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Universidade Anhanguera - Uniderp Centro de Educação a Distância Caderno de Atividades Serviço Social Coordenação do Curso Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre Autores Andrea Tochio de Antonio Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre Emanuela Patrícia de Oliveira Enilda Maria Lemos Silvia C. A. Marques Yaeko Ozaki

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Universidade Anhanguera - UniderpCentro de Educação a Distância

Caderno de Atividades

Serviço Social

Coordenação do Curso

Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre

Autores

Andrea Tochio de Antonio

Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre

Emanuela Patrícia de Oliveira

Enilda Maria Lemos

Silvia C. A. Marques

Yaeko Ozaki

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Universidade Anhanguera - UniderpCentro de Educação a Distância

ChancelerAna Maria Costa de Sousa

ReitorGuilherme Marback Neto

Vice-ReitoraHeloisa Helena Gianotti Pereira

Pró-ReitoresPró-Reitor Administrativo: Antonio Fonseca de CarvalhoPró-Reitor de Extensão, Cultura e Desporto: Ivo Arcângelo Vendrúsculo BusatoPró-Reitor de Graduação: Eduardo de Oliveira EliasPró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIADiretor-GeralJosé Manuel Moran

Diretor-AdjuntoLuciano Sathler

Coordenação de Qualidade do Material DidáticoLuciano Gamez: Coordenador e organizador da publicaçãoFernanda Bocchi BalthazarHelena OkadaWaurie Rolão

IlustraçõesEdnei Marx

ANHANGUERA PUBLICAÇÕESGerente EditorialAdauto Damásio

C129 Caderno de atividades: serviço social / Andrea Tochio de Antonio

…[et al.]; Organizador Luciano Gamez; Coordenação do cur-so Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre. - Valinhos : Anhan-guera Publicações, 2010. p. 248 - (EAD ; 2ª série).

ISBN: 978-85-7969-033-4

1. Serviço social - Metodologia. 2. Sociologia. 3. Serviço social - Filosofi a. I. Antonio, Andrea Tochio de. II. Nobre, Elisa Cléia Pi-nheiro Rodrigues. III. Série.

CDD – 20 ed. : 370.15

© 2010 Anhanguera Publicações - Proibida a reprodução fi nal ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modifi cada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. Impresso no Brasil 2010

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Nossa Missão, Nossos Valores

Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do seu crescimento.

Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, é uma Instituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científi ca e extensão, que oferecemos.

Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em cons-tante transformação.

Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docente e de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institu-cionais, tais como:

• Programa de Iniciação Científi ca (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento de pesquisa supervisionada pelos nossos professores.

• Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa-rem especialização, mestrado e doutorado.

• Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores.

• Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e fi nanceira aos alunos.

• Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos o pleno exercício da cidadania, benefi ciando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais.

A fi m de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegia o preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho. Adota inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Es-tados do País preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera.

Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri-tório Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhan-guera - UNIDERP -, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permite a integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica, com a mesma fi nalidade: aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cada vez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profi ssional de nossos alunos.

A todos, bons estudos!

Prof. Antonio Carbonari NettoPresidente - Anhanguera Educacional

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Sobre o Caderno de Atividades

Caro(a) Aluno(a),

Você está recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduação em que você está matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os conteúdos disponíveis nas publicações que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientações de estudo, destaques, propostas de atividades individuais e em grupo e desafi os de aprendizagem a serem realizados.

As questões propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas públicas já realizadas, inclusi-ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação a conhecimentos, habilidades e competências, necessários ao seu futuro desempenho profi ssional. Essa inclusão de perguntas, selecionadas a partir de avaliações ocorridas fora do âmbito universitário, colabora na sua preparação para o enfrentamento de situações mais contextualizadas.

Você também vai encontrar caminhos para vincular os textos e questões com as teleaulas do seu curso. Isso permite planejar com antecedência seu tempo e dedicação, estudar os temas previamente e se preparar para aproveitar ao máximo a interação com a equipe docente.

Desejamos que você tenha um ótimo semestre letivo.

José Manuel Moran e Luciano SathlerDiretoria do Centro de Educação a Distância

Universidade Anhanguera - UNIDERP

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Autores

Andrea Tochio de AntonioGraduação: Ciências Sociais - Universidade Federal de São Carlos - UFscar, 2004.

Graduação: Psicologia - Universidade Paulista - UNIP Jundiaí, cursando 5º semestre.Mestrado: Antropologia Social - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, 2008.

Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues NobreGraduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco, 1992.

Especialização: Gestão de Políticas Sociais - Universidade do Estado e da Região do Pantanal/UNIDERP, 2003.Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/UFMS, 2007.

Emanuela Patrícia de OliveiraGraduação: Ciências Sociais: Bacharel em Sociologia e Antropologia e Licenciatura em Ciências Sociais -

Universidade Estadual de Campinas, 2004.Especialização: Didática e Metodologia do Ensino Superior - Universidade Anhanguera-UNIDERP, 2008.

Mestrado: Antropologia Social - Universidade Estadual de Campinas, 2007.

Enilda Maria LemosGraduação: Estudos Sociais - Faculdade de Ciência, Letras e Educação de Presidente Prudente (FCLEPP), 1975.

Graduação: Serviço Social. Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT), 1979.Especialização: Metodologia de Ação do Serviço Social. Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT), 1982.

Mestrado: Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, UNIDERP, Campo Grande, Brasil, 2004.

Sílvia C. A. MarquesGraduação: Comunicação Social com habilitação em Cinema e vídeo - FAAP, 2000.

Mestrado: Comunicação e Semiótica - PUC de São Paulo, 2003.Doutorado: Comunicação e Semiótica - PUC de São Paulo, 2009.

Yaeko OzakiGraduação: Psicologia - Universidade São Francisco (USF), 1991.

Especialização: Administração de Recursos Humanos - Universidade São Judas Tadeu (USJT), 1993. Mestrado: Clínica Médica - Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, 2008.

Luciano Gamez – Organizador da publicaçãoGraduação: Psicologia - Universidade de Lisboa, 1992.

Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho, 1998.Doutorado: Engenharia de Produção - Área de concentração: Ergonomia

Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.

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Fundamentos Históricos e Teóricos-Metodológicos do Serviço Social I

Tema 1 - O Processo de Produção Capitalista ............................................................. 15

Tema 2 - O Serviço Social e o Trabalho do Assistente Social ........................................ 21

Tema 3 - As Origens do Serviço Social Brasileiro e Latino-Americano .......................... 26

Tema 4 - Manifestações sociais das décadas de 1920 e de 1930 ................................ 34

Tema 5 - As Primeiras Escolas Brasileiras de Serviço Social .......................................... 40

Tema 6 - A Prática e o Discurso dos Primeiros Assistentes Sociais ............................... 46

Tema 7 - Primeiras Instituições Públicas e Privadas que Implantaram o Serviço Social ........................................................................................... 52

Tema 8 - Primeiros Congressos Brasileiros de Serviço Social ........................................ 58

Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 1 - O Brasil Colônia ........................................................................................... 71

Tema 2 - A Economia Cafeeira ................................................................................... 77

Tema 3 - A Crise do Trabalho Escravo ......................................................................... 82

Tema 4 - A Imigração e o Esgotamento do Sistema Cafeeiro ...................................... 88

Tema 5 - O Brasil Republicano e a Industrialização ..................................................... 94

Tema 6 - As Diferenças Econômicas Regionais no Brasil ............................................ 100

Tema 7 - Revolução de 1930 e a Era Vargas ............................................................. 105

Tema 8 - O Processo de Substituição de Importações ............................................... 110

Filosofia Aplicada ao Serviço Social

Tema 1 - O Ser Humano .......................................................................................... 129

Tema 2 - O conhecimento ........................................................................................ 185

Tema 3 - História da Filosofia ................................................................................... 141

Tema 4 - Filosofia Moderna ...................................................................................... 146

Tema 5 - Filosofia Contemporânea ........................................................................... 151

Tema 6 - Ciência e Filosofia ...................................................................................... 157

Tema 7 - Ética e Filosofia .......................................................................................... 162

Tema 8 - Filosofia Política e Estética ......................................................................... 167

Sumário

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Sociologia

Tema 1 - Fundamentos básicos da Sociologia Geral: da pesquisa sociológica ao planejamento governamental ............................................................... 180

Tema 2 - Cultura e sociedade: as estruturas, as interações e os grupos sociais .......... 187

Tema 3 - O papel das instituições na regulamentação e controle social ..................... 194

Tema 4 - O papel da sociedade civil na dinâmica social e na luta pelo desenvolvimento sustentável ..................................................................... 202

Responsabilidade Social e Meio Ambiente

Tema 1 - Ecossistemas e aquecimento global ........................................................... 215

Tema 2 - As metas do milênio e a sustentabilidade .................................................. 221

Tema 3 - Responsabilidade empresarial ................................................................... 228

Tema 4 - Marketing sustentável ............................................................................... 235

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Autoras:Andrea Tochio de AntonioEmanuela Patrícia de Oliveira

Formação Social, Econômica e Política do Brasil

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Orientações de estudo

Caro(a) aluno(a),

Este caderno de atividades foi elaborado com base no livro “Formação Econômica do Brasil” de au-toria de José Márcio Rego e Rosa Maria Marques, Editora Saraiva, 2003.

Ele é composto por 8 temas:

Tema 1O Brasil Colônia

Aborda os conteúdos situados nos capítulos 1, 2 e 3. Neles, você observará que a formação social, econômica e política do Brasil passou por diferentes momentos e circunstâncias da história e a compreensão dos mesmos leva à construção de um olhar mais atento para o que o País é na atualidade.

Com a chegada ofi cial dos portugueses ao Brasil, que ocorreu em 22 de abril de 1500, o Brasil se torna Colô-nia de Portugal, nessa relação então denominada Metrópole. Portanto, a formação brasileira se inicia com o chamado período colonial, no qual o papel brasileiro era o de fornecer riquezas à coroa portuguesa, tais como o pau-brasil e a cana-de-açúcar, sob o ponto de vista do Pacto Colonial, segundo o qual a Metrópole desfru-tava do exclusivismo comercial em relação às suas colônias. Em outras palavras, tudo o que se produzisse em território brasileiro era destinado aos portugueses.

A produção de cana na Colônia foi inicialmente prejudicada com a não-adaptação dos índios ao trabalho, tendo início o tráfi co de escravos da África para o Brasil.

Depois do açúcar tem-se o ciclo do ouro no País. À medida que se enriquecia com o ouro, compravam-se mais escravos. Com a multiplicação de braços ocorria a multiplicação de lucros e, com isso, o sistema escravocrata se fortalecia cada vez mais.

Mesmo com a pressão metropolitana sobre a economia da Colônia e as transferências volumosas de ouro para Portugal, o Brasil continuou crescendo. Mas, com a decadência do ciclo do ouro, o País passou pelo chamado renascimento agrícola, com grande destaque para a produção cafeeira no país.

Tema 2A Economia Cafeeira

Aborda os conteúdos situados no capítulo 4. Nele, você observará a importância comercial do café. Em pouco tempo o café se tornou o produto de maior importância comercial para o Brasil, sendo seu principal produto de exportação. Com o poder econômico em expansão, os senhores das fazendas de café passaram também a conquistar espaço no cenário político nacional.

A expansão do café, durante muito tempo, funcionou como uma cultura agrícola ideal aos escravistas, pois as exportações e os lucros crescentes movimentavam novas compras de escravos. Com isso, tinha-se a manuten-ção do sistema escravista no Brasil.

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Entretanto, a Inglaterra passou a pressionar a sociedade brasileira e a exigir que a mesma acabasse primeira-mente com o chamado tráfi co negreiro e, posteriormente, com a escravidão. Os grandes proprietários de terra temiam que, sem os escravos, as plantações de café não se mantivessem pela ausência de mão-de-obra para atuar nas lavouras. Instalou-se a crise do trabalho escravo.

Tema 3A Crise do Trabalho Escravo

Aborda os conteúdos situados no capítulo 5. Nele, você observará que alguns grupos políticos passaram a buscar novas alternativas para a questão da substituição da mão-de-obra escrava no País. Nesse contexto aprovavam-se leis que fi nanciavam a vinda de imigrantes para o Brasil.

Quando fi nalmente se colocou um fi m à escravidão, o País já estava então preparado para um novo momento na sua história. Desde o início, a política de imigração brasileira tinha por objetivo abastecer de trabalhadores a lavoura cafeeira.

O próprio Estado passou a fi nanciar a vinda de imigrantes para o Brasil, responsabilizando-se pelo recruta-mento, transporte e distribuição dos trabalhadores, o que assegurava a entrada dos mesmos nas fazendas de café e na expansão de tal cultura agrícola. E, continuamente, a expansão do fl uxo imigratório permaneceu diretamente ligada à expansão cafeeira no País.

Tema 4A Imigração e o Esgotamento do Sistema Cafeeiro

Aborda os conteúdos situados nos capítulos 6 e 7. Neles, você observará que a sociedade passava por uma transição, os ex-escravos tinham de se adaptar à ordem capitalista, os imigrantes precisavam se adaptar ao novo País, os fazendeiros se habituavam ao trabalho assalariado.

Ao longo dos anos, a produção do café passou a crescer consideravelmente, tanto que o País passou a viven-ciar crises relativas à superprodução de café, o que passou a abalar o poder da elite cafeeira. Destaca-se nesse sentido, ainda, a crise de 1929, que derrubou os preços e o mercado de café e a situação da elite cafeeira se tornou crítica.

Tema 5O Brasil Republicano e a Industrialização

Aborda os conteúdos situados nos capítulos 8 e 9. Neles, você observará que passado o impacto da grande crise, o Brasil se voltou à industrialização, com o apoio da própria elite agrária. Foi o primeiro momento em que o País deixou de lado a exportação agrícola para lidar com a produção interna de bens industrializados, consumidos também pela referida elite. Com esse contexto, por outro lado, se deu o começo da urbanização da sociedade brasileira.

Tema 6As Diferenças Econômicas Regionais no Brasil

Aborda os conteúdos situados no capítulo 10. Nele, você observará que a formação de centros industriais levou ao crescimento considerável de algumas cidades brasileiras. Entretanto, isso se deu de forma rápida e desestruturada, caso, por exemplo, da cidade de São Paulo. Foi um momento de transformação da sociedade brasileira, em meio à acelerada urbanização do País; novos problemas e novas necessidades surgiam. Era pre-ciso olhar, entre outras coisas, para a educação, a ciência e a tecnologia, para se lidar com a nova e complexa realidade nacional.

