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Senepol, feito para o Brasil

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feito para o BrasilTaurino adaptado encanta pecuaristas de Norte a Sul do Brasil, atrai novos investidores e

impressiona pelos índices de produtividade

Adilson Rodrigues

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Os primeiros exemplares Sene-pol desembarcaram no país em 2000 trazendo a carga genética

de matrizes e reprodutores líderes em fertilidade nos Estados Unidos e em Saint Croix (Ilhas Virgens/Caribe), onde esta raça taurina – 100% bos taurus, não uma raça composta como muitos pensam – foi desenvolvida. Nove anos mais tarde, instiga cada vez mais pecuaristas ávidos por agregar aos seus rebanhos precocidade sexual e de acabamento, rusticidade, maciez de carne, padronização e fazer uso de

um taurino capaz de cobrir vacada a campo. “O Senepol cresce a cada dia, surpreendendo e encantando os pro-dutores com resultados. É uma raça funcional, que vem mudando concei-tos”, afirma Ricardo Pereira Carneiro, presidente da Associação Brasileira de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), que possui sede em Uberlândia/MG.

Segundo ele, é um mercado pro-missor tanto na seleção de gado POI, motivado pela entrada de investido-res, quanto nos cruzamentos indus-triais para produção de carne, nos

quais encontrou-se no Senepol uma solução bem-sucedida para a grande oferta existente de fêmeas F1. Aliás, estas figuram como as grandes propa-gandistas do Senepol, especialmente para o avanço nas regiões Central e Norte do país. “Temos exemplos de criadores produzindo novilhos su-perprecoces em confinamento, com média de 13 meses, chegando a pesar até 20@. Estes produtos são filhos de matrizes F1 com Senepol (three-cross F1 x Senepol)”, relata Carlos Magno Júnior, coordenador de Marketing da

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associação. Em visita a propriedades do Mato Grosso do Sul, Alexandre Zadra, gerente de taurinos de corte da CRV Lagoa, apartou bezerros three-cross Nelore/Angus/Senepol com 240 kg e novilhas entrando em cio aos 14 meses.

A visibilidade tem atraído uma leva de novos criadores, tendência ob-servada, inclusive, dentro da própria ABCB Senepol. Apenas no primeiro semestre do ano, o quadro de associa-dos cresceu 20%. Em 2006, a entidade congregava 27 associados. Hoje, são 61, sendo que 18 deles filiaram-se de janeiro a julho. Os números de ani-mais registrados acompanham o ritmo acelerado: subiram 43%. Além das qualidades da raça, o sistema de par-cerias adotado por alguns associados tem estimulado um maior volume de interessados a ingressar na criação. “É uma grande alavanca de crescimento, uma oportunidade única para se fazer um bom investimento e iniciar na raça com o que há de melhor no mercado”, aposta o presidente da ABCB Sene-pol.

Outro fator determinante é a mi-gração de criadores de outras raças, que encontraram no Senepol maior eficiência produtiva e reprodutiva. “Temos criadores que carregam uma bagagem bastante representativa na

pecuária elite nacional, que hoje estão liquidando o passado e construindo um futuro com o Senepol”, desta-ca. O rebanho registrado já computa 12.505 bovinos puros ou com sangue deste taurino adaptado, distribuídos nos quatro cantos do Brasil. A maior concentração de criadores se encontra no estado de Minas Gerais, seguido por Mato Grosso do Sul e São Paulo. Eles também estão distribuídos nos plantéis leiteiros. O uso de touro Se-nepol sobre a vacada de leite ajudou a potencializar a qualidade do bezerro, que não mais se torna um subproduto de valor desprezível. No caso do cruzamento do Senepol com matrizes Girolan-do, gera-se um taurino ¾ ideal para confina-mento ou terminação a pasto, padronizado e precoce. De acordo com Ricardo, as fêmeas pro-duziram mais leite do que os produtos cruza-dos com zebu e carrega-ram em si a docilidade e fertilidade do Senepol, sendo muito procuradas como receptoras de em-brião.

