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Sábado 21 | Novembro | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 879 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita PUBLICIDADE SOCIEDADE PÁGINA 4 NOS ÚLTIMOS SEIS ANOS A GNR REGISTOU 2400 QUEIXA DE BURLAS A IDOSOS Nos últimos seis anos, o número de queixas de burlas a idosos no distrito aumentou de forma drástica, segundo estatísticas da GNR. Oficial- mente foram registadas 2400 queixas de 2010 a Setembro deste ano, números que colocam a região no topo deste fenómeno. SOCIEDADE PÁGINA 5 ROUBO DE APARELHOS ENDOSCÓPICOS NO HOSPITAL DO BARREIRO GERA ALERTA O roubo a semana passada de equipamentos de endoscopia no Hospital do Barreiro está a preocupar a classe médica. O alerta é da Secção Sul da Ordem dos Médicos, que pede a reposi- ção urgente daqueles aparelhos. Esta semana não foi efectuado nenhum exame. SOCIEDADE PÁGINA 2 PEREGRINOS DOS CAMINHOS DE SANTIAGO CHEGAM DE BARCO AO DISTRITO Começam a chegar à nossa costa embarcações que participam no Caminho de Santiago, revela ao Semmais José António Falcão, diretor do Departamento Histórico e Artístico da Diocese de Beja. Por terra, os peregrinos seguem as rotas do nosso litoral Alentejano e Setúbal. A CASA DO PEIXE RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167 semmais CIDADE EUROPEIA DO DESPORTO 2016 BANDEIRA JÁ ESTÁ EM SETÚBAL Setúbal vai ser no próximo ano “Cidade Europeia do Desporto”, distinção consagrada, quarta-feira, no plenário da ACES Europe, no Parlamento Europeu, em Bruxelas. A bandeira foi entregue a Dores Meira, que promete um ano em cheio, numa estratégia para o futuro, e que marca também o regresso da Volta a Portugal a terras do Sado. Rosa Mota e José Mourinho são os patronos. DESPORTO PÁGINA 10

Semmais 21 Novembro 2015

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Edição do Semmais de 21 de Novembro de 2015

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Page 1: Semmais 21 Novembro 2015

Sábado 21 | Novembro | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 879 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interdita

PUBLICIDADE

SOCIEDADE PÁGINA 4NOS ÚLTIMOS SEIS ANOS A GNR REGISTOU 2400 QUEIXA DE BURLAS A IDOSOS Nos últimos seis anos, o número de queixas de burlas a idosos no distrito aumentou de forma drástica, segundo estatísticas da GNR. Oficial-mente foram registadas 2400 queixas de 2010 a Setembro deste ano, números que colocam a região no topo deste fenómeno.

SOCIEDADE PÁGINA 5ROUBO DE APARELHOS ENDOSCÓPICOS NO HOSPITAL DO BARREIRO GERA ALERTA O roubo a semana passada de equipamentos de endoscopia no Hospital do Barreiro está a preocupar a classe médica. O alerta é da Secção Sul da Ordem dos Médicos, que pede a reposi-ção urgente daqueles aparelhos. Esta semana não foi efectuado nenhum exame.

SOCIEDADE PÁGINA 2PEREGRINOS DOS CAMINHOS DE SANTIAGO CHEGAM DE BARCO AO DISTRITO Começam a chegar à nossa costa embarcações que participam no Caminho de Santiago, revela ao Semmais José António Falcão, diretor do Departamento Histórico e Artístico da Diocese de Beja. Por terra, os peregrinos seguem as rotas do nosso litoral Alentejano e Setúbal.

A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

semmais

CIDADE EUROPEIA DO DESPORTO 2016 BANDEIRA JÁ ESTÁ EM SETÚBALSetúbal vai ser no próximo ano “Cidade Europeia do Desporto”, distinção consagrada, quarta-feira, no plenário da ACES Europe, no Parlamento Europeu, em Bruxelas. A bandeira foi entregue a Dores Meira, que promete um ano em cheio, numa estratégia para o futuro, e que marca também o regresso da Volta a Portugal a terras do Sado. Rosa Mota e José Mourinho são os patronos.

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A revelação é feita pelo diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, José António Falcão que, em entrevista ao Semmais, acentua a importância deste itinerário para a região e a sua dimensão histórica.

O ITINERÁRIO ARRANCA EM SANTIAGO DO CACÉM, SINES, GRÂNDOLA E ALCÁCER DO SAL, E SEGUE POR SETÚBAL ATÉ LISBOA

Peregrinos já chegam de barco ao distrito para fazerem o Caminho de Santiago

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

SOCIEDADE

A revelação é feita pelo dire-tor do Departamento do Património Histórico e

Artístico da Diocese de Beja, José António Falcão: «Começam a chegar à nossa costa, sobretu-do, pequenas embarcações que participam no Caminho de San-tiago, através do designado Ca-minho Atlântico». O mesmo que passa por Santiago do Cacém, Sines, Grândola e Alcácer do Sal, na margem sul do distrito e que segue por Setúbal até Lisboa. A novidade esteve em foco nas Jornadas «Novas Perspetivas do Caminho de Santiago em Portu-gal e Espanha», que tiveram lu-gar em Beja, dando o pontapé de saída rumo à criação de um es-paço de diálogo na Península Ibérica que visa o intercâmbio de conhecimentos, experiências e boas práticas em torno da rea-lidade patrimonial, ambiental, religiosa e turística do célebre Caminho. Pode mesmo ser uma alternativa ao Caminho Francês que atinge um certo grau de sa-turação.

Que expressão tem hoje o Caminho de Santiago que passa pelo distrito de Setúbal em termos de peregrinos?Podemos dizer que o Caminho de Santiago é o mais antigo iti-nerário cultural europeu. Ou seja, estamos a falar de uma via com vários segmentos que atra-vessa toda a Europa. Vai desde a Escandinávia e confins da Rús-sia até Compostela, abrangendo também todo o território penin-sular, no qual Portugal tem lugar destacado.

E é aqui que está a real impor-tância da região e interesse neste itinerário?Nós somos muito importantes em duas vertentes. Em primeiro lugar, aquilo que se chama Cami-nho Português, pela ligação que tem com a Extremadura e Anda-luzia, sendo as zonas que nos fi-cam contíguas. Depois porque tradicionalmente existe um Ca-minho de Santiago marítimo, no qual nós participamos e que está também ele a ser revigorado.

E já se nota esse efeito?Hoje começam a chegar à nossa

costa, sobretudo, pequenas em-barcações que participam no Caminho de Santiago, dando uma maior dimensão do que está em causa. Essas pessoas vêm para participar no Caminho de Santiago, através do designa-do Caminho Atlântico.

Como é que a região pode ou deverá tirar partido deste potencial?O dinamismo que isto gera é a grande questão, podendo ser um mecanismos muito importante para a revitalização dos territó-rios de baixa densidade, como é o caso do Litoral Alentejano e de outros pontos do interior do país, na medida em que a passa-gem dos peregrinos trás uma vida nova, um sinal de esperan-ça e ajuda as economias locais.

Como se fosse um outro turismo?Sim, porque os peregrinos, por onde andam, dormem, comem, adquirem produtos regionais, visitam monumentos. E isso obriga a ter os centros históricos e os equipamentos culturais em bom estado.

Ainda é preciso sensibilizar os agentes locais e população para este potencial?Diria que está a aqui um incenti-vo para que sejam recuperados os centros históricos, tendo isto um grande impacto no que diz respeito ao mundo rural, mas também aos centros históricos que precisam, cada vez mais, de uma maneira de lutar contra a sua terciarização. Ou seja, as pessoas já não vivem lá, existin-do apenas serviços, hotelaria ou restauração. Mas é tudo muito artificial e também aqui os ca-minhos de Santiago podem ser uma ajuda ao dinamismo da re-gião, com a passagem dos pere-grinos a ajudar na procura desta autenticidade que nós precisa-mos.

REGRESSOU A MODA DEPOIS DO QUASE ESQUECIMENTO

O Caminho de Santiago que cruza o distrito terá sido fundado ainda numa época anterior ao início da nacionalidade. É um fenómeno muito antigo que ganhou nova vida após a recon-quista da independência, quando estes territórios voltam a in-tegrar a realidade cristã e acabam por sofrer uma crise muito significativa. Em 1640, quando Portugal se separa de Espanha, o Caminho acaba por ser considerado uma «coisa espanhola», como define José António Falcão, levando a que se tenha subs-tituído a devoção e peregrinação a Santiago por outras devo-ções nacionais.«Nesse tempo Portugal não proíbe o Caminho de Santiago, mas também não o favorece e não o incentiva. Contudo, ele continua a existir e a ser muito procurado até na época das invasões na-poleónicas. Aqui houve uma dificuldade jurídica, porque passa a ser proibido peregrinar, já que era difícil distinguir entre pere-grinos e espiões», revela o mesmo responsável.Já depois da limitação que marcou a época em que Portugal esteve sob domínio francês, o processo foi avançando e seria já nos finais do século XX que o Caminho que passa pela re-gião voltaria a estar na moda, traduzindo uma espécie de fenó-meno global, que tem vindo a ganhar a expressão e que todos os anos aumenta. «Não é um aumento de centenas de milhares, mas há um número significativo de peregrinos a passar por aqui, o que tem muito que ver com o facto do Caminho de San-tiago se ajustar muito bem ao que é a cultura da pós-moderni-dade em que nós nos inserimos».

A Besta e a Humanidade

Os recentes atentados da organização jihadista ISIS ou ISIL, na cidade de Paris,

fez-nos refletir sobre a fragilidade que as nações, ditas desenvolvidas têm face ao terrorismo. Por estes dias, muito se tem dito, escrito e até especulado sobre segurança, terrorismo e estado islâmico. Este último alvo de uma reflexão pessoal, a qual declino a nomen-clatura de Estado Islâmico, uma vez que Estado designa um conjunto das instituições que controlam e administram uma nação soberana, com estrutura própria e politicamente organiza-do. Ora tal definição não se pode

aplicar a um grupo de extremistas desgovernados, sem valores que semeiam a barbárie. Outra das questões que me levam a refletir sobre os recentes episódios de terror, foi o fato destes jovens protagonistas do medo muitos deles ou a esmagadora maioria, terem sido criados e educados nos nossos territórios, à luz dos valores e das normas europeias. Serão estes jovens reflexo da massificação da educação europeia? Serão eles e elas fruto dos guetos e dos outsiderismos europeus? É este o reflexo do fracasso das políticas socias europeias? Se assim é, falhámos e

continuamos a falhar! Falhou a política externa europeia que não soube travar e prever a criação de grupos de terrorismos no Médio Oriente; Falhou a diplomacia europeia que não conseguiu deter o flagelo da venda de armas que sustentam a Besta e lhes dá meios e alimentam as suas setes cabeças. O velho continente falhou! Não basta teorizar no papel ou no ecrã, sobre o ideal ou fanatismo religioso, há que concertar forças e vontades e ao que parece não será pela via da força militar que se escreverá o ponto final no Médio Oriente. As retaliações armadas só irão funcionar como

um sonífero temporário, que não irá erradicar o problema nem exterminar o ISIS na sua origem. Parece-me que a Europa deverá sim é reforçar a política de emigração. Relembro que é desta Besta, que os refugiados homens, mulheres e crianças fogem. Temos que continuar a acolher essa pobre gente, porque também é por

este meio que nos distinguimos e afastámo-nos da Besta. A Europa, como em outros momentos do ciclo da história, foi chamada a dar a lição. A lição da Solidariedade, da Fraternidade e da Paz. Nous sommes Paris, mas também somos, Beirute, Iraque, Síria, Afeganistão, Palestina, Rússia....nós somos a Humanidade!

