44
7/25/2019 Semana 10 - MS 111 http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 1/44 1 Coordenadoria de Análise de Jurisprudência DJ de 30/04/1936 p. 2026 MA NDAD O DS SE GURANÇA R 9 111 - Districto. federal AC CC.HD.AO Vistos e relatados os autos de Mandado de Segurança em que é Requerente a "Aliança Nacional Libertadora"; unanimemente rejeitadas as preliminares relativas á conversão do jui gamento em diligencia para conferência dos documentos apresentados pelo governo e da ilegitimidade da parte para requerer em Juizo. de me ri ti s, indeferi r o pedido, também unanimemente, tudo de acordo com os votos pronunciados na conformidade das notas taquigraficas juntas aos autos. Acúrdao os Ministros da Corte Suprema, propostas e Custas ex-lege Rio de Janeiro, 21 de Agosto de 1935

Semana 10 - MS 111

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 1/44

1Coordenadoria de Análise de JurisprudênciaDJ de 30/04/1936 p. 2026

MANDADO DS SEGURANÇA R9 111 - Districto. federal

AC CC.HD.AO

Vistos e relatados os autos de Mandado de Segurança

em que é Requerente a "Aliança Nacional Libertadora";

unanimemente rejeitadas as preliminares relativas á conversão do jui

gamento em diligencia para conferência dos documentos apresentados

pelo governo e da ilegitimidade da parte para requerer em Juizo. de

meritis, indeferir o pedido, também unanimemente, tudo de acordo com

os votos pronunciados na conformidade das notas taquigraficas juntas

aos autos.

Acúrdao os Ministros da Corte Suprema, propostas e

Custas ex-lege

Rio de Janeiro, 21 de Agosto de 1935

Page 2: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 2/44

tíandado de segurança n.lll

Bístricto Federal.Requerente,a "Alliança Racional Libertadora".Relator.Mi

nistro .Arthur Ribeiro.

1

2

acoordo com a l ei,representada por seu presidente o commandante Heraolino Gas-

cardo,requereu o presente mandado de segurança.allegando o seguinte:

^em o direito liquido e certo.consitucionalmente garantido,da funccionar.so-

AUr*

mentá^her essa funccionamento aer interrompido por meio de sentença Judicia

ria ,que.passando em Julgado.decrete a desconformidade com a lei dos seus fins

e realizações.

Succede,porem,que,sem qualquer decisão Judieiaria^a» deelaraem» dissolvi-

da a sua associaçãoifoi a requerente surprehendida com o dec.n.229 de 11 do

ms* de Julho findo,ordenando o fechamento,em todo o território nacional,dos

seus núcleos.medida violenta e que,ainda com mais violência,foi executada pe

la policia desta Capital e pelas de outras capitaes dos Ratados.

Bispos aquelle dec.n.229:

"Considerando que,na capital da Republica e nos Estados.constituída sob a

^ 9forma da sociedade civil,a organizaçao denominada"Alliança Racional Liberta

dora" vem desenvolvendo actividade subversiva da ordem politica e social;

Considerando que semelhante actividade está suffieiantemente provada medi

ante a documentação colhida pelo Chefe de Policia desta capital,que.fundado

nessa prova,suggere a conveniência de serem fechados todos os núcleos da men-

aionada organização,decrè&a o Presidente da Republica:

Art.l.Serão fechados,por seis mezes.nos termos do art.29 da lei n.58 de 4

de abril do corrente anno,todos os núcleos.existentes nesta capital e nos Es

tados,da organização denominada"Alliança Racional Libertadora?

Art.2.0 ministro de Estado da Justiça e Regocios Interiores baixará instruem

çoes.no sentido da ser promovido^sem demora,por via Judicial,o cancsllamento

do registro civil da mesma organização."

Esse fechamento.ainda que por tempo ietefminãdo^é uma violação dos direi

tos constitucionaes da requerente,pois a Constituição da Republica,no art.

113,n.12,proclama:

"E garantida a liberdade de associação para fins licitos.Nenhuma associa

ção será,compulsoriamente.dissolvida senão por sentença Judiciaria.

A Constituição não foi invocada por qquelle decreto de desmarcada violen-

*

cia e sim a lei n.58.de'4 de abril do corrente anno.e isto' porque ella nao

Page 3: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 3/44

&

3

fornece esteio ao desrespeito coramettído á inviolabilidade da associação pa-®-

fins licitas.

Aquella lei n.58,em seu art.£9.estaiée;

®As sociedades que houverem adquirido parsonalidade jurídica.mediante fal

sa declaração da seus fins,ou que,depois de registradas.passaram a exercer

actividade suhvarsiva da ordem politioa ou social,sarao fechadas paio Sover-

noipor tampo até sais meaes.devendo,sem demorn;sar proposta acção judicial

de dissoluçãotConstituição,art.113;n.l£)*”

Segundo assa própria lei,pois,sé am dous únicos casos,o fechamento pode re

al iznr-se:

aí falsa declaração dos fins da associação,para ohter ou adquirir personali

dade jurídica;»

h)o exercício.depois de registradaide actividade suhvarsiva da ordem polfci

tica e social.

Hão basta,porem,que a auctoridade policial affirme aquella falsidade ou es

te exercício;é necessária a prova material e positiva de um desses factos.

A auctoridade policial que delatou,colheu qualquer documentação? A reque

rente teve ensejo de impugnar a affirmativa?

Ha faina de lograr aquelle fechamento,a policia não menioíonou nenhum dos

dous factos.corporisados em acto da requerente,nem podia mencionar,porque el-

la nao só declarou o seu verdadeiro fim,como nunca exereceu actividade sub

versiva da ordem política e social,nem nos seussnucleos desta ®apital,nem pe

los dos ^stados.A sua actividade sempre foi amparada;previamente.pelo defe

rimento policial.sempre foi visààa pela auctoridade da policia,que licencia

va e localiaava os seus comícios e as suas reuniões,que jamais foram secre

tas. Hunca a requerente praticou um acto que não tivesse o ulacat preventivo

da auctoridade policial.

O cit.ort.29 usa da expressão actividade subversiva,qua ilexicographicamen-

te,,com interpretação verdadeiramante litteral.vem a ser a que revolve,vol

ta de baixo para cima .destroe ;sx^nerga .perverte .arruina .revoluviona,põe em

estado de des$^g;mii9í3te oaso>Timai actividade subversiva não se prova com do

cumentação,mas com factos materiaes em que alia se desenvolva.

Que factos materiaee existem contra a requerente?

Ha especie,a prova colhida pelo Chefe de Policia,nos proprios termos d<

se decreto de guerra, vermelha á  h v   ,, o

as liberdades políticas d e,mais de tres mi-

Page 4: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 4/44

lhoes às consciências;foi ama simplas documentação,sobre qua a requerente não

foi ouvida.Entretanto.periclitam os direitos políticos da mais da traS mi

lhões da brasileiros,ja agora não mais paio fechamento da sua associaçãoimas

porque o eancellamanto do registro civil nao saguirá os tramites legaas vi

gentes ,devendo ser feita mediante instrueçoes do Ministro da Justiça.

K o que,nos seguintes termos,está estatuído no arti2 do dec.n.229:

“O Ministro de Estado da Justiça e Hegocios Interiores baixará instrueçoes

no sentido de. ser promovido^sem demora,por via judicial,o eancellamanto do

registro civil da mesma organistaçao;.'*

Ahi está um dispositivo que contém varias inconstitucionalidades;como se-

jarpf —» v— v   — - — *-■— •— X i n '

l4As associações,nos termos da Constituição,não podem,terminantemante,ser

dissolvidas pelo eancellamanto do seu registro,porque as associações só se

dissolvam por sentença judiciaria,que passa am julgado;

2iA dissolução a o eancellamanto tem forma especial estabelecida por lai e

não podem constar da simples instrueçao do poder executivo;

3ÍA associação nao pode ser dissolvida senão pela forma estabelecida nas

leis vigentes e n&o am lai posterior,que não podará ter effeito retroactivo?

3ao estas;em synthese.as allegaçõas da impetrante do mandado de seguran

ça.

0 sr.Ministro da Justiçarem nome doosr.Presidente da Eepublica.prestou as

seguintes informaçõesfcfl.24):

“A chamada “Alliança Macional liibertadora^ não passava de um disfarce do

Partido Qjommunista,imaginado para attrahir maior numero de adeptos a para,

por esta forma,poder desenvolTar,impunamente,sua actividade subversiva da or

dem politica e social.

Cedo,porem,suas verdadeiras finalidades subversivas se desvendaramte tor

naram-se publicas.atravea do manifesto de Luia Carlos Prestes e de cujo ca

racter extremista nenhuma duvida pode existir.

