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ISTALAÇÕES PARA BOVINOS LEITEIROS
A bovinocultura de leite é um dos segmentos mais
importantes da agropecuária do país e hoje passa por
uma grande transformação, em virtude da nova
realidade econômica mundial, com adoção de modernas
tecnologias, onde só quem produzir com maior
eficiência e qualidade estará em condições de competir
no mercado.
Isso implica não somente no melhoramento do nível
genético dos planteis na alimentação dos animais, mas
também na construção de instalações adequadamente
projetadas observando-se, principalmente, o conforto do
animal, baseado na sua relação com o meio ambiente,
alem dos custos e facilidades para o produtor no que diz
respeito ao manejo, a limpeza e o aproveitamento da
mão-de-obra independentemente do sistema de criação
adotado.
A produção de leite brasileira aumentou, nos últimos
anos em torno de 1,5 bilhão de litros de leite/ano, o que
representa aproximadamente cinco vezes o aumento na
Argentina que foi de 300 milhões de litros/ano.
O rebanho nacional apresentou aumento significativos
na produção leiteira. A região Centro-Oeste, com
destaque para Goiás, teve crescimento de 70% no ramo.
O estado de Minas Gerais também apresentou avanços
principalmente na parte oeste do Estado.
No Rio Grande do Sul programas de incentivo ao
produtor vem tentando aumentar a qualidade e
quantidade do leite produzido, de maneira que os
produtores possam tornar-se mais competitivos e melhor
remunerados.
Levando-se em conta o estágio de desenvolvimento
tecnológico empregado nas propriedades brasileiras,
atualmente o produtor de leite corre o risco de ser
atropelado pela concorrência internacional, em virtude
da formação de blocos econômicos que promovem o
intercâmbio comercial como é o caso do Mercosul do
qual o Brasil faz parte.
Interação Animal x Ambiente
O meio ambiente no qual o animal está inserido é o total
de todas as condições externas que o afetam diretamente,
relacionando com fatores térmicos, e climáticos. A
temperatura ambiente, umidade, radiação solar e ventos,
são fatores que regulam o balanço térmico do animal
afetando o crescimento, conversão alimentar, saúde e
consequentemente a produção.
Segundo Vila Nova & Santos (1976) a temperatura
interna do animal é controlada por um equilíbrio entre
calor produzido pelo seu próprio metabolismo e o calor
ganho ou perdido para o ambiente externo. O animal
produz calor quando transforma quimicamente a energia
do alimento ingerido em trabalho, o que pode ser escrito
na equação como:
QT=+-QE+-QP
Onde,
QT = calor total de produção
QP = calor perdido
QE = calor estocado
Em média, pode-se dizer que da energia produzida pelo
animal cerca de 25% a 40% é convertida em calor e
entregue ao ambiente.
Todos os conceitos de transferência de calor são
aplicáveis ao animal, são portanto considerados: o calor
sensível as perdas por ventilação, condução, radiação e
convecção.
Efeitos do Microclima na Produção Animal
De acordo com a definição encontrada na literatura o
microclima do rebanho traduz-se pelas condições
climáticas encontradas nas circunvizinhaças do próprio
animal.
A temperatura e umidade do ar em redor do animal
podem ser facilmente determinadas, assim como a
velocidade do ar e a radiação térmica a que o animal é
exposto; sendo estas as variáveis primárias que
constituem o microclima.
A função principal das construções para o gado leiteiro é
modificar o ambiente. Para obter um ambiente próximo
do ideal, recorre-se à estábulos cobertos e outros
refúgios corretamente dimen-sionados, o isolamento, a
ventilação e o acondicionamento do ar.
Como é lógico a inversão em instalações com o
ambiente controlado deve confrontar-se com os maiores
lucros que estes podem render, pois qualquer gasto
adicional no controle do ambiente não aumenta os
retornos em uma medida que justifique os custos
elevados (Esminger, 1977).
