SEQUÊNCIA DIDÁTICA

2011

APRESENTAÇÃO

A sequência didática proposta tenciona um trabalho direcionado ao gênero textual pretendido no SARESP para os 6º anos (7ª séries), Narrativa de Aventura.

Para tanto apresentamos atividades fundamentadas no conhecimento dos aspectos do gênero, garantindo repertórios textuais e situações de produção. Assim, as etapas estão focadas em análises de textos do gênero narrativa de aventura, focadas em três grandes aspectos: referências do gênero, práticas orais e práticas escritas.

Objetivos:

- contemplar o gênero textual solicitado no SARESP;- familiarizar os alunos com as peculiaridades do gênero Narrativa de Aventura;- garantir repertório textual para o trabalho com situações de produção de texto,- contemplar etapas de revisão no processo de produção textual;- incentivar o aluno a produzir boas narrativas de aventura.

1) Levantamento do conhecimento prévio dos alunos acerca do gênero estudado.

Para tanto, sugerimos a audição da música tema do filme do Indiana Jones. Aqui, os alunos fazem um levantamento de palavras relacionadas ao assunto. Por exemplo, palavras que tenham a ver com aventuras (a professora faz isso no quadro negro).

Nesta fase é importante explicar o trabalho passo a passo que será realizado durante as próximas semanas. Sugerimos que os professores se preparem para conversar com seus alunos e apresentem o gênero textual que será estudado ao comentar as diversas atividades que serão desenvolvidas. Essas atividades farão parte do estímulo para que a turma desenvolva seu texto.

Neste momento, é apontado o produto final deste trabalho (uma animação das histórias feitas pelos alunos, uma coletânea de narrativas, divulgação das melhores narrativas no blog da escola, exposição de narrativas no mural de histórias).

O professor, através de uma conversa sobre a narrativa de aventura, poderá mapear quais são os conhecimentos que os alunos já possuem sobre o gênero estudado.

Ao propor que os alunos exponham seus conhecimentos, o professor deve detalhar a situação de comunicação, como por exemplo, para quem se destina o texto, qual sua finalidade, onde o texto será publicado.

Essa fase é muito importante para que o professor possa intervir no processo de aprendizagem.

Aspectos da Narrativa Adequado AprimorarEnredo da narrativa de aventuraPersonagensEspaçoTempoFoco narrativoDiscurso

2) Identificando o gênero Narrativa de Aventura

Apresente à turma uma imagem, explorando o máximo possível os detalhes. Elaboramos um questionamento que poderá ser conduzido oralmente. Lembre-se, professor, da importância do trabalho com o gênero oral.

Sugestão de imagem:

Acionando Estratégias de Leitura

Prática Oral: conversar com os alunos a fim de identificar as características aparentes da figura (se o professor preferir, também pode solicitar que o aluno faça anotações por escrito das constatações levantadas).

Observe atentamente as personagens da cena.

a) Descreva-as, considerando o modo como estão vestidas, os objetos que carregam e a atitude que exibem.

b) Descreva detalhadamente o espaço onde as personagens estão.

Esta cena representa um momento da história vivida pelas duas personagens. A partir dela, é possível identificar o tipo de história da qual a cena faz parte e imaginar como seriam começo, meio e fim.

a) O espaço e as personagens dessa cena que você descreveu caracterizam o tipo de história?

b) Com base nas características que você observou nas duas personagens, você diria que elas são os vilões ou os heróis da história?

c) Imagine onde e como começou a história.

d) Você acredita que esse espaço retratado na cena é o mesmo do começo da história? Justifique sua resposta.

e) Que tipo de situação você acredita que terão de enfrentar a partir desse momento?

f) De que modo elas estão preparadas para enfrentar essa situação?

g) Como você supõe que terminará a história?

h) Que título você daria para essa história? Justifique sua resposta.

i) Cite nomes de personagens de filmes e livros que viveram aventuras parecidas com a que você imaginou ao ver esta cena inicial.

3- Ampliando o Repertório do Aluno

De posse do mapeamento dos conhecimentos prévios dos alunos, o professor apresenta um conjunto de narrativas de aventura, com as quais poderá desenvolver atividades de leitura, escuta (áudio), escrita e oralidade.

Sugerimos que o professor de Leitura e Produção de Texto ou professor de Língua Portuguesa junto com o professor da Sala de Leitura ou biblioteca organizem um acervo de livros de narrativa de aventura. Para isso, selecione um espaço atraente, disponibilizando caixas, pastas, estantes coloridas, varais, sacolas transparentes, identificando os livros com etiquetas (por autor, obra ou gênero textual) para facilitar o acesso e atrair a atenção dos alunos. Se possível, troque o acervo quinzenalmente para manter vivo o interesse pela leitura.