CIDADANIAS

ELISABETE CAVALEIROCOORDENADORA PEDAGÓGICA

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SOCIEDADE

No ano em que comemora o seu 139.º aniversário, o Mercado do Livramento foi considerado pelo jornal USA Today um dos quatro melhores mercados do mundo. Situado em plena Avenida Luísa Todi, é ele que acolhe a variedade dos produtos da região. Contudo, além do peixe fresco, as gentes que o compõem são a sua alma e a continuação de gerações anteriores, que vale a pena conhecer.

MERCADO DO LIVRAMENTO, EM SETÚBAL, COMEMORA 139 ANOS DE VIDA. RELEMBRAMOS ESTÓRIAS DE ANTIGOS E ATUAIS COMERCIANTES

A alma e a genética de um mercado carregado de história e de estórias

TEXTO CAROLINA BICOIMAGEM SM

De olhos azuis, cabelo gri-salho e o corpo ligeira-mente curvado, Rosete

Santana corta uma abóbora fres-ca. Apoiada na bancada de legu-mes e hortaliças, a mão trémula e calejada dos anos de trabalho deixa adivinhar os seus 81 anos. Considerada a comerciante mais antiga, Rosete ainda se lembra de ouvir o avô António Trinca falar da primeira cons-trução do mercado, fundado em 1876. Sediado no Largo de Jesus, no primeiro espaço de terra ba-tida vendiam-se apenas os pro-dutos que não se estragavam com o calor proveniente do transporte de carga. «Antiga-

mente as pessoas vinham todas com burrinhos, vendiam em cai-xotinhos no chão, só mais tarde é que começaram a vir de carro-ça», recorda com nostalgia. Neta de um dos fundadores do primeiro mercado trabalha na banca há 50 anos. Foi a mãe, Cecília Trinca, que lhe ensinou o ofício que exerce até hoje. «Aprendi tudo com a minha mãe, depois quando ela morreu fiquei no lugar dela». Corredores à frente, a banca de Carlos do Carmo também é o exemplo vivo da continuação do negócio de peixe iniciado pelo tio. Conhecido como Augusto Caneca, este era referido como o «vendedor de atoninhas», isto é, postas de golfinho pescadas e vendidas à socapa da fiscaliza-ção. Contudo, com o passar dos anos, o negócio das atoninhas cresceu e quando Carlos atingiu a maioridade, juntou-se ao tio. O ofício foi aprendendo com o tempo, ainda que no início te-nha sido difícil ganhar o jeito. «Quando comecei dei muita barraca a amanhar as patarro-chas, rebentava aquilo tudo e dava o peixe às pessoas sem ti-rar a fel», diz, soltando uma gar-galhada. Com apenas mais três anos de ‘casa’ que o sobrinho de Au-gusto Caneca, Carlos Baptista não foge à regra e também se afirma como um orgulhoso su-cessor do negócio familiar. Dono do talho “Santos e Bap-tista”, nome colocado em home-nagem aos seus antecessores, Carlos não esquece as férias de

verão passadas no velho estabe-lecimento a ajudar o pai. «Foi há 37 anos que comecei a trabalhar a sério, mas desde miúdo que as minhas férias já eram passadas aqui», afirma, enquanto aponta para a fotografia de família ex-posta por trás do balcão. O re-trato a preto e branco mostra Carlos ao colo do pai e os dois primos mais velhos. É a repre-sentação de um negócio de 70 anos, que o comerciante de car-ne não pretende deixar morrer. Quem também se encontra atrás da banca dos pais é Jéssica Santos. De 21 anos, trabalha na queijaria da família há três. For-mada em ciências socioeconó-micas, a jovem comerciante afir-ma gostar do que faz, ainda que preferisse ingressar num curso na sua área de estudos. Embora não deseje continuar a atender os clientes o resto da vida, caso o mercado de trabalho não se revele promissor, a jovem não exclui a hipótese de tomar as rédeas da gestão do negócio. «Se em certo momento do meu per-curso me sentir apta para tal, é isso que farei», rematou.

Turistas visitam, mas não compram

Em todos os verões, o mercado enche-se de turistas de várias nacionalidades, atraídos pelo di-namismo da cidade. Este ano, na sequência das gravações da no-vela Mar Salgado, que escolheu o espaço de comércio para a gravação de algumas cenas, o local ganhou uma enorme visi-

bilidade mediática. Na ótica dos comerciantes, o interesse dos turistas passou a centrar-se na visita dos locais exatos das gravações, mas nem por isso se registou um aumento das compras efetuadas. «As pes-soas perguntam, mas não com-pram nada, vêm mais para ver do que outra coisa», diz Carlos Baptista, em tom desanimado. Já para Rosete Santana, in-dependentemente da telenovela, há rituais que se repetem ano após ano. «Vêm aqui estrangei-ros no verão e voltam sempre ao meu lugar», confidencia. Para Henrique João, presi-dente da Associação dos Comer-ciantes do Mercado do Livra-mento, os visitantes manifestam sempre preferências ajustadas à sua terra natal. «Os japoneses vêm mais pelo peixe, devido à tradição do sushi, os alemães pelo traçado da arquitetura e os azulejos e os restantes europeus pela carne, fruta e queijos».

Nomeação do USA deixou comerciantes ‘orgulhosos’

Antes mesmo de ‘soprar as velas’ no dia 31 de julho, o mercado re-cebeu uma prenda antecipada. Da América veio a nomeação do jornal USA Today, que colocou o Mercado do Livramento entre os quatro melhores do mundo. A notícia do galardão obtido pelo espaço sadino foi bem acolhida e as reações multiplicaram-se. Carlos do Carmo não tem dúvidas de que a menção foi absoluta-mente merecida e até já podia ter

sido atribuída há mais anos. «Já fui a muitas partes do mundo, mas mercado como o nosso em Portugal não há: o atendimento, as pessoas, a qualidade, ninguém tem esta vida e alegria», justifica. Além do orgulho sentido, Henrique João também aponta as três características, que vale-ram a distinção dos jornalistas dos estados unidos. «Para mim, aquilo que pesou na decisão fo-ram três coisas muito simples: diversidade, qualidade e tradi-ção». Ainda que a nomeação seja o reconhecimento da qualidade dos produtos, Carlos Baptista preferia ter mais clientes. «Reco-nheço que seja um bom sinal, mas gostava de ter mais fregue-ses. Os que temos são poucos e muito idosos», conclui.

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SOCIEDADE

São números que colocam o distrito no topo deste tipo de crimes. A maioria dos lesados são abordados por estranhos que se fazem passar por funcionários públicos ou por representantes de empresas.

DESDE 2010 E ATÉ SETEMBRO DESTE ANO A REGIÃO REGISTOU 2400 BURLAS, NÚMEROS SÓ ULTRAPASSADOS PELO DISTRITO DO PORTO

Distrito atacado por burlões ao longo de seis anos

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

Os números são preocu-pantes. A GNR registou 2400 burlas no distrito de

Setúbal entre o ano de 2010 e se-tembro deste ano, o que coloca a região no topo deste tipo de cri-minalidade apenas atrás do dis-trito de Porto, com 2510 burlas. Segundo as autoridades, a maio-ria dos lesados são abordados por estranhos, que se apresen-tam como sendo funcionários

públicos ou de empresas, a quem entregam dinheiro ou bens. Os dados são revelados num relatório da GNR, após o levan-tamento de todos os casos regis-tados na sua área de intervenção durante os últimos seis anos, o que leva a Guarda a acionar o alerta máximo contra os burlões que têm percorrido o distrito, atacando, sobretudo, a popula-ção idosa, onde têm garantido mais sucesso. O relatório refere que a maioria das burlas foi praticada

por falsos funcionários de servi-ços públicos, nomeadamente da Segurança Social, ou de empre-sas como a EDP - Energias de Portugal ou dos CTT - Correios de Portugal. É através de «es-quemas ardilosos» que os bur-lões conseguem enganar as víti-mas, convencendo-as a entregarem dinheiro e bens ma-teriais, com destaque para o ouro. No rol dos ‘modus operandi’ utilizados pelos burlões estão ainda casos relacionados com

esquemas fraudulentos de ar-rendamento de casas para fé-rias levados a cabo através da internet. A GNR dá também conta de burlas informáticas e nas comunicações, burlas na obtenção de alimentos, bebidas e serviços, além de fraudes bancárias e promessas de tra-balho.

Nos primeiros seis meses GNR registou 16 queixas

Como o Semmais tinha avança-

do em Outubro, a mesma GNR tinha registado nos primeiros seis meses deste ano 16 burlas contra idosos no distrito de Se-túbal, tratando-se de um crime que acabou por ser um dos te-mas da Operação Idosos em Se-gurança. Segundo o major Marco Cruz, os suspeitos identificados «são maioritariamente do sexo masculino, de nacionalidade portuguesa e, quase na sua to-talidade, cidadãos na idade ati-va», referiu o responsável pelas Relações Públicas da GNR, aler-tando que quando estão peran-te as vítimas, os burlões apre-sentam-se sempre com boa aparência e com uma «conversa extremamente convincente e cativante». Precisou ainda o major que «a atividade criminal de burla está em constante evolução, sendo possível detetar, fre-quentemente, o aparecimento de novos’modus operandi e de novos burlões que, atraídos pela obtenção de riqueza de forma fácil, exploram a boa-fé, a ignorância ou a ganância das pessoas burladas”.

Os responsáveis da AMA-lentejo vão relançar o tema da regionalização

administrativa num congresso agendado para 2 de Abril do pró-ximo ano e estão esperançados que este movimento possa es-tender-se ao país. O congresso, que decorrerá em Tróia, está a ser visto como «um ponto de partida para me-lhor se perceber a importância» deste desígnio consagrado na Constituição, explicou ao Sem-mais Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e um dos impulsio-nadores da iniciativa. Segundo o responsável, as quatro comunidades intermu-nicipais da região «estão muito envolvidas no processo e pre-tendem uma discussão supra-partidária, que demonstre a va-lidade dessa mudança política no país e nas regiões». Ceia da Silva, adianta que foram convi-dados responsáveis da Andalu-zia e Estremadura espanholas, uma região francesa ainda por confirmar, e a Toscânia, na Itá-lia, com mais de 30 anos de au-tonomia administrativa. «Não basta dizer que somos contra ou a favor, dai introduzirmos um painel dedicada às experi-

A presidente da Câmara de Setúbal, Dores Meira, viu--se obrigada esta sexta-

-feira, em conferência de im-prensa, a defender «o bom nome» da autarquia depois do que con-siderou ser uma semana «de ata-ques constantes» por parte da direção do clube sadino. Maria das Dores Meira acu-sou «inaceitável» que a direção vitoriana tenha avançado «com base num anteprojeto e sem au-torização prévia» com obras na Sala de Troféus Josué Monteiro e em outros espaços». A presidente, que já havia tornado público um corte de relações com a direção do clu-be sadino, afirmou na mesma conferência de imprensa, que entre 2002 e 2014 a autarquia apoiou o Vitoria de Setúbal em cerca de 6 milhões de euros em doações de terrenos e outros imóveis, apoios financeiros, em despesas variadas, incluin-do pagamentos de taxas de uti-lização de equipamentos des-portivos municipais. Com as posições extremadas, Dores Meira não participou nem se fez representar no jantar co-memorativo do 105.º aniversário do Vitória, como forma, disse, de demonstrar a «mágoa» em rela-ção à atual situação. Numa carta enviada os diri-gentes vitorianos, antes da con-

ferência de imprensa, a autarca havia sublinhado que «a câmara não vai permitir que os atuais di-rigentes do Vitória a responsabi-lizem pelas dificuldades do clu-be» e advertia não aceitar ser «bode expiatório das incapaci-dades da atual direção».

Fernando Oliveira condenado a três de prisão com pena suspensa

Entretanto, ontem, ficou a sa-ber-se que o presidente do clube sadino, Fernando Oliveira, foi condenado a três anos de pri-são, com pena suspensa, devido ao não pagamento de dívidas fiscais do clube. Vitor Hugo Valente, António Aparício e Paulo Oliveira, outros dirigentes do clube, foram absol-vidos, porque o coletivo de juízes deu anuência às declarações de Fernando Oliveira, segundo as quais “seria o único responsável pelos crimes praticados pela so-ciedade anónima desportivo da Vitória de Setúbal”. Na leitura da sentença, o juiz que presidiu ao coletivo do tri-bunal de Setúbal anunciou ainda uma pena de multa para a socie-dade desportivo do Vitória de 700 dias, a dez euros por dia. Em causa estavam o não pagamento de impostos que ascenderiam a vários milhões de euros.

ências já consolidadas, como são estes casos de regiões es-trangeiras próximas da nossa realidade», afirmou.

Objetivo é gerar movimento de pressão política

Dando o exemplo da aplicação dos fundos comunitários, Ceia da Silva sublinha que, caso houvesse hoje em Portugal uma verdadeira descentralização, poderíamos ga-nhar novas dimensões de cresci-mento. «Não é por acaso que paí-ses como a Alemanha têm taxas de execução de fundos muito su-

Congresso da AMAlentejo, em Tróia, quer colocar regionalização na agenda política

periores a Portugal», sublinhou. O reforço do poder local é outro dos painéis do congresso da AMAlentejo, cujas conclu-sões vão servir para «colocar na ordem do dia a descentrali-zação administrativa e gerar um movimento de pressão po-lítica, nomeadamente junto da Assembleia da República», acrescenta o dirigente. O congresso de Tróia vai envolver autarcas, comunida-de científica, movimento asso-ciativo e outras entidades, em-prestando à iniciativa um ca-rácter de cidadania.

Câmara de Setúbal e direção do Vitória extremam relações em semana agitada

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SOCIEDADE

O alerta é da Secção Sul da Ordem dos Médicos, que afirma a necessidade de reposição dos equipamentos roubados de forma urgente. Os doentes mais graves continuam a ser encaminhados para outras unidades de saúde. Este semana nenhum exame foi feito no Hospital do Barreiro.

A FALTA DE EQUIPAMENTOS PARA REALIZAR ENDOSCOPIAS ESTÁ A DEIXAR MÉDICOS E DOENTES PREOCUPADOS

Roubo de aparelhos endoscópicos no hospital do Barreiro leva médicos a lançar alerta

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

As pessoas não podem estar sem equipa-mentos de endosco-

pia. Se um médico pede um exame destes a um doente é porque o caso pode ser complicado. A situação tem que ser reposta rapidamen-te e não deverá passar desta

semana». O alerta é deixado ao Semmais pelo presidente da secção Sul da Ordem dos Médicos, Jaime Mendes, na reação ao desaparecimento de vários equipamentos da Unidade de Técnicas En-doscópicas do Hospital do Barreiro, que está a ser in-vestigado pela PSP por sus-peita de roubo, que terá ren-dido cerca de 200 mil euros. Os vários utentes que ti-

nham colonoscopias mar-cadas para esta semana fi-caram sem poder fazer os exames. Foi que aconteceu a Vítor Costa, que marcou presença no hospital se-gunda-feira de manhã, mas recebeu apenas a in-formação de que haveria «um problema grave» que impedia a realização do exame. O hospital passou-

-lhe ainda a declaração que atestava ter compare-cido naquela unidade de saúde, ressalvando que o exame não foi realizado. «Nem me quiseram dizer o que se passava, apesar de eu achar que tinha direito a saber. A minha situação exige algum cuidado», re-velou, admitindo que viria a ter conhecimento do roubo dos equipamentos

umas horas depois. O Centro Hospitalar Barreiro Montijo não re-velou o número de utentes que ficou sem realizar exame nestes dois dias, confirmando que durante o fim-de-semana desapa-receram «vários equipa-mentos da Unidade de Técnicas Endoscópicas».

Exames em hospitais de recurso levantam receios

Diz ainda o hospital que os exames agendados para ontem e hoje foram des-marcados e serão agenda-dos com a «maior brevida-de possível», estando a administração «a tentar encontrar uma solução que permita retomar a ati-vidade até ao final da se-mana». Contudo, acres-centa, nos próximos dias ou até normalização da si-tuação, os casos urgentes deverão ser encaminha-dos para outras unidades

do Serviço Nacional de Saúde. Já o representante da Ordem dos Médicos consi-dera o recurso a outras uni-dades de saúde uma alter-nativa a ter em conta, mas alerta conhecer casos de hospitais onde os equipa-mentos endoscópicos esta-vam obsoletos, ao ponto dos técnicos recusarem fa-zer exames receando per-furar o cólon, como suce-deu no Hospital do Litoral Alentejano. «O material foi encomendado, mas ao fim de vários meses ainda não tinha chegado», relata Jai-me Mendes. A falta dos aparelhos no hospital do Barreiro foi detetada segunda-feira quando os primeiros fun-cionários entraram ao serviço, depois da Unida-de Técnica de Endoscopia ter estado encerrada du-rante o fim-de-semana. Não havia sinais de ar-rombamento.

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MOITABIBLIOTECA FESTEJA ANIVERSÁRIO COM MUITAS ATIVIDADES PARA A INFÂNCIA No âmbito das comemorações do 22º aniversário, a bi-blioteca municipal de Alhos Vedros preparou duas inicia-tivas distintas para os seus leitores mais jovens.No dia 21, este sábado, pelas 15:30h, realiza-se a iniciativa “Sábados a Ler em Família”, dirigida a crianças maiores de 3 anos e famílias. Mais do que uma Hora do Conto, esta atividade, dinamizada por Mafalda Milhões, preten-de ser um encontro de palavras, ilustrações e leituras. Para a ilustradora/mediadora de leitura, a leitura experi-menta-se usando os cinco sentidos. Um ateliê a não per-der dirigido a crianças e famílias.Para o dia 28 de novembro, está agendada mais uma “Bi-blioteca Fora d’Horas”, dirigida a crianças dos 8 aos 12 anos, desta vez com um ateliê de ciência pela noite fora, dinamizado pela Centrifuga. As inscrições, gratuitas, de-vem ser efetuadas na biblioteca ou através do Telefone 212 021 227. É limitado a quinze participantes.

ALMADA CENTRO DE LAZER DE S. JOÃO GANHA NOVA IMAGEM

O antigo Centro de Lazer de S. João da Caparica renovou a sua imagem. Descubra o que mudou e como pode tirar partido deste alojamento local.Caparica Sun Centre – Water sports, leisure and urban life é o novo nome deste equipamento municipal, gerido pela Arribatejo – Agência de Desenvolvimento Local. Esta mudança pretende uma promoção mais eficaz deste alojamento no mercado internacional.Os hóspedes podem adquirir pacotes de dormidas a cus-tos reduzidos, que incluem experiências de surf, wind-surf, kitesurf, stand up paddle, yoga, passeios pela região e muito mais.O aluguer do espaço (para festas, estágios desportivos ou reuniões) aulas de ténis e de danças de salão são algumas das ofertas também disponíveis no Caparica Sun Centre.Se ainda não teve oportunidade de visitar este espaço tu-rístico, navegue no site e descubra como pode tirar parti-do deste equipamento, a dois minutos a pé das praias da Costa. O Caparica Sun Centre localiza-se na rua Bernar-do Santareno, n.º3, em Santo António da Caparica, Costa da Caparica.

SEIXAL 16.ª FESTA DO CINEMA FRANCÊS PASSA PELO CONCELHO A 16. ª Festa do Cinema Francês chega ao Seixal nos dias 27 e 28 de novembro. Durante dois dias, o auditório munici-pal do Fórum Cultural do Seixal recebe um drama policial e dois documentários, um deles para público escolar. As sessões escolares são uma grande aposta desta edição, cujo objetivo é ajudar a construir o público de amanhã.A Festa do Cinema Francês é organizada pelo Institut Français du Portugal, a Embaixada de França e a Rede das Alliances Françaises e mostra a diversidade de géne-ros e a qualidade e vitalidade da criação cinematográfica francesa. Este ano, a iniciativa passa por 18 cidades, com uma programação que integra 60 filmes, 41 antestreias e 7 antestreias mundiais, 10 filmes de animação e 15 pri-meiros filmes.

GRÂNDOLA FEIRA DO LIVRO COM ATIVIDADES PARA TODOS OS GOSTOS A biblioteca municipal promove a 31.ª Feira do Livro que abre ao público no dia 27, às 21 horas, com mostra e ven-da de livros de vários géneros literários, dirigidos a dife-rentes grupos etários, com propostas que vão dos clássi-cos da literatura às mais recentes novidades do universo das letras. Até 8 de Dezembro, o evento apresenta aos amantes da leitura centenas de livros que traduzem a participação das mais representativas editoras nacionais, a preços especiais.A feira apresenta a 5 de dezembro “Politica a Páginas Tantas”. Uma iniciativa que vai reunir na biblioteca os autores de três livros que abordam os meandros da po-lítica nacional: “Cercado – Os Dias Fatais de José Sócra-tes”, de Fernando Esteves; “O Independente – A Máquina de Triturar Políticos”, de Filipe Santos Costa e Liliana Va-lente e “Predadores - Tudo o que os Políticos Fazem Para Conquistar o Poder”, de Vítor Matos.“Afinal o Íbis” pela Associação Artística Andante é o pri-meiro dos três espetáculos que integram a programação da feira. É dirigido a bebés e crianças até aos 5 anos.No dia 4 de dezembro, o Cine Granadeiro recebe “Ca-mões é um Poeta Rap”, um espetáculo da Artes Perfor-mativas de Beja, que apresenta a lírica de camões através dos ritmos Rap e Hip Hop. “O Gigante Egoísta”, pelo Te-atro Lanterna Mágica, é a proposta para dia 8 de dezem-bro na biblioteca.

ALCOCHETE EXECUTIVO APROVA IMI E INCENTIVOS À REABILITAÇÃO URBANAAs taxas do Imposto Municipal sobre Imóveis para 2016, no município, foram fixadas em 0,8 por cento para os prédios rústicos e em 0,45 por cento para os urbanos.O executivo tomou esta deliberação, por unanimidade, na reunião de Câmara do dia 11, realizada na Fonte da Se-nhora, em que foram também aprovados benefícios fis-cais para “ações de reabilitação” nos núcleos urbanos de Alcochete, Samouco e S. Francisco.No que respeita ao IMI, na Área de Reabilitação Urbana do Núcleo Antigo de Alcochete e nas zonas urbanas dos núcleos antigos das freguesias de Samouco e de S. Fran-cisco, os proprietários vão beneficiar de uma redução de 30 por cento na taxa a aplicar aos prédios urbanos que sejam objeto de “ações de reabilitação”, bem como uma redução de 20 por cento da taxa de IMI aos prédios urba-nos habitacionais arrendados, que sejam objeto de ações de reabilitação.

LOCAL

BARREIROOPÇÕES PARTICIPADAS OUVEM POPULAÇÕES SOBRE O PLANO DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO PARA 2016 A Câmara Municipal do Barreiro do Barreiro está a pro-mover um conjunto de Opções Participadas com a Po-pulação do Concelho, com o objetivo de transmitir infor-mações sobre o Plano de Atividades e Orçamento para 2016. Será também uma ocasião para os munícipes co-locarem as suas questões sobre o Barreiro aos eleitos da Câmara Municipal e das Freguesias. O calendário das Opções Participadas, sempre às 21h30, é o seguinte: Alto do Seixalinho – Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças” (23 novembro); Barreiro – Moto Clube do Barrei-ro (26 novembro); Palhais – Grupo Recreativo e Desportivo de Palhais (2 dezembro); Santo André – Galitos Futebol Clu-be (4 dezembro); Santo António da Charneca – Grupo Recre-ativo União Penalvense (7 dezembro); Verderena – auditório da Junta de Freguesia da Verderena (9 dezembro).

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SETÚBALSALMONETE É REI EM OITO DEZENAS DE RESTAURANTESOito dezenas de restaurantes de Setúbal apresentam ementas especiais no Festival do Salmonete, a realizar de 21 de novembro a 6 de dezembro, evento gastronómico que inclui ainda uma sessão de cozinha ao vivo.Os restaurantes envolvidos na iniciativa impulsionada pelo município servem receitas tradicionais deste peixe, nomeadamente o típico salmonete grelhado, bem como propostas mais inovadoras.No último dia do festival, a 6 de dezembro, há uma sessão de cozinha ao vivo a partir das 18 horas, na Casa da Baía, com o chef João Oliveira, do restaurante Casa do Mar, a preparar várias receitas, degustadas depois pelos presentes.As inscrições para participação na sessão “Aromas Ver-melhos da Arrábida” devem ser feitas até ao dia 3 de de-zembro, na Casa da Baía. A entrada custa seis euros.O Festival do Salmonete, organizado com o apoio das empresas Lallemand, Coca-Cola e Makro, é um dos eventos gastronómicos que a autarquia desenvolve ao longo do ano com o objetivo de promover os produtos regionais e de apoiar a dinamização da restauração local.

SESIMBRA PETIÇÃO RECLAMA ESCOLA SECUNDÁRIA EM QUINTA DO CONDE Uma delegação composta pelo presidente da Junta de Fre-guesia da Quinta do Conde, Vítor Antunes, em represen-tação do município, e pelas associações de Pais da Escola Básica Integrada da Quinta do Conde, da Escola Michel Giacometti e do Agrupamento de Escolas da Boa Água, entregou no início de novembro, na Presidência da Assem-bleia da República, uma petição com seis mil assinaturas, pela construção da escola secundária na Quinta do Conde.O documento foi acompanhado de um ofício, dirigido ao presidente da Assembleia da República, que solicita priori-dade no tratamento do assunto, e no qual estão expressas as preocupações da comunidade com a falta de uma esco-la secundária na freguesia, que tem motivado «a saída de muitos estudantes para escolas de outros concelhos, o que, para além de ter reflexos no rendimento escolar, representa encargos acrescidos para as famílias e autarquia». Após a entrega da petição, a delegação de Sesimbra foi recebida por representantes de todos os grupos parla-mentares.

SANTIAGO DO CACÉM ALUNOS DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTIAGO RECEBEM CERTIFICADOS DE EXCELÊNCIA O auditório municipal António Chainho, em Santiago do Cacém, recebeu, no dia 6 de novembro, as cerimónias de Entrega de Certificados de Excelência (4.º, 5.º e 6.º anos) e de Entrega de Certificados de Excelência e Diplomas de Conclusão do Secundário (7.º, 8.º, 9.º, 10.º, 11.º e 12.º anos) aos alunos do Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém.Familiares e amigos não faltaram a um momento sempre emotivo, que premiou os alunos que mais se destacaram no ano letivo anterior e que contou ainda com momentos musicais que abrilhantaram a tarde/noite. O vereador da Educação da CMSC, Norberto Barradas, marcou presença nas duas cerimónias e endereçou os «parabéns aos alu-nos distinguidos», fazendo «votos de que este conjunto de pessoas e entidades continue motivado e empenhado em contribuir para educar e formar adultos de sucesso para o futuro», referindo-se a alunos, pais, professores e agrupamento de escolas. «Poderão sempre contar, como até aqui, com a Câmara Municipal de Santiago do Cacém», assegurou.O Litoral Alentejano conta, nesta fase, com 12 médicos ao abrigo do acordo entre Portugal e Cuba.

SINES MUNICÍPIO ABRE CANDIDATURAS PARA BOLSAS DE ESTUDO PARA O ENSINO SUPERIORAs candidaturas para as bolsas de estudo do ensino su-perior, relativas ao ano letivo 2015/2016 continuam aber-tas até ao próximo dia 9 de dezembro de 2015.A bolsa de estudo individual a atribuir pela autarquia de Si-nes tem o valor de mil euros ou, no caso dos alunos que fre-quentem a Universidade Aberta, o valor de quinhentos euros. Os formulários para a realização da candidatura, dispo-níveis no site da autarquia, devem ser entregues, junta-mente com toda a documentação requerida, no Serviço Administrativo da Divisão de Intervenção Social,sito nos Paços do Concelho.Para esclarecimento de dúvidas, contactar os serviços através do telefone 269 630 669 ou do endereço de cor-reio eletrónico [email protected].

ALCÁCER DO SAL OFICINA DOS SONHOS ATRAI ATENÇÃO DE 750 CRIANÇAS Cerca de 750 crianças do pré-escolar e 1.º ciclo do ensi-no básico do concelho continuam a participar, até 16 de dezembro, na 10.ª Oficina dos Sonhos que este ano tem como ponto de partida a adaptação do conto de Chris Powlin “O presente-surpresa do rei Jeremias”.A animação de natal, levada a cabo pelo município, atra-vés da Oficina da Criança e da biblioteca municipal, vai ter lugar no Santuário do Senhor dos Mártires, na cidade, entre as 9h30 e as 12h30, mediante marcação prévia jun-to da biblioteca.A proposta consiste na dramatização da história “O presente-surpresa do rei Jeremias”, sendo as próprias crianças atores ativos que interagem e participam na en-cenação do conto em que o rei nunca está satisfeito com o presente que recebe na manhã de natal. Através desta animação os mais novos serão sensibilizados para o ver-dadeiro valor das coisas em contraposição com o con-sumismo. Em seguida realiza-se um ateliê de expressão plástica, no qual criarão um presente de natal baseado no conto para levarem para casa.Uma das novidades da Oficina prende-se com a lição que o rei Jeremias aprende de que oferecer algo aos outros também nos dá grande alegria. Neste âmbito, as crianças serão sensibilizadas para a questão do abandono de ani-mais. Já em contexto escolar, a pequenada vai ser convi-dada a pensar que presentes podiam estes animais que-rer, entregando-os depois nas escolas para que a Oficina dos Sonhos os faça chegar à associação.

LOCAL

PALMELA CAMINHA E AÇÃO DE LIMPEZA NA SERRA DO LOURO A Câmara Municipal de Palmela promove, este domingo, dia 22 de novembro, a ação de limpeza intitulada “Uma mão pelos trilhos”, na Serra do Louro, em pleno Parque Natural da Arrábida. Esta iniciativa, inserida nas come-morações do Dia da Floresta Autóctone, tem como ponto de partida a Alameda 25 de Abril, em Palmela, às 9 horas, e percorre uma distância de dez quilómetros, em cerca de três horas. A autarquia disponibiliza, para o efeito, material de apoio, nomeadamente luvas, sacos e espetos, bem como apoio logístico, com o transporte dos resídu-os recolhidos.Esta é, também, uma oportunidade de voluntariado jo-vem, através do programa municipal “Agir de corpo in-teiro”, para pessoas com idades compreendidas entre os 12 e os 30 anos. A ficha de inscrição está disponível em www.juventudeinteractiva.org. Os interessados devem inscrever-se através do telefone 212 336 692 ou do e--mail: [email protected].

MONTIJO MUNICÍPIO ELOGIA CENTRO DE PROTOTIPAGEM DA EPM A Escola Profissional do Montijo (EPM) tem em funcio-namento um projeto inovador: o Centro de Prototipagem, que foi inaugurado no passado dia 12, pelo edil do Montijo, Nuno Canta.O autarca considerou que o Centro de Prototipagem vai beneficiar a «escola e a cidade. É um espaço aberto à comu-nidade, um espaço de oportunidades e de concretização de projetos reais. Uma infraestrutura inovadora que estimula a criatividade, o empreendedorismo e a inovação».João Martins, presidente da Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo/EPM, realçou, igualmente, a utilização do Centro por toda a comunidade: «aquilo que pretendemos é que a comunidade montijense, sobretudo a mais jovem, possa utilizar este espaço, e que, de alguma maneira, possam sair daqui ideias e produtos que se traduzam numa ocupação profissional»..O projeto representou investimento de 52 mil euros, dos quais 19 mil euros provenientes da Fundação EDP. Está equipado com máquinas de comando numérico computo-rizado e impressoras a laser e a 3D, que permitem trabalhar materiais com dureza baixa, como acrílicos e madeira.Como o Instituto de Segurança Social não financiou o Cen-tro de Prototipagem e a EPM encontrou na Fundação EDP o apoio financeiro necessário para avançar com o projeto.

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SETÚBAL CIDADE EUROPEIA DO DESPORTO

Associação das Capitais e Cidades Europeias do Desporto confiou bandeira à presidente Dores Meira em Bruxelas

SetúbalCidade Europeia do Desportovai ser por um ano a capital desportiva em Portugal

Agora que lhe foi entregue a bandeira de “Cidade Europeia do Desporto”, Setúbal vai ser a capital desportiva do país durante o próximo ano. A distinção é um «orgulho» mas também uma responsabilidade. Há um mega programa na forja e uma estratégia com marcas para ganhar o futuro. No projeto, o município quer envolver toda a gente.

