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Ano 4 № 32 Maio de 2011 O lá Sem Terrinha!! Que bom estarmos juntos outra vez... Já estamos quase no meio do ano, logo logo virão as férias, oba, que delícia!! E por falar em tempo que passa rápido, quem diria que o Jornal Sem Terra já está fazendo aniversário de 30 anos! É muito tempo, né? Ainda mais porque ele nunca parou de ser feito. Imaginem só, são 312 vezes que o jornal saiu pelos acampamentos e assentamentos deste Brasil, contando o que estava acontecendo... Realmente, acho que deveríamos fazer um grande bolo e comemorar para valer. E claro, ler o jornal! Também podemos aproveitar e festejar nosso Jornal Sem Terrinha, afinal de contas, já faz 4 anos que sabemos notícias uns dos outros e lemos coisas bem legais sobre vários assuntos, através dele. Já imaginaram quando o nosso jornal tiver também 30 anos? Será que ele ainda vai ser um jornal “criança” com essa idade?? Vai ser engraçado!! Nesse mês, ainda temos mais motivos para comemorar. Primeiro de maio é o dia do trabalhador e da trabalhadora, ou dia do trabalho como alguns chamam. Na maioria dos países, este dia é feriado e se comemoram as lutas e as conquistas do povo ao longo da história. Dia 05 é o dia das comunicações, é preciso lembrar porque “quem não se comunica, se trumbica”, não é? Temos ainda o dia das Mães, que na verdade, são todos os dias, mas neste dia, o segundo domingo de maio aproveitamos para lhes dizer o quanto as amamos e mostrar ainda mais o quanto elas são especiais e lutadoras. Para não perder o embalo, logo no início de junho, vamos ter o dia mundial do meio ambiente, no dia 05. Neste dia devemos fazer muitas atividades para mostrar o quanto é fundamental cuidarmos da natureza, não usarmos venenos, cuidarmos do lixo... Bom, mas isso é ainda para o próximo mês... É, o tempo anda mesmo rápido! Até a próxima! Palavra de Sem Terrinha Meu nome é Emerson Enio Soares Santos. Sou uma criança Sem Terra. Eu gosto de ir ao rio, brincar, capinar e a andar de bicicleta. E no meu acampamento tem uma escola e eu estudo nela. Estou no 3º ano. Gostaria que aqui virasse assentamento logo, pois a Reforma Agrária está demorando muito. A terra está cansada de esperar. Eu e meus colegas acreditamos que vai dar tudo certo.

Sem Terrinha maio de 2011

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Sem Terrinha Maio de 2011

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Page 1: Sem Terrinha maio de 2011

Ano 4 • № 32 • Maio de 2011

Olá Sem Terrinha!! Que bom estarmos juntos outra vez...

Já estamos quase no meio do ano, logo logo virão as férias, oba, que delícia!! E por falar em tempo que passa rápido, quem diria que o Jornal Sem Terra já está fazendo aniversário de 30 anos! É muito tempo, né? Ainda mais porque ele nunca parou de ser feito. Imaginem só, são 312 vezes que o jornal saiu pelos acampamentos e assentamentos deste Brasil, contando o que estava acontecendo... Realmente, acho que deveríamos fazer um grande bolo e comemorar para valer. E claro, ler o jornal!

Também podemos aproveitar e festejar nosso Jornal Sem Terrinha, afinal de contas, já faz 4 anos que sabemos notícias uns dos outros e lemos coisas bem legais sobre vários assuntos, através dele. Já imaginaram quando o nosso jornal tiver também 30 anos? Será que ele ainda vai ser um jornal “criança” com essa idade?? Vai ser engraçado!!

