Sete Princípios do Homem: Annie Besant 1909 Edição revista e corrigida

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    1/32

    - Sete Princpios do Homem:Annie Besant1909Edio revista e corrigidaPesquisadores atrados para Teosofia por sua doutrina central de fraternidade entr

    e os homens, e pelas esperanas que ela traz de conhecimento mais amplo e de crescimento espiritual, podem ser repelidos quando fazem sua primeira tentativa de entrar mais em contato com ela, por causa dos - para eles nomes estranhos e embaralhantes que fluem facilmente dos lbios de Teosofistas reunidos em conferncia.Eles ouvem um emaranhado de tm-Buddhi, Kma-Manas, Trade, Devachan, e sabe-se l o quemais, e sentem de imediato que para eles a Teosofia um estudo por demais abstruso. Mas poderiam ter-se tornado Teosofistas muito bons, no tivesse seu entusiasmoinicial sido esfriado com a ducha dos termos Snscritos. Neste Manual o confuso emaranhado ser tratado com mais moderao, e s poucos nomes Snscritos sero colocados diae do pesquisador.De fato, o uso destes termos se tornou geral entre os Teosofistas porque a lnguaportuguesa no tem equivalentes para eles, e uma frase longa e obscura tem de ser

    usada em seu lugar para a idia ser transmitida integralmente. O problema inicialde se aprender estes nomes tem sido preferido do que o problema contnuo de usar-se frases descritivas aproximativas Kama, por exemplo, sendo mais curto e mais preciso do que parte passional e emocional de nossa natureza.

    De acordo com o ensino Teosfico o homem um ser stuplo, ou, na terminologia usual,tem uma constituio setenria. Colocando de outra forma, a natureza do homem tem seteaspectos, pode ser estudada de sete diferentes pontos de vista, composta de sete princpios. O modo melhor e mais claro de todos pelo qual imaginar o homem consider-lo como uno, o Esprito ou Eu [Self, no original NT] Verdadeiro; este pertence mais alta regio do universo, e universal, o mesmo para todos; um raio de Deus, uma centelha do fogo divino. Isto vai se tornar um indivduo, refletindo a perfeio divina, um filho que cresce semelhana de seu pai.

    Para este propsito o Esprito, ou Eu Verdadeiro, veste-se com roupa aps roupa, cadauma pertencendo a uma regio definida do universo, e capacitando o Eu para entrarem contato com aquela regio, ganhar conhecimento dela, e trabalhar nela. Assim ele ganha experincia, e todas as suas potencialidades latentes so gradualmente transformadas em poderes ativos. Estas roupagens, ou invlucros, so distinguveis umas dasoutras tanto terica como praticamente.Se um homem for observado pela clarividncia, cada uma distinguvel ao olhar, e so separveis entre si durante a vida fsica ou na morte, de acordo com a natureza de cada invlucro particular. Quaisquer palavras que possam ser usadas, o fato permaneceo mesmo de que ele essencialmente stuplo, um ser em evoluo, parte de cuja naturezaj se manifestou, parte permanecendo latente no presente, at onde concerne vasta maioria da humanidade. A conscincia do homem capaz de funcionar atravs de tantos de

    stes aspectos quantos tiverem nele j evoludo at a atividade.Esta evoluo, durante o presente ciclo do desenvolvimento humano, tem lugar em cinco dentre sete dos planos da natureza. Os dois planos superiores o sexto e o stimo exceto nos casos mais excepcionais, no sero atingidos por homens desta humanidadeneste ciclo atual, e podem ser portanto deixados de lado para nosso objetivo presente.Entretanto, como tem surgido alguma confuso sobre os sete planos por causa da diferena de nomenclatura, so dados dois diagramas no final deste tratado, mostrando os sete planos como eles existem em nossa diviso do universo, em correspondncia comos planos mais vastos do universo como um todo, e tambm a subdiviso dos cinco emsete, como so representados em parte de nossa literatura.Um plano meramente uma condio, um estgio, um estado; de modo que poderamos descrevhomem como disposto pela sua natureza, quando esta natureza est plenamente desen

    volvida, para existir conscientemente em sete diferentes condies, ou sete diferentes estgios, em sete diferentes estados; ou tecnicamente, em sete diferentes planos de existncia.

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    2/32

    Tomando um exemplo facilmente verificvel: um homem pode ser consciente no plano fsico, isto , em seu corpo fsico, sentindo fome e sede, e a dor de um golpe ou corte. Mas deixemos o homem ser um soldado no corao da batalha, e sua conscincia estar centrada em suas paixes e emoes, e ele pode sofrer um ferimento sem perceber, sua conscincia estando fora do plano fsico e agindo no plano das paixes e emoes: quando passa a excitao, a conscincia voltar ao fsico, e ele sentir a dor de seu ferimento.Deixemos o homem ser um filsofo, e enquanto ele ponderar sobre algum intrincado p

    roblema ele perder toda a conscincia das necessidades de seu corpo, das emoes, do amor ou do dio; sua conscincia passar ao plano do intelecto, estar abstrado, isto ,do das consideraes pertinentes sua vida corporal, e fixo no plano do pensamento.Assim um homem pode viver nestes diversos planos, nestas diversas condies, sendo uma ou outra parte de sua natureza posta em atividade em cada momento dado; e umentendimento do que o homem, de sua natureza, seus poderes, suas possibilidades,ser alcanado mais facilmente e assimilado de maneira mais til se ele for estudadoao longo destas linhas claramente definidas, do que se ele for deixado sem anlise, um mero feixe confuso de qualidades e estados.Tambm tem sido considerado conveniente, a respeito da vida mortal e imortal do homem, reunir estes sete princpios em dois grupos um contendo os trs princpios superiores e portanto chamado de Trade, o outro contendo os quatro inferiores, destarte

    chamado Quaternrio. A Trade a parte imortal da natureza humana, o esprito e alma dterminologia Crist; o Quaternrio a parte mortal, o corpo, do Cristianismo.Esta diviso em corpo, alma e esprito usada por So Paulo, e aceita em toda a cuidadosa filosofia Crist, embora geralmente ignorada pela massa do povo Cristo. No linguajar comum, alma e corpo constituem o homem, e as palavras esprito e alma so usadas intercambiavelmente, com muita confuso de pensamento como resultado.Esta vagueza fatal para qualquer viso clara sobre a constituio do homem, e o Tesofopode bem apelar para o filsofo Cristo contra o Cristo casual no-pensador se for acusado de estar fazendo distines difceis de entender. Nenhuma filosofia digna do nomepode ser apresentada mesmo em sua feio mais elementar sem fazer alguma demanda inteligncia e ateno do eventual aprendiz, e cuidado no uso dos termos uma condio pardo o conhecimento.PRINCPIO I

    O Corpo Fsico DensoO corpo fsico denso do homem chamado o primeiro de seus sete princpios, j que certamente o mais bvio. Construdo de molculas materiais, no sentido geralmente aceito dotermo com seus cinco rgos sensoriais os cinco sentidos seus rgos de locomoo,o e sistema nervoso, seu aparato para desempenhar as vrias funes necessrias para a continuidade de sua existncia, h pouco a ser dito sobre este corpo fsico em um esbooto breve como este sobre a constituio do homem.

    A cincia ocidental est quase pronta para aceitar a viso Teosfica de que o organismohumano consiste de inumerveis vidas, que constituem as clulas. H.P.Blavatsky diz sobre isto: A cincia ainda no foi longe o bastante para concordar com a doutrina Oculta que nossos corpos, assim como os dos animais, plantas e pedras, so tambm constitudos de tais seres (bactrias, etc): os quais, com exceo das espcies maiores, nenhum microscpio pode detectar...Sendo os constituintes fsicos e qumicos idnticos em todos os seres, a cincia qumica pode bem dizer que no existe diferena alguma entre a matria que compe o touro e a queforma o homem. Mas a doutrina Oculta muito mais explcita: No s os componentes qumicos so os mesmos, mas as mesmas vidas infinitesimais invisveis compe os tomos dos corpos da montanha e da margarida, do homem e da formiga, do elefante e da rvore queo protege do sol. Cada partcula seja chamada orgnica ou inorgnica uma vida.Cada tomo e molcula no universo d tanto a vida como a morte a estas formas (Doutrina Secreta, vol. I, p. 281 [as pginas de referncia dizem respeito edio inglesa NT])Os micrbios (do grego, literalmente: pequenas vidas NT) assim perfazem o corpo material e suas clulas, sob a energia construtiva da vitalidade uma frase que ser explicada quando chegarmos a tratar da vida, como o Terceiro Princpio, e com estes micrb

    ios como parte dela. Quando a vida j no suprida, os micrbios so deixados agir live como agentes destruidores, e eles decompem e desintegram as clulas que construram,e ento o corpo de desfaz.

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    3/32

    A conscincia puramente fsica a conscincia das clulas e das molculas. A ao seletivclulas, extraindo do sangue o que precisam, rejeitando o que no precisam, um exemplo de sua autoconscincia. O processo continua sem a ajuda de nossa conscincia ou volio. Assim o que pelos fisiologistas chamado de memria inconsciente a memria da cscincia fsica, na verdade inconsciente para ns, at que tenhamos aprendido a transferir nossa conscincia cerebral para l.O que sentimos no o que as clulas sentem. A dor de um ferimento sentida pela consc

    incia cerebral, agindo, como dissemos, no plano fsico; mas a conscincia da molcula,assim como a do agregado de molculas que chamamos clulas, leva-as celeremente a reparar os tecidos danificados aes de que o crebro inconsciente e sua memria as fapetir a mesma ao repetidas vezes, mesmo quando j se tornou desnecessria.Da as cicatrizes nos cortes, quelides, calosidades, etc. O estudante pode encontramuitos detalhes sobre este assunto em tratados de fisiologia. A morte do corpofsico denso ocorre quando a retirada da energia vital controladora deixa os micrbios seguirem seu prprio rumo, e as muitas vidas, j no mais coordenadas, separam-se efragmentam as partculas das clulas do homem de barro, e o que chamamos decomposio sapresenta.O corpo se torna um torvelinho de vidas sem controle, sem regulao, e sua forma, que resultava de sua correlao, destruda pela exuberante energia das suas vidas indivi

    duais. A morte s um aspecto da vida, e a destruio de uma forma material apenas um preldio para a construo de outra.