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Tema 7Revolução de 1930 e a Era Vargas

Aborda os conteúdos situados no capítulo 11. Nele, você observará a formação social, econômica e política do Brasil. No entanto, a industrialização e a urbanização não atingiram da mesma forma todas as regiões do País. Têm-se então o princípio das desigualdades regionais brasileiras, problema que se verifi ca até os presentes dias.

A dinâmica cafeeira de São Paulo deu ao Estado as condições para o posterior desenvolvimento da indus-trialização da mesma região. Desse modo, tendo em vista toda sua concentração industrial, até hoje São Paulo é um dos mais ricos Estados brasileiros.

Em busca de trabalho na indústria, muitos indivíduos de outros Estados brasileiros passaram a se dirigir a cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, que se tornaram totalmente industrializadas. Desse modo, dispo-nibilizavam mais oportunidades no mercado de trabalho.

Tema 8O Processo de Substituição de Importações

Aborda os conteúdos situados no capítulo 12. Nele, você observará que o fortalecimento econômico da sociedade brasileira se concretizou com o advento das indústrias e com a menor importação em nome da produção própria de produtos industrializados. O Brasil deixa de ser apenas exportador de matéria-prima, rompendo defi nitivamente com as mais profundas raízes coloniais, mas os debates em torno da industriali-zação brasileira estão longe de um fi m ou de um consenso. Muitas questões, ainda na atualidade, precisam ser revistas.

Todos esses elementos servem como fundamentação para que você compreenda como a formação social, econômica e política do Brasil tem refl exos profundos sobre o que a sociedade brasileira é hoje. Decorre daí a importância em se compreender os diferentes aspectos que a envolvem.

ATENÇÃO! As respostas para as atividades deste caderno estão disponíveis no ambiente virtual do curso. Consulte seu professor-tutor para maiores informações.

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Tema 1O Brasil colônia

Objetivos de aprendizagem

• Compreender a formação da sociedade brasileira, no que se refere ao “nascimento” desta como então Colônia de Portugal;

• Entender a estrutura e o sentido da formação colonial brasileira, a partir de suas principais características;

• Entender a estrutura e a dinâmica do antigo sistema colonial, considerando seus fatos mais signifi cativos.

Para início de conversa

A formação da sociedade brasileira tem início quando o Bra-sil se torna Colônia de Portugal. Por mais que esse, a princí-pio, possa ser tomado como um período remoto da nossa história, um olhar mais cuidadoso revela que algumas das características do País, na atualidade, estão diretamente rela-cionadas ao que se construiu nesse passado.Não é possível que se entenda o Brasil hoje, sem que se en-tenda como tudo começou. As desigualdades sociais e ra-ciais, a realidade de trabalhadores no mercado de trabalho, os problemas ambientais, a busca por espaço no mundo globalizado, todas essas questões fi cam mais claras quando observadas em suas origens.Você vai, então, entender como tudo começou para que se possa saber o que de fato se pode fazer por um outro futuro!

Por dentro do tema

Portugal era um império e buscava expandir seu poder por meio da descoberta e exploração de novos territórios, de modo que enviava navegantes em busca de novas terras, capazes de gerar riquezas aos portugueses. Em uma dessas ex-pedições marítimas, os portugueses chegaram a uma vasta terra que eles viriam a chamar de Brasil.

O Brasil foi declarado então Colônia de Portugal, que por sua vez era a Metró-pole a ter exclusividade comercial sobre tudo que se produzisse de riqueza no território brasileiro. Em outras palavras, tudo que se extraísse do Brasil deveria ser remetido a Portugal e não permanecer no Brasil, que era assim uma colônia de exploração.

Mas para a produção de riquezas era necessário o trabalho de pessoas. Os portugueses que passaram a viver em terras brasileiras buscavam fazer com que as populações indígenas, que aqui habitavam, trabalhassem para eles. Mas a cultura indígena fazia difícil a adaptação de seus indivíduos ao tipo de trabalho do homem europeu.

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Sendo assim, os portugueses passaram a buscar mão-de-obra na África e deu-se então o começo do sistema de escravidão de negros em terras brasileiras. Os portugueses mantinham colônias também em território afri-cano.

A Metrópole portuguesa passou então a explorar sua Colônia por meio do sistema escravocrata. Entre as riquezas extraídas das terras brasileiras estão o pau-brasil, o açúcar, o ouro e o café.

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Tema 1 - Atividades

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

do século XVI. Naquele momento histórico, as burguesias mercantis, aliadas às monarquias sobretudo portuguesa e espanhola, empreen-diam a busca para além-mar do ouro, da prata ou de produtos de alto valor comercial nos mer-cados europeus, que pudessem ser transaciona-dos com muito lucro. O pau-brasil, abundante em nossas fl orestas tropicais ao longo da Costa Atlântica, foi o primeiro alvo de saque aos re-cursos naturais até então manejados por diver-sos povos indígenas nômades e seminômades. Ironicamente, a espécie que acabou por dar origem ao nome do País tornou-se a primeira vítima: o pau-brasil, madeira de coloração aver-melhada que os europeus utilizavam na produ-ção de tinturas, hoje só existe nos jardins e mu-seus botânicos. Carlos Walter Porto Gonçalves. “Formação Sócioespacial e Questão Ambien-tal no Brasil”. In: Berta K. Becker et al. (org.). “Geografi a e Meio Ambiente no Brasil. 3.ª ed. São Paulo: Ana Blume – Hucitec, 2002, pág. 312 (com adaptações).

Partindo do tema tratado no texto II e conside-rando o início do processo de colonização do Brasil, julgue (C ou E) os itens subsequentes.

( ) A decisão portuguesa de dar início efetivo à colonização de suas terras americanas, trinta anos após a descoberta, deveu-se fundamentalmente a dois fatores: o peri-go concreto de perdê-las para concorrentes europeus, como os franceses, e a sensível redução dos lucros do comércio oriental de especiarias.

( ) A colonização portuguesa se processou con-forme os padrões da época, ou seja, trans-feriu à iniciativa privada toda a responsa-bilidade de promover a ocupação da terra, defendê-la e fazê-la produzir. Essa situação, marcada pela ausência do Estado no em-preendimento colonial, perdurou até o mo-mento da independência.

( ) A extração de pau-brasil garantiu o êxito da empreitada colonizadora por cerca de dois séculos, perdendo a primazia somente a partir das descobertas das jazidas auríferas no interior da colônia.

( ) Analisando o caso brasileiro, o texto focali-za um aspecto primordial da primeira fase do capitalismo, aquela em que a acumula-ção de capitais se dá, sobretudo, por meio da circulação das mercadorias.

Atividades

INSTRUÇÕES

As atividades a serem desenvolvidas sobre o Bra-sil Colônia deverão ser realizadas em dupla e, para tanto, serão necessárias leituras e debates sobre os três capítulos iniciais do Livro-Texto da disciplina.

Ponto de partida

Antes de qualquer coisa, você deve pensar sobre as suas aulas de história dos ensinos fundamental e médio, bem como sobre informações que você tenha obtido por meios de livros, fi lmes e meios de comunicação. Tente recuperar o que você se lembra e sabe sobre a chegada dos portugueses em terras brasileiras. Diante disso, é possível di-zer que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral?

Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

(Instituto Rio Branco – Concurso Diplomata – 2005). O Estado-Nação brasileiro tem suas ra-ízes na expansão mercantil colonial européia

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Tema 1 - Atividades Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Questão 2

Por que é possível afi rmar o capitalismo comer-cial como sendo a marca do sentido da coloniza-ção brasileira?

Questão 3

(IBGE – Concurso Historiador - 2010) . No seu conjunto - e vista no plano mundial e internacio-nal - a colonização dos trópicos toma o aspecto de uma vasta empresa comercial, sempre com o mesmo caráter que ela, porém mais comple-ta que a antiga feitoria e destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu. É este o verda-deiro sentido da colonização tropical, da qual o Brasil é uma das resultantes; e ela explicará os elementos fundamentais, tanto no econômico como no social da formação e evolução histó-ricas dos trópicos americanos. [PRADO JÚNIOR, Caio. “Formação do Brasil Contemporâneo”. 21.a ed. São Paulo: Brasiliense, 1989, pág. 31.]

Responda de acordo com o texto acima: O diag-nóstico sobre o sentido da colonização esteve associado à:

a) Crítica da desorganização do aparato admi-nistrativo colonial.

b) Caracterização do uso inadequado do traba-lho escravo de indígenas e africanos.

c) Análise das atividades econômicas implemen-tadas pelos colonizadores europeus.

d) Denúncia das hierarquias raciais instituídas ao longo do processo de colonização.

e) Valorização de rupturas entre a sociedade co-lonial e a sociedade imperial brasileira.

Questão 4

(Pref. São Luis/MA – Concurso Téc. Nível Superior – 2008). O mercantilismo foi a política econômi-ca do Estado Absolutista. Sobre as concepções e práticas mercantilistas, pode-se afi rmar que:

a) Eram fundamentadas na expansão do pode-rio naval como forma de sustentar o comér-cio exterior.

b) Condenavam o dirigismo econômico e a re-gulamentação da proteção exercida pelos monarcas.

c) Buscavam alcançar uma balança comercial favorável por meio do liberalismo alfandegá-rio.

d) Negavam a importância dos investimentos em atividades manufatureiras, privilegiando as agrícolas.

e) Baseavam-se em rigorosas proibições das prá-ticas protecionistas e dos monopólios comer-ciais.

Questão 5

Como funcionava o chamado Pacto Colonial? Como ele ajudava a dominação metropolitana sobre as colônias?

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Tema 1 - Atividades

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Questão 6

O Brasil foi uma colônia de exploração, já os Es-tados Unidos uma colônia de povoamento. Quais as principais características destes dois tipos de colonização?

Questão 7

(Tribunal de Justiça de Pernambuco - 2007). A economia colonial se fi rmou com a existência da escravidão. Para garantir a ocupação do Brasil foi importante, além da escravidão:

a) O cultivo da cana-de-açúcar.

b) A exploração do pau-brasil.

c) A descoberta das minas de ouro.

d) O fi m das capitanias hereditárias.

e) A ajuda da Inglaterra e da França.

Questão 8

(Pref. São Luis/MA – Concurso Téc. Nível Superior – 2008). “Anchieta aprende o tupi e faz cantar e rezar nessa língua os anjos e santos do catolicis-mo... Inventa um imaginário estranho sincrético, nem só católico, nem puramente tupi-guarani, quando forja fi guras míticas como karaibebé, literalmente profetas que voam, nos quais o na-tivo identifi cava talvez os anunciadores da Terra sem Mal...” (BOSI, Alfredo. Dialética da Coloni-

zação. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, pág. 31)

Das considerações acima você pode extrair as-pectos essenciais da catequese jesuítica no Brasil. Assinale a opção que melhor sintetiza a ideia do trecho citado:

a) A catequese jesuítica no Brasil abandonou completamente o ideal missionário, vergan-do-se, na prática, às crenças indígenas.

b) Os missionários foram implacáveis na cate-quese dos índios, não cedendo um milímetro no tocante a crenças, dogmas e liturgias cató-licos.

c) A catequese jesuítica, pressionada entre o propósito evangelizador e o abismo entre o catolicismo e a cultura indígena, optou por uma linguagem catequética híbrida, católica no conteúdo e tupi na forma, do que resul-tou um catolicismo estruturalmente sincréti-co.

d) Anchieta não fazia mais do que enganar os índios, fi ngindo que acreditava nos pajés quando, no fundo, queria propagar o catoli-cismo.

e) Os jesuítas traíram completamente os ide-ais proselitistas da Contrarreforma, dissemi-nando um catolicismo falsifi cado, não só no Brasil como em outras partes do império por-tuguês, razão pela qual seriam perseguidos pelo Marquês de Pombal no século XVIII.

Questão 9

“Aqui no Brasil tratou-se, desde o início, de apro-veitar o índio, não apenas para a obtenção dele para o tráfi co mercantil de produtos nativos ou simplesmente como aliado, mas sim como ele-mento participante da colonização. Os colonos viam nele um trabalhador aproveitável; a metró-pole, um povoador para a imensa área que tinha de ocupar, muito além de sua capacidade demo-gráfi ca.” [PRADO JÚNIOR, Caio. “Formação do Brasil Contemporâneo”. São Paulo: Brasiliense; Publifolha, 2000, págs. 86 - 87.]

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Tema 1 - Atividades Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Faça uma análise de como os índios aparecem na colonização do Brasil com destaque para a ques-tão da escravidão indígena. Por que em pouco tempo os índios foram substituídos pelos negros no trabalho escravo?

Questão 10

O Brasil recebeu mais de 4 milhões de escravos trazidos da África. A escravidão teve, assim, mui-ta infl uência na formação brasileira como colô-nia de Portugal. Em sua opinião, como isso se re-fl ete na maneira com que a sociedade brasileira lida hoje com a questão racial e, sobretudo, com a questão do racismo. Busque dados da sua pró-pria vida e experiência cotidiana para desenvol-ver essa questão.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Para saber mais sobre esse assunto consulte:

• Os vídeos em que o historiador Boris Faus-to explica a fase em que o Brasil foi Colônia de Portugal. Disponível em: <http://www.domi-niopublico.gov.br/pesquisa/Detalhe-ObraForm.do?select_action=&co_obra=20448> ou <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/Detalhe-ObraForm.do?select_action=&co_obra=20448>. Os materiais são ricos em detalhes e possibilitam um olhar bastante ampliado sobre esse impor-tante período histórico.

• Aprofunde seus conhecimentos sobre a escra-vidão no Brasil Colônia lendo o artigo de Milton Carlos Costa. Disponível em: <http://www.ceres-caico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_15/milton_st15.pdf>.

• Leia material bem interessante sobre a atua-ção dos jesuítas elaborado por Maria José Aviz do Rosário. Disponível em: <http://www.ufpi.br/mesteduc/eventos/iiiencontro/gt11/educ_jesuita.pdf>, que fala da relação entre o colonizador português, a Igreja Católica e a educação.

