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SENTENÇA PENAL: Diversos são os atos que podem ser praticados pelos juízes dentro do processo, segundo inferência do art. 800 do Código de Processo Penal: a) Despachos: nesse caso, limita-se o juiz a dar mero andamento ao processo, sendo, pois, atos de natureza ordinatória, que objetivam impulsionar o processo para que atinja seu final. Ex.: juntada de documento, designação de audiência, a determinação de citação do réu, intimação de testemunhas, etc. Por serem atos que não possuem conteúdo decisório, não admitem recurso, mas podem ser impugnados por meio de mandado de segurança, correição parcial, habeas corpus, etc. b) Decisões interlocutórias: são atos com conteúdo decisório, que encerram uma etapa do processo ou o próprio processo. 1) interlocutória simples: são atos com conteúdo decisório, sem colocar termo ao processo e sem exame do mérito. Ex.: recebimento da denúncia ou queixa, a decretação da prisão preventiva; o indeferimento do pedido de assistência ao Ministério Público, a concessão de fiança, o mandado de busca e apreensão, a quebra de sigilo telefônico, fiscal, etc. 2) interlocutórias mistas: são as que encerram ou uma etapa do procedimento ou a própria relação processual, sem o julgamento do mérito da causa. Na primeira hipótese, são chamadas de interlocutórias mistas não terminativas, tendo como exemplo a pronúncia, que encerra a instrução perante o juiz, remetendo os autos ao tribunal de júri. Na segunda hipótese, são denominadas de interlocutórias mistas terminativas, como nos casos de rejeição de denúncia, de decisão pela ilegitimidade de parte etc., que encerram o processo sem a solução da lide. c) Decisões definitivas ou sentenças em sentido estrito: são as que solucionam, a lide, julgando mérito da causa. Podem ser elas: condenatórias, quando acolhem, ao menos em parte, a pretensão punitiva; absolutórias, quando não dão acolhida ao pedido de condenação; e terminativas de mérito, também chamadas, sem muito rigor técnico, de definitivas em sentido estrito, em que se julga o mérito, se define o juízo, mas não se condena nem absolve o acusado, como é a hipótese de declaração da extinção da punibilidade. As decisões absolutórias podem ser próprias, que não acolhem a pretensão punitiva, liberando o acusado de qualquer sanção, e impróprias, que, embora não acolham a pretensão punitiva, reconhecem a prática da infração penal e infligem ao réu medida de segurança. Requisitos formais – FAZER LINK COM AS NULIDADES A sentença, para ter existência, ser válida e eficaz, imprescinde da observância aos seguintes requisitos de ordem formal: Relatório: artigo 381, I e II, do CPP. Consiste ele no histórico do processo com o resumo da marcha do procedimento e seus incidentes mais importantes. Nula é a sentença que não consigna o nome dos interessados. Entretanto, o erro material a respeito do nome não é substancial desde que se possa identificar a parte, ou seja, a sua identificação física, não sendo raro que réus sejam processados com nomes falsos sem que isso traduza nulidade quando se possa estabelecer sua identidade física. Também não é impostergável, porque a

Sentençaaulas.verbojuridico3.com/R2013/Sentenca_Pietro... · 2013-06-25 · Nesse caso, é permitida a alteração do objeto do processo até o momento da sentença, para que se

