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Faculdade Cásper Líbero Comunicação Social - Jornalismo Disciplina: História da Comunicação Professor Dr. Carlos Costa Trabalho de conclusão do curso de História da Comunicação SEMANAS ILUSTRADAS Como as revistas ilustradas alemãs mudaram a forma de acompanhar o mundo através da imprensa Fernando Menezes Maria Jesus Zelada Rafael Battaglini Renata Fernandes Veloso Baralle Semanas Ilustradas ‐ Como as revistas ilustradas alemãs mudaram a forma de acompanhar o mundo através da imprensa 1

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Como as revistas ilustradas alemãs mudaram a forma de acompanhar o mundo através da imprensa.

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Faculdade Cásper LíberoComunicação Social - JornalismoDisciplina: História da ComunicaçãoProfessor Dr. Carlos Costa

Trabalho de conclusão do curso de História da Comunicação

SEMANAS ILUSTRADAS

Como as revistas ilustradas alemãs mudaram a forma de acompanhar o mundo através da imprensa

Fernando MenezesMaria Jesus Zelada

Rafael BattagliniRenata Fernandes Veloso Baralle

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Semanas Ilustradas - como as revistas ilustradas alemãs mudaram a forma de acompanhar o mundo através da imprensa

Apresentação

Este trabalho apresentará os principais as principais características da introdução da fotografia na imprensa, além relacionar a importância do trabalho conjunto entre fotógrafos e editores, o que fará das revistas semanais verdadeiras narrativas visuais dos acontecimentos. O surgimento das revistas ilustradas remete à República de Weimar, tempo de efervescência cultural, até a chegada dos nazistas ao poder, causando uma verdadeira diáspora de fotógrafos e editores para outros países. A importância desta pesquisa se justifica pelos escassos materiais em língua portuguesa sobre o assunto, o que acabou dificultando a pesquisa, já que boa parte dos materiais de referência eram em inglês e alemão. Trata-se de um tema vital na história da imprensa, já que basta ir a qualquer banca de jornal para vermos aplicados princípios elementares da estética desta época. Portanto, este trabalho irá expor como a fotografia na imprensa mudou a forma de se acompanhar os acontecimentos ao redor do mundo.

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Introdução

     A imprensa no mundo, estava em expansão. Na Europa com o Journal des Savants, que circulou entre 1665 e 1795 em Paris, considerado como a primeira revista da história. Na Itália com Giornale dei Letterati . A Lady’s Mercury, em 1693, no Reino Unido, Akademie der Grazien, na Alemanha, (1774 a 1780). Nos EUA, o American Magazine e o Ladies’ Magazine, de 1828.

     Porém, no Brasil, a imprensa só foi liberada após 1808, com a chegada da família real. Antes, era proibido qualquer tipo de impressão. Os livros eram importados, muitas vezes por contrabando. Um dos navios que trouxe a comitiva de Dom João VI, o Medusa, tinha nos porões uma máquina impressora e foi com ela que se criou, após 1808, a Impressão Régia. Foi através dela que nasceu o primeiro jornal impresso no Brasil, A Gazeta do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, outras impressoras foram importadas e os jornais no Brasil começaram a se multiplicar. Porém poucos iam além da terceira ou quarta edição.

         A segunda impressora do país foi instalada na Bahia, em 1811, tendo à frente o português Manuel Antonio da Silva Serva, que criou o jornal Idade d´Ouro do Brazil e em 1812, a primeira revista Brasileira: As Variedades ou Ensaios de Literatura. Mais tarde, O Patriota, publicado em 1813 pela Impressão Régia do Rio de Janeiro, seria a segunda revista nacional. E depois dela vieram muitas outras, como O Espelho Diamantino, Beija-Flor, O Espelho das Brazileiras , Correio das Modas entre outras.

         Em 1860 surge a Semana Illustrada que pode ser considerada a primeira revista semanal ilustrada brasileira, e certamente a primeira a utilizar a caricatura. Em janeiro de 1876, surgiu a Revista Illustrada, que chegou a atingir 4 000 exemplares, utilizando a técnica de litografia.

        Uma década mais tarde, até pequenas cidades tinham suas revistas ou jornais literários. Nesse período, as revistas começam a se diferenciar dos jornais no conteúdo e na periodicidade, sendo os jornais mais dedicados a notícia e as revistas mais literárias.

          As revistas herdam dos jornais os literatos e a ilustração, contando com forte participação dos membros da Academia de Letras e dos clubes de fotografia. Inventada por Joseph Nicéphore Nièpce, na França, em torno de 1830, e no Brasil pelo francês Hercule Florence, em 1833, assim a revista se torna de vez uma publicação de conteúdo variado e ilustrado, enquanto o jornal trabalha com a notícia e com a opinião, e nele a beleza dá lugar à objetividades. 

           Em 1928 é  lançada a revista Cruzeiro, foi um marco, inaugurador de uma época, a revista utilizava muitas fotos, com uma diagramação ousada para a época, cheia de recortes, aplicações e contornos. Muitas das fotografias publicadas pela revista vinham

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dos próprios leitores, que participam de concursos promovidos pela publicação, e dos clubes de fotografia que vão se proliferando no Rio de Janeiro. Não por acaso, a revista publica em suas páginas anúncios de câmaras fotográficas, mostrando um forte interesse do público leitor pelo tema.

         Porém a revista ainda estava distante do modelo de fotojornalismo que começa a nascer na Europa, esta situação só mudaria em 1931, com a chegada de uma prensa alemã.

         Na Europa, ocorriam muitas mudanças culturais e sociais o que trouxeram mais criatividade para as artes e para a sociedade em geral, em Weimar em 1919, é fundada a Escola de Bauhaus. Nela, artistas ensinavam e refletiam, juntos, com o objetivo de modificar e melhorar o meio social em que viviam. Essa escola contou com grandes nomes, com quem estudantes privilegiados adquiriam noções de desenho, composição, utilização de cores, gravura, impressão, carpintaria, cerâmica, tecelagem, escultura e teatro.

O estilo Bauhaus, ainda admirado hoje, foi empregado na arquitetura e nas artes. Baseando-se em figuras geométricas como o quadrado, o triângulo e o círculo, com desenho de objetos e móveis matematicamente precisos, econômicos entre outros.

         Na Alemanha, antiga República de Weimar, fervilhava uma revolução na área da comunicação. A efervescência cultural do período se traduziu-se nas tiragens das revistas ilustradas, como a Berliner Illustrierte Zeitung, a Münchener Illustrierte Presse e a Arbeiter Illustrierter Zeitung. A fotografia ganhava um novo impulso com a introdução das câmaras portáteis, como com o aparecimento da Ermanox, em 1924, e da Leica, em 1925, que começou a surgir uma nova maneira de fazer o fotojornalismo.