• Uma visão cômica no cinema sobre os portu-gueses e sua relação com os povos indígenas do Brasil colonial você pode ver no fi lme “Caramuru – A Invenção do Brasil”, de Guel Arraes.

FINALIZANDO

Nesta disciplina você viu que compreender a fase em que o Brasil foi Colônia de Portugal é impor-tante para que você. Por quê? Porque possibilita a você pensar sobre certas raízes defi nidoras de toda a estruturação da sociedade brasileira, suas desigualdades e complexidades. Nesse sentido as leituras indicadas e as atividades propostas ajudam na construção de uma visão sobre este período e seus aspectos mais cruciais: pacto colo-nial, relação com os índios e escravidão de povos africanos, entre outros.

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Tema 2A economia cafeeira

Objetivos de aprendizagem

• Discutir os impactos da vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808;

• Gerar o entendimento sobre o processo de como o café se tornou o principal produto de exportação da economia brasileira;

• Discutir o início da industrialização no Brasil.

Para início de conversa

A sociedade brasileira foi moldada por diferentes momen-tos e ciclos, cada qual com características próprias e fun-damentais para a constituição da identidade brasileira e da maneira como o Brasil é visto mundialmente.

Alguns períodos de transição são ainda mais complexos e signifi cativos para que possamos compreender quem de fato somos e de onde se originaram nossas contradições.

Essa passagem da economia cafeeira para a industrialização é fundamental e, por isso, você deverá se deter para sua melhor compreensão!

Por dentro do tema

Como Colônia de Portugal o Brasil vivenciou uma situação inusitada quando em 1808 a Corte portuguesa se mudou para o País. O rei português e a família real se mudam para as terras brasileiras e, daqui, governam tanto a Colônia como Portugal. Esse fato trouxe para o Brasil uma fase de progressos signifi ca-tivos. Além disso, um outro país, a Inglaterra, passou a infl uenciar a formação e a estruturação da sociedade brasileira.

A história brasileira é assim fortemente marcada por ciclos econômicos e entre eles se destaca o chamado ciclo do café. Esse produto ganhou grande peso nas exportações brasileiras e formou no País uma burguesia que teve papel signifi cativo na introdução da economia capitalista no Brasil.

É a elite cafeeira que consegue lançar as bases da industrialização brasileira, que sempre foi inviabilizada pela Metrópole e que teve de enfrentar muitas difi culdades para se colocar fren-te ao mercado mundial. A economia agrária e exportadora, fundamentada no trabalho escravo, passou por uma complexa transição para uma economia capitalista industrial, apoiada no trabalho assalariado.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 2 - Atividades

Atividades

INSTRUÇÕES

Agora, mãos à obra! Para as atividades sobre a economia cafeeira você trabalhará de forma individual a partir da leitura do capítulo IV do Livro-Texto da disciplina.

Ponto de partida

O Brasil nasce como Colônia da Metrópole Por-tugal com quem tinha de cumprir o já discuti-do Pacto Colonial. Diante desse quadro, quais foram as grandes implicações para a economia brasileira? Como nasce essa economia e quais são os refl exos desse nascimento para o que en-frenta ainda hoje a economia do Brasil?

Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

Aponte quais foram as principais consequências da vinda da Corte portuguesa para o Brasil no que se refere ao Pacto Colonial e à economia brasileira.

Questão 2

(IBGE – Historiador – 2010). “Defendi para a In-glaterra o direito de estabelecer com o Brasil re-lações de soberano e de vassalo, e de exigir obe-diência a ser paga como o preço de proteção”. (Lord Strangford, 1807. Apud FREITAS, Caio de. George Canning e o Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1958, v.1, pág. 94.)

A declaração de Lord Strangford, por ocasião da partida da família real portuguesa em direção ao Brasil em fi nais de 1807 representou, na práti-ca, o estabelecimento de um conjunto de ações, dentre as quais se identifi ca a(o):

a) Restrição ao tráfi co intercontinental de escra-vos, culminando com a proibição integral e efetiva do mesmo em 1830.

b) Garantia de direitos de cidadania plena por meio da naturalização para os súditos ingle-ses que viessem a residir no Brasil.

c) Criação de tarifas alfandegárias preferenciais para os produtos ingleses, cláusula validada pelos Tratados de 1810.

d) Apoio aos governos de D. João VI e de D. Pe-dro I quanto à manutenção da província Cis-platina no território do Império do Brasil.

e) Cerceamento das relações diplomáticas entre os governos do Brasil e da França nos quadros das decisões do Congresso de Viena.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 2 - Atividades

Questão 5

Como a cultura do café para exportação trans-formou a sociedade brasileira e trouxe progres-sos ao País?

Questão 6

Considere a seguinte afi rmação: “É a acumula-ção de capital no setor agrícola exportador que impulsiona o crescimento industrial [no Brasil], que se consolida entre as décadas de 1880 e 1920. (BICCHI, João Ildebrando. Século XIX: Re-nascimento Agrícola, Economia Cafeeira e Indus-trialização. In: REGO, J. M.; MARQUES, R. M. For-mação Econômica do Brasil. São Paulo: Saraiva 2003. pág. 91)

Discuta, então, a relação contraditória que se es-tabeleceu entre o café e a indústria no Brasil.

Questão 3

Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, D. João VI decretou o livre comércio no País, do qual a grande benefi ciária foi a Inglater-ra. Por quê? Discuta essa questão.

Questão 4

Contextualize o momento em que o café se tor-na um produto importante na economia bra-sileira e ganha espaço entre as exportações do País.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 2 - Atividades

Questão 7

(ENADE – História – 2008). (...) o fato maior do século XIX é a criação de uma economia global única, que atinge progressivamente as mais re-motas paragens do mundo, uma rede cada vez mais densa de transações econômicas, comuni-cações e movimentos de bens, dinheiro e pes-soas ligando os países desenvolvidos entre si e ao mundo não desenvolvido. [...] Sem isso, não haveria um motivo especial para que os Esta-dos europeus tivessem um interesse algo mais que fugaz nas questões, digamos, da bacia do rio do Congo, ou tivessem se empenhado em disputas diplomáticas em torno de algum atol do Pacífi co. Essa globalização da economia não era nova, embora tivesse se acelerado conside-ravelmente nas décadas centrais do século.) HO-BSBAWM, Eric. A Era dos Impérios. 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 95.)

Para Hobsbawm, o que caracteriza a expansão imperialista européia no século XIX?

a) A ausência do Estado protecionista na cria-ção de uma economia global única.

b) A criação de uma economia global única no contexto do crescimento industrial europeu.

c) A composição de forças das nações indus-trializadas no domínio colonial.

d) O favorecimento social das regiões coloniais com a ampliação dos investimentos euro-peus.

e) Os benefícios econômicos proporcionados às massas descontentes dos impérios.

Questão 8

(ENADE – História – 2005). Por favor, responda: Modernização e Modernidade na América Lati-na no período compreendido entre 1870 e 1914 se associam:

a) À expansão dos cortiços, ampla participação política e incentivo às práticas católicas.

b) Aos direitos da mulher, projeto de reforma agrária e reforço das tradições populares.

c) À limitação dos investimentos externos, avanços da medicina pública e poesia gau-chesca.

d) Aos direitos indígenas, combate a doenças endêmicas e apoio ofi cial à pintura histórica.

e) Às reformas urbanas, construção de estradas de ferro e expansão da produção escrita.

Questão 9

O encilhamento, apesar de seu caráter especula-tivo, conseguiu aumentar o investimento indus-trial no Brasil; por outro lado tal política causou problemas como:

a) A desvalorização da moeda brasileira, já que a emissão de moedas gerou um surto infl a-cionário no Brasil, além da especulação fi nan-ceira na bolsa de valores.

b) Uma elevação considerável no padrão de vida dos brasileiros em face do dinheiro mais acessível.

c) As relações monetárias levaram à industriali-zação de forma muito rápida e sem possibili-tar aos brasileiros uma adaptação consciente.

d) A infl ação e a especulação que, entretanto, não comprometeram a bem-sucedida indus-trialização e o pagamento de salários pagos.

e) A desvalorização monetária, mas que não causou o fechamento de indústrias ou a fa-lência de investidores.

Questão 10

(Instituto Rio Branco – Concurso Diplomata – 2005). À época da independência, a economia colonial podia ser descrita de maneira simplifi ca-da. Era composta por: latifúndios voltados para a produção de mercadorias exportáveis (açúcar, ta-baco e algodão); fazendas dedicadas à produção para o mercado interno (feijão, arroz e milho) e à criação de gado, sobretudo no norte e no sul e centros mineradores já em fase de decadência. Acrescente-se, ainda, grande número de peque-nas propriedades voltadas para a agricultura e a pecuária de subsistência. Nas cidades costeiras, capitais de províncias, predominavam o grande e o pequeno comércio. Os comerciantes mais ricos eram os que se dedicavam ao tráfi co de escravos. A única alteração importante nessa economia se deu com o desenvolvimento da cultura do café.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 2 - Atividades

Já na década de 30, o produto assumira o pri-meiro lugar nas exportações. Mas o café não mu-dou o padrão econômico anterior: era também um produto de exportação baseado no trabalho escravo. Esse modelo sobreviveu ainda por mais cem anos. Só começou a ser desmontado após 1930. As consequências da hegemonia do café foram principalmente políticas. O fato de a he-gemonia ter sido estabelecida a partir do Rio de Janeiro ajudou a consolidar o novo governo do País, sediado nessa província. Se não fosse a coin-cidência do centro político com o centro econô-mico, os esforços da elite política para manter a unidade do País poderiam ter fracassado.

J. M. de Carvalho. Fundamentos da Política e da Sociedade Brasileiras. In: L. Avelar e A. O. Cintra (orgs.). Sistema Político Brasileiro: Uma Introdu-ção. Rio de Janeiro: Fundação Konrad-Adenauer-Stiftung; São Paulo: Fundação UNESP, 2004, pág. 23.

Tendo por referência o texto e considerando a evolução do processo histórico do Brasil, julgue (C ou E) os itens seguintes.

( ) A importância do café na história brasileira transcende ao aspecto meramente econômi-co - também decisivo seu papel para a confi -guração político-institucional do País - que se tornara independente em 1822.

( ) Quanto ao modelo de Estado a ser implanta-do a partir da independência, depreende-se do texto que havia convergência de pontos de vista entre as elites brasileiras, unidas pelo compromisso inarredável de garantirem a unidade do País.

( ) As riquezas geradas pelo café foram impor-tantes para que se assegurasse a estabilidade política do Império, particularmente visível entre 1850 e 1870, além de respaldarem os investimentos no País e os empréstimos con-traídos no exterior.

( ) A ação empreendedora de Irineu Evange-lista de Souza, o Barão de Mauá, marcada, do princípio ao fi m, pelo êxito e pelos lucros expressivos, somente foi possível porque a economia cafeeira produzia os capitais ne-cessários ao fi nanciamento das atividades industriais requeridas pelo moderno capita-lismo.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Saiba mais sobre esse assunto! Consulte:

• Para um maior entendimento da relação entre a economia cafeeira e a industrialização brasilei-ra você pode ler o material elaborado por Gerald Dinu Reiss. Disponível em: <http://www.rep.org.br/pdf/10-5.pdf>.

• Uma análise sobre a classe dominante e a po-lítica econômica na economia cafeeira foi feita por Renato Monseff Perissinotto. Disponível em: <http://seer.fclar.unesp.br/index.php/perspecti-vas/article/viewFile/777/638>.

• Uma visão mais ampla do início da industria-lização brasileira pode ser observada por meio da discussão. Disponível em: <http://www.pg.cefetpr.br/ppgep/Ebook/ARTIGOS/17.pdf>.

FINALIZANDO

Nesse tema você viu que a formação de uma so-ciedade passa por sua economia. Sendo assim, no caso brasileiro, é preciso compreender a eco-nomia cafeeira e sua transição para a industriali-zação a fi m de que se consiga entender algumas de nossas características. Principalmente, para a compreensão dos problemas econômicos que enfrentamos ainda na atualidade com a depen-dência que ainda possuímos em relação a outros e mais ricos países.

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Tema 3 A crise do trabalho escravo

Objetivos de aprendizagem

• Refl etir sobre o processo de escravidão que existiu no Brasil;

• Entender os impactos do fi m do tráfi co negreiro e do fi m da escravidão na sociedade brasileira;

• Discutir a questão da mão-de-obra com o fi m da escravidão.

Para início de conversa

Você deve perceber que é fundamental ter consciência de como o sistema de escravidão imposto ao Brasil por Portu-gal acabou por gerar profundas marcas na sociedade bra-sileira. Aliás, tais marcas se fazem presentes na estrutura social brasileira ainda hoje no que diz respeito à questão racial.A escravidão dos povos africanos foi motivada pela busca por vantagens fi nanceiras e econômicas. É possível apon-tar que o seu fi m se relaciona também a um novo cenário econômico e às buscas necessárias por novos tipos de van-tagens e lucros. Além disso, no caso brasileiro, é preciso destacar a participação da Inglaterra nesse processo da inserção brasileira no sistema capitalista.

Por dentro do tema

Para a colonização brasileira, a Metrópole, Portugal, optou pela utilização da mão-de-obra escrava em detrimento da escravidão indígena, por motivos já discutidos. A escravidão dos povos negros africanos persistiu por alguns sé-culos e gerou transações fi nanceiras consideráveis. A mentalidade brasileira sobre o trabalho foi então moldada por essa perspectiva da escravidão.

No entanto, com a chegada da Corte portuguesa ao Brasil, abriu-se o País também para a Inglaterra, país que vivenciava as consequências da Revolução Industrial e do sistema capitalista. Assim, os ingleses passaram a infl uenciar a sociedade brasileira para que esta se inserisse nesse novo cenário.

Foi se confi gurando, então, uma forte pressão inglesa para o fi m da escravi-dão brasileira. A Inglaterra acumulou tanto poder econômico sobre o Brasil que acabou conseguindo tal proeza. Isso ocorreu à revelia dos desejos de inúmeros senhores de terras e escravos. Esses temiam a ausência de mão-de-obra para suas lavouras e não queriam pagar salários aos trabalhadores, sobretudo ex-escravos.

Foi assim que a sociedade brasileira viu na imigração uma solução para a formação de mão-de-obra na sociedade brasileira.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 3 - Atividades

Atividades

INSTRUÇÕES

A partir da leitura do capítulo 5 do Livro-Texto você poderá, individualmente, realizar as ativi-dades relacionadas a esse tema.