O Senepol está pre-

sente nos continentes australiano e africano, Américas do Norte, Cen-tral e do Sul e em regiões de clima tropical, mas é no Brasil que a raça vem conquistando os resultados mais consistentes, o que impressionou uma comitiva da Associação Norte-Ameri-cana de Senepol (Senepol Cattle), em visita a criatórios brasileiros, e cola-borou para que os casos vistos aqui fossem tema de referência durante as apresentações da Conferência Inter-nacional de Senepol, ocorrida em ju-lho, em Saint Croix. O Mato Grosso, por exemplo, abriga o maior criatório da raça no mundo, que somente nes-te ano comunicou 800 nascimentos de bezerros POI, e, em São Paulo, o Leilão Parceiros Senepol registrou o recorde mundial de preço para a raça, durante a Feicorte deste ano. “Assim como acontece em outras raças, o Brasil detém a melhor genética Sene-pol do planeta e exportamos sêmen, reprodutores provados e animais com índices de performance que os habi-litam a ser base de qualquer plantel do mundo”, avalia Ricardo Carneiro. No Brasil, as possibilidades de aqui-

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Novilhos superprecoces em confinamento, com média de 13 meses, chegam a 20@

O uso de touro Senepol sobre a vacada de leite ajuda a potencializar a qualidade do bezerro

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sições de genética POI diferenciada se resumem atualmente a seis grandes remates, sendo um em Rondônia, um no Mato Grosso, um no Mato Grosso do Sul, dois em São Paulo e um em Minas Gerais.

As médias de preço registradas nestes remates refletem o bom mo-mento da raça. As fêmeas elite estão sendo negociadas por uma média de R$ 36 mil, machos POI por R$ 8 mil e tourinhos de campo por R$ 5 mil. Estudos de mercado apontam que o Senepol emplacou a maior média de preço entre os leilões ocorridos no primeiro semestre, com a excelente marca de R$ 20.240,00, mesmo sob os reflexos da crise financeira. Trata-se de um produto que se vende pela qua-lidade e pelos índices de performance registrados a campo, conforme apon-ta Carlos Magno Júnior, coordenador de Marketing da ABCB Senepol. “As médias dos leilões são ferramentas úteis para o marketing da raça por-que certificam numericamente que o mercado está em expansão, deixando os pecuaristas – que ainda não são criadores de Senepol – pensativos a

respeito da sua posição no mercado e atentos às oportunidades e tendên-cias. A rentabilidade é um fator que motiva a migração de atividade”, salienta. Para ele, a cana-de-açúcar e demais atividades que demandam grandes áreas de plantio estão em-purrando a pecuária de corte para o Norte do país. “A verticalização da produção já é um fator importante na produção e para se ter eficiência a campo, enquanto taurino, nestas re-giões de clima quente, o Senepol vem surpreendendo com os resultados.”

Tanto lá como no Centro-Oeste, a produção de novilhos superpreco-ces pode ser uma alternativa para a produção intensiva de carne de qua-lidade, com ajuda do melhor acesso a grãos. Seguindo esta tendência, o Pará deverá ser um espelho da pro-

dutividade Senepol, com um projeto ambicioso de seleção de touros em fase de pesquisa pela associação, res-peitando os protocolos ambientais e sociais. “Estamos com uma grande visibilidade, sobretudo nas regiões onde a oferta de matrizes F1 é alta e o pecuarista não tem muita alternativa para elas. No three-cross com o Se-nepol, abatem-se machos e fêmeas”, explica o coordenador. O sucesso da raça em regiões mais quentes atribui-se às suas características adaptativas, como o pelo zero (que facilita a troca de calor com o ambiente, elimina a umidade na pelagem e gera resistên-cia ao carrapato), além da rusticidade (casco preto e touro acompanhando a vacada), mesmo em pastagens de baixa qualidade e terrenos acidenta-dos.

A precocidade sexual das novi-lhas Senepol é um atributo acima da média. “Já coletamos TE em fê-meas de apenas oito meses de idade, com média de seis embriões e um índice de prenhez de 65%. As doa-doras também respondem muito bem à FIV. Em 2008, produzimos 2.115 embriões, convertendo 882 prenhe-zes, um índice de 42%, 9% acima da média nacional entre todas as ra-ças”, surpreende-se o veterinário e geneticista da região do Triângulo Mineiro Manoel Ávila Fernandes. Já Marco Antônio de Oliveira, zootec-nista e gerente de corte europeu da Alta Genetics, destaca que o Sene-pol saiu das fases de entendimento e divulgação de resultados para um estágio de utilização e identificação de indivíduos superiores e adaptados aos diversos sistemas de produção nacionais. “Por ser 100% taurino, a

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Senepol é solução para grande oferta de fêmeas F1 especialmente nas regiões Central e Norte do país

