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INCRÍVEIS AÇÕES DE DEUS: ETERNIDADE À VISTA

Apresentação e sinopse dos sermões

Sábado I

QUEM É DEUS? Propósito:

Descrever que Deus, como Criador da vida e do universo, de-cidiu criar um novo mundo onde os seres humanos vivessem pela eternidade e tivessem o privilégio de criar nova vida, privilégio que não foi concedido aos seres angelicais.

Para viver pela eternidade e procriar nova vida, Deus estabe-leceu como requisito o reconhecimento de Deus como Deus, em liberdade e como expressão autêntica do amor genuíno com o qual foram criados.

*Quem é Deus? Deus é um mistério, e apenas se pode conhecer o que foi relevado no AT, NT e no livro da natureza.

*O requisito estabelecido é aceitar Deus como Deus. Mas para o homem caído, isso é dif ícil de ser alcaçado devido à contaminação pelo pecado.

*A solução está em Deus, mas Ele apenas intervém quando a expressão é autêntica e não apenas retórica.

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Domingo

O PROBLEMA DE DEUS

Propósito:Descrever como a introdução do pecado gerou um grande pro-

blema no reino de Deus. Atacou o amor genuíno, autêntico e per-feito que constitui o fundamento do caráter e do reino de Deus.

Sendo que o pecado ocorreu quando Adão e Eva ainda não exis-tiam, o responsável direto pelo pecado foi Lúcifer e quem devia resolver o problema e encontrar uma solução era Deus. Esse tema analisa o problema do pecado e em que ele realmente consite.

*De� nição do termo. A palavra pecado não existe no hebraico.*A diferença entre o ser e o fazer, o pecado como atitude e o

pecado como ação incorreta ou má. Para Deus, a atitude é mais importante que as ações.

*Deus Se pauta pelo que a pessoa é, e não pelo que ela faz.*O egoísmo, produto do pecado, é nosso maior problema. “Se

alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue [...]”. Essa é a fór-mula.

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Segunda-feira

A SOLUÇÃO DE DEUS

Propósito:Descrever a solução de Deus para o problema do pecado, por

meio do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.João 1:9 descreve tanto o problema quanto a solução.Deus julgou conveniente ter uma descrição vívida do problema

e da solução e estabeleceu a oferta do holocausto.*O pecado é um mistério, e a solução para o problema do peca-

do está envolta em um mistério. * Na oferta de Caim, observa-se o desconhecimento de Deus, e

na de Abel, o reconhecimento dEle.*O sistema de ofertas se originou quando não havia uma igreja

organizada, tampouco um corpo sacerdotal e um povo de Deus. *O pecado atacou o fundamento do governo de Deus, com base

no amor genuíno e altruísta.

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Terça-feira

A OFERTA DE DEUS

Propósito:Descrever como, ao longo dos séculos, Deus segue oferecendo

ao ser humano a oportundiade de recuperar a vida eterna.A oferta exige restituir a Deus Seu lugar prioritário no relaciona-

mento que os hebreus conheciam como berith, “Aliança ou Pacto”.*Compreender isso é o mais importante na vida cristã. Na re-

lação de pacto, a única opção é Deus. O que Ele disse, o que Ele deseja e o que Ele indica.

*É a opção entre a vida e o bem e a morte e o mal.*“Uma coisa te falta” , Deus assinalou ao jovem rico.*Diferentes critérios sobre a vida na Assíria e no Egito.*O requerimento de Deus: O que pede Jeová, teu Deus, de ti?*É necessário seguir os princípios, valores e métodos de Deus. *A grande decisão através das eras é: O que fazer com Deus?*Deus deve recuperar o primeiro lugar na vida de cada um de

Seus � lhos.

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Quarta-feira

AS INSTRUÇÕES DE DEUS

Propósito:Descrever como Deus, em Sua autonomia divina, decidiu esta-

belecer um povo especial com a responsabilidade de representar corretamente o Seu caráter diante dos demais povos, sendo res-ponsável pela transmissão, ensino e preservação dos mandamen-tos, estatutos e decretos.

* Descrição histórica do livramento do povo de Israel e seu cha-mado no Monte Sinai.

* Os mandamentos, decretos e estatutos formavam o código de ética que regularia a conduta do povo de Israel para preservar a paz, a harmonia, o respeito e a tranquilidade.

* Os judeus descreviam todos os 613 mandamentos, decretos e estatutos com a palavra hebraica Torá, que signi� ca instrução, lei.

* As instruções de Deus abrangiam os diferentes campos da vida do hebreu: moral, civil, social, litúrgico, econômico e � losó� co.

* A palavra lei tem que ser entendida no marco hebraico quanto ao signi� cado das palavras.

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Quinta-feira

OS PRINCÍPIOS DE DEUS

Propósito:Descrever que a prática dos mandamentos e estatutos de Deus

podia ser levada a um extremo perigoso e inconveniente.Para evitar abusos no cumprimento das leis e estatutos, Deus

estabeleceu dois princípios reguladores: a justiça e a misericórdia, fundamentados no amor verdadeiro de Deus.

* De� nição do termo justiça e misericórdia no contexto hebraico.* Esses dois princípios devem ser mantidos em perfeito equilí-

brio, pois quando há excesso na aplicação da justiça, ela se torna injustiça, e o mesmo ocorre com a misericórdia.

* A base que sustenta todos os mandamentos de Deus e os prin-cípios reguladores por Ele estabelecidos é o amor. Este é também o fundamento de Seu caráter e de Seu reino universal.

* Descrição do amor, segundo os hebreus e segundo os gregos. Um novo mandamento lhes dou.

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Sexta-feira

O REQUERIMENTO DE DEUS

Propósito:Descrever como, desde a origem da vida, Deus estabeleceu uma

condição como requisito sine qua non ou requisito imprescindível.Deve-se restituir a Deus Seu lugar prioritário na relação que os

hebreus conheciam como berith, Aliança/Pacto.* Embora se fale do antigo e do novo pacto, na verdade é “um”

pacto. * No caso de Adão e Eva, essa aliança estava subentendida.* A aceitação de Deus como Deus levava, na vida prática, à acei-

tação voluntária e feliz dos princípios e valores de Deus, como seus planos, métodos e propósitos.

* É aqui que se encaixa o povo de Israel como povo de Deus, com a missão encomendada a Israel e o sistema de sustento para os que tinham a responsabilidade de proteger a vida espiritual em Israel, ou seja, a tribo de Levi.

* A relação de pacto, Ap 21:7.

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Sábado II

A GRANDE DECISÃO

Propósito:Descrever como, ao longo dos séculos, a grande decisão dos se-

res criados foi: o que fazer com Deus.Compreender esse fato é o mais importante na vida cristã. Ao

se estar na relação de pacto, a única opção é Deus. O que Ele diz, deseja e nos indica.

* A grande decisão tem repercussões eternas. É pegar ou largar. Tudo ou nada.

* “Uma coisa te falta”, foi o que Deus assinalou ao jovem rico.* “[...] que é que o SENHOR requer de ti?” * É necessário seguir os princípios, valores e métodos de Deus.* A grande decisão, através dos séculos, é: O que fazer com

Deus?* Deus deve recuperar o primeiro lugar na vida de cada um de

Seus � lhos.* Por que é insensato postergar as decisões importantes? “[...]

esta noite te pedirão a tua alma”.

Pr. Mario NiñoDiretor Associado de Mordomia

da Associação Geral

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Sábado I

QUEM É DEUS?

Propósito: Tornar claro que Deus criou a vida, mas estabele-ceu um requisito para vivê-la pela eternidade.

O livro de Ato 17:23 descreve a experiência do apóstolo Paulo, que, ao percorrer as ruas de Atenas, encontrou um altar erigido AO DEUS DESCONHECIDO. Atenas era uma importante cidade da Grécia antiga, fundada sobre a colina de Acrópolis.

Embora a � loso� a grega se tenha imposto sobre a religião, os ate-nienses ainda eram um povo religioso. Com o desejo de não ofen-der a nenhum dos deuses do Olimpo, erigiram um altar em honra ao “deus desconhecido”. O apóstolo Paulo fez referência a esse al-tar e lhes ensinou que o Deus desconhecido dos gregos era o Deus YHVH (Jeová) dos hebreus, Criador dos céus e da terra. Hoje, de-pois de milhares de anos, Deus segue como o Deus desconhecido.

Para milhões de pessoas neste mundo, um dos problemas a se-rem resolvidos é o religioso. Existe a rivalidade de comprovar que uma religião é melhor que a outra. Algumas religiões vão além e dizem que são a “única” religião verdadeira. As religiões e as igrejas têm sua função e lugar, mas não constituem o problema principal do ser humano porque o problema do homem não é religioso, mas espiritual. Em pleno século XXI, nossos púlpitos devem vibrar com a descrição e a pregação centralizadas em Deus. Aqueles que fre-quentam as várias igrejas querem saber quem é Deus na verdade, se é que de fato Ele existe, visto que uma parte da população nem mesmo crê em Sua existência.

I. QUEM É DEUS?

A. A majestade de Deus está oculta em mistério. Ninguém viu a Deus. Por esse motivo temos de lançar mão dos meios que Ele mesmo assinalou para sabermos quem Ele é: 1) As Es-crituras hebraicas conhecidas como “a Lei e os profetas”; 2)

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A vida de Jesus, reconhecido como o Filho de Deus, feito carne; e 3) o livro da natureza.

1. É importante notar que entre os livros sagrados das dife-rentes religiões, os escritos hebraicos são os mais antigos.

2. Assim podemos conhecer a Deus: através das Escrituras Hebraicas (AT), da vida de Jesus (NT) e do livro da natu-reza. Essas três fontes nos permitem compreender quem é Deus.

B. Quando Moisés, por orientação de Deus, começou a escre-ver o livro de Gênesis, que relata a formação do povo de Is-rael, pensou que antes de entrar nesse tema deveria explicar a origem do mundo e de tudo o que existe. Foi assim que iniciou seu relato dizendo: “No princípio[...] Deus[...]”.

1. Na vida de todo ser humano, as coisas têm signi� cado quando as iniciamos com Deus. O relato bíblico diz: “En-tão, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2:7). Vemos que Deus uti-liza elementos químicos como o carbono, o hidrogênio, o oxigênio, o nitrogêneo e muitos outros e acrescenta o fôlego da vida, e Adão recebe a vida.

2. O que Adão observa em primeiro lugar? O rosto de Deus! Adão não sabia onde estava, quem era, muito menos quem estava diante dele. Assim, a pergunta lógica foi: Quem é você? E Deus lhe responde: Eu sou teu Deus. Essa foi a mesma carta de apresentação que usaria no Monte Sinai: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20:2). É também a mes-ma carta de apresentação que Deus tem hoje para todos os Seus � lhos, obedientes ou não.

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3. Quando Deus respondeu: Eu sou teu Deus, também ex-plicou que o havia criado para viver ali por toda a eterni-dade. É por isso que ainda hoje o ser humano se nega a aceitar a morte e luta para seguir vivendo. A morte é um elemento estranho na vida dos seres humanos. O privilé-gio de viver pela eternidade foi perdido quando o pecado entrou neste mundo.