Efeito do Estresse na Produção Leiteira
A principal razão para o decréscimo na produção de leite em climas quentes é a redução no consumo de alimentos, sendo esta uma alternativa do animal em minimizar o desbalanço térmico e manter a homeotermia. (Yousef, 1985)
A ocorrência da vasodilatação periférica e o redirecionamento do fluxo sanguíneo dos órgãos internos para os tecidos periféricos irão proporcionar um menor afluxo de sangue à veia porta (fígado) e a glândula mamária, consequentemente, menor quantidade de nutrientes e energia estarão disponíveis para a produção de leite.(Shearer e Beede, 1990)
A situação de stress, comprovadamente, tem influência
no desenvolvimento de processos fisiológicos normais
do organismo, como o processo da descida do leite nos
bovinos durante a ordenha, promovida pelo hormônio
ocitocina. Já em estressantes que podem ocorrer antes ou
mesmo durante a ordenha, induzem a secreção de
adrenalina pela glândula supra-renal, e esta tem ação
contrária da ocitocina, assim promovendo a retenção do
leite, predispondo então a ocorrência de quadros de
mastite, pois favorece a proliferação de
microorganismos no leite retido.
Tabela de desempenho da vaca leiteira submetida a
ambientes confortável e aquecido
Variável 18ºC 30ºC
Produção de calor metabólico (Kg/dia) 841 629
Temperatura retal (ºC) 38,6 39,9
Frequência respiratória (resp/min) 32 94
Consumo de água (Kg/dia) 57,9 74,4
Taxa de sudação (g/m2) 94,6 150,6
Taxa respiratória (g/m3/h) 60,6 90,9
Consumo de concentrados (Kg/dia) 9,7 9,2
Consumo de feno (Kg/dia) 5,8 4,5
Produção de leite (Kg/dia) 18,4 15,7
A renovação do ar no interior de um estábulo é muito
maior do que em instalações para outros animais. O
volume de ar por cabeça por hora por dia está estimado
em 15 a 25m3. É indispensável para a eliminação do
excesso de anidrido carbônico e vapor da água para que
a atmosfera se mantenha renovável.
Efeitos do Estresse na Reprodução
Leiteira
Nas vacas em lactação, o ESTRESSE pode causar
patologias reprodutivas, por induzir o aumento ou
diminuição da secreção de alguns hormônios
reprodutivos, que podem resultar em algumas alterações,
como o cisto ovariano, onde o animal que possui este
cisto não apresenta cio, assim não consegue emprenhar.
Outros estudos mostram que o ESTRESSE nos macho é
uma das causas da degeneração testicular onde o
STRESS prolongado inibe a secreção dos hormônios
reprodutivos, como a testosterona, hormônio reprodutivo
que promove a maturação dos espermatozóides. A sua
falta causa alteração na produção de espermatozóides ou
sua produção defeituosa, não promovendo a fecundação
das fêmeas.
Ventilação e Sombreamento
Tanto a ventilação, como o sombreamento, tem função
básica de amenizar os efeitos da temperatura no
microclima ocupado pelo animal, seja em criação
intensiva ou extensiva.
O controle destes fatores climáticos como a
temperatura e umidade, concorrem com importância
para a maximização direta da produção.
A posição de entrada e saída do ar são muito
importantes na ventilação da construção para os animais.
O ar entra na construção, formando uma ventilação
rotatória e espiral, dirigindo-se depois para a saída. A
obstrução do ar como por exemplo, através de muros,
pavimentos, luzes, equipamentos de alimentação, etc,
afetam a ventilação. O sistema de ventilação determina a
temperatura básica, controle, características dos
componentes.
Os recentes testes com gado de leite no Arizona
– EUA, mostraram que a utilização de sombra
com ventiladores auxiliares, a produção de leite
aumentou de 2 a 3 litros por animal dia. Este
acréscimo na produção deve-se 80% ao
resfriamento devido à sombra (citado por Nääs,
1985).
Conhecimento Adicionais na
Ambientação
Nas últimas décadas, tem ocorrido mudanças decisivas
nos sistemas de manejo do gado leiteiro, tanto nos
centros produtores dos países de clima temperado, como
nos países em desenvolvimento que dedicam parte de
seus subsídios à produção do leite.
Os sistemas extensivo e semi-extensivo vem
sendo substituídos gradualmente pelo sistema
intesivo – o confinamento principalmente pela
elevação crescente do preço de terras e da
contínua necessidade dos países aumentarem
seus campos úteis em produção de cereais.