Observação: toda a equipe escolar deve incentivar o empréstimo de livros na rotina semanal.

3.1) Prática de Leitura

Propomos, aqui, uma leitura compartilhada do texto “A Sucuri”, extraído do livro Os Pequenos Jangadeiros, de Aristides Fraga Lima, de forma a acionar estratégias de leitura. Durante este processo, o aluno é levado a anotar todas as informações levantadas durante a leitura, de forma a atribuir significados ao texto lido. Dessa forma, sugerimos que procedam a:

Antes da Leitura: levantamento do conhecimento prévio dos alunos por meio do título, do autor, levando o aluno a fazer antecipações acerca da história que será lida: estipule os objetivos da leitura com a turma; levante os conhecimentos prévios dos alunos.

Estabeleça um diálogo por meio das questões abaixo:

1. Pelo título, o que se espera da história que iremos ler?2. Onde costuma ser visto esse tipo de animal?3. Alguém já se deparou com algum animal selvagem? O que aconteceu?

Durante a Leitura: paradas estratégicas a fim de que eles façam inferências, percebam as características do gênero, sintetizem informações discutidas, conheçam palavras–chave, ideias e palavras desconhecidas. É importante que tudo isso seja feito de forma a levar os alunos a fazer marcações no texto, ou caderno, anotações na margem, sublinhando palavras e destacando passagens importantes.

Comece a leitura do texto e atente-se para as características da narrativa. Lance as perguntas abaixo e anote as respostas no quadro:

1. Em que local se passa a história?

2. Quais são as personagens da história?

3. Descreva as personagens Quinquim e Mário;

4. Qual o tempo da narrativa? É Cronológico? Quanto tempo durou a trama?

5. Qual foi o clímax da história?

6. E como foi o desfecho?

7. Qual o tipo de discurso que predominou no texto?

8. Comentem as variedades do português que aparecem no texto;

9. Qual o foco narrativo?

Observação: durante a leitura, anote, no canto da lousa, as palavras que são desconhecidas dos alunos. Como exercício, peça à turma para pesquisarem em dicionários e anotarem no caderno o significado de cada palavra como forma de aquisição vocabular.

3.2) Prática de Oralidade

Reconto oral da narrativa.

Conversa sobre os aspectos que fazem a história pertencer ao gênero Narrativa de Aventura.

Apontamos algumas das características principais do gênero Narrativa de Aventura, as quais os alunos devem aprender a reconhecer nos textos lidos nesta sequência:- clima de suspense e indefinição no ar;- presença de um herói que se lança ao perigo e ao desconhecido;- objetivo a ser alcançado;- surgimento de situações perigosas e desafiadoras;- cenários que favoreçam fortes emoções;- herói coloca a sua vida em risco por um bem coletivo maior. É aquele que abandona tudo e parte para um lugar distante, enfrentando perigos, num ambiente hostil (terra ou água), e vencendo as provas para, finalmente, se consagrar herói. Possui atributos peculiares como força física,coragem,determinação, persistência e habilidade.O protagonista da narrativa de aventura, normalmente, é um valente e audaz herói que vive as mais incríveis e surpreendentes situações. O aventureiro não se abate diante de desafios sucessivos, pelo contrário, envolve-se em uma sequência de peripécias para escapar do perigo. Daí ser a ação um elemento fundamental da narrativa de aventura. O leitor é, assim, conduzido por sucessivas ações encadeadas a partir do desenvolvimento de temas fascinantes como a viagem. A viagem, na aventura, é sempre repleta de obstáculos e perigos que desafiam a astúcia e a coragem do aventureiro. Tanto pode ser uma viagem por terra, quanto por mar ou mesmo pelo ar (exemplos famosos dessas duas últimas viagens são Moby Dick, de Melville Herman, e Cinco semanas em um balão, de Julio Verne). Viaja-se para e por lugares exóticos, ilhas distantes, desertos... Enfrentam-se piratas, animais ferozes, estranhas criaturas... São apresentados povos desconhecidos, hostis ou amigáveis, com hábitos muitas vezes estranhos à cultura do herói. Frequentemente a viagem é motivada pela busca por um incrível tesouro. Há sempre, nesses casos, disputa por um mapa que levaria ao grande prêmio. Sem dúvida, a obra emblemática dessa tradição da narrativa de aventura é precisamente A ilha do tesouro, de Robert Louis Stevenson. Por outro lado, a viagem pode ser tão somente necessária à sobrevivência do herói, que pode construir uma nova vida longe de sua terra natal.