Rusticidade, uma característica forte deste taurino adaptado

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A tentativa de tornar a pecuária uma atividade sustentável na ilha caribenha de Saint Croix, Ilhas Virgens, faixa tropical, resultou na importação, em 1800, de bovi-nos N’Dama, taurinos do Senegal (oeste africano) capazes de sobreviver em pastagens pobres e resistir bem ao calor, doenças e parasitas. Em 1918, Bromlay Neltropp, filho de Henry C. Neltropp, dono de um dos maiores rebanhos puros de N’Dama, decidiu cruzá-los com outro bos taurus, o Red Poll – de origem britânica – com o intuito de se melhorar habilidade materna, fertilidade e imprimir caráter mocho aos animais. Nascia, assim, o Senepol. Sene, de Senegal, e Pol, de Red Poll. A partir de 1940, passou-se a selecioná-los como sangue puro. Em 1977, um carregamento com 22 animais da raça Senepol aterrissava nos Estados Unidos, que em 2006 já contabilizava um rebanho de 60 mil animais registrados.

Hoje, está presente na Austrália, Paraguai, Colômbia, Argentina, Panamá, Canadá, República Dominicana, Equador, Nicarágua, Porto Rico, Venezuela, México, Filipinas e Zimbabwe. No Brasil, desembarcou em 2000, importado dos melhores rebanhos dos EUA e das Ilhas Virgens. Para saber mais acesse: www.senepol.org.br. Abaixo, algumas características fundamentais:

Uma odisseia senepolheterose com zebuíno ou F1 ‘vem de graça’ e ela sozinha incrementa, em média, 15% de produtividade total a alguns sistemas”, diz.

Outro ponto forte é a padroniza-ção de lotes contemporâneos, con-siderado um desafio na pecuária de corte, sobretudo àqueles pecuaristas donos de matrizes mistas ou atuantes na cria. O Senepol é uma raça domi-nante, na qual a pelagem vermelha (clara ou escura), a redução de pelo e o caráter mocho são facilmente re-passados. “Com o uso de touros Se-nepol, consegue-se facilmente esta padronização e diminuição expressi-va da figura do ‘fundo’ da bezerra-da. Ao se apartar um lote de bezerros percebe-se com clareza esta padroni-zação e na balança o resultado é sur-preendente”, conta Carlos Júnior.

Quanto ao desempenho, Itamar Netto, diretor da ABCB Senepol e responsável pela introdução do POI em Goiás, relata que ao nascimento os bezerros meio-sangue Senepol x Zebu (S1) apresentaram apenas 36 kg ao nascer, proporcionando facili-dade de partos, porém de desenvol-vimento rápido e intenso. Na desma-ma, feita aos oitos meses, atingiram peso médio de 216,3 kg nos machos e 198,7 kg nas fêmeas. Encaminha-dos diretamente ao confinamento de silagem de cana e ureia, rapidamente estes animais alcançaram, aos 12 me-ses, 353,33 kg (machos) e 316,6 kg (fêmeas). “Os animais ganharam na faixa de 2,5 kg/dia, entre machos e fêmeas, além de serem mais dóceis”, informa.

São resultados que culminaram em grande valorização comercial dos produtos cruzados, cerca de 30% su-perior a outras raças, comprova Ita-mar. Com tantos números positivos, desde desempenho às médias de pre-ço dos leilões, divulgar a raça não se tornou uma das tarefas mais difíceis. “Procuramos sempre novos meios de comunicação, pois sabemos que a informação precisa chegar ao pecu-arista com agilidade e sem rodeios. Os estudos e pesquisas, centros de performances, avaliações e mensura-ções são nossa fonte de informação e servem de base para a divulgação de

Habilidade materna As vacas têm tamanho moderado, excelente conversão alimentar e boa produção de leite. Desmamam bezerros com mais de 50% de seu peso (machos 238 kg e fêmeas 226 kg).

Facilidade de parto O vigor do bezerro é a maior vantagem, ele levanta e começa a mamar rapidamente. A média de pesos de nascimento é de 35 kg (machos) e 33 kg (fêmeas).

Pelo zero Um animal de pelo zero tem facilidade para trocar calor com o meio. Por não apresen-tar umidade, não favorece proliferação de ectoparasitas, o que gera resistência.

Carne Teste realizado pela Genestar identificou o Senepol como a raça com melhor valor de maciez.

