Upload
loja5deabril
View
443
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
Formação Continuada de Língua Inglesa – 02/09/2013
Coordenador:
Fernando F. de Augustinho
Tema:
Seleção e produção de materiais didáticos
Acredita-se que a motivação do aluno é umfator determinante e fundamental para o sucesso naaprendizagem da língua estrangeira (LE), pois, paraque haja aprendizagem, é necessário que haja, aomesmo tempo, envolvimento do aluno. A motivaçãose torna importante “na medida em que controla oengajamento e a persistência nas tarefas deaprendizagem”.
A motivação pode ser definida como:
o interesse e o entusiasmo pelos materiais usados em classe;
persistência na tarefa de aprendizado, indicado pelos níveis de:
atenção
ação
concen-tração
diverti-mento
A dúvida provoca muito mais do que aresposta. Vygotsky (1989) defende essa ideia aoafirmar que o conhecimento pronto estanca o saber ea dúvida provoca a inteligência.
Segundo Coracini (1999), a visão da psicologiacognitivista trouxe mudanças para a pedagogia delínguas estrangeiras que alterou seu enfoque de umapedagogia centrada no método e no saber para umapedagogia centrada no aluno, nas suas motivações,interesses e necessidades.
A motivação pode influenciar o quê, quando ecomo aprendemos.
Classificação:
Motivação
Intrínseca
Extrínseca
De um modo geral, não se parte de um vaziomotivacional, mas de um valioso recurso inicial.
Mas como mantê-lo?
6º ano:• status da
disciplina;• fluência;• material didático
(des)interessante
Tiba (1998) identifica o 8º ano como a fase darebeldia, quando o adolescente normalmente se deixaguiar pelo nível instintivo do prazer e do desprazer.Expõe, também, as diferenças entre adolescentes ecrianças. Para estas, tudo é prazeroso: descobrirnovidades, ampliar seu mundo, passar da ingenuidadeà descoberta, do prazer de aprender ao de saber. Parao adolescente o prazer está muito mais na autonomiae na busca da própria identidade. Quer descobrir ascoisas a seu modo. Ou seja, o adolescente não quermais a influência dos adultos em suas decisões.
9º ano
A motivação em sala torna-se maior quando:
as tarefas são diversificadas;
autênticas;
retomam habilidades já adquiridas;
promovem o desafio;
apresentam conteúdos significativos e relevantes;
demonstram a aplicabilidade dos conhecimentosadquiridos; e,
incentivam a participação dos alunos na suarealização.
Sucintamente, enfrentamos três principaisbarreiras:1. Cultural: quando há uma resistência por parte do
aluno em aceitar a cultura da língua estudada;2. Linguística: quando o aluno se sente incapaz de
realizar as tarefas propostas; e,3. Comportamental: quando o aluno é tímido e se
sente ridicularizado nas tentativas de se comunicar.
Faça com que os alunos estejam
cientes dos objetivos e da
razão.
Estabeleça tarefas claras
e forneça ferramentas
para que possam
realizá-las.
Permita que eles adaptem
as tarefas propostas a
suas preferências e necessidades.
Mostre-se interessado no resultado alcançado.
Estabeleça o foco no
significado e não na forma.
Parabenize-os pelo sucesso alcançado.
Junto às estratégias, são necessárias trêscaracterísticas básicas que favorecem aaprendizagem, apontadas por DÔRNYEI:
Empatia;
Congruência;
Aceitação.
A produção de materiais de ensino é uma sequência de
atividades que tem por objetivo criar um instrumento de aprendizagem.
Leffa (2008), define que devem existir, pelo menos,
quatro momentos.
Etapas
Análise
Desenvolvimento
Implementação
Avaliação
Examina as necessidades dos alunos, incluindoseu nível de adiantamento e o que eles precisamaprender. As necessidades são geralmente mais bematendidas quando levam em consideração ascaracterísticas pessoais dos alunos, seus anseios eexpectativas, preferência por um ou outro estilo deaprendizagem. O que aluno já sabe deve servir dedegrau. Ninguém aprende algo que é totalmenteconhecido e nem algo que seja totalmente novo. Acapacidade de acionar o conhecimento prévio doaluno é uma condição necessária para o sucesso deum determinado material.
