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Área: Fitotecnia SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI SOB TRÊS SISTEMAS DE CULTIVO NA MICRORREGIÃO DE CHAPADINHA-MA João Paulo Rodrigues da Silva 1 ; Carlos Ferreira de Lima 2 ; Lindomar Siqueira da Silva 2 ; Egon Bastos de Oliveira 3 ; Thalyson Vasconcelos Lima 3 ; Maria da Cruz Chaves Lima Moura 4 1 Bolsista PIBIC/CNPq, Graduando em Agronomia, 9º Período, Universidade Federal do Maranhão, e-mail: [email protected]. 2 Engenheiro Agrônomo, Lab. De Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas, Agronomia CCAA/UFMA. 3 Graduando em Agronomia, Centro de Ciências Agrárias e Ambientais UFMA. 4 Profª. Drª./Orientadora, Lab. De Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas, Agronomia - CCAA/UFMA, Chapadinha-MA. Resumo O objetivo deste trabalho foi realizar a seleção de genótipos de feijão-caupi sob diferentes sistemas de cultivo na microrregião de Chapadinha-MA. O experimento foi conduzido na comunidade rural Vila União, no município de Chapadinha MA, onde foi avaliada a interação entre nove genótipos de feijão-caupi (BRS Marataoã, BRS Guariba, BRS Pujante, BRS Nova Era, Vila União, Sempre-Verde, Vermelho, Manteguinha e Pelezinho) e três sistemas de cultivo (1 sem palhada no solo, 2 com palhada e 3 intercalado com arroz). A maior produtividade média foi obtida com o genótipo Pelezinho (3.607,66 kg ha-1), esta, no entanto, não diferiu estatisticamente do BRS Nova Era (3.382,52 kg ha-1), Sempre Verde (3.016,88 kg ha-1), Vermelho (2.803,09 kg ha-1), BRS Marataoã (2.518,76 kg ha-1), BRS Pujante (2.442,97 kg ha-1) e Vila União (2.451,01 kg ha-1). O número de vagem por planta (NVP) foi maior no sistema com palhada da carnaúba, e apesar de não significativo estatisticamente, o rendimento de grãos (2.811,91 kg ha-1), neste sistema, superou o tratamento de cultivo sem palhada, em 2,69 sacas. A produtividade média dos genótipos foi satisfatória (2.712,04 kg ha-1), destacando-se o genótipo Pelezinho, que apresentou maior média, sendo o seu cultivo promissor para a região em estudo, o genótipo BRS Nova Era apresentou menor número de grãos por vargem (10,56), diferenciando-se estatisticamente, o sistema de cultivo com cobertura morta foi superior estatisticamente, quanto ao número de vagem por planta (NVP), nos genótipos BRS Marataoã (16,29), Vermelho (12,83) e Pelezinho (16,29). Palavras chaves: Vigna unguiculata, biometria, cobertura morta, palha de carnaúba. Introdução O Brasil é o terceiro maior produtor de feijão-caupi, porém a produtividade desta cultura (média de 300 a 400 kg.ha-1) ainda é muito baixa. Essa baixa produtividade muitas vezes se deve a falta de pesquisas locais, de subsídio para o pequeno agricultor que utiliza baixa tecnologia em sua lavoura, escolha inadequada de cultivar, não adaptada ao seu sistema de cultivo, além de fatores de ordem climática, como deficiência hídrica em função da escassez de fontes de água e irregularidades das chuvas, ocorrente muitas vezes no nordeste brasileiro. Contudo, no estado Maranhense, em relação à produtividade média anual de feijão-caupi, de 1990 para 2010, observou-se um aumento de 13,16%, passando de 380 Kg.ha -1 para 480 kg.ha -1 (LIMA & COSTA, 2012). Este aumento de produtividade mostra o potencial do Estado maranhense para o cultivo desta cultura. Costa et al. (2012), estudando a seleção de genótipos de soja ( Glycine Max (L.) Merrill) sob três sistemas de cultivo, na Microrregião de Chapadinha-MA, observou que o sistema de cultivo com palhada de carnaúba proporcionou maior ganho de produtividade, três sacas/ha a mais, quando comparado com a testemunha, plantio sem palhada. Um estudo como este na cultura do feijão-caupi é relevante, pois, esta cultura vem sendo difundida não somente em áreas de agricultura familiar, mas também em grandes áreas tecnificadas, onde práticas de

SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI SOB TRÊS SISTEMAS DE CULTIVO NA MICRORREGIÃO DE CHAPADINHA-MA

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Área: Fitotecnia

SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI SOB TRÊS SISTEMAS DE CULTIVO

NA MICRORREGIÃO DE CHAPADINHA-MA

João Paulo Rodrigues da Silva1; Carlos Ferreira de Lima

2; Lindomar Siqueira da Silva

2; Egon Bastos de

Oliveira3; Thalyson Vasconcelos Lima

3; Maria da Cruz Chaves Lima Moura

4

1 Bolsista PIBIC/CNPq, Graduando em Agronomia, 9º Período, Universidade Federal do Maranhão, e-mail: [email protected].

2 Engenheiro Agrônomo, Lab. De Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas, Agronomia – CCAA/UFMA.

3 Graduando em Agronomia, Centro de Ciências Agrárias e Ambientais – UFMA.

4 Profª. Drª./Orientadora, Lab. De Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas, Agronomia - CCAA/UFMA, Chapadinha-MA.

Resumo – O objetivo deste trabalho foi realizar a seleção de genótipos de feijão-caupi sob diferentes sistemas de

cultivo na microrregião de Chapadinha-MA. O experimento foi conduzido na comunidade rural Vila União, no

município de Chapadinha – MA, onde foi avaliada a interação entre nove genótipos de feijão-caupi (BRS

Marataoã, BRS Guariba, BRS Pujante, BRS Nova Era, Vila União, Sempre-Verde, Vermelho, Manteguinha e

Pelezinho) e três sistemas de cultivo (1 sem palhada no solo, 2 com palhada e 3 intercalado com arroz). A maior

produtividade média foi obtida com o genótipo Pelezinho (3.607,66 kg ha-1), esta, no entanto, não diferiu

estatisticamente do BRS Nova Era (3.382,52 kg ha-1), Sempre Verde (3.016,88 kg ha-1), Vermelho (2.803,09 kg

ha-1), BRS Marataoã (2.518,76 kg ha-1), BRS Pujante (2.442,97 kg ha-1) e Vila União (2.451,01 kg ha-1). O

número de vagem por planta (NVP) foi maior no sistema com palhada da carnaúba, e apesar de não significativo

estatisticamente, o rendimento de grãos (2.811,91 kg ha-1), neste sistema, superou o tratamento de cultivo sem

palhada, em 2,69 sacas. A produtividade média dos genótipos foi satisfatória (2.712,04 kg ha-1), destacando-se o

genótipo Pelezinho, que apresentou maior média, sendo o seu cultivo promissor para a região em estudo, o

genótipo BRS Nova Era apresentou menor número de grãos por vargem (10,56), diferenciando-se

estatisticamente, o sistema de cultivo com cobertura morta foi superior estatisticamente, quanto ao número de

vagem por planta (NVP), nos genótipos BRS Marataoã (16,29), Vermelho (12,83) e Pelezinho (16,29).

Palavras chaves: Vigna unguiculata, biometria, cobertura morta, palha de carnaúba.

Introdução

O Brasil é o terceiro maior produtor de feijão-caupi, porém a produtividade desta cultura (média de 300 a

400 kg.ha-1) ainda é muito baixa. Essa baixa produtividade muitas vezes se deve a falta de pesquisas locais, de

subsídio para o pequeno agricultor que utiliza baixa tecnologia em sua lavoura, escolha inadequada de cultivar,

não adaptada ao seu sistema de cultivo, além de fatores de ordem climática, como deficiência hídrica em função

da escassez de fontes de água e irregularidades das chuvas, ocorrente muitas vezes no nordeste brasileiro.

Contudo, no estado Maranhense, em relação à produtividade média anual de feijão-caupi, de 1990 para 2010,

observou-se um aumento de 13,16%, passando de 380 Kg.ha-1

para 480 kg.ha-1

(LIMA & COSTA, 2012). Este

aumento de produtividade mostra o potencial do Estado maranhense para o cultivo desta cultura.