Após a Leitura: levar os alunos a identificar o tema (procedendo à pergunta “de quê trata o texto?”, a ideia principal (enunciado mais importante para explicar o tema), formular e responder perguntas. Neste momento, propomos que os alunos façam um resumo da história lida, procedendo a algumas estratégias, como separação do texto em três partes, identificando o assunto principal de cada parte e eliminando as ideias que se repetem em cada parte.

Nesta fase, retome a leitura, peça para que cada aluno leia um parágrafo da narrativa e para que a turma resuma em poucas palavras a ideia principal de cada um deles. Anote na lousa a síntese de cada parágrafo. Por fim, peça para que os alunos escrevam em seus cadernos as frases de forma a criar um resumo do texto.

É importante que nesta atividade o professor chame a atenção para o enredo, e como as ideias estão dispostas para que a coesão e coerência deem verossimilhança à história.

4- Leitura do Texto II: trecho de uma Narrativa de Aventura (em anexo)

Pode-se preparar a sala regular ou de Leitura com recursos externos que dialoguem com a história. Por exemplo, para uma narrativa de caça ao tesouro, pode-se preparar a sala com mapas, um baú, máscaras, pinturas de navios etc. O importante é criar um clima que desperte a aventura.

Durante essa leitura, dê atenção para os pontos da narrativa em que a turma tenha tido maiores dificuldades na etapa anterior.

4.1) Acionando estratégias de leitura (Leitura Compartilhada) com o texto 2 do anexo.

Propomos, mais uma vez a utilização de estratégias de leitura, de forma compartilhada, com o professor, apontadas no item anterior (no pós-leitura, se preferirem, não há necessidade de procederem ao resumo). Aqui, será interessante utilizar apenas as estratégias antes e durante a leitura. Dessa forma, os alunos irão atribuindo significados à leitura feita.

Antes da Leitura:

Questione a turma a respeito do título (A Tempestade):1. O que podemos prever que irá acontecer no texto que vamos ler?2. Quem já vivenciou uma tempestade? Ou um temporal?3. Em que local ocorreu? Vocês tiveram medo? Por quê?

Durante a leitura:

1. Onde se passa a história?2. Quem são as personagens envolvidas?3. Qual é a situação problema, ou seja, a complicação?4. Diante do problema, os personagens se utilizam de utensílios, objetos ou ferramentas para lidarem com a situação que lhes é imposta? Quais?5. A situação problema realmente ocorreu? Como?6. Os personagens conseguiram sucesso perante a complicação? Como?7. Qual foi o desfecho?8. Você já enfrentou alguma situação parecida, com raios e trovões? Compartilhe com a turma suas experiências.9. Quanto tempo durou a narrativa?10. Descreva a situação final da história.

4.2) Prática Oral

Mediação de uma conversa com os alunos, já no sentido também de discutirem as marcas do gênero, respondendo às perguntas básicas:- O que aconteceu? (levar os alunos a observarem algumas marcas: verbos no Modo Indicativo – Pretéritos Mais que Perfeito, Perfeito e Imperfeito).- Quem eram os envolvidos? (algumas marcas: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas).

- Quando aconteceu? - Onde aconteceu? - Como se desenvolveram os fatos? - Por que tudo aconteceu?

(Levar os alunos a perceberem algumas marcas: advérbios e locuções adverbiais).

4.3) Enfocando o Gênero

Conduzir os alunos a preencherem o quadro abaixo de forma a sistematizar as principais características do gênero narrativa de aventura:

Situação Inicial

- Define o tempo em que se passa a história;- Define o lugar em que se passa a história;

- O protagonista apresenta claramente o objetivo da aventura.

Complicação (decorrente da

situação inicial)

- As dificuldades enfrentadas são decorrentes do objetivo inicial;

- O protagonista tem companheiros para auxiliá-lo na aventura.

Ação das Personagens

- Os conflitos foram resolvidos;- Os conflitos se resolveram a partir do uso de habilidades

humanas;- Há razões que justificam a resolução do conflito;

- O protagonista alcança seu objetivo inicial.

Desfecho (novo estado de equilíbrio)

5- Análise Comparativa de Textos (em anexo)

Ler com os alunos os três textos que estão no anexo. Após a leitura, a qual deverá seguir a metodologia das estratégias de leitura apresentadas nesta sequência didática, desenvolver com os alunos as atividades abaixo:

5.1) Prática Oral

1. As três histórias lidas são narrativas de aventura? Assinale, se houver, o texto ou textos que não se enquadram nesse gênero em estudo.

