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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI BACHARELADO EM HUMANIDADES INSTITUTO DE HUMANIDADES HISTÓRIA DA CULTURA E DA ARTE SEMINÁRIO CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HISTÓRIA DA ARTE SETEMBRO DE 2010

Seminario 1 WOLFFLIN. Conceitos Fundamentais Da Historia Da Arte

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Page 1: Seminario 1 WOLFFLIN. Conceitos Fundamentais Da Historia Da Arte

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURIBACHARELADO EM HUMANIDADES

INSTITUTO DE HUMANIDADESHISTÓRIA DA CULTURA E DA ARTE

SEMINÁRIO

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HISTÓRIA DA ARTE

SETEMBRO DE 2010

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•Dayane Vieira dos Santos•Denise Gonçalves•Diêgo Rodrigues da Silva• Jéssica Cristina Araújo•Rubianara Ap. da Conceição•Sueli da Conceição Moreira

Acadêmicos:

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Escrito em 1915, apresenta transformações estilísticas nas “belas-artes” entre os séculos XV e XVII a partir de cinco pares conceituais: linear e pictórico; plano e profundidade; forma fechada e forma aberta; pluralidade e unidade; clareza e obscuridade.Trata, além da pintura e do desenho, a escultura e a arquitetura. O livro é recheado de exemplos, com algum destaque para Dürer, Rembrandt e Rubens.

A OBRA

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O CONTEXTO HISTÓRICO Transformações socioeconômicas iniciadas na Baixa Idade

Média Revolução Comercial na Idade Moderna Renascimento: movimento cultural burguês,cultura

laica,humanista, racional e científica e não-feudal. Entrelaçamento dos novos e antigos valores (cultura

greco-romana). Inspiração na antiguidade clássica. Renascimento italiano: as cidades, os mecenas,tradição

clássica. Fases: Trecento (XIV), Quattrocento (XV), Cinquecento (XVI)

O Quattrocento e a cidade de Florença. A pintura A arquitetura A escultura

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CONCEITOS GERAISBARROCO: Na arte marcou um momento de crise espiritual da sociedade européia. O

homem do século XVII era um homem dividido entre duas mentalidades, duas formas de ver o mundo. O Barroco é fruto da síntese entre duas mentalidades, a medieval e a renascentista, o homem do século XVII era um ser contraditório, tanto que ele se

expressou usando a arte.

IMPRESSIONISMO: Termo usado para designar uma corrente pictórica que tem origem na França, entre as décadas de 1860 e 1880, e constitui um momento inaugural da arte

moderna.

RENASCIMENTO: Movimento cultural surgido em Itália no século XV e que, recusando as concepções teocêntricas medievais passa a colocar o Homem no centro de todos os interesses e o seu bem-estar passa a constituir a principal preocupação.

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INTRODUÇÃO

“Todo pintor ‘usa seu sangue’ para pintar”

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OS ESTILOS INDIVIDUAL- Não se leva em conta apenas os caracteresexternos isolados da “maneira” do artista, mas a essência

dosentimento formal presente nos mínimos detalhes.Os indivíduos se organizam em grupos maiores, poispossuem pontos em comum: o estilo pessoal, o da escola, odo país e o da raça.NACIONAL-O gosto formal entra em contato direto comelementos espirituais e morais.Épocas diferentes produzemartes diferentes.ÉPOCA-A transição do Renascimento par o Barroco elucidacomo o espírito de uma nova época exige uma novaforma.Nada mais natural que traçar paralelos entre

movimentos culturais e períodos estilísticos.

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Ruysdael

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Arcanjo Gabriel-Guido ReniMadona Sistina- Rafael Sanzio

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O RENASCIMENTO & O BARROCO É o conceito da proporção perfeita (na figura humana e nas

edificações); Formas ganham existência autônoma. Emprega o mesmo sistema de formas, mas oferece o agitado, o

mutável; O interesse não se concentra mais no que é, mas no que acontece. Não significa nem a decadência nem o aperfeiçoamento do elemento

clássico.

O temperamento é o componente material do estilo.O artista não está interessado na questão histórica do estilo e vê a obra

exclusivamente do ponto de vista da qualidade.O importante não é mostrar a diferença entre dois artistas, e sim explicar

como ambos percorreram caminhos diferentes.

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LINEAR PICTÓRICO

Desenvolveu valores que o estilo pictórico não possui e não quer possuir

Começa no momento em que a linha é desvalorizada enquanto elemento delimitador

Vê linhas Vê as massas

Procura o sentido e a beleza do objeto primeiramente no contorno

A atenção deixa de se concentrar nas margens, os contornos tornam-se mais ou menos e os objetos são vistos como manchas.

Distingue nitidamente uma forma de outra Busca o movimento que ultrapassa o conjunto dos objetos

Linhas regulares, claras, delimitadoras. Contornos não acentuados que favorecem a ligação

Representam as coisas como elas são Representam as coisas como parecem ser

O LINEAR E O PICTÓRICO

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Gravura de Dürer- pictórica Família camponesa Ostade

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Eleonore de Toledo e o seu Filho- Bronzino

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PLANO E PROFUNDIDADE Século XVI e XVII Evolução da representação plana para representação em

profundidade.

Século XVI: Período da arte que dominou perfeitamente os recursos da representação plástica do espaço, reconheceu como norma fundamental a combinação das formas no plano.