Rusticidade Taurino de excelente conversão alimentar, que resiste bem ao calor tropical e é capaz de acompanhar a vacada a campo.

Padronização É uma raça dominante para pelagem vermelha, caráter mocho e pelo zero, diminuin-do expressivamente a figura “de fundo” da bezerrada.

Facilidade de manejo O Senepol é uma raça dócil. No cruzamento industrial, ameniza o temperamento forte de outras raças.

Precocidade Por ser taurino, esta é uma das características fundamentais, tanto sexual como de acabamento. Aos 14 meses, fêmeas já entram em cio e os machos atingem 350 kg.

Longevidade Em Saint Croix é comum ver vacas de 15 a 20 anos em plena eficiência produtiva.

resultados e o contínuo melhoramen-to genético”, aponta Carlos Júnior.

O coordenador de Marketing da ABCB Senepol se espantou ao ver a quantidade de visitantes que chega-vam ao pavilhão montado na Feicorte deste ano já com alguma ideia, expe-riência ou argumentação sobre o Se-nepol, o que, de certa forma, deixou claro que ele vem sendo reconhecido. “Aproveitamos a Feicorte para lançar um DVD institucional, interativo, com informações práticas e objetivas a respeito da raça, um guia completo para quem deseja conhecer melhor o Senepol e seus cruzamentos”, infor-

ma. “Para 2010, um planejamento de ações está sendo elaborado entre nós e os criadores. Queremos tornar o Se-nepol uma ferramenta indispensável ao cruzamento industrial e incentivar ainda mais o melhoramento do POI, aumentando o número de investi-dores”, esclarece Ricardo Carneiro, presidente da ABCB Senepol.

MelhoraMento GENÉTiCOA avaliação genética do Senepol

é rotina desde a chegada dos primei-ros 22 animais aos Estados Unidos, nos idos de 1977. No Brasil, não é diferente. Dentre as principais ações,

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destacam-se as parcerias com em-presas públicas e privadas e a pro-moção de provas de desempenho. Dessa forma, a raça conta com o aval de instituições de ensino con-ceituadas para compilar os índices zootécnicos necessários para o me-lhoramento genético dos indivíduos. Entre as instituições parceiras, estão as universidades Unesp e USP (SP), Embrapa (MS) UFU e FAZU (MG), além de centrais como a Alta Gene-tics e CRV Lagoa. Esta união levou ao lançamento do primeiro sumário de touros em 2008. “Os trabalhos de avaliação genética são realizados sob coordenação da ABCB Senepol, que coleta dados desde sua fundação e, diante da importância da raça, cen-trais de inseminação também passa-ram a desenvolvê-la”, assinala Júnior Fernandes, presidente do Conselho Técnico da entidade.

O Senepol integra o Programa de Avaliação de Touros para Cruzamen-to (PACTO), da Alta Genetics, e do Programa de Avaliação e Identifica-ção de Novos Touros (PAINT), bem como o CP Lagoa, ambos pertencen-tes à CRV Lagoa. A base de dados formada é o embrião para o mais novo passo da raça: o Programa Na-cional de Avaliação Genética da Raça Senepol, que começou a ser discuti-

do com a Embrapa Gado de Corte em agosto. Segundo Júnior Fernandes, o programa de seleção atual prioriza as características de peso ao nascer, peso ao desmame, peso aos 14 meses, para machos e fêmeas, perímetro escrotal aos 14 meses, além das características fenotípicas avaliadas por escore visu-al: adaptação, conformação, precoci-dade e musculatura. Vale destacar que o número de reprodutores em coleta vem aumentando, enriquecendo ainda mais o banco de dados nacional.

PerforManceAtualmente, existem 20 touros

na CRV Lagoa, Alta Genetics, Joia da Índia, Semex e ABS Pecplan. O relatório da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) in-dica que estes reprodutores tiveram 38.113 doses de sêmen comercializa-das em 2008. O total de doses impor-tadas chegou a 5.554. Uma palheta de reprodutor Senepol custa cerca de R$ 15 na praça. Muitas das quais possivelmente destinadas a progra-mas de cruzamento industrial. “O desempenho dos touros está excep-cional. São animais altamente adap-tados, que produzem, a pasto, crias padronizadas, precoces e com carne de altíssima qualidade”, conside-ra Fernandes. De acordo com ele, a média ponderal da raça ao nascer é de 36 kg (machos) e 32 kg (fêmeas), ao desmame de sete meses 238 kg e 226 kg e aos 14 meses 345 kg e 375 kg, respectivamente. “Os testes têm dado o respaldo necessário para que o Senepol tenha um crescimento sus-tentável, fugindo dos modismos que acometeram nossa pecuária no passa-do. Chancelam as qualidades da raça pela comprovação do desempenho superior”, acredita Júnior Fernandes.