4. Foi conhecendo quem é Deus que Adão entendeu seu próprio sentido de identidade: por saber de onde vinha, para onde ia e por que estava na terra. Deus tem a auto-nomia de criar nova vida. O que Deus não pode fazer é impor-Se como Deus. Para que Ele seja seu Deus, você tem que tomar essa decisão de forma livre e autônoma, pois Deus nunca forçará a vontade de alguém para Se im-pôr como seu Deus.

II. O REQUISITO INEGOCIÁVEL DA PARTE DE DEUS

A. Aceitar a Deus como Deus parece fácil e simples, mas na prática compreendemos como isso é dif ícil para os seres hu-manos contaminados pelo problema do pecado.

1. Por que é dif ícil aceitar a Deus como Deus? Em primeiro lugar, porque Deus somente aceita expressões verdadei-ras. As manifestações externas, verbais ou motoras, não respaldadas pela realidade interior, simplesmente não são válidas. Isaías o descreve claramente quando diz: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrif í-cios? [...] Estou farto dos holocaustos [...]” (Is 1:11). O que Deus deseja não é uma repetição mecânica e sem vida. Ele de fato aceita a expressão sincera do coração humano. Qualquer um pode dizer: “Deus é o meu Deus”, porém sem convicção. A a� rmação verbal não muda a realidade.

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2. Em segundo lugar, é dif ícil aceitar a Deus como Deus porque a expressão externa, embora importante, não ne-cessariamente é verdadeira. Alguém pode aparentar estar bem e, na verdade, pode não estar. Nesse caso, a intenção não coincide com o exterior. Essa constante é mal utili-zada por alguns para justi� car os maus caminhos de sua vida. Dizem: “O Senhor conhece meu coração, pois Deus não Se guia pelas aparências exteriores”.

3. É verdade que Deus não Se guia pelas aparências exte-riores, e admitimos que o exterior pode ou não re� etir a situação interior. Não obstante, uma coisa é certa: quan-do o interior está bem, o exterior o re� ete. Portanto, a conclusão inequívoca é que quando o exterior está bem, a realidade interior pode estar bem ou mal. Mas quando a realidade exterior está mal, o interior, sem qualquer dú-vida, assim está.

4. A terceira razão pela qual é dif ícil permitir que Deus seja Deus na vida dos seres humanos é que o pecado conta-minou o amor autêntico e o converteu de um amor puro e altruísta a um amor impuro e egoísta. Desde a queda, o ser humano enfrenta em sua mente e coração o grande con� ito entre o bem e o mal. O apóstolo Paulo reconhe-ceu essa luta interna em sua vida quando disse: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, po-rém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que pre� ro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7:18,19).

B. A solução para o problema espiritual dos seres humanos en-contra-se exclusivamente em Deus. Quando chegamos ao ponto extremo de descobrir que não somos bons, que não podemos fazer o bem, que não praticamos o que é justo e nem mesmo podemos voltar para Deus, oramos no mais

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profundo de nosso ser e clamamos a Deus por ajuda. Ele vem nos ajudar. A di� culdade para solucionar o problema espiritual do homem não está em Deus. O problema está em nosso eu não santi� cado, em nosso egoísmo! Deus quer e pode ser a solução, mas apenas o homem pode dizer se O aceita ou não.

1. Diante dessa realidade crua, Jesus, o Enviado de Deus, disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se ne-gue [...]” (Mt 16:24). Esta é a primeira fase de Sua fórmula de solução. Negar-se a si mesmo signi� ca destronar o eu que tomou posse da vida do homem e reinstalar Deus no lugar que Lhe pertence por nosso desejo; no lugar do qual nunca deveria ter saído, ou melhor, do lugar do qual foi “destronado”. As coisas serão diferentes quando Deus voltar a ser o Deus na vida das pessoas. Enquanto isso não ocorre, o egoísmo seguirá causando di� culdades na vida de indivíduos, famílias, comunidades, igrejas e paí-ses. Em 1886, Ellen White escreveu: “É o egoísmo o mais forte e mais generalizado dos impulsos humanos; a luta da alma entre a simpatia e a cobiça é uma luta desigual” (Conselhos Sobre Mordomia, p. 25).

2. Como vimos até aqui, o problema do ser humano é su-mamente grave, porque manter Deus distante de sua vida signi� ca viver apenas para este tempo, e não para a eternidade. Podemos ter muitos argumentos e muitos questionamentos, mas a condição que Deus de� niu não é negociável. O ser humano pode viver sua vida como quiser, mas não poderá vivê-la eternamente. Haverá um ponto � nal e cada um receberá o que dispôs em seu co-ração. Aqueles que decidiram restaurar a Deus como seu Deus, receberão o convite: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:34).

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Conclusão:

Quando Deus é Deus na vida de uma pessoa, seus princípios e valores serão os princípios e valores de Deus. A busca de Deus será uma motivação permanente. Indagar e investigar a respeito de Deus será uma delícia. As promessas e diretrizes de Deus conferem segurança e tranquilidade. O plano e os propósitos de Deus serão um mapa; fazer o bem e agir retamente serão a expressão viva de Deus na vida das pessoas.

Desejo convidá-los a se unirem a mim em oração, pedindo ao Senhor que, através de Seu Espírito Santo, quebre o nosso orgulho e autossu� ciência e que afaste o egoísmo de nossa vida para que possamos Lhe permitir ser Deus em nossa vida. Oremos.

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Domingo

O PROBLEMA DE DEUS

Propósito: Descobrir em que consiste a gravidade do pecado.

Em nossa busca de Deus, consideraremos hoje o problema en-frentado por Deus e que atacou o fundamento de Seu caráter e de Seu reino. Esse problema é de� nido pela palavra pecado. Os pregadores frequentemente usam esta palavra dando por certo que todos sabem o que é pecado.

I. NO QUE CONSISTIU O PROBLEMA DO PECADO?

A. Iniciamos dizendo que no hebraico não existe a palavra pe-cado. O hebraico utiliza várias palavras para descrever as ações incorretas, equivocadas ou más, enquanto que, em vá-rios idiomas, a palavra pecado é um termo genérico. No por-tuguês, origina-se do latim peccatum que é de� nido como “transgressão da lei divina”. O inconveniente dessa de� nição acadêmica é que não nos explica em que consiste o pecado. Analisemos esse termo em sua língua original.

1. Descrição da palavra. No hebraico, é comum que as pa-lavras tenham vários signi� cados que se aclaram no con-texto. Com relação ao mal, existem várias palavras para identi� car as ações. A palavra chatha (é pronunciado como Jatta ou Khata) signi� ca desviar-se do caminho, pegar outro caminho, errar o rumo. É como se Deus es-tivesse nos dizendo: “Filho, não é por aí. Você se desviou da rota”. A palavra shaga signi� ca errar, falhar, equivo-car-se. Avon é uma palavra mais forte que identi� ca um ato mau, iníquo. A palavra pesha signi� ca transgressão, rebelião.

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2. Todas essas palavras descrevem ações incorretas, equivo-cadas e más. A palavra pesha descreve a atitude. Atitude de recusa e de rebeldia. Quando se tem uma atitude de rebelião contra Deus, aquilo que Ele diz, quer ou pensa já não tem importância. Essa atitude gera ações contrá-rias às indicadas por Deus. Poderíamos dizer então que a gravidade do pecado de Lúcifer consistiu na atitude de rebeldia e de rejeição e que essa atitude produziu ações equivocadas, incorretas e prejudiciais.

3. Compreendemos, portanto, que a gravidade do pecado de Lúcifer não consistiu num ato de desobediência, mas em rejeitar a Deus. Ao rejeitar a Deus, foram rejeitados Seus princípios, Seus valores, Suas leis e Seus métodos. Esse enfrentamento gerou o que se conhece como o grande con� ito entre o bem e o mal. O con� ito surgiu quando Adão e Eva ainda não existiam. Assim sendo, o único responsável pela introdução do pecado no reino de Deus é Lúcifer. Desde então, os escritores bíblicos, às vezes, identi� cam Lúcifer com a palavra hebraica Satã ou Satanás que signi� ca adversário, porque Lúcifer, por sua própria escolha, se tornou adversário de Deus.

4. A decisão que Lúcifer, os anjos, Adão e Eva confrontaram foi: O que vou fazer com Deus? Eva pesou a informação que tinha a respeito de Deus e a nova informação recebi-da e teve de decidir em quem acreditar. Eva tomou a de-cisão e assim Deus foi o perdedor. Adão tomou a decisão e Deus foi o perdedor. Em nossos dias ocorre o mesmo: cada vez que tomamos uma decisão na qual Deus é o per-dedor, colocamo-nos fora do reino de Deus.

B. Deus leva em conta a pessoa pelo que ela é e depois por aquilo que faz. Alguns se surpreendem com a mensagem que Deus enviou a Jeroboão quando seu � lho adoeceu: Deus

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lhe disse: “[...] e tu não foste como Davi, meu servo, que guardou os meus mandamentos e andou após mim de todo o seu coração, para fazer somente o que parecia reto aos meus olhos” (1Re 14:8). A frase “e andou após mim de todo o seu coração” indica a atitude permanente de Davi para com Deus. Esse registro ocorre depois do ano 931 a.C., quando Israel se dividiu nos reinos do norte e do sul. Nessa época, Davi já havia morrido e Deus estava avaliando Davi por sua atitude mais do que por suas ações, visto que elas eram o produto de uma vida contaminada pelo pecado.

1. Quando o Senhor disse por meio do profeta Ageu: “Con-siderai o vosso passado” (Ag 1:5), não estava dizendo que as ações são mais importantes que as atitudes. O que esta-va assinalando é que as ações são o indicativo da atitude. Nos evangelhos é descrito, no � nal do con� ito espiritual, como são julgadas as nações. Os � lhos de Deus aparecem em dois grupos: um à direita e outro à esquerda. Enquan-to o Senhor diz aos da Sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:34), ao grupo da es-querda Ele diz: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41). O motivo para tal decisão são as ações de cada grupo, e existe a tendência de pensar que elas são o que conta.

2. Por isso dizemos que Deus vê o interior do coração de Seus � lhos para dizer que o exterior coincide com o in-terior. Quando não coincide, o exterior não tem valor. Quando o exterior está bem, na verdade o interior pode estar bem ou pode estar mal, porque a pessoa pode apa-rentar algo diferente. Quando a realidade exterior está ruim, o interior de� nitivamente está mal.

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II. O GRANDE DILEMA DE DEUS

A. Toda a harmonia, a paz e a felicidade, resultado da atmosfera regulada pelo amor genuíno e autêntico, foram afetadas pela rebelião de Lúcifer. Esse problema surgiu quando Adão e Eva ainda não existiam.

1. Deus tinha, perante o universo, a responsabilidade de en-contrar uma solução para o problema do pecado. O que fazer? Dar � m à vida de Lúcifer? Dar � m à vida dele e dos anjos que se rebelaram? Destruir a vida de todos os seres viventes e começar de novo? Se houvesse escolhido algu-ma dessas alternativas, Deus teria violado Seus próprios princípios de justiça e de misericórdia, e isso Ele não fa-ria. Na verdade, era-Lhe impossível fazê-lo! A opção � nal foi permitir que Lúcifer seguisse adiante com a rebelião, sendo essa a decisão de Deus. “A história do grande con-� ito entre o bem e o mal, desde o tempo em que a princí-pio se iniciou no Céu até o � nal da rebelião e extirpação total do pecado, é também uma demonstração do imutá-vel amor de Deus” (Patriarcas e Profetas, p. 33).