O confinamento para o gado leiteiro tem pontos
críticos e controvérsias, tanto do ponto de vista
Zootécnico e Veterinário, como dos aspectos da
engenharia ambiental. Entretanto algumas vezes
outros fatores da produção ficam alienados nos
debates por se tratarem de matéria pouco
desenvolvida e com mais perguntas do que
respostas:
Que tipo de telhados devem ser usados nos
estábulos?
Qual a orientação adequada?
Qual a influência do tipo de piso na
produtividade?
A arquitetura do estábulo pode contribuir de
alguma forma na produção de leite?
O aproveitamento de prédios já existentes para
estábulos sem contenção, quando o produtor
deseja passar para um sistema intensivo de
produção; ou ainda generalizando, uma
mudança de qualquer outro tipo requer cuidados
especiais nas modificações.
Há geralmente a necessidade do cuidado na
orientação dos prédios. Estudos nessa área
provam claramente que em algumas regiões a
orientação norte-sul pode representar um
acréscimo de até 5 ºC no interior dos estábulos,
o que pode ser benefício no inverno, mas
altamente prejudicial e improdutivo nos meses
mais quentes.
Portanto, muito cuidado deve ser voltado ao
microclima dentro das estruturas. O ambiente
deve ser adaptado ao conforto animal para maior
produtividade, ao invés de tentar ajustar o animal
ao ambiente.
Eficiência e Fluxo em Construções
Zootécnicas
Quando pensamos em eficiência de uma
construção, bem como o fluxo de animais e
pessoas dentro dela, nos deparamos com o
principal objetivo, que nada mais é do que evitar
as perdas excessivas de tempo e de energia que
influenciará na redução da produção e
obviamente em todo o custo de produção.
De acordo com o fluxograma abaixo, podemos observar
as diversas fases de todo processo para que possamos
alcançar uma construção (projeto) com alta eficiência e
funcionalidade.
Ao refazer um planejamento de uma empresa leiteira é
imprescindível o questionamento de alguns índices de
produtividade, para justificar a necessidade dos projetos
de planejamento.
Eficiên
cia
{ Estudo
Planejamento
Projeto
Execução
{ Adaptações e Reforma
Construções Novas
{ Transição de Pessoal
Eficiência - Fluxo Transição de Animais
Transição de Alimentos
Um dos aspectos principais é o poder de decisão sobre o
tipo de instalação a escolher. Portanto, vários autores
entre eles Albriht (1964); Schmit e Van Vieck (1974);
Castle e Watking (1979), recomendaram que o produtor
observe os seguintes aspectos quando forem decidir um
tipo de instalação:
1) – Proporcionar conforto aos animais, para que
possam expressar o máximo potencial genético para
produção.
2) – Evitar exposição dos animais à doenças e
estresses.
3) – Utilizar sistemas de alimentação que permitam
aos animais obter quantidades suficientes de alimentos,
para alcançar os requerimentos necessários a mantença e
produção.
4) – Permitir a produção de leite de alta qualidade.
5) – Oferecer ambiente confortável para o homem.
6) – Resultar em alta eficiência da mão-de-obra, sob
forma de animais ordenhados e quilogramas de leite
produzidas por homem.
7) – Diminuir ou minimizar injúrias como: tetas
pisadas, ferimentos nos cascos, laminites e outros
problemas relacionados com a sanidade animal.
8) – Ser economicamente viável.
Sistema de Produção Leiteira
A escolha do melhor sistema de criação depende da
análise do mercado e das condições econômicas do
criador, do local e dos meios de produção disponíveis.
Existem três sistemas de criação para gado de leite, são
eles:
- Extensivo
- Semi-intensivo
- Intensivo
Sistema Extensivo
É o mais usado para gado misto, onde os
animais soltos no pasto, base de sua
alimentação. A ordenha é feita manualmente
uma vez ao dia no próprio curral ou num
galpão. A produtividade é baixa (menos de 5
litros/animal/dia), embora seja o mais usado no
Brasil.
As instalações são simples, constituindo-se de:
- Estábulo de ordenha;
- Curral de espera;
- Cochos para forragens e minerais;
- Bebedouros;
- Reservatórios;
- Esterqueiras;
- Cercas para piquetes de pastagens.