    PRINCPIO IIO Duplo EtricoLinga-Sharira, corpo astral, corpo etrico, corpo fludico, duplo, fantasma, doppelganger, homem astral estes so alguns dos muitos nomes que tm sido dados ao segundoprincpio na constituio do homem. O melhor nome Duplo Etrico, porque este termo designa somente o segundo princpio, sugerindo sua constituio e aparncia: enquanto que osoutros nomes tm sido usados algo genericamente para descrever corpos formados dematria um pouco mais sutil do que a que afeta nossos sentidos fsicos, sem considerarmos a questo de se outros princpios esto ou no envolvidos em sua construo. Doravan

    usarei apenas este nome.O duplo etrico formado de matria mais rarefeita ou mais sutil do que a que perceptvel pelos nossos cinco sentidos, mas ainda matria pertencendo ao plano fsico, ao qual seu funcionamento restrito. o estado da matria que est logo depois de nossos slo, lquido e gasoso, que formam as pores densas do plano fsico.Este duplo etrico a duplicata ou contraparte exata de nosso corpo fsico denso ao qual pertence, e separvel dele, embora incapaz de ir muito longe. Em seres humanosnormalmente saudveis a separao difcil, mas em pessoas conhecidas como mdiuns fsicu materializadores, o duplo etrico desliza para fora sem qualquer grande esforo. Quando separado do corpo denso ele visvel para o clarividente como uma rplica exata, unida a ele por um fio delgado.To estreita a unio fsica entre os dois que um ferimento infligido ao duplo etrico aparecer como uma leso no corpo denso, um fato conhecido sob o nome de repercusso. A.dAssier, em seu trabalho bem conhecido, traduzido para o ingls pelo Coronel Olcott, o Presidente-Fundador da Sociedade Teosfica, sob o ttulo Posthumous Humanity apresenta vrios casos (vide pp. 51-57) nos quais a repercusso teve lugar.A separao do duplo etrico do corpo denso geralmente acompanhada de um considervel decrscimo na vitalidade do ltimo, ficando o duplo mais vitalizado medida que a energia no corpo denso diminui. Diz o Cel. Olcott (p. 63):Quando o duplo etrico projetado por um perito treinado, at o corpo parece entorpecido, e a mente fica em um estado de estupor [brown study, no original NT]; os olhos no tm expresso de vida, o corao e os pulmes atuam fracamente, e muitas vezes a teeratura cai bastante. muito perigoso fazer qualquer rudo ou pancada repentinos nasala, em tais circunstncias; pois o duplo, sendo por reao instantnea trazido de volta ao corpo, faz o corao contrair-se convulsivamente, e a morte pode mesmo ser cau

    sada.No caso de Emilie Sage (citado nas pp. 62-65), percebeu-se que a menina parecia plida e exausta quando o duplo era visvel: quanto mais ntido o duplo e mais material

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    4/32

    a aparncia, a pessoa realmente material estava efetivamente enfraquecida, sofrendo e lnguida; quando ao contrrio, a aparncia do duplo enfraquecia, a paciente era vista recuperar a fora.Esta fenmeno perfeitamente compreensvel para o estudante Teosfico, que sabe que o duplo etrico o veculo do princpio vital, ou vitalidade, no corpo fsico, e que sua saparcial deve portanto diminuir a energia que com este princpio atua nas molculasmais densas.

    Os clarividentes, como a Vidente de Prvorst, dizem que podem ver o brao ou perna etricos ligados a um corpo de onde o membro denso foi amputado, e dAssier assinalaa este respeito:

    quando eu estava absorvido nos estudos fisiolgicos, freqentemente era atrado por umfato singular. s vezes acontece de uma pessoa que perdeu um brao ou perna experimentarem certas sensaes nas extremidades dos dedos. Os fisiologistas explicam esta anomalia postulando haver no paciente uma inverso de sensibilidade ou de lembrana,que os faz localizar na mo ou no p a sensao com que somente o nervo do coto afetado... Confesso que estas explicaes me pareciam artificiosas e jamais me satisfizeram.Quando estudei o problema do duplo do homem, a questo das amputaes recorreu minhamente, e me perguntei se no seria mais simples e lgico atribuir a anomalia de que

    falei duplicata do corpo humano, que por sua natureza fluida pode escapar amputao (loc. cit., pp. 103-104).O duplo etrico desempenha um grande papel nos fenmenos espritas. Novamente aqui o clarividente pode nos ajudar. Um clarividente pode ver o duplo etrico escapando pelo lado esquerdo do mdium, e isso o que aparece amide como um esprito materializadofacilmente moldado em vrias formas pelas correntes de pensamento dos presentes, eganhando fora e vitalidade medida que o mdium mergulha em transe mais profundo. Acondessa Wachtmeister, que clarividente, diz que tem visto o mesmo esprito reconhecido como o de um parente prximo ou amigo por diferentes assistentes, cada qual vendo-o de acordo com suas expectativas, enquanto que aos seus olhos era o mero duplo do mdium.Ento de novo H.P.Blavatsky me disse que quando estava na fazenda de Eddy, observando a notvel srie de fenmenos l produzidos, ela deliberadamente moldou o esprito qu

    arecia semelhana de pessoas conhecidas dela e de ningum mais presente, e os outrosviram as formas que ela produziu pelo poder de sua prpria vontade, moldando a plstica matria do duplo do mdium.Muitos dos movimentos de objetos que ocorrem em tais sesses, e em outras ocasies,sem contato visvel, so devidos ao do duplo etrico, e o estudante pode aprender comoroduzir tais fenmenos vontade. So bastante comuns: a mera projeo da mo etrica nomportante do que a projeo da contraparte densa, e nem mais ou menos miraculosa. Algumas pessoas produzem estes fenmenos inconscientemente, simples derrubamento fortuito de objetos, produo de rudos, e assim por diante: eles no tm controle sobre seusduplos etricos, e eles apenas pairam em sua vizinhana prxima, como um beb tentandocaminhar.Pois o duplo etrico, como o corpo denso, possui somente uma conscincia difusa pertencente s suas partes, e no dispe de nenhuma mentalidade. Tampouco serve como veculode mentalidade, quando desvinculado de sua contraparte densa.Isto nos conduz a um ponto interessante. Os centros da sensao esto localizados no quarto princpio, que pode ser dito formar uma ponte entre os rgos fsicos e as percepementais; impresses do universo fsico agem sobre as molculas materiais do corpo fsicodenso, colocando em vibrao as clulas constituintes dos rgos de sensao, ou nossos os.Estas vibraes, por sua vez, colocam em movimento as molculas materiais mais rarefeitas do duplo etrico, nos rgos sensoriais correspondentes de sua matria mais fina. Destes, as vibraes passam para o corpo astral, ou quarto princpio, logo a ser considerado, onde esto os centros de sensao correspondentes.Da estas sensaes so propagadas ainda mais rarefeita matria do plano mental inferiorde onde so refletidas de volta at, chegando s molculas materiais dos hemisfrios cereb

    rais, se tornarem nossa conscincia cerebral. Esta sucesso inter-relacionada e inconsciente necessria para a atuao normal da conscincia como a conhecemos.No sono ou no transe, natural ou induzido, os dois primeiros e o ltimo estgios ger

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    5/32

    almente so omitidos, e as impresses iniciam no e voltam ao plano astral, e assim nodeixam qualquer trao na memria cerebral; mas o psquico natural ou treinado, o clarividente que no precisa de transe para o exerccio de seus poderes, capaz de transferir sua conscincia do plano fsico para o astral sem perda de continuidade, e podeimpressionar a memria cerebral com o conhecimento obtido no plano astral, retendo-o assim para uso.A morte significa para o duplo etrico exatamente o mesmo que para o corpo fsico de

    nso: a ruptura de suas partes constituintes, a dissipao de suas molculas. O veculo da vitalidade, que anima o organismo corpreo como um todo, escapa do corpo quandochega a hora da morte, e visto pelo clarividente como uma luz violeta, ou uma forma violeta, pairando sobre a pessoa moribunda, ainda ligado ao corpo fsico pelafina linha de que falamos antes. Quando esta linha se rompe, exala-se o ltimo alento, e os presentes murmuram: morreu.O duplo etrico, sendo de matria fsica, permanece nas redondezas do cadver, e o espero, ou apario, ou fantasma, algumas vezes visto no momento da morte e logo aps poras perto do local onde a morte ocorreu. Ele desintegra-se lentamente pari passucom sua contraparte densa, e seus restos so vistos por sensitivos em cemitrios e campos santos como luzes violeta pairando sobre as tumbas.Eis uma das razes que tornam a cremao prefervel ao enterro como modo de descarte do

    envelope fsico do homem; o fogo dissipa em poucas horas as molculas que doutra forma ficariam livres somente no lento curso da putrefao gradual, e assim devolve rapidamente aos seus prprios planos os materiais densos e etricos, prontos para uso mais uma vez na construo de novas formas.PRINCPIO IIIPrna, a VidaTodos os universos, todos os mundos, todos os homens, todos os brutos, todos osvegetais, todos os minerais, todas as molculas e tomos, tudo o que existe, est mergulhado em um grande oceano de vida, vida eterna, vida infinita, vida incapaz deaumento ou decrscimo. O universo apenas vida em manifestao, vida feita objetiva, vida diferenciada.Mas cada organismo, seja minsculo como uma molcula ou vasto como um universo, podeser pensado como se apropriando para si mesmo um pouco da vida, como encarnando

    em si mesmo como sua prpria vida algo desta vida universal.Imagine uma esponja viva, se expandindo na gua que a banha, a cerca, a penetra; existe a gua, ainda o oceano, circulando em cada passagem, enchendo cada poro; maspodemos pensar no oceano fora da esponja, ou na parte do oceano apropriado pelaesponja, distinguindo-os em pensamento se quisermos fazer asseres sobre cada um distintamente.Assim cada organismo uma esponja banhando-se no oceano da vida universal, e contendo dentro de si um pouco daquele oceano como seu prprio alento vital.Na Teosofia ns distinguimos esta vida capturada sob o nome de Prna, alento, e chamamo-lo de o terceiro princpio na constituio do homem. Para falarmos com mais preciso, o alento da vida o que os hebreus denominavam Nephesh, ou o alento da vida soprado nas narinas de Ado no s Prna, mas Prna e o terceiro princpio conjuntos. So es juntos que fazem a centelha vital (Dout. Sec., vol. I, p. 262), e so o alento de vida no homem, assim como na besta ou no inseto, ou na vida fsica, material (ibid.,nota da p. 263). o alento da vida animal no homem o sopro da vida instintiva no animal (ibid., diagrama no final do texto). Mas neste momento estamos interessados somente no Prna,na vitalidade como o princpio animante em todos os animais e corpos humanos. Desta vida veculo o duplo etrico, agindo, a bem dizer, como meio de comunicao, como ponte, entre Prna e o corpo denso.O Prna explicado na Doutrina Secreta como tendo por sua subdiviso mais baixa os micrbios da cincia; estas so as vidas invisveis que constrem as clulas fsicas (videp. 8-9); estas so as incontveis mirades de vidas que constrem os tabernculos de ars corpos fsicos (Dout. Sec., vol. I, p. 245). A cincia, vagamente percebendo a verdade, pode encontrar bactrias e outros seres infinitesimais no corpo humano, e ver

    nelas somente, visitantes ocasionais e anormais a quem as doenas so atribudas.O ocultismo que discerne uma vida em cada tomo e molcula, seja em um mineral ou nocorpo humano, no ar, fogo ou gua afirma que todo nosso corpo feito de tais vidas;

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    6/32

    em relao a elas as menores bactrias dos microscpios so, como comparao, como um elee em relao ao menor dos infusrios (ibid., p. 245). As vidas gneas so as controladodirigentes destes micrbios, destas vidas invisveis, e indiretamente constrem, isto ,onstrem controlando e dirigindo os micrbios, os construtores imediatos, suprindo-os com o que necessrio, agindo como a vida destas vidas; as vidas gneas, a sntese, assncia do Prna, so a energia construtiva vital que possibilita aos micrbios construas clulas fsicas.