Qualidade DE CARNEA carne de Senepol tem qualida-

des bastante peculiares por ser de

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Padronização: Senepol é uma raça com genes dominantes para pelo zero, cor vermelha (clara ou escura) e caráter mocho

Bezerros nascem pequenos, se desenvolvem rápido e desmamam pesados

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baixo marmoreio, porém muito ma-cia e saborosa. Pelo menos, estas são as constatações do abate técnico rea-lizado em 2004 com novilhos puros e cruzados, coordenado pela veteri-nária Angélica Simone Cravo Perei-ra e pelo zootecnista Saulo da Luz e Silva, doutores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimen-tos (FZEA), da USP. A média geral da área de olho de lombo medida por ultrassom apresentou 80,8 cm². Da mesma forma, a espessura de gordura subcutânea compilou uma média ge-ral de 5,42 mm, o que pode ser consi-derada como uma medida ideal para proteção da carcaça durante o resfria-mento. Cabe ressaltar que é um valor cobiçado pelos frigoríficos.

Quanto à força de cisalhamento (define a maciez), a carne pode ser considerada como extremamente ma-cia, com médias variando entre 2,44 kg e 2,74 kg, situando-se abaixo dos 3,2 kg definidos pela literatura cien-tífica. Para entender esta questão da maciez, é preciso relembrar parte da história sobre a origem da raça, nas Ilhas Virgens, onde ela se adaptou naturalmente a uma região de baixa umidade e baixa qualidade de água. Nesta situação, o Senepol desenvol-veu uma aptidão de reter água em seu

NÚMEROS DA RAÇA SENEPOL

Leilões oficiais 6

Média das fêmeas elite R$ 36 mil

Média dos machos POi R$ 8 mil

Média dos touros de campo R$ 5 mil

Média dos leilões 1º semestre R$ 20 mil

Maior preço registrado R$ 160 mil para 50% de lote

Média da dose de sêmen R$ 15

Touros em centrais 20

Doses de sêmen comercializadas 2008 44 mil (nacional e importado)

Média de peso ao nascer (kg) 36 (macho), 32 (fêmea)

Média de peso desmama (kg) 238 (macho), 226 (fêmea)

Média de peso aos 14 meses (kg) 375 (macho), 340 (fêmea)

Média de ganho diário em PGPs (kg) 1,410 (machos - CP Lagoa)

Rebanho registrado 12.505

Número de sócios ABCB Senepol 61

organismo, então, quando se fala de sua carne, o fator de desidratação é uma das mais interessantes qualida-des. Perde-se menos líquido no cozi-mento, o que faz a carne de Senepol macia e saborosa, mesmo sendo de baixo marmoreio.

“Segundo os dados analisados, concluímos que os animais da raça Senepol e seus cruzamentos apre-sentam uma carne de excelente qua-

lidade, dentro dos padrões conside-rados ideais, e capaz de atender às expectativas dos consumidores mais exigentes”, observaram os especia-listas. Participaram desta experiência 18 animais, com idade média de 21 meses, confinados por um período de 90 dias. Novo abate é planejado e uma negociação com grandes redes distribuidoras em andamento. Estas são ações valiosas e que devem con-tribuir para que a raça atinja novo patamar de produção e comerciali-zação da carne.

O projeto já foi iniciado e o nome, patenteado para comerciali-zação de carne de animais puros ou de meio-sangue Senepol. A grande questão é como ela será produzida. Existem protocolos específicos para certificar que o consumidor final re-ceba um produto seguro. “O merca-do é que vai direcionar esta deman-da. Porém, é preciso agir em função dos pecuaristas, que hoje produzem animais de carcaça diferenciada com sangue Senepol”, ressalta Carlos Jú-nior. Para tanto, volume de animais é fundamental. A ideia é criar um selo ‘prêmio qualidade’ para aquelas carcaças que apresentem uma carne saudável, com garantias de origem e manejo e que obedeça a legislação. As empresas parceiras estão em fase de seleção.

Touros Senepol, precoces, férteis e acompanham a vacada a campo

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