Ponto de partida

Considere a colocação de Celso Furtado:

“Observada a abolição de uma perspectiva am-pla, comprova-se que a mesma constitui uma me-dida de caráter mais político que econômico. A escravidão tinha mais importância como base de um sistema regional de poder que como forma de organização de produção. Abolido o trabalho escravo, praticamente em nenhuma parte houve modifi cações de real signifi cação na forma de or-ganização da produção e mesmo na distribuição de renda. Sem embargo, havia-se eliminado uma das vigas básicas do sistema de poder formado na época colonial e que, ao perpetuar-se no sé-culo XIX, constituía um fator de entorpecimento do desenvolvimento econômico do País.” (FUR-TADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 27.ª Ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional: Pu-blifolha, 2000. pág. 145)

É possível, assim, dizer que a abolição da escra-vidão transformou completamente a sociedade brasileira e, principalmente, a tornou menos de-sigual?

Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

Faça uma discussão em torno de como a existên-cia do trabalho escravo foi se tornando insupor-tável para os padrões éticos da sociedade ingle-sa.

Questão 2

(Instituto Rio Branco – Concurso Diplomata – 2006). Com o início do Segundo Reinado são plenamente restabelecidas a prerrogativa mo-nárquica e a centralização administrativa. A monarquia constitucional parlamentarista de quatro poderes se viu reforçada. Existiam dois grandes partidos monárquicos: o Partido Con-servador que consistia na aliança entre a buro-cracia, o grande comércio e a grande lavoura de exportação e o Liberal que era formado por profi ssionais liberais urbanos e por agricultores ligados ao mercado interno e às áreas mais re-centes de colonização. Pelo sistema eleitoral que vigoraria até 1889, estavam excluídos do direito de voto os escravos, os menores de 25 anos (com exceções), os criados de servir, os religiosos que vivessem em comunidade claustral e todo aquele que não percebesse determinada renda líquida anual.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 3 - Atividades

Só podiam ser eleitos parlamentares os cidadãos brasileiros com renda elevada que professassem a religião do Estado. A reforma eleitoral de 1881 ampliou a renda exigida para a condição de elei-tor e proibiu o analfabeto de votar. Em meio a esse sistema político é que seria processada a abolição da escravidão e decretada a Lei de Ter-ras (1850). A apreensão do processo de abolição da escravidão envolve diversos níveis de análise, um dos quais diz respeito às dimensões macro-históricas e mundiais do processo. Nesse contex-to é que se entendem as pressões inglesas para a suspensão do tráfi co atlântico para o Brasil. Contudo, não se pode esquecer que a sociedade brasileira não se resume e nem se esgota nas suas relações externas: ela possui também as suas es-truturas internas com lógica própria. [João Luís Fragoso e Francisco Carlos Teixeira da Silva. “A política no Império e no início da República Velha: Dos Barões aos Coronéis. In: Maria Yedda Linha-res (org.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1996, págs. 199-204 (com adaptações).]

Assinale a opção correta considerando o tema abordado no texto, a presença da escravidão na formação histórica do Brasil e o processo abolicio-nista, que se estende por boa parte do século XIX, além de seus desdobramentos na confi guração da sociedade brasileira contemporânea:

a) Ao mencionar as dimensões macro-históricas do processo abolicionista, o texto certamen-te se refere ao aparecimento do capitalismo como sistema dominante mundial. Não obs-tante, à Inglaterra interessava a manutenção de relações sociais de produção pré-capitalis-tas em determinadas regiões, com o propósito de para elas exportar seu excedente de mão-de-obra.

b) As pressões inglesas contra o tráfi co de es-cravos surgem logo após a independência do Brasil e assumem crescente intensidade. Antes de 1822, as relações britânicas com Portugal concentravam-se nas trocas comerciais, e não havia espaço e interesse para outro tipo de imposição.

c) Exemplo emblemático de pressão britânica para forçar o fi m do tráfi co de escravos africa-nos para o Brasil foi a decretação do Bill Aber-deen, em 1845, pelo qual a marinha inglesa estava autorizada a aprisionar navios negrei-ros, desde que houvesse anuência de uma cor-te internacional.

d) Transparece do texto que o consenso no Bra-sil colonial em torno da existência da escra-vidão foi gradativamente desaparecendo à medida que se aproximava a independência. Esse fato explica a relativa celeridade do pro-cesso abolicionista no período monárquico.

e) Com o olhar de hoje mirando o passado, po-de-se afi rmar que as leis abolicionistas- em especial a que extinguiu por completo a es-cravidão, conhecida como Lei Áurea - falha-ram em um ponto crucial: o de estabelecer mecanismos que, superando a subalternida-de própria da condição de cativo, promoves-sem a plena inserção dos africanos e seus des-cendentes na sociedade brasileira.

Questão 3

Mencionada no texto, a Lei de Terras de 1850 também se relaciona à forma pela qual o proces-so abolicionista foi conduzido no Brasil do século XIX. Sabendo-se que essa lei obrigava o registro de todas as terras efetivamente ocupadas e im-pedia a aquisição de terras devolutas (desocupa-das), exceto a realizada por compra, julgue (C ou E) os itens seguintes.

( ) A Lei de Terras difi cultava, quando não impe-dia, o acesso à propriedade da terra por par-te do trabalhador livre, pela evidente razão de que lhe faltavam os recursos fi nanceiros para comprá-la.

( ) Pelo disposto na Lei de Terras de 1850, crista-lizava-se uma realidade do início da coloni-zação, ou seja, a concentração da proprieda-de fundiária em mãos de poucos.

( ) Se prejudicava o trabalhador livre pobre, di-fi cultando-lhe o acesso à terra, assim como o ex-cativo, a Lei de Terras apresentava-se como forte atrativo à mão-de-obra imigran-te européia. Esses, ao contrário dos nacio-nais, geralmente possuíam recursos sufi cien-tes para a aquisição de pequenas e médias propriedades rurais.

( ) A Lei de Terras foi combatida por setores da aristocracia rural, justamente porque amea-çava a sobrevivência da grande lavoura e a posição privilegiada.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 3 - Atividades

Questão 4

Em face da pressão inglesa em 1850, foi apro-vada a Lei Eusébio de Queiroz, que declarava o fi m do tráfi co negreiro na sociedade brasileira. Quais foram as consequências desta lei para o sistema escravocrata no Brasil?

Questão 5

Assim como o Brasil, os Estados Unidos viveram a escravidão de povos africanos. Mas, na socie-dade americana a abolição se deu de maneira bem diferente do que na brasileira. Por quê? Explique.

Questão 6

Em 1871 tem-se no Brasil a Lei do Ventre Livre. Já em 1885 foi a vez da Lei dos Sexagenários. Co-mente como essas leis também não contribuíam automaticamente para o fi m da escravidão, mas, sim, para a manutenção e prorrogação do siste-ma.

Questão 7

“Em 1850 queria-se suprimir a escravidão, aca-bando com o tráfi co; em 1871, libertando desde o berço, mas de fato depois dos vinte e um anos de idade, os fi lhos de escrava ainda por nascer; hoje se quer suprimi-la, emancipando os escravos em massa e resgatando os ingênuos da servidão da lei de 28 de Setembro.”

Essa frase traz uma crítica à lei Eusébio de Quei-roz e à Lei do Ventre Livre. De quem é a autoria da frase e a qual movimento ela se refere?

a) Princesa Isabel de Bragança, defensora do movimento de libertação dos escravos.

b) Castro Alves, do movimento poético anties-cravista.

c) Joaquim Nabuco, um dos líderes do movi-mento abolicionista.

d) Zumbi dos Palmares, do movimento quilom-bola.

e) Eusébio de Queiroz, ministro da Justiça, líder do movimento político pelo fi m da escravi-dão.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 3 - Atividades

Questão 8

O que se pode dizer da possível contradição en-tre o capitalismo e a escravidão? Aponte as prin-cipais análises feitas sobre esse quadro.

Questão 9

(MTE – Auditor Fiscal – 2006)

O conceito de processo de trabalho foi desenvol-vido por Karl Marx em O Capital (Volume I, Parte Terceira, Cap. V). Segundo esse autor, os elemen-tos componentes do processo de trabalho são: (1) o trabalho propriamente dito, uma atividade adequada a um fi m; (2) o objeto de trabalho, a matéria sobre a qual se aplica o trabalho; e (3) os meios de trabalho. Baseado nessa formulação teórica, assinale a opção falsa:

a) O trabalho é um processo em que os seres humanos atuam sobre as forças da natureza, submetendo-as ao seu controle e transfor-mando os recursos naturais em formas úteis à sua vida.

b) Ao modifi car a natureza, o trabalhador colo-ca em ação tanto suas energias físico-muscu-lares quanto as energias mentais e as espiri-tuais.

c) O objeto de trabalho tanto pode ser a maté-ria em seu estado de natureza como objetos resultantes de trabalho anterior, as matérias-primas.

d) Os meios de trabalho são os instrumentos uti-lizados pelo trabalhador.

e) É o instrumental disponível que distingue as condições sociais nas quais se realiza o traba-lho em um dado período histórico.

Questão 10

(Banco do Brasil – Escriturário – 2010). CORRIDA ÀS TERRAS FÉRTEIS.

Muitos bancos, fundos de investimento, grandes grupos industriais, Estados e milionários privados planejam instalar na África fazendas empresa gi-gantes, a fi m de produzir alimentos e bicombus-tíveis exclusivamente para exportação. A análise da situação apresentada acima conduz à conclu-são específi ca de que, atualmente na África, exis-te o risco de retorno à prática do:

a) Neocolonialismo.

b) Multiculturalismo.

c) Etnocentrismo.

d) Pluripartidarismo.

e) Pós-modernismo.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Para saber mais sobre esse assunto, você pode acessar, assistir, ler.. :

• A escravidão e a abolição no Brasil no portal da BBC Brasil. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/cluster/2007/03/070321_es-cravidao.shtml>.

• Sobre a dinâmica da escravidão no Brasil você pode ler o texto de Rafael de Bivar Marquese. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/nec/n74/29642.pdf>.

• Você pode ver a reportagem e a apresenta-ção do museu internacional da escravidão que fi ca na Inglaterra. Disponível em: <http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=121>.

• Ver análise disponibilizada para uma refl exão sobre a escravidão e as desigualdades raciais na sociedade brasileira. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/pdf/08_05_13_120anosAbolicaoVcoletiva.pdf>.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 3 - Atividades

FINALIZANDO

Neste tema você viu que a crise do trabalho es-cravo e a transição para o trabalho livre estão associadas, no Brasil, a um novo contexto mun-dial econômico: o da industrialização e o do capitalismo. Nesse sentido, começou a ocorrer uma pressão da Inglaterra para que a sociedade brasileira se adequasse a esse novo contexto.

É importante então ressaltar os interesses eco-nômicos que motivaram a abolição na sociedade brasileira que, em grande medida, superavam a necessidade de se acabar com a perversidade de um sistema que defendia a escravidão de seres humanos, tratados como propriedades.

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Tema 4A imigração e o esgotamento do sistema cafeeiro

Objetivos de aprendizagem

• Entender como a imigração se consolidou como a substituição para o trabalho escravo no Brasil;

• Contextualizar a formação do mercado de trabalho brasileiro;

• Compreender a crise da economia cafeeira.

Para início de conversa

Os períodos de transição e mudanças na história têm im-pactos diretos na estruturação da sociedade brasileira. Desse modo, é preciso estar atento a como o trabalho escravo no Brasil foi substituído pelos estímulos à imigração, sobretudo pensando na garantia de mão-de-obra para a lavoura do café. Entretanto, em seguida, foi o sistema cafeeiro que en-trou em colapso e foi substituído por processos de industria-lização do País. Todas essas mudanças deixaram marcas na constituição social brasileira e, por isso, merecem um olhar mais cuidadoso!

Por dentro do tema

Com a crise da mão-de-obra, na sociedade brasileira, causada pela desestru-turação e consequente abolição do sistema de escravidão, juntamente com a expansão da cultura do café, começaram a ser buscadas soluções para a falta de mão-de-obra. Foi então que o governo brasileiro passou a investir nas políticas de imigração para o Brasil. Visavam em especial que não faltassem trabalhadores nas fazendas de café, principal produto exportador brasileiro. Consolidou-se assim a formação do mercado de trabalho assalariado, depois de séculos de regime escravocrata.

Contudo, novos problemas vieram a assolar o Brasil em meio às crises da eco-nomia cafeeira, que envolveram desde problemas com a superprodução até questões de instabilidades fi nanceiras mundiais, como a Crise de 1929.

Depois de ter se mantido com a riqueza proporcionada pelo café, uma vez mais a sociedade brasileira parte em busca de novos caminhos, até que se chega à industrialização e ao capitalismo industrial.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 4 - Atividades

Atividades

INSTRUÇÕES

Você deve trabalhar em dupla para o desenvolvi-mento dessas atividades, além de fazer a leitura dos capítulos 6 e 7 do Livro-Texto.

Ponto de partida

Você já teve contato com alguma produção artís-tica que tenha retratado a época do café e dos movimentos de imigração na sociedade brasilei-ra? Conhece fatos relativos ao surgimento das primeiras indústrias instaladas no País? Já ouviu histórias de seus familiares sobre esses momentos tão marcantes na história do Brasil? Recupere sua memória e faça buscas nesse sentido! Certamente esse conteúdo, aparentemente tão teórico e dis-tante, teve alguma repercussão na história de sua família e na sua história! Compartilhe tais infor-mações com a sua dupla!

Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

(SECULT/PA – Licenciado em História – 2006). So-bre a formação social brasileira, é correto afi r-mar:

a) A constituição de uma sociedade mestiça no Brasil foi atenuada pelo fl uxo imigratório eu-ropeu, de fi ns do século XIX e início do XX, fazendo com que o Brasil viesse a ser um país de população branca com minorias étnicas negras e índias.

b) A diversidade dos grupos formadores da so-ciedade brasileira, ao longo do período colo-nial, deixou de existir com a independência, dado o isolamento das nações indígenas e a extinção do tráfi co negreiro, sendo ingressos no Brasil apenas brancos europeus.

c) A constituição da sociedade brasileira por diversos grupos formadores favoreceu a sua natureza multiétnica, ainda que de forma desigual: no Norte, essencialmente índio e caboclo; no Sul, branco e europeizado; no Nordeste, negro e africanizado.

d) A constituição de uma sociedade brasileira mestiça e multiétnica foi resultado das rela-ções estabelecidas entre índios, africanos e brancos e, posteriormente, asiáticos, ao lon-go da história do Brasil.

Questão 2

(MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2006)

Em 1850, o Brasil tinha dois milhões de escravos. Na Europa a revolução industrial passou a exigir cada vez mais mão-de-obra, que se tornou escas-sa. Por outro lado, a mão-de-obra livre do País não servia aos propósitos da plantação cafeeira. A solução preconizada então foi a imigração eu-ropéia. Começam a criar na época imperial co-lônias de imigrantes, trazidos com a convicção de uma natural superioridade da raça com uma ética própria para o trabalho. Em 1824, foi criada a primeira colônia alemã em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. (Sidnei Machado – Disponível em: <http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/viewPDFInterstitial/1766/1463>. Acesso em: 24 mai. 2010.)

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 4 - Atividades

Assinale a opção que representa continuidade coesa e coerente para o texto anterior.

a) Por meio de contratos de parceria, os imi-grantes europeus vendiam seu trabalho futu-ro.

b) Contanto que, em 1852, Vergueiro comece a contratar diretamente imigrantes na Europa, fi nanciado pelo governo.

c) Ficavam devendo as passagens, transporte, comissões de contrato, além de outras despe-sas.

d) Porquanto, nesse contexto, os escravos liber-tos passaram a não ter trabalho, fi cando sem condições de inserção social e de sobrevivên-cia.

e) No entanto, o trabalho foi fornecido ao tra-balhador europeu, pois era mais vantajoso ao proprietário, dadas as condições contratuais onerosas impostas aos imigrantes.

Questão 3

Quais eram os principais objetivos da política imigrantista brasileira? Nesse contexto, como aparece o sistema de parceria?

Questão 4

Explique a política de subvenção de imigrantes e sua relação com a cultura do café.

Questão 5

(IPHAN – Historiador – 2009). Com relação ao processo de formação de uma identidade nacio-nal no Brasil da primeira metade do século XIX, pode-se afi rmar que:

a) Constituiu-se em oposição aos valores da cultura europeia, especialmente portugue-sa, vista como signo de inautenticidade cul-tural para uma Nação em formação.

b) Buscava destacar em todos os campos da produção cultural a predominância do ele-mento autóctone e seus valores culturais como representação privilegiada desta cul-tura, que se pretendia nacional.

c) As narrativas a respeito dessa identidade os-cilavam entre um polo que buscava salientar a predominância do elemento interno para a conformação dessa identidade, repre-sentada, por exemplo, pela exaltação indi-genista, e outro que sublinhava o traço de continuidade com as heranças portuguesa e europeia.

d) A questão de uma identidade nacional no Brasil, nesse momento, enfatizava particu-larmente as narrativas de natureza política, fundando essa identidade apenas na exis-tência de um aparato estatal, agora nacio-nal.

e) O problema da identidade nacional na con-juntura da primeira metade do século XIX esteve restrito aos debates dos círculos in-telectuais, sem uma ação política estatal de relevo.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 4 - Atividades

Questão 6

(Instituto Rio Branco – Diplomata – 2009). Em Formação Econômica do Brasil, Celso Furtado analisa os efeitos diretos e indiretos da crise de 1929 sobre a economia brasileira. Segundo o au-tor, a política de defesa do setor cafeeiro imple-mentada no período teria favorecido a rápida recuperação da economia: “É, portanto, perfei-tamente claro que a recuperação da economia brasileira que se manifesta a partir de 1933 não se deve a nenhum fator externo e sim à política de fomento seguida inconscientemente no País e que era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros”.

Com relação à economia brasileira no período posterior à crise de 1929, assinale a opção que apresenta afi rmativa consistente com a análise de Celso Furtado acima resumida.

a) As alterações na política de defesa do setor cafeeiro introduzidas a partir da crise de 1929 tiveram como principal objetivo manter rela-tivamente estável a demanda agregada pelos bens produzidos internamente. Evitava-se, assim, a acumulação de estoques indesejados e a consequente redução nos níveis de pro-dução.

b) Difi culdades de importação associadas à con-juntura de crise nos países industrializados impediram o crescimento da produção indus-trial brasileira nos anos 30 do século passado, retardando o processo de industrialização no Brasil.

c) A alta elasticidade-renda dos principais pro-dutos brasileiros de exportação, associada à recuperação dos países industrializados, pro-moveu crescimento signifi cativo dos saldos positivos na Balança Comercial brasileira a partir de 1936.

d) De acordo com Celso Furtado, a alta elasti-cidade-preço da demanda pelo café permi-tiu aumento das receitas dos cafeicultores, a despeito de queda substancial nos preços do café.

e) Os efeitos da política de defesa dos cafeicul-tores sobre o mercado cambial provocaram aumento na demanda dos brasileiros por bens produzidos internamente, incentivando o processo de substituição de importações, na década de 30 do século passado.

Questão 7

A economia cafeeira enfrentou crises relativas à superprodução de café. O elevado estoque alia-do ao baixo consumo exercia uma pressão sobre os preços, o que por sua vez gerava uma perda de renda aos produtores ligados ao café. Diante disso, explique o que foi o chamado Convênio de Taubaté e como este evidencia o poder da elite cafeeira brasileira.

Questão 8

A economia cafeeira tinha como um de seus principais personagens a fi gura do comerciante. Por que isso acontecia?

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 4 - Atividades

Questão 9

(ENADE – História – 2008)

A economia brasileira sofre transformações na primeira metade do século XX, conforme se ob-serva nas Tabelas 1 e 2.

A análise das tabelas acima possibilita identifi car que:

I. A taxa de crescimento do PIB se manteve es-tável durante as décadas de 1930 e 1940.

II. A indústria brasileira se equipou signifi cati-vamente durante a primeira metade da déca-da de 1920 e o período de 1933 a 1936.

III. O setor de serviços, incluindo o governo, ocu-pou sempre um papel de destaque no PIB, durante a primeira metade do século XX.

IV. A participação do setor agrícola no PIB se man-teve estável na primeira metade do século XX, o mesmo não acontecendo com a indústria.

Estão corretas APENAS as afi rmações:

a) I e II .

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

Questão 10

(Instituto Rio Branco – Concurso Diplomata – 2005). Considerando o Brasil em sua divisão re-gional na década de 60 do século XX, julgue (C ou E) os itens seguintes.

( ) O Sudeste do Brasil, região que emergira com o crescimento cafeeiro e com a industrializa-ção, representava a área core do País naquela década.

( ) O Sul do País era uma região rica e populosa, em razão do desenvolvimento da agricultura voltada para a exportação de alimentos e de matérias-primas para outras regiões do Bra-sil.

( ) O Nordeste pertencia às chamadas áreas de-primidas, embora apresentasse estrutura in-dustrial incipiente, que lhe assegurava algu-ma autonomia econômica.

( ) No Centro-Oeste, na vegetação do bioma cerrado, iniciava-se o processo de desmata-mento, resultante da abertura da fronteira agrícola e da urbanização.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Sabe como você pode saber mais sobre esse as-sunto?

• Visitando o Memorial do Imigrante do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.me-morialdoimigrante.org.br/portalmi/>, é acessível um acervo bem diversifi cado sobre tal temática.

• Consultando o material do IBGE sobre os 500 anos do povoamento brasileiro. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/brasil500/home.html>.

• Vendo a reportagem que aborda a transição da crise do café à industrialização. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0 , , E M I 2 0 4 1 5 - 1 5 2 2 7 , 0 0 - D O + C A F E + A +INDUSTRIALIZACAO.HTML>.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 4 - Atividades

• Vendo o histórico da crise do café de 1929 e o vídeo sobre a mesma. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/historia/crash-bolsa-nova-york/brasil-crise-docafe-exportacoes-falencias.shtml>.

• Para uma discussão sobre a abolição, a imigra-ção e o mercado de trabalho, veja a análise de José Luis Simões. Disponível em: <http://www.pg.cefetpr.br/ppgep/Ebook/cd_Simposio/artigos/mesa_debates/art16.pdf>.

FINALIZANDO

Neste tema, você viu que os ciclos históricos vão construindo e defi nindo, a cada nova etapa, a formação da sociedade brasileira. O café, a imi-gração e o começo da industrialização foram momentos cruciais para o Brasil, mas essa com-preensão só pode ser obtida por meio de uma vi-são processual da história, que não deve ser con-siderada como um conjunto de fatos isolados. Ao contrário, devem ser observados os contextos que se conectam e que são interligados a tudo que se vivencia na atualidade.

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Tema 5O Brasil republicano e a industrialização

Objetivos de aprendizagem

• Compreender os aspectos sociais, históricos, políticos e culturais da sociedade brasileira entre os séculos XIX-XX acompanhada do contexto histórico internacional;

• Identifi car características do início da industrialização brasileira, bem como suas difi culdades e enfrenta-mentos;

• Entender os principais aspectos do processo de crescimento das grandes cidades no Brasil e sua relação com a movimentação demográfi ca ocorrida entre o fi nal do século XIX e as primeiras décadas do século XX.

Para início de conversa

Você já parou para pensar sobre como surgiram as primeiras indústrias e a consequente urbanização de nosso País? Este é um tema muito importante, pois revela aspectos para uma melhor compreensão da sociedade brasileira. O interessante também é perceber como a contextualização internacional, aspectos políticos e econômicos do capitalismo mundial es-tão interligados aos acontecimentos que marcaram o período que se estende da metade do século XIX até a explosão da primeira guerra mundial.

As transformações e seus desdobramentos para a sociedade moderna foram inúmeros. A vida comum das pessoas sofreu grandes alterações, dando início a uma nova fase na história da humanidade marcada por novos hábitos culturais, como a criação de centros urbanos, novos padrões de consumo im-pulsionados pela industrialização etc.

Por dentro do tema

Inúmeras mudanças iniciaram-se a partir de um período de expansão globa-lizante do capitalismo - o imperialismo, que dividiu boa parte do planeta em mercados consumidores de grandes potências como a Europa Ocidental e os Estados Unidos. Relacionadas a isso, estavam as alterações impostas pela revo-lução científi co-tecnológica ocorridas devido ao esgotamento do ferro-carvão para máquinas a vapor e a necessidade de buscar outras fontes para aumentar a produção de mercadorias.

Dessa forma, houve a necessidade de ampliação de novos mercados consumi-dores e busca de novas matérias-primas. Isso acarretou uma nova divisão da economia internacional entre países industriais produtores de bens de consu-mo e os países consumidores de bens industriais e fornecedores de matéria-prima.

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Sendo assim, o desdobramento desses aspectos econômicos e políticos foram sentidos no cotidiano das pessoas por meio do processo de criação de centros urbanos, imposição de um novo ritmo de vida com maior rapidez e deslocamento por meio das inovações nas áreas de transportes, como o aperfeiçoamento das locomotivas e ferrovias, o desenvolvimento de novos hábitos culturais (cinema, fonógrafos, telefone, rádios, manifestações em massa), novos padrões de consumo (café/cigarro, chá, vestuário, móveis), hábitos de higiene e saúde (banheiro interno, limpeza, remédios, medicina).

O progresso e o desenvolvimento ocorridos na Europa também interferiram no ritmo das transformações ocorridas no Brasil, vinculadas à modernização das diversas dimensões da vida social. Porém, a sociedade bra-sileira continuou revelando aspectos conservadores tanto do ponto de vista histórico quanto do sociopolítico e cultural, o que resultou em um processo de industrialização tardio, cheio de ambiguidades e contrastes.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 5 - Atividades

Atividades

INSTRUÇÕES

Você deverá desenvolver as atividades a seguir em dupla. Para tanto, é necessária a leitura dos capítulos 8 e 9 do Livro-Texto.

Ponto de partida

Contextualize os aspectos sociais, políticos e his-tóricos do panorama internacional que infl uen-ciaram a sociedade brasileira entre fi ns do século XIX e início do século XX.

Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

(Concurso TJPE). A expansão da Revolução In-dustrial foi a base para o capitalismo fi xar seu poder e manter seu poderio militar. O modo de produção capitalista dominante no mundo con-temporâneo:

a) Favoreceu a liberdade, combatendo as injus-tiças sociais.

b) Estabeleceu-se, estimulando a competição entre as pessoas.

c) Negou totalmente o ideário iluminista do sé-culo XVIII.

d) Incentivou a liberdade comercial e o radicalis-mo

e) Democrático.

f) Conseguiu extinguir os preconceitos sociais e políticos do passado.

Questão 2

(Concurso Público Juazeiro do Norte-CE). Entre as muitas transformações que caracterizam o iní-cio da chamada modernidade europeia, todas as alternativas abaixo estão corretas, EXCETO:

a) A intensifi cação do crescimento urbano e comercial sob o controle cada vez maior dos segmentos sociais mercantis e manufaturei-ros.

b) A consolidação das monarquias nacionais, cuja expressão maior foi o Estado monárqui-co absolutista.

c) A expansão de uma cultura racionalista e hu-manista, fragilizando o predomínio ideológi-co da cultura cristã.

d) A expansão comercial marítima como resulta-do da aliança entre o Estado nacional monár-quico e setores da nobreza feudal afetados pela crise da servidão feudal.

Questão 3

(Concurso Público- Juazeiro do Norte CE). Entre os desdobramentos da expansão comercial e marítima europeia podemos mencionar a colo-nização do continente americano. A esse respei-to, assinale a alternativa CORRETA.

a) Os “povos das Américas” estavam em dife-rentes estágios de desenvolvimento no início da expansão europeia no continente, consti-tuindo, em alguns casos, sociedades comple-xas e economicamente autônomas.

b) Com poucas variações, as práticas coloniais européias no território americano se caracte-rizaram-se predominantemente pela consti-tuição de extensas colônias de povoamento.

c) Na organização e desenvolvimento da eco-nomia colonial americana, podemos afi rmar que o trabalho escravo foi adotado apenas esporadicamente, em períodos de crise de oferta da mão-de-obra livre.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 5 - Atividades

d) Distante das metrópoles europeias, nas colô-nias americanas desenvolveram-se socieda-des predominantemente liberais, laicas e com grande mobilidade social.