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SENTENÇA PENAL: Diversos são os atos que podem ser praticados pelos juízes dentro do processo, segundo inferência do art. 800 do Código de Processo Penal: a) Despachos: nesse caso, limita-se o juiz a dar mero andamento ao processo, sendo, pois, atos de natureza ordinatória, que objetivam impulsionar o processo para que atinja seu final. Ex.: juntada de documento, designação de audiência, a determinação de citação do réu, intimação de testemunhas, etc. Por serem atos que não possuem conteúdo decisório, não admitem recurso, mas podem ser impugnados por meio de mandado de segurança, correição parcial, habeas corpus, etc. b) Decisões interlocutórias: são atos com conteúdo decisório, que encerram uma etapa do processo ou o próprio processo. 1) interlocutória simples: são atos com conteúdo decisório, sem colocar termo ao processo e sem exame do mérito. Ex.: recebimento da denúncia ou queixa, a decretação da prisão preventiva; o indeferimento do pedido de assistência ao Ministério Público, a concessão de fiança, o mandado de busca e apreensão, a quebra de sigilo telefônico, fiscal, etc. 2) interlocutórias mistas: são as que encerram ou uma etapa do procedimento ou a própria relação processual, sem o julgamento do mérito da causa. Na primeira hipótese, são chamadas de interlocutórias mistas não terminativas, tendo como exemplo a pronúncia, que encerra a instrução perante o juiz, remetendo os autos ao tribunal de júri. Na segunda hipótese, são denominadas de interlocutórias mistas terminativas, como nos casos de rejeição de denúncia, de decisão pela ilegitimidade de parte etc., que encerram o processo sem a solução da lide. c) Decisões definitivas ou sentenças em sentido estrito: são as que solucionam, a lide, julgando mérito da causa. Podem ser elas: condenatórias, quando acolhem, ao menos em parte, a pretensão punitiva; absolutórias, quando não dão acolhida ao pedido de condenação; e terminativas de mérito, também chamadas, sem muito rigor técnico, de definitivas em sentido estrito, em que se julga o mérito, se define o juízo, mas não se condena nem absolve o acusado, como é a hipótese de declaração da extinção da punibilidade. As decisões absolutórias podem ser próprias, que não acolhem a pretensão punitiva, liberando o acusado de qualquer sanção, e impróprias, que, embora não acolham a pretensão punitiva, reconhecem a prática da infração penal e infligem ao réu medida de segurança. Requisitos formais – FAZER LINK COM AS NULIDADES A sentença, para ter existência, ser válida e eficaz, imprescinde da observância aos seguintes requisitos de ordem formal: Relatório: artigo 381, I e II, do CPP. Consiste ele no histórico do processo com o resumo da marcha do procedimento e seus incidentes mais importantes. Nula é a sentença que não consigna o nome dos interessados. Entretanto, o erro material a respeito do nome não é substancial desde que se possa identificar a parte, ou seja, a sua identificação física, não sendo raro que réus sejam processados com nomes falsos sem que isso traduza nulidade quando se possa estabelecer sua identidade física. Também não é impostergável, porque a

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lei não exige, a menção do nome da vítima e a omissão da sentença deve ser atribuída apenas a erro material, não constituindo nulidade. O mesmo se pode dizer com relação ao erro ou omissão quanto à data do crime. Por disposição expressa, dispensa-se o relatório na sentença proferida no procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais Criminais (art. 81, §3º, da lei nº 9.099, de 25-9-1995). Deve o juiz fazer uma resumida exposição das alegações das partes, em que, evidentemente, está incluída a pretensão de cada uma delas. Motivação: o inciso III prevê “a indicação de motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão”. Embora amparado pelo princípio do “livre convencimento”, deve o juiz exteriorizar o desenvolvimento de seu raciocínio para chegar à conclusão, ou seja, fornecer as razões que o levam à decisão, possibilitando que dela tomem conhecimento as partes e o tribunal em apreciação de eventual recurso. O livre convencimento não significa falta de motivação legal. Não é dado ao julgador apenas afirmar que existe prova suficiente da responsabilidade do acusado. Impõe-se demostrar a sua convicção mediante a análise da prova constante dos autos (Nesse sentido: RT 537/311, 563/298, 569/341, 580/373, 581/343, 582/338-9 e 347, 600/369, 625/379,626/352; JTACrSP 43/378, 62/80, 76/133 e 334). A fundamentação abrange matérias jurídicas e de fato, pois a conclusão será a aplicação do direito ao caso. Expostos os motivos, o juiz deve passar à conclusão, em que o juiz julga o acusado em decorrência do raciocínio lógico desenvolvido durante a motivação em que “dispõe” no processo. Deve, segundo o artigo 381, mencionar “a indicação dos artigos de lei aplicados” e o “dispositivo”. A falta de indicação dos artigos de lei, na sentença, constitui nulidade insanável, nos termos do art. 564, III, letra m. Mas já se tem entendido que não é causa de nulidade se inexiste prejuízo para a defesa por ser perfeitamente suprível a omissão por outros elementos, como quando atrelados aos fatos a imputação inicial e aplicada pena condizente com o fato criminoso, e não alegada oportunidade. A sentença se encerra com “a data e a assinatura do juiz”. A assinatura é a autenticidade da sentença, mas não há qualquer nulidade por deixar o magistrado de assinar seu nome completo. Nem sempre, porém, a sentença é escrita pelo juiz que pode proferi-la por via oral, como ocorre em processo sumário, sendo então ditada na audiência de julgamento. A sentença proferida oralmente pode ser registrada por estenotipia, mas, nessa hipótese, somente passa a ter valor no momento em que, conferida e revisada, é assinada pelo juiz. Nesse caso o prazo recursal somente começa a fluir a partir do momento em que a parte tiver plena ciência daquilo que foi decidido, vale dizer, da sentença perfeita e acabada. Embargos declaratórios A sentença deve se constituir numa peça lógica, completa, e seus termos devem ser precisos, claros e coerentes. Por isso, “qualquer das partes poderá, no prazo de dois dias, contado da intimação da sentença, pedir ao juiz que declare a sentença sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão” (art.382).