    Um dos comentrios arcaicos resume o assunto em frases sucintas e luminosas: Os mundos, o profano, so feitos dos elementos conhecidos. Na concepo de um Arhat, estes mesmos elementos so coletivamente uma vida divina; distributivamente, no plano dasmanifestaes, so os inumerveis e incontveis crores [um crore = dez milhes] de vidaS o fogo UM, no plano da Realidade nica; no da manifestao, por isso ilusrio, de exia, suas partculas so vidas gneas que vivem e tm seu ser s expensas de cada outra vida que consomem. Por isso eles so chamados Os Devoradores... Toda coisa visvel neste universo foi feita de tais vidas, desde o homem primordial consciente e divino, at os agentes inconscientes que constrem a matria... Da Vida nica, informe e incriada, procede o universo de vidas (Dout. Sec., vol. I, p. 269).Assim como neste universo, tambm no homem, e em todas as vidas incontveis, toda esta vitalidade construtiva, tudo isso resumido pelo Teosofista como Prna.

    PRINCPIO IVO Corpo de DesejoEstudando nosso homem atingimos agora o princpio algumas vezes descrito como a alma animal, no linguajar Teosfico Kma Rpa, ou o corpo de desejo. Ele pertence, em constituio, ao segundo plano, o astral, e nele atua. Ele inclui todo o corpo de apetites, paixes, emoes e desejos, que se juntam, em nossa classificao psicolgica ocidenl, sob o nome de instintos, sensaes, sentimentos e emoes, e so tratados como uma subdiviso da mente.Na psicologia ocidental a mente dividida pela escola moderna em trs regies principais: sentimentos, vontade, intelecto. Os sentimentos so divididos de novo em sensaes e emoes, e estas so divididas e subdivididas em numerosas classes. Kma, ou desejinclui todo o grupo de sentimentos, e poderia ser descrito como nossa natureza passional e emocional.

    Todas as necessidades animais, como a fome, a sede, o desejo sexual, renem-se aqui; todas as paixes, como o amor (em seu sentido inferior), o dio, a inveja, o cime. o desejo por experincia senciente, por experincia de alegrias materiais a luxriacarne, a luxria dos olhos, o orgulho da vida.Este princpio o mais material em nossa natureza, o nico que nos ata pesadamente vida terrena. No matria constituda molecularmente, pelo menos no como o corpo humano,Sthla Shrira, isto , o mais grosseiro de todos nossos princpios, mas na verdade oncpio mdio, o verdadeiro centro animal; da ser nosso corpo apenas sua concha, o fator e meio irresponsveis atravs dos quais a besta em ns tem toda sua vida (Dout. Sec., vol. I, pp. 280-81).Unido parte inferior de Manas, a mente, como Kma-Manas, se torna a inteligncia cerebral humana normal, e este seu aspecto ser considerado brevemente. Tomado em simesmo, constitui o bruto em ns, o macaco e o tigre de Tennyson, a fora que mais provoca nossa ligao terra e sufoca em ns todas as mais altas aspiraes pelas iluses dostidos.Kma unido a Prna , como vimos, o sopro da vida, o princpio vital senciente difundidom cada partcula do corpo. , portanto, a sde da sensao, aquilo que possibilita aos de sensao funcionarem. J assinalamos que os rgos fsicos dos sentidos, os instrumentocorpreos que entram em contato imediato com o mundo externo, esto diretamente relacionados aos rgos de sensao no duplo etrico (vide ant., p. 14).Mas estes rgos seriam incapazes de funcionar se Prna no os fizesse vibrar em atividade, e suas vibraes permaneceriam apenas vibraes, movimento no plano material do corpo fsico, se Kma, o princpio de sensao, no traduzisse a vibrao em sentimento. Na veo sentimento a conscincia no plano Kmico, e quando um homem est sob o domnio de umasensao ou uma paixo, o Teosofista diz que ele est no plano Kmico, significando com i

    sso que sua conscincia est funcionando naquele plano.Por exemplo, uma rvore pode refletir os raios da luz, isto , vibraes etricas, e estasvibraes atingindo o olho externo estabelecero vibraes nas clulas nervosas fsicas;

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    7/32

    s sero propagadas como vibraes aos centros fsico e astral, mas no haver viso da rvque a sde da sensao seja alcanada, e Kma nos possibilite perceber.A matria do plano astral incluindo aquela chamada de essncia elemental o materialde que composto o corpo de desejo, e so as propriedades peculiares desta matria que a habilitam para servir como o invlucro no qual o Eu pode ganhar experincia da sensao (Falar da constituio da essncia elemental nos levaria longe demais para um tratado bsico).

    O corpo de desejo, ou corpo astral, como freqentemente chamado, tem a forma de uma mera massa nevoenta durante os primeiros estgios de evoluo, e incapaz de servir como um veculo independente de conscincia. Durante o sono profundo ele escapa do corpo fsico, mas permanece perto dele, e a mente em seu interior est quase to desperta quanto o corpo. Contudo, ele est sujeito a ser afetado por foras do plano astralsimilares sua constituio, o que d origem a sonhos de um tipo sensorial.Em um homem de desenvolvimento intelectual mediano o corpo de desejo j se tornoumais altamente organizado, e quando separado do corpo fsico visto assemelhando-se sua forma e caractersticas; mesmo ento, entretanto, no consciente de seu entorno no plano astral, mas encapsula a mente como uma concha, dentro da qual a mente pode funcionar ativamente, embora ainda no capaz de us-lo como um veculo independentede conscincia.

    S no homem altamente desenvolvido o corpo de desejo se torna inteiramente organizado e vitalizado, um veculo de conscincia no plano astral tanto quanto o corpo fsico o no plano fsico.Aps a morte, a parte superior do homem permanece por um tempo no corpo de desejo,e a durao de sua estadia depende da comparativamente grosseria ou delicadeza de seus constituintes. Quando o homem escapa dele, ele ainda persiste por algum tempo como uma concha e quando a entidade defunta de um tipo baixo, e durante a vida terrena possua uma mentalidade restrita natureza passional, alguns de seus restosse fundem com a concha.Ela ento possui uma conscincia de ordem muito inferior, tem astcia bruta, no possuiconscincia uma entidade totalmente deplorvel, freqentemente descrita como um fantasma. Paira a esmo, atrada a todos os lugares em que os desejos animais so encorajadose satisfeitos, e colhida nas correntes daqueles cujas paixes animais so fortes e

    irrefreadas.Mdiuns de um tipo inferior inevitavelmente atraem estes visitantes eminentementeindesejveis, cuja vitalidade decadente reforada em suas salas de sesso, que apanhamreflexos astrais, e assumem o papel de espritos desencarnados de uma ordem inferior. E isso no tudo; se em tal sesso houver presente algum homem ou mulher de desenvolvimento igualmente baixo, o fantasma ser atrado para aquela pessoa, e pode ligar-se a ele ou ela, e assim pode estabelecer correntes entre o corpo de desejo dapessoa viva e o corpo de desejo moribundo da pessoa morta, gerando resultados dotipo mais deplorvel.A persistncia maior ou menor do corpo de desejo como uma concha ou fantasma depende do maior ou menor desenvolvimento da natureza animal ou passional na personalidade em extino. Se durante a vida terrena a natureza animal foi alimentada e permitiu-se-lhe que corresse livre, se as partes intelectual e espiritual do homem foram negligenciadas ou sufocadas, ento, como as correntes foram dispostas fortemente na direo da paixo, o corpo de desejo persistir por um longo perodo depois de o corpo da pessoa morrer.Ou ainda, se a vida terrena foi cortada subitamente por acidente ou por suicdio,o elo entre Kma e Prna no ser facilmente rompido, e o corpo de desejo estar fortemente vivificado. Se, por outro lado, o desejo foi conquistado e governado durante avida terrena, se foi purificado e treinado na subservincia da natureza humana superior, ento haver apenas pouco para energizar o corpo de desejo e ele rapidamentese desintegrar e dissolver.Permanece um outro fato, terrvel em suas possibilidades, que pode afetar o quartoprincpio, mas no pode ser entendido claramente at que o quinto princpio tiver sidoestudado.

    O QUATERNRIOOu Os Quatro Princpios Inferiores

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    8/32

    (Diagrama do Quaternrio; transitrio e mortal; vide Dout. Sec., vol. I, p. 262. O duplo etrico aqui chamado Linga Sharira, um nome agora descartado em conseqncia da confuso causada pelo emprego de um termo filosfico hindu bem conhecido de um modo inteiramente novo. Antes de sua partida H.P.B. instou seus pupilos a reformarem aterminologia, que tem sido reunida por demais descuidadamente, e estamos tentando cumprir seu desejo).Estudamos assim o homem quanto sua natureza inferior, e atingimos o ponto em sua

    senda evolutiva em que ele acompanhado pelo bruto. O quaternrio, considerado isoladamente, antes de ser afetado pelo contato com a mente, meramente um animal inferior; ele espera a chegada da mente para tornar-se homem.A Teosofia ensina que atravs de idades passadas o homem foi construdo s lentamente,etapa por etapa, princpio por princpio, at que constituiu-se como um quaternrio, vigiado pelo Esprito mas no em contato com ele, espera daquela mente que sozinha poderia habilit-lo a progredir mais, e entrar em unio consciente com o Esprito, cumprindo assim o verdadeiro objetivo de sua existncia.Esta evoluo enica, em sua lenta progresso, acelerada atravs da evoluo pessoal der humano; cada princpio evoluiu sucessivamente no curso das eras no homem na terra, aparecendo como parte da constituio de cada homem no ponto de evoluo alcanado em cada momento dado, permanecendo latentes os demais princpios, esperando sua manife

    stao gradual.A evoluo do quaternrio, at atingir o ponto em que progresso ulterior seria impossvelsem a mente, descrita em eloqentes sentenas nas estncias arcaicas em que baseada aDoutrina Secreta de H. P. Blavatsky (O alento o Esprito para o qual o tabernculo humano deve ser construdo; o corpo grosseiro o corpo fsico denso; o esprito de vida Prna; o espelho de seu corpo o duplo etrico; o veculo de desejos Kma):

    O Alento precisou de uma forma; os Pais a deram. O Alento precisou de um corpo grosseiro; a Terra o moldou; o Alento precisou do Esprito da Vida: os Lhas Solareso sopraram na sua forma. O Alento precisou de um Espelho de seu Corpo; Ns lhe daremos o nosso, disseram os Dhynis. O Alento precisou de um Veculo de Desejos; J o tem,isseram os Drenadores das guas. Mas o Alento necessita de uma Mente para abarcaro Universo; No podemos d-la, disseram os Pais, Jamais a tive, disse o Esprito da Te