Questão 4

(Concurso Público UFSC). Com relação aos acon-tecimentos ocorridos no período histórico de-nominado Idade Moderna, analise as afi rmati-vas abaixo:

I- O Mercantilismo representou uma centrali-zação política e um intervencionismo estatal na economia.

II- A Reforma Religiosa signifi cou uma cisão da cristandade ocidental.

III- O Reino de Portugal desempenhou um pa-pel de destaque nas Grandes Navegações no Atlântico.

IV- As práticas escravocratas foram retomadas durante a colonização da América, exceto pelos reinos católicos.

V- Os missionários jesuítas impediram a escra-vização dos povos da América com os aldea-mentos e as reduções.

Assinale a alternativa CORRETA.

a) Somente as afi rmativas I e III são corretas.

b) Somente as afi rmativas I, II e III são corretas.

c) Somente as afi rmativas II e V são corretas.

d) Somente as afi rmativas II, III e IV são corretas.

e) As afi rmativas I, II, III, IV e V são corretas.

Questão 5

(Concurso Público UFSC). No que diz respeito ao Mercantilismo e à expansão marítima (sécu-los XIV e XV), assinale a alternativa CORRETA.

a) Os Estados mercantilistas evitavam a expan-são demográfi ca, pois acreditavam que o aumento da população poderia trazer pro-blemas para a formação de um mercado de mão-de-obra.

b) Dentre os meios pelos quais o Estado inter-vinha no Mercantilismo, estavam: o metalis-mo, o protecionismo alfandegário, o incenti-vo à manufatura e o colonialismo.

c) A doutrina mercantilista fundamenta-se no pressuposto de que a intervenção do Estado é prejudicial para o equilíbrio da balança co-mercial.

d) A Igreja Católica se recusou a envolver-se com a expansão marítima por acreditar que ela era contrária aos princípios da fé cristã.

e) Fundada sob a iniciativa de Isabel I de Caste-la e do rei Fernando II de Aragão, a Escola de Sagres tornou-se palco dos primeiros estudos de navegação e projetos de viagens oceâni-cas.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 5 - Atividades

Questão 6

(ENADE HISTÓRIA-2005).

CHRISTO - TIO SAM

- Venham a mim as criancinhas!

Esta caricatura publicada na Revista do Brasil, em 1917, mostra Tio Sam, com a aparência de Cris-to, chamando a si as criancinhas (nações latino-americanas).

Explique a política externa dos Estados Unidos com relação à América Latina, nas duas primeiras décadas do século XX, motivo da charge.

Questão 7

Explicite os contrastes e ambiguidades do proces-so de modernização e industrialização brasileira.

Questão 8

Explique como ocorreu a expansão dos centros urbanos brasileiros.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 5 - Atividades

Questão 9

Refl ita sobre a história de Santos Dumont e sua relação com o contexto de início da industriali-zação brasileira.

Questão 10

Refl ita sobre o papel da educação no desenvolvi-mento de uma nação.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

• Quer saber mais?

Então, consulte site interessante sobre o pensa-mento de um importante economista brasilei-ro Celso Furtado. Disponível em: <http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/cel-so_furtado.html>.

• Assista ao vídeo a entrevista sobre a época de industrialização brasileira. Disponível em: <http://cafehistoria.ning.com/video/brasilrepu-blica-velha-parte-2>.

• Guido Mantega. Celso Furtado e o pensamento econômico brasileiro, Revista de Economia Polí-tica, vol. 9 (4), 1989. Disponível em: <http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/cel-so_furtado.html>.

• Tamás Szmrecsányi. Celso Furtado e o início da industrialização no Brasil, Revista de Economia Política, vol. 22 (2), 2002. Disponível em: <http://www.pensamentoecono>.

FINALIZANDO

Nesse tema, você teve oportunidade de apren-der sobre uma fase importante da estruturação da sociedade brasileira. As atividades sugeridas, bem como os sites e artigos científi cos sugeridos que se encontram disponíveis gratuitamente na internet, atuam com o objetivo de oferecer a você, aluno, uma maior compreensão de aspec-tos econômicos, políticos e sociais que marcaram a história brasileira nos séculos XIX-XX.

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Tema 6As diferenças econômicas regionais no Brasil

Objetivos de aprendizagem

• Compreender alguns aspectos sobre a origem histórica e social da desigualdade que marca as regiões geográfi cas brasileiras;

• Compreender o destacado papel da cidade e do Estado de São Paulo na confi guração econômica brasi-leira;

• Explicar sobre as origens do desequilíbrio regional que marca o Brasil.

Para início de conversaO Brasil é um país de uma rica diversidade cultural e de dis-tintas regiões geográfi cas. Se você já teve a oportunidade de conhecer outros Estados e regiões brasileiras, essa diversidade deve ter chamado sua atenção. As regiões brasileiras se divi-dem em: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nes-se tema iremos compreender, por meio da análise do período que vai de 1850-1930, como ocorreram os principais fatos e dinâmicas responsáveis por nossa confi guração territorial.

Por dentro do tema

Seja por meio de uma viagem para fora de seu Estado ou de um noticiário na televisão, não é novidade que nosso País apresenta grandes desigualdades re-gionais. Praticamente 22% da população se concentra no Estado de São Paulo e mais da metade da produção industrial se encontra nesse Estado. As regiões Sul e Sudeste são as que abrigam a maior concentração de polos urbanos e de agricultura. Isso está associado ao fato de a região paulista ter sido a primeira a atingir a “revolução capitalista industrial”- transitando de formas arcaicas de produção escravagista para as relações capitalistas de produção.

A região amazônica se destacou por ter sido uma grande distribuidora de látex para o mercado industrial entre o período de 1870-1920. A região nordestina se destacou pelas atividades econômicas de subsistência (pecuária e agricultu-ra alimentar) e de exportação (cana-de-açúcar e algodão). Porém, por vários fatores, seu mercado interno não se expandiu e as técnicas continuaram obsoletas.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 6 - Atividades

Atividades

INSTRUÇÕES

As atividades a seguir devem ser realizadas indi-vidualmente como formas de estimular o estudo independente. Para isso, é necessária a leitura do capítulo 10 do Livro-Texto, além dos debates re-lacionados às aulas.

Ponto de partida

Explique por que a cidade e o Estado de São Pau-lo são destaques na economia brasileira.

Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

(Concurso Público Superior- Prefeitura Alagoi-nhas BA). O Centro-Sul é a região mais complexa do território brasileiro. Suas paisagens naturais e humanizadas são extremamente diversifi cadas. Essa região compõe o conjunto de maiores con-trastes econômicos e sociais do País. Com rela-ção à região geoeconômica do Centro-Sul NÃO é correto afi rmar que:

a) Nela ocorreu a destruição de uma das maio-res áreas fl orestais do País – a Mata Atlântica.

b) Concentra os maiores movimentos bancário e comercial e os principais centros de pesquisa e tecnologia.

c) Nela encontram-se as maiores densidades de-mográfi cas e as duas principais metrópoles nacionais: Rio de Janeiro e São Paulo.

d) Dominam três formações climatobotânicas: o semiárido com vegetação de caatinga; o tro-pical com a vegetação de cerrado e o subtro-pical com a fl oresta de araucária.

e) Nela convivem bolsões de riquezas, como os bairros mais valorizados da cidade de São Paulo, e bolsões de pobrezas, como as favelas do Rio de Janeiro, marcadas pela ausência de rede sanitária e pela violência.

Questão 2

(Prefeitura de Alagoinhas-BA). A Amazônia, a partir da década de 1970, vem se integrando cada vez mais às cadeias produtivas nacionais e internacionais.

A atividade que tem menor expressão nessa in-tegração é:

a) A pecuária.

b) A indústria.

c) O extrativismo mineral.

d) A agricultura de várzea.

e) A produção madeireira.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 6 - Atividades

Questão 3

(Prefeitura de Alagoinhas-BA). A região Nordes-te sempre foi vista como a região “problema” do Brasil, embora possua enormes riquezas naturais e culturais e desenvolva, em determinadas áreas, atividades produtivas com alta produtividade e competitividade.

Sobre a região Nordeste leia as afi rmativas a se-guir:

I. No Nordeste, os problemas relativos à misé-ria, à pobreza absoluta e à insufi ciência ali-mentar são mais acentuados do que no res-tante das regiões brasileiras.

II. No Nordeste existe uma classe dominante que concentra em suas mãos o poder político e parte considerável das riquezas regionais, o que provoca a migração de nordestinos para outras regiões, em busca de melhores condições de vida.

III. No Nordeste existem áreas com uma agricul-tura moderna, tais como as áreas do cerrado, no oeste da Bahia, onde se planta soja, e da fruticultura irrigada no Vale do São Francis-co, destacadamente ao redor das cidades vi-zinhas de Petrolina e Juazeiro.

IV. No Nordeste, o processo de industrialização tem avançado, como no caso da região ao redor de Salvador e no polo têxtil do Ceará.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente a afi rmativa I é verdadeira.

b) Somente as afi rmativas I e III são verdadeiras.

c) Somente as afi rmativas I, II e IV são verdadei-ras

d) Somente as afi rmativas II, III e IV são verda-deiras

e) As afi rmativas I, II, III e IV são verdadeiras.

Questão 4

(Prefeitura Municipal de Piraí - Superior)

Sobre as atuais tendências do processo de urba-nização brasileira, analise as afi rmativas a seguir:

I. A periferia das áreas metropolitanas, assim como as favelas, têm sofrido um processo de esvaziamento devido ao desemprego e às di-fi culdades de expansão dos espaços urbanos já ocupados.

II. O crescimento das médias cidades é explica-do pela reorganização de diversos setores da economia, que fogem das desvantagens da aglomeração das áreas metropolitanas.

III. A oferta de isenções fi scais tem estimulado o crescimento de cidades médias, como Juazei-ro do Norte e Sobral, no Ceará, para onde se deslocaram indústrias têxteis e de calçados do sul do País.

IV. As metrópoles brasileiras continuam apre-sentando um acelerado crescimento demo-gráfi co devido aos fl uxos migratórios campo-cidade e ao elevado crescimento vegetativo.

Estão corretas apenas:

a) I e III.

b) III e IV.

c) I e II.

d) II e III.

e) I e IV.

Questão 5

(Concurso Superior- IF-RJ)

As migrações referem-se à mobilidade da popu-lação entre as regiões de um mesmo país ou entre países. Nos últimos anos, ocorreram mudanças no padrão migratório brasileiro. As metrópoles do Sudeste já não apresentam o elevado grau de atração demográfi ca que tinham antigamente. Dentre as causas desse fato, pode-se citar:

a) A criação das frentes pioneiras no sul do País, que representam grande potencial de empre-gos na zona rural.

b) A descentralização econômica, pois inúmeras empresas estão saindo do Sudeste e se insta-lando em outras regiões.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 6 - Atividades

c) O empenho do IBGE, que tentou promover o aumento das densidades demográfi cas no interior do País.

d) O maior controle por parte do Estado brasi-leiro para inibir o crescimento descontrolado das cidades.

e) A redução das históricas diferenças econômi-cas entre as regiões, graças à modernização das atividades agrícolas.

Questão 6

Refl ita sobre as diferenças econômicas que mar-cam as regiões brasileiras.

Questão 7

Comente o ciclo da borracha ocorrido na Ama-zônia.

Questão 8

Refl ita e comente sobre o problema de não-desenvolvimento industrial do nordeste.

Questão 9

Comente a economia principal que caracteriza o sul do País.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 6 - Atividades

Questão 10

Por que o Vale do Paraíba não conseguiu dar um “grande salto capitalista”?

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Quer saber mais? Então, consulte:

• Comentário do geógrafo Milton Santos sobre a sociedade globalizada. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=IzTjR_X47pc>.

• Assista ao vídeo com a entrevista de Milton Santos. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=bBalW_Z6D8E&feature=related>.

• Uma análise sobre a desigualdade regional no Brasil em “Desenvolvimento desigual: evidências para o Brasil”. In: Revista Brasileira de Economia, vol 61, nº 3, RJ, 2007.

• SANTOS, Milton. “Economia Espacial: Críticas e Alternativas. SP: Hucitec, 1979. Para uma maior compreensão do espaço geográfi co e do sistema econômico.

FINALIZANDO

Neste tema, você viu que a compreensão das ca-racterísticas econômicas perpassa também pela variável social da geografi a. É o que fi ca claro quando você estuda a dinâmica de desigualdade regional brasileira, na qual percebemos as regi-ões mais desenvolvidas referentes ao Sul e Su-deste, enquanto o Nordeste, o Norte e o Centro-oeste apresentam-se como menos desenvolvidos e estruturados economicamente. Isso é visível a partir de acontecimentos históricos e políticos a eles interligados.

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Tema 7Revolução de 1930 e a era Vargas

Objetivos de aprendizagem

• Compreender os aspectos econômicos brasileiros a partir de 1930;

• Refl etir sobre a crise dos anos de 1930;

• Refl etir sobre a introdução da política de substituição de importações como modelo de industrialização no Brasil durante o século XX.

Para início de conversa

Um dos períodos importantes da economia brasileira são os anos que compreendem de 1930 até o fi nal de 1970. É im-portante que se tenha consciência que um dos traços mar-cantes nesse período é a expressiva expansão do setor in-dustrial no Brasil, ao mesmo tempo em que as culturas de exportação sofriam com a crise internacional.Durante esse contexto histórico, destaca-se também o pro-cesso de substituição de importações elaborado pelo Gover-no Geisel.

Por dentro do tema

Conforme foi visto no tema anterior, a origem da industrialização brasileira remete às últimas décadas do século XIX, porém foi na década de 1930 que o crescimento industrial ganhou impulso, iniciando o processo de substituição de importações.

Dessa maneira, se durante a República Velha o setor industrial teve um cres-cimento devido ao setor exportador, a partir de 1930 a economia retomou o crescimento. Isso deveu-se à crise desse setor agroexportador sob a liderança dos setores voltados ao mercado interno. Essa tese de argumentação deno-mina-se teoria dos choques adversos. Sendo assim, a crise de agroexportação induziu o crescimento industrial por forçar o governo a adotar políticas volta-das a resolver problemas em seu próprio âmbito, como o defi cit público e o balanço de pagamentos.