2. Por algum tempo, Adão e Eva desfrutaram do paraíso terrenal. Tinham a garantia de viver eternamente. O problema do pecado estava radicado no Céu. Lúcifer era o responsável, e Deus tinha que encontrar a solução. Quantos anos Adão e Eva desfrutaram nesta situação? A Bíblia diz em Gênesis 5:1-3 que quando Adão tinha 130 anos, eles já estavam fora do paraíso, e Caim e Abel já haviam nascido e crescido. Caim havia assassinado Abel. Não sabemos com exatidão em que ano ocorreu a entrada do pecado. O que de fato sabemos é que, du-rante os anos nos quais não havia pecado, Adão e Eva tinham o privilégio de viverem eternamente, não eram responsáveis pelo pecado, e Deus tinha a responsabili-

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dade de encontrar a solução para o pecado, ou seja, a rebelião desencadeada por Lúcifer.

3. A entrada do pecado na Terra complicou as coisas, por-que Deus, por Sua justiça e misericórdia, não podia per-mitir que Adão e Eva morressem eternamente, tampou-co podia lhes ser permitido viver por toda a eternidade. Como você resolveria esse dilema? A resposta também é outro mistério: o sacrif ício do Cordeiro de Deus. “To-maram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico, onde o cruci� caram e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio” (Jo 19:17, 18).

B. Até aqui, deixamos claro que a gravidade do pecado não consiste no ato de desobediência, mas na atitude de rebeldia e rejeição de Deus. Você sabe o que signi� ca ser rejeitado? Somente os pais que passaram por essa experiência podem entender. Quando um � lho se rebela contra o pai, o que ele diz ou deseja não tem qualquer valor. Ele determinará seu próprio caminho. O � lho seguirá por um caminho errado, e o pai não poderá obrigá-lo a reconsiderar, porque o amor não utiliza a força para alcançar seus objetivos.

1. A parábola do � lho pródigo destaca o amor incondicio-nal do pai. “Certo homem tinha dois � lhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o � lho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lc 15:11-13). A parábo-la tem um � nal feliz: o � lho foi recuperado. Dobrou seu orgulho e su� ciência própria e decidiu voltar. “Levantan-do-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou,

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e beijou” (v. 20). O amor do pai é descrito nessa parábola. Ele seguiu amando seu � lho a despeito de suas decisões erradas; porque para um pai, o � lho é sempre � lho, sem levar em conta se ele é obediente ou não.

2. Desde o início, o egoísmo gerou e segue gerando incom-preensões, desavenças, processos, guerras, ódio, injus-tiças. Em 1908, Ellen White escreveu: “O egoísmo tem causado discórdia na igreja, enchendo-a de ambição não santi� cada. [...] Mas o amor próprio é cego para com a perfeição que Deus requer” (Conselhos Sobre Mordomia, p. 24). Por isso o Senhor Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). Esta é a primeira fase da fórmula de so-lução. Negar-se a si mesmo signi� ca colocar o eu de lado e reinstalar Deus no lugar que Lhe pertence por direito.

Conclusão: Cada um de nós está perseverando nesse caminho porque quer

recuperar o privilégio de viver eternamente. Deus também quer recuperar Sua posição como Deus. Restituir a Deus dá início ao processo de restituir o amor verdadeiro e altruísta que gera uma atmosfera de harmonia e de paz. Signi� ca restituir os princípios e valores de Deus. A busca de Deus será uma motivação permanen-te. As diretrizes de Deus dão segurança. O plano de Deus será a carta de navegação, e o fazer o bem e o agir com retidão serão a ex-pressão viva de Deus na vida das pessoas. Todo o crédito será dado a Deus, e nós apenas seremos os receptores de Sua benevolência.

Quero convidá-los a que se unam a mim em oração, rogando ao Senhor que, mediante Seu Espírito Santo, dobre nosso orgulho e nossa autossu� ciência e elimine o egoísmo de nossa vida. Não é seguro nem conveniente que o egoísmo siga determinando o que devemos ou não fazer. Apenas a total con� ança em Deus é nossa segurança. Oremos.

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Segunda-feira

A SOLUÇÃO DE DEUS

Propósito: Descrever qual foi a solução de Deus para o pro-blema do pecado.

“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, [...]” (Gl 4:4). Como é bom saber que Deus está no controle do Uni-verso. Na cronologia divina não há adiantamento ou atraso. Deus sabe o que faz e devemos con� ar nEle. A rebelião de Lúcifer não pegou Deus de surpresa. O apóstolo Paulo menciona que Deus “[...] nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” (Ef 1:3, 4). I. O CORDEIRO DE DEUS FOI A SOLUÇÃO PARA O

PROBLEMA DO PECADO?

A. Como o problema do pecado está envolto em mistério, igual-mente é assombrosa e incompreensível a solução para o pro-blema do pecado. Nenhum outro ser pôde ser a solução. Ape-nas o Filho de Deus podia Se converter no Cordeiro de Deus.

1. Quando João Batista avistou Jesus de longe, disse à mul-tidão: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!’ (Jo 1:29). Nesse texto, vemos a descrição do problema e também a solução. O problema do mundo é o pecado, e a sua solução e do universo foi o Cordeiro de Deus que veio “buscar e salvar o perdido” (Lc 19:10). Salvar signi� ca livrar alguém de um perigo, do perigo da morte, da morte eterna.

2. Como parte da solução, o Filho de Deus teria de vir à terra e assumir a natureza humana. Não apareceu como adulto (como no caso de Adão), mas utilizou o processo normal da procriação, onde cada nova vida é gerada me-

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diante a união de duas células. No livro da natureza, o es-tudo da Biologia e da Fisiologia nos explica que as células reprodutoras da vida, quando se juntam, dão início a um processo multiplicador conhecido como “mitose”. Nessa multiplicação celular de uma célula se divide em duas, em quatro, em oito e assim sucessivamente até alcançar milhares e milhões de células, que mantêm uma réplica � el do código genético durante todo o processo. É um mistério como o Filho de Deus Se reduziu a uma célula que se uniu à célula de Maria para nascer como Jesus. Foi isto o que o Senhor revelou a José em sonho: “[...] não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um � lho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:20, 21). Observe que o texto nos chama a atenção para quatro termos: salvar-povo-peca-do-Jesus. Visto que Jesus era totalmente divino e total-mente humano, não é conveniente fazer comparações entre o ser humano e Jesus, porque o Filho do homem foi um caso único em todo o universo de Deus.

3. Tão importante foi a solução de Deus para o problema do pecado que, aproximadamente, cem anos depois da cria-ção, Deus decidiu que seria necessário que o ser humano compreendesse a gravidade do pecado e que era neces-sário que fosse reconhecida a incrível solução por meio do Cordeiro. Assim, Deus instruiu a Adão que quando ele sentisse em seu coração a necessidade de expressar seu arrependimento, o � zesse por meio de um holocausto. Surgiu assim a oferta do holocausto e o sistema de ofer-tas. Não havia uma igreja organizada, nenhuma linha sa-cerdotal, tampouco o povo de Israel com uma missão a cumprir, mas sim havia o meio de mostrar a Deus tristeza e gratidão.

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B. Analisemos a oferta de Caim e a oferta de Abel. A Escritura diz: “Aconteceu que no � m de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante” (Gn 4:3-5).

1. Nesses textos a � gura central não é Caim, tampouco Abel.

A � gura central é Deus. Na oferta de Caim se observa um desconhecimento de Deus. Na oferta de Abel, reconheci-mento de Deus. O propósito da oferta de holocausto era assinalar o problema do pecado e a misericórdia de Deus ao encontrar a solução. Tudo isso para quê? Para que os seres humanos pudessem recuperar o privilégio perdido de viver pela eternidade. Assim, a oferta do holocausto re-queria o sacrif ício de um cordeiro, porque como explica o autor do livro aos Hebreus: “[...] sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb 9:22), porque o sangue (sím-bolo da vida) assinala o maior sacrif ício feito no Universo.

2. O sistema de ofertas foi iniciado antes da organização do povo de Israel. Na Bíblia, apareceu o primeiro sistema de ofertas e dois mil anos depois foi incorporado no dízimo. Às vezes, somos tentados a pensar que o sistema de ofer-tas foi organizado para dar suporte � nanceiro ao povo de Israel, mas a realidade foi que a oferta do holocausto era o meio de se dar reconhecimento a Deus como Deus.

3. Uma contribuição adicional à teologia das ofertas é assi-nalada pelo profeta Isaías quando, por volta do ano 740 a.C., registrou as palavras de Deus: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrif ícios? — diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos,

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nem de cordeiros, nem de bodes. [...] Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, [...]” (Is 1:11-13). Quando o sistema estava sendo pratica-do erroneamente, Deus manifestou Seu desagrado. Qual era o problema aqui? O problema era que o povo esta-va trazendo a oferta de holocausto de forma mecânica e não como expressão do coração. Por isso o Senhor disse: “quem vos requereu”? A oferta deveria ser expressão da experiência espiritual.

II. O RECONHECIMENTO DE DEUS NO POVO DE ISRAEL

A. A história bíblica nos diz que Deus estabeleceu um povo para que O representasse corretamente diante das nações. Ele começou com o chamado de Abraão, de Ur dos Caldeus, cerca de 1875 a.C; 430 anos depois, Moisés dirigiu a saída do povo de Israel do Egito para o Sinai, onde Deus lhes deu mandamentos, estatutos, decretos que facilitariam a vida e a paz do povo. Os livros de Êxodo e Levíticos, escritos por volta do ano 1440 a.C. contêm as instruções de Deus que regulavam a vida moral, civil, social, econômica, religiosa e o cuidado da saúde.

1. Foi no monte Sinai que Deus indicou que das doze tribos de Israel uma seria responsável pelo cuidado espiritual e pelos serviços do santuário. Visto que o espiritual era muito importante, Deus determinou que as onze tribos separassem o dízimo de suas colheitas e a trouxessem ao Senhor. Com esses dízimos o Senhor manteria a tribo de Levi. Dessa forma, o dízimo foi incorporado ao sistema de ofertas. A oferta de holocausto, a oferta de gratidão e a oferta pací� ca tinham sua importância e se mantiveram como prática fundamental do culto de adoração.

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2. Por que hoje não mais é oferecida a oferta de holocausto? Porque a oferta de holocausto anunciava a chegada do Cordeiro de Deus. Quando ela se tornou realidade, não foi necessário seguir anunciando Sua vinda, visto que já era fato concretizado. O profeta Daniel registrou a profe-cia dos 2.300 dias e indicou aos judeus: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar � m aos pecados, [...]” (Dn 9:24). O estudo cuidadoso dessa pro-fecia nos diz que o evento máximo da profecia era a che-gada do Messias e a solução � nal ao problema do pecado.

B. Hoje somos parte o Israel espiritiual. Um povo que tem a mesma responsabilidade do Israel literal na antiguidade quanto a representar corretamente a Deus no mundo todo.