Parte dos objetivos que são definidos depois daanálise das necessidades. A definição clara dosobjetivos dá uma direção à atividade que está sendodesenvolvida com o uso do material. Ajuda a quemaprende porque fica sabendo o que é esperado dele.Ajuda a quem elabora o material porque permite verse a aprendizagem está sendo eficiente.
É possível traçar os objetivos do material a serproduzido, não só no domínio cognitivo, mas tambémno domínio afetivo e mesmo no domínio psicomotor.
Recebe um cuidado maior ou menordependendo, via de regra, da maior ou menorpresença de quem preparou o material. Há trêssituações básicas referentes ao material:1. vai ser usado pelo próprio professor,2. vai ser usado por outro professor,3. vai ser usado diretamente pelo aluno sem
presença de um professor.Cada um desses casos requer uma estratégia
diferente de implementação.
Pode ser feita de modo informal, geralmentequando envolve o trabalho de um único professor queprepara uma folha de exercícios, usa uma vez, vêcomo funciona, reformula para usar uma segunda vez,e assim indefinidamente com diferentes grupos dealunos, sem chegar a uma versão definitiva. Em outrassituações, o material é preparado por um grupo deprofessores para uso próprio e/ou de outros colegasda mesma instituição.
Leitura e escrita
Ferro (2008) diz que a leitura ativa é um jogode adivinhação. Ao encontrarmos um texto, estamossempre prevendo qual é a próxima palavra.
Compreender um texto é confirmar ou não asantecipações feitas. Tão importante é essa ligação,que ao lermos lentamente, palavra por palavra, aconexão se perde e a abrangência dele ficacomprometida. Portanto, compreender um texto,sem ter de, necessariamente, conhecer todas aspalavras é fundamental para o aprendizado.
A visão de túnel
Deficiência capaz de minar profundamente osesforços de aprender um novo idioma. É a tendênciade ler decodificando o texto. Trata-se daincompreensão de que o significado não é recebidodo texto, mas sim trazido a ele por quem o lê.
Desse modo, é importante salientar que adecodificação e a leitura são distintas entre si.
É necessária a curiosidade para a realização daleitura. Propostas que não respeitam os interessesdos alunos e que não associem ao que eles sabem ouquerem saber, são fatais para atividades de leitura.
Para a seleção ou produção do material didático,devemos dar atenção para algumas estratégias quelevam a hábitos de leitura verdadeiramente eficientes,promovendo o diálogo cultural e ideológico que alíngua estrangeira proporciona. Tais estratégias devemconscientizar os alunos dos diferentes propósitos daleitura e dos distintos comportamentos que sãoesperados quando se pensa a respeito de um texto.
Pré
-lei
tura
Acionar o conhecimento prévio sobre o assunto do texto.
Identificar o propósito da leitura.
Efetuar a decodificação da superfície linguística do texto.
Selecionar a correta estratégia de leitura.
Leit
ura
Fazer uma rápida leitura silenciosa, prevendo as informações.
Procurar informações específicas.
Realizar mapeamento vocabular.
Adivinhação.
Mapeamento semântico (tópicos).
Pós-
leit
ura
Análise linguística do texto.
Reflexão sobre o assunto.
Ancoragemcognitiva
Para facilitar a memorização das palavras, deve-se promover a ancoragem cognitiva, desenvolvendoatividades que cubram o campo semântico dos textos.Diversos autores não consideram procedente oaprendizado de palavras isoladas.
Quando se trabalha compreensão, a dedução deum significado a partir de seu contexto é preferível adefinições literais.
Então, o dicionário é inútil?
O trabalho como texto é resultado dainteração entreescritor, leitor e omundo que os cerca.