Essas duas míni-câmeras fotográficas alemãs, construídas com lentes de grande abertura, precisavam de pouco tempo de exposição para trabalhos ao ar livre. Essa portabilidade quebrou o padrão da foto posada, permitindo para os fotógrafos flagrantes em ambientes internos, mas sempre dependendo da presença de luz. Entre 1928 e 1929, duas das revistas européias de maior circulação, a Münchener Illustrierte Presse e a Berliner Illustrirte Zeitung, começaram a publicar a produção dessa nova geração de fotógrafos, como Felix H. Man e Eric Salomon, famoso por reveladores retratos de políticos e outras personalidades, levando sua câmera para lugares e encontros oficialmente fechados aos fotógrafos.

     Nesse contexto, a Escola de Bauhaus, fundada em 1919, passa a influenciar a fotografia com alguns de seus questionamentos sobre a estética em vigor. O lançamento das câmeras fotográficas de pequeno porte possibilitou a busca de registros mais espontâneos, com ênfase no movimento. As revistas ilustradas perceberam rapidamente o grande potencial desse novo tipo de fotografia. As imagens polêmicas tomavam conta das revistas, fotos de um julgamento que mexia com o público, um político dormindo

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durante uma reunião de fundamental importância, os banqueiros em rindo num período de inflação estratosférica, assim com todas essas fotos polêmicas as tiragens das revistas só faziam aumentar.

         Com a ascensão do nazismo nos anos 30. Hitler provocou uma fuga em massa dos fotógrafos e editores, que vão tentar a vida na França, depois na Inglaterra, e nos Estados Unidos.

         Em 1928, nasce em Paris a Vu, uma revista que contava com Germaine Krull, André Kertesz e Robert Capa. Lorant criara mais tarde em Londres, a Weekly Illustrated (1934) e a Picture Post (1938).

     Em 1936, nasce a revista Life. Em seu primeiro número, 30% do espaço é ocupado por publicidade. Os Estados Unidos deixavam então de ser um país agrícola, entrando de vez na industrialização e na urbanização. A Life tinha em seu projeto todos os elementos para ser um sucesso,e foi. Ela propiciou condições de trabalho como nunca se vira na imprensa. Aviões, carros, helicópteros e o que fosse necessário para realizar uma reportagem era colocado à disposição do fotógrafo e do repórter. Pela primeira vez se criam editorias, repartindo uma revista. Algumas equipes da revista se especializaram em cobertura de ciência, economia, política entre outras. A Life contava ainda com consultores, que eram garantia de credibilidade. E nomes como Margaret Burke-White, Alfred Eisenstaedt ou W. Eugene Smith fizeram o brilho da revista.

    No rastro da Life, foram surgindo outros títulos, como a Look, Paris Match, Der Spiegel e o já citado O Cruzeiro, que passou por várias mudanças em 1943.

          Os temas da revista eram o culto à personalidades, esporte e lazer, artes e literatura, ciência, natureza e aventuras, a cidade, o grotesco e o exótico. Em pouco tempo, esse panorama mudou. O cruzeiro entrou na onda do sucesso do padrão da Life oferecendo todas condições para que seus profissionais criassem uma reportagem.

                   O crescimento da fotoreportagem em O Cruzeiro pode ser atestado pelo grande número de profissionais que compunham a equipe da revista. Isso começou em 1943 com Edgar Medina e Jean Manzon, mas já em 1952, a redação contava com vinte profissionais em seu departamento fotográfico. Edgar Medina, Jean Manzon, Salomão Scliar, Carlos Lutero Ávila, Peter Sheier, José Medeiros, Marcel Goutherot, Eugenio Silva, Pierre Verger, Ed Keffel, Luciano Carneiro, Flavio Damm, Douglas Alexandre, João Martins, Indalécio Wanderley, Henri Ballot, Badaró Braga, Antonio Ronek, José Pinto, Antonio Rudge, Jorge Audi, Rubens Américo e Nello Berto.

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República de Weimar

No período entre a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a subida de Adolf Hitler ao poder em 1933, a Alemanha se encontrou em um período de grande desenvolvimento cultural e grave crise econômica, chamado República de Weimar.Com o fim da Primeira Guerra Mundial, e a consequente queda do Império Alemão em 1918, os militares assumiram o poder e implantaram um governo parlamentarista democrático para facilitar um acordo com Inglaterra, França e Estados Unidos.Nesse governo, a produção artística alemã foi enorme, tendo a Escola de Bauhaus como centro de seu desenvolvimento nas áreas de arquitetura e design.

As técnicas e conceitos de Bauhaus influenciaram a criação de um novo jeito de fazer revistas e jornais. Revistas importantes como a Münchner Illustrierte Presse e a nomes que influenciaram o jornalismo em todo o mundo como Stefan Lorant e Erich Salomon começaram suas carreiras durante esse período. Após a subida dos nazistas ao poder, o novo design utilizado na revistas alemãs se expalhou pelo mundo graças a fuga de vários jornalistas que eram perseguidos por Hitler.

Antecedentes Desde sua unificação em 1871, a Alemanha era um Império, chamado de II Reich, que era governado desde 1901 pelo Kaiser Guilherme II. Na fase final da Primeira Guerra mundial, quando os generais alemães comunicaram ao governo que a Alemanha não poderia vencer a guerra, Guilherme II fugiu para a Holanda perdendo o controle de seu Império. Para facilitar a negociação de um armistício com a Tríplice Entente, os militares alemães sugeriram alterar o governo na Alemanha, que passaria a ser um Império do tipo parlamentar, tendo como chanceler Max de Baden que inviou uma carta ao presidente norte-americano Wilson, dizendo ter a paz nas mãos e que ela poderia ser estabelecida.

O armistício entre Alemanha e os Aliados teve consequencias importantes para o desdobramento da Segunda Guerra Mundial. Mesmo sem vencer, o exército alemão não foi derrotado, o que para muitos ajudou a criar um sentimento de superioridade no povo alemão mesmo sofrendo uma grave crise causada pelos termos do Tratado de Versalhes.

Na Conferência de Paris, cada país participante designou uma comissão de cinco membros. Parcipavam da reunião 26 países vencedores e nenhum dos Estados derrotados na Guerra. As decisões foram tomadas efetivamente pelas grandes potências Estados Unidos, França e Ingaterra.