Permitto-me destacar delle os seguintes topieos:

'Mahe á iniciativa das próprias massas organiaar a defesa de suas reuniões,

garantir a vida de seus chefes a preparar-se activamente.para o, momento do

assalto.A idea do assalto anadurece na consciência na aannoioneia, das gran

des massas.Cabe aosseus chefes organiaal-as e dirigil-as,'*

Page 5: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 5/44

4

"Soldados do Rio Grande do 3ul .heroicos herdeiros das melhores tradições

revolucionarias da terra gaúohaí Prapara-te.organiza-te.porque assim sé po

derás voltar contra os tyrannos as armas com que alies querem fetsrniaar a_

vergonha dos dias de hoje"

Bastaria essa documento para justificar a acção do Governo no caso em exa

me.

Bevo .entretantoinformarcatVrRxi que.de ha nuito .vinham as auctoridades po-

liciaasida Capital e dos Jüstados^acompanhando os passos dos dirigentes oo-

cultos e apparentes da "Ailiança",já conhecidos ;tembemipels3 organizações

defensivas da ordem politiea e social de outros paizes^que com o nosso man

tem intercâmbio de informações.

lesse sentido^V.Rx. verá que as informações prestadas pelo Chefe ds Poli

cia, estão plenamente corroboradas pelos doctiunentos obtidos.alguns dos quaes,

em copia,tenho a homra de remetter.por intermadio de 'T.ío:..! Corte Suprema.

Da actividade subversiva desenvolvida pela "Alliança",em todos os seus sec

tores sociaes e principalmente entre os operários.disemialiás,com sufficien-

te clareza,os demais documentos que esta informação acompanham.

Pelos motivos expostos e mediante o dec.n.£46 da 19 de julho do corrente

anno.o Governo Pederal,fundado no art.29 da lei n.38 de 4 de abril desta an-

no,ordenou o fechamento de todos os núcleos a sédes daquella organização.as

sim procedendo,em correspondência com os mais lagitimos anceios de todas as

forças sans da Saçao.com o fim de defender e manter o regimen político e le

gal em que vivemos e o respeito aos princípios moraes que inspiram nossa^vi-

da sooial--vida e regimen que a “Alliança Sacional Libertadora", pretendia

deííúbar,pela violência.

A' mingua de melhor argumento,o requerente do mandadoímedida judiciaria só

admissível para amparo de direitos certos e incontestáveis.ameaçados ou vio

lados por acto manifestamente inconstitucional ou illegal— o que não occor-

re na aspecieiinvoca o art.H3;n.l£,da Constituição,que não permitte a dis

solução compulsória das associações.senão por via judiciaria.E que confunda

o fechamento dos núcleos a sédas»por motivo de ordem publica.com a dissolu

ção, ou cancellamento do registro,matéria da qual,nos termos do proprio ãecre

to em questão,o Poder Judiciário vae tomar conhecimento."

Acompanha essas informações um officio do Chefe de Policia desta Capital,

apoiado em farta documentação.

5

Page 6: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 6/44

5

6

Lm seu officio,diz a nossa mais graduada auetoridade policial:

**Üm officio de 9 de julho do corrente anno.suggeri a V.Ex.a conveniência

do fechamento de todos os núcleos da “Alliança Nacional Libertadora1’,visto

ser essa sociedade civil uma organização creada por determinação da fercei-

ra Internacional a que visava a alteração da ordem;a tomada violenta do po

der,o assalto á propriedade,a subversão da organização social e a mudança do

regimen.Âo remetter a y.Jkr. o officio acima alludido.foi o mesmo acompanha

do de copiosa documentação,dentre ella se destacando tres directivas do Par

tido Communísta.obtidas,por copia,por esta Chefia.e que acompanham,em anna-

io,o presente officio.

Pelo exame attento desses documentos,verifica-se.desde logo,a orientação

violenta que o Partido Communista resolveu imprimir á actividade dawAllian-

ça Hacional Libertadora.com um plano prees^tabelecido de acção subversiva

para a conquista do poder e organização de um Governo popular revolucionário

faes actos seriam,além disso.preparatórios para o estabelecimento definiti

vo,entre nós,do Governo Operário e Gamponez;na ba3e dos conselhos soviets.

de deputados operários e camponezes;soldados e marinheiros.

Pinalmente,por occasião das aommemoraçÔea do ultimo 5 de julho.commemora-

ções estas recommendadas^muito espacialmente.pelas directivas do Partido Com

raunista.remettidas a Juiz de Póra,foi lido o manifesto do Presidente de Hon

ra da "Alliança Uacional Libertadora" è,de facto.o seu unico a verdadeiro

Ghefe Supremo,e no qual se constata a confirmação dos termos das referidas

directivas. “

Com o officio,foram remettidos ao Ministro da Justiça:

a)tres copias de directivas(fls.33,4£ e 46i;

bídiversos manifestos e convites impressosífls.54,55*56,57,58,59};

e)vários retalhos dos jornaes Avante!.A Manhã.A Patriatfls.61,6£,6£v,63.

63v,fc4;64v,65,65v;66,66v,67,67v;68,68v.69,69v';7o,7ov õ 71).* * * «

*m 

0 sr.Br.Procurador Geral da Republica;am seu parecer de fl.73,opinou pelo

indeferimento do pedido.manifestando-se^inicialmente.pala repulsa.in limina.

da pretenção.que.a seu ver.devâra o relator ter posto em pratica.

liisse S.Ex.:

*0 processo não tem cons-festencia algumai-nelleitudo que á essencial ,falôr*

Page 7: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 7/44

6

ta.Louvores ao generoso a intelligente liberalismo do preclaro relator:-por

se tratar da uma questão ruidosa.consentiu no andamento *embora .segundo a ju

risprudência da Corta Suprema.seja o caso de indeferir*in limina.o pedido.

J& principio estabelecido por jurisprudência constante e pacifica adquiri

ram o valor da verdade as informações officiaes das auctoridadas*ató prova

plena am contrario.Ora o impetrante nao fez prova de especie alguma.Logo a

Corte tomará como fonte de convicção o apurado pelo Executivo.

Bste*ha bastante tempo*acompanha as actividades subversivas dos eomraunis-

tas.Apurou que o seu quartel general para America do Sul ficava em Montevi-

déo;o do Brasil astivera,a principio,em S.Paulo,;depois,o tranferiram para

Jfictheroy.Ultimamente .conseguiram a eolloboração decidida da"AHiança iStacio-

nal libertadora°.Passou esta,ostensivamente,a considerar como seu chefe e mes

sias um sincero apologista do credo de Hoscou.o capitão Luiz ffiarlos Prestas.

Inaugurou em todos os seus Aucleos o retrato do luctador*diffundiu o manifes

to em que elle proclamava a sita identidade de vistas com a sociedade referi

da, e.cumprindo instruoçõas àelle.preparou uma colossal desordem a irromper;

simultaneamente,em centené^ de logares e no mesmo dia,5 de julho.ludo isto

é narrado nas informações officiaes*1*

Depois de transcrever diversos trechos de documentos juntos aos autos,con-

tináa ã;£x:

"Expostas os factos da causa*examinemos o direito applicavel á especie.

A impetrante assevera que a prova deveria ser colhida pela policia,com

audiência do interessada*

A lei am que se apoiou o Governo.ordena que,na primeira phase,as auctori

dadas exerçam acção prompta e energica.sem figura nenhuma de juizo;depois

iniciem processo regular.com audiência dos interessados,para dissolver a so

ciedade subvarsora da ordem e lhe cancellar o registro .liem precisaria eiíe-

tir norma positiva especial*para assim proceder;hastaria o poder de policia,

peconhecido pelo direito de todos os povos cultos e cuja idea nuclear sa en

contra no velho conceito de Blackstona. sobre a vigilância que o Estado de

va exercer em relação ás actividades indivdduaas.

A impetrante lança a axtranha theoria de ficarem as associações apenas su

jeitas á acção do judiciário,livres da interferenoia preventiva do Executi

vo .firmando- se .para isso.no mandamento constitucional que só lhes petmitte

a dissolução compulsória por sentença judicial.

7

Page 8: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 8/44

7

jD£o caso.porem.o Govarmo nao dissolveu a "Alliança",isto é.nao fèxsdesap-

parecer assa sociedade,hão a desfaz,nao addestruiu;fechou,apenas,a titulo* 

provisorio,por sais mezas.os saus núcleos, incuítíióãos da medonha tarefa. de es

palhar. no Brasil o terror a o morticinio,entra Janeiro e agosto daste anno,

desorganizando.assiip,,o seu plano de oonvulsionar o paiz,

0 que dispõe a Constituição da Republica muito se assemelha ao que precei-

túa a Constituição Alleman,anterior ao advento do Nazismo*

Diz essa ultima Constituição:

"Art* 123.Os allamaãs tem o direito de se reunir em assemMéa,pacificamen

te e sem armas.

Ajtt. 124.Todo allemão tem o direito de fundar associações ou sociedades,des

de que os seus fins não sejam contrários ás leis penaes.Bao pode este direi

to ser restringido por medidas preventivas.

