamente. Contudo, este

é um problema que perpassa toda a sociedade brasileira.

Na verdade, estamos expostos com muita freqüência aos fatores geradores da

violência. Podemos falar em violência urbana, em violência no trânsito, em violência

doméstica, em violência nos esportes, em violência televisiva e, até mesmo, em violência

virtual.

Desde muito cedo, nossos filhos estão entrando em contato com cenas violentas na

programação infantil de TV ou nos jogos de videogames. Sabemos que o ser humano é fruto

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de relações sociais: a personalidade violenta decorre, em regra, do ambiente social - marcado

pela violência - no qual o ser humano foi socializado.

No passado, era possível afirmar com certeza que a violência estava associada, quase

que exclusivamente, ao mundo da pobreza. Se você habitasse o espaço social da violência,

teria que conviver com ela ou com seus efeitos. Eram os reflexos da vida marcada pela

miséria e pela exclusão que impulsionavam o comportamento violento. A violência ocorria

nas famílias socialmente desestruturadas e localizava-se nas áreas urbanas que espelhavam a

pobreza: as periferias e as favelas.

Sobre este tema, Abreu e Ferrari (2009) destacam que os indicadores do Departamento

Penitenciário Nacional (DEPEN) demonstram que o crime no Brasil é praticado por homens

na faixa etária de 14 a 26 anos de idade; da cor parda ou preta; residentes nas periferias e

favelas dos grandes centros urbanos; com escolaridade que não ultrapassa o ensino

fundamental; com renda por pessoa inferior a um salário mínimo e com um ambiente familiar

marcado por um histórico de ausências e violência.

Este perfil social da violência no Brasil, decorrente do estereótipo do suspeito, vem

provocando uma série de confusões que acabam se convertendo em abusos da parte das

autoridades estatais incumbidas de reprimir a criminalidade. De acordo com Zaffaroni (1991),

o que ocorre geralmente nestes casos de violência às camadas mais baixas da população é a

aplicação da teoria da vulnerabilidade. Vulnerável aos abusos dos agentes do aparelho

repressivo do Estado, as pessoas pobres que vivem ou atuam em lugares marginalizados, são

o estereótipo para a prática do crime e, por isso, tornam-se as vítimas mais vulneráveis à

violência de um modelo de segurança pública que ainda direciona sua atenção quase que

exclusivamente para os pobres.

Entre todos os integrantes do mundo da pobreza, destacam-se o (a) profissional do

sexo que atua nas ruas; o migrante que foge da desigualdade regional, a mulher que vive nas

periferias e favelas; e, sobretudo, dado ao seu histórico de marginalização social e criminal, o

negro.

2.1.1 A nova face da violência e da criminalidade

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Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças no perfil social da violência e do

crime. Pessoas, sobretudo jovens, que não fazem parte do mundo da pobreza e da

discriminação racial, têm tido participação constante nas ações de violência e criminalidade.

No Brasil, são cada vez mais freqüentes as informações que nos chegam sobre atos de

violência e criminalidade envolvendo jovens da alta classe média que agridem, por diversão

ou intolerância, homossexuais, profissionais do sexo, negros, nordestinos e indígenas, entre

outros seguimentos que integram um extenso leque de minorias sociais.

Há muitos questionamentos sobre os elementos que motivam os jovens que receberam

carinho dos pais, educação escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de consumo, a

praticar ações de violência e criminalidade.

Para tentar responder este questionamento, uma coisa é certa, não podemos deixar de

levar em consideração os novos elementos que passaram a atuar no nosso processo de

socialização dos anos 80 do século passado para cá. Há pelo menos três décadas, crianças e

jovens do Brasil estão em contato diário com uma série de informações que incentivam e

banalizam a violência.

De modo geral, a violência, traduz-se na época atual por um evento cujas implicações

e desdobramentos atingem, sem distinção, todos os segmentos sociais.

Conforme relata Moser (1991), a violência é, conceitualmente, um comportamento

social, já que pressupõe uma relação que envolve pelo menos duas pessoas, como a maioria

das condutas humanas. É uma interação, na medida em que se origina e se efetiva na relação

com o outro, o que condiciona e modela nosso comportamento. Existem, pelo menos, duas

pessoas que participam dessa interação: o agressor e a vítima.

De fato, é inconcebível uma conduta violenta sem a presença do outro. Não há

violência sem vítima. Ela encontra sua origem imediata e se explica com referência à palavra

e aos atos de outrem. Mas, também não existe violência sem um contexto. Um

comportamento social não é um ato de indivíduos isolados, porém de pessoas que têm os

mesmo valores, expectativas, papéis e regras que definem as relações entre si.

Sobre a violência e a criminalidade contemporânea, vale destacar o acentuado

processo de banalização da vida humana provocado pela nossa intensa exposição a cenas

televisivas violentas. O intenso contato com este tipo de programação de TV, associado ao

irreversível processo de urbanização e desenvolvimento tecnológico que nos afasta cada vez

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mais dos relacionamentos sociais direitos, tem provocado nas pessoas, em geral, reações de

total indiferença em relação às ações violentas e criminosas alheias.

Hoje em dia, somos capazes de viver dez, quinze ou vinte anos no mesmo edifício de

apartamentos e, ainda assim, não sabermos o nome do nosso vizinho de porta. Tudo o que

sabemos sobre o mundo e as pessoas nos chega através da TV, da Rede mundial de

computadores ou do telefone. Este processo social que nos torna próximos do ponto de vista

físico e distantes do ponto de vista dos relacionamentos sociais, faz com que não esbocemos

mais nenhuma reação emocional quando nos deparamos com a violência praticada contra

pessoas que não conhecemos. Somente nos chocamos com a violência sofrida por seres

humanos que compartilham do nosso, cada vez mais restrito, rol de relacionamentos pessoais.

Destacando o mesmo problema na sociedade dos Estados Unidos da América,

recentemente um famoso cineasta, produziu dois filmes de curta duração que foram exibidos

em diversas vias públicas dos centros urbanos do seu país. O primeiro vídeo mostrava a

técnica de retirar pele de coelhos desenvolvida por uma artesã do interior de um dos estados

tradicionais dos EUA. A retirada da pele ocorria sem os coelhos serem abatidos

preliminarmente e, a população que assistia a cena, em total perplexidade, dava as costas à

tela que exibia o imaginável ritual de dor ao qual estavam sendo submetidos os animais,

recusava-se a continuar vendo as imagens. O segundo mostrava um homem negro sendo

baleado - à queima roupa - por um policial após roubar uma carteira. As pessoas que assistiam

um ser humano perdendo a vida de forma brutal não esboçavam nenhuma reação emotiva.

Alguns justificavam sua frieza afirmando que o coelho não havia roubado ninguém.

Sobre este enfoque, torna-se interessante investigar os atos de violência associados a

pessoas ou grupos sociais que não habitam o espaço social violento, mas que estão

freqüentemente expostos aos seus efeitos através dos instrumentos de mídia. Isso é apenas

uma sugestão de pesquisa criminal ainda pouco explorada no Brasil.

Inúmeras pesquisas no campo da psicologia têm mostrado, de maneira repetida, que há

correlação positiva em a assistência a filmes violentos e o comportamento agressivo e

criminoso dos pacientes. Na realidade, a carga de violência a que as crianças estão expostas

na televisão está positivamente correlacionada com certos comportamentos agressivos como

discutir, entrar em conflitos com os pais, ou, mesmo, cometer atos delituosos. (MOSER,

1991).

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Não resta dúvida que o resultado de tanta exposição aos cenários de violência e

criminalidade influencia diretamente o nosso comportamento social. A escalada da violência e

da criminalidade no Brasil se banaliza cada vez mais porque ela está ganhando contornos

culturais. Geertz (1989), por exemplo, afirma que a tentativa de compreender tanto a

organização da atividade social como a natureza de suas relações, nos impõe a difícil tarefa

científica de interpretar a cultura. Para interpretar a cultura é preciso voltar-se para o

“universo das idéias”: conjunto de experiências, crenças e sentimentos que dão ordem e

significado ao comportamento social dos seres humanos.

Não é nenhuma novidade que os heróis de nossos filhos são personagens de desenhos

animados que se relacionam de forma violenta e intolerante com seus adversários. Qualquer

pai que passa uma manhã acompanhando a programação infantil de TV que seu filho assiste

semanalmente veria porque que mesmo nunca tendo comprado uma arma de brinquedo para o

garoto, ainda sim, ele vive transformando seus brinquedos de encaixe em poderosas

metralhadoras e emitindo sons de rajadas de balas pelos corredores da casa.

Os modernos jogos de vídeo game, com suas cenas que tentam imitar uma suposta

realidade, são tão violentos que o governo brasileiro estuda a possibilidade de proibir alguns

deles: acredita-se que eles incitam a violência e o crime.

Se no passado a violência e a criminalidade estavam presentes no ambiente sócio-

cultural das populações marginalizadas pela pobreza e, por isso, não era passível de escolha;

hoje, os jogos virtuais tornaram a violência, inclusive, opcional: compra-se um DVD com

jogos violentos, e a violência – virtual – vai até você. Você pode levar a violência para casa e

oferecê-la para seus filhos, parentes e amigos.

Na verdade, a violência ganhou sentido mercadológico. Os produtores de jogos e

programas de TV violentos argumentam que, nos dias de hoje, as pessoas já aprenderam a

distinguir a fantasia do real. Contudo, o que não se pode esquecer é que as pessoas são

produtos do seu meio: seja ele real ou virtual.

De todo modo, percebe-se que muito mais que um efeito do velho comércio de drogas

alimentado pelo consumo das classes médias urbanas, a violência hoje também gera lucros

como instrumento de diversão. Ela pode ser percebida nas rinhas clandestinas de cães ou de

seres humanos que lutam para gerar diversão a um público sedento para poder acompanhar a

banalização da vida: banalização da vida que produz lucro.

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Isso é um problema para o Brasil, principalmente quando os efeitos deste novo tipo de

violência se somam aos da violência tradicional, ligada ao ambiente social da pobreza. De

acordo com dados fornecidos por Cerqueira (2005), nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo

e Belo Horizonte, o custo da violência e da criminalidade, entre os anos de 1995 e 1999,

somou mais de 70 bilhões de reais. As estimativas para os anos posteriores acresciam a este

total cerca de 5% ao ano. Daí dá para se ter uma idéia do montante de recursos destinados à

segurança publica brasileira nos últimos dez anos.

2.1.2 Um panorama geral da violência e da criminalidade

As instituições classificadas como sendo de segurança estão atravessando um período

de turbulência no Brasil. Numa análise imediata, pode-se até afirmar que a questão perpassa

pelo desinteresse dos governantes em adotar medidas para amenizar a situação. Entretanto,

esta seria a verdade parcial dos fatos e traria a falsa impressão de que o problema é de fácil

solução.

Do lado da criminalidade, as estatísticas demonstram que a taxa de homicídios, por

exemplo, praticamente triplicou em pouco mais de vinte anos. E, esse quadro é ainda mais

assustador se forem observados outros detalhes estatísticos. Nos últimos 25 anos ocorreram

794 mil assassinatos no Brasil. Nesse período, houve um crescimento médio anual de 5,6% do

número de homicídios, o que posicionou o país entre os mais violentos do planeta, com uma

taxa de 28 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Segundo afirma Soares (1996), na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, apenas 8%

dos homicídios cometidos chegam a se transformar em processos devidamente instruídos e

encaminhados ao Judiciário, de maneira que uma média de 82% desses crimes fica

absolutamente impune.

Conforme informações da Revista SUPER INTERESSANTE de março de 2008, o

Brasil tinha naquele ano mais de 400 mil presos. Oliveira (2002) afirma que entre 1995 e

2001, o percentual de presos para cada cem mil habitantes passou de 95,5 para 141,5. Para

abrigar esta verdadeira nação paralela, o país soma algo em torno de 300 mil vagas nas

prisões. Entre 1995 e 2007, esta quantidade praticamente quadruplicou. Atualmente, o déficit

de vagas nos presídios brasileiros é de quase 40%.

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O uso excessivo da força por parte da polícia é outro indicativo marcante da

insegurança que assola o país: a sociedade teme a polícia. Pelos relatos de Cerqueira (2005),

somente no Estado do Rio de Janeiro, entre 2002 e 2004, as polícias mataram em média 1.023

civis por ano. É válido destacar que essas mortes representam apenas as incidências

registradas oficialmente. Segundo o mesmo autor, apenas para indicar a magnitude do

problema, todas as forças policiais dos Estados Unidos da América mataram, nesse mesmo

período, 363 civis por ano. Comparativamente, as polícias - civil e militar - do Rio de Janeiro

matam quase três vezes mais do que todas as polícias dos EUA juntas.

Nos últimos anos, a ineficácia das ações públicas para conter a violência e a

criminalidade no Brasil tem provocado um sentimento de profunda instabilidade e de

insegurança na sociedade. Contemporaneamente, parece ser oportuno tratar dos temas

relacionados à violência, uma vez que ela se constitui na faceta mais perceptível da

insegurança que preocupa autoridades políticas, policiais e sociedade.

Segundo Peralva (2000), nos anos 80, à medida que a transição democrática ocorreu

sob a forma de uma ruptura progressiva com a experiência autoritária, importantes demandas

relativas à reconstrução das instituições responsáveis pela segurança pública foram deixadas

de lado. Sem realmente poder contar com instituições novas em terreno sensível, e já não mais

dispondo dos mecanismos de regulação característicos do período autoritário, a democracia

terminou abrindo amplas possibilidades para que a violência e a criminalidade se

desenvolvessem.