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De 5 de maio até 28 de junho, o tratado elaborado pelos Três Grandes foi submetido à análise da delegação alemã, que reagiu negativamente aos pontos propostos pelos Aliados, mas sem ter escolha, aceitou os termos defendidos princiapalmente pelos representantes franceses. Pelo tratado assinado, a Alemanha perdia 1/7 do seu território para a França, Polônia e Bélgica 1/10 da população, além de todas as suas colônias. A Alsácia e Lorena foi devolvida à França, que havia perdido esses territórios para a Alemanha na Guerra Franco- Prussiana. Além de perda de territórios estratégicos, os alemães não poderiam formar um exército capaz de ameaçar as nações vizinhas. Foi estipulado que o exécito alemão não poderia ter mais que cem mil homens, além da fabricação de materiais militares como artilharia pesada, submarinos, tanques e aviões estavam proibida.

O pagamento de reparações foi imposto á Alemanha, que era considerada responsável pela guerra. O montante de pagamentos era elevado, indo de indenizações pela destruição materialde bens nacionais e privados, viúvas e órfãos. O total elevava-se a cento e trinta e dois bilhões de marcos-ouro(moeda alemã da época). Os benefícios dessa reparação seriam assim repartidos: a França ficaria com 52% das reparações, a Inglaterra com 22%, a Itália com 10%, a Bélgica com 8% e o restante das nações aliadas dividiriam os 8% restante.

A Nova Constituição da Alemanha e governos de Ebert e Hindenburg.

Com o término da Primeira Guerra Mundial e a abdicação do imperador Guilherme II, a Alemanha entrou em um verdadeiro caos político. Partidos de esquerda tentaram tomar o poder em Berlim mas o Exército os impediu e convocou eleições nacionais em 1919. As eleições de 1919 marcaram a derrota parcial dos social-democratas, que eram considerados responsáveis pela crise que assolava a Alemanha. A assembléia Constituinte criada no fim da guerra elegeu o socialista Ebert como presidente da República. O novo regime de Weimar conseguiu conter revoltas extremistas dos esquerdistas que queriam tomar o poder. Em 1919 também foi votada a nova Constituição da Alemanha. Ela estabelecia uma Federação de 23 estados e criava uma Assembléia Nacional chamada de Reichstag. Também estabelecia o voto universal para eleger os membros da Assembléia e voto direito para escolher o Presidente da República, que ficaria no poder por sete anos. O Presidente tinha como função comandar o Exército, indicar os ministros e se necessário convocar novas eleições para os membros do Reichstag.

A República de Weimar enfrentou grandes dificuldades financeiras. A inflação disparou como consequencia da emissão de papel moeda para pagar as dívidas de guerra. Havia

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cédulas de dez milhões de marcos em circulação, mostrando uma grande desvalorização da moeda alemã.

Apesar das reformas trabalhistas que limitavam o tempo de trabalho a oito horas, a população alemã sofria com a crise econômica, o que deu cada vez mais força aos movimentos de esquerda. Várias foram as tentativas de tomar o poder, o que causou grande medo na classe média e na burguesia durante toda a década de 1920.

A estabilidade começou a voltar em 1924 graças ao aparecimento de um novo marco, o Retenmark, ao fluxo de capitais estrangeiros, principalmente americano, e ao Plano Dawes, que facilitava a operação de pagamentos de reparações da indústria. As exportações superavam as importações. A recuperação econômica alemã, no entanto, era bastante frágil. A dívida externa subiu a partir de 1925, quando Hindenburg foi eleito Presidente após a morte de Ebert. Foi em seu governo que a inflação voltou e a crise econômica mais uma vez atingiu a Alemanha, graças a quebra da Bolsa de Nova York em 1929.

Fim da República de Weimar

Durante a Primeira Guerra Mundial, o comércio mundial se desenvolveu em rítimo acelerado. Os laços de dependência comercial entre as nações haviam se estreitado de tal forma que qualquer problema econômico surgido em uma das nações européias afetaria os demais países componentes deste conjunto econômico. No centro dessas relações comerciais estava os Estados Unidos, que com seu parque industrial intacto após o conflito que destruiu boa parte da industria européia, se tornara a maior potência econômica do mundo.

As reservas de ouro dos EUA eram enormes. Estavam em condições de emprestar dinheiro a todos os países que foram arruinados durante a guerra. Por isso, a Bolsa de Nova York passou a ser o parâmetro para registrar a situação da economia mundial durante a década de 1920.

O otimismo na economia americana fez com que um grande número de empresarios investisse na bolsa de Nova York, o que criou uma “bolha” entre o capital movimentado na compra e venda de ações e o capital real investido nas fábricas. Além disso a recuperação da industria européia diminuiu o número de produtos americanos exportados para Inglaterra e França. Contudo a produção não diminiu o que causou grande armazenamento que impulsinou a inflação e desvalorizaram os produtos industrializados americanos.

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Todos esses fatores somados a uma grande especulação fizeram com que a Bolsa de Nova York quebrasse em outubro de 1929, provocando uma grave crise nos EUA e no resto do mundo, com exceção da União Soviética, que não tinha sua economia ligada ao sistema capitalista americano. Vários países que recebiam emprétimos dos americanos agora se encontravam sem investimento.

Potencias da Europa como França e Inglaterra tiveram grandes problemas realcionados a crise americana. O desemprego chegou a 20%, e os ingleses sofriam com a falta de países que comprassem os seus produtos. Na França a insatisfação dos eleitore fez com que a Frente Popular, partido de esquerda, vencesse as eleições de 1936.

A crise nos Estados Unidos teve um efeito ainda pior na Alemanha que tinha uma economia frágil e ainda tinha que pagar indenizações pesadas aos países vencedores da Primeira Guerra Mundial, graças ao Tratado de Versalhes. Como todos os investimentos externos foram interrompidos a recuperação econômica que vinha acontecendo desde 1924 cessou, causando miséria, fome e quebra da indústria alemã.

Adolf Hitler chega ao poder

Com o país enfrentando novamente uma grave crise, os partidos radicais tanto de direita como de esquerda ganharam força, já que a população queria mudanças radicais para que o país conseguisse sair da recessão. Depois de várias tentativas de golpes da esquerda durante a década de 20 para tentar implantar um regime socialista parecido com o da União Soviética, a burguesia fez um forte apoio ao Partido Nacional-Socialista, que apesar do nome era o partido Nazista controlado por Adolf Hitler.Esse tendencia de apoio ao nazismo foi confirmada em 1933 quando Hitler assumiu o cardo de chanceler.

