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1 NRE: Ivaiporã Município: Ivaiporã Autor: Sandra Maria Papin Rodrigues E- mail: [email protected] Escola: Colégio Estadual Bento Mossurunga Ensino Fundamental e Médio Fone: (43) 34722411 Disciplina: Português Ensino Médio Conteúdo Estruturante: Gêneros Discursivos Conteúdo específico: Análise do Gênero Fábula Relação interdisciplinar 1: Biologia Colaborador 1: Teresinha Papin RG: 9071903 email: [email protected] Relação interdisciplinar 2: Geografia Colaborador 2: Adriano Diglio RG: 62882727 email: [email protected] Colaborador da disciplina: Maria Tavares Mouco RG: 14091432 email: [email protected] Orientador: Regina Gregório PROBLEMA Com certeza você já deve ter lido alguma fábula. A fábula caracteriza-se por ser um texto curto de conteúdo moral, no qual predominam, como personagens, os animais que surgem manifestando atitudes e comportamentos humanos. Talvez você possa achar que esse tipo de texto só deva ser trabalhado nas séries iniciais do Ensino Fundamental, porém se você fizer uma análise um pouco mais aprofundada, perceberá que a aparência de entretenimento, já que as histórias distraem o leitor, camufla 1 a proposta didática presente, pois a lição moral apresentada é o centro da transmissão dos valores ideológicos 2 sociais, isto é, é oferecido um modelo em que o “certo” deve ser copiado e o “errado”, evitado. As associações entre animais e características humanas, feitas pelas fábulas, permanecem até os dias de hoje, mas e as lições morais por elas transmitidas, são adequadas aos dias atuais? 1 [Do fr. camoufler.] Gal. Verbo transitivo direto. Fig. Disfarçar (alguma intenção ou obra) sob falsas aparências. 2 (ìd) [De ideologia + -ico 2 .] Adjetivo. Relativo à ideologia: (Filos.) Conjunto articulado de idéias, valores, opiniões, crenças, etc., que expressam e reforçam as relações que conferem unidade a determinado grupo social (classe, partido político, seita religiosa, etc.) seja qual for o grau de consciência que disso tenham seus portadores. ATIVIDADE 1- Sugerimos que a turma faça uma coletânea de fábulas, principalmente as mais conhecidas como “O lobo e o cordeiro”, “A cigarra e a formiga”, “A raposa e as uvas”... , objetivando relembrá-las. SEQÜÊNCIA DIDÁTICA DO GÊNERO FÁBULA Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

SEQÜÊNCIA DIDÁTICA DO GÊNERO FÁBULA PROBLEMA · exploraÇÃo das relaÇÕes entre natureza e sociedade. histÓria ... estabelece-se a relaÇÃo homem-animal que traduz e justifica

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1 NRE: Ivaiporã Município: Ivaiporã Autor: Sandra Maria Papin Rodrigues E- mail: [email protected] Escola: Colégio Estadual Bento Mossurunga – Ensino Fundamental e Médio

Fone: (43) 34722411

Disciplina: Português Ensino Médio Conteúdo Estruturante: Gêneros Discursivos Conteúdo específico: Análise do Gênero Fábula Relação interdisciplinar 1: Biologia Colaborador 1: Teresinha Papin RG: 9071903 email: [email protected] Relação interdisciplinar 2: Geografia Colaborador 2: Adriano Diglio RG: 62882727 email: [email protected] Colaborador da disciplina: Maria Tavares Mouco RG: 14091432 email: [email protected] Orientador: Regina Gregório

PROBLEMA Com certeza você já deve ter lido alguma fábula. A fábula caracteriza-se por

ser um texto curto de conteúdo moral, no qual predominam, como personagens, os

animais que surgem manifestando atitudes e comportamentos humanos.

Talvez você possa achar que esse tipo de texto só deva ser trabalhado nas

séries iniciais do Ensino Fundamental, porém se você fizer uma análise um pouco

mais aprofundada, perceberá que a aparência de entretenimento, já que as histórias

distraem o leitor, camufla1 a proposta didática presente, pois a lição moral

apresentada é o centro da transmissão dos valores ideológicos2 sociais, isto é, é

oferecido um modelo em que o “certo” deve ser copiado e o “errado”, evitado.

As associações entre animais e características humanas, feitas pelas

fábulas, permanecem até os dias de hoje, mas e as lições morais por elas

transmitidas, são adequadas aos dias atuais?

1 [Do fr. camoufler.] Gal. Verbo transitivo direto. Fig. Disfarçar (alguma intenção ou obra) sob falsas aparências. 2 (ìd) [De ideologia + -ico

2.] Adjetivo. Relativo à ideologia: (Filos.) Conjunto articulado de idéias,

valores, opiniões, crenças, etc., que expressam e reforçam as relações que conferem unidade a determinado grupo social (classe, partido político, seita religiosa, etc.) seja qual for o grau de consciência que disso tenham seus portadores.

ATIVIDADE

1- Sugerimos que a turma faça uma coletânea de fábulas, principalmente as mais conhecidas

como “O lobo e o cordeiro”, “A cigarra e a formiga”, “A raposa e as uvas”... , objetivando

relembrá-las.

SEQÜÊNCIA DIDÁTICA DO GÊNERO FÁBULA

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2

Será que é fácil desvelar os mecanismos que revelam as intenções que

permeiam as diferentes vozes presentes nas fábulas?

Na verdade, a significação não se reduz ao que é dito ou explícito no texto,

mas também aos implícitos, porém a maioria das pessoas têm dificuldades em

entender que a leitura e a escrita são ferramentas de inclusão social. De cada quatro

pessoas, só uma é capaz de entender o que está escrito em qualquer texto

minimamente complexo e o mesmo ocorre com as habilidades matemáticas, como

as quatro operações.

Portanto, o objetivo desse trabalho é auxiliar você, caro estudante, a

perceber que um texto possui uma multiplicidade de significações e também a

desenvolver sua competência textual por meio da análise do gênero textual fábula.

DESENVOLVIMENTO TEÓRICO DISCIPLINAR A partir dos anos 80, com as contribuições teóricas dos pensadores que

integraram o Círculo de Bakhtin3, os estudos em torno da natureza sociológica da

linguagem passaram a fazer parte da disciplina de Língua Portuguesa, a qual

assume uma concepção sócio-interacionista de linguagem, ou seja, considera que a

língua só existe em situações de interação.

3 Grupo de pesquisadores lingüísticos coordenados por Mikhail Bakhtin.

ATIVIDADE

2- Agora é um bom momento para confrontar as várias versões (Jean de La Fontaine,

Monteiro Lobato e Millôr Fernandes) da fábula “A cigarra e a formiga” e analisar o

contexto sócio-histórico em que cada versão foi escrita. Suas atitudes, de modo geral,

levam-no a acreditar que você está mais para formiga ou para cigarra? Por quê?

