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Curso: ESPECIALIZAÇÃO em DESIGN GRÁFICO e ESTRATÉGIA CORPORATIVA Disciplina: SEMIÓTICA e COGNIÇÃO Professor: Alberto Puppi Período: 19-20SET e 03-04OUT2003 Carga Horária: 30ha EMENTA Elementos da semiótica. Cognição humana. Semiótica e comunicação visual. Teoria da comunicação aplicada ao design gráfico. OBJETIVOS 1. Discutir, de modo introdutório, algumas das mais fundamentais questões ligadas ao problema da investigação semiótica do mundo, entre elas as questões da língua, da linguagem e da cognição humanas. 2. Apresentar e discutir os alcances práticos de uma divisão das estratégias projetivas do design gráfico segundo o ponto de vista semiótico das diferentes linguagens praticadas pelos designers ao longo da construção de sua própria história. 2. Apresentar, à guisa de fundamentação teórica da divisão do design gráfico, duas das principais vertentes teóricas que procuram dar conta dos fatos da linguagem, Semiologia e Semiótica, e discutir a profundidade e o alcance de seus modelos teóricos de Signo face a especificidade do fenômeno do Design Gráfico. PROGRAMA 1. Língua, Linguagem, Cognição: Semiótica 2. Linguagens do Design Gráfico 3. Fundamentação Teórica 3.1. Introdução à Semiologia 3.1.1. Ferdinand de Saussure 3.1.2. Lingüística, Semiologia, Estruturalismo 3.1.3. O Modelo Lingüístico-Semiológico de Signo 3.2. Introdução à Semiótica 3.2.1. Charles Sanders Peirce 3.2.2. O Pragmatismo ou Pragmaticismo 3.2.3. A Semiótica ou Teoria Geral dos Signos

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Curso: ESPECIALIZAÇÃO em DESIGN GRÁFICO e ESTRATÉGIA CORPORATIVADisciplina: SEMIÓTICA e COGNIÇÃOProfessor: Alberto PuppiPeríodo: 19-20SET e 03-04OUT2003Carga Horária: 30ha

EMENTAElementos da semiótica. Cognição humana. Semiótica e comunicação visual. Teoria da comunicação aplicada ao design gráfico.

OBJETIVOS1. Discutir, de modo introdutório, algumas das mais fundamentais questões ligadas ao problema da investigação semiótica do mundo, entre elas as questões da língua, da linguagem e da cognição humanas.2. Apresentar e discutir os alcances práticos de uma divisão das estratégias projetivas do design gráfico segundo o ponto de vista semiótico das diferentes linguagens praticadas pelos designers ao longo da construção de sua própria história.2. Apresentar, à guisa de fundamentação teórica da divisão do design gráfico, duas das principais vertentes teóricas que procuram dar conta dos fatos da linguagem, Semiologia e Semiótica, e discutir a profundidade e o alcance de seus modelos teóricos de Signo face a especificidade do fenômeno do Design Gráfico.

PROGRAMA1. Língua, Linguagem, Cognição: Semiótica2. Linguagens do Design Gráfico3. Fundamentação Teórica

3.1. Introdução à Semiologia3.1.1. Ferdinand de Saussure3.1.2. Lingüística, Semiologia, Estruturalismo3.1.3. O Modelo Lingüístico-Semiológico de Signo

3.2. Introdução à Semiótica3.2.1. Charles Sanders Peirce3.2.2. O Pragmatismo ou Pragmaticismo3.2.3. A Semiótica ou Teoria Geral dos Signos3.2.4. O Modelo Semiótico de Signo

METODOLOGIAAulas expositivas com auxílio de quadro-negro, retroprojetor, vídeo-cassete e projetor de imagens digitais.

SISTEMA DE AVALIAÇÃOParticipação nas discussões dos itens do programa e desenvolvimento de um trabalho de leitura e crítica semiótica de produtos do design gráfico.

BIBLIOGRAFIA MÍNIMAPIGNATARI, Décio. Semiótica e Literatura. São Paulo: Cultrix. [1974]

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SANTAELLA, Lúcia. O Que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense. (Primeiros Passos,103) [1983]

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTARIBRI, Ivo Assad. Kósmos Noētós. São Paulo: Perspectiva. (Estudos, 130) [1992]FERRARA, Lucrécia D'Aléssio. A Estratégia dos Signos. São Paulo: Perspectiva.

(Estudos, 79) [1981]PEIRCE, Charles Sanders. The Collected Papers of Charles Sanders Peirce.

EUA: InteLex Corporation. (Past Masters) [1931-35, 1958 – edição eletrônica reproduzindo Vols. I-VI, ed. Charles Hartshorne e Paul Weiss, Cambridge, MA: Harvard University Press, 1931-1935 e Vols. VII-VIII, ed. Arthur W. Burks, mesma editora, 1958].

PEIRCE, Charles Sanders. Escritos Coligidos. São Paulo: Abril Cultural. (Os Pensadores) [1931-35, 1958]

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva. (Estudos, 46) [1931-35, 1958]

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e Filosofia. São Paulo: Cultrix. [1931-35, 1958]

SANTAELLA, Lúcia. A Teoria Geral dos Signos. São Paulo: Ática. [1995]SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. São Paulo: Cultrix.

[1916]SHANNON, Claude & WEAVER, Warren. Teoria Matemática da Comunicação.

São Paulo: Difel [1948]

BIBLIOGRAFIA CORRELATAFERRARA, Lucrécia D'Aléssio. Design em Espaços. São Paulo: Rosari. [2002]PÉNINOU, G. Semiótica de la Publicidad. Barcelona: Gustavo Gilli.SANTAELLA, Lúcia. Semiótica Aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.

[2002]

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1. LÍNGUA, LINGUAGEM, COGNIÇÃO: SEMIÓTICA

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Origens da Linguagem

ERNEST FISCHER “a linguagem surgiu juntamente com os instrumentos” [1959: 30]

PIERRE LÉVY “André Leroi-Gourhan demonstrou que a história da hominização se confunde

com a de seus instrumentos e sua língua, essas duas grandes formas culturais que progridem sempre conjuntamente (1).” [Lévy 1991: 18]_________________

1. “Observemos que o estrito paralelismo estabelecido por Leroi-Gourhan entre habilidade técnica e aptidão linguística é questionado pelas mais recentes descobertas em paleontologia, que têm mostrado disparidades entre a evolução da área de Broca [área da linguagem localizada na terceira cincunvolução frontal do hemisfério cerebral esquerdo], tal como se pode reconstituí-la a partir das endocastas cranianas de fósseis humanos, e a evolução da complexidade de instrumentos líticos. Ver os debates do Colloque de la Fondation Fyssen sur L'évolution de Cerveau, sob a direção de Jean-Pierre Changeux, Paris, dezembro de 1990.” [Lévy 1991: 18n1]

“Muitas vezes esquecemos que o grande pré-historiador posiciona o grafismo num nível quase idêntico ao da técnica e da palavra. Entalhes sobre ossos, tatuagens, ritmos coloridos, representações sobre as paredes das cavemas tomam-se complexos e desenvolvem-se ao mesmo tempo que a humanidade. Macacos não possuem pinturas de guerra ou máscaras de feitiçaria, assim como não possuem línguas. Na escala da história da humanidade, a distinção entre escrita e desenho (ou artes plásticas em geral) é algo bastante recente. (...) Queremos que os signos gráficos registrem a palavra, e a nomeamos então "escrita", ou que fixem uma imagem visual, e nesse caso falaremos de "desenho". Mas o grafismo ultrapassa desde sempre essa altemativa grosseira; é antes de mais nada brotação de signos, suporte e prolongamento de um imaginário do qual a língua não é a única forma de expressão. O grafismo, escrita no sentido amplo, não tem por primeira vocação duplicar a oralidade ou a cena vista: é uma linguagem autônoma.” [Lévy 1991: 18]

EZRA POUND “os poetas [criadores de linguagem] são as antenas da raça”

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COMMARQUE, uma pequena caverna perto de Lascaux: “elusive engraving – a horse’s head more than two feet long” [Pfeiffer ©1982: 137]

PECH-MERLE, próxima de Lascaux: “hand sillouettes and spoted horses, head of right-hand horse fitting into similarly shaped rock projection” [Pfeiffer ©1982: figura 13]

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“Spray gun, prehistoric style: (a) vertebra paint holder and hollow-bore spray elements; (b) blowing paint mist; (c) target, hand with finger bent under to imitate mutilation; (d) hand stencil. (Copyright M. H. Newcomer)” [Pfeiffer ©1982: 242-3]

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2. LINGUAGENS DO DESIGN GRÁFICO

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DESIGN REFERENCIAL

figura 1 OD_S

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DESIGN FUNCIONALISTA

figura 2 OI_S

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DESIGN PÓS-REFERENCIAL

figura 3 S_II

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DESIGN UTILITARISTA

figura 4 S_ID

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DESIGN PÓS-UTILITARISTA

figura 5 S_IF

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3.1. INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA

A Semiologia foi sugerida por Ferdinand de Saussure, lingüísta suíço, nos seus "Cursos de Lingüística Geral" proferidos na Universidade de Genebra no começo do nosso século, quando criou as bases ainda hoje respeitáveis da lingüística moderna.

Sua sugestão foi adotada, seguida e desenvolvida principalmente através de um grupo de intelectuais europeus centrados especialmente na França, que recebeu o nome de Estruturalismo pois seus membros adotaram, para a prática das ciências humanas em geral, o método estruturalista praticado por Saussure na sua criação da Lingüística Moderna.

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3.1.1. FERDINAND DE SAUSSURE

FERDINAND DE SAUSSURE (GENEBRA, 1857-1913)

COURS DE LINGUlSTIQUE GÉNÉRALE: Universidade de Genebra 1907;1909;1911

jan-juI1907: 06 alunosnov-jul1909: 11 alunosout-jul1911: 12 alunos

CURSO DE LINGÜÍSTICA GERAL: Cultrix/Edusp,1967 (1a Edição) "horror doentio à pena"

- não redigiu o manuscrito (o livro jamais escrito, não é obra póstuma)- destruía sistematicamente suas anotações apressadas em que ia trabalhando

o esboço de sua exposição nas aulas obra escrita por dois de seus alunos a partir das notas de aula de oito deles

-1916, França (primeira tradução:1928; Japão)

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3.1.2. LINGÜÍSTICA, SEMIOLOGIA, ESTRUTURALISMO

A Lingüística

é uma ciência que se constitui em torno dos "fatos da língua"

passou por três fases sucessivas antes de se reconhecer como ciência e de reconhecer seu verdadeiro e único objetoGRAMÁTICA: GRÉCIA, c. 400 a.C. disciplina essencialmente normativa baseada na lógica que visa unicamente

formular regras para distinguir as formas corretas das formas incorretas e que é, portanto, desinteressada de qualquer visão científica da própria língua

FILOLOGIA: FRIEDRICH AUGUST WOLF,1777 restrita à fixação, comentário e interpretação de textos através do método da

Crítica Estética (que se ocupa da história literária, dos costumes, das instituições, etc., inclusive da história das línguas como um objeto a mais dentre os muitos objetos de estudo da Filologia - Saussure achava que a filologia era falha num ponto muito particular: apegava-se de modo demasiadamente servil à língua escrita, esquecendo-se da língua falada)

GRAMÁTICA (OU FILOLOGIA) COMPARADA: FRANZ BOPP; 1816 movimento deflagrado a partir da descoberta de Bopp de que línguas afins

podiam ser comparadas entre si e que, assim, poderiam esclarecer-se umas pelas formas das outras

embora tal escola tenha tido o mérito incontestável de dar início a um campo novo e fecundo, não chegou a constituir a verdadeira ciência da lingüistica: seu primeiro grande erro vinha do fato de que jamais se perguntou o que significavam as analogias que encontrava entre as diversas línguas e, mais ainda, o enorme erro de considerar a língua como uma esfera à parte, um quarto reino da natureza (falava-se em "vida da língua" e "a língua faz isto e aquilo" como se ela fosse uma entidade)

a lingüística propriamente dita, científica, surge somente por volta de 1878, graças aos NEOGRAMÁTICOS; por insistência deles, deixou-se de ver a língua como um organismo que se desenvolve por si, mas um produto do espírito coletivo dos grupos lingüísticos

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A Lingüística Geral

a LINGÜÍSTICA MODERNA criada por Saussure é uma Teoria Geral dos Signos Lingüísticos pois esta ciência tem, por objeto de estudo, todas as manifestações conhecidas das mais diversas línguas humanas

LANGUE (LÍNGUA) X PAROLE (FALA)

FALA ESCRITA (apenas um "cômodo instrumento de registro" para Saussure) tradição fonocêntrica socrático-platônica (peripatetia)

ESTRUTURALISMO "AVANT LA LETTRE": sua principal tarefa é a de procurar os elementos permanentes e universais em todas as línguas particulares e deduzir as leis gerais daí decorrentes

ESTRUTURA DAS LINGUAS: SIGNO

ESTRUTURA SIGNIFICANTE: FONEMA FONOLOGIA (FONÉTICA: Roman Jakobson)

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A Semiologia Saussureana

a língua, diz Saussure, é apenas um dos muitos sistemas de signos que utilizamos para exprimir nossas idéias [Saussure ©1916: 24]

é por isso que se pode “conceber uma ciência que estude a vida dos signos no seio da vida social"; "chamá-la-emos SEMIOLOGIA (do grego SEMEION = SIGNO)”: “ela nos ensinará em que consistem os signos e que leis os regem" [Saussure ©1916: 24]

a lingüistica "não é senão uma parte dessa ciência geral" [Saussure ©1916: 24], mas é apenas a principal parte dessa ciência geral, pois ela lida com a língua, que é “apenas o principal dentre os sistemas de signos que exprimem idéias” [cf. Saussure ©1916: 24], do qual devem ser deduzidas as leis gerais aplicáveis aos outros sistemas de signos que também exprimem idéias, pois a língua deve ser tomada como “norma de todas as outras manifestações de linguagem” [Saussure ©1916: 16-7]

“para atribuir à língua o primeiro lugar no estudo da linguagem, pode-se, enfim, fazer valer o argumento de que a faculdade – natural ou não – de articular palavras não se exerce senão com a ajuda de um instrumento criado e fornecido pela coletividade; não é, então, ilusório dizer que é a língua que faz a unidade da linguagem” [Saussure ©1916: 18 – grifos meus]]

Psicologia, Semiologia, Lingüística

PSICOLOGIA GERAL {PSICOLOGIA SOCIAL [SEMIOLOGIA (LINGÜÍSTICA)]}

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O Estruturalismo

nos anos 50, quando teve início a grande onda estruturalista (vide Claude Levi-Strauss), franceses, búlgaros e italianos iniciaram uma verdadeira corrida no sentido de criar a semiologia que Saussure não havia criado

os primeiros semiologistas não fizeram outra coisa senão tentar transpor todos os esquemas e conceitos da lingüística para os demais sistemas de signos (visuais, musicais, cinematográficos, arquitetônicos, têxteis, do vestuário; etc.)- ROLAND BARTHES (fotografia, moda)- CHRISTIAM METZ (cinema)- JEAN BAUDRILLARD (O Sistema dos Objetos)- ALGIRDAS-JULIEN GREIMAS- UMBERTO ECO- JULIA KRISTEVA- TZVETAN TODOROV- JACQUES DERRIDA (GRAMATOLOGlA: aceitação da escrita como um sistema

de signos e não apenas um cômodo instrumento de registro)

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3.1.3. O MODELO LINGÜÍSTICO-SEMIOLÓGICO DE SIGNO

O Signo Lingüístico [SAUSSURE ©1916: 79-84]

"o signo lingüistico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica" [SAUSSURE ©1916: 80]

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/KA/ZA/ - a imagem acústica não é apenas um som material, coisa meramente física, mas é uma impressão psíquica, uma representação sensorial

"CASA" - não é uma casa em particular, uma determinada casa; é um conceito de casa, uma idéia geral de casa (que envolve toda e qualquer forma particular de casa) (que tem como potência significativa/significadora o poder de evocar, na mente do usuário do signo, todas as coisas que um dia se conformaram, se conformam e conformarão a ele, conceito, como “réplicas” suas)

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O Significante, o Significado e a Arbitrariedade do Signo Lingüístico

SAUSSURE: "o signo lingüistico é o total resultante da associação de um significante com um

significado" [©1916: 81]

SAUSSURE: "o signo lingüistico é arbitrário", "sua natureza é a de um signo convencional"

(diferente de um "signo natural") [©1916: 81] "o laço que une o Ste com o Sdo é arbitrário" [©1916: 81] "o Ste é imotivado, arbitrário em relação ao Sdo." [©1916: 83]

O CONCEITO DE “SIGNIFICAÇÃO” PARA SAUSSURE A “significação”, podemos afirmar, é justamente aquele “laço que une o Ste com o Sdo” e

que é “arbitrário” [cf. ©1916: 81, 132-136].QUANDO SE FALA DA SIGNIFICAÇÃO DE UM SIGNO, PENSA-SE, JUSTAMENTE E ANTES DE TUDO O MAIS, NA PROPRIEDADE QUE ELE, SIGNO, TEM DE REPRESENTAR UMA IDÉIA: “Tomemos inicialmente, a significação tal como se costuma representá-la e tal como nós

a representamos na p.80s.” [©1916: 133 – cf. figura 4 na pg. anterior]. “Ela não é, como o indicam as flechas da figura, mais do que a contraparte da imagem

auditiva. Tudo se passa entre a imagem auditiva e o conceito, nos limites da palavra considerada como um domínio fechado existente por si próprio.” I. é, “o conceito nos aparece como a contraparte da imagem auditiva no interior do signo”. [©1916: 133]

“(...) a significação”? “(...) vale dizer, (...) a contraparte da imagem auditiva”. [©1916: 133]

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A Linearidade do Signo Lingüístico

/ K A / Z A Z / / A / M A / R E / L A Z /

SAUSSURE: "o significante, sendo de natureza auditiva desenvolve-se no tempo, tem um

caráter linear" [©1916: 84]

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O Signo Semiológico

"quando a Semiologia estiver organizada. deverá averiguar se os modos de expressão que se baseiam em signos naturais - como a pantomima (“mímica”) - lhe pertencem de direito" [©1916: 82]

"supondo que a Semiologia os acolha, seu principal objetivo não deixará de ser o conjunto de sistemas baseados na arbitrariedade do signo" [©1916: 82]

"todo meio de expressão aceito numa sociedade repousa, em princípio num hábito coletivo ou, o que vem a dar na mesma, na convenção (os signos de cortesia não estão menos fixados por uma regra)" [©1916: 82]

"pode-se, pois, dizer que os signos inteiramente arbitrários realizam melhor o procedimento semiológico" [©1916: 82]

"eis porque a língua, o mais completo e o mais difundido sistema de expressão é também o mais característico de todos" [©1916: 82]

"nesse sentido, a lingüística pode erigir-se em padrão de toda Semiologia, se bem que a língua não seja senão um sistema particular" [©1916: 82]

LINGUAGEM ={[(LINGÜÍSTICA: Sistemas de Signos Lingüísticos ou Línguas) SEMIOLOGIA:

Sistemas baseados na Arbitrariedade do Signo] + [SISTEMAS “HETERÓCLITOS” DE SIGNO]}

Sistemas baseados na arbitrariedade do signo: (“alfabeto dos surdos-mudos”) (“ritos simbólicos”) (“formas de polidez”) (“sinais militares”) (“etc”)] [Saussure ©1916: 24]

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Semiologia do Design Visual?

figura SEMIOL05

O Signo da Comunicação Visual é "o total resultante da associação arbitrária de um Ste com um Sdo"?

A natureza do Signo Visual é a de um signo "convencional", "arbitrário", "imotivado", de acordo com o modelo semiológico saussureano ou, ao contrário, é um signo do tipo que é dito "natural", "não-arbitrário", em que ou o Ste é "motivado" pelo Sdo ou vice-versa?

Os produtos do Design Visual têm um "caráter linear"?

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Semiologia x Semiótica

na década de 70, "alguns semiólogos europeus começaram a se dar conta de que não era mais possível ignorar o fundador da Semiótica, Charles Sanders Peirce, como ficou patente no "I Congresso Internacional de Semiótica" (Milão,1974)"; "por este tempo havia mais textos de Peirce traduzidos para o português do que para o italiano ou o francês" [Pignatari, S&L:15]

"o estudo estrutural das línguas naturais forneceu aos semiologistas métodos aplicáveis às outras práticas semióticas (foi por este método lingüístico que a Semiologia se formou antes de encontrar sua razão de ser no estudo das práticas semióticas que não seguem o que a lingüística crê ser a lógica do discurso natural, regulamentada pelas normas da comunicação falada utilitária, i. é, pela gramática" [Kristeva, ESI: 26])

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3.2. INTRODUÇÃO À SEMlÓTICA

A Semiótica foi criada por Charles Sanders Peirce (cientista e filósofo americano e um dos grandes lógico-matemáticos da segunda metade do século XIX e início do XX).

Ele a concebeu como parte integrante de um completo e complexo sistema filosófico batizado de Pragmatismo (termo criado por ele). Posteriormente Peirce rebatizou o seu sistema filosófico como Pragmaticismo quando o primeiro termo começou a ser utilizado sem o rigor inicial que ele lhe atribuiu (o termo Pragmaticismo foi adotado, dizia Peirce, porque "é um termo suficientemente estranho para mantê-lo a salvo de detratores").

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3.2.1. PEIRCE, CHARLES SANDERS 1839-1914

[SANTAELLA ©1983, Lúcia. “O Legado de C. S. Peirce”: O que é Semiótica. 2a ed. São Paulo: Brasiliense, 1984, 18-29.][PIGNATARI ©1974, Décio. Semiótica e Literatura. São Paulo: Perspectiva, 1974.]

1839 “seu pai (Benjamin Peirce) foi, na época, o mais importante matemático de Harvard [Cambridge, Massachusetts], sendo sua casa uma espécie de centro de reuniões para onde naturalmente convergiam os mais renomados artistas e cientistas” [Santaella ©1983: 19 – grifos meus]

1845 “... químico ele já era, desde os seis anos de idade” [Santaella ©1983: 20]

1850 “Aos 11 anos escreveu uma História da Química; e em Química se bacharelou na Universidade de Harvard.” [Santaella ©1983: 20]

“Mas Peirce era também matemático, físico, astrônomo, além de ter realizado contribuições importantes no campo da Geodésia1, Metrologia2 e Espectroscopia3. Era ainda um estudioso dos mais sérios tanto da Biologia quanto da Geologia, assim como fez, quando jovem, estudos intensivos de classificação zoológica sob a direção de Agassiz.” [Santaella ©1983: 20 – grifos meus]

“Em nenhum momento de sua vida, contudo, Peirce se confinou estritamente às ciências exatas e naturais. No campo das ciências culturais, ele se devotou particularmente à Lingüística, Filologia e História. lsso sem mencionarmos suas enormes contribuições à Psicologia que fizeram dele o primeiro psicólogo experimental dos EUA.” [Santaella ©1983: 20 – grifos meus]

“Como se isso não bastasse, conhecia ainda mais de uma dezena de línguas, além de ter realizado estudos em Arquitetura e cultivado a amizade de pintores. Conhecedor profundo de Literatura (especialmente Shakespeare e Edgard Alan Poe), fez elaborados estudos de dicção poética e chegou a escrever um longo conto ("A Tale of Thessaly") para o qual não encontrou editor. Mais para o fim de sua vida, estava escrevendo uma peça de teatro. Praticava ainda a "arte quirográfica", além de ser um grande experimentador de vinhos, tendo desenvolvido essa aprendizagem numa estada de seis meses em Voisin.” [Santaella ©1983: 20-1 – grifos meus]

1851 “... desde o dia em que, na idade de 12 ou 13 anos, eu peguei, no quarto de meu irmão mais velho, uma cópia da Lógica de Whateley e perguntei ao meu irmão o que era Lógica, ao receber uma resposta simples, joguei-me no assoalho e me enterrei no livro. Desde então, nunca esteve em meus poderes estudar qualquer coisa – matemática, ética, metafísica, anatomia, termodinâmica, ótica, gravitação, astronomia, psicologia, fonética, economia, a história da ciência, jogo de cartas, homens e mulheres, vinho, metrologia, exceto como um estudo de Semiótica” [apud Santaella ©1983: 27 – grifos meus];

1853 "aos 14 anos começou a ler Kant no original" [Pignatari ©1974: 16 – grifos meus];”aos 16 anos de idade, começou a estudar Kant e, alguns anos

1 Ciência que estuda a forma e as dimensões da Terra. [Koogan Larousse]2 Parte da Física que trata dos pesos e medidas. [Koogan Larousse]3 Estudo dos espectros luminosos. Fis. [Koogan Larousse]

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mais tarde, sabia a Crítica da Razão Pura de cor” [Santaella ©1983: 24 – grifos meus]; e continuou a fazê-lo semanalmente até o fim de sua vida;

1861-1891 (dos 22-52 anos) “como cientista sobreviveu, trabalhando para o governo federal a serviço da “Costa e Inspeção Geodésica”, durante o dia, de 1861 a 1891, e simultaneamente, por algum tempo, no Observatório de Harvard College, durante a noite” [Santaella ©1983: 22];

antes de se aventurar a dar inicio às primeiras linhas do Pragmaticismo, seu sistema filosófico; ele se impôs uma rigorosa leitura nos idiomas originais de toda a filosofia ocidental a partir dos gregos

por volta dos 34 anos elaborou a sua Semiótica pela primeira vez e a ela voltou continuadamente ao longo de 40 anos (morreu aos 74 anos), pensando e repensando suas idéias e conceitos desta que era uma parte apenas do seu completo e complexo sistema filosófico

Darwin

Collected Papers (1938-1951)

a obra que ele deixou é extremamente vasta, cerca de 100.000 páginas meticulosamente manuscritas a lápis ao longo destes 40 anos de maturidade filosófica, mas jamais publicou um livro sequer: "a verdade é que Peirce foi menosprezado em sua própria terra" [Pignatari, S&L: 15]

embora não tenha publicado livros, uma pequena parte de sua obra (“12.000 páginas” [Santaella ©1983: 28]) foi publicada esparsamente sob a forma de artigos em jornais e revistas americanos (especializados em filosofia ou não, como a revista Mecânica Popular!?), porém, a maior parte dela permaneceu inédita durante mais de 30 anos após a sua morte;

hoje, cerca de 5.000 páginas (“fragmentos mais ou menos arbitrariamente selecionados” [Santaella ©1983: 28]) desta sua obra encontra-se publicada em uma coleção de oito volumes em quatro tomos editados sistematicamente entre 1938 e 1951 pela editora da Universidade de Harvard sob o título geral de Collected Papers (Artigos ou Papéis Coligidos); o restante, previsto para estar totalmente publicado até o ano 2000 ainda não veio a público (“... considerando-se que só recentemente, graças aos esforços de grupos de estudiosos norte-americanos, esses manuscrìtos foram catalogados; considerando-se que só agora uma edição cronológica da produção de Peirce está sendo preparada para restaurar, senão a integralidade, pelo menos a integridade do seu pensamento, pode-se concluir que é com muito vagar que sua obra está sendo posta a público. Com igual vagar está sendo decifrada, devido ao seu alto teor de complexidade e originalidade.” [Santaella ©1983: 28 – grifos meus])

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 30

Page 31: Semiotica e Cognicao Pos

DIVISÕES DA CIÊNCIA

[PEIRCE, Charles Sanders: 1. 180-202. - vol. I, Principles of Philosophy., book II, “The Classification of Sciences”, chapter 1, “An Outline Classification of Sciences” (* Pp. 5-9 of A Syllabus of Certain Topics of Logic, 1903, Alfred Mudge & Son)][PEIRCE, Charles Sanders: 1. 238-272. - vol. I, Principles of Philosophy., book II, “The Classification of Sciences”, chapter 2, “A Detailed Classification of the Sciences” (* section 1, chapter 2, of the Minute Logic, 1902)][SANTAELLA ©1983, Lúcia. “Para se Ler o Mundo como Linguagem””: O que é Semiótica. 2a ed. São Paulo: Brasiliense, 1984, 30-33.]

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 31

Page 32: Semiotica e Cognicao Pos

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Page 33: Semiotica e Cognicao Pos

3.2.2. O PRAGMATISMO OU PRAGMATICISMO

[SANTAELLA ©1983, Lúcia. “Uma arquitetura filosófica”: O que é Semiótica. 2a ed. São Paulo: Brasiliense, 1984, 35-40.]

FENOMENOLOGIA = IDEOSCOPIA = FANEROSCOPIA

CIÊNCIAS NORMATIVAS(Estética)

(Ética)(Lógica = Semiótica)

GRAMÁTICA ESPECULATIVALÓGICA CRÍTICA

RETÓRICA PURA ou METODÊUTICA

METAFÍSICA

As Bases Triádicas da Filosofia Peirceana

“Peirce é o Marx da linguagem” [Pignatari ©1974: 159]. Tal como ele, veio de Hegel (Dialética: Tese, Antítese, Síntese), "embora numa

roupagem estranha" [Peirce: 1.042. “My philosophy resuscitates Hegel, though in a strange costume.”]

tal como ele rompeu, por força de suas conclusões lógico-fenomenológicas, com a Lógica Diádica Aristotélica, fugindo para além das limitações dicotômicas clássicas (real x irreal, belo x não-belo, bem x mal, verdadeiro x falso, imanente x transcendente; etc.) que informam toda a filosofia ocidental até Kant e Hegel e, de quebra, toda a Semiologia de extração saussureana

com base nestas conclusões lógico-fenomenológicas foi que Peirce construiu seu Sistema Filosófico do Pragmatismo ou Pragmaticismo, todo ele embasado numa Lógica Triádica

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 33

Page 34: Semiotica e Cognicao Pos

FENOMENOLOGIA“a primeira instância de um trabalho filosófico” [Santaella ©1983: 36]

OBJETIVO GERAL: “criar a Doutrina das Categorias, que tem por função realizar a mais radical

análise de todas as experiências possíveis” [Id: 36]“Insatisfeito com as categorias aristotélicas, consideradas como categorias mais lingüísticas do que lógicas, profundamente influenciado por Kant, mas considerando suas categorias, extraídas da análise lógica da proposição, como sendo materiais e particulares e não formais e universais, Peirce dedicou grande parte de sua existência à elaboração, aperfeiçoamento e ampliação do campo de aplicação das suas categorias universais, categorias estas que não brotaram nem de pressupostos lógicos, nem da língua, mas do exame atento e perscrutante da "experiência" ela mesma.” "Com Hegel, Peirce manteve relações contraditórias. Desprezava seu idealismo absoluto ao mesmo tempo que o considerava "o mais grandioso dentre todos os filósofos que já existiram". Via as categorias hegelianas como puramente materiais e também particulares, mas enxergava, nos três estágios do pensamento formulados por Hegel, profundas semelhanças com suas categorias fenomenológicas universais.“"Isso não pode nos levar a apressadamente afirmar, contudo, que o pensamento peirceano tenha qualquer débito para com Hegel. É Pierce quem diz: "Embora meu método apresente uma similaridade muito geral com o de Hegel, seria historicamente falso considerá-lo uma modificação do método hegeliano. Ele veio à luz através do estudo das categorias kantianas e não das hegelianas.""Foi só depois de ter elaborado sua própria doutrina das categorias é que Peirce veio a se dar conta de suas semelhanças genéricas com os estágios hegelianos, o que, para ele, só servia como mais uma comprovação de que suas categorias estavam no caminho certo.” [Id: 36-7]

METODOLOGIA: “A Fenomenologia, como base fundamental para qualquer ciência, meramente

observa os fenómenos e, através da análise, postula as formas ou propriedades universais desses fenômenos.” [Id: 38]“Devem nascer daí as categorias universais de toda e qualquer experiência e pensamento. [Id: 38]“Numa recusa cabal a qualquer julgamento avaliativo a priori, a Fenomenologia é totalmente independente das ciências normativas.” [Id: 38]

OBS: “Embora o termo fenomenologia ou "phaneroscopia", conforme Peirce preferia

chamar, só tenha sido por ele empregado por volta de 1902 [63 anos], quando da construção arquitetônica de seu sistema, a preocupação fenomenológica constituiu-se na base fundamental de toda sua filosofia, e já comparecia como investigação primordial desde seus escritos em 1867 [28 anos].” [Id: 36]

“Através de sua fenomenologia pretendia gerar uma fundamentação conceitual para uma filosofia arquitetônica, baseada em uns poucos conceitos, simples e suficientemente vastos a ponto de dar conta do "trabalho inteiro da razão humana". Esses conceitos, a partir dos 58 anos [1897], Peirce estava certo de tê-los atingido com as suas categorias.” [Id: 39]“Nessa medida, sem uma inteligibilidade cuidadosa e acurada das categorias peirceanas, assim como de sua phaneroscopia (descrição dos Phanerons ou

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 34

Page 35: Semiotica e Cognicao Pos

fenômenos), muito pouco pode toda sua teoria ser compreendida, principalmente a Semiótica, que da Fenomenologia extrai todos os seus princípios.” [Id: 39]

CATEGORIAS CENOPITAGÓRICAS(categorias universais da experiência):1dade SENTIMENTO DE QUALIDADE presente2dade REAÇÃO/VONTADE passado x presente3dade REPRESENTAÇÃO/COGNIÇÃO fluxo do tempo

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 35

Page 36: Semiotica e Cognicao Pos

CIÊNCIAS NORMATIVAS“É (...) sob [sic!] a base da Fenomenologia que as ciências normativas se desenvolvem obedecendo à seqüência seguinte: Estética, Ética e Semiótica ou Lógica.” [Santaella ©1983: 38]

OBJETIVO GERAL: “Tendo todas elas por função "distinguir o que deve e o que não deve ser" [Id: 38]

ESTÉTICA“se define como ciência daquilo que é objetivamente admirável sem qualquer razão ulterior” [Id: 38]“é a base para a Ética” [Id: 38]

ÉTICA“ou ciência da ação ou conduta” [Id: 38]“da Estética recebe seus primeiros princípios” [Id: 38]

LÓGICA OU SEMIÓTICA“teoria dos signos e do pensamento deliberado” [Id: 38]"sob [sic!] ambas, e delas extraindo seus princípios, estrutura-se em três ramos a ciência Semiótica” [Id: 38]

OBJETIVO GERAL: “A Semiótica ou Lógica (...) tem por função classificar e descrever todos os tipos

de signos logicamente possíveis.” [Id: 39]“Isso parece dotá-la de um caráter ascendente sobre todas as ciências especiais, dado que essas ciências são linguagens. " [Id: 39]

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 36

Page 37: Semiotica e Cognicao Pos

METAFÍSICA“ou ciência da realidade“ [Santaella ©1983: 38]“Definindo realidade ou real como sendo precisamente aquilo que é de modo independente das nossas fantasias, pois que "vivemos num mundo de forças que atuam sobre nós, sendo essas forças, e não as transformações lógicas do nosso próprio pensamento, que determinam em que devemos, por fim, acreditar", fica claro porque a Metafísica comparece como resultante e não antecedente de toda sua filosofia.” [Id: 38-9]

CATEGORIAS UNIVERSAIS DA REALIDADE:1os QUALIDADES (POSSÍVEIS)2os EXISTÊNCIA (DE FATO))3os LEIS/PENSAMENTOS

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 37

Page 38: Semiotica e Cognicao Pos

3.2.3. A SEMIÓTICA OU TEORIA GERAL DOS SIGNOS

A Semiótica ou Teoria Geral dos Signos (conforme Peirce); é uma ciência que se constitui em torno dos fatos do largo espectro da linguagem; abrangendo não só a língua falada como também a escrita e todo o universo dos signos não-verbais.

ela também é um estruturalismo "avant la lettre" sua principal tarefa também é a de procurar os elementos permanentes e

universais em todas as manifestações da linguagem e deduzir as leis gerais dai decorrentes

porém, como para Peirce o Universo todo é “um vasto Representamen, um grande símbolo do desígnio de Deus, acabando suas conclusões em realidades vivas” [5.119]4, esses elementos permanentes e universais devem ser procurados não só na linguagem humana, mas em todo recanto do universo

A lógica está preocupada com as condições do pensamento verdadeiro.Todo pensamento é performatizado por meio de signos.PORTANTO a Lógica se confunde com a Semiótica.

4 5.119. “Therefore, if you ask me what part Qualities can play in the economy of the universe, I shall reply that the universe is a vast representamen, a great symbol of God's purpose, working out its conclusions in living realities.”

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 38

Page 39: Semiotica e Cognicao Pos

3.2.4. O MODELO SEMIÓTICO DE SIGNO

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“Um signo é algo que substitui algum aspecto ou capacidade de alguma coisa para alguém".[PEIRCE: 2.228]

“A sign, or representamen, is something which stands to somebody for something in some respect or capacity. It addresses somebody, that is, creates in the mind of that person an

equivalent sign, or perhaps a more developed sign. That sign which it creates I call the interpretant of the first sign. The sign stands for something, its object.” [2.228]

ALGO, não mais uma "imagem acústica" nem mesmo apenas uma "palavra" STE

ALGUMA COISA, não apenas um "conceito" como SDO

ALGUÉM; que toma parte ativa no processo de SIGNIFICAÇÃO e não mais uma coletividade social que o determina e prescreve o seu uso

OBS: ainda assim, esta definição traz uma forte concepção antropocêntrica da questão da linguagem, idéia simplista à qual Peirce recorria em situações de desilusão com seus leitores – “Defino al Signo como algo que é determinado em su calidade de tal por otra cosa, llamada su Objeto, y de modo tal que determine um efecto sobre una persona, efecto que llamo su Interpretante; vale decir que este último es determinado por el Signo, en forma mediata. Mi inserción del giro “sobre una persona” es una suerte de dádiva para el Cancerbero [“a sop to cerberus”], porque he perdido las esperanzas de que se entienda mi concepción más amplia de la cuestión.” [Peirce 1974: 102-3 – carta para Lady Welby iniciada em 14 de dezembro de 1908 e continuada em 23 de dezembro do mesmo ano (in HARDWICK, Charles, ed. Semiotics and Significs. The Correspondence between Charles S. Peirce and Lady Victoria Welby. Bloomington: Indiana University Press, 1977, pp.66-73, 73-86.)]

PIGNATARI: signo é "toda e qualquer coisa que substitua ou represente outra; em certa

medida e para certos efeitos" [S&L: 13] "ou melhor: toda e qualquer coisa que se organize ou que tenda a se organizar

sob a forma de linguagem, verbal ou não" [S&L: 13]

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 39

Page 40: Semiotica e Cognicao Pos

O MODELO SEMIÓTICO DE SIGNO RELAÇÃO TRIÁDICA GENUÍNA

figura S&D10

"Um Signo, ou Representamen, é um Primeiro que se coloca em tal relação triádica genuína com um Segundo, chamado seu Objeto, de tal modo que seja capaz de determinar que um

Terceiro, chamado seu Interpretante, assuma com o Objeto do Signo a mesma relação triádica que o próprio signo assume."