Sistema Semi-intensivo
Consiste em manter o gado no pasto
reforçando sua alimentação quando necessário,
o que permite maior estabilidade de produção,
além de ser usado para gado de melhor padrão
racial em relação ao sistema anterior, havendo a
possibilidade de se produzir 18 litros de
leite/dia em duas ordenhas.
Exigem instalações como:
- Estábulos de ordenha;
- Curral de espera;
- Curral de manobra;
- Curral de alimentação com bebedouros;
- Cochos para forragens e minerais;
- Bebedouros;
- Reservatórios;
- Silos ou fenis para forragens.
- Esterqueiras;
- Cercas para piquetes de pastagens.
Sistema Intensivo
Utilizado para animais de elevada produção
(acima de 20 litros/dia) e de alto padrão racial. O
rebanho fica constantemente confinado no
próprio estábulo de ordenha ou em galpões e seu
manejo é extremamente controlado.
As benfeitorias necessárias são:
- Estábulo de ordenha;
- Galpões de estabulação livre (freestall);
- Curral de espera;
- Curral de manobra;
- Curral de alimentação com bebedouro;
- Cochos para forragens e minerais;
- Bebedouros;
- Reservatórios
- Silos ou fenis para forragens;
- Esterqueiras;
Esse sistema é adequado a grandes rebanhos,
permitindo produção estável, sem oscilações de
safra e entre-safra.
A estabulação pode ser:
- estabulação convencional (tiestall)
- estabulação livre (freestall).
Fatores que afetam a escolha das
Instalações
O proprietário será influenciado pelos fatores
econômicos, técnicos, bem como pela preferência por
determinado sistema. As instalações devem ser simples
e baratas e proporcionar aos animais condições de
conforto e espaço, proteção e ambiente limpo, seco, de
boas condições sanitárias, para evitar doenças e
permitir uma produção higiênica de leite.
Novaes (1985) disse que os princípios básicos
que devem ser observados para o planejamento e
escolha das instalações são: localização,
tamanho, tipo de instalação, sistema de
alimentação, sistema de ordenha, flexibilidade,
exigências legais.
No entanto, Bueno (1986) relatou que a escolha
de um projeto de instalações para o manejo e
exploração do gado leiteiro depende de uma
série de variáveis, tais como: raça, o manejo,
tratamento da exploração, área da prioridade,
fatores humanos, recursos econômicos,
características de clima, solo, topografia e
finalmente os materiais e técnicas construtivas.
Locação das Instalações
É de suma importância dentro de uma propriedade a
disposição (locação) das instalações, o que é o principal
fator de influência na melhor eficiência e do fluxo das
mesmas. Uma propriedade mal planejada fará com que
ocorra uma redução brusca nas atividades nela
desenvolvida, tanto a nível de produção animal como
também de mão-de-obra, ocasionando com isso maiores
gastos.
Analisando sob ponto de vista da engenharia agrícola
Bueno (1986) sugeriu seguintes recomendações:
- O melhor local para as construções será uma leve
encosta em terreno de boas características de drenagem,
ensolarado e protegido contra ventos frios;
- Terrenos declivosos exigem terraplanagem,
originando barrancos onde se podem construir silos
trincheira, encosta e semi-encosta;
- Para uma boa insolação, locar as partes abertas das construções voltadas para o norte ou leste-oeste. A face norte do nosso hemisfério permite ótimas insolação no inverno. Apenas os cochos para volumosos devem ser protegidos locando-o seu comprimento no sentido leste-oeste e fazendo a parte baixa da cobertura a norte.
- Ventos frios dominantes devem ser evitados de duas formas:
Fechando-se a construção com alvenaria até٭ a altura de 1,50 m, a qual é superior à altura das vacas;
Formando-se renque de vegetação distante٭ da instalação a ser protegida pelo menos duas vezes a altura potencial das árvores
Uma vez que as instalações estejam escolhidas e
dimensionadas elas deverão ser locadas no terreno em
uma sequência tal que permita o uso racional, sem
perda de energia e tempo, sem caminhamento repetidos
e inúteis.
De acordo com Degasperi & Piekarski (1988) as
localizações ideais para cada construção devem ser
estabelecidas em função das necessidades do manejo
proposto para cada propriedade.
Deve-se comparar a planta de situação das instalações
como uma linha de montagem industrial.