    A forma seria consumida se eu lhe desse a minha, disse o Grande Fogo... O homem permanecia um Bhta (fantasma) vazio e inconsciente.Assim o homem pessoal sem a mente. O quaternrio sozinho no o homem, o Pensador, e omo Pensador que o homem realmente homem. Mas neste ponto deixemos o estudante descansar, e refletir sobre a constituio humana, at onde ele pde chegar. Pois este quaternrio a parte mortal do homem, e distinguida na Teosofia como a personalidade.Esta precisa ser compreendida muito clara e definidamente, se a constituio do homem h de ser entendida, e se o estudante for ler tratados mais avanados com inteligncia.Na verdade, para fazer a personalidade humana ela ainda tem de ser trazida sob os raios da mente, e ser iluminada por ela como o mundo o pelos raios do sol. Masmesmo sem estes raios j uma entidade claramente definida, com seu corpo denso, seu duplo etrico, sua vida e seu corpo de desejo ou alma animal. Tem paixes, mas norazo; tem emoes, mas no intelecto; tem desejos, mas no vontade racionalizada; ela espera a vinda de seu monarca, a mente, o toque que a transformar em homem.PRINCPIO VManas, o Pensador, ou a MenteChegamos parte mais complicada de nosso estudo, e algum pensamento e ateno so necessrios do leitor para que obtenha mesmo uma idia elementar da relao mantida pelo quinto princpio com os outros princpios no homem.A palavra Manas vem do Snscrito man, a raiz do verbo pensar; o Pensador em ns, doqual se fala vagamente no ocidente como mente. Pedirei ao leitor considerar Manas como o Pensador antes que como mente, porque a palavra Pensador sugere algum que pensa, isto , um indivduo, uma entidade. E exatamente esta a idia Teosfica sobre Manas, pois Manas o indivduo imortal, o Eu real, que se veste repetidamente de perso

    nalidades transientes, mas ele perdura para sempre.Ele descrito na Voz do Silncio na exortao endereada ao candidato iniciao: Perseo algum que perdura para sempre. Tuas sombras (personalidades) vivem e se dissipa

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    9/32

    m; aquilo que em ti viver para sempre, aquilo que em ti conhece, pois conhecimento, no da vida passageira; o homem que era, que , e que ser, para quem a hora nuncasoar (p. 31). H.P.Blavatsky o descreveu mui claramente na Chave da Teosofia: Tenteimaginar um Esprito, um ser celestial, seja chamado de um nome ou de outro, divinoem sua natureza essencial, embora no puro o bastante para ser um com o TODO, e tendo, a fim de obter isso, que purificar sua natureza para finalmente alcanar aquela meta.

    Ele pode faz-lo somente passando individual e pessoalmente, isto , espiritual e fisicamente, atravs de todas as experincias que existem no universo mltiplo ou diferenciado. Tem, portanto, depois de ter ganho tal experincia nos reinos inferiores, etendo que ascender mais alto e ainda mais alto com cada degrau na escada do ser, que passar atravs de todas as experincias nos planos humanos.Em sua vera essncia Pensamento, e , portanto, chamado em sua pluralidade de Mnasaputra, os Filhos da Mente (universal). Este Pensamento individualizado o que os Teosofistas chamam de o verdadeiro Ego humano, a entidade pensante aprisionada em uma caixa de carne e ossos. Ele seguramente uma entidade espiritual, no matria (isto , nmatria como a conhecemos, no plano do universo objetivo) e tais entidades so os Egos encarnantes que animam o agregado de matria animal chamada humanidade, e cujos nomes so Manasa ou mentes (A Chave da Teosofia, pp. 183-184 da ed. inglesa).

    Esta idia pode ser tornada ainda mais clara talvez com uma rpida olhada na evoluo dohomem no passado. Quando o quaternrio havia sido lentamente desenvolvido, era uma boa casa sem um dono, e estava vazia esperando a vinda daquele que havia de residir l.O nome Mnasaputra (os filhos da mente) cobre muitos graus de inteligncia, desde ospoderosos Filhos da Chama cuja evoluo humana j ficou muito para trs, at aquelas endes que obtiveram a individualizao no ciclo precedente ao nosso, e estavam prontaspara se encarnar nesta terra a fim de completar sua etapa humana de evoluo.Algumas inteligncias super-humanas encarnaram como guias e instrutores de nossa humanidade infante, e se tornaram fundadores e regentes divinos de antigas civilizaes. Grande nmero das entidades mencionadas acima, que j haviam desenvolvido algumas faculdades mentais, fizeram sua morada no quaternrio humano, no homem sem mente. Estas eram os Mnasaputra reencarnantes, que se tornaram proprietrios das moldura

    s humanas j ento evoludas na terra, e estes mesmos Mnasaputras, reencarnando era apsera, so os Egos Reencarnantes, o Manas em ns, o indivduo perdurvel, o quinto princpiono homem.Atravs das idades sucessivas o restante da humanidade recebeu do mais alto Mnasaputra sua primeira fasca de mente, um raio que estimulou ao crescimento o germe damente latente dentro de si, tendo assim a alma humana ali seu nascimento no tempo. So estas diferenas de idade, como podemos dizer, no incio da vida individual, daespecializao do Esprito Divino eterno em uma alma humana, que explicam as enormesdiferenas na capacidade mental encontrada em nossa humanidade atual.A multiplicidade de nomes dados a este quinto princpio provavelmente tendeu a aumentar a confuso em seu redor nas mentes dos muitos que esto comeando a estudar Teosofia.Mnasaputra o que chamamos o nome histrico, o nome que sugere a entrada na humanidade de uma classe de almas j individualizadas em certo ponto da evoluo; Manas o nomecomum, descritivo da natureza intelectual do princpio; o Indivduo ou Eu, ou Ego, lembra o fato de que este princpio permanente, no morre, o princpio individualizante,separando-se em pensamento de tudo o que no ele mesmo, o Sujeito oposto ao Objeto, na terminologia ocidental; o Ego Superior o coloca em contraste com o ego pessoal, do qual logo diremos algo.O Ego Reencarnante enfatiza o fato de que o princpio que reencarna continuamente,e assim une em sua prpria experincia todas as vidas passadas na Terra. H vrios outros nomes, mas estes no sero encontrados em tratados elementares.Estes de acima so os nomes mais freqentemente encontrados, e no h nenhuma dificuldade real a seu respeito, mas quando so usados intercambiavelmente, sem explicao, o infeliz estudante capaz de arrancar seus cabelos de aflio, espantando-se com quantos

    princpios ele possui, e com que relao eles guardam entre si.Devemos agora considerar Manas durante uma nica encarnao, que servir como prottipo para todas, e comearemos quando o Ego foi atrado por causas estabelecidas antes em v

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    10/32

    idas terrenas prvias famlia em que h de nascer o ser humano que servir como seu pro tabernculo (No trato aqui da reencarnao, uma vez que esta grande e essencialssima doutrina da Teosofia deve ser exposta em separado).O Pensador, ento, espera a construo da casa da vida que ele vai ocupar; e agora surgeuma dificuldade; sendo ele mesmo uma entidade espiritual vivendo no plano mental, ou terceiro de baixo para cima, um plano muito mais elevado do que o do universo, no pode influenciar as molculas de matria grosseira de que feita sua moradia p

    ela ao direta, sobre elas, de suas partculas muito mais sutis.Deste modo, ele projeta parte de sua prpria substncia, que se reveste de matria astral, e ento, com a ajuda da matria etrica, penetra todo o sistema nervoso da crianaainda no-nascida, para formar, medida que o aparato fsico amadurece, o princpio pensante no homem. Esta projeo de Manas, dita seu reflexo, sua sombra, seu raio, e demuitos outros nomes descritivos e alegricos, o Manas inferior, em contraste como Manas superior sendo Manas, durante cada perodo de encarnao, dual.Sobre isto, diz H.P.Blavatsky: Uma vez aprisionado, ou encarnado, sua essncia (o Manas) se torna dual; quer dizer, os raios da Mente divina eterna, considerados como entidades individuais, assumem um atributo duplo que so (a) suas mentes essenciais, inerentes, caractersticas, anelantes pelo cu (Manas superior), e (b) a qualidade humana de pensamento, ou cogitao animal, racionalizada devido capacidade sup

    erior do crebro humano, o Manas que tende a Kma, ou Manas inferior (A Chave da Teosofia, p. 184).Agora devemos voltar nossa ateno a este Manas inferior somente, e ver que parte ele tem na constituio humana.Ele est mergulhado no quaternrio, e podemos consider-lo como segurando Kma com uma mo, enquanto que com a outra segura em seu pai, o Manas superior. Se h de ser completamente arrastado para baixo por Kma e separado da Trade qual por sua natureza pertence, ou se ir triunfante carregar de volta sua fonte as experincias purificadasde sua vida terrestre o problema vital apresentado e resolvido em cada encarnao sucessiva.Durante a vida terrena, Kma e o Manas inferior esto unidos, e so amide chamados convenientemente de Kma-Manas. Kma supre, como vimos, os elementos animais e passionais; o Manas inferior os racionaliza, e acrescenta as faculdades intelectuais; de

    modo que temos a mente cerebral, a inteligncia cerebral, isto , Kma-Manas funcionando no crebro e no sistema nervoso, usando o aparato fsico como seu rgo no plano material.No homem estes dois princpios esto interligados durante toda a vida, e raramente agem separados, mas o estudante deve perceber que Kma-Manas no um princpio novo, masentrelaamento do quarto com a parte inferior do quinto.Assim como com uma chama podemos acender um pavio, e a cor da chama do pavio quearde depender da natureza do pavio e do lquido em que estiver embebido, igualmente em cada ser humano a chama de Manas acende o crebro e o pavio Kmico, e a cor daluz deste pavio depender da natureza Kmica e do desenvolvimento do aparato cerebral.Se a natureza Kmica for forte e indisciplinada, poluir a pura luz Mansica, emprestando-lhe uma tonalidade opaca e sujando-a com desagradvel fumaa. Se o aparato cerebral for imperfeito ou subdesenvolvido, embotar a luz e impedir sua radiao para o exterior.Como foi claramente assertado por H.P.Blavatsky em seu artigo Gnio: O que chamamosas manifestaes do gnio em uma pessoa so somente os esforos mais ou menos bem sucedo Ego de impor-se sobre o plano externo sua forma objetiva o homem de barro navida diria factual deste ltimo.Os Egos de um Newton, um squilo ou um Shakespeare so da mesma essncia e substncia doque os Egos de um parvo, um ignorante, um louco, ou mesmo um idiota; e a auto-afirmao de seus gnios animantes depende da construo psicolgica e material do homem f. Nenhum Ego difere de outro em sua essncia e natureza primordial e original.O que faz de um mortal um grande homem e de outro uma pessoa vulgar e estpida , como se disse, a qualidade e constituio do invlucro ou moldura fsica, e a adequao ou n

    o crebro e corpo em transmitir e dar expresso luz do homem interno real; e esta aptido ou inpcia , por sua vez, o resultado do Karma.Ou, para usarmos outro paralelo, o homem fsico o instrumento musical, e o Ego o ar

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    11/32

    tista que o toca. A potencialidade de perfeita melodia de som est no primeiro o instrumento e nenhuma habilidade do ltimo pode despertar uma harmonia impecvel a partir de um instrumento quebrado ou malfeito.Esta harmonia depende da fidelidade de transmisso, por palavra ou ato, ao plano objetivo, do pensamento divino impronunciado nas verdadeiras profundezas da natureza interna ou subjetiva do homem. O homem fsico pode para seguir o exemplo ser umStradivarius inestimvel, ou uma rabeca barata e rota, ou tambm uma mdia entre os d

    ois extremos, nas mos do Paganini que o anima (Lucifer, novembro de 1889, p. 229).Tendo em mente estas limitaes e idiossincrasias (limitaes e idiossincrasias devidas ao do Ego em vidas terrenas anteriores, seja bem lembrado) impostas sobre as manifestaes do princpio pensante pelo rgo atravs do qual ele tem de funcionar, teremos poa dificuldade em acompanhar a atuao do Manas inferior no homem; a habilidade mental, a fora, finura e sutileza intelectuais tudo isso so suas manifestaes; elas podemchegar at onde o que chamado gnio, de que H.P.Blavatsky fala como um gnio artificial, o florescimento da cultura e da agudeza puramente intelectual. Sua natureza freqentemente demonstrada pela presena de elementos Kmicos nele, de paixo, vaidade e arrogncia.O Manas superior apenas raramente pode manifestar-se no presente estgio da evoluo humana. Ocasionalmente um claro daquelas regies mais altas ilumina a penumbra em qu

    e vivemos, e s tais clares o que o Teosofista chama de gnio verdadeiro; Vde em todaanifestao de gnio, quando combinada com a virtude, a inegvel presena do exilado celeste, o Ego divino cuja gaiola s, oh homem de matria.Pois a Teosofia ensina que a presena no homem de vrios poderes criativos chamados go em sua coletividade devida no a um acaso cego, nem a qualidades inatas atravs detendncias hereditrias embora aquilo que conhecido como atavismo possa freqentemente intensificar estas faculdades mas a uma acumulao de experincias individuais antecedentes do Ego em sua vida ou vidas anteriores.Pois a oniscincia em sua essncia e natureza ainda requer a experincia, atravs de suas personalidades, das coisas da Terra, terrenamente no plano objetivo, a fim deaplicar a fruio daquela experincia abstrata a elas. E, acrescenta nossa filsofa, o cultivo de certas aptides atravs de uma longa srie de encarnaes passadas deve culminarfinalmente, em uma ou outra vida, em uma florada como gnio, em uma ou outra direo (

    Lucifer, novembro de 1889, pp. 229-30). Pois para a manifestao do gnio verdadeiro,pureza de vida uma condio essencial.Kma-Manas o eu pessoal do homem; j vimos que o quaternrio, como um todo, a personalidade, a sombra, e o Manas inferior d o toque individualizante que faz a personalidade reconhecer-se como eu. Torna-se intelectual, reconhece-se como separada de todos os outros eus; iludida pela separao que sente, no percebe uma unidade alm de tudoque capaz de sentir.E o Manas inferior, atrado pela vividez das impresses da vida material, empolgadopelo borbulhar das emoes, paixes e desejos Kmicos, atrado pelas coisas materiais, cego e surdo pelas vozes tempestuosas por entre as quais mergulhado o Manas inferior capaz de esquecer a glria pura e serena de seu lugar de origem, e jogar-se na turbulncia que lhe d arroubos em vez de paz.E, seja lembrado, este Manas bem inferior que concede o derradeiro toque de deleite aos sentidos e natureza material; pois o que a paixo que no pode nem anteciparnem lembrar, onde est o xtase sem a fora sutil da imaginao, as delicadas cores da fantasia e do sonho?Mas pode haver cadeias ainda mais fortes e restritivas, atando o Manas inferiorpesadamente Terra. Elas so forjadas de ambio, de desejo por fama, seja por aquela do poder do homem de estado, ou da suprema realizao intelectual. Enquanto qualquertrabalho for executado por causa do amor, do aplauso, ou mesmo do reconhecimentode que o trabalho meu e no de outrem; enquanto permanecer nas cmaras mais remotas do corao algum sutilssimo anelo de ser reconhecido como separado de todos; enquantoisso durar, por mais grandiosa que seja a ambio, por mais vasta a caridade, por mais excelsa a conquista, Manas estar manchado de Kma, e no ser puro como sua fonte.O MANAS EM ATIVIDADE

    J vimos que o quinto princpio dual em seu aspecto durante cada perodo de vida terrena, e que o Manas inferior unido a Kma, dito por convenincia Kma-Manas, atua no crebro e sistema nervoso do homem. Precisamos levar nossa investigao um pouco mais alm

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    12/32

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    13/32

    s no existiam como molculas cerebrais antes de sua concepo, nem persistiro como taisdepois de sua desintegrao. Sua atividade funcional limitada pelos limites de sua vida pessoal, a vida do corpo, a vida da personalidade transitria.Assim, a faculdade que chamamos de memria no plano fsico depende da resposta destas mesmas molculas cerebrais ao impulso do Manas inferior, e no existe elo algum entre os crebros das personalidades sucessivas exceto atravs do Manas superior, queenvia seu raio para anim-las e ilumin-las sucessivamente.

    Segue-se, ento, inevitavelmente, que a menos que a conscincia do homem possa erguer-se dos planos fsico e Kma-Mansico at o plano do Manas superior, nenhuma memria de uma personalidade pode passar para outra. A memria da personalidade pertence partetransitria da complexa natureza humana, e s podem recuperar a memria de suas vidaspassadas aqueles que podem elevar suas conscincias at o plano do Pensador imortal, e podem, por assim dizer, viajar conscientemente para cima e para baixo no raio que a ponte entre o homem pessoal que perece e o homem imortal que perdura.Se, enquanto encarcerados na carne humana, pudermos elevar nossa conscincia ao logo do raio que conecta nosso eu inferior com o Eu real, atingindo assim o Manassuperior, encontraremos armazenada l na memria daquele Ego eterno o conjunto inteiro de nossas vidas passadas na Terra, e poderemos trazer estes registros de volta nossa memria cerebral atravs do mesmo raio atravs do qual podemos subir at o nosso

    Pai.Mas esta uma conquista que pertence a uma etapa posterior da evoluo humana, e at que seja atingida as personalidades sucessivas animadas pelo raio Mansico ficam separadas umas das outras, e nenhuma memria transpe o hiato intermdio. O fato bvio o bastante para qualquer um que medite sobre o assunto, mas como a diferena entre a personalidade e a individualidade imortal um tanto desconhecida no ocidente, podeser bom remover uma possvel pedra de tropeo no caminho do estudante.Deste modo, o Manas inferior pode fazer uma de trs coisas: pode elevar-se at sua fonte, e por esforos incansveis e estrnuos tornar-se uno com seu Pai no cu, ou Manasperior Manas no contaminado com elementos terrenos, imaculado e puro. Ou pode parcialmente aspirar e parcialmente tender para baixo, como de fato geralmente o caso do homem comum. Ou, destino o mais triste de todos, pode se tornar to entranhado nos elementos Kmicos a ponto de se unificar a eles, e ser finalmente amputado

    de sua fonte e perecer.Antes de considerarmos estes trs destinos, h mais algumas palavras a serem ditas arespeito da atividade do Manas inferior.Quando o Manas inferior liberta-se de Kma, torna-se o soberano da parte inferiordo homem, e manifesta mais e mais de sua natureza verdadeira e essencial. Em Kmaest o desejo, movido por necessidades corpreas, e a Vontade, que a energia derramada pelo Eu em Manas, freqentemente capturada pelos turbulentos impulsos fsicos. Mas o Manas inferior, sempre que desconecta-se de Kma, durante este tempo, se torna oguia das mais altas faculdades mentais, e rgo do livre arbtrio no homem fsico (Lucer, outubro de 1890, p. 94).Mas a condio desta liberdade que Kma seja subjugado, seja prostrado sob os ps do conquistador; se a donzela Vontade h de ser liberta, o So Jorge Mansico deve matar o drago Kmico que a mantm cativa; pois enquanto Kma no for conquistado, o Desejo dominara Vontade.Ento, medida que Manas liberta-se de Kma, torna-se mais e mais capaz de transmitir personalidade humana com que est associado os impulsos que lhe chegam de sua fonte. ento, como vimos, que o gnio fulgura, a luz do Ego superior passando atravs doManas inferior at o crebro, e manifestando-se ao mundo. Assim tambm, como assinalaBlavatsky, esta ao pode elevar um homem acima do nvel normal do poder humano.O Ego superior, diz ela, no pode agir diretamente no corpo, j que sua conscincia pernce a um plano e planos muito diferentes de ideao; o eu inferior o pode; e sua ao ecomportamento dependem de seu livre-arbtrio e da escolha se gravitar mais para suaorigem (o Pai no cu) ou para o animal que ele anima, o homem de carne. O Ego superior, como parte da essncia da Mente Universal, incondicionalmente onisciente em seuprprio plano, mas s potencialmente em nossa esfera terrestre, uma vez que obrigad

    o a agir unicamente atravs de seu alter ego, o eu pessoal.Assim (...) o primeiro o veculo de todo conhecimento do passado, do presente e dofuturo, e (...) desta fonte primeira que seu duplo obtm vislumbres ocasionais do qu

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    14/32

    e est alm dos sentidos do homem, e os transmite a certas clulas cerebrais (cujas funes so desconhecidas da cincia), fazendo assim do homem um vidente, um conhecedor dofuturo e um profeta (Lucifer, novembro de 1890, p. 179)Esta a vidncia autntica, e sobre ela devem ser ditas agora algumas palavras. Ela ,naturalmente, extremamente rara, e to preciosa quanto rara. Um reflexo plido e distorcido dela freqentemente encontrado no que chamado de mediunidade, e sobre isso H.P.Blavatsky diz: Ento, o que um mdium? A palavra mdium, quando no aplicada a coisa

    e objetos, supostamente uma pessoa atravs de quem a ao de uma outra pessoa ou ser ou manifesta ou transmitida.Os espritas que acreditam na comunicao com espritos desencarnados, e que estes podemse manifestar atravs, ou impressionar sensitivos para transmitirem mensagens suas, consideram a mediunidade uma bno e um grande privilgio. Ns, Teosofistas, por outrolado, que no acreditamos em comunho de espritos como o fazem os Espritas, consideramo dom como uma das mais perigosas das doenas nervosas anormais.Um mdium simplesmente algum em cujo Ego pessoal, ou mente terrestre, a porcentagemde luz astral prepondera tanto a ponto de impregnar toda sua constituio fsica. Todos os rgos e clulas so sintonizados desta forma, por assim dizer, e sujeitos a uma tenso enorme e anormal (Lucifer, novembro de 1890, p. 183).Retornando aos trs destinos mencionados antes, qualquer um deles pode suceder ao