Século XVII: Princípio da composição no plano ter sido abandonado em favor de uma composição notadamente voltada para os efeitos de profundidade.

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Heinrich Wolfflin deixa claro que as mudanças não se deram apenas em termos de evolução da expressão da profundidade espacial, mas que principalmente  na relação dos elementos entre os vários planos.  Os exemplos abaixo são de Quentin Masyss, 1507 e Peter Paul Rubens, de 1614.

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Adão e Eva de Tintoretto Adão e Eva Palma Vecchio

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FORMA ABERTA X FORMA FECHADA Conceitos adotados para analisar as produções artísticas do

século XVII e do período clássico.

CONCEITO DE FORMA FECHADA:Aquele tipo de representação que, valendo de recursos mais ou menos tectônicos, apresenta a imagem como uma realidade limitada em si mesma, que, em todos os pontos, se volta para si mesma.

CONCEITO DE FORMA ABERTA: Extrapola a si mesmo em todos os sentidos e pretende parecer ilimitado, ainda que subsista uma limitação velada, assegurando justamente o seu caráter fechado, no sentido estético.

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MOTIVOS PRINCIPAIS/ CARACTERISTICAS FUNDAMENTAIS

1- Verticalismo X horizontalismo Arte clássica é arte das verticais e horizontais bem definidas. Os

elementos se manifestam com total nitidez e precisão. Em contrapartida o barroco apresenta tendência não de reprimir esses elementos, mas de dissimular o seu contraste evidente.

2-Simetria Também não foi a forma geral de composição do século XVI, mas se

instaurou com facilidade.E mesmo quando não encontramos de maneira tangível percebemos a existência de um equilíbrio entre as duas metades do quadro.O século XVII transformou esse equilíbrio estável em instável.

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Altar de Santo Ildefonso de Rubens(Louvre)

A ceia de Emaús de Rembrandt(Viena)

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3- Espaço X Conteúdo No estilo tectônico, o conteúdo se adapta ao espaço existente, enquanto

no estilo atectônico, a relação entre espaço e conteúdo torna-se aparentemente casual.

4-Disposição espacial das figuras O Barroco considerava desejável o destaque das figuras obtido através

do ambiente ou dos objetos circundantes;indesejável era apenas que essa coincidência de formas se manifestasse de maneira demasiado evidente e intencional, como acontecia no século XVI.

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5-Estilo Tectônico X Atectônico O conceito definitivo do estilo tectônico deve ser procurado uma

regularidade que apenas em parte se deve a observância dos ditames da geometria.

O atectônico não chega a libertar-se totalmente de determinadas regras, mas a ordenação em que se baseia é muito mais livre, numa oposição entre regra e liberdade.

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O batismo de Cristo- Patenier A vista de Haarlem- Ruysdael

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PLURALIDADE E UNIDADE Evolução: No sistema de composição clássica, cada uma das partes,

embora arraigada no conjunto, mantém uma certa autonomia. Pluralidade: Harmonia de partes livres. Unidade: União das partes em um único motivo. Século XVI: confusão estabelecida pelo numero excessivo de

objetos/ unidade múltipla. Século XVII: Cada componente,claramente identificável, fala por si /

unidade indivisível.

Não se trata de uma diferença de qualidade estética, mas algo totalmente novo.

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Ascensão de Maria de Bolswert Ascensão de Maria de Titian

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CLAREZA E OBSCURIDADE Clareza absoluta X clareza relativa. Meios de representação a serviço da nitidez. Toda forma é necessário que seja visível em

todos seus detalhes. O Barroco rejeita essa forma. Obscuridade - o gosto pela clareza difusa. A luz e a sombra. Reflexos cromáticos (cor). Arquitetura.

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Tintoretto. Pietà Joos van Cleve (Mestre da Morte de Maria). Pietà

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Adão e Eva de Rembrandt Adão e Eva de Dürer

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ARQUITETURA&

ESCULTURA

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Palazzo Della Cancelleria

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Palazzo Odescalchi

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Rua em Delf de Vermeer

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Neefs, o velho. Interior de Igreja

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Roma Andrea della Valle

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Igreja Santo André no Quirinal Roma

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CONCLUSÃO Em nossas reflexões, não nos referimos à arte na plena acepção do

termo: o elemento decisivo- o mundo material- não foi levado em consideração; e nisto inclui-se não apenas a questão se saber sob que formas ( morfológicas) uma determinada época constrói suas obras ,mas também o modo como o homem se sente e como ele se posiciona diante das coisas do mundo, tanto sob o ângulo da razão, quanto sob o da emoção.

Portanto, Wölfflin expõe as leis que regem a arte em relação aos seus aspectos formais, evidenciando a repetição das formas clássica e barroca ao longo do tempo, levando a história dos objetos artísticos a dois ápices dissonantes em suas características, mas, de equivalente valor. Deste modo, o autor do livro Conceitos Fundamentais da História da Arte mostra a história equiparada às ciências naturais, com suas regras e normas, pois a experiência se torna base para “novos” formatos.

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MUITO OBRIGADO!!!

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Google imagens;

WÖLFFLIN, Heinrich. Conceitos fundamentais de história da arte: O problema da evolução dos estilos na arte mais recente. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

VICENTINO, Cláudio. Historia geral. São Paulo: Scipione, 1997.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS