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PODERJUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL DE GRAU EM MINAS GERAIS PROCESSO N° 12774-89.2013.4.01.3800 Sentença A - Resolução N° 535, de 18/12/2006 - 1- ) AÇÃO ORDINÁRIA/PREVIDENCIÁRIA CLASSE 1201 PROCESSO 12774-89.2013.4.01.3800 AUTORA: NANCY GOZZO RÉU: INSTITUTO NACIONAL SEGURO SOCIAL - INSS JUIZ FEDERAL - JOÃO BATISTA RIBEIRO JUSTIÇA FEDERAL - sa VARA-MG Vistos etc. NANCY GOZZO, devidamente qualificada nos autos, ajuizou a presente AÇÃO DE DESAPOSENTAÇÃO, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela, em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL a fim de condenar o INSS a reconhecer a renúncia ao seu benefício nO 025.021.605-1 e implantar novo benefício no importe de R$3.456,85, considerando, ainda, as contribuições vertidas pela autora até o trânsito em julgado da decisão, bem como condenação do INSS a pagar as diferenças vencidas e vincendas, não pagas nas épocas próprias em virtude do não pagamento pela forma adequada, conforme acima descrito, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais moratórios de 1%, incidentes até a data do efetivo pagamento, além da condenação do INSS ao pagamento das verbas de sucumbência e honorários no importe de 20%, alegando, em resumo, o seguinte: A parte autora pretende, em apertada síntese, tutela judicial a fim de condenar o INSS a reconhecer a renúncia ao seu benefício nO 025.021.605-1 e implantar novo benefício no importe de R$3.456,85, considerando, ainda, as contribuições vertidas pela autora até o trânsito em julgado da decisão, bem como condenação do INSS a pagar as diferenças vencidas e vincendas, não pagas nas épocas próprias em virtude do não pagamento pela forma adequada, conforme acima descrito, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais moratórios de 1%, incidentes até a data do efetivo pagamento, além da condenação do INSS ao pagamento das verbas de sucumbência e honorários no importe de 20%, relatando que se ap ~ em 20/10/1995, passando a receber um benefício pre i enciário, no entanto continuou a trabalhar e contribuir com o INSS e

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PODERJUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERAL DE 1°GRAU EM MINAS GERAIS

PROCESSO N° 12774-89.2013.4.01.3800Sentença A - Resolução N° 535, de 18/12/2006

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AÇÃO ORDINÁRIA/PREVIDENCIÁRIACLASSE 1201PROCESSO N° 12774-89.2013.4.01.3800AUTORA: NANCYGOZZORÉU: INSTITUTO NACIONAL SEGURO SOCIAL -INSSJUIZ FEDERAL - JOÃO BATISTA RIBEIROJUSTIÇA FEDERAL - sa VARA-MG

Vistos etc.

NANCY GOZZO, devidamente qualificadanos autos, ajuizou a presente AÇÃO DE DESAPOSENTAÇÃO, com pedidode antecipação dos efeitos da tutela, em face do INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL a fim de condenar o INSS a reconhecer a renúnciaao seu benefício nO025.021.605-1 e implantar novo benefício no importede R$3.456,85, considerando, ainda, as contribuições vertidas pela autoraaté o trânsito em julgado da decisão, bem como condenação do INSS apagar as diferenças vencidas e vincendas, não pagas nas épocas própriasem virtude do não pagamento pela forma adequada, conforme acimadescrito, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento eacrescidas de juros legais moratórios de 1%, incidentes até a data doefetivo pagamento, além da condenação do INSS ao pagamento dasverbas de sucumbência e honorários no importe de 20%, alegando, emresumo, o seguinte:

A parte autora pretende, em apertadasíntese, tutela judicial a fim de condenar o INSS a reconhecer a renúnciaao seu benefício nO025.021.605-1 e implantar novo benefício no importede R$3.456,85, considerando, ainda, as contribuições vertidas pela autoraaté o trânsito em julgado da decisão, bem como condenação do INSS apagar as diferenças vencidas e vincendas, não pagas nas épocas própriasem virtude do não pagamento pela forma adequada, conforme acimadescrito, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento eacrescidas de juros legais moratórios de 1%, incidentes até a data doefetivo pagamento, além da condenação do INSS ao pagamento dasverbas de sucumbência e honorários no importe de 20%, relatando que seap ~ em 20/10/1995, passando a receber um benefíciopre i enciário, no entanto continuou a trabalhar e contribuir com o INSS e

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referidas contribuições em momento algum passaram a compor o benefíciopara que alcançasse um maior valor econômico por cada período adicionalde trabalho e de contribuição e tendo em vista ainda, que as contribuiçõesposteriores à aposentadoria, vertidas pela parte autora em favor do INSSforam superiores áquelas antes da concessão do benefício previdenciáriorequer a desaposentação, renunciando ao benefício anterior, para que operíodo de contribuição posterior à sua aposentadoria possa se juntar aoperíodo anterior á sua aposentadoria e, assim ser concedida uma novaaposentadoria, concluindo, por afirmar, que é perfeitamente cabível emnosso ordenamento jurídico a renúncia ao benefício previdenciário uma vezque não há qualquer vedação expressa.