    Manas inferior. Ele pode ascender sua fonte e se tornar uno com o Pai no cu. Estetriunfo somente pode ser conquistado atravs de muitas encarnaes sucessivas, todasdirecionadas conscientemente para esta finalidade. medida que as vidas se sucedem, a moldura fsica se torna mais e mais delicadamente sintonizada a vibraes responsivas a impulsos Mansicos, de modo que gradualmente o raio Mansico precisa menos emenos da matria astral mais grosseira como seu veculo. parte da misso do raio Mansico livrar-se gradualmente do elemento cego enganador que, embora faa dele uma verdadeira entidade espiritual neste plano, tambm o traz aocontato to estreito com a matria a ponto de obnubilar inteiramente sua natureza divina e embotar suas intuies. (Lucifer, novembro de 1880, p. 182)Vida aps vida ele se livra deste elemento cego e enganador, at que enfim, dominandoKma, e com o corpo responsivo mente, o raio se torna uno com sua fonte radiante,a natureza inferior inteiramente afinada superior, e o Adepto surge completo, te

    ndo-se tornado, o Pai e o Filho, unos em todos os planos, assim como sempre foram unos no cu.Para ele a roda das encarnaes est terminada, o ciclo da necessidade foi percorrido.Da para frente ele pode encarnar vontade, para fazer algum servio especial humanidade; ou ele pode permanecer nos planos prximos Terra sem o corpo fsico, auxiliando na ulterior evoluo do globo e da raa.Ele pode em parte aspirar e em parte tender para baixo. Esta a experincia normaldo homem comum. Toda a vida um campo de batalha, e as batalhas se travam na regiodo Manas inferior, onde Manas combate com Kma pelo domnio sobre o homem. Quando aaspirao vence, as cadeias dos sentidos so quebradas, e o Manas inferior, com a radincia de sua origem em si, voa para cima com asas poderosas, desdenhando o solo terreno.Mas, lstima!, as asas cedo se cansam, pendem, tremem, cessam de bater no ar; e cai o rgio pssaro cujo reino verdadeiro aquele do ar mais alto, e ele despenca pesadamente no lodaal da Terra mais uma vez, e Kma o acorrenta.Quando termina o perodo de encarnao, e o portal da morte fecha a estrada da vida terrena, o que sucede ao Manas inferior no caso que estamos considerando?Logo aps a morte do corpo fsico, Kma-Manas deixado livre, e permanece por um tempono plano astral revestido de um corpo de matria astral. Da, tudo o que puro e imaculado do raio Mansico gradualmente se desprende, e, depois de um longo perodo passado nos nveis inferiores do Devachan, volta sua origem, carregando consigo o tanto das experincias da vida que forem de natureza passvel de ser assimilada pelo EgoSuperior.O Manas ento se torna uno mais uma vez, durante a ltima parte do perodo que h entreduas encarnaes. O Ego Mansico, observado de cima por tm-Buddhi os dois princpios m

    elevados na constituio humana, ainda no considerados por ns passa para o estado devachnico de conscincia, repousando das canseiras da luta pela vida pelas quais passou.

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    15/32

    As experincias da vida terrena recm encerrada so levadas para a conscincia Mansica pelo raio inferior recolhido sua fonte. Elas fazem do estado devachnico uma continuao da vida terrena, isenta porm de suas tristezas, uma completude dos anelos e desejos da vida terrena, at onde eles tiverem sido puros e nobres.A potica frase a mente cria seu prprio cu mais verdadeira do que muitos podem ter iginado, pois em toda parte o homem o que ele pensa, e no estado devachnico a mente no obstruda pela matria fsica densa atravs da qual opera no plano objetivo.

    O perodo devachnico o tempo para a assimilao das experincias vitais, da recuperaouilbrio, antes que uma nova jornada inicie. o dia que sucede noite da vida terrena, o oposto da manifestao objetiva. Tambm aqui existe periodicidade, assim como emtudo na natureza; fluxo e refluxo, trabalho e descanso, o ritmo da Vida Universal.Este estado devachnico de conscincia dura por um perodo de extenso varivel, proporcional ao estgio evolutivo alcanado, sendo o Devachan do homem comum dito se estenderpor cerca de mil e quinhentos anos.Enquanto isso, aquela poro da vestimenta impura do Manas inferior que permanece mesclada com Kma d ao corpo de desejo uma conscincia algo confusa, uma recordao fragmentria dos eventos da vida recm terminada. Se as emoes e paixes foram fortes e o elemento Mansico fraco durante o perodo de encarnao, o corpo de desejo ficar fortemente en

    gizado, e persistir em sua atividade por um considervel perodo de tempo depois da morte do corpo fsico.Ele apresentar tambm uma considervel quantidade de conscincia, o tanto do raio Mansico que tiver sido subjugado pelos vigorosos elementos Kmicos e tiver ficado fundido a eles. Se, por outro lado, a vida terrena recm terminada foi caracterizada pormentalidade e pureza antes do que por paixo, o corpo de desejo, sendo s pobremente energizado, ser um plido simulacro da pessoa a quem pertenceu, e se dissipar, desintegrar e perecer antes que transcorra um perodo longo.O fantasma j mencionado agora ser compreendido. Ele pode apresentar inteligncia bem considervel, se o elemento Mansico ainda estiver largamente presente, e este ser o caso do corpo de desejo de pessoas com forte natureza animal e pensamento vigoroso mas grosseiro.Pois a inteligncia atuando em uma personalidade Kmica bastante poderosa ser excessi

    vamente forte e energtico, embora no sutil e delicado, e o fantasma de tal pessoa,ainda mais vitalizado pelas correntes magnticas de pessoas ainda vivendo no corpo, pode mostrar muita habilidade intelectual de um tipo inferior.Mas um tal fantasma no possui conscincia, desprovido de bons impulsos, e tende desintegrao, e as comunicaes com ele s podem agir para o mal, se as considerarmos como prolongando sua vitalidade pelas correntes que suga dos corpos e elementos Kmicosdos vivos, ou exaurindo a vitalidade destas pessoas vivas e poluindo-as com conexes astrais de um tipo inteiramente indesejvel.Nem deveria ser esquecido que mesmo sem freqentar absolutamente salas de sesso aspessoas vivas podem entrar em contato indesejvel com estes fantasmas Kmicos. Comoj mencionamos antes, eles so atrados para lugares nos quais a parte animal do homemprincipalmente se rene: bares, sales de jogo, bordis todos estes lugares esto cheios do pior magnetismo, so verdadeiros torvelinhos de correntes magnticas do tipo mais impuro.Eles atraem os fantasmas magneticamente, e eles se dirigem para estes vrtices psquicos de tudo o que terreno e sensual. Vivificados por correntes to similares a eles mesmos, os corpos de desejo se tornam mais ativos e potentes; impregnados comas emanaes de paixes e desejos que j no podem satisfazer fisicamente, suas correntesmagnticas reforam as correntes semelhantes nas pessoas vivas, ao e reao continuamense sucedendo, e as naturezas animais dos vivos se tornam mais potentes e menoscontroladas pela vontade medida em que so influenciadas por estas foras do mundo Kmico.Kma-loka (de kama, lugar, e da lugar de Kma) um nome freqentemente usado para designar aquele plano do mundo astral ao qual pertencem estes fantasmas, e dali partemcorrentes magnticas de carter venenoso, assim como de uma casa empestada fluem ge

    rmes de doena que podem plantar razes e crescer no solo afim de algum corpo fsico pobremente vitalizado. muito possvel que muitos digam, ao ler estas linhas, que a Teosofia uma retomada

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    16/32

    das supersties medievais e conduziro a terrores imaginrios. A Teosofia explica as supersties medievais, e mostra os fatos naturais onde se fundamentavam e de onde hauriam sua vitalidade.Se h outros planos na natureza alm do fsico, nenhuma quantidade de argumentao poderlivrar deles e a crena na sua existncia constantemente reaparecer; mas o conhecimento lhes por em seu lugar inteligvel dentro da ordem universal, e prevenir a superstio atravs de um acurado entendimento de sua natureza, e das leis sob as quais func

    ionam.E seja lembrado que pessoas cuja conscincia normalmente est no plano fsico podem proteger-se de influncias indesejveis mantendo suas mentes limpas e sua vontade forte. Ns nos protegemos melhor contra a doena mantendo nossos corpos numa sade vigorosa; no podemos nos guardar contra germes invisveis, mas podemos evitar que nossos corpos se tornem solo propcio para o crescimento e desenvolvimento dos germes.Nem nos lanaremos deliberadamente no rumo da infeco. O mesmo tambm a respeito destesgermes malignos do plano astral. Podemos prevenir a formao de solo Kma-Mansico em que poderiam germinar e desenvolver-se, e no precisamos entrar em lugares nefastos, nem encorajar deliberadamente a receptividade e tendncias medinicas. Uma vontadeforte e ativa e um corao puro so nossa melhor proteo.Permanece a terceira possibilidade para Kma-Manas, qual devemos agora voltar noss

    a ateno, o destino dito antes como sendo terrvel em suas conseqncias, que pode sucedao princpio Kmico. Ele pode romper com sua fonte tornado um com Kma em vez de com oManas superior. Afortunadamente este um evento raro, to raro num dos plos da vidahumana quanto a completa reunio com o Manas superior, no outro. Mas a possibilidade permanece e deve ser apresentada.A personalidade pode ser to fortemente controlada por Kma que, na luta entre os elementos Kmicos e Mansicos, a vitria pode ficar inteira com os primeiros. O Manas inferior pode se tornar to escravizado que sua essncia pode ser fragilizada e esmaecida cada vez mais, pelo atrito e tenso constante, at que ento a persistente condescendncia para com as instncias do desejo produz seu inevitvel fruto, e o delgado fioque une o Manas superior ao inferior, o cordo de prata que o une ao Mestre, parte-se em dois.Ento, durante a vida terrena, o quaternrio excludo da Trade ao qual estava ligado, e

    a natureza superior completamente separada da inferior. O ser humano partido emdois, o bruto conseguiu libertar-se, e prossegue desgovernado, arrastando consigo os reflexos daquela luz Mansica que deveriam ter sido o seu guia atravs do deserto da vida.Ele um bruto mais perigoso que seus companheiros do mundo animal subdesenvolvido, exatamente por causa destes fragmentos nele da mentalidade superior do homem.Um tal ser, humano na forma mas bruto na natureza, humano na aparncia mas sem verdade humana, ou amor, ou justia um tal ser pode aqui e ali ser encontrado entre as multides de pessoas, putrescente mas ainda vivo, uma coisa para deplorar-se coma mais profunda, embora desesperanada, compaixo. Qual seu destino depois que os sinos fnebres foram ouvidos?Em ltima anlise, ocorre o perecimento da personalidade que desta forma separou-sedos princpios que s eles poderiam dar-lhe imortalidade. Mas ainda resta adiante umperodo de persistncia. O corpo de desejo de um ser destes uma entidade de terrvelpotncia, e tem a peculiaridade nica de ser capaz, em certas circunstncias raras, dereencarnar no mundo dos homens.No um mero fantasma no rumo da desintegrao; ele retm, misturado em seus torvelinhoemasiado elemento Mansico para permitir a dissipao natural no espao. Ele uma entidade independente o suficiente - sombria em vez de radiante, com a chama Mansica corrompida em vez de purificante para ser capaz de tomar para si uma veste de carnemais uma vez e viver como homem entre os homens.Um homem assim se o termo pode realmente ser aplicado a uma mera casca humana com interior bruto passa por um perodo de vida terrena como o inimigo natural de todos que ainda so normais em sua humanidade. Sem nenhum instinto alm dos do animal,levado somente pela paixo, jamais pela emoo, com uma astcia com que nenhum bruto po

    de rivalizar, uma maldade deliberada que planeja males desconhecidos aos meros impulsos francamente naturais do mundo animal, a entidade reencarnada beira a maldade ideal.