TEXTO RAUL TAVARESIMAGEM SM

Mesmo sem a presença de José Mourinho, que com a Olímpica Rosa

Mota, apadrinham o evento, Se-túbal tornou-se oficialmente, quarta-feira, no Parlamento Eu-ropeu, “Cidade Europeia do Des-porto 2016”. Foi a presidente Maria das

Dores Meira, que fez deslocar a Bruxelas, capital da União Euro-peia, uma comitiva orgulhosa, a receber das mãos do líder da ACES (Associação das Capitais e Cidades Europeias do Despor-to), Francesco Lupatelli, a ban-deira que, a partir de agora, con-sagra a cidade sadina com esse título. «Estou feliz e emociona-da, pois é uma honra receber esta distinção», desabafou o edil

VOLTA A PORTUGAL REGRESSA 40 ANOS DEPOIS, MAS HÁ MUITO MAIS

O ano desportivo em Setúbal vai ficar marcado pelo regresso a terras do Sado da Volta a Portugal, com uma etapa, já confirmada, para 6 de Agosto. Trata-se de uma grande conquista, já que a última vez que a prova rainha do ciclismo nacional passou por Setú-bal faz quarenta anos. Para lhe aumentar a dimensão, será a penúltima etapa, onde pra-ticamente tudo se decide.Em ano de Jogos Olímpicos, o que foi considerado pelo vereador do desporto sadino, Pedro Pina, como uma «feliz coincidência», o próximo ano vai também trazer Setúbal, entre outras fases finais de modalidades tão diversas como Basquetebol, Andebol, Vo-leibol ou Vela, A FINA Olympic Marathon Swim Qualifier 2016, que garante a qualifica-ção de nadadores para os Jogos do Rio de Janeiro, no Brasil.O programa, que deverá estar ultimato nas próximas semanas, já tem apresentação ofi-cial agendada para 13 de Janeiro e pretende incluir desportos de todo o tipo e variantes, incluindo os que vão ter como palco, segundo os responsáveis camarários, os dois gran-des parques desportivos da cidade: A serra da Arrábida e o rio Sado.

na sessão realizada no Parla-mento Europeu. Ladeada por Rosa Mota e por elementos da comitiva sadina, já com a bandeira da “Cidade Euro-peia de Desporto” sob pano de fundo, a presidente do município acrescentou aos seus pares oriundos de várias cidades euro-peias que «Setúbal tem uma po-lítica de desenvolvimento des-portivo baseada na promoção do

desporto para todos e uma apos-ta forte no movimento associati-vo». Antes, Francesco Lupatelli, ao anunciar a entrega da bandei-ra, havia afirmado que a decisão do organismo que preside em re-lação à aprovação da candidatu-ra de Setúbal se ficou a dever ao facto de a autarquia «ter muito trabalho desenvolvido na área do desporto». E José Manuel

Fernandes, presidente honorário da ACES Europa, que é também eurodeputado do PSD, não se ro-gou em elogios: «Setúbal como Cidade Europeia de Desporto enche-nos de orgulho», desta-cando os padrinhos da iniciativa sadina como «duas figuras mun-diais do desporto em áreas dife-rentes, a campeã Rosa Mota e José Mourinho, o melhor treina-dor do mundo».

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SETÚBAL CIDADE EUROPEIA DO DESPORTO

Foi uma honra para mim fazer parte desta candidatura que conseguimos vencer. O mérito é do município por tudo o que tem vindo a fazer pela formação no desporto, pelo movimento associativo e pelo desporto para adultos.

VEREADOR DA TUTELA QUER GANHAR MAIS PRATICANTES E PÚBLICO

A iniciativa está a ser encarada pelo vereador que tutela a área da cultura e do desporto como um «grande desa-fio», capaz de envolver para além da Câmara e dos seus técnicos, todo o movimento associativo local, do des-porto à cultura, os clubes e até o setor empresarial, que vai ser chamado à tarefa da responsabilidade social. Para Pedro Pina, esta é uma «grande e única oportuni-dade» de, para além da promoção e divulgação da ima-gem da cidade e dos seus clubes, atletas e modalidades, para «ganhar mais praticantes, mais público e mais di-namização desportiva» em todos os planos. «O nosso desafio é concretizar um projeto de trás para a frente com confiança, e chegar ao final a afirmar que valeu a pena. Não tenho dúvidas de que em 2017 vamos ser um concelho com mais força, mais qualidade de vida e com bem-estar da população».Outra das variáveis que o autarca pretende dinamizar prende-se com a população escolar, pelo que vão ser pro-gramados eventos específicos, não só na componente prática, mas também em termos formativos. Uma das ini-ciativas já confirmadas com o Comité Olímpico Português visa imbuir os jovens estudantes para os valores desporti-vos, da ética ao compromisso e à responsabilidade. E para que nada fique de fora, o ambicioso programa vai casar também com atividades culturais, como cinema, teatro e dança. «Queremos que Setúbal incorpore ver-dadeiramente o espírito da cidade europeia do desporto em todas as suas dimensões», afirma Pedro Pina.

Rosa Mota e a carta de José Mourinho

Como é evidente a ausência de José Mourinho foi amplamente notada. O treinador do Chelsea alegou «questões de ordem pro-fissional de última hora», como motivos para a sua não desloca-ção a Bruxelas. Foi Maria das Do-res Meira quem o anunciou à co-mitiva vinda de Setúbal logo à chegada ao hotel. Mais tarde, já no Parlamento Europeu, a asses-soria de comunicação da Câmara de Setúbal divulgou aos jornalis-tas presentes a carta de Mouri-nho, na qual o treinador reforça-va «desejos sinceros de que tudo corra pelo melhor», transmitindo palavras de conforto «como pa-trono» do projeto. «Quero mani-festar mais uma vez o meu apoio e incentivo à iniciativa», podia ler-se na carta enviada à presi-dente Dores Meira. Também no centro das aten-ções, já no plenário, Rosa Mota seria alvo de um forte aplauso, à medida de uma campeã olím-pica que o mundo desportivo não esquece. A atleta, que foi sempre uma das mais animadas presenças na comitiva sadina, afirmou estar «muito satisfeita pela distinção atribuída» e lem-

brou ao Semmais as suas liga-ções a Setúbal, nomeadamente pelo facto de ser, também, ma-drinha da Escola N. 5, em Setú-bal, onde se desloca assidua-mente para confraternizar com professores, responsáveis e alunos daquele estabelecimen-to de ensino. «Foi uma honra para mim fa-zer parte desta candidatura que conseguimos vencer. O mérito é do município por tudo o que tem vindo a fazer pela formação no desporto, pelo movimento asso-ciativo e pelo desporto para adultos», disse a medalha de ouro olímpica, da célebre mara-tona de Seul, em 1988.

A quarta cidade portuguesa distinguida

Com esta atribuição, Setúbal pas-sa a ser a quarta cidade portu-guesa a ser distinguida pela ACES Europe, criada em 2001, com a bandeira de “Cidade Europeia do Desporto”, depois de Guimarães (2013), Maia (2014) e Loulé (2015). Na mesma sessão foram atribuídas distinções do mesmo nível a cerca de duas dezenas de outras cidades e comunidades europeias e conhecidas as cida-des Capital Europeia do Des-

porto até 2020, nomeadamente Praga, em 2016, que se apresen-tou em Bruxelas com um forte apoio de marketing, Marselha, em 2017, Budapeste, em 2018, e Málaga, em 2020. Recorde-se que a decisão de atribuir a Setúbal a chancela de “Cidade Europeia do Desporto” foi conhecida a 11 de Julho, numa conferência de imprensa, em que o presidente da ACES Europe destacou “o potencial desportivo local, em termos de recursos naturais e de equipa-mentos, e a aposta no conceito de “Desporto para todos”. Na formulação da decisão, esteve igualmente presente, se-gundo o presidente da ACES, Francesco Lupatelli, a associa-ção feita com o mar e o rio que banham Setúbal, associados aos desportos náuticos, bem como a serra da Arrábida, como «local de excelência para a prá-tica desportiva».

Rosa Mota

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POLÍTICA

O líder da Associação Mutualista Montepio Geral esteve em Setúbal para uma sessão de esclarecimento. Garantiu que a Associação vai continuar a ser a «cabeça do grupo» e prometeu novos projetos sociais, em nome dos valores da maior associação do género da Península Ibérica.

CANDIDATO A PRESIDENTE DA LISTA A NA CORRIDA À ASSOCIAÇÃO MUTUALISTA PROMETE PERPETUIDADE E CONFIANÇA NA ECONOMIA SOCIAL

Tomás Correia garante em Setúbal que associação mutualista Montepio Geral vai continuar a ‘controlar’ a Caixa Económica

O BlueBiz - Parque Empresarial da Península de Setúbal acolhe o AED DAYS 2015

TEXTO RAÚL TAVARESIMAGEM SM

O líder da associação mutu-alista Montepio Geral, Tomás Correia, que se re-

candidata ao cargo nas eleições agendadas para dia 2 de Dezem-bro, garantiu, esta semana em Setúbal, que «a Associação, como cabeça do grupo Monte-pio, incluindo a caixa económi-ca, está forte, tem futuro e vai continuar a lutar pelos valores e ética sociais, em nome das pes-soas e dos portugueses». Tomás Correia que deixou a presidência do banco Montepio Geral em Maio deste ano, ao abrigo de alterações regulatórias que obrigaram a uma separação orgânica de gestão da Caixa Eco-nómica e da Associação Mutua-lista, afiançou que «o novo mo-delo de governação não vai

alterar os poderes políticos da associação face a todas as em-presas do grupo, dos seguros à banca, da gestão de ativos às áre-as da saúde». O rosto do Montepio Geral desde 2007, que decidiu recandi-datar-se à liderança da Associa-ção Mutualista para «manter a sua perpetuidade e sustentabili-dade no futuro», reforçou a ideia de confiança numa instituição que detém hoje mais de 650 mil associados, a mais antiga da pe-nínsula ibérica e uma das maio-res da Europa. «Somos um gran-de grupo da economia social, que emana da sociedade civil. Sempre foi assim e connosco as-sim se manterá em nome dos va-lores que defendemos. Vamos incrementar esse desígnio am-pliando, com a nossa experiên-cia, novas parcerias com as insti-tuições de solidariedade social», disse Tomás Correia.

O AED DAYS 2015 é um evento internacional de networking entre empre-

sas nacionais e estrangeiras, ins-titutos de Investigação e Desen-volvimento ligados aos sectores de Aeronáutica, Espaço e Defesa e reúne os grandes players da in-dústria aeronáutica, pequenas e médias empresas ligadas ao sec-tor, assim como centros de in-vestigação com projetos nesta área, provenientes de toda a Eu-ropa. Com organização da AED Portugal – Federação Portugue-sa das Indústrias de Aeronáutica, Espaço e Defesa e da Câmara de

O líder da Lista A na corrida eleitoral, acentou que esse desa-fio implica «projetos de futuro e sustentáveis» em múltiplas áreas onde a marca Montepio já lidera, como as unidades residenciais para idosos, nos apoios domicili-ários, mas também nos cuidados de saúde primários ou paleativos. «Partimos com experiência acu-mulado, mais conhecimento e sobretudo muita ambição», acrescentou na sessão de esclare-cimento perante uma vasta pla-teia de associados e funcionários do grupo ligados ao distrito. Numa avaliação ao grupo, nomeadamente no que se refere à Caixa Económica, agora lidera-da por José Felix Morgado, To-más Correia disse que os perfis de associados, clientes e empre-sas, setor e setor «são dos mais jovens em Portugal», o que signi-fica que a dimensão de futuro está assegurada. «Sempre fomos

um motor de mudança e soube-mos sempre aproveitar as opor-tunidades mesmo em tempos de crise. Temos provas dadas e a segurança de não nos desviar-mos dos valores éticos, em nome das pessoas, da economia social e do país», afirmou. Para provar o ciclo de reno-vação que a sua lista representa, apenas Tomás Correia e Carlos Beato se mantêm do anterior conselho diretivo da Associação Mutualista Montepio Geral.