Costa et al. (2012), estudando a seleção de genótipos de soja (Glycine Max (L.) Merrill) sob três sistemas

de cultivo, na Microrregião de Chapadinha-MA, observou que o sistema de cultivo com palhada de carnaúba

proporcionou maior ganho de produtividade, três sacas/ha a mais, quando comparado com a testemunha, plantio

sem palhada. Um estudo como este na cultura do feijão-caupi é relevante, pois, esta cultura vem sendo difundida

não somente em áreas de agricultura familiar, mas também em grandes áreas tecnificadas, onde práticas de

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manejo agrícolas baseadas na conservação do solo e no melhor aproveitamento e conservação dos nutrientes

disponíveis devem está sendo pesquisadas. Baseado na necessidade de se formular estratégias que ampliem as

alternativas e o potencial produtivo da cadeia do feijão-caupi, esta pesquisa teve como objetivo selecionar

genótipos de feijão-caupi sob três sistemas de cultivo na microrregião de Chapadinha-MA.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na comunidade rural Vila União, no município de Chapadinha, Maranhão.

O delineamento utilizado foi de blocos casualizados, num esquema fatorial 3 x 9, com 4 repetições. As parcelas

foram constituídas por fileiras de cinco metros, espaçadas entre si, por 0,70 metros, o espaçamento entre as

plantas, foi de 0,16 metros, com 30 plantas por parcela, após o desbaste e com uma densidade de 85.714 plantas

por hectare. Foi avaliada a interação entre: nove genótipos de feijão-caupi (BRS Marataoã, BRS Guariba, BRS

Pujante, BRS Nova Era, Vila União, Sempre-Verde, Vermelho, Manteguinha e Pelezinho); três sistemas de

cultivo: 1 – com palhada de carnaúba, 2 – sem palhada de carnaúba e 3 – intercalado com arroz. A adubação foi

realizada de acordo com a análise química do solo e exigências nutricionais da cultura. Foi executada uma

capina manual em todo experimento e feito o controle de pragas e doenças. Antes do plantio todas as sementes

foram inoculadas com turfa contendo Bradyrhizobium sp, estirpe BR3302. O experimento foi implantado entre

os meses de Junho e Agosto de 2012, época de pouca incidência de chuvas, por isso foi feita irrigação manual

com a finalidade de manter a capacidade de campo.

Para estudo da biometria foram coletadas 6 plantas, na área central da parcela, e mensurado os seguintes

descritores morfológicos: peso de cem grãos (PCG), número de grãos por vagem (NGV), número de vagem por

planta (NVP), rendimento de grãos (REND), comprimento da vagem (CpV), altura da planta (AP) e altura de

inserção da primeira vagem (APV). As análises estatísticas, tais como, análise de variância, foram realizadas

através do programa computacional GENES (Cruz, 2001).

Resultados e Discussão

Quanto à análise de variância, houve diferença significativa entre os genótipos para todas as variáveis

avaliadas, para sistemas de cultivo, ocorreram diferenças significativas, somente para o número de vagem por

planta (NVP) e para número de grãos por vagem (NGV). A interação entre genótipos (G) e sistemas de cultivo

(Sc), foi significativa para número de vagem por planta (NVP) e número de grãos por vagem (NGV) (Tabela 1).

Tabela 1. Resumo das análises de variância para altura de plantas (AP, cm), altura de inserção da primeira

vagem (APV, cm), comprimento de vagem (CpV, cm), número de vagem por planta (NVP), número de grãos

por vagem (NGV, cm), peso de 100 grãos (PCG, g), rendimento de grãos (REND, kg ha-1) e coeficientes de

variação (CV, %).

Fontes de Variação Descritores Avaliados

AP APV NVP CpV NGV PCG REND

Genótipos (G) 201,59**

67,52**

82,58**

44,28**

24,40**

107,91**

3.522.458,88**

Sistemas de cultivo (Sc) 22,79ns

11,76ns

49,00**

2,49ns

5,57*

7,92ns

273.949,89ns

Interação G x Sc 57,27ns

28,05ns

15,21ns

5,1ns

3,10*

13,77ns

1.282.512,25ns

Média 25,73 15,85 9,61 19,79 14,10 23,98 2.712,04

CV (%) 25,14 30,27 29,11 10,29 9,39 14,76 35,04

**significativo a 1%, *significativo a 5%, ns não significativo pelo teste de Tukey. D.M.S. – Diferença mínima

significativa.

O coeficiente de variação das variáveis estudadas, como demonstra a tabela 1, foram considerados baixos

e médios, indicando boa precisão experimental, corroborando com Teixeira et al. (2010), Matos Filho (2006) e

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Rocha et al. (2003). A produtividade média obtida foi de 2.712,04 kg ha-1

, considerada satisfatória, tendo em

vista que foi superior às obtidas por Bezerra et al. (2008) (1.705 kg ha-1

), Machado et al. (2008) (1.399 kg ha-1

) e

Teixeira et al. (2010) (1.307 kg ha-1

).

O genótipo BRS Pujante apresentou maior altura de planta e inserção da primeira vagem (APV), mas não

diferiu significativamente do genótipo Pelezinho, Sempre Verde, Vila União e BRS Nova Era. O genótipo BRS

Nova Era apresentou maior número de vagem por planta (NVP), menor comprimento de vagem (CpV), e

consequentemente, menor número de grãos por vagem (NGV) (Tabela 2). Segundo TEIXEIRA et al. (2008), o

componente do rendimento de grãos mais estreitamente relacionado com a produtividade de grãos é o número de

vagens por plantas. O genótipo BRS Nova Era, obteve o maior peso de 100 grãos (PCG), mas não diferiu

significativamente dos genótipos Vermelho, BRS Guariba, Vila União, BRS Pujante e Sempre Verde (Tabela 2).

O maior rendimento de grãos foi obtido com o genótipo Pelezinho (3.607,66 kg ha-1

), esta, no entanto, não

diferiu estatisticamente do BRS Nova Era (3.382,52 kg ha-1

), Sempre Verde (3.016,88 kg ha-1

), Vermelho

(2.803,09 kg ha-1

), BRS Marataoã (2.518,76 kg ha-1

), BRS Pujante (2.442,97 kg ha-1

) e Vila União (2.451,01 kg

ha-1

) (Tabela 2), demonstrando, uma boa adaptação, desses genótipos, às condições edafoclimáticas da região.

Além disso, estes resultados foram superiores aos obtidos por Teixeira et al. (2010).

Tabela 2. Comparação de médias das variáveis altura de plantas (AP, cm), altura de inserção da primeira vagem

(APV, cm), comprimento de vagem (CpV, cm), número de vagem por planta (NVP), número de grãos por

vagem (NGV, cm), peso de 100 grãos (PCG, g) e rendimento de grãos (REND, kg ha-1) entre as variedades.

Genótipos Descritores Avaliados

AP APV NVP CpV NGV PCG REND

BRS Marataoã 20,76 c 12,40 b 12,56 ab 18,60 bcd 15,23 a 21,26 bcd 2.518,76 abc

Vila União 26,40 abc 19,39 a 7,03 cd 20,79 ab 14,87 a 25,85 ab 2.451,01 abc

BRS Guariba 22,49 bc 14,24 ab 5,70 d 21,23 ab 14,06 a 26,01 a 1.933,94 c

BRS Pujante 32,83 a 18,97 a 7,94 cd 22,29 a 14,69 a 24,17 abc 2.442,97 abc

Sempre Verde 27,32 abc 16,33 ab 9,98 abc 20,52 ab 13,80 a 24,04 abc 3.016,88 abc

BRS Nova Era 25,80 abc 16,67 ab 13,01 a 16,38 d 10,56 b 28,31 a 3.382,52 ab

Vermelho 22,06 c 14,55 ab 8,72 cd 20,87 ab 13,95 a 26,15 a 2.803,09 abc

Manteguinha 23,14 bc 13,56 ab 9,00 bcd 17,46 cd 14,72 a 18,96 d 2.251,52 bc

Pelezinho 30,79 ab 16,51 ab 12,56 ab 19,94 abc 15,10 a 21,10 cd 3.607,66 a

Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível

de 5% de probabilidade.

Na tabela 3, o número de vagem por planta (NVP) foi maior no sistema com cobertura morta (palhada da

carnaúba), no entanto, as demais variáveis avaliadas não demonstraram diferença significativa, corroborando

com Garcia et al. (2006). Apesar de não significativo, o sistema de cultivo com cobertura morta apresentou

maior rendimento de grãos (2.811,91 kg ha-1) (Tabela 3), superando a testemunha em 2,69 sacas de 60 kg.

Com o desdobramento da interação entre variedades e sistemas de cultivo (Tabela 4) às variáveis, número

de vagem por planta (NVP), número de grãos por vagem (NGV), observa-se que os genótipos apresentaram

comportamento diferenciado. O sistema de cultivo com cobertura morta (palhada de carnaúba) propiciou maior

número de vagem por planta (NVP) aos genótipos BRS Marataoã, Vermelho e Pelezinho, estatisticamente.

Quanto ao número de grãos por vagem (NGV), não houve diferença entre os sistemas de cultivo, exceto os

genótipos Sempre Verde e Vermelho, que foram estatisticamente inferiores, nos sistemas de cultivo com e sem

cobertura morta (Tabela 4).

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Tabela 3. Comparação de médias das variáveis altura de plantas (AP, cm), altura de inserção da primeira vagem

(APV, cm), comprimento de vagem (CpV, cm), número de vagem por planta (NVP), número de grãos por

vagem (NGV, cm), número de nódulos (NN), peso seco de nódulos (PSN, g), peso 100 grãos (PCG, g) e

rendimento de grãos (REND, kg ha-1) entre os sistemas de cultivo.

Sistemas de Cultivo Descritores Avaliados

AP APV NVP CpV NGV PCG REND

Sem cobertura 25,91 a 16,14 a 9,04 b 19,93 a 14,35 a 24,18 a 2.650,78 a

Com cobertura 26,42 a 16,21 a 10,95 a 19,48 a 13,65 a 23,44 a 2.811,91 a

Intercalado 28,87 a 15,19 a 8,83 b 19,94 a 14,31 a 24,32 a 2.673,42 a

Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível

de 5% de probabilidade.

Tabela 4: Valores médios do desdobramento da interação variedade versus sistema de cultivo para número de

vagem por planta (NVP) e número de grãos por vagem (NGV).

Genótipos

NVP NGV

Sistemas de Cultivo

SC¹ CC² Inter³ SC CC Inter

BRS Marataoã 11,46 aB 16,29 aA 9,94 abB 16,19 aA 14,17 abA 15,33 aA

Vila União 7,29 aA 6,46 cA 7,33 abA 14,83aA 15,33 aA 14,44 aA

BRS Guariba 5,67 aA 5,83 cA 5,61 bA 14,25 aA 15,28 abA 14,54 aA

BRS Pujante 8,28 aA 6,21 cA 9,33 abA 14,25 aA 15,28 abA 14,54 aA

Sempre Verde 9,94 aA 10,46 abcA 9,54 abA 14,04 aAB 12,41 abcB 14,94 aA

BRS Nova Era 11,20 aA 14,83 abA 13,00 aA 11,04 bA 9,96 cA 10,67 bA

Vermelho 7,83 aB 12,83 abA 5,50 bB 13,84 abAB 12,33 bcB 15,67 aA

Manteguinha 8,28 aA 9,36 bcA 9,33 abA 14,72 aA 14,33 abA 15,11 aA

Pelezinho 11,46 aB 16,29 aA 9,94 abB 15,12 aA 14,96 abA 15,22 aA

1 – Sistema de cultivo sem cobertura morta. 2 – sistema de cultivo com cobertura morta. 3 – sistema de cultivo

intercalado com arroz. Médias seguidas das mesmas letras, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não

diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Conclusões

O rendimento médio das variedades foi satisfatório (2.712,04 kg ha-1

), destacando-se as variedades

Pelezinho (3.607,66 kg ha-1

), BRS Nova Era (3.382,52 kg ha-1

), Sempre Verde (3.016,88 kg ha-1

), Vermelho

(2.803,09 kg ha-1

), BRS Marataoã (2.518,76 kg ha-1

), BRS Pujante (2.442,97 kg ha-1

), Vila União (2.451,01 kg

ha-1

) como genótipos promissores para cultivo na região.

O genótipo BRS Nova era apresentou menor número de grãos por vargem (10,56), diferenciando-se

estatisticamente, porém, o peso de cem grãos foi satisfatório, ocasionando em um ótimo rendimento de grãos.

O sistema de cultivo com cobertura morta foi superior estatisticamente, quanto ao número de vagem por

planta (NVP), nos genótipos BRS Marataoã (16,29), Vermelho (12,83) e Pelezinho (16,29).

Referências

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COSTA, J. R. S. et al. Seleção de genótipos de soja, sob três sistemas de cultivo, na microrregião de

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