Ao se proporuma produção detexto, deve existir aclareza de objetivos eatentar para osseguintes fatores:
Motivação: interesse e realidade?
Insumo linguístico: conhecimento ou recurso?
Criatividade: investigar e criar ou copiar e adaptar?
Liberdade: opinião, sentimento ou preferência?
Fala e audição
Em um texto oral a agilidade de compreensão é maisexigida do que no texto escrito. Porém, do mesmomodo que este troca informações com o leitor, oprocesso de audição também é uma reconstrução designificado.
A compreensão oral necessita deconhecimentos específicos, como exemplos, temos oconhecimento fonético-fonológico do idioma e oaspecto espaço-temporal.
Dentro desses conhecimentos, esbarra-se natentativa de se ouvir palavra por palavra. Se a previsãodo diálogo não seguir a sequência esperada, há ummomento de perda no acompanhamento damensagem. Nisso, reforça-se a necessidade da ativaçãodo conhecimento prévio sobre o assunto e a linguagemque pode surgir durante a fala.
Algumas tarefas sobre a audição de textos são:apreender o sentido geral do texto, responderquestões específicas, completar lacunas, preverrespostas a perguntas no diálogo.
E quanto aos materiais autênticos (de onde)?
Deve-se atentar para as diferenças do
sistema fonético, como em park, paper, etc. eem good, need.
O som deve vir antes da escrita
Ao propor
uma atividade
oral, deve-se
observar:
Conhecimento linguístico
Capacidade de
pronúncia
Interação
Criatividade e personalização
Bibliografia
BROWN, H. D. Teaching by principles: na interactive approach tolanguage pedagogy. London: Prentice Hall Regents, 1994.
CAMPOS-GONELLA, Cristiane Oliveira. A influência do materialdidático na motivação de aprendizes da língua inglesa emcontexto de ensino público. Em:<http://www.ppgl.ufscar.br/novo/arqs/resumos/1308083156_010cristianegonella.pdf>. Acesso em 27/08/2013.
CORACINI, Maria José R. F. O Livro Didático de Língua Estrangeirae a Construção de Ilusões. In: CORACINI, M. J. R. F.Interpretação, Autoria e Legitimação do Livro Didático: línguamaterna e língua estrangeira. Campinas: Pontes, 1999.
CROOKES, G e SCHMIDT, R.W. Motivation: Reopening theResearch Agenda. Language Learning, 41,469-512. 1991.DÖRNYEI, Z. (2001), Teaching and researching motivation.Edinburgh Gate: Pearson Education.FERRO, Jeferson. Produção e avaliação de materiais didáticos emlíngua materna e estrangeira / Jeferson Ferro, Juliana CristinaFaggion Bergmann – Curitiba: Ibpex, 2008.LEFFA, Vilson J. Como produzir materiais para o ensino delínguas. In: LEFFA, Vilson J. (Org.). Produção de materiais deensino: prática e prática. 2. ed. Pelotas: EDUCAT, 2008, p. 15-41PEACOCK, M. (1997), The effect of authentic materials on themotivation of EFL learners. ELT Journal– Abril/97, p. 144-153.
OGAWA, Ana Cristina Sayuri. Produção e implementação dematerial didático para o ensino de língua inglesa: o papel daludicidade no ensino-aprendizagem de língua inglesa nas sériesfinais do ensino fundamental.Em:<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_ana_cristina_sayuri_ogawa.pdf>. Acessoem 27/08/2013.PINTRICH, P. R., & SCHUNK, D.H. (1996), Motivation ineducation: theory, research, and applications. New Jersey:Prentice Hall.STIPEK, D. (2002), Motivation to learn: integrating theory topractice. Boston: Pearson Education.
TIBA, Içami. Ensinar Aprendendo: Como Superar os Desafios doRelacionamento Professor-aluno em Tempos de Globalização. 2.ed. São Paulo: Editora Gente, 1998.VYGOTSKY, Lev Semyonovich. A Formação Social da Mente: odesenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 3. ed.São Paulo: Martins Fontes, 1989.