1. A parábola do � lho pródigo destaca o amor incondicional de Deus, que é descrita no pai. “Certo homem tinha dois � lhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o � lho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.” (Lc 15:11-13). A pará-bola tem um � nal feliz para pai e � lho. Houve alegria na casa do pai, pois o � lho se arrependeu. Quebrou seu orgulho e sua su� ciência própria e decidiu voltar. Ellen White a� rma que “Nenhuma verdadeira alegria pode ser encontrada no caminho proibido” (Patriarcas e Profetas, p. 600) “E, levan-tando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.” (v. 20) Aqui é descrito o amor do pai. Seguiu aman-do seu � lho a despeito de suas más decisões, porque para o pai o � lho sempre é � lho. Seguia-o amando, a despeito de tudo. Podemos reconhecer aqui o grande ensino a respeito do amor de Deus? Um Deus que segue amando Seus � lhos.

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2. Isso nos leva a considerar que a entrada do pecado ata-cou o fundamento do caráter e do governo de Deus que se fundamenta no amor verdadeiro e altruísta. O pecado altera esse fundamento e o converte em amor orgulhoso e egoísta. Desde a entrada do egoísmo segue gerando de-mandas, guerras, ódios, injustiças. Em 1908, Ellen White escreveu: “O egoísmo tem causado discórdia na igreja, enchendo-a de ambição não santi� cada. […] Mas o amor--próprio é cego para com a perfeição que Deus requer.” (Conselhos Sobre Mordomia, p. 24) Por isso o Senhor Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mt 16:24) Esta é a primeira fase da fórmula do Mestre para uma vida cristã plena de signi� cado. Negar-se a si mesmo signi� ca pôr o eu de lado e reinstalar Deus no lugar que Lhe pertence por direito; pois a vida pertence a Deus, não a nós. Ao aplicar essa fórmula de solução, a vida será transformada.

Conclusão:

É necessário seguir perseverando nos caminhos de Deus porque levam a um � nal feliz. Lembremos que o restituir Deus para ocupar o lugar central em nossa vida dá início ao processo de restituir o amor verdadeiro e altruísta que gera paz, harmonia e tranquilia-de. É restituir os valores e princípios de Deus. Por isso a busca de Deus será um impulso permanente em nossa vida e Suas promes-sas e diretrizes nos darão segurança. Tomemos hoje a decisão de converter nossas ofertas em adoração a Deus, como ofertas que expressam os sentimentos mais nobres de nosso coração.

Quero convidá-los a se unirem a mim em oração, rogando ao Senhor que, mediante Seu Espírito Santo, nosso orgulho e autos-su� ciência sejam quebrados e que Ele controle e egoísmo em nossa vida. Não é seguro, tampouco conveniente que o egoísmo siga de-terminando o que devemos ou não fazer. Apenas a total con� ança em Deus é a nossa segurança. Oremos.

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Terça-feira

A OFERTA DE DEUS

Propósito: Descrever a oferta de Deus diante do problema do pecado, a grande decisão a respeito do que fazer com Deus e a fórmula de Deus para o crescimento espiritual.

Transcorria o ano 1405 a.C. Moisés havia concluído seu perío-do de serviço e agora tinha de se despedir do povo. Foi então que escreveu o livro de Deuteronômio. O capítulo 30, versos 11, 12, 13, apresenta a súplica de um líder que percorreu o caminho com eles e que lhes disse: “Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado dif ícil, nem está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga [...]. Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que no-lo traga [...]?” E então ele apresenta o solene apelo que se encontra nos versos 15 e 16: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juí-zos, então, viverás e te multiplicarás, [...].” Assim seguiu redigindo seu apelo � nal ao povo. Desde então, e através da história, o ser humano tem a opção de decidir entre a vida e a morte. Os judeus, que eram um povo especial, tiveram a preocupação de investigar e de analisar as instruções de Deus.

I. A OFERTA DA SALVAÇÃO E DA VIDA ETERNA

A. A história do jovem rico.

1. O evangelho de Marcos relata a história de um jovem rico que perguntou a Jesus: “Bom Mestre, que farei para her-dar a vida eterna?” (Mc 10:17). Esta pergunta vem de um homem que havia dedicado sua vida ao estudo das Escri-turas hebraicas. Ao que tudo indica, ele não tinha certeza

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de sua salvação. Queria estar seguro de que aquilo que vinha fazendo e praticando por anos era o correto diante de Deus e que o quali� cava para que Deus lhe outorgasse a vida eterna. “Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus.” (v. 18). En-tão lhe apresentou o parâmetro da vida que, nas Escritu-ras hebraicas, é constituído pelas instruções de Deus nos mandamentos, estatutos e decretos.

2. Os eruditos judeus descobriram, depois dos dez manda-mentos magistrais sobre a moral, que havia 603 adicio-nais que abrangiam os aspectos civis, sociais, litúrgicos, econômicos e � siológicos, totalizando 613, dos quais 365 mandamentos estão redigidos na forma negativa. Para se condensar a totalidade dos mandamentos de Deus, o resumo seria os dez mandamentos. É por isso que Je-sus faz essa referência: “Sabes os mandamentos: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe.” (v. 20) O jovem rico ia avaliando sua vida e coração e sentia-se feliz por estar esclarecendo tudo isso.“Então, ele respondeu: Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude.” Nesse momento o que espera-va era tão somente a aprovação � nal do Mestre, mas Je-sus, “� tando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me.” (v. 21). Faltava ao jovem rico o principal de sua vida, Deus.

3. Em sua mente os bens materiais haviam tomado posse

e ocupado o lugar de Deus; na mente do jovem rico, o importante eram as posses, e estas regiam-lhe a vida. Isso não quer dizer que as posses materiais sejam más ou inconvenientes. A Bíblia apresenta homens ricos como Abraão, Jó e Jacó. O problema não estava nas posses; mas

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sim em qual era o centro da vida, e isso determinou o que lhe tinha valor. É lamentável que depois de passar-mos muitos anos pensando que estamos bem, venhamos a descobrir que estávamos mal, sem o saber e por isso falhamos na prova � nal.

II. CONCEITOS SOBRE A ETERNIDADE NO MEIO ORIENTE

A. Conceitos na Síria e no Egito.

1. O tema da vida eterna não era importante unicamente para os judeus. O Egito, império que se desenvolveu nos vales do Nilo, tinha um governo centralizado no Faraó. Por contraste, os povos que habitavam no vale da Me-sopotâmia estavam organizados em cidades e estados. Umas eram cidades autônomas e independentes, enquan-to outras eram cidades dirigidas por um governo central.Havia também diferenças nas crenças e na religião. A re-ligião egípcia era uma religião politeísta, cujo deus prin-cipal era Amón-Ra. Os povos do vale da Mesopotâmia também eram politeístas e os deuses eram deuses locais; estes competiam uns com os outros. Quando uma cidade obtinha vitória sobre outra, signi� cava que o deus dessa cidade era mais poderoso que o deus da cidade vizinha.

2. Os conceitos sobre a vida na Assíria eram diferentes dos conceitos no Egito. Os assírios tinham uma � loso-� a baseada no conceito de que “não há vida depois da morte”. A � loso� a no Egito era o contrário: “Há vida depois da morte”. O conceito � losó� co assírio poderia ser resumido na frase: “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos”. Ou seja, o que conta é o presen-te. Esse conceito foi adotado pela � loso� a grega e che-gou até Roma, incorporando-se na cultura greco-latina.

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Viver de acordo com essa � loso� a signi� cava que o que conta é o presente e que, quando a morte chega, tudo aca-ba. Lamentavelmente, essa � loso� a foi aceita em Israel e o profeta Isaías chamou a atenção do povo. “O Senhor, o SENHOR dos Exércitos, vos convida naquele dia para chorar, prantear, rapar a cabeça e cingir o cilício. Porém é só gozo e alegria que se veem; matam-se bois, degolam-se ovelhas, come-se carne, bebe-se vinho e se diz: Comamos e bebamos, que amanhã morreremos.” (Is 22:12, 13) Não entendemos como o povo de Deus podia estar vivendo com critérios e conceitos do mundo e não com os crité-rios de Deus que lhe foram entregues no monte Sinai.

3. Os egípcios sim criam que havia vida depois da mor-

te. Eles a� rmavam que quando uma pessoa morria, na realidade iniciava uma nova vida que nunca teria � m. O faraó que em vida era o deus Horus, quando mor-ria, convertia-se no deus Osiris e era ele quem deter-minava os que se quali� cavam para viver eternamente.Para os egípcios, o importante era como passar na prova diante do tribunal. Os sacerdotes egípcios escreveram um livro no qual constavam as perguntas que o deus Osíris faria. Por exemplo: Você defraudou alguém em sua vida? ou “Você mentiu muito durante a sua vida?” Os sacer-dotes egípcios redigiram as respostas para que a pessoa que houvesse mentido ou defraudado alguém pudesse ser aprovada. O povo conhecia o livro como O Livro da Morte, mas seu título o� cial era O Caminho que Conduz à Luz e à Vida.

Apreciados irmãos, esses critérios sobre a vida ainda existem em nosso mundo. Mencionei que isso havia chegado até mesmo ao povo romano. Uma escola � losó� ca greco-romana, chamada os epicureus proclamava o mesmo: “Não há vida depois da morte”.

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III. O REQUERIMENTO DE DEUS.

A. Clareza nos requerimentos divinos.

1. Quando Moisés escreveu o livro de Deuteronômio, no qual repassou todos os ensinamentos dos quatro livros anteriores, apresentou ao povo o desa� o: “Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração […]?” (Dt 10:12)

2. Prezados irmãos, a oferta que Deus nos faz é uma oferta de exclusão. O Senhor diz: “Esta é a oferta. É pegar ou largar! Tudo ou nada!” Quando o Senhor diz: “Para que me ames de todo o teu coração”, a palavra usada se re-fere a algo que foi totalmente cheio. Caso se acrescente uma gota mais, irá transbordar. Esse é o requerimento de Deus. Encher nossa vida com a totalidade de Deus e isso não é fácil, mas é a condição.

3. Às vezes, ocorre que andamos neste mundo percorren-do os caminhos que acreditamos sejam os caminhos de Deus, andando de acordo com nossos próprios critérios que julgamos sejam os critérios de Deus; utilizando nos-sos próprios métodos que pensamos são os métodos de Deus. O jovem rico se deu conta dessa realidade quando o Senhor lhe disse: “Uma coisa te falta”.

4. Alguns perguntam por que Deus é tão exigente? Por que Deus não me permite amá-Lo parcialmente? Por que Deus exige a totalidade? Simplesmente porque a história de vi-ver seis mil anos regidos pelo orgulho e pela autossu� ci-ência demonstraram como funciona um reino regido pelo egoísmo. Para Deus, apenas o amor verdadeiro, autênti-

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co, altruísta é o seguro e correto e isso se alcança quan-do Deus é apenas Deus, quando Ele é o principal na vida.É meu dever hoje esclarecer a vocês a oferta de Deus e vocês têm a opção de aceitá-la ou não. Esta é uma oferta a todos os � lhos de Deus, independentemente da � liação re-ligiosa de que façam parte. Alguns poderão decidir seguir vivendo com seu egoísmo, mas não poderão viver pela eternidade. Deus disse que porá um ponto � nal no ego-ísmo, no orgulho e na autossu� ciência. Um ponto onde a historia conclui, e os princípios, valores e requerimentos de Deus são recuperados para viver em um reino de amor e paz. Aqueles que tomam a dif ícil decisão de permitir que Deus seja seu Deus, viverão por toda a eternidade.