Mikhail Bakhtin (1895 – 1975), pesquisador russo do início do

século XX, foi o primeiro a empregar a palavra gêneros com um

sentido amplo, referindo-se aos tipos textuais que empregamos

em todas as situações de comunicação.

http://www.estacio.br/rededeletr

as/numero18/mirante/img/bakhti

n1.jpg

FÁBULA DO LATIM FARI – FALAR e DO GREGO PHAO – CONTAR ALGO

Sob a coordenação do professor, comente sua opinião a respeito das

informações trazidas pelas diferentes versões das fábulas lidas.

DEBATE

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3

A visão bakhtiniana da linguagem como fenômeno social tem uma relação

direta com a construção do sujeito. Para Bakhtin, o sujeito se constitui ouvindo e

assimilando as palavras e os discursos do outro, fazendo com que essas palavras e

discursos sejam processados de forma que se tornem, em parte, as palavras do

outro.

UM POUCO DE HISTÓRIA peixe. *4

Não há povo sem narrativa. Todos já precisaram de uma história para

adormecer, sonhar, conhecer melhor o mundo, as pessoas, encarar os obstáculos

do cotidiano. Esta é a prova mais evidente de que a narrativa sempre acompanhou a

vida do homem em sociedade. As histórias narradas estimulam a imaginação e

povoam a mente de idéias, pessoas, lugares, acontecimentos e sonhos.

A faculdade humana de reter na memória tudo o que é enunciado pela voz já

representou a mais alta forma de preservação da cultura e a única fonte de

aquisição e transmissão do conhecimento.

A fábula é um gênero literário muito antigo que se encontra em praticamente

todas as culturas humanas e em todos os períodos históricos. Esse caráter universal

da fábula se deve à sua ligação muito íntima com a sabedoria popular. De fato, a

fábula é uma pequena narrativa que serve para ilustrar algum vício ou alguma

virtude e termina com uma lição de moral.

As fábulas têm como personagens animais que representam, de forma

alegórica, os traços de caráter negativo e/ou positivo dos seres humanos.

Na história do Ocidente, houve grandes autores de fábulas. Na Grécia

Antiga, o mais famoso deles foi Esopo, que viveu entre os séculos VII e VI antes de

Cristo. Esopo era um grande contador de histórias, porém não deixou nenhuma

fábula escrita. Suas histórias foram registradas de forma literária bem mais tarde por

outros autores. O mais importante deles foi o romano Fedro (15 a.C – 50 d.C), que

se declarava admirador e imitador de Esopo.

No século XVII na França, viveu o mais importante fabulista da era moderna,

Jean de La Fontaine (1621–1695). Além de compor suas próprias fábulas, também

reescreveu em versos franceses muitas das fábulas antigas de Esopo e de Fedro.

4 4 Adaptado de Irene A. Machado. Literatura e Redação. São Paulo: Scipione, 1994, p. 57

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No século XIX, no Brasil, Monteiro Lobato (1882–1948) reconta várias

fábulas antigas de Esopo, Fedro e La Fontaine, além de apresentar algumas de sua

própria autoria, graças ao empenho em criar uma literatura brasileira especialmente

voltada para as crianças e jovens.

RECONHECIMENTO DO GÊNERO TEXTUAL

A fábula distingue-se das outras narrativas por dois motivos:

1º) construção simbólica do enredo, em que os animais agem, sentem e

pensam.

2º) a história é sintetizada numa linha moral. Essa linha moral geralmente

reproduz um provérbio ou um ditado popular. Esta é uma característica pela qual a

fábula revela sua vocação à tradição oral, principalmente por conservar um aspecto

marcante dessa cultura: o anonimato.

- Tem em vista um leitor potencial; - É determinado pela época e local em que foi escrito; - Possui um autor que tem intenções para a escrita do texto; - É produzido tendo em vista o veículo que irá circular. Estas informações formam o contexto de produção. 5

GÊNERO TEXTUAL

A expressão gênero textual refere-se aos textos materializados que

encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-

5 o conjunto dos parâmetros que podem exercer uma influência sobre a forma como um texto é

organizado” (BRONCKART, 2003, p.93).

TODO TEXTO

O simbolismo foi criado pelo homem para expressar suas relações com o espaço em que vive e representar uma tentativa de conhecer os fenômenos que desafiam sua capacidade de compreensão. Para isso, os animais são colocados numa situação humana exemplar, tornando-se uma espécie de símbolo. A fábula foi inspirada no Bestiário Medieval. O Bestiário é um livro que reúne descrições e histórias de animais reais ou imaginários. Desde a antiguidade, estes animais foram escolhidos para simbolizar as virtudes e identificar as qualidades dos heróis e deuses que, às vezes, encarnavam. No panteão greco-romano havia a seguinte simbologia: Júpiter era representado pela águia; Juno pelo pavão; Minerva, pela coruja; Diana, pela corça. Na arte cristã primitiva, Cristo aparece nas imagens do cordeiro, da pomba, do veado, do pavão e do peixe.4

SAIBA MAIS

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comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição

característicos.

DESENVOLVIMENTO TEÓRICO INTERDISCIPLINAR

O ensino interdisciplinar abre a possibilidade do aluno construir uma

concepção de mundo mais completa, na qual todos os fatores estão relacionados.

Observe de que maneira algumas disciplinas podem auxiliar no

desenvolvimento dessa seqüência didática.

SELEÇÃO DE UMA FÁBULA PARA LEITURA E ANÁLISE

O LEÃO E O RATO

O leão6 era orgulhoso e forte, o rei da selva. Um dia, enquanto dormia, um

minúsculo rato correu pelo seu rosto. O grande leão despertou com um rugido.

Pegou o ratinho por uma de suas fortes patas e levantou a outra para esmagar a

débil criatura que o incomodara.

6 O ISD é um quadro teórico que entende as condutas humanas como “ações situadas cujas propriedades

estruturais e funcionais são um produto de socialização.” (Bronckart, 1999, p.17)

SEQÜÊNCIA DIDÁTICA

FÁBULA

LÍNGUA PORTUGUESA DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE DE CONSTRUIR UM CONJUNTO DE EXPECTATIVAS (PRESSUPOSIÇÕES

ANTECIPADORAS DOS SENTIDOS, DA FORMA E DA FUNÇÃO DO TEXTO), APOIANDO-SE NOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS SOBRE O GÊNERO, SUPORTE E UNIVERSO TEMÁTICO, BEM COMO SOBRE SALIÊNCIAS TEXTUAIS –

RECURSOS GRÁFICOS, IMAGENS, DADOS DA PRÓPRIA OBRA (ÍNDICE, PREFÁCIO, ETC.), BEM COMO PROCEDER À ANÁLISE ESTRUTURAL DOS TEXTOS

GEOGRAFIA ANÁLISE NO SENTIDO DE CONSTATAR SE A MORAL DA

FÁBULA SERVE COMO PADRÃO EM QUALQUER REGIÃO

DO MUNDO.