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Cabem os embargos quando há obscuridade, ou seja, quando há falta de clareza na redação, de tal modo que não é possível saber com certeza qual o pensamento do juiz, o que ele pretendeu dizer. Há ambigüidade quando a decisão permite duas ou mais interpretações. Contradição, em que conceitos e afirmações da decisão se opõem e colidem, caso em que há até nulidade a ser reconhecida mediante recurso adequado, como ocorre na decisão que reconhece a ilicitude do fato e decide pela absolvição por excludente da antijuridicidade, que condena e também absolve. Havendo contradição cabe à parte opor os embargos, sob pena de sofrer prejuízo. Há omissão quando não foi dito pelo juiz o que era indispensável dizer, como, por exemplo, por não se fixar o regime inicial da pena imposta, não se estabelecer quais as condições a que fica submetida a suspensão condicional da pena etc. É nula a decisão dos embargos quando se altera substancialmente a decisão. Tangente a estes embargos previstos no artigo 382 do CPP, há, ainda, que se referir a existência de corrente doutrinária que entende não se tratarem, propriamente, de “embargos declaratórios”, mas sim de um “pedido de declaração’. Para os doutrinadores filiados a este pensamento, embargos seriam, apenas, aqueles estatuídos no artigo 619 do CPP, dirigidos ao acórdão. Em realidade, trata-se de questão de semântica. Na medida que, tanto a previsão do artigo 382 quanto aquela inscrita no artigo 619 possuem os mesmos requisitos de cabimento - omissão, ambigüidade, obscuridade e contradição - e, também, o mesmo prazo para a interposição, razoável entender-se que se tratam de idêntica providência, ambas classificáveis como “embargos declaratórios”, apenas sendo uma dirigida à decisão de Primeira Instância e, outra, às de Segundo Grau. Necessário lembrar, também, que, se os embargos declaratórios do Código de Processo Penal são interpostos em dois dias, através de petição acompanhada das razões e, ainda, têm efeito interruptivo do prazo dos demais recursos, assim não ocorre com os embargos declaratórios cabíveis contra sentenças proferidas no Juizado Especial Criminal. Lá, o prazo de interposição é de cinco dias, a dedução pode ser oral (reduzida a termo) e o efeito é de suspensão do prazo dos demais recursos. Efeitos Entre os principais efeitos da sentença, no processo penal, está o esgotamento do poder jurisdicional. Tal poder, em realidade, somente volta a existir de parte do judiciário se houver a interposição do competente recurso voluntário ou de recurso de ofício. Nestes casos, devido ao efeito devolutivo, permite-se, ao Órgão Superior (Tribunais) ou, nos casos de recursos com efeito regressivo, ao próprio Juiz Prolator, rever a decisão. Não produz efeitos a sentença que é inexistente, como a proferida por juiz sem jurisdição, e a que for proferida quando o juiz estava em férias ou após sua promoção para outra comarca. Princípio da correlação

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A sentença deve guardar com a denúncia ou queixa uma relação. Deve haver uma correlação entre o fato descrito e o fato pelo qual o réu é condenado. Esse princípio da correlação entre a imputação e sentença representa uma das mais relevantes garantias do direito de defesa e qualquer distorção, sem observância dos dispositivos legais cabíveis, significa ofensa a ele, acarretando a nulidade da decisão. Cumpre observar, todavia, que no processo penal vigora o princípio da consubstanciação. Isso significa que o réu não se defende da capitulação dada ao crime na denúncia, e sim da sua descrição fática dos fatos nela narrados. Emendatio libelli (art. 383) O Código não adotou de modo absoluto o princípio da mutatio libelli, permitindo que a sentença possa ser considerada na capitulação do delito dispositivos penais diversos dos propostos especificamente pela denúncia. Dispõe o art. 383: “O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da que constar da queixa ou da denúncia, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave”. Na verdade não há na hipótese verdadeira alteração do libelo, mas, simplesmente uma corrigenda da peça acusatória (emendatio libelli). No caso, o juiz, verificando que estão comprovados os fatos e as circunstâncias narradas na peça inicial, pode condenar o acusado dando ao delito a definição jurídica que entende cabível e não aquela articulada na denúncia. Compreende-se que essa definição seja alterada pela sentença porque o acusado se defende do fato criminoso que lhe é imputado e não dos artigos da lei com que ele é classificado na peça inicial. Estando descritos os fatos e circunstâncias, podem ser reconhecidas, embora não articuladas na denúncia ou queixa, qualificadoras e causas de aumento de pena, evidentemente com aplicação de pena mais grave. Mais do que isso, pode o juiz na sentença condenar por outro crime descrito, sem que tenha sido capitulado na inicial, ou seja, sem que houvesse específica imputação. Mutatio libelli (art. 384 Código de Processo Penal)