A não reformulação da polícia, particularmente a militar, no que tange o sentimento

social de segurança, trouxe conseqüências irreparáveis à sociedade. Conforme descreve

Goldstein (2003), o vigor da democracia e da qualidade de vida desejada por seus cidadãos

estão determinados em larga escala pela habilidade da polícia cumprir suas obrigações.

Além disso, é preciso levar em conta que o desafio que se impõe ao Estado é o de

garantir o respeito a uma lei que precisa ser reconhecida como comum, pois a ausência de

democracia havia levado os brasileiros a acreditarem que a lei era uma máscara para a

opressão, e que sua transgressão constituía um princípio de liberdade.

2.1.3 Violência, criminalidade e segurança pública

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O tema central desta monografia é a questão da segurança pública, mais

especificamente as políticas de segurança pública no Brasil no período posterior à

Constituição de 1988. No entanto, para uma compreensão exata dos conceitos que permeiam

essa discussão e para evitar desvios interpretativos infortúnios ou apropriações terminológicas

indevidas, é necessário tecer algumas considerações que demonstrem com clareza qual o

entendimento que este trabalho monográfico tem de democracia, cidadania, segurança,

política pública, crime e criminalidade, violência e polícia.

Deste modo, será feita uma análise do sentido etimológico de cada um destes termos,

bem como da sua interpretação e da conotação que podem assumir no contexto sócio-cultural

do imaginário brasileiro. A técnica dialética de análise e produção textual parece, em

princípio, ser a mais apropriada para cumprir este propósito.

Em consonância com seu processo de desenvolvimento econômico e social, a

democratização no Brasil também ocorreu tardiamente. Pode-se afirmar que ela ainda está em

curso, como ocorre com a grande maioria dos países latino-americanos e de capitalismo

tardio. Prova disso são as diversas irregularidades institucionais verificadas rotineiramente e

que acabam se tornando escândalos nacionais. As instituições no país carecem de um

amadurecimento e de uma melhor definição de papéis em todos os níveis.

A Constituição Federal, em vigor desde 1988, foi uma conquista inestimável para a

construção da identidade nacional, no entanto, passados pouco mais de vinte anos da data de

sua promulgação, ainda há crises em alguns setores da administração pública. A dificuldade

de definir funções e atribuir responsabilidades é fruto de uma herança histórica autoritária que

o Brasil ainda não conseguiu se desvencilhar.

O período do regime autoritário serviu em muitos aspectos como um vetor desta

indefinição. Enquanto diversas instituições foram se democratizando e conseguiram ocupar

espaço na sociedade, com uma regulamentação legal condizente com a função social por elas

desempenhada, as organizações de segurança pública deixaram de receber a atenção

adequada. Neste sentido, vale destacar as organizações policiais militares, que, durante o

regime ditatorial, funcionavam como instrumentos de fiscalização e de controle da sociedade,

servindo especialmente como força auxiliar do Exército no combate às “ameaças” internas e

na preservação da ordem e da paz.

O cenário nacional neste período foi de rígido cerceamento das liberdades individuais

e as polícias militares foram os principais órgãos estatais de repressão. Com a derrocada do

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regime e a emergência dos princípios democráticos, a nova ordem constitucional do país

definiu as entidades públicas incumbidas de assegurar o exercício dos direitos sociais.

Contudo, as polícias militares e os corpos de bombeiros permaneceram como forças auxiliares

e de reserva do Exército (Art. 144, § 6º, da Constituição Federal).

Na área social este problema produziu inúmeros sofismas que se manifestam em

políticas sociais discriminatórias, marginalizantes e ineficazes. Beato Filho (1999) afirma que

“a proposição de políticas públicas de segurança, no Brasil, consiste num movimento

pendular, oscilando entre a reforma social e a dissuasão individual”. Questões como as

causas da violência e da criminalidade assumem, nesse contexto, proporções decisivas para a

escolha da política a ser adotada no campo da segurança.

Os preceitos fundamentais da democracia foram difundidos em todo o planeta com

força e com velocidade extraordinárias. Em que pese se tratar de um conceito que atravessou

séculos e se consagrou na prática e na doutrina política em todo o mundo moderno, há quem

acredite que jamais se praticou um governo democrático, tal como a teoria ensina

(OLIVEIRA, 2002).

Contudo, convém salientar que “poucos termos se fizeram acompanhar de tantas

qualificações e se prestaram a tantas diferenciações como democracia” (CERQUEIRA, 2005).

O termo democracia remete à soberania popular e à distribuição eqüitativa do poder

(GOLDSTEIN, 2003), onde o núcleo do pensamento democrático está no bem comum e no

aperfeiçoamento do indivíduo enquanto cidadão (MOSSÈ, 1979).

Governo democrático é aquele exercido por todos os habitantes de uma determinada

localidade, que, por sua vez, possuem liberdade de demandar ações do governo e igualdade de

influência na tomada de decisão, independente de qualquer distinção. Trata-se, nesse caso, da

democracia direta, tal qual o paradigma grego, descrito pela primeira vez por TUCÍDIDES,

no qual o pressuposto é que a participação efetiva de todos os cidadãos é perfeitamente

realizável, uma vez que todos possuem consciência das reais necessidades da coletividade e se

dispõem a preservar os interesses coletivos em detrimento das demandas particulares.

O problema da aplicabilidade da democracia direta se refere basicamente à questão da

dimensão territorial e do número de pessoas, em outras palavras, ao tamanho das sociedades

contemporâneas. A inviabilidade de um projeto democrático é exatamente a inviabilidade da

conscientização política de toda a população e a latente desigualdade social e econômica

atual.

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Sendo assim, o conceito de democracia progrediu para ser compreendido como uma

forma de governo em que o povo delega poderes a representantes eleitos através do voto. Esta

seria a democracia representativa praticada em quase todos os países e que, na prática,

significa uma distribuição desigual do poder de decisão, resultando em clientelismo estatal,

recrudescimento político e agravamento significativo das desigualdades sociais.

Por conta destes fatores, o debate recente está marcado por elementos que procuram

definir uma democracia procedimental avançando para um modelo de democracia deliberativa

que postula um retorno ao núcleo dogmático grego, adaptado, porém ao contexto moderno,

marcado por profundas desigualdades e populações muito numerosas.

Neste sentido, o conceito de democracia pressupõe uma deliberação pública entre

pessoas formal e substancialmente iguais que objetivam como resultado das suas decisões

recíprocas o bem comum. Seria a criação de um ciclo político através do qual o bem coletivo

se estabeleceria como resultado da discussão pública entre pessoas iguais que têm por

finalidade medidas que solucionem os problemas que são comuns a todos.

Este modelo de democracia deliberativa servirá de referência para tratarmos adiante de

algumas alternativas de ações que podem ser desenvolvidas no campo da segurança pública,

redefinindo o papel do Estado e das polícias na preservação da ordem, da paz e na promoção

de justiça.

O exercício da cidadania estará condicionado, dessa maneira, às condições objetivas

de participação no debate público, não só no que tange às questões de segurança, mas em

todos os aspectos da sociedade.

Cidadania, nessa perspectiva, não se resumiria ao ato de votar, abrangendo também a

capacidade e a habilidade que cada componente da sociedade possui de participar no processo

de construção dos ideais a serem alcançados pela Nação e, sobretudo, na formulação dos

métodos, programas, políticas, projetos e ações que serão empregadas na busca dos ideais

estabelecidos.

O acesso aos serviços oferecidos pelo Estado, dentro dessa concepção, seria o

principal indício do nível de participação no processo democrático e, portanto, a ferramenta

para a postulação das políticas de gestão.

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As políticas públicas se resumiriam na sistematização de um plano de ação estatal, no

sentido de satisfazer as necessidades emergentes da sociedade, construído com a participação

popular, obedecendo aos princípios da democracia deliberativa e da cidadania ampliada.

Como se pode notar, a qualificação de um conceito acaba desencadeando uma

avalanche de idéias que vão se complementando até formarem um arcabouço teórico, no qual

as características intrínsecas ao modelo proposto tomam forma e expõem com clareza o ideal

definitivo a ser alcançado.

No caso de segurança, para compreender exatamente o que se busca aqui ao empregar

esta palavra, talvez seja interessante considerar o que seja insegurança. Para Goldstein (2003),

o significado de insegurança diz respeito ao conjunto de acontecimentos, dentro de uma

determinada sociedade que ocasiona um comportamento social entranhado de medo, de

ausência de paz e de ordem, e, sobretudo, de desespero em relação ao Estado e suas entidades

responsáveis pela segurança.

Diante disso, fica evidente que a segurança está diretamente relacionada a não

ocorrência de crimes, violências ou desordens. No sentido etimológico, o termo designa a

condição de estar seguro, a convicção ou a certeza da segurança (OLIVEIRA, 2002).

Assim, o controle, a prevenção e a repressão do crime e da violência tornam-se os

principais objetos da atividade policial, pois, entre todas as instituições do Estado, é a polícia

quem tem por primeira finalidade estabelecer e manter a segurança pública.

Conforme define Meireles (2007), “polícia é a instituição ou atividade estatal de

proteção social, desenvolvida através de estruturas de poder e de força, garantidora da ordem

social”.

Como se pode notar, o papel da polícia na sociedade vai além daquele preconizado

popularmente. Não há apenas uma polícia que deve prender ou correr atrás do bandido, como

se cristalizou no entendimento das pessoas. Este aspecto se restringe apenas à polícia criminal

que representa o Estado no amplo esforço social que objetiva prevenir e reprimir as infrações

penais com ênfase para os crimes.

Na verdade, existe um ciclo completo que incorpora as polícias administrativas

(sanitária, de meio-ambiente, fazendária, de trânsito, etc.), judiciárias (civil ou federal), de

força (militar), de desastres (Corpo de Bombeiros) e prisionais.

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Uma vez tendo em mente a amplitude da atividade policial, convém salientar o que se

entende por crime, criminalidade e violência. Crime é a infração da lei penal, ou o desvio do

padrão de conduta estipulado pela legislação e esperado por todos os cidadãos.

Criminalidade é o conjunto de crimes cometidos em determinado local, num dado

período de tempo. Deste modo, o crime estaria intimamente ligado à questão psicossocial do

criminoso: à sua índole individual; e às condições objetivas de materialidade, como a

ausência de policiamento ou precariedade de iluminação. Já a criminalidade seria a

mensuração dos delitos ocorridos.

CERQUEIRA (2005) afirma que a sociologia da criminalidade pode conceber duas

grandes perspectivas teóricas básicas: 1) as Teorias Culturalistas que concebem o crime e a

criminalidade como produto do sistema social e, portanto, como uma disfunção social; 2) as

Teorias Racionalistas que vêem o crime como uma atividade rotineira e normal, necessária e

produzida pela própria sociedade.

Para a visão culturalista, o Estado deve procurar promover o crescimento econômico, a

geração de emprego e a distribuição de renda, combatendo a pobreza e a desigualdade:

concebidas as causas sociais do crime. O problema desse enfoque é que diversos estudos têm

mostrado que redução de desemprego, crescimento econômico e aumento da escolaridade, por

si só, não têm efeito redutor sobre as taxas de criminalidade nas grandes cidades (BECKER,

1977; SAPORI e WANDERLEY, 2001).

Sobre o conceito de violência, destaca-se o substantivo contrário à justiça e ao direito

que trás consigo o emprego da força física de maneira impetuosa, veemente e tumultuosa.

Oliveira (2002) salienta que a violência é uma ação tipicamente humana e, como tal,

carregada de racionalidade. Ainda que o ato violento seja intrínseco à agressividade,

comparável ao instinto animal, o que diferencia o ser violento do agressivo é a existência do

desejo de se cometer o ato de força ilegal.

2.1.4 O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – PRONASCI

Desde maio de 2007, está em vigor o Programa Nacional de Segurança Pública com

Cidadania (PRONASCI). Decorridos dois anos desde a aprovação deste programa de

segurança pela presidência da república, diversas alianças foram firmadas entre órgãos do

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poder público, estabelecendo responsabilidades e metas integradas na esfera federal e

estadual.

Para implantar o PRONASCI o governo brasileiro está prevendo um gasto de quase

sete bilhões de reais até 2012. Entre os principais eixos do programa destacam-se a

valorização dos profissionais de segurança pública, a reestruturação do sistema penitenciário,

o combate à corrupção policial e o envolvimento da comunidade na prevenção da violência.

Os projetos que compõem o PRONASCI estão dispostos dentro de metas setoriais, das

quais a modernização das instituições de segurança pública e do sistema prisional é a primeira

delas.

Além de intensificar as ações da Força Nacional de Segurança Pública e tentar

prorrogar a Campanha Nacional de Desarmamento, o PRONASCI, através da Rede Nacional

de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP), também instituirá cursos de tecnólogo,

de especialização e de mestrado em segurança pública em todo país.

A criação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI) é

uma importante iniciativa governamental que poderá render bons frutos no futuro se seu

principal objetivo, unir o Estado e a Sociedade nas ações de prevenção e repressão à violência

e à criminalidade, for alcançado.

Neste sentido, tão importante quanto sérias iniciativas de governo direcionadas à

qualificação de profissionais, à aprovação e destinação de recursos e ao desenvolvimento de

projetos voltados para a segurança pública e para a proteção e inclusão de atores vulneráveis à

violência e ao crime, é o engajamento participativo de amplos segmentos organizados da

sociedade e instituições, inclusive universitárias, capazes de contribuir com este processo que

interessa a todos nós.

O objetivo central do PRONASCI de envolver a comunidade na prevenção da

violência torna muito importante as iniciativas da sociedade para conter a criminalidade.

Deste modo, a proposta universitária de realizar uma pesquisa quantitativa para auxiliar as

autoridades policiais no combate aos furtos e roubos de veículos em Tijucas (SC) acaba sendo

uma importante iniciativa da sociedade civil que se molda aos objetivos de segurança pública

propostos pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania.