Art.13o.0s funccionarios sao os servidoras da nação inteira a não de um

partido.Sao garantidas aos funccionarios a liberdade de opiniões politicas

e a liberdade de associação."

Pois bem,todo o liberalismo do estatuto de Waimar não impediu que.mesmo an

tes do advento do aetual regimen,fosse vedado,como informa Nipperdey,aos men

bros do Reichsvehrjexercito permanente) o participarem de seunioes e sarem

membros de associações politicas,nao sendo permittido aos funccionarios,em

geral.fazerem greve.

Portanto,na vigência de um texto similar ao brasileiro,o commandante Cas-

cardo não poderia ser chefa da “Alliança",fazer ou aconselhar greves;em vez

do apoio judiciário.teria a prisão e outra penas mais graves.

Segundo ensina Ssmein,também em França é prohibida a grave de funccionari

os,e,na inglaterra,nem politioa alies podem fazer.

Informa o mesmo escriptor:

"A lei de 19ol á extremamente liberal.Isenta as associações de qualquer

auctorização previa.A sua dissolução só por sentenpa pode ser pronunciada.

Basta que respeitem o art.3,que firma a seguinte re g r a ; o d a associação que

tenha por fim actuar contra a integridade naeional e a forma republicana de

governo,é nulla e de nenhum effeito."

Portanto,em França,os tribunaea negariam apoio a associações cujo ohjacti

vo consistisse em pleitear a victoria da dictadura proletária,sobre tudo,me

diante a generalização do terror;

8

Page 9: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 9/44

a

Ao contrario do que affirma a inicial,a polícia tem o direito de empregar

todos os meios para descobrir os fins oecultos das associações,que só mere

çam acatamento.quando collimam objectivos claros e conhecidos das auetorl-

dadas;o simples facto de se ligar^rem a sociedades extrangeiras.de activida-

de politica^era considerado crime da alta traição,no dominio da própria Con

stituição de TÊfeimar.

Somente os não familiarizados com a philosóphia jurídica podem extranhar as

providencias introduzidas pelo legislador ordinário,á margem dos textos fun-

damentaes.O direito,como a formula que á do equilíbrio social,varia com as

adades e as circumstancias,adapta-se ao ambiente.evolve de modo que sempre

corresponda ao grau da cultura de um povo e ás necessidades da apoca.

A funcção dos governos nao é crear problemas;~á resolvel-os.Üntretanto,de

pois da Grande Guerra,em todos os continentes,decretos imprudentes.audacio

sas reformas avolumaram as afflicçoes dos que produzem,dos que trabalham,dos

que coneorrem,honesta e sinceramente,para a prosperidade nacional.Os ricos

empobrecoram e luctam com as maiores difficuldades,e as greves,as insubordi

nações,em ves de cessar com a alegria da victoria,recrudescem e alastram-se.

0 Brasil,é certo,nSo escapou á regra geral;o Governo,porem,ao reagir con

tra as tendências anarchicas.longe de se mostrar precipitado.atrabiliario,

procedeu com tal prudência e longaminidade que os desconhecedores da activi-

dade. subterrânea.pertinaz e habil, da policia tiveram a impressão de que as

auctoridadas só tomaram posição contra a desordem e a violência,tangidas pe

la opinião publica,que.desanimada,afflicta e profundamente descontente,já

procurava,anciosa.o homem providencial,que tanto podaria ser Cincinato como

Julio Gesar.i

Em tal emergencia,entre nós,como em toda a,parte.o direito afeiçoou-se á

actualidade.propiciou a medicina para os males presentes:-o estatuto básico

de 1934 foi menos individualista que o de 1891,e a obra da segunda constitu

inte republicana foi completadadpela sensata modificação das normas regula

doras do trabalho e pela chamada lei de segurança.

Preparada,pois,a primeira mobilização mathodica da desordem;a auctoridade

poda frustràl-a,graças aos elementos que o direito vigente lhe fornecia.

Affirma a inicial que a "Alliança” imprimiu a maior publicidade ás suas re

uniões,sem revelar intuitos subversivos.

9

Page 10: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 10/44

9

Blla,porem,teve duas phasas em sua vida:-na primeira.apparecau como u m .

partido ordeiro;na segunda,obedecendo ás normas de ]£q s c o u ,desenvolveu,sub-

repticiamente,a trama terrivel;que poria a uá verdadeira e occulta

finalidade.no fatidico 5 de julho; '

Hão era 5 de julho anniyersario de movimento trabalhista,mas de uma revol

ta ciíeumscripta á guarnição do Rio de Janeiro.Logo,para Irromper,nesse dia,

uma agitação em todo o paia,seria mister um plano preconcebido:-foi o que a

policia previu e preveniu.ás providencias energicas evitaram a deflagração

da anarchía;porem,na data referida,em todas as capítaes.nos portos de mar im

portantes ;houve meetings e dicursos incendiários .íim 3.Paulo,a desordem ;jugu-

lada no dia marcado para a explosãoiirrompeu logo depois.Pm orador;no Pará,

annunciou-a,com enthusiasmo.e alegria satanica.Porque e com que fundamento,

attribuir tudo á phantasia das auctoridadas?Ao se, spproximar a data fatídi

ca,todo o Rio de Janeiro fremia de inquietação;sabedor da mashorca imminen-

te.

Os inimigos da Constituição liberal vem ao pratorio excelso impetrar um re-

medio democrático.

£ uma inaoherencia;e esta não pode ser o npanagio de apostolo;que,ao con

trario,deve mostrar-se o prototypo da sinceridade e da renuncia.

Além de desaso na eleição do caminho a seguir^ainda revela*'íolvÍdo lamentá

vel do papel superior da Corte Suprema.

Blla ê uma corporação politica.não no sentido partidário,mas na accapção

elevada do termo:-altamente conservadora.guarda excelsa da lei;zeladora da

pureza das instituições.olhando largo para o futuroipara as consequências

próximas e remotas dos seus ares-tos interprete illuminada dos textos .garan

tia serena e vigilante da familia e da ordem jurídica e social.

Som qüe fundamento,lhe pedir amparo,pelo memos indirecto,para o desenrolar

methodico a cruel da um vasto plano de greves^sem causa e sara objecto.pertur

bações financeiras.choques das massas contra as forças regulares.paralysa-

ção do trafege.lançamento das cidades no horror das trevas,para a desordem;

emfim.em largo astylo;atordoante.multiplico e sem finalidade contructora.de

antemão condemnada a um esmagamento fatal?Si a Corte Supeema der á impetran

te o mandado de segurança.para ella subverter a ordem política e social vi-

gorante no Brasil,qual será.para as .vicfcimas do plano terrível,o broquel con

tra a iniquidade?

10

Page 11: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 11/44

Io

Com recusal-o,a Côrte.implicitamente.concedef^vao operário brasileiro,a-

mante da familia.honesto e temente a Deus .Se facto>o propiciará aos que tra

balham e produsem,estudam e escrevam;& todos os brasileiros,emfim,povo opu-

lanto de virtudes privadas e civicas.e cuja diversidade notoria de crenças

religiosas e políticas,á semelhança áe uma serie de caudaes oriundos de to

dos os quadrantes.converge para o estuário commum— o do mais encantador de

todos os cathecismos e da inais sublime de todas ás praticas— o da religião

da bondade."

Em synthese*á eete o parecer do eminente Chefe do Ministério Publica Pede-

ral,que,como sociologo e jurista,examinou,superiormente;a matéria,pela sua

dupla face,como um problema social e como um phenomeno jurídico.

Lamento que a exiguidade do tempo e a necessidade de comprehender na expo

sição da. aspecie todos elementos essenciaes que entram na sua composição,não

permittam transcrever,na integrada importante peça final da discussão do pro

cesso.

£ este o ralatorio.

• »

Diligencia

iío final da sessão dp haaè«6tdia 15\ ,recebi da impetrante uma petição,em

que ella solicitava a conversão do julgamento em diligencia^afim de se pro

ceder á conferência e ao confronto das copias não authenticadas de documen

tos fornecidos pelo Chefe de Bolicia ao Ministro da Justiça e por este remet

tidos á CÔrte Suprema.

11I

clusos para estudo;entendí que,como relator,não me cabia mais tomar conheci

mento do pedido,para deferil-o ou indefèril-o,sem embargo da amplitude com

que está redigido o art.ll do dec.n.19,656 de 3 da fevereiro de 1931.

Por esse motivo.determinei,em despacho,que o pedido fosse §ujgito ao co

nhecimento da CÔrte Suprema.

Eu o indefiro.

0 que a respeito de conferência de documentos dispõe o regul;.n.737,em seu

art.l53,é o seguinte:

“Ajuntando-oe copia,publica-forma,ou extracto de algum documento original

feito sem citação da„ parte,não faraó prova,salvo sendo conferido com o ori

Page 12: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 12/44

11

12

ginal.na presença do juiz,pelo escrivão da causa,ou por outro que fôr nomea

do para esse fim,citada a parte ou seu procurador,lavrando-se termo da con

formidade ou differenças encontradas.