Segundo Gustavo Badaró, o que é “circunstância ou elementar” no âmbito criminal não é a mesma coisa do que seja para o fato processual, pois é este que interessa ao instituto em tela. Ocorre quando, no curso do processo, o fato, que é um TODO, foi inicialmente imputado em parte e este TODO apenas foi descoberto no curso da instrução. Nesse caso, é permitida a alteração do objeto do processo até o momento da sentença, para que se inclua na imputação os novos dados fáticos, descobertos após a denúncia ou queixa.

No entanto, a imprecisão terminológica do art. 384 “caput”

e parágrafo único é gritante, pois o legislador, devendo dizer alteração dos fatos, acaba por mencionar alteração da qualificação jurídica. Pois o que é novo na mutatio são os fatos e não a sua qualificação jurídica. Claro que alterando-se os fatos, em princípio, haverá alteração da qualificação jurídica, mas esta é uma conseqüência daquela. Ademais, é possível que haja uma mudança da base fática sem que isso implique alteração da definição jurídica. Caso do homicídio culposo, em que se muda faticamente a modalidade de culpa ou de negligência e a capitulação jurídica permanece idêntica.

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Portanto, por nova definição jurídica do fato, deve-se

entender “alteração do fato imputado. Em suma, sempre que houver alteração fática relevante,

necessário será o aditamento da denúncia ou da queixa. Assim, se não houve alteração fática, deve o juiz aplicar o art. 383 do Código de Processo Penal. Segue: o réu não se defende de uma pena, mas dos fatos a ele imputados. Assim, mesmo que a pena em razão da nova definição fática permaneça idêntica ou menor, se houver fato novo, imprescindível é o aditamento, como agora se prevê com a reforma havida.

Segue: o aditamento serve, ainda, além de preservar o

contraditório e a ampla defesa, para que se preserve o processo penal acusatório, sendo impossível que o juiz usurpe as funções do Ministério Público.

Segue: aditamento nas ações penais públicas: possibilidade.

Nas ações penais privadas subsidiárias das públicas, também, pacificamente, é possível. Com relação às ações privadas puras, há dois entendimentos, prevalecendo aquele que não admite. Basileu Garcia, fazendo um paralelo com relação à possibilidade de aditamento pelo Ministério Público, diz que seria uma injustiça não admiti-lo ao querelante, pois em assim sendo, teria o magistrado de absolver o querelado, caso, no curso do feito, surgissem novos dados fáticos.

Segue: do fato diverso e da mudança da espécie de ação

penal: se o novo fato implique uma ação penal privada, é preciso observar se já houve a decadência e se o to já era conhecível da vítima no momento da propositura da ação ou se apenas adveio com a instrução, pois aí á a partir deste momento que se inicia o prazo decadencial. Assim, caso tenha transcorrido o prazo decadencial, o juiz deverá extinguir a punibilidade.

Exceção: Quando o fato apenas se tornou conhecido da vítima no momento do surgimento da prova nova.

Se a exigência é de requisição do Ministro da Justiça, como

não ocorre decadência da requisição, não há problema de prazo. No entanto, condenação válida apenas poderá existir se for oferecida. Se houver recusa, deverá o feito ser extinto, por ausência de condição de procedibilidade.

Caso o feito tenha se iniciado por queixa e se verifique que é

caso de ação penal pública: nesse caso, o processo é extinto e o Ministério Público poderá oferecer denúncia caso não tenha incidido a prescrição. Caso se exija, no mesmo exmplo, ação pública com representação, duas hipótese podem ocorrer: se já houver transcorrido o prazo decadencial, como a representação é pelo fato todo, embora pudesse parecer possível que o Ministério Público oferecesse denúncia, a solução é a declaração de extinção da punibilidade pela decadência. Pois a queixa foi pelo fato inicial e não por todo o fato, como deveria ter sido desde o início. Cabe aqui a mesma EXCEÇÃO já mencionada: se a vítima desconhecia o fato, dele só tomando ciência quando do seu surgimento na instrução, ainda poderá ser oferecida representação.