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    17/32

    A pgina da histria humana possui imundcies assim; os monstros da iniqidade que nos assombram causando sempre um grito de espanto: Isto um ser humano? Afundando cada vez mais com cada encarnao sucessiva, a fora maligna eventualmente se esvai, e uma tal personalidade perece separada da fonte da vida.Enfim se desintegra, para ser retrabalhada em outras formas de coisas vivas, mascomo existncia separada, est perdida. um pedao arrancado da corrente da vida, e oEgo imortal que encarnou naquela personalidade perdeu a experincia daquela encarn

    ao, no recolheu fruto algum daquela semeadura vital. Seu raio no trouxe nada de volta, seu trabalho de vida naquele nascimento foi um total e completo fracasso, e por isso no fica nada para ser tecido na tapearia de seu Eu eternoFORMAS MAIS SUTIS DOS PRINCPIOS QUARTO E QUINTOO estudante j ter percebido integralmente que um corpo astral um termo vago que podeabranger uma variedade de formas diferentes. Pode ser bom neste estgio resumir as formas mais sutis s vezes chamadas imprecisamente de astral que pertencem aos princpios quarto e quinto.Durante a vida um corpo astral verdadeiro pode ser projetado formado, como seu nome implica, de matria astral mas, ao contrrio do duplo etrico, dotado de inteligna, e capaz de viajar a uma distncia considervel do corpo fsico ao qual ele pertence. Este o corpo de desejo, e , como j vimos, um veculo de conscincia. Ele projetado

    or mdiuns em sensitivos de modo inconsciente, e por estudantes treinados, conscientemente.Ele pode viajar velocidade do pensamento at um lugar distante, pode conseguir l impresses de objetos circundantes, pode trazer de volta estas impresses ao corpo fsico. No caso de um mdium, pode transmiti-las a outros por meio do corpo fsico durante o transe, mas como regra, quando o sensitivo sai do transe, o crebro no retm as impresses assim feitas nele, e na memria no fica nenhum trao das experincias assim adquiridas.Algumas vezes, mas raro, o corpo de desejo suficientemente capaz de afetar o crebro pela vibrao que ali imprime, a ponto de deixar uma impresso duradoura nele, e ento o sensitivo capaz de recordar o conhecimento adquirido durante o transe. O estudante aprende a impressionar o seu crebro com o conhecimento ganho no corpo de desejo, estando sua vontade ativa enquanto que a do mdium est passiva.

    Este corpo de desejo o agente inconsciente usado por clarividentes quando sua viso no meramente o ver na luz astral. Esta forma astral ento viaja de fato a lugaresdistantes, e pode aparecer l a pessoas que so sensitivas ou que naquele momento estejam por acaso em um estado nervoso anormal.s vezes ele lhes aparece quando animado fracamente pela conscincia como uma formavagamente delineada, que no percebe seu entorno. Um corpo destes tem aparecido perto da hora da morte em lugares distantes da pessoa moribunda, queles que foram intimamente unidos ao moribundo por laos de sangue, de afeio, ou de dio. Estando maisaltamente energizado, demonstrar inteligncia e emoo, como em alguns casos registrados, nos quais mes morte visitaram seus filhos que moravam longe, e em seus ltimosmomentos disseram o que viram e fizeram.O corpo de desejo tambm liberado em muitos casos de doena assim como o duplo etrico assim como no sono e no transe. A inatividade do corpo fsico uma condio para taisviagens astrais. Parece que o corpo de desejo tambm ocasionalmente surge em sesses, dando origem a alguns dos fenmenos mais intelectuais que acontecem.No deve ser confundido com o fantasma j suficientemente familiar ao leitor, sendo este ltimo sempre os restos Kmicos ou Kma-Mansicos de alguma pessoa morta, enquanto que o corpo de que estamos tratando agora a projeo de um duplo astral de uma pessoaviva.Uma forma mais elevada de corpo sutil, pertencendo ao Manas, conhecido como Myvi Rpa, ou corpo de iluso. O Myvi Rpa um corpo sutil formado pela vontade conscientemenirigida do Adepto ou discpulo; ele pode, ou no, se assemelhar ao corpo fsico, sendoa forma que lhe dada a mais adequada para o propsito para o qual projetado.Neste corpo est a plena conscincia, pois ele meramente o corpo mental rearranjado.O Adepto ou discpulo pode assim viajar vontade, sem o fardo do corpo fsico, em pl

    eno exerccio de cada faculdade, em perfeita autoconscincia. Ele torna o Myvi Rpa visl ou invisvel vontade no plano fsico e a frase freqentemente usada por discpulositos e outros sobre verem um Adepto em seu astral, significa que eles foram visita

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    18/32

    dos por ele em seu Myvi Rpa.Se ele escolher assim, pode faz-lo indistinguvel de um corpo fsico, quente e firmeao toque tanto quanto visvel, capaz de manter uma conversao, em todos os sentidos como um ser humano fsico. Mas o poder para formar um verdadeiro Myvi Rpa est confinadoa Adeptos e discpulos aceitos; no pode ser feito pelo estudante destreinado, pormais psquico ele possa ser naturalmente, pois ele uma criao Mansica e no psquica,ob a instruo de seu Guru que o discpulo aprende a formar e usar o corpo de iluso.

    O MANAS SUPERIORO prprio Pensador imortal, como a esta altura j ter ficado claro para o leitor, pode manifestar-se apenas pouco no plano fsico no presente estgio da evoluo humana. Embora sejamos capazes de captar alguns relances dos poderes nele residentes, principalmente encontramos estes poderes estreitados, engavetados e confinados no Manasinferior, mas ainda existindo.Assim, vimos que o Manas inferior o rgo do livre-arbtrio no homem fsico. O livre-ao reside no prprio Manas, no Manas que o representante de Mahat, a Mente Universal. Do Manas vem o sentimento de liberdade, o conhecimento de que podemos nos governar verdadeiramente o conhecimento de que a natureza superior em ns pode regera inferior, por mais que possa esta natureza inferior rebelar-se ou lutar.Uma vez nossa conscincia identifique-se com Manas em vez de com Kma, a natureza in

    ferior se torna o animal que cavalgamos, e j no o Eu. Todos os seus desvarios, suaslutas, suas disputas pelo predomnio ficam, pois, fora de ns, e no dentro, e o governamos e conduzimos como se domssemos um ginete bravio e o submetssemos nossa vontade.Sobre esta questo do livre-arbtrio arrisco citar de um artigo meu que apareceu emPath: S a vontade incondicionada pode ser absolutamente livre: o incondicionado eo absoluto so a mesma coisa: tudo o que condicionado deve, por fora deste condicionamento, ser relativo e portanto parcialmente limitado. medida que aquela vontade faz evoluir o universo, torna-se condicionada pelas leis de sua prpria manifestao.As entidades Mansicas so diferenciaes daquela vontade, cada uma condicionada pela natureza de sua potncia manifesta, mas, enquanto condicionada fora, ainda livre dentro de sua prpria esfera de atividade, sendo assim a imagem, em seu prprio mundo, d

    a vontade universal no universo. Mas medida que esta vontade, agindo em cada plano sucessivo, cristaliza-se mais e mais densamente como matria, a manifestao condicionada pelo material em que trabalha, enquanto que, relativamente ao material, ela prpria livre.Assim em cada estgio a liberdade interna aparece em conscincia, embora a investigaomostre que aquela vontade trabalha dentro dos limites do plano de manifestao em que est atuando, livre para trabalhar sobre o inferior, embora limitada no que toca manifestao pela irresponsividade do inferior para com o seu impulso. Assim o Manas superior, em quem reside o livre-arbtrio, at onde est envolvido o quaternrio sendoa prole de Mahat, o terceiro Logos, o Verbo, isto , a Vontade em manifestao limitado em sua manifestao em nossa natureza inferior pela indolncia da resposta da personalidade aos seus impulsos.No prprio Manas inferior estando imerso naquela personalidade reside a vontade aque estamos acostumados, arrastada pelas paixes, pelos apetites, pelos desejos, pelas impresses que vm de fora, mas capaz de afirmar-se entre tudo isso, por virtude de sua natureza essencial, una com aquele Ego superior de que o raio.Ele livre no que diz respeito a tudo abaixo de si, capaz de agir sobre Kma e sobre o corpo fsico, embora muito de sua plena expresso possa ser distorcida e impedida pela rudeza do material em que est trabalhando. Fosse a vontade um simples fruto do corpo fsico, dos desejos e paixes, quando poderia emergir o senso do Eu que capaz de julgar, de desejar, e de vencer?Ele age a partir de um plano superior, rgio quando toca o inferior e reivindica sua realeza de nascena, e a prpria luta de sua auto-afirmao o melhor testemunho do fato de que em sua natureza ele livre. E assim, passando aos planos inferiores, encontramos em cada grau esta liberdade do superior ao reger o inferior, mesmo que

    no plano do inferior seja limitada em sua manifestao.Revertendo o processo e partindo de baixo, a mesma verdade se torna manifesta. Se os membros de um homem so presos com correntes, a crua matria frrea impedir a mani

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    19/32

    festao da fora nervosa e muscular que os membros possuem; no obstante a fora est prente, embora limitada em sua atividade no momento. Sua fora pode se mostrar nos prprios esforos para romper as cadeias que os prendem: no existe no ferro o poder deimpedir o livre extravasamento de energia muscular, embora o fenmeno da movimentaopossa ser tolhido.Mas mesmo esta energia no podendo ser governada pela natureza fsica inferior abaixo, seu dispndio determinado pelo princpio Kmico; as paixes e desejos podem desencade

    la, podem dirigi-la e control-la. A energia nervosa e muscular no pode governar aspaixes e desejos, elas so livres neste ponto, ela determinada pelo seu intermdio.Mas ainda assim Kma pode ser dirigido, controlado e determinado pela vontade; notoque [de Manas em Kma] o princpio Mansico limitado, e no livre, e da o senso derdade no escolher qual desejo ser gratificado, qual ato executado. Quando o Manasinferior rege Kma, o quaternrio inferior assume sua posio adequada de subservincia rade superior, e regido por uma vontade que reconhece como superior a si mesmo, uma vontade que livre.Aqui em muitas mentes surgir uma pergunta: E sobre a vontade do Manas superior; ela por sua vez determinada pelo que h acima dele, enquanto ele livre em tudo o queest abaixo? Mas chegamos a um ponto onde o intelecto nos falha, e onde a linguagem no pode com facilidade transmitir o que o Esprito sente naqueles domnios mais ele

    vados.S vagamente podemos sentir que l, como em toda parte, a liberdade mais verdadeira deve estar em harmonia com a lei, e que a aceitao voluntria da funo de agir como um canal para a Vontade Universal deve unir numa s coisa a perfeita liberdade e a perfeita obedincia.Este um problema verdadeiramente obscuro e difcil, mas o estudante encontrar muitaluz descendo nele se acompanhar as linhas de pensamento assim traadas.Um outro poder residente no Manas superior e que manifesto nos planos inferioresnaqueles em que o Manas superior conscientemente prevalece, o da criao de formaspela vontade. A Doutrina Secreta diz: Kriyashakti. O misterioso poder de pensamento que o capacita para produzir resultados fenomnicos externos, perceptveis, por virtude de sua prpria energia inerente. Os antigos sustentavam que qualquer idia semanifestar externamente se a ateno de algum concentrar-se profundamente nela.