[PEIRCE: 2.274]

“A Sign, or Representamen, is a First which stands in such a genuine triadic relation to a Second, called its Object, as to be capable of determining a Third, called its Interpretant, to

assume the same triadic relation to its Object in which it stands itself to the same Object.” [2.274, from “Syllabus”, c. 1902]

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 40

Page 41: Semiotica e Cognicao Pos

figura S&D115

OBS: podemos aproximar, de maneira muito cautelosa, os conceitos peirceanos de Signo e Objeto com os conceitos saussureanos de “significante” e “significado”, mas o conceito de Interpretante redefine radicalmente a significação mecânica da relação arbitrária e permite a montagem da dinâmica do “processo triádico de significação”.

5 cf. OGDEN, C. K. & RICHARDS, I. A. The Meaning of Meaning.notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 41

Page 42: Semiotica e Cognicao Pos

A RELAÇÃO TRIÁDICA GENUÍNA SEMIOSE

figura S&D24

2.274. “The triadic relation is genuine, that is its three members are bound together by it in a way that does not consist in any complexus of dyadic relations. That is the reason the Interpretant, or Third, cannot stand in a mere dyadic relation to the Object, but must stand in such a relation to it as the Representamen itself does. Nor can the triadic relation in which the Third stands be merely similar to that in which the First stands, for this would make the relation of the Third to the First a degenerate Secondness merely. The Third must indeed stand in such a relation, and thus must be capable of determining a Third of its own; but besides that, it must have a second triadic relation in which the Representamen, or rather the relation thereof to its Object, shall be its own (the Third's) Object, and must be capable of determining a Third to this relation. All this must equally be true of the Third's Thirds and so on endlessly; and this, and more, is involved in the familiar idea of a Sign; and as the term Representamen6 is here used, nothing more is implied.” [274-7, 283-4, 292-4 are from “Syllabus”, c. 1902, no part of which was ever published (cf. note to ch. 1)]

6 2.274. “A Sign is a Representamen with a mental Interpretant. Possibly there may be Representamens that are not Signs. Thus, if a sunflower, in turning towards the sun, becomes by that very act fully capable, without further condition, of reproducing a sunflower which turns in precisely corresponding ways toward the sun, and of doing so with the same reproductive power, the sunflower would become a Representamen of the sun. But thought is the chief, if not the only, mode of representation.”2.275. “.Namely, while no Representamen actually functions as such until it actually determines an Interpretant, yet it becomes a Representamen as soon as it is fully capable of doing this; and its Representative Quality is not necessarily dependent upon its ever actually determining an Interpretant, nor even upon its actually having an Object.” [274-7, 283-4, 292-4 are from “Syllabus”, c. 1902, no part of which was ever published (cf. note to ch. 1)] – grifos meus

notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 42

Page 43: Semiotica e Cognicao Pos

OS NÍVEIS DE ANÁLISE DOS SIGNOS

figura S&D12

“Os princípios e analogias da Fenomenologia nos permitem descrever como devem ser as divisões das relações triádicas” [2.233] e consequentemente dos signos. Os signos, triádicos, “são divisíveis em três tricotomias” [2.243]. Isto é, os Signos Triádicos podem ser analisados, ou seja, divididos em três níveis distintos de

complexidade crescente, os chamados níveis Sintático, Semântico e Pragmático (termos criados por Charles Morris7 a partir da obra de Peirce). [Cherry, ACM: 30]

O NÍVEL SINTÁTICO: é o nível dos Signos tomados em relação a si mesmos independentemente de todo o resto [Peirce: 2.243]O NÍVEL SEMÂNTICO: é o nível dos Signos considerados sob o modo como eles se relacionam com seus Objetos [Peirce: 2.243]O NÍVEL PRAGMÁTICO: é o nível dos Signos considerados sob a ótica dos efeitos interpretantes que os Signos determinam a partir da sua própria constituição e das suas relações para com seus Objetos [Peirce: 2.243]

7 MORRIS, Charles W. “Foundations of the theory of signs”: International Encyclopedia of Unified Science Series. Vol. I, n. 2. Chicago: University of Chicago Press, 1938.MORRIS, Charles W. Signs, Language and Behavior.

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DIVISÕES TRICOTÔMICAS DOS SIGNOS

figura S&D13

NO NÍVEL SINTÁTICO, o nível dos Signos considerados única e exclusivamente em sua relação para consigo mesmos, eles podem ser divididos em três categorias conforme sua constituição individual enquanto fenômenos existentes no universo: “uma mera qualidade, um fato existente ou uma lei geral” [Peirce: 2.243], ou seja, QUALISSIGNOS, SINSIGNOS ou LEGISSIGNOS, respectivamente.NO NÍVEL SEMÂNTICO, o nível dos Signos considerados sob o modo como eles se relacionam com seus Objetos, eles também podem ser divididos em três categorias estabelecidas a partir da observação de que eles têm diferentes modos de substituir ou, melhor, de representar seus Objetos: isto é, se eles os representam “através de algum caráter próprio a eles mesmos, através de alguma relação existencial com estes seus Objetos ou de sua relação para com um Interpretante” [Peirce: 2.243], ou seja, ÍCONES, ÍNDICES ou SÍMBOLOS, respectivamente. 8

NO NÍVEL PRAGMÁTICO, o nível dos Signos considerados sob o ponto de vista dos efeitos interpretantes que os Signos determinam a partir da sua própria constituição e das suas relações para com seus Objetos, eles são igualmente divididos em três categorias estabelecidas a partir da observação de que há três tipos de efeitos interpretantes possíveis de ser determinados por eles: “se o seu Interpretante os representa como um Signo de possibilidade, como um Signo de fato ou como um Signo de razão” [Peirce: 2.243], ou seja, REMAS, DICENTES ou ARGUMENTOS (ou, ainda, Signos Remáticos, Signos Dicentes ou Signos Argumentais).

8 “(…) deve-se observar que, enquanto o signo denota o objeto, não precisa de especial inteligência ou razão da parte de seu intérprete para ler o signo e distinguir um signo do outro, o que se faz necessário são percepções sutis e familiaridade com os concomitantes habituais de tais aparências, e com as convenções do sistema de signos (em jogo – n.a.). Para conhecer o objeto, o que é preciso é a experiência prévia {i.e., “experiência colateral” [8.178-9] – n.a.} desse objeto” [8.181].

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DIVISÕES TRICOTÔMICAS DOS SIGNOS NÍVEL SINTÁTICO (S-S)

figura S&D14

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NÍVEL SINTÁTICO (S-S) QUALISSIGNO

figura S&D14

“É uma Qualidade que é um Signo. Ela não pode agir aqui e agora enquanto signo enquanto não estiver fisicalizada; mas não é a fisicalização que a caracteriza como Signo”. [Peirce: 2.244 – grifos meus]

figura S&D14

figura S&D14

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NÍVEL SINTÁTICO (S-S) SINSIGNO

figura S&D14

“(Onde a sílaba sin é tomada com o sentido de “aquilo que é uma só vez”, como em singular, simples, etc.) é uma coisa ou evento realmente existente que é um Signo. Esta coisa ou evento só pode existir através de suas qualidades; portanto envolve um qualissigno ou, melhor, vários qualissignos. Porém, estes qualissignos são de um tipo peculiar, eles são do tipo que só constituem um signo se estiverem realmente fisicalizados.” [Peirce: 2.245 – grifos meus]

figura S&D14

figura S&D14

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NÍVEL SINTÁTICO (S-S) LEGISSIGNO

figura 1S&D14

“É uma lei que é um Signo. Esta lei é usualmente estabelecida pelos seres humanos. Todo Signo convencional é um Legissigno (mas não o inverso). O Legissigno não é um simples objeto, mas um tipo geral que, tem se concordado, deve ser significante. Todo Legissigno significa através de uma instância de sua aplicação, que deve ser chamada uma Réplica {ou Instância [cf. 4.537]} dele. Assim, a palavra “ele”, por exemplo, aparecerá normalmente um punhado de vezes numa mesma página. Ela é, em todas as suas ocorrências, uma e a mesma palavra, o mesmo legissigno. Cada instância singular dela é uma Réplica. A Réplica é um Sinsigno. Então, todo Legissigno requer Sinsignos. Porém, estes não são Sinsignos ordinários, porque estas ocorrências peculiares são vistas como significantes. Nem mesmo a Réplica seria significante se não fosse a lei.” [Peirce: 2.246 – grifos meus]

figura S&D14

figura S&D14

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DIVISÕES TRICOTÔMICAS DOS SIGNOS NÍVEL SEMÂNTICO (O-S)

figura S&D15

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NÍVEL SEMÂNTICO (O-S) ÍCONE

figura S&D15

“É um Signo que se refere ao Objeto que ele denota meramente em virtude de suas próprias características, as quais ele possui quer qualquer tal Objeto exista realmente ou não. É verdade que a menos que tal Objeto exista atualmente, o Ícone não atua como um Signo; mas isto não tem nada a ver com seu caráter de Signo. Qualquer coisa, no entanto, seja ela uma qualidade, um existente individual ou uma lei, é um Ícone de alguma coisa, desde que ele seja semelhante àquela coisa e usado como um Signo dela” [Peirce: 2.247 – grifos meus]9,10

figura S&D15

figura S&D15

9 O Ícone é um Signo que mantém com os Objetos que ele representa uma RELAÇÃO NECESSÁRIA através de SIMILARIDADES POSSÍVEIS de serem estabelecidas através de uma relação NÃO-ARBITRÁRIA.10 Ícones Semióticos Ícones Bizantinos, dos Ícones Pop e dos Ícones “GUI”.

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NÍVEL SEMÂNTICO (O-S) ÍNDICE

figura S&D15

“Um Índice é um Signo que se refere ao Objeto que ele denota em virtude de ser realmente afetado por aquele Objeto. Ele não pode, portanto, ser um Qualissigno porque as Qualidades são o que elas são independentemente de qualquer outra coisa. No entanto, desde que o Índice é afetado pelo Objeto, ele tem, necessariamente, alguma Qualidade em comum com este Objeto e é em respeito a isto que ele se refere ao Objeto. Portanto, o Índice envolve um tipo de Ícone, muito embora um Ícone de uma variedade bastante peculiar; e, além disso, o Índice não é caracterizado pela mera semelhança com seu Objeto, mesmo naqueles aspectos que fazem dele um Signo, mas sim pela sua real e atual modificação provocada pelo Objeto” [Peirce: 2.248 – grifos meus] 11

11 O Índice é um Signo que mantém com o Objeto que ele representa uma RELAÇÃO NECESSÁRIA como a do Ícone, porém não através de similaridades possíveis, mas sim através ou da relação bruta da causa-e-efeito físicos ou através de uma SIMILARIDADE PROVÁVEL (i.é, IDENTIDADE), ambas relações também NÃO-ARBITRÁRIAS.[Cf. “Escritos Não Publicados” (cap. 1, seção “Interpretantes Lógicos”) e “Correspondência (A Lady Welby – Dez Classes de Signos + Triângulo)” para colher citação direta a respeito da “identidade”.]

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NÍVEL SEMÂNTICO (O-S) SÍMBOLO

figura S&D15

AURÉLIO ELETRÔNICORosa [Do lat. rosa.] S. f.1. A flor da roseira. 2. A flor das rosáceas. 3. A parte rosada das faces. 4. Mulher muito bonita. 5. Pega de latão usada pelos encadernadores para dourar os livros. 6. Rosácea 1 (1). 7. Geom. Rosácea 1 (3). 8. Mus. Boca circular e ornamentada no tampo dos instrumentos de cordas dedilháveis da família do alaúde, e que também se encontra nos cravos, clavicórdios, e nas espinetas dos sécs. XV e XVI; rosácea, roseta. 9. Bras., MG. Chulo. O anus. S. m. 10. V. cor-de-rosa (3). Adj. g. e 2 n. 11. Que é cor-de-rosa; róseo: 12. Diz-se da cor-de-rosa:

“Um Símbolo é um Signo que se refere ao Objeto que ele denota em virtude de uma lei, usualmente uma associação de idéias gerais, as quais determinam que o Símbolo seja interpretado como referente ao Objeto. Ele é, assim, ele mesmo um tipo geral ou lei, isto é, um Legissigno. Como tal, ele age através de uma Réplica. Mas não apenas ele próprio é geral, o Objeto ao qual ele se refere também tem uma natureza geral. Agora, aquele que é geral tem sua razão de ser justificada nas instâncias que ele determinará. Deve haver, portanto, instâncias existentes do que o Símbolo denota, embora nós devamos entender aqui por “existente”, existente no universo imaginário possível ao qual o Símbolo se refere. O Símbolo será, através da associação ou outra lei, indiretamente afetado por aquelas instâncias; e, assim, o Símbolo envolverá um tipo de Índice, muito embora um Índice de uma variedade muito peculiar. Não será de modo algum verdade, no entanto, que o menor efeito destas instâncias sobre o Símbolo contará para o seu caráter significante” [Peirce: 2.249 – grifos meus]12

12 O Símbolo é um Signo que mantém com os Objetos que ele representa uma RELAÇÃO ARBITRÁRIA através de uma CONTIGÜIDADE IMPOSTA através de uma lei ou hábito de uso.

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DIVISÕES TRICOTÔMICAS DOS SIGNOS NÍVEL PRAGMÁTICO (S-I)

figura S&D16

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NÍVEL PRAGMÁTICO (S-I) REMA

figura S&D16

O Rema é um Signo que determina, como seu Interpretante, uma “mera qualidade de sentimento” [Peirce: 8.332], que deve “importar em muita coisa a mais do que aquele sentimento de reconhecimento” [5.475]. A este interpretante Peirce o chama de “Interpretante Emocional” [5.475]: “o primeiro e apropriado efeito significativo de um signo é um sentimento produzido por ele” [5.475]; “quase sempre há um sentimento que interpretamos como evidência de que nós compreendemos o efeito do signo, embora a base de verdade seja, neste caso, freqüentemente muito leve” [5.475]; “em alguns casos, este é o único efeito significativo que o signo produz” (...) “assim, a execução de uma peça de música de concerto é um signo (...) ela veicula, e foi composta para veicular as idéias musicais do compositor; mas estas consistem, usualmente, numa mera série de sentimentos” [5.475 – grifos meus].

figura S&D16

“Um Rema é um Signo que, para o seu Interpretante, é um Signo de Possibilidade qualitativa, isto é, é entendido como representante de tal e tal tipo de Objeto possível. Qualquer Rema, talvez, possa fornecer alguma informação; mas ele não é interpretado como se fizesse tal coisa.” [Peirce: 2.250 – grifos meus]

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figura S&D16

figura S&D16

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Page 56: Semiotica e Cognicao Pos

NÍVEL PRAGMÁTICO (S-I) DICENTE OU DICISSIGNO

figura S&D16

“Se um signo produz qualquer posterior efeito significativo próprio, ele o fará através da mediação do interpretante emocional, e tal efeito posterior irá sempre envolver um esforço. Eu o chamo de Interpretante Energético.” [5.475] “O esforço pode ser do tipo muscular, como é o caso no comando “Ordinário, marche!”; mas ele é muito mais usualmente um exercício sobre o Mundo Interior, um esforço mental. Ele nunca pode ser o significado de um conceito intelectual, desde que ele é um ato singular, enquanto que tal conceito é de natureza geral.” [5.475]

figura S&D16

“Um Dicissigno ou Signo Dicente é um Signo que, para seu Interpretante, é um Signo de existência atual. Ele não pode, portanto, ser um Ícone, o qual não fornece qualquer fundamento para uma interpretação sua com referência à existência atual. Um Dicissigno envolve, necessariamente, como parte dele, um Rema, para descrever o fato que é interpretado como indicação sua. Mas este é um tipo peculiar de Rema; e mesmo que ele seja essencial ao Dicissigno, ele não o constitui de modo algum.” [Peirce: 2.251 – grifos meus]