4i a parte interessada convier em que seja dispensada a conferência,as so-

breditas copias;publ±ca fôrma ou extracto.valerão contra ella;mas nao con

tra terceiro."

Como se vã,a conferência 6 uma formalidade destinada a dar valor probante

ás copias de documentos em que as partes queiram "basear as suas pretenções

judiaiaos.de sorte que somente pode 3er requerida por aquella que nisso te

nha interesse, isto á.pela que as produz eib juizo e tem comsigo os originaes

respectivos.

A outra parte^contra a qual é ,por aqualle meio,feita a prova,tem interes

se .precisamenta ,em que a aopia continúe destituída de valor,© n ã o e x i -

gir uma providencia que o seu adversário pode^justamente.frustrar.exercendo

o incontestável direito de recusar a prod.ua ção do originàl.

0 direito daqualla parte,a esse respeito.limita-se a que se nao de valor

á copia levada a juizo sem conferência.

Mas ,com5®a^*impatrante do mandado de segurança pretende, onfareneia de

copias apresentadas pela pessoa juridiea interessada,ao ser ouvida sobre o

pedido,a sua pretençao não merece acolhimento.

for essa motivo,eu voto contra a conversão solicitada.

Preliminar

Como se viu pelo histórico da queBtao acima feito;o sr.dr.Procurador &e-

ral da Republica attrihuiu o meu consentimento no andamento do processo a^

um generoso e intelligente liberalismo,que nunca esteve no feitio de meu

espirito e muito menos na minha consciência de velho julgador,inteiraaente

submisso aos mandamentos legaas.

Bisse S.Ex.:

"Para a concessão do mandado de segurança,é mister a prova immediata da

existência de direito certo.liquido e incontestável.A este respeito,o pro

cesso é  de uma pobr*^*- franciscana.Rem ao menos se demonstra,com documentos

juridicamente valiosos,ter o Commandante Uascardo auctoridade para pleitear,;

em juizo,em nome da"Alliança?e a sua própria funcção de presidente é.simplef

mente^ allegada.

Page 13: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 13/44

1213

Segunda a jurisprudência pacifica,pois,da GSrte.o caso era de se indeferir»

in limina.o pedido.11

Mesmo que estivessem plenamente provados os factos que S.Ex.menciona,não

ma parece que eu poderia trancar ao impetrante as portas do pretorio.

liao conheço lei expressa que m'o permittisse.

0 dec.oit.n.19656,no art.11,§ 1,confere,é certo, ao relator a faculdade de

indeferiridesde logo,o pedido de habeas-corous originário,quando sem a devi

da instrucçao,salvo si for pobre o paciente,e a Constituição da Republica,no

art.113,§ 33,declarou ser o mesmo Ao habeas-oorpus o processo do mandado de

segurança.

lílaS^na plena vigência do regimen constitucional,a unica restricçao admis

sível á preciosa garantia que encerra o instituto da habeas-corpus.é a fal

ta,na petição inicial,dos requisitos exigidos pela lei e que o Regimento do

Corte enumera em seu art.115,como ainda eu nutro serias duvidas sobre si na~

quella simples allusao constitucional ao processo daquelle instituto se in-

elue a competência do relator parsíyiiminarmente .repallir um pedido de manda

do de segurança.

A verdade,porem,é que me nao parece auctorizada por lei a repulsa,_in limi-

ne,do presente pedido,seja pela deficiência da-sua instrucçao,seja pela il-

legitimidada da parte que veio a juízo pedir amparo para o seu direito.

Está provad.o:

llque a “Alliança Racional Liberta d ora “adquiriu personalidade jurídica i n

screvendo-se no registro proprio.tendo sido publicados,por extracto,çs seus

estatutos no Rlario Official de £1 da março de 1935 fe havendo ficado archi-

vados em cartorio um exemplar do mesmo jornal e outro dos .estatutos,nos ter-

mo^ do regul.n.18542 de £4 de dezembro de 1928.combinado com o art.18 do

Cod.Üivilí fl .15) ;

£)que o Qoverno da Republica, mandou fechar por seis mezes aquella socieda

de civil,por dec.n.229 de 11 de julho do corrente annoífls.14 e £4);

3>que o commandante Hercol-ino Sascardo era o presidente da "Alliança1’.corno

consta da procuração de fl.lô.e á confirmado peloe documentos que acompanha

ram as informaçãoss do sr.Ministro da Justiça;

Bastam esses dados para justificar o ingresso em juizo da "Alliança Racio-

Page 14: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 14/44

IS

14

nal Libertadora”,para,por maio de seu presidante,solicitar um mandado de se

gurança contra o acto da auctoridade administrativa que mandou fechal-a.por

seis mezes.

Por esse motivo,eu tomo conhecimento do pedido.

Be meritis

Segundo o mandamento constitucional,já por Tezes citado,para a concessão

do mandado de segurança duas sao as condições exigidas:

1)que o impetrante tenha um direito certo e incontestável;

2)que este direito tenha sido Tiolado ou se encontre ameaçado de sel-o por

acto manifestamente inconstitucional ou illegal de qualquer auctoridade;

■Sm apoio do seu direito,.invoca OLimpetrante nao só a sua qualidade da pes

soa juridica^adquirida nos termos da lei,como o art.llS da Constituição da

Republioa;que;em o n,12.proclama:

Mi£ garantida a liberdade de associação para fins licitos.Nenhuma associa

ção será,compulsoriamente,dissolvida senão por sentença judiciaria.”

Entende ella^por isso,que tem o direito certo e incontestável de funceio-

nar,livremente,sem que possa ser embaraçada^nesse exercício,por qualquer ac

to administrativo ou governamental.

A lei n.SB,porem,de 4 de abril de 19S5jem seu art.29.dispoz:

“As sociedades que houverem adquirido personalidade juridica.mediante falsa

declaração da seus fins,ou que,depois de registradas^passarem a exercer ae-

tividade subversiva da ordem politioa ou social,serão fechadas pelo Governo,

por tempo ató seis mezes.devendo,sem demora,ser proposta acção judicial de

dissolução."

Por esse dispositivo de lei,pois,em dous casos,pode ser decretado o fecha

mento immediato a em caracter provisorio de qualquer sociedade civil:

lJqúando o registro tiver sido feito;occultando-se a verdadeira finalidade

da pessoa juridica;

2)quando.depois de registrada,a sociedade passar a exercer actividade sub

versiva da ordem politica ou social.

Ib*Informa o sr.ílinistro da Justiça que se verificou essa segufta hypothese .ten

do a impetrante.depois de seu registro.passado a exercer uma grande activida

de para implantar em nosso paiz o regimen communistaipor meios violentos.

, íratava-se,portanto,de uma actividade subversiva não sóda da ordem poli-

Page 15: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 15/44

14

15

tica,que ficaria,seriament®.comprometida com a simples tentativa violenta da

implantação daquelle regimen;como da própria ordem social.que é visada,di

recta e principalmente,em seus mais profundos fundamentos.

]?oi o Chefe de Policia da Capital quem,baseado em grande numero de documen

tos, suggeriu ao Governo o fechamento das sédes e núcleos dartálliança Liberta

dora",disseminados por diversos pontos do território riacional, "visto ser es

sa sociedade civil— dia o officio de fl.3o— uma organização creada por de

terminação da Eerceira Internacional,e que visava a alteração da ordem,a to

mada violenta do poder,o assalto á propriedade,a subversão da organização so

cial e a mudança do regimen."

Kssa informação prestada pelo Governo.segundo Jurisprudência corrente e

tranquilla,formada em casos analogos,tem por si uma presumpçao_Juris tantum

de ser a expressão da verdade,e a requerente não illAiiu nem siquer procurou

illidir.de maneira alguma,e3sa presumpção,qua,já por isso,deve subsistir.co

mo prova da defesa do acto administrativo de pura policia.

A  informação,além da razoavel presumpçao de verdade que olla contém.vemaa-

companhada de copiosa documentação,que lhe dá solida base.

ü acto.poisado fechamento das sédes e núcleos da impetrante.longe de ser

um acto.mnnifestamante.illegal,funda-se em expresso dispositivo de lei,que o

permitte.atá seis mezes,quando a sociedade.depois de registrada.passar a exer

cer actividade subversiva da ordem politica ou social.

Allega-se,porem,que o preceito formulado no art.29 da lei n.38 de 4 de a-

bril do corrente anno.infringe a Constituição da Republica,® quo o dec.n.££9

de 11 de julho também do mesmo anno.ordenando aquelle fechamento,a viola,es

pecialmente , em seu art.2.

A allegação,porem,é de inteira Improcedencia.

]& verdade que a Constituição consagra a plena liberdade de associação,e pro

screve a dissiblbução compulsória,nao permittindo que associação alguma seja di£s

solvida senão por sentença judiciaria.

