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Servidores Públicos: Um breve estudo Eliane Gomes de Bastos Cardoso, Nívea Simone de Freitas Pedro Resumo: Analisam-se as questões relevantes da lei 8112/90 que regulamenta todo o regime jurídico dos agentes e servidores. Os cargos públicos são criados por lei e são frutos da necessidade social da administração pública de promover serviços essenciais. Toda a administração para fluir de forma ilibada deve seguir princípios e leis podendo os agentes públicos responder por seus atos e omissões de forma administrativa, civil e penal. Mas em contrapartida o funcionário público tem alguns direitos, entre os quais podemos destacar a estabilidade funcional, o sonho de grande parcela da sociedade brasileira. Para melhor compreensão do tema, a primeira parte faz a distinção entre categorias e espécies de servidor público. Na segunda parte é estudada (i) a distinção entre cargo, emprego e função, (ii) Vacância, (iii) acessibilidade aos cargos e empregos em concurso público, (iv) Regime Jurídico único, (v) Criação, transformação e extinção de cargos, funções ou empregos públicos, ( vi) Provimento e (vii) Direitos e deveres. A terceira parte dedica-se ao estudo da responsabilidade (i) evolução histórica da responsabilidade civil do Estado (ii) responsabilidade do estado no Direito, (iii) dos agentes, (iv) administrativa, ( v) Sindicância, (vi)Julgamento, (vii) penal, (viii) Civil e (ix) comunicabilidade das instâncias. “O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. (Fernando Pessoa) Introdução O Brasil, país continental, hoje uma das mais importantes economias mundiais, buscando assento permanente com no Conselho de Segurança da Organização das nações Unidas, que será a chancela de sua relevância no cenário mundial, reunido na forma de federação. Disciplina sua organização observando no pacto federativo postulado que derivam em sua autonomia, com auto-organização como dispõem a Constituição Federal em seu art.18, atuando através de seus agentes, seus órgãos, entidades, fazendo com que a máquina da administração publica se impulsione para que seja possível atender as necessidades da coletividade, através de seus serviços públicos. Esse ensaio visa analisar o gênero agente públicos e suas espécies, abordando da clássica doutrina a mais moderna, como poderemos mais adiante verificar no presente estudo, onde os agentes públicos constituem um instrumento muito importante para que a vontade do Estado venha se materializar, em prol do bem comum, observando sempre a supremacia do interesse público. Será analisando de forma mais detalhada pontos importantes a respeito da espécie servidores público, como ocorre o provimento no sistema do Regime Jurídico Único, pontuando seus direitos e deveres. Bem como a responsabilidade do servidor pelo seus atos que venham causar algum dano quando estiver no exercício de uma atribuição na esfera publica, e ainda como se dá a responsabilização do Estado em face deste agente. 1. Agentes públicos

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Servidores Pblicos: Um breve estudoEliane Gomes de Bastos Cardoso, Nvea Simone de Freitas PedroResumo:Analisam-se as questes relevantes da lei 8112/90 que regulamenta todo o regime jurdico dos agentes e servidores. Os cargos pblicos so criados por lei e so frutos da necessidade social da administrao pblica de promover servios essenciais. Toda a administrao para fluir de forma ilibada deve seguir princpios e leis podendo os agentes pblicos responder por seus atos e omisses de forma administrativa, civil e penal. Mas em contrapartida o funcionrio pblico tem alguns direitos, entre os quais podemos destacar a estabilidade funcional, o sonho de grande parcela da sociedade brasileira. Para melhor compreenso do tema, a primeira parte faz a distino entre categorias e espcies de servidor pblico. Na segunda parte estudada (i) a distino entre cargo, emprego e funo, (ii) Vacncia, (iii) acessibilidade aos cargos e empregos em concurso pblico, (iv) Regime Jurdico nico, (v) Criao, transformao e extino de cargos, funes ou empregos pblicos, ( vi) Provimento e (vii) Direitos e deveres. A terceira parte dedica-se ao estudo da responsabilidade (i) evoluo histrica da responsabilidade civil do Estado (ii) responsabilidade do estado no Direito, (iii) dos agentes, (iv) administrativa, ( v) Sindicncia, (vi)Julgamento, (vii) penal, (viii) Civil e (ix) comunicabilidade das instncias. O valor das coisas no est no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecveis, coisas inexplicveis e pessoas incomparveis. (Fernando Pessoa)IntroduoO Brasil, pas continental, hoje uma das mais importantes economias mundiais, buscando assento permanente com no Conselho de Segurana da Organizao das naes Unidas, que ser a chancela de sua relevncia no cenrio mundial, reunido na forma de federao.Disciplina sua organizao observando no pacto federativo postulado que derivam em sua autonomia, com auto-organizao como dispem a Constituio Federal em seu art.18, atuando atravs de seus agentes, seus rgos, entidades, fazendo com que a mquina da administrao publica se impulsione para que seja possvel atender as necessidades da coletividade, atravs de seus servios pblicos.Esse ensaio visa analisar o gnero agente pblicos e suas espcies, abordando da clssica doutrina a mais moderna, como poderemos mais adiante verificar no presente estudo, onde os agentes pblicos constituem um instrumento muito importante para que a vontade do Estado venha se materializar, em prol do bem comum, observando sempre a supremacia do interesse pblico.Ser analisando de forma mais detalhada pontos importantes a respeito da espcie servidores pblico, como ocorre o provimento no sistema do Regime Jurdico nico, pontuando seus direitos e deveres. Bem como a responsabilidade do servidor pelo seus atos que venham causar algum dano quando estiver no exerccio de uma atribuio na esfera publica, e ainda como se d a responsabilizao do Estado em face deste agente.1. Agentes pblicosPara a execuo dos servios da administrao pblica mais dos que necessrio os recursos humanos, constituem a massa de pessoas naturais que sob variados vnculos, seja estatutrio ou celetista, de forma definitiva ou transitria e algumas vezes sem qualquer liame, prestam servios Administrao Pblica ou realizam atividades de sua responsabilidade.[1]Os agentes exercem funes do rgo, distribudas entre cargos aos seus titulares, mas de formar excepcional poder existir funes sem cargo.[2]Desta forma o agente pblico se caracteriza por estar investido em uma funo pblica e pela natureza pblica dessa funo, sendo assim, para caracterizar o agente pblico, so necessrios a investidura (de ordem objetiva) em funo pblica e natureza pblica da funo (de ordem subjetiva).[3]Pelo exposto, conclumos que todos os que de alguma forma exerce funo pblica e independentemente da existncia de vnculo e uma vez existindo so irrelevantes a forma de investidura e a natureza do vnculo que liga este agente Administrao Pblica. necessrio destacar que, o cargo ou funo pblica pertence ao estado e no ao agente, desta forma poder o Estado, ampliar, suprimir ou alterar os cargos e funes, no gerando direito adquirido ao agente titular, o mesmo no acontece se o agente desaparecer, o cargo ou funo continuar existindo e disponvel a administrao pblica (exemplo o falecimento do agente)[4].A expresso agentes pblicos utilizada em sentido amplo e genrico, por tanto funcional, a partir dela podemos identificar suas espcies, e para entendermos melhor as categorias (ou espcies) de agentes pblicos, faa-se necessrio citar Hely Lopes Meirelles, que em sua obra clssica definiu quatro espcies, os agentes polticos, os agentes administrativos, os agentes honorficos e os agentes delegados. Em uma posio mais moderna podemos citar Maria Sylvia Zanela di Pietro e Celso Antnio Bandeira de Mello que classificam as espcies da seguinte forma: os agentes polticos, servidores pblicos, e particulares em colaborao com o poder pblico.[5]Deste conceito de agentes seguiremos com a anlise destas categorias.1.1Agentes polticosAqueles que integram os mais elevados escales na organizao Administrativa Pblica, possuindo acento na Constituio Federal, possuem independncia funcional eregimejurdico prprio ( o agente que esta topo da pirmide da organizao da administrao publica ), no sentido mais prprio so os representantes do povo, o que conduz investidura por eleio.[6].O agente poltico tem regime jurdico prprio, no se submete ao regime geral do art.102 da constituio, aplica apenas em carter subsidirio. E o agente poltico atua com independncia funcional no que pertine aos exerccios de suas atribuies, e no esta hierarquizada.[7]A doutrina diverge na questo de quem pode ser agentes polticos e assim h duas correntes:1) Nesta primeira corrente podemos citar o professor Celso Antnio de Mello entende que agente poltico apenas aquele que pode estabelecer normas diretrizes, normas de condutas de comportamento estatal e de seus administrados que pode definir metas e padres administrativos. So apenas os chefes dos executivos e membros do legislativo ( o detentor de demanda do eletivo), logo so agentes pblicos titulares dos cargos estruturais a organizao poltica do Pas, sendo agentes polticos apenas o presidente da repblica, os governadores, prefeitos e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos chefes do executivo[8].2)J na segunda corrente podemos citar professor Hely Lopes Meirelles, agente poltico alm dos agentes que foram citados na primeira posio, so tambm agentes polticos, os juzes, promotores, defensores, ministros, e conselheiros dos tribunais de contas. Estendem para estes agentes porque esto previstos na constituio federal de onde recebem suas atribuies ainda que de forma geral (genrica), tambm atuam com independncia funcional e possuem regime jurdico prprio.[9]A investidura do agente poltico em regra obtida atravs de eleio, mediante o sufrgio universal na forma da constituio federal, arts. 2 e 14, salvo para ministros e secretrios que so de livre escolha do chefe do executivo e providos em cargos pblicos, mediante nomeao.[10]1.2 Servidores pblicos em sentido amplo (ou agentes administrativos)Espcie de agentes pblicos onde se encontra o maior nmero de pessoas naturais exercendo a funes pblicas, cargos pblicos e empregos pblicos nas administraes direta e indireta. So agentes administrativos que exercem uma atividade pblica com vnculo e remunerao paga pelo errio pblico[11]. Podem ser classificados como estatutrios, celetistas ou temporrios.[12]1.2.1 Servidores EstatutriosO servidor pblico uma espcie dentro do gnero servidores estatais, so os que possuem com a administrao relao de trabalho de natureza profissional e no eventual[13].Os servidores estatutrios so contratados para cargo pblico no regime estatutrio, regulamentado pelo estatuto do servidor pblico lei de mbito federal n 8.112/90[14]e no estado do Rio de Janeiro regulamentado pelo decreto n 2.479/79.Para ser nomeado o servidor precisa antes ser submetido ao procedimento do concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, art. 37 inciso II da CF. o cargo pblico de provimento efetivo, ou seja, o cargo que possibilita a aquisio de estabilidade no servio pblico que diferente do cargo em comisso que desprovido de efetividade no gerando estabilidade, porque a nomeao para este cargo depende de confiana da autoridade que tem competncia para esta nomeao.1.2.2 Empregado Pblico (Celetista)Quando contratados para emprego pblico no regime da CLT, mas aplicam-se os princpios do direito pblico, por exemplo: investidura subordinada aprovao prvia em concurso pblico. Trata-se de regime obrigatrio nas empresas publicas e sociedade de economia mista.[15]1.2.3 Servidores TemporriosQuando contratados to somente para exercer a funo publica, em virtude da necessidade temporria excepcional e de relevante interesse pblico. Por tanto exercem uma funo publica remunerada temporria, apresentando cunho de excepcionalidade, o que autoriza o tratamento secundrio.[16]1.3 Particulares que atuam em colaborao com o poder pblico:Pessoa fsica que sem perderem a qualidade de particulares e sem existir vnculo de trabalho entre a administrao publica de forma remunerada ou no, mas existindo sim, uma execuo de um trabalho em beneficio do interesse pblico e do particular, ou seja, no existe entre o particular e a administrao um vnculo jurdico, mas existe sim uma prestao de a atividade pelo particular em beneficio do interesse pblico. Importante destacar que os particulares atuam em nome prprio, limitando-se a administrao a fiscalizar o desempenho dessas atividades[17]. Existem trs tipos de particulares que podem colaborar com a administrao: particulares por delegao; particulares que atuam por convocao, nomeao ou designao; e Agentes necessrios ou gestores de negcios pblicos.1.3.1 Particulares por delegaoOs chamadosagentes delegados, agentes que atuam mediante delegao, ocorrem nos casos de concesso e permisso de servios pblicos. Exemplo: tradutores, leiloeiros, os bancrios, titulares de cartrios que atualmente a atividade notarial e de registro que exercida em regime jurdico de direito privado por delegao pelo poder pblico, artigo 236 Constituio Federal[18](Lei n 8.935, de 18-11-1994, dispe sobre os servios notariais e de registro), a remunerao que recebem no paga pelos cofres pblicos, mas pelos terceiros usurios do servio, nestes casos exercem funo publica em nome prprio com a fiscalizao da administrao publica.[19]1.3.2 Particulares que atuam por convocao, nomeao ou designaoNesta segunda espcie pode ter agentes que exercendo atividade sem remunerao, por exemplo, jurados do tribunal do jri e mesrios que exercem um servio pblico honroso, atividade honrosa, e por isso esses particulares so denominados por alguns autores comoagentes honorficos,tais servios constituem o chamadomnus pblico,ou servios pblicos relevantes,[20]esses agentes o mximo que podem receber uma ajuda de custo ou pro labore, isso no descaracteriza como agente honorifico. Exemplo: peritos, tradutores, conciliadores, jurados do tribunal do jri e mesrios.1.3.3 Agentes necessrios ou gestores de negcios pblicosUma grande caracterstica desta espcie o fato que este agente atua voluntariamente, de forma espontnea, diante de uma situao anmala de carter emergencial, sempre diante de uma situao excepcional. Exemplo: uma situao calamidade, enchente, particulares que ajudam resgatar pessoas de um desmoronamento.Diferente de agentes putativos (agentes de fato) que tem aparncia de agentes pblicos legalmente investidos da funo publica, aplica-se neste caso a teoria da aparncia, mas no existe legal investidura, por duas situaes, no existe nenhuma investidura ou existe uma ilegalidade na sua investidura. Exemplo: oficial de justia que apresentou diploma falso, ou seja, apresentou um documento necessrio para sua investidura falso, existindo uma investidura viciada, o jurisdicionado que se depara com este oficial no tem como saber que o oficial de justia apresentou documento falso a administrao, aplicando-se para este sujeito a teoria da aparncia, a medida for necessria para a proteo dos seus direitos em razo do ato praticado por este agente, tm que ser reconhecido os direitos do administrado. Mas pode acontecer outra situao, o agente no tem investidura na funo que ele exerce, porque ele nem servidor ou , mas extrapolar em exerccio da sua funo agir fora de sua competncia ou nem ter competncia nenhuma. Porm em razo da teoria da aparncia, visando segurana e a boa f do administrado, os atos praticado por agentes putativos sero considerados vlidos.[21]Agente necessrio um particular e aparece como tal, no engana, no um agente putativo, no se mostra como agente pblico o gestor de negcios pblicos se mostra como uma pessoa estranha administrao, um particular que apenas colabora, auxiliando com algum tipo de funo a administrao.1.4 Agentes credenciadosSo os que recebem a incumbncia da administrao para represent-la em determinado ato ou praticar certa atividade especifica, mediante remunerao do poder pblico credenciante.[22]Por exemplo, determinada pessoa recebe atribuio de representar o Brasil em evento internacional.1.5 MilitaresAbrangem as pessoas fsicas que prestam servios s foras armadas, marinha, exercito e aeronutica, art. 142, caput e 3 da CF e tambm as policias militares e corpo de bombeiros militares dos Estados, Distrito federal e Territrios, art.42 da CF, com vnculo estatutrio sujeito a regime jurdico prprio, com a EC n 18/98 so denominados servidores pblicos militares.[23]2. Servidores pblicosOs servidores pblicos (em sentido estrito) so aqueles agentes que mantm relao com o regime estatutrio, ocupantes de cargos pblicos efetivos ou sem comisso, sujeito a regime jurdico de direito pblico. No conceito de Hely Lopes Meirelles, servidores pblicos constituem subespcies dos agentes administrativos, e a ela vinculados por relaes profissionais, em razo da investidura em cargos e funes, a ttulo de emprego e com retribuio pecuniria.[24]2.1 Cargo, Emprego e FunoCargo pblicos so as mais simples unidade e indivisveis unidades de competncia a serem expressas por um agente, prevista em nmero certo, com denominao prpria, retribudas por pessoas jurdicas de direito pblico e criadas por lei, salvo os servios auxiliares do legislativo,[25]ou seja, cargo pblico a unidade de atribuies a menor clula que existe dentro da administrao publica para o exerccio das atribuies pelo agente investido do cargo. Com a possibilidade de contratar servidores sob o regime da legislao trabalhista, a expresso emprego pblico passou a ser utilizada, tambm para designar uma unidade de atribuies, distinguindo-se pelo tipo de vnculo contratual, sob regncia da CLT, enquanto o ocupante de cargo pblico tem vnculo estatutrio, est contido na lei que instituiu o regime jurdico nico.