2.1.5 Roubo e furto de veículos no Brasil

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O furto e roubo de veículos no Brasil vem aumentado a cada ano, e cada unidade

federativa brasileira vem aprimorando estratégias para a diminuição desse quadro, porém é

alarmante a situação.

Conforme o delegado de furto e roubo de veículos do Rio Grande do Sul Eduardo de

Oliveira, em entrevista a revista Quatro Rodas, a busca por novas tecnologias para aumentar a

segurança dos veículos e a evolução dos aparatos antifurtos, como chaves codificadas,

alarmes sofisticados e bloqueadores, fizeram que os furtos diminuíssem, porém provocaram

um crescimento do número de roubos, colaborando para o aumento da violência nas cidades.

Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública, de cada dez ocorrências

registradas em 2005, quatro eram de roubo e seis de furto. Mas, Oliveira explica que a

tendência é que o número de roubos a mão armada logo ultrapasse o de furtos.

De acordo com o nosso Código Penal em vigência, no seu art. 155, furto é uma figura

de crime que consiste em “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”. Difere-se de

Roubo por ser praticado sem emprego de violência contra a pessoa ou grave ameaça. O roubo

tem sua previsão legal no art. 157 do mesmo código, sendo definido como “Subtrair coisa

móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois

de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”.

De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), no mês de abril

de 2010 tínhamos no país uma frota total de 61.014.812 veículos automotores. Um estudo

feito pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSeg) calcula que

191.347 desses veículos foram furtados ou roubados no país.

Relatórios da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais com base em

informações do DENATRAN, apresentam São Paulo como o Estado onde mais carros e

motos são roubados e furtados. Entre janeiro e junho deste ano ocorreu quase a metade

(93.347) de furtos e roubos do país nesta unidade federativa. A estatística de veículos

roubados ou furtados por unidade federativa, em quantidades, demonstra que temos em

segundo lugar o estado do Rio de Janeiro, em terceiro o Rio Grande do Sul, em quarto o

Paraná, em quinto lugar Minas Gerais e em sexto Santa Catarina.

A criminalidade no Brasil impressiona, pois ela domina um comércio irregular e de

preferências. Percebe-se isto ao constatar o perfil dos dez modelos de veículos mais roubados

ou furtados no país. Segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, com

base em informações do DENATRAN, o Gol da Volkswagen lidera a lista dos veículos mais

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roubados ou furtados no Brasil, pois é um carro com a maior frota individual no Brasil, são

5,1 milhões unidades, ou seja, aproximadamente 15% da frota do país. Na seqüência vem a

moto Honda CG 125, que tem uma frota estimada em 3,5 milhões, bem menos do que a do

Gol. O ranking segue em terceiro lugar com o Fiat Uno, depois vem em ordem de preferência

para o delito o Fiat Palio, a Honda CG 150, o GM Corsa, o GM Celta, a Honda CBX, VW

Fusca e VW Parati. De modo geral, temos a impressão de que as motos são mais roubadas do

que os carros, mas não é verdade quando observamos o percentual representativo da frota de

cada veículo em circulação no Brasil. Os ladrões acompanham o mercado de procuras de

peças, e daí a lógica que os carros mais vendidos no país são os mais visados para o furto ou

roubo. Pois, conseguem vender as peças facilmente, sendo um negócio lucrativo.

2.1.6 Roubo e furto de veículos em Santa Catarina

O crescente do fenômeno da violência no Brasil torna a vida cotidiana mais

assustadora e cara. No estado de Santa Catarina, que no ranking de furto ou roubo de veículos

encontra-se em sexto lugar, não é diferente, pois a sensação é de total insegurança.

De acordo com Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN/SC), Santa Catarina

conta atualmente com uma frota de 3.313.191 veículos. No mês de fevereiro de 2010 foram

registrados 998 furtos de veículos na nossa unidade federativa, segundo o mais recente

levantamento divulgado pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de

Capitalização (FENASEG). A cidade de Joinville registrou a maior incidência com 157

casos, seguida de Florianópolis, com 93 e São José, com 79 casos.

Os veículos preferidos dos ladrões em Santa Catarina são as motos Honda CG 125. No

total, 154 delas foram furtadas em fevereiro, 15,43% do total. Em seguida aparecem o Gol da

Volkswagen, com 97 unidades furtadas e o Fiat Uno, com 58. A lista dos dez veículos mais

roubados abrange ainda a moto Honda CG 150, com 35 casos, Honda CBX com 34, Fiat Palio

com 29, Honda C 100 com 26, GM Corsa com 24, Honda Biz com 19 e o GM Celta com 17

casos.

De acordo com o Sindicato das Seguradoras, Previdências e Capitalização do estado

de Santa Catarina (SINDSEGSC), uma comparação com dados de fevereiro de 2009 mostra

que os furtos de veículos cresceram 11,26% no último ano. Santa Catarina ocupa a sexta

posição entre as unidades federativas brasileiras que registraram os maiores índices de

crescimento. Em fevereiro de 2009 foram registrados 897 furtos em Santa Catarina.

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35

Duas cidades apresentam grandes oscilações na comparação entre os meses de

fevereiro de 2009 a fevereiro de 2010. Florianópolis apresentou o maior crescimento nos

furtos, passando de 34 (trinta e quatro) para 93 (noventa e três). Já Balneário Camboriú viu o

número de registros “despencar” de 80 (oitenta) casos para apenas 25 (vinte e cinco).

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3 ASPECTOS GERAIS DO PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE

VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC

3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE

TIJUCAS/SC

Localizado a 50 quilômetros ao norte de Florianópolis, o município de Tijucas situa-se

no litoral de Santa Catarina, às margens do rio que recebe o mesmo nome e do principal eixo

rodoviário do país na região sul, a BR-101. Contêm uma área demográfica de 277,90 km². O

município conta hoje com uma estimativa populacional de 29.674 habitantes, segundo

informações do Portal oficial da Prefeitura Municipal.

Serve de entrada para a região denominada de Vale do Rio Tijucas, a qual incorpora os

municípios de Canelinha, São João Batista e Nova Trento (cidade onde fica o santuário de

Santa Paulina).

O município é composto por dezesseis bairros. Na zona urbana do município se

encontram os bairros: Centro, Areias, Joaia, Pernambuco, Praça, Santa Luzia, Sul do Rio,

Universitário e XV de Novembro. A zona rural é composta por Campo Novo, Itinga,

Morretes, Nova Descoberta, Oliveira, Terra Nova e Timbé.

3.1.1 O perfil dos delitos envolvendo veículos de Tijucas/SC no período 2005-2010

Segundo as estatísticas que envolvem furtos de veículos no mês de fevereiro de 2010,

esses são os dez municípios catarinenses com maiores incidências: Joinville (497.331

habitantes), com 157 casos; Florianópolis (408.161), 93; São José (201.746), 79; Chapecó

(174.187), 54; Itajaí (172.081), 40; Blumenau (299.416), 36; Criciúma (188.557), 35; Lages

(167.805), 26; Balneário Camboriú (102.081), 25 e Penha (22.263), 22. Mesmo não figurando

- por motivo de características populacionais (menor quantidade de habitantes e veículos) -

entre os dez municípios com as maiores incidências de furtos de veículos em Santa Catarina,

tendo registrado apenas quatro casos neste mesmo período, Tijucas se mantém na média de

furtos de veículos por habitante apresentada pelos municípios que lideram as estatísticas

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37

estaduais: 0,02 furtos de veículos por habitantes. Neste caso, a exceção é o município de

Penha, no qual entre outras atrações turísticas está sediado o parque temático “Beto Carreiro”,

com índice de 0,10 furtos de veículos por habitante no mês de fevereiro de 2010.

Conforme informações do Departamento Nacional de Trânsito de Santa Catarina

(DETRAN), o município de Tijucas contava até julho deste ano (2010) com uma frota de

18.371 veículos. Este número corresponde a 0,56% da frota estadual no mesmo período:

3.313.191. Na última década houve um crescimento acentuado de veículos em Tijucas. Em

2003 a frota local era de 9.893. De lá para cá houve um aumento de 92,84% na frota de

veículos registrados no município. Isso significa que hoje há em média 1,62 veículos para

cada habitante de Tijucas.

O perfil da frota de Tijucas é formado por 9.071 automóveis, 1.431 camionetas, 1.166

caminhões, 2.352 motonetas, 3.551 motocicletas, 636 reboques, 85 ônibus, 51 utilitários, 28

outros. Nos últimos três anos correram em média 76 delitos envolvendo furto ou roubo de

veículos registrados em Tijucas, o que significa que na média, 0,41% da frota total de

veículos foi furtada ou roubada no município nos últimos três anos. Se levarmos em

consideração apenas o perfil dos veículos furtados ou roubados em Tijucas (automóveis,

camioneta, caminhões, motocicletas e motonetas), esse percentual sobre para 0,43%.

Conforme os dados pesquisados nos Boletins de Ocorrência preenchidos entre os anos

de 2005 a julho de 2010 na Delegacia de Polícia Civil da Comarca de Tijucas, podemos

perceber que houve um aumento progressivo de furtos e roubos de veículos até 2007, a partir

de então, estabeleceu-se uma média de 76 delitos nos anos seguintes, conforme pode ser

visualizado nos gráficos apresentados abaixo.

0 25 50 75

2005

2006

2007

2008

2009

2010

30

53

77

73

79

41

0% 5% 10% 15% 20%

2005

2006

2007

2008

2009

2010

8%

15%

22%

21%

22%

12%

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38

50 100 150 200 250

Furt o

Roubo

288

65

Esta pesquisa que investiga os anos entre 2005 e 2010 revelou que neste período

ocorreram 353 delitos, sendo 288 furtos (81,6%) e 65 roubos (18,4%).

Ano do Delito Total

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Delito Furto 22 42 61 65 61 37 288

Roubo 8 11 16 8 18 4 65

Total 30 53 77 73 79 41 353

Dos trinta delitos ocorridos no município de Tijucas em 2005, foram 22 furtos (73%)

e 8 roubos (27%); dos 53 de 2006, 42 furtos (79%) e 11 roubos (21%); dos 77 de 2007,

tivemos 61 casos de furtos (79%) e 16 de roubos (21%); dos 73 de 2008, aconteceram 65

furtos (89%) e 8 roubos (11%); dos 79 de 2009, registrou-se 61 furtos (77%) e 18 roubos

(23%) e, dos 41 casos até julho de 2010, 37 foram furtos (90%) e 4 roubos (10%). Na média,

é possível perceber que os furtos correspondem 78% dos delitos anuais, enquanto os roubos

representam 22%. A exceção é o ano de 2008, que apesar de registrar um percentual de

delitos semelhante à média dos últimos três anos (2007, 2008 e 2009), os furtos

ultrapassaram, e muito, o percentual médio anual dos últimos cinco anos, enquanto que os

roubos caíram significativamente. O mesmo fenômeno está ocorrendo em 2010, pelo menos

até o mês de julho, a tendência de furtos e roubos demonstra semelhanças com o ano de 2008.

Estes dados demonstram que apesar do avanço de tecnologias criadas para conter os

arrombamentos, inibir os ladrões e, conseqüentemente, o furto de veículos nos últimos anos,

esta modalidade de delito ainda continua sendo a mais praticada no município de Tijucas.

Aparentemente, a realidade local se distingue do que ocorre no cenário nacional, no qual os

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39

roubos, dado à eficácia dos equipamentos de segurança contra furtos, passaram a apresentar

índices sempre crescentes em detrimento da diminuição dos furtos, conforme demonstra o

depoimento do delegado do departamento contra furto e roubo de veículos do Rio Grande do

Sul, Eduardo de Oliveira, já apresentado no primeiro capítulo desta monografia.

3.1.2 Os veículos com maior índice de delitos em Tijucas entre 2005-2010

Os dados de nossa pesquisa apontam que entre 2005 e 2010 foram furtados e roubados

162 automóveis (46%), 91 motocicletas (26%), 45 motonetas (13%), 37 camionetas (10%) e

18 caminhões (5%). Na distribuição por ano, dos 30 casos de 2005, foram 16 automóveis, 9

motocicletas, 4 camionetas, 1 caminhão e nenhuma motoneta; dos 53 de 2006, 34 automóveis,

13 motocicletas, 3 camionetas, 3 motonetas e nenhum caminhão; dos 77 delitos de 2007, são

29 automóveis, 16 motocicletas, 13 camionetas, 11 motonetas e 8 caminhões; dos 73 casos de

2008, foram 29 automóveis, 23 motocicletas, 14 motonetas, 6 camionetas e 1 caminhão; dos

79 de 2009, 35 automóveis, 19 motocicletas, 12 motonetas, 8 caminhões e 5 camionetas; dos

41 casos dos sete primeiros meses de 2010, já são 19 automóveis, 11 motocicletas, 6

camionetas, 5 motonetas e nenhum caminhão.

0 50 100 150

Aut omóv el

Mot ociclet a

Cam inhão

Cam ioneta

Mot oneta

162

91

18

37

45

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Nesta estatística alguns elementos chamam atenção: o primeiro diz respeito ao –

significativo - aumento de delitos envolvendo motonetas, produto praticamente inexistente

em 2005, a BIZ 100 e suas concorrentes menos populares tornaram-se, a partir de 2006, alvo

bastante visado pelos ladrões; também chama atenção o fato de não existir uma regularidade

anual nos delitos envolvendo caminhões, nos anos de 2005, 2006, 2008 e 2010 o número de

delitos é significativamente baixo, ao contrário do que ocorreu nos anos de 2007 e 2009.