Nesse mês, ainda temos mais motivos para comemorar. Primeiro de maio é o dia do trabalhador e da trabalhadora, ou dia do trabalho como alguns chamam. Na maioria dos países, este dia é feriado e se comemoram as lutas e as conquistas do povo ao longo da história. Dia 05 é o dia das comunicações,

é preciso lembrar porque “quem não se comunica, se trumbica”, não é? Temos

ainda o dia das Mães, que na verdade, são todos os dias, mas neste dia, o segundo domingo de maio aproveitamos para lhes dizer o quanto as amamos e mostrar ainda

mais o quanto elas são especiais e lutadoras. Para não perder o embalo,

logo no início de junho, vamos ter o dia mundial do meio ambiente, no

dia 05. Neste dia devemos fazer muitas atividades para mostrar o quanto é fundamental cuidarmos da natureza, não usarmos venenos, cuidarmos do lixo...

Bom, mas isso é ainda para o próximo mês... É, o tempo anda mesmo rápido! Até a próxima!

Palavra de Sem TerrinhaMeu nome é Emerson Enio

Soares Santos. Sou uma criança Sem Terra. Eu gosto de ir ao rio,

brincar, capinar e a andar de bicicleta.E no meu acampamento

tem uma escola e eu estudo nela. Estou no 3º ano. Gostaria que aqui

virasse assentamento logo, pois a Reforma Agrária está demorando muito. A terra está cansada de esperar. Eu e

meus colegas acreditamos que vai dar tudo certo.

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O é elaborado coletivamente pelos Setores de Educação, Comunicação e Cultura.Os desenhos são feitos por crianças Sem Terrinha

de todo o Brasil. Agradecemos também a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram

para este trabalho, em especial à Escola do Acampamento Novo Paraíso (MG) e a Miguel Stédile.

Esta edição faz parte do Jornal Sem Terra nº 312Correio eletrônico: [email protected]

Página na internet: www.mst.org.br

O espaço também é seu!Escreva você também para o Jornal das

Crianças Sem Terrinha. Mande suas críticas, elogios, sugestões, poesias e desenhos. Anote aí o nosso endereço:

Alameda Barão de Limeira, 1232, Campos Elíseos, São Paulo, SP CEP 01202 - 002 Correio eletrônico: [email protected]

2 Jornal SEM TERRINHA • Maio 2011

T odo mundo tem amigos. Os colegas da escola, os

irmãos e primas na família, os vizinhos de barraco, de lote ou na agrovila. Existem todos os tipos de amizades e até os amigos que não são pessoas. Por exemplo, um cachorro pode ser um amigão. Um brinquedo pode ser o nosso amigo que está sempre com a gente. E às vezes até inventamos um amigo de fantasia para passar o tempo. E até um jornal por ser um dos melhores amigos da gente. É assim com o Jornal Sem Terra, que é um grande companheiro para os Sem Terra.

Às vezes, no barraco, queremos saber o que está acontecendo com os outros trabalhadores que estão nos acampamentos muito longe. Ou se um amigo nosso viajou para participar de uma marcha e queremos saber como ele está. E aí, o Jornal Sem Terra conta para nós como eles estão, mostra as fotos, traz um recado deles para nós. E nosso para eles. Tem vezes que a gente desanima, acha que as coisas não vão melhorar, e o Jornal vem como um amigo que sempre nos anima, contar uma boa notícia. O Jornal é como aquela tia da gente que vive viajando e conta coisas que viu pelo mundo. Ele nos conta de um assentamento como um

nosso, onde plantam coisas parecidas, ou de um

outro assentamento muito mais distante que faz coisas completamente diferentes.

E o Jornal Sem Terra não traz só

novidades. Também ajuda os adultos a estudarem. Para a gente estudar não precisa só ir à escola, nós também estudamos em casa ou conversando com os

amigos. Só que em vez de matemática, português e outras matérias, os mais velhos estudam no jornal como está a situação da agricultura e da luta. No Jornal, também se lembram de outros lutadores e lutadoras que viveram em outros

tempos, e pela história deles ganham força para a nossa luta de hoje.