Mas,o proprio mandamento constitucional áó garante a liberdade de associa

ção,com a declaração expressa de ser ella exercida para fins licitos.de sor

te que uma lei ordinaria pode vedal-a.verificado não ser licito o objectivo

a que a associação se propõe.

jfi que se deu no caso ora em apreciação.

Page 16: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 16/44

15

16

Quer se admitta que a impetrante,ao se inscrever no Registro Publico,mo

mo pessoa juridica.occultou a sua verdadeira finalidade,mascarando-se com

apparencin de propositos licitos .quando detida a sua creação ,o que tenciona

va,era o assalto violento do poder;engolfando o paiz na mais completa desor-

ganizaçãoqquar se acceite a segunda hypothese de ter sido ulterior ao seu

registro a adopçao desse objectivo reprovável,tendo nascido para a vida ju-

ridica.com intuitos perfeitamente honestos,como o de cooperar,dentro da or

dem constitucional a pelos meios estabelecidos em lei,para a prosperidade e-

oonomica e aperfeiçoamento dos nossos institutos politicos,em qualquer das

duas hypotheses ,ella incidiu na sancção do art.29 da lei n;£8,au9 previu,por

sua vaz.dous casos em que.indubitavelmente,manifeaÉamenta ,são illicitos os

fins da qualquer associaçãoi'

Portanto,o seu fechamento,por seis mezes;para ser,logo em seguida;promovi-

da,judicialmente,a sua dissolução,foi um acto que nenhuma eiva tem de inoons-

titucionalidade ou de illegalidade.

A lei n.38 é,sem duvida,severa.A sua severidade,porem,é uma exigencia das

circumstancias difficeis com que,actualmente,luctam As dirigentes de todas as

nações cultas.

Garraud.escrevendo muito antes da crise que a humanidade ora atravessa 9  que

lhe abriu a Grande Guerra.quando trata da lelinqueneia politica.faz a seguin

te observação;verdadeiraraente prophetiea:

*Ao lado da noção do delicto politicoinasce e se desenvolva a noção do de-

lioto social.0 que se mostra refractario não mais só á ordem social estabele

cida,mas a toda ordem social.approxima-se do delinquente de direito commum,

muito mais do que do delinquente politico;não é,somente,um anti-governamen

tal ,é um anti-social.E então 0  sentimento utilitário da conservação,mais for

te do que todas as theoriasifaz com que se retomem contra os criminosos nihi-

li3tas e anarchistas as antigas severidades,e se ponham;novamente,em vigor

as antigas medidas**( Direito Criminal.vol.l,pag.212Í .

São essas antigas severidades que,na hora presente^surgem por toda a parta,

inspiradas pelo sentimento utilitário da conservação,que domina 0  ser huma

no a que,como observa Garraudqá mais forte do que todas as theorias.retoman-

r'

do mesmo,em alguns paizes.as formas barbaras e,de hü. muito.desapparecidas e

tanto horror causam aos espiritos formados ao calor da civilização ehristan.

Page 17: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 17/44

JFelizmente ,o rigor da lai n.38 não excedeu as raias que a alma brasilei

ra., Sempra doce,traça ás suas mais safaras leis a até aos seus insopitaveia

movimentos revolucionarias.

Si é,porem,uma lai sev»ca,o seu art.29 não anoerra um preceito inconstitu

cional .

Muito manos £e pode dizer inconstitucional o art;£ do eit.dec.n.££9 do mez

de Julho findo,que assim se exprime:

“0 Ministro de Estado da Justiça a JSegocios interiores baixará instrucçÕes

no sentido de ser promovido,sem demora,por via Judicial,o cancellamento do

registro civil da mesma organização."

Esse dispositivo,no conceito da requerente,é.triplamente,inconstitucional:

llporque as associações somente podem ser dissolvidas por via Judicial,

não podendo ser fechadas por acto discrecionario da policia;

Siporque a dissolução e o cancellamento somente podem ser determinados por

lei e não por instrucçÕes do Governo;

3)porque qualquer associação somente pode ser dissolvida,por acto o**facto

previsto em lei anterior e pela forma por ella preseripta e não de accordo

com instrucçÕes posteriores;que nao podam retroagir,em detrimento de direi

tos anteriormente existentes.

líenhum desses motivos tem procedência.

Em se tratando da dissolução da sociedades registradas,a lei cit.n.38,es

tabeleceu, àbiamante,duas phases:-a do fechamento provisorio,em que a poli

cia,em sua funcção preventiva.attande,de prompto e firmemente,ás exigências

de momento,impedindo a explosão de qualquer movimento perturbador da segu

rança publica;a a da dissolução Judiciaria,promovendo-a os agentes do poder

publico,em processo regular,ouvida a defesa,assegurada a esta todos os meios

essenciaes e recursos.

Gomo se ve,a dissolução definitiva da impetrante fica sempre dependendo de

sentença do poder Judiciário.perante o qual ella poderá fazer valer os seus

direitos.destruir a presumpção Júris tantum ,em favor das informações go-

vernamantaes,e mostrar os fíns^de sua exiítencia e a falsidade da affirma-

tiva da ser a sua actividade subversiva da ordem política ou social.

Si# dentirc dos seis mezes.a dissolução definitiva\6 impetrante voltará ao

statu quft ante.com direito,sem duvida,á reparação do damno.si o Judiciário

negar á auctora o reconhecimento da pretenção ajuizada.

Page 18: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 18/44

17

A  requerente,pois.somente terá derser dissolvida,si assim o entender o po

dar judíeiario;a por um dos motivos constantes do cit.&rtw29 da lei n.&8.

Caem assim por terra os dous primeiros motivos allegados.

O terceiro e ultimo concerne á retroacçao das instrucçoes que o Governo vae

expedir para ser promovida a dissolução da impetrante,por sua incompatibili

dade.com a ordem publica.

Si se tratasse de íacto que a lei anterior considerasse licito,e por esse

facto a "Alliança a houvesse de ser dissolvida,ox vi de lei posterior,a al-

legação poderia proceder o ser allegada.com proveito.no curso do processo

Judiciário.

G facto,porem,com o seu caracter marcadamente illicito.á anterior e pre

visto,de maneira expressa,pela lei n.38.

As instrucçoes a ser expedidas vao regular.simplesmente,o processo,na par

te em que fôr omissa a legislação vigente,a é canon tranquillo;na doutri

na, que as leis de fórma,são,em regra,retroactivas.

Essa questão,porem;á para ser examinada na acção de dissolução,e á,intei-

ramento.extranha ao mandado de segurança.

Pelo exposto,indefiro o pedido do mesmo mandado.

18

Page 19: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 19/44

1921-8-1935Aurora

MANDADO DS SEGURANÇA N. 111 - Districttf Federal

VOTO - 2a. PRELIMINAR

O SR. MINISTRO ATAULPHO DE PAIVA - Com relacao

SOU,a segunda preliminar, também, pela sua rejeição.

Page 20: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 20/44

21-8-1935Aurora

20

VOTO - DE 1ÍERITIS

0 SR. MINISTRO ATAULPHO DS PAIVA - Relativamente

ao méri to da questão em julgamento’, creio que es ta Cor.te

teve ensejo de v e r i f i c a r a luc idez e minuciosidade do voto

do Min ist ro - re la tor , ao abordar as var ias all egaçoes apre

sentadas pelo requerente.

As expressões empregadas por S. Exa. nao me

permittem adauzir qualquer consideração em t orno do as-

sumpto e, s i quizesse ainda occupar a attençao desta Cor-,

te Suprema, nada mais te r ia a faz er do que ra t i f i c a r os con

ceitos por S, Exa. expendidos.

Por -es te motivo, acompanho o voto do Sr. Mi

nis tro - re la to r , indeferindo o pedido.

MANDADO DE SEGURANÇA N. 111 - D is tr ic to Federal

Page 21: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 21/44

21-8-1935Aurora

 ÁW * l(~IX   -3 i '

21

DK SEGURANÇA N. 111 - D is tr ic to Federal

VOTO - DE MERITIS

0 SR. MINISTRO OCTAYIO KELLY - Sr. Presidente,

in defi ro o pedido porquanto acho que o d ir e it o da r e

querente não e   certo liqu ido e inconte stáve l para ser

apreciado por esta Corte, nao sendo, também, manifesta

a inconstituc iona lidade da l e i de segurança.

0 proprio ' disposit ivo constitucional declara que,

para ser apreciado o mandado de segurança, torna-se ne

cessário haver um d ir e it o que- seja absolutamente cer to, l i

quido e i ncontestá vel, nao permittindo o seu exame a mais

l igeira controvérsia*

Por esta razao, ' nao conheço do mandado reque

rido.

Page 22: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 22/44

22

21-8-35.L.D.

MANDADO DE SEGURANÇA NQ 111 - DISTRITO FEDERAL.

V O T O

O SR. MINISTRO IAUDO DE CAMARGO A Cons

tituição garante a liberdade de associação e so

permitte seja el'la dissolvida mediante decreto ju

dicial.