FILOSOFIA PROPOSTA PEDAGÓGICA EMBASADA NO ISD.

(INTERACIONISMO SOCIODISCUSIVO)6 O QUAL SE FILIA A

UMA PSICOLOGIA DA LINGUAGEM QUE SE CENTRA NA

ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO E DA GÊNESE DAS

CONDUTAS DE LINGUAGEM.

CIÊNCIAS/BIOLOGIA ESTUDO DOS ANIMAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS.

EXPLORAÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE NATUREZA E

SOCIEDADE.

HISTÓRIA ANÁLISE DO CONTEXTO HISTÓRICO. IDENTIFICAR

CARACTERÍSTICAS DA ÉPOCA EM QUE A FÁBULA FOI NARRADA.

USO DO TEXTO NARRATIVO PARA EXPLORAR A PROGRESSÃO TEMPORAL, SUJEITOS E FATOS.

ENSINO RELIGIOSO NO TEXTO BÍBLICO GÊNESIS, ESTABELECE-SE A RELAÇÃO

HOMEM-ANIMAL QUE TRADUZ E JUSTIFICA O MODO DE

VIDA DO POVO ELEITO NA SUA INTERAÇÃO COM A

NATUREZA.

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- Ó, por favor, poderoso leão - pediu o rato. Não me mate, por favor. Peço-

lhe que me deixe ir. Se o fizer, um dia eu poderei ajudá-Io de alguma maneira.

Isso foi para o felino uma grande diversão. A idéia de que uma criatura tão

pequena e assustada como um rato pudesse ser capaz de ajudar o rei da selva era

tão engraçada que ele não teve coragem de matar o rato.

- Vá-se embora - grunhiu ele - antes que eu mude de Idéia.

Dias depois, um grupo de caçadores entrou na selva. Decidiram tentar

capturar o leão. Os homens subiram em duas árvores, uma de cada lado do

caminho, e seguraram uma rede lá em cima.

Mais tarde, o leão passou despreocupadamente pelo lugar. Ato contínuo, os

homens jogaram a rede sobre o grande animal. O leão rugiu e lutou multo, mas não

conseguiu escapar.

Os caçadores foram comer e deixaram o leão preso à rede, incapaz de se

mover. O leão rugiu por ajuda, mas a única criatura na selva que se atreveu a

aproximar-se dele foi o ratinho.

- Oh, é você? - disse o leão. Não há nada que possa fazer para me ajudar.

Você é tão pequeno! - Posso ser pequeno - disse o rato, mas tenho os dentes

afiados e estou em dívida com você. E o ratinho começou a roer a rede. Dentro de

pouco tempo, ele fizera um furo grande o bastante para que o leão saísse da rede e

fosse se refugiar no meio da selva.

Moral à Às vezes, o fraco pode ser de ajuda ao forte.

(ESOPO. Fábulas de Esopo, 1995).

A proposta principal da fábula é a fusão de dois elementos: o lúdico e o

pedagógico. As histórias, ao mesmo tempo que distraem o leitor, apresentam os

defeitos e as virtudes humanas através dos animais. Assim, a aparência de

entretenimento camufla a proposta didática presente.

Sabemos que a todo discurso (texto) subjaz uma ideologia, até mesmo o

discurso que se pretende ser neutro, contém também uma ideologia: a da sua

própria objetividade.

“O termo texto, como também ocorre com o termo discurso, tem sido conceituado de maneiras bastante diversas. Basicamente, pode-se tomá-lo em duas acepções: em sentido lato, para designar toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano, quer se trate de um romance ou de um poema, quer de uma música, uma pintura, um filme, uma escultura, etc., isto é, de qualquer tipo de comunicação realizada através de um sistema de signos. Em se tratando da linguagem verbal, tem-se o discurso, atividade comunicativa de um locutor, numa situação de comunicação determinada (...) O discurso manifesta-se linguisticamente por meio de textos – em sentido estrito – que consistem em qualquer passagem falada ou escrita, capaz de formar um todo significativo...”

(KOCH, 2006 pp. 19 e 20)

SAIBA MAIS

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ANÁLISE DA FÁBULA “O LEÃO E O RATO” ELEMENTOS DA NARRATIVA

A narração é um modo de organização de texto cujo conteúdo está

organizado às ações ou aos acontecimentos contados por um narrador.

Para construir esse tipo de texto, é preciso explorar os elementos da

narrativa: enredo, personagem, espaço, tempo e narrador.

• Enredo é o conjunto de fatos de uma história.

O ENREDO Situação inicial – personagens e espaço são apresentados. Quebra da situação inicial – um acontecimento modifica a situação apresentada. Estabelecimento de um conflito – surgimento de uma situação a ser resolvida, que quebra a

estabilidade de personagens e acontecimentos. Desenvolvimento – busca da solução do conflito. Clímax – ponto de maior tensão na narrativa. Conclusão – solução do conflito. Note-se bem que a solução do conflito não significa um

final feliz. Pode ser um rompimento se, diante de um impasse, os personagens optarem por essa solução.

• Personagem é um ser fictício que é responsável pelo desenvolvimento do

enredo.

• Espaço é o lugar onde se passa a ação numa narrativa.

• Tempo constitui o pano de fundo para o enredo. A época da história nem

sempre coincide com o tempo real em que foi publicada ou escrita.

• Narrador é o elemento estruturador da história. Há dois tipos de narrador,

identificados, à primeira vista, pelo pronome pessoal usado na narração: 1ª ou

3ª pessoa do singular. Explicando melhor:

- 1ª pessoa (ou narrador personagem): é aquele que participa diretamente do

enredo como qualquer personagem, portanto tem seu campo de visão

limitado.

- 3ª pessoa: é o narrador que está fora dos fatos narrados, é conhecido pelo

nome de narrador observador.

(informações adaptadas do livro “Como analisar narrativas” de Cândida

Vilares Gancho – Série Princípios – Ed. Ática, 2003).

ATIVIDADE

3- Na fábula em foco, quem conta os fatos é apenas narrador ou é narrador-personagem? Justifique, respondendo qual é a pessoa do discurso predominante na narração da fábula:

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ESTRUTURAÇÃO GLOBAL SITUAÇÃO

INICIAL QUEBRA

DA SITUAÇÃO

INICIAL

ESTABELECIMENTO DE UM CONFLITO

DESENVOLVIMENTO CLÍMAX CONCLUSÃO

O leão era (...) o incomodara

- Ó, por favor (...) de alguma maneira.