Carlos Beato lembra crescimento de mais 100 mil associados

Carlos Beato, ex-presidente da Câmara de Grândola e figura da região de Setúbal, presente na iniciativa, um dos responsáveis pelo crescimento de associados no último mandato, lembrou a política de apoios do último mandato, nomeadamente junto

das instituições de solidariedade. «Estou aqui para dar a cara, prestar contas e assumir que há ainda muito a fazer, é esse o obje-tivo. Conheço hoje muito bem a família do Montepio e muito do que conseguimos fazer devemos a esses homens e mulheres que nunca regatearam esforços», fri-sou Carlos Beato, lembrando que sob a gestão desta equipa foram registados mais cem mil novos associados, sendo que vinte mil destes são oriundos da região. Elencou de seguida a política associativa da marca Montepio, com múltiplas parcerias, apoios e descontos, que resultaram em «mais de 30 milhões» para os seus associados. E deu o exem-plo das ruínas de Tróia, que po-dem ser visitadas a título gratui-to, mediante a apresentação do cartão de associado. E também, entre muitos outros, dos dois es-paços “Atmosfera M”, em Lisboa e no Porto, locais de «cidadania e solidariedade», por onde já pas-saram mais de 20 mil pessoas. Numa alusão aos adversários da Lista A, e aos críticos da ante-rior gestão da Caixa Económica, Carlos Beato lembrou que «al-guns dos que hoje se querem candidatar contra a candidatura de Tomás Correia, foram respon-sáveis pelo levantamento de muitas poupanças de clientes do Montepio». E acrescentou, «te-mos que estar alerta para estas campanhas de ataque ao poder». Recorde-se que a Comissão de Honra da lista de Tomás Cor-reia e Carlos Beato incluiu a pre-sidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira.

Comércio e Indústria Luso--Francesa (CCILF) e em parceria com a AICEP Portugal Global, este evento serve dois propósi-tos: promover parcerias de e com empresas portuguesas, es-pecificamente através da identi-ficação de novos fornecedores ou subcontratados e o de atrair e acompanhar a implantação de empresas francesas do setor em Portugal. A AED Portugal e a CCILF pretendem com a organização deste evento nos dias 19 e 20 de novembro de 2015 em Lisboa, le-var os atores do setor a debater os desafios que se perfilam no

horizonte dos próximos anos e consolidar o know-how e estra-tégias de desenvolvimento à es-cala mundial assim como refletir em conjunto acerca das possibi-lidades de parcerias no âmbito de projetos ou necessidades identificados. No dia 20, todos os partici-pantes têm a oportunidade de visitar o BlueBiz Global Parques - Parque Empresarial da Penín-sula de Setúbal. No centro de ne-gócios do BlueBiz haverá um en-contro que permitirá dar a conhecer as características do parque para a localização de em-presas do sector. A LAUAK, em-

presa instalada no BlueBiz, dará o seu testemunho. Seguir-se-á

uma visita ao Parque e à unidade industrial da Lauak.

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CULTURA

Clown internacional encena nova peça do Teatro Extremo

Abraço ao Zeca pelos Amigos de Coimbra

O clown internacio-nal, Joseph Collard, já está em Almada a

encenar “ Mythos”, a 47.ª criação do Teatro Extremo. “Mythos”, espetáculo dirigido a todos os públi-cos, é uma criação original sem palavras, com inter-pretação de Bibi Gomes, Fernando Jorge Lopes e Rui Cerveira, e tem estreia agendada a 22 de Janeiro de 2016, no Teatro-Estú-dio António Assunção, em Almada. Joseph Collard foi fun-dador da companhia belga Les Founambules em 1984 e integra desde 2009 o elenco do Cirque du Soleil, com o personagem Mestre Flipo em “Ovo”, tendo atuado nos EUA, México, Canadá, Aus-trália, Taiwan e Japão.

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A Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, com 33 anos

de existência, continua a lutar por um espaço ade-quado e amplo no centro da cidade. «Queremos ter umas instalações com condições para a boa práti-ca de dança e para uma es-tabilidade financeira, de forma a podermos desen-

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

Academia de Dança Contemporânea de Setúbal não desiste de lutar por um espaço condigno no centro da cidade

Os cortes financeiros do Governo e a ausência de um espaço amplo e condigno na baixa de Setúbal, há muito prometido pelo município, estão a deixar a direção da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal à beira de um ataque de nervos. O elenco diretivo promete não desistir de lutar pelos seus sonhos até porque assim teriam melhores condições de trabalho e oportunidade de oferecer à região um festival de dança de qualidade.

volver e expandir o nosso trabalho», frisa Iolanda Rodrigues, dos corpos di-retivos. O município prometeu arranjar instalações con-dignas para a ADCS, mas, a instituição, que tem for-mado importantes e gran-des bailarinos, continua a trabalhar num pré-fabri-cado, provisório, junto à Escola Profissional de Se-túbal, às Manteigadas, desde 2006. «Já nos foi

atribuído um terreno no Largo José Afonso mas, devido à intervenção do POLIS, ficou sem efeito. Esse terreno foi despois substituído, posterior-mente, pelo direito de su-perfície de um outro terre-no com uma área equivalente, na Quinta de S. José, cuja concessão foi aprovada em sessão pú-blica, não tendo sido feita, ainda, a respetiva escritu-ra. «Não vamos desistir de

encontrar uma solução para este problema, uma vez que essa será também uma forma de a Academia poder crescer financeira-mente, não ficando tão re-fém das variações das po-líticas do Ministério da Educação que nos têm causado graves proble-mas. Só graças ao nosso grande esforço e dedica-ção é que a instituição tem sobrevivido», sublinha Io-landa Rodrigues.

Iolanda Rodrigues re-velou ao Semmais que a instituição sonha em lan-çar, há algum tempo, um festival de dança em Setú-bal, mas, na realidade, «o encerramento do Forum Luísa Todi, durante vários anos, e as dificuldades fi-nanceiras e a exiguidade e localização das nossas ins-talações, têm feito adiar a sua realização, pois neste momento, a nossa maior preocupação é a sobrevi-vência da escola, pois não existe verba para lançar um festival com a qualida-de, profissionalismo e di-versidade, a que já habitu-ámos o nosso público e que consideramos que a cidade merece».

Cortes do Governo comprometem ordenados

No que diz respeito a difi-culdades financeiras, Io-landa Rodrigues queixa-se dos recentes cortes de sub-sídios do Governo, relem-brando que a Academia era patrocinada pelo Ministé-rio da Educação desde 1986. «Este ano sofremos

um corte de 42 mil euros relativamente ao subsídio do ano anterior, depois de nos termos candidatado ao contrato de patrocínio para este e para os próxi-mos dois anos, através de um concurso público», conta, acrescentando que após o protesto das várias escolas do ensino artístico, o Ministério da Educação resolveu «disponibilizar uma verba para ajudar a colmatar as dificuldades das escolas e abriu um concurso extraordinário, só que, até à data, não saí-ram os novos resultados e a ADCS está, desde Setem-bro, sem receber qualquer subsídio do Estado, nem nenhum outro apoio, situ-ação que começa a deixar a direção à beira de um ataque de nervos. «Nem sequer temos dinheiro para pagar os vencimentos do próximo mês», vinca. Na escola da ADCS es-tão inscritos 45 alunos nas classes de iniciação ao movimento e outros 42 no curso de formação de bai-larinos. A instituição tem 17 funcionários.

Em Portugal, participou em duas edições de Semen-tes - Mostra Internacional de Artes para o Pequeno Público (2002 / 2003) com “Les Founambules”. Em 2003, foi convidado pelo Extremo para encenar “Ve-lho Palhaço Precisa-se”, de Mátei Visniec.

Zeca Afonso “volta” ao palco do Fórum Luísa Todi, em Setúbal, no

próximo dia 28, às 21h30. Trata-se de uma ini-ciativa da Associação José Afonso (AJA), criada

em Novembro de 1987, ano em que o “poeta, an-darilho e cantor” abalou para outras paragens. O grupo Amigos de Coimbra irá animar o es-petáculo, reavivando a

memória e a obra imortal de José Afonso. «São amigos que bem o co-nheceram, e que com ele conviveram, cantaram e tocaram “ao vivo”, por ruas e palcos do nosso

país», sublinha fonte da AJA, que acrescenta «São amigos que integram ainda hoje o Grupo Jurí-dico de Canto e Guitarra e o Grupo Raízes de Coimbra».

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SEMMAIS | SÁBADO | 21 DE NOVEMBRO | 2015 | 13

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CULTURA

ALMADA21SÁBADO21H30MANDARIM CHEGA AO FIMTeatro Joaquim Benite

Na peça “O Mandarim”, de Eça de Queiroz, com dramaturgia de Pedro Proença e Teresa Gafeira, com encenação da mesma, ficamos a conhecer a história de Teodoro, o amanuense do Ministério do Reino que vê na morte de um mandarim decrépito a oportunidade de satisfazer as ambições burguesas que alimenta.

SETÚBAL21SÁBADO21H30MARINA E CUNHA JUNTOS EM REVISTAForum Luísa Todi

As empresas Marina Mota Produções e Desafios na Ribalta, em co-produção, apresentam o seu novo projeto “Juntos em Revista”. No elenco estão Marina Mota, Carlos Cunha, Érika Mota, António Vaz Men-des, Inês Curado e Hélder Agapito. Há muito humor, crítica social e política, música e dança.

MONTIJO21SÁBADO21H30BANDA DA 1.º DE DEZEMBRO DÁ CONCERTOTeatro Joaquim D´Almeida

A Banda da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, dirigida pelo maestro Rui Fonseca e Costa, apre-senta um concerto de homenagem a compositores que marcam a história da coletividade e do Montijo. Baltazar Manuel Valente, António Fortunato de Sou-sa, Paulino Gomes Júnior, António Onofre e Manuel Cola.

GRÂNDOLA21SÁBADO21H30PEDRO MESTRE APRESENTA NOVO CDTeatro Grandolense

O “mestre” da viola campaniça apresenta o seu mais recente CD em concerto “Campaniça do Despique”. Pedro Mestre evoca o mais genuíno toque de viola campaniça, que desde sempre acompanhou os cantes de improviso no Alentejo. Neste espctáculo, Pedre Mestre irá presentear o público com temas inéditos da sua autoria e modas do cancioneiro tradicional alentejano.

ALCOCHETE27SEXTA21HCASA DA MALTA ANGARIA FUNDOSForum Cultural

O Grupo Casa da Malta realiza um espetáculo musical para a angariação de fundos para a cons-trução da nova sede social. Este evento conta com a participação dos fadistas António Pinto Basto e Sara Lis Laureano e da banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898.

AGENDA

CONVITES PARA “NOITE DAS MIL ESTRELAS” E MOSTRA DE TEATRO DE ALMADA “A Noite das Mil Estrelas”, em cena no Casino Estoril, é um musical de Filipe La Féria que conta a história do Casino Estoril e da Costa do Sol desde as suas origens à atualidade. O musical faz reviver no palco os grandes artistas que ali atuaram. Alexandra, Gonçalo Salgueiro, Vanessa, Pedro Bargado, Dora, Rui Andrade, entre outros, são os prota-gonistas do espetáculo que apresenta um corpo de baile, coreografado por Marco Mercier, e três acrobatas. Também temos convites para a 19.ª Mostra de Teatro de Almada, que está a decorrer até dia 29 deste mês em vários palcos de Almada. Há convites para as peças “Einstein” (dia 13, 21h30); “A Festa” (14, 22h30); “Suave como fio de azeite” (15, 21h30); “Beremiz na terra plana” (19, 21h30); “A Cadeira” (20, 21h30); “Da Seda” (21, 21 horas); “Um carimbo para a viagem” (22, 21 horas); “Contos negros para os filhos dos brancos” (24, 14 horas); “Deus já foi mulher” (25, 21h30); “Dramas de princesas. A morte e a donzela” (28, 21h30) e “Quando é que vamos onde…” (29, 19 horas). Para ganhar os convites basta ligar 969 431 085 ou 918 047 918.

O Festival de Teatro do Seixal continua a decorrer até ao

dia 12 de dezembro em vá-rios palcos. Um dos princi-pais objetivos deste evento é a aposta na descentrali-zação para levar o teatro a toda a população. O evento acolhe atores e grupos consagrados, bem como grupos do con-celho que, embora amado-res, contam já com uma vasta carreira artística. São nove as peças que o público vai poder assis-tir. O festival promove gé-neros teatrais como o dra-ma, os monólogos e a comédia, onde os atores dão vida a personagens

A Rádio Azul, de Setú-bal, nas suas come-morações de 30

anos de rádio, está a lançar os castings para eleição da Miss Rádio Azul 2015. O evento dirige-se às jovens dos 17 aos 30 anos, que es-tão a ser selecionadas, através de castings. Estão a ser realizados pequenos vídeos e fotos que são efetuados com as jovens têm como destino a divulgação nas redes so-ciais (youtube e facebook) e na rádio com as entre-vistas. A meta será ter 20 par-ticipantes, por eliminató-

Arte da representação chega a vários palcos do Seixal

Miss Rádio Azul quer captar auditório feminino jovem

ria. A eliminatória de Azei-tão, no dia 29, às 15 horas, decorre na Quinta do Mos-catel, e em Setúbal, a 13 de-zembro, pelas 15 horas, no auditório da Escola Lima de Freitas. A final, com as mais bem classificadas dos dois eventos, acontecerá no iní-cio de 2016, ainda sem data nem local definido. A orientação e a pre-paração do desfile está a carga dos colaboradores Olívia Enguiça e Carlos Afonso. Alberto Antunes, dire-tor da rádio, realça que «o objetivo é trazer uma faixa

etária importante para a rádio (17-30 anos)». Os apoios para o even-

que retratam o dia-a-dia das pessoas, com as suas tragédias e alegrias. Este sábado, dia 21, às 21h30, tem lugar o espetá-culo “Rádio Cabaret”, pelo Teatro das Beiras, na So-ciedade Filarmónica União Arrentelense. No dia 27, à mesma

hora, “O Homem Que Olhou para o Céu e…Elas”, pelo Almagesto, pode ser visto na Escola Básica de Vale de Milhaços. “Aqui também cheira a Lisboa” sobe ao palco do Centro Cultural e Recreati-vo do Alto do Moinho, no dia 28, às 21h30, sob a ba-

tuta do Grupo de Teatro CCRArtes e Magias. No dia 4, a idêntica hora, “Variações de Amor”, de Paula Perdigão, pelos Trabalhadores de Sonhos, Projeto Ficções, vai estar na Sociedade Filarmónica Operária Amorense. No dia 5, às 16h30, che-ga ao cinema S. Vicente, “A minha escola”, do Projeto (Des)dramatizar, enquanto dia 11, às 21h30, há “Guerra É Guerra”, pelo Teatro Ex-tremo, no Clube Recreati-vo da Cruz de Pau. “Ana Bola sem filtro”, um monólogo com Ana Bola, fecha o festival, às 21h30, no dia 12, no Forum Cultural do Seixal.

to são do comércio local e da Junta de Freguesia de Azeitão.

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OPINIAOED

ITORIA

L

Raul TavaresDiretor

Uma bandeira do desporto para todos

O entusiasmo à volta da distinção de Setúbal como “Cidade Europeia

do Desporto 2016” é justificado, em especial pelos pilares que a ACES Europe define para este tipo de candidatura e projeto.Estamos a falar de uma iniciati-va que extravasa o desporto de competição, apesar de, como marca, ser relevante um programa que inclua iniciativas e eventos como o regresso à região da Volta a Portugal.O município, os seus responsá-veis políticos e os seus técnicos vão dispor de uma oportunida-de singular para deixar uma marca para o futuro, uma vez que está em jogo ampliar o número de praticantes como estratégia de saúde pública e bem-estar da população, em especial dos mais jovens.O trabalho que a autarquia de Setúbal e de muitas outras da região neste domínio é de louvar, em orçamentos curtos, mas com iniciativas ao longo do ano, envolvendo grandes franjas da população e dinamizando o seu setor associativo.São estes pilares que estão subjacentes à política da ACES no contexto do desporto para todos na Europa. Cabe agora a Setúbal mostrar que esta oportunidade seja levada a sério e que, no final, fique uma nova dimensão para a cidade e para os seus residentes.

Um dia, ainda criança, vendo/ouvindo uma notícia sobre a Volta a

França, onde o saudoso Joa-quim Agostinho fazia uma vistaça, ouvi o comentador referir que foi uma pena não ter ganho a prova, mas que ficaria para o ano seguinte.Eu, que desde novo me habituei a não deixar de acreditar, em nada, enquanto for possível concretizar, comentei com um tio meu que ainda faltava uma etapa e que se o nosso querido Agostinho encetasse uma fuga, quem sabe se não conseguiria ganhar. Foi então que me foi explicada uma regra da vida, de desportivismo e que se aplicava em muitas variáveis da nossa existência – no dia seguinte, apesar do que eu disse ser possível, havia uma compro-

Volta da Consagração

Primeiro explicar o II que consta no título. Quinze dias atrás escrevi uma

crónica sobre os resultados do turismo em 2014, na nossa região, numa avaliação exausti-va município a município.A descrição libertou muito pouco espaço para um registo de análise e interpretação. Na prática juntar às quantidades as percetíveis qualidades. Na altura deixei prometida uma segunda crónica com estes precisos objetivos. Aqui está ela.Em síntese, 2014 foi um ano como não tenho memória. E não foi, garanto-vos, por ter perdido a memória. Claro que já tivemos anos bons e anos muito bons. Mas nunca um ano em que todos, rigorosamente todos, os municípios cresceram. E cresceram robustamente. De Alcochete a Sesimbra os 9 municípios da Península de Setúbal passaram todos os seus limites anteriores.Senão vejamos: 877.413 dormi-das em todos os meios de alojamento (exceção para o campismo). O melhor resultado de sempre. Portugal cresceu 17%, a Península de Setúbal 22%. A Península de Setúbal vale agora uma quota de 7,7% no turismo da Região de Lisboa. Um peso reduzido? Sim. Mas maior que no ano anterior (2013) em que valia 7,3%. Desde 2009 que não tínhamos uma quota de mercado tão significa-tiva. E, como sabemos, o caminho faz-se a caminhar. O

importante é assim o sentido do caminho. E o sentido é o de que estamos a reinventar os conceitos e as opções do turismo na região. E não estou a falar das instituições e da administração (que também está a dar o seu contributo, muitas vezes decisivo) mas sim das empresas e dos seus empresários e trabalhadores.Uma primeira mudança é a integração regional. Estamos na Região de Lisboa. E não numa qualquer Região de Lisboa de segunda opção. Estamos por isso, e finalmente, a aproveitar as dinâmicas da região turística mais dinâmica do país.As ofertas turísticas de Almada (alojamento; surf; restauração; noite) não têm qualquer problema em assumir-se, no mundo global, como parte da oferta de Lisboa. Aproveitando assim a notoriedade de Lisboa, os fluxos crescentes de turistas que chegam ao aeroporto e colocando o que têm para oferecer na “equação” do turismo, comunicando com uma marca e uma referência que os turistas conhecem, sem deixar de referir o que têm de único e de particular. Almada e a Caparica deixaram de ser o que eram? Claro que não. Apenas passaram a comunicar e a “posicionar-se” no mercado de outra forma. E este posicio-namento fez só de Almada o mais importante destino turístico da Península de Setúbal. Obviamente que esta

não é a solução única. Soluções únicas são ilusões que aliás não existem.Palmela, Sesimbra e Setúbal aventuram-se a seguir um outro caminho com resultados igualmente relevantes: a partir da casa comum que é a Arrábi-da comunicam vinhos, gastro-nomia e turismo de natureza. Mais focados em menos prioridades e mais objetivos no que comunicam.Quando Marla Cimini, jornalista do USA Today, considera o Mercado do Livramento (em Setúbal) como um dos 10 melhores mercados de peixe no mundo, acreditem que ela sabe do que fala. Porque conhece o mundo e porque percorreu, em particular na Ásia, dezenas e dezenas de mercados de peixe.Como podem imaginar esta jornalista não caiu do céu, não esteve na nossa região por acaso. O que devemos reter, da sua vinda e da sua notícia que tanto relevo teve no “mundo” do turismo, é de que o essencial não foi o convite que lhe foi feito para nos visitar. O essen-cial foi a sua própria perceção de que valia a pena vir, a sua curiosidade e, depois, já cá, a

confirmação de que temos valo-res únicos.Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Seixal (e a tão próxima Vila Franca de Xira) procuram, desta vez, no Tejo um caminho para o turismo. Um caminho que certamente não é fácil. Um caminho que não é de curto prazo. Mas um caminho que tenta conseguir juntar a Reserva do Tejo, o birdwatching, o turismo equestre (junto com a cultura do vinho e da vinha como em Rio Frio), as embarca-ções tradicionais (e, interessa tanto sublinhar, as empresas marítimo-turísticas que começam a oferecer percursos em embarcações típicas do Tejo), o mundo rural, o patrimó-nio industrial.Agora imaginem que a “Porte-la+1” vai ser no Montijo? Estão mesmo a imaginar?De Tejo, de Arrábida e de Almada se vai construir o turismo na nossa Região. Mas vai ser construído com pessoas e não com nomes, conceitos e estratégias (para as quais já não existe a mínima paciência).Vamos então a partir da tradição (essa, a nossa) inventar novas tradições.