( ) texto I( ) texto II( ) texto III

2. Conversa sobre os textos: o que há de diferente entre os textos?

3. Qual é o gênero de cada um deles?

4. Porque o texto escolhido como pertencente ao gênero narrativa de aventura é assim considerado?

5. Reconto oral do texto pertencente ao gênero Narrativa de Aventura.

6. Nas Narrativas de Aventura, algumas características aparecem repetidas frequentemente, determinando uma organização e um estilo próprios para esse tipo de gênero. Circule as alternativas que correspondam às características desse gênero textual:

a) São pequenas histórias em que predominam os animais como personagens;b) Inicia-se sempre com “era uma vez”.c) O enredo apresenta situações desafiadoras e perigosas em cenários que transmitem

fortes emoções;d) São textos que tem como característica principal a opinião do autor sobre um tema

polêmico;e) Apresenta um personagem como herói, que coloca sua vida em risco em prol de um

bem coletivo;f) Apresenta o humor como característica marcante;g) A ação é um elemento fundamental desse tipo de narrativa;h) O protagonista da narrativa, normalmente, é valente, audacioso e enfrenta os obstáculos

sem desanimar, vivendo as mais surpreendentes situações.

7. Com base nas características acima levantadas sobre o gênero Narrativa de Aventura, justifique sua escolha como não sendo narrativa de aventura os textos assinalados na questão 1.

5.2) Observe as figuras abaixo e discuta as características da narrativa de aventura presentes, respondendo ao roteiro que vem em seguida.

Roteiro para discussão:1- Como você descreve as cenas apresentadas?2- Que situação característica da narrativa de aventura pode ser entendida nas imagens?3- Que características podem ser atribuídas às personagens? Como você chegou a esta conclusão?

6. Enfocando o Gênero

Para esta etapa serão usados cinco textos para trabalho em grupo (os textos encontram-se no anexo). Após o preenchimento do quadro abaixo, os grupos compartilham os resultados (oralidade).

a) Preencha o quadro

Fato que deu origem à aventura

Problemas enfrentados pela

personagem

Momento de maior perigo

Desfecho

b) Elaborar um relato escrito dos alunos

O que eu já sei sobre Narrativa de Aventura?

7 – Situação de Produção

a) Produção de Autoria

Antes de partirmos à produção, propriamente dita, propomos que o professor planeje, de forma compartilhada com os alunos, o conteúdo a ser trabalhado no texto. É o que chamamos de Planejar a Escrita do Texto (construção do conteúdo temático).

Para tanto, separamos o trabalho em duas etapas:

I) Planejamento do texto: (momento de modelizar, explicitar procedimentos, textualizar, planejar o texto). Nesta etapa, o professor recupera as características do gênero e como elas aparecerão no texto:

Personagens: quem será o protagonista? Quem será o antagonista? Como será o herói? Haverá personagens secundários?

Ambiente: onde vai se passar a história? Como será esse ambiente? A aventura será no mar ou na terra? O que/quem aparecerá nesse ambiente? Que componentes podem ser usados para caracterizar o(s) local(s) por onde passarão as personagens?

Enredo: qual será o objetivo da aventura? Que situações de perigo serão vivenciadas pelo protagonista (monstros, lugares perigosos, desafios). Quais serão as audácias e atos de coragem?

Desfecho: como o objetivo da aventura foi alcançado? Que fim foi dado à história?

II) Planejamento do Conteúdo Temático: é o momento de discriminar os episódios do texto, em tópicos. Para facilitar, o professor pode, de forma compartilhada, resolver com os alunos quais serão as cenas da história (1ª. Cena, 2ª. Cena e assim por diante).

b) Momento da ProduçãoProdução individual, ou em duplas, da narrativa de aventura a partir do planejamento da etapa anterior.

c) Etapas de RevisãoO trabalho com a revisão dos textos é primordial no processo de produção. Para tanto, propomos as seguintes fases:

I) Revisão coletiva: para esta etapa, sugerimos que o professor escolha um texto representativo das principais dificuldades da turma para realizar a revisão, tendo à mão um texto de referência para garantir a compreensão. Dessa forma, vale considerar os aspectos:

a. discursivos (assunto e marcas do gênero);b. textuais (organizadores textuais: coerência e coesão);c. repetições, termos que não estão soando bem, explicações,

caracterizações.

II) Revisão em duplas: momento de resgatar os aspectos priorizados na revisão coletiva, para que os alunos, em duplas procedam à revisão do texto. A professora faz um planejamento, de forma compartilhada com os alunos, dos aspectos que pretende revisar.

III) Reescrita individual: Após as etapas de revisão e as devidas considerações do professor, os alunos reescrevem seus textos com as adequações e aprimoramentos que desenvolveram ao longo desta sequência didática.