Isso foi para o (...) eu mudei de idéia.

Dias depois (...) conseguiu escapar.

Os caçadores foram (...) a roer a rede.

Dentro de pouco tempo (...) meio da selva.

CONTEXTO DE PRODUÇÃO 7 O agente produtor do texto (emissor) deve levar em consideração:

a) O lugar de produção ou o lugar físico onde o texto é produzido;

b) O momento de produção, ou o espaço de tempo durante o qual o texto

é produzido;

c) O emissor ou a pessoa que produz fisicamente o texto;

d) O receptor ou a pessoa que recebe concretamente o texto.

Lugar de produção: Grécia Momento de produção: Aproximadamente século VI a.C. Emissor Esopo Receptor O povo Posição social do emissor Um escravo que vivia na Grécia 8 Posição social do receptor A população grega Objetivo Criticar determinado comportamento

próprio do ser humano.

DISCURSO

Discurso é a atividade comunicativa entre interlocutores que apresenta

sentido e está inserido em um dado contexto. De acordo com a forma que o narrador

dispõe as falas dos personagens, o discurso pode ser considerado direto ou

indireto.

DISCURSO DIRETO E INDIRETO Discurso direto Discurso indireto

a) A fala aparece na 3ª pessoa do singular (eu) ou do plural (nós), sendo possível também encontrar “você” e “senhor (a)”.

a) A fala aparece na 3ª pessoa do singular ou do plural.

b) O verbo pode aparecer nos seguintes tempos verbais:

Presente do Indicativo

b) O verbo pode aparecer nos seguintes tempos verbais

Pretérito Imperfeito do Indicativo

Pretérito mais-que-perfeito do

7 O trabalho sobre o contexto de produção é uma proposta do pesquisador Bronckart (2003 e 2006).

8 Relembrar o contexto sócio-histórico do gênero fábula na página 3

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Pretérito Perfeito do Indicativo

Futuro do Presente do Indicativo

Presente do Subjuntivo

Imperativo

Indicativo

Futuro do Pretérito

Pretérito Imperfeito do Subjetivo

c) Uso dos dois-pontos e do travessão, depois do verbo de elocução.

c) Ausência de pontuação depois do verbo de elocução que vem seguido do conectivo que.

É fundamental que se proceda a um levantamento dos elementos

lingüísticos do texto, verificando a importância de cada um na compreensão do

significado da mensagem, assim como de que forma esses elementos contribuem

para que o texto seja coeso e coerente.

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS Coesão Textual Coerência Textual

− Coesão textual é um dos principais elementos da textualidade. São as articulações sintáticas e gramaticais entre as partes que compõem o texto para evitar a redundância e a ambigüidade, garantindo a seqüência lógica.

− Coerência textual é um dos principais elementos da textualidade. Resulta da boa articulação de idéias e também da seqüência lógica de um texto.

MARCAS LINGÜÍSTICO-ENUNCIATIVAS

Os tempos verbais presentes são: pretérito perfeito, pretérito imperfeito,

presente, futuro do presente, pretérito mais que perfeito, presente do modo

subjuntivo e imperativo afirmativo. Segundo Fávero (p. 57, 1999), “a moral no

presente do indicativo marca a fronteira entre o relato e o comentário. Comentar é

falar com comprometimento e o fato de a moral estar num tempo comentador

constitui um alerta para o interlocutor: trata-se de algo que o afeta diretamente e que

exige, de sua parte, uma resposta.”

ATIVIDADE

4- Passe as falas do rato e do leão para o discurso indireto:

a) — Ó, por favor, poderoso leão – pediu o rato. Não me mate, por favor. Peço-

lhe que me deixe ir.

b) Vá-se embora – grunhiu ele – antes que eu mude de idéia.

Lembrete: Observe os sinais utilizados para que o discurso direto ocorra e não se

esqueça de usá-los quando escrever seus textos.

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• Análise

Inicialmente, é necessário que haja conhecimento prévio de mundo no

sentido de saber que o leão é tido como autoridade da floresta. Pode-se, através dos

títulos de textos identificar a qual gênero ele pertence e prever o assunto presente

nele. Nas fábulas, geralmente os títulos são compostos por nomes de animais.

Assim, ao deparar-se com um texto desse tipo será fácil identificá-Io como fábula.

No entanto, esses títulos são pouco explicativos em relação ao conteúdo temático

da história. Isso ocorre, talvez, porque as fábulas são textos curtos, por isso os seus

títulos não podem antecipar os assuntos os quais serão abordados por elas.

• Coesão Referencial

Chama-se coesão referencial aquela em que um componente da superfície

do texto faz remissão a outro(s) elemento(s) do universo textual. Este elemento pode

ser representado por um nome, um fragmento de oração ou uma oração.

O grande leão despertou com um rugido (...) para esmagar a débil criatura que o

incomodara.

Peço-lhe que me deixe ir. Se o fizer eu poderei ajudá-lo de alguma maneira.

Isso foi para o felino uma grande diversão.

O leão rugiu por ajuda, mas a única criatura na selva que se atrever dele foi o

ratinho.

... Para que o leão saísse da rede e fosse se refugiar no meio da selva.

• Coesão Lexical

A substituição de uma unidade lexical por outra é um recurso coesivo

utilizado para evitar a repetição, fator que torna um texto enfadonho.

Leãoà O leão/ o rei da selva/ o grande leão/ poderoso leão/ o felino/ ele/ o grande

animal/ você.

- Rato à Um minúsculo rato/ o ratinho/ a débil criatura/ o rato/ uma criatura tão

pequena e assustada/ você.

- Caçadores à um grupo de caçadores/ os homens/ os caçadores.

ATIVIDADE

5- Transcreva uma oração em que um dos personagens faz uso do verbo

no modo imperativo:

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• Coesão Seqüencial

Essa forma de coesão diz respeito aos procedimentos lingüísticos por meio

dos quais se estabelecem, entre segmentos do texto (enunciados, partes de

enunciados, parágrafos e mesmo seqüências textuais) diversos tipos de relações

semânticas e/ou pragmáticas, à medida que se faz o texto progredir.

- Locuções adverbiais de tempo

“Um dia, enquanto dormia...”

“Vá-se embora (...) antes que eu mude de idéia.”

“Dias depois, um grupo de caçadores entrou na selva.”

“Mais tarde, o leão passou despreocupadamente pelo lugar.”

“Dentro de pouco tempo, ele fizera um furo grande o bastante para que o leão

saísse da rede e fosse se refugiar no meio da selva”.

- Advérbios

“O leão passou despreocupadamente (modo) pelo lugar”. Atitude de enfrentamento,

nada nem ninguém poderia representar perigo para o Rei dos animais.

“O leão rugiu e lutou muito (intensidade)...” o animal não se deixou abater

prontamente.