Ainda no caso dos caminhões, de acordo com informações da Comissão (Nacional)

Permanente de Segurança (contra roubo de cargas), 10,49% dos roubos de caminhões para

comercializar ilegalmente a sua carga ocorrem na região Sul do Brasil. Embora os roubos de

caminhões (67%) superem os furtos (33%) no município de Tijucas, o objetivo do roubo ou

furto não visa carga como ocorre no cenário das estradas nacionais, de modo geral, são

caminhões de pequeno porte e descarregados.

Tipo de Veículo Total

Automóvel Motocicleta Caminhão Camioneta Motoneta

Ano do Delito

2005 16 9 1 4 0 30

2006 34 13 0 3 3 53

2007 29 16 8 13 11 77

2008 29 23 1 6 14 73

2009 35 19 8 5 12 79

2010 19 11 0 6 5 41

Total 162 91 18 37 45 353

No Brasil, segundo informações da Confederação Nacional das Empresas de Seguros

Gerais (CNSeg) referentes ao primeiro semestre de 2010, o VW Gol é o veículo mais furtado e

roubado no Brasil. Na lista dos dez veículos mais roubados e furtados figuram sete carros e

três motos. Entre as motocicletas a Honda CG 125 lidera a relação das mais roubadas e

furtadas. No estado de Santa Catarina a Honda CG 125 lidera o ranking geral dos veículos

mais visados pelos ladrões.

Seguindo mais ou menos a ordem de preferência de veículos furtados e roubados no

Brasil e no estado de Santa Catarina, no município de Tijucas constata-se que a Honda CG

125 também aparece em primeiro lugar na lista dos 25 veículos mais furtados e roubados,

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representando 39 casos (11%); em segundo lugar está a motoneta da Honda C100 BIZ, com

32 casos (9,0%); na terceira colocação vem o automóvel VW Gol, 27 casos (7,6%); depois

aparece na seqüência ordinal o FIAT Uno, com 22 casos (6,2%); Honda CG 150, com 15

casos (4,2%); Honda BIZ 125, com 13 casos (3,7%); GM Corsa, com 13 casos (3,7%); FIAT

Palio, com 8 casos (2,3%); VW Golf, com 8 casos (2,3%); VW Fusca, com 7 casos (2,0%);

Honda CBX 250 Twister, também com 7 casos (2,0%); GM Celta, com 6 casos (1,7%);

Honda XR 250 Tornado, com 6 casos (1,7%); AUDI A3, com 5 casos (1,4%); FORD Fiesta,

com 5 casos (1,4%); VW Parati, com 5 casos (1,4%); GM Vectra, com 5 casos (1,4%); GM

Chevette, com 5 casos (1,4%); GM Monza, com 5 casos (1,4%); FORD Ranger, com 5 casos

(1,4%); FIAT Fiorino, com 5 casos (1,4%); GM Kadett, com 4 casos (1,1%); GM S10, 4 casos

(1,1%); GM Blaizer, com 4 casos (1,1%); FORD Cargo, 4 casos (1,1%) dos casos registrados.

A semelhança no perfil dos veículos furtados e roubados em Tijucas e no Brasil revela

que os delitos acompanham o ranking de vendas de veículos em nosso país. Entre os dez

veículos mais furtados e roubados em Tijucas estão duas motocicletas, CG 125 e CG 150, e

duas motonetas, C100 BIZ e BIZ 125, todas pertencentes à marca Honda. Segundo o site

Auto Esporte, a CG 150 foi a mais vendida até julho deste ano, seguida pela CG 125 e pela

BIZ 125.

Isso demonstra que a marca Honda é a mais vendida no mercado de motocicletas e

motonetas e, por este motivo, constitui a maior frota destes dois tipos de veículos em

circulação em nosso país, fato que torna os veículos Honda os mais furtados e roubados em

função da alta procura de peças da marca no mercado clandestino.

O mesmo fenômeno também ocorre com os automóveis. O automóvel mais vendido

até julho de 2010, segundo o site Auto Esporte, foi o Volkswagen Gol. Na seqüência aparece

o FIAT Uno e GM Corsa, todos considerados carros populares, criados para beneficiar

pessoas de baixa renda. Confirmando a lógica de que os delitos acompanham o mercado de

vendas de veículos, estes são os três automóveis mais furtados e roubados em Tijucas no

período pesquisado.

Entre os automóveis mais caros ou luxuosos, o VW Golf é o mais furtado ou roubado

em Tijucas, depois aparece o AUDI A3 e GM Vectra. Na categoria dos caros fora de linha e

mais antigos, VW Fusca lidera a lista, seguido pelo GM Chevette e pelo GM Monza.

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Dos 353 casos pesquisados, 103 veículos tinham dez ou mais anos de uso (29%); 57

eram veículos com um ou menos de um ano de uso (16%); 33 possuíam mais de dois e menos

de três anos (9%); 29 com mais de três e menos de quatro anos de uso (8%); 28 tinham mais

de um ano e menos de dois (8%); 23 com mais de quatro anos e menos de cinco anos (7%);

23 casos com mais de cinco anos e menos de seis anos de uso (7%); 18 possuíam mais de sete

anos e menos de oito (5%); 14 casos tinham mais de oito anos e menos de nove anos (4%); 14

com mais de nove e menos de dez anos (4%) e 11 casos com mais de seis anos e menos de

sete anos de uso (3%).

Estes dados demonstram que os veículos mais furtados e roubados em Tijucas

possuem mais de dez anos de uso (29%). Os veículos antigos acabam sendo destinados a

desmanches e suas peças alimentam o mercado clandestino de carros usados. Também chama

a atenção o elevado percentual de veículos com um ano de uso no máximo (16%). Estes

veículos, de modo geral, não se destinam ao mercado de desmanche para utilização de suas

peças, em regra, continuam em circulação após sofrerem alteração em sua estrutura de

identificação e documentos: a chamada clonagem. Ainda vale destacar que há uma seqüência

Freqüência Por cento Valido por

cento Porcentagem

cumulativa

HONDA CG 125 39 11,0 11,0 70,5

HONDA C100 Biz 32 9,0 9,1 84,4

VW Gol 27 7,6 7,6 7,6

FIAT Uno 22 6,2 6,2 13,9

HONDA CG 150 15 4,2 4,2 75,4

HONDA Biz 125 13 3,7 3,7 92,6

GM Corsa 13 3,7 3,7 99,7

FIAT Palio 8 2,3 2,3 16,1

VW Golf 8 2,3 2,3 23,5

VW Fusca 7 2,0 2,0 28,3

HONDA CBX 250 Twister

7 2,0 2,0 89,0

GM Celta 6 1,7 1,7 39,1

HONDA XR 250 Tornado

6 1,7 1,7 86,1

AUDI A3 5 1,4 1,4 18,1

FORD Fiesta 5 1,4 1,4 20,1

VW Parati 5 1,4 1,4 24,9

GM Vectra 5 1,4 1,4 26,3

GM Chevette 5 1,4 1,4 36,3

GM Monza 5 1,4 1,4 42,8

FORD Ranger 5 1,4 1,4 49,6

FIAT FIORINO 5 1,4 1,4 54,4

GM Kadett 4 1,1 1,1 37,4

GM S10 4 1,1 1,1 47,6

GM Blaizer 4 1,1 1,1 51,6

FORD Cargo 4 1,1 1,1 55,8

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quase perfeita na relação tempo de uso e delito: os veículos mais novos são

progressivamente os preferidos dos ladrões. Quanto mais novo o veículo, maior seu

percentual de furto e roubo.

Tipo de Veículo Total

Automóvel Motocicleta Caminhão Camioneta Motoneta

Delito Furto 127 84 6 28 43 288

Roubo 35 7 12 9 2 65

Total 162 91 18 37 45 353

Quando o objetivo é verificar a relação existente entre o tipo de delito e o tipo de

veículo, constata-se que com exceção dos caminhões, predomina o furto. Dos 162 delitos

envolvendo automóveis, houve 127 (78%) furtos e 35 (22%) roubos; entre os 91 casos

envolvendo motocicletas, foram 84 (92%) e apenas 7 (8%) furtos; das 45 motonetas, 43

(96%) foram furtadas e 2 (4%) roubadas; das 37 camionetas, 28 (76%) foram furtadas e 9

(24%) roubadas; sobre os 18 caminhões, 6 (33%) foram furtados e 12 (67%) roubados.

Estas informações revelam que existe associação direta entre o porte e o valor

econômico do veículo e a modalidade de delito que o vitimou. Entre os caminhões predomina

o roubo, depois merece destaque o percentual de roubos envolvendo camionetas. Entre as

motonetas e motocicletas o percentual de roubos é pouco expressivo, destacando-se

majoritariamente o furto.

3.1.3 Os dias da semana e os horários com maior índice de delitos envolvendo veículos

em Tijucas

Segundo a Inteligência em Gestão Logística (INTELOG), empresa recuperadora de

sinistro, o dia da semana em que ocorre a maioria dos furtos e roubos de veículos em Santa

Catarina é a sexta-feira, e o horário mais visado é o depois das 18 horas.

Em Tijucas, o sábado é o dia da semana com maior incidência de delitos, 81 casos

(23%); em seguida vem o domingo com 61 delitos (17%); na seqüência temos quarta-feira

com 46 casos (13%); sexta-feira com 45 (13%); segunda-feira com 45 delitos (13%); quinta-

feira com 42 (12%) e terça-feira com 33 casos (9%).

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O mapeamento dos Boletins de Ocorrência demonstra que os delitos aumentam de

forma progressiva a partir da quarta-feira, fato que faz do final de semana o período semanal

preferido para furtos e roubos. Os maiores índices ocorrem no sábado e domingo: dias da

semana em que as pessoas vão a bares, shows e festas, deixando os veículos – geralmente -

desprotegidos.

Individualmente o sábado é o dia da semana predileto dos ladrões. Contudo vale

destacar que 20% dos delitos cometidos na segunda-feira ocorrem antes das seis horas da

manhã, fato que faz do domingo uma data especial para a ocorrência de delitos. De 6 horas da

manhã de segunda-feira até as 13 horas de terça-feira diminuem as incidências de delitos que,

a partir desta data e hora volta a crescer progressivamente. Os roubos ocorrem com maior

freqüência nas quintas-feiras (29%), sextas-feiras (31%) e sábados (15%). Apesar do índice

de roubos aos sábados (15%) não ser percentualmente dos mais significativos, o alto volume

de delitos neste dia da semana, 81 casos, cobra uma atenção especial. Dos 65 casos de roubo

registrados pela pesquisa, 38 (58,46%) ocorreram nas quintas-feiras, sextas-feiras e sábados.

Destacando que quinta-feira e, sobretudo sexta-feira, pelos altos percentuais apresentados,

merecem atenção redobrada. Os demais dias semanais somados representam 27 casos de

roubos (41,54%), sendo 8 casos no domingo (13%), dia da semana em que ocorre o menor

número de roubos; 7 na segunda-feira (16%), 5 na terça-feira (16%) e 7 casos na quarta-feira

(16%).

0 25 50 75

Dom ingo

Segunda-f eira

Terç a-f eira

Quarta-f eira

Quin ta-f eira

Sex ta-f eira

Sábado

61

45

33

46

42

45

81

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Delito

Total Furto Roubo

Dia da Semana

Domingo 53 8 61

Segunda-feira

38 7 45

Terça-feira 28 5 33

Quarta-feira 39 7 46

Quinta-feira 30 12 42

Sexta-feira 31 14 45

Sábado 69 12 81

Total 288 65 353

Os períodos de horários em que mais ocorrem os delitos envolvendo veículos em

Tijucas são dois: o período mais acentuado é o que vai das 14 horas e 1 minuto até as 3 horas

da manhã: 64% dos casos ocorrem nesta faixa de horário. A outra faixa que merece destaque é

a que vai das 11 horas e 1 minuto até as 13 horas: 23 casos (6%) ocorreram neste pequeno

período de tempo normalmente destinado ao almoço. Os períodos de horários em que menos

ocorrem delitos envolvendo veículos em Tijucas também são dois: em primeiro lugar vale

destacar a faixa de horário entre 3 horas e 1 minuto da madrugada até 9 horas da manhã.

Apenas 28 casos (9,52%) dos casos declarados ocorreram neste período temporal. Em

segundo lugar chama a atenção o horário das 13 horas e 1 minuto às 14 horas, única faixa de

hora que registra queda acentuada de delitos, apenas 5 casos (1%), após o período de

intensificação dos furtos e roubos que tem início as 11 horas e 1 minuto da manhã.

A faixa de horário que mais chama a atenção é a que vai das 18 horas e 1 minuto até as

23 horas: 105 dos 294 casos em que se declarou saber o horário do delito ocorreram neste

período específico de tempo. Isso corresponde a 35,71% dos casos registrados na Delegacia

de Polícia de Tijucas.

Vale registrar que em 59 (17%) dos 353 casos, sobretudo nas situações de furto, a

vítima não soube declarar o horário em que ocorreu o delito. De modo geral, isso acontece

quando o veículo fica estacionado por um longo período tempo, seja por motivo de trabalho

durante o dia, ou em ocasiões de eventos ou reuniões sociais durante a noite: nestas situações

a vítima demora a perceber que seu veículo foi subtraído pelos ladrões.

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46

3.1.4 A incidência de furtos e roubos de veículos em Tijucas nos feriados e datas de

eventos

Sobre os delitos envolvendo veículos nos feriado e datas de eventos, a pesquisa revela

que 38 (11%) dos 353 casos ocorreram nestas datas. Embora aparentemente o percentual de

11% pareça baixo e, portanto, os delitos nestas datas sejam irrelevantes, isso não é verdade.

Sabemos que um dia qualquer da semana ocorre 48 vezes em um ano: temos então 48

segundas-feiras, 48 terças-feiras e assim por diante

.