B. A grande decisão.

1. Quando Eva teve de decidir entre Deus e Lúcifer, colocou-se do lado de Lúcifer. Quando Adão tomou a decisão entre Deus e Eva, colocou-se do lado de Eva, que estava do lado de Lúcifer e então também � cou do lado do inimigo. Nes-sas decisões, cada vez que colocamos Deus de lado, esta-mos negando-Lhe a oportunidade de nos conceder a vida eterna. Irmãos, ninguém pode estar seguro nos domínios do egoísmo. Nossa única segurança está em Deus. É o vi-ver diário que nos permitirá prosseguir, concluir, triunfar.

2. Quero compartilhar com vocês a fórmula que aparece no Antigo Testamento e que nos oferece a segurança da salvação. Ela se encontra no livro de Miquéias, um profe-ta que viveu no ano 740 a.C. Ele pergunta: “Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus ex-celso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carnei-ros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogê-nito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo

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pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: [1] que pratiques a justiça, e [2] ames a misericórdia, e [3] andes humilde-mente com o teu Deus.” (Miquéias 6:6-9) Aqui são men-cionados os princípios reguladores do governo de Deus: A justiça e a misericórdia são os princípios que devem es-tar no ponto de equilíbrio. Quando a justiça excede esse ponto, torna-se injustiça. Quando a misericórdia excede e passa do ponto do equilíbrio, converte-se em injustiça.

Conclusão:

Se você permitir que Deus seja seu Deus e que Seus princípios regulem a sua vida, esses dois princípios o irão guiar, passo a passo, para que você faça somente o que é certo. Você fará o bem apenas porque isso é bom.

Vocês conseguem notar como o pôr Deus no devido lugar transforma a vida das pessoas? Quando eu coloco Deus como meu Deus, as coisas mudam. Um interesse é gerado no conhecimento de Deus, cria-se um novo interesse pelo estudo da Palavra de Deus, a vida de oração já não é de duas, três ou cinco vezes, mas você es-tará conversando o dia todo com Deus, até concluir a jornada. Ir à igreja é o meu deleite porque aí vou para ser alimentado, inspirado e motivado. Minha participação na evangelização não é uma repe-tição mecânica de um grupo de doutrinas, mas minha experiência de relacionamento pessoal com Deus. Não questiono meus dízi-mos e ofertas porque eles foram determinados por Deus.

Oremos: Nosso Deus e Pai que está nos céus, damos-Te graças por-que as Escrituras nos descrevem quem é o Deus a quem servimos. Sabemos que Tu nos ofereces a oportunidade de recuperarmos a vida por toda a eternidade, com a condição de que Tu recuperes a Tua po-sição como Deus. Que Teu Espírito Santo nos ajude a nos voltarmos para Ti. Toma novamente a direção de nossa mente, de nosso coração e de nossos sentimentos. Que no � nal da jornada todos Teus � lhos que tomaram essa decisão possam viver contigo por toda a eternidade.

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Quarta-feira

AS INSTRUÇÕES DE DEUS

Propósito: Descrever as instruções que Deus deu ao povo de Israel por meio de Moisés, no monte Sinai, referente à ética de Is-rael, ou seja, como deveria agir para manter a harmonia, a paz e a unidade com seus semelhantes e com Deus.

Quando Abraão tinha 75 anos de idade, em 1875 a.C., Deus o chamou de Ur dos Caldeus dizendo: “[…] Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, […]” (Gn 12:1-4). A decisão de criar um povo especial foi uma decisão autônoma de Deus. Ele chamou Abraão e o propósito que tinha era converter o povo de Israel em uma bênção para todas as nações.

Abraão respondeu positivamente ao convite de Deus, “sem sa-ber aonde ia” (Hb 11:8). Creu e con� ou. Con� ou plenamente em Deus. A palavra hebraica emunah que aparece em Habacuque 2:4 fala da fé como alguém que tem absoluta certeza, plena seguran-ça. Assim a fé não é apenas crer, mas também con� ar, con� ar plenamente. Consideremos o verso 7 de Gênesis 22 quando pai e � lho se aproximam do monte Moriá. Isaque pergunta ao pai: “Eis o fogo e a lenha, [...] onde está o cordeiro para o holocausto?” Durante os dias anteriores Abraão havia estado aturdido diante do pedido de Deus para sacri� car seu � lho Isaque. Esse pedido era estranho. Não se encaixava na promessa de Deus de ter uma descendência numerosa. Por que Deus lhe pediu algo assim? Se Deus houvesse feito esse pedido a algum de nós, talvez teríamos respondido imediatamente: “Senhor, sinto muito, mas não posso fazer o que me pedes.” Abraão avançou pela fé, sem fazer pergun-tas e sem receber explicações.

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I. CRER E CONFIAR

A. Esta característica, de crer e con� ar, é plenamente descrita na galeria da fé, na carta aos Hebreus, no capítulo 11. É o que Deus espera que ocorra com cada um de Seus � lhos que serão reintegrados ao reino de Deus, para dele usufruir por toda a eternidade. É crer e con� ar, é amar e adorar. Trans-correram os anos e a nação se formou no Egito e, com sinais poderosos, saíram rumo ao Monte Sinai, em 1445 a.C. (ano da era comum). O Sinai, na verdade, é uma cadeia monta-nhosa. A tradição a� rma que ao pé do monte foi levantado o acampamento de Israel. Moisés subiu a escarpada montanha e Deus lhe disse claramente “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; [...] (Êx 19:5). Eles deviam ouvir a voz de Deus e aplicar as orientações dentro das condições do pacto. Analisaremos o pacto em um tema separado, mas agora devemos enfatizar que não se trata de cumprir por cumprir, mas cumprir na devida relação de pacto com Deus. Isso faz uma grande di-ferença. Foi nesse monte que Deus con� rmou o pacto com Israel com estas palavras inspiradoras: “Agora, pois, se di-ligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos”. Então o Senhor entregou ao povo, por meio de Moisés, todos Seus mandamentos, decretos e estatutos que conformam Suas leis, também conhecida como a lei de Moisés, o livro da lei.

II. O CONCEITO DE LEI

A. Embora em alguns círculos religiosos ainda seja discutido o papel da lei para determinar quem se salva e quem se perde, permitam-me dizer que as leis que Deus deu ao povo de Is-rael, por meio de Moisés, não foram dadas com o objetivo de

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determinar quem se salvará e quem se perderá. O apóstolo Paulo expressou claramente: “assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo” (Ef 1:4). Percebe-se aqui uma decisão correta por parte de Deus e, ao mesmo tempo, uma decisão lógica. Antes da fundação do mundo Deus, com Seu atributo onisciente, observou a realidade futura de que nos-sos primeiros pais, Adão e Eva, se manteriam � éis a Deus por pouco menos de cento e trinta anos (cf. Gn 5:3), e que iriam se unir à rebelião de Lúcifer contra Deus. Visto que Lúcifer foi o responsável pela entrada do pecado e que Adão e Eva foram vítimas dele, Deus decidiu que mesmo assim iria criá-los, mas também iria salvá-los. Ou seja, Deus viu o problema e antecipou a solução. Por isso Paulo a� rmou que antes que os seres humanos fossem criados Deus lhes daria a oportunidade de recuperar a vida eterna. Os teólogos cha-mam essa decisão de graça, ou seja, algo que Deus fez por gosto, com agrado, e o homem não teve de fazer nada para Ele, porque nem mesmo existia. Todo o mérito dessa ação e decisão deve ser creditada a Deus.

1. A pergunta que surge é: Se a salvação foi determinada e garantida antes da criação dos seres humanos, qual foi o propósito de Deus dar as leis, estatutos e mandamentos a Israel? Essas leis, estatutos e mandamentos eram pa-râmetros da ética (de conduta) a respeito de como os is-raelitas deveriam viver em comunidade, na família e, de forma individual, para conseguir manter um ambiente de harmonia, paz, justiça e equidade. Por isso, Moisés lhe disse antes de � ndar sua peregrinação pelo deserto: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guar-des os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la.”

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(Dt 30:15, 16). O requisito era amar a Deus, o resultado dessa determinação: andar em Seus caminhos e guardar Seus mandamentos.

B. Um dos desa� os do estudante moderno na Bíblia é poder investigar o signi� cado das palavras em um idioma e outro. É uma tarefa dif ícil para os tradutores encontrar palavras precisas que transmitam a ideia e o pensamento do autor.

1. Os mandamentos, decretos e estatutos que Deus entre-gou a Israel, por meio de Moisés, eram um “código de ética” que regularia a conduta do povo de Israel e pre-servaria a paz, a harmonia, o respeito e a tranquilidade, porque todos se pautariam pelos mesmos parâmetros, pelos mesmos valores e procedimentos. Os eruditos judaicos descobriram que, além dos dez mandamentos magistrais que regulavam a moral, nos livros de Moisés havia também 603 mandamentos adicionais que abran-giam a lei civil, social, litúrgica, econômica e � siológica, representando um total de 613 mandamentos, dos quais 365 foram redigidos de forma negativa. Se fosse necessá-rio resumir os 613 mandamentos, os Dez Mandamentos seriam esse resumo.

2. Este grupo de leis, mandamentos, estatutos era conhe-cido entre os judeus como a Lei de Moisés, ou simples-mente Torá, palavra hebraica que identi� ca a totalidade dos escritos de Moisés dados por Deus no Sinai. O sig-ni� cado da palavra Torá no hebraico bíblico abrange um amplo espectro, mas, basicamente, se refere à instrução. Instruir ou transmitir a informação é algo que nós identi-� camos como ensino. Assim a Torá contém as instruções ou ensinamentos de Deus para o povo judeu.

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3. Ao traduzir essa palavra para o grego “nomos” (lei) e ao la-tim “lex” (lei), ela adquiriu um tom legal que não é a ênfase principal no idioma original. Os so� stas gregos diziam que a lei é “a falsa opinião da maioria”, enquanto os � lósofos estóicos viam a lei como a expressão dos deuses em um contexto universal. Ao ouvir a palavra Torá (lei), os hebreus pensavam na totalidade da instrução, os 613 mandamentos e estatutos que regiam toda a vida, mesmo que, às vezes, a palavra Torá se referisse apenas aos dez mandamentos ou a todos os escritos de Moisés. Em Gálatas o problema da lei era o mandamento referente à circuncisão que, como sabemos, não fazia parte dos dez mandamentos, mas é um dos estatutos que Deus estabeleceu para Israel.

III. PRESERVAR, PRATICAR E DIFUNDIR

A. A tarefa básica de Israel não era difundir ou proclamar os man-damentos de Deus para todos os povos, independentemente de se o povo praticava ou não esses preceitos. Não era a teoria dos estatutos o importante. Era o fato de que a centralidade de Deus na vida dos judeus fazia a diferença. Não eram e não deviam ser “como os demais povos”. O povo judeu devia pre-servar os mandamentos, pô-los em prática em sua vida diária e compartilhar com outros povos as enormes vantagens desse modelo de ética e de conduta que Deus entregou ao povo.