    Similarmente, uma volio intensa ser seguida pelos resultados desejados (vol. I, p. 312). Aqui jaz o segredo da verdadeira magia, e como o assunto importante, e a cinciaocidental est comeando a tocar em suas beiras, uma seo separada mais adiante ser devotada sua considerao, a fim de no romper a seqncia dada aqui sobre os princpios.Novamente aprendemos de H.P.Blavatsky que o Manas, ou o Ego superior, como parteda essncia da Mente Universal, incondicionalmente onisciente em seu prprio plano, quando ele desenvolveu completamente a autoconscincia atravs de suas experincias evolucionrias, e o veculo para todo o conhecimento do passado e do presente, e do futuro.Quando esta entidade imortal capaz de impressionar o crebro de um homem atravs deseu raio, o Manas inferior, este homem um que manifesta qualidades anormais, umgnio ou um vidente. As condies da vidncia so dadas abaixo:O anterior [as vises do vidente real] pode ser obtido por um de dois meios: (a) nacondio de paralisar vontade a memria e a ao instintiva independente de todos os rateriais e mesmo as clulas no corpo de carne, um ato que fcil, uma vez tendo o Egosuperior consumido e subjugado para sempre a natureza passional do ego pessoalinferior, mas requer [que a pessoa seja] um Adepto; (b) ser uma reencarnao de algumque, em prvio nascimento, conseguiu atravs de extrema pureza de vida e esforos nadireo correta atingir um estado quase Yogi de santidade.Ainda h uma terceira possibilidade de atingir em vises msticas o plano do Manas superior; mas somente ocasional, e no depende da vontade do vidente, mas da extremafraqueza e exausto do corpo material atravs da doena e sofrimento. A Vidente de Prvorst foi um exemplo deste ltimo caso; e Jacob Boheme da segunda categoria (Lucifer,novembro de 1890, p. 183)O leitor agora estar em posio de perceber a diferena entre as aes do Ego superior e

    do seu raio. O gnio, que v em vez de argumentar, do Ego superior; a verdadeira intuio uma de suas faculdades. A razo, a qualidade que pondera e equilibra os fatos reunidos pela observao, os avalia um contra outro, os inquire, e retira concluses de

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    20/32

    les este o exerccio do Manas inferior atravs do aparato cerebral; seu instrumento o raciocnio; por induo ascende do conhecido at o desconhecido, construindo uma hiptese; por deduo desce novamente ao conhecido, verificando sua hiptese atravs de experincia nova.A intuio, como vemos por sua derivao, simplesmente uma viso interior [insight, no oginal NT] um processo to direto e rpido como a viso corporal. o exerccio dos olha inteligncia, o reconhecimento infalvel de uma verdade apresentada no plano menta

    l. Ela v com certeza, sua viso desanuviada, seu relato no tem falhas. Nenhuma provapode acrescentar certeza de seu reconhecimento, pois est alm a acima da razo.Muitas vezes nossos instintos, cegos e confusos pelas paixes e desejos, so erroneamente chamados de intuies, e um mero impulso Kmico aceito como a sublime voz do Manas superior. necessrio um longo e cuidadoso autotreinamento antes que a voz possaser reconhecida com certeza, mas de uma coisa podemos nos sentir bastante certos: enquanto estivermos no vrtex da personalidade, enquanto as tempestades dos desejos e apetites se insurgem ao nosso redor, enquanto as ondas da emoo nos jogam para c e para l, a voz do Manas superior no pode alcanar nossos ouvidos.No no fogo nem no furaco, nem no trovo da tempestade que chega o mandato do Ego superior: somente quando l tiver descido a calmaria de um silncio que ele pode ser sentido, somente quando o prprio ar estiver imvel e a calma for profunda, somente qu

    ando o homem envolver sua face em um manto que bloqueie at mesmo o silncio que procede da terra, s ento ressoa a voz que mais plcida que o silncio, a voz do seu verdadeiro Eu.Sobre isso escreveu H.P.Blavatsky em seu sis sem Vu: Aliada metade fsica da naturezahumana est a razo, que o habilita a manter sua supremacia sobre os animais inferiores, e subjugar a natureza aos seus intentos. Aliada sua parte espiritual est sua conscincia, que servir como sua guia infalvel atravs do tumulto dos sentidos; poisa conscincia aquela percepo instantnea entre o certo e o errado que somente pode ser exercitada pelo esprito, o qual, sendo uma poro da sabedoria e pureza divinas, absolutamente puro e sbio.Suas instncias so independentes da razo, e somente podem se manifestar claramente quando desobstrudas das atraes mais baixas de nossa natureza dual. Sendo a razo uma faculdade de nosso crebro fsico, e sendo definida com justia como aquela que deduz in

    ferncias a partir de premissas, e sendo inteiramente dependente da evidncia de outros sentidos, no pode ser uma qualidade pertencente diretamente ao nosso esprito divino.Este ltimo sabe da que todo o arrazoado, que implica em discusso e argumentao, tore intil. Assim uma entidade que, se deve ser considerada uma emanao direta do eterno Esprito da sabedoria, tem de ser vista como possuidora dos mesmos atributos daessncia do todo de que parte.Portanto com certo grau de lgica que os antigos Teurgos sustentavam que a parte racional da alma humana (esprito) jamais entra toda no corpo humano, mas apenas o ilumina mais ou menos atravs da alma irracional ou astral, que serve como um agente intermedirio, ou meio, entre o esprito e o corpo.O homem que conquistou suficientemente a matria a ponto de receber a luz direta deseu luminoso Augoeides, sente intuitivamente a verdade; ele no poderia errar emseu julgamento, no obstante todos os sofismas sugeridos pela razo fria, pois ele iluminado. Da a profecia, o vaticnio, e a assim chamada inspirao divina, so simplesmente efeitos desta iluminao de cima pelo nosso prprio esprito imortal (vol. I, pp. 305-306).Este Augoeides, de acordo com a crena dos Neo-Platnicos, e de acordo com os ensinamentos Teosficos, pe mais ou menos sua radincia no homem interno, a alma astral (volI, p. 315), isto , na terminologia agora aceita, na personalidade Kma-Mansica ou ego inferior.(Ao ler sis sem Vu o estudante tem de manter em mente o fato de que quando o livrofoi escrito, a terminologia no estava de forma alguma fixada como o est agora; emsis sem Vu est a primeira tentativa moderna de traduzir para a linguagem ocidentalas complicadas idias orientais, e experincia ulterior tem demonstrado que muitos

    dos termos usados para abranger dois ou trs conceitos podem com vantagem ser restritos a um, e assim tornando-o preciso. Deste modo alma astral deve ser entendidono sentido dado antes).

  • 8/7/2019 Sete Princpios do Homem: Annie Besant 1909 Edio revista e corrigida

    21/32

    Somente quando este ego inferior se tornou puro de todo sopro de paixo, quando oManas inferior se liberta de Kma, que o resplandecente pode impression-lo; H.P.Blavatsky diz como os iniciados encontram este Ego superior face a face. Tendo faladoda trindade no homem, tm-Buddhi-Manas, ela prossegue: quando esta trindade, em antecipao da triunfante reunio final alm dos portais da morte corprea, se torna por poucos segundos uma unidade, que permitido ao candidato, no momento da iniciao, vislumbrar seu futuro eu.

    Assim lemos no Desatir persa sobre o resplandecente; nos filsofos iniciados gregos sobre o Augoeides a autoluminosa viso bendita residente na luz pura; em Porfrio, quePlotino uniu-se ao seu deus seis vezes durante sua vida, e assim por diante (sis semVu, vol II, pp. 114-115).Esta trindade feita unidade, ento, o Cristo de todos os msticos. Quando na iniciaoal o candidato foi estendido no cho ou na pedra do altar e assim tipificou a crucificao da carne, ou da natureza inferior, e quando desta morte ele ressuscita como tunfante conquistador do pecado e da morte, ento ele, no momento supremo, v diantede si as gloriosa presena e se torna uno com Cristo, ele mesmo o Cristo.Da em diante ele pode viver no corpo, mas este se tornou seu instrumento obediente; ele se uniu com seu Eu verdadeiro, e o Manas se tornou um com tm-Buddhi, e atravs da personalidade que ele habita assume seus plenos poderes e sua inteligncia es

    piritual imortal. Enquanto estava lutando nas fadigas da natureza inferior, Cristo, o Ego espiritual, era diariamente crucificado nele; mas no pleno Adepto, Cristo surgiu triunfante, senhor de si mesmo e da natureza. A longa peregrinao do Manas est acabada, o ciclo da necessidade foi percorrido, a roda dos nascimentos cessa de girar, o Filho do homem se tornou perfeito pelo sofrimento.Enquanto este ponto no for atingido, o Cristo o objeto de aspirao. O raio est semputando para voltar sua fonte, o Manas inferior est sempre aspirando reunir-se aosuperior. Enquanto esta dualidade persistir o contnuo anelo de reunio sentido pelas naturezas mais nobres e puras um dos fatos mais salientes na vida interior, e isto que se reveste como prece, inspirao, busca por Deus, desejo de unio com o divino.Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo, grita o vido Cristo, e dizer-lhe que estedesejo intenso uma fantasia e ftil o faz afastar-se de voc como algum que no ente

    e, mas cuja insensibilidade no altera o fato. O ocultista reconhece neste grito oinextinguvel impulso para cima do eu inferior para o superior do qual est separado, mas cuja atrao ele sente vivamente.Reze a pessoa para Buda, para Vishnu, para Cristo, para a Virgem, para o Pai, noimporta em absoluto; so questes de mero dialeto, e no do fato essencial. Em todos oManas unido a tm-Buddhi o objetivo real, velado sob quaisquer nomes que os temposmutantes ou a raa puderem dar; da a humanidade ideal e o Deus pessoal, o Deus Homemncontrado em todas as religies, Deus encarnado, o Verbo feito carne, o Cristo que denascer em cada um, e com quem o crente deve se fazer um.E isto nos leva aos ltimos planos que nos dizem respeito, os planos do Esprito, usando esta palavra to abusada como meramente o plo oposto matria; aqui somente idiasmuito gerais podem ser captadas por ns, mas necessrio pelo menos tentar captar estas idias se formos completar, por mais pobremente que seja, nossa concepo do homem.PRINCPIOS VI E VIItm-Buddhi, o EspritoCompletando o pensamento da ltima seo, olharemos primeiro para tm-Buddhi em sua conexcom Manas, e ento passaremos a uma viso um pouco mais geral dele como a Mnada. A concepo melhor e mais clara da trindade humana, tm-Buddhi-Manas, ser encontrada em A Chave para a Teosofia, na qual H.P.Blavatsky d as seguintes definies:O EU SUPERIOR tm, o inseparvel raio do EU NICO e Universal. o Deus acima, mais dodentro de ns. Feliz o homem que consegue saturar seu Ego interno com ele. O divino EGO ESPIRITUAL a alma espiritual, ou Buddhi, em estreita unio com Manas, o princpio mental, sem o qual no um EGO de forma alguma, mas apenas o Veculo tmico.O EGO INTERIOR ou SUPERIOR Manas, o assim chamado quinto princpio, independentemente de Buddhi. O princpio mental s o Ego Espirit