“Às vezes, o fraco pode ser de ajuda ao forte.” Recurso modalizador, isto é, serve

para amenizar a afirmação, pois não é sempre que um fraco poderá ajudar a um

forte.

A escolha valorativa do autor também fica explícita quando ele se utiliza do advérbio

“tão” para referir-se ao rato.

“A idéia de que uma criatura tão pequena e assustada (...) era tão engraçada que...”

“Você é tão pequeno!”

• Operadores argumentativos

São as conjunções, um dos mais importantes recursos de suporte à textualidade,

transformam uma seqüência lingüística qualquer em um texto.

e: conjunção aditiva à estabelece uma relação de soma ou adição entre dois

termos ou duas orações de função idêntica que pode exprimir outras idéias, porém

não é o caso analisado. / se: conjunção condicional à inicia uma oração que

indica condição ou hipótese para que o fato principal se realize ou não. / mas:

conjunção adversativa à estabelece uma relação de oposição entre dois termos. /

para que: locução conjuntiva final à inicia uma oração que indica circunstância

de finalidade. / que: conjunção subordinativa objetiva direta à inicia uma oração

subordinada.

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• A coerência textual

É um dos principais elementos da textualidade. Resulta da boa articulação

de idéias e também da seqüência lógica de um texto.

“A coerência é algo que se estabelece na interação, na interlocução,

numa situação comunicativa entre dois usuários.” (KOCH e TRAVAGLIA, 2003)

É através da coerência que alguns elementos lingüísticos merecem

destaque, já que demonstram a subjetividade do autor. Observe que em nenhum

momento do texto narrativo – a não ser na moral, o autor expressa sua opinião,

porém aí passa a ser um texto dissertativo – no entanto, fica clara a condição de

inferioridade do rato.

Leão Rato • orgulhoso • forte • rei da selva • grande • poderoso

• minúsculo • débil criatura • criatura tão pequena

e assustada • pequeno

6- O uso do diminutivo pode indicar idéia de afetividade (amorzinho), desprezo

(gentalha), alguma restrição (bonitinha), de acordo com o contexto em que é

utilizado. No caso, o que indica o uso do grau diminutivo no substantivo

ratinho?

7- Após a leitura da fábula, responda:

a) Qual é o objetivo desse texto literário: relatar, descrever ou argumentar? Por quê?

b) Destaque os termos empregados no texto para indicar o tempo em que ocorrem

os fatos:

c) Qual é o espaço em que ocorre a história? Como é possível perceber?

d) São famosas as fábulas de La Fontaine, Esopo, Monteiro Lobato, Millôr

Fernandes e outros autores. Na fábula “O leão e o rato”, por que o leão liberou o rato

da morte?

e) Em sua opinião, que ensinamento transmite a leitura dessa fábula?

f) O enredo é composto por seis elementos presentes em quase todos os textos

narrativos. Baseando-se no quadro explicativo, identifique os elementos presentes

na fábula “O leão e o rato”.

g) A que se refere o elemento coesivo “isso”(início do 3º parágrafo)?

8- PRODUÇÃO DE TEXTO

Através da forma como o discurso vai sendo construído, há a tentativa de persuadir,

convencer o leitor. A moral da fábula “às vezes, o fraco pode ser de ajuda ao forte.” o

convenceu?

Escreva um texto narrativo que termine com essa mesma moral. Lembre-se de que é

pela linguagem que o homem se realiza socialmente, expressando o que pensa e

sente, dizendo isso para os outros e ouvindo o que os outros pensam e sentem. Esta

reciprocidade é chamada de interação social.

ATIVIDADES

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13

ANEXOS

Professor

As fábulas permanecem na escola através do livro didático do século

XXI apontando, pelo seu caráter doutrinário, os conteúdos universais que

veiculam o seu modo de constituição e de organização da sociedade.

Foram evidenciadas nos livros didáticos a valorização e a

desvalorização de alguns princípios básicos dos direitos humanos em

contraposição à permanência da ideologia dominante, portanto acreditamos

que este trabalho implica em uma tentativa de contribuir para que o educando

aperfeiçoe sua competência no uso da leitura e da escrita nas práticas sociais.

O material em anexo visa auxiliá-lo a desenvolver com seus alunos esta

seqüência didática.

NOTÍCIA:

(UNICAMP - SP) Leia o texto abaixo, que apresenta uma "novidade científica": RAPOSA NA PELE DE CORDEIRO - Os golfinhos sempre tiveram uma das mais agradáveis imagens do mundo animal. Dóceis e úteis permeiam a literatura infantil com gestos dignos do melhor samaritano. Flipper que o diga. Bem, descobriu-se que a coisa não é bem assim. Seguindo um rastro de evidências perturbadoras, cientistas de vários países, que vêm estudando com mais cautela o comportamento desses mamíferos, chegaram a uma triste conclusão: os golfinhos estão longe de ser aquelas criaturas felizes e pacíficas. Foram observadas práticas de infanticídio - golfinhos adultos matando filhotes - e morte em série de outros mamíferos aquáticos. Em locais tão distantes entre si quanto a costa americana e a da Irlanda, os golfinhos usam seu bico pontudo e dentado como clavas para bater e retalhar suas presas. Mas, diferentemente de outros animais carnívoros, eles não comem um pedaço sequer de suas vítimas. Como a espécie é muito social com humanos, teme-se que essa violência possa se repetir em parques aquáticos ou cidades costeiras, onde há muita proximidade com golfinhos.

Istoé 1554, 14 jul. 1999 Nas fábulas, o inimigo do cordeiro não é a raposa. Tendo isso em conta, qual deveria ser o título deste texto? O objetivo das transcrições das diferentes versões da fábula “A cigarra e a formiga” deve-se à necessidade dos alunos lerem os textos para contextualizarem-se em relação à atividade 2.

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A CIGARRA E A FORMIGA

Tendo a cigarra cantado todo o estio, achou-se em apuros com a entrada do inverno. Não possuía nem um pedacinho de mosca, nem um vermezinho para se alimentar. Desesperada, foi bater à porta da formiga, sua vizinha. Pediu que lhe emprestasse algum grão, a fim de poder subsistir até à chegada do tempo melhor. - Eu pagarei com juros, disse ela, antes de agosto. Palavra de honra. A formiga não gosta de dar emprestado, nem é prestimosa: é esse o seu defeito. - Que fazias no tempo de calor? - perguntou-lhe. - Eu cantava noite e dia a todos que apareciam – respondeu a cigarra. - Cantavas no verão? Que bela vida! Pois bem, dança agora. Deve-se sempre prever o dia de amanhã.