0 20 40 60

Ent re 00h01 e 01h00

03h01 e 04h00

06h01 e 07h00

09h01 e 10h00

12h01 e 13h00

15h01 e 16h00

18h01 e 19h00

21h01 e 22h00

Não sabe/ Não declarou

27

15

16

5

5

3

6

3

6

9

4

11

12

5

11

15

11

11

20

22

22

21

20

14

59

0% 25% 50% 75%

Sim

Não

11%

89%

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47

Já vimos que o sábado com 81 casos é o dia da semana em que ocorre a maior

quantidade de delitos e que a terça-feira, com 33, é o dia da semana com a menor incidência

de casos. A média semanal é de 50 casos no período pesquisado. Neste sentido, é salutar

afirmar que a incidência de furtos e roubos de veículos em Tijucas nos feriados e datas

comemorativas é significativamente elevada, pois 38 casos em apenas 16 dias de datas

comemorativas e feriados (em média) em um ano durante o período pesquisado é uma

freqüência de delitos destacadamente alta. É possível afirmar com segurança que estas datas

são amplamente valorizadas pelos ladrões.

Data

Comemorativa/Eventos Total

Sim Não

Delito Furto 30 258 288

Roubo 8 57 65

Total 38 315 353

Também chama atenção a o elevado percentual de roubos nos feriados e datas

comemorativas, 8 dos 38 delitos caracterizam o art. 157 do Código Penal Brasileiro, ou seja,

21,06% dos casos. Este percentual é altamente elevado, visto que os dois dias da semana com

maiores percentuais são quinta-feira e sexta-feira, com 29 e 31% respectivamente. Isso

medido na proporção de 48 possibilidades anuais e 16 possibilidades.

3.1.5 Os meses com maior incidência de furto e roubo de veículos em Tijucas

A pesquisa revelou que dos 353 casos de delitos envolvendo veículos em Tijucas, 27

casos (8%) ocorreram em janeiro, 26 (7%) em fevereiro, 44 (12%) em março, 26 (7%) em

abril, 33 (9%) em maio, 46 (13%) em junho, 41 (12%) em julho, 24 (7%) em agosto, 16 (5%)

em setembro, 20 (6%) em outubro, 27 (8%) em novembro e 23 (7%) em dezembro. É preciso

destacar que no ano de 2010 os dados foram coletados apenas até o mês de julho, fato que

prejudica a análise geral da média dos meses que vão de agosto a dezembro. Contudo levando

em consideração a média anual dos meses, não há grande alteração nos percentuais gerais.

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48

Os meses de março, junho e julho se destacam na freqüência de delitos envolvendo

veículos em Tijucas, merecendo um pequeno destaque entre estes três, o mês de junho, no

qual acontecem, em regra, dois grandes eventos na cidade: a Festa do Divino Espírito Santo e

o Rodeio Crioulo.

A tradicional Festa do Divino Espírito Santo, que existe há muitos anos na cidade,

envolve a comunidade em uma grande confraternização em frente à Igreja Matriz da Paróquia

de São Sebastião e os veículos ficam estacionados em espaço aberto (ruas) no centro da

cidade. A festa é realizada ou no mês de maio ou no mês de junho: durantes os anos que

incorporam a pesquisa predominou o mês de junho.

O Rodeio Crioulo é um evento esportivo e cultural realizado pelo Centro de Tradições

Gaúchas (CTG) Fazenda Eliane. É aberto ao público, mantém a tradição de evento

essencialmente campeiro, sem cobrança de ingresso para acesso ao parque, situação que atrai

um número expressivo de público que deixa seus veículos expostos à ação dos ladrões.

Embora seja relevante destacar que onze (23,91%) dos 46 delitos de junho aconteceram em

outros municípios, provavelmente associados à intensificação das férias de meio de ano e

festas regionais (juninas).

No mês de julho acontece a Semana do Transporte do Vale do Rio Tijucas, na qual se

destaca a Festa de São Cristóvão na Capela de Santa Terezinha, local onde é montada uma

estrutura para a realização do evento. Dos delitos do mês de julho, sete (17,07%) foram em

outros municípios.

O mês de março é o período do auge da temporada de verão na região litorânea de

Santa Catarina, momento em que se avoluma o número de turistas fazendo compras no

comércio e, neste sentido, Tijucas se destaca por vender alimentos com preços mais acessíveis

10 20 30 40

Janeiro

Fev ereiro

Março

Abr il

Maio

Junho

Julho

Agosto

Set embro

Out ubro

Nov embro

Dezembro

27

26

44

26

33

46

41

24

16

20

27

23

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ao consumidor durante a temporada de verão, fato que atrai um grande contingente de

veranistas sediados nas praias dos municípios vizinhos para os supermercados locais. Aqui é

importante relatar que quatro (13,64%) dos 44 delitos de março ocorreram em outros

municípios, provavelmente nas praias de cidades vizinhas.

Embora a maior freqüência de delitos envolvendo veículos de Tijucas ocorra nos

meses de junho, julho e março, respectivamente, é preciso destacar que o índice de roubo

nestes meses não são os mais significativos: o percentual de roubos em junho é de 10,87%,

em julho é de 17,07 e em março, é de apenas 6,82%. Os meses em que ocorrem os maiores

percentuais de roubos são janeiro, 33,33%; dezembro, 30,43%; seguidos por fevereiro e abril,

ambos com 26,92%; novembro, 25,93% e maio, 24,24%. No mês de setembro não há registro

de roubo de veículos até 2009 em Tijucas e os demais meses apresentam porcentagens pouco

significativas.

3.1.6 Os locais com maior índice de delitos envolvendo veículos em Tijucas

O município de Tijucas é composto por dezesseis bairros e a freqüência e percentual

de furtos e roubos segue a seguinte ordem: dos 353 casos registrados na Delegacia de Polícia

local, 186 (52,69%) ocorreram no Centro, 26 casos (7,37%) no Bairro Praça, 23 (6,52%) em

Nova Descoberta; 17 casos (4,82%) no Bairro Universitário, 9 (2,55%) na Joaia, 7 casos

(1,98%) no Timbé, 6 delitos (1,70%) foram no Bairro XV de Novembro, 5 (1,42%) em

Delito Total

Furto Roubo

Mês Janeiro 18 9 27

Fevereiro 19 7 26

Março 41 3 44

Abril 19 7 26

Maio 25 8 33

Junho 41 5 46

Julho 34 7 41

Agosto 21 3 24

Setembro 16 0 16

Outubro 18 2 20

Novembro 20 7 27

Dezembro 16 7 23

Total 288 65 353

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Areias, na seqüência com 4 delitos cada (1,13%) vem os bairros Oliveira, Morretes, Porto do

Itinga e Jardim Progresso, 3 casos (0,85%) foram em Santa Luzia e 2 (0,57%) no Sul do Rio.

Em quatro casos (1,13%) a pessoa que registrou a ocorrência não soube revelar onde ocorreu

o delito ou houve falha no Boletim de Ocorrência Policial, excluindo esta informação e, 48

delitos (13,88%) ocorreram em outros municípios.

Este gráfico demonstra que no aspecto geral é nos bairros Centro, Praça, Nova

Descoberta e Universitário que ocorrem os mais acentuados volumes de roubos e furtos de

veículos em Tijucas. Em muito menor proporção também merecem destaque os bairros Joaia,

Timbé, XV de Novembro e Areias.

Na relação que envolve o tipo de delito, o bairro Nova Descoberta chama a atenção

pelo relevante número de roubos praticados em seu território: dos 23 casos registrados, oito

ocorrências (34,78%) correspondem a esta modalidade de delito. O bairro Universitário

também se destaca pela elevada quantidade de roubos, quatro (23,53%) dos dezessete casos

registrados envolvendo esta localidade, diz respeito ao art. 157 do nosso Código Penal.

Tratando do mesmo problema, o bairro Morretes também merece atenção, embora haja

poucos registros de delitos envolvendo veículos neste local, apenas quatro casos, metade

envolve roubo.

0 50 100 150

Centro

Univ ersitá rio

Nov a Des coberta

Jard im Progresso

Bair ro Praç a

Port o do It inga

Morretes

Pernambuc o

Oliv eira

Santa Luzia

Areias

Joa ia

Tim bé

XV de Nov embro

Out ros municípios

Não sabe/ Não respondeu

Sul do Rio

186

17

23

4

26

4

4

1

4

3

5

9

7

6

48

4

2

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51

Delito

Total Furto Roubo

Local do Delito

Centro 163 23 186

Universitário 13 4 17

Nova Descoberta

15 8 23

Jardim Progresso

4 0 4

Bairro Praça 24 2 26

Porto do Itinga

3 1 4

Morretes 2 2 4

Pernambuco 1 0 1

Oliveira 4 0 4

Santa Luzia 3 0 3

Areias 3 2 5

Joaia 7 2 9

Timbé 4 3 7

XV de Novembro

5 1 6

Outros municípios

32 16 48

Não sabe/Não respondeu

4 0 4

Sul do Rio 1 1 2

Total 288 65 353

Também é importante mencionar que nos bairros Jardim Progresso, Pernambuco,

Oliveira e Santa Luzia, nos quais inclusive não há incidência significativa de delitos

envolvendo veículos, não existe registro de roubo. São localidades marcadas pela cultura do

furto.

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4 ASPECTOS ESPECÍFICOS DO PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE

VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC

4.1 O PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS

POR TIPO DE VEÍCULO E LOCALIDADE

Segundo os dados pesquisados que envolvem os furtos e roubos de veículos em

Tijucas, o bairro Centro é o local em que ocorre a maior incidência destes delitos.

O Centro é o local no qual se concentra a grande maioria da população – geralmente

de classe média - e é onde ficam as atividades de comércio, o serviço bancário e os órgãos

administrativos municipais.

As estatísticas que envolvem a relação entre furto e localidade demonstram que o

Centro é a localidade de Tijucas em que os furtos de todos os tipos de veículos ocorrem com

maior freqüência e incidência. Dos 127 automóveis furtados no período pesquisado, 74

(58,27%), estavam estacionados no Centro. Sobre as 28 camionetas vítimas de furto, 13

(46,43%) estavam na região central da cidade. Do total de 84 motocicletas furtadas no

mesmo período, 39 (46,43%) foram subtraídas no bairro Centro. Entre as 43 motonetas

furtadas, 34 (79,07%) também estavam nesta região geográfica da municipalidade. Dos 6

caminhões furtados em Tijucas, 3 (50 %) deles, estavam estacionados na região central.

Nesta mesma relação que envolve furto e localidade, chama a atenção o quesito furto

de automóveis e camionetas no bairro Universitário. Dos 53 casos de furtos de veículos

registrados na Delegacia de Polícia de Tijucas, quando se exclui – especificamente - o bairro

Centro, 10 (18, 87%) foram nesta localidade próxima à região central, na qual reside uma

grande parte da alta classe média do município e onde se localiza a Igreja de Santa Terezinha

e o campus da Universidade do Vale do Itajaí local. A UNIVALI de Tijucas absorve um

significativo contingente de estudantes de municípios vizinhos que, de modo geral, chegam

com seus veículos à universidade. Neste caso, ainda vale lembrar que 17 dos 53 furtos no

período pesquisado ocorreram em outros municípios, fato que eleva o índice de furtos de

veículos no bairro Universitário para 27, 78%. O mesmo fato se observa entre as

camionetas, dos 15 casos registrados no município, quando se exclui o bairro Centro, 2

(13,33%) camionetas foram furtadas no bairro Universitário. Levando-se em consideração

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53

que as camionetas apresentam um alto índice de furtos em outros municípios, 8 casos, o

percentual de furtos de camionetas no bairro Universitário eleva-se para 28,57%.

Uma localidade que merece atenção para as ações de patrulhamento ostensivo é o

bairro Praça, um dos mais populares de Tijucas, incorpora a Igreja Nossa Senhora dos

Navegantes e a Delegacia de Polícia Civil local.

O bairro Praça apresenta índices elevados de furtos de veículos automotores,

sobretudo, de motocicletas. Dos 38 casos envolvendo motocicletas, excluídos os furtos

praticados no Centro e em outros municípios, 11 (28,95%) ocorreram na Praça. Na mesma

relação que sempre envolve a exclusão de furtos no bairro Centro e em outros municípios, o

bairro Praça aparece como a localidade onde ocorrem 8 (22,22%) dos 36 furtos de

automóveis registrados na Delegacia de Polícia do município. Entre as camionetas, 3

(42,86%) do total de 7, foram furtadas no bairro Praça. Sobre as motonetas, 2 (22,22%) dos

9 casos restantes de furtos, ocorrem na Praça. Apenas não há registro de furtos de caminhões

neste bairro de Tijucas.

Outra localidade que chama a atenção quando tratamos de furtos de veículos

automotores em Tijucas é o bairro Nova Descoberta. Situado às margens da SC 411, há

claramente uma cultura de furto de motocicletas e motonetas neste bairro. Fora isso, existe

no seu histórico apenas um caso de furto de veículo. O bairro Nova Descoberta é responsável

por 26, 32% (10 casos) do percentual de motocicletas furtadas em Tijucas e 44,44% (4

casos) do percentual de motonetas.

Os demais bairros demonstram índices que não merecem destaque especial para as

ações concentradas de combate ao furto de veículos automotores no município de Tijucas, o

foco nas informações apresentadas acima seria, inicialmente, suficiente à redução das

iniciativas criminosas associadas ao furto. De qualquer modo, a freqüência dos furtos

associada ao tipo de veículo furtado em cada bairro do município de Tijucas seguirá

incorporada abaixo, objetivando permitir uma análise minuciosa a respeitos das

particularidades que envolvem cada localidade.