Mas essa liberdade está condicionada, e nem

podia deixar de estar, a este elemento vital: fins

licitos.

Na especie, toda presumpçao seria pela fina

lidade legal, com o registro obtido e a personali

dade adquirida.Appareceram, porem, informes officiaes no -

ticiando a adulteração do objectivo, com o emprego

de meios violentos, de  propaganda, tendentes á

subversão da ordem juridica e social, o que impor

ta na aXXirmaçáo da existência de novos propositos

e novas praticas, sem agasalho no nosso estatuto

máximo.

Nega-se, entretanto, veracidade a esses in

formes e nega-se egualmente competência ao execu

tivo para agir a respeito, antes do pronunciamen

to pelo judiciário.

Não ha duvidqAser impossivel a dissolução

sem decreto judicial.

Mas disso não ê   que se trata, como o faz sen

tir oproprio decreto do executivo, que ainda pro

Page 23: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 23/44

21-8-35.L.U.

-   2   - L.Ü.

23

flanei, de beg. 111 - ü.Fed.

pugna pela medida.

Sendo assim, toda discussão terá de cingir -

se ao acto do fechamento, provisorio, que dissolu

ção não é *

Fosse consideral-o isoladamente, como sim

ples acto de autoridade, e fortes reservas lhe fa

ria.

E isto porque nào do u ao poder de policiaa elasticidade que se lhe-procura emprestar.

üahi 'o diser Gooley que,não sendo elle abso

luto, está sujeito á apreciação da justiça.

Não ha quem desconheça o poder da policia

controlando,'sob múltiplos aspectos, o viver em

sociedade; também não se desconhece que os interes

ses collectivos pairam acima dos interesses indi-

viduaes; mas, a pretexto de salvaguardar interes

ses communs e superiores, não se vá reconhecer o

direito de livre incursão nos dominios privados,

de modo a invalidar as nossas melhores conquistas.

£ foi por assim pensar que o legislador cons

tituinte de 91, permittindo a livre associação ac-

crescentou estas palavras: "não podendo intervir

a policia senão para manter a ordem publica".

Hestringio-se assim a acçao policial, com a

regra^ imposta. ívias ho caso em discussão não

encaro o acto como simples poder de policia e sim

como fundado em texto expresso de lei, qual o doartigo 29, da de nfi 38 de Abril deste anno.

E esse texto não se pode dizer iniringente

Page 24: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 24/44

21-8-35.i_*. D *

-3-

24

iwand. de Seg. nô 111 - D.Fed.

da Constituição, afim de nao merecer observância^

porquanto encontra correspondência na própria Car

ta iviagna, quando declara nao tolerados processos

violentos de propaganda, para subverter a ordem

politica ou social.

Assim dispoz o legislador constitucional e

assim deixou regulado o legislador ordinário.

Agora, se o acto Xoi mal fundado 1 ou m a l  

applicádo, constituirá objecto de ulterior apre

ciação e ulterior procedimento. Por enquanto, e

pela controvérsia estabelecida, o que se nao pode

dar como existente ê  um direito certo, liquido,

incontestável e a ser amparado pela medida pleitea

da.

Direito com essas credenciaes só o é o que

desde logo se apresenta nessa conformidade, recom-

mendando-se e impondo-se á justiça por não mais

passivel de alteração. E seria temerário affir -

mal-o onde occorrem circunstancias, que assaltam

o espirito do julgador, levando-Ide a vaciIlação

e acarretando-lhe a duvida.

Tudo, pois, aconselha a que se elucidem os

factos pelo processo da-dissolução, com os debates

e provas, que lhe são peculiares, e não pelo ex -

tirá;.ordinario, de que se fez uso,por:bincompativel

com as grandes discussões, que os mesmos factos

estão a reclamar.

São os motivos por que deixo de conceder

o mandado.

Page 25: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 25/44

2521-8-1935Aurora

MANDADO Da  SEGURANÇA N. 111 - D is tr ic to Federal

V O T O - l a . P R K L n i r . N i m

O SR. MINISTRO CARVALHO MÜURÃO - Sou contrario

a di l igencia , pelos xundartientos expendidos no voto , do

Sr . Minis tro-re lator .

Page 26: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 26/44

21-8-1935Leonor / Aurora

26

V O T O

O SR MINISTRO CARVALHO MOURÃO - Sr. Presidente, o

Sr. Re la tor e os demais Minist ros, em seus votos, já es

gotaram o assumpto, sob o ponto de vista da legalidade, dizen

do que o acto do G-overiio se baseou em disposição expressa do

art. 29 da l e i n. 38, de 4 de abri ,! do corrente anno, a cha

mada " Lei de Segurança Nacional1'.

A questão da inconstituci onalidade desta l e i f o i posta

na in i c ia l pelo' impetrante do presente mandado .de segurança,

por contrariar o n . ' 12 do ar t. 113 da Constituição Federal,

 Também se a l lega que é inconstitucional o decreto determinando

o fechamento de todos os núcleos da All iança Nacional Libert a

dora, por nao te r havido decisão ju dic ia r ia declarando dis -

solvida a re fe rid a associaçao.

Sao estes os dois pontos da questão que tere i de exa

minar, embora já longamente apreciados pelos eminentes c o l le -

gas , os Ministros Costa Manso e Laudo de Camargo, ao proferirem

os seus votos . .

1ÍASNTDADO DE SEGURANÇA N. 111 - D is tr ic to Federal

Page 27: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 27/44

0 SR. MINISTRO ARTHUft RIBEIRO - A questão da consti

tucional! do.de do acto f o i por mim longamente examinada.

0 SR. MINISTRO CARVALHO MOURÃO - Sr, Presidente, como

o assumpto é realmente de al to interesse e bastante de l ica

do, não me privare i de fazer sobre o mesmo algumas conside

rações, porquanto naa me agrada pro fer ir uia voto sem, p r i

meiro, ju s t i f i c a - lo o mais que puder. A questão é muito

melindrosa para que me l imite a concordar com os votos dos

eminentes coll egas e os br ilhantes fundamentos nelÍLes ex-

pendidos, sem entrar no exame da consti tucional idade do acto

impugnado. Quero mostrar, até, que prestei attenqao aos mi

nuciosos fundamentos desses votos e, por isso mesmo, talvez

possa accrescentar alguma cousa á matéria em debate.

/

Considero se ri a a questão da consti tuc ionalidade da 'Lei

de Segurança Nacional ", a qual pode ser apresentada da se

guinte forma:

Diz a Constituição Federal, em seu art. 113 n. 12:

"E1 garantida a liberdade âe associa-

çao para f in s l i c i t o s . Nenhuma associação

será compulsoriamente dis solv id a senão por

sentença judiciaria*"

- 2 -

27

Page 28: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 28/44

- 3 -

28

Em primeiro logar , o text o constitucional mostra c la

ramente que a liberdade de associaçao nao se pode exercer s i -

nao para ii n s li c i t o s ea dis sol uçao da associaçao so poderá

ser decretada em vir tude de sentença j ud ic ia ri a .

Parece á primeira v is ta que a Constituição fede ra l

proscreveu o emprego de qualquer meio acautelatorio de subver

são da ordem publ ica, nao permittindo a dissolução de taes

associações, independente^o^entença judiciaria.

Pelo' tex to acima citado estará vedado ao le gi s lado r o rd i

nário estabele cer medidas acaute lato rias ou preventivas de des

ordens ou de graves perturbações da ordem publ ica, enquanto

pende a acçao de dissolução da sociedade que tenha f in s i l l i -

■citos?

Sr. Presidente, penso que o di spos it ivo constitucional

nao teve esse objectivo.

Como bem-disse o Sr . Procurador G-eral da Republ ica, o

texto que mais se approxima da nossa Magna Corta é o da chamada

Consti tu ição de Weimar, da União Allema, de 11 do agosto de

1919. Na apparencia essa Constituição, proscreveu taes medi

das acau te la tori as , porquanto dis, em seu ar t. 124:

Page 29: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 29/44

- 4 -29

"Todo o allemao tem o d ire i to de

fundar associações ou sociedades, desde

que os seus fins nao sejam contrários ás

le i s penaes. Nao pode esto d ir e it o ser

restringido por medidas preventivas."

Neste art. 124 e mais

do que a nossa, por isso que

natureza i l l i c i t a dos f ins da

ampla a Constituição Allema

. . - - - . ..a rest ri cçao nao e f e i t a ar

associaçao, mas íá^fontrarieda-

/

de a l e i penal, A nossa Constituição permitte d is so l

ver aa associações .quando -os seus f ins sejam de natureza

i l l i c i t a , sendo esta ultima palavra de comprehensao muito

mais vasta do que a palavra "criminosa! '.

líao se devo entender o di spos iti vo consti tuc ional al -

lemao como nao permittindo ao le gi sl ador ord inário es tabelecer

l e i s que sanccionem medidas res tr ic t iv as da activ idade de cer

tas assoc iações, a bem da ordem publi ca, sendo-lhe perm it ti -

do, como bem ponderou o Sr. Procurador Geral da Republica, r e

gulamentar severa e minuciosamente o funccionamento de taes

associações.