Os adultos gostam muito do Jornal Sem Terra porque o conhecem há muito tempo. Antigamente, havia no Rio Grande do Sul um acampamento chamado Encruzilhada Natalino. Talvez você já tenha ouvido seus avós ou seus pais contando que foi um acampamento muito importante, um dos primeiros acampamentos de Sem Terra. Neste acampamento, também havia muitas crianças. Mas, naquele tempo, as pessoas ainda não conheciam nossa luta e os acampados precisaram bolar um jeito de contar para o pessoal da cidade e para

ERRAMOSNa edição 31 do Jornal

das Crianças Sem Terrinha publicamos que Rosa Luxemburgo nasceu em 1971, mas na verdade

ela nasceu em 1871.

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Jornal SEM TERRINHA • Maio 2011 3

as outras pessoas sem-terra que elas também poderiam fazer lutas e conquistar a terra. Foi aí que decidiram criar o Jornal Sem Terra.

No início, era um boletim feito em máquina de escrever e rodado no mimeógrafo. Atualmente,

ele é feito em computadores e várias pessoas participam,

com ideias, textos, desenhos, notícias, diagramação... Dá até para ler pela internet, na página do MST.

E desde aquela época, o Jornal Sem Terra corre o

Brasil e até lugares mais distantes no mundo contando o que nós fazemos e o que queremos. Assim, outros sem-terra também criaram coragem para lutar e se organizar. E outras pessoas souberam que a nossa luta era importante e que era justa.

Outra coisa legal no Jornal é que todo mundo pode escrever nele. Se alguém faz uma poesia, pode mandar para o jornal para mais pessoas conhecerem. Também alguém pode escrever o que está acontecendo num acampamento ou num assentamento, bate uma foto bem legal e manda junto contando tudo o que houve.

Como todo amigo, é preciso cuidar bem dele. Por isso, no assentamento ou no acampamento,

sempre tinha um adulto só para cuidar do Jornal Sem Terra, chamado Zelador. Zelador significa aquele que zela, ou seja, quem cuida de alguma coisa. O Zelador do Jornal é quem fica responsável por garantir que todos nós vamos receber as notícias.

O Jornal é tão importante para os nossos pais que as crianças também pediram um amigão deste jeito e por isso nasceu este nosso Jornal Sem Terrinha. Também podemos mandar os nossos desenhos e histórias, saber das novidades e brincar bastante. Como criança sem terrinha sempre anda junto com os Sem Terra, o Jornal Sem Terrinha também vem junto com o Jornal Sem Terra. Por isso, devemos cuidar bem dos dois.

Hoje em dia, todos nós podemos assinar o jornal e recebê-lo em casa, pelo correio! Estamos até

fazendo uma campanha para que mais pessoas conheçam e assinem também. Está tudo explicado lá no Jornal Sem Terra!

Que tal se cada um de nós se tornar um amiguinho para garantir que todos

os nossos colegas recebam e leiam o Jornal? Podemos até fazer uma carteirinha (olha ali em cima!). Para lembrar aos adultos que o jornal é importante para nós também!

MIMEÓGRAFO é um instrumento

utilizado para fazer cópias de papel escrito em

grande escala utilizando na reprodução um tipo de

papel chamado estêncil e álcool.

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Jornal SEM TERRINHA • Maio 20114

Dica de atividade: HOMENAGEM ÀS MÃES

Em vez de cada criança preparar uma lembrancinha para sua mãe, que tal aproveitar essa data para realizar uma homenagem coletiva?

Nossa sugestão é de que as crianças preparem uma sequência de música(s) e poesia(s) para apresentar para as famílias, de preferência criadas por elas! Além de desenvolver a leitura, escrita e musicalização, dá para envolver os Sem Terrinha de diferentes idades na decoração dos convites e na ornamentação do espaço. Podemos fazer

um grande mural, com nomes e desenhos das mães homenageadas, e enfeitar o centro da roda com um arranjo de flores bem coloridas.

Escondemos estas 3 sequências de figuras

no quadro abaixo. Veja se você consegue achá-las