A crise mundial nesse período infl uenciou a impossibilidade de se manter um crescimento das exportações tradicionais, impondo o que se chamou de substituição de importações. Tal substituição trouxe um desenvol-vimento industrial interno para o Brasil e para os demais países latino-americanos.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 7 - Atividades

Atividades

INSTRUÇÕES

Para realizar as atividades relacionadas a esse tema orienta-se desenvolvê-las em dupla a partir da leitura do capítulo 11 do Livro-Texto.

Ponto de partida

Refl ita por que a grande depressão mundial de 1930 acabou favorecendo o desenvolvimento in-dustrial no Brasil.

Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

(Prefeitura Bragança Paulista 2007). A crise ex-plodiu nos EUA, em 1929. Do dia para a noite prósperos empresários passaram a meros possui-dores de papéis sem valor algum. A desordem econômica foi enorme: 85 mil empresas faliram, 4 mil bancos fecharam e 12 milhões de trabalha-dores perderam o emprego. Sobre essa crise da bolsa de Nova York e seus desdobramentos na relação do Estado com o capital nos EUA é corre-to afi rmar que:

a) Até 1929 imperava o livre mercado autor-regulador nos EUA e a falta de um controle estatal gerou especulação fi nanceira desen-freada e superprodução, que foram a base da crise de 1929.

b) A crise de 1929 demonstrava que a interven-ção do Estado liberal no mundo do capital é um grave problema. Foi a interferência do Estado (New Deal) que gerou o estouro da bolsa de Nova York.

c) A desordem econômica de 1929 nos EUA aconteceu como desdobramento da 1.ª guer-ra mundial, quando os EUA fortaleceram o seu poder estatal e geraram especulação fi -nanceira.

d) A crise de 1929 é a crise do liberalismo econô-mico do século XIX. Ela representou o fi m da Bela época e o início do neoliberalismo.

Questão 2

(Prefeitura Bragança Paulista, 2007). A chega-da de Getúlio Vargas ao poder em 1930 marca também a intervenção do Estado nos assuntos ligados ao trabalho. (ALENCAR, Francisco et al. História da Sociedade Brasileira. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985, p.260). Essa in-tervenção do Estado Varguista se faz no cenário brasileiro principalmente por duas razões:

a) Organizar o nascente movimento operário e assegurar os direitos trabalhistas a mulheres e crianças.

b) Conter o avanço do movimento dos trabalha-dores e criar mercado para setores da indús-tria nascente.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 7 - Atividades

c) Dissolver os sindicatos anarquistas existentes no movimento operário e organizar as caixas de pecúlio.

d) Destituir os operários de alguns direitos tra-balhistas conseguidos ao longo das primeiras décadas do século XX e conter as greves nas indústrias têxteis.

Questão 3

(Instituto Rio Branco, 2006). Getúlio Vargas go-vernou o Brasil entre 1930 e 1945. Esses quinze anos da “Era Vargas” sintonizaram o País com a história mundial, seja pela adoção de nova con-cepção de Estado - crescentemente centraliza-dora e autoritária - seja pela participação direta na Segunda Guerra, ou, ainda, pela decisão de modernizar a economia brasileira. Assinale a op-ção que não apresenta aspectos marcantes desse período.

a) Se na Primeira República a questão social era vista como “caso de polícia”, com Vargas o Brasil adota a moderna concepção de direitos sociais de que seriam exemplos exponenciais as sucessivas leis trabalhistas, originando em pleno Estado Novo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

b) As negociações que envolveram a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial contribuí-ram para que o País decolasse relativamente à indústria pesada, ponto de partida para a moderna industrialização. Símbolo desse pro-cesso foi a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), com a construção da usina de Volta Redonda.

c) Rompendo com os padrões conservadores da Primeira República, a liderança de Getú-lio Vargas distinguiu-se por opções claras e lineares, não hesitando em colocar-se ao lado dos países que combateram as potências do Eixo na Segunda Guerra.

d) Para concretizar o golpe de 1937, origem do ditatorial Estado Novo, Vargas contou com o apoio das lideranças militares, além de se valer do clima de radicalização ideológica que, acompanhando o panorama europeu, era protagonizado pelas forças políticas de esquerda e de direita, esta majoritariamente conduzida pela Ação Integralista Brasileira.

e) Visto por muitos como manifestação brasi-leira dos vários fascismos que vicejaram na Europa dos anos 1930, o Estado Novo supri-miu o Poder Legislativo, cassou o registro dos partidos políticos, asfi xiou a federação, esta-beleceu férrea censura e fez uso contínuo da repressão e de instrumentos de propaganda do regime e de seu líder máximo.

Questão 4

(UFRGS- MPE, 2001). A crise do modelo agroex-portador na década de 1930 gerou uma reorga-nização das forças produtivas na esfera nacional e regional. No Rio Grande do Sul, a crise da eco-nomia pecuarista tradicional extensiva ocasio-nou a organização dos produtores de banha, carne suína, fumo e uva, entre outros, dentro de uma nova dinâmica de relações entre Estado, so-ciedade e economia. Estamos nos referindo, nes-se novo contexto:

a) À livre concorrência controlada pelo Estado.

b) Ao sindicalismo e ao cooperativismo incenti-vados pelo Estado.

c) Ao processo de encampação de empresas de-fi citárias, pelo Estado.

d) À nacionalização de empresas de capital es-trangeiro, pelo Estado.

e) À criação de empresas estatais em áreas es-tratégicas da economia do Estado.

Questão 5

(UFRGS- MPE, 2001). A “Revolução de 1930” ocorre na esteira da crise econômica de 1929, que afeta a economia internacional e as expor-tações de café do Brasil. Afetou também a esta-bilidade do pacto oligárquico entre Minas Gerais e São Paulo com o lançamento de uma candida-tura de oposição da Aliança Liberal à Presidência da República. Esse movimento teve várias inter-pretações na historiografi a brasileira, porém, a partir da obra de Boris Fausto, convencionou-se interpretá-la como:

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 7 - Atividades

a) Uma revolução burguesa que transformara as estruturas arcaicas do mandonismo regio-nal e do modelo econômico agroexportador.

b) Uma revolução democrática burguesa que defendia os interesses da burguesia industrial e das classes médias urbanas.

c) Uma revolução tenentista que, sob o manto dos interesses da classe média e da burguesia industrial, estabeleceu um governo autoritá-rio baseado no apoio dos militares.

d) Uma simples reorganização do pacto oligár-quico com a transferência de poder para o Rio Grande do Sul e Estados aliados, diante da crise da hegemonia paulista.

e) Um estado de compromisso entre diferentes frações das elites dominantes não associadas à cafeicultura, em face da impossibilidade de individualmente obterem a hegemonia polí-tica no plano nacional.

Questão 6

O que se entende por substituição de Importa-ções?

Questão 7

Qual a relação entre o processo de substituição de importações e a grande crise de 1930 no con-texto econômico brasileiro?

Questão 8

Quais os impactos do processo de substituições para a economia e sociedade nacionais durante o governo de Getúlio Vargas?

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 7 - Atividades

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Viu que interessante? Agora se você quiser saber mais sobre esse assunto consulte:

• Artigo científi co “A Teoria Econômica de Cel-so Furtado: Formação Econômica do Brasil” de Maurício Coutinho. Disponível em: <http://www.eesp.fgv.br/_upload/seminario/48a049c82c0f8.pdf>.

• Disponível em: <http://www.portalsaofran-cisco.com.br/alfa/industrializacao-brasileira/in-dustrializacaobrasileira-1.php>, encontra-se de forma simplifi cada um resumo sobre alguns as-pectos do processo de industrialização brasileiro.

• “Revolução de 1930: Historiografi a e História” do Historiador Boris Fausto é uma ótima indica-ção de livro para aprofundar a discussão sobre a década de 1930 no cenário internacional e bra-sileiro.

• Para uma maior compreensão do governo de Getúlio Vargas, assista ao vídeo com o historia-dor Boris Fausto. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObra-Form.do?select_action=&co_obra=20459>.

FINALIZANDO

Nesse tema, você viu que a década de 1930 ex-pressa uma fase distinta e importante da eco-nomia brasileira. O objetivo era oferecer a você, por meio de exercícios, um maior entendimento de como o crescimento industrial ganhou impul-so a partir de características históricas, políticas e econômicas geradas pela crise mundial. Você pode entender também sua infl uência no cená-rio brasileiro por intermédio da queda da agro-exportação e dos incentivos do processo de subs-tituição de importações.

Questão 9

Explique a teoria dos choques adversos criada pelos economistas da CEPAL, tais como Celso Fur-tado e Raúl Prebisch.

Questão 10

Comente as crises e desequilíbrios do modelo de substituição de importações.

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Tema 8O processo de substituição de importações

Objetivos de aprendizagem

A partir desse material, você poderá entender:

• Compreender qual o signifi cado do modelo de desenvolvimento “substituição de importações” que se iniciou na década de 1930 e foi se completar em 1970 com o II PND de Geisel;

• Entender como se deu a montagem de um parque industrial brasileiro.

Para início de conversaÉ preciso estar atento ao fato de que a política de desen-volvimento adotada com a dinâmica da substituição de im-portações não deve ser entendida apenas como um ato de substituir a oferta estrangeira pela doméstica. É mais do que isso, porque estão associados fatores históricos, políticos, econômicos e sociais a este fato, bem como requer atenção à explicação de como se deu tal perspectiva e é nesses aspectos que iremos nos focar.

Por dentro do tema

Quando se questiona sobre a montagem de um parque industrial no Brasil logo se pensa sobre o processo de substituição de importações que teve início na década de 1930, mas teve sua conclusão apenas em 1970 com o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), elaborado e implementado no período Geisel.

Sua origem, conforme afi rma Albert Hirschman (1960), está associada, como já vimos, à crise de 1930, às difi culdades de balanço de pagamentos, à expan-são do mercado doméstico, às guerras mundiais e às políticas governamentais de desenvolvimento. O importante é entender esse plano de desenvolvimento como um processo, que possui uma dinâmica própria e é interpretado de di-versos olhares de diferentes e importantes economistas brasileiros, porém é essencial olhar para essas explicações de forma mais ampla para acrescentar entendimento sobre as consequ-ências da industrialização e os modelos de desenvolvimento no Brasil.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 8 - Atividades

Atividades

INSTRUÇÕES

As atividades referentes a esse tema devem ser realizadas individualmente a fi m de incentivar a autocompreensão e a fi xação das questões en-volvidas. Para isso, deve ter uma leitura aten-ta sobre o capítulo 12 do Livro-Texto, que traz importantes visões de diferentes economistas e pensadores sobre o assunto.

Ponto de partida

Por que o termo “substituição de importações” deve ser olhado em um sentido mais geral e rela-cionado com aspectos sociais e políticos no Bra-sil?

Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

(CESGRANRIO 2009 - ECONOMISTA). O Plano Na-cional de Desenvolvimento II (II PND), anunciado em 1974, visou, fundamentalmente, a:

a) Promover o desenvolvimento das regiões mais pobres do país.

b) Conter a infl ação causada pelo período de forte crescimento de 1968 a 1973.

c) Fazer um ajuste estrutural na economia bra-sileira, investindo nos “pontos de estrangula-mento”.

d) Redistribuir a renda para as classes mais po-bres e expandir o mercado interno.

e) Colocar a economia brasileira em recessão para equilibrar seu balanço comercial.

Questão 2

(CESGRANRIO 2009 - ECONOMISTA). No período de 1968 a 1973, conhecido como fase do “mila-gre”, a economia brasileira apresentou taxas ele-vadas de crescimento real do PIB, mas a tendên-cia de aumento da infl ação foi contida. Para tal, um fator importante foi a(o):

a) Capacidade ociosa da economia.

b) Contenção da demanda via política monetá-ria expansiva.

c) Redistribuição da renda para as classes de menor poder aquisitivo.

d) Desvalorização cambial da moeda brasileira.

e) Crescimento vigoroso das exportações no pe-ríodo.

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 8 - Atividades

Questão 3

(INSTITUTO RIO BRANCO - 2008). Acerca das principais linhas de ação e vertentes da política-externa brasileira desde 1967, julgue (C ou E) os seguintes itens.

( ) A partir de 1967, o governo Costa e Silva procedeu a uma reformulação das diretrizes fundamentais da política externa brasileira. Isso determinou um curso que permanece-ria inalterado, em sua essência, até o fi nal do regime militar. A unidade de ação que se verifi ca, a partir de então, foi embasada na importância central conferida à doutrina de fronteiras ideológicas, que, como condi-cionante das estratégias a serem adotadas, defi nia as prioridades externas.

( ) Alguns aspectos do “pragmatismo respon-sável” adotado pelo governo Geisel, como a busca da autonomia decisória na política ex-terna, encontravam antecedentes em ideias e práticas políticas anteriores ao regime mi-litar brasileiro.

( ) A dívida externa assumiu relevância na ação internacional do Brasil, a partir do início da década de 1980, sendo tratada de acordo com duas estratégias: a primeira, de orien-tação economicista, afastava a diplomacia das negociações acerca do tema e favorecia a busca de soluções monetaristas, negocia-das bilateral e diretamente com a comuni-dade fi nanceira internacional. A segunda, confi gurada no Consenso de Cartagena de 1984, propugnava um tratamento político da questão que equacionasse o pagamento da dívida com o crescimento econômico da América Latina. Prevaleceu, desde o início, esta última estratégia.

( ) A política externa brasileira era formulada, a partir do início da década de 1970, com a fi nalidade última de serem superadas depen-dências e de ser reforçada a autonomia do País. A área energética foi alvo de medidas que se enquadravam nessa linha de ação, sendo exemplo de tais medidas o acordo de cooperação nuclear com a República Federal da Alemanha, fi rmado em 1975.

Questão 4

(INSTITUTO RIO BRANCO - 2009). Em Formação Econômica do Brasil, Celso Furtado analisa os efeitos diretos e indiretos da crise de 1929 sobre a economia brasileira. Segundo o autor, a políti-ca de defesa do setor cafeeiro implementada no período teria favorecido a rápida recuperação da economia: “É, portanto, perfeitamente claro que a recuperação da economia brasileira que se manifesta a partir de 1933 não se deve a ne-nhum fator externo e sim à política de fomento seguida inconscientemente no País e que era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros”.