Na seqüência posterior à apresentação do quadro no qual poderemos empreender uma

análise de furtos – e também dos roubos - associados aos tipos de veículos e localidades

municipais, terá início o processo de análise do quadro relativo às particularidades que

envolvem o perfil dos roubos.

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54

Delito Tipo de Veículo Total

Automóvel Motocicleta Caminhão Camioneta Motoneta Furto Local

do Delito

Centro 74 39 3 13 34 163

Universitário 10 0 0 2 1 13

Nova Descoberta

1 10 0 0 4 15

Jardim Progresso

1 3 0 0 0 4

Bairro Praça 8 11 0 3 2 24

Porto do Itinga

1 2 0 0 0 3

Morretes 0 1 1 0 0 2

Pernambuco 0 1 0 0 0 1

Oliveira 2 2 0 0 0 4

Santa Luzia 1 1 0 1 0 3

Areias 2 0 0 0 1 3

Joaia 5 1 0 0 1 7

Timbé 1 2 1 0 0 4

XV de Novembro

1 2 1 1 0 5

Outros municípios

17 7 0 8 0 32

Não sabe/Não respondeu

3 1 0 0 0 4

Sul do Rio 0 1 0 0 0 1

Total 127 84 6 28 43 288

Roubo Local do Delito

Centro 13 3 1 5 1 23

Universitário 3 0 0 1 0 4

Nova Descoberta

2 2 2 2 0 8

Bairro Praça 1 0 1 0 0 2

Porto do Itinga

1 0 0 0 0 1

Morretes 2 0 0 0 0 2

Areias 1 0 1 0 0 2

Joaia 1 0 0 0 1 2

Timbé 2 0 1 0 0 3

XV de Novembro

1 0 0 0 0 1

Outros municípios

7 2 6 1 0 16

Sul do Rio 1 0 0 0 0 1

Total 35 7 12 9 2 65

Tratando especificamente dos roubos associados ao tipo de veículo e localidades do

município de Tijucas, vale destacar que o número de roubos ocorrido em outros municípios é

um fator que chama atenção. Dos 35 automóveis roubados, 7 (20%) foram em outros

municípios. Entre os caminhões, dos 12 roubos registrados em Tijucas, 6 (50%) também

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55

aconteceram em outras municipalidades. Das 7 motocicletas roubadas, 2 (28,57%) casos

ocorreram fora do território de Tijucas. A respeito dos nove roubos de camionetas, 1

(11,11%) estava em outro município.

Evidentemente que o bairro Centro também é o local no qual ocorrem as maiores

incidências em geral. Entre os automóveis roubados no território municipal, 46,33% (13

casos) ocorreu no Centro. No caso das motocicletas, foram 60% (3 casos dos 5 em geral). As

camionetas chamam atenção, dos 8 casos registrados na Delegacia Polícia, 5 (62,5%) foram

roubadas na região central da cidade. O roubo dos demais tipos de veículos, conforme

demonstra a tabela acima, não merece destaque especial nesta região específica do município

de Tijucas.

Contudo, no aspecto do roubo, o bairro Nova Descoberta merece atenção especial,

apresentando altos percentuais neste tipo de modalidade criminal no aspecto geral,

excluindo apenas as motonetas. Em Nova Descoberta foram roubados 2 (7,14%) automóveis,

2 (40%) motocicletas, 2 (33,33%) caminhões e 2 (25%) camionetas.

Os índices das demais localidades - por representarem pouca expressividade na

estratégia de combate ao crime de roubo de veículos - ficam restritos à verificação da tabela,

não sendo passíveis de comentários para não tornar o texto cansativo ao leitor.

4.1.1 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por horário e

localidade

Inicialmente, é preciso esclarecer que em decorrência de sua grande dimensão

espacial, a tabela que trata de furtos e roubos de veículos por horário e localidade em Tijucas

não poderá ser incorporada ao corpo deste texto, isso também ocorrerá quando relacionarmos

furto e roubo por dia da semana e horários. Contudo, os quadros (tabelas) relativos a estes

dois temas serão apresentados no anexo monográfico para afirmar a honestidade científica do

trabalho.

Independente deste problema momentâneo, as informações serão descritas, como foi

feito até agora – embora sem a comprovação das tabelas -, apontando as características mais

expressivas do quadro de freqüências e estatísticas.

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Como vimos antes, o centro da cidade é o local que apresenta o maior índice de furtos.

No capítulo anterior vimos, no aspecto geral, as faixas de horários em que ocorrem os maiores

índices de delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas. Neste tópico de análise

veremos os horários específicos das maiores incidências de furtos e, posteriormente roubos,

praticados nas diversas localidades municipais.

Sobre esta questão, a tabela que trata de furtos por horário e localidade aponta para

seis faixas de horários em que os furtos se acentuam na região central de Tijucas. O horário

com maior freqüência de furtos na região central é o das 00h01 às 01h00: 12 casos ocorreram

neste que é o horário com o maior índice de furtos no município, 21 das ocorrências em que

se declara conhecer o local do delito, excluindo os casos ocorridos em outros municípios,

aconteceram nesta faixa horária. A segunda faixa é a das 15h01 às 16h00. Dos doze furtos

deste horário, 11 foram no bairro Centro. O terceiro horário em que se mais furta veículos no

centro é o das 21h01 às 22h00: 10 dos catorze casos ocorridos na cidade aconteceram na

parte central de Tijucas. Entre 14h01 e 15h00 o índice também é elevado, 8 dos dez casos no

município foram no Centro. Na faixa das 01h01 às 02h00 o centro municipal também foi

palco de 8 dos onze furtos em que se declarou saber o local e que ocorreram no território de

Tijucas. Outro horário importante é o das 02h01 às 03h00: 7 dos treze casos foram na região

central do município.

Os horários das 08h01 às 09h00, das 11h01 às 12h00, das 12h01 às 13h00, das 17h01

às 18h00, das 19h01 às 19h00, das 22h01 às 23h00 e das 23h01 às 00h00, registraram todos, 6

ocorrências de furto de veículos na região central de Tijucas no período pesquisado.

Entre os bairros em que se destaca o furto, vale mencionar o bairro Praça em alguns

horários específicos. É nas faixas horárias das 00h01 às 01h00 (14,29% dos furtos

cometidos no horário), das 02h01 às 03h00 (15,38%), das 16h01 às 17h00 (22,22%), das

17h01 às 18h00 (25%) e das 20h01 às 21h00 (20%) ocorrem maiores freqüências de furtos

envolvendo veículos automotores.

No bairro Universitário, provavelmente por conta do horário de expediente da

UNIVALI, os furtos ocorrem nas seguintes faixas de horário: 18h01 às 19h00 (25%), 19h01

às 20h00 (13,33%) e 22h01 às 23h00 (25%). No Porto do Itinga se destaca o horário das

00h01 às 01h00 (9,52%); na localidade Joaia a maior incidência de furtos ocorre na faixa

horária de 01h01 e 02h00 (18,18%); no Timbé das 12h01 às 13h00 (20%) e no bairro Nova

Descoberta no horário das 20h01 às 21h00 (20%).

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No caso específico dos roubos praticados no bairro Centro, a peculiaridade mais

específica é que eles ocorrem majoritariamente na faixa temporal que vai das 20h01 às

23h00: no horário das 20h01 às 21h00, 5 (55,55%) dos nove casos ocorridos no município de

Tijucas se deram na região central da cidade; na faixa horária das 21h01 às 22h00, o centro

municipal representa 3 (42,86%) dos sete casos registrados na Delegacia de Polícia local e

entre 22h01 e 23h00, 3 (33,33%) dos nove casos também aconteceram no bairro Centro. Os

demais casos ocorrem isoladamente no decorrer do dia, com maior seqüência entre 05h01 às

18h00.

No quesito roubo de veículos, o bairro Nova Descoberta merece menção nos horários

das 19h01 às 20h00 (28,57%) e das 22h01 às 23h00 (22,22%). No caso do bairro Nova

Descoberta, os veículos roubados na primeira faixa de horário são um caminhão e uma

camioneta; na segunda faixa de horário um automóvel e uma motocicleta. O bairro Areias na

faixa horária das 19h01 às 20h00 (28,57%). Em Areias os veículos roubados foram um

automóvel e um caminhão. Ambos os casos ocorreram no ano passado (2009). O bairro

Universitário no horário das 21h01 às 22h00 (28,57%). No bairro Universitário foram

roubados apenas automóveis, provavelmente de estudantes universitários em horário final de

aula.

4.1.2 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por dia da semana

e horário

O capítulo anterior mostrou os dias da semana em que ocorrem os maiores índices de

delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas, agora será apresentada a relação que une

os dias da semana às faixas de horários que ocorrem as maiores freqüências desses delitos.

A respeito dos furtos, o sábado é o dia da semana em que ocorre a maior quantidade

deste tipo de delito. A pesquisa mostra que dos 55 casos em que se declarou saber o horário

da prática do delito, é possível extrair duas importantes faixas horárias no que tange a

freqüência de furtos em Tijucas. A primeira faixa de horário, em que ocorrem as maiores

incidências de furtos, é a que vai das 18h01 às 04h00, neste percurso de tempo ocorreram 34

(61,82%) casos; a segunda faixa temporal é a das 06h01 às 17h00, neste período ocorreram

21 (38,18%) furtos nos sábados. Destacadamente, as faixas horárias das 00h001 às 03h00,

com 13 (23,64%) furtos; e das 10h01 às 21h00, com 14 (25,45%) casos, necessitam de maior

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atenção das autoridades policiais. Entre as faixas de horário com menor incidência destaca-

se: das 04h01 às 05h00, com nenhum caso registrado e as faixas das 05h01 às 06h00, das

09h01 às 10h00, das 17h01 às 18h00 com apenas um caso registrado em cada uma delas.

O domingo é outro dia da semana que merece atenção especial. Das 40 ocorrências

em que se declarou saber o horário do furto no domingo, 34 (85%) delitos aconteceram no

período temporal que vai das 16h01 às 03h00. Destacadamente, a faixa mais problemática é

a das 00h01 às 03h00, com 14 (35%) casos de furtos registrados. Fora este período que

merece total destaque nas ações de patrulhamento aos domingos, o horário das 09h01 às

10h00 registrou dois casos e todas as demais faixas tiveram um único caso de furto.

A quarta-feira é outra data especial para a prática de furtos em Tijucas. Nas quartas-

feiras, os furtos possuem características bastante específicas, ocorrendo basicamente em três

faixas de horário: dos 34 casos de furtos em que se declarou saber o horário do delito, 12

(35,29%) ocorreram no período das 18h01 às 22h00; 9 (26,47%) na faixa das 12h01 às

16h00 e 4 (11,76%) no espaço horário das 00h01 às 01h00. O horário das 09h01 às 10h00

apresentou dois casos. No decurso das faixas temporais das 05h01 às 06h00 e das 11h01 às

12h00 não houve nenhum registro de furto de veículos automotores em Tijucas às quartas-

feiras e nas demais faixas houve apenas um registro em cada uma delas.

Em relação à segunda-feira, entre os 31 casos em que se declarou saber o horário da

ocorrência do furto é possível detectar duas faixas específicas da atuação criminosa. A

primeira faixa é a das 21h01 às 01h00, na qual houve 15 (48,39%) furtos de veículos

automotores em Tijucas no período pesquisado; a segunda faixa é a das 10h01 às 12h00, onde

se verifica a ocorrência de 5 (16,13%) casos. No período temporal correspondente das 18h01

às 19h00 aconteceram dois casos. Nas faixas das 19h01 às 20h00 e das 20h01 às 21h00 não

ocorreu nenhum caso de furto às segundas-feiras no município e nas demais faixas horárias

apenas um caso em cada uma delas.

Sobre os furtos na quinta-feira, observa-se também uma peculiaridade. Na relação

dos 28 casos em que se declarou no boletim de ocorrência policial saber o horário do delito,

15 (53,57%) furtos aconteceram na faixa de horário que vai das 13h01 às 19h00; 4 (14,29%)

casos ocorreram no horário que se destaca em quase todos os dias da semana, o período das

00h01 às 01h00. No espaço de tempo das 22h01 às 23h00 não foi registrado nenhum caso de

furto de veículos no município às quintas-feiras e nas demais faixas horárias registrou-se

apenas um caso em cada uma delas.

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A respeito da terça-feira, percebe-se que não há uma junção de faixas de período em

que ocorrem altas incidências de furtos em Tijucas. Na terça-feira os furtos ocorrem

praticamente em todas as faixas horárias, apresentando índices baixos em cada faixa horária

específica, um único furto em regra. Contudo, há quatro faixas horárias, que de forma

individual, destoam do padrão. São elas: das 01h01 às 02h00 com 4 (17,39%) casos; das

21h01 às 22h00 com 3 (13,04%) casos e as faixas das 09h01 às 10h00 e das 16h01 às 17h00

com 2 (8,70%) casos cada uma delas. O período das 07h01 às 08h00 é o único em que não

há ocorrência de furtos de veículos automotores em Tijucas na terça-feira.

Embora a sexta-feira seja um dos dias da semana em que mais ocorrem delitos

envolvendo veículos automotores em Tijucas, quando observamos especificamente o índice

de furtos, este dia da semana passa a apresentar a menor incidência quando consideramos

apenas os boletins de ocorrência em que a vítima declara saber o horário do delito, 22 casos.

É na sexta-feira que se percebe uma distribuição mais esparsa de furtos em relação às faixas

de horários. O horário das 11h01 às 12h00 apresenta o maior número de ocorrências, 5

(22,75%) furtos; as faixas horárias das 03h01 às 04h00, das 14h01 às 15h00 e das 18h01 às

19h00 apresentam 2 (9,09%) casos cada uma delas. Nos horários das 07h01 às 08h00, das

20h01 às 21h00 e das 21h01 às 22h00 não houve registros de furtos de veículos automotores

no município às sextas-feiras. Nas demais faixas horárias há o registro de um furto em cada

uma delas.