Resultados do Turismo em 2014 (II).Entre a interpretação e a dúvida.

misso de honra, que todos respeitavam, e a última etapa de uma Volta é de consagração. O camisola amarela só não ganha se por algum motivo não conseguir terminar a etapa. Senão, os seus adversários rendem-lhe essa homenagem e não atacam. Não por um imperativo legal, ou formal, mas por um imperativo moral. E cumprir um imperativo moral é o que nos distingue dos ani-mais. Lição aprendida. E tenho-a seguido ao longo da minha vida.Na política, fenómeno que acompanho com atenção desde novo, fui ensinado que que o partido mais votado nas eleições para a Assembleia da República, é convidado a formar governo e o segundo partido, mesmo que com outros

partidos forme maioria, tem o decoro moral de perceber que não ganhou as eleições e, não tenta formar governo à força.Fá-lo, ou melhor, tem-nos feito, no pressuposto de que as pessoas apesar de votarem para elegerem os seus representan-tes na Assembleia da república, do ponto de vista formal, no fundo, todos sabemos e intuí-mos que estão a votar para a eleição do Primeiro-Ministro.No fundo, as pessoas fazem um raciocínio lógico e, se votam para eleger deputados, mas depois o partido mais votado é convidado pelo Presidente da república a formar Governo, então, no seu simplismo de pensamento, atalham caminho e assumem que estão a votar directamente para eleger um primeiro-Ministro.

política, o Dr. António Costa, que após o sucesso do assalto ao poder perpetrado no seu próprio partido há uma no, replicou esse assalto, em dimensões nacionais e está prestes a tornar-se o Primeiro--Ministro mais indesejado da nossa jovem democracia.Aprendi, muitos anos depois, que nem todos os Seres Humanos respeitam a volta de consagra-ção. Algum dia teria de perceber que de facto há homens e Homens e cada um sabe a forma como quer ser recordado.

TURISMO SEMMAIS

JORGE HUMBERTO SILVACOLABORADOR

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

PAULO EDSON CUNHA VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL

Mais acima disse, e bem, que até agora os representantes dos partidos com aspirações ao poder, quando derrotados, assumem essa derrota, primeiro perante o país, depois até perante o seu próprio partido, demitindo-se, e viabilizam que o partido mais votado governe. Podem negociar um acordo parlamentar, ou até integrarem esse governo, mas nunca, em hipótese alguma, obstaculizam esse desiderato.Ora, isso aconteceu até apare-cer um “Chico-Esperto” da

Diretor Raul Tavares | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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OPINIAO

A crise dos refugiados é também a crise de uma Europa que parece, para

já, não saber gerir tal situação. É, por isso, grande a responsabili-dade das escolas e das novas gerações, já que são convidados, inevitavelmente, a assumir um papel ativo na mudança das mentalidades e a contribuir, desta forma, para a resolução deste problema. Assim, este fenómeno social, resultado de processos migratórios forçados, deve ser estudado, divulgado e ensinado para ser, efetivamente, compreendido, e, assim, apontar o caminho para um mundo melhor, mais harmonioso, evitando que a História se repita inexorável e incansavelmente.

O ensino tem, desde logo, um papel determinante, devendo contribuir, através de ações formativas para a realização pessoal dos seus aprendentes, conduzindo-os ao pleno desen-volvimento da personalidade, da formação do carácter e da cidadania, preparando-os para uma reflexão consciente sobre os valores morais e cívicos. Assim, a conferência pública, “Refugiados - Desafios e Mudanças para Portugal num Contexto Euro-peu”, que teve lugar, no dia 16 de novembro, no Auditório do Externato Frei Luís de Sousa (Almada), é um excelente exemplo do papel (in)formativo que o ensino deve assumir. De facto, os diversos intervenientes

não só contextualizaram a questão dos refugiados, de um ponto de vista humanitário, como também procuraram enquadrar os diferentes direitos e deveres dos Estados Europeus e das suas instituições, face ao fluxo de refugiados que vai chegando à UE, discutindo os dilemas inerentes a tal fenómeno e a responsabilidade de cada um de nós enquanto “Cidadãos de um Mundo” onde as fronteiras físicas se vão esbatendo, mas onde as fronteiras mentais constituem ainda o principal entrave à aceitação do Outro. O ensino deve, por isso, através da abordagem de temas atuais e incontornáveis da nossa socieda-de, assumir-se como um espaço

Educação, Desafios, Refugiados… Que futuro?

A bússola do PS

Periodicamente alinhamos uns pensamentos neste espaço de livre opinião e

dentro das normas consequen-tes do contraditório. Neste mês de Novembro e em especial nos últimos dias os temas a abordar são vastos, mas não podemos resistir a tentações mediáticas e desprezar valores mais impor-tantes.No passado dia 11, Angola comemorou os 40 anos de independência, metade daquele período foram vividos em guerra civil e já antes antecedida da guerra colonial. O país vive uma paz a cada dia que passa fortalecida, mas facilmente compreensível que ainda reinem desconfianças e não esteja tudo consolidado, nem em Portugal quanto mais num país recente?!

Durante décadas Angola como muitos países subdesenvolvidos deixaram-se conduzir por miragens de desenvolvimento para sobreviverem, nomeada-mente não investir na capacida-de produtiva ao invés compra-ram tudo ao exterior. A paz permitiu inverter situações desta natureza e acompanhada de novos quadros jovens que chegam a níveis de decisão, por isso e com isso é que se foi assistindo a um progresso económico em crescimento. Faz parte de todos os estudos económicos que um país que parte de um desenvolvimento muito baixo, as percentagens de crescimento podem ser eleva-das se forem bem direcionadas; esta realidade foi ocorrendo em Angola. Mas, no mundo global

que vivemos torna-se fácil projetar vozes minoritárias que têm direito a manifestar-se têm é que cumprir a legislação vigente em qualquer Nação.É incompreensível que 40 anos após a independência ainda surjam figurões em especial europeus, que tentem imiscuir--se em processos de contesta-ção e incentivando à revolta onde existe uma democracia, tão legítima como em Portugal. Mas, sabemos que para algumas personalidades ali pelo “Largo Rato”, a democracia só é válida segundo as suas próprias regras.O povo angolano vive ainda com imensas dificuldades, mas se tivermos em conta que as projeções apontam para que no ano 2100 existam cerca de 5

vezes mais habitantes, importa ter respeito pela Nação livre e potenciadora de uma nova realidade em toda África e acima de tudo motor de projeção da C.P.L.P. Há personalidades que têm tido uma carreira supersónica e permanecido nos hemiciclos dourados, sem praticamente terem tido a responsabilidade em tomar decisões governativas e como tal julgam-se no direito de afirmar “baboseiras”, criti-

A encruzilhada global

cando governantes pelo Mundo. Para governar é preciso conhe-cer realidades culturais e pensar no futuro.Devemos queles que como em Portugal tentam assaltar poderes porque têm vista curta e não passam de pequenos artistas golpistas mas dificil-mente possuem a Arte de Governar. Mesmo na divergên-cia respeite-se quem conseguiu manter um só Povo e uma só Nação!

O PS foi desafiado para responder à insensata e antipatriótica arrogân-

cia da prática governativa da coligação de direita e, em consequência, teve de se desafiar a si próprio na escolha do caminho a seguir.Abertas as urnas, foi-se consoli-dando a ideia que afinal o eleitorado havia concedido ao PS um grande poder, com múltiplas escolhas – o de ser o único a quem foi dado o direito de ser uma oposição condicionadora, em absoluto, da ação do governo no Parlamento, ou de ser parte de uma solução governativa com geometria variável.Dir-se-á que o eleitorado foi parco por conceder uma fatia do todo numa mão, negando-lhe com a outra a maioria absoluta.Quando há objetivos que não são alcançados é para nós próprios que a interrogação se deve dirigir. E a pergunta é- porquê? Não se pode mudar o povo.

ESPAÇO ABERTO E LIVRE

ZEFERINO BOALCONSULTOR DA SITEL PORTUGAL

JORGE GARCIAPROFESSOR NO EXTERNATO FREI LUÍS DE SOUSA

de reflexão inclusivo, formador de cidadãos tolerantes, capazes de contribuir para o entendimen-to dos diversos desafios sociais. Fornecer as chaves que permi-tem desbloquear as mentes é, desde logo, a condição sine qua non para ajudar a superar as situações de discriminação e de injustiça que acompanham os refugiados, em busca do reco-nhecimento da sua cidadania. Assim, é com os olhos postos no

futuro, sem esquecer o passado, e, valorizando o presente, que a Escola, enquanto instituição responsável, deve incentivar os seus jovens na procura de soluções para os problemas sociais, tendo como referência os quatro pilares da educação, aludidos pela UNESCO e que constituem o grande desafio para o século XXI: aprender a saber, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.

E porque em tempo de guerra não se limpam espingardas, deverá ser no local próprio do PS – que a todos represente e mais adiante – que essa análise deve ser feita. Para corrigir o que tem e deve ser corrigido e para reforçar o partido.À arrogância do governo, que feriu a dignidade dos portugueses e de Portugal, empobrecendo-os, enfraquecendo-os e humilhando--os, sucedeu um cerrar de fileiras na esperança nos representantes de uma nova maioria, para que os adversários que queriam persistir no governo fossem apeados.Havia outras soluções? Já as referi. Mas quando há várias alternativas para o combate ser travado é prudente auscultarem--se as tropas, no caso os militan-tes, como sugeri. Não houve tempo. Compreendo. Mas é muito positivo que, na sua ausência, elas se reúnam pelo país, como sucedeu em Setúbal. Os resultados alcançados nas eleições legislati-

vas em Setúbal aconselham, aliás, que o Secretário-geral e a direção do partido os relevem através da valorização de funções políticas dos quadros militantes nos novos objetivos com que o partido será confrontado. Esta é uma questão pedagógica importante. A unidade constrói-se também no respeito pela diferença e, no final, pela aceitação das regras do jogo da vontade da maioria.Um partido – qualquer partido – só representa uma parte da nação. A opção de fazer cair os adversários não legitimava, por si só, que o PS passasse a ser governo.Alargou-se, por isso, a representa-ção da nação à maioria que estava em consonância com a manifesta-ção clara de mudança por parte do eleitorado. Isso, como se sabe, deve-se a António Costa.Reconheço-o com a consciência plena dos riscos existentes e das posições que assumi, publica-mente conhecidas.

Porém, o barco do PS ainda não chegou ao primeiro porto de destino. Camões falou-nos dos velhos do Restelo, que agora parece estarem sediados em Belém.Para os vencer, o PS tem, antes de mais, de estar claramente unido. Mas que não haja ilusões. Se o PS, irmanado com o povo português no desejo da mudança, tornear esta tormenta, como se espera, seguir-se-ão muitos imprevistos e fortes ventos cruzados.O PS não pode deixar de olhar, sempre e cada vez mais, para a sua bússola – o ideário, convo-cando todos para os combates que se avizinham e cuidando de selecionar os mais capazes, em

todos os domínios, a serem exemplo para a sociedade. Neste novo mundo em que se duvida de quase tudo, estas não são questões menores. São questões de identidade e de ação, enrique-cedoras do património, pelo futuro.O PS só é aliás um partido de poder porque é antes de mais um partido de causas. No plano interno e internacional, como é sabido, enchendo de orgulho todos os militantes.É esse orgulho que, na diversida-de, nos faz estar no PS com a razão e com o coração na disposi-ção de se combater por causas, razão que deve ser única para o partido querer o poder.

POLÍTICA MESMO

VITOR RAMALHOADVOGADO

Nota: intervenção feita enquanto militante partidário num plenário em Setúbal para militantes

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