(Fábulas de La Fountaine)

A CIGARRA E AS FORMIGAS I - A FORMIGA BOA

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais, todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu - tique, tique, tique... Aparece uma formiga friorenta embrulhada num xalinho de paina. - Que quer? - perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir. - Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu... A formiga olhou-a de alto a baixo. - E que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa? A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse: - Eu cantava, bem sabe... -Ah! exclamou a formiga recordando-se. Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas? -Isso mesmo, era eu... - Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: "que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora!" Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo. A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol. Existe neste mundo quem carregue o piano, mas também quem o toque e alegre o ser humano.

(Monteiro Lobato)

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II - A FORMIGA MÁ Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta. Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o seu cruel manto de gelo. A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o inverno veio encontrá-Ia desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem folhinhas que comesse. Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou emprestado, notem! - uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo, logo que o tempo permitisse. Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-Ia querida de todos seres. - Que fazia você durante o bom tempo? - Eu... eu cantava!... - Cantava? Pois dance agora, vagabunda! - e fechou-lhe a porta no nariz. Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. E que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usurária morresse, quem daria pela falta dela? Os artistas - poetas, pintores, músicos - são as cigarras da humanidade.

(Monteiro Lobato)

RELEITURA DA FÁBULA “A CIGARRA E A FORMIGA” E as fábulas jamais morreram. Neste verão mesmo, dois mil anos depois, a fábula da cigarra e da formiga se repetiu. Enquanto a formiga dava duro danado, tra-balhando dia e noite pra juntar reservas pro inverno, a cigarra, voando de galho em galho, cantava e cantava e cantava. Mas o verão passou e chegou o inverno, terrível. A formiga, com a sua prudência, estava lá na sua casa bem quentinha, contente de não ter vagabundeado no verão e até pensado cristãmente no sofrimento por que devia estar passando a cigarra. Nesse momento bateram violentamente na porta: "Deve ser aquela maluca, morta de fome" - pensou a formiga. Mas, se ela acha que vou ter compaixão, aqui ó, nunquinha. Está muito enganada. Não cantou no verão? Pois dança agora! Batida violenta na porta outra vez. A formiguinha abriu a porta e quem vocês pensam que ela viu? A própria cigarra, sim senhores. Mas não morta de fome! Pelo contrário, a cigarra estava envolvida num tremendo casaco de peles, reclinadona num belíssimo carro, sorrindo um sorriso feliz e superior. A formiga quase perdeu a fala. Conseguiu dizer apenas: “ué!” E logo depois: “Que é que você deseja?” “Nada, nada, minha amiga - disse a cigarra - não desejo nada não. Pelo contrário, vim saber o que você deseja.” “Como assim?” disse a formiguinha engolindo a frustração. “É que, você sabe” - explicou a cigarra - "como assinei um esplêndido contrato pra cantar no Olímpia, em Paris, eu queria saber se a minha velha amiga deseja alguma coisa da França”. “Ah, da França?” fez a formiguinha perplexa. “Ah, sim, desejo sim, cigarra. Você, por favor, assim que chegar lá, procura pra mim um tal de La Fontaine e diz que eu mandei ele à puta que o pariu!” Aproveite a vida, trabalhe e divirta-se em proporção porque trabalhar demasiado só traz benefícios nas fábulas de La Fontaine.

(Millôr Fernandes)

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Segundo Millôr Fernandes, as fábulas jamais morreram, elas continuam prestando-se aos mais variados interesses. Concordamos com esta afirmação e inserimos esta fábula para leitura. FÁBULA COM CARÁTER DE CONTEMPORANEIDADE

A fábula da águia e da galinha

Leonardo Boff A globalização representa uma etapa nova no processo de cosmogênese e de antropogênese. Temos que entrar nela. Não do jeito que as potências controladoras do mercado mundial querem - mercado competitivo e nada cooperativo, apenas interessadas em nossas riquezas materiais, reduzindo-nos a meros consumidores. Nós queremos entrar soberanos e conscientes de nossa possível contribuição ecológica, multicultural e espiritual. Percebe-se desmesurado entusiasmo do atual governo pela globalização. O presidente fala dela sem as nuanças que colocariam em devida luz nossa singularidade. Ele tem capacidade para ser uma voz própria e não o eco da voz dos outros. Para ele e seus aliados, conto uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana, narrada por um educador popular, James Aggrey, nos inícios deste século, quando se davam os embates pela descolonização. Oxalá os faça pensar. Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-Io cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha. Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: "Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia". "De fato", disse o homem. '''É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras." "Não", retrucou o naturalista. "Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas." "Não", insistiu o camponês. "Ela virou galinha e jamais voará como águia." Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse: "Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!". A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: "Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!". "Não", tornou a insistir o naturalista. "Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã." No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe: "Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!". Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto ao camponês sorriu e voltou à carga: "Eu havia lhe dito, ela virou galinha!". "Não", respondeu firmemente o naturalista. "Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar."

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No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: "Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!". A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte. Foi quando ela abriu suas potentes asas. Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e a voar cada vez mais alto. Voou. E nunca mais retornou. Povos da África (e do Brasil)! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E nós ainda pensamos que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, irmãos e irmãs, abram as asas e voem. Voem como as águias. Jamais se contentem com os grãos que Ihes jogarem aos pés para ciscar.

http://atualaula.vilabol.uol.com.br/esperancas.htm

SELEÇÃO DE TEXTOS DO GÊNERO DA ORDEM DO NARRAR

Vivemos em uma época marcada por textos de diferentes gêneros

discursivos, os quais requerem nossa participação ativa e direta. Portanto, aprender

a ativar diferentes mecanismos para poder interpretar, desvendar suas

intencionalidades, aprender a identificar algumas de suas características são

estratégias fundamentais para ler com competência.

A LENDA DE MANDI

A lenda de Mandi Segundo as lendas indígenas, um casal de índios esperou por muito tempo a chegada de uma filha mulher. Quando nasceu, por ter a pele extremamente branquinha, ela recebeu o nome de Mandi. Um dia, Mandi pegou uma doença e morreu, apesar de todos os esforços para salvá-la. Os pais resolveram enterrá-la no centro de uma oca para que estivessem sempre perto de seu corpo. Despejaram tantas lágrimas sobre o túmulo de Mandi que nasceu ali uma planta. A raiz era clara como a pele de Mandi. Por isso, a novidade foi batizada de Mandi-oca.

http://guiadoscuriosos.ig.com.br/index.php?cat_id=50222

Texto 1

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www.mordillo.com/p1999.html

http://www.kingfeatures.com

A ÁRVORE QUE PENSAVA

Houve uma arvore que pensava. E pensava muito. Um dia transpuseram-na para a praça no centro da cidade. Fez-lhe bem a deferência. Ela entusiasmou-se, cresceu, agigantou-se. Aí vieram os homens e podaram seus galhos. A árvore estranhou o fato e corrigiu seu crescimento, pensando estar na direção de seus galhos a causa da insatisfação dos homens. Mas quando ela novamente se agigantou, os homens voltaram e novamente amputaram seus galhos. A árvore queria satisfazer aos homens por julgá-los seus benfeitores, e parou de crescer. E como ela não crescesse mais, os homens a arrancaram da praça e colocaram outra em seu lugar. Bem melhor é agradar a Deus do que aos homens, pois com a mesma facilidade que eles honram, eles destituem.