Depois que se tornou chanceler o líder nazista dissolveu o Reichstag, colocou o Partido Comunista como fora da lei e suspendeu as liberdades constitucionais conquistadas pelo país pela Constituição de 1919. Milhares de prisões foram feitas pela Gestapo, a Polícia Secreta do Estado. Perseguições contra os judeus e esquerdistas começaram a acontecer em toda a Alemanha, causando a fuga de várias personagens importantes para o jornalismo, como Erich Salomon, Stefan Lorant e Robert Capa.

Quando Hindenburg morreu, em 1934, não foram feitas novas eleições. Hitler acumulou as funções de Chanceler e de Chefe de Estado. Um plebiscito confirmou esta

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decisão com cerca de 90% dos votos a favor. A maior parte da população alemã apoiava Hitler, pois a industria e economia alemãs estavam se recuperando rapidamente. A miséria que afligia o país no final do governo de Hindenburg tinha sido amenizada com o governo nazista.

Por volta de 1939, a indústria alemã antingia a segunda produção no mundo, colocando-a em condições de sustentar o esforço exigido pela Segunda Guerra Mundial, que logo iria começar.

Escola de Bauhaus e uma nova estética fotográfica

A Escola Estatal Bauhaus foi fundada em 1919 por Walter Gropius (1883-1969), que enquanto lutava na Primeira Grande Guerra, desejava uma escola de arte que mudasse o mundo. A primeira escola de Bauhaus, localizada num prédio público na cidade de Weimar, não possuía qualquer traço deste estilo em si. A escola acabaria criando uma nova lógica no desenho de produtos industriais, o que hoje chamamos de design. Ainda em 1919, em Weimar, tem início a Primeira República alemã, fragilizada da Primeira Guerra. A instituição é idealizada por uma associação de artistas, artesãos e publicitários, procurando unir a padronização industrial, a tipificação dos produtos e a individualidade de seus artistas. Gropius, após ver de perto a destruição causada pelas máquinas, quis que elas trabalhassem a favor do homem: “Ainda me recordo quando saí da Primeira Guerra Mundial. Foi quando vi que tinha de participar de algo totalmente novo, que mudasse as condições em que eu vivera antes. No começo da minha vida, tinha ideias utópicas, e ninguém pensou que podiam tornar-se realidade, mas hoje, são”. Suas aspirações foram expressas no Manifesto da Bauhaus (que significa “casa de construção”). O fundador da Bauhaus adimite a necessidade de haverem fortes elos entre a máquina e o artista: “por isso criei oficinas que formavam as pessoas de duas maneiras: como artistas e como artífices. Não podemos entender as máquinas sem entendermos as ferramentas da nossa arte”. No caso do fotojornalismo da época, esta ferramenta foi a máquina portátil, cada vez mais próxima do artífice (o fotógrafo) e manipulável, com seus recursos que foram gradativamente permitindo maior liberdade estética. Como exemplo da influência estética de Bauhaus sobre a fotografia temos Alexandr Rodchenko, que em suas imagens procura buscar padrões, novos ângulos. Sua linguagem fotográfica também transpõe a ideologia revolucionária, de exploração de novos ângulos que não fossem o tradicional plano reto da fotografia burguesa. Tal lógica fotográfica foi explorada dali em diante, afinal, com tamanhas possibilidades de experimentação estética, já não surpreendia mais o público ver retratos posados ou paisagens.

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As três fotos acima são de Alexandr Rodchenko. Na primeira, observa-se o ângulo em que a foto foi tirada. Na segunda foto, a exploração angular deitada junta-se à sequencialidade dos quadrados. Na terceira foto, há um jogo de sequência com as sobras formadas pela escada. O padrão é quebrado pela mulher segurando uma criança.

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A (pré-)história do fotojornalismo

Photojournalism was going to be a matter of teamwork, with editors and art directors destined to add an important creative dimension to

the photographer’s camera work.1

David Crowley e Paul Heyer em “Communication in History”

A invenção de Daguerre demorou para se tornar economicamente viável na imprensa. Mesmo depois do surgimento da fotografia, era comum nos jornais e revistas a presença de um desenhista técnico, já que os custos da reprodução de um desenho eram menores do que os de transpor os vários tons contidos em negativos fotográficos. Os desenhos eram também mais atrativos à imprensa, já que as fotografias chegavam na redação tarde demais, além de não poderem captar movimentos rápidos. Crowley e Heyer observam em Communication on History que, até aproximadamente 1885, não haviam fotógrafos que viviam exclusivamente de vender seus trabalhos para a imprensa. Ocorreram excessões nas grandes guerras, quando havia incentivo financeiro sufuciente para bancar profissionais como Roger Fenton, Mathew Brady e Felice Beato.

Even the longest of these, [Mathew] Brady’s two-year campaign covering the Civil War with dozens of cameramen, was just that: a temporary effort, not a permanent news gathering machinery. (...) portraiture still seems to have been Brady`s mainstay product. And if his grand war reportage eventually ended in bankcorrupcity, it was precisely becouse no commercially viable link could be forged to the existing pictorial mass media.2

A pré-história do fotojornalismo é marcada por uma mal-sucedida união entre a fotografia e seu uso na imprensa. O fotógrafo, além de anônimo, era apenas um entre vários nas agências fotográficas. As lutas pela profissionalização do fotojornalista só ganhariam destaque com a iniciativa de Erich Salomon. Da década de 1890 até o começo da Primeira Guerra Mundial temos o período embrionário do fotojornalismo, que foi inaugurado pelo uso do halftone. Com esta tecnologia, começam a ser estabelecidos vínculos comerciais entre a fotografia e a mídia. O halftone, é tipo de impressão baseada em fotografias, que capta tons intermediários entre o preto e o branco foi substituindo o antigo uso de pedaços de madeira baseados em desenho. As agências de notíticas, passaram a focar seu negócio não mais na distribuição de textos, mas de fotografias. “Forma-se uma nova geração de

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1Ofotojornalismoviriaaserumaquestãodetrabalhoemgrupo,envolvendoeditoresediretoresdearte,designadosaadicionarumaimportantedimensãocriativaaotrabalhobásicodacâmerafotográBica.