Tipos de Instalações
De acordo com Novaes (1985) as instalações mínimas
necessárias e indispensáveis para o gado leiteiro são:
- estábulo e ou sala de ordenha;
- bezerreiro;
- baia para touro;
- currais;
- brete ou tronco para vacinação e pulverização;
- silo;
- depósito para ração e feno.
Estábulos
Segundo Bueno (1986) o estábulo compõe-se
basicamente das seguintes divisões:
- Cômodo (sala de ordenha) com comedouro e
contenção,
- Sala de leite,
- Depósito de ração concentrada com mesa de
escritório e armário,
- Ocasionalmente poderá ainda ter: Cômodo para
máquinas de ordenha mecânica, bomba a vácuo,
compressor e motor resfriador, etc.; Vestuário e
sanitário.
Recomenda-se ainda que os estábulos novos sejam
para ordenha rotativa, entrando e saindo grupos de
vacas e não todas de uma só vez, sendo o número
de animais por grupo estabelecido de acordo com o
número de vacas do rebanho e sistema de ordenha.
Bueno (1986), também recomendou o uso de
estábulos pequenos para ordenha rotativa com
cochos para concentrado, ficando o cocho para
volumoso no curral.
A maioria da literatura recomenda que é o ideal, de
15 a 25 m3 de ar por cabeça para que haja uma boa
ventilação dentro do estábulo. Para o gado leiteiro,
a temperatura no interior do estábulo deve estar
entre 10ºC e 20ºC, podendo ter uma faixa de
variação de ± 4ºC. No caso das bacias leiteiras do
Brasil (clima mais ameno), o tipo de estabulação
mais usual é o aberto com ventilação totalmente
natural. (Nääs, 1985).
O piso deverá ser de concreto simples com
espessura mínima de 10 cm, apresentando
superfícies ligeiramente áspera com declividade de
1,5 a 2,0% em direção as valetas coletoras. Estas
devem ter um perfil retangular, cerca de 600 cm3 (20
x 30), sem arestas vivas.
Tanto os comedouros como os bebedouros devem
ter largura de forma que o animal tenha acesso a
água ou ao alimento sem qualquer dificuldade. Para
efeitos de projeto, as medidas consideradas são de
50 a 70 cm de altura por 80 a 90 cm de largura.
O local de contenção do animal varia conforme a
raça, mas em sua maioria ocupam de 2 a 2,5m2.
Os cochos devem ter secção de 0,80 x 0,60 x 0,30
(12 a 15 m2/animal).
Os corredores variam de acordo com o sistema de
contenção dos animais: no sistema “cabeça a
cabeça”, o corredor central varia de 1,20 a 2,30 m e
dos laterais de 1,10 a 1,80 m, no sistema de costa a
largura do corredor central de limpeza é da ordem de
2 a 3 m, enquanto que as laterais de alimentação são
de 0,90 a 1,50 m.
Tipos de Estábulos
Os estábulos podem ser abertos ou semiabertos com
vários sistemas de contenção de animais.
O tipo mais comum de alojamento para rebanhos
leiteiros é o freestall, porém são encontrados ainda
estábulos do tipo tiestall.
Antes de se decidir qual o tipo de estábulo a ser
construído, deve-se estudar as vantagens e
desvantagens de cada um deles, considerando
inicialmente o investimento inicial a ser realizado,
assim como as técnicas operacionais de manejo a serem
empregadas, além da disponibilidade de mão-de-obra
qualificada.
Tiestall
Neste tipo de estábulo as vacas ficam presas no
pescoço por uma corrente e só se movem para serem
ordenhadas.
Pode-se dar maior atenção individual às vacas. O
Tiestall requer trabalho intensivo, tanto para ordenha
como para a alimentação.
Freestall
O tipo de estábulo freestall quando bem projetado, é o
que tem promovido os maiores índices produtivos,
além de fornecer melhores condições sanitárias às
vacas quando comparado aos outros tipos de
instalações para confinamento leiteiro.
O freestall é um tipo de estábulo que promove áreas de
descanso individuais para as vacas, que ainda devem
fornecer uma cama limpa, seca, e confortável.
A vaca fica livre para entrar e sair a vontade da área de
descanso, que é individual e dividida por canzis.