1. Em nossos dias, podemos cair no conceito de que a tarefa básica designada por Deus é difundir, proclamar, trans-mitir e não nos damos conta de que ao preservar, praticar e difundir, Deus queria mostrar ao mundo a singularida-de de um povo pautado pelos valores e princípios corre-tos e que produzia pessoas diferentes. Em outras pala-vras, viver sob a diretriz dos mandamentos e estatutos de Deus demonstrava ao mundo o fundamento do caráter e do reino de Deus que é amor.

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2. Quase oitocentos anos depois dessa experiência no Monte Sinai, o Senhor disse, por meio do profeta Isaías: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrif ícios? —diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos […] Não conti-nueis a trazer ofertas vãs; […].” (Is 1:11-13). Mais ou menos nessas palavras Deus está dizendo que uma vida entregue ao Senhor e onde Ele está acima de todos outros interesses não é uma vida que simplesmente está bem. A vida total-mente dedicada a Deus estará bem em sua vida de oração, em sua devoção pessoal, no estudo e pesquisa da verdade, na participação na missão encomendada à igreja, e tam-bém estará bem em sua � delidade a Deus em seus dízimos e ofertas. Não é fazer uma coisa e deixar outras sem fazer.

3. Deus está interessado em demonstrar perante o universo que não se equivocou ao criar os seres humanos, nem ao lhes indicar a maneira como deveriam viver. Por isso disse a Lúcifer: “Observaste o meu servo Jó? Porque nin-guém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.” (Jó 1:8)

Conclusão:

As diretrizes assinaladas por Deus ajudariam os israelitas viverem em harmonia, paz e tranquilidade. Hoje, igualmente são bené� cas a todos os seres humanos que desejam viver como Deus determinou.

Quando andamos neste mundo, percorrendo os caminhos que pensamos são os caminhos de Deus, andando segundo nossos pró-prios critérios, utilizando nossos valores que julgamos ser os valo-res de Deus e utilizando nossos próprios métodos que acreditamos serem os métodos de Deus, estamos seguindo por caminho errado que suscitará um � m diferente do que esperávamos. Exploremos a Palavra de Deus até ouvir a voz: “Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele” (Is 30:21).

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Quinta-feira

OS PRINCÍPIOS DE DEUS

Propósito: Descrever os princípios reguladores estabelecidos por Deus para evitar cometer excessos na aplicação da justiça e da mise-ricórdia, princípios fundamentados no verdadeiro amor de Deus.

Em Israel, como em qualquer outra nação, havia o perigo de se ir a um ou outro extremo. As leis e estatutos eram claros, mas sempre havia campo para aplicá-los com excesso ou considerá-los levia-namente. Em 1 Reis 11:29-33 é mencionado o caso de Jeroboão, escolhido por Deus para ser rei em Israel. Salomão, no � m de seus dias, não apenas ignorou os mandamentos de Deus, mas caiu na armadilha da adoração a outros deuses. O profeta Aías transmitiu a Jeroboão a mensagem de que Deus o havia escolhido para reinar no lugar de Salomão. A partir daí o relato bíblico descreve a lamen-tável situação que Jeroboão gerou ao afastar o povo da adoração ao Deus verdadeiro. Jeroboão ignorou o fato de que o próprio Deus o havia escolhido como rei. Esse é o denominador comum dos seres humanos contaminados pelo problema do pecado.

Deus deu a Seu povo dois princípios reguladores que iriam aju-dá-lo quando tivesse de tomar decisões. Esses princípios regula-dores foram transmitidos oralmente de uma geração à outra, mas não impediram que, como nação ou individualmente, tomassem uma decisão errada ou optassem por seguir pelo mau caminho. Miquéias, profeta contemporâneo de Isaías no ano 740 a.C. escre-veu: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SE-NHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.” (Mq 6:8). Podemos dizer que essa breve declaração descreve o essencial na vida dos � lhos de Deus: 1. Praticar a justiça; 2. Ser misericordioso; e 3. Submeter-se completamente a Deus.

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I. JUSTIÇA E MISERICÓRDIA

A. Se alguma vez você sofreu as consequências por ser tratado injustamente, já sabe o quanto isso dói. Como seres huma-nos, estamos submetidos a normas e a regulamentos estabe-lecidos por outros seres humanos. Mesmo no Israel antigo e nas organizações religiosas contemporâneas os “regulamen-tos” da organização prevalecem ainda que violando os prin-cípios da justiça estabelecidos por Deus.

1. Um dos aspectos sobressalentes entre os princípios de justiça e misericórdia é o ponto de equilíbrio que deve haver entre os dois. Quando a justiça é levada a um ex-cesso que ultrapassa o ponto de equilíbrio ela se converte em injustiça e anula a si mesma.

2. O mesmo ocorre com a misericórdia. Se levada a excesso, a ponto de ultrapassar o equilíbrio, ela se torna injustiça.

II. HUMILHAR-SE DIANTE DE DEUS

A. A humildade é uma das características mais importantes na vida dos � lhos de Deus. O apóstolo Paulo, em seu discurso de despedida em Mileto, lembrou-os que durante o tempo que passou na Ásia serviu “ao Senhor com toda a humilda-de” (At 20:19). Se lembrarmos que foi o orgulho e a su� ci-ência própria que introduziu o pecado no reino de Deus e que trouxe, como consequência, o egoísmo e a morte, então poderemos ver que a humildade diante de Deus é justamen-te o oposto da atitude de rebelião que se gerou em Lúcifer. A atitude de humildade é negar-se a si mesmo para permitir que Deus seja Deus.

1. É importante lembrar e repetir a fórmula que Jesus deu a Seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si

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Incríveis ações de Deus: eternidade à vista43

mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mt 16:24). Não estamos dizendo que seja uma fórmula fácil, mas é a fórmula divina. Negar-se a si mesmo é estar disposto a controlar o egoísmo, sujeitar o “eu” (egó, em grego), a dar a prioridade a Deus. É decidir passar da vida governa-da pelo egoísmo (que é o amor dirigido para dentro de si mesmo) para dar o passo a uma vida regida pelo altruís-mo, (que é um amor que vai de dentro para fora), e onde a importância está no “alter” (vocábulo latino que identi� ca o outro) e, no caso em questão, o primeiro Alter é Deus.

2. Os problemas e di� culdades gerados neste mundo, em todos os círculos de ação, são gerados pelo egoísmo. Até mesmo no círculo familiar e na igreja o egoísmo intro-duziu discórdia e atrito. Quando Deus nos assinala um caminho melhor, é porque isso é o mais conveniente para as pessoas e porque é uma bênção para todos aqueles que se relacionam com essa pessoa.

3. Uma vida de submissão a Deus mudará o ambiente no círculo familiar, na igreja, no trabalho e na comunidade. A submissão a Deus é a única forma pela qual podemos estar prontos para “tomar a cruz”. Enquanto prevalecer a arrogância, o orgulho e a su� ciência própria, é pratica-mente impossível tomar a cruz que nos permitirá seguir Jesus e chegar aonde Ele chegou. Não podemos dizer que Deus é supremo, quando a vida está sendo regida pelo egoísmo. Na verdade, o egoísmo é a violação do primeiro mandamento que diz: “Não terás outros deuses diante de mim”, que é uma declaração negativa e que, falando de forma positiva seria: “Eu Sou seu único Deus”. Quando o egoísmo é o supremo na vida de uma pessoa, o primeiro mandamento é transgredido.

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B. O amor é o fundamental, porém o amor dirigido a si mesmo é contrário ao plano original de Deus, onde Adão não era o centro de si mesmo, até que o pecado entrou neste mundo. Quando analisamos detidamente esse conceito, encontra-mos que a rebelião de Satanás gerou um grave problema que vai além de uma simples desobediência. A contaminação do amor genuíno na vida de Adão para transformá-lo em um amor egoísta atacou o fundamento básico do governo e do caráter de Deus que é o amor.

1. Os gregos e os hebreus tinham um enfoque diferente para descrever o amor. Ao passo que para os gregos havia quatro classes diferentes de amor, os hebreus identi� ca-vam o amor com apenas uma palavra: Ahab.

2. Os gregos pensavam que o amor mais expressivo era o “eros”. Esse era o amor adequado para adorar aos deuses do Olimpo. O amor � lial ou “� lia” era o amor que se ex-pressava entre as amizades, enquanto que o “storge” era o mar da família, pais e � lhos, e era identi� cado como o amor sublime e ideal com a palavra “agape”.

3. No hebraico, assim como no inglês, francês, português e espanhol, temos apenas uma palavra para identi� car o amor. Devido a isso, para nos referirmos a diferentes classes temos de usar um adjetivo quali� cativo. Portan-to dizemos: “amor � lial”, ou “amor erótico” ou “amor su-blime”. Os escritos do apóstolo Paulo geralmente usam a palavra “agape” para identi� car o amor adequado na experiência espiritual do cristão.

III. POR QUE O AMOR É FUNDAMENTAL?

A. O amor genuíno é o fundamento do reino de Deus e de todo o universo. É o fundamento do caráter de Deus. É a única

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forma como se pode manter e preservar a paz, a harmonia, a alegria e a felicidade. Não há outro meio e, para os seres hu-manos que estão abatidos pela contaminação do pecado, o grande desa� o a se enfrentar é conseguir que o amor egoísta seja transformado em amor altruísta, algo que é tão compli-cado que apenas pode ser realidade com a ajuda divina.

1. E. G. White diz que: “Quando o amor enche o coração, � uirá para os outros, não por causa de favores recebidos deles, mas porque é o amor o princípio da ação. O amor modi� ca o caráter, rege os impulsos, subjuga a inimizade e enobrece as afeições. Este amor é vasto como o Univer-so, e está em harmonia com o dos anjos ministradores. Nutrido no coração, adoça a vida inteira e derrama seus benef ícios sobre todos ao redor.” (O Maior Discurso de Cristo, p. 38).

2. É urgente e necessário que os � lhos de Deus, que aspiram a viver na Nova Jerusalém, adquiram nesta terra a expe-riência do verdadeiro amor de Deus. Tão importante é isso que o Senhor Jesus disse a Seus discípulos: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros.” (Jo 13:34) Na verdade, isso foi de� nido desde a antiguidade. Israel havia perdido seu rumo e o amor fundamental de Deus foi posto de lado para dar prioridade aos interes-ses egoístas dos judeus israelitas. Ao ser enfatizado por Jesus, soava como algo novo. O amor é o componente de todos os mandamentos, decretos e estatutos. Quando analisamos as instruções de Deus (Torá), apenas pode-remos ver a expressão do amor de Deus para que haja harmonia entre os seres humanos no céu como na terra.