2Atéamaislongadessas[excessõesàfaltadeincentivoparabancarumtrabalhofotográBico],acampanhadeMathewBrady,cobrindoaGuerraCivildurantedoisanos,foiapenasumesforçotemporário,nãoumacoberturapermanentedenotícias.Eseessagrandereportagemdeguerranãodessecerto,seriaprecisamenteporquenãohaviaumaligaçãocomercialviávelcomamídiademassapictóricaexistente.(Traduçãolivre)

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fotógrafos, equipados com pequenas e rápidas câmeras portáteis ao invés das lentas e enormes câmeras com tripés” (CROWLEY e HEYER, 2006:172 )

Berliner Illustrirte Zeitung

“A história escrita passou a ser a história das imagens. O público estava apto a entender os acontecimentos a partir das imagens, e o

cinema teve um papel decisivo nesta mudança.” Madalena Mello, jornalista

No ano de 1981 foi fundada a Berliner Illustrirte Zeitung (BIZ), por Heppner & Co, mas foi vendida a Leopold Ullstein em 1894. Inicialmente, a revista utilizava gravuras ao invés de fotografias e o nome era tipografado em estilo gótico (Figura 1). Uma figura chave da publicação foi, entre 1905 e 1933, o editor-chefe Kurt Korff. Neste tempo, a BIZ era a revista com de maior circulação na Alemanha (durante seu auge, teve dois milhões de leitores), maior número de páginas e propagandas. O nome mudou em 1941 para Berliner Illustrierte Zeitung. Sua última edição foi em 29 de abril de 1945. Depois de Korff, foram editores da BIZ Carl Schnebel (de 1933 a 1937), Harald Lechenperg (1937-43) e Dr. Ewald Wüsten; sendo que, nos últimos anos, a publicação era praticamente uma propaganda do regime nazista. Na BIZ eram publicados romances, seguidos de propagandas e passatempos3; existia uma seção chamada “humor”, que continha diversas piadas, onde uma delas era desenhada. Após essa seção de humor escrito, havia uma parte de humor apenas desenhado. A numeração das páginas era progressiva, iniciando na página 1 no primeiro exemplar e indo até quase a página 1500 no último volume do ano; assim, a contagem se zerava e recomeçava no ano seguinte. O número de páginas era inicialmente 36, passando, a partir de 1940 a serem 12 páginas. Foram publicados 544 exemplares, no total.

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3 Segundo o catálogo de periódicos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com referência ao livro Die Darstellung des Körpers in der Massenpresse um 1900 am Beispiel der Berliner Illustrierten Zeitung, de Sophie Brachvogel.

Figura 1 - Capa da BIZ, com a tipografia ainda gótica e sem fotografias

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As opiniões são divergentes quanto à autoria do primeiro ensaio fotográfico na história do fotojornalismo. Magalhães e Peregrino afirmam que o ensaio pioneiro foi publicado em uma edição da BIZ, em 1928, clicado por André Kertész4 (Figura 2). Seu trabalho sobre uma antiga ordem de monges franceses foi posteriormente publicado pela revista francesa Vu.

As fotografias foram tiradas por uma câmera portátil de 35mm. O historiador David Travis diz que elas são “uma verdadeira sensação fotojornalística”. A matéria traz uma anotação de rodapé onde diz que o responsável pela entrada de Kertész no monastério foi processado, por ter deixado um judeu ter acesso ao lugar. Foi neste período que o ensaio fotográfico começou a se consolidar, com importantes contribuições das revistas Münchener Illustrierte Presse, e fora da Alemanha, mas ainda sob influência editorial e fotográfica germânica, temos as revistas Vu e Life. Esta última tem seu projeto editorial voltado ao ensaio fotográfico, numa época em que já era mais barata a impressão de fotografias.

Figura 2 - A Casa do Silêncio, editada por Kurt Korff e Kurt Safranski. A nova edição faz vir a tona a organização das imagens em torno de uma história linear, com uma diagramação hierarquizada das fotografias: uma imagem dos monges abre a matéria e ocupa toda a página, enquanto outras menores mostram as atividades diárias do mosteiro. (MAGALHÃES; PEREGRINO, 2004, p.55)

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4 Kertész influenciou gerações de fotógrafos, entre eles Henri Cartier-Bresson, Robert Capa e Brassaï. Bresson afirmou: “o que quer que nós tivessemos feito, Kertész fez antes”

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A Life foi fortemente influenciada pelas ideias do editor da BIZ, Kurt Korff, o que será abordado posteriormente com mais detalhes. No Brasil, o ensaio fotográfico foi trazido por Jean Manzon, o que deu à revista O Cruzeiro um estilo editorial visto na Europa. A revista atribuiu uma importância sem precedentes à fotografia na imprensa. Vemos novamente a lógica da sequência narrativa nas fotos, com sua disposição mais articulada do que no jornalismo diário. A diferença entre se fazer fotografia para uma revista ilustrada e um jornal também é importante para a demanda de fotógrafos europeus na Life, já que os fotógrafos americanos não eram experientes com foto-ensaios.

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Notre-Dame de la Grande Trappe, em Soligny-sur-Orne, França. Em nota sobre uma exposição de Kertész, é comparado o antigo interesse na ordem do monastério com o sucesso de vendas de Dan Brown em O Código da Vinci, sobre a Opus Dei.

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Kurt Korff na Life

“Belive me, Mr. Luce has published the first picture magazine for adults. All the rest - Berliner Zeitung and all before - were for

children.” 5 Kurt Korff em um telefonema a Daniel Longwell, logo após ver o Volume 1, Número 1 da Life.

São recorrentes as evidências, no arquivo da Time, Incorporated, que mostram a forte influência de Kurt Korff no segundo Departamento Experimental de elaboração da revista Life. Este segundo Departamento foi uma organização editorial liderada por Henry Luce, que junto a outros gestores da Time, queria organizar uma revista ilustrada americana. Esses arquivos indicam que o ano em que Korff trabalhou como consultor foram extremamente produtivos para a elaboração da linha editorial do que viria a ser a revista. Kurt Korff teve importância estratégica no planejamento da Life, mesmo tendo se demitido antes do lançamento. Ele foi responsável pelo planejamento da disposição das fotografias na página (layout), além da escolha dos fotógrafos que fariam parte da equipe da primeira revista ilustrada semanal americana. Korf indicou fotógrafos como Erich Salomon, que se recusava a mudar-se para os Estados Unidos; e Mártin Munkacsi, Outra função de Korff na Life foi como obter fotografias adicionais às tiradas pela equipe permanente da revista. Quando Luce perguntava sobre a contratação da nova equipe, Korff sempre dizia que deveria ser dada preferência a fotógrafos europeus, já que eram mais experientes, além de terem prática com ensaios fotográficos e fotografias espontâneas (candid photograph). Korff criticava os fotojornalistas americanos por estarem acostumados com a fotografia para jornal. Os jornais americanos da época não continham ensaios, ou longas coberturas narrativas de eventos; afinal, é uma nova lógica de estilo de trabalho inserida na imprensa americana. Em um memorando interno datado de 14 de abril de 1936 para Ralph Ingersoll, um dos editores da Time, Korff falou sobre os arquivos mantidos pela BIZ na Alemanha. Eram utilizadas fotos de agências de notícias como a Wide World e a Ernest Mayer’s Mauritius. As agências recebiam um pequeno pagamento imediatamente caso a fotografia fizesse parte do arquivo da revista; caso contrário, a agência era paga depois da publicação da foto. As agências de fotografia tiveram um papel elementar na mediação entre as revistas ilustradas e os fotógrafos, o que será detalhado no próximo tópico. No contrato com a World Wide, a BIZ garantia dois mil marcos por mês pelo direito de ver todas as fotos antes de outra revista ilustrada. Quando a Life começou, Luce

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5 Acredite em mim, o senhor Luce publicou a primeira revista ilustrada para adultos. O resto - Berliner Zeitung e as anteriores - eram coisa de criança. (Tradução livre)

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adotou esta política com a agência Black Star, que teve sua formação influenciada por recomendações de Korff.