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figura S&D16

figura S&D16

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NÍVEL PRAGMÁTICO (S-I) ARGUMENTO13

figura S&D16

O Argumento é um Signo que determina, como seu efeito significativo próprio, um “Interpretante Lógico” [5.476]. “Podemos dizer que este efeito deva ser um pensamento, isto é, um signo mental? Sem dúvida, ele deve sê-lo; só que se este signo for de natureza intelectual – como ele teria de ser – ele também teria que ter um interpretante lógico de si mesmo; portanto ele não pode ser o último interpretante lógico do conceito. Pode ser provado que o único efeito mental que pode ser produzido deste modo e que não é um signo (intelectual – NA) mas é de aplicação geral é uma mudança-de-hábito; entendendo por mudança de hábito uma modificação nas tendências de uma pessoa para ação, que resulta de experiências prévias ou de exercícios prévios das suas vontades ou atos, ou de um complexo de ambos os tipos de causa.” [5.476]

figura S&D16

“Um Argumento é um Signo que, para seu Interpretante, é um Signo de uma lei. Ou, talvez nós pudéssemos dizer que um Rema é um Signo que é compreendido como representante de seu Objeto meramente em suas características; que um Dicissigno é um Signo que é compreendido como representante de seu Objeto com respeito à sua existência atual; e que um Argumento é um Signo que é compreendido como representante de seu Objeto em sua característica de Signo.” [Peirce: 2.252]“A peculiaridade dela (da Proposição ou Dicissigno: NA) reside no seu modo de significar; e dizer isto é o mesmo que dizer que sua peculiaridade reside na sua relação para com seu Interpretante. A Proposição professa ser realmente afetada pelo existente atual ou lei real aos quais ela se refere. O Argumento tem a mesma pretensão, mas esta não é a principal pretensão do Argumento. O Rema não tem tal pretensão.” [Peirce: 2.252] “O Interpretante do Argumento representa-o como uma instância de uma classe geral de Argumentos, cuja classe, no todo, sempre vai tender à verdade. É esta lei, de alguma forma, que o

13 Ex: “Todo humano é mortal.”, “Elias é um homem.”, portanto “Elias é mortal”. – cf. 5.308: “Silogismo completo” (efeito significativo = Interpretante Lógico)

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Page 59: Semiotica e Cognicao Pos

Argumento faz surgir; e este “surgimento” é o modo de representação próprio dos Argumentos. O Argumento deve, portanto, ser um Símbolo ou seja, um Signo cujo Objeto seja uma Lei ou Tipo Geral. Ele deve envolver um Símbolo Dicente, ou Proposição, que é denominada sua Premissa; porque o Argumento só pode fazer surgir a lei fazendo-a surgir numa instância. Esta Premissa é, no entanto, bastante diferente em força (i.é, em sua relação para com seu Interpretante) de uma proposição similar meramente assertada; além disto, isto está longe de constituir todo o Argumento. Isto porque uma outra proposição, chamada a Conclusão, requerida para completar o Argumento, representa completamente o Interpretante e da mesma maneira tem uma força peculiar, ou relação para com o Interpretante.” [Peirce: 2.253 – grifos meus]

figura S&D16

figura S&D16

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DEZ CLASSES DE SIGNOS

01. QUALISSIGNOS ICÔNICOS REMÁTICOS (111)02. SINSIGNOS ICÔNICOS REMÁTICOS (211)03. SINSIGNOS INDICIAIS REMÁTICOS (221)04. SINSIGNOS INDICIAIS DICENTES (222)05. LEGISSIGNOS ICÔNICOS REMÁTICOS (311)06. LEGISSIGNOS INDICIAIS REMÁTICOS (321)07. LEGISSIGNOS INDICIAIS DICENTES (322)08. LEGISSIGNOS SIMBÓLICOS REMÁTICOS (331)09. LEGISSIGNOS SIMBÓLICOS DICENTES (332)10. LEGISSIGNOS SIMBÓLICOS ARGUMENTAIS (333)

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Page 61: Semiotica e Cognicao Pos

SIGNOS GENUÍNOS E DEGENERADOS

figura S&D30

“Os prinípios e analogias da Fenomenologia nos permitem descrever como devem ser as divisões das relações triádicas” [Peirce: 2.233]

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Page 62: Semiotica e Cognicao Pos

SIGNOS GENUÍNOS E DEGENERADOS NÍVEL SINTÁTICO

figura S&D25_11

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Page 63: Semiotica e Cognicao Pos

SIGNOS GENUÍNOS E DEGENERADOS NÍVEL SINTÁTICO

figura S&D25_11

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Page 64: Semiotica e Cognicao Pos

SIGNOS GENUÍNOS E DEGENERADOS NÍVEL SEMÂNTICO

figura S&D25_22

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Page 65: Semiotica e Cognicao Pos

SIGNOS GENUÍNOS E DEGENERADOS NÍVEL PRAGMÁTICO

figura S&D25_33

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Page 66: Semiotica e Cognicao Pos

SIGNOS GENUÍNOS E DEGENERADOS Diagrama de Integração

figura S&D26

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Page 67: Semiotica e Cognicao Pos

DOIS OBJETOS, TRÊS INTERPRETANTES

figura S&D28

figura S&D28

OBJETO IMEDIATO1904 “o Objeto tal como ele é representado” [8.333]1908 “o Objeto tal como o Signo o representa” [8.343]1906 “é o Objeto tal como o Signo ele mesmo o representa, e cujo ser é, portanto,

dependente de sua Representação no Signo” [4.536]

OBJETO DINÂMICO1904 “seu Objeto em si mesmo” [8.333]1908 “o Objeto realmente eficiente mas não imediatamente presente” [8.343]1906 “é a Realidade que de algum modo contribui para determinar o Signo à sua

Representação” [4.536]

INTERPRETANTE IMEDIATO1904 “seu interpretante tal como representado ou como se pretende que seja

entendido” [8.333]1908 “o Interpretante representado ou significado no Signo” [8.343]1906 “é o interpretante tal como revelado através do correto entendimento do Signo

em si mesmo, e é ordinariamente chamado de sentido do signo” [4.536]

INTERPRETANTE DINÂMICO1904 “seu interpretante tal como ele é produzido” [8.333]1908 “efeito atualmente produzido na mente pelo Signo” [8.343]1906 “é o efeito atual que o Signo, enquanto um Signo, realmente determina” [4.536]

INTERPRETANTE FINAL OU NORMAL1904 “seu interpretante em si mesmo” [8.333]1908 “efeito que seria produzido na mente pelo Signo depois de suficiente

desenvolvimento do pensamento” [8.343]1906 “refere-se à maneira pela qual o Signo tende a se representar enquanto ser

relacionado ao seu Objeto” [4.536]

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Page 68: Semiotica e Cognicao Pos

DOIS OBJETOS, TRÊS INTERPRETANTES DIVISÃO DE SIGNOS

figura S&D28

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Page 69: Semiotica e Cognicao Pos

DIVISÃO DE SIGNOS NÍVEL SINTÁTICO (S-S)

figura S&D25_11

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Page 70: Semiotica e Cognicao Pos

DIVISÃO DE SIGNOS NÍVEL SEMÂNTICO IMEDIATO (OI-S)

figura S&D25_21

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Page 71: Semiotica e Cognicao Pos

DIVISÃO DE SIGNOS NÍVEL SEMÂNTICO DINÂMICO (OD-S)

figura S&D25_22

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Page 72: Semiotica e Cognicao Pos

DIVISÃO DE SIGNOS NÍVEL PRAGMÁTICO IMEDIATO (S-II)

figura S&D25_31

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Page 73: Semiotica e Cognicao Pos

DIVISÃO DE SIGNOS NÍVEL PRAGMÁTICO DINÂMICO (S-ID)

figura S&D25_32

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Page 74: Semiotica e Cognicao Pos

DIVISÃO DE SIGNOS NÍVEL PRAGMÁTICO FINAL (S-IF)

figura S&D25_33

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Page 75: Semiotica e Cognicao Pos

DOIS OBJETOS, TRÊS INTERPRETANTES Diagrama de Integração

figura S&D26

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Page 76: Semiotica e Cognicao Pos

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