3. Podemos compreender agora por que era tão importante o sistema de ofertas? Mediante o sacrif ício do holocaus-to demonstrava-se reconhecimento do grande problema

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no reino de Deus e da grande solução encontrada por Deus através do Cordeiro. Tudo isso era simplesmente a demonstração do amor de Deus. A atitude do adorador devia expressar seu profundo amor pelo que Deus ha-via feito e por isso sua oferta tinha de ser “perfeita”. Deus aceitaria a oferta como aroma agradável, caso ela repre-sentasse a experiência espiritual do israelita. Em nossos dias o mesmo se aplica. Para que a oferta seja aceitável ao Senhor, ela deve ser entregue como um ato de ado-ração e expressar o sentimento do coração. O rei Davi fez menção a isso com respeito à construção do templo.“Riquezas e glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força. […] Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos.” (1Cr 29:12-14)

Conclusão:

Em nosso estudo a respeito de Deus vemos que as Escrituras hebraicas (o Antigo Testamento) constituem uma das fontes de informação quanto a quem é Deus. Elas ilustram o problema de Deus (o pecado como rebelião), e a solução de Deus ao problema do pecado por meio do Cordeiro de Deus. Isso tornou possível a Deus oferecer novamente a oportunidade da vida eterna. Em nos-so assunto anterior, esclarecemos que as instruções de Deus dadas no Sinai com relação a como os � lhos de Deus devem viver foram descritas em 613 mandamentos, decretos e estatutos. Hoje, enfa-tizamos que, a � m de aplicar corretamente os mandamentos de Deus, Ele incluiu dois princípios reguladores fundamentados no verdadeiro amor de Deus. Apenas Deus pode consertar, corrigir, modelar o coração contaminado pelo egoísmo; assim sendo, não nos resta outro caminho além de voltarmo-nos a Deus com cora-ção contrito e humilde para que Ele mude o que for necessário. “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti […]”. (Ler Dt 30:19, 20, como conclusão.)

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Sexta-feira

O REQUERIMENTO DE DEUS

Propósito: Descrever o requisito estabelecido por Deus para viver em Seu reino.

Desde antes da criação do mundo, Deus estabeleceu um requi-sito imprescindível para que fosse possível viver em Seu reino pela eternidade. Essa exigência garantiria a harmonia, a paz e a felicidade a todos os habitantes. Adão e Eva foram criados sob essa condição. Os escritores hebreus fazem referência a esse requisito com a pala-vra “Berith”, que signi� ca aliança/pacto, por meio da qual os � lhos de Deus aceitavam que Deus seria supremo na vida de Seus � lhos e na vida do povo. Era uma decisão voluntária que cada um tinha de tomar, pois Deus não podia impô-la por força de forma arbitrária. Deus seria o Deus deles, se assim o permitissem. Frequentemente você verá no Antigo Testamento referências a esse requisito como “minha aliança”. Deus disse a Noé e seus � lhos: “Eis que estabeleço a minha aliança convosco, e com a vossa descendência.” (Gn 9:8, 9) I. O QUE É A ALIANÇA?

A. Na primeira parte do relato bíblico apenas aparece a palavra pacto quando Deus declara a Noé que decidiu começar no-vamente a vida na terra, a partir da família dele, porque “Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração.” (Gn 6:5) Deus permitiu que o universo observasse o que ocorre quando a vida dos seres viventes é regida pelo amor egoísta, por um amor contaminado pelo pecado. Não passaram dois mil anos e Deus teve de virar essa página em seu reino e começar de novo.

1. A vida de Noé demostrou quem era Deus em sua vida: era supremo, era o primeiro. Noé não estava seguindo seus

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próprios critérios, tampouco elaborando seus próprios princípios ou determinando seus próprios valores. Eram os critérios, os princípios e os valores de Deus os que rei-navam na vida de Noé. Por isso o relato bíblico declara Noé como “homem justo e íntegro” e a� rma que ele: “andava com Deus” (Gn 6:9).

B. Pacto/Aliança é uma palavra por meio da qual é descrito o requisito que Deus estabeleceu para poder viver em Seu rei-no da graça e de amor. Foi um acordo que Deus fez consigo mesmo (por isso frequentemente é mencionado como minha aliança), por meio do qual os � lhos de Deus terão que acei-tá-Lo como Deus e a Seus princípios como a norma da vida. Dessa forma, voluntariamente e sem qualquer utilização de força por parte de Deus, Ele Se tornaria na vida real de Seus � lhos, Seu Deus, porque eles assim decidiram. Isso garantiria automaticamente que eles seriam Seus � lhos, Seu povo.

1. O pacto/aliança não aparece unicamente com relação ao povo de Israel. Antes da organização do povo, Deus havia declarado e estabelecido Seu pacto. Todos os seres hu-manos, todos os povos, todas as nações teriam de viver de acordo com essa aliança ou condição para poderem desfrutrar dos privilégios. Em outras palavras, não se-ria possível pôr Deus de lado e, mesmo assim, desfrutar dos privilégios. Uma coisa estava unida à outra. Deus era garantia de eternidade e de generosidade. Era garantia de proteção e de segurança. Era a garantia de paz e de prosperidade. Mas tudo estava sujeito à condição de que Deus fosse aceito como Deus.

2. Deus não negociou as condições da aliança, simplesmen-te as estabeleceu. Os seres viventes tinham a opção de de-cidir se aceitariam ou recusariam a aliança. Não podiam recomendar, tampouco fazer sugestões ou modi� cá-la. Deus simplemente disse: “Isto é assim, ou você o aceita

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ou não”, e respeitaria a decisão de cada um. Os que não estavam de acordo com viver sob as condições estabe-lecidas por Deus voltariam à inexistência, que era onde estavam antes de vir a esse mundo. Os que estivessem de acordo viveriam com Deus pela eternidade e desfru-tariam de todos os privilégios que implicavam nessa rela-ção. Assim, cada ser vivente decidiria seu próprio destino e a harmonia, a paz, a tranquilidade e a felicidade seriam preservadas no reino de Deus. No caso de Adão e Eva, essa aliança estava subentendida; poderíamos chamá-la de “o pacto silencioso”.

3. À medida que o povo de Israel foi se desviando do cami-nho correto, o Senhor os fez lembrar da importância do pacto por meio de Seus profetas. Jeremias falou ao povo de Judá, aproximadamente, vinte anos antes do cativeiro babilônico a respeito da situação crítica na qual se en-contravam: “Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem. Mas não deram ouvidos, nem atende-ram, porém andaram nos seus próprios conselhos [...]” (Jr 7:23, 24). Esses textos nos dizem em que consiste o pacto: Quando Deus é seu Deus, automaticamente Ele o reconhece o� cialmente como Seu � lho ou como Seu povo. O resultado natural e imediato dessa decisão é “se-guir o caminho traçado por Deus”. De que consiste esse caminho? Em viver de acordo com os princípios, valores e instruções de Deus.

II. O ANTIGO E O NOVO PACTO

A. Com frequência ouvimos explicações com relação ao pacto que não se encaixam com a realidade bíblica. Por exemplo, temos a ideia de que Deus estabeleceu para os antigos con-

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dições muito rígidas e dif íceis e, contrariamente, aos que vi-vemos na época do Novo Testamento, o Senhor modi� cou os requerimentos e agora os tornou mais fáceis. Assim há a ideia de que o pacto antigo era muito duro e de que o pacto novo é muito suave. Este critério está longe da realidade.

1. Um estudo do pacto nos indica que o antigo e o novo pacto têm exatamente as mesmas condições, os mesmos requerimentos e o mesmo fundamento do amor. As di� -culdades que os antigos tinham para aceitar o pacto são exatamente as mesmas di� culdades que nós, que vive-mos nestes tempos modernos temos. Deus é o mesmo ontem, hoje e pelos séculos. Não seria uma ação correta da parte de Deus tratar de forma diferente uns dos ou-tros. Seria uma violação do princípio de justiça, dizer que Deus estabeleceu condições sumamente dif íceis para os antigos, que eram incapazes de cumprir, e agora, diante do fracasso, modi� casse e estabelecesse condições fáceis que poderiam ser cumpridas.

2. A realidade é que a condição do pacto no passado, per-mitir que Deus fosse Deus, era tão dif ícil como o é hoje. Qualquer pessoa pode tentá-lo por seus próprios esfor-ços e verá o quão dif ícil é, e é então que a pessoa reco-nhece sua incapacidade e recorre a Deus pedindo a ajuda necessária para alcançá-lo.

B. É o profeta Jeremias que fala do novo pacto. Uma breve re-senha histórica nos leva ao ano 626 a.C., quando Jeremias é enviado ao povo de Judá, não apenas para descrever a situa-ção do povo, mas para convidar ao arrependimento, explicar a realidade do cativeiro porque eles persisitiriam em seus ca-minhos e, posteriormente, haveria a restauração, conforme a promessa. Jeremias 31:27-34 fala justamente do regresso e da restauração. Se você prestar bastante atenção no texto,

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Deus segue falando com a casa de Israel e com a casa de Judá (v. 31), e a� rma: “Porque esta é a aliança que � rmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, [...].” Jr 31:33 Por que Deus faz referência à casa de Israel quando o reino de Israel havia sido levado ao cativeiro pela Assíria em 722 a.C., ou seja, cem anos antes? É que Deus não criou dois povos e duas nações. Deus organizou apenas um povo, o povo de Is-rael, e aqui Deus está a� rmando que o ser humano não pode alterar os planos nem Seus desígnios. Israel era o povo eleito, o povo especial e seguirá sendo o povo de Deus.

1. “Graças ao cativeiro babilônico foram os israelitas de fato curados da adoração de imagens de escultura. Após o seu retorno, deram muita atenção às instruções religiosas e ao estudo do que tinha sido escrito no livro da lei e nos profetas concernente ao culto do verdadeiro Deus. A res-tauração do templo capacitou-os a pôr em prática inte-gralmente os ritos do santuário. Sob a guia de Zorobabel, de Esdras e de Neemias, repetidamente eles concertaram guardar todos os mandamentos e ordenanças de Jeová. A fase de prosperidade que se seguiu, deu ampla evidência da boa vontade de Deus em aceitar e perdoar; e no entan-to, com fatal curteza de vistas, eles se desviaram vezes e vezes do seu glorioso destino, e egoistamente conserva-ram para si aquilo que teria levado cura e vida espiritual a incontáveis multidões.” (Profetas e Reis, p. 520).

III. O PACTO NA NOVA JERUSALÉM

A. A notícia surpreendente é que a Nova Jerusalém será forma-da apenas por aqueles que aceitaram o pacto de Deus. Apo-calipse 21:1-7 descreve o momento quando o Senhor con� r-ma Sua determinação dizendo: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. [...] O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será � lho.”

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1. O verso 7 fala da herança de Deus. De todas as bênçãos e privilégios que o Senhor projetou para Seus � lhos. Ele a� rma que todos os que venceram com a ajuda de Deus decidiram que Ele seria o Deus de suas vidas. Não é ló-gico dizer eu creio em Deus ou expressar que Deus é meu Deus quando estou fazendo e seguindo a minha própria vontade. É uma declaração que não tem qual-quer valor, tampouco é aceita como verdade porque não tem o respaldo moral.

2. Ao dizer que Deus é nosso Deus, assumimos automati-camente uma atitude onde depomos nosso próprio julga-mento e critério para dar lugar ao julgamento e critérios de Deus. Por isso dizemos que tomar essa decisão nos leva a adotar os princípios, valores e instruções de Deus. Quando Deus é meu Deus, não irei questionar absoluta-mente nada do que Ele tenha projetado para esta terra. Não questiono Seus planos, tampouco Sua decisão de formar um povo especial ao qual entregou a missão de representá-Lo diante de todas as nações. Não questio-nou a centralidade do santuário como reconhecimento do Deus de Israel. Não questionou a escolha da tribo de Levi para cuidar do santuário e zelar pela vida espiritu-al de todas as tribos. Não questionou o projeto de Deus para a manutenção dos levitas, distribuindo a terra entre as onze tribos e solicitando a elas que separassem para Deus um décimo destinado aos levitas. Se Deus for meu Deus, não vou questionar nada do que Ele determinou e vou fazer apenas o que Lhe agrada.