Mesmo usando apenas algumas fotografias, Korff comprava o ensaio completo. Ele não queria que outras revistas tivessem acesso a materiais similares. A Berliner Illustrirte Zeitung tinha apenas dois ou três fotógrafos que trabalhavam exclusivamente para a revista, daí a importância de materiais vindos de agências e de fotógrafos freelancers. Para encorajar fotógrafos freelancer a mandar seus melhores trabalhos, a BIZ pagava muito bem; para os fotógrafos, era uma honra ter suas fotos publicadas na BIZ, já que, segundo Korff “ficar famoso é parte do pagamento”. Korff era expert no que fazia sucesso nas revistas alemãs. Tanto que a BIZ chegou a ter dois milhões de leitores em seu pico de vendas. O mesmo aconteceu com a Life, que investia pesado na produção de fotografias e em fundos para bancar viagens para obtê-las. De acordo com Spencer Longwell, Korff era “incapaz de se libertar da BIZ e não estava dentro dos planos da Life copiar uma revista ilustrada alemã” Não existem registros oficiais sobre quando Korff encerrou seu trabalho na Life; no arquivo da revista consta apenas uma carta resignada, datada em 31 de Julho de 1936. Nenhum outro memorando ou carta indicavam que Korff estava sendo forçado a deixar seu cargo, ou pensando em trabalhar para Hearst. Ao se demitir da Time Inc., Korff trabalhou para a organização Hearst até dezembro de 1937. Ele morreu em Nova York, aos sessenta e um anos.

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As agências fotográficas

“Depois da década de 1930, as agências fotográficas perceberam a crescente demanda pela parceiria entre fotógrafos e revistas ilustradas. As agências, então, mantinham em seus arquivos

diversas fotografias, cujas combinações pudessem constituir uma reportagem. Das diversas agências funcionando na época, a Black Star era uma das melhores.” William S. Johnson,

historiador

As agências fotográficas atendiam a grande demanda por imagens das revistas ilustradas, tanto na Alemanha quanto dos EUA. A Life, por exemplo, tinha dez fotógrafos contratados uma demanda de aproximadamente duzentas fotografias por edição. As agências foram uma ponte para os fotojornalistas europeus que queriam solidificar sua carreira nos Estados Unidos. Diversos fotógrafos de agência seriam contratados mais adiante como parte da equipe da Life, como Fritz Goro, Herbert Gehr e Werner Wolff.

Mayer e a Mauritius

Enquanto trabalhava na Mauritius, Ernest Mayer desenvolveu uma apreciação por fotojornalismo que fez da Black Star, também fundada por ele, tão importante para a Life. A Mauritius foi fundada em 1929 em Berlim, e além de publicar livros, vendia fotografias para revistas alemãs como a BIZ e a Münchner. além de outras publicações européias. Na época existiam mais agências jornalísticas de texto do que de imagens, e neste cenário, Mayer conseguiu solidificar comercialmente sua agência. Com o desenvolvimento das revistas, outras agências de fotografia entraram na competição: Dephot, Keystone, Wide World, Weltrundschau, A.B.C., Hanke, Pacific & Atlantic Press Association. Mesmo assim, a Mauritius continuou se destacando, por sua estratégia de coletar artigos e idéias de matérias de jornais locais.. Esta prática também fez sucesso na Black Star. Antes de indicar tarefas aos fotógrafos de sua agência, Mayer discutia ideias sobre possíveis foto-ensaios com o editor da revista em questão, ou como tópicos e temas teriam uma abordagem mais interesante. Muitas vezes um editor rejeitava algum ensaio fotográfico, o que tornava o trabalho da agência, muitas vezes, “especulativo”. Mas isso não era um problema para a Mauritius, já que, geralmente se uma revista não comprasse um ensaio, outra o faria. Há outro ponto positivo do serviço das agências fotográficas: as revistas ilustradas tinham poucos fotógrafos contratados como parte da equipe (Martin Munkácsi na BIZ, por exemplo), portanto tinham que se concentrar no material vindo de agências como a de Mayer.

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Com a ascensão de Hitler, judeus estavam banidos de profissões que envolvessem atividades culturais, o que incluiam teatro, cinema, rádio, literatura e artes em geral, e ainda, a imprensa. Com isso, Mayer vai para os EUA, onde funda a agência Black Star nos moldes da Mauritius; a Black Star seria a maior fornecedora de imagens da Life.

AIZ: A revista da classe trabalhadora

A Arbeiter Illustrierte Zeitung foi fundada em 1925 po t Wi l l i Münzenberg. Segundo Ute Eskildsen, era uma revista ilustrada que visava não apenas segmentos e s p e c í fi c o s d a c l a s s e trabalhadora, mas também unir a classe em uma frente única de luta por seus interesses. Foi publicada entre 1924 e 1938 em Berlim, e depois, em Praga. Nesta revista também se destacam os foto-ensaios de tema único, com o destaque das fotomontagens. A revista é lembrada pelas montagens de John Heartfield, que trabalhou lá entre 1929 e 1936. “Heartfield vasculhava jornais e revistas semanais, nos quais já era comum usar fotografias para registrar eventos, em busca de fotos e discursos políticos: imagens que ele pudesse distorcer e recombinar com palavras para criar relações grotescas entre elas.” , d i z Richard Hollis em Design Gráfico - Uma história concisa. Uma das capas mais famosas é a em que usa uma imagem de Hitler saudando seus seguidores, com a palma da mão para cima. Em frente ao homem que o entrega dinheiro ergue-se a frase “O significado da saudação de Hitler”, e abaixo, “O pequeno homem pede grandes dádivas”. A seguir, pequenas letras dizem “milhões estão por trás de mim”, fazendo referência aos milhões

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de partidários de Hitler. “Heartfield usou diferentes escalas na justaposicão das duas imagens, enfatizando dramaticamente a figura de Hitler como um homem pequeno manipulado com interesses econômicos”, diz Hollis.

Stefan Lorant (1901-1997)

Stefan Lorant nasceu na cidade de Budapeste em 1901. Quando terminou o colegial em 1919, mudou-se para a Checoslováquia, onde trabalhou como tocador de violino em um cinema. Pouco tempo depois foi para Vienna e trabalhou como fotógrafo para um diretor de cinema húngaro. Aos 19 anos de idade, Lorant trabalhou na filmagem de seu primeiro filme, A Vida de Mozart. Depois desse filme, Lorant desenvolveu sua habilidade como diretor, produtor e roterista de cinema, trabalhando em outros 14 filmes em Vienna e Berlim.

Em 1925, Lorant abandonou o cinema e começou sua carreira de jornalista escrevendo para alguns jornais em Berlim. Sua habilidade com a fotografia e com a escrita levaram-no a ser editor da Münchner Illustrierte Press, uma das principais revistas de fotos da Alemanha na época. Foi nessa revista que o trabalho de Lorant como editor ficou famoso. Ao contrário do que as outras revistas e jornais faziam, Lorant recomendava aos seus fotógrafos que buscassem imagens de figuras públicas, principalmente políticos, em momentos de sua vida privada ou em monentos de distração. As fotos de figuras públicas sem fazer pose, fazia com que os leitores do Münchner Illustrierte Press encontrassem fatores em comum de suas vidas com as vidas dos políticos. Essa aproximação entre o leitor e a foto era uma das grandes metas de Lorant. Além disso, outra inovação criada por ele foi a forma que os fotojornalistas e os redatores trabalhavam. O texto e a foto tinham que estar em perfeita harmonia para que a matéria fosse publicada, o que exigia que os jornalistas de texto e de imagem trabalhassem juntos. Por influenciar em tantas mudanças que outras revistas do mundo usariam posteriormente, Estefan Lorant recebeu o apelido de “padrinho do fotojornalismo”.

Com a subida de Adolf Hitler ao poder na Alemanha em 1933, Lorant foi preso por não apoiar as ações tomadas pelo novo chanceler e o regime nazista. Depois de passar quase um ano na prisão, foi liberado e mudou-se novamente para Budapeste e logo em seguida para a Inglaterra.

Na Inglaterra, em 1937, Lorant fundou a Liliput, revista de bolso que foi um sucesso e era considerada revolucionaria por sua justaposição de imagens nunca antes vista. Além dela Lorant foi fundador e editor-chefe da primeira revista ilustrada da

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Inglaterra, a Picture Post, que se tornou um dos principais periódicos ingleses da época. Foi quando estava em Londres que publicou seu livro Eu fui um prisioneiro de Hitler, em 1935.

Mais tarde, em 1940, Stefan Lorant deixou a Europa para trabalhar nos Estados Unidos. Começou a estudar a história americana em Nova York e começou a publicar livros ilustrados sobre a história americana.  Suas publicações incluem:  The Glorious Burden,  sobre a presidência americana;  O Novo Mundo,  com ilustrações da América precoce; biografias de fotos de presidentes americanos, como Abraham Lincoln, Theodore Roosevelt, e Franklin D. Roosevelt, e  Pittsburgh : A história de uma cidade americana. Lorant também influenciou outros trabalhos nos Estados Unidos. Ele deu vários conselhos ao fundador da revista Life, Henry Luci. Mais tarde a revista se tornaria a revista de fotos mais importante da história americana. No início de 1980, Lorant começou a trabalhar em uma autobiografia, “Eu vivi seis vidas”. Em 14 de novembro de 1997, Stefan Lorant faleceu aos 96 anos, na cidade de Rochester, no estado norte americano de Minnesota.

Erich Salomon (1886-1944)

Filho de um rico banqueiro judeu, Erich Salomon nasceu em 1886, na cidade de Berlim. Com apenas vinte e oito anos estudou direito, zoologia e engenharia, mas teve que interromper seu estudos com o início da Primeira Guerra Mundial. Depois da guerra, trabalhou na bolsa de valores, em uma fábrica de pianos e montou uma empresa de aluguel de carros. As fotos que tirou para fazer a propaganda de seu negócio, chamou a atenção da editora Ullsten, a principal editora alemã no período, que o contratou em 1926.

Apenas aos quarenta e dois anos, Salomon começou sua carreira de fotojornalista, tirando fotos para a revista Münchner Illustrierte Press, onde trabalhou com o editor Stefan Lorant, que teve grande influencia em seu trabalho. Com suas câmeras fotográficas Ermanox e Leica, que eram pequenas e não precisavam de flash, Salomon conseguia fotografar sem ser visto. Vários políticos que eram flagrados em momentos embarassosos por ele. Por conseguir tirar esse tipo de foto, Salomon ganhou o apelido de “ O rei dos indiscretos”, dado pelo ministro de Negócios Estrangeiros da França, Aristid Briand.

Um exemplo dessa habilidade de conseguir entrar em lugares que outros fotojornalistas nunca conseguiriam foi em 1927, quando Salomon fotografou o julgamento de um assassino de policiais. Para conseguir isso Salomon escondeu sua

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Ermanox dentro do chapéu. Até então nunca na Alemanha alguém tinha registrado imagens de um julgamento.

Em 1930, conseguiu entrar na Conferência de Haia, onde ministros franceses e alemães estavam negociando a dívida de guerra alemã. Salomon fotografou os políticos dormindo durante as negocioações que duravam horas. Quando publicadas, as fotos causaram espanto na população, que não imaginava o que acontecia dentro de reuniões de ministros como essa. Como era judeu, Salomon teve que fugir da Alemanha quando os nazistas chegaram ao poder e o movimento anti-semita explodiu. A revista Life fez um convite para que ele fosse trabalhar nos Estados Unidos, mas Salomon preferiu fugir para a Holanda. Com a invasão da Holanda em 1940, Salomon foi encontrado e levado com sua família para Auschwitz, onde morreu em 1944.

Por sua capacidade de penetrar em lugares proibidos e conseguir tirar fotos de políticos e celebridades sem que eles soubessem, Erich Salomon criou a imagem de fotojornalista moderno, por isso ele é considerado o “Pai do fotojornalismo moderno”.

Vu – O texto explica, a fotografia comprova

A Vu foi criada na França por Lucien Vogel em 1928 e foi uma das primeiras revistas a revolucionar a imprensa numa época em que havia pouca exploração do uso de fotografias. Nas páginas da revista semanal era possível perceber uma nova característica retirada das publicações alemãs da época: o texto explica, a fotografia comprova. A inspiração vinda das publicações germânicas resultou também da migração de judeus que fugiram da Alemanha nazista. Dessa forma, o modelo alemão de revistas se espalhou pela Europa e América do Norte. Dessa forma, a Vu reinventou o

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Fotomontagem “A ameaça aérea alemã” – 1935

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hábito da leitura complementando, e às vezes até minimizando o texto, com grandes imagens. Alguns dos seus principais fotógrafos foram: Kertész, Man Ray, Krull, Lotar, e Brassaï.Outra forte característica desta publicação foi o uso constante das fotomontagens que muitas vezes apareciam não só no interior da revista, mas também nas capas. Um exemplo disso são as edições extras, de certa forma sensacionalistas. O p r i n c i p a l p o n t o a s e r destacado quando se refere à revista Vu é seu inovador grafismo, um layout criativo, modelo do que era mais contemporâneo no fotojornalismo da época. Os temas tratados na revista tinham carácter informativo, as imagens comunicavam-se entre si, assim como o editor,

fotógrafo e redator. Isso trouxe à Vu um diferencial inovador e deram às fotografias uma função documental ou até mesmo apelativa. A revista não inovou apenas na estrutura e arte, mas também na atitude expressa em cada foto. Foi a primeira a publicar fotografia de Robert Capa do soldado republicano que morre em combate, publicada por outras revistas posteriormente. A simpatia de

Vogel pelo partido republicano espanhol, e as reportagens que editou a seu favor, levam-no em 1936 à sua demissão. A revista é comprada por um grupo de conservadores e termina em 1940. No entanto, há quem diga que a verdadeira Vu acabou assim que Vogel a deixou.

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Nº 192 – 1931

Suposta morte de um soldado republicano na Espanha

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Picture Post – Liberal, antifascista e populista  Criada em 1938 por Stefan Lorant no Reino Unido a Picture Post era uma revista com perfil liberal, antifascista e populista. Contou com o t r a b a l h o d e i m p o r t a n t e s n o m e s d o fotojornalismo tais como Bert Hardy e Leonard McCombe, que também trabalhou na Life. A revista inovou com a criação das “picture-story”, histórias contadas por fotografias, seqüência que são usadas até hoje, pois facilitam a compreensão da cronologia de um fato.  Após 6 meses de criação, eram vendidas 1.600.000 cópias por semana, e em 1946 o número cresceu atingindo 1.950.000.   Em 1940, Lorant é substituido por Sir Tom Hopkinson que tinha ideais diferentes do proprietário da revista, Sir Edward G. Hulton. Em

1950 Hopkinson se demite depois de publicar o artigo “Cameron's” com fotos de Hardy a respeito do tratamento dos sul coreanos durante a Guerra da Coréia. Em 1952 a tiragem da revista caiu para 935.000. Com a popularização da televisão as vendas pioraram drasticamente causando o fechamento da revista em 1957 com menos de 600.000 cópias vendidas por semana.

Life e Look – Além de ilustrar, as fotografias podem contar uma história

A revista Life foi criada por Henri Luce em 1936 e desde seu início teve como traço característico a ênfase no fotojornalismo. A edição semanal inaugurou nos EUA a cultura das revistas ilustradas, com um diferencial idealizado por Luce: “As fotografias, além de ilustrar, podem também contar uma história”. Começa então uma nova linguagem que ultrapassa o modelo “imagem ilustra texto”; ambos formam agora um terceiro componente, se completam e permitem ao leitor uma visão mais ampla em relação ao que ele lê.

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Primeira capa da Life – 1936, por Margaret Bourke-White

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A Life contou com a participação de importantes fotógrafos como “Alfred Eisenstaedt, Margaret Bourke-White, Robert Capa, Gordon Parks ou W. Eugene Smith”. A revista começou num momento de tensões geopolíticas tais como o nazismo e fascismo na Europa. A forma encontrada para chamar a atenção dos consumidores foi publicar o que as pessoas buscavam, temas leves, esperança, bem-estar. Fortificou-se então o que hoje conhecemos por “American Way of Life”.O sucesso das publicações foi surpreendente e o modelo de publicação da Life serviu de inspiração à outras publicações como por exemplo, a também norte-americana Look, fundada em 1937 e fechada em 1971.

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Anne Gwynne na capa da revista Look - 1940

1951, por Alfred Eisenstaedt

Foto que representa de sátira ao “American Way of Life”, por Margaret Bourke-White

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Weekly Illustrated – Texto, ilustração e fotografia

A revista inglesa Weekly Illustrated teve sua primeira edição em 1842. Era editada semanalmente e composta por 16 páginas de texto e 32 de gravuras feitas por artistas conhecidos. Com a chegada da fotografia, a revista substituiu a maior parte das ilustrações pelas imagens feitas por fotógrafos. A idéia de mesclar texto e imagem, (desenhos ou fotos), passou a crescer e facilitou a leitura de mais pessoas. Com o tempo as revistas adotaram a nova linguagem “texto e fotografia” que se expandiu pelo mundo cativando, impressionando e até mesmo

enganando os leitores.

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!

Página interna da Weekly Illustrated

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Conclusão O presenta trabalho procurou esclarecer pontos história do fotojornalismo da imprensa, com ênfase nas revistas ilustradas alemãs, tema ainda pouco estudado, dada a falta de materiais disponíveis em língua portuguesa (tanto trabalhos acadêmicos quanto livros e acesso aos periódicos em questão). Primeiramente, trouxemos a contextualização histórica em que se insere nosso tema, seguida de uma breve explicação de como a escola de Bauhaus, mais conhecida por sua influência na arquitetura se insere na estética do fotojornalismo; depois, procuramos detalhar revistas que consideramos chave, e que demonstram o processo de transição e aplicação da nova lógica jornalística de como “se lê” o mundo, ou ainda, como “se vê”.

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Anexos - Arbeiter-Illustrierte-Zeitung (AIZ)

“Anões de verdade” - matéria sobre os pigmeus africanos (sem informação sobre data de publicação)

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28“Esporte Operário” (sem informação sobre data de publicação)

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À esquerda, “Macarrão, Macarrão” - Matéria sobre como o macarrão é feito. Na legenda abaixo dos meninos comendo está escrito “Os meninos aqui têm um procedimento simplificado [tradução livre]

Abaixo, “27 000 nos transportes públicos de Berlim”; matéria sobre a superlotação dos transportes públicos na cidade.

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Bibliografia

Livros

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