Com a petição inicial (fls. 03/13), além dorespectivo instrumento particular de mandato, vieram os documentoscomprobatórios das alegações (fls. 14/34).

Regularmente citado (fls.86v), o INSSapresentou defesa (fls.88/97), defendendo a constitucionalidade eimperatividade da vedação legal ao emprego das contribuições posterioresà aposentadoria, afirmando que a pretensão da utilização do tempo deserviço posterior à aposentadoria para transformação em uma novaaposentadoria é contrária à ordem democrática, uma vez que não contacom autorização legal, e, além disso, é vedada por lei (Lei 8213/1991, art.18, 92°), acentuando que o contribuinte em gozo de aposentadoriapertence a uma espécie que apenas contribui para o custeio do sistema,não para a obtenção de nova aposentadoria, assinalando que o ato jurídicoperfeito não pode ser alterado unilateralmente, asseverando que desde asua edição, em 1991, a Lei 8213/91 veda utilização das contribuições dostrabalhadores em gozo de aposentadoria para a obtenção de novaaposentadoria ou elevação da já auferida, e que as alterações introduzidaspela Lei 9032/1995 preservaram o 92° do art. 18 na sua essência e aredação atual vigente desde a MPV 1.596-14, de 10/11/1997, mantém avedação, concluindo por afirmar que se for admitido o instituto dadesaposentação dentro do mesmo regime só se poderia aceitá-lo comefeitos ex tunc, cabendo ao segurado a devolução dos valores recebidos,ou seja, a retirada dos efeitos jurídicos do ato que se quer desconstituir.

A parte autora apresentou réplica(fls.113/125) argumentando que a jurisprudência do Superior Tribunal deJustiça tem reiteradamente se firmado no sentido de que é plenamente~~enúncia à aposentadoria, por constituir direito patrimonialdi 'o ível, ressaltando que o instituto da desaposentação tem como

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objetivo precípuo a concessão de novo benefício previdenciário maisbenéfico ao segurado já aposentado que continua trabalhando, portanto,vertendo novas contribuições ao regime previdenciário e através daconcessão do benefício mais benéfico não há que se falar em devoluçãode valores já auferidos pois do contrário o procedimento seria equiparadoaos casos de ilegalidade na obtenção do benefício.

Sem mais provas a produzir, vieram-meconclusos os autos para sentença.

Relatados. Decido.

Trata-se, na espécie, de ação ordinária porintermédio da qual a parte autora pretende tutela judicial a fim de condenaro INSS a reconhecer a renúncia ao seu benefício nO 025.021.605-1 eimplantar novo benefício no importe de R$3.456,85, considerando, ainda,as contribuições vertidas pela autora até o trânsito em julgado da decisão,bem como condenação do INSS a pagar as diferenças vencidas evincendas, não pagas nas épocas próprias em virtude do não pagamentopela forma adequada, conforme acima descrito, monetariamente corrigidasdesde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais moratórios de1%, incidentes até a data do efetivo pagamento, além da condenação doINSS ao pagamento das verbas de sucumbência e honorários no importede 20%.

No caso em julgamento, a segurada buscaa obtenção de nova aposentadoria no mesmo regime previdenciário(RGPS), mediante a renúncia da atual aposentadoria e o consequenteaproveitamento de tempo de serviço a ela posterior, somado ao tempo deserviço antigo, liberado pela renúncia.

Na hipótese sob análise, o INSS sustentaque não se revela possível renunciar à aposentadoria atual para,aproveitando o tempo de serviço antigo somado ao novo, obter outraaposentadoria, mais vantajosa, vez que o tempo de serviço posterior àaposentadoria atual não gera direitos, a teor do disposto no art. 18, ~ 2°, daLei 8213, de 1991, cuja redação é a seguinte:

"Art. 18. o Regime Geral de Previdência Socialcompreende as seguintes prestações, devidas inclusiveem razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho,expressas em benefícios e serviços:

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~ 22 O aposentado pelo Regime Geral de PrevidênciaSocia/-RGPS que permanecer em atividade sujeita a esteRegime, ou a ele retomar, não fará jus a prestaçãoalguma da Previdência Social em decorrência doexercício dessa atividade, exceto ao salário-família e àreabilitação profissional, quando empregado. (Redaçãodada pela Lei nO9528, de 1997)"

No presente caso, sustenta-se também quea autora ao permanecer trabalhando após a jubilação passou a contribuirpara ajudar no esforço coletivo de toda a sociedade brasileira de manter osbenefícios dos segurados inativos e pensionistas, o que está conforme a lei(Lei nO 8212, art. 11, 93°) e o sistema da repartição adotado pelaConstituição (art. 195), e é, enfim, justo, porque, em contrapartida, toda asociedade brasileira mantém o pagamento da aposentadoria que o autorhá anos vem recebendo.