OSWALDO FRANÇA JÚNIOR

www.panoramadapalavra.com.br/conto48.html

Texto 2

Texto 4

Texto 3

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Depois de ser perseguido durante um bom tempo por um gato, o rato esconde-se em uma toca e fica ali durante horas. Ao ouvir latidos de cachorro, achou que o gato tinha ido embora e saiu para passear. Contudo, assim que enfiou a cabeça para fora, foi pego pelas garras do gato. — Você imita latidos? — perguntou, espantado. O gato: — Meu amigo, neste mundo globalizado, quem não fala duas línguas morre de fome!

Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranqüilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado sobre suas costas duras como couraça e, ao levantar um pouco a cabeça, viu seu ventre abaulado, marrom, dividido por nervuras arqueadas, no topo do qual a coberta, prestes a deslizar de vez, ainda mal se sustinha. Suas numerosas pernas, lastimavelmente finas em comparação com o volume do resto do corpo, tremulavam desamparadas diante dos seus olhos. (...) (Trecho do livro “A Metamorfose”) FRANZ KAFKA

(Donaldo Buchweitz, org. Piadas para você morrer de rir. Belo Horizonte: Leitura,

2001. P. 67)

Texto 5

Texto 6

Texto 7

http://www2.correioweb.com.br/cw/EDICAO_20030510/col_cro_100503.htm

NEGREIROS, Revista Nova Escola, ago. 1995, p. 34)

F

ranz Kafka

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1) Identifique os temas aos quais os textos se referem, numerando-

os corretamente:

( ) Desenho humorístico, com ou sem legenda ou balão. É a crítica humorística de um fato ou acontecimento específico e aborda temas sociais, econômicos e sobretudo políticos.

( ) Relato sucinto de um fato jocoso ou curioso. ( ) Gênero mais conhecido da literatura. Herdeiro da epopéia, é

tipicamente um gênero do modo narrativo, assim como a novela e o conto.

( ) Narração de caráter maravilhoso, em que fatos históricos são deformados pela imaginação do povo ou do poeta.

( ) É uma narrativa visual que expressa a língua oral e apresenta um enredo rápido, empregando somente imagem ou associando palavra e imagem.

( ) Texto narrativo ficcional que se caracteriza por sua brevidade. ( )

É um desenho caricatural que representa uma situação humorística, utilizando ou não legendas. É um gênero atemporal e universal, pois não se refere aos acontecimentos do momento.

2) Reconheça o nome pelo qual é conhecido, em nossa sociedade,

cada um dos textos apresentados, numerando-os

( ) H.Q. ( ) Charge. ( ) Lenda. ( ) Conto. ( ) Romance. ( ) Cartum. ( ) Anedota.

3) O que há em comum nessa série de textos*? Marque a

alternativa correta:

( )

Gêneros da ordem do argumentar: discussão de assuntos ou problemas sociais controversos.

( ) Gêneros da ordem do expor: apresentação textual de diferentes formas de saberes.

( ) Gêneros da ordem do narrar: narração da ação por meio da criação ou reconstrução de uma intriga.

( ) Gêneros da ordem do relatar: representação, pelo discurso, de experiências vividas, situadas no tempo.

( ) Gêneros da ordem do instruir ou do prescrever: visam à prescrição ou à normatização de ações.

(*Definições dos agrupamentos adaptados de BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros do Discurso.

São Paulo: FTD, 2005.)

ATIVIDADES

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SUGESTÕES DE FILMES

- Coração de Dragão: - Título Original: Dragonheart/ Gênero: Aventura/

Origem/Ano: EUA/1996. Duração: 102 min/ Direção: Rob Cohe

Sinopse: Há muito tempo atrás, quando majestosos dragões sobrevoam os céus, viveu um cavaleiro que esteve frente a frente com a mais extraordinária criatura que já existiu. Bowen (Quaid) é um cavaleiro dedicado a um nobre e antigo código de honra. Quando seu pupilo, o príncipe Einon, torna-se um rei ainda mais cruel que seu pai, o idealismo de Bowen se transforma em amargura. Acreditando que a alma de Einon foi envenenada por um dragão, Bowen jura destruir todos eles. Em busca de sua vingança, ele encontra "Draco"(Connery), um dragão cujo poder, força e inteligência estão à altura do desiludido cavaleiro. Logo, o que começou como uma batalha de vida ou morte entre dois, torna-se uma grande amizade, que vai mudar o mundo medieval. Distribuição em Vídeo: CIC Video

- As Crônicas de Narnia - O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupas – Título

Original: Chronicles Of Narnia, The Lion, The Witch And The Wardrobe - Diretor:

Andrew Adamson/ Produção: Mark Johnson; Philip Steuer / Escritor: Ann Peacock;

Andrew Adamson.

Sinopse: Lúcia (Georgie Henley), Susana (Anna Popplewell), Edmundo (Skandar

Keynes) e Pedro (William Moseley) são quatro irmãos que vivem na Inglaterra, em

plena 2ª Guerra Mundial. Eles vivem na propriedade rural de um professor

misterioso, onde costumam brincar de esconde-esconde. Em uma de suas

brincadeiras, eles descobrem um guarda-roupa mágico, que leva quem o atravessa

ao mundo mágico de Nárnia. Este novo mundo é habitado por seres estranhos,

como centauros e gigantes, que já foi pacífico, mas hoje vive sob a maldição da

Feiticeira Branca, Jadis (Tilda Swinton), que fez com que o local sempre estivesse

em um pesado inverno. Sob a orientação do leão Aslam, que governa Nárnia, as

crianças decidem ajudar na luta para libertar este mundo do domínio de Jadis.