Tratando agora da relação que une roubo de veículos automotores em Tijucas com

dias da semana e faixas de horário, percebemos que a sexta-feira é o dia semanal com maior

incidência de roubos de veículos no município. Dos catorze roubos ocorridos na sexta-feira,

13 vítimas souberam definir o horário do ato violento que provocou a subtração de seu

veículo. Três faixas horárias merecem atenção especial do patrulhamento policial na sexta-

feira, a principal delas é a das 20h01 às 21h00, nela ocorrem 5 (38,46%) casos de roubo; as

outras duas faixas são a das 21h01 às 22h00 com 3 (23,08%) casos e a das 22h01 às 23h00

com 2 (15,38%) casos. Os outros roubos aconteceram nas faixas horárias das 04h01 às

05h00, das 07h01 às 08h00 e das 12h01 às 13h00: um caso em cada uma delas.

O sábado e a quinta-feira ocupam a segunda colocação em roubos de veículos em

Tijucas, ambos os dias da semana com 12 registros cada. Vale observar que em todos os

registros as vítimas souberam declarar o horário do roubo.

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Dos 12 casos ocorridos no sábado, 9 (75%) aconteceram no período temporal que vai

das 19h01 às 03h00. Individualmente vale destacar a faixa horária das 19h01 às 20h00, com

3 (25%) roubos. Os demais casos ocorreram nos horários das 04h01 às 05h00 e 06h01 às

07h00, um caso em cada faixa horária.

Sobre os 12 registros de quinta-feira, chama atenção a fato deles se concentrarem

praticamente numa mesma faixa temporal: 11 (91,67%) roubos ocorreram na faixa de tempo

que vai das 17h01 às 23h00. O outro roubo ocorreu no horário das 01h01 às 02h00.

Particularmente, os horários das 20h01 às 21h00, com 3 (25%) casos, e das 22h01 às 23h00,

com 4 (33,33%) casos, merecem atenção especial.

O domingo e a segunda-feira vêm na seqüência, com sete casos de roubos em que a

vítima soube declarar o horário do delito no momento de registrar a ocorrência na Delegacia

de Polícia. Contudo, nos casos de domingo houve uma vítima que não soube precisar a hora

do roubo, fato que eleva o número geral para oito casos de roubo neste dia da semana.

Dos 7 casos declarados no domingo, todos (100%) ocorreram no período temporal

das 18h01 às 23h00. Valendo destacar individualmente os faixas das 19h01 às 20h00, com 3

(42,86%) roubos e, das 22h01 às 23h00, com 2 casos (28,57%).

Nos 7 casos relativos à segunda-feira, percebe que 3 (42,86%) casos aconteceram

durante o período que vai das 18h01 às 21h00: um caso em cada uma das três faixas horárias

correspondentes a este período. Nas faixas das 22h01 às 23h00 e das 02h01 às 03h00,

aconteceram 2 (28,57%) casos em cada uma delas, transformando estas duas faixas

específicas de tempo em horários especiais para observação de ações de segurança.

Na quarta-feira os 6 roubos registrados aconteceram de forma bastante esparsa. A

maior contração está nos horários das 20h01 às 21h00, com 1 caso e, das 21h01 às 22h00,

também com 1 caso. Os outros casos de roubo, sempre apresentando uma única freqüência,

aconteceram nos seguintes horários: das 01h01às 02h00, das 05h01 às 06h00, das 09h01 às

10h00 e das 11h01 às 12h00.

Por último, a terça-feira, apresenta a menor incidência de roubos de veículos

automotores em Tijucas. Dos 4 casos registrados na Delegacia de Polícia local, 2 (50%) dos

casos aconteceram na faixa horária das 21h01às 22h00, os outros dois casos ocorreram nas

faixas das 07h01 às 80h00 e das 15h01 às 16h00, um caso em cada uma delas

respectivamente.

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4.1.3 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por data

comemorativa ou eventos e horário

Uma vez concluída a análise que relacionou faixas horárias a dias da semana em

relação aos furtos e roubos de veículos em Tijucas, agora associaremos os furtos e roubos às

faixas temporais correspondentes às datas comemorativas ou de eventos realizados no

município. Para isso, utilizaremos como referência o quadro exposto abaixo.

Data Comemorativa/Eventos Delito Total

Furto Roubo

Horário Entre 00h01 e 01h00

5 1 6

01h01 e 02h00 4 1 5

02h01 e 03h00 1 0 1

04h01 e 05h00 1 1 2

09h01 e 10h00 1 0 1

10h01 e 11h00 1 0 1

11h01 e 12h00 1 0 1

12h01 e 13h00 2 0 2

15h01 e 16h00 1 0 1

17h01 e 18h00 0 1 1

19h01 e 20h00 1 1 2

20h01 e 21h00 0 1 1

21h01 e 22h00 2 2 4

22h01 e 23h00 1 0 1

23h01 e 00h00 4 0 4

Não sabe/Não declarou

5 0 5

Total 30 8 38

Em relação aos furtos associados aos horários de datas comemorativas ou eventos,

constata-se que dos 25 casos em que as vítimas souberam relatar na feitura do boletim de

ocorrência policial o horário do delito descrito no art. 155 do Código Penal, 13 (52%)

ocorreram na faixa de tempo entre 23h01 às 02h00. As faixas temporais das 12h01 às 13h00,

com 2 (8%) casos e, das 21h01 às 22h00, também com 2 (8%) furtos, merecem atenção

especial. Os horários das 17h01 às 18h00 e das 20h01 às 21h00 não tiveram registros de

furtos de veículos no município de Tijucas.

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A respeito do roubo relacionado aos horários das datas comemorativas ou eventos,

verifica-se que dos 8 casos registrados, 5 (62,5%) aconteceram no espaço de tempo que vai

das 17h01 às 22h00. Na faixa das 00h01 às 02h00, aconteceram dois roubos, um em cada

faixa específica de horário. O outro caso ocorreu no horário das 04h01 às 05h00. É

importante destacar que individualmente, a faixa das 21h01 às 22h00 é a que aconteceu a

maior freqüência de roubos nas datas comemorativas de Tijucas, 2 (25%) casos.

4.1.4 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por ano e tempo

de uso

O mapeamento dos Boletins de Ocorrência demonstra que os delitos envolvendo

veículos em Tijucas vêm mudando nos últimos cinco anos. De 2005 até 2007 os delitos

envolvendo furto e roubo de veículos automotores recaia prioritariamente sobre os veículos

mais antigos, com mais de dez anos de uso.

O ano de 2007 é extremamente representativo na história dos delitos envolvendo

veículos em Tijucas, foi no seu decurso que ocorreu um aumento significativamente elevado

nos patamares de furtos e roubos de automotores no município, aumento que se estabilizou a

partir de então. O auge dos furtos e roubos de veículos com mais de dez anos de uso foi em

2007, 32 casos. Desde então, apesar de alto, a freqüência de delitos envolvendo este perfil de

veículo vem caindo: foram 25 em 2008, 18 em 2009 e, até julho deste ano, 7 veículos.

Em contrapartida, desde 2008 observa-se uma tendência de preferência por veículos

com pouco tempo de uso, quanto mais novo, maior a freqüência de delitos. Os veículos mais

visados passaram a ser os que possuem menos de três anos de uso, sobretudo, o veículo com

menos de um ano de uso: o popular “zero quilômetro”, ou, quase isso. Em 2007 foram

furtados ou roubados 11 veículos com menos de um ano em Tijucas, daí em diante o aumento

foi sempre progressivo. Em 2008 foram 13; em 2009, 14 e, até julho de 2010, já haviam sido

furtados ou roubados 10 veículos com menos de um ano de uso no município.

Entre estes veículos furtados ou roubados com menos de um ano de uso, destacam-

se as motocicletas e, um tipo específico de motoneta, a Honda BIZ 125, esta com 8 casos no

período destacado, apresentando aumento constante ano após ano. Entre as motocicletas, a

Honda CG 150 também apresenta índices relevantes de furto ou roubo, 7 nos últimos anos;

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as outras motocicletas são a CG 125, 4 casos; e as duas motocicletas de 250 cilindradas da

Honda: a Tornado e a Twister com 3 casos cada uma delas.

Ano do Delito Total

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Tempo de Uso na Data do Delito

Menos de 1 anos 3 6 11 13 14 10 57

Mais de 1 e menos de 2 anos 1 5 3 4 8 7 28

Mais de 2 e menos de 3 anos 2 5 8 8 5 5 33

Mais de 3 e menos de 4 anos 6 5 7 8 1 2 29

Mais de 4 e menos de 5 anos 4 3 2 4 9 1 23

Mais de 5 e menos de 6 anos 3 3 5 4 7 1 23

Mais de 6 e menos de 7 anos 3 3 1 0 2 2 11

Mais de 7 e menos de 8 anos 0 2 2 3 8 3 18

Mais de 8 e menos de 9 anos 1 2 3 2 3 3 14

mais de 9 e menos de 10 anos

2 3 3 2 4 0 14

Mais de 10 anos de uso

5 16 32 25 18 7 103

Total 30 53 77 73 79 41 353

O perfil destes veículos coincide com as estatísticas apresentadas nos capítulos

anteriores, de modo geral, as motocicletas e motonetas, independentes de seu tempo de uso,

são utilizadas automaticamente para abastecer o mercado clandestino de peças. De maneira

específica, o aumento de furtos e roubos de motocicletas e, sobretudo motonetas, contribuiu

para o significativo aumento de delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas a partir

do ano de 2007.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste momento em que se conclui o trabalho monográfico “Segurança Pública e da

Política de Prevenção Inteligente à criminalidade no município de Tijucas”, vale a pena fazer

algumas considerações. A primeira consideração diz respeito à importância do Programa

Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), este programa implantado pelo

governo federal em maio de 2007 com objetivo de envolver a comunidade na prevenção à

criminalidade e à violência é uma importante iniciativa governamental que se conclui ser

significativamente eficaz; afinal, este trabalho monográfico é prova viva de que a sociedade

civil e as instituições, sobretudo universitárias, possuem inesgotáveis possibilidades para

contribuir com os objetivos maiores de nossa sociedade. A questão da violência e da

criminalidade são – importantes - temas nacionais que não podem ser pensados como

problemas exclusivos dos governos.

Também se conclui que além de contribuir com o aperfeiçoamento do aprendizado do

acadêmico, o momento de realização do trabalho de conclusão de um curso de graduação

pode se converter em uma possibilidade magnífica de prestar um serviço que seja relevante à

sociedade e às suas demandas mais agudas. Destaque-se que na Universidade do Vale do

Itajaí (UNIVALI), o trabalho de conclusão de curso de graduação é obrigatório, fato que abre

grandes possibilidades de realização de pesquisas que atendam as demandas da sociedade,

apresentando temas que sejam verdadeiramente relevantes do ponto de vista do auxilio as

questões que, as vezes, parecem significativamente distantes do cidadão comum.

Não se pode deixar de concluir também que a necessidade de realização de um

trabalho de conclusão de curso de graduação quase sempre acaba direcionando o aluno ao

conhecimento das pesquisas de seu orientador, fato que aguça a sua curiosidade e, que lhe

permite, para além do seu aprofundamento no universo da pesquisa universitária, conhecer as

técnicas da pesquisa e a riqueza das atividades de campo.

Do ponto de vista meramente pessoal, tratar de um tema que vem atravessando um

período de turbulência no Brasil, provocado um sentimento de instabilidade e de insegurança

na sociedade, é sempre gratificante, pois não se pode deixar de dizer que o cidadão acaba se

sentindo importante quando pode contribuir – mesmo que com uma parcela pequena –

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diretamente para a solução ou amenização de um problema tão grave e preocupante para toda

a sociedade.

Em relação à pesquisa, a primeira conclusão é que este trabalho monográfico cumpriu

seu objeto no contexto mais ambicioso que envolve, além de Tijucas, os municípios

catarinenses de Balneário Camboriú e Itajaí nas iniciativas de prevenção e combate à

violência e à criminalidade ligadas aos projetos ligados ao PRONASCI.

Tratando dos questionamentos que orientaram a pesquisa, conclui-se:

Primeiro questionamento: Quais os meses, dias da semana e horários em que

ocorrem, com maior freqüência, os furtos e roubos de veículos em Tijucas/SC?

Sobre este primeiro questionamento se concluiu que em Tijucas o sábado é o dia da

semana com maior incidência de delitos, em seguida vem o domingo; na seqüência temos

quarta-feira; sexta-feira; segunda-feira; quinta-feira e terça-feira. A respeito dos horários,

conclui-se que há dois períodos em que se acentuam os delitos envolvendo veículos

automotores em Tijucas, o primeiro é período que vai das 14 horas e 1 minuto até as 3 horas

da manhã, o segundo é o correspondente a faixa horária das 11 horas e 1 minuto até as 13

horas.

Segundo questionamento: Os furtos e roubos se acentuam nos finais de semana e

datas festivas ou comemorativas?

A resposta para este questionamento é afirmativa. Já vimos no questionamento acima

que o sábado e o domingo são os dias semanais em que ocorrem as maiores incidências de

delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas. Em relação específica às datas festivas o

de eventos, conclui-se que a média semanal é de 50 casos no período pesquisado. Neste

sentido, é salutar afirmar que a incidência de furtos e roubos de veículos em Tijucas nos

feriados e datas comemorativas é significativamente elevada, pois 38 casos em apenas 16 dias

de datas comemorativas e feriados (em média) em um ano durante o período pesquisado é

uma freqüência de delitos destacadamente alta.