Por fim, se o crime exigia ação penal pública condicionada e

a prova de circunstância elementar disser que se trata de ação penal pública, nenhum problema haverá, pois o Ministério Público continuará normalmente no processo. Se

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queixa se exigir, o juiz, como escoado está o prazo decadencial, deverá declarar extinta a punibilidade. EXCEÇÃO: novamente, se o fato não era do conhecimento do ofendido, este poderá oferecer queixa, porque o prazo decadencial não se tinha iniciado.

CIRCUNSTÂNCIA ELEMENTAR: remonta ao direito

penal. No caso da correlação, deve-se falar em FATO PROCESSUAL, ou o fato que pode ser descoberto em razão da nova circunstância ou elementar. E tal fato é o fato processual e não o fato penal-material. Para fins processuais, assim, circunstância elementar é qualquer aspecto do fato processual que apresente relevância para o julgamento. Qualquer aspecto fático que surja no curso da instrução e que o juiz entenda relevante para o julgamento do fato imputado é uma “circunstância elementar” para fins do art. 384.

Sendo o fato processual um acontecimento histórico

concreto e incindível, não podem ser desprezadas as circunstâncias concretas em que ocorreu o delito, sejam circunstâncias de tempo, modo, ou outra qualquer. CONTRADIÇÃO existente no Código de Processo Penal: ao tratar da imputação, o legislador exige, como elementos da denúncia ou queixa “a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias” (Art. 41 do Código de Processo Penal). Porém, ao disciplinar o outro elemento da equação (Correlação), a sentença dispõe que o juiz poderá “reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada” (art. 385, segunda parte).

FATO DIVERSO E FATO NOVO: é necessário que a

alteração fática guarde relação com o fato originário. Não se enquadra em tal previsão a hipótese em que surja fato novo, totalmente diverso e divorciado do fato inicialmente imputado. O fato novo não se agrega àquele originariamente imputado, mas o substituiu integralmente.

NOVA DEFINIÇÃO JURÍDICA DO FATO EM

SEGUNDA INSTÂNCIA: impossibilidade por supressão de grau de jurisdição. VIOLAÇÃO DA REGRA DA CORRELAÇÃO ENTRE

ACUSAÇÃO E SENTENÇA: nulidade absoluta: se o juiz der mais do que a denúncia pediu, a nulidade será a prevista no art. 564, III, letra “a”. se a sentença der menos do que se pede, a nulidade é a da letra “m”. Pode acontecer que, durante a instrução do processo, se colham provas de que existem elementos essenciais - chamados de CIRCUNSTÂNCIAS OU ELEMENTARES - que não estão contidos expressamente na denúncia, de modo que a sentença não pode ser proferida de imediato, com esses novos dados, diante do princípio da mutatio libelli. Assim, o juiz não pode, sem a providência referida no artigo 384, caput, condenar o réu por conduta diversa da que lhe foi imputada pela descrição contida na denúncia ou na queixa, sob pena de nulidade. Não é possível condenar o acusado de crime doloso por infração culposa, que exige a descrição da modalidade da culpa em sentido estrito. Os crimes culposos, aliás, demanda especial atenção quanto à descrição da modalidade da culpa, ou seja, da forma de inobservância do cuidado objetivo do agente, que deve saber exatamente qual a imprudência, negligência ou imperícia de que está sendo acusado. A providência prevista no dispositivo citado é obrigatória seja qual for a pena aplicada em razão da alteração do fato imputado, pois o réu se defende dos fatos e não da pena. A pena é somente uma consequência da alteração dos fatos. Com as alterações que houve na mutatio, é obrigatório, em qualquer caso, o aditamento à denúncia.