- A História sem fim I e II – Título Original: The Neverending Story/ Gênero: Aventura/ Distribuidora: Warner Bros. Sinopse: Quando o jovem Bastian pegou emprestado um misterioso livro, ele jamais sonhou que ao virar uma página seria levado a um mundo de fantasia onde pudesse ver um caracol de corrida, um morcego planador, um dragão da sorte, elfos, uma Imperatriz Menina, o valente guerreiro Atreyu e uma pedra ambulante chamada Come-Pedra. A História Sem Fim segue os limites da imaginação graças ao diretor/co-escritor Wolfgang Petersen (de Mar em Fúria) e um super-time de técnicos (com créditos que incluem 2001:Uma Odisséia no Espaço e Alien:O Oitavo Passageiro) que deram vida aos mais encantadores personagens. A História sem Fim II O livro especial está novamente aberto para um interminável elenco mágico. A História Sem Fim II traz de volta os personagens e criaturas da obra de Michael Ende, para uma nova história na qual Bastian deve salvar Fantasia de uma terrível feiticeira - e encontrar coragem que lhe falta na vida real. Velhos

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amigos, Atreyu, o menino guerreiro, Falkor, o dragão da sorte e Come-Pedra se juntam a Bastian.

fonte: www.adorocinema.com.br/filmes

SUGESTÃO DE MÚSICA

CIGARRA Simone

Composição: Milton Nascimento/Ronaldo Baston Porque você pediu uma canção para cantar

Como a cigarra arrebenta de tanta luz E enche de som o ar

Porque a formiga é a melhor amiga da cigarra

Raízes da mesma fábula que ela arranha Tece e espalha no ar

Porque ainda é inverno em nosso coração Essa canção é para cantar

Como a cigarra acende o verão E ilumina o ar

Si, si, si, si, si, si, si, si...

SUGESTÕES DE LEITURA

Bernard Higton e Russel Ash, Fábulas de Esopo. São Paulo: Companhia das

Letrinhas, 1994.

Lygia Bojunga Nunes. Angélica. Rio de Janeiro: Agir, 1998.

Mark Twain, O Príncipe e o Mendigo, São Paulo: Ática, 1998.

Millôr Fernandes, Fábulas Fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1997.

Pedro Bandeira, A marca de uma lágrima. São Paulo: Moderna, 1996.

Guilherme Cunha Pinto, Quem conta um conto. São Paulo: Atual, 1990

1978

EMI-Odeon

064 421089

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SITES

www.aprendiz.com.br

www.klickeducação.com.br

www.rumos.com.br

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997. ________, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986. BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros do discurso:

narrar: Fábulas. São Paulo: FTD, 2001.

BRONCKART, Jean Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio discursivo. São Paulo: EDUC, 1997/1999. CEREJA, Willian Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Todos os textos. 7ª

série. 2 ed. reform. São Paulo: Atual, 2003.

CITELLI, Adilson. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994.

COLEÇÃO PARA GOSTAR DE LER. História sobre Ética. (coordenação e seleção de textos de Marisa Lajolo). São Paulo: Ática, 1999. CORACINI, Maria José (org.) O Jogo Discursivo na Aula de Leitura. Campinas: Pontes, 2002. DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL. Versão Preliminar. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação, 2006.

FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto; MARUXO, José Hamilton.

Gramática. São Paulo: Ática, 2006.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 2 ed. São Paulo: Ática, 1993.

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FERNANDES, Millôr. Fábulas Fabulosas. 14 ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1991.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio versão 5.0

edição revista e atualizada: Dicionário eletrônico. Curitiba: Positivo, 2006,

FIORIN, José Luiz Elementos da Análise do Discurso. 2 ed. São Paulo: Contexto, 1990.

____________. Linguagem e Ideologia. 7 ed. São Paulo: Ática, 2003. ____________; PLATÃO, Francisco. Para Entender o Texto: Leitura e Redação. 16 ed. São Paulo: Ática, 2003.

GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. 7 ed. São Paulo: Ática,

2003.

GERALDI, João W. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997. KLEIMAN, Ângela. Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. Campinas: Pontes, 1995. KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os Segredos do Texto. São Paulo: Cortez, 2002. __________, Ingedore G. Villaça. Argumentação e linguagem. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2006. __________,Ingedore G. Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2006. __________,Ingedore G. Villaça. Texto e coerência. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2005. __________,Ingedore G. Villaça. A coesão textual. 14 ed. São Paulo: Contexto, 2001. ____________________, Ingedore G. Villaça, TRAVAGLIA, Luis Carlos. A coerência textual. 14 ed. São Paulo: Contexto, 2002. MACHADO, Irene A. Literatura e Redação. São Paulo: Scipione. 1994.

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OFÍCIO DE PROFESSOR – Aprender mais para ensinar melhor. Leitura e escrita. São Paulo: Fundação Victor Civita, 2002. ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, 2006. ORLANDI, E.P. e LAGAZZI-RODRIGUES, S. (Orgs.) Discurso e textualidade. Campinas: Pontes, 2006. REVISTA APRENDE BRASIL nº. 9, Março/2006, Positivo. REVISTA NOVA ESCOLA nº. 196, Outubro/2006, Abril. SARMENTO, Leila Lauar. Oficina de redação. 6ª série. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2003. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Práticas de Leitura e Escrita. Brasília: Ministério da Educação, 2006. SILVA, Ezequiel Theodoro. - A Produção da Leitura na Escola – Pesquisas e Propostas. São Paulo: Ática, 1995. ZILBERMAN, Regina (org.) Leitura em Crise na Escola: As Alternativas do Professor. 7 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982. _____________; SILVA, Ezequiel Theodoro da (Org.). Leitura: perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Ática, 1995.

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ANEXO

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE

1. Nome do (a) Professor (a) PDE: Sandra Maria Papin Rodrigues

2. Disciplina/Área: Português

3. IES: Universidade Estadual de Londrina

4. Orientador (a): Regina Gregório

5. Co-Orientador (a) (se houver):

6. Caracterização do objeto de estudo (exceto Professor PDE Titulado): Este material didático

consiste em uma seqüência didática do gênero fábula, o qual permite integrar as atividades de leitura, de

escrita e de análise lingüística, além de oportunizar o trabalho didático mediado por atividades e suportes

variados e facilitar a progressão curricular.

7. Título da Produção Didático-Pedagógica: Seqüência Didática do Gênero Fábula

8. Justificativa da Produção: As fábulas permanecem na escola através dos livros didáticos do século

XXI, apontando o seu caráter intimidativo e doutrinário. Essa discussão tematiza os processos de

produção textual focalizados pelos movimentos da leitura significativa – a que desmobiliza e mobiliza os

conteúdos dos repertórios culturais nas ações sóciocognitivointerativas – por meio das quais rompem-se

os limites lineares do texto-produto e se transforma em texto-processo.

9. Objetivo geral da Produção: Desvelar os mecanismos que revelam as intenções que permeiam

as diferentes vozes presentes nas fábulas os quais revelam interesses e ideologias do grupo social

nelas representados, além de contribuir para que o educando aperfeiçoe sua competência no uso da

leitura e da escrita nas práticas sociais.

10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica: ( x ) Folhas ( ) OAC ( ) Outros (descrever):

11. Público-alvo: 1ª e 2ª séries do Ensino Médio

Ivaiporã, 28/02/2008.

__________________________________________________ Sandra Maria Papin Rodrigues

Secretaria de Estado da Educação – SEED

Superintendência da Educação - SUED

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais – DPPE

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