0 disp osi tivo citado da Constituição Aliena si gn if ic a

a proscripçao de medidas prevent ivasp ar a mim, c l ar ame nt e,

Page 30: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 30/44

305 -

que restrinjam a liberdade de as ao ci aç ao po rq uan to , hist o-

ricamente, essa liberdade f o i limitada pela exigencia de

/medidas prev ias pana a autorizaçao ou li cença das alludidas

sociedades, e de cujas formalidades prel iminares depende a

organizaçao0

E1 a taes medidas preventivas para a organizaçao

das associações que a Const ituição Allema se r e fe re , por

quanto taes medidas aí fectam directa e immediatsmente, em

sua substancia, em- seu cerne, á liberdade de associação,

que nao s ign i f ica outra cousa senão o d ire i to de se as

sociar o cidadao, sem dependencia de prev ia li ce nç a ou au

tori zaçao adminis trativa. 0 que a Constituição Alleraã não

poder ia prohibi r eram as medidas de po l i c ia ; ' que tanto

seri a desarmar o Governo da funcçao especia l de protecção

a ordem publica e ao poder const ituido.

Cabe a P o l ic ia tomar .medidas acaute la torias contra a

perturbação da ordem, contra a ac tividade das associações que

visem subverter a ordem publi ca e, si não lhe fossem fa -

v-p. cultadas taes medidas, fi ca riam a autoridade administrati va

e a ordem publica a jcrsara. de‘'sUuA**' ■__

quae s que r ataque s .

Page 31: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 31/44

31

Sendo es ta a funcçao fundamental da po l ic ia e do

Estado em gera l, nao seria po ss iv el sue a Constituição res

tr in g is se ou, até , vedasse, como á primeira v is ta parece,

taes medidas. Bem orientado andou, por isso, o l e g i s la

dor allemao promulgando le is neste se nt ido,

Fare i ainda algumas considerações sobre esta melindrosa

questão de tao elevado alcance so cial , considerações que pre- '

tendo expor com brevidade, para nao abusar da paci ência dos

i l lus t res co l l egas .

Primeiramente, a liberdade de associaçao , entre as ga- '

rant ias const itucionaes , tem um caracter expresso, Nao e,

como salienta ESiJEIN, em seus elementos de "Direito Consti

tuciona l Francez Comparado", propriamente um d ire ito ind iv i-

/

dual, nao se confunde com a liberdade de reunião, porque es

ta se caracteriza, justamente, pela individualizaçao dos

seus membros componentes, que se reunem ao acaso.

E1 certo que, estando o d ir e it o de associação intima

mente li gado ao de reunião e, sendo sob certos aspectos,

analogo^, essa analogia ainda mais se accentua quando se

conjugam seus membros para rea l izar os f ins da associação.

Page 32: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 32/44

Sendo a reunião uni meio necessário para os ob ject i -

 tos  da associaçao,' tolhido esse direito, estara virtualmente

sem e f i ic ie n c ia 0 d ir e i to de associaçao, que nao se poderá

exercer pe la acijgjvidade puramente .individual dos cidadaos e

sim, pe lo conjunto de seus associados,

Esse d ire i to de associaçao nao f o i , desde logo, con

siderado entre os chamados "d ire i tos do homem", para ser en

tr e e l les enumerado.

Apui está uma obra que, apezar de ser &ejl929, como

os tempos correm vertig inosamente, sobretudo em reformas cor$-

ti tu ci on ae s, em todo o caso, é ;.oi livro mais recente que

pude encontrar sobre o assumpto. Ulníéàtne Guejsemtcli, estu

dando os textos das principaes constituições do mundo, aborda

a deelaraçao dos d ire itos do homem.

Na deelaraçao—mater desses d ir ei to s, Ph iladel -

phia, Estados Unidos, antes da * famosa deelaraçao dos d ire itos

do homemy da Assembléa Franceza, -et— du Iv^d^-U-v m Ci< j  - *  j   .1. m  >'.

a l iberdade de associaçao ainda nao era considerada como um

'direito individual; naturalmente por terem seus autores, os

g lo r iosos paes da -' íainst itu içao americana, a comprehensao exa-

Page 33: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 33/44

- 8 -

33

;ta da natureza predominantemente social\do direito de

associacao.

E' notável, também, que a Revolução Francesa, seguin

do a l ição de seu preceptor e uiestre Jean Jacques Rousseau,

na primeira consti tu ição nao mencionasse a liberdade de as

so ciaç ao on.tre os d ir e it os e as garant ias indiv iduaes.

Ruusseau,* segundo informa ESLffilN, considerava as as-

isociaçoes pa rt icul ar es , com fin s re li gi os os ou sociae s, incon

c i l iá v e is com a 'sua theo ria 6<X- soberania, pois achava que

e ll as falseavam a expressão do voto geral , a na

tura l 4(f in fa ll ib id ade da vontadeopopular; pr incipio, esse^que sem

pre suster_tou, V /tmtra* consa^ nao fi zeram os clubs revolu

cionários e   f    até hoje, as associações po lit ico -revolu cio ifa -

rias. vontade da naçao, por . meio da v io len

da e em nome ■da minoria.

Rota-se que as fontes vi ta es po.pulares das theorias

, ■ t

do di re it o individual-, pre-existe ntes y í/ as constituições

po l i t icas e que por e l las de ve riam ser consagradas, não.

incluiram o d ir e it o de associaçao, entre os seus postulados.

Entre as Constitu iç ões f r an.ee z as, a primeira que. ;tr.atou

Page 34: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 34/44

934

da l iberdade de- associação f o i a de 5 fruct id or do anno

I I I , que inclu iu essa clausula na declaraçao dos di rei to s .

o dos deveres do homem e do cidadao. Foi esta, portanto,

a primeira líponst ituiçao íranceza que regulou, a seu modo,

o d i r e i t o de associaçao, com todas as rest ri c^oes imaginaveií

o que era muito natural, porque t a l ^const itu ição vinha do

Terror franco, g~ t i " |nT pelos abusos dos po l i t ic os e,

sobretudo, dos clubs jacobinos. (a rts. 361, 363, 371, 374).

Des^ÊT* modo, a Consti tuição de 5 fructidor, do anno

I I I , estabeleceu preceitos re s tr ic ti v os , o mesmo aconte

cendo nas demais, até a de 1848, que ainda vigora nes

te ponto, por i sso que as le is const ituiconaes de 1875

nao contêm declaraçao de d ire itos do homem* Entende-se,

assim, na França, que esta Constituição se submetteu aos

grandes pr incípi os fundamentaes do d ir e it o publico franceS,

©

ainda em vigor, com todas as declarações que estavam na--

constituição republicana

Á Constituição de 1848 tratou da liberdade de asso

ciaçao nestas palavras: - ,

Ora, ahi esta impl íc it o o poder de regulamentar es

Page 35: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 35/44

- 10 -35

se d i r e i t o ? e de-ta l poder , tem abusado o governo e 0/

legislador^/ ordinário^ franceses.

0

A respeito da ultima l e i em vigor, que é a de 1901,

chamada ,lWaldeck-RoUsseau,,, apresentada como e spelho de l ib e

ralismo e tolerância para as associações políticas^ %  so-

c iaes 1 /r el ig ios as .. .o

0 SR MINISTRO ARTHUR RINEIRG - Os re l ig iosos foram

expulsos e os seus bens confiscados.

0 SR. iffiíISTRO'CARYAI1IÕ MOURÃO - . . . não podemos" con-

sidera- la ^stríctamente liberal, embora 0  seja para os fran

cezec, porquanto estabelece que as associaçaes, nao registra

das, sao ap.enas l ic i ta s ; nao têm personal idade  jur id ica;

seíi&o-lhésl^iermittido estar em . ju iz o para reclamar cop.tr;A

( f ' (Jem,qualquer abuso do poder. (/.em, também, a faculdade de in

terpor recurso N ^ de ci sa o, * só 0  podendo, porem, fazer em

nome de todos os membros e -com procuração por todos pas

s ada.

Si taes associações tem personalidade ju r íd ica , nao

poderão ser dissolvidas sinao em vir tude de sentença judi ci a-

■nt oi le u

Page 36: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 36/44

- 11 -   36

0 ar t. 12 da ci tada Constituição Franceza assim

declar.a: (lê)

Eis a li be ra li ss im a l e i francesa que é menos

l ib e ra l do que a nossa l e i de segurança. Relativamente

ás associações re li g io sas , creio ^ nao, pr ec isar ei occupar

o tempo desta Corte Suprema, sobre assumpto de conheci

mento geral. Devemos, assim, entender que o leg is lador

ord inário francez limi tava em muito a liberdade de as-

sociaçao, porquanto bastava um simples decreto do Pres iden

te da Kepublica para que fosse determinada a dissolução da

sociedade, além ■das medidas severas tomadas contra as as

sociações de caracter soc ial ou re li g io so .