Conclusão:

Ao jovem rico foi dito: “uma coisa te falta” e isso era o mais importante! Ele não admitia Deus como seu Deus. Quando uma pessoa, impulsionada pelo amor, aceita Deus como seu Deus, o re-

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sultado natural é dizer: “Senhor, que queres que eu faça?” E Deus assinala todas as instruções dadas no Sinai as quais incluíram a or-ganização de um povo especial, um santuário, uma tribo de Levi e um sistema para permitir que todos seus planos pudessem ser con-cretizados. Se Deus é meu Deus, não vou questionar Sua sabedoria.

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Sábado II

A GRANDE DECISÃO Propósito: Descrever que a grande decisão enfrentada pelo ser humano ao longo de todas as eras é: O que fazer com Deus? Essa decisão de� ne o destino da humanidade.

Ao concluir seu ministério profético Moisés relembrou o ele-mento mais importante que cada ser humano deve considerar: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus [...]” (Dt 30:15). A decisão não deve ser tomada por conveniência pessoal, pelo que a mim me convém ou me prejudica. Essa seria uma decisão centralizada em si mesmo. A decisão real não é quan-to a Deus. O que farei com Deus? Permito que Ele seja verdadei-ramente o Deus e Senhor da minha vida ou, pelo contrário, sigo adiante com meus próprios conceitos e valores, ignorando o que Deus disse ao longo das eras? Essa decisão gera mudança completa na vida das pessoas.

Compreender esse assunto é o mais importante na vida de todo ser humano. Ou estamos com Deus ou vivemos sem Deus, que é outra forma de fazer referência a uma vida de rebeldia contra Deus. O alarmante dessa situação é que Deus respeita a decisão de cada um, Ele não irá impor Seus critérios ou desejos acima da prefe-rência de Seus � lhos. Ele respeitará essas preferências e, de acordo com a decisão de cada um, Deus determinará o destino � nal de cada indivíduo.

I. TUDO OU NADA

A. A di� culdade dessa decisão de repercussões eternas está na alegação de que ela é muito exigente. Moisés o expres-sou assim: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o úni-co SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo

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o teu coração” (Dt 6:4-6). De todo teu coração. Ou seja, tudo ou nada. Pegar ou largar! Não há espaço para ambi-guidades, nem para maus entendidos. Tampouco há uma terceira opção, nem zona neutra. Não há como escapar ou buscar um lugar onde se refugiar. Por isso é que essa deci-são é muito dif ícil e a única motivação aceitável é: “Ama-rás, pois, o SENHOR, teu Deus”. Apenas um amor intenso por Deus faz com que a pessoa sinta seu valor para tomar uma decisão tão importante.

1. Alguém poderia pensar que tomar essa decisão não é tão dif ícil como parece. É simplesmente dizer: “Sim, eu já de-cidi que Deus será meu Deus”. O único inconveniente é que Deus não aceita a expressão retórica, quando a vida não respalda essa expressão. Em outras palavras: Se eu digo que Deus é meu Deus, quando isso não é verdade, a expressão retórica apenas passa a ser uma teoria, um dito, possivelmente um desejo, mas não uma realidade.

II. UMA COISA TE FALTA

A. A história do jovem rico.

1. A história do jovem rico destaca a importância do tema que estamos considerando. É a história de um jovem que perguntou a Jesus: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Mc 10:17). Esta pergunta vem de um ho-mem que havia dedicado sua vida ao estudo das Escritu-ras hebraicas. Ele queria ter certeza se o que vinha fazen-do e praticando por anos era correto diante de Deus e se o quali� caria para receber a vida eterna. “Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus.” (v. 18). Então lhe apresentou o parâ-metro de vida que nas Escrituras hebraicas constituem a lei de Deus. Os mandamentos que conhecemos: “Não

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matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém” (v. 19). Era justa-mente o que o jovem sabia e havia praticado.

2. “Então, ele respondeu: Mestre, tudo isso tenho observa-do desde a minha juventude.” (v. 20) e � cou esperando palavras � nais de felicitação e de aprovação do Mestre. “E Jesus, � tando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: [...].” (v. 21) Sabe o que lhe faltava? Nada mais nada me-nos que o essencial, o imprescindível. Aquilo que quan-do não se possui tudo vem abaixo, tudo desaba. “Só uma coisa te falta”, disse Jesus, e para que você saiba qual é, vai, vende tudo o que você tem e dá aos pobres. O que faltava ao jovem rico era Deus como o elemento principal e re-gulador em sua vida.

3. O Testemunho número 4, registrado em 1857, E. G. Whi-te faz o seguinte comentário a respeito do jovem rico: “Se os homens amam as riquezas mais do que amam aos semelhantes, ou mais do que amam a Deus ou as verda-des da Sua Palavra, se têm o coração preso às riquezas, não poderão então ter a vida eterna. ... Aqui as criaturas são provadas; e, como o jovem rico, muitos se afastam, tristes, porque não podem levar suas riquezas e tesouros para o Céu. ...” (Nos Lugares Celestiais, MM 1968, p. 301)

4. O problema do jovem rico não era o ter riquezas. Seu problema grave era não ter a Deus como o supremo em sua vida. Isso orientou sua vida em outra direção.

III. QUE É QUE O SENHOR REQUER DE TI?

A. Clareza nos requerimentos divinos.

1. “Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em

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todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração [...]?” (Dt 10:12). Que “o ames” é o requerimento básico; que O “sirvas” é o resul-tado lógico para uma pessoa para quem Deus é o mais importante em sua vida.

1. Às vezes ocorre de andarmos neste mundo percorrendo caminhos que acreditamos sejam os caminhos de Deus. Vivemos de acordo com nossos próprios critérios, que julgamos sejam os critérios de Deus. Pautamo-nos por nossos próprios valores que cremos sejam os valores de Deus e utilizamos nossos próprios métodos que julgamos sejam os de Deus. Era assim que o jovem rico vivia. Ele se deu conta quando o Senhor lhe disse: “uma coisa te falta”.

2. Alguns perguntam por que Deus é tão exigente. Simples-mente porque a história de seis mil anos regidos pelo or-gulho e pela su� ciência própria demonstraram que um reino governado pelo egoísmo é total desastre. Apenas o amor verdadeiro, altruísta é seguro e correto, e apenas pode ser alcançado quando Deus, e somente Deus, é o principal na vida. É isso o que se deve aprender e praticar na vida, como preparo para viver no reino eterno. Os que decidirem seguir vivendo com seu egoísmo poderão fa-zê-lo nesta vida, mas não poderão viver pela eternidade. Deus disse que porá um ponto � nal no egoísmo, no or-gulho e na su� ciência própria. Uma parte onde a história termina e os princípios, valores e requerimentos de Deus são recuperados para viver em um reino de amor e paz, como foi o projeto original. Aqueles que tomarem a di-f ícil decisão de permitir que Deus seja seu Deus, viverão pela eternidade.

B. O que ocorre na vida das pessoas que permite que Deus seja Deus?

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1. Até aqui destacamos que o mais importante é permi-tir que Deus seja Deus em nossa vida. Aparentemente, deixamos de lado a igreja de Deus, mas apenas para nos darmos conta de que quando Deus é meu Deus, o que Ele disse, o que Ele decidiu, o que Ele organizou, o que Ele projetou recuperam seu lugar e sua importância. Agora meu interesse se concentra nas revelações dadas por Deus aos hebreus, por intermédio de Moisés e dos profetas. Isso faz com que o estudo da Palavra de Deus adquira nova importância e nova prioridade em minha vida. Agora minha vida de oração é mais fervorosa. Es-tarei comunicando-me com Deus o dia todo. Agora ir à igreja de Deus é uma força que me atrai e que me leva a ter o desejo de ali estar todos os dias de minha vida, visto ser aí que recebo inspiração e ânimo. Agora os � lhos de Deus, os planos de Deus, Seus projetos, são importantes para mim, porque Deus é meu Deus.

2. Um dos propósitos de Deus foi estabelecer um povo espe-cial que O representasse corretamente. Por isso chamou Abraão de Ur dos Caldeus, em 1875 a.C. e, por meio dele, organizou o povo de Israel. Deus lhes concedeu uma área geográ� ca especí� ca, organizou-os em doze tribos e mos-trou a necessidade de construir um santuário que tinha o propósito de lembrar diariamente que Deus é Deus e que tudo o relacionado com Deus se desenvolve em santidade. Assim o santuário foi erigido no deserto e posteriormente o Templo em Jerusalém. Para velar pelo santuário e para pre-servar os valores espirituais de todo o povo, Deus designou a tribo de Levi para que se dedicasse exclusivamente a isso. Por isso não lhes entregou terras para o cultivo (Dt 18:1, 2). A terra foi dividida entre as onze tribos. Deus determinou também que do produto da terra e do crescimento do gado as onze tribos deveriam entregar a Deus um dízimo, com o qual Ele sustentaria a tribo de Levi (Nm 18:21-24).

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3. Poderíamos pensar que o motivo pelo qual os dízimos e as ofertas são importantes é porque eles constituem o sustento � nanceiro da igreja, que cumpre uma missão mundial. Mas este, na verdade, não é o motivo principal. Depositar os dízimos e as ofertas constitui uma demons-tração diante do universo de que Deus é supremo em minha vida. Entregar os dízimos e as ofertas é uma de-monstração do cumprimento do primeiro mandamento da lei de Deus que, em sua redação negativa diz: “Não terás outros deuses diante de mim”, e que se o expressás-semos de forma positiva diria: “Eu sou teu único Deus”. Quando Deus é meu Deus, não posso reter, desviar, dis-sipar os dízimos e as ofertas. É uma questão de honra, é uma questão moral, é uma relação entre mim e Deus.

Conclusão:

Se você permitir que Deus seja seu Deus e que os princípios de Deus regulem sua vida, estes o conduzirão, passo a passo, para fazer apenas o que Lhe agrada. Por isso, quando temos Deus na vida, ela é transformada. As coisas mudam quando Deus é meu Deus. Não vou questioná-Lo. Vou respeitar Sua sabedoria e Sua inteligência. Fico alegre com a promessa de que quando eu deci-do que Deus é meu Deus, então o Senhor reconhece que sou Seu � lho e que tenho o direito de viver em Seu reino pela eternidade, porque Sua graça e amor assim o determinaram. Que surpresa tão desagradável para os que, pensando que iam bem, descobrem que o Senhor lhes diz: “Uma coisa te falta”, a mais essencial e a mais im-portante e vital. Falta que você permita que Deus seja Deus em sua vida, e isso faz uma grande diferença. Deus permita que quando eu tiver que decidir o que fazer com Deus, Ele não seja o perdedor, porque quando Deus é o perdedor, todos perdem, e quando Ele é o ganhador, todos ganham. Incentivo-o a tomar a melhor decisão.

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