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Verificando o juiz, portanto, que os fatos criminosos comprovados são diversos dos descritos na inicial, não cabe a ele absolver de imediato o acusado, mas proceder de acordo com o artigo 384, determinando vista ao Ministério Público para que se manifeste quanto ao aditamento. Questão fundamental diz com o fato de que, aplicada a emendatio, a mutatio, tendo havido desclassificação ou procedência parcial da ação penal, se agora cabíveis, deverá o Ministério Público se manifestar quanto à concessão de benefícios previstos no JECRIM – arts. 383, §§ 1º e 2º; 384, § 3º, ambos do Código de Processo Penal e Súmula n.º 337 do STJ. Além disto, se em razão disso houver o reconhecimento de um novo juízo competente, para lá que os autos deverão ser remetidos. Verificada a mutatio, o Ministério Público tem o prazo de cinco dias para aditamento à denúncia e poderá arrolar até três testemunhas. A defesa responde em igual prazo e arrola o mesmo número de testemunhas. O juiz, então, decide se recebe, rejeita ou se não recebe o aditamento feito. Importante destacar que o recebimento do aditamento á inicial não interrompe novamente a prescrição, pois não se trata da inclusão de um novo fato. O despacho judicial que determina a baixa do processo para o Ministério Público, apoiado no artigo 384 por haver possibilidade de nova definição jurídica do fato, é irrecorrível. Se houver discordância quanto ao aditamento, deverá ser aplicado o art. 28 do Código de Processo Penal – art. 384, § 1º, do Código de Processo Penal. Na sentença, não obstante a parte final da redação do art. 384, § 4º, do Código de Processo Penal, o juiz poderá se manifestar quanto ao primeiro fato ou quanto ao fato constante do aditamento, pois deles o réu se defendeu. O que o juiz não poderá é se manifestar, na sentença, sobre um terceiro fato não contido na denúncia ou no aditamento. O artigo 384 do Código de Processo Penal não admite seja a acusação ampliada a novos fatos através de aditamento à denúncia, pois a mutatio acusationis está restrita à “nova definição jurídica do fato” constante da imputação inicial e não à correção de equívocos na incriminação ou à apresentação de nova imputação, providências que são compatíveis apenas com a propositura de nova ação penal. No aditamento previsto no artigo 384 do Código de Processo Penal, todo o processo começa de novo, com nova audiência, nova instrução e novo interrogatório do réu. O assistente do Ministério Público não pode aditar a denúncia, já que a lei não lhe defere expressamente tal poder. O despacho do juiz, baixando os autos para aditamento, é irrecorrível. Não recebido o aditamento, cabe recurso em sentido estrito, mas se o juiz rejeitá-lo no próprio corpo da sentença, deve ser apreciado o inconformismo do Ministério Público na própria apelação. Segundo a Súmula 453 do STF, “não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do CPP, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida explícita ou implicitamente na denúncia ou queixa”. Caso no Tribunal se reconheça, em apelação da defesa ou revisão, que a definição jurídica correta para o fato criminoso é diversa da imputação, por não ter havido o aditamento, a solução não é a decretação da nulidade da sentença mas sim a absolvição.

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SENTENÇA ABSOLUTÓRIA Absolvição A sentença é absolutória quando se julga improcedente a acusação e ocorre nas hipótese mencionadas no artigo 386. De acordo com o dispositivo, a absolvição será decretada desde que o juiz reconheça “estar provada a inexistência do fato” (inc. I). Também tem lugar a absolvição quando o juiz reconhece “não haver prova da existência do fato” (inc. II). Nessa hipótese o fato criminoso pode ter sucedido, mas não se esclareceu devidamente a sua ocorrência. É absolvido ainda o acusado quando “não constituir o fato infração penal” (inc. III). Embora o fato tenha ocorrido, não é ele típico, ou seja, não se subsume a qualquer descrição abstrata da lei penal. Pode a absolvição se dar por deficiência da autoria, ou quando existe certeza de que o réu não foi autor do fato ou quando houver dúvida quanto à autoria delitiva ( incisos IV e V do art. 386 do Código de Processo Penal. Também é absolvido o réu quando “existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena (inc. VI). Refere-se a lei às causas excludentes da antijuridicidade ou ilicitude e às causas excludentes de culpabilidade. É preciso ressaltar que o juiz deve fazer sempre a análise da pretensão executiva, afirmando a existência do fato e de sua autoria, para só então reconhecer a possibilidade de absolvição por essa causa. Quando se trata de inimputabilidade por se verificar durante a instrução criminal que o acusado era menor de 18 anos de idade na época do fato (art.27), não há caso de absolvição, mas sim de anulação do processo ab initio por falta de legitimidade passiva. Havendo dúvida quanto às causas de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade, da mesma forma, deverá o juiz absolver o réu com base no art. 386, inciso VI, do Código de Processo Penal. Por último, o réu deve ser absolvido se “não existir prova suficiente para a condenação” (inc. VII). É possível apelar o réu absolvido da decisão absolutória para obter a modificação ao fundamento legal de sua absolvição quando preenchido o necessário pressuposto do recurso que lhe confere legítimo interesse. Providências e efeitos Embora a sentença absolutória tenha, por natureza, caráter declaratório-negativo, porque nega, no caso concreto, a existência do jus puniendi do Estado, produz ela efeitos, determinando as providências do juiz para que estes se concretizem. Proferida a sentença absolutória, o juiz, de acordo com o artigo 386, parágrafo único, “mandará se for o caso, pôr o réu em liberdade (inc. I). Em caso de absolvição imprópria, ou seja, em que se reconhece a inimputabilidade por doença mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardo, deve aplicar medida de segurança (art. 386, parágrafo único, inciso III, do Código de Processo Penal). Transitada em julgado a sentença penal absolutória, deve ser levantada a medida assecuratória, consistente no seqüestro (art. 125) e na hipoteca legal (art. 141). A fiança deve ser restituída (art. 337). Essa decisão impede ainda que se argúa a exceção da verdade nos crimes contra a honra (art. 138, §3º, III, do CP, e art. 523, do CPP). Embora a responsabilidade civil seja independente da criminal tem a sentença absolutória criminal efeitos no direito civil.