Neste ponto, a Constituição que mais se parece com

a nossa é d da G-rec;ia , depois da al]Lema, que possue uma

clausula importante, a do li. 14 do art. 6: ( i ê )

Entretanto, essa Constituição também considera primor-

■dial a regulamentação, por parte do legis la do r ordinár io,

para o funccicnamento das al ludidas assoc iações; deixando ao

legislador ordinário essa attribuição de regulamenta-las,

"Cojbtanto que sejam observadas a s . le is do Estado".quando diz:

Page 37: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 37/44

1237

Fallando-se em liberdade de associaçao, nao se pode

deixar de le r a const ituição suissa, de 1874, que se ex

pressa nestes termos:

”0 cidadao tem o direito de for- •>

mar assoc iação , contanto que por meio des

sas associações nao empreguem nada de i l -

l i c i t o e perigoso para o Estado, 11

A Consti tuição de Berna, de 1893, alludindo as le is

cantonaes, no ar t. 79, decla ra: (Le),

E do . mesmo modo as outras constituições que se r e

ferem á liberdade de associaçao.

A nossa " l e i de segurança", . em seu art, 29/; permitte ,

como medida ac autel ato ria , que o Governo Federal feche a

  f  sede e 03 núcleos das associações; limitandoj porém, ‘ no

tempo, esta medida. Si determinasse o Governo o fechamen-

to da A ll iança Nacional Libertadora,l.

por tempo indetermina-'

do, haveria r az ao de ser intentado o presente recurso..

Determina, ainda, o al ludido artig o que, sem demora,

seja proposta acçao ju d ic ia l de dissolução, garantiiido-se á

sociedade plena defena.

Entendo que, si o Governo v e r i f i c a r que os* fi ns da

Page 38: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 38/44

- 13 -38

associação são i l l i c i t o s , deve tomar as medidas acautela to-

r ia s , de aecordo com a l e i , para depois d is so lv e-l a , caso

a sentença ju di ci ar ia õ S s ^ ^ ê T o s fins subversivos da mesma.

0 acto do Governo e, portanto, per fei tamente constitu-

c io nalj e , si o nao fosse, respondería o mesmo civi lmente

pelos prejuizos causados á Alliança Nacional Libertadora.

0 SR. MINISTRO ARTHUR RIBEIRO - Fiz expressamente em

meu voto estas declarações .

O SR. MINISTRO CARVALHO ÜQURÃO - Ouví attentamente a

argumentaçao de V. Exa.; mas convem lembrar que a fundamen

tação de um voto é como um e d i f i c io arc hit ect onico: ti ran - .

do -s el lL e uma columna, cabira o tecto .

0 SR. MINISTRO ARTHUR RIBEIRO - V. Exa. vem reforçar o

<

que eu humildemente ja havia exposto,

0 SR. MINISTRO CARVALHO MOURÃO - Nao accrescentaria uma

só palavra ao voto do eminente co liega^ si nao fosse, esta ques

tao, suscitada pe la primeira ves após a Constituição de 1934.

Cumpro apenas o meu dever, fundamentando, no q^aximo possível,

com as minhas forças, o meu voto.

A l e i , limi tando o prazo até 6 mezes, respeitou’,'

Page 39: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 39/44

- 14 - 39

portanto, o d ir e it o de associaçao.

0 ar t. 30 da ci tada "Lei de Segurança Nacional" pro-

hibe terrainantemente a existência de partidos ou aggremia-

ções que visem a subversão da . ordem pol it ic a^ou soc ia l^ e y  

o § unico do mesmo ar t igo declara çrae, fechada a sede

da associaçao, a autoridade communicará esse ía cto immedia-

tamente ao ju iz , incorrendo a mesma autoridade na multa

gue varia entre 500$000 a 2:000$000, sempre que a decisão

concluir pela i l le ga lid ad e da

No presente caco f o i , por conseguinte, respe itada a

liberdade de associaçao:

I o pela temporariedaàe da medida, com o prazo máximo

fixado na lei.

2 °   pe la plena reparaçao do damno causado; si assim

o dec idi r a sentença judi ci ar ia.

Creio, Si*. Presidente, nao pode haver maior l iberal ismo

do que o consignado na l e i de segurança.

Reputando-a, portanto, const itucional , in def iro o pedido*.

Page 40: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 40/44

21-8-1935Aurora

40

MAN DAD0 m    SEGURÂNÇA N. 111 - D istr ic to Federal

VOTO - l a. PRELIMINAR

0 SR. JUIZ- FEDERAL CUNHA MELLO - Sr. Presidente, as

informações prestadas pelo Sr. Min istro da Justiça a Corte

Suprema nao deixam a menor dirrida a re speito da autl ienti-

cidade das copias cufrfriJSfr.t? e, por este motiyo, concordo com

o sr. Ministr o-rel ator .

Page 41: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 41/44

21-8-1935Aurora   41

IíANDADO  DE SEGURANÇA N. 111 - D is tr icto Federal

 TOO - DE 'UKRITXS

O SR. JUIZ FEDERAL OLYliPIC DS SÁ £ ALBUQUERQJJS -

Sr. Pres idente, ouvi com toda a attençao o voto do Sr. Re lator

e, também, os profer idos pelos demais Srs. Minist ros ,che

gando as seguintes conclusões:

la . - 0 acto do Governo mandando fechar tem

porariamente a séde da Al liança Nacional Libertadora nao in

fr inge • di spos iti vo algum da Constituição, porquanto não f o i _ 

essa associaçao fechada definiiivamcnte;

2a. - 0 acto f o i baseado no ar t. 29 da l e i

de segurança, que também nao é inconsti tu cio nal.

A' v is ta do exposto, in de fir o o pedido.

Page 42: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 42/44

21**8-35E.H.,

42

MANDADO DE SEGURANÇA NQ 111 -

V O T O

O Snr. Ministro BENTO EB PARIA: - “0 art. 113 n2 33

da Constituição Eederal assegura por meio de mandado de seguran

ça a defesa do direito certo e incontestavel. ameaçado ou viola

do por acto manifestamente inconstitucional ou illegal, isto é,

quando a inconstitucionalidade ou illegalidade delle decorre sem

possível duvida. Com fundamento desse dispositivo requer a Alli-

«ança-Nacional'libertadora o mandado em apreço porque o Governo

ordenou o fechamento provisorio da sua sede nesta capital e dos

seus núcleos, onde os houvesse no território nacional.

Informa o Poder Executivo que assim procedeu cumprin

do o disposto no art, 29 da lei 33 de 6 de Abril de 1935.

Entende, porém, a requerente que esse mandamentoen£rei_do

ta o.nÇL2/kvt.ll3 daquelle Estatuto Político.

Nao penso assim.

Que diz esse preceito? que nenhuma associação será

compulsoriamente dissolvida senão por sentença judiciaria.

Que fez o Executivo? Dissolveu a requerente? Não, des

que simplesmente impediu .o seu funccionamento pelo prazo de 6 me

ses.

Logo o acto não é manifestamente evidentemente incons

titucional, e.:não é*porque..não dispõe de modo, contraído a sua

letra ou seu espirito.

Mas, vamos além. Será manifestamente illegal o dispo si.

tivo da lei de segurança que manda fechar temporariamente as so

ciedades que exerçam actividaae subversiva da ordem publica? °

Page 43: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 43/44

2

43

21-3-35

Hand. de Seé. 111

Kao também, visto como o a própria /constituição que no alludido

art, 113, n2 9, in fine determina que não será tolerada a propa-'

gan&a de processos violentos para subverter a ordem política, o

social.

Logo, ha de admittir a promulgação de medidas tende:

tes a efficiencia dessa disposição.

•Do contrario, innocua seria a preceituação.

Teria sido injusto? Mas não foi para remover a inji 

tiça do acto que se instituiu a pleiteada providencia, mas tão

somente para ar ar um direito sujeito a ameaça ou já.violado

por determinação inilludivelmerít^V^OTrTnffingente de lei

sa.

Tal porém, nao se verifica e assim não poderia

ferido o mandado."

Voto, pois, pela sua denengação.

Page 44: Semana 10 - MS 111

7/25/2019 Semana 10 - MS 111

http://slidepdf.com/reader/full/semana-10-ms-111 44/44

21-8-35..

44KAHDADO DS SIGUrAl A N» 111 - Districto Pederal

Decisão

Gomo consta da acta, a decisão foi ú seguinte:

"Proposta as preliminares, la. da Conversão do julgamento em dili

gencia para conferência dos documentos apresentados pelo Governo,

£2 - da illegitimidade d aparte para requerer em Juia foram unaiil-

memente rejeitadas. De meritis - Indeferiram o pedido unanimcuien-

te."

'A C IS ÍJS A PH IC A .