Enfim, a controvérsia instalada nos autosse circunscreve em saber da possibilidade ou não de a segurada, que éaposentada por tempo de contribuição e que permaneceu trabalhandoapós a concessão do benefício, obter outra aposentadoria, mais vantajosa,aproveitando o tempo de contribuição posterior à jubilação e computandoos respectivos salários-de-contribuição no cálculo da nova aposentadoria,mediante a renúncia ao benefício anteriormente deferido.

No caso em tela, compulsando os autos,verifica-se que a segurada teve seu benefício da aposentadoria por tempode contribuição deferido em 20/10/1995, sob o nO025.021.605-1 (fls.17/18).Porém, por intermédio do ajuizamento da apresente ação, a seguradarequereu o seu cancelamento, o qual restou contestado pelo INSS, sob aargumentação de que a parte autora não teria direito a uma novaaposentadoria por esta ser irreversível e irrenunciável à luz do disposto noart. 181-8, do Decreto 3048, de 1999, que tem a seguinte redação:

"Art. 181-8. As aposentadorias por idade, tempo decontribuição e especial concedidas pela previdênciasocial, na forma deste Regulamento, são irreversíveis eirrenunciáveis. (Artigo acrescentado pelo Decreto nO3265,de 29/11/99)

Parágrafo único. O segurado pode desistir do seu pedidode aposentadoria desde que manifeste essa intenção erequeira o arquivamento definitivo do pedido antes dorecebimento do primeiro pagamento do benefício, ou desacar o respectivo Fundo de Garantia do Tempo de

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Serviço ou Programa de Integração Social, ou até trintadias da data do processamento do benefício,prevalecendo o que ocorrer primeiro. (Parágrafo únicoacrescentado pelo Decreto nO 4729, de 9/06/2003)"

No caso em apreço, não poderia oregulamento, como mero ato administrativo normativo, obstar a renúncia.Somente a lei pode criar, modificar ou restringir direitos, pois assim estatuio inciso 11,do art. 5°, da Constituição Federal: "ninguém será obrigado afazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".

Na hipótese examinada, é perfeitamenteválida a renúncia à aposentadoria, visto que se trata de um direitopatrimonial de caráter disponível, inexistindo qualquer lei que vede o atopraticado pelo titular do direito e, muito menos, pode a autarquiaprevidenciária se contrapor à renúncia para compelir o segurado acontinuar aposentado, visto que carece de interesse.

Quanto ao tema decidendo, oportuno referirque, malgrado a orientação dada pelo art. 181-8, do Decreto 3048, de1999, a possibilidade de renúncia ao benefício previdenciário, porquantoreconhecido seu caráter disponível, já se encontra pacificado najurisprudência iterativa do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, consoanteexemplifica a ementa do seguinte julgado:

"PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA NO REGIMEGERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. DIREITO DERENÚNCIA. CABIMENTO. POSSIBILIDADE DEUTILIZAÇÃO DE CERTIDÃO DE TEMPO DECONTRIBUIÇÃO PARA NOVA APOSENTADORIA EMREGIME DIVERSO. NÃO-OBRIGATORIEDADE DEDEVOLUÇÃO DE VALORES RECEBIDOS. EFEITOS EXTUNC DA RENÚNCIA À APOSENTADORIA.JURISPRUDÊNCIA DO STJ. AGRAVO REGIMENTALIMPROVIDO.1. A renúncia à aposentadoria é perfeitamente possivel,por ser ela um direito patrimonial disponível. Sendo assim,se o segurado pode renunciar à aposentadoria, no casode ser indevida a acumulação, inexiste fundamentojurídico para o indeferimento da renúncia quando elaconstituir uma própria liberalidade do aposentado. Nestahipótese, revela-se cabível a contagem do respectivotempo de serviço para a obtenção de nova aposentadoria,ainda que por outro regime de previdência. Casocontrário, o tempo trabalhado não seria computado emnenhum dos regimes, o que constituiria uma flagranteinjustiça aos direitos do trabalhador.

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2. O ato de renunciar ao benefício, conforme também jádecidido por esta Corte, tem efeitos ex tunc e não implicaa obrigação de devolução das parcelas recebidas, pois,enquanto esteve aposentado, o segurado fezjus aos seusproventos. Inexistindo a aludida inativação onerosa aoscofres públicos e estando a decisão monocráticadevidamente fundamentada na jurisprudência destaCorte, o improvimento do recurso é de rigor.

3. Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 328101/SC; 68 Turma, ReI. Min. MARIATEREZADE ASSIS MOURA, DJE 20/10/2008).

Desta forma, a inexistência de dispositivolegal que proíba a renúncia aos benefícios previdenciários legalmenteconcedidos deve ser considerada como possibilidade para a revogação dobenefício a pedido do segurado.

No mais, melhor sorte não assiste ao INSS.

A renúncia à aposentadoria gera efeito exnune, como de natureza desconstitutiva, não havendo previsão legal denecessidade de devolução de valores percebidos, uma vez que ascompetências de prestação foram pagas de forma devida.

Efetivamente, é firme no âmbito do E.Superior Tribunal de Justiça o entendimento no sentido de que a renúnciaà aposentadoria, para fins de concessão de novo benefício, seja no mesmoregime ou em regime diverso, não implica em devolução dos valorespercebidos, pois, enquanto esteve aposentado o segurado fez jus aos seusproventos, em acórdão assim ementado:

"PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVOREGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DECISÃOMONOCRÁ TlCA DO RELATOR COM ARRIMO NO ART.557 DO CPC. MATÉRIA NOVA. DISCUSSÃO. NÃO-CABIMENTO. PRECLUSÃO. RENÚNCIA ÀAPOSENTADORIA. DEVOLUÇÃO DOS VALORESRECEBIDOS. NÃO-OBRIGATORIEDADE.

(. ..)

4. A renúncia à aposentadoria, para fins de concessão denovo benefício, seja no mesmo regime ou em regimediverso, não implica em devolução dos valorespercebidos, pois, enquanto esteve aposentado, osegurado fezjus aos seus proventos. Precedentes.5. Agravo regimental desprovido."

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(AgRg no REsp 1107638/PR; 58 Turma, Rei. Min.LAURITA VAZ, DJE 25/05/2009).

Assim sendo, tendo presentes as razõesexpostas e, pelo que mais dos autos constam, julgo parcialmenteprocedente o pedido formulado na petição inicial para assegurar àsegurada, que é detentora da aposentadoria por tempo de contribuição eque permaneceu trabalhando após a concessão do benefício, obter outraaposentadoria, mais vantajosa, aproveitando o tempo de contribuiçãoposterior à jubilação e computando os respectivos salários-de-contribuiçãono cálculo da nova aposentadoria por tempo de contribuição integral,mediante a renúncia ao benefício anteriormente deferido sob o nO025.021.605-1 em 20/10/1995 (AgRg no REsp 958937/SC; 5a Turma, ReI.Min. FELlX FISCHER, DJE 10/11/2008), independentemente da devoluçãodos valores percebidos, pois, enquanto esteve aposentada, a segurada fezjus aos seus proventos (REsp 692.628/DF, 6a Turma, Relator o MinistroNilson Naves, DJU de 05/09/2005; AgRg no REsp 926120/RS; 5a Turma,ReI. Min. JORGE MUSSI, DJE 08/09/2008), com efeitos declaratórios efinanceiros a contar o ajuizamento da presente ação (18/03/2013),observado quanto ao pagamento das parcelas atrasadas o disposto noenunciado da Súmula 655/STF, condenando o INSS ao pagamento detodas as parcelas vencidas e vincendas, atualizadas monetariamente deacordo com o disposto no artigo 175 do Decreto 3048/1999, onde sedispõe que "o pagamento de parcelas relativas a benefícios efetuado comatraso, independentemente de ocorrência de mora e de quem lhe deucausa, deve ser corrigido monetariamente desde o momento em que restoudevido, pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefíciosdo RGPS, apurado no período compreendido entre o mês que deveria tersido pago e o mês do efetivo pagamento" acrescido de juros de mora àtaxa de 0,5% (meio por cento) ao mês, contados da citação (05/08/2013),tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal por ocasião do julgamentodas ADINs 4357 e 4425 decretou a inconstitucionalidade, porarrastamento, do art. 5°, da Lei 11960, de 2009. Defiro a antecipação datutela pleiteada (fls. 53) para ordenar que o INSS, no prazo de trinta dias,contados de sua intimação, promova a implantação e coloque emmanutenção o benefício da aposentadoria pretendida na petiçãoinicial. Condeno o INSS ao pagamento de honorários de advogado quearbitro com fundamento legal no art. 20, 9 3°, do Código de ProcessoC' " myo (dez por cento) sobre o valor das parcelas vencidas até a

;proTàÇão da sentença (STJ - Súmula 111). Custas, na forma do

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art. 3°, I, da Lei 1060/1950. Fluído o prazo para recurso voluntário, com ousem ele, subam os autos ao E. TRF/1a Região para reexame necessário.

Publique-se.Registre-se.Intimem-se.

Belo Horizonte, 14 de novembro de 2013.

ÃOBA~~JUIZ FEDERAL