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SENTENÇA CONDENATÓRIA Condenação A sentença condenatória tem um duplo conteúdo: em primeiro lugar, declara existente o direito de punir emanado da violação do preceito primário da norma penal; e em segundo lugar, faz vigorar para o caso concreto as forças coativas latentes da ordem jurídica, mediante aplicação da sanção adequada. Assim, a correlação não existe apenas em relação ao fato criminoso mas também com relação as sanções que devem ser aplicadas ao réu, que não podem ir além do objeto da acusação formalizada e devem ser justificadas pelo prolator da sentença condenatória. Deve ele, portanto, fundamentar a aplicação da pena. Fundamentação da pena A pena será fixada atendendo-se ao critério do artigo 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstância atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. É obrigatória, sob pena de nulidade, a consideração de atenuantes e agravantes. Também a inobservância do critério trifásico, com a consideração englobada da pena-base com agravante ou atenuante, é causa de nulidade. Como visto, o juiz deve fundamentar a dosimetria da pena com referência a todas as circunstâncias que levou em consideração na fixação da reprimenda, m aumentos ou reduções, sob pena de nulidade, máxime se foi aplicada pena acima do limite mínimo, aplicando-se a mesma regra às decisões em Instância Superior. Nos processos julgados pelo tribunal de júri, ao juiz presidente cabe fundamentar a dosimetria da pena, atendendo aos limites e às circunstâncias reconhecidas pelos jurados, além daquelas previstas no artigo 59 do CP. Tratando-se de concurso material de crimes, nula é a sentença que não discrimina a pena imposta a cada um dos delitos imputados ao réu. É também nula a sentença que estabelece pena inferior ao mínimo legal cabível na espécie, mas, transitada em julgado a sentença para a acusação não pode ser a nulidade declarada diante do princípio da invariabilidade da sentença no campo criminal. Também tem se considerado como reformatio in pejus indireta a aplicação, na renovação da ação penal, de pena mais grave do que aquela que fora imposta ao condenado na sentença anulada em recurso exclusivo do réu. Tal não ocorre se a nulidade decorreu de incompetência absoluta. Na fixação de pena de multa devem ser observados os ditames para a fixação da pena privativa de liberdade, tendo-se em vista, na fixação do valor do dia-multa, a situação econômica do acusado. Por fim, deve ser fixado um valor mínimo de reparação do dano, a teor do art. 387, IV, do Código de Processo Penal, o que permite, até este valor, a pronta execução da sentença penal condenatória transitada em julgado na esfera cível – art. 63, parágrafo único, do CPP. Efeitos