Com relação à economia brasileira no período posterior à crise de 1929, assinale a opção que apresenta afi rmativa consistente com a análise de Celso Furtado acima resumida.

a) As alterações na política de defesa do setor cafeeiro introduzidas a partir da crise de 1929 tiveram como principal objetivo manter rela-tivamente estável a demanda agregada pe-los bens produzidos internamente. Com isso, evitava-se a acumulação de estoques indese-jados e a consequente redução nos níveis de produção.

b) Difi culdades de importação associadas à con-juntura de crise nos países industrializados impediram o crescimento da produção indus-trial brasileira nos anos 30 do século passado, retardando o processo de industrialização no Brasil.

c) A alta elasticidade-renda dos principais pro-dutos brasileiros de exportação, associada à recuperação dos países industrializados, pro-moveu crescimento signifi cativo dos saldos positivos na Balança Comercial brasileira, a partir de 1936.

d) De acordo com Celso Furtado, a alta elasti-cidade-preço da demanda pelo café permi-tiu aumento das receitas dos cafeicultores, a despeito de queda substancial nos preços do café.

e) Os efeitos da política de defesa dos cafeicul-tores sobre o mercado cambial provocaram aumento na demanda dos brasileiros por bens produzidos internamente. Isso incenti-vou o processo de substituição de importa-ções na década de 30 do século passado.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Tema 8 - Atividades

Questão 5

(UNIFESP - 2009 SUPERIOR). Desenvolvimento econômico consiste em um processo de enrique-cimento dos países e de seus habitantes, assim como:

I. Aumento das reservas do País.

II. Entrada de Investimento Estrangeiro (Globa-lização Econômica).

III. Balança Comercial Favorável (superavit).

Assinale a alternativa correta:

a) Apenas a I e II estão corretas.

b) Apenas a I e III estão corretas.

c) Apenas a II e III estão corretas.

d) Todas estão corretas.

Questão 6

Comente brevemente a posição de Celso Furtado sobre o termo substituição de importações.

Questão 7

Indique os problemas e entraves no processo de substituição de importações segundo Celso Fur-tado e Maria da Conceição Tavares.

Questão 8

Quais são as hipóteses alternativas para o pro-cesso de substituição de importação na visão de alguns pensadores presentes no capítulo 12 do Livro-Texto?

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Formação Social, Econômica e Política do BrasilTema 8 - Atividades

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Quer saber mais sobre esse assunto? Então con-sulte:

• O artigo científi co de Gildo Marçal Brandão. “O Peregrino da Ordem do Desenvolvimento. In: Gramsci e o Brasil, s/d. Disponível em: <http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economis-tas/celso_furtado.html>.

• Para ampliar o olhar sobre a relação entre po-lítica e desenvolvimento econômico ler o artigo científi co de: Vera Alves Cepêda. “O Pensamen-to Político de Celso Furtado: Desenvolvimento e Democracia. In: Gramsci e o Brasil, s/d. Disponível em: <http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/celso_furtado.html>.

• O site do conselho regional de Economia – RJ possui várias informações sobre importantes economistas brasileiros e suas obras. Disponível em: <http://www.corecon-rj.org.br/Grandes_Eco-nomistas_Resultado.asp?ID=68>.

• Maria da Conceição Tavares concebe uma en-trevista para a WebTV UFRJ e comenta sobre sua carreira e visões políticas. Disponível em: <http://www.webtv.ufrj.br/?option=com_content&task=view&id=524&Itemid=141>.

FINALIZANDO

Nesse tema, você viu a complexidade de uma me-dida política para o desenvolvimento econômico do Brasil, o processo de substituição de importa-ções e a forma crucial para a montagem e esta-belecimento de um parque industrial no Brasil.

A partir das diferentes visões de pensadores e da refl exão sobre como ocorreu, temos um olhar mais amplo para compreender um dos traços marcantes da economia brasileira. Além disso, temos também subsídios para a refl exão dos mo-delos de desenvolvimento aplicados em nosso país, suas consequências, além da importância de planos políticos realmente efi cazes para supe-rar os entraves estruturais que marcam a história do Brasil.

Questão 9

Qual a importância da montagem de um parque industrial no Brasil?

Questão 10

Qual é a importância de um plano político para implementação do desenvolvimento econômico no Brasil?

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Desafi o de Aprendizagem

Autora: Emanuela de Oliveira - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3

Este desafi o de aprendizagem tem por objetivos:

• Favorecer a aprendizagem;

• Estimular a corresponsabilidade do aluno pelo aprendizado efi ciente e efi caz;

• Promover o estudo, a convivência e o trabalho em grupo;

• Desenvolver os estudos independentes, sistemáticos e o autoaprendizado;

• Oferecer diferenciados ambientes de aprendizagem;

• Auxiliar no desenvolvimento das competências requeridas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação;

• Promover a aplicação da teoria e conceitos para a solução de problemas relativos à profi ssão;

• Direcionar o estudante para a emancipação intelectual.

Para atingir esses objetivos, as atividades foram organizadas na forma de um desafi o, que será solucionado por etapas, ao longo do semestre letivo.

Realizar essas atividades é essencial para o desenvolvimento das competências e habilidades requeridas na atuação do aluno, no mercado de trabalho.

Aproveite a oportunidade de estudar e aprender com os desafi os da vida profi ssional.

Competências e Habilidades

Ao concluir as etapas propostas nesse desafi o, você terá desenvolvido a competência e habilidade descritas a seguir:

• Prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública, empresas privadas e movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais e à garantia dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade.

Desafi o

Imagine-se como sendo um Assistente Social brasileiro, recém-contratado de uma Organização Internacional de grande porte e renome, que tem como objetivo vir para o Brasil e atuar no combate às desigualdades sociais.

A sua contratação foi feita porque tal instituição, antes de tomar sua decisão, gostaria de entender melhor as raízes das desigualdades sociais brasileiras, de modo que ela lhe solicitou a realização de um dossiê que aborde pontos importantes da história do Brasil, mais especifi camente sobre a formação política e social brasileira, cuja estruturação se fez por meio de diferentes desigualdades de classe, de etnia, de gênero etc.

Portanto, esse desafi o consiste na elaboração de um material que aborde diferentes momentos da história brasileira e que, ao mesmo tempo, estejam relacionados à estruturação e formação da sociedade brasileira como um todo. Isto é, o material deve consistir em uma exposição de como a sociedade brasileira, hoje desi-gual, é resultado de um processo histórico, a partir do qual tais desigualdades foram alicerçadas.

Essa atividade é importante porque lhe trará uma maior consciência dos problemas sociais que hoje se en-frenta no Brasil como resultado de raízes históricas complexas e profundas, portanto que demandam ações e intervenções mais elaboradas do que em geral se imagina.

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Desafi o de Aprendizagem

Etapa n.o 1

Aula-tema: O período colonial: estrutura econômica política e social

Essa atividade é importante para que você refl ita sobre o “nascimento do Brasil” como

colônia de Portugal.

Para desenvolvê-la, siga os passos descritos a seguir.

PASSOS

Passo 1 - Entregue ao professor tutor uma lista com os nomes e RAs dos integrantes que comporão a equi-pe de trabalho para a realização de todas as etapas e atividades. Esse número deve ser de no máximo cinco alunos e o grupo deve ser mantido até a entrega do Desafi o.

Passo 2 - Veja o vídeo disponível em http://videolog.uol.com.br/video.php?id=225551, acesso em 19/01/10. Nele o historiador Bóris Fausto explica o período colonial brasileiro.

Passo 3 - No vídeo, o historiador Bóris Fausto destaca a inadequação de expressões como “o Brasil foi des-coberto pelos portugueses”. Por quê? Debata esta colocação e se posione diante dela.

Passo 4 - Elabore um pequeno ensaio (com o máximo de 3 páginas. Fonte Times New Roman 12, espaço simples, parágrafos de 3 cm) que verse sobre a relação que se estabeleceu entre os portugueses colonizado-res e os povos indígenas brasileiros. Que tipo de desigualdades marcaram a referida relação? Quais refl exos a mesma gerou na formação da sociedade brasileira? Refl ita ainda sobre como vivem hoje os índios no Brasil e como o quadro atual se relaciona ao período em que o Brasil foi colônia de Portugal. O texto deve ser en-tregue pelo grupo ao professor tutor.

Etapa n.o 2

Aula-tema: Segundo Reinado: transformações socioeconômicas e crise do império

Essa atividade é válida para que você pense sobre o Brasil durante o período conhecido como Império.

Para realizá-la, é importante seguir os passos descritos a seguir.

PASSOSPasso 1 - Para visualizar o que foi o período do Império no Brasil, assista ao vídeo que se encontra em http://videolog.uol.com.br/video.php?id=225557, acessado em 19/01/10. Ao longo dele, pense na questão do negro no contexto de estruturação da sociedade brasileira.

Passo 2 - Observe a imagem do Quadro “Loja de Rapé”, aquarela inacaba do pintor Jean-Baptiste Debret, que mostra o cotidiano dos negros no Brasil da escravidão. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u453725.shtml. Acessado em: 19/maio/2010.

Discuta a escravidão do negro na história do Brasil e refl ita em que medida a abolição da escravidão signifi cou a liberdade do mesmo na sociedade brasileira. Até que ponto esse período histórico reverbera no racismo da atual sociedade? Debata ainda a situação dos negros na realidade do Brasil nos dias de hoje. O texto (com a mesma formatação da Etapa anterior) contendo as principais refl exões feitas pelo grupo deve ser entregue ao professor tutor.

Autora: Emanuela de Oliveira - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Desafi o de Aprendizagem

Etapa n.o 3

Aula-tema: A era Vargas e a política trabalhista

Essa atividade é importante para que você se volte com um pouco mais de atenção à chamada Era Vargas na história do Brasil, principalmente no que se refere à questão trabalhista, que foi de grande destaque na época.

Para cumpri-la, deve-se seguir os passos descritos a seguir.

PASSOSPasso 1 - Pesquise na internet textos sobre A Era Vargas e a política trabalhista.

Passo 2 - Pesquise na internet e observe as charges do ilustrador Nelo Lorenzon.

Debata o governo de Getúlio Vargas, passando por pontos como populismo e direitos trabalhistas. Discuta como a articulação de tais elementos está associada à dominação de classes, isto é, como a concessão de benefícios econômicos e sociais para as classes menos favorecidas pode traduzir-se em manipulação política na “busca” por votos.

Passo 3 - Discuta as relações de desigualdades às quais estão submetidas as classes menos favorecidas, economicamente, na sociedade brasileira da atualidade. Um texto com os principais pontos decorrentes das discussões deve ser entregue ao professor tutor pelo grupo (ver formatação nas etapas anteriores).

Etapa n.o 4

Aula-tema: Ditadura militar: o AI-5, milagre brasileiro e os anos de chumbo

Essa atividade é importante para que você se aprofunde no período em que predominou a ditadura mililtar no Brasil.

Para realizá-la, é importante seguir os passos descritos a seguir.

PASSOSPasso 1 - Ler o texto de Maria Paula Alvim, no site http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/1008951, aces-sado em 19/05/10.

Passo 2 - Procure e ouça alguma das músicas citadas pela autora. Refl ita sobre a mesma.

Debata como o viver sob censura prejudicava, entre outras coisas, a aquisição de conhecimento e como isso, por sua vez, tem refl exos sobre o senso de criticidade do brasileiro de hoje.

Etapa n.o 5

Aula-tema: Brasil contemporâneo: de Sarney a FHC

Essa atividade é importante para que você repense as marcas da história na constituição do brasileiro.

Para realizá-la, é importante seguir os passos descritos a seguir.

Autora: Emanuela de Oliveira - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Desafi o de Aprendizagem

PASSOSPasso 1 - Leia o capítulo 5, chamado “O homem cordial”, do livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, que está na bibliografi a básica da disciplina. Explique com suas palavras o que o autor aponta como sendo o homem cordial, quais suas principais características e quais as marcas brasileiras que o mesmo traz em si. Entregar, por escrito, para o professor tutor (ver formatação nas etapas anteriores).

Passo 2 - Um dos pontos tomados pelo autor como negativos, no que se refere à sociedade brasileira, refere-se às relações pessoais e familiares que muitas vezes se dão no âmbito do Estado, ou seja, trata-se de um não-discernimento entre privado e público. Debata como tal aspecto pode ser hoje em dia também verifi cado no Brasil. Entregue a atividade ao professor tutor (formatação especifi cada nas etapas anteriores).

Etapa n.o 6

Aula-tema: Brasil contemporâneo: o governo Lula

Essa atividade é importante para que você consiga dar um fechamento a todas as discussões e refl exões feitas ao longo das atividades.

Para realizá-la, é importante seguir os passos descritos a seguir.

PASSOSPasso 1 - Tenha em mãos tudo o que produziu ao longo das atividades sugeridas, para a elaboração do dossiê proposto como desafi o, que deve, portanto, consistir em um texto, de no máximo 10 páginas, no qual se faça o balanço entre o passado, a história, e o presente a atualidade. Em outras palavras, o texto deve evidenciar como a formação política e social brasileira se deu em muitos momentos de forma atrelada a diferentes desigualdades que, por sua vez, deixaram marcas que se fazem presentes no que a sociedade efetivamente se tornou e é hoje.

Passo 2 - Lembre-se de que no texto devem aparecer os pontos discutidos ao longo das etapas e passos sugeridos. De posse de tais informações, dados e refl exões, o grupo, de no máximo cinco integrantes, deve elaborar então o dossiê que obrigatoriamente deve conter também capa, introdução, desenvolvimento, con-siderações fi nais e referências bibliográfi cas segundo as normas da ABNT, que podem ser consultadas em http://www.unianhanguera.edu.br/anhanguera/bibliotecas/normas_bibliografi cas/Arquivos/normascitacao.htm e http://www.unianhanguera.edu.br/anhanguera/bibliotecas/normas_bibliografi cas/Arquivos/referen-cias.htm, acessado em 19/05/10. O material deve ser então entregue ao professor tutor.

Autora: Emanuela de Oliveira - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3

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Formação Social, Econômica e Política do Brasil

Referências Bibliográfi cas

REGO, José Márcio; MARQUES, Rosa Maria (Orgs.). Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2003.

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Anotações