Pode ser de fila simples ou dupla, dependendo do
número de animais que se quer alojar, devendo-se
sempre planejar a instalação de modo que possa ser
ampliada caso se deseja aumentar o número de animais
do rebanho.
Quando se usa fila dupla, as vacas podem ser
colocadas frente a frente ou traseira com traseira.
Se colocadas frente a frente ficam separadas pelo
cocho e pelo corredor central de alimentação. Neste
caso a alimentação é mais fácil já que os cochos são
dispostos ao longo de um único corredor. O sol não
atinge os cochos e há mais ordem na movimentação das
vacas.
Quando as vacas são dispostas traseira com traseira,
elas ficam separadas pelas canaletas de escoamento de
dejetos e pelo corredor central de limpeza, a limpeza
pode ser facilitada, mas o arraçoamento é dificultado; a
movimentação dos animais é fácil mas fica mais difícil
prendê-los; o estábulo pode ser um pouco mais estreito
e desta forma baratear a construção.
Para as visitas e negócios, a visão geral dos úberes e
ancas é facilitada.
Para abrigar 20 vacas, por exemplo, a área de
construção do estábulo deverá ser de 160,76 m2, ou
seja, 17,38 m de comprimento por 9,25 m de largura.
As vacas devem ser capazes de entrar e deixar as baias
facilmente, deitando e levantando confortavelmente.
Estábulos projetados inadequadamente podem levar as
vacas a deitarem nos corredores, o que facilitará o
contato do úbere com os dejetos.
Componentes do Estábulo
Baias
Grade de Pescoço – (canzis)
Cama
Corredor de Alimentação
Corredores de Passagem
Cochos
Bebedouros
Piso
Corredor de Limpeza
Modelo de Freestall
Baias para Touros
Sala de Ordenha
Sala de Espera
Sala de Leite
Bezerreiros
Curral
Vacas 2-3 semanas pré-parto
Maternidade
Vacas de até 7 dias de pós-parto
Vacas secas
Sala de ração
Silos
Depósito de cama
Galpão de feno
Mangueira Brete e Tronco
Cercas
Abrigos naturais
Esterqueira
Construções Anexas aos Estábulos
Baias
A área de descanso, ou baia, deve ser ampla o
suficiente para a vaca deitar confortavelmente, sem
bater nas divisórias, mas estreita o suficiente para a
vaca não poder se virar e defecar na cama.
O comprimento da baia é muito importante para que as
vacas somente defequem no corredor.
O espaço necessário na baia para que ela possa
levantar e deitar sem esforço depende:
- Espaço corporal: o espaço da parte traseira da
vaca até a frente dos joelhos dela;
- Espaço da cabeça: o espaço adiante do corpo
da vaca ocupado pela cabeça dela enquanto
deitada;
- Espaço aberto: o espaço adicional necessário
para o empurrar a cabeça da vaca quanto ela
avança para diante enquanto se levanta.
As divisória de baias podem apresentar formas
diversas e serem de metal ou de madeira.
Tabela de dimensões das baias
Vacas Baias Grade de pescoço
Peso - Kg Largura - m Comprimento -
m Altura - m Distância - m
350 – 540 1,0 2,20 0,94 1,6
540 – 680 1,10 2,40 1,0 1,7
> 680 1,20 2,60 1,06 1,8
Grade de Pescoço
A grade de pescoço deve ser colocada na superfície das
divisórias de baias para impedir que as vacas defequem
na cama.
A grade de pescoço ajuda a vaca a deitar no local certo,
obrigando-as a voltar para traz quando se levantam,
contudo sem tornarem-se incomodas para as vacas.
Uma grade de pescoço muito baixa pode impedir o
movimento de levantar.
Evitar o uso de cordas que podem causar severos danos
para o pescoço da vaca e vértebras.
A grade de pescoço deve ficar posicionada
aproximadamente a 1,65 m do piso do corredor e a 1,20
m acima da superfície do meio fio para uma vaca de
600 Kg, devendo ser apoiada nas divisórias de baias.
A grade de pescoço inicialmente pode causar repulsa à
baia. Neste caso deve-se, mover a grade de pescoço
para frente. Quando a vaca se acostumar a usar o
estábulo, então volta-se a grade de pescoço para o local
certo, melhorando o posicionamento das vacas nas
baias.