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Não é mais efeito da sentença condenatória recorrível “ser o réu preso ou conservado na prisão, assim nas infrações inafiançáveis, como nas afiançáveis enquanto não prestar fiança”. Agora o juiz decidirá, fundamentadamente, na sentença sobre a prisão neste momento, desde que preenchidos os requisitos da prisão preventiva – art. 387, parágrafo único, do Código de Processo Penal. Também é efeito da condenação “ser o nome do réu lançado no rol dos culpados”, porém a inscrição do nome do réu no rol dos culpados somente poderá ser efetivada após o trânsito em julgado da sentença. Além destes efeitos, há aqueles previstos nos artigos 91 e 92 do Código Penal - o primeiro, incorporando efeitos genéricos e automáticos da condenação; e, o segundo, efeitos específicos, que precisam ser declarados na decisão condenatória: Com efeito, os efeitos genéricos previstos no artigo 91 do Código Penal, são automáticos, sendo desnecessária sua determinação expressa na sentença. São os seguintes: - Tornar certa a obrigação de indenizar: A sentença penal condenatória faz coisa julgada no cível, valendo como título executivo, nos termos do art. 584, II, do CPC, cuja liquidação far-se-á na esfera cível. Como não se trata essa vinculação de uma pena criminal, mas de efeito da condenação, a obrigação de indenizar transmite-se aos herdeiros do delinqüente, até os limites da herança. - Perda, em favor da União, dos instrumentos e produtos do crime. A lei determina a apreensão dos instrumentos utilizados na prática do crime (240, par. 1º, d, CPP), quaisquer que sejam eles. No entanto, admite o confisco tão-somente daqueles instrumentos cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito. Com o confisco, visa o Estado impedir que instrumentos idôneos para delinqüir caiam em mãos de certas pessoas, constituindo-se, pois, medida que possui, também, caráter preventivo. A aplicação desse efeito, porém, restringe-se às infrações que constituam crimes, sendo inadmissível sua extensão para abranger as contravenções penais. Tocante aos efeitos específicos do artigo 92 do Código Penal, consistem: - Perda de cargo, função pública ou mandato eletivo, quando presentes os requisitos das alíneas a e b, do inciso I, do artigo 92. No caso de condenação por crime contra a administração pública (a), é imprescindível que a infração penal tenha sido praticada com abuso de poder ou violação de dever inerente ao cargo, função ou atividade públicas. É necessário que o agente tenha violado os deveres que a qualidade ou condição de funcionário público lhe impõe. Mais: a perda, nessa hipótese, deve restringir-se somente àquele cargo, função ou atividade, no exercício do qual foi praticado o abuso. Se reabilitado, nem por isso poderá ser reintegrado na situação anterior. Poderá, na verdade, habilitar-se novamente a exercer atividade pública, mas outra, não a anterior da qual foi elimininado definitivamente. - Incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela: Qualquer crime doloso praticado contra filho, tutelado ou curatelado, sujeito à reclusão, poderá acarretar a incapacidade. Referida incapacidade é permanente e, caso reabilitado o condenado, poderá exercer o pátrio poder, tutela e curatela em relação a outros filhos, tutelados e curatelados, mas não com referência àquele contra quem o crime foi cometido. - Inabilitação para dirigir veículo utilizado em crime doloso: não se confunde com a proibição temporária - pena restritiva - aplicável aos autores de crimes culposos de trânsito. Reabilitado, desaparece a restrição imposta na sentença.

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PUBLICAÇÃO E INTIMAÇÃO: Publicação: A formalização da sentença ocorre com a sua publicação em mão do escrivão que lavrará nos autos o respectivo termo (art. 389, 1ª parte). Quando a sentença é proferida em audiência, ela se torna pública a medida em que vai sendo ditada pelo Juiz. Deve o escrivão lavrar o termo de publicação assim que a receber. Em seguida, registrará em livro especial destinado a esse fim. Registrar significa transcrever em livro próprio a decisão para que se possa, eventualmente, dar certidão do decisório. Há necessidade de intimação para que decorram os prazos e para que as partes tomem ciência do que ficou decidido. Publicada a sentença, não poderá mais o juiz alterá-la, exceto mediante embargos declaratórios, ou no caso de erro material, tendo em vista este não transitar em julgado, passível de correção a qualquer tempo, inclusive “ex officio”. Intimação da Acusação: O Ministério Público deverá ser intimado pessoalmente pelo escrivão, no prazo de 3 dias após a publicação, sob pena de suspensão de 5 dias do serventuário que descumprir a determinação. O querelante e o assistente serão intimados pessoalmente ou por seus advogados. Se nenhum deles for encontrado, a intimação será feita mediante edital com o prazo de 10 dias, afixado no lugar de costume. Intimação do Réu Várias hipóteses - art. 392 do CPP. I - “ao réu pessoalmente se estiver preso” - tem a jurisprudência entendido que também deverá ser intimado por defensor dativo ou constituído. II - “ao réu pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança”. III - também “ao defensor constituído, nos casos de expedido mandado de prisão, não for encontrado, e assim o certificar o Oficial de Justiça”. IV - não sendo encontrado o defensor, por edital. V - não encontrado o réu, e não havendo advogado constituído, mediante edital. Entretanto, a jurisprudência amparada no princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, CF), impõe a intimação do réu, pessoalmente ou por edital, conforme o caso, bem como a de seu defensor, constituído ou dativo, fluindo o prazo recursal da última intimação realizada. Se o condenado for menor de 21 anos deverá ser intimado também o curador. Tratando-se de intimação por Carta Precatória, o prazo começa da juntada desta, segundo alguns, e da efetiva intimação para outros. O réu e o defensor devem ser intimados do inteiro teor da sentença.

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Tratando-se de intimação por edital, o prazo será de 90 dias, nos casos de pena privativa de liberdade superior ou igual a 1 ano; nos demais será 60 dias. Se o réu for intimado durante o período do edital, ficará este prejudicado. As regras referentes à sentença condenatória deverão ser utilizadas no caso de absolvição imprópria.