[26]No que tange ao conceito de funo podemos verificar que corresponde ao conjunto de atribuies as quais no corresponde nem a cargo nem a emprego, ou seja, trata-se de um conceito residual.[27]De acordo com a constituio, quando se trata de funo, tem-se que ter em vista dois tipos de situaes:[28]Funo exercida por servidores contratados temporariamente, com base no art. 37, IX da CF,[29]quando a administrao precisa atender situao de relevante e excepcional interesse pblico, pode a administrao contratar sem concurso pblico, aquele que for contratado sem concurso no vai ser investido nem a cargo nem emprego pblico, porque para isso h a necessidade do concurso pblico, sendo assim ser contratado para exercer uma funo publica sem que a ela se corresponda cargo ou emprego essa uma das hipteses da chamada funo sem cargo, mencionado no art. 37 IX da CF.[30]Outra espcie de funo sem cargo que a constituio prever a funo de confiana, art. 37 inciso v[31]:critrio de confiana do agente que vai nomear. No h o cargo. S quem pode exercer funo de confiana o servidor que ocupe cargo de provimento efetivo para exercer atribuies de direo, chefia e assessoramento, porem ser for exercida chefia, direo e assessoramento por quem ocupe cargo em comisso a constituio dispe um percentual mnimo de servidores de carreira exercendo esses tipos de cargo, alm deste mnimo qualquer pessoa pode ser nomeada[32].O que no pode deixar de ser esclarecido que os cargos distribuem-se em classes e carreiras, e excepcionalmente criam-se cargos isolados que so de classe nica.Cargo de carreira o que se escalona em classes, que o agrupamento de cargos de mesmo vencimento e atribuies, ou seja, as classes podem ser organizadas de forma escalonada (superposta), quer dizer que entre as classes existe um momento, perodo diferente de vencimento, formando-se a chamada carreira, que se organiza dentro um de agrupamento de classes superpostas, o conjunto de carreiras e de cargos isolados constitui o quadro ( gratificada de um mesmo servio, rgo ou poder) permanente, o quadro tambm pode ser provisrio, mas sempre com a observao que no admitido promoo ou acesso de um para o outro.[33]O nmero total dos cargos de cada quadro o que denomina lotao, a modificao da lotao de um quadro, pela passagem de cargo nele incluso para outro quadro, chama-se de redistribuio conforme a lei 8.112/90[34]. (art.37)Aqui cabe ressalvar ao quanto competncia organizacional, como disposto no artigo 18[35]caput da constituio federal cabe a cada ente federado (a Unio, os Estados Membros e o Distrito Federal), regular por lei sobre a organizao de seus servidores com a devida autonomia delegada pela constituio.2.1.1 Vacncia o ato administrativo pelo qual o servidor destitudo do cargo, emprego ou funo. So as hipteses do art. 33 da lei n. 8112/90, demisso, aposentadoria, promoo e falecimento, e tambm prever a ascenso, a transferncia, a readaptao e posse em outro cargo inacumulvel.[36]A exonerao a extino do vnculo estatutrio a pedido do servidor ou quando cabvel, em virtude de avaliao discricionria da autoridade competente. Pode ocorrer no caso de cargo em comisso como a cargo de provimento efetivo, por tanto, no penalidade. A exonerao pode ser a pedido ou de oficio no caso de cargo em comisso, cujo provimento e exonerao so praticados no exerccio de competncia discricionria. A exonerao do ocupante de cargo de provimento efetivo ocorrer quando o sujeito no entrar em exerccio, depois de tomar posse ou no forem satisfeitas as condies do estgio probatrio (art. 34 e 35 da lei n. 8.112/90).[37]J a demisso constitui penalidade decorrente da pratica de ilcito administrativo, tem por objetivo desligar o servidor dos quadros do funcionalismo.[38]A vacncia do cargo em virtude da modificao do vnculo, o agente legalmente investido poder ser promovido da classe inicial da carreira para uma classe superior, a promoo gera vacncia (cargo anterior vago), provimento derivado, existe mudana de cargo sem rompimento do vnculo jurdico, gera uma modificao relao funcional do agente. Tambm pode ser chamada de promoo de progresso vertical que diferente da progresso horizontal, que no h a mudana de cargo. Assim, o cargo nico compartimentado em smbolos, e o agente progridem dentro do mesmo cargo at ficar apto para progredir verticalmente, ou seja, o progresso que o agente faz dentro do cargo, at que tenha a possibilidade de ser promovido. Na hiptese de readaptao, verifica-se o provimento em cargo mais adequado em virtude de limitao na capacidade fsica ou mental do servidor.[39]2.1.2 Acessibilidade aos cargos e empregos: concurso pblicoA constituio estabelece o princpio da ampla acessibilidade aos cargos, funes e empregos pblicos aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei ( art. 37, I), mediante concurso pblico de provas ou provas e ttulos, com ressalva a nomeao para cargos de provimento em comisso nos quais so livres a nomeao e a exonerao como disposto no art. 37, II.[40]Com relao aos estrangeiros, sempre houve o entendimento que era possvel a contratao na hiptese do art.37, IX da CF, para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico, no entanto a lei 8.745/93, que dispem sobre a contratao de servidor temporrio foi alterada pela lei 9.849/99, incluindo, entre outros casos admitindo a contratao com base no referido dispositivo, o de professor estrangeiro e pesquisador visitante estrangeiro (art. 2, V).[41]Com a EC 19/1998, que alterou o dispositivo 37 inciso I acrescentando a possibilidade de estrangeiros, na forma da lei, ocupar cargos, empregos e funes pblicas na administrao. Logo, o acesso dos estrangeiros deve ocorrer na forma da lei, por que se trata de norma constitucional de eficcia limitada edio de lei, que estabelecer a necessria forma.[42]2.2 Regime jurdico nicoA constituio de 1988 reformulou o tratamento do servidor pblico, instituindo o regime jurdico nico e planos de carreira para administrao direta, autrquica e fundaes publicas, disposto no art. 39[43], (restabelecido pelo STF pela ADI n. 2.135/ DF, em 02 de agosto de 2007, decidindo em sesso plenria, suspender a vigncia do art. 39,caput, da Constituio Federal, em sua redao dada pela Emenda Constitucional n. 19/98. Em decorrncia dessa deciso, volta a aplicar-se a redao original do art. 39, que exige regime jurdico nico e planos de carreira para os servidores da Administrao Pblica Direta, autarquias e fundaes pblicas[44]), assim garantindo tratamento isonmico entre os servidores pblicos, submetendo- os aos mesmos direitos e obrigaes perante a entidade a que servem[45]. O regime jurdico nico requer o funcionalismo na administrao em cada esfera governamental, seja estruturado com base num plano de carreiras fundadas num sistema de cargos classificados de acordo com suas atribuies, na mesma classe escalonadas em funo da de maior complexidade dos cargos que a integrem. Possibilitando justa poltica remuneratria, considerando que o servidor no se limitar apenas ao aumento de suas remuneraes mas tambm ter outras atribuies de mais responsabilidade[46].2.3 Criao, transformao e extino de cargos, funes ou empregos pblicosA criao de cargo significa sua institucionalizao com denominao prpria, previstas em nmero certo, funo especfica e correspondente retribuio por pessoas jurdicas de Direito pblico e criada por lei (pelos Poderes Executivo, legislativo no mbito de suas respectivas competncia da Cmara dos Deputados e de vereadores dispe o arts. 51[47]inciso V e 52[48]inciso XIII e como dispe o art.96[49]inciso I alnea b todos os arts da CF/88) ressalvando os casos de servios auxiliares do legislativo criando-se por resoluo, da Cmara ou do Senado, ( observando a natureza do cargo de provimento efetivo, atravs de concurso pblico ou em comisso por livre escolha).[50]J na transformao temos uma alterao de molde a atingir a natureza do cargo, neste caso ocorrendo extino ou criao de um ou de alguns cargos, e se d de forma automtica e simultnea quando um cargo transformado em outro. Esclarecendo que tanto a criao como j fora mencionado, mas tambm a transformao de cargos exige lei.[51]Com a extino o cargo desaparece deixa de existir (arts. 48 inciso X, 51, inciso IV e 52 inciso XIII, tratam da extino do cargo no mbito do Executivo e dos servios auxiliares do legislativo, j o art. 96 inciso II, aliena b, corresponde extino nos servios auxiliares do judicirio), Cada um dos Poderes, se concretizando por lei quando for extino de cargos do Executivo ou como dispe o art. 84 inciso XXV da CF/ 88 mediante ato administrativo do Presidente da Repblica vinculando- se mediante decreto. A extino de cargos em suas autarquias e fundaes pblicas e extino de cargo dos servios auxiliares do judicirio igualmente se formalizaro atravs de lei. Mas quando se tratar de cargos auxiliares do legislativo, suas autarquias e empresas publicam realiza-se a extino por resoluo.A criao, transformao e extino de cargos, funes ou empregos do poder Executivo exige lei de iniciativa do Presidente da Repblica, dos governadores dos Estados e do Distrito Federal e dos Prefeitos Municipais abrangendo a administrao direta, autrquica e fundacional ( arts. 61[52] 1, inciso II, alnea d da CF/ 88), sendo assim, ainda que dependam de iniciativa do poder competente podem sofrer emendas do legislativo, desde que respeitando os limites qualitativos (natureza ou espcie ) e quantitativos da proposta, no transformando o projeto original.[53]2.4 Provimento o ato pelo qual o se efetua o preenchimento do cargo pblico, com a designao de seu titular.[54]Poder ser originrio ou autnomo ou derivado:Provimento originrio o vnculo inaugural entre administrao e o servidor, considerando determinado cargo, pode ocorrer para quem era servidor pblico e quem no era servidor e passou a ser. Exemplo, um tcnico judicirio que passa no concurso para magistratura, nova nomeao que estar constituindo novo vnculo, esse ser provimento originrio, porque inaugural, o que se considera o cargo[55].O concurso pblico no pode ser s de provas ttulos, vedado pela constituio federal, tem que necessariamente de provas e pode ter provas de ttulos tambm, ou seja, pode ter s provas, pode haver prova mais provas de ttulos. A administrao pode estabelecer critrios diferenciados objetivos, que devero esta de acordo com a lei e considerando com a funo do cargo. Exemplo exame psicotcnico de acordo com a previso legal com critrios objetivos identificados no edital.[56]E o provimento derivado o que se faz por transferncia, promoo, remoo, acesso, reintegrao, readmisso, enquadramento, aproveitamento ou reverso, sempre uma alterao na situao de servio do provido[57].E Celso Antnio Bandeira de Mello d a seguinte classificao, provimento derivado pode ser vertical, horizontal ou por reingresso.Provimento derivado vertical o que significa que atravs da promoo ( por merecimento ou antiguidade) , o servidor alcana cargo mais elevado, dentro da prpria carreira. No provimento derivado horizontal quando o servidor readaptado para um cargo mais compatvel com sua limitao seja de capacidade fsica ou mental, logo o servidor no rebaixado, mas tambm no ascende em sua posio funcional. O Provimento derivado por reingresso restabelece a situao do servidor anterior, a qual estava desligada.[58] necessrio que seja esclarecido as modalidades de provimento por reingresso, onde podemos encontrar por exemplo a situao de o agente que conseguir anular demisso tem o direito de volta para seu cargo anterior, denominando-sereintegraoe o servidor que estava ocupando o cargo desse servidor reintegrado tem que voltar para seu cargo anterior, denominando-sereconduo, e se o cargo no existir ou for declarado desnecessrio, ele pode ser apresentado a outro cargo com atribuies e remunerao compatveis ou deposto emdisponibilidadeo servidor reconduzido ( art. 41 2 da CF), e quando o servidor disponvel for chamado a voltar ao servio, haver oaproveitamento( art.41 3 da CF).[59]E assim, no podemos deixar de destacar a ultima modalidade de provimento derivado por reintegrao, trata-se do funcionrio aposentado que reingressa ao servio pblico, a pedido (voluntria) que depende do pleito do interessado e de outros requisitos estabelecido em lei[60]ou ex oficio (compulsria) quando cessada a incapacidade que gerou a aposentadoria por invalidez ( art. 25 da lei 8112/90).[61]O provimento ainda pode ser classificado quanto sua durabilidade em efetivo, vitalcio e em comisso, essa classificao somente aplicvel aos cargos:[62]Os cargos de provimento efetivos so os predispostos a receber ocupantes em carter definitivo (os que so providos por concurso pblico). E como menciona o art. 41 da CF, o servidor aps o perodo de trs de exerccio pode adquirir a efetivao e a estabilidade, denominando-seestgio probatrio,[63]a partir do momento que o servidor adquirir estabilidade no cargo, s poder perder o cargo em quatro situaes: trs delas se encontram no art. 41 1[64]e a outra no art. 169 4[65], ambos da constituio:[66]a) deciso judicial com sentena com o transito em julgado ( demisso, ato punitivo),b) processo administrativo disciplinar, neste caso o servidor perde o cargo por infrao disciplinar, seria aqui o caso de demisso com observncia da garantia de ampla defesa,c) processo de avaliao por insuficiente desempenho, ( preciso que esse dispositivo seja regulamentado o inc. III do 1, do art.41 para que possa ser aplicado, na forma da lei complementar norma constitucional de eficcia limitada, no pode ser aplicada enquanto no criar a lei complementar, possibilidade terica, porque ainda no existe a lei regulamentando, mas o inciso III foi inserido na constituio pela emenda constitucional nmero 19),d) exonerao do estvel, em virtude de gastos com pessoal, no hiptese punitiva uma contingncia administrativa, mas sim reduo do quadro de pessoal com excesso de despesa, de acordo com art. 169 4 da CF.Cabe ressaltar que demisso constitui o desligamento do cargo com carter de sano, aplicvel nas hipteses previstas em lei, diferente de exonerao que o desligamento sem carter sancionador e pode ser a pedido ou a ex-oficio nos seguintes casos: desinvestir de cargo em comisso, quando no caso de provimento efetivo o servidor demonstrar ser inadequado ao cargo antes de completar o trinio para estabilidade e a administrao o desliga, na avaliao peridica de desempenho tenha sido considerado insatisfatrio, quando o servidor empossado no entrar em exerccio em prazo legal, quando o servidor, em acumulao proibida, desde que de boa f, permitindo optar cargo que desejar efetivado[67].O cargo de provimento vitalcio significa que a demisso do servidor depender de sentena judicial transitada em julgado, que reconhea a comprovao de infrao a que seja cominada sano. Somente possvel em relao aos cargos que a constituio define como de provimento vitalcio. A constituio atribui o regime de vitaliciedade aos magistrados (art.95, I), aos membros dos tribunais de contas (art.73 3), e do ministrio pblico (art.128, 5,a).[68] O cargo de provimento em comisso o que se d atravs de nomeao independente de concurso e em carter transitrio, a possibilidade em relao a esses cargos somente se dar mediante lei que a declare e provimento em comisso.[69]O provimento dos cargos pblicos da Administrao Federal direta cabe ao Presidente da Repblica, atravs de decreto, observado o que a respeito dispuser a lei (art. 84. XXV. da CF). Essa atribuio pode ser delegada pelo Presidente da Repblica, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou do Advogado-Geral da Unio, que observaro os limites da delegao (art. 84, pargrafo nico. da CF).[70]Presidente Repblica cabe prover cargos que integram a estrutura do Judicirio, como ocorre com os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores , os governadores de territrios, o procurador geral da repblica, o presidente do banco central, todos se aprovados pelo senado (art. 84. XIV. da CF). O mesmo se pode dizer da nomeao dos Ministros do Tribunal de Contas da Unio (art. 73, 2. da CF).[71]J os cargos que se refere ao provimento dos cargos de juiz singular e de auxiliares administrativos do Judicirio, diga-se que a competncia dos Tribunais (art. 96. I c.e e da CF). quer sejam Tribunais federais. quer estaduais. sendo o ato de nomeao da responsabilidade dos respectivos presidentes. O ato veiculado por portaria. O ministrio pblico competente para prover os cargos de seus membros e dos servios auxiliares( art.127,2 da CF)[72]b) Cargo de provimento efetivo isolado: cargo de classe nica, exemplo desembargador nomeado pelo quinto constitucional, no se organiza em carreiras, no existe classes.2.5 Direitos e DeveresOs direitos e deveres do servidor pblico se forem estatutrio esta elencado no Estatuto do servido ou no caso de servidor celetista na CLT, dever-se tambm observar normas consagradas na constituio federal (arts. 37 a 42), ainda mais, no existe impedimento para que outros direitos sejam atribudos pelas constituies Estaduais ou nas leis ordinrias dos Estados e municpios.[73]Direitos concernentes aos subsdios (introduzida pela Emenda Constitucional n 19/ 98) compem-se de uma parcela nica, ou seja, indivisas vedado acrscimo de vantagens outras de qualquer espcie; quanto ao vencimento a retribuio pecuniria fixada em lei pelo exerccio do cargo pblico,[74]j a remunerao o vencimento somado com as vantagens pecunirias atribudas em lei[75], de acordo com a lei 8.112/90 existem trs espcies de vantagens pecunirias:1) As indenizaes[76], com finalidade ressarcir despesas que o servidor tenha sido obrigado a realizar em razo do servio, compreendendo em ajuda de custo[77];dirias[78]; transporte[79]e auxlio-moradia[80].2) As gratificaes como dispe a lei 8.112/90 nos arts. 61,I,II e IX, 62, 63[81]e 76-A.Art. 76-A.A Gratificao por Encargo de Curso ou Concurso devida ao servidor que, em carter eventual:I atuar como instrutor em curso de formao, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente institudo no mbito da administrao pblica federal;II participar de banca examinadora ou de comisso para exames orais, para anlise curricular, para correo de provas discursivas, para elaborao de questes de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;III participar da logstica de preparao e de realizao de concurso pblico envolvendo atividades de planejamento, coordenao, superviso, execuo e avaliao de resultado, quando tais atividades no estiverem includas entre as suas atribuies permanentes;IV participar da aplicao, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso pblico ou supervisionar essas atividades. 1 Os critrios de concesso e os limites da gratificao de que trata este artigo sero fixados em regulamento, observados os seguintes parmetros:I o valor da gratificao ser calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;II a retribuio no poder ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situao de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade mxima do rgo ou entidade, que poder autorizar o acrscimo de at 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;III o valor mximo da hora trabalhada corresponder aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento bsico da administrao pblica federal:a) 2,2% (dois inteiros e dois dcimos por cento), em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;b) 1,2% (um inteiro e dois dcimos por cento), em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo. 2 A Gratificao por Encargo de Curso ou Concurso somente ser paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuzo das atribuies do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensao de carga horria quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do 4 do art. 98 desta Lei. 3 A Gratificao por Encargo de Curso ou Concurso no se incorpora ao vencimento ou salrio do servidor para qualquer efeito e no poder ser utilizada como base de clculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de clculo dos proventos da aposentadoria e das penses.3) O adicional como expe o art. 61 IV a VIII da lei 8112/90, observando tambm o disposto nos arts. 68, 73, 75, 76[82], da referida lei.Art. 61.Alm do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, sero deferidos aos servidores as seguintes retribuies, gratificaes e adicionais:IV adicional pelo exerccio de atividades insalubres, perigosas ou penosas;V adicional pela prestao de servio extraordinrio;VI adicional noturno;VII adicional de frias;VIII outros, relativos ao local ou natureza do trabalho..4) Benefcios da seguridade social regulado pelos arts. 196 e 197 da lei 8.112/90, que trata do auxlio natalidade e do salrio famlia.Art. 196. O auxlio-natalidade devido servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do servio pblico, inclusive no caso de natimorto. 1 Na hiptese de parto mltiplo, o valor ser acrescido de 50% (cinqenta por cento), por nascituro. 2 O auxlio ser pago ao cnjuge ou companheiro servidor pblico, quando a parturiente no for servidora.Art. 197. O salrio-famlia devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econmico.Pargrafo nico. Consideram-se dependentes econmicos para efeito de percepo do salrio-famlia:I o cnjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados at 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, at 24 (vinte e quatro) anos ou, se invlido, de qualquer idade;II o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorizao judicial, viver na companhia e a expensas do servidor, ou do inativo;III a me e o pai sem economia prpria.2.5.1 Direitos de ausncia ao servioInclui entre os direitos do servidor os concernentes a frias, licena e afastamento, estabelecidos na lei 8.112/90 alguns afastamentos chamados como concesses outros previstos, mas sem designao. Existem 24 variedades de afastamento, sendo 12 espcies de licena e 12 de afastamento.[83]O art. 77 da lei 8.112/90 trata das frias do servidor direito ao descanso anual por 30 dias, e sua remunerao ainda ser acrescida de 1/3 da retribuio normal.[84]No art.81 da lei 8.112/90 esto enumeradas 7 variedades das licenas, mas no entanto existe outras expressamente mencionadas nos arts.202 ( para tratamento de sade que pode ser de oficio ou a pedido do servidor)[85], Art. 207 (licena para servidora gestante por 120 dias consecutivos)[86], Art.208 ( licena para de cinco dias para paternidade, pelo nascimento ou pela adoo)[87],Art.210 (licena para a servidora que obtiver a guarda ou no caso de adoo para crianas at um ano) Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p. 611[88]e 211( no caso de acidente em servio o servio far jus a licena com remunerao integral)[89].Art. 81.Conceder-se- ao servidor licena:I por motivo de doena em pessoa da famlia;II por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro;III para o servio militar;IV para atividade poltica;V para capacitao;VI para tratar de interesses particulares;VII para desempenho de mandato classista. 1 A licena prevista no inciso I ser precedida de exame por mdico ou junta mdica oficial. 2 Revogado. Lei n 9.527, de 10-12-1997. 3 vedado o exerccio de atividade remunerada durante o perodo de licena prevista no inciso I deste artigo.Art. 82.A licena concedida dentro de 60 (sessenta) dias do trmino de outra da mesma espcie ser considerada como prorrogao.E ainda h as licenas sem remuneraro, mas com contagem do tempo, no caso do art. 92 c/c art.102 VIII c(para desempenho de mandato classista) da lei 8.112/90, e ainda sem remunerao e sem contagem de tempo de servio nos casos dos arts. 84 e 1[90]e 91[91]da lei mencionada.Quanto ao afastamento podemos elencar 3 artigos que a lei menciona como tal art.93, c/c com art. 102 II e III (para servir outro rgo ou entidade por tempo indeterminado), art.94 c/c art.102 V (para exerccio de mandado eletivo durante o prazo de sua durao) e art. 95 1 c/c 102 VII (para estudo ou misso no exterior quando autorizado no prazo mximo de 4anos) todos da lei 8112/90.[92]As concesses previstas na lei 8.112/90 podem assim ser classificadas:1) direito de ausentar-se do servio;Art. 97.Sem qualquer prejuzo, poder o servidor ausentar-se do servio:I por 1 (um) dia, para doao de sangue;II por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;III por 8 (oito) dias consecutivos em razo de:a) casamento;b) falecimento do cnjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmos.2) direito a horrio especial, concedido;Art. 98.Ser concedido horrio especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horrio escolar e o da repartio, sem prejuzo do exerccio do cargo. 1 Para efeito do disposto neste artigo, ser exigida a compensao de horrio no rgo ou entidade que tiver exerccio, respeitada a durao semanal do trabalho. 2 Tambm ser concedido horrio especial ao servidor portador de deficincia, quando comprovada a necessidade por junta mdica oficial, independentemente de compensao de horrio. 3 As disposies do pargrafo anterior so extensivas ao servidor que tenha cnjuge, filho ou dependente portador de deficincia fsica, exigindo-se, porm, neste caso, compensao de horrio na forma do inciso II do art. 44.3) direito concedido ao servidor estudante ao mudar de sede no interesse da administrao pblica, em se matricular em instituio congnere, em qualquer poca, independentemente de vaga, como menciona o art. 99 da lei 8.112/90.[93] necessria quanta esta ultima concesso mencionada, que o STF possui jurisprudncia consolidada na qual so congneres entre as instituies de ensino superior pblicas, e so congneres entre si as instituies de ensino superior privadas, ou seja, o estudante que estudava em instituio privada, em sua localidade originria s ser assegurado o direito de matricula-se em uma universidade ou faculdade privada na localidade para onde administrao publica deslocou este servidor.[94]2.5.2 Direita aposentadoria Aposentadoria um direito inatividade remunerada, existem trs modalidades: por invalidez, compulsria e volntaria. Devendo ser observada qual o regime do servidor se celetista ou estatutrio.2.5.3 Direitos do titular do cargoConforme explicitado na doutrina clssica de Hely Lopes Meirelles, os direitos do titular do cargo restringem-se ao seu exerccio, s prerrogativas da funo e os vencimentos e vantagens decorrentes da investidura, sem que o servidor tenha propriedade do lugar que ocupa. Logo, inaproprivel, no deixando dvidas que o servidor no tenha direito adquirido a imutabilidade de suas atribuies, portanto a administrao pblica pode atravs de lei alterar, extinguir, criar cargo sem o conhecimento do seu titular, importante mencionar que o servidor poder adquirir direito permanncia no servio pblico, porm nunca o de permanecer no exerccio da mesma funo.[95]2.5.4 Direito de greve e Associao sindicalNa Constituio Federal a esse respeito estabelece no inciso VII do art. 37 que o direito de greve ser exercido nos termos e nos limites definidos em lei especfica o direito livre associao sindical est disposto no art. 37, VI da constituio, que uma norma auto-aplicvel.[96]2.5.5 Deveres dos ServidoresOs deveres dos servidores pblicos vm normalmente previstos nas leis estatutrias, abrangendo encontrando-se enumerado no art. 116 (8.112/90) , entre outros, os de assiduidade, pontualidade, discrio, urbanidade, obedincia, lealdade. O descumprimento dos deveres enseja punio disciplinar[97].Art. 116.So deveres do servidor:I exercer com zelo e dedicao as atribuies do cargo;II ser leal s instituies a que servir;III observar as normas legais e regulamentares;IV cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;V atender com presteza:a) ao pblico em geral, prestando s informaes requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;b) expedio de certides requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situaes de interesse pessoal;c) s requisies para a defesa da Fazenda Pblica;VI levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver cincia em razo do cargo;VII zelar pela economia do material e a conservao do patrimnio pblico;VIII guardar sigilo sobre assunto da repartio;IX manter conduta compatvel com a moralidade administrativa;X ser assduo e pontual ao servio;XI tratar com urbanidade as pessoas;XII representar contra ilegalidade, omisso ou abuso de poder.Pargrafo nico. A representao de que trata o inciso XII ser encaminhada pela via hierrquica e apreciada pela autoridade superior quela contra a qual formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa3. Evoluo histrica da responsabilidade civil do estadoA responsabilidade do Estado passou por um processo evolutivo, partindo do que chamamos da teoria da irresponsabilidade at chegarmos responsabilidade objetiva.Por muitos sculos vigorou o princpio da irresponsabilidade do Estado, na poca do Absolutismo, quando flua a idia de que os reis eram designados por Deus, e conseqentemente infalveis e agiam pelo seu bel prazer. Nem os reis nem o Estado erram, estando acima de qualquer um, pois sua funo seria de atender o interesse da sociedade como um todo e conseqentemente fica acima de qualquer indivduo, impedindo assim que fosse reconhecida sua responsabilidade perante o indivduo. S era permitida a responsabilidade pecuniria dos agentes da administrao, ou seja, a vtima do dano poderia recorrer contra o funcionrio que cometeu o dano, jamais o Estado. Mas, nem sempre o agente conseguia honrar com a indenizao pela insuficincia da sua restrio oramentria.[98]Um primeiro patamar da evoluo, com a revoluo industrial e do incio do sistema capitalista. Comeou a ser difundido a concepo de submisso do Estado ao Direito nascendo o reconhecimento dos direitos diante do Estado.[99]Passando a ter diferenciao entre atos denominados atos de imprio e atos de gesto. Em todos os atos que correspondessem a atos de imprio no existia responsabilizao do Estado, j no que se referia a atos de gesto, onde o Estado atuava como se particular fosse, o estado poderia, se tivesse culpa do agente, ser acionado a reparar os danos causados a terceiros, essa foi o primeiro degrau da evoluo, da passagem da teoria da irresponsabilidade para uma concepo civilista da responsabilidade do Estado.[100]Na pratica, o resultado foi muito pequeno para quem sofreu o dano, tinha que conseguir descobrir se era ato de imprio ou ato de gesto e conseguir comprovar a culpa do agente.Com a evoluo do princpio da legalidade e que tantos os particulares quanto o Estado devem estar submissos a lei. Assim a doutrina e a jurisprudncia deram mais um passo na evoluo com a Teoria da Culpa presumida da Administrao, que invertia o nus da prova, o Estado que teria que provar que no teve culpa.Um importante passo desta evoluo ocorreu com a Teoria do rgo, onde se entende que Estado concebido como um organismo vivo, integrado por um conjunto de rgos que realizam as suas funes.[101]As vontades e as aes dos rgos so do Estado e os agentes s executam, com isso a responsabilizao do Estado por ato do agente foi ampliada, no mais exigindo a culpa do agente.Com base nos princpios da igualdade de nus e encargos sociais, chegamos fase atual da evoluo.[102]A denominada responsabilidade objetiva, onde o particular deve demonstrar o nexo de causalidade entre o ato da administrao e o dano sofrido, sem a ingerncia do particular no ato.A teoria do risco administrativo mais um passo importante na evoluo, a interpretao desta teoria pode ser explicada pelo fato dos riscos acarretados por atividades perigosas deve ser sustentado por quem aproveita os benefcios do desenvolvimento da atividade perigosa, quando no tenha ocorrido fora maior que interfira no funcionamento do servio. Essa teoria do risco administrativo apregoa o dever do Estado de indenizar o particular que foi sofreu um dano em virtude da atividade administrativa.[103]H ainda a Teoria do Risco integral que afirma que o Estado tem o dever de indenizar em qualquer caso de dano sofrido pelo particular, mesmo sem a existncia de nexo causal. Mas existe uma corrente contrria a esta posio. Na opinio de Hely Lopes Meirelles, essa teoria contrria a equidade social.3.1 A Evoluo da Responsabilidade do Estado no DireitoNo Brasil no existiu a fase de irresponsabilidade[104], o Estado respondia por seus atos. Desde a constituio do Imprio, 1824 que o empregado pblico era responsabilizado por seus erros e omisses que causassem prejuzos a terceiros. O Estado respondia solidariamente ao funcionrio, desde que a culpa fosse provada.[105]No cdigo de 1916, houve divergncia na interpretao, se a culpa do Estado era subjetiva ou se era objetiva.Na constituio de 1946, determinou que a responsabilidade do Estado fosse objetiva, baseada no risco administrativo. As constituies promulgadas posteriormente em 1967, 1968 e 1988 permaneceram com o risco objetivo.3.2 Responsabilidades dos AgentesO agente que praticar um ato ilcito que gerar um prejuzo ao errio poder vir a responder por trs esferas distintas: responsabilidade penal, civil e administrativa[106]. Deste modo, os servidores pblicos que ao desempenhar suas atividades de sua competncia ou alegando estar cumprindo sua funo ao efetuando infraes (atividades exercida de forma ilegal, gerando dano), poder ser responsabilizado nas esferas administrativa, civil ou penal diante da Administrao Pblica.3.2.1 Responsabilidade AdministrativaO dano originado de ato ou omisso do servidor poder resultar em prejuzo ao errio; ou a terceiros de boa-f. Ocorrendo o dano, a Administrao primeiro apura a responsabilidade civil do servidor por via de processo administrativo, observando os princpios do contraditrio e da ampla defesa (CF, art. 5., LV). Nessa apurao, que ser desenvolvida a seguir, esclarecendo que a administrao que s existir a responsabilidade civil do servidor se este estiver atuado com dolo ou culpa.Se o dano foi causado a terceiros o Estado dever indenizar o terceiro prejudicado, independentemente de dolo ou culpa do servidor e assim, no havendo dolo ou culpa do servidor, o Estado no ter o direito de regresso, que o direito de ser ressarcido pelo servidor do valor pago a ttulo de indenizao. Logo, tendo o servidor dolo ou culpa, o ente pblico ter o direito de regresso contra o servidor, podendo ento propor uma ao judicial, chamada de ao de regresso, na esfera civil, para reaver do servidor o que pagou como indenizao.[107]Para ambos os casos (prejuzo ao errio e prejuzo a terceiros) poder haver uma soluo administrativa ao invs de judicial.Uma vez constatada a prtica do ilcito administrativo, ficar o servidor sujeito sano administrativa adequada ao caso, que poder ser advertncia, suspenso, demisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade, destituio de cargo em comisso ou destituio de funo comissionada[108]. Na lei 8112/90 no artigo 117 apresenta o hall de proibies ao servidor pblico e o servidor responde administrativamente pelos ilcitos administrativos com ao ou omisso que contrarie a Lei.Art. 117.Ao servidor proibido:I ausentar-se do servio durante o expediente, sem prvia autorizao do chefe imediato;II retirar, sem prvia anuncia da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartio;III recusar f a documentos pblicos;IV opor resistncia injustificada ao andamento de documento e processo ou execuo de servio;V promover manifestao de apreo ou desapreo no recinto da repartio;VI cometer a pessoa estranha repartio, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuio que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;VII coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se associao profissional ou sindical, ou a partido poltico;VIII manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de confiana, cnjuge, companheiro ou parente at o segundo grau civil;IX valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da funo pblica;X participar de gerncia ou administrao de sociedade privada, personificada ou no personificada, salvo a participao nos conselhos de administrao e fiscal de empresas ou entidades em que a Unio detenha, direta ou indiretamente, participao no capital social ou em sociedade cooperativa constituda para prestar servios a seus membros, e exercer o comrcio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditrio;XI atuar, como procurador ou intermedirio, junto a reparties pblicas, salvo quando se tratar de benefcios previdencirios ou assistenciais de parentes at o segundo grau, e de cnjuge ou companheiro;XII receber propina, comisso, presente ou vantagem de qualquer espcie, em razo de suas atribuies;XIII aceitar comisso, emprego ou penso de estado estrangeiro;XIV praticar usura sob qualquer de suas formas;XV proceder de forma desidiosa;XVI utilizar pessoal ou recursos materiais da repartio em servios ou atividades particulares;XVII cometer a outro servidor atribuies estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situaes de emergncia e transitrias;XVIII exercer quaisquer atividades que sejam incompatveis com o exerccio do cargo ou funo e com o horrio de trabalho;XIX recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.Como foi dito anteriormente, as penalidades disciplinares esto elencadas no artigo 127, sendo diferenciadas pela gravidade atribuda a cada ato levando em considerao as atenuantes e as agravantes alm do antecedente funcional. So elas:Advertncia- como transcreve o artigo 129 da referida Lei, est ser aplicada por escrito, nos casos de violao dos incisos I a VIII e XIX do artigo 117 e na inobservncia de algum dever funcional estipulado na lei, regulamentao ou norma interna que no seja considerado penalidade mais grave.A suspenso ocorre no caso de reincidncia, em faltas j punidas com advertncia, no podendo exceder o prazo de 90 dias. As penalidades de advertncia ter seu registro cancelado aps 3 anos e o de suspenso aps 5 anos.A penalidade de demisso ser aplicada nos casos elencados no artigo 132 da Lei 8112/90. Ser aplicada pelo Presidente da Repblica, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos tribunais Federais e pelo Procurador Geral da Repblica.[109]Art. 132.A demisso ser aplicada nos seguintes casos:I crime contra a administrao pblica;II abandono de cargo;III inassiduidade habitual;IV improbidade administrativa;V incontinncia pblica e conduta escandalosa, na repartio;VI insubordinao grave em servio;VII ofensa fsica, em servio, a servidor ou a particular, salvo em legtima defesa prpria ou de outrem;VIII aplicao irregular de dinheiros pblicos;IX revelao de segredo do qual se apropriou em razo do cargo;X leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio nacional;XI corrupo;XII acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas;XIII transgresso dos incisos IX a XVI do art. 117No que tange a cassao da aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que praticou durante sua atividade na administrao, seja qualquer falta elencada no artigo 132 da referida lei, sendo esta falta punvel com demisso. Sendo aplicadas pela mesma ordem hierrquica da demisso.Destituio do cargo (cargos que se escalonam-se) ou funo em comisso ser aplicada nos casos de infrao sujeitas s penalidades de suspenso e de demisso. Sendo de competncia da mesma autoridade que fez a nomeao.3.2.2 Sindicncia do Processo AdministrativoPara ser aplicada uma penalidade de suspenso acima de 30 dias, demisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade e destituio de cargo ou funo em comisso deve ser instaurada uma sindicncia[110].Ele pode ser interpretado como um processo investigativo realizado por uma comisso composta por trs servidores estveis designados por autoridade competente, sendo um deles escolhido para presidir. Devendo pelo menos o presidente ter o nvel de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.[111]O processo administrativo ser dividido em trs fases que sero dividas da seguinte forma: Instaurao ir iniciar com a publicao do ato que constitui a comisso; inqurito que ser dividido em trs partes instruo, defesa e relatrio. Sendo assegurados os direitos fundamentais de ampla defesa e contraditrios.[112]A comisso ir promover por todos os meios admitidos em direito, como depoimento, investigao, diligncias entre outros, a fim de obter amplo conhecimento do fato. Aps a oitiva das testemunhas proceder-se- o interrogatrio do acusado.[113]Sendo tipificada a infrao disciplinar sero oferecidos 10 dias para a defesa[114], caso seja considerado revel ser nomeado procurador dativo com cargo equivalente ou superior ou mesmo nvel de escolaridade ou superior.[115]Depois de apreciada a defesa, a comisso ir elaborar minucioso relatrio que ser conclusivo quanto responsabilidade ou no do servidor. No caso do servidor ser considerado responsvel, o relatrio dever transcrevendo os dispositivos normativos que no foram seguidos, as peas principais dos autos, informando s provas que fizeram com que o comit tomasse a deciso bem como os atenuantes e os agravantes. Ser ento remetido autoridade que determinou a instaurao para o julgamento do fato ou se a sano prevista exceder sua alada, ser encaminhado autoridade competente.[116]3.2.3. Do julgamentoA comisso poder decidir pela inocncia, se decidir assim ser determinado o arquivamento ou poder decidir culpa do mesmo. Em regra ser mantida a deciso da comisso, salvo se flagrantemente contrria prova dos autos.[117]Podendo agravar, abrandar ou isentar o servidor da responsabilidade. Extinta a punibilidade pela prescrio, ser colocado no assentamento individual do servidor.[118]Se a infrao for tipificada como crime, o processo disciplinar ser remetido ao Ministrio Pblico, sendo passvel de condenao penal.[119]Cabe ressaltar, que pode ser solicitada reviso do processo pelo servidor, a qualquer tempo, pela ocorrncia de fatos novos ou circunstncias que provem a inocncia ou a inadequao da pena.[120]3.3 Da Responsabilidade PenalResponsabilidade Penal o cdigo penal prev os crimes contra a administrao Pblica diferenciando os crimes praticados por funcionrios pblicos e os crimes praticados por particulares.Cabe ressaltar, que funcionrio pblico para os efeitos penais corresponde a quem trabalhe mesmo que transitoriamente ou sem remunerao em cargo, emprego ou funo pblica, ou seja, os que por exercer uma funo aproveitam da mesma para cometer alguma infrao penal, bem como dispe o art. 327 1 do cdigo penal.A responsabilidade penal do agente pblico a que gerada por uma conduta tipificada por Lei como infrao penal. Sendo que esta abrange crimes e contravenes realizadas pelo servidor na qualidade de servidor, ou seja, atos praticados na funo. Pois se no for praticado na funo no poder ser entendido como crime funcional[121].Muitos dos crimes funcionais esto definidos no Cdigo Penal (arts. 312 a 326), como o peculato, insero de dados falsos em sistema de informao, modificao ou alterao no autorizada no sistema de informaes, extravio, sonegao ou inutilizao de livro ou documentos, emprego irregular de verbas ou rendas pblicas, concusso, excesso de exao, corrupo passiva, facilitao de contrabando ou descaminho, prevaricao, condescendncia criminosa, advocacia administrativa, violncia arbitrria, abandono de funo, exerccio funcional ilegalmente antecipado ou prolongado, violao de sigilo funcional, violao de sigilo de proposta de concorrncia. Outros esto previstos em leis especiais federais.[122]Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrer uma sano penal, que poder ser privado de sua liberdade (recluso ou deteno), esta pena poder ainda ser substituda por uma pena restritiva de direitos (prestao pecuniria, perda de bens e valores, prestao de servio comunidade ou a entidades pblicas, interdio temporria de direitos e limitao de fim de semana) e ,ou multa, devendo ser esclarecido que h diferena entre a multa que aplicada com a pena privativa de liberdade, dever ser paga ao fundo penitencirio, sendo esta considerada divida de valor, esta no sendo paga no ser convertida em pena mas sim ser executada pela fazenda publica, j a prestao pecuniria uma indenizao paga a vitima.[123]Di Pietro acrescenta no que tange a responsabilidade penal, que existem no ato ilcito penal, os mesmos elementos caracterizadores dos demais tipos de atos ilcitos, contudo h a existncia de algumas peculiaridades: Relao de causalidade, ou seja, nexo causal, o ato ou omisso tem que gerar o dano ou perigo, no havendo a exigncia do dano se concretizar, se o risco do dano acontecer j o suficiente, como ocorre na tentativa e em determinados crimes que colocam em risco a incolumidade pblica[124]De acordo com a Lei 8.112/90, verificamos a existncia do auxlio recluso, oferecendo famlia do servidor ativo, sendo concedida metade da remunerao quando a pena do servidor no determinar a perda do cargo; dois teros da remunerao quando afastado por motivo de priso, preventiva ou em flagrante, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a priso. O servidor ter direito a integralizao dos proventos em caso de absolvio.[125]3.4 Da Responsabilidade CivilResponsabilidade Civil a obrigao que se impe ao servidor, no aspecto patrimonial e financeiro de pagar o que deve ao Estado ou diretamente terceiro.Pelo ilustre Helly Lopes Meirelles, a administrao no pode deixar de cobrar de seus servidores pblicos por que no pode dispor de um bem da sociedade, ao qual ele tem a obrigao de cuidar da integridade. evidente, que s poder ser cobrado em caso de tipificar o ilcito civil.[126]A responsabilidade ser analisada pela prpria Administrao pblica, por processo administrativo que fornecer todas as garantias constitucionais como ampla defesa e a segurana ao contraditrio.Di Pietro, afirma que as leis estatutrias estabelecem procedimento auto-executrio, pelas quais a administrao pode descontar dos vencimentos a importncia do ressarcimento do prejuzo, respeitando o mnimo necessrio para garantir a dignidade humana. Desde que previsto em lei perfeitamente vlido e independe do consentimento do servidor, inserindo-se nas hipteses de auto executoriedade dos atos administrativos, no retirando em hiptese nenhuma a importncia do poder judicirio que pode ser implementado para responder a lide. Salientando que quando o servidor contratado pela legislao trabalhista, verificamos no artigo 462 pargrafo 1 da CLT que o desconto s ser efetuado com a concordncia do empregado ou em caso de dolo.[127]Helly Lopes Meirelles diverge da opinio de Di Pietro, pois fala da necessidade da concordncia do servidor, por que a Administrao no pode pegar os bens de seus servidores e nem abater de seus vencimentos para ressarcir os prejuzos. Sendo necessrio recorrer a Justia com ao de indenizao contra o servidor.[128]Celso Antonio Bandeira de Melo, diz que a execuo do dbito deve ser pela via judicial, mas no caso de faltar bens para quitar a indenizao devida, a administrao pode abater dos vencimentos do servidor, at dez por cento. Ser ento dividido em parcelas mensais at o valor de 10% dos vencimentos, at quitar completamente a Administrao[129]. Conforme determina o artigo 46 da Lei 8112/90.Se o dano for causado a terceiros, o servidor pode ser acionado diretamente, acionado solidariamente com o Estado ou o Estado ser acionado. Neste ltimo caso o Estado pode propor uma ao regressiva. Cabe destacar que para Bandeira, a ao de responsabilidade civil imprescritvel.Para avaliar se ocorreu ou no o ilcito civil deve verificar a existncia de: Ao ou omisso antijurdica; culpa ou dolo; nexo causal e ocorrncia de um dano material ou moral.H duas hipteses de dano causado pelo servidor pblico, a que gerou dano ao Estado e a de dano contra terceiros.A responsabilidade do agente pode ser divida entre responsabilidade civil subjetiva e responsabilidade civil objetiva. Na primeira s haver o dever de indenizar se o agente tiver causado o dano por atuar com dolo ou culpa. J o que caracteriza a responsabilidade civil objetiva a desnecessidade de verificar a existncia de dolo ou culpa do agente de gerar o dano.A responsabilidade civil objetiva pode ser compreendida como a responsabilidade que tem as pessoas jurdicas de direito pblico, Estado, e s pessoas jurdica de direito privado onde se enquadram as prestadoras de servios pblicos que nesta posio causarem danos a terceiros, de acordo com art. 37, 6., da Constituio Federal. Nesse tipo de responsabilidade civil, no h de se questionar se o servidor agiu ou no com dolo ou culpa ao provocar o dano. Em todo caso o Estado dever indenizar ao terceiro prejudicado, se este no foi o causador exclusivo do dano. Em suma, verificamos que a responsabilidade civil do Estado objetiva ao passo que a responsabilidade civil do servidor pblico subjetiva.3.5 Comunicabilidades das InstnciasAo analisarmos a abrangncia da deciso proferida pelo juiz criminal sobre o aspecto administrativo deve ser verificadose a infrao praticada pelo funcionrio definida em lei como ilcito penal e ilcito administrativo; se a infrao praticada apenas ilcito penal ou se apenas ilcito administrativo.Como j foi dito anteriormente, ser instaurado um processo administrativo e se for considerado que foi praticado um ilcito penal ser iniciado um processo criminal. Prevalecer regra de independncia entre as duas instncias, com exceo, em que a deciso proferida no juzo penal dever prevalecer, fazendo coisa julgada na rea cvel e na administrativa.[130]O artigo 935 do cdigo civil e o artigo 126 da Lei 8112/90 determinam que a responsabilidade administrativa do servidor seja afastada no caso de absolvio criminal que negue a existncia do fato ou a autoria do mesmo. Como toda sentena tem que ser motivada, se o juiz mencionar que a absolvio foi por: estar provado inexistncia do fato; no haver prova da existncia do fato; no constituir o fato infrao penal; estar provado que o ru no concorreu infrao penal; no existir prova de ter o ru concorrido infrao penal; existirem circunstncias que excluam o crime ou isentem o ru de pena (artigos 20 a 23, 26 e 28 no seu primeiro pargrafo todos do Cdigo Penal) ou se houver fundado dvida sobre a existncia de tais circunstncias e no existir prova suficiente condenao.[131]Se a absolvio criminal for por insuficincia de provas, as aes na rea civil e administrativa, que so independentes podem decidir pela condenao, se for o caso.Pode ainda acontecer de uma infrao no ser considerada penal, mas ser considerada administrativa. As irregularidades que no sejam caracterizados como ilcito penal, configuram uma falta menor que crime que denominada falta residual, que pode ser punida administrativamente.[132]Se o servidor pblico praticou um crime penal, mas no administrativo, a dosimetria da pena ser de extrema importncia. Pois se a condenao for de pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos, ter declarado na sentena a perda do cargo, mas se for inferior a quatro anos no perde o cargo.Voltar a ocupar o cargo aps o trmino da pena.Concluso:Podemos verificar que os agentes pblicos so indispensveis execuo dos servios da administrao publica ainda que este agente tenha o vnculo meramente transitrio, ou no.Os agentes pblicos o gnero onde identificamos as espcies, algumas dessas espcies necessitam de investidura para que possa exercer funo de natureza publica como os agentes polticos que representam o povo sua investidura se d em regra por eleio, j os estatutrios e os celetistas onde se encontrar o maior nmero de pessoas naturas exercendo funo publica, sua investidura se subordina a aprovao prvia de concurso pblico.Os servidores pblicos em seu sentido estrito possuem vnculo com a administrao pblica por relaes profissionais, atravs de sua investidura em cargos a titulo de emprego e com retribuio pecuniria. Possuindo o regime jurdico nico restabelecido pelo supremo pela ADI 2.135/DF- 2007 voltando aplicar a redao original do art.39 da CF/88, garantindo um tratamento isonmico entre os servidores pblicos.O cargo no direito adquirido a imutabilidade do funcionrio pblico, o Estado conforme estabelecido pela constituio pode atravs de lei suprimir, transformar, extinguir e at mesmo criar novos cargos sem o conhecimento do seu titular.Os direitos e deveres esto elencados no estatuto do servidor pblico na lei n 8.112/90 no caso de servidor celetista deve ser observado a CLT, e ainda devemos conjugar as normas constitucionais do art.37 a 42, podemos citar alguns direitos como a frias, gratificaes, direito a aposentadoria entre outros benefcios, os deveres no caso de servidor estatutrio vem elencados no art.116 da lei 8.112/90 entre outros tais como assiduidade, pontualidade, discrio, lealdade entre outros.E por fim o servidor responde por seus atos praticados sendo por dolo, culpa, e tambm pelos atos omissivos, em trs esferas distintas. sendo de responsabilidade penal crimes contra administrao publica praticado pelo funcionrio pblico (ainda que este trabalhe transitoriamente ou sem remunerao), previstos no cdigo penal, responsabilidade administrativa dano causado administrao pblica ou a terceiros originado de ato ou omisso do servidor, que ser apurado pela administrao pblica, e tambm poder o servidor responder civilmente impondo ao servidor que pague o que deve ao Estado ou a terceiro ao ter causado dano a responsabilidade ser analisada atravs de processo administrativo, onde ser resguardado o direito do contraditrio e de ampla defesa do servidor pblico.