Quanto às hipóteses que nortearam a pesquisa se conclui:

Primeira hipótese: Veículos furtados e roubados possuem perfis (características)

diferentes?

Sim, os veículos com maiores incidências de furto são os veículos de menor porte

físico e os mais baratos, entre os quais predominam as motonetas, as motocicletas e os –

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chamados - carros populares. Os veículos geralmente roubados são os de grande porte físico,

caminhões e camionetas e, de modo geral, os mais caros: automóveis de luxo.

Segunda hipótese: Os furtos e roubos ocorrem com maior freqüência nos finais de

semana e feriados?

Sim, a pesquisa revelou que o sábado e o domingo são os dias semanais prediletos

para a prática generalizada de delitos envolvendo veículos automotores. No caso dos roubos,

especificamente, a sexta-feira é o dia da semana com maior incidência. Os feriados também

apresentam altos índices de delitos, podendo se afirmar com segurança que os feriados são

amplamente valorizados pelos ladrões.

Terceira hipótese: Nas datas festivas ou comemorativas acentuam-se os furtos roubos

de veículos na região onde ocorrem estes eventos?

A resposta também é sim. Os meses de março, junho e julho se destacam na

freqüência de delitos envolvendo veículos em Tijucas. No mês de junho acontecem a Festa

do Divino Espírito Santo e o Rodeio Crioulo. No mês de julho acontece a Semana do

Transporte do Vale do Rio Tijucas, na qual se destaca a Festa de São Cristóvão na Capela de

Santa Terezinha. O mês de março é o período do auge da temporada de verão na região

litorânea de Santa Catarina. É importante relatar que os delitos de março ocorrem em outros

municípios, provavelmente nas praias de cidades vizinhas, por falta de praias balneáveis em

nosso município.

Para encerrar as conclusões é salutar destacar que a apresentação deste trabalho

monográfico é garantia de que o acadêmico cumpriu seu objetivo institucional, tornar-se

Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí: isso é outra conclusão que, após o

parecer positivo da Banca Avaliadora, não se pode deixar de fazer menção.

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ANEXOS

TABELA 1: Horário * Delito * Local do Delito

Local do Delito Delito

Total Furto Roubo

Centro Horário Entre 00h01 e 01h00

12 1 13

01h01 e 02h00 8 1 9

02h01 e 03h00 7 0 7

03h01 e 04h00 3 0 3

04h01 e 05h00 2 0 2

05h01 e 06h00 1 1 2

06h01 e 07h00 2 0 2

07h01 e 08h00 1 1 2

08h01 e 09h00 6 0 6

09h01 e 10h00 5 0 5

10h01 e 11h00 3 0 3

11h01 e 12h00 6 1 7

12h01 e 13h00 6 1 7

13h01 e 14h00 3 0 3

14h01 e 15h00 8 0 8

15h01 e 16h00 11 1 12

16h01 e 17h00 5 0 5

17h01 e 18h00 6 1 7

18h01 e 19h00 11 0 11

19h01 e 20h00 6 3 9

20h01 e 21h00 4 5 9

21h01 e 22h00 10 3 13

22h01 e 23h00 6 3 9

23h01 e 00h00 6 0 6

Não sabe/Não declarou

25 1 26

Total 163 23 186

Universitário Horário 02h01 e 03h00 1 0 1

11h01 e 12h00 1 0 1

18h01 e 19h00 2 0 2

19h01 e 20h00 2 0 2

21h01 e 22h00 1 2 3

22h01 e 23h00 2 1 3

Não sabe/Não declarou

4 1 5

Total 13 4 17

Nova Descoberta Horário Entre 00h01 e 01h00

1 0 1

01h01 e 02h00 0 1 1

02h01 e 03h00 1 0 1

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71

04h01 e 05h00 1 0 1

11h01 e 12h00 1 0 1

16h01 e 17h00 1 0 1

17h01 e 18h00 0 1 1

19h01 e 20h00 0 2 2

20h01 e 21h00 2 1 3

21h01 e 22h00 1 0 1

22h01 e 23h00 0 2 2

Não sabe/Não declarou

7 1 8

Total 15 8 23

Jardim Progresso Horário Entre 00h01 e 01h00

1 1

06h01 e 07h00 1 1

16h01 e 17h00 1 1

Não sabe/Não declarou

1 1

Total 4 4

Bairro Praça Horário Entre 00h01 e 01h00

3 0 3

02h01 e 03h00 2 0 2

03h01 e 04h00 1 0 1

04h01 e 05h00 0 1 1

12h01 e 13h00 1 0 1

14h01 e 15h00 1 0 1

15h01 e 16h00 1 0 1

16h01 e 17h00 2 0 2

17h01 e 18h00 2 0 2

18h01 e 19h00 1 1 2

20h01 e 21h00 2 0 2

21h01 e 22h00 1 0 1

23h01 e 00h00 1 0 1

Não sabe/Não declarou

6 0 6

Total 24 2 26

Porto do Itinga Horário Entre 00h01 e 01h00

2 0 2

02h01 e 03h00 1 0 1

22h01 e 23h00 0 1 1

Total 3 1 4

Morretes Horário Entre 00h01 e 01h00

1 0 1

02h01 e 03h00 0 1 1

20h01 e 21h00 0 1 1

Não sabe/Não declarou

1 0 1

Total 2 2 4

Pernambuco Horário 09h01 e 10h00 1 1

Total 1 1

Oliveira Horário 13h01 e 14h00 1 1

20h01 e 21h00 1 1

Não sabe/Não declarou

2 2

Total 4 4

Santa Luzia Horário Entre 00h01 e 01h00

1 1

03h01 e 04h00 1 1

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72

Não sabe/Não declarou

1 1

Total 3 3

Areias Horário 19h01 e 20h00 0 2 2

21h01 e 22h00 1 0 1

Não sabe/Não declarou

2 0 2

Total 3 2 5

Joaia Horário 01h01 e 02h00 2 0 2

02h01 e 03h00 1 0 1

06h01 e 07h00 1 0 1

11h01 e 12h00 1 0 1

18h01 e 19h00 1 1 2

20h01 e 21h00 1 1 2

Total 7 2 9

Timbé Horário 06h01 e 07h00 1 0 1

12h01 e 13h00 2 0 2

21h01 e 22h00 0 2 2

22h01 e 23h00 0 1 1

Não sabe/Não declarou

1 0 1

Total 4 3 7

XV de Novembro Horário 01h01 e 02h00 1 0 1

09h01 e 10h00 1 0 1

12h01 e 13h00 1 0 1

14h01 e 15h00 1 0 1

19h01 e 20h00 1 0 1

20h01 e 21h00 0 1 1

Total 5 1 6

Outros municípios Horário Entre 00h01 e 01h00

4 0 4

01h01 e 02h00 1 1 2

02h01 e 03h00 0 2 2

04h01 e 05h00 0 1 1

05h01 e 06h00 1 0 1

06h01 e 07h00 0 1 1

07h01 e 08h00 0 1 1

09h01 e 10h00 1 1 2

10h01 e 11h00 1 0 1

11h01 e 12h00 1 0 1

12h01 e 13h00 1 0 1

13h01 e 14h00 1 0 1

14h01 e 15h00 1 0 1

15h01 e 16h00 2 0 2

16h01 e 17h00 1 0 1

17h01 e 18h00 1 0 1

18h01 e 19h00 3 0 3

19h01 e 20h00 4 2 6

20h01 e 21h00 1 2 3

22h01 e 23h00 1 2 3

23h01 e 00h00 5 2 7

Não sabe/Não declarou

2 1 3

Total 32 16 48

Não sabe/Não respondeu

Horário Entre 00h01 e 01h00

1 1

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73

16h01 e 17h00 1 1

Não sabe/Não declarou

2 2

Total 4 4

Sul do Rio Horário 22h01 e 23h00 0 1 1

Não sabe/Não declarou

1 0 1

Total 1 1 2

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74

TABELA 2: Horário * Delito * Dia da Semana

Dia da Semana Delito

Total Furto Roubo

Domingo Horário Entre 00h01 e 01h00

6 0 6

01h01 e 02h00 3 0 3

02h01 e 03h00 5 0 5

03h01 e 04h00 1 0 1

04h01 e 05h00 1 0 1

08h01 e 09h00 1 0 1

09h01 e 10h00 2 0 2

10h01 e 11h00 1 0 1

13h01 e 14h00 1 0 1

15h01 e 16h00 1 0 1

16h01 e 17h00 2 0 2

17h01 e 18h00 2 0 2

18h01 e 19h00 2 1 3

19h01 e 20h00 2 3 5

20h01 e 21h00 2 0 2

21h01 e 22h00 3 1 4

22h01 e 23h00 2 2 4

23h01 e 00h00 3 0 3

Não sabe/Não declarou

13 1 14

Total 53 8 61

Segunda-feira Horário Entre 00h01 e 01h00

4 0 4

01h01 e 02h00 1 0 1

02h01 e 03h00 1 2 3

05h01 e 06h00 1 0 1

06h01 e 07h00 1 0 1

08h01 e 09h00 1 0 1

10h01 e 11h00 2 0 2

11h01 e 12h00 3 0 3

12h01 e 13h00 1 0 1

14h01 e 15h00 1 0 1

15h01 e 16h00 1 0 1

17h01 e 18h00 1 0 1

18h01 e 19h00 2 1 3

19h01 e 20h00 0 1 1

20h01 e 21h00 0 1 1

21h01 e 22h00 5 0 5

22h01 e 23h00 2 2 4

23h01 e 00h00 4 0 4

Não sabe/Não declarou

7 0 7

Total 38 7 45

Terça-feira Horário Entre 00h01 e 01h00

1 0 1

01h01 e 02h00 4 0 4

04h01 e 05h00 1 0 1

06h01 e 07h00 1 0 1

07h01 e 08h00 0 1 1

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75

09h01 e 10h00 2 0 2

10h01 e 11h00 1 0 1

13h01 e 14h00 1 0 1

14h01 e 15h00 1 0 1

15h01 e 16h00 1 1 2

16h01 e 17h00 2 0 2

17h01 e 18h00 1 0 1

18h01 e 19h00 1 0 1

19h01 e 20h00 1 0 1

20h01 e 21h00 1 0 1

21h01 e 22h00 3 2 5

22h01 e 23h00 1 0 1

Não sabe/Não declarou

5 1 6

Total 28 5 33

Quarta-feira Horário Entre 00h01 e 01h00

4 0 4

01h01 e 02h00 0 1 1

02h01 e 03h00 1 0 1

05h01 e 06h00 0 1 1

06h01 e 07h00 1 0 1

08h01 e 09h00 1 0 1

09h01 e 10h00 2 1 3

11h01 e 12h00 0 1 1

12h01 e 13h00 4 0 4

14h01 e 15h00 2 0 2

15h01 e 16h00 3 0 3

16h01 e 17h00 1 0 1

17h01 e 18h00 1 0 1

18h01 e 19h00 3 0 3

19h01 e 20h00 3 0 3

20h01 e 21h00 4 1 5

21h01 e 22h00 2 1 3

22h01 e 23h00 1 0 1

23h01 e 00h00 1 0 1

Não sabe/Não declarou

5 1 6

Total 39 7 46

Quinta-feira Horário Entre 00h01 e 01h00

4 0 4

01h01 e 02h00 1 1 2

07h01 e 08h00 1 0 1

08h01 e 09h00 1 0 1

09h01 e 10h00 1 0 1

12h01 e 13h00 1 0 1

13h01 e 14h00 2 0 2

14h01 e 15h00 3 0 3

15h01 e 16h00 4 0 4

16h01 e 17h00 2 0 2

17h01 e 18h00 2 2 4

18h01 e 19h00 2 0 2

19h01 e 20h00 1 2 3

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76

20h01 e 21h00 1 3 4

21h01 e 22h00 1 0 1

22h01 e 23h00 0 4 4

23h01 e 00h00 1 0 1

Não sabe/Não declarou

2 0 2

Total 30 12 42

Sexta-feira Horário Entre 00h01 e 01h00

1 0 1

01h01 e 02h00 1 0 1

02h01 e 03h00 1 0 1

03h01 e 04h00 2 0 2

04h01 e 05h00 1 1 2

07h01 e 08h00 0 1 1

11h01 e 12h00 5 0 5

12h01 e 13h00 1 1 2

13h01 e 14h00 1 0 1

14h01 e 15h00 2 0 2

15h01 e 16h00 1 0 1

16h01 e 17h00 1 0 1

17h01 e 18h00 1 0 1

18h01 e 19h00 2 0 2

19h01 e 20h00 1 0 1

20h01 e 21h00 0 5 5

21h01 e 22h00 0 3 3

22h01 e 23h00 1 2 3

Não sabe/Não declarou

9 1 10

Total 31 14 45

Sábado Horário Entre 00h01 e 01h00

6 1 7

01h01 e 02h00 2 1 3

02h01 e 03h00 5 1 6

03h01 e 04h00 2 0 2

04h01 e 05h00 0 1 1

05h01 e 06h00 1 0 1

06h01 e 07h00 2 1 3

08h01 e 09h00 2 0 2

09h01 e 10h00 1 0 1

11h01 e 12h00 2 0 2

12h01 e 13h00 4 0 4

14h01 e 15h00 2 0 2

15h01 e 16h00 3 0 3

16h01 e 17h00 3 0 3

17h01 e 18h00 1 0 1

18h01 e 19h00 6 0 6

19h01 e 20h00 5 3 8

20h01 e 21h00 3 1 4

22h01 e 23h00 2 1 3

23h01 e 00h00 3 2 5

Não sabe/Não